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Lição 1 1 de Janeiro

PROMESSAS E BÊNÇÃOS

Texto da lição: Génesis 12:1-9

Leituras diárias:

Segunda: Heb. 11:1-2 Quinta: Heb.11:8-19


Terça: Tiago 2:21-24 Sexta: Gál. 3:5-9
Quarta: Heb. 6:13 Sábado: Heb. 11:33-40

Leitura devocional: A preciosidade da fé e dos seus frutos – 1 Pedro 1:3-7

Texto áureo: “Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a
promessa, pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos crentes.” (Gálatas 3:22)

INTRODUÇÃO: A primeira secção do Génesis terminou com nota alta, ao referir a


proveniência de Abraão (11:26-32), a mesma nota com que tem início esta segunda
secção, com as promessas de Deus. Abrão foi-nos apresentado em Gén. 11:26-32,
filho de Tera, habitante da cidade de Ur dos caldeus, situada no sul do Iraque.
Tomando consigo o seu neto Ló, filho de Harã, que falecera em Ur, Tera partiu, com
Abrão, sua família e servos, para uma terra chamada Harã (Gén. 11:28-32). Agora,
em Gén. 12:1, inicia a narrativa da história de Abrão.
“Abrão”, é um nome que significa “pai exaltado”. Paradoxalmente, Abrão era
casado com uma mulher estéril! (Gén. 11:30). Quanta angústia e vergonha o estigma
da esterilidade trouxe à vida do casal! Mais tarde, Deus mudou o nome de Abrão para
Abraão, que significa “pai de uma multidão”, pois ele seria pai não apenas dos seus
descendentes, fisicamente, mas, igualmente, dos que, como ele, vivem pela fé (Rom.
4:16). Nesta primeira lição teremos como foco o contacto inicial de Deus com Abrão,
informando-o acerca do seu futuro e do dos seus descendentes. Estes primeiros
versículos do capítulo 12 constituem a plataforma de lançamento da história da
redenção humana, nas promessas e bênçãos dadas a Abrão, as quais permeiam toda
a Escritura e com impacto no mundo.

I – O SENHOR FALA A ABRÃO (12:1-3)

1. O Senhor dá uma ordem a Abrão (12:1). O primeiro registo do encontro de


Abrão com Deus incluiu a ordem para sair da sua terra onde se fixara, com sua
esposa Sarai. A ordem foi dada num crescendo, do mais vasto para o mais restrito: 1.
“sai da tua terra”; 2. “e da tua parentela”; 3. “e da casa do teu pai”. Desta forma, Deus
dizia a Abrão que iria deixar o seu espaço familiar e iria para um novo lugar que Deus
lhe mostraria. Quão difícil deve ter sido abandonar a sua terra e os seus queridos!
Esta era a ordem de Deus.
2. As promessas feitas a Abrão (12:2-3). Deus não tinha, apenas, uma ordem
para dar a Abrão. Tinha grandes planos para a sua vida! Nestes dois versículos,
encontramos a “Aliança de Deus com Abraão” (Levítico 26:42). Uma “aliança”, ou
”concerto” acontece quando uma parte promete alguma coisa a outra parte. Há dois
tipos de concertos mencionados nas Escrituras: a) “aliança condicional” - acontece
quando, àquela parte a quem é feita a promessa, são impostas determinadas
obrigações, como aconteceu no concerto de Deus com o Seu povo, no deserto (Deut.
28 e 29); b) “aliança incondicional” – acontece quando, à parte que recebe as
promessas, não são cobradas quaisquer condições, tal como aconteceu na Aliança
com Abrão. Este concerto que Deus fez com Abrão é apresentado através de uma
série de promessas, com uma ordem entre elas:
1. A promessa de formar, através dele, uma grande nação (12:2a). Abrão estava
familiarizado com o termo “nação”, visto estar rodeado de nações como o Egito e
Canaã. Que extraordinária promessa de, através dele, Deus formar uma “grande
nação”, certamente bem maior e poderosa do que aquelas que conhecia! Mas, para
que tal fosse possível, teria que gerar descendentes, sendo Sarai estéril.
2. A promessa de bênçãos (12:2b). Deus prometeu abençoar pessoalmente
Abrão. Deus estava a assegurar a Abrão que o dotaria de qualidades que garantiam a
sua prosperidade. As bênçãos do Senhor manifestam-se de variadas formas e
variados tamanhos. Deus pode escolher abençoar-nos material e/ou espiritualmente.
As bênçãos prometidas a Abrão incluíram as duas: teria uma multidão de
descendentes (15:5), receberia a justificação e o agrado do Senhor (15:6), e
acumularia bens materiais (14:16). De que formas, Deus te tem abençoado?
3.A promessa de dar a Abrão um grande nome (12:2c). Seria grande o nome, a
reputação de Abrão. O nome de Abraão é mencionado 311 vezes na Bíblia, sendo
que, 69 ocorrem no Novo Testamento. Tanto judeus, como cristãos e, ainda,
inúmeras nações consideram Abraão uma grande figura da história da humanidade.
Que tipo de reputação é associada ao teu nome?
4. A promessa de bênçãos e maldição (12:2d-3a). Antes de mencionar as três
bênçãos finais, Deus dá uma segunda ordem. A Sua primeira ordem tinha sido o
abandono da terra (12:1). Para o cumprimento das promessas, impunha-se a
obediência de Abrão, que partiu, sem mapa nem rumo definido, tão somente guiado
pela sua fé no Senhor.
A segunda ordem implicava que Abrão fosse uma bênção. Deus queria que
Abrão fosse uma bênção! Porque devia Abrão ser uma bênção? Os planos de Deus
para a sua vida, viriam a ditar as bênçãos divinas sobre toda a humanidade, pela
vinda do Messias. Tudo o que aconteceu, com Abrão e através dele, teve impacto em
todo o mundo.
Esta ordem dada a Abrão, de ser uma bênção, abre a porta às próximas três
promessas. As promessas quatro e cinco serão consideradas conjuntamente. Como
uma situação de “causa e efeito” (12:3a), quem abençoasse Abrão (causa) seria, por
Deus, abençoado (efeito). Em contraste, quem amaldiçoasse Abrão, desprezando-o
ou desrespeitando-o (causa), seria amaldiçoado por Deus (efeito) pois, dessa forma,
estaria a opor-se à promessa da proteção de Deus, para que fosse uma bênção.
5. A promessa de ser uma bênção para todas as famílias da terra (12:3b). A
sexta e última promessa era extensível a todas as famílias da terra, gentes de todas
as nações, raças e etnias, pois, através da sua linha genealógica, o Messias Salvador
viria ao mundo (Mat.1:1-2; Lucas 3:34). A morte expiatória de Jesus Cristo e
subsequente ressurreição trariam indizíveis bênção de eterna redenção (Apoc. 5:9).
Louvemos ao Senhor pelo Seu plano para abençoar, assim, o mundo!

II – ABRÃO OBEDECEU AO SENHOR (12:4-6)

1. Quem, e o que Abrão levou consigo? (12:4-5a). Uma ordem é proveitosa


quando é obedecida. À voz de comando de Deus (causa), Abrão preparou-se para
partir (efeito). Extraordinário testemunho que Abrão nos deixou! A sua obediência
incondicional e completa aparece enfatizada por três evidências: (1) A sua disposição
para fazer o que Deus lhe disse, (2) não obstante os seus 75 anos de idade, (3)
levando todos os seus bens. Não se tratava de uma saída temporária, mas uma saída
definitiva, levando consigo a sua esposa, o sobrinho e tudo o que tinha conseguido
em Harã, juntamente com os seus servos. Estamos nós dispostos a seguir o
exemplo de Abrão, seguindo o plano de Deus para a nossa vida?
2. Para onde foi Abrão? (12:5b). Saiu, com toda a sua comitiva com destino
a Canaã, terra habitada por outros povos. O facto de ser uma terra já ocupada não
tinha relevância para o Senhor, visto ter sido concedida a Abrão, bem assim aos seus
descendentes, segundo a promessa divina. Ali chegado, avançou até Siquém, “até ao
carvalho de Moré” (12:6a). Abrão encontrava-se, agora, em território inimigo (12:6b).

III – O SENHOR APARECE A ABRÃO (12:7)

1. O Senhor faz a promessa da terra (12:7a). Deus prometeu dar aquela terra
à semente de Abrão. Promessa após promessa, bênção após bênção, Deus iria
revelar o Seu favor para com Abrão e os seus descendentes.
2. Abrão edifica um altar (12:7b). Abrão encontrou, na adoração, a melhor
resposta às promessas e às bênçãos recebidas de Deus. Sabemos nós imitá-lo
neste gesto? Em Gén. 8:20, encontramos, em Noé, a mesma forma de adoração,
como resposta ao livramento do dilúvio. Que razões encontras, hoje, na tua vida,
para adorares ao Senhor?

IV – ABRÃO CONTINUA A SUA JORNADA (12:8-9)

1. Abrão ruma à montanha (12:8). A sua jornada, na terra de Canaã, ainda não
estava terminada. De Siquém a Moré, seguindo, agora, até às imediações de Betel,
onde ergueu as suas tendas, “tendo Betel ao ocidente e Ai ao oriente”. Ali, mais uma
vez, o seu coração desperta para o louvor e adoração a Deus, construindo um altar,
onde invocou o nome do Senhor. Segue o exemplo de Abrão, invocando o Nome
do Senhor: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o
invocam em verdade.” (Salmo 145:8).
2. Abrão caminha para sul (12:9). Sabendo que aquela terra ainda não entrara,
segundo os padrões humanos, na sua posse efetiva, avança, para sul, em direção ao
deserto do Neguev.

CONCLUSÃO

A fé de Abrão não vacilou, quando Deus lhe ordenou que saísse de Harã, da
casa do seu pai. Não vacilou, não apresentando quaisquer objeções, obedecendo
prontamente à ordem dada por Deus. Pela fé, entregou a história da sua vida aos
planos de Deus. Por seu intermédio, Deus concretizou o Seu plano de redenção do
mundo, em Cristo Jesus.
Lição 2 8 de janeiro

“PEQUENAS MENTIRAS” CRIAM GRANDES PROBLEMAS

Texto da lição: Génesis 12:10-20

Leituras diárias:

Segunda: Isaías 59:1-15 Quinta: 1 João 2: 18-25


Terça: Prov. 12:22 Sexta: 1 João 4:20-21
Quarta: Salmo 101 Sábado: Efésios 4:25

Leitura devocional: Mentindo contra o Espírito Santo – Atos 5:1-11

Texto áureo: “Eis as coisas que deveis fazer: Falai verdade, cada um com o seu
companheiro; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas.” (Zacarias 8:16)

INTRODUÇÃO: Nas palavras proferidas por Deus a Abrão, em Génesis 12:1-3, havia
promessas extraordinárias: Deus faria dele uma grande nação, abençoá-lo-ia e dar-
lhe-ia um grande nome, sendo ele uma bênção. Tinha a garantia da proteção de Deus
face a todos os que quisessem o seu mal. Abrão devia, agora, saber que Deus era
com ele. Mas, à semelhança de muitos que recebem as promessas e as bênçãos do
Senhor, em circunstâncias adversas, esquecem umas e outras e a sua fé fraqueja. O
crente nunca se deve esquecer de manter completa confiança no Senhor!

I – FOME NA TERRA (12:10)

Abrão tinha subido ao topo da montanha, quando ouviu as promessas do Senhor.


Foi um ponto alto, que encheu o seu coração de grande confiança e alegria,
certamente. Geralmente, a estes pontos altos, seguem-se momentos em que a nossa
fé é posta à prova. O teste à fé de Abrão surgiu naquele ambiente de fome. Esta foi
uma penosa circunstância, enquanto seguia na senda das promessas e bênçãos de
Deus. A fome era o resultado da seca, da ausência de chuva, por longos períodos de
tempo, causando escassez de mantimentos. Naquela altura, a fome era “grande”. O
Egito era, naturalmente, em casos de seca, o destino mais recomendado, visto que o
caudal do rio Nilo garantia água, em abundância, para irrigar todas as campinas em
redor, pelo que Abrão rumou ao Egito. Que situações têm acontecido na tua vida
que resultaram como testes à tua fé?

II – A MENTIRA, NOS PLANOS DE ABRÃO (12:11-13)

1. A motivação para a mentira (12:11-12). Por vezes, a mentira não é


planeada, surgindo no calor do momento. Uma situação de maior pressão pode
originar uma mentira como reação imediata. Noutras alturas, pode ser previamente
ponderada, tal como aconteceu com Abrão. Ao aproximar-se do Egito, no seu espírito
surgiram pensamentos, receios e inquietações quanto à sua vida, dada a beleza de
Sarai, temendo que os egípcios o matassem para ficarem com a sua mulher.
2. O conteúdo e a causa da mentira (12:13). Situações extremas pedem
medidas extremas! Como resposta ao seu medo, Abrão urde um esquema para se
livrar de perigos, arrastando Sarai consigo. Abrão aproveita-se do amor de Sarai,
implorando-lhe, como prova do amor, que minta afirmando ser sua irmã, quando
questionada. Sarai, era, efetivamente, meia irmã de Abrão, visto ser, igualmente, filha
de Tera, se bem que de outra mãe (Gén. 20:12). Esta bivalência era uma forma de
tranquilizar a consciência de Abrão, face à mentira que planeara. Porém, aos olhos de
Deus e dos homens, a mentira era completamente reprovável, visto ser, para todos os
efeitos, casado com Sarai. Jesus disse ser Satanás o pai da mentira (João 8:44). Em
Provérbios 6:16-17, 19, a Bíblia declara que Deus abomina a língua mentirosa e
testemunhas que falseiam a verdade.
Percebe-se, nas suas palavras, um Abrão mais preocupado com a sua vida do
que com a vida e bem-estar de Sarai, expondo-a a ser tomada por qualquer outro
homem! Abrão confiava mais na mentira que Sarai teria que apresentar do que na
ação de Deus como seu protetor. Porém, aqueles que confiam nas promessas do
Senhor não necessitam de recorrer a medidas extremas, nem a esquemas duvidosos.
A confiança plena no Senhor é a resposta aos temores do crente perante situações
difíceis!

III – ACONTECIMENTOS NO EGITO (12:14-16)

1. Os egípcios reparam na beleza de Sarai (12:14-15a). Naturalmente, como


Abrão premeditara, os egípcios, tanto o povo como os príncipes de Faraó,
imediatamente repararam na beleza de Sarai.
2. Sarai é levada para a casa de Faraó (12:15b). Os príncipes do Egito, cujos
ofícios eram desempenhados na presença de Faraó, comentaram e gabaram a
beleza de Sarai, tendo esta sido levada para a casa do rei.
3. Faraó trata bem Abrão (12:16). Grato pelo prazer de ter Sarai perto de si, e
pela estima que ela granjeara, Faraó “fez bem a Abrão”, com gentileza e cordialidade,
concedendo-lhe imensos bens. Poderíamos ser levados a pensar que a mentira de
Abrão recebeu, da parte de Deus, grande recompensa! Deus abomina a mentira; por
isso, não se tratou de uma retribuição divina. O que parecia ser uma “pequena
mentira” estava prestes a tornar-se num grande problema.

IV – PRAGAS SOBRE FARAÓ E TODA A SUA CASA (12:17)

Abrão sentir-se-ia razoavelmente bem com a presença de Sarai no palácio real,


visto ter acumulado riquezas dadas por Faraó. Porém, Deus não podia, de forma
alguma, estar feliz. O desagrado do Senhor foi notório através das pragas que
assolaram o palácio real. Grande sofrimento e doença se fizeram sentir. Tudo isto
aconteceu (efeito) por Sarai ser mulher de Abrão (causa).
Notemos como o texto enfatiza o cerne da questão: Sarai era mulher de Abrão.
As promessas de Deus diziam respeito a Abrão, mas envolviam, também, Sarai. As
promessas de Deus não se concretizariam com Sarai a morar no palácio real. Embora
Abrão tivesse pecado, o Senhor interveio para garantir as promessas feitas e as
bênçãos que receberiam, segundo a Sua vontade. Louvemos ao Senhor pela Sua
proteção a Abrão e a Sarai, visando o Seu plano de redenção para o mundo!

V – FARAÓ QUESTIONA ABRÃO E DESPEDE-O (12:18-20)

O texto não nos esclarece acerca da forma como Faraó soube que Sarai e
Abrão eram casados. Teriam vindo as pragas, porventura, logo após a ida de Sarai
para o palácio? Teria sido alertado, em sonhos, pelo Senhor? O facto é que ele o
soube, confrontando, imediatamente, Abrão com a gravidade da situação que criara,
através de três perguntas: (1) “Que é isto que me fizeste?” (2) “Por que não me
disseste que ela era tua mulher?” (3) “Por que disseste: É minha irmã?” Podemos
imaginar Faraó interrogando-se: Quem é esta gente que acarreta tanto mal sobre
mim, pelo facto de trazer a sua mulher para minha casa? Este foi o primeiro encontro
dos egípcios com o Senhor, mas não seria o último (Êxodo, caps 7 a 12).
Porque o rei se queria ver livre daquelas pragas o mais rapidamente possível, e
porque Sarai era a causa, imediatamente deu duas ordens a Abrão: toma a tua
mulher e vai-te! Para evitar mais delongas, deu ordem aos seus varões para os
acompanharem até aos termos do seu reino (12:20). Das promessas feitas a Abrão,
constava a proteção de Deus que, naquele momento, se manifestava. Agora, Abrão e
Sarai seguem, como marido e esposa, com todos os bens conseguidos, aguardando
as demais bênçãos para eles e os seus descendentes.

CONCLUSÃO: Não nos é possível imaginar as terríveis teias de angústia e dor que
nos aguardam, quando urdimos a mentira! Não nos iludamos, como Abrão, com a
nossa esperteza apoiada naquilo que Deus abomina!
Quando enfrentamos o medo ou o perigo, coloquemos toda a nossa confiança no
Senhor.
Louvemo-Lo pela proteção concedida a Abrão e a Sarai, para que tivéssemos a
graça da salvação em Jesus Cristo.

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