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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

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LIÇÃO 02 - VEM O FIM - 4º TRIMESTRE 2022
(Ez 7.1-10)
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre uma, das principais séries de mensagens proferidas pelo profeta Ezequiel, sobre o
juízo divino contra o povo de Israel; veremos também, alguns aspectos da punição endereçada à nação, e suas sérias
consequências; e por fim, destacaremos à luz do anúncio do juízo, algumas lições práticas para a vida cristã.

I – O ANÚNCIO DO FIM

1.1 A natureza da mensagem. O conteúdo da mensagem que seria proferida por Ezequiel, Deus já havia antecipado, que
teria um tom de advertência, correção e juízos: “E estendeu-o diante de mim, e ele estava escrito por dentro e por fora; e
nele se achavam escritas lamentações, e suspiros, e ais” (Ez 2.10). No capítulo 7 vemos a mensagem sendo proferida
propriamente dita. A profecia de Ezequiel nesse ponto, é marcada pelo julgamento que está prestes a ser derramado sobre a
nação: “E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor Deus acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro
cantos da terra” (Ez 7.2), devido à sua desobediência: “Agora, vem o fim sobre ti, porque enviarei sobre ti a minha ira, e
te julgarei conforme os teus caminhos, e trarei sobre ti todas as tuas abominações” (Ez 7.3).

1.2 O alvo da mensagem. A profecia por meio de Ezequiel tem como público alvo, à nação de Israel como um todo: “[...]
assim diz o Senhor Deus acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem [...]”; a terra em todas as direções, norte, sul, leste
e oeste, seria alvo do julgamento de Deus: “[...] sobre os quatro cantos da terra” (Ez 7.2); ninguém ficaria de fora do juízo
divino; o Senhor não tem predileção por quem quer que seja; como a desobediência é geral, a punição, diz Deus, também
será sobre todos. Todas as classes sociais e religiosas seriam atingidas pela ira divina: “Miséria sobre miséria virá, e se
levantará rumor sobre rumor; então, buscarão do profeta uma visão, mas do sacerdote perecerá a lei, e dos anciãos, o
conselho. O rei se lamentará, e o príncipe se vestirá de amargura, e as mãos do povo da terra se molestarão; conforme o
seu caminho lhes farei e com os seus juízos os julgarei; e saberão que eu sou o SENHOR” (Ez 7.26,27).

1.3 A finalidade da mensagem. O anúncio do fim, ou seja, do julgamento divino sobre Israel, tem como propósito entre
outras coisas, destacar a soberania de Deus sobre a história humana, tanto ao levantar um porta voz em meio ao caos do
cativeiro: “E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no meio deles
um profeta” (Ez 2.5), como também, ao trazer a devida punição pela desobediência reiterada do povo; e como resultado,
estes reconheceriam a grandiosidade do Senhor: “E não te poupará o meu olho, nem terei piedade de ti, mas porei sobre ti
os teus caminhos, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis que eu sou o SENHOR. E não te poupará o
meu olho, nem terei piedade; conforme os teus caminhos, assim carregarei sobre ti, e as tuas abominações estarão no
meio de ti; e sabereis que eu, o SENHOR, castigo” (Ez 7.4,9,27).

II – O JULGAMENTO DIVINO SOBRE A NAÇÃO DE ISRAEL

2.1 O motivo do julgamento. O fim da nação de Israel é anunciado em razão da sua rebeldia (Ez 2.3,4; 3.7). Reiteradas
vezes, Deus destaca que a punição prevista, se dar como devida retribuição pela má conduta do povo: “E só escaparão os
que deles se escaparem, mas estarão pelos montes, como pombas dos vales, todos gemendo, cada um por causa da sua
maldade” (Ez 7.16), e suas abominações, entre elas podemos destacar: (a) idolatria (Ez 7.3,8,9); (b) materialismo (Ez 7.19);
(c) soberba (Ez 7.10,20); e, (d) autoconfiança (Ez 7.24); tais práticas repugnantes aos olhos de Deus, motivaram o
julgamento. Ezequiel era um atalaia fiel e advertiu o povo de que o exército babilônico estava vindo do Norte para invadir a
terra, roubá-la e destruí-la. Os caldeus seriam a arma de Deus, por meio da qual ele lançaria seu furor e julgaria o
comportamento abominável de Judá em retribuição por sua desobediência. A Bíblia ensina claramente sobre o princípio da
retribuição (Ez 35.11; Dt 32.35,36; Rm 12.19; Hb 10.30,31), como destacou o apóstolo Paulo: “Não erreis: Deus não se
deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

2.2 A iminência do julgamento. A iminência do juízo sobre a nação é algo evidente, como pode ser observado pelas
seguintes expressões: “Agora vem o fim [...]” (Ez 7.3-a); “[...] vem o tempo; chegado é o dia [...]” (Ez 7.7); “Eis aqui o dia,
eis que vem [...]” (Ez 7.10); “Vem o tempo, é chegado o dia [...]” (Ez 7.12). O Senhor tinha dado tempo para o
arrependimento, mas por eles persistirem no erro, o julgamento estava às portas; a longanimidade de Deus havia chegado ao
limite (2Cr 36.15,16). A Bíblia deixa claro, que Deus é longânimo esperando o arrependimento sincero (Rm 2.4; 2Pd 3.9),
mas também, que o juízo é iminente para os que vivem na desobediência: “Considera, pois, a bondade e a severidade de
Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua
benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado” (Rm 11.22).

2.3 A descrição do julgamento. A miséria afetaria todas as classes: o rei, os príncipes, profetas, sacerdotes, anciãos e o povo
em geral (Ez 7.24-27). O povo tinha fracassado em sua missão de testemunhar de Deus. Agora, daria testemunho por meio
de seu julgamento. Trata-se de uma questão séria para reflexão. O juízo seria completo, vejamos:

• Economia afetada (Ez 7.12,13,19). A nação do Judá confiava em sua própria prosperidade e posses em vez de
confiar em Deus; portanto, Deus planejou destruir as bases de sua prosperidade;

• Insegurança pública (Ez 7.15,16,25). Se um exército inimigo se aproximava, os atalaias no alto do muro soavam
suas trombetas e convocavam os soldados para assumir seus postos e proteger a cidade. Porém, de nada adiantava
os atalaias de Jerusalém soarem suas trombetas, pois não havia um exército judeu disponível, e qualquer resistência
seria em vão (Ez 7.14). Se os soldados saíssem da cidade e fossem para os campos, seriam mortos pela espada do
exército babilônio, e se os guerreiros ficassem dentro da cidade, morreriam de fome e de pestilência;

• Templo destruído (Ez 7.20,22). O povo de Jerusalém se vangloriava em suas construções. O Templo mesmo foi
uma fonte de vangloria (Jr 7.1-5; Ez 24.20,21). Esta soberba seria esmagada quando os malvados e ímpios babilônios
destruíssem as casas e o lugar Santo de Jerusalém (Ez 7.24);

• Caos religioso (Ez 7.26). Os sacerdotes não teriam palavras de encorajamento da Palavra de Deus para oferecer ao
povo, pois este havia rompido a aliança e estava fora do alcance das bênçãos. Os falsos profetas não teriam visões,
pois havia rejeitado a verdade. Cada vez que comecemos a confiar em nossos trabalhos, na economia, em um sistema
político ou em um poder militar para obter segurança, colocamos a Deus em segundo plano.

2.4 Os resultados do julgamento. O alvo do julgamento divino é descrito quatro vezes neste capítulo: “Então sabereis que
eu sou o SENHOR” (Ez 7.7,10,13,14). As palavras tipificam a mensagem e o anseio de Ezequiel, de que Javé seja conhecido
por todos os homens, israelitas e não-israelitas, por aquilo que Ele é, o único Deus verdadeiro, o Deus da história, o Deus
que fala, e que não fala em vão: “assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará
o que me apraz e prosperará naquilo para que a envie” (Is 55.11).

III – A PEDAGOGIA DO JUÍZO DIVINO

3.1 A desobediência à Deus traz sérios resultados. Quando analisamos a história de Israel, ficam evidentes os sérios
resultados da desobediência, vejamos:

• A desobediência quebra pactos com Deus (Dt 27.15-26);


• A desobediência traz prejuízos espirituais (1Sm 3.13);
• A desobediência traz graves consequências físicas e econômicas (Dt 28.18-25);
• A desobediência traz derrota (2Rs 24.14-15);
• A desobediência leva ao cativeiro (Is 5.13; Jr 13.19; 46.19; Ez 12.3-11; Am 5.27; 6.7; 7.11-17).

3.2 O perigo de confiar no que é transitório. O povo de Deus permitiu que seu amor ao dinheiro o levasse a pecado e por
isso Deus o destruiria (Ez 7.17-22). Diante do juízo divino, o povo encontrava-se amedrontado; em grande aflição
reconheceriam a inutilidade das coisas nas quais haviam confiado. Suas riquezas de nada serviriam eram inúteis como os
deuses que haviam feito com elas. O apego ao dinheiro, tem o estranho poder de conduzir às pessoas para o pecado. Paulo
disse que “a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6.10). Quão irônico é que usemos a riqueza, um presente
de Deus, para comprar coisas que nos separam dele. Quão trágico é que desperdicemos tanto dinheiro procurando nos
satisfazer a nós mesmos, e tão pouco tempo procurando Deus, a verdadeira fonte de satisfação (Ap 3.17,18).

3.3 Deus é soberano sobre a história humana. Doutrinariamente, por soberania queremos dizer que como Criador de todas
as coisas visíveis e invisíveis, Deus é dono de tudo, que ele, portanto, tem direito absoluto de governar sobre todas as coisas
(Mt 20.15; Rm 9.20,21), e que ele verdadeiramente exerce autoridade no universo (Ef 1.11). A Bíblia deixa claro que: (a)
Deus Governa todas as coisas (1Cr 29:11,12; Sl 10.16; 24.8; 29.10; 48.2); (b) O Senhor está no controle de todas as coisas
(Jó 42.2; Sl 115.3; 135.6; Dn 4.35); (c) os reis da terra estão sob o controle de divino (Pv 21.11; Ap 19.16); e, (d) os
acontecimentos humanos estão sob seu controle de Deus (Dn 2.7; 4.17).

CONCLUSÃO
Vimos nesta lição a justiça de Deus contra a nação de Israel que, dominada pela soberba, idolatria e variadas práticas
abomináveis, atraíram o juízo divino sobre si. Tal princípio é válido aos dias de hoje, sendo a mensagem de Ezequiel, uma
séria advertência para a nossa geração.

REFERÊNCIAS
• SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
• SOARES, Esequias. O Ministério profético na Bíblia. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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