Você está na página 1de 4

1

3 A FAMÍLIA DE ABRAÃO E SARA


Deus tem uma aliança com a família
Gênesis 17.1 a 22
Nascido em Ur dos caldeus, Abrão era casado com Sarai. Viveu em Harã até receber o
chamado para peregrinar rumo a uma terra que o Senhor lhe mostraria. Abrão foi
eleito por Deus para ser bênção para todas as famílias da terra. Ele é o primeiro
personagem bíblico que pode ser situado historicamente; viveu há aproximadamente
2.000 anos antes de Cristo.
Deus havia prometido a Abrão fazer dele uma grande nação. Mas o tempo passava e
ele ainda não tinha filhos; Sarai, sua mulher, era estéril. Em função disso, houve da
parte do casal uma precipitação, ao concordarem em que Abrão tivesse um filho com a
serva de Sarai, a egípcia Agar. Esse filho recebeu o nome de Ismael.
Quando Abrão estava com 99 anos de idade, e Sara com 90, o Senhor lhes apareceu e
renovou a aliança feita com eles, prometendo-lhes um descendente e a bênção de fazer
deles uma grande nação. Para selar essa promessa, o Senhor mudou os seus nomes
para Abraão e Sara, garantindo que, dali a um ano, ela daria à luz um filho, o qual se
chamaria Isaque. Essa família é uma das mais notáveis da Bíblia. Enfrentou
provações, alcançou vitórias, teve momentos de alegria e de tristeza. Como qualquer
família, experimentou fracassos. Mas viveu uma vida de intensa comunhão com Deus
e cumpriu sua missão dentro do plano divino. A família de Abraão e Sara pode ser
tomada como uma referência no relacionamento com Deus e na administração dos
problemas que, frequentemente, surgem no seio da família.
Essa família ocupar um lugar especial no plano de Deus, visto que que o Senhor disse
a Abraão: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:2,3). Nossas
famílias, hoje, podem aprender muito e ser abençoadas a partir do exemplo dessa
família. Eles souberam se relacionar com Deus e com as famílias à sua volta.
VIVENDO E APRENDENDO
1. A fé e a obediência a Deus são valores inegociáveis na família
Abraão e Sara eram tementes a Deus. Cultivavam a fé no Deus vivo e verdadeiro.Em
todos os momentos, Sara estava junto de Abraão, vivenciando cada experiência. Era
um casal unido, que compartilhava as experiências com Deus. Foram chamados por
Deus a deixar sua terra, a fim de ir para uma terra estranha; e, em função da fé que
possuíam, não hesitaram em obedecer (Gn 12.1-9). Em virtude dessa fé e obediência,
o patriarca Abraão foi chamado “amigo de Deus”; e é considerado o “pai da fé”. A sua
fidelidade é enaltecida em diversas passagens bíblicas (Is 41.8; Rm 4; Hb 11.8-12; Tg
2.21-23).
2

O exercício da fé e da obediência foi essencial para que Abraão e Sara tomassem


posse das promessas do Senhor. A família cristã, hoje, é desafiada a viver uma vida de
fé e obediência. Muitas vezes, deparamo-nos com situações extremamente difíceis e
desafiadoras. São problemas para os quais parece não haver solução. Mas a palavra
dirigida por Deus a Abraão vale para nós também: “Acaso para Deus há coisa
demasiadamente difícil”? (Gn 18.14). Como diz Paulo, “Abraão, esperando contra a
esperança, creu... sem enfraquecer na fé... não duvidou da promessa... mas pela fé se
fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que ele era poderoso
para cumprir o que prometera” (Rm 4.18-21).
Quando a família se exercita na fé e na obediência a Deus, tudo fica mais fácil. Em
Jesus temos o exemplo máximo de obediência a Deus. Devemos ter em nós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus (Fp 2.5-8).
2. Os conflitos familiares devem ser administrados com paciência e sabedoria
O relato bíblico informa-nos que, ao atender ao chamado divino, Abraão levou
consigo o seu sobrinho, Ló. Com o passar do tempo, ambos prosperaram; e o espaço
se tornara pequeno para eles: “Houve contenda entre os pastores do gado de Abraão e
os pastores do gado de Ló” (Gn 13.7). Com muita paciência, sabedoria e boa vontade,
Abraão administrou esse conflito, como se pode ver no relato de Gênesis 13.8 a 12.
Muitas famílias, infelizmente, não têm revelado paciência e sabedoria para enfrentar e
superar os conflitos familiares. É triste ver a contenda entre marido e mulher, entre
pais e filhos, entre irmãos. Quantos dissabores a prosperidade tem produzido em
algumas famílias! Quanta confusão, a distribuição de heranças tem gerado! Muitas
vezes, ninguém está disposto a ceder. Que bom seria se tivéssemos a capacidade de
agir sempre como agiu Abraão, sendo flexíveis na busca de soluções para os conflitos
familiares! Se agíssemos sempre assim, nossas famílias seriam mais unidas, mais
fortes, mais abençoadas e felizes (Sl 133).
Devemos pedir a Deus paciência e sabedoria para lidarmos com os problemas que se
instalam na família. Com boa vontade, é possível administrar as crises e seguir em
frente.
3. Integridade moral é uma marca da família que honra a Deus
Gênesis 14 narra que, em certa ocasião, cinco reis se uniram e tomaram todos os bens
de Sodoma e Gomorra, levando consigo também a Ló, sua família e seus bens. Ao ser
informado disso, Abraão fez sair 318 homens dos mais capazes, nascidos em sua casa,
e perseguiu os saqueadores, resgatando as pessoas e os bens que tinham levado.
Agradecido a Abraão pelo que fizera, e fragilizado, o rei de Sodoma propôs a Abraão
que lhe desse as pessoas e ficasse com os bens. Mas Abraão se recusou a aceitar essa
proposta (Gn 14.21-24). Com essa atitude, Abraão demonstra como funcionavam as
3

coisas em sua casa: sua família era generosa e íntegra. Ele não tirou proveito daquela
situação.
A família cristã não pode ser aproveitadora nem trapaceira. É lamentável quando os
pais dão aos filhos um mau exemplo, agindo com esperteza, passando os outros para
trás, tirando proveito de situações ilícitas. A família do servo de Deus não pode abrir
mão da ética.
O cidadão descrito no Salmo 15 deve ser o retrato de todo chefe de família que deseja
honrar a Deus. Jesus nos apresenta um padrão muito elevado, o qual deve ser abraçado
com afinco pela família cristã: “sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”
(Mt 5.48).
4. O futuro dos filhos deve ser submetido à direção do Senhor
Vivendo no contexto de uma cultura poligâmica, Abraão e Sara sofreram na pele os
desgastes desse modelo. Embora tenha sido chocante a maneira como Abraão
despediu a egípcia Agar e seu filho Ismael (Gn 21.8-21), percebe-se o cuidado em
relação à criação dos filhos. Ele não desamparou os filhos de suas concubinas e, para
evitar rixas, separou-os de Isaque (Gn 25.6).
A demonstração de cuidado quanto ao futuro dos filhos pode ser vista, de maneira
especial, no que se refere ao casamento de Isaque. A escolha de uma esposa para ele
foi submetida à direção de Deus (Gn 24.1-9).
Vivemos numa época e num contexto cultural completamente diferentes. Entretanto,
submeter ao Senhor o futuro dos filhos no que se refere às escolhas, como por
exemplo: questão vocacional, vida profissional, constituição de família, realização de
projetos, etc. é uma atitude de pais sábios e cuidadosos.
Na busca pelas bênçãos do Senhor, os pais devem orientar seus filhos em tudo, por
meio de muito diálogo sobre todas as questões; devem sempre orar por eles e com
eles; devem apresentá-los a Deus dia após dia.
Na aliança firmada com Abraão, Deus se propõe a abençoar todas as famílias da terra.
Porém, é necessário que a família se volte para o Senhor e se disponha a andar pelo
caminho da fidelidade. É precisamente isso que foi proposto por Moisés às famílias de
Israel quando se preparavam para tomar posse da Terra Prometida, conforme se pode
constatar em Deuteronômio 6.
As bênçãos do Senhor são para a sua família também. Portanto, procurem caminhar
dia a dia na direção indicada pela Palavra de Deus, olhando firmemente para Jesus,
aquele que abençoa a família.
PARA CASA
4

“Roupa suja se lava em casa”, diz o ditado. Sugerimos à família uma reunião para
conversar sobre relacionamento, alguma inimizade existente, problemas morais,
questão vocacional e profissional dos filhos, escolha do cônjuge, etc.
Após conversar sobre esses assuntos e firmar alguns compromissos, deverão se
entregar a um momento de oração pela família. Essa experiência pode ser repetida em
diversas ocasiões

Você também pode gostar