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Lição 02: 

A Criação revelando a Glória do Criador

TEXTO ÁUREO
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os
criou.” Gênesis 1.27

VERDADE APLICADA
O ser humano, por ser a coroa da criação de Deus, deve glorificá-Lo em todas as áreas da vida.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar a origem e o propósito da criação.
Destacar as amostras da glória de Deus no homem.
Falar sobre a restituição do propósito original.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

GÊNESIS 1

26- E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine
sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre
todo réptil que se move sobre a terra.

28- E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que
se move sobre a terra.

31- E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia
sexto.

INTRODUÇÃO
Na lição anterior vimos como a queda colocou a humanidade em oposição a Deus e sujeita ao
Seu justo juízo. Nesta lição veremos o propósito de Deus ao criar todas as coisas e a relevância
do ser humano viver segundo este propósito.
Assuntos que serão tratados nesta lição.

1. A criação do céus e da terra


2. A criação do ser humano
3. Os propósitos de Deus
4. O pecado
5. As consequências da queda e a ação divina para a restaurar.

Como o homem moderno sem Deus entende a criação?

entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há


neles, pela dureza do seu coração, Efésios 4:18

Eles adoram o acaso como criador;


Os animais como os seus antepassados;
E a humanidade decaída como a flor da evolução

POR QUE DEUS CRIOU O HOMEM?


a) Para ter um relacionamento com Ele
b) Para governar e cuidar da criação
c) Para servi-lo
d) Para desfrutar da vida

e também que todo homem coma e beba e goze do bem de todo o seu trabalho. Isso é um
dom de Deus. Eclesiastes 3:13

e) Para glorifica-lo

POR QUE DEUS COLOCOU NO JARDIM A ARVORE DO BEM E DO MAL?

Resposta: Para que o homem pudesse ter a possibilidade de escolher se quer servi-lo ou
não. Deus não obriga ninguém a servi-lo.

1- ORIGEM E PROPÓSITO
O mundo tem origem inteligente e propósito glorioso. A origem é um Deus pessoal e o propósito é
a glória dEle manifestada em Sua criação. Este propósito é o tema central das Escrituras e da
vida [Is 43.21; Rm 11.36]

Esse povo que formei para mim, para que me desse louvor. Isaías 43:21

Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente.
Amém! Romanos 11:36

1.1. Criados por um Deus glorioso. 


A Bíblia não começa falando do homem. Ela começa falando de Deus e da glória dos Seus
atributos: “No princípio criou Deus” [Gn 1.1]. A Bíblia, portanto, mostra, antes de mais nada, que o
Deus eterno, auto suficiente, auto existente é o Criador, a causa e origem de todas as coisas. Ela
quer que, sem distrações, vejamos a Sua glória. A glória de Deus manifestada na criação e em
Cristo revela os atributos, o caráter e a perfeição do Criador [Jo 1.14].

 O livro de Gênesis inicia com Deus, ele não enaltece a criação nem o universo ou as
pessoas. O foco é Deus, o foco é o Criador.

Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Salmos 19:1

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder
como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas,
para que eles fiquem inescusáveis; Romanos 1:20

A tendência humana de imaginar Deus a partir do homem pode levar muitos a pensarem
que Deus nos criou por necessidade. Deus é um Deus satisfeito. Deus nos criou para que
participássemos da sua bendita e eterna satisfação em Sua própria glória.

1.2. Criados para um propósito glorioso.


Se Deus sempre foi autossuficiente, por que então criou o homem? Não encontramos esta
resposta de forma explícita nos dois primeiros capítulos de Gênesis onde narra a criação. No
entanto, é notório que Deus faz e fala. Ou faz por meio do falar. É assim que nós conhecemos
alguém. Ouvindo o que ela diz e vendo o que ela faz. Na criação, Deus revela a si mesmo. É
possível conhecermos parcialmente o Criador, por intermédio de Suas obras. Quando
entendemos isso, nós encontramos o propósito glorioso da nossa existência: tornar o Deus
glorioso conhecido por todas as pessoas.

Para que todos sejam um como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles
sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a
mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. João 17:21,22

1.3. Pecado: desviando-se do propósito.


Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança [Gn 1.26]. Deus encheu o homem com
atributos que anunciariam a glória de Deus [Gn 1.27]. “Encher a terra” [Gn 1.28; 9.1] não significa
que a procriação tinha um fim em si mesma. As marcas da glória de Deus impressas no homem
seriam espalhadas pelo mundo. Roger Stronstad (Teologia Bíblica Pentecostal – Carisma Editora,
2020, p. 32) comentou sobre a obediência dos filhos de Adão e Eva à ordem do Criador para
multiplicação e encher a terra [Gn 1.27]: “Obedientes a essa ordem, os filhos de Adão e Eva e
seus descendentes começam a se disseminar e povoar a terra. No entanto, por causa das
consequências do pecado de Adão [Gn 3.12], à medida que a população aumenta, os pecados
também crescem (…)”.

a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória ; eu os
formei, sim, eu os fiz. Isaías 43:7

Porém, tão certamente como eu vivo e como a glória do Senhor encherá toda a terra,
Números 14:21

John Piper diz: “O propósito de Deus na criação, portanto, era encher a terra com sua
própria glória

O pecado reduziu o tempo de existência do homem.

Então, disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem,
porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Gênesis 6:3

2- AS AMOSTRAS DA GLÓRIA DE DEUS NO HOMEM


A criação do ser humano está em um ponto elevadíssimo em toda a criação por sermos feitos à
imagem de Deus. Mas se Deus é Espírito, então o significado disso é que Deus nos fez
portadores de atributos que apontam para Sua glória.
Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram
escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia.
Salmos 139:16

Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.


Salmos 8:5

2.1. Corregência com Deus. (Reger ou governar junto com Deus)


Quando Deus deu origem à criação, determinou seus papéis pelo poder criativo das suas
palavras [Gn 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24]. A palavra de Deus criava a ação ordenada. Mas quando
Deus foi determinar o papel do homem, Ele lhe deu uma ordem consciente [Gn 1.27-30]. O
homem, de posse dos atributos que Deus lhe conferiu, deveria usá-los consciente e
intencionalmente para cumprir as ordens dadas pelo Criador. O homem é o único ser na face da
terra que tem consciência de que está participando de uma corregência com Deus ao obedecê-lo.
Que privilégio maravilhoso!

Em certo sentido, ele deve juntar-se a Deus, na tremenda tarefa de continuar a obra da
criação.”

Deus criou o homem para liderança, mesmo que seja em ministérios diferentes. Exemplo: a
mãe lidera os filhos, o pai lidera a família, etc.
Logo, Deus chamou a todos para liderar e ser liderado.

2.2. A glória no homem nas ações e palavras. 


Assim como Deus se faz conhecido por Suas ações e palavras, Ele designou o homem em tornar
Sua glória conhecida no mundo por suas ações e palavras. Depois de Deus criar todos os
animais, poderia ele mesmo dar-lhes seus nomes. Preferiu, porém, designar ao homem esta
tarefa. Animal a animal recebera o nome que Adão não só escolheu, mas proferiu [Gn 2.19-20].
Desta forma, a sabedoria de Deus comunicada ao homem ao criá-lo à Sua imagem deveria ser
vista por toda a humanidade. Além das palavras, o homem deveria governar os animais e
administrar os recursos naturais com sabedoria que honrasse seu Criador [Gn 1.28-31].
O poder das palavras compartilhadas por Deus.
de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos não convêm que isto se
faça assim. Tiago 3:10

o poder das palavras humanas concentra-se no campo espiritual. Palavras abençoadoras


serão coletada pelo Senhor, que agirá através delas. Já as palavras de maldição dará
legalidade para a atuação do mal.

Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre


segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a
quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém! 1 Pedro 4:11

2.3. Um estágio no Éden. 


O Éden foi, por assim dizer, o estágio humano para cuidar de toda a terra. No jardim havia todo
tipo de árvores das quais o homem poderia comer [Gn 1.29]. E uma árvore a qual ele deveria
“guardar” [Gn 2.15-17]. Além disso, Deus deu autoridade ao homem para subjugar os animais [Gn
1.26-28]. O diabo se apresenta justamente em um animal para tentar o homem, lhe fazendo
perguntas às quais o homem não tinha o dever algum de responder. Assim, ao invés de subjugar
a serpente, o homem se sujeita às suas sutis palavras [Gn 3.1-6]. Ou seja, o homem comete seu
primeiro erro como corregente de Deus na criação. Subsequentemente comete o segundo,
quando come da árvore que deveria “guardar”. Ao falhar em seu “estágio” edênico, o homem
passa a administrar mal tudo o que Deus lhe confiou, quando não busca honrar a glória do
Senhor da criação.

Ócio não era o modo de vida no Éden. Adão tinha uma função no jardim”

O homem falhou como líder e como liderado, não obedeceu ao seu líder Deus.

O homem tinha um trabalho no Éden, quem pensa que o trabalho veio por causa do pecado
é um erro. Agora que o pecado aumentou a vida de trabalho isso sim.

E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que
te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás
dela todos os dias da tua vida. Gênesis 3:17
Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria, e conhecimento, e alegria;
mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, e o dê ao bom perante a sua
face. Também isso é vaidade e aflição de espírito. Eclesiastes 2:26

Dos doze apóstolos só Judas não estava trabalhando quando Jesus os chamou, o restante
estavam ocupados.

O perigo de viver no piloto automático, fomos chamados para o relacionamento com Deus.

3- A RESTITUIÇÃO DO PROPÓSITO ORIGINAL


Paulo diz que todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus [Rm 3.23]. O plano divino de
salvação em Cristo Jesus é restaurar o ser humano por inteiro, incluindo sua honrosa posição
original a qual Deus estabeleceu como corregentes de Sua criação.

3.1. Deus não destituiu o homem do seu papel na criação. 


O trabalho do homem agora seria penoso o resto de sua vida [Gn 3.17-19]. Após a declaração “E
Deus os abençoou” [Gn 1.28], com a entrada do pecado, foi acrescentada: “maldita é a terra por
causa de ti” [Gn 3.17]. Porém, este honroso desígnio de Deus para o homem na criação continua
de pé. A criação foi feita para o homem. Por isso Deus deixa para criar o homem no final,
coroando Sua obra. Porém, como Deus fez o ser humano semelhante a Si mesmo, no encargo de
dominar o mundo e enchê-lo, o homem deve fazê-lo para mostrar Deus. Apresentar a imagem
dEle. Devemos agir em nossos deveres de forma a espelhar Deus e seus atributos comunicáveis.
Ao dar ao homem a missão e poder de governar, como diz Piper: “O objetivo de Deus, portanto,
era que o ser humano agisse de modo que espelhasse Deus, que tem o domínio supremo”.

John Piper: “Ao ser humano é dada a posição elevada de portador da imagem, não para
que ficasse arrogante e autônomo (como tentou fazer por ocasião da queda), mas para que
refletisse a glória de quem o fez, cuja imagem traz em si

3.2. Não limite seu potencial de glorificar a Deus. 


Cada ser humano tem um potencial dado por Deus. Quando desenvolvemos e expressamos este
potencial, refletimos os atributos de Deus. Ou seja, as práticas religiosas não são as únicas nem
as mais plenas formas de expressarmos nosso temor e amor a Deus. O desejo de Deus é que,
como disse Paulo: “quer comamos, quer bebamos ou façamos qualquer coisa, façamos tudo para
a glória de Deus” [1Co 10.31]. Não há no jardim menção de cultos, orações ou ofertas . A vida de
obediência a Deus era o culto. O trabalho do homem lá, explorando todo potencial que Deus lhe
conferiu, era o culto. Depois da queda, houve uma ruptura dicotômica. Os homens baniram Deus
de suas vidas comuns, recorrendo a Ele apenas em suas necessidades ou deveres
religiosos pré-programados. Esta é uma forma de limitarmos nosso potencial de honrar a glória
do Criador.

O viver cristão deve ser o culto a Deus, assim como acontecia no estagio inicial da criação
do homem.

E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e
escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
Gênesis 3:8

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória
de Deus.1 Coríntios 10:31

3.3. O Servo perfeito de Deus.


Analisar mais de perto o papel e o propósito que o homem tinha em sua relação com Deus antes
da queda nos leva a pensar sobre o que Deus espera de nós hoje. Somos convidados a uma
reaproximação ao propósito original da vida, quando lembramos que, embora Deus tenha expulso
o homem do Éden para o mundo, Cristo invade o mundo para nos trazer de volta não ao Éden,
mas à comunhão plena com Deus. Apesar de ser Senhor de tudo, se esvaziou de si mesmo e
se fez servo de todos [Fp 2.7]. Ele foi o perfeito Servo do Senhor [Is 42.1-8; Mt 12.18-20]. Serviu
com a vida. Serviu até a morte. Obediente em tudo. Honrou a Deus não apenas no templo, em
práticas religiosas, mas em tudo. Cristo com Seu trabalho perfeito resgata o ser humano para o
propósito original de Deus.

CONCLUSÃO
Que o presente estudo contribua para que cada discípulo de Cristo, por ter sido resgatado da vã
maneira de viver [1Pe 1.18], esteja plenamente consciente e atento para viver no presente século
conforme a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, para que em tudo seja Deus glorificado
[1Pe 4.11].

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