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2.2 O pecado do homem trouxe apenas ruína. Porém, por causa do pecado de Adão (Gn 3.1-24) todos os homens
tornaram-se destituídos da glória de Deus (Rm 3.23) e estão debaixo da ira de Deus (Rm 1.18; Ef 5.6), marchando para a
perdição (Rm 2.5).
2.3 A proposta de redenção divina. Jesus se manifestou para aniquilar o pecado pelo seu próprio sacrifício (Hb 9.28). Foi
necessário que levasse em seu corpo os nossos pecados (1Pd 2.24). Assim como por um homem entrou o pecado no mundo
(Rm 5.12); e pela desobediência de um só, todos foram feitos pecadores; Deus determinou que também por um só homem,
Jesus Cristo, viesse o dom gratuito (Rm 5.15) e pela obediência de um, muitos fossem feitos justos (Rm 5.19). Mas antes
deste projeto ser trazido à tona era necessário preparar o caminho, por isso Deus precisava anunciar a sua mensagem de
salvação.
3.1 Deus falou com Abraão (Gn 12.1). A primeira forma da revelação divina a Abraão se deu de forma audível, como nos
mostra a Escritura: “Ora, o SENHOR disse a Abrão [...]”. Deus é um ser que se comunica com o homem (Gn 1.29; 3.3;
6.13; 12.1-3; Êx 3.14). A expressão comunicar segundo o Aurélio significa: “Transmitir informação, dar conhecimento
de; fazer saber” (FERREIRA, 2008, p. 513). Deus comunicou o que faria a Abraão e através dele. O Senhor prometeu-lhe
uma terra, uma grande nação através dos seus descendentes, e uma bênção tal que alcançaria todas as nações da terra (Gn
12.2,3).
3.2 Deus apareceu a Abraão (Gn 12.7). A segunda forma da revelação divina a Abraão se de forma visível: “E apareceu
o SENHOR a Abrão [...]”. Confira também (Gn 17.1; 18.1). Houve nesta aparição o que os teólogos chamam de Teofania,
que é a “manifestação de Deus, desde a voz até a imagem, perceptível pelos sentidos humanos” (CABRAL, 2006, p. 339).
Segundo Merril (2009, p. 89), no chamado de Abraão pode-se ver algum indício da revelação por meio de visões e sonhos.
O Senhor, após ordenar que Abraão deixasse Ur e, depois Harã por uma terra que mostraria a ele, apareceu para Abraão
pela primeira vez em Siquém (Gn 12.7). A raiz “niphal” do verbo usados aqui “rã'ãh” sugere literalmente que Deus se fez
visível. Não é declarado como ele é visto e, talvez, por visto queira-se apenas dizer que ele falou como em tempos
anteriores. No entanto, contra essa possibilidade está a ocorrência da mesma forma verbal em Gênesis 18.1, passagem na
qual o Senhor aparece de forma tangível na pessoa do “anjo do Senhor” que, na verdade, é igualado ao Senhor mesmo
(Gn 18.10,13,17,20).
3.3 Compreendendo o contexto da chamada e missão de Abraão. Essa proclamação divina feita ao pai da fé, revela que
Deus foi o primeiro pregador do evangelho a todos os povos. Porém, antes desse anúncio feito ao patriarca, a Bíblia aponta
para o fato de que quando Adão pecou e se afastou de Deus, ele tentou se esconder, e aí vemos a iniciativa divina de ir ao
encontro do homem caído e frustrado pela transgressão, perguntando-lhe: “...onde estás?...” (Gn 3.9). Nesse momento de
confronto, Deus revelou o Plano da Salvação ao homem (Gn 3.15), plano esse que foi elaborado ainda antes da fundação
do mundo (1PD 1.18-21; Ap 13.8; Ef 1.4) (PEREIRA, 2023, p. 132).
IV - O AMOR DE DEUS
A Bíblia diz que Deus é amor (1Jo 4.8,16); que Seu amor é grande (1Jo 3.1); que é eterno (Jr 31.3); que foi
provado (Rm 5.8); derramado (Rm 5.5); e, ainda elenca diversas características deste amor. Vejamos:
4.1 Amor incondicional. Diferente do amor humano que é condicional, o amor divino é superior pois manifesta-se de
forma incondicional: “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19). A palavra grega usada para
descrever o amor de Deus pelo homem é “ágape”. Esse tipo de amor é absolutamente singular, já que ele não depende da
beleza do objeto a ser amado. Naturalmente, o amor humano não funciona dessa maneira. Nós amamos outras pessoas
porque elas nos amam ou porque vemos nelas alguma beleza ou valor. Deus nos ama independente do nosso amor: “Nisto
está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós […]” (1Jo 4.10). Portanto, o
amor de Deus por nós não foi motivado por algum amor anterior da nossa parte.
4.2 Amor imparcial. Desde o início, o propósito divino era revelar o Seu amor e estender a bênção da salvação a todos os
homens indiscriminadamente, pois Ele não faz acepção de pessoas (Dt 10.17; At 10.34; Rm 2.11). A vinda do Messias ao
mundo mostrou claramente isso (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9). É necessário entender que: (a) Deus amou o mundo e não
apenas uma classe de pessoas (Jo 3.16); (b) o sacrifício de Jesus não alcança apenas um povo, mas o mundo todo (Jo 1.29;
1Jo 2.2); (c) sua graça alcança tanto os judeus como os gentios (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6); (d) a ordem de levar as
boas novas de salvação é extensiva até aos confins da terra (Mt 28.19; Mc 16.15; At 1.8).
4.3 Amor imensurável. Jesus disse a Nicodemos com uma intensidade incalculável: “Deus amou o mundo de tal maneira
[…]” (Jo 3.16). A expressão “tal” segundo o Aurélio (2004, p. 1908) significa: “análogo, semelhante”. A ideia de Jesus é
dizer que não há nada com que possa ser comparado (Jo 15.13). Paulo disse que Deus amou tanto o homem que “[…] que
nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós […]” (Rm 8.32); e ainda falou sobre o “[…] seu
muito amor com que nos amou” (Ef 2.3). O apóstolo João, por sua vez, afirmou: “Vede quão grande amor nos tem
concedido o Pai […]” (1Jo 3.1). Seu amor é maior que de uma mãe por seu próprio filho (Is 49.15).
CONCLUSÃO
Embora a narrativa bíblica nos mostre, em diversos momentos, Deus revelando o Seu amor e a Sua misericórdia
com o homem, a nação de Israel e com os gentios, houve um momento histórico em que estas duas virtudes foram
evidenciadas como nunca, quando Jesus Cristo foi enviado ao mundo para morrer pelos pecadores, e esta é a mensagem
que o mundo inteiro precisa saber, eis a nossa missão, dizer que o projeto de Deus foi completado e que ao homem resta-
lhe abraçá-lo.
REFERÊNCIAS
• CABRAL, Elienai. Abraão: as experiências de nosso pai na fé. CPAD.
• MERRILL, Eugene H. Teologia do Antigo Testamento. SHEDD.
• PAULA, Oséas. Manual de missões. CPAD
• PEREIRA, Shostenes. Fundamentação Bíblica para a Evangelização. BEREIA
• HESSELGRAVE, David J. Plantar Igrejas, um guia para missões nacionais e transculturais. VIDA NOVA