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A Portas das Ovelhas – Próxima ao Tanque de Betesda

A primeira porta citada no livro de Neemias, no capítulo 3:1, é a porta das ovelhas. E a porta
das ovelhas é algo que tem um significado especial para nós que cremos que Jesus é o cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo.
…os sacerdotes, e edificaram a porta das ovelhas, a qual consagraram, e lhe assentaram os
batentes…
Neemias 3:1
A porta das ovelhas ficava próximo ao tanque que descia um anjo, o tanque de
Betesda(com cinco alpendres), e era por onde as ovelhas e os cordeiros eram levados para o
sacrifício no Templo. E essa porta era a passagem por meio da qual esses animais podiam ter
acesso ao local adequado para serem ofertadas.
O Novo Testamento, principalmente nas palavras de João Batista, deixa claro que aquelas
ovelhas e cordeiros são uma alegoria que representam Jesus Cristo, o verdadeiro cordeiro de
Deus.
Então tudo se inicia na nossa vida e na nossa fé, com o sacrifício do cordeiro . Por isso,
podemos dizer que tudo se inicia na porta das ovelhas, porque Jesus também disse que Ele é a
porta, e que Ele é o bom pastor.

Então a porta das ovelhas tem tudo a ver com o Evangelho de Jesus.A Porta das Ovelhas Ficava
nos Muros de Jerusalém.

A Porta Dourada Oriental

A porta dourada foi fechada pelos Muçulmanos em 810 DC, e depois reaberta pelos Cruzados
em 1102 depois de Cristo. Posteriormente, o General Muçulmano Saladinomandou selar esta
porta, após a sua conquista da cidade de Jerusalém, em 1187 DC.
Fizeram isso porque acreditavam que quando o Messias Judeu viesse, não poderia entrar pela
porta dourada, assim a profecia que está no livro do Profeta Ezequiel 44:1-3, não seria
cumprida.

Entretanto, o que Saladino não entendeu é que ele é quem estava cumprindo a profecia, pois
Jesus, mais de mil anos antes, já havia passado por aquela porta, quando se dirigiu ao tanque
de Betesda para curar o paralítico de Betesda.

Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, o
Deus de Israel entrou por ela; por isso permanecerá fechada.
Ezequiel 44:2
Esse texto é mais uma das provas de que Jesus é o Eterno. Jesus é Deus, o Deus de Israel, que
passou pela porta oriental, portanto ela permanecerá fechada, como está até os dias de hoje.

Quem nunca ouviu uma pregação sobre o paralítico junto ao tanque Betesda, em
Jerusalém, baseada no quinto capítulo do evangelho de João? A cura daquele que
era paralítico havia 38 anos é um dos mais conhecidos e proclamados milagres de
Jesus. Mas o propósito deste post é chamar sua atenção para esse trecho final do
versículo 3 e todo o versículo 4, que diz:

“…esperando o movimento da água. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao


tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água,
sarava de qualquer enfermidade que tivesse” (versão Almeida Revista e Corrigida,
1995)

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Há alguns indícios exegéticos de que esse trecho não seja original, mas um enxerto
feito posteriormente ao texto escrito pelo apóstolo João, e que, portanto, não deveria
ser tão enfatizado em nossas homilias sobre a cura deste paralítico. Explico.

Inclusão dos versículos 3b-4


O Dr. Wilson Paroschi [1], uma das maiores autoridades no mundo hoje sobre Crítica
Textual, nos informa que de acordo com o registro textual, somente a partir do quinto
século (quando obviamente nenhum apóstolo mais estava vivo e editando seus
escritos) é que a passagem que fala do anjo movimentando as águas do tanque
começa a aparecer na tradução manuscrita grega, a língua em que o Novo
Testamento foi originalmente escrito. Embora Tertuliano (160-220), um dos antigos
pais da igreja, já fizesse menção ao anjo agitando as águas, parecendo dar sua
aprovação a esta crença judaica popular.

Quanto à inserção desta tradição no texto bíblico, Paroschi sugere que “poderia ter
decorrido, por exemplo, de alguma nota marginal destinada a explicar o v. 7 [de João
5], atribuindo a agitação das águas à visita periódica de um anjo” e que “não se deve
descartar a hipótese de que a água do tanque tivesse propriedades terapêuticas e
que curas de enfermidades reais ou imaginárias (psicossomáticas) tenham de fato
sido li obtidas”.

Claro, a opinião do Dr. Paroschi apenas representa uma grande parte dos estudiosos
cristãos, todavia, admitimos, ela não é unânime. Há também alguns exegetas
defendendo a autenticidade desta passagem, como citados pelo erudito pentecostal
Gordon Fee, em seu artigo On the Inauthenticity of John 5:3b-4 [2]. Para o próprio
Fee, porém, assim como para Paroschi, há razões suficientes para “rejeitar a
passagem como espúria”.

Aqueles que não têm muita afinidade com estudo das línguas originais da Bíblia,
Crítica Textual ou manuscritologia, podem achar que “os teólogos estão querendo
distorcer a Bíblia”. Não, não é isso. Pelo contrário: os comentaristas que rejeitam a
autenticidade do trecho de João 5.3b-4 querem apenas separar o que é original,
escrito pela pena e tinta de João (e, portanto, sob inspiração divina), do que é adicional
(portanto, não original nem inspirado).
O problema com esse trecho
Se tomarmos o trecho de João 5.3b-4 como autêntico e original do apóstolo João,
então teremos que explicar algumas questões de ordem textual e teológica:

1° Por que esse trecho está ausente dos melhores e mais antigos manuscritos
gregos?

2° Por que em muitos manuscritos gregos que contém o versículo 4, a leitura está
assinalada como duvidosa, mediante emprego de alguns sinais gráficos que
demonstram a provável não-originalidade joanina dessa passagem?

3° Como explicar a seletividade das curas e a disputa dos doentes? Não parece que
admitida tal possibilidade, devemos também concordar com o egoísmo daquelas
pessoas que buscavam a cura, querendo sempre serem as primeiras? Como diz o
exegeta William Hendricksen, “Parece que a regra naquele tanque era: ‘Cada um por
si’” [3]. Isso, definitivamente não expressa o caráter de Deus, o amor e a misericórdia
que ele exige que tenhamos uns pelos outros.

4° Embora sejam espíritos ministradores ao nosso favor, é difícil encontrar respaldo


neotestamentário para anjos promovendo cura de doentes, especialmente num
período em que Cristo está presente pessoalmente e investindo seus discípulos de
poder para curar os enfermos.

Movimento das águas causado por um anjo?

Ressalte-se que o que está em discussão não é se as águas daquele tanque eram ou não agitadas, afinal o
versículo 7 do mesmo capítulo, traz a fala do paralítico, que queixava-se a Jesus de que não tinha
ninguém que o colocasse no tanque “… quando a água é agitada…”. De fato, um movimento diferente
nas águas devia ser notado, para que os doentes começassem a se lançar em busca da cura. Entretanto,
muitas razões naturais podem ser sugeridas para esse movimento intermitente das águas, sem
necessariamente admitir a presença de um anjo agitador.Também não está em questão o milagre
efetuado por Cristo ao curar o paralítico, pois cremos piamente nesse registro joanino, e que o mesmo
ele pode fazer hoje pelos que estão enfermos. Como cristão pentecostal posso dizer que rejeitar a
originalidade dos versículos 3b-4 não implica em descartar a originalidade do milagre registrado em João
5.

A questão apenas é que, nas palavras do exegeta F.F. Bruce,  “Não podemos creditar (ou debitar) ao
evangelista esta informação sobre o anjo, mas provavelmente ela reproduz a crença popular sobre a
causa das propriedades terapêuticas atribuídas à água” [4].Traduções bíblicas modernas inclusive
trazem sinais gráficos que sugerem a não-originalidade desta passagem. A Almeida Revista e Atualizada
(ARA) e a Nova Almeida Atualizada (NAA), por exemplo, deslocam o final do versículo 3 para o início do
versículo 4 e colocam todo o trecho em questão entre colchetes ([ ]), e a Nova Versão Internacional (NVI)
coloca uma nota de rodapé informando que “A maioria dos manuscritos antigos não trazem essa frase
[final do vers. 3] e todo o versículo 4”. O bom estudante e pregador da Bíblia deve, portanto, munir-se de
várias traduções bíblicas para perceber esses detalhes.

Concluímos, de forma prática: no mínimo, dada a incerteza da origem do trecho de João 5.3b-4, não
deveríamos, quando cantamos, ensinamos ou pregamos esse texto na igreja, dizer que “Deus vai enviar
seu anjo para movimentar as águas” ou destacar a figura do anjo e de um suposto movimento
sobrenatural das águas naquele tanque.É melhor que foquemos na cura do paralítico através de Jesus
Cristo e no poder do Espírito Santo. Aliás, é bom que se diga que Jesus não ajudou o paralítico a
mergulhar no tanque para receber sua cura (o que poderia ajudar a validar aquela crença popular), antes
deu-lhe a palavra de ordem para por-se de pé e carregar sua maca (v. 8), o que nos dá a certeza de que a
cura procede não de anjos agitadores, mas de Cristo, que “levou sobre si as nossas enfermidades” (Is
53.4).

De Quanto em Quanto Tempo o Anjo Descia no Tanque de Betesda e Movia as Águas?

De quanto em quanto tempo o anjo descia no tanque de Betesda? A resposta é: De


ano em ano (anualmente, ou uma vez por ano). Sobre essa pergunta, preparamos um
estudo bíblico mais detalhado, com as explicações que seguem abaixo.
Quando lemos o capítulo 5 do Evangelho de João, nos deparamos com a informação
de que existia um tanque de purificação cerimonial, com cinco alpendres, situado
próximo à porta das ovelhas.
O texto prossegue dizendo que havia uma grande multidão de enfermos, mancos,
aleijados, cegos, que esperavam o movimento das águas do tanque. É nesse ponto que
aparece uma informação, sem a qual toda essa passagem ficaria sem explicação.

Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro


que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que
tivesse.
João 5:4
O Apóstolo João também diz que havia um homem, o paralítico de Betesda, que estava
enfermo há 38 anos, e que estava esperando pelo agitar das águas, pelo anjo.

A pergunta natural que surge da leitura dessa passagem bíblica, é: De quanto em


quanto tempo o anjo descia ao tanque de Betesda, para agitar as águas?

Quanto tempo aquelas pessoas esperavam pelo descer dessa pequena gota de
misericórdia, na casa da misericórdia (o significado de Betesda)?
De Tempos em Tempos

Ocorre que o texto de João 5:4, em Português, traz a versão de que “um anjo descia
em certo tempo ao tanque”. Para que possamos esclarecer de que tempo o Apóstolo
está se referindo, teremos que inevitavelmente, ver esse verso no original Hebraico,
para fazermos as devidas considerações.
João começa essa passagem, dizendo que havia “uma festa entre os Judeus”. O correto
aqui seria dizer que “houve a festa dos Judeus “, sim, digo a festa, pois em Hebraico a
construção dessa frase é definida ‫חַג ַהיְהּודִ ים‬ “chag haYehudim“.E a festa principal dos
Judeus, sem dúvida era a Páscoa, chamada de ‫פסח‬ Pêssach, em Hebraico. Mas não
vamos entrar nesses detalhes gramaticais. Vamos voltar a explicação do anjo que
descia ao tanque de Betesda.
Sabendo de que se tratava da festa de Páscoa, temos uma pista muito relevante para
determinar o tempo em que o anjo descia. Acontece que a Páscoa era uma das três
festas solenes dos Hebreus, dadas pelo Eterno, por meio de Moisés.Só para que vocês
tenham uma ideia, essas festas solenes foram planejadas ainda na obra da criação do
mundo, quando Deus criou as estrelas e as colocou no firmamento. As festas Judaicas
eram chamadas de “festas solenes” e/ou “solenidades”.

Em Hebraico, eram chamadas de ‫מֹועֲדִ ים‬ Moadiym, que significa “tempos


determinados“. Quando o Eterno se refere à função das estrelas, Ele usa essa palavra:
E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e
a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
Gênesis 1:14
É por isso que a Tradução interpretada do Gênesis 1:14 para o Aramaico, na época dos
Apóstolos dizia:

E disse Deus: Que haja luminares no firmamento dos céus…para sinais das festas
solenes…Targum Yonatan – Gênesis 1:14
Então, veja que no Evangelho de João 5:1-16, a passagem bíblica fala de uma festa
solene, uma das Moadiym, a Páscoa, que o corria em um tempo determinado – uma
vez ao ano.
Diante dessas explicações acima, temos que considerar também o verso de João 5:4,
onde há o texto chave para o entendimento de quanto em quanto tempo o anjo descia
ao tanque.

Em Hebraico o texto diz:

‫יֹורד ִמּדֵ י ַּפעַם ְּב ַפעַם‬


ֵ ‫ּכִי ַמלְאָ ְך ָהיָה‬ “Ki mal’ach hayah yored midey paam bepaam”, que
siginifica, “Porque um anjo descia de tempos em tempos…”. João 5:4 em Hebraico.
Os termos “paam bepaam“, “de tempos em tempos” é uma outra forma de se referir
aos encontros recorrentes que aconteciam entre Deus e o povo de Israel, por meio das
festas solenes, como a Páscoa.
A Páscoa, a festa de Tabernáculos (Suckot em Hebraico), a festa de Pentecostes
(Shavuot em Hebraico), eram festas recorrentes, e marcavam as Moadiym, os
encontros recorrentes entre Deus e o Seu povo.
E ocorriam “de tempos em tempos”! E que “tempos” eram esses? Eram anuais!
De Quanto Em Quanto Tempo o Anjo Descia?E o Apóstolo João, afirma que a o anjo
descia “de tempos em tempos”, uma forma de dizer que “havia um encontro entre
Deus e o Seu povo”, na casa de misericórdia, no tanque de Betesda.Diante de todas
essas evidências, quando deparamos com a pergunta, “de quanto em quanto tempo o
anjo descia ao tanque de Betesda e agitava as águas?“, a resposta é, “de ano em
ano“, juntamente com as festas solenes, mas especificamente, na Páscoa.

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