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OBS: Muitas partes da Bíblia contem interpretações e mistérios aquém do que o homem
conhece. Nem sempre leve alguns trechos ao pé da letra, mas respeite seus possíveis
significados.
1 NO princípio,
Deus
criou os
céus e a
terra.
11 Disse Deus: Produza a terra relva, erva que dê semente, árvore frutífera que dê
fruto segundo
a sua espécie, cuja semente esteja
nela sobre a terra; e assim foi.
26 E disse Deus: Façamos o
homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; e
domine
sobre os peixes do mar, e sobre
as aves dos céus, e sobre o gado,
e sobre toda a terra, e sobre todo
réptil que se move sobre a terra.
Capítulo 2
A formação do homem
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Aula José Monir
"No princípio Deus criou o céu e a terra." (interpretação: Deus cria as coisas como
dualidade. O céu so existe se há terra e vice versa, logo, há uma criação da
estrutura da realidade. Há uma parte chamada material chamada Terra e outra chamada
Céu -esta sendo espiritual-. Lembremo-nos da Teogonia, o nascimento de Urano e
Gaia, funciona da mesma forma - no sentido de entender a cosmológica das coisas -.
Aqui temos que o indivíduo é matéria e espírito. No próximo trecho: O abismo é uma
constatação de que existem coisas que não podem ser compreendidas, coisas que são
insondáveis. As águas tem um sentido simbólico de caos, de falta de forma (lembra-
te que a água obedece à forma do recipiente). "Disse Deus faça-se a luz" (Essa luz
não é o sol, mas a capacidade de olhar e entender as coisas, essa luz é A OPOSIÇÃO
às trevas, é a possibilidade de entendimento, é uma antítese à ideia de trevas.)
Deus dividiu a luz das trevas (dividiu o pedaço que é compreensível daquele que não
é). A interpretação é de que essa é uma forma de um ser humano descrever as coisas,
utilizando palavras que ele sonhece para descrever as coisas simbolicamente. Para
o homem prometeico moderno, é difícil de aceitar tal insondabilidade da realidade.
Deus fez o firmamento. Logo, Deus constituiu espaço e a separação das águas
(nuvens, aguas terrestres e a água estacionária - subterrânea). Qual é o sentido de
haver água no céu? É a fertilidade. A água do céu gera a fertilidade da terra. Deus
separou a porção seca chamando-a "terra" e a porção de água "mares". Antes da luz
(aqui refiro-me ao sol) há a constatação de que existem ervas que dão sementes etc.
Lembremo-nos de que certas interpretações da Bíblia foram estudadas ao longo dos
anos, ainda que não seja relevante em última análise. Aqui nada mais há que uma
falta de conhecimento científico sobre a questão. GN 14: Deus cria os astros, as
estrelas e a Lua. Dentre as estrelas, o Sol. Assim, mnarca-se o tempo através das
estações etc. Aqui, Deus cria o tempo (o tempo só existe na matéria, visto que ele
é uma tensão do movimento, sem natureza própria). A criação dos dois luzeiros
mostra potência e ato das coisas. Entretanto, isso fica para outros estudos.
Vale comentar que semelhante à teogonia (Gaia e os titãs lutando contra os deuses),
o movimento ambientalista é apenas mais uma tentativa da matéria de buscar o
domínio sobre o espírito. Ainda que haja a vitória da terra (momentânea) a ordem
das coisas sempre se reestabelecem (Crono ganhara, mas Zeus o vencera logo depois).
Entretanto, é preciso lembrar-nos que se somos "gerentes" da natureza, por vezes
acabamos nos equivocando de nosso dever e utilizando-a de forma errada, sem
controle. Quando há uma luta entre dois monstros (a exemplo humanidade x natureza)
ou a baleia branca e o capitão ahab, na prática não há nenhuma maneira da
existência humana sobre o planeta sem um trauma mútuo, não é possível existir
humanamente sem que essa existência seja traumática para o substrato material.
Afinal, a natureza não é uma entidade inocente, ela tem doenças, terremotos,
vulcões etc. Ela é tanto auxilixar quanto contrária ao homem. As conversas de
ecologia devem partir desse ponto e não da hipótese de Gaia. Afinal, em algum
momento do mundo haviam somente vulcões no planeta... Contra quem ela estava se
vingando?
"Criou o humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou." Na
interpretação aqui, temos que essa é a primeira criação (criação conceitual do
homem como macho e fêmea). A Eva (futuramente mencionada) tem um sentido simbólico
e não biológico (de acordo com a interpretação aqui). Logo, quando o Senhor fala:
"Crescei, sejam fecundos, multiplicai-vos, encham a terra e sujeitem-na." A mulher
já foi criada aqui. A imagem e semelhança do ser humano é a consciência de que sua
condição no cosmos e a existência deste e não sua fisicalidade. Deus é somente
forma e não matéria, diferente do ser humano que é sinolo (conceito aristotélico),
o que quer dizer a união entre matéria e forma. Deus não é "homem" ou "mulher"
visto que ele é forma. Quando eu digo que algo "é" você limita algo. Deus é
ilimitado, logo Deus "não é nada", logo, paradoxalmente ele dá um passo atrás patra
que o mundo exista. O primeiro passo cria um nível de realidade chamado angélico, o
segundo uma realidade chamada sutil e no terceiro: matéria. O ser humano participa
dos três (corpo - matéria, psique - sutil, espírito - angélico). O que está além do
angélico não é acessível a nossa compreensão.
Deus descansou pois o mundo que criara tinha uma certa autonomia existencial. Deus
deixa de ser criador e torna-se juiz, definidor do certo e errado. Agora, começa a
segunda criação do homem (simbolicamente), sendo esta uma criação material. Aqui,
Deus faz o homem do limbo da terra (a terra representa desejo, representa uma parte
da vida humana, isso é comprovado pois é da terra que temos os desejos
materialistas) "Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra". A árvore da
vida é uma espécie de uma pulsão com base na terra e sobe para o céu, ela é uma
regra geral da existência humana, é um processo de subir da terra e subir ao céu.
Enquanto que a outra é a vida consciente sobre o mundo, logo, é uma vida consciente
de vem todos os perigos. Uma é uma pulsão existencial, já a outra é onde mora todo
o perigo (dá a chance de escolher o mau de propósito). Deus coloca-as no paraíso,
uma para indicar o sentido natural da vida humana e a outra como a tentação da
terra. Só podemos ser tentados pois somos feitos da terra, diferente de seres
plenamente espirituais. Temos os quatro rios citados, o que corrobora a hipótese
das 4 possibilidades fundamentais do mundo (pontos cardeais, estações, graus de
realidade etc.). Esse é o motivo simbólico da citação dos rios.
Quando Deus diz que eles morreriam ao comer o fruto da árvore proibida ele se
refere à morte espiritual, não a material. Sobre o capítulo da criação de Eva: Já
temos que a mulher foi criada e incentivada a crescer e multiplicar-se. Eva
corresponde àquilo que os gregos na teogonia chamam de pandora (conferir teogonia e
diálogos de platão, história sobre prometeu e pandora). Eva não é a mulher
propriamente dito, ela é um componente do desejo exacerbado (segundo a
interpretação). O ser humano é aquem dos outros seres, ele tam algo que os destaca.
Isso deveria existir por mérito não? E qual o mérito do homem? Controlar os seus
desejos terrestres com relação à vocação celeste, subordinando a matéria ao
espírito. Nós seres humanos possuímos esse desejo, lembremo-nos de que o feminino é
mais associado a terra (mãe terra), lembremo-nos tambem que isso é um componente do
homem (como se fosse a psique), por isso eva fez o que fez (não foi a mulher que
começou a desgraça do mundo, não a mulher mulher - temos isso no sentido da
interpretação). Deus "faz" isso pois devemos ter um mérito para a nossa capacidade
ontológica, nosso status essencial. Eva é algo como um componente simbólico
(componente do desejo) e não a mulher em si própria.
Basta olhar para a própria vida para perceber que o pecado original é intrínseco à
vida humana e NÃO um pecado pessoal de Adão (conforme está no pelagismo). Na
teogonia, o correspondente seria a Castração de Chrono, seu sangue cai na terra e
originam-se as Fúrias (idéia de culpa). O ser humano perceber que está nu significa
que ele adquire a percepção de culpa. Ela não havia antes, mas agora há. A culpa é
importante, mas não deve virar remorso (herínia-fúrias) e sim arrependimento
(eumenides). Um dos problemas do homem moderno é justificar os erros através de uma
possível racionalização/explicação, o que inibe a culpa e torna a vida de alguem
uma sem consciência moral, uma vida zoológica, animalesca (Se Deus não existe, tudo
é permitido - Irmãos Karamazov). A inimizade entre a mulher e a serpente é
declarada. A mulher é simbolicamente um exemplo de pureza espiritual (ainda que o
componente feminino seja ligado ao desejo), expresso em Nossa Senhora. O calcanhar
é mencionado pois ele é o símbolo da vaidade humana Gn 3,15"Este lhe ferirá a
cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar." Na mitologia grega o pensamento condiz,
visto que o calcanhar de Aquiles era sua única fraqueza pois fora a única parte do
copro não banhada nas águas do rio Estige, representa o modo como você "pisa" na
terra. Os protestantes, ao retirarem o componente de Nossa Senhora acabam com
certas simbologias e ritos importantes, transformando a religião em religiosidade
(conferir René Guenon). (Penso eu que o importante é buscar seguir os ensinamentos
de Jesus e buscar a Deus, entretanto, no futuro hei de averiguar melhor essas
coisas).
"Tu parirás teu filho com dor. - A mulher no sentido de desejo está grávida de
desejos, porém eles só serão obtidos com a compensação de dor. A mulher está
subordinada ao homem pois a ordem cosmológica do ser implica que a matéria (desejo)
deve ser subordinada ao espírito, a terra ser subordinada ao céu. Não é que a
mulher deva ser servente do homem, mas o componente terrestre estar subordinado ao
componente espiritual. Gn 3,19: A inevitabilidade da não satisfação dos desejos
materiais, posto que Adão significa 'ser humano' e NÃO 'homem'. Adão e Eva saem do
paraíso vestidos de animais pois eles se animalizaram (por isso saem com roupa de
peles). Capítulo da descendência de Adão (é importante notar que na tua Bíblia a
tradução está ...Deu o nome de "ser humano"... ou invés de ... Nome de "Adão". Isso
é uma coisa que possibilitaria erros na interpretação. Temos aqui então que Adão é
o nome da espécie humana, mas não do indivíduo macho.