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Quem foi Abraão?

Abraão foi filho de Terá, e sua família era natural da cidade de Ur dos Caldeus, localizada na
Mesopotâmia. Após a morte do irmão de Abraão, a família saiu de Ur em direção à terra de
Canaã. Eles foram até Harã, e habitaram ali (Gênesis 11:31). Tanto Ur quanto Harã, eram
cidades pagãs e centros de adoração ao deus da lua.

É muito difícil de afirmar com exatidão o período do nascimento de Abraão, mas a maioria
dos estudiosos estabelece o início do segundo milênio antes de Cristo como data
aproximada para seu nascimento. Isso está de acordo com uma possível cronologia
utilizando os personagens bíblicos, além das descobertas arqueológicas que atestam um
paralelo impressionante com o relato bíblico.

No capítulo 12 do livro de Gênesis, a Bíblia nos mostra Deus convocando a Abraão para que
ele saísse do meio daquele cenário de paganismo. Ele deveria deixar sua parentela e partir
para uma terra prometida pelo próprio Deus. Com setenta e cinco anos, ele partiu em
direção à terra de Canaã levando consigo sua esposa sarai, seu sobrinho Ló, todos os seus
servos e bens que havia adquirido.

Após chegar à Palestina, Abraão ficou nas proximidades de Betel, Hebrom e Berseba. Mas
devido à fome que castigava a terra, Abraão desceu até o Egito. Temendo por sua vida, ele
não apresentou sarai como sua esposa, o que gerou alguns problemas para ele no Egito
(Gênesis 12:13).

Saindo do Egito, Abraão subiu para o lado do sul, e retornou para as proximidades de Betel.
Tanto Abraão quanto Ló eram muito ricos. Por isso houve até mesmo contenda entre seus
servos, porque a terra ali não comportava os dois habitando juntos. Ló e Abraão então se
separaram. Ló preferiu residir nas planícies verdes do Jordão, onde as cidades de Sodoma e
Gomorra estavam situadas. Já Abraão viajou para uma planície nas montanhas, chamada
Manre (Hebrom) ao sul.

A história de Abraão é marcada pelas


promessas de Deus
Inicialmente Abraão se chamava “Abrão”, que significa “pai exaltado” ou “grande pai”. Em
Gênesis 17 o nome do então Abrão, é mudado para Abraão, dando maior ênfase à ideia de
exaltação, significando “pai de muitos” ou “pai de uma multidão”. Abraão tinha noventa e
nove anos quando teve seu nome mudado por Deus.

Não foi apenas o nome de Abraão que foi mudado naquela ocasião, mas o nome de sua
esposa também. De Sarai, ela passou a se chamar Sara, porque também seria mãe de uma
grande nação.

Tais mudanças nos nomes tem a ver com a promessa feita por Deus a Abrão, começando
ainda em Gênesis 12. Depois, já no capítulo 15 de Gênesis, Deus promete a Abraão que ele
ainda seria pai, e que seu servo Eliézer não seria o herdeiro de sua casa. Sua descendência
seria incontável como as estrelas do céu.

Novamente no capítulo 17 de Gênesis, mesmo após o nascimento de Ismael, Deus reafirma


sua promessa a Abraão de que ele seria pai de muitas nações e que de Sara, na ocasião com
noventa anos, ainda seria mãe. Deus então fez um pacto com Abraão, selado pelo sinal da
circuncisão e, por fim, com o nascimento de Isaque, o filho da promessa.

Abraão, Isaque e o sacrifício


Isaque foi o filho da promessa que nasceu quando Abraão já tinha cem anos. O nome Isaque
significa “rir” ou “riso”. Isaque se tornou o centro de toda esperança de Abraão em relação às
promessas que Deus havia feito, porém Deus pediu Isaque em sacrifício a Abraão.

Gênesis 22 fala sobre a ocasião em que Deus provou Abraão. O estudo bíblico de Gênesis 22
mostra como o patriarca hebreu demonstrou obediência, plena confiança na promessa de
Deus e total compromisso com Ele.

Além disso, Gênesis 22 faz ainda uma referência ao sacrifício de Cristo ao registrar a provisão
de Deus de um carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque.

Gênesis 22 inicia dizendo que num determinado tempo Deus pôs Abraão à prova. A Bíblia
mostra em várias passagens que Deus submete seu povo a testes que muitas vezes
envolvem situações de sofrimento ou adversidade. Mas o objetivo das provações enviadas
por Deus é pedagógico. As provações servem para aperfeiçoar a fé e a obediência dos
santos.
Deus chamou Abraão e prontamente ele respondeu: “Eis-me aqui!” (Gênesis 22:1). Essa
expressão usada também por outros homens de Deus enfatiza sua posição de sujeição à
vontade do Senhor (cf. Êxodo 3:4; 1 Samuel 3:4; Isaías 6:8).

Deus ordenou que Abraão tomasse Isaque, seu único filho, e o oferecesse em holocausto em
um dos montes da terra de Moriá (Gênesis 22:2). Mas é interessante que o texto de Gênesis
22 não mostra em nenhum momento Abraão discutindo com o Senhor. Ele simplesmente
ouviu a ordem divina e a obedeceu imediatamente. Ele se levantou de madrugada, preparou
o seu jumento e a lenha, tomou Isaque e dois de seus servos, e partiu para Moriá (Gênesis
22:3).

Ao terceiro dia Abraão conseguiu avistar o lugar que Deus havia lhe falado. A partir dali ele
seguiu o caminho apenas com Isaque. Inclusive, Isaque foi o responsável por carregar a
lenha do holocausto. Isso significa que apesar de a Bíblia não dizer qual era a idade de
Isaque naquela ocasião, ele já tinha tamanho suficiente para tal tarefa (Gênesis 22:4-6).

Em determinado momento Isaque questionou Abraão sobre onde estava o cordeiro para o
holocausto, já que eles estavam carregando somente a lenha, o fogo e o cutelo. A resposta
de Abraão foi uma profunda declaração de fé: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro
para o holocausto” (Gênesis 22:8).

Deus providencia um carneiro para substituir


Isaque (Gênesis 22:9-19)
Gênesis 22 diz que quando Abraão e Isaque chegaram ao lugar indicado por Deus, o
patriarca edificou um altar, dispôs a lenha sobre ele e deitou Isaque amarrado sobre a lenha
(Gênesis 22:9). Também é interessante notar a obediência de Isaque. Em nenhum momento
Gênesis 22 registra qualquer lamentação ou revolta por parte do rapaz.

Quando Abraão tomou o cutelo para imolar Isaque, o Anjo do Senhor bradou do céu e lhe
interrompeu. Foi nesse momento que Abraão escutou as maravilhosas palavras: “Não
estenda a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não
me negaste o filho, o teu único filho” (Gênesis 22:12). Isso significa que a fé de Abraão havia
sido confirmada através da obediência (cf. Gálatas 5:6; Hebreus 11:17; Tiago 2:21).
Imediatamente Abraão ergueu os olhos e contemplou um carneiro preso entre os arbustos.
Abraão tomou o carneiro e ofereceu em holocausto, e chamou aquele lugar de “O SENHOR
Proverá”, do hebraico YHWH Yireh (Gênesis 22:13,14). Depois disso, mais uma vez o Anjo do
Senhor bradou do céu e confirmou a Aliança com Abraão (Gênesis 22:15-19).

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