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NOVO TESTEMENTO I

AULA I
Introdução
O Estudo do Novo Testamento é fundamental
para que os cristãos compreendam de melhor
forma os propósitos de Deus revelados em Sua
Palavra. A Bíblia é o registro dos Atos de Deus na
História. No Novo Testamento encontramos Deus
completando Sua Revelação em Cristo Jesus, e
também o desenvolvimento dos ensinamentos do
Cristo de Deus nos períodos posteriores a Sua
vida, obra, morte, ressurreição e ascensão. O
Estudo do Novo Testamento é esclarecedor a
cerca de aspectos trabalhados profeticamente
desde dos tempos antigos e que só conseguem
brilhar com a complementação dada pelos
Escritos Neotestamentários, o que faz do Estudo
do Novo Testamento algo, não somente
agradável, mas também totalmente necessário
para o estudioso da Palavra de Deus.
Há uma idéia que domina no Novo
Testamento. Essa idéia é "cumprir". Mt 1.22,
"Tudo isto aconteceu para que se cumprisse
o que foi dito da parte do Senhor, pelo
profeta, que diz"; e, assim, mais onze vezes
Mateus mostra como Cristo cumpriu o
Antigo Testamento (Mt 2.15,17, 23; 4.14; 8.17;
12.17; 13.35; 21.4; 26.56; 27.9, 35). Os outros
evangelistas também concordam com
Mateus neste aspecto. As primeiras palavras
do ministério público de Cristo contêm
"cumprir" (Mt 3.15; Mc 1.15; Lc 4.21 e, em
João 1.41, 45 a palavra é "achamos"). Nisso
podemos ver que o Novo Testamento é a
"resposta", o “cumprimento” do Antigo
Testamento.
No Novo Testamento, Cristo é
revelado diferentemente do que no
Antigo Testamento. O Novo Testamento
não usa tipos, nem símbolos, mas
mostra Cristo, a pessoa atual. Por isso a
voz que ecoa do Antigo Testamento,
convocando os homens a receber de
Deus a Salvação através do Messias, o
Ungido de Deus, é mais bem
compreendida quando analisamos os
testemunhos da própria voz, Jesus.
Jesus é o Verbo de Deus, a Palavra de
Deus, a Voz de Deus entre os homens
de forma audível, visível e plenamente
compreendida por aqueles que
realmente abrem seus ouvidos, olhos e
corações.
O Evangelho vivenciado
antes
da escrita dos Evangelhos.
A Concepção e desenvolvimento
todo termo Evangelho
Inicialmente “evangélion”, no contexto helenístico, era
entendido como a recompensa, a remuneração paga, aos
que traziam boas noticias. Fato ligado a atividades dos
correios da época.
Já no contexto romano, o termo “evanguélion” estava
intimamente ligado ao culto ao imperador, apontado o
próprio como “o portador das boas novas”. Jesus traz um
sentido religioso, agora dentro de um contexto judaico
cristão, ao usar o verbo “evanguelizestai” ao ato do próprio
Cristo profetizar Suas palavras. Nesse último contexto
temos o desenvolvimento da proclamação inicial do
Evangelho, uma vez que, o Cristianismo, se desenvolveu
inicialmente como uma religião de fala, de proclamação e
testemunho pessoal. Assim o Evangelho era o “kerigma”, o
conteúdo da mensagem. Depois com o desenvolvimento
por escrito das palavras e ensinamentos de Jesus e de
seus discípulos, o Evangelho passou a designar os
próprios escritos que continham as “Boas Novas”.
As Tradições
Um estudo, mesmo breve, deste
assunto é muito útil para o
conhecimento do contexto em que foram
desenvolvidos os Evangelhos.
Existem pelo menos três sentidos
observados nas tradições:
– Sentido Ativo – Trata da ação humana de
transmitir algo;
– Sentido Subjetivo ou Objetivo – Trata do
objeto da transmissão, aquilo que é
transmitido;
– Sentido Documentário – Trata dos meios,
dos instrumentos utilizados para transmitir
algo.
Tradições que
influenciaram
o período
de desenvolvimento
dos Evangelhos
Tradição Judaica
Base na experiência sócio-político-religiosa do
judaísmo pós-exílico.
A tradição judaica apresenta alguns níveis:
 Vertente Mosaica – Enfatiza a guarda da Lei (Mc.7:10;
Jo.5:9,10; Mt.19:7);
 Vertente Rabínica – Enfatiza os hábitos e costumes
estabelecidos pela elite dominante; o proceder
correto. (Mt.15:2; Mc.7:4);
 Vertente Profética – Enfatiza a vinda iminente do
Messias com a implantação do Reino de Deus
(Dn.2:44; Is.40:3; Mt.3:1,2);
 Vertente Apocalíptica – Enfatiza a manifestação do
poder de Deus na transformação da realidade através
de um cataclisma universal (Zc.14:15; Ez.20:38;
Mt.25:31-33; Ap.1:7; 20:12);
 Vertente Sapiencial – Enfatiza a sabedoria como
fundamento pata a conduta sadia (1Sm.15:22; Os.6:6;
Mq.6:6-8; Mt.9:13).
Tradição Apostólica
Conserva as interpretações dadas por
Jesus a toda tradição judaica.
Possivelmente cada evangelista seguiu a
tradição fonte para os seus escritos, uma vez
que os apóstolos e discípulos dos apóstolos
conservavam as interpretações de Cristo. Por
exemplo:
Mateus – Segue a tradição judaico-cristã de
Jerusalém a partir de seu ponto de vista;
Marcos – Segue a tradição de Pedro; Lucas –
Segue a tradição paulina adquirida em seu
tempo com o apóstolo; João – Segue a tradição
desenvolvida na igreja helênica do final do 1º
Séc.
Tradição Eclesiástica
Reconhece em Jesus Cristo o Messias
prometido. Ela interpreta:

 Morte e ressurreição – Plano salvador de


Deus;
 Milagres – Obra messiânica do
Cristo;
 Ascensão de Jesus – Descida do Espírito
Santo.
 Cria a consciência missionária –
crescimento da igreja;
 Projeta a doutrina da “parousia” – nortear
a esperança cristã e o conforto diante do
sofrimento.
Fatores que contribuíram para que os
Evangelhos fossem escritos
 a) Desaparecimento da geração
apostólica;
 b) Necessidades do culto cristão;
 c) Atividade missionária da Igreja;
 d) Necessidade de material catequético;
 e) Questões de disciplina e heresias;
 f) Perseguições.

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