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2° Trimestre De 2023
 TEMA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé nas promessas
de Deus 
Lição 01: Do Éden a Babel
TEXTO ÁUREO
“E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3.15

VERDADE APLICADA
O Senhor Deus, que criou todas as coisas conforme a Sua vontade, é
poderoso para cumprir o Seu glorioso propósito.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar Deus como o Criador e Senhor da História.
Apresentar o coração do homem e o coração de Deus.
Explicar a origem das três civilizações antigas.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 1
26- E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus,
e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move
sobre a terra.
27- E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou;
macho e fêmea os criou.
28- E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as
aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra.
31- E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. E foi a
tarde e a manhã, o dia sexto.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn 1.26-31 A criação dos seres viventes.
TERÇA / Gn 3.1-8 A queda do homem.
QUARTA / Gn 3.7-19 Deus prometeu redimir a humanidade.
QUINTA / Rm 5.19-21 A graça superabundou o pecado.
SEXTA / Hb 8.6-11 Cristo é mediador de um pacto eterno.
SÁBADO / Ap 21.1-4 O novo céu e a nova terra.
HINOS SUGERIDOS: 124, 139, 258

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que possamos colocar mais nossa confiança em Deus e Seus
propósitos.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– Elohin: o Criador e Senhor da História
2– O coração do homem e o coração de Deus
3– A origem das três civilizações antigas
Conclusão

INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos lições baseadas no livro de Gênesis,
identificado como o livro dos começos. Na presente lição serão
enfatizados os seguintes assuntos: a maravilhosa e perfeita obra da
redenção já tinha sido planejada por Deus antes da fundação do mundo;
a multiplicação da maldade na humanidade; e a origem das nações e
dispersão dos povos.

PONTO DE PARTIDA: Os propósitos de Deus sempre se cumprem.

1- ELOHIN: O CRIADOR E SENHOR DA HISTÓRIA


Como o povo de Israel que nasce na glória dos propósitos de Deus acaba
aparecendo em estado de escravidão no Egito? O livro de Gênesis nos
responde esta pergunta.
1.1. O Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo. O plano
da redenção divina não foi um desesperado plano B de Deus para
resolver o problema da queda. Aquele que teria o calcanhar ferido pela
serpente é o mesmo descendente da mulher que lhe esmagaria a cabeça
na cruz [Gn 3.15]. Mas Sua morte estava determinada antes da fundação
do mundo [Ap 13.8]. Precisamos ler toda a Escritura tendo isso em
mente.
Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Moody – Gênesis 3: “Assim,
temos nesta famosa passagem, chamada protevangelium, “primeiro
evangelho”, o anúncio de uma luta prolongada, antagonismo perpétuo,
feridas de ambos os lados, e vitória final para a semente da mulher. A
promessa de Deus de que a cabeça da serpente seria esmagada
apontava para a vinda do Messias e a vitória garantida. Esta certeza
entrou pelos ouvidos das primeiras criaturas de Deus como uma bendita
esperança de redenção.”

1.2. O Deus que vela por Sua Palavra. O desenrolar histórico que se deu
desde esta promessa divina no Éden até a sua consumação, não consiste
de acidentes aleatórios, obras do acaso e trapalhadas humanas. Deus
conduziu e conduz a história de uma forma misteriosa, amorosa e
soberana para que o que Ele prometeu permanecesse de pé. O redentor
viria como semente da mulher – uma referência clara à encarnação do
Verbo e nascimento virginal do Cristo. E esta mulher descenderia de
Israel. Daí, Deus, ao preservar Israel em toda a sua história de erros e
fracassos, está garantindo o cumprimento daquilo que Ele prometeu,
pois Deus mesmo cuida para que Sua Palavra se cumpra [Jr 1.12; Ml 3.6].
Subsídio do Professor: No verso de Jeremias, Deus deixa claro que Ele
mesmo cuida para que aquilo que Ele prometeu se cumpra. O próprio
Deus ilustra Sua prontidão em cumprir Suas promessas com uma vara de
amendoeira, cujo termo no hebraico é semelhante à palavra “vigiando”.
Antes de ser fiel aos Seus servos, Ele é fiel a Ele mesmo. As promessas de
Deus são um compromisso dEle com Ele mesmo. Em Malaquias isso é
reforçado em nossa relação com Ele. Fica claro que, na aliança que Deus
tinha com Israel, se dependesse de Israel, Deus já os teria destruído
completamente. Ou seja, a única razão para Israel ainda estar sendo
preservado, era porque, ainda que o homem mude e abandone seus
compromissos com Deus, Deus, por amor a Sua glória, não muda em
Suas promessas.

1.3. A semente da mulher. A serpente que estava no Éden ouviu numa


mesma frase Deus falar tanto do destino de Cristo assim como do seu
próprio destino [Gn 3.15]. Ainda assim passou a história tentando
impedir que o descendente da mulher viesse ao mundo. Quando Israel
estava no Egito, Faraó tenta exterminar a próxima geração de hebreus
matando os recém-nascidos machos para eliminar possíveis ameaças de
rebeliões [Êx 1.16].Se esta loucura tivesse pleno sucesso, a raiz pura de
Israel de onde o redentor nasceria se perderia com a miscigenação
egípcia. Por trás da intenção insegura e infanticida de Faraó, estava a
serpente tentando “ferir o calcanhar” de Israel para que o redentor não
chegasse a nascer.Deus, porém, salvou das águas a Moisés [Êx 2.1-9],
varão hebreu de sangue puro que redimiria Israel da escravidão egípcia.
Deus usou Moisés como um tipo Daquele que no futuro viria para libertar
o povo da escravidão do pecado [Mt 1.21; Jo 8.36].
Subsídio do Professor: R. Cole (Êxodo: introdução e comentário, Vida
Nova, 1980, p. 54): “Essa vã tentativa de eliminar o povo de Deus
encontra seu paralelo no Novo Testamento quando Herodes tenta
destruir toda uma geração de meninos em Belém [Mt 2.16]. Todavia,
como no Novo Testamento, o agente escolhido de Deus é protegido; nem
Faraó nem Herodes podem se opor ao plano de Deus.”
EU ENSINEI QUE:
A história humana, cercada de fracassos e fraquezas, não frustra os
planos de Deus.

2- O CORAÇÃO DO HOMEM E O CORAÇÃO DE DEUS


Após a queda do homem, a caminhada da humanidade foi cada vez mais
degradante. Gênesis, cujo significado simples significa começo, sinaliza
de fato o começo de tudo. Inclusive do sofrimento na história humana.
2.1. O mal no íntimo do homem. O primeiro homicídio dentro da
primeira família com Caim e Abel mostra como a raça e sua história seria
marcada pelo “morrerás” decretado no Éden [Gn 2.17]. Não só a morte,
mas o homicídio entrou na rotina humana e não saiu mais. Pelo
contrário, foi institucionalizado [Gn 4.15; 9.6]. Caim e Abel foram os
primeiros irmãos e Caim o primeiro homicida. Champlin, em seu
comentário sobre o primeiro homicídio em Gênesis, diz: “Essa narrativa
simboliza a degeneração humana desde o princípio. Nada havia no meio
ambiente de Caim que o tivesse levado a matar seu irmão. O ato
originou-se da maldade no íntimo.”
Subsídio do Professor: É impressionante perceber como a virtude de
Abel estimulou o pecado no interior de Caim. Esta é a natureza do mal
em que se encontra o homem após a queda. O ambiente não explica
nem origina a maldade. Ela já está à porta da alma esperando
oportunidade de manifestar as trevas interiores [Jo 3.20].

2.2. A tristeza no íntimo de Deus. O mal no íntimo do homem


manifestou a tristeza no íntimo de Deus. A forma mais próxima de
descrever esta tristeza de Deus estão nas palavras: “Então arrependeu-se
o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu
coração.” [Gn 6.6]. Esta tristeza é revelada depois que Deus constata o
estado avançado do coração humano para o mal [Gn 6.5]. Esta
constatação culminou no dilúvio. É nos dito que Deus se arrependeu de
haver feito o homem e decide fazê-lo desaparecer da face da terra [Gn
6.7]. Porém, uma família foi salva. A família de Noé.
Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Broadman, JUERP, 1987 – p.
196: “O verbo arrependeu-se (literalmente, suspirar) descreve o fato de
se arrepender e de ficar triste apenas em sentido derivado. O escritor
não quer dizer que Deus lamenta ter criado o homem, mas que Ele
suspira de tristeza com o que está acontecendo. Uma coisa era prever o
pecado do homem; outra, enfrentá-lo. Os três verbos deste versículo:
arrependeu-se, feito e pesou provêm da mesma raiz, da mesma forma
como as três principais palavras da declaração de Lameque, em 5.29:
“consolará… obras… trabalho.” “Da mesma forma como as obras dos
seres humanos lhes produziam dores, os seus atos na esfera moral
causaram sofrimentos ao seu Criador” (Cassuto).”

2.3. Graça em meio ao juízo. Após descrever a corrupção que assolava a


humanidade, a maldade se multiplicando e a decisão do Senhor de
destruir da face da terra o ser humano, o escritor sagrado apresenta um
“porém” [Gn 6.8] – termo que expressa um contraste: há um homem que
tem fé em Deus, obedece a Deus, anda com Deus. Pela graça de Deus,
manteve-se puro em meio a uma geração corrompida [Gn 6.9; Hb 11.6-7].
Noé não se conformou com o modus vivendi de sua geração [Fp 2.15; 2Pe
2.5].O relato da epístola aos Hebreus e da primeira de Pedro [1Pe 3.20]
fazem menção da salvação da família de Noé. Dentre tantas lições
preciosas a serem extraídas deste texto, destacamos:
1) A graça de Deus continua se manifestando de maneira
superabundante;
2) A influência positiva de Noé sobre sua família antes do dilúvio;
3) A fé que resulta em obediência a Deus e um viver justo e reto.
Subsídio do Professor: Deus disse que Noé foi o único justo que Deus
encontrou naquela geração [Gn 7.1]. Porém, Paulo faz uso da teologia da
queda do Antigo Testamento para concluir que “não há um justo sequer”
[Rm 3.10]. Como entender isso? Existem homens que são mais justos ou
mais pecadores que outros. Porém, a justiça que salva não é aquela que
podemos observar em comparação aos homens, mas é uma justiça que
reflete a pureza e santidade de Deus. Neste quesito, não há um justo
sequer. Para sermos salvos por Deus, precisamos deste tipo de justiça
que vem de Deus por meio de Cristo. Uma justiça que se manifesta no
evangelho. Que não é por mérito, mas pela graça de Deus.
EU ENSINEI QUE:
Após a queda do homem, a caminhada da humanidade foi cada vez mais
degradante.

3- A ORIGEM DAS TRÊS CIVILIZAÇÕES ANTIGAS


Quando Noé estava construindo a arca, o som das suas marteladas na
madeira era engolido pelo barulho da vida desregrada em que vivia sua
sociedade. Agora, porém há um completo silêncio e uma terra vazia para
um novo começo.
3.1. Uma nova terra. Deus deu a Noé o que deu a Adão: missão e
autoridade. Ele deveria se multiplicar, encher a Terra e dominá-la [Gn
9.1-3]. Temos um paralelo com o Éden aqui. O dilúvio é um novo começo.
Porém, não no jardim, e não sem pecado. Por esta razão a lei a respeito
do valor da vida foi estabelecida. Quem tirasse uma vida teria a vida
tirada, sob a perspectiva de que cada ser humano carrega a imagem de
Deus [Gn 9.5-6].Estabelecido este mandamento e dada a Noé sua missão,
Deus faz com ele e seus descendentes Sua aliança. Esta aliança divina,
porém, se enquadra mais com uma promessa divina, pois não há parte
requerida ao homem para que Deus não destrua mais o mundo com
águas [Gn 9.9-17]. A partir dos filhos de Noé, toda a terra foi repovoada
[Gn 9.19].
Subsídio do Professor: Expressões como “E lembrou-se Deus de Noé”
[Gn 8.1] e “Então me lembrarei do meu concerto” [Gn 9.15] têm a mesma
natureza da expressão “Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o
homem sobre a terra” [Gn 6.6], que é falar em linguagem humana a
respeito de Deus. Chamamos isso de antropomorfismo, quando Deus é
representado em forma humana ou antropopatismo, quando é
representado por emoções humanas. Deve-se entender a dificuldade e
limitações do escritor bíblico em traduzir a revelação de Deus aos
homens, buscando as melhores palavras que dispunha para conseguir se
fazer entendido. Tais palavras são sempre insuficientes, porém as
melhores que ele tinha.

3.2. As três civilizações. Com o início de uma nova humanidade, os três


filhos de Noé se tornaram os pais das três grandes civilizações do mundo
antigo [Gn 10.32]. Sem deu origem aos semitas, de onde surgiriam os
judeus, de quem nasceria o Messias. Os outros dois filhos de Noé deram
origem às duas grandes civilizações gentílicas. Jafé se tornou o pai de
uma grande parte dos gentios com história de expansão, poder e
prosperidade. De Cam nasceram os povos canaanitas, que ocuparam as
regiões de Canaã. Sob a bênção de Deus, similares às dadas a Adão [Gn
1.22, 28], as três civilizações se multiplicaram, repovoando a terra para
um novo começo [Gn 10.1-3].
Subsídio do Professor: No dilúvio, apenas Noé e sua família receberam
livramento do Senhor. Depois que as águas baixaram, Noé sai da arca e
adora a Deus junto com sua família. Ele deveria recomeçar a civilização
como se fosse um novo Adão. Cada um dos seus três filhos deu origem às
três grandes civilizações do mundo antigo. Os semitas encontraram o
destaque na história da redenção, pois seriam, através de um
relacionamento mais íntimo por meio da lei, o canal de Deus para
reconciliar todas as nações ao Criador.

3.3. A grande confusão. A criação de Deus indica a ordem sobre o caos


[Gn 1.2-3]. O propósito criativo sobre o vazio. “Tudo foi criado por ele e
para ele” [Cl 1.16]. Ou seja, tudo o que Deus fez e faz é para a glória do
Seu nome. Ele cria a humanidade e dá dons e habilidades aos homens
para que estes, por meio dos feitos, propaguem a glória do nome de
Deus em sua multiforme sabedoria.Porém, o que vemos em Babel
retrata como o homem falha em dois aspectos: ao invés de se
espalharem como portadores da glória de Deus ao mundo, eles se
ajuntam. Além disso, usam sua capacidade para honrar seu próprio
nome [Gn 11.3-4]. A resposta de Deus à ordem humana que contraria o
propósito de Deus é a confusão [Gn 11.7-9]. A ação divina, porém, em
confundir a língua também foi solução divina para a propagação
daqueles que carregam a Sua imagem.

Subsídio do Professor: Podemos ver a bênção e a ordem de Deus para


que Noé se multiplicasse sobre a Terra [Gn 9.1] na genealogia do capítulo
10. Todas as nações posteriores descendendo de uma mesma raiz
genealógica e se espalhando com características distintas. O dilúvio,
uma das grandiosas intervenções divina, demonstra que Deus não deixa
o homem por sua própria conta. Com Noé Ele julga, em Babel Ele
perturba e em Abraão Ele chama. A rotina do povo antediluviano era
comer, beber e dar-se em casamento. Tudo isso, porém era feito como se
não existisse um Deus. Cristo diz que este será o ambiente que precederá
a Sua vinda. Estamos vivendo tempos diferentes disso?
EU ENSINEI QUE:
O dilúvio deu uma nova chance para a humanidade. Porém, o problema
humano após a queda não foi resolvido com o juízo.

CONCLUSÃO
A entrada do pecado na história afetou não apenas a humanidade, mas,
também, a própria natureza. Porém, tal tragédia não surpreendeu o
Criador, pois o perfeito plano da redenção já estava delineado desde a
fundação do mundo.

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