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CRIADO DO PÓ DA TERRA
Pode não ser um relato histórico moderno, mas é arte literária. הָ ָֽאדָ֗ םhā-’ā-ḏ ām, O homem,
ָ ֣האֲדָ ָ֔מה
hā-’ă-ḏ ā-māh, do pó da terra.
Emborra apareçam vários personagens nessa narrativa, Deus, o Homem e a Mulher, a
serpente, o Senhor é claramente o personagem central. Moisés está contando a mesma história
da criação, porém acrescenta detalhes necessários à compreensão de acontecimentos que
ocorreram posteriormente. Ele explica o que havia omitido anteriormente na criação do homem:
que seu corpo foi formado da terra.
Talvez por esse motivo seja importante acreditarmos na historicidade do Livro de Gênesis.
E a Palavra de Deus em 1 Timóteo 2.13,14, nos instrui nessa verdade quando Paulo escreve:
“Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher,
sendo enganada, caiu em transgressão”. Aqui há um dado adicional: não somente Adão é
histórico, porém, Eva em sua rebelião também é vista como histórica. E 2 Coríntios 11.3 testifica
disso: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim
também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da
simplicidade que há em Cristo”. O paralelo aqui é entre mim, você e Eva. Paulo apela a nós,
que somos objetivamente reais — que estamos na história — para que não caiamos numa
situação semelhante. E sem constrangimento, Paulo com clareza espera que seus leitores
pressuponham a historicidade de Eva e dos detalhes propostos em Gênesis.
Note-se também quão claramente é esse o caso em 1 Coríntios 11.8,9: “Porque o
homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi
criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem”. Aqui, o fato de Eva ser
criada depois de Adão também é parte importante do argumento de Paulo.
Também seria necessário levar em conta o modo como Paulo cita a porção inicial de
Gênesis em 1 Coríntios 6.16 e em Efésios 5.31 — e, finalmente, 1 João 3.12 entende Caim como
histórico, e Hebreus 11 trata Abel, Enoque e Noé como paralelos de Abraão e de todos os que o
seguiram na História. Temos, portanto, um forte testemunho da unidade de Gênesis 1 e 2, e da
historicidade de Adão e Eva.
Deus colocou duas árvores especiais no meio do jardim: a árvore da vida e a árvore do
conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9, 17; 3.3, 22, 24). Os frutos da árvore da vida conferiam a
imortalidade (v. 22). Os frutos da outra árvore conferiam um conhecimento experimental do bem e
do mal, mas também causavam a morte (Gn 2.17).
Calvino ainda escreve: “Ele deu à árvore da vida esse nome não porque ela pudesse
conferir ao homem aquela vida com que ele fora previamente dotado, mas a fim de que ela
viesse a ser um símbolo e memorial da vida que ele havia recebido da parte de Deus. Pois
sabemos não ser de modo algum incomum Deus nos dá provas de sua graça por meio de
símbolos externos. De fato, ele não transfere seu poder para os sinais externos; mas, por
meio deles, nos estende sua mão, porque, sem assistência, não podemos ascender a ele.
Portanto, sua intenção era que o homem, assim que degustasse o fruto daquela árvore, se
lembrasse de onde recebera sua vida, a fim de que reconhecesse que não vive por seu
próprio poder, mas exclusivamente pela bondade de Deus; e que a vida não é (como se diz
comumente) um bem intrínseco, senão que procede de Deus. Finalmente, naquela árvore
havia um testemunho visível da declaração de que “em Deus existimos, vivemos e nos
movemos”.
Mas, se Adão, até então inocente e de uma natureza impoluta, tinha necessidade de sinais
de advertência que o guiassem ao conhecimento da graça divina, quão mais necessários são
agora os sinais, nesta grande estupidez de nossa natureza, visto que já caímos da verdadeira luz!
Vivemos num mundo criado por Deus, somos criaturas feitas à imagem de Deus e
gozamos várias bênçãos das mãos do Senhor. Como é triste que tantas pessoas deixem Deus
fora de sua vida e tornem-se andarilhos confusos neste mundo nada amistoso, quando poderiam
ser filhos de Deus no mundo de um Pai Amoroso.