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JESUS NO TANQUE DE BETESDA

João 5.1-9
Com o passar dos anos, ninguém mais “enxerga” uma pessoa doente assim,
pois nos acostumamos com a situação dela. Mas Jesus não; Ele vê e resgata
o aflito e o necessitado, não importam quantas BARREIRAS há à sua frente.
1. BARREIRA SOCIAL
O contexto social do tanque de Betesda, daqueles dias, é muito semelhante
aos das salas de espera dos hospitais e postos de saúde de hoje
Sim, é verdade que o contexto social influencia o destino de uma pessoa,
mas, ao contrário do que muitos dizem,o contexto social não define o
destino de ninguém.
O que define o nosso destino, especialmente o nosso destino eterno, é o
poder de Deus se manifestando em nossas vidas por meio do Seu Único
Filho.
2. BARREIRA PSICOLÓGICA
Ali era lugar de muitos problemas de ordem psicológica, tais como:
Depressão (muitos doentes amontoados num só lugar),
Ansiedade (eles não sabiam QUANDO ou SE, de fato, a água se moveria),
Solidão (“Senhor, eu não tenho ninguém”),
Dependência e autopiedade (“Eu não consigo ser curado porque ninguém
me ajuda”).
Depois de 38 anos mofando aquele lugar, o emocional deste homem estava
de mal a pior; no entanto, apesar do seu lastimável estado psicológico, Jesus
olhou por ele e o salvou.
3. BARREIRA ESPIRITUAL
Depois de 38 anos esperando um milagre que nunca veio, aquele homem já
não tinha nem fé nem esperança; depois de tantos anos de decepção,
esperando a visita de um anjo, os seus olhos espirituais se fecharam
Algo muito semelhante está acontecendo hoje, em muitas “igrejas” que
criam expectativa de milagres todos dias.

A cegueira espiritual é um grande complicador, mas o poder de Deus é


suficiente para abrir os olhos mais fechados. Não importa o quanto uma
pessoa esteja cega ou decepcionada, Jesus pode resgatá-la.
CONCLUSÃO
Jesus rompeu a barreira da influência negativa daquele contexto social;
rompeu as barreiras psicológicas que se formaram no emocional daquele
homem e rompeu a cegueira espiritual que o impedia de ver Deus. Jesus viu
aquele homem e o salvou.

O Tanque de Betesda como um centro de cura de greco-deus Esculápio (João 5)

1 Algum tempo depois, Jesus subiu a Jerusalém para uma das festas Judaicas. 2 Ora
em Jerusalém há, próximo à Porta das Ovelhas, um tanque , chamado em Hebraico
Betesda, o qual tem cinco colunas cobertas. 3 Nestas jazia grande multidão de
enfermos – cegos, coxos e paralíticos.
Quando se trata de determinar o nível de confiabilidade histórica do evangelho, a história
que terminará na cura de um paralítico é uma das unidades textuais mais fascinantes do
Evangelho de João. Muitos não consideravam o Evangelho de João historicamente confiável,
até a descoberta do tanque com cinco colunas cobertas perto da Porta das Ovelhas
(embora inicialmente todos estivessem procurando um tanque em forma de pentágono).
Pensou-se que o evangelho seria ou alegórico (verdadeiro apenas no sentido semelhante à
literatura apocalíptica) ou simplesmente impreciso (escrito por alguém que não era da
Judéia e não era totalmente familiarizado com a geografia e a topografia de Jerusalém). No
entanto, identificaram-se ambos os tanques mencionados no Evangelho de João – o tanque
de Betesda, em João 5:2 e o tanque de Siloé, em João 9:7. O tanque mencionado neste
capítulo tinha cinco colunas (conforme descrito no Evangelho), mas não era estruturado
como um pentágono. Havia quatro colunas separadas no meio por outra, formando, assim,
as cinco colunas descritas no Evangelho.

É possível que o tanque de Betesda fosse uma instalação destinada ao cerimonial religioso
Judaico da limpeza com água, mikvah, associado ao Templo de Jerusalém. Mas existem
outras opções interpretativas que em minha mente tem muito mais sentido.

Há muitas boas razões para acreditar que essa estrutura, que se situava a curta distância
da parte de trás das paredes da cidade de Jerusalém da época, fosse vinculada ao deus
Greco-Romano do bem-estar e saúde Asclépio que era bem difundido pelas terras
dominadas pelo Império Romano. Havia mais de 400 asclepeions – instalações relacionadas
com Asclépio (Esculápio) em todo o Império, funcionando como centros de cura e
dispensadores da graça e misericordia do deus para com aqueles em necessidade).

Asclépio era o deus da medicina e da saúde na antiga religião Grega. As filhas míticas do
deus incluíam, por exemplo, as deusas Hygeia e Panacea. Podemos ouvir seus nomes
Gregos em nossas palavras modernas para “higiene” e “panacéia” – conceitos básicos hoje
associados a medicina e saúde. As cobras eram um atributo essencial do culto de saúde e
cura de Asclépio. Até hoje um dos principais símbolos da medicina moderna é uma vara
com uma cobra em torno dela.

Agora pare e pense por um momento. Porque, se isso estiver correto, nossa percepção de
toda história descrita aqui pode mudar. É possível que os cegos, coxos e paraliticos não
estivessem esperando pelo Deus de Israel para curá-los; mas em vez disso o ato
misericordioso de cura por Asclépio. Antes de começar a pensar que a reconstrução acima
é improvável, por favor, considere o seguinte:

Justin Martyr apologista Cristão do segundo século menciona a obsessão popular por
Asclépio entre seus contemporâneos dizendo: “Quando o Diabo apresenta Asclépio como o
fundador da morte e curandeiro de todas as doenças, não posso dizer que neste assunto
também ele tem imitado as profecias sobre Cristo? (Justin Martyr, Dialogue with Trypho, the
Jew, 69). Em uma declaração atribuída ao sábio Judeu Rabi Akiva do segundo século lemos:
“Uma vez Akiva foi convidado a explicar por que pessoas afligidas por doença às vezes
retornavam curadas de uma peregrinação ao santuário de um ídolo, embora ele
seguramente não tivesse poder. (Talmude Babilônico, Avodah Zarah 55a).”
O Tanque de Betesda/Asclépio (filial de Jerusalém) foi, provavelmente, uma parte da
Helenização de Jerusalém juntamente com vários outros projetos importantes, tais como o
teatro Romano, complexo Romano esportivo, banhos Romanos e Fortaleza Romana
Antônia (perto do tanque). Foi provavelmente referindo-se a tal Helenização de Jerusalém
que devotos Qumranitas, autores do seu comentário sobre o Profeta Nahum escreveram:
“Onde está a cova dos leões, a caverna dos jovens leões? (Nah.2:12b) A interpretação disto
diz respeito a Jerusalém, que havia se tornado uma habitação para os ímpios dos Gentios…
(4QpNah).”
Nesse caso, o tanque de Betesda (casa da misericórdia em Hebraico) não tem que ser
absolutamente um local Judeu, mas antes uma instalação Grega afiliada a Asclépio. É muito
importante notar que nesta cura particular Jesus não ordena a quem ele curou para se
lavar no tanque (tanque de Betesda), enquanto ele deu uma ordem direta para ir e se lavar
no tanque de Siloé, quando se trata de cura do homem cego (João 9:6-7). Portanto, parece
que enquanto o tanque de Betesda era um lugar pagão (Asclépio), o tanque de Siloé estava
ligado ao Templo de Jerusalém. Claro, Jerusalém era o centro para os Judeus religiosos nos
dias de Jesus, mas também era um quartel para os ideais Helenizados na Judéia, que
estava sob estrito controle Romano com a Fortaleza Antonia dominando a extremidade
noroeste do Monte do Templo.

[… esperando o movimento das águas; 4 porquanto um anjo do Senhor descia em


certo tempo dentro do tanque e agitava a água; e o primeiro que ali descia, após o
movimento da água, sarava de qualquer doença que tivesse.][1]
Embora algumas Bíblias modernas ainda incluam o texto acima entre parentesis (3b-4) o
mesmo não está contido nos manuscritos mais antigos e mais confiáveis disponíveis hoje e,
portanto, não deveria ser tratado como autêntico. Parece que o copista Cristão não
familiarizado com o culto de Asclépio e com sua afiliação do Tanque de Betesda, adicionou
a explicação sobre o Anjo do Senhor agitando as águas, buscando esclarecer as coisas para
seus leitores. Na realidade ele acabou conduzindo toda a geração seguinte de leitores a um
sentido interpretativo errado, faltando o ponto principal da história.
Ao contrário da opinião popular, os escribas antigos não
eram sempre precisos em preservar cada pingo e til do texto que eles estavam copiando.
Eles não embelezavam as coisas, mas certamente não tinham medo de “esclarecer
questões,” quando pensavam que “algo estava faltando”. Portanto, o novo personagem
nesta história, o anjo do Deus de Israel, foi adicionado pelo bem intencionado, mas
equivocado copista. O copista, ao contrário do autor do Evangelho de João, não tinha
conhecimento da identidade religiosa Grega de Betesda, que pareceu a ele apenas a partir
do texto que ele tinha diante dele, sem qualquer evidência de cultura material
contemporânea, como a casa da misericórdia do Deus de Israel. Ele simplesmente se
enganou.

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