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1. O Espírito criativo.
O Espírito Santo é a terceira pessoa da Triunidade, por cujo
poder, o universo foi criado. E pairava por cima da face das
águas e participou da glória da criação – Gn 1.2.
O Espírito Santo criou e sustenta o homem – Gn 2.7.
2. O Espírito Dinâmico ou doador de poder.
O Espírito Santo criou o homem a fim de formar uma
sociedade governada por Deus; em outras palavras: o Reino de
Deus. Depois que havia entrado o pecado e a sociedade humana
foi organizada à parte de Deus e em oposição à sua pessoa,
Deus principiou de novo por chamar o povo de Israel,
organizando-o sob suas leis e assim constituindo-o como Reino
de Jeová – 2 Cr 13.8. Ao estudar a história de Israel, lemos que o
Espírito Santo inspirou certos homens para governar e guiar os
membros desse Reino e para dirigir se processo na vida de
consagração.
A operação dinâmica do Espírito criou duas classes de
ministros:
• Obreiros para Deus = Homens de ação, organizados,
executivos;
• Oradores para Deus = Profetas e mestres.
a) Obreiros para Deus.
Como exemplos de obreiros inspirados pelo Espírito,
mencionamos:
Josué – Nm 27.18-21.
Otoniel – Jz 3.9,10.
José – Gn 41.38-40.
Bezalel – Êx 35.30,31.
Moisés – Nm 11.16,17.
Gideão – Jz 6.34.
Sansão – Jz 13.24,25.
Saul – 1 Sm 10.6.
É muito provável que, à luz desses exemplos, os dirigentes
da igreja primitiva insistissem para aqueles que serviam às
mesas deviam ser cheios do Espírito Santo – At 6.3.
b) Oradores para Deus.
O profeta de Israel, se assim podemos dizer, era um orador
para Deus, uma pessoa que recebia mensagens de Deus e as
entregava ao povo. Ele estava cônscio do poder celestial que
descia sobre ele de tempos em tempos, capacitando-o para
pronunciar mensagens não concebidas, por sua própria mente,
características que o distinguia dos falsos profetas – Ez 13.2. A
palavra “profeta” indica inspiração, originada de uma palavra
que significa “borbulhar”.
• Um testemunho à eloquência torrencial que muitas vezes
manava dos lábios dos profetas – Jo 7.38.
3. Como regenerador.
Consideremos as seguintes verdades, relativas ao Espírito
Regenerador. Sua presença é registrada no Antigo Testamento,
porém, não é acentuada; seu derramamento é descrito,
principalmente como uma bênção futura, em conexão com a
vinda do Messias; e mostra características distintas.
O Espírito Santo no Antigo Testamento é descrito como
associado à transformação da natureza humana. Em Isaías
63.10,11, faz-se referências ao Êxodo e à vida no deserto.
Quando o profeta diz que Israel contristou o seu Santo Espírito
ou quando se diz que deu seu “Bom Espírito” para os instruir (Ne
9.20), refere-se ao Espírito como que inspira a bondade. Vede
Salmos 143.10: Davi reconhecia o Espírito como presente em
toda parte, aquele que esquadrinha os caminhos dos homens e
revela os esconderijos mais escuros de suas vidas. Depois de
cometer seu grande pecado, Davi orou para que o Espírito Santo
de Deus, a presença santificadora de Deus, aquele Espírito que
influencia o caráter, não lhe fosse tirado, Salmo 51.11.
Presenciamos neste fato a regeneração através do Espírito
de Davi.
❖ III – A natureza do Espírito.
Quem é o Espírito Santo? A resposta a esta pergunta se
encontra no estudo dos nomes que lhe foram dados e dos
símbolos que ilustram suas obras.
❖ Os nomes do Espírito Santo.
a) O Espírito de Deus.
O Espírito Santo é o executivo da divindade, operando em
todas as esferas, tanto física, como moral. Por intermédio do
Espírito, Deus criou e preserva o universo. Por meio do Espírito
“O dedo de Deus “ – Lc 11.20, Deus opera na esfera
espiritual, convertendo os pecadores, santificando e sustentando
os crentes.
b) O Espírito de Cristo – Rm 8.9.
Não há nenhuma distinção especial entre os termos. O
Espírito de Cristo é o Espírito Santo. Há somente um Deus e um
Filho, mas o Espírito Santo tem muitos nomes que descrevem
seus diversos ministérios.
• Por que o Espírito é chamado o Espírito de Cristo?
1º Porque junto ele é enviado em nome de Cristo: Jo 14.26;
2º Porque ele é o Espírito enviado por Cristo: O Espírito é o
princípio da vida espiritual pelo qual os homens são nascidos no
Reino de Deus. Essa nova vida é comunicada e mantida por
Cristo. Jo 1.12,13; 4.10; 7.38, que também batiza com o Espírito
Santo. Mt 3.11.
3º O Espírito Santo é chamado o Espírito de Cristo porque sua
missão nesta época é a de glorificar a Cristo: Jo 16.14.
c) O Consolador.
Esse é o título dado ao Espírito em João de 14 a 17. Um
estudo de fundo histórico destes capítulos revelará o significado
do dom. Os discípulos haviam tomado sua última ceia com o
Mestre, os seus corações estavam tristes pensando na sua
partida e estavam oprimidos pelo sentimento de fraqueza e
debilidade. Quem nos ajudará quando Ele partir? Quem nos
ensinará e nos guiará? Quem estará conosco quando pregarmos
e ensinarmos? Como poderemos enfrentar um mundo hostil?
Cristo aquietou esses temores infundados com esta promessa
“Eu rogarei ao Pai, e Ele dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre”, Jo 14.16.
d) O Espírito Santo.
Ele é chamado Santo, porque é o Espírito Santo, e porque
sua obra principal é a santificação. Necessitamos de um salvador
por duas razões: para fazer alguma coisa por nós e alguma coisa
em nós; e pelo Espírito Santo veio para reorganizar a natureza
do homem e para opor-se a todas as suas tendências más.
e) O Espírito Santo da Promessa.
Ele é chamado Espírito Santo da promessa porque sua
graça e seu poder são as bênçãos principais prometidas no
Antigo Testamento – Ez 37.6; Jl 2.28. A prerrogativa mais elevada
de Cristo, ou Messias, era a de conceber o Espírito, e esta
prerrogativa Jesus a reivindicou orando: “Eis que sobre vós envio
a Promessa de meu Pai”, Lc 24.49; Gl 3.14.
f) O Espírito da Verdade.
O propósito da encarnação foi revelar o Pai, a missão do
Consolador é revelar o Filho. Ao contemplar um quadro a óleo,
qualquer pessoa notará muita beleza de cor e forma, mas para
compreender o significado intrínseco do quadro e apreciar o seu
verdadeiro propósito, precisará de um interprete de Jesus Cristo.
Ele não oferece uma nova e diferente revelação, mas sim abre as
mentes dos homens para verem o mais profundo significado da
vida e das palavras de Cristo. Como o Filho não falou de si
mesmo, mas falou o que recebeu do Pai, assim o Espírito não
fala de si mesmo, como se fosse independente de
conhecimento, mas declara que ouviu aquela vida intima da
Divindade.
g) O Espírito da Graça. Hb 10.29 e Zc 12.10.
O Espírito Santo dá graça ao homem para que se
arrependa, quando peleja com ele; Ele concede o poder para
santificação, perseverança e serviço. Aquele que trata com
despeito o Espírito da Graça, afasta aquele que é o único que
pode tocar ou comover o coração e assim se separa a si mesmo
da misericórdia de Deus.
No Novo Testamento.
A sabedoria divina é retratada no Novo Testamento como
algo sublime e especial. Durante seu ministério terreno. Jesus
antecipou aos seus seguidores que iriam enfrentar momentos
difíceis diante de homens poderosos, de saber elevado e que,
sem uma intervenção miraculosa do Espírito Santo, através do
dom da palavra de sabedoria, eles jamais seriam vitoriosos.
O dom da palavra de sabedoria foi concedido aos
discípulos no Dia de Pentecostes. Pedro era, até então, um
discípulo ousado, mas sem poder de persuasão, Mt 16.22-23.
Entretanto, após o Pentecostes, este quadro se reverteu! Pedro
tornou-se um homem eloquente e poderoso e, em apenas uns
oito minutos, convenceu a multidão do extraordinário
acontecimento ali presenciado, At 2.14-40.
Depois desse dia, o dom da palavra da sabedoria
acompanhou passo a passo a Igreja Primitiva.
b) O Dom da palavra da ciência.
“E a outro, pelo mesmo Espírito, a palavrada ciência”, 1 Co
12.8.
O dom da palavra da ciência é a revelação sobrenatural de
algum fato que existe na mente de Deus, mas que o homem,
devido às suas limitações, não pode conhecer a não ser pela
poderosa intervenção do Espírito Santo de Deus.
Deus não nos concede a faculdade da onisciência, que é
exclusivamente divina, mas por meio do Espírito Santo nos
concede a palavra da ciência, sempre visando a um fim
proveitoso e glorioso na edificação espiritual de seus filhos.
A ciência como algo sobrenatural é um dom, e não
meramente conhecimento adquirido através de estudo e
pesquisas dirigidas ou sistematizadas. Relaciona-se como algo
perscrutador. Ao invés de discorrer, como a sabedoria investiga.
Vemos então, que a sabedoria dedica-se mais a dissertação, ao
ensino e à comunicação; a ciência, por sua vez, se ocupa com a
pesquisa e a descoberta como dom ocupa-se com os segredos
mais profundos da vida espiritual. Foi o que Paulo descobriu
quando Deus o usou com este dom. Ele exclamou. “Ó
profundida das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de
Deus. Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis
os seus caminhos”. Rm 11.33.
Já que o Espírito Santo é Deus, e Deus sabe todas as coisas,
o que ele transmite a seus filhos através do dom palavra ciência
é um reflexo da mente divina.
c) O dom de discernir os espíritos.
“E a outro, o dom de discernir os Espírito”, 1Co 12.10.
O dom de discernir os espíritos não é técnica, perícia ou
psicologia humana, mas sim uma atuação direta do Espírito
Santo na mente do homem, capacitando-o com uma espécie de
“Psicologia Divina” que lhe permite distinguir as manifestações
vindas de Deus das procedentes de espíritos demoníacos.
Há muito indivíduos dotados de poderes espirituais e
psíquicos que não pertencem ao reino de Deus. Manifestações
estranhas foram presenciadas em toda Bíblia. De igual modo, do
lado do bem, sempre houve homens capacitados por Deus com
dom de discernimento, para advertir e combater tais heresias. O
dom de discernir os espíritos é realmente o poder de distinguir
as operações do Espírito Santo das de espíritos malignos e
enganadores.
Podemos observar que Deus, através dos tempos,
distribuiu este dom a muitos de seus servos, tanto na antiga
quanto na nova geração. O inimigo de Deus e dos homens
muitas vezes “se transfigura em anjo de luz”, e passa a enviar
seus espíritos enganadores para introduzir espíritos que até
operam maravilhas semelhantes as de Deus. Torna-se
necessário, então a intervenção do Espírito de Deus, capacitando
homens e mulheres para discernir certas manifestações
duvidosas e estranhas.
2. Dons de Poder.
a) Dom de Fé.
“E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé”. 1 Co 12.9.
Biblicamente, define-se a fé da seguinte forma:
“Ora a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam
e a prova das coisas que não se veem”, Hb 11.1
A fé como dom de poder, é mencionada em 1 Co 12.9. Uma
operação completamente sobrenatural do Espírito Santo,
capacitando a mente humana para uma confiança sem igual no
poder de Deus, a de que ele pode realizar qualquer coisa que lhe
apraz. O Espírito opera no mais profundo do coração humano,
produzindo uma reação imediata da alma e levando-a à certeza
e à evidência. A certeza é o estado do Espírito que consiste na
firme adesão a uma verdade conhecida, sem o temor do engano.
A evidência é o que fundamenta a certeza.
Definimo-la como a clareza plena como que adere ao
poder de Deus. Diante de tal operação do Espírito Santo, toda e
qualquer dúvida é aniquilada, a fé especial, mesmo sendo um
dom do Espírito Santo pode ser dividida em graus menores e
maiores da seguinte maneira:
• “Ainda não tem fé”, Mc 4.40.
• “Pouca fé”, Mt 17.20.
• “Tanta fé”, Mt 15.28.
• “Grande fé”, Mt 15.28.
• “Toda fé”, 1 Co 13.2.
Novo Testamento.
3. Dons de expressão.
a) O dom da profecia.
“E a outro a profecia”, 1 Co 12.10.
O substantivo grego ‘profhteia’ (profecia) aparece 19 vezes
no Novo Testamento. Deriva-se do grego ‘pro’ (antes, em favor
de) e de phemi (falar). Ou seja, alguém que fala por outrem e,
por extensão, ‘interprete’, especialmente da vontade de Deus.
Em sentido geral, a palavra ‘profecia’, quando derivada de
pro (quando que jaz adiante), traz a ideia de vaticínio divino de
primeira grandeza.
No presente texto, a palavra profecia tem um sentido
especial. Trata-se de um dos dons do Espírito Santo, significando
uma predição momentânea e sobrenatural. Neste terceiro grupo
de dons espirituais, a profecia assume o primeiro lugar em
magnitude. São dons que operam na esfera espiritual.
Os dons de revelação expressam os pensamentos de Deus.
Os dons de poder manifestam sua onipotência e grandeza,
preenchendo o campo inteiro de nossa visão.
❖ Origem da profecia.
Há pelo menos três fontes das quais surgem mensagens
proféticas:
1ª Divina – Isto é, a inspiração que parte diretamente do coração
de Deus, Fonte de todo bem – Jr 23.28-29; Tg 1.17; 1 Pe 4.11.
2ª Humana – Neste caso a mensagem parte do coração do
próprio profeta, que fala sem autorização do Senhor – 2 Sm 7.2-
17; Jr 23.16.
3ª Demoníaca – A falsa profecia parte diretamente de um
espírito enganador, ou mesmo de um demônio – 1 Tm 4.1-3; Ap
16.13-16.
❖ O valor da profecia.
A Palavra de Deus ou Palavra Profética, foi sempre de
muita valia para o povo de Deus em geral. Talvez, por isso
Moisés tenha exclamado: “Tomara que todo o povo do Senhor
fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito” – Nm
11.29.
Finalmente, Paulo manifesta o mesmo sentido,
aconselhando os Coríntios a procurar “com zelo os dons
espirituais, mas principalmente o de profetizar”, 1 Co 14.1. Nos
versículos seguintes o apóstolo reafirma sua admoestação em
outros termos, como por exemplo: “E eu quero que todos vós
faleis em línguas; mas muito mais que profetizeis, porque o que
profetiza é maior do que o que fala línguas” (v 5). “Portanto,
irmãos, procurai, com zelo, profetizar” (v. 39).
❖ A finalidade da profecia.
O dom da profecia tornara-se o mais desejado da igreja em
Corinto, provavelmente, como observamos pelas seguintes
razões:
• A profecia visa a edificação da Igreja, tema quase que
central do capítulo quatro de 1 Coríntios, e não apenas a
edificação do crente individual, como é o caso das línguas
quando não interpretadas.
• A profecia serve para exortação.
• A profecia serve para consolar.
• A profecia é um meio de transmitir revelações e doutrinas,
quando vazadas nas revelações plenárias.
• A profecia faz soar o ‘toque’ da mensagem cristã que leva o
crente a preparar-se para a batalha espiritual.
• A profecia é uma voz clara num mundo de vozes confusas
e desassociadas.
• A profecia é um dom espiritual que abençoa os crentes em
qualquer lugar onde Deus assim o queira.
• A profecia deve ser ministrada segundo a medida da fé. Em
outras palavras, de acordo com as regras e padrões
estabelecidos na Palavra de Deus.
• A profecia deve ser transmitida sob os cuidados da direção
ministerial.
• A profecia é um alerta contra o pecado: Não havendo
profecia, o povo se corrompe – Pv 29.18.