Uma vida que não centraliza seu prazer em Deus O texto de Eclesiastes 2:1-26, registra as reflexões negativistas de Salomão, a
está destituída de propósito e de sentido respeito da futilidade de buscar felicidade nesta vida, à parte de Deus e da sua
Texto Bíblico: Eclesiastes 2:1-26
Introdução
Não há nada mais útil para definir prioridades na vida de alguém que a descoberta
que está prestes a morrer. De fato, muitas pessoas desperdiçam a vida pensando
em “quando e então”, acreditando que “quando” isso ou aquilo acontecer,
“então” realmente começarão a viver e a fazer alguma coisa importante para Deus.
Adotar essa atitude é garantia de arrependimentos. Quando seus dias
acabarem, a única coisa que vai realmente importar é se você realizou o
propósito de Deus para sua vida.
Isso é um fato, por mais que essa idéia o pertube. Não importa quem você é, qual
sua idade, qual o grau de seu sucesso ou onde vive: a mortalidade continua sendo o
grande nivelador. A cada tique-taque do relógio, um momento da vida fica para trás,
nossos dias estão contados, e cada um que passa vai embora para sempre.
Ilustração: A Corda Francis Chan
A vida terrena é decisiva para determinar nossa condição eterna (Mc 8:34-37)
Transição
Segundo a tradição judaica, Salomão escreveu Cantares quando jovem, Provérbios,
quando estava na meia-idade, e Eclesiastes no final da vida. O efeito conjunto do
declínio espiritual de Salomão (I Reis 11), da sua idolatria e da sua vida
extravagante, deixou-o por fim desiludido, com os prazeres desta vida e com o
materialismo, como caminhos da felicidade.
Palavra. Seu propósito principal pode ter sido compartilhar com o próximo,
especialmente os jovens, antes de morrer, seus pensamentos e seu testemunho, a
fim de que outros não cometessem os mesmos erros que ele cometera. Revela de
uma vez por todas, a total futilidade do ser humano considerar prazeres terrenos,
carnais como reais valores da vida.
Neste texto, Salomão aprofunda o tema da falta de sentido e da futilidade, e o
faz em 4 pontos, vejamos:
● 1 - O prazer e as riquezas não produzem felicidade
● A vaidade do prazer e das riquezas Ec 2:1-11
Salomão buscou a felicidade no sexo, na bebida, nas obras magníficas, nas hortas,
jardins, campos de irrigação, aquisição de servos, rebanhos, na riqueza, e na fama
e viu que tudo era vaidade (Eclesiastes 2:1-10).
O homem é um ser obcecado pelo prazer. O hedonismo, a filosofia que ensina que o
prazer é o fim último do ser humano parece reger a humanidade.
A grande questão é onde está esse prazer: nas coisas externas? No dinheiro? No
sucesso? Na cultura? No sexo? Na diversão? Nas viagens psicodélicas?
John Piper disse que o problema não é a busca do prazer, mas o
contentamento com um prazer terreno, carnal, raso, passageiro. Deus nos
criou para o prazer. A busca da felicidade é legítima. O verdadeiro prazer está
em Deus. O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
Agostinho disse: “Senhor, tu nos criaste para ti e a nossa alma não encontrará
descanso até se repousar em ti”.
O solilóquio (conversa consigo mesmo) de Salomão nestes versículos nos remete a
parábola do rico insensato ( Lucas 12:16-21), que torna-se uma advertência
acentuada à nossa vida cristã na busca pelo prazer e pela felicidade, (Luc 12:33
-34) ajuntai tesouros nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a
traça não rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso
coração.”
Em Salmos 90:12, encontramos um pedido de Moisés a Deus que exprime
dependência e reconhecimento da limitação humana na busca pela felicidade.
“ Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração
sábio.”
Devemos orar por uma sábia compreensão da brevidade da vida, para termos
diante de Deus um coração sábio no emprego de cada dia que Ele nos concede.
Considerando que esta vida é uma preparação para a outra , devemos entender o
que Deus deseja realizar para si mesmo, para nossa família e para o próximo,
através da nossa existência. Quando terminar aqui o nosso tempo, será avaliado
como foi ou deixou de ser a nossa dedicação à Deus. Com isso em vista, devemos
orar pedindo um coração sábio e um santo temor a Deus, para vivermos uma vida
que o glorifique.
● 2 - A sabedoria não possui sentido em si mesma e não traz felicidade
● A vaidade da sabedoria - Ec 2:12-17
Apesar de perceber que a sabedoria é mais proveitosa que a estultícia,
compreendeu que esta é uma pequena vantagem temporária. Conforme ensina
Moody, o sábio observa o que está a sua frente e escolhe o que lhe dá maior prazer,
enquanto o néscio descobre o prazer por acaso, porém o proveito não é tão
duradouro visto que o destino de ambos é o mesmo: a morte. Pois, “tanto do sábio
como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns
dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o
estulto” (vs. 16). Também isto é vaidade e correr atrás do vento.
Salomão lutava para tentar superar a pobreza de sua alma. É a tristeza de uma
vida sem um ideal divino. Uma vida sem Deus torna-se um deserto árido, seco
e sem verdor. Não pode haver prazer, nem gozo contínuo. E o homem se torna
cativo, escravo de paliativos do prazer.
O ser humano por si só, não consegue obter o sentido e a realização da vida, a
plena satisfação só encontramos em Cristo. A solução produzida pela sabedoria
humana ou filosófica é incapaz de obter resultados para a eternidade, somente
a sabedoria que vem do alto (Tiago 3:17), a sabedoria de Deus, oculta em
mistério revela e produz a verdadeira felicidade.
● 3 - O trabalho humano se não for dedicado à Deus não tem valor permanente
● A vaidade do trabalho (Ec. 2.18-26)
Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho com que se afadiga debaixo
do sol? (Ec1:3)
Os benefícios que ele pode obter de todo o trabalho árduo são passageiros, posto
que, da mesma forma, ele perderá tudo na morte. Não apenas ele trabalharia toda
uma vida para acumular riquezas terrenas e perdê-las na morte, como ele poderia
deixar todo seu ganho para um herdeiro tolo ou ingrato. Não importa se ele usou
toda ciência, sabedoria e destreza em seu fadigoso ofício, o fato é que toda sua
riqueza ficaria para quem por ela não se esforçou, havendo a possibilidade de que o
herdeiro não preze por ela e a desperdice. Isto também é vaidade e desejo vão.
Quem trabalha somente para o hoje, não terá amanhã. Aqueles cuja única
preocupação é colocada nas coisas temporais morrerão com elas, e os que vivem
para as coisas temporais não terão a eternidade.
 ● CONCLUSÃO - Ec 2:24-26]

Após analisar apenas estes três aspectos a pergunta que fica é: depois de tudo isto,
como então viverei sabendo que nada do que faço aqui na Terra subsistirá?

Salomão nos dá um vislumbre desta resposta nos versos 24 e 25 Nada há melhor para o
homem do que comer, beber e fazer que sua alma goze o bem do seu trabalho. No
entanto vi que isto vem da mão de Deus, pois, separado deste, quem pode comer ou
quem pode alegrar-se?

1 - Salomão tinha tudo, mas se sentia vazio. Salomão conclui, como num lamento,
depois de ter alcançado grandes realizações e experimentado tudo: “ TUDO É
VAIDADE ” (vers.1, 11, 15, 17, 19, 21, 23, 26).

2 - Através da inspiração divina ele nos deixou uma grande lição: O que dá
significado à vida é o nosso relacionamento com Deus.

3 - Quem trabalha somente para o hoje, não terá amanhã. Aqueles cuja única
preocupação é colocada nas coisas temporais morrerão com elas, e os que vivem
para as coisas temporais não terão a eternidade.

4 - Uma vez que reconhecemos que tudo o que temos é Graça de Deus, nós o
glorificamos com nosso proceder perante estas questões e com nossa gratidão.

Isto traz sentido à nossa existência: quando usamos nossa vida para trazer glória a
Deus, percebemos que a felicidade está Nele e não em qualquer bem ou riqueza que
nós possuímos.

Nosso fim principal é glorificar a Deus e ter prazer em desfrutar da sua presença em
nós para sempre. Tendo isto sempre em mente, vivamos sabendo que somos
peregrinos. Não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura (Hb. 13.14).

Então que nossa busca pela felicidade termine em Cristo, já que Ele é a única
fonte de verdadeira satisfação.