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CURSO TEOLÓGICO - CRISTOLOGIA E PNEUMATOLOGIA


APOSTILA DE CRISTOLOGIA
(DOUTRINA DE CRISTO)

INTRODUÇÃO

A Cristologia é o estudo sobre Cristo; é uma parte da teologia cristã que estuda e define a
natureza de Jesus, a doutrina da pessoa e da obra de Jesus Cristo, com uma particular atenção
à relação com Deus, às origens, ao modo de vida de Jesus de Nazaré.

O Senhor Jesus Cristo é a figura central de toda realidade cristã. Por isso, as verdades a seu
respeito são centrais para o Cristianismo. A teologia que depreciar Cristo, preferindo a
humanidade como centro, não poderá declarar, em última análise, a plenitude dos ensinos
bíblicos. Jesus é o cumprimento de muitas profecias do Antigo Testamento e o autor dos
ensinos do Novo.

1. A PREEXISTÊNCIA ETERNA DE JESUS


A preexistência de Cristo significa Sua existência antes da encarnação. A Escritura o ensina
muito claramente. Mas, mais que isso, ela ensina também que Ele existiu desde toda a
eternidade. Em nosso estudo da Trindade notamos que as distinções na Divindade são eternas.
As seguintes passagens estabelecem claramente a preexistência e eternidade de Deus o Filho:

"No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (João 1.1).

"Eu desci do céu" (João 6.38).

"E agora, Pai, glorifica Tu a mim, tu mesmo, com a glória que eu tive contigo antes que o
mundo existisse" (João 17.5).

1.1. ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, JESUS PLANEJOU JUNTO COM PAI A SALVAÇÃO DA
HUMANIDADE

Deus na sua onisciência viu, desde a eternidade, que o homem a ser criado cairia em
pecado, ficando sujeito à perdição eterna. Ele então preparou um caminho de salvação, por
meio do sacrifício de seu próprio filho. Jesus participou e concordou e, desde então, já estava
disposto a dar a sua vida por nós. Por isso, a Bíblia se expressa a respeito do “Cordeiro que foi
morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). A vida é assim prometida “antes dos tempos
dos séculos” (Tt 1.2), quando Deus nos elegeu para, em Jesus, sermos santos e irrepreensíveis
(Ef 1.4).

1.2. JESUS PARTICIPOU DA CRIAÇÃO DO MUNDO

“Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi se fez” (Jo 1.3). “Todas as
coisas subsistem por ele” (Cl 1.17).

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2. A ENCARNAÇÃO DE JESUS
Jesus, o “Deus bendito eternamente” (Rm 9.5), fez-se homem. Esse mistério chama-se
“encarnação”. A Bíblia diz: “Grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em
carne” (1 Tm 3.16). A doutrina da encarnação de Jesus excede tudo que o entendimento
humano possa compreender; porém desse milagre depende a substância do Evangelho da
salvação e da doutrina da redenção.

2.1. A NECESSIDADE DA ENCARNAÇÃO DE CRISTO

O Senhor Jesus Cristo é completamente e totalmente Deus, e completamente e totalmente


homem; sem perda dessas naturezas, nem formação de nova natureza. Por isso, Ele pode ter a
aparência de fraco, sendo onipotente; aparenta-se finito, sendo infinito; ter de crescer em
conhecimento, sendo onisciente; precisa ser localizado, sendo o onipresente. A personalidade
do Cristo reside na Sua natureza divina e não na humana, porque ao verbo não foi adicionada
uma pessoa humana, mas sim uma natureza humana. O Salvador simultaneamente tinha que
ser:

a) Da raça humana, para representar-nos, substituir-nos vicariamente (e, assim, os


benefícios da Sua morte aplicarem-se a nós);
b) Divino, para Sua morte ter valor infinito e salvar a tantos homens.

Há diversas razões pelas quais Jesus tinha de ser plenamente homem para exercer as suas
funções messiânicas e conquistar a nossa salvação. Dentre essas podemos citar:

a) Para exercer a obediência representativa. Adão serviu como nosso representante no


jardim do Éden e, mediante a sua desobediência, Deus considerou-nos culpados
também. De modo semelhante, Jesus foi nosso representante e obedeceu por nós onde
Adão havia desobedecido e falhado (1 Co 15.45-47);
b) Para oferecer um sacrifício substitutivo. Se Jesus não tivesse sido um homem, não
poderia ter morrido em nosso lugar e não poderia ter pago a penalidade a penalidade
que nos era devida (Hb 2.17).

Além disso, houve a necessidade da encarnação ser virginal porque a primeira célula do
corpo homem, e, portanto toda sua natureza humana, vem metade da semente do homem, e
metade da semente da semente da mulher, a natureza pecaminosa natureza sendo herdada
da semente do homem (Rm 5.12), portanto, a humanidade do corpo que o Verbo eterno
ganhou (Jo 1.12) podia vir metade d mãe pecadora, mas a outra metade tinha que vir por
geração miraculosa realizada por Deus, sem contribuição do homem.

Passou a existir, então, uma perpetuidade da encarnação. Depois dela Jesus cristo sempre
terá seu corpo (que, depois da ressurreição, passou a ser corpo glorificado, para sempre).
Depois da ressurreição, Ele tinha a aparência de homem (Jo 20.15; 21.45). Hoje, está no céu

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como homem (1 Tm 2.5), voltará como homem (Mt 16.27-28; 25.31; 26.64-65) e julgará como
homem (At 17.31).

2.2. AS FINALIDADES DA ENCARNAÇÃO DE CRISTO

Há diversas finalidades pelas quais Deus se fez homem na pessoa do nosso Senhor e Salvador
Jesus cristo. Dentre elas podemos citar as seguintes:

a) Para confirmar as promessas de Deus. Ele se fez homem para confirmar as promessas
feitas aos pais e para mostrar misericórdia para os gentios (Rm 15.8-9)
b) Para revelar o Pai. No Antigo Testamento, Deus é revelado como Criador e governador
(Sl 103.13); Cristo acrescentou a esta a revelação de Deus como Pai (Mt 6.8; Jo 14.9; Jo
16.27);
c) Para se tornar um fiel Sumo Sacerdote. Ele veio para se qualificar para agir como um
fiel Sumo Sacerdote. O livro de Hebreus ensina que os sumo sacerdotes eram tirados
dentre os homens para que pudesse fielmente representar os homens (Hb 5.1-2), e
nos diz de igual modo que Cristo foi tirado dentre os homens e pelas mesmas razões
(Hb 5.4-5);
d) Para aniquilar o pecado. Ele veio para aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo
(Hb 9.26b; Mc 10.45; 1 jo 3.5).
e) Para destruir as obras do diabo. Ele veio para destruir as obras do diabo (1 Jo 3.8). A
vinda de Cristo, particularmente Sua obra na cruz, trouxe derrota a Satanás (Jo 12.31;
Jo 14.30)
f) Para nos dar exemplo de vida santa. Apesar de não encontrarmos este propósito
definido com essas palavras em parte alguma, está, no entanto, subentendido em
muitas referencias (1 Co 11.1; 1 Pe 2.21);
g) Para preparar o segundo advento. Lemos que: “assim também Cristo, oferecendo-se
uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos
que esperam para salvação.” (Hb 9.28).

3. Jesus – o verdadeiro Deus


Não é somente desde a eternidade que Jesus é Deus (Jo 1.1-3). Ainda depois que ele
“Aniquilou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.7), e “o Verbo se fez carne e
habitou entre nós” (Jo 1.14), continua sendo Deus verdadeiro, revelando “a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade” (Jo 1.14). As escrituras, que incontestavelmente
provam a sua deidade, foram escritas para que todos creiam que Jesus é o Cristo (1 Jo 5.10).
Vamos algumas evidencias que Jesus é Deus verdadeiro.

3.1. JESUS É CHAMADO “DEUS”

3.1.1. DEUS PAI CHAMOU-O DE “DEUS”

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“Do Filho, diz: Ó Deus, teu trono subsiste” (Hb 1.8). Duas vezes Ele o chamou: “Meu Filho
amado” (Mt 3.17; Mc 9.7). Todo aquele, pois que nega que Jesus é Filho de Deus, faz o próprio
Deus mentiroso, “portanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu” (1 Jo 5.10).

3.1.2. O anjo, enviado por Deus chamou Jesus de “Filho de Deus” (Lc 1.35)

“Ele será chamado pelo nome de EMANUEL” (EMANUEL traduzido é: Deus conosco. (Mt
1.23). Quando Jesus nasceu, os anjos cantaram louvores ”Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).

3.1.3. O PRÓPRIO JESUS SE CHAMOU “DEUS”

Quando os seus inimigos lhe perguntaram “És tu o Cristo, Filho do Deus bendito?”, Ele
respondeu “Eu o Sou” (Mc 14.61-62). Ele chamou Deus de meu Pai (Mt 10.32; Jo 2.16; 10.37;
15.24). Ele se chamou também “o Filho unigênito que está no seio do Pai” (Jo 1.18) e disse:
“quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). Para a mulher samaritana, Ele disse que era o Messias (Jo
4.25-26), noticia que se espalhou por toda a cidade (4.29). Ele se chamou: “o Alfa eo Omega, o
Principio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro” (Ap 22.13) e “Eu sou” (Jo 8.24,28,58; 13.59;
compare com Êx 3.14).

Aquele que nega a deidade de Jesus rejeita o próprio testemunho de Jesus, e mostra assim
que é inspirado pelo espírito do Anticristo (1 Jo 2.22-23). Se Jesus fosse, como os teólogos
modernistas afirmam um produto da união entre Maria e José ou com qualquer outro homem
o mundo não teria nenhum Salvador, e Jesus seria um homem mentiroso, porque afirmou ser
o Filho de Deus. Mas glória a Jesus! Ele é Deus bendito eternamente (Rm 9.5).

3.1.4. TODOS OS APÓSTOLOS AFIRMARAM QUE JESUS É DEUS

João Batista disse que Jesus era Filho de Deus (Jo 1.34). Pedro testificou: “Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo” (Mt 16.16), chamou-o de “o Santo” (At 3.14) e “nosso Deus e Salvador
Jesus Cristo” (2 Pe 1.11), e disse que Jesus é Senhor de todos (At 10.36) Paulo disse que Jesus
era o próprio Filho de Deus (Rm 8.32) e falou da glória do “grande Deus e nosso Senhor Jesus
Cristo” (Tt 2.13), dizendo que Cristo, segundo a carne, é Deus bendito eternamente (Rm 9.5).
João escreveu que Jesus era o Verbo eterno (Jo 1.1), o Unigênito do Pai (Jo !.14), e “Verdadeiro
Deus” (1 Jo 5.20). Tomé o chamou “Senhor meu, e Deus meu” (Jo 20.28). E todos os que em
todos os tempos receberam a salvação têm dado o mesmo testemunho que os samaritanos:
“Sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (Jo 4.42).

3.2. JESUS POSSUI ATRIBUTOS DIVINOS

Nas seguintes resumidas várias citações Bíblicas, vemos que Jesus Cristo é Deus, porque Ele
possui os atributos de Deus.

Jesus é Eterno (Isaías 9.6; Mq 5.2; Jo 1.1-2, 14-15; Jo 17.5)

Jesus é Onipresente (Mt 18.20; Mt 28.20; Jo 14.20-23; Ef 1.23, Ef 4.20)

Jesus é Onisciente (Mc 2.8; Lc 6.8; Lc 11.17; Mt 11.27; 1Co 2.11, 16; Jo 6.64, 70-71; Jo 22.19-
22; Jo 18.4; Jo13.19; Mt 24.35; Jo 1.48-50; Jo 4.29; Jo 16.30; Jo 2.24).

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Enquanto Cristo é Deus, precisamos nos lembrar que durante a encarnação ele abriu mão do
uso de seus atributos (Fl 2.6-8; Jo 5.30). Como verdadeiro homem, Ele foi servo do Pai, um
exemplo para nós (Jo 13.4-5). Conseqüentemente, enquanto em terra, houve coisas que o Pai
não permitiu que Ele soubesse e apenas em Sua humanidade ele não foi onisciente. Deste
modo, ele não soube o tempo do seu retorno (Mc 13.32); Ele foi ver se havia fruto na figueira
(Mc 6.6).

Jesus é Onipotente e Soberano (Ap 1.8; Jo 5.19; Cl 1.17; Hb 1.13; Mt 28.18; Jo 17.2-3; Cl
2.10; Fl 3.21; 1 Co 15.25; Jo 10.18; Ap 1.5; Ap 19.16; 1Pe 3.22; Cl 1.18; At 10.36).

Jesus é Imutável (Hb 13.8; Hb 13.8; Hb 1.12; Mt 24.35;).

Jesus é Santo (Ap 3.7; Lc 1.35; 2 Co 5.21; Hb 4.15; Hb 7.26; 1 Pe 1.19; Jo 8.46; 1 Jo 3.5; 1 Pe
2.22).

Jesus é Verdadeiro (Jo 1.14; Ef 4.21; Jo 14.6; Ap 19.11).

Se a maioria dos atributos da divindade são atribuídos a Cristo, a única conclusão lógica é
que Cristo é Deus.

4. JESUS – O VERDADEIRO HOMEM


Cristo, “sendo em forma de Deus... aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp
2.6,7).assim, “Cristo...Deus bendito eternamente” (Rm 9.5), renunciou voluntariamente à
glória perfeita que possuía nos Céus (Jo 17.5) e a tudo aquilo que Ele na sua glória divina podia
gozar, para ser o Redentor da humanidade, sujeito às limitações de um verdadeiro homem.
Jesus viveu neste mundo não somente como Deus verdadeiro, mas também como homem
verdadeiro.

4.1. O Testemunho das Escrituras Sobre a Humanidade de Jesus

        Há indicações claras na Bíblia que Jesus era uma pessoa plenamente humana, sujeito a
todas as limitações comuns à raça humana, mas sem pecado. Como tal nasceu como todo ser
humano nasce. Embora sua concepção tenha sido diferente, uma vez que não houve a
participação de um ser humano masculino, todos os outros estágios de crescimento foram
idênticos ao de qualquer ser humano normal, tanto física como intelectual e emocional.
Também no sentido psicológico, era genuinamente humano, pois pensava, raciocinava, se
emocionava, como todo ser humano normal.

Seu nascimento (Lc 2: 6,7): Jesus não desceu dos céus, e sim nasceu de uma mulher humana,
passando por todas as fases que uma criança normal passaria.

 Sua árvore genealógica (Lc 3: 23-38; Mt 1:1-17): a Bíblia deixa evidente portanto que Jesus
teve, por parte de Maria, ancestrais humanos, dos quais provavelmente herdou características
genéticas, como todos os homens o recebem de seus antepassados.

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4.1.1. Sua Natureza Física

 Seu crescimento (Lc 2:52): cresceu como toda criança normal cresceria, alimentada por
comida e água. Seu corpo não era sobre-humano, e não tinha características especiais,
diferentes de qualquer ser humano normal.

 Suas limitações físicas: em tudo idênticas aos de um ser humano.

 Sentia fome (Mt 4:2; Mc 11:12).

 Sentia sede (Jo 19:28)

 Ficava cansado (Jo 4:6)

 Sofria a dor (Jo 18:22; 19: 2,3)

 Sua percepção pelos homens (I Jo 1:1; Mt 9: 20-22; 26:12; Jo 20: 25,27): Jesus de fato foi visto
e tocado pelos homens a sua volta. Não era um espírito com a forma humana, nem um
fantasma, mas um homem real, a ponto de Tomé só acreditar em sua ressurreição após tocá-
lo. Mesmo o testemunho do Espírito de Deus afirma que Jesus tomou plenamente a forma
humana (I Jo 4: 2,3a).

Sua morte (Lc 23: 46; Jo 19: 33,34): Jesus Podia morrer, como de fato morreu. Sua morte não
foi aparente, mas verdadeira. Seu corpo sucumbiu aos sofrimentos infligidos e de fato expirou
à semelhança de todos os homens. Esta é talvez a suprema identificação de Jesus com a
humanidade, pois sendo Deus não deveria morrer, mas ao assumir plenamente a humanidade,
torna-se sujeito a possibilidade da morte. Eis uma verdade tremenda e profunda.

4.1. Sua Natureza Psicológica e Intelectual Quanto ao Caráter Emotivo

 Sentia emoções (Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34): ainda que sentir emoções não seja uma prova
da humanidade de Jesus, uma vez que Deus também se emociona, elas demonstram a plena
humanidade de Cristo, como também deixam claro algumas reações tipicamente humanas.

Sentia tristeza e angústia (Mt 26:37)

 Sentia alegria (Jo 15:11; 17:13; Hb12:2)

Sentia indignação (Mc 3:5; 10:14)

 Sentia ira (Mt 21: 12,13)

 Se surpreende (Lc 7:9; Mc 6:6): Jesus se mostra genuinamente surpreso perante a fé do


centurião e se admira da incredulidade dos habitantes de Nazaré. Não era uma atitude falsa ou
de retórica, Jesus realmente era surpreendido em algumas circunstâncias.

Se sente atormentado (Mc 14:33): no Getsêmani Jesus foi tomado de grande angústia e pavor.
Estava em conflito íntimo e se atormenta pelo fato de não querer ser deixado só, contudo

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ainda assim escolhe fazer a vontade do Pai. Mesmo na cruz, sua frase "Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste?" (Mc 15:34), é uma das expressões mais humanas de solidão já
registradas na história dos homens.

Se comove e chora (Jo 11:33,35,38): Mesmo sabendo de antemão que Lázaro havia morrido,
Jesus é tomado de comoção e chora ao ver a tristeza ao seu redor e a triste realidade humana
da morte. A expressão "agitou-se no espírito", retrata vividamente alguém gemendo no
íntimo, aflito e comovido com uma situação que trás dor e cansaço.

 4.1.2. Quanto ao Caráter Intelectual

 Seu conhecimento era superior ao dos homens: em termos intelectuais, Jesus possuía um
conhecimento que se destacava em relação aos outros homens. Ninguém na História Humana
disse palavras tão belas, de grande profundidade e de maior alcance. Não só isso, Jesus deu
claras demonstrações de um conhecimento além da capacidade humana. Sabia o que pensava
os seus amigos e inimigos(Lc 6:8; 9:47). Conhecia coisas sobre o presente, pois sabia que
Lázaro estava morto (11:14), o passado, uma vez que conhecia o fato da mulher samaritana ter
tido cinco maridos (Jo 4:18) e o futuro das pessoas, ilustrado no fato de antemão ter avisado a
Simão Pedro de sua negação (Lc 22:33).

Seu conhecimento não era ilimitado: em algumas passagens vemos Jesus fazendo perguntas
retóricas afim de reforçar algum ensinamento (Mt 22: 41-45), contudo há outras passagens em
que Jesus pergunta sinceramente em busca de informações às quais não possuía. Um exemplo
claro foi o caso do garoto acometido de um espírito de surdez e mudez, onde Jesus pergunta
ao pai dele "Há quanto tempo isto lhe sucede?" (Mt 9: 20,21). Há nesta passagem uma clara
alusão que Jesus não tinha tal informação, e a julgava útil e necessária para promover a
restauração daquele garoto. Um outro caso ainda mais explícito foi no discurso apocalíptico
em Mc 13:32, quando ao ser interpelado sobre quando voltaria uma segunda vez, Jesus
respondeu francamente: "Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos
no céu, nem o Filho, senão o Pai". Foi uma declaração clara de sua falta de conhecimento
sobre essa informação.

4.1.3. Quanto ao Caráter Religioso

 Participava regularmente dos cultos na sinagoga (Lc 4:16): era de seu costume ensinar nas
sinagogas e visitar e participar dos cultos no templo quando estava em Jerusalém.
Humanamente mantinha um padrão de vida religioso irrepreensível quanto aos parâmetros de
Deus.

 Mantinha uma vida de oração (Lc 6:12; 22: 41,42; Jo 6:15): várias ocasiões vemos Jesus sair
para orar sozinho ou em grupo. Sua dependência humana do Pai era total e a oração era uma
prova disso. Em todas as coisas Jesus se mostrou plenamente humano, tanto no aspecto físico,
como no mental. Não havia dúvidas para os autores do NT que Jesus era plenamente homem.

4.2. Jesus, Plenamente Homem, Totalmente Singular

      Pelos tópicos acima está claro que Jesus assumiu completamente a humanidade, sujeito a
todos os reveses que o estado de humanidade poderia lhe trazer, contudo Jesus não um

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homem qualquer, igual a todos os homens. Vários fatos em sua vida mostram essa santa
singularidade:

4.2.1. O Nascimento Virginal

Jesus nasceu como todos os homens, no entanto sua concepção no ventre de Maria foi de
origem divina, sem a participação do componente sexual masculino (Mt 1:18-25; Lc 1:26-38).
Teologicamente chamamos a isso de concepção virginal. Maria era virgem na época da
concepção e assim continuou até o momento do nascimento de Jesus. As Escrituras deixam
muito claro que José não teve qualquer intercurso com Maria antes do nascimento de Jesus
(Mt 1.25). A influência sobrenatural do Espírito Santo é que tornou possível a geração de Jesus
no ventre de Maria. Isso não significa que Jesus é o resultado de uma relação de Deus com
Maria, longe de nós tal idéia. O que Deus fez foi providenciar, por uma criação especial, tanto
o componente humano ordinariamente suprido pelo macho (e assim o nascimento ser virginal)
como um fator divino ( e assim a encarnação). Assim, o nascimento de Jesus nos aponta
algumas verdades essenciais no cristianismo:

Que nossa salvação é sobrenatural (Jo 1:13): a salvação não vem pelo nosso esforço ou
realização.

 Que a salvação é uma dádiva da Graça (Ef 2:8): assim como não houve nenhum mérito em
Maria para que fosse escolhida, da mesma forma acontece conosco quando somos salvos.

4.2.2. A Impecabilidade de Jesus

Outra prova da singularidade de Jesus como homem é o fato de não ter pecado: "...antes foi
ele (Jesus) tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado."(Hb 4:15).

A Bíblia mostra Jesus como um sumo sacerdote totalmente sem mancha e feito mais alto
que os céus (Hb 7:26; 9:14). Pedro nos ensina que Jesus é o Santo de Deus (Jo 6:69) e que não
cometeu pecado (2 Pe 2:2). O que está de acordo com a afirmações de João, que em Jesus não
existe pecado (2 Jo 3:5), e as de Paulo que Cristo não conheceu pecado (2 Co 5:21).  
        Mesmo as acusações de blasfêmia feitas a Jesus pelos judeus são infundadas (Lc 5:21),
uma vez que Ele sendo Deus tinha pleno poder para perdoar os pecados. E mesmo algumas
pessoas da época deixaram bem claro a inocência de Jesus:

- A esposa de Pilatos (Mt 27.19): “Não te envolvas com o sangue deste Justo”.

- O ladrão na cruz (Lc 23.41): “Este nenhum mal fez”.

- Judas, o traidor (Mt 27.4): “Pequei, traindo sangue inocente”

    A Bíblia deixa claro portanto a impecabilidade de Jesus, mas isso não invalida as tentações
que sofreu como algo de somenos. Foram as tentações genuínas, e embora Jesus pudesse
pecar, era certo que não pecaria. Entretanto alguém poderia levantar a questão: uma pessoa
que não pode cair ao ser tentado, de fato experimentou a tentação? Um famoso comentarista
bíblico, Leon Morris, argumenta que uma pessoa que resiste até o fim conhece todo o poder

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da tentação. Dessa forma a impecabilidade aponta para uma tentação muito mais intensa que
estamos geralmente acostumados a pensar e sentir. Diz Morris que "O homem  que cede a
certa tentação não sente todo seu poder”. Uma outra pergunta que fica no ar é: se Jesus não
pecou, Ele era realmente humano? Se respondermos não, estaremos incorrendo em
gravíssima heresia, pois estamos dizendo em outras palavras que Deus criou o homem
naturalmente pecador e portanto Ele é a causa do pecado e o criador de uma natureza má e
corrompida. O Senhor é puro de olhos, Ele sequer pode contemplar o pecado (Hc 1:13),
quanto mais ser a causa intencional de seres corrompidos pelo mesmo pecado. Não, a
resposta não só não é este como a pergunta está formulada de maneira errada, pois estamos
de certa forma perguntando se Jesus é tão humano quanto nós. O correto é perguntar: Somos
tão humanos quanto Jesus? Esta pergunta nos remete a verdade que não temos a humanidade
em toda a sua plenitude. Não somos seres humanos genuinamente puros, assim como Jesus o
foi. Do ponto de vista bíblico só houve três seres humanos completamente humanos: Adão e
Eva (antes da Queda), e Jesus. Todo o restante da humanidade é apenas uma sombra da
humanidade original. Nossa humanidade é totalmente conspurcada pelo pecado que
tenazmente nos assedia. Somos versões inferiores da versão adâmica original. Dessa maneira
Jesus não só é humano como nós, como também é mais humano. É sua humanidade que deve
ser padrão para nós e não o inverso.

4.2.3. A Unidade na Pessoa de Jesus

Jesus é também singular no que diz respeito a sua pessoa. Sendo Ele Deus perfeito e Homem
perfeito, não é duas pessoas ao mesmo tempo. Ainda que seja de difícil compreensão a
unificação do ser divino com o ser humano em um único ser, Jesus nos é apresentado dessa
mameira nas páginas do NT. A falta de referências bíblicas sobre uma dualidade existente na
pessoa de Jesus já é claro indicativo que há uma unidade em torno de sua Pessoa. No entanto
há textos claros sobre a deidade e a humanidade de Jesus reunidas em um único ser (Jo 1:14;
Gl 4.4 1 Tm 3.16; 1 Co 2.8). A fé cristã enuncia este mistério desde o século cinco da seguinte
forma:

"Um só e mesmo Cristo, Filho Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas,
inconfundíveis e imutáveis, indivisíveis e inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum
é anulada pela união, mas pelo contrário, as propriedades de cada pessoa e natureza
permanecem intactas concorrendo para formar uma só Pessoa..."

Jesus ao assumir a forma humana, adquire atributos humanos, mas não desiste de sua
natureza divina (Fp 2: 6,7). Quando Paulo fala que Jesus se esvaziou assumindo a forma de
servo, é da posição de igualdade com Deus que Jesus se esvazia e não da natureza divina.
Assim Jesus se submete funcionalmente ao Pai e ao Espírito Santo no período da encarnação.
Mantém todos os atributos divinos (Cl 2:9), mas os submete voluntária e humildemente ao Pai,
não fazendo uso deles a não ser que seja esta a vontade dAquele que o enviou. 
     Também deve ficar claro que Jesus não era em algumas ocasiões humano e noutras divino,
e nem mesmo um terceiro ser resultante da fusão das duas naturezas. Seus atos sempre foram
humanos e divinos ao mesmo tempo. Dessa maneira a humanidade e a divindade são
conhecidas de forma mais completa em Jesus Cristo. Não existe melhor fonte para
conhecermos como deveria ser o ser humano do que olharmos para Jesus. Ele é o novo Adão e
nEle somos feitos novas criaturas, segundo a vontade de Deus (Jo 1:12; II Co 5:17). Mas Cristo
também é  nossa melhor fonte para conhecermos como e quem é Deus, pois Ele nos revela de
forma mais plena possível o Pai:

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"Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou" (Jo
1:8).

”Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o
conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-
lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a
mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”(Jo. 14.8,9)

Jesus, Nosso Senhor, é alguém totalmente singular entre todas as pessoas que viveram e
viverão na face da terra. Ele é o perfeito humano, sem pecado, dependente da vontade do Pai
e submisso a ela. É também verdadeiro Deus, em honra, majestade e poder, que assumiu a
humanidade e do homem teve compaixão a ponto de morrer por ele, de forma que este fosse
liberto do pecado, para que pudesse viver como filho de Deus. Sua obra e propósito eterno
foram e serão plenamente cumpridas. Louvado seja o Senhor por ter enviado seu Filho a
mundo para que fosse salvo todo aquele que nEle crer.

        Ao Deus triúno na pessoa do Senhor Jesus seja a glória, a majestade e a honra, antes de
todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!

5. OS OFICIOS DE CRISTO
5.1. Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei

Os três cargos mais importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo
Testamento eram: o profeta, o sacerdote e o rei. Estes três ofícios eram distintos, e não
necessariamente, cumulativos, orações e louvores a Deus e o rei governava o povo como
representante de Deus. Na teologia entendemos que cristo preenche estes três ofícios dos
seguintes modos:

a) Cristo como profeta: Revela Deus a nós e transmite – nos a palavra de Deus;
b) Como sacerdote: Ele oferece sacrifício em nosso favor, sendo ele mesmo o sacrifício;
c) Como Rei: Ele governa a igreja e o próprio universo.

5.1.1. Cristo como Profeta

Como profeta, Jesus Cristo transmitiu ao povo a mensagem de Deus, Ele falou através da sua
vinda ao mundo! Deus falou pelo Filho (Hb 1.1), isto principalmente a respeito do
cumprimento exato de todas as profecias concernentes à vinda do Redentor. (Lc 4 .21).

O exercício do ministério de Jesus refere-se principalmente ao período que vai do começo


do seu ministério publico até o Gólgota. Entretanto, ainda no Céu Ele continua como profeta,
porque o “testemunho de Jesus é o espírito de profecia” (Ap 19.10). Ele continua falando por
meio da sua Igreja, que é o seu corpo (Ef 1.22,23), e através dos dons do Espírito Santo (1 Co
12.7-11), e dos ministérios dados por Ele (Ef 4.11,12) e pela sua santa Palavra.

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5.1.2. Cristo como Sacerdote

O Antigo Testamento prediz e prefigura o sacerdócio do Redentor que viria. Há referências


claras a isto em (Sl 110.4; Zc 6.13) em Isaias 53 o servo do Senhor especialmente no
desempenho do papel sacerdotal. Além disso, o sacerdócio do Antigo Testamento, e
especialmente o sumo sacerdote prefigura claramente um Messias Sacerdotal. No Novo
Testamento há somente um livro que Ele é chamado de sacerdote, a saber, o livro de Hebreus.
Mas ai o nome lhe aplicado repetidamente (Hb 3.1; 4.14; 5.5; 6.20; 7.26; 8.1). Todavia outros
livros do Novo Testamento também se referem a sua sacerdotal (Mc 10.45; Jo.1.29; Rm
3.24,25; 1 Co 5.7; Ef 5.2; 1 Jo 2.2; 4.10; 1 Pe 2.24; 3.18).

5.1.3. Cristo como Rei

Jesus chamou-se a si mesmo de “Rei” (Jo 18.37), e disse que o pai havia-lhe destinado o
reino (cf. Lc 22.29). Os profetas haviam profetizado que Jesus viria como Rei (cf. Sl 2.6-8; 8.6;
110.6; Is 9.7; Jr 23.5). Quando ele nasceu, foi adorado como Rei (cf. Mt 2.2,11). Antes de subir
ao Gólgota, ele entrou triunfante em Jerusalém, conforme as profecias (cf. Zc 9.9,10; Mt 21.1-
11), e foi então aclamado como Rei (cf.Lc 19.38). Voltando ao céu, após a sua ressurreição, foi
aclamado como o Rei da glória (cf. Sl 24.8-10). Graças a Deus!

Após a ressurreição de Jesus, Deus exaltou-o soberanamente (cf. Fp 2.9), e coroou-o de


honra e de glória (cf. Hb 2.7), glorificando-o com “aquela glória que tinha” antes que o mundo
existisse (cf. Jo 17.5) e que Ele havia deixado para ser homem (cf. Fp 2.6-8). Ele foi agora feito
Senhor e Cristo (cf. At 2.36), príncipe e Salvador (cf. At 5.31), juiz do dos vivos e dos mortos (cf.
At 10.42), e assentou-se à direita de Deus nos Céus (cf. Ef 1.20). Deus entregou tudo em suas
mãos (cf. Jo 3.35), e ele tem agora todo o poder no céu e na terra (cf. Mt 28.18).

6. OBRA DE CRISTO

O nome de Jesus, que lhe foi posto pelo o anjo Gabriel quando anunciou a Maria e
depois a José, o seu nascimento, expressa plenamente em que consiste a sua obra.
“Ela dará a luz um menino a quem chamarás Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos
seus pecados”, (Mt 1.21). A palavra Jesus significa “Salvador”. Salvar a humanidade do
estado de pecado e perdição, a que se reduziu com a queda do primeiro Adão, pela
obra do segundo. Quando foi criado, o homem possuía o equivalente ao ofício de
profeta, sacerdote e rei. Tinha conhecimento de Deus. Podia entrar em relação pessoal
com Ele e tinha autoridade como chefe de família e sobre os animais inferiores. Tendo,
pela sua queda, perdido a posse plena desses bens. Embora conservasse a
possibilidade de reavê-los, coube a Jesus, restaurá-los. Para isso, na ocasião de seu
batismo, foi Ele ungido com o Espírito Santo do mesmo modo como em Israel eram
ungidas com óleo as pessoas que tinham de desempenhar os ofícios de sacerdotes e
rei, e, com o Espírito Santo, os Profetas.

 MORTE
 RESSURREIÇÃO

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 ASCENSÃO
 SEGUNDA VINDA

Cada um dos três primeiros acontecimentos acima é resultado do Senhor Jesus ter
levado a bom termo o cumprimento obediente de seus ofícios. Conseqüentemente, a
Sua segunda vinda não poderia acontecer se as três obras anteriores não tivessem se
completado. Vale, contudo, ressaltar que todos esses acontecimentos foram
necessários para a maior obra do Senhor Jesus: A OBRA EXPIATÓRIA.

6.1. A EXPIAÇÃO COMO OBRA DE CRISTO

A causa motivadora e a necessidade da obra expiatória por Cristo, muitas vezes são
faladas como se estivesse no amor compassivo de Jesus pelos pecadores. Com esta
maneira de tratar o assunto dá-se às vezes a impressão de que Deus é um Deus
colérico que procura a destruição do pecador; mas que o Cristo amoroso se interpõe e
a custa de sua própria vida salva o transgressor, então, Cristo recebe a glória de Deus
que fica esquecido e despojado de Sua honra. As Escrituras apontam a causa
motivadora da expiação substitucionária (I 53.10; Lc 2.14; Cl 1.19,20).

6.1.1. DEFINIÇÃO DE EXPIAÇÃO

A expiação é definida como “A satisfação oferecida à justiça Divina por meio da


morte de Cristo pelos Pecados da humanidade, em virtude do qual todos os
verdadeiros penitentes que crêem em Cristo são pessoalmente reconciliados com
Deus e livres de toda apenação pelos seus pecados anteriormente cometidos e
receberem pela graça, a vida eterna (Hb 12.17).

6.1.2. NECESSIDADE DA EXPIAÇÃO

A expiação foi necessária em vista da satisfação à justiça de Deus. Esta foi violada
pela transgressão do homem e naturalmente exigida tal satisfação. A retidão e a
santidade de Deus, que não podem tolerar nenhum pecado, certamente não podem
deixar passar despercebida a rebeldia desenfreada contra sua majestade infinita.

6.1.3. A EXPIAÇÃO PRÉ-FIGURADA NO ANTIGO TESTAMENTO

A doutrina da expiação foi revelada gradualmente e está marcada por três passos
principais:

a) Sacrifícios primitivos

No antigo testamento não nos fornece narração da origem dos sacrifícios, mas nos
dá uma história da adoração sacrifícial desde o princípio do mundo até o tempo em
que os sacrifícios foram substituídos pela obra expiatória de Jesus, o Cristo. A missão

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dos patriarcas consistia em manter o senso de dependência de Deus e o altar foi
considerado como elemento essencial para qualquer aproximação com a divindade.

b) Os sacrifícios da Lei

A instituição de determinado sacrifícios enumerados pela lei Mosaica, narra um


passo a mais do desenvolvimento da idéia da expiação. O fato de que a expiação
estava ligada com a comunidade religiosa é altamente significativa no sentido de que
indica uma depravação comum da qual resultou a transgressão pessoal e para a qual
se precisou de uma expiação. A vítima sangrenta (um animal), também tinha um
significado duplo: era uma representação da vida pura que o pecador deveria levar e
esta expiação só poderia ser tal por meio da morte. Além disso, indicava Cristo como o
grande Antitipo - O cordeiro de Deus, cujo o sangue poderia tirar o pecado do mundo.

c) As predições pelos profetas


 Isaias 53. 4,5.

6.1.4. OS RESULTADOS DA EXPIAÇÃO

a) Perdão das transgressões –( Jo 1.29; Ef 1.17; Hb 9.22-28; Ap 1.5)


b) Liberdade dos pecados –( Rm 6.8)
c) Libertação da morte eterna – (Jo 11.26; II Co 5.21; Hb 2.9)
d) Dom da vida eterna – (Jo 3.14-16; Rm 6.22,23; Tt 1.2)
e) Vida Vitoriosa –( Lc 10.17-20; Jo 12.31; 14.30; Gl 2.20; Cl 2.15; Hb 2.14).

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APOSTILA DE PNEUMATOLOGIA
(DOUTRINA DO ESPIRITO SANTO)

INTRODUÇÃO

(Paracletologia/Pneumatologia)

ORIGEM DA PALAVRA Paracleto, do grego “paráklétos”, significando Consolador,


Advogado, Conselheiro, Amigo, Aliado, Fortalecedor, Socorro. Pneuma, do grego
"pneuma": sopro, gás, espírito.

O estudo do Espírito Santo de Deus é importante devido a quem ele é, o que ele fez,
faz e ainda fará na história da humanidade. Ou seja o Espírito Santo é Deus, e aquilo
que se conhece verdadeiramente do Senhor, só é possível por sua pessoa. Ele é o
alicerce da vida e também  da religião;  Enquanto o mundo associa-o ao fanatismo, ele
no entanto  se mantém ativo em todas as áreas da vida, sendo dela o criador. Também
trabalha na providência, na política, nos talentos humanos, na salvação e no
crescimento espiritual. Inspirou a Bíblia e agora ilumina as nossas mentes para que
possamos entendê-la. Sua vinda ao mundo era tão necessária a nossa salvação quanto
a vinda de Cristo. Sem o Espírito Santo nossa religião é vazia e não temos provas de
nossa salvação (Rm 8:9,16). É ele quem nos dá a vida física (Jó 33:4), espiritual e
ressurreta (Jo 3:5; Rm 8:11), sendo ele o autor de tudo que é bom e agradável em
nossa existência (Gl 5:19-22).

1. A PERSONALIDADE DO ESPIRÍTO SANTO

1.1. A BÍBLIA USA PRONOME PESSOAL EM RELAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

“Quando Ele vier...” (Jo 16.8,13; 14.26).

1.2. A BÍBLIA DÁ AO ESPÍRITO SANTO ATRIBUTOS DE PERSONALIDADE

Ele tem vontade: “O mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11; Jo 3.8). Ele tem conhecimento:
“Ninguém sabe coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1 Co 2.11). Ele tem

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sentimento: “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus” (Ef 4.30). Ele ama: “Rogo-vos...
pelo amor do Espírito” (Rm 15.30).

1.3. A BÍBLIA ATRIBUI AO ESPÚRITO SANTO ATIVIDADES PESSOAIS

“Ele vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar” (Jo 14.26) “O Espírito penetra
todas as coisas” (1 Co 2.10) “ O Espírito testifica com nosso espírito” (Rm 8.16). “O
Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7; 3.6). A bíblia fala dos que foram “enviados pelo Espírito”
(At 13.4) e dos que “são guiados pelo Espírito” (Rm 8.14).

1.4. A BÍBLIA DESCREVE ATITUDES DE HOMENS PARA COM O ESPÍRITO SANTO

Usando expressões que se usam nas relações entre pessoas: “Ananias, por que
encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo” (at 5.3); “Se
alguém falar contra o Espírito Santo” (Mt 12.32); “...fizer agravo ao Espírito Santo” (Hb
10.29). O Espírito Santo é uma pessoa, é Deus; portanto, sejamos santos como Ele é
Santo.

2. O ESPÍRITO SANTO ATRAVÉS DOS SEUS NOMES

A Bíblia registra vários nomes do Espírito santo, os quais expressam algumas das
diferentes características que Ele possui. Por meios desses nomes, podemos penetrar
no conhecimento sobre a sua natureza e também compreender algo da sua obra que
Ele quer fazer em nós e por nós.

2.1. NOMES QUE EXPRESSAM A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO

2.1.1. Espírito Santo (Ef 1.13)

Assim como Deus é santo (1 Pe 1.16) e Jesus é santo (At 2.27), também o Espírito o
é. Por isso, lemos em Isaías 6.3 a respeito do Deus três vezes santo: “Santo, Santo,
Santo é o Senhor dos exércitos”. O Espírito Santo revela a santidade de Deus (Ex 3.5) e
transmite aos homens o poder santificador (Rm 1.4; 2 Ts 2.13).

2.1.2. Espírito da Verdade (Jo 16.13)

Assim como Deus é verdade (Jr 10.10) e Jesus é a verdade (Jo 14.6). Também o
Espírito o é (1Jo 5.6). Ele veio para nos guiar em toda verdade (Jo 16.13). Ele revela a
verdade sobre Jesus (Jo 16.14) e também sobre nós (Sl 51.6; Jo 16.8-10).

2.1.3. Espírito é Amor (Tm 1.7)

Assim como Deus é amor (1 Jo 4.8) e Jesus é amor (Ef 3.19); Jo 15.13), também o
Espírito o é (Rm 15.30). Ele transmite o amor de Deus aos nossos corações(Rm 5.5)

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2.1.4. Espírito de Poder (2 Tm1.7)

“O poder pertence a Deus” (Sl 62.11). Por meio de Cristo esse poder está ao alcance
dos que crêem (1 Co1.24). Por meio do Espírito Santo esse poder nos é dado (At 1.8), e
ficamos em contato com aquEle que diz: “Eu sou o Senhor que faço todas as coisas” (Is
44.24), e para quem “nada é impossível” (Lc1.37).

2.1.5. Espírito de Sabedoria e de Revelação (Ef 1.17)

A onisciência do Espírito Santo(cf.1 Co 2.10,11) é também manifestada através do


seu nome. Ele nos une a cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da
sabedoria e da ciência (cf. Cl 2.2,3). Jesus foi feito sabedoria por nós (cf. 1Co 1.30), e
pelo Espírito Santo nos é dado conhecer até as profundezas de Deus (cf.1Co 2.10-12).

2.2 NOMES QUE EXPRESSAM A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

A Bíblia diz: “O Espírito ajuda as nossas fraquezas” (Rm 8.26). Ele está com o povo de
Deus para, através dos méritos de Jesus, ajudar-nos em todos os transes da vida, bem
como em tudo que Deus quer que façamos em sua obra.

2.2.1. Espírito da Graça (Hb 10.29; Zc 12.10)

O Espírito apresenta Jesus Cristo como crucificado (Gl 6.14), glorificado-o (Jo 16.14)
e testificando da sua graça (Hb 10.14,15; Rm 3.24; Tt 3.5-7).

2.2.2. Espírito da Vida

Quando o Espírito Santo nos leva a Cristo e à sua graça, então o homem
experimenta o grande milagre da sua vida: nasce de novo pelo Espírito (Jo 3.6) e
poderá agora reinar em vida, por um só Jesus Cristo (Rm 5.17).

2.2.3. Espírito de Adoção de Filhos

Quando o pecador recebe a Jesus e nasce de novo (Jo 1.11-13), recebe, pelo Espirito
Santo o espírito de adoção de filhos, pelo qual clama “Aba, Pai” (Rm 8.15; Gl 4.6).

2.2.4. Espírito da Fé (2 Co 4.13)

O Espírito Santo é quem opera avivando a nossa fé e transmitindo ao nosso coração


“a palavra da fé” (Rm 10.8), fazendo com que a nossa fé não se apóie em sabedoria
humana, mas no poder de Deus (1 Co 2.5). quando o crente é corroborado pelo poder
do Espírito no seu interior, experimenta que Cristo habita pela fé em nosso coração (Ef
3.16,17). É assim que fica cheio de fé (At 6.5; 11.24; Nm 14.24 etc.)

2.2.5. Espírito de suplicas (Zc 12.10)

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O Espírito Santo púrica maravilhosamente as nossas orações. Ele tanto ora em nós
(Rm 8.26,27) como também é a força da nossa oração. Podemos assim orar em espírito
(1 Co 14.15; Jd 20). Como o fogo fazia o incenso subir em cheiro agradável ao Senhor
(ex 30.7), assim o fogo do Espírito Santo faz com que a nossa oração suba ao senhor
com poder. (Sl 141.2; Tg 5.15).

2.2.6 Espírito da Glória de Deus (1 Pe 4.15)

O Espírito Santo é uma expressão da glória celestial (2 Co 3.18). Ele também revela a
glória que se há de seguir (1 Pe 1.11), e as riquezas da glória da sua herança nos santos
(Ef 1.17,18; Cl 1.27). O Espírito Santo faz abundar a esperança (Rm 15.13) da vinda de
Jesus, que é “o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”
(Tt 2.13).

2.2.7. Consolador (Jo 14.26; 15.26; 16.7)

Esse nome expressa que o Espírito Santo transmite aos homens a consolação da
parte de Deus, “o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação” (2 Co 1.3).

2.2.8. Espírito da Promessa (Ef 1.13; At 1.4,5)

Esse nome traz aos nossos corações a certeza de que tudo que o Espírito Santo
realiza é oferecido a todos, pois “promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a
todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).
Jesus deseja batizar todos com Espírito Santo, para que sejam beneficiados com a
plenitude das operações do Espírito.

3. SIMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Primeiramente temos que entender que o Espírito Santo é uma PESSOA e não uma
coisa. Ele é a terceira PESSOA da trindade divina, mas a bíblia nos mostra alguns
símbolos que representam o Espírito.

3.1. NA BÍBLIA EXISTEM VÁRIOS SIMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

3.1.1. POMBA - (Mt 3.16)

João viu o Espírito Santo descendo como uma pomba sobre Jesus. A pomba
simboliza a paz, então o Espírito Santo é aquele que nos dá a paz No Velho Testamento
a pomba era usada de três maneiras: Era uma fonte de alimento, os pobres
sacrificavam-nas a Deus e eram usadas para levar mensagens. (Lc 4.18) Aqui vemos
Jesus pregando e dizendo que o Espírito do Senhor estava sobre Ele.

3.1.2. FOGO - (At 2. 3-4 )

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Línguas como de fogo apareceram e repousaram sobre a cabeça dos discípulos.
(Is 6.6-7) O fogo é mais eficaz do que a água para purificar. (Sl 66.10-12) Aqueles que
querem se purificar, Deus os chama para passar pelo fogo. O fogo serve para limpar,
purificar, iluminar, queimar e esquentar, o Espírito Santo é aquele que agindo na vida
do crente limpa e purifica a sua vida, Ele ilumina o caminho do crente, dá direção, vai
queimar todos os pecados e fazer cinzas deles e soprar e vai fazer que o crente seja
fogo puro, labareda de fogo (He 1.7), fervoroso na sua vida cristã. 

3.1.3. ÁGUA - (Jo 7.38-39)

 A água é essencial para a vida, no Antigo testamento os exércitos procuravam cortar


o suprimento de água, para que o inimigo morresse sem água. Da mesma maneira o
Espírito Santo é essencial para a vida do cristão. Satanás nos considera como inimigos
e por isso ele quer cortar o Espírito Santo da vida dos cristãos. Infelizmente ele tem
conseguido isso na vida de muitos, lançando que não é necessário o batismo com o
Espírito Santo, que o Espírito Santo não existe, tem levado a muitos a rejeitar o Espírito
Santo a anular o Seu poder. ( 1 Ts 5. 19) O apóstolo Paulo nos exorta a não barrar o
Espírito, um cristão sem o A água é essencial para a vida, no Antigo Testamento os
exércitos procuravam cortar o suprimento de água, para que o inimigo morresse sem
água. Da mesma maneira o Espírito Santo é essencial para a vida do cristão. Satanás
nos considera como inimigos e por isso ele quer cortar o Espírito Santo da vida dos
cristãos. Infelizmente ele tem conseguido isso na vida Espírito é um cristão morto. (Ez
47.1-10) É bem claro neste capítulo como o Senhor nos ensina a respeito da
necessidade das Águas do Rio. Esse rio é o Espírito Santo, onde ele passa a vida é
gerado, o que está morto viverá.

3.1.4. ÓLEO - (1 Sm 16.13)

O óleo era usado para muitas coisas nos tempos bíblicos e nos nossos dias também
usamos o óleo para algumas coisas. O óleo servia para ungir profetas, reis e
sacerdotes, curar feridas, perfumar, proteger a pele contra os raios do sol, para
demonstrar alegria ao receber um convidado, nos cabelos, embelezar a pele das
mulheres. O Espírito Santo é aquele que unge os cristãos e os capacita para o
ministério, cura as feridas da alma, nos deixa cheirosos espiritualmente nos fazendo
exalar o bom perfume de Cristo (2 Co 2.15), nos protege contra as investidas do
maligno (Is 59.19), por ser uma região de muitos insetos os pastores do oriente médio
untam as ovelhas com óleo para protegê-las contra as picadas, a unção nos protege
contra as investidas do maligno.

3.1.5. SELO - ( Ef 1.13)

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O selo serve para autenticar, a unção autentica o teu chamado. O Espírito Santo é
que autentica o ministério de uma pessoa (At 4.29-31). Uma carta selada possui um
destinatário, sem o selo ela não chega até o seu destino. O Espírito Santo é o nosso
selo para chegarmos na glória, a parábola das dez virgens é um grande exemplo disso
(Mt 21.5). O selo também indica propriedade, vemos isso quando animais são
marcados com selo (marca) do seu proprietário. O Senhor tem nos marcado como
propriedade Sua, somos do Senhor, aleluia! Temos também a marca do sangue de
Jesus, do Cordeiro Santo sobre as nossas vidas, o sangue também é um selo.

4. AS OBRAS DO ESPÍRITO SANTO

As obras do Espírito Santo provam a sua divindade, assim como as obras que Jesus
realizou como homem comprova que Ele é o Filho de Deus (Jo 5.36; 10.25,38; 14.11).
O Espírito sempre opera em conjunto com a Trindade, pois é o ativador de todas as
coisas. Vejamos aqui somente algumas dessas obras, pois é inteiramente impossível
estudar todas.

4.1. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

 O Espírito Santo renovou e vivificou, através dos séculos, a de enviar o Messias


(Gn 3.15; 1 Pe 1.9-11).
 O Espírito Santo operou ativamente na encarnação de Jesus (Lc 1.35; Mt1.20).
 O Espírito Santo guardou por meio de uma revelação, a vida de Jesus quando
Herodes queria matá-lo (Mt 2.12).
 O Espírito Santo revelou a Simeão que Jesus era o Messias (Lc 2.25-29)
 O Espírito Santo revestiu Jesus com poder para que exercesse o seu ministério
(Lc 3.22), selando-o ((Jo 6.27) e ungindo-o (Lc 4.18). Guiou-o (Lc 4.14) e operou
maravilhas e sinais por meio dele (Lc5.17; 6.19; Mt 12.28).
 O Espírito Santo operou na vida de Jesus uma renúncia total (Hb 9.14), dando-
lhe força para, voluntariamente, se oferecer em sacrifício (Ef 5.2).
 O Espírito Santo operou na ressurreição e ascensão de Jesus (Rm 8.11; Ef 1.20)

4.2. O ESPÍRITO SANTO OPERA APLICANDO A OBRA DE CRISTO PARA RESTAUÇÃO DO


HOMEM.

Toda trindade operou e opera na salvação do homem. Deus Pai deu seu Filho
unigênito (Jo 3.16), e “estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo” (2 Co 5.19). O
Filho deu-se a si em sacrifício (Ef 5.2),sendo causa de eterna salvação (Hb 5.9). assim,
o Espírito Santo opera no sentido de que, por meio da salvação, haja uma total
restauração de todo o estrago que o pecado causou na vida do homem, seja no
espírito, na alma ou no corpo.

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4.2.1. O Espírito Santo Vivifica o Espírito do Homem

Pelo pecado o homem é separado de Deus (Is 59.2)e o seu espírito é morto (Ef 2.1-3,
Lc 15,32; Cl 2.13), completamente destituído de poder para exercer a função de ser o
meio de contato com Deus. O Espírito Santo chama o pecador (Ap 22.1) despertando o
seu espírito (Ed 1.1), dando-lhe a certeza da salvação (Rm 8.16), a qual faz com que ele
agora clame “Aba, Pai” (Rm 8.15; Gl 4.6). O espírito do homem agora iluminado, pode
ver a glória de Deus (2 Co 4.6; Mt 5.8) e experimentar a santificação (2 Co 3.18).

4.2.2. O Espírito Santo Opera Para a Salvação da Alma

A alma do homem ficou também sob a influência do pecado. O seu sentimento ficou
obscurecido (Ef 4.18), a sua vontade tornou-se má (Jo 3.19)e o seu sentimento
angustiado, sem paz (Rm 7.24; Is 57.21). Porém, pela lavagem e renovação do Espírito
Santo (Tt 3.5)e vivificação da Palavra (Jo 6.63), a sua alma é salva ( Tg 5,20). O seu
entendimento ficou esclarecido (2 Co 4.6), a sua vontade inclinada a fazer a vontade
de Deus (Hb 13.21; Mt 6.10), e o seu sentimento, cheio de júbilo e alegria (Sl 51.12; Rm
2.10).

4.2.3. O Espírito Santo Opera a Restauração do Corpo do Homem

Ele proporciona a salvação para corpo. Pelo pecado o corpo ficou contaminado (Tg
3.6) e se tornou um instrumento de iniqüidade (Rm 6.13). pele operação do Espírito
Santo na regeneração ( Jo 3.8), o Homem se tornou uma nova criatura, e tudo ficou
novo (2 Co 5.17). O corpo não serve mais o pecado ( Rm 6.16,18,19), mas serve ao
Senhor no espírito (Fp 3.3), como instrumento de justiça (Rm 6.13).

O Espírito Santo opera, ainda, transmitindo poder para cura do corpo. Pelo pecado
entrou a morte no mundo (Rm 5.12; Gn 3.19), e com morte veio a doença e dor, que
constituem o início da morte. Muitas doenças são originadas pelo pecado (Jo 5.14; Sl
38.1-10; Pv 14.30). Jesus levou as nossas enfermidades na cruz (Is 53.4; Mt 8.14-17; 1
Pe 2.24). o Espírito Santo opera transmitindo esse poder para cura das enfermidades,
bênção que faz parte da salvação completa!

Quando o Espírito Santo operou no ministério de Jesus, então n[muitos doentes


foram curados (Lc 5.17; 6.19). Aconteceu também nos dias dos apóstolos (At 4.30,31;
5.12-16 etc.). Jesus hoje é mesmo (Hb 13.8), e o Espírito Santo também (Co 12.4)e, por
isso, opera da mesma maneira também.

4.3. O ESPÍRITO SANTO TRANSMITE A NATUREZA DIVINA PELO FRUTO DO ESPÍRITO

Uma das obras do Espírito Santo é a de transmitir ao homem toda plenitude de Deus
(Ef 3.16-19). A natureza perfeita de Deus faz parte dessa plenitude. Pelo fruto do
Espírito, essas virtudes se manifestam na vida do crente.

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4.3.1. O FRUTO DO ESPÍRITO É UMA MANIFESTAÇÃO DA NATUREZA DE CRISTO

O alvo da salvação é restaurar o homem à imagem de Cristo (Rm 8.29; Cl 3.10). Pelo
pecado, ele perdeu a glória da imagem de Deus (Rm 3.23), e ficou escravizado debaixo
do poder da carne, isto é da velha natureza, a qual se manifesta pelas “obras da carne”
(5.19-21). A carne afasta o homem da vontade de Deus (Rm 8.5-8) e o faz obedecer ao
inimigo (Ef 2.1-3). A salvação faz o homem participante da natureza divina (2 Pe 1.4),
porque Cristo agora é a sua vida (Cl 3.4), e a “sua velha natureza” foi crucificada com
Cristo, que agora vive nele (Gl 2.20). “ O molde” dessa nova vida é o exemplo que Jesus
nos deixou registrado na Bíblia (1 Pe 2.21; Jo13.15; Jo2.6; 1 Co 11.1).

O Espírito santo faz que, por meio do fruto do Espírito, as virtudes de Cristo
apareçam “para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos” (2 Co
4.10), “até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19). A Bíblia mostra que quando há
abundância da operação do Espírito, então os frutos infalivelmente aparecem (Jr 17.8;
Sl 1.3). Quando o Espírito Santo glorifica a Jesus (Jo 16.14) na vida do crente e a sua
comunhão com Ele se tornar mais íntima, então se cumpre a palavra de Jesus: “Quem
está em mim, e eu nele, este dá muito fruto” (Jo 15.5). É o fruto do Espírito que então
aparece, e a natureza e as virtudes de Cristo se reproduzem na vida do crente.

4.3.2. O Fruto do Espírito (Gl 5.22-23)

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,


fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei (Gl.5:22-23).
O fruto do Espírito é implantado naqueles que nascem de Deus e são cultivados pelo
próprio Espírito Santo fazendo com que o novo homem ande em novidade de vida e
não mais esteja sujeito a carne. Todavia, “a carne, milita contra o Espírito, e o Espírito,
contra a carne, porque são opostos entre si”, esse conflito é inevitável, não pode ser
evitada, a vitória, no entanto, também, não pode ser evitada, pois quem vence é o
maior e o apóstolo João diz quem é o maior: “Filhinhos, vós sois de Deus e tendes
vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que
está no mundo” (1 Jo 4.4). E se o que está nos verdadeiros crentes é maior, temos,
portanto, a certeza da vitória sobre a carne, o mundo e o diabo. Essa vitória a pesar de
já ter sido conquistada, por Jesus na cruz do Calvário, ela vem sendo consolidada (cf.
Fp 2.12) na vida de cada crente através do amadurecimento do fruto do Espírito que
acontece gradativamente. Afinal de contas o apóstolo Paulo diz em sua Carta aos
Romanos que fomos predestinados para sermos conforme à imagem de Jesus Cristo. O
fruto do Espírito são qualidades morais cuja origem é Divina, todavia não há aqui
pretensão de fazer uma lista completa de virtudes. O que Paulo selecionou foram
características essenciais antes corrompidas pelo pecado que começa a ser restaurada,
após a regeneração, pelo Espírito Santo.45.3.3. UMA SÍNTESE SOBRE AS VIRTUDES QUE
COMPÕE O FRUTO DO ESPÍRITO

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 “Amor”; "Caridade" (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior
de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl
3.14).

 "Gozo"; “Alegria” (gr. chara), i.e., a sensação de alegria baseada no


amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus,
bênçãos estas que pertencem àqueles que crêem em Cristo (Sl 119.16;
2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8; Fp 1.14).

 “Paz" (gr. eirene), i.e., a quietude de coração e mente, baseada na


convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm
15.33 Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20).

 “Longanimidade" (gr. makrothumia) i.e., perseverança, paciência, ser


tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).

 "Benignidade" (gr. chrestotes), i.e., não querer magoar ninguém, nem


lhe provocar dor (Ef 4.32; CL 3.12; 1Pe 2.3).

 "Bondade" (gr. agathosune) i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e


repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou
na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13).

 "Fé” (gr. pistis), i.e., lealdade constante e inabalável a alguém com


quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e
honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).

 “Mansidão" (gr. prautes) i.e., moderação, associada à força e à


coragem; descreve alguém que pode irar-se com eqüidade quando for
necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso
(2Tm 2.25; 1Pe 3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc
3.5; a de Paulo, cf. 2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3
com Êx 32.19,20).

 "Temperança"; “Domínio Próprio” (gr. egkrateia), i.e., o controle ou


domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade
aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).

5. O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

O Reino de Deus consiste em virtude (cf. 1 Co 4.20), pois é o domínio de Deus Todo-
poderoso (cf. Gn 17.1). Deus é a fonte de poder (cf.1 Cr 29.11;Sl 62.11). Quando Deus,
para libertar os homens do poder de Satanás (cf. At 26.18) e da potestade das trevas

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(cf. Cl 1.13), deu o seu filho unigênito, esse, pela sua vitória na cruz do Gólgota (cf. Cl
2.14,15), foi feito poder de Deus (cf. 1 Co 1.24). O Evangelho, que fala dessa salvação,
é também poder de Deus (cf. Rm 1.16). Quando alguém aceita a Jesus e crê na sua
palavra, recebe poder para ser feito Filho de Deus (cf. Jo 1.12-14). A Bíblia revela que
Deus tem preparado para os seus uma benção de poder, a qual oferece a todos - o
batismo no Espírito Santo (cf. Lc 24.48-49; At 1.4,5, 8).

5.1. O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO É A PROMESSA DO PAI

Jesus comunicou aos discípulos, antes da morte, que receberiam poder pelo batismo
no Espírito Santo, que o Pai havia de enviar (Jo 14.16, 17, 26; 16.7,13). Por isso é uma
bênção chamada “a promessa do Pai” (At 1.4; Lc 24.49).

Essa bênção prometida distingue-se da experiência da salvação. Devemos observar


que Jesus ordenou aos seus discípulos que buscassem o revestimento de poder pelo
batismo no Espírito Santo (Lc 24.49). Eles já eram crentes. Todas as vezes que a Bíblia
fala sobre o recebimento dessa bênção, menciona que os que receberam eram
crentes. Vemos as cincos referências no Atos.

 Atos 2.1-4 – Todos os discípulos que estavam no cenáculo eram crentes.


 Atos 8.14,17 – Os que foram batizados no Espírito Santo eram novos crentes
que acabaram de ser batizados nas águas.
 Atos 9.17 – Saulo era novo convertido, Ananias o chamou de “irmão”.
 Atos 10.43-46 – Os que na casa de Cornélio foram batizados no Espírito Santo
eram novos na fé, cujos corações haviam sido purificados (At 15.9).
 Atos 19.1-6 – Os que em Éfeso foram batizados no Espírito Santo eram crentes
que antes não conheciam nem a doutrina sobre o batismo no Espírito Santo.
Logo depois de terem sido batizados nas águas, Jesus os batizou com o Espírito.
Vemos assim que o batismo no Espírito Santo não é uma coisa
automaticamente acompanhada a salvação, nem algo que necessariamente
acompanha o batismo nas águas (at 8.16; 19.5,6; 2.38), mas uma bênção distita
que Deus oferece aos crentes.

5.2. EVIDENCIA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

Antes do Pentecostes, o Espírito Santo já havia descido sobre alguns: João Batista (Lc
1.17), Isabel (Lc 1.41), Zacarias (Lc1.67), Simeão (Lc 2.25), etc. Porém, em nenhum
momento é mencionada uma manifestação especial liga a experiência.

No de Pentecostes, a descida do Espírito Santo foi acompanhada de sinal externo. A


Bíblia diz: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras
línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2.4). Foi realmente um
milagre. Embora essas línguas fossem desconhecidas por eles, o povo que ouviu disse:
“Como, pois ouvimos cada um na nossa própria língua em que somos nascidos?” (At
2.8) Havia acontecido aquilo que Jesus dissera: “falarão novas línguas” (Mc 16.17).

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alguns procuram explicar esse milagre afirmando que essas “outras línguas” significam
um vocabulário destituído de xingamentos ou zombarias, ou seja, uma “linguagem
santa”, Mas não foi isso que aconteceu.

O falar em línguas deu aos discípulos a certeza de que haviam recebido aquilo que o
Pai prometera. Todas as outras evidências que acompanharam o batismo no Espírito
Santo – alegria, zelo pelas almas, conhecimento da Palavra, etc. – não lhes podia ter
dado certeza, porque várias vezes antes do batismo já as haviam experimentado. A
mesma evidência continuou a acompanhar todos os que recebiam o batismo no
Espírito Santo. Podemos verificar isso observando as referências registradas em Atos.

 Atos 2.4 – Todos falaram línguas.


 Atos 8.17 – todos receberam o sinal, pois Simão viu que “pela imposição das
mãos dos Apóstolos era dado o Espírito Santo” ( At 8.18).
 Atos 9.17 – Paulo disse: “Falo mais línguas de vós todos” (1 Co 14.18).
 Atos 10.45,46 – Todos falaram em línguas na casa de Cornélio.
 Atos 19.6 – Todos falaram em línguas.

O falar em línguas não é somente uma evidência, é também uma grande bênção. A
Bíblia diz: “O que fala em língua estranha edifica-se a si mesmo” (1 Co 14.4), pois “O
que fala em língua estranha não fala aos homens, senão a Deus” (1 Co 14.2). Até Pedro
falou do “refrigério pela presença do Senhor” (At 3.20). Aqui se trata do descanso, do
refrigério que Deus prometeu (Is 28.11,12). As novas línguas uma “linha direta” com
Deus! Além disso, é uma força extraordinária para a vida de oração (1 Co 14.15). O
crente, então, ora em espírito (Rm 8.26). O que fala em línguas “dá bem as graças” (1
Co 14.17). Devemos observar o ensino bíblico de que falar línguas não é falar aos
homens, senão a Deus (1 Co 14.2). Porém, se houver interpretação, a igreja é edificada
(1 Co 14.5,27).

6. DONS ESPIRITUAIS

Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de


dons espirituais concedidos aos crentes (1 Co 12.7-11). Essas manifestações do Espírito
visam à edificação e à santificação da igreja (12.7; ver 14.26 nota). Esses dons e
ministérios não são os mesmos de (Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os quais o crente
recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em
12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes
maneiras.

 As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (1 Co


12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos
dons (1 Co 12.31; 14.1).

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 Certos dons podem operar num crente de modo regular, e um crente pode receber
mais de um dom para atendimento de necessidades específicas. O crente deve desejar
“dons”, e não apenas um dom (1 Co 12.31; 14.1). É antibíblico e insensato se pensar
que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do
que quem tem dons de operação mais interiorizada, i.e., menos visível. Também,
quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo
quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do
Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente
(Gl 5.22,23).

 Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes


disfarçados como servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11, 24; 2Co
11.13-15; 2Ts 2.8-10). O crente não deve dar crédito a qualquer manifestação
espiritual, mas deve “provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos
profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1; cf. 1Ts 5.20,21).

6.1. CLASSIFICAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS.

Em 1Co 12.8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito
Santo concede aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características desses
dons, mas noutros trechos das Escrituras temos ensino sobre os mesmos.

 Dom da Palavra da Sabedoria (1 Co 12.8). Trata-se de uma mensagem vocal


sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem
aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação
ou problema específico (At 6.10; 15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de
Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas
de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).

 Dom da Palavra do Conhecimento (1 Co 12.8). Trata-se de uma mensagem


vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de
circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Freqüentemente, este dom tem estreito
relacionamento com o de profecia (At 5.1-10; 1Co 14.24,25).

 Dom da Fé (1 Co 12.9). Não se trata da fé para salvação, mas de uma fé


sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em
Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove
montanhas (1 Co 13.2) e que freqüentemente opera em conjunto com outras
manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres (ver Mt 17.20, nota sobre a
fé verdadeira; Mc 11.22-24; Lc 17.6).

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 Dons de Curas (1 Co 12.9). Esses dons são concedidos à igreja para a


restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 10.1; At
3.6-8; 4.30). O plural (“dons”) indica curas de diferentes enfermidades e sugere que
cada ato de cura vem de um dom especial de Deus. Os dons de curas não são
concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (1 Co 12.11,30), todavia, todos eles
podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados. Pode também
haver cura em obediência ao ensino bíblico de Tg 5.14-16 (ver Tg 5.15 notas).

 Dom de Operação de Milagres (12.10). Trata-se de atos sobrenaturais de


poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos em que se manifesta o
reino de Deus contra Satanás e os espíritos malignos (ver Jo 6.2 nota; ver o estudo O
REINO DE DEUS).

 Dom de Profecia (12.10). É preciso distinguir a profecia aqui mencionada,


como manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom ministerial na
igreja, mencionado em Ef 4.11. Como dom de ministério, a profecia é concedida a
apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros profetas (ver o
estudo DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA). Como manifestação do Espírito, a profecia
está potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.16-18). Quanto à
profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte: Trata-se de um dom que
capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente de Deus, sob o
impulso do Espírito Santo (14.24,25, 29-31). Aqui, não se trata da entrega de sermão
previamente preparado. Tanto no AT, como no NT, profetizar não é primariamente
predizer o futuro, mas proclamar a vontade de Deus e exortar e levar o seu povo à
retidão, à fidelidade e à paciência (14.3; ver o estudo O PROFETA NO ANTIGO
TESTAMENTO). A mensagem profética pode desmascarar a condição do coração de
uma pessoa (14.25), ou prover edificação, exortação, consolo, advertência e
julgamento (14.3, 25,26, 31).  A igreja não deve ter como infalível toda profecia deste
tipo, porque muitos falsos profetas estarão na igreja (1Jo 4.1). Daí, toda profecia deve
ser julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo (14.29, 32; 1Ts 5.20,21). Ela deverá
enquadrar-se na Palavra de Deus (1Jo 4.1), contribuir para a santidade de vida dos
ouvintes e ser transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente a Cristo
(12.3).  O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a do
homem. Não há no NT um só texto mostrando que a igreja de então buscava revelação
ou orientação através dos profetas. A mensagem profética ocorria na igreja somente
quando Deus tomava o profeta para isso (1 Co 12.11).

 Dom de Discernimento de Espíritos (1 Co 12.10). Trata-se de uma dotação


especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as
profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (ver 14.29
nota; 1Jo 4.1). No fim dos tempos, quando os falsos mestres (ver Mt 24.5 nota) e a

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distorção do cristianismo bíblico aumentarão muito (ver 1Tm 4.1 nota), esse dom
espiritual será extremamente importante para a igreja.

 Dom de Variedades de Línguas (1 Co 12.10). No tocante às “línguas” (gr.


glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os
seguintes fatos: Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua
desconhecida na terra. A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase
sempre não é entendida, tanto por quem fala (1 Co 14.14), como pelos ouvintes (1 Co
14.16). O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de
Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com
Deus (i.e., na oração, no louvor, no bendizer e na ação de graças), expressando-se
através do espírito mais do que da mente (1 Co 14.2, 14) e orando por si mesmo ou
pelo próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da atividade da mente
(1 Co 14.2, 15, 28; Jd 20). Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua
interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o conteúdo e o
significado da mensagem (1 Co 14.3, 27,28). Ela pode conter revelação, advertência,
profecia ou ensino para a igreja (1 Co 14.6). Deve haver ordem quanto ao falar em
línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em
“êxtase” ou “fora de controle” (1 Co 14.27,28).

 Dom de Interpretação de Línguas (1 Co 12.10). Trata-se da capacidade


concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o
significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem interpretada para a
igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma
profecia. Toda a congregação pode assim desfrutar dessa revelação vinda do Espírito
Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação
da congregação inteira, pois toda ela recebe a mensagem (1 Co 14.6, 13, 26). A
interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou de outra
pessoa. Quem fala em línguas deve orar para que possa interpretá-las (1 Co 14.13).

7. DONS MINISTERIAIS

7.1. OS DONS MINISTERIAIS NA DISPENSAÇÃO DA IGREJA

Os dons ministeriais, como são muitas vezes chamados, são os chamados e várias
habilidades dadas a certos cristãos, que os capacita a permanecer no posto de
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores ou mestres. Ninguém pode se colocar em
um desses postos; a pessoa deve ser chamada e presenteada por Deus.

É possível que a mesma pessoa possa ocupar mais de um desses cinco postos, mas
somente certas combinações são possíveis. Por exemplo, é possível que um crente
possa ser chamado para ocupar a posição de pastor e mestre ou de profeta e mestre.

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Contudo, é pouco provável que alguém possa ocupar a posição de pastor e evangelista
simplesmente porque o ministério do pastor requer que ele permaneça em um lugar
servindo ao rebanho local e, portanto, não poderia cumprir o chamado de um
evangelista que deve viajar com frequência.

Ef 4.11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores.” Este versículo alista os dons de
ministério (i.e., líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à igreja. Paulo
declara que Ele deu esses dons para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (4.12)
e para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o
plano de Deus (Ef 4.13-16).

7.1.1. APÓSTOLOS.

O título “apóstolo” se aplica a certos líderes cristãos no NT. O verbo apostello


significa enviar alguém em missão especial como mensageiro e representante pessoal
de quem o envia. O título é usado para Cristo (Hb 3.1), os doze discípulos escolhidos
por Jesus (Mt 10.2), o apóstolo Paulo (Rm 1.1; 2Co 1.1; Gl 1.1) e outros (At 14.4,14; Rm
16.7; Gl 1.19; 2.8,9; 1Ts 2.6,7).

O termo “apóstolo” era usado no NT em sentido geral, para um representante


designado por uma igreja, como, por exemplo, os primeiros missionários cristãos.
Logo, no NT o termo se refere a um mensageiro nomeado e enviado como missionário
ou para alguma outra responsabilidade especial (ver At 14.4,14; Rm 16.7; cf. 2Co 8.23;
Fp 2.25). Eram homens de reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com
poder para defrontar-se com os poderes das trevas e confirmar o Evangelho com
milagres. Cuidavam do estabelecimento de igrejas segundo a verdade e pureza
apostólicas. Eram servos itinerantes que arriscavam suas vidas em favor do nome de
nosso Senhor Jesus Cristo e da propagação do evangelho (At 11.21-26; 13.50; 14.19-
22; 15.25,26). Eram homens de fé e de oração, cheios do Espírito (ver At 11.23-25;
13.2-5,46-52; 14.1-7,21-23).

 Apóstolos, no sentido geral, continuam sendo essenciais para o propósito de Deus


na igreja. Se as igrejas cessarem de enviar pessoas assim, cheias do Espírito Santo, a
propagação do evangelho em todo o mundo ficará estagnada. Por outro lado,
enquanto a igreja produzir e enviar tais pessoas cumprirá a sua tarefa missionária e
permanecerá fiel à grande comissão do Senhor (Mt 28.18-20).

 O termo “apóstolo” também é usado no NT em sentido especial, em referência


àqueles que viram Jesus após a sua ressurreição e que foram pessoalmente
comissionados por Ele a pregar o evangelho e estabelecer a igreja (e.g., os doze
discípulos e Paulo). Tinham autoridade ímpar na igreja, no tocante à revelação divina e

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à mensagem original do evangelho, como ninguém mais até hoje (ver 2.20 nota). O
ministério de apóstolo nesse sentido restrito é exclusivo, e dele não há repetição. Os
apóstolos originais do NT não têm sucessores (1Co 15.8 ).

7.1.2 PROFETAS.

Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja
motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo
concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para
trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).

 O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do NT. A missão principal


dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina através do Espírito, para
encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança.
Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava. Cristo e os
apóstolos são um exemplo do ideal do AT (At 3.22,23; 13.1,2).

A função do profeta na igreja incluía o seguinte: Proclamava e interpretava, cheio


do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava
admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3).
Devia exercer o dom de profecia. Às vezes, ele era vidente (cf. 1Cr 29.29), predizendo o
futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT,
desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o
mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua
mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em
tempos de mornidão e apostasia.

 O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem: zelo


pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); profunda sensibilidade
diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniqüidade (Rm 12.9; Hb 1.9);
profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co
11.12-15); dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc
4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11); interesse pelo sucesso espiritual do reino de
Deus e identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo
2.14-17; At 20.27-31).

 A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao
julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o
dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co
14.29-33; 1Jo 4.1). Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus
para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência,

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desviando-se para o mundanismo e o liberalimo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co
14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a
mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo
16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A
política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5;
2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem
dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será
abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1Co
14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).

7.1.3. EVANGELISTAS.

No NT, evangelistas eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus


para anunciar o evangelho, i.e., as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a
estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si
a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16).

 Filipe, o “evangelista” (At 21.8), claramente retrata a obra deste ministério, segundo
o padrão do NT. Filipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35). Muitos foram salvos
e batizados em água (At 8.6,12). Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos
malignos acompanhavam as suas pregações (At 8.6,7,13). Os novos convertidos
recebiam a plenitude do Espírito Santo (At 8.14-17).

 O evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixar de


apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo
o desejo de Deus. Tornar-se-á uma igreja estática, sem crescimento e indiferente à
obra missionária. A igreja que reconhece o dom espiritual de evangelista e tem amor
intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e
redentor (At 2.14-41).

7.1.4 PASTORES.

Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas
necessidades espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e
“bispos” ou supervisores (1Tm 3.1; Tt 1.7). 

 A tarefa do pastor é cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11), ensinar a


Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.1-5), ser um
exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8), e esforçar-se no sentido de que todos os
crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1Pe 5.2). Sua tarefa é assim
descrita em At 20.28-31: salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de Deus

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contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. Pastores
são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo
10.11-16; 1Pe 2.25; 5.2-4).

 Segundo o NT, uma igreja local era dirigida por um grupo de pastores (At 20.28; Fp
1.1). Os pastores eram escolhidos, não por política, mas segundo a sabedoria do
Espírito concedida à igreja enquanto eram examinadas as qualificações espirituais do
candidato.

 O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que deixar de
selecionar pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do Espírito
(ver 1Tm 3.1-7). Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do
mundo ( At 20.28-31). Haverá distorção da Palavra de Deus, e os padrões do evangelho
serão abandonados (2Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus familiares não serão
doutrinados conforme o propósito de Deus (1Tm 4.6,14-16; 6.20,21). Muitos se
desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2Tm 4.4). Se, por outro lado, os
pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã
doutrina, e também disciplinados segundo o propósito da piedade (1Tm 4.6,7). 

7.1.5 DOUTORES OU MESTRES.

Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e
proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (4.12).

 A missão dos mestres bíblicos é defender e preservar, mediante a ajuda do Espírito


Santo, o evangelho que lhes foi confiado (2Tm 1.11-14). Têm o dever de fielmente
conduzir a igreja à revelação bíblica e à mensagem original de Cristo e dos apóstolos, e
nisto perseverar.

 O propósito principal do ensino bíblico é preservar a verdade e produzir santidade,


levando o corpo de Cristo a um compromisso inarredável com o modo piedoso de vida
segundo a Palavra de Deus. As Escrituras declaram em 1 Tm 1.5 que o alvo da
instrução cristã (literalmente “mandamento”) é a “caridade de um coração puro, e de
uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1Tm 1.5). Logo, a evidência da
aprendizagem cristã não é simplesmente aquilo que a pessoa sabe, mas como ela vive,
i.e., a manifestação, na sua vida, do amor, da pureza, da fé e da piedade sincera.

 Os mestres são essenciais ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeita, ou
se descuida do ensino dos mestres e teólogos consagrados e fiéis à revelação bíblica,
não se preocupará pela autenticidade e qualidade da mensagem bíblica nem pela
interpretação correta dos ensinos bíblicos. A igreja onde mestres e teólogos estão

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calados não terá firmeza na verdade. Tal igreja aceitará inovações doutrinárias sem
objeção; e nela, as práticas religiosas e idéias humanas serão de fato o guia no que
tange à doutrina, padrões e práticas dessa igreja, quando deveria ser a verdade bíblica.
Por outro lado, a igreja que acata os mestres e teólogos piedosos e aprovados terá
seus ensinos, trabalhos e práticas regidos pelos princípios originais e fundamentais do
evangelho. Princípios e práticas falsos serão desmascarados, e a pureza da mensagem
original de Cristo será conhecida de seus membros. A inspirada Palavra de Deus deve
ser o teste de todo ensino, idéia e prática da igreja. Assim sendo, a igreja verá que a
Palavra inspirada de Deus é a suprema autoridade, e, por isso, está acima das igrejas e
suas instituições.

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