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INTRODUÇÃO
A Cristologia é o estudo sobre Cristo; é uma parte da teologia cristã que estuda e define a
natureza de Jesus, a doutrina da pessoa e da obra de Jesus Cristo, com uma particular atenção
à relação com Deus, às origens, ao modo de vida de Jesus de Nazaré.
O Senhor Jesus Cristo é a figura central de toda realidade cristã. Por isso, as verdades a seu
respeito são centrais para o Cristianismo. A teologia que depreciar Cristo, preferindo a
humanidade como centro, não poderá declarar, em última análise, a plenitude dos ensinos
bíblicos. Jesus é o cumprimento de muitas profecias do Antigo Testamento e o autor dos
ensinos do Novo.
"No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (João 1.1).
"E agora, Pai, glorifica Tu a mim, tu mesmo, com a glória que eu tive contigo antes que o
mundo existisse" (João 17.5).
1.1. ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, JESUS PLANEJOU JUNTO COM PAI A SALVAÇÃO DA
HUMANIDADE
Deus na sua onisciência viu, desde a eternidade, que o homem a ser criado cairia em
pecado, ficando sujeito à perdição eterna. Ele então preparou um caminho de salvação, por
meio do sacrifício de seu próprio filho. Jesus participou e concordou e, desde então, já estava
disposto a dar a sua vida por nós. Por isso, a Bíblia se expressa a respeito do “Cordeiro que foi
morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). A vida é assim prometida “antes dos tempos
dos séculos” (Tt 1.2), quando Deus nos elegeu para, em Jesus, sermos santos e irrepreensíveis
(Ef 1.4).
“Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi se fez” (Jo 1.3). “Todas as
coisas subsistem por ele” (Cl 1.17).
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2. A ENCARNAÇÃO DE JESUS
Jesus, o “Deus bendito eternamente” (Rm 9.5), fez-se homem. Esse mistério chama-se
“encarnação”. A Bíblia diz: “Grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em
carne” (1 Tm 3.16). A doutrina da encarnação de Jesus excede tudo que o entendimento
humano possa compreender; porém desse milagre depende a substância do Evangelho da
salvação e da doutrina da redenção.
Há diversas razões pelas quais Jesus tinha de ser plenamente homem para exercer as suas
funções messiânicas e conquistar a nossa salvação. Dentre essas podemos citar:
Além disso, houve a necessidade da encarnação ser virginal porque a primeira célula do
corpo homem, e, portanto toda sua natureza humana, vem metade da semente do homem, e
metade da semente da semente da mulher, a natureza pecaminosa natureza sendo herdada
da semente do homem (Rm 5.12), portanto, a humanidade do corpo que o Verbo eterno
ganhou (Jo 1.12) podia vir metade d mãe pecadora, mas a outra metade tinha que vir por
geração miraculosa realizada por Deus, sem contribuição do homem.
Passou a existir, então, uma perpetuidade da encarnação. Depois dela Jesus cristo sempre
terá seu corpo (que, depois da ressurreição, passou a ser corpo glorificado, para sempre).
Depois da ressurreição, Ele tinha a aparência de homem (Jo 20.15; 21.45). Hoje, está no céu
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Há diversas finalidades pelas quais Deus se fez homem na pessoa do nosso Senhor e Salvador
Jesus cristo. Dentre elas podemos citar as seguintes:
a) Para confirmar as promessas de Deus. Ele se fez homem para confirmar as promessas
feitas aos pais e para mostrar misericórdia para os gentios (Rm 15.8-9)
b) Para revelar o Pai. No Antigo Testamento, Deus é revelado como Criador e governador
(Sl 103.13); Cristo acrescentou a esta a revelação de Deus como Pai (Mt 6.8; Jo 14.9; Jo
16.27);
c) Para se tornar um fiel Sumo Sacerdote. Ele veio para se qualificar para agir como um
fiel Sumo Sacerdote. O livro de Hebreus ensina que os sumo sacerdotes eram tirados
dentre os homens para que pudesse fielmente representar os homens (Hb 5.1-2), e
nos diz de igual modo que Cristo foi tirado dentre os homens e pelas mesmas razões
(Hb 5.4-5);
d) Para aniquilar o pecado. Ele veio para aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo
(Hb 9.26b; Mc 10.45; 1 jo 3.5).
e) Para destruir as obras do diabo. Ele veio para destruir as obras do diabo (1 Jo 3.8). A
vinda de Cristo, particularmente Sua obra na cruz, trouxe derrota a Satanás (Jo 12.31;
Jo 14.30)
f) Para nos dar exemplo de vida santa. Apesar de não encontrarmos este propósito
definido com essas palavras em parte alguma, está, no entanto, subentendido em
muitas referencias (1 Co 11.1; 1 Pe 2.21);
g) Para preparar o segundo advento. Lemos que: “assim também Cristo, oferecendo-se
uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos
que esperam para salvação.” (Hb 9.28).
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3.1.2. O anjo, enviado por Deus chamou Jesus de “Filho de Deus” (Lc 1.35)
“Ele será chamado pelo nome de EMANUEL” (EMANUEL traduzido é: Deus conosco. (Mt
1.23). Quando Jesus nasceu, os anjos cantaram louvores ”Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
Quando os seus inimigos lhe perguntaram “És tu o Cristo, Filho do Deus bendito?”, Ele
respondeu “Eu o Sou” (Mc 14.61-62). Ele chamou Deus de meu Pai (Mt 10.32; Jo 2.16; 10.37;
15.24). Ele se chamou também “o Filho unigênito que está no seio do Pai” (Jo 1.18) e disse:
“quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). Para a mulher samaritana, Ele disse que era o Messias (Jo
4.25-26), noticia que se espalhou por toda a cidade (4.29). Ele se chamou: “o Alfa eo Omega, o
Principio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro” (Ap 22.13) e “Eu sou” (Jo 8.24,28,58; 13.59;
compare com Êx 3.14).
Aquele que nega a deidade de Jesus rejeita o próprio testemunho de Jesus, e mostra assim
que é inspirado pelo espírito do Anticristo (1 Jo 2.22-23). Se Jesus fosse, como os teólogos
modernistas afirmam um produto da união entre Maria e José ou com qualquer outro homem
o mundo não teria nenhum Salvador, e Jesus seria um homem mentiroso, porque afirmou ser
o Filho de Deus. Mas glória a Jesus! Ele é Deus bendito eternamente (Rm 9.5).
João Batista disse que Jesus era Filho de Deus (Jo 1.34). Pedro testificou: “Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo” (Mt 16.16), chamou-o de “o Santo” (At 3.14) e “nosso Deus e Salvador
Jesus Cristo” (2 Pe 1.11), e disse que Jesus é Senhor de todos (At 10.36) Paulo disse que Jesus
era o próprio Filho de Deus (Rm 8.32) e falou da glória do “grande Deus e nosso Senhor Jesus
Cristo” (Tt 2.13), dizendo que Cristo, segundo a carne, é Deus bendito eternamente (Rm 9.5).
João escreveu que Jesus era o Verbo eterno (Jo 1.1), o Unigênito do Pai (Jo !.14), e “Verdadeiro
Deus” (1 Jo 5.20). Tomé o chamou “Senhor meu, e Deus meu” (Jo 20.28). E todos os que em
todos os tempos receberam a salvação têm dado o mesmo testemunho que os samaritanos:
“Sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (Jo 4.42).
Nas seguintes resumidas várias citações Bíblicas, vemos que Jesus Cristo é Deus, porque Ele
possui os atributos de Deus.
Jesus é Onisciente (Mc 2.8; Lc 6.8; Lc 11.17; Mt 11.27; 1Co 2.11, 16; Jo 6.64, 70-71; Jo 22.19-
22; Jo 18.4; Jo13.19; Mt 24.35; Jo 1.48-50; Jo 4.29; Jo 16.30; Jo 2.24).
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Jesus é Onipotente e Soberano (Ap 1.8; Jo 5.19; Cl 1.17; Hb 1.13; Mt 28.18; Jo 17.2-3; Cl
2.10; Fl 3.21; 1 Co 15.25; Jo 10.18; Ap 1.5; Ap 19.16; 1Pe 3.22; Cl 1.18; At 10.36).
Jesus é Santo (Ap 3.7; Lc 1.35; 2 Co 5.21; Hb 4.15; Hb 7.26; 1 Pe 1.19; Jo 8.46; 1 Jo 3.5; 1 Pe
2.22).
Se a maioria dos atributos da divindade são atribuídos a Cristo, a única conclusão lógica é
que Cristo é Deus.
Há indicações claras na Bíblia que Jesus era uma pessoa plenamente humana, sujeito a
todas as limitações comuns à raça humana, mas sem pecado. Como tal nasceu como todo ser
humano nasce. Embora sua concepção tenha sido diferente, uma vez que não houve a
participação de um ser humano masculino, todos os outros estágios de crescimento foram
idênticos ao de qualquer ser humano normal, tanto física como intelectual e emocional.
Também no sentido psicológico, era genuinamente humano, pois pensava, raciocinava, se
emocionava, como todo ser humano normal.
Seu nascimento (Lc 2: 6,7): Jesus não desceu dos céus, e sim nasceu de uma mulher humana,
passando por todas as fases que uma criança normal passaria.
Sua árvore genealógica (Lc 3: 23-38; Mt 1:1-17): a Bíblia deixa evidente portanto que Jesus
teve, por parte de Maria, ancestrais humanos, dos quais provavelmente herdou características
genéticas, como todos os homens o recebem de seus antepassados.
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Seu crescimento (Lc 2:52): cresceu como toda criança normal cresceria, alimentada por
comida e água. Seu corpo não era sobre-humano, e não tinha características especiais,
diferentes de qualquer ser humano normal.
Sua percepção pelos homens (I Jo 1:1; Mt 9: 20-22; 26:12; Jo 20: 25,27): Jesus de fato foi visto
e tocado pelos homens a sua volta. Não era um espírito com a forma humana, nem um
fantasma, mas um homem real, a ponto de Tomé só acreditar em sua ressurreição após tocá-
lo. Mesmo o testemunho do Espírito de Deus afirma que Jesus tomou plenamente a forma
humana (I Jo 4: 2,3a).
Sua morte (Lc 23: 46; Jo 19: 33,34): Jesus Podia morrer, como de fato morreu. Sua morte não
foi aparente, mas verdadeira. Seu corpo sucumbiu aos sofrimentos infligidos e de fato expirou
à semelhança de todos os homens. Esta é talvez a suprema identificação de Jesus com a
humanidade, pois sendo Deus não deveria morrer, mas ao assumir plenamente a humanidade,
torna-se sujeito a possibilidade da morte. Eis uma verdade tremenda e profunda.
Sentia emoções (Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34): ainda que sentir emoções não seja uma prova
da humanidade de Jesus, uma vez que Deus também se emociona, elas demonstram a plena
humanidade de Cristo, como também deixam claro algumas reações tipicamente humanas.
Se sente atormentado (Mc 14:33): no Getsêmani Jesus foi tomado de grande angústia e pavor.
Estava em conflito íntimo e se atormenta pelo fato de não querer ser deixado só, contudo
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Se comove e chora (Jo 11:33,35,38): Mesmo sabendo de antemão que Lázaro havia morrido,
Jesus é tomado de comoção e chora ao ver a tristeza ao seu redor e a triste realidade humana
da morte. A expressão "agitou-se no espírito", retrata vividamente alguém gemendo no
íntimo, aflito e comovido com uma situação que trás dor e cansaço.
Seu conhecimento era superior ao dos homens: em termos intelectuais, Jesus possuía um
conhecimento que se destacava em relação aos outros homens. Ninguém na História Humana
disse palavras tão belas, de grande profundidade e de maior alcance. Não só isso, Jesus deu
claras demonstrações de um conhecimento além da capacidade humana. Sabia o que pensava
os seus amigos e inimigos(Lc 6:8; 9:47). Conhecia coisas sobre o presente, pois sabia que
Lázaro estava morto (11:14), o passado, uma vez que conhecia o fato da mulher samaritana ter
tido cinco maridos (Jo 4:18) e o futuro das pessoas, ilustrado no fato de antemão ter avisado a
Simão Pedro de sua negação (Lc 22:33).
Seu conhecimento não era ilimitado: em algumas passagens vemos Jesus fazendo perguntas
retóricas afim de reforçar algum ensinamento (Mt 22: 41-45), contudo há outras passagens em
que Jesus pergunta sinceramente em busca de informações às quais não possuía. Um exemplo
claro foi o caso do garoto acometido de um espírito de surdez e mudez, onde Jesus pergunta
ao pai dele "Há quanto tempo isto lhe sucede?" (Mt 9: 20,21). Há nesta passagem uma clara
alusão que Jesus não tinha tal informação, e a julgava útil e necessária para promover a
restauração daquele garoto. Um outro caso ainda mais explícito foi no discurso apocalíptico
em Mc 13:32, quando ao ser interpelado sobre quando voltaria uma segunda vez, Jesus
respondeu francamente: "Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos
no céu, nem o Filho, senão o Pai". Foi uma declaração clara de sua falta de conhecimento
sobre essa informação.
Participava regularmente dos cultos na sinagoga (Lc 4:16): era de seu costume ensinar nas
sinagogas e visitar e participar dos cultos no templo quando estava em Jerusalém.
Humanamente mantinha um padrão de vida religioso irrepreensível quanto aos parâmetros de
Deus.
Mantinha uma vida de oração (Lc 6:12; 22: 41,42; Jo 6:15): várias ocasiões vemos Jesus sair
para orar sozinho ou em grupo. Sua dependência humana do Pai era total e a oração era uma
prova disso. Em todas as coisas Jesus se mostrou plenamente humano, tanto no aspecto físico,
como no mental. Não havia dúvidas para os autores do NT que Jesus era plenamente homem.
Pelos tópicos acima está claro que Jesus assumiu completamente a humanidade, sujeito a
todos os reveses que o estado de humanidade poderia lhe trazer, contudo Jesus não um
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Jesus nasceu como todos os homens, no entanto sua concepção no ventre de Maria foi de
origem divina, sem a participação do componente sexual masculino (Mt 1:18-25; Lc 1:26-38).
Teologicamente chamamos a isso de concepção virginal. Maria era virgem na época da
concepção e assim continuou até o momento do nascimento de Jesus. As Escrituras deixam
muito claro que José não teve qualquer intercurso com Maria antes do nascimento de Jesus
(Mt 1.25). A influência sobrenatural do Espírito Santo é que tornou possível a geração de Jesus
no ventre de Maria. Isso não significa que Jesus é o resultado de uma relação de Deus com
Maria, longe de nós tal idéia. O que Deus fez foi providenciar, por uma criação especial, tanto
o componente humano ordinariamente suprido pelo macho (e assim o nascimento ser virginal)
como um fator divino ( e assim a encarnação). Assim, o nascimento de Jesus nos aponta
algumas verdades essenciais no cristianismo:
Que nossa salvação é sobrenatural (Jo 1:13): a salvação não vem pelo nosso esforço ou
realização.
Que a salvação é uma dádiva da Graça (Ef 2:8): assim como não houve nenhum mérito em
Maria para que fosse escolhida, da mesma forma acontece conosco quando somos salvos.
Outra prova da singularidade de Jesus como homem é o fato de não ter pecado: "...antes foi
ele (Jesus) tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado."(Hb 4:15).
A Bíblia mostra Jesus como um sumo sacerdote totalmente sem mancha e feito mais alto
que os céus (Hb 7:26; 9:14). Pedro nos ensina que Jesus é o Santo de Deus (Jo 6:69) e que não
cometeu pecado (2 Pe 2:2). O que está de acordo com a afirmações de João, que em Jesus não
existe pecado (2 Jo 3:5), e as de Paulo que Cristo não conheceu pecado (2 Co 5:21).
Mesmo as acusações de blasfêmia feitas a Jesus pelos judeus são infundadas (Lc 5:21),
uma vez que Ele sendo Deus tinha pleno poder para perdoar os pecados. E mesmo algumas
pessoas da época deixaram bem claro a inocência de Jesus:
- A esposa de Pilatos (Mt 27.19): “Não te envolvas com o sangue deste Justo”.
A Bíblia deixa claro portanto a impecabilidade de Jesus, mas isso não invalida as tentações
que sofreu como algo de somenos. Foram as tentações genuínas, e embora Jesus pudesse
pecar, era certo que não pecaria. Entretanto alguém poderia levantar a questão: uma pessoa
que não pode cair ao ser tentado, de fato experimentou a tentação? Um famoso comentarista
bíblico, Leon Morris, argumenta que uma pessoa que resiste até o fim conhece todo o poder
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Jesus é também singular no que diz respeito a sua pessoa. Sendo Ele Deus perfeito e Homem
perfeito, não é duas pessoas ao mesmo tempo. Ainda que seja de difícil compreensão a
unificação do ser divino com o ser humano em um único ser, Jesus nos é apresentado dessa
mameira nas páginas do NT. A falta de referências bíblicas sobre uma dualidade existente na
pessoa de Jesus já é claro indicativo que há uma unidade em torno de sua Pessoa. No entanto
há textos claros sobre a deidade e a humanidade de Jesus reunidas em um único ser (Jo 1:14;
Gl 4.4 1 Tm 3.16; 1 Co 2.8). A fé cristã enuncia este mistério desde o século cinco da seguinte
forma:
"Um só e mesmo Cristo, Filho Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas,
inconfundíveis e imutáveis, indivisíveis e inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum
é anulada pela união, mas pelo contrário, as propriedades de cada pessoa e natureza
permanecem intactas concorrendo para formar uma só Pessoa..."
Jesus ao assumir a forma humana, adquire atributos humanos, mas não desiste de sua
natureza divina (Fp 2: 6,7). Quando Paulo fala que Jesus se esvaziou assumindo a forma de
servo, é da posição de igualdade com Deus que Jesus se esvazia e não da natureza divina.
Assim Jesus se submete funcionalmente ao Pai e ao Espírito Santo no período da encarnação.
Mantém todos os atributos divinos (Cl 2:9), mas os submete voluntária e humildemente ao Pai,
não fazendo uso deles a não ser que seja esta a vontade dAquele que o enviou.
Também deve ficar claro que Jesus não era em algumas ocasiões humano e noutras divino,
e nem mesmo um terceiro ser resultante da fusão das duas naturezas. Seus atos sempre foram
humanos e divinos ao mesmo tempo. Dessa maneira a humanidade e a divindade são
conhecidas de forma mais completa em Jesus Cristo. Não existe melhor fonte para
conhecermos como deveria ser o ser humano do que olharmos para Jesus. Ele é o novo Adão e
nEle somos feitos novas criaturas, segundo a vontade de Deus (Jo 1:12; II Co 5:17). Mas Cristo
também é nossa melhor fonte para conhecermos como e quem é Deus, pois Ele nos revela de
forma mais plena possível o Pai:
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”Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o
conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-
lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a
mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”(Jo. 14.8,9)
Jesus, Nosso Senhor, é alguém totalmente singular entre todas as pessoas que viveram e
viverão na face da terra. Ele é o perfeito humano, sem pecado, dependente da vontade do Pai
e submisso a ela. É também verdadeiro Deus, em honra, majestade e poder, que assumiu a
humanidade e do homem teve compaixão a ponto de morrer por ele, de forma que este fosse
liberto do pecado, para que pudesse viver como filho de Deus. Sua obra e propósito eterno
foram e serão plenamente cumpridas. Louvado seja o Senhor por ter enviado seu Filho a
mundo para que fosse salvo todo aquele que nEle crer.
Ao Deus triúno na pessoa do Senhor Jesus seja a glória, a majestade e a honra, antes de
todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!
5. OS OFICIOS DE CRISTO
5.1. Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei
Os três cargos mais importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo
Testamento eram: o profeta, o sacerdote e o rei. Estes três ofícios eram distintos, e não
necessariamente, cumulativos, orações e louvores a Deus e o rei governava o povo como
representante de Deus. Na teologia entendemos que cristo preenche estes três ofícios dos
seguintes modos:
a) Cristo como profeta: Revela Deus a nós e transmite – nos a palavra de Deus;
b) Como sacerdote: Ele oferece sacrifício em nosso favor, sendo ele mesmo o sacrifício;
c) Como Rei: Ele governa a igreja e o próprio universo.
Como profeta, Jesus Cristo transmitiu ao povo a mensagem de Deus, Ele falou através da sua
vinda ao mundo! Deus falou pelo Filho (Hb 1.1), isto principalmente a respeito do
cumprimento exato de todas as profecias concernentes à vinda do Redentor. (Lc 4 .21).
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Jesus chamou-se a si mesmo de “Rei” (Jo 18.37), e disse que o pai havia-lhe destinado o
reino (cf. Lc 22.29). Os profetas haviam profetizado que Jesus viria como Rei (cf. Sl 2.6-8; 8.6;
110.6; Is 9.7; Jr 23.5). Quando ele nasceu, foi adorado como Rei (cf. Mt 2.2,11). Antes de subir
ao Gólgota, ele entrou triunfante em Jerusalém, conforme as profecias (cf. Zc 9.9,10; Mt 21.1-
11), e foi então aclamado como Rei (cf.Lc 19.38). Voltando ao céu, após a sua ressurreição, foi
aclamado como o Rei da glória (cf. Sl 24.8-10). Graças a Deus!
6. OBRA DE CRISTO
O nome de Jesus, que lhe foi posto pelo o anjo Gabriel quando anunciou a Maria e
depois a José, o seu nascimento, expressa plenamente em que consiste a sua obra.
“Ela dará a luz um menino a quem chamarás Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos
seus pecados”, (Mt 1.21). A palavra Jesus significa “Salvador”. Salvar a humanidade do
estado de pecado e perdição, a que se reduziu com a queda do primeiro Adão, pela
obra do segundo. Quando foi criado, o homem possuía o equivalente ao ofício de
profeta, sacerdote e rei. Tinha conhecimento de Deus. Podia entrar em relação pessoal
com Ele e tinha autoridade como chefe de família e sobre os animais inferiores. Tendo,
pela sua queda, perdido a posse plena desses bens. Embora conservasse a
possibilidade de reavê-los, coube a Jesus, restaurá-los. Para isso, na ocasião de seu
batismo, foi Ele ungido com o Espírito Santo do mesmo modo como em Israel eram
ungidas com óleo as pessoas que tinham de desempenhar os ofícios de sacerdotes e
rei, e, com o Espírito Santo, os Profetas.
MORTE
RESSURREIÇÃO
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Cada um dos três primeiros acontecimentos acima é resultado do Senhor Jesus ter
levado a bom termo o cumprimento obediente de seus ofícios. Conseqüentemente, a
Sua segunda vinda não poderia acontecer se as três obras anteriores não tivessem se
completado. Vale, contudo, ressaltar que todos esses acontecimentos foram
necessários para a maior obra do Senhor Jesus: A OBRA EXPIATÓRIA.
A causa motivadora e a necessidade da obra expiatória por Cristo, muitas vezes são
faladas como se estivesse no amor compassivo de Jesus pelos pecadores. Com esta
maneira de tratar o assunto dá-se às vezes a impressão de que Deus é um Deus
colérico que procura a destruição do pecador; mas que o Cristo amoroso se interpõe e
a custa de sua própria vida salva o transgressor, então, Cristo recebe a glória de Deus
que fica esquecido e despojado de Sua honra. As Escrituras apontam a causa
motivadora da expiação substitucionária (I 53.10; Lc 2.14; Cl 1.19,20).
A expiação foi necessária em vista da satisfação à justiça de Deus. Esta foi violada
pela transgressão do homem e naturalmente exigida tal satisfação. A retidão e a
santidade de Deus, que não podem tolerar nenhum pecado, certamente não podem
deixar passar despercebida a rebeldia desenfreada contra sua majestade infinita.
A doutrina da expiação foi revelada gradualmente e está marcada por três passos
principais:
a) Sacrifícios primitivos
No antigo testamento não nos fornece narração da origem dos sacrifícios, mas nos
dá uma história da adoração sacrifícial desde o princípio do mundo até o tempo em
que os sacrifícios foram substituídos pela obra expiatória de Jesus, o Cristo. A missão
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b) Os sacrifícios da Lei
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APOSTILA DE PNEUMATOLOGIA
(DOUTRINA DO ESPIRITO SANTO)
INTRODUÇÃO
(Paracletologia/Pneumatologia)
O estudo do Espírito Santo de Deus é importante devido a quem ele é, o que ele fez,
faz e ainda fará na história da humanidade. Ou seja o Espírito Santo é Deus, e aquilo
que se conhece verdadeiramente do Senhor, só é possível por sua pessoa. Ele é o
alicerce da vida e também da religião; Enquanto o mundo associa-o ao fanatismo, ele
no entanto se mantém ativo em todas as áreas da vida, sendo dela o criador. Também
trabalha na providência, na política, nos talentos humanos, na salvação e no
crescimento espiritual. Inspirou a Bíblia e agora ilumina as nossas mentes para que
possamos entendê-la. Sua vinda ao mundo era tão necessária a nossa salvação quanto
a vinda de Cristo. Sem o Espírito Santo nossa religião é vazia e não temos provas de
nossa salvação (Rm 8:9,16). É ele quem nos dá a vida física (Jó 33:4), espiritual e
ressurreta (Jo 3:5; Rm 8:11), sendo ele o autor de tudo que é bom e agradável em
nossa existência (Gl 5:19-22).
Ele tem vontade: “O mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11; Jo 3.8). Ele tem conhecimento:
“Ninguém sabe coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1 Co 2.11). Ele tem
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“Ele vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar” (Jo 14.26) “O Espírito penetra
todas as coisas” (1 Co 2.10) “ O Espírito testifica com nosso espírito” (Rm 8.16). “O
Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7; 3.6). A bíblia fala dos que foram “enviados pelo Espírito”
(At 13.4) e dos que “são guiados pelo Espírito” (Rm 8.14).
Usando expressões que se usam nas relações entre pessoas: “Ananias, por que
encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo” (at 5.3); “Se
alguém falar contra o Espírito Santo” (Mt 12.32); “...fizer agravo ao Espírito Santo” (Hb
10.29). O Espírito Santo é uma pessoa, é Deus; portanto, sejamos santos como Ele é
Santo.
A Bíblia registra vários nomes do Espírito santo, os quais expressam algumas das
diferentes características que Ele possui. Por meios desses nomes, podemos penetrar
no conhecimento sobre a sua natureza e também compreender algo da sua obra que
Ele quer fazer em nós e por nós.
Assim como Deus é santo (1 Pe 1.16) e Jesus é santo (At 2.27), também o Espírito o
é. Por isso, lemos em Isaías 6.3 a respeito do Deus três vezes santo: “Santo, Santo,
Santo é o Senhor dos exércitos”. O Espírito Santo revela a santidade de Deus (Ex 3.5) e
transmite aos homens o poder santificador (Rm 1.4; 2 Ts 2.13).
Assim como Deus é verdade (Jr 10.10) e Jesus é a verdade (Jo 14.6). Também o
Espírito o é (1Jo 5.6). Ele veio para nos guiar em toda verdade (Jo 16.13). Ele revela a
verdade sobre Jesus (Jo 16.14) e também sobre nós (Sl 51.6; Jo 16.8-10).
Assim como Deus é amor (1 Jo 4.8) e Jesus é amor (Ef 3.19); Jo 15.13), também o
Espírito o é (Rm 15.30). Ele transmite o amor de Deus aos nossos corações(Rm 5.5)
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“O poder pertence a Deus” (Sl 62.11). Por meio de Cristo esse poder está ao alcance
dos que crêem (1 Co1.24). Por meio do Espírito Santo esse poder nos é dado (At 1.8), e
ficamos em contato com aquEle que diz: “Eu sou o Senhor que faço todas as coisas” (Is
44.24), e para quem “nada é impossível” (Lc1.37).
A Bíblia diz: “O Espírito ajuda as nossas fraquezas” (Rm 8.26). Ele está com o povo de
Deus para, através dos méritos de Jesus, ajudar-nos em todos os transes da vida, bem
como em tudo que Deus quer que façamos em sua obra.
O Espírito apresenta Jesus Cristo como crucificado (Gl 6.14), glorificado-o (Jo 16.14)
e testificando da sua graça (Hb 10.14,15; Rm 3.24; Tt 3.5-7).
Quando o Espírito Santo nos leva a Cristo e à sua graça, então o homem
experimenta o grande milagre da sua vida: nasce de novo pelo Espírito (Jo 3.6) e
poderá agora reinar em vida, por um só Jesus Cristo (Rm 5.17).
Quando o pecador recebe a Jesus e nasce de novo (Jo 1.11-13), recebe, pelo Espirito
Santo o espírito de adoção de filhos, pelo qual clama “Aba, Pai” (Rm 8.15; Gl 4.6).
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O Espírito Santo é uma expressão da glória celestial (2 Co 3.18). Ele também revela a
glória que se há de seguir (1 Pe 1.11), e as riquezas da glória da sua herança nos santos
(Ef 1.17,18; Cl 1.27). O Espírito Santo faz abundar a esperança (Rm 15.13) da vinda de
Jesus, que é “o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”
(Tt 2.13).
Esse nome expressa que o Espírito Santo transmite aos homens a consolação da
parte de Deus, “o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação” (2 Co 1.3).
Esse nome traz aos nossos corações a certeza de que tudo que o Espírito Santo
realiza é oferecido a todos, pois “promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a
todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).
Jesus deseja batizar todos com Espírito Santo, para que sejam beneficiados com a
plenitude das operações do Espírito.
Primeiramente temos que entender que o Espírito Santo é uma PESSOA e não uma
coisa. Ele é a terceira PESSOA da trindade divina, mas a bíblia nos mostra alguns
símbolos que representam o Espírito.
João viu o Espírito Santo descendo como uma pomba sobre Jesus. A pomba
simboliza a paz, então o Espírito Santo é aquele que nos dá a paz No Velho Testamento
a pomba era usada de três maneiras: Era uma fonte de alimento, os pobres
sacrificavam-nas a Deus e eram usadas para levar mensagens. (Lc 4.18) Aqui vemos
Jesus pregando e dizendo que o Espírito do Senhor estava sobre Ele.
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O óleo era usado para muitas coisas nos tempos bíblicos e nos nossos dias também
usamos o óleo para algumas coisas. O óleo servia para ungir profetas, reis e
sacerdotes, curar feridas, perfumar, proteger a pele contra os raios do sol, para
demonstrar alegria ao receber um convidado, nos cabelos, embelezar a pele das
mulheres. O Espírito Santo é aquele que unge os cristãos e os capacita para o
ministério, cura as feridas da alma, nos deixa cheirosos espiritualmente nos fazendo
exalar o bom perfume de Cristo (2 Co 2.15), nos protege contra as investidas do
maligno (Is 59.19), por ser uma região de muitos insetos os pastores do oriente médio
untam as ovelhas com óleo para protegê-las contra as picadas, a unção nos protege
contra as investidas do maligno.
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As obras do Espírito Santo provam a sua divindade, assim como as obras que Jesus
realizou como homem comprova que Ele é o Filho de Deus (Jo 5.36; 10.25,38; 14.11).
O Espírito sempre opera em conjunto com a Trindade, pois é o ativador de todas as
coisas. Vejamos aqui somente algumas dessas obras, pois é inteiramente impossível
estudar todas.
Toda trindade operou e opera na salvação do homem. Deus Pai deu seu Filho
unigênito (Jo 3.16), e “estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo” (2 Co 5.19). O
Filho deu-se a si em sacrifício (Ef 5.2),sendo causa de eterna salvação (Hb 5.9). assim,
o Espírito Santo opera no sentido de que, por meio da salvação, haja uma total
restauração de todo o estrago que o pecado causou na vida do homem, seja no
espírito, na alma ou no corpo.
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Pelo pecado o homem é separado de Deus (Is 59.2)e o seu espírito é morto (Ef 2.1-3,
Lc 15,32; Cl 2.13), completamente destituído de poder para exercer a função de ser o
meio de contato com Deus. O Espírito Santo chama o pecador (Ap 22.1) despertando o
seu espírito (Ed 1.1), dando-lhe a certeza da salvação (Rm 8.16), a qual faz com que ele
agora clame “Aba, Pai” (Rm 8.15; Gl 4.6). O espírito do homem agora iluminado, pode
ver a glória de Deus (2 Co 4.6; Mt 5.8) e experimentar a santificação (2 Co 3.18).
A alma do homem ficou também sob a influência do pecado. O seu sentimento ficou
obscurecido (Ef 4.18), a sua vontade tornou-se má (Jo 3.19)e o seu sentimento
angustiado, sem paz (Rm 7.24; Is 57.21). Porém, pela lavagem e renovação do Espírito
Santo (Tt 3.5)e vivificação da Palavra (Jo 6.63), a sua alma é salva ( Tg 5,20). O seu
entendimento ficou esclarecido (2 Co 4.6), a sua vontade inclinada a fazer a vontade
de Deus (Hb 13.21; Mt 6.10), e o seu sentimento, cheio de júbilo e alegria (Sl 51.12; Rm
2.10).
Ele proporciona a salvação para corpo. Pelo pecado o corpo ficou contaminado (Tg
3.6) e se tornou um instrumento de iniqüidade (Rm 6.13). pele operação do Espírito
Santo na regeneração ( Jo 3.8), o Homem se tornou uma nova criatura, e tudo ficou
novo (2 Co 5.17). O corpo não serve mais o pecado ( Rm 6.16,18,19), mas serve ao
Senhor no espírito (Fp 3.3), como instrumento de justiça (Rm 6.13).
O Espírito Santo opera, ainda, transmitindo poder para cura do corpo. Pelo pecado
entrou a morte no mundo (Rm 5.12; Gn 3.19), e com morte veio a doença e dor, que
constituem o início da morte. Muitas doenças são originadas pelo pecado (Jo 5.14; Sl
38.1-10; Pv 14.30). Jesus levou as nossas enfermidades na cruz (Is 53.4; Mt 8.14-17; 1
Pe 2.24). o Espírito Santo opera transmitindo esse poder para cura das enfermidades,
bênção que faz parte da salvação completa!
Uma das obras do Espírito Santo é a de transmitir ao homem toda plenitude de Deus
(Ef 3.16-19). A natureza perfeita de Deus faz parte dessa plenitude. Pelo fruto do
Espírito, essas virtudes se manifestam na vida do crente.
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O alvo da salvação é restaurar o homem à imagem de Cristo (Rm 8.29; Cl 3.10). Pelo
pecado, ele perdeu a glória da imagem de Deus (Rm 3.23), e ficou escravizado debaixo
do poder da carne, isto é da velha natureza, a qual se manifesta pelas “obras da carne”
(5.19-21). A carne afasta o homem da vontade de Deus (Rm 8.5-8) e o faz obedecer ao
inimigo (Ef 2.1-3). A salvação faz o homem participante da natureza divina (2 Pe 1.4),
porque Cristo agora é a sua vida (Cl 3.4), e a “sua velha natureza” foi crucificada com
Cristo, que agora vive nele (Gl 2.20). “ O molde” dessa nova vida é o exemplo que Jesus
nos deixou registrado na Bíblia (1 Pe 2.21; Jo13.15; Jo2.6; 1 Co 11.1).
O Espírito santo faz que, por meio do fruto do Espírito, as virtudes de Cristo
apareçam “para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos” (2 Co
4.10), “até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19). A Bíblia mostra que quando há
abundância da operação do Espírito, então os frutos infalivelmente aparecem (Jr 17.8;
Sl 1.3). Quando o Espírito Santo glorifica a Jesus (Jo 16.14) na vida do crente e a sua
comunhão com Ele se tornar mais íntima, então se cumpre a palavra de Jesus: “Quem
está em mim, e eu nele, este dá muito fruto” (Jo 15.5). É o fruto do Espírito que então
aparece, e a natureza e as virtudes de Cristo se reproduzem na vida do crente.
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O Reino de Deus consiste em virtude (cf. 1 Co 4.20), pois é o domínio de Deus Todo-
poderoso (cf. Gn 17.1). Deus é a fonte de poder (cf.1 Cr 29.11;Sl 62.11). Quando Deus,
para libertar os homens do poder de Satanás (cf. At 26.18) e da potestade das trevas
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Jesus comunicou aos discípulos, antes da morte, que receberiam poder pelo batismo
no Espírito Santo, que o Pai havia de enviar (Jo 14.16, 17, 26; 16.7,13). Por isso é uma
bênção chamada “a promessa do Pai” (At 1.4; Lc 24.49).
Antes do Pentecostes, o Espírito Santo já havia descido sobre alguns: João Batista (Lc
1.17), Isabel (Lc 1.41), Zacarias (Lc1.67), Simeão (Lc 2.25), etc. Porém, em nenhum
momento é mencionada uma manifestação especial liga a experiência.
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O falar em línguas deu aos discípulos a certeza de que haviam recebido aquilo que o
Pai prometera. Todas as outras evidências que acompanharam o batismo no Espírito
Santo – alegria, zelo pelas almas, conhecimento da Palavra, etc. – não lhes podia ter
dado certeza, porque várias vezes antes do batismo já as haviam experimentado. A
mesma evidência continuou a acompanhar todos os que recebiam o batismo no
Espírito Santo. Podemos verificar isso observando as referências registradas em Atos.
O falar em línguas não é somente uma evidência, é também uma grande bênção. A
Bíblia diz: “O que fala em língua estranha edifica-se a si mesmo” (1 Co 14.4), pois “O
que fala em língua estranha não fala aos homens, senão a Deus” (1 Co 14.2). Até Pedro
falou do “refrigério pela presença do Senhor” (At 3.20). Aqui se trata do descanso, do
refrigério que Deus prometeu (Is 28.11,12). As novas línguas uma “linha direta” com
Deus! Além disso, é uma força extraordinária para a vida de oração (1 Co 14.15). O
crente, então, ora em espírito (Rm 8.26). O que fala em línguas “dá bem as graças” (1
Co 14.17). Devemos observar o ensino bíblico de que falar línguas não é falar aos
homens, senão a Deus (1 Co 14.2). Porém, se houver interpretação, a igreja é edificada
(1 Co 14.5,27).
6. DONS ESPIRITUAIS
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Certos dons podem operar num crente de modo regular, e um crente pode receber
mais de um dom para atendimento de necessidades específicas. O crente deve desejar
“dons”, e não apenas um dom (1 Co 12.31; 14.1). É antibíblico e insensato se pensar
que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do
que quem tem dons de operação mais interiorizada, i.e., menos visível. Também,
quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo
quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do
Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente
(Gl 5.22,23).
Em 1Co 12.8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito
Santo concede aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características desses
dons, mas noutros trechos das Escrituras temos ensino sobre os mesmos.
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7. DONS MINISTERIAIS
Os dons ministeriais, como são muitas vezes chamados, são os chamados e várias
habilidades dadas a certos cristãos, que os capacita a permanecer no posto de
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores ou mestres. Ninguém pode se colocar em
um desses postos; a pessoa deve ser chamada e presenteada por Deus.
É possível que a mesma pessoa possa ocupar mais de um desses cinco postos, mas
somente certas combinações são possíveis. Por exemplo, é possível que um crente
possa ser chamado para ocupar a posição de pastor e mestre ou de profeta e mestre.
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Ef 4.11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores.” Este versículo alista os dons de
ministério (i.e., líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à igreja. Paulo
declara que Ele deu esses dons para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (4.12)
e para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o
plano de Deus (Ef 4.13-16).
7.1.1. APÓSTOLOS.
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7.1.2 PROFETAS.
Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja
motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo
concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para
trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao
julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o
dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co
14.29-33; 1Jo 4.1). Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus
para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência,
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7.1.3. EVANGELISTAS.
Filipe, o “evangelista” (At 21.8), claramente retrata a obra deste ministério, segundo
o padrão do NT. Filipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35). Muitos foram salvos
e batizados em água (At 8.6,12). Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos
malignos acompanhavam as suas pregações (At 8.6,7,13). Os novos convertidos
recebiam a plenitude do Espírito Santo (At 8.14-17).
7.1.4 PASTORES.
Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas
necessidades espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e
“bispos” ou supervisores (1Tm 3.1; Tt 1.7).
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Segundo o NT, uma igreja local era dirigida por um grupo de pastores (At 20.28; Fp
1.1). Os pastores eram escolhidos, não por política, mas segundo a sabedoria do
Espírito concedida à igreja enquanto eram examinadas as qualificações espirituais do
candidato.
O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que deixar de
selecionar pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do Espírito
(ver 1Tm 3.1-7). Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do
mundo ( At 20.28-31). Haverá distorção da Palavra de Deus, e os padrões do evangelho
serão abandonados (2Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus familiares não serão
doutrinados conforme o propósito de Deus (1Tm 4.6,14-16; 6.20,21). Muitos se
desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2Tm 4.4). Se, por outro lado, os
pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã
doutrina, e também disciplinados segundo o propósito da piedade (1Tm 4.6,7).
Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e
proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (4.12).
Os mestres são essenciais ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeita, ou
se descuida do ensino dos mestres e teólogos consagrados e fiéis à revelação bíblica,
não se preocupará pela autenticidade e qualidade da mensagem bíblica nem pela
interpretação correta dos ensinos bíblicos. A igreja onde mestres e teólogos estão
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