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Texto Bíblico Básico: Gênesis 12.1-5,7,8; Gálatas 3.

13,14

A ALIANÇA ABRAÂMICA

Participantes. Deus e Abraão estão envolvidos nesta aliança, na qual Abraão é o representante


da futura nação judaica. Já vimos que as três primeiras alianças tratam da humanidade em
declínio e como um todo. A partir desta quarta aliança, Deus trata com um povo especial e
começa a fase ascendente de seu plano para que a comunhão entre Ele e o homem fosse
progressivamente restaurada. É a partir de Abraão que Deus começará a se relacionar com um
povo, ou seja, seus descendentes; estes descendentes constituíram a igreja visível de Deus no
Antigo Testamento. Quando os gentios nesta época queriam adorar a Deus, se tornavam
prosélitos, eram circuncidados e guardavam a Lei de Deus. Este povo não seria somente os
seus descendentes, mas todos aqueles que professassem fé no Deus de Abraão. 

Prosélito: Pessoa que abdicava de suas crenças para adotar a religião judaica. Religião.
Indivíduo que se converteu ao judaísmo ou a qualquer outra religião, doutrina, seita etc.
Adepto, partidário - pessoa que abraçou uma seita, uma doutrina, um partido.

Abraão morava em Ur dos Caldeus, seu pai se chamava Terá e era idolatra (Josué 24.2). Em
Abraão, Deus começa um novo estágio do pacto da redenção, a Igreja Visível surge com
Abraão. É com Abraão que Deus vai fazer um sinal visível de seu relacionamento: A
Circuncisão. É com os descendentes de Abraão que Deus estabelecerá a Páscoa, é com os
descendentes de Abraão que Deus ira ordenar a Lei, é dos descendentes de Abraão que Jesus
nasceu. Deus justificou e chamou Abraão quando ele não era circuncidado, até porque a
circuncisão é selo da fé, da aliança que Deus fez com Abraão. Por que cremos no Deus de
Abraão somos chamados filhos de Abraão, no sentido de sermos identificados com Ele (Gálatas
3. 6-14). Deus chama Abraão e faz com ele um pacto, e todo aquele que professar fé em Deus,
independente da nação, este que é verdadeiro filho de Abraão, este é o sentido que Paulo diz:
"Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o
evangelho Abraão dizendo: Em ti, serão abençoados todos os povos". (Gálatas 3.8).

a. As palavras ou promessas da aliança. Abraão é o pai de todos os que creem (Rm 4:16).
As promessas de Deus envolvidas na aliança Abraâmica tocam no natural e no
espiritual, no temporário e eterno. A promessa principal era a promessa da salvação
através de Cristo, a semente de Abraão (Mt1:1; Gl 3:16). Era uma aliança
incondicional.
b. O sangue da aliança – Gn 15
O sangue da aliança foi derramado na oferta dos cinco sacrifícios designados por Deus,
que são mencionadas em Gn 15. Deus passou por entre os pedaços destes sacrifícios,
enquanto Ele entrava em aliança com Abraão.
c. O selo da aliança – Gn 17 - O sinal, selo, ou símbolo desta aliança foi a circuncisão. Ela
é distintamente chamada de selo da aliança (Rm 4:11com At 7:8). Isto aponta para a
circuncisão do coração, a circuncisão do espirito, e não da letra, ou da carne
(Rm8:28,29).

Cláusulas: Vemos um total de catorze cláusulas com promessas para Abraão, para a sua
descendência (Israel) e para os gentios. O fato de que essas promessas foram feitas a Abraão e
à sua descendência, mostra que algumas delas não tiveram ainda seu cumprimento pleno, mas
aguardam pelo reino messiânico.

(1) Uma grande nação se formaria a partir de Abraão, a nação de Israel (Gn 12.2a; 13.16; 15.5;
17.2; 22.17)
(2) Promessa de uma terra- a terra de Canaã (12.4-7)
(3) O próprio Abraão seria grandemente abençoado (12.2b)
(4) O nome de Abraão seria grande (12.2c). Isto é verdade hoje entre judeus, muçulmanos e
cristãos 
(5) Abraão seria uma bênção para outros (12.2d).
(6) Aqueles que abençoassem Abraão e seus descendentes seriam abençoados (12.3a)
(7) Aqueles que amaldiçoassem Abraão e seus descendentes seriam amaldiçoados (12.3b)
(8) Em Abraão, todas as nações da terra seriam abençoadas (12.3c; 22.17,18
(9) Abraão teria um filho de sua esposa Sara (15.1-4; 17.16-21)
(10) Seus descendentes seriam escravos no Egito (15.13-14)
(11) Outras nações, além de Israel, nasceriam de Abraão. Os estados árabes são algumas
dessas nações. Muitos de seus descendentes de tornariam reis, judeus e não judeus (14.4-6)
(12) Seu nome é trocado de Abrão "pai exaltado", para Abraão "pai de muitas nações 17.5)
(13) O nome de sua esposa é trocado de Sarai "minha princesa", para Sara, "a princesa" (17.5)
(14) O sinal da aliança: circuncisão (17.9-14). A circuncisão indicava que esta era uma aliança
de sangue e enfatizava assim a sua solenidade. Outros povos do Oriente próximo já praticavam
por ocasião do nascimento ou puberdade. No entanto, havia uma particularidade na
circuncisão da aliança Abraâmica: Era um símbolo externo ou visível de estar em aliança com
Deus. Paulo explica o significado da circuncisão para a Novo Aliança em Rm 2.28,29 e Cl
2.11,12. Hoje a circuncisão é feita pelo Espírito Santo, no interior, e envolve o despojamento
das obras da carne. Significa morrer e ressuscitar com Cristo, o que é simbolizado pelo
batismo.

As Promessas de Deus a Abraão

Deus chama Abrão de sua terra em Gênesis 12. Sara sua mulher era estéril e pelos costumes
da época seu servo Eliezer poderia ser “adotado” ficando com todos os seus bens, Mas Deus
tinha outros planos para Abraão. Ele disse que Sara teria um filho. Imaginem a alegria que o
patriarca deve ter sentido. Talvez tivesse pensado no fato de ser velho, mas mesmo assim o
Texto Sagrado nos diz que Ele creu em Deus e isto lhe foi imputado para justiça Gn. 15.6.

1- Qual é o significado deste pacto? O pacto foi feito entre Deus e Abraão e tem um
significado muito profundo, Abraão pega os animais (novilha, cabra, cordeiro, rola e um
pombo) e a parte ao meio com exceção das aves Gn 15.10. Qual a razão disto? A razão era a
seguinte: Estava sendo estabelecido um pacto, este pacto não era diferente quanto à essência
do anterior feito com Adão e Noé, o pacto era ministração de graça. Lembremos que até o
momento não existia um povo especifico separado para Deus, do patriarca Abraão, Deus iria
levantar este povo, e para mostrar a imutabilidade de seu propósito Deus entra em aliança
com Abraão.
2- O que aconteceu neste pacto? O verso 12 do cap. 15 descreve que caiu profundo sono em
Abraão e grande pavor e cerradas trevas o acometeram. O Senhor lhe fala que sua
descendência seria peregrina em terra alheia e reduzida a escravidão e seria afligida por 400
anos. Interessante observarmos a exatidão da narrativa, antes de Israel se tornar escravo, ele
foi peregrino em terra alheia, só é olharmos a história de Isaque, Jacó. Aqui nós temos o
decreto da escravidão de Israel, na história de José temos todo o desenrolar da providência
para que os filhos de Jacó fossem ao Egito e ficassem lá, para que o decreto que Deus tinha
anunciado a Abraão se cumprisse. Deus disse também que iria julgar aquela gente, como de
fato fez, na história da travessia do mar vermelho. 

3- E para prova isto algo extraordinário aconteceu. O verso 17 descreve que: "Posto o sol,
houve densas trevas; E eis um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo que passou entre
aqueles pedaços" (verso 17) Por que Deus fez isto? Esta atitude tinha um significado
espantoso, a ideia era de que a parte que quebrasse o acordo seria morta e cortada ao meio
da mesma forma como aqueles animais foram. Deus estava mostrando a Abraão o quanto
levava sério a aliança. Deus cumpriu a aliança estabelecida com Abraão, tudo que tinha dito se
cumpriu.

ISAQUE, UM TIPO DE CRISTO

No capítulo 22, muitos detalhes do sacrifício de Isaque espelham eventos da morte e


ressurreição de Jesus (Hb 11.17-19). O Senhor disse a Abraão: "Toma Isaque, teu único filho, a
quem amas, e vai -te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que
eu te mostrarei (v.2). Este versículo oferece um paralelo com a entrega que Deus, o Pai, fez de
Seu Filho Unigênito. Acredita-se quo o monte na terra de Moriá seja a mesma colina em
Jerusalém em que o Templo veio a ser construído e onde Israel oferecia seus sacrifícios. O
sacrifício de Isaque foi voluntário (v.3-5), tal qual o de Jesus (Jo 10.17,18). A disposição de
Abraão em sacrificar Isaque e a provisão de um cordeiro (v 6-14), retratam o sacrifício que
Jesus fez definitivamente por nossos pecados (Jo 1.29; Hb 10-.12). 

ABRAÃO E A NOVA ALIANÇA

A aliança com Abraão prefigurava a Nova Aliança. Em Gênesis 15.5,6, Abraão é justificado por
sua fé. Aproximadamente dois mil anos antes da Nova Aliança, Abraão viveu o princípio mais
central da graça de Deus: a justificação pela fé. A frase "ele creu no Senhor", no hebraico,
significa literalmente "ele se apoiou sobre Jeová". Era mais que aceitar intelectualmente a
promessa - refere-se a confiar incondicionalmente na pessoa de Deus e em Sua promessa.
Abração colocou sua pessoa e seu futuro nas mãos de Deus.
A frase que é traduzida por fazer aliança, no original significa “cortar uma aliança” que é
justamente fazendo menção ao caráter da aliança, caso não cumpra, as partes contratantes
precisam ser cortadas como os animais. Essa ideia de cortar a aliança, aparece em outras
alianças no Antigo Testamento Jz 2.2; I Sm 11. 1-2, Is 28.15, Jr. 11.10, Ez 17.13; Os 2.18. Qual é
a significação desta divisão de animais no momento de estabelecimento de aliança? Tanto a
evidência bíblica quanto a extra bíblica combinam no sentido de: confirmar significação
especifica para este ritual. A divisão do animal simboliza um “penhor de morte”, no momento
do compromisso da aliança. Os animais desmembrados representam a maldição que o autor
do pacto invoca sobre si mesmo caso viole o compromisso que fez. A aliança tem uma
característica que é o derramamento de Sangue. 
A Circuncisão do Coração

Antes de Abraão, Deus se relacionou com famílias, vemos, por exemplo, o caso de Noé e
família. Eles não receberam um sinal visível deste relacionamento. Foi com Abraão que Deus
estabeleceu um estágio da aliança da redenção que teve como “uma” característica bem
diferenciada das anteriores é neste estágio que Ele dá um sinal, que todos aqueles que faziam
parte da Igreja visível no Antigo Testamento deveriam ter: A circuncisão. O que significa a
Circuncisão no contexto da aliança que Deus fez com Abraão? É importante entendermos
isto. A circuncisão indicava necessidade de purificação. O ato higiênico da remoção do
prepúcio simbolizava a purificação necessária para o estabelecimento de uma relação de
aliança entre um Deus santo e um povo profano. A aplicação da circuncisão ao primeiro pai da
linha familiar da promessa indicava que apenas a descendência física “não era suficiente para
fazer verdadeiros israelitas”. A impureza e a inabilitação da natureza humana deviam ser
eliminadas. 

 Circuncisão era a cerimônia onde era cortada a pele que cobre a cabeça
do órgão genital masculino, também chamada de prepúcio. Algo bem
parecido com a cirurgia de fimose realizada em nossos tempos. Era
realizada nos meninos ao oitavo dia de vida. “Esta é a minha aliança, que
guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós
será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por
sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado
entre vós” (Gn 17. 10-12). Seu significado era bem mais profundo do que
um corte visível feito na carne. A circuncisão mostrava que aquela criança
fazia parte da aliança de Deus feita com o povo de Israel. A circuncisão
também era realizada nos escravos que não tinham o sangue Israelita,
mas que faziam parte do povo. “Todo macho nas vossas gerações, tanto o
escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que
não for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua
casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne
e será aliança perpétua. ” (Gn 17. 12-13).
No Novo Testamento, a palavra circuncisão era usada para apontar para aqueles
que eram Israelitas (judeus). O termo, porém, ganha um significado mais profundo
nas cartas de Paulo, onde ele introduz o conceito de “circuncisão do coração”, que
significa uma conversão genuína, baseada na fé e na obediência a Jesus Cristo.
Deus não requer mais de nós um sinal feito na carne, mas sim um sinal feito no
coração de homens e mulheres. “Pelo contrário, o verdadeiro judeu é aquele que é
judeu por dentro, aquele que tem o coração circuncidado; e isso é uma coisa que o
Espírito de Deus faz e que a lei escrita não pode fazer…” (Rm 2. 29 – NTLH)

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