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PROJETO DE LEITURA BÍBLICA

Ciclo I – Dias 1 a 4
FAZENDO DISCÍPULOS DE CRISTO NO MUNDO

1. O cenário da redenção

Quem sou eu nessa história?


Constantemente nos perguntamos “por que sou como sou?” ou, então, “por que o
mundo está como está?”. Cada vez mais parece que as pessoas estão buscando respostas para
estas perguntas no presente, geralmente, buscando a quem responsabilizar ou culpar. Neste
sentido, uma pergunta que se perdeu e que, talvez, poucos a fazem é “por que estou aqui?”.

Como aproveitar a leitura


A primeira sequência de leitura foi projetada para ser cumprida em quatro dias. Ela
pretende fornecer uma visão histórica dos dias da criação até os dias de Noé. Recomenda-se que
ao ler, você anote em um caderno ou aplicativo de anotações as principais características do
enredo das histórias que lerá: onde que se passa, quem são os personagens envolvidos, o que
acontece com eles. De forma especial, tente perceber os momentos em que o narrador emite
algum juízo de valor ou apresenta uma informação que somente ele parece possuir. Exemplo
disso, “Ora, um e outro, o homem e a sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam” (Gn
2.25).

PLB

Dia 1: Gênesis 1.1-2-4 [o Criador e a sua criação]; 2.5-25 [a criação do ser humano em detalhes,
seus relacionamentos e suas obrigações]
A boa Palavra de Deus que criou todas as coisas muito boas (1.31) também foi
dirigida ao homem dizendo: “[...] da árvore do conhecimento do bem e do mal você
não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá”
(2.17).
Dia 2: Gênesis 3.1-24 [a queda do homem e o caminho prometido por Deus para sua redenção];
4.1-26 [o primeiro sinal da inimizade entre a descendência da mulher e a descendência da
serpente]
A mesma Palavra usada para criar todas as coisas foi utilizada pelo Senhor para
sentenciar a serpente, a terra e Caim. Por outro lado, ela também foi instrumento de
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esperança para a vida de Adão e Eva, dando-lhes a promessa do descendente que


esmagaria a cabeça da serpente.
Dia 3: Gênesis 6.1-22 [o anúncio do dilúvio por causa da multiplicação da maldade na terra]; 7.1-
24 [o dilúvio e a salvação de Noé e sua família]
A desobediência dentro do jardim do Éden culminou com a multiplicação do pecado
em toda a terra, levando o Senhor a destruí-la por meio das águas do dilúvio.
Dia 4: Gênesis 8.1-22 [as águas do dilúvio baixam e Noé e sua família saem da arca]; 9.1-19 [a
aliança de Deus com Noé]; 9.20-29 [maldito seja Canaã, bendito seja o Senhor]
O dilúvio é uma história singular. Pelas águas Deus destruiu todo ser vivente que
corrompia e enchia a terra de violência, mas, ao deixarem a arca, Noé percebe que
a descendência da serpente é espiritual. Não são apenas os filhos de Caim, mas na
própria linhagem de Sete, encontra-se Cam e seu filho Canaã, que daria origem a um
povo que séculos depois também seria considerado maldito à semelhança do
primeiro assassino.

GUARDANDO A LEITURA
1. O que a criação revela sobre o Criador?
Nos acostumamos a ler Gênesis 1 e a concluir que é um texto que simplesmente fala da
criação. Lembramos da forma como Deus trouxe à existência céu, terra, mar, animais e o ser
humano e imaginamos a beleza original do mundo feito pelo Criador. No entanto, uma leitura
atenta do primeiro capítulo da Bíblia, também nos ensinará muito a respeito do próprio,
principalmente nas expressões e frases que mais se repetem (“Chamou Deus”, “Viu Deus”, “e
assim se fez”, etc.). Duas delas, em especial, nos ensinam a respeito da natureza singular do
Senhor: 1) “Disse Deus”; 2) “e viu Deus que era bom”.
A primeira oração, “Disse Deus”, nos ensina que o Deus da Bíblia é um Deus que fala.
Por meio do seu falar, Deus criou todas as coisas e instruiu o ser humano sobre suas
responsabilidades (cf. Gn 2.15-17). Ao longo da leitura, descobriremos também que é por meio
da sua Palavra que ele consola, condena, gera uma nova vida espiritual e faz tantas outras coisas.
Seu ato de falar revela que o Senhor é um Deus pessoal que se relaciona com a sua criação, em
especial, com aqueles que são sua imagem.
Uma segunda frase que nos diz muito a respeito do Criador é que ao criar tudo “viu
Deus que era bom”. A frase que se repete ao final do relato de cada dia da criação, não qualifica
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apenas a criação como boa, mas nos mostra que a criação só era boa, porque o Criador também
o é.

2. Criados para adoração e relacionamentos


Quando o ser humano foi criado, o caráter distintivo da sua essência em relação a todos
os animais é que ele foi feito “à imagem e semelhança de Deus”. Esta característica singular o
colocou imediatamente em um relacionamento de adoração e obediência ao Senhor. Além disso,
foi lhe dado responsabilidades em relação aos seus semelhantes e para com a criação.
Dentro do jardim do Éden, um santuário separado por quatro rios do restante da terra,
foi atribuída a Adão a responsabilidade de “cultivar” e “guardar” o santuário. Dentro do jardim,
o ser humano desempenharia o papel de sacerdote de Deus.
O relacionamento de adoração para com Deus e todos os demais relacionamentos
dependeriam da obediência do homem a um mandamento do Senhor: “da árvore do
conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.” (Gn 2.17)

3. O que é o pecado?
O pecado é toda transgressão contra a lei de Deus. A cobiça, o pecado mais interior do
ser humano, é apontada como origem de toda a transgressão (cf. Tg 1.14-15), sendo esta
possivelmente a razão de ser a matéria do décimo mandamento do decálogo.1
Com Adão e Eva, a serpente, o diabo (cf. Ap 12.9), fez uso da cobiça como arma para
que os dois quebrassem o mandamento estabelecido pelo Senhor. Sutilmente, Satanás levou a
Eva a distorcer a Palavra do Senhor até o momento em que declarou a contradisse por completo:
“é certo que vocês não morrerão”. Porém, a sua artimanha mais eficaz foi prometer à mulher de
que os dois “seriam como Deus, conhecedores do bem e do mal”. Plantada esta semente, aqueles
que foram criados para adorar o Senhor, por meio da relação de Senhor e servo, cobiçam a
posição de igualdade e, por consequência, de independência em relação a Deus. Comendo do
fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, transgrediram a lei do Senhor.

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4. As consequências da queda
Tendo aquele que é a imagem de Deus e seu representante diante de toda a criação se
tornado um pecador, imediatamente as consequências de seu erro são percebidas. Vergonha e
medo, sentimentos que não conheciam até então, tomam conta de seu coração. A voz do Senhor
que o outrora era sua fonte de instrução, agora, trazia-lhes pavor a ponte de se esconderem entre
as árvores do jardim. Quando confrontados por Deus, a primeira atitude foi a tentativa de culpar
terceiros pelo seu pecado. Não apenas a semelhante era culpada, mas o superior que a havia lhe
dado como esposa também o era. Relacionamentos quebrados são produtos de nossos pecados.
Mas, a maior de todas as consequências ainda lhes seria demonstrada. Aqueles que até
então não conhecimento sentimentos negativos, também nunca haviam contemplado a morte.
Por isso, para mostrar que “certamente morreriam”, o próprio Senhor matou um inocente
animal, tanto lhes ensinando a respeito da realidade do preço do seu erro (cf. Rm 6.23), quanto
lhes provendo cobertura para o que lhes dava vergonha.

5. A expectativa do descendente
Junto com o animal morto para providenciar roupas para Adão e Eva, o Senhor falou
que a respeito de um descendente da mulher que seria ferido pela serpente, mas a derrotaria.
Desde então, homem e mulher, bem como todo o povo de Deus do Antigo Testamento,
passaram a esperar por este descendente que triunfaria sobre seu inimigo. As palavras de Eva ao
nascer seu primogênito ecoaram o que estava em seu coração: “Adquiri um varão com o auxílio
do Senhor”.
No entanto, ao invés de inimigo, Caim se revelou como um aliado de Satanás. Após
assassinar seu irmão mais novo, foi amaldiçoado pelo Senhor da mesma forma que a serpente e
a terra o foram. Após isso, se tornou fugitivo e errante pela terra, afastando-se da presença de
Deus.
Em sua misericórdia, em conformidade com o plano prometido, “Deus concedeu outro
descendente em lugar de Abel, que Caim matou”. Com Sete e sua descendência, o nome de
Senhor passou a ser invocado entre os homens. De forma diferente, a linhagem de Caim revelava-
se mais e mais inclinada à violência e à vingança.
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6. A razão do dilúvio
A maldade inicialmente atrelada à descendência de Caim revelou-se presente em meio a
todos os homens. O Senhor que outrora “viu que tudo era muito bom” (Gn 1.31) agora “viu que
a a maldade das pessoas havia se multiplicado na terra e que todo desígnio do coração delas era
continuamente mau” (Gn 6.5). Porque “a terra esta corrompida à vista de Deus e cheia de
violência” (Gn 6.11), o Senhor resolveu acabar com todos os seres humanos por meio do dilúvio,
poupando apenas Noé, “homem justo e íntegro entre seus companheiros”, e sua família.
Por quarenta dias e quarenta noites de chuva e, depois, por mais de um ano, o dilúvio
destruiu a criação. E, se havia a expectativa de que com a destruição dos homens maus,
especialmente a descendência de Caim, o mal também estaria eliminado, o ato de Cam
demonstrou que a descendência da serpente é exclusivamente espiritual, podendo estar tanto na
descendência de Caim, quanto na descendência de Sete. A maldição de Canaã é a mesma da
serpente, da terra e de Caim.

APLICANDO A LEITURA
1. Constantemente as pessoas estão questionando qual o sentido da vida. Com a leitura de
Gênesis 1 e 2, você acredita que este sentido é estabelecido por Deus, pela própria pessoa ou
pela sociedade? Por quê?

2. Em quais áreas da vida humana conseguimos perceber as consequências do pecado? Há


alguma área de sua vida que estas consequências são mais nítidas?
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3. A característica principal da queda de Adão e Eva foi sua rebeldia e busca por autonomia em
relação a Deus. Uma das formas de lutar contra o pecado é identificando onde estamos sendo
rebeldes em relação à lei de Deus. Você enxerga algum traço desta rebeldia em sua vida? Você
já tentou lutar contra ela? Se a luta até o momento não se mostrou frutífera, quais outros
instrumentos ou auxílios você pode utilizar?

4. O que você aprendeu de novo com a leitura destes quatro primeiros dias?

5. Ficou alguma dúvida sobre a leitura dos primeiros capítulos de Gênesis? Se sim, escrava para
geimar@ipsantoamaro.com.br

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