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A Lei da Felicidade
Não encontrará felicidade ao buscá-la; encontrá-la-á ao buscar a Deus.
"... na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente." (Sl
16.11.)
Certa vez ouvi falar de um senhor que estava descontente com seu trabalho, com sua
família, com a vida de um modo geral, e resolveu fugir de tudo. Entrou para um mosteiro
onde fez voto de silêncio. Era-lhe permitido dizer apenas duas palavras a cada cinco anos, e
tudo à minha volta é silêncio. Isso é ótimo! pensou. Não terei estresse, ninguém irá
incomodá-lo permaneceu cinco anos sem dizer uma única palavra. Ao final do período, seu
superior o chamou e disse: Você tem direito a duas palavras. Gostaria de dizer alguma
coisa? Respondendo que sim com um gesto de cabeça, disse: Comida ruim! Passados mais
cinco anos, durante os quais não pronunciou uma única sílaba, mais uma vez seu superior
indagou-lhe se desejava dizer alguma coisa.
Novamente anuindo com um gesto de cabeça, disse:
Cama dura!
Seguiram-se ainda mais cinco anos e, como das vezes anteriores, seu superior o chamou e
perguntou-lhe se desejava falar.
Desta vez ele disse:
- Eu desisto!
Seu superior respondeu:
Não me surpreendo nem um pouco. Desde que chegou aqui a única coisa que fez foi
reclamar!
O QUE AS PESSOAS DESEJAM DA VIDA?
A maioria diz que deseja ser feliz.
Quando perguntamos às pessoas o que mais querem da vida, a maioria diz que deseja ser
feliz. As ideias que elas têm sobre o que as faria felizes variam, mas todas estão em busca
da felicidade. Algumas a buscam através do dinheiro. Outras, abandonando os bens
materiais. Mas todas a querem encontrar. Blaise Pascal, um filósofo do século XVII,
escreveu: "Todos buscam a felicidade. Não há exceção. Independentemente dos meios
diversos que empregam, o objetivo de todos é esse. O que faz alguns irem à guerra e outros
evitá-la, é o mesmo desejo, que eles buscam com posições diferentes. A vontade é a força
propulsora no alcance desse objetivo. Essa é a motivação básica de todos os homens,
mesmo daqueles que tiram a própria vida."
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Muitos crentes sentem-se pouco à vontade com a ideia de que sermos felizes é uma
prioridade para nós. A busca da felicidade não parece muito espiritual. Contudo a Bíblia não
hesita em identificá-la como um desejo válido.
"Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha
alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo..." (S1 42.1,2.)
"Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti;
meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água." (SI 63.1.)
"Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua
destra, delícias perpetuamente." (S1 16.11.) Nesses versículos, a Bíblia trata de anseios
profundos, dando o prazer, são sentimentos que Deus aprova na humanidade. Para
entender que a realização deles, assim como a alegria e recue até que os incentiva, desde
que nossa busca da felicidade esteja centrada nele. Há um documento antigo e muitíssimo
respeitado pela Igreja, chamado Confissão de Westminster, que declara que o objetivo final
do ser humano é glorificar a Deus e agradar-se nele para sempre. Então nos perguntamos:
Será isso verdade? Podemos agradar-nos de Deus? É possível agradar-se de Deus para
sempre? Se a Bíblia é a verdade, a resposta a essas perguntas é afirmativa!
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A proprietária dele, para ajudar-lhe, exclamou: 'E assim são as coisas!' Mas o papagaio
apenas respondeu: 'Aaark!' 'Assim são as coisas!' repetiu ela, pacientemente. E outra vez
ele disse: 'Aaaarrk!' "Desligamos o projetor para ver se o papagaio se acalmava. Fomos para
a cozinha, tomamos um cafezinho e conversamos sobre o tempo e outras coisas. Aos
poucos, retornamos à sala e fingimos nem o ver em sua gaiola. A dona achou que assim
talvez funcionasse. Nada dissemos. E o papagaio não deu nem um pio. Ligamos a câmera
novamente. O papagaio foi logo gritando: 'Aaarrrk!' Depois de umas duas horas de
tentativas inúteis, resolvemos guardar a parafernália, prometendo voltar outro dia.
Despedimo-nos da senhora, bastante decepcionada, pois queria muito ver seu papagaio no
jornal do Cronkite, fechamos a porta da frente e carregamos o equipamento de volta para o
carro. Assim que a porta se fechou, ouvimos o papagaio dizer: 'Assim são as coisas!"
E assim é que são as coisas! A gente tenta controlar as circunstâncias e não consegue.
Salomão afirmou exatamente o mesmo há 3.000 anos, mas não lhe demos muito crédito.
Salomão, filho de Davi, era um homem de bela aparência. Se vivesse hoje poderia até ser
modelo. Provavelmente foi mais rico do que qualquer pessoa de nossos dias. Era ainda o
comandante geral de um exército poderoso e o governante de uma grande nação. Ele era o
máximo. Com tudo isso a seu favor, Salomão confessou que não se privava de nada. Aquilo
que desejava, pegava. Pelos padrões do mundo, tinha uma vida rica e plena. Mas quando
idoso, disse que nada do que este mundo tem para oferecer-nos na verdade nos satisfaz.
No final escreveu: "De tudo o que se tem porque isto é o dever de todo homem." (Ec
12.13.) ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; Nosso problema é
que não damos ouvidos a Salomão. Achamos que, por algum motivo desconhecido, ele
falhou em algum ponto. fama, poder e não era feliz. Mas se nós tivéssemos inteligência,
algum ponto. E fato que tinha inteligência, dinheiro, beleza, dinheiro, beleza, fama e poder,
seríamos felizes. Saberíamos o que fazer para que tudo desse certo.
"É muito triste quando os homens perdem Deus. A vida é difícil e muitos têm medo, mas
vivê-la sem Deus é perder nossa maior fonte de consolo e coerência. "Acho que nos
esquecemos do velho conceito de que damos mais valor à felicidade do que ela merece, ou
seja, de certa forma, damos mais valor à vida do que ela tem. Por alguma razão, perde.
significado e papel o senso de mistério sobre nós mesmos, nosso propósito,
"Nossos antepassados acreditavam em dois mundos, e viam a este como solitário, pobre,
violento, amargo e pequeno. Somos a primeira geração que busca encontrar felicidade aqui
na terra, e isso tem gerado muita infelicidade. O motivo? Quem não acredita em um mundo
melhor, superior, acima deste; se acredita apenas neste mundo francamente materialista
que nos cerca, e que esta é nossa única chance de felicidade, se é nisso que crê, então fica
mais que decepcionado se o mundo não lhe der suas riquezas em grande quantidade; fica
desesperado." Como isso é verdade! Se procurarmos encontrar felicidade naquilo que este
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mundo temporal tem a nos oferecer, a vida será um poço de decepção. Busquemos a Deus
e à plenitude de vida que ele oferece, e a felicidade surgirá como o sol depois de uma noite
escura. Nossa capacidade de sermos felizes aqui na terra aumenta grandemente quando
compreendemos que só alcançamos a felicidade plena na vida por vir.
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uma fita cassete com as músicas de que eu gosto;
avistar amigos quando estou dirigindo;
a paisagem de um cavalo em pastagens tranquilas;
a arquitetura do tribunal de justiça da minha cidade;
um campo coberto de flores silvestres; com os filhos deles.
um churrasco com amigos à beira do rio e uma pescaria
Há algum tempo adquiri o hábito de imaginar como seria a
vida sem muitas das coisas que aprecio. Imagine como seria a vida sem comida, sem
vestuário e sem um lugar para morar.
Imagine se tivéssemos que estar sempre com medo de que alguém arrombasse a porta e
nos visse louvando a Deus. Imagine se não possuíssemos ninguém para amar ou para nos
amar. Imagine se perdêssemos todos os nossos direitos constitucionais. Como seria a vida
sem as pequenas coisas que nos alegram?
Pensar nisso me trouxe três bênçãos:
1. tornei-me mais ciente das coisas que me fazem feliz;
2. aprendi a dar-lhes mais valor;
3. ampliei minha capacidade e ser feliz.
Sou profundamente grato a Deus pelo que vejo, escuto, cheiro, sinto e provo. Sou-lhe
muito grato pela capacidade de ler.
Sou-lhe grato por minha esposa, minha família e amigos.
Sou grato por viver em um país onde é fácil encontrar-se a Bíblia e onde
posso adorar a Deus sempre que desejar. Sou grato por não ter de passar fome. Sou grato
também pela eletricidade para poder ler à noite, ouvir música clássica e fazer uma
torradinha antes de dormir sou grato porque, ao levantar-me pela manhã, não sinto dor.
Sou grato a todos aqueles que amo e a todos os que me amam. Temos alegria na vida ao
aceitarmos a vontade de Deus para nós e focalizarmos nossa atenção no amor dele, no que
ele fez por nós, no que está fazendo e fará. Temos alegria ao gostar da salvação que Deus
nos concede em Jesus, ao saber que nossas necessidades já estão supridas e que o Senhor
nos guiará nas horas difíceis. Temos alegria ao servir a Jesus, falar a outros sobre ele abre
ele, ao saber que Deus usa nossos fracos esforços para o avanço de seu reino.
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Creio que a felicidade depende de cultivarmos a habilidade de observar e valorizar coisas
corriqueiras, notando que, se elas nos fossem tiradas, não as consideraríamos tão
insignificantes. Quando passamos por uma crise, fica difícil alegrarmo-nos nas coisas
simples. Nosso mundo encolhe-se ao ponto de só restarmos nós e o problema. Mas,
passada a crise, a felicidade vem de valorizarmos o que há de mais simples. Os
acontecimentos importantes não ocorrem com a frequência necessária para nos manter
felizes. Contudo existem inúmeras coisas simples à nossa volta.
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DDA- Discipulado Dinâmico Aviva
Leis que ninguém deve quebrar
02 - O DISCIPULO SENDO TREINADO ENQUANTO CAMINHA
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A Lei da Santidade
A Maneira Correta de Viver é Viver Corretamente
O segredo de uma vida santificada é um "imediato arrependimento"
do pecado.
"... segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em
todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo." (1 Pe
1.15,16.)
Eu enfrentava um problemão. Era uma sexta-feira à tarde e eu precisava muito cortar o
cabelo. Não me sobrava tempo para ir ao barbeiro de costume, por isso telefonei para um
salão, perto de minha casa, onde uma placa indicava cortes unissex.
Não me lembro do nome do lugar, mas, por motivos que entenderão mais adiante,
chamarei o salão de "Cova de Dalila". Assim que entrei, tive certeza de que meus piores
pesadelos estavam para tornar-se realidade. O ar estava carregado de perfume. Uma
música erótica tocava tão alto, que eu sentia a vibração dela em meu peito. Tum-tum-tum,
tum-tum-tum!!! Não havia sequer outro cliente do meu sexo no lugar. Com exceção de dois
barbeiros, o salão estava cheio de mulheres - todas me encarando!
Estava usando um terno cinza-chumbo e, se comparado às demais pessoas presentes ali,
tinha o cabelo bem penteado e arrumado. As outras pareciam figuras de uma revista de
modas. Usavam calças de couro super justas, sapatos de salto alto, blusas laranja-néon. Os
penteados que ostentavam eram arrumados em estilos que eu nunca imaginará ser
possível - máquina zero de um lado e arrepiado com gel do outro. Andavam com muita
pose e eram falsamente amáveis.
Nunca me sentira assim antes, como um peixe fora d'água. Virei-me para sair e quase
trombei com a recepcionista. Tem hora marcada? perguntou ela com certa ansiedade. E,
tenho, repliquei, sentindo que minhas orelhas irradiavam o calor da vergonha que eu
sentia. Meu nome é Max Anders.
- Ah, claro, Sr. Anders. Você está marcado com a Dalila. Ela está quase terminando com um
cliente e irá atendê-lo em um minutinho. Vai até ali na Cleópatra que lavará seu cabelo.
Assim já estará pronto para Dalila.
Cleópatra pôs-se a massagear minha cabeça. Perguntou-me se eu estava gostando. Ficamos
conversando algum tempo. Talvez eu parecesse relaxado, mas por dentro estava gritando:
"Tirem-me daqui!" Que estou fazendo aqui? E se alguém da minha igreja me vir aqui com a
Cleópatra, como se fossemos amigos de longa data? E se alguém pensar que vim aqui
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sabendo exatamente que tipo de lugar era esse? Já podia até imaginar as manchetes no
jornal: "Pastor Corta Cabelo na 'Cova de Dalila'." E com menor destaque: "Pressionado,
confessa ter gostado da massagem capilar!" Finalmente Dalila terminou.
- Então, qual é sua profissão?
Todos olharam na minha direção.
Sentia-me tão sem ambiente, tão vulnerável, com tanta vergonha de ser pastor e estar num
lugar daqueles que fiz a única coisa que pensei na hora. Menti!
- Sou paisagista, gaguejei.
A resposta pareceu agradar a todos. Voltaram-se para o que estavam fazendo, a música
começou a tocar de novo e tudo voltou ao normal. Mas quase morri. Paisagista? Foi isso
mesmo que falei? Não sei nada a respeito de paisagismo. Por que não falei que era pastor?
Porque sou um covarde. Sou um medroso de nível superior e carteira assinada!
disse para mim mesmo.
De volta ao escritório, afundei-me na cadeira como a que acabara de perder tudo. Estava
dominado pelo remorso. Descansei a cabeça na mesa e senti o peso esmagador da minha
vergonha e culpa.
O Espírito Santo passava por cima de mim como um rolo compressor achatando um asfalto
humano. Percebi que o profundo sentimento de culpa no qual naufragava não era o
resultado da minha "mentira branca". Sentia-me daquela forma publicamente. porque,
devido ao medo e à vergonha, havia negado a Jesus, menti para salvar as aparências, assim
como Pedro mentiu na noite em que Jesus foi traído.
Agora sei que teria feito o mesmo que ele. Iria esconder-me nas sombras da noite
enquanto permaneci sentado, cabeça apoiada na mesa, as mãos esticadas à frente,
respirando com dificuldade, até que afinal compreendi o que tinha a fazer. Havia
confessado meu pecado a Deus. Agora teria de telefonar para Dalila, confessar-lhe meu
pecado e pedir-lhe que me perdoasse. Essa era a última coisa que eu queria fazer na vida,
mas o Espírito Santo estava engatando a marcha do compressor novamente e não me
deixaria escapar quando ela atendeu o telefone, disse: Quando você me perguntou o que
eu fazia, senti-me deslocado e com vergonha; por isso não falei a verdade. Disse-lhe que
era paisagista, mas não sou. Sou pastor evangélico. Errei em ter mentido para você e
gostaria de pedir-lhe que me perdoasse. Dalila ficou sem saber o que dizer. Disparou sem
pensar: Que isso! Não se preocupe, Sr. Anders. Muitas pessoas ... têm mais de um
emprego... não é nada...
Não tem importância não faz diferença!
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- Não está me entendendo, reafirmei. Não tenho mais de um emprego. Inventei tudo aquilo
porque estava com vergonha de dizer que era pastor O que fiz foi errado e ficaria muito
grato se pudesse me perdoar. A conversa continuou assim por alguns instantes. Eu pedia
perdão e ela fugia do assunto. Mais uma vez, confessei-lhe meu pecado e pedi perdão.
Quando ela finalmente percebeu que eu não desistiria, disse que perdoava. Agradeci-lhe e
desliguei. O rolo compressor saiu de cima de mim e voltei a respirar novamente.
Porque Sou muito grato ao Senhor pelo poder da convicção divina, ele não me deixou
enquanto não fiz o que era certo. Alegro-me porque ele me levou a observar o seu padrão
de santidade. Ser santo não significa nunca pecar. Se fosse, seria um objetivo inatingível
para nós. A santidade é uma questão de arrependimento imediato. O ministério do Espírito
Santo é nos convencer de nossos pecados. Quando ele o faz, e nos arrependemos
imediatamente, podemos ter uma vida de santidade prática.
QUAL É O MANDAMENTO BÍBLICO PARA A SANTIDADE?
O mandamento bíblico para a santidade encontra-se em 1 Pedro 1.15,16: "... segundo é
santo aquele que vos chamou, tomai-vos santos também vós mesmas em todo o vosso
procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.
A santidade a que a passagem acima se refere não é meramente teórica, algo que será
completo apenas no céu. Ela fala de uma santidade prática, hoje. Pedro disse: "Tornai-vos
santos em todo o vosso procedimento!" Se Deus possuísse um padrão inferior para nós,
não seria um verdadeiro Deus. Mas ao mesmo tempo não conseguiríamos ser
perfeitamente sabendo que livres do pecado enquanto vivermos nesta terra, providenciou
uma maneira de vivermos em santidade - ainda que imperfeita cultivando o espírito de
arrependimento imediato.
QUAL É A RELAÇÃO ENTRE O ARREPENDIMENTO E A SANTIDADE?
A santidade de Deus nos leva ao arrependimento, o qual santifica nosso viver.
Vamos analisar os versículos de Isaías 6.1-8, onde encontramos a relação entre o
arrependimento e a santidade. "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado
sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins
estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria
os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo
é o Senhor dos Exércitos toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se
moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça." (Vv. 1-4.) Nessa passagem,
vemos que Deus é absolutamente santo.
E tão infinitamente superior a nós, que a única forma adequada de agir diante de sua
presença é cair de joelhos e colocar o rosto em terra. "Então, eu disse: ai de mim! Estou
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perdido! Porque sou homem de lábios impuros, hábito no meio dum povo de impuros
lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!" (V.5.) Quando Isaías viu a
santidade de Deus, sentiu profundamente seu próprio pecado e se arrependeu de todo o
coração. "Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que
tirara do altar com um tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os
teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado." (Vv. 6,7.)
Quando ele se arrependeu de todo o coração, Deus também lhe perdoou de coração,
purificando-o com uma brasa viva, símbolo da santidade divina. "Depois disto, ouvi a voz do
Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-
me a mim." (V. 8.) Quando Isaías se arrependeu, ficou capacitado a ser usado pelo Senhor.
O arrependimento sincero produziu um perdão profundo, que resultou num poder real
para ministrar a outros.
A santidade prática tem raízes no arrependimento. Quando Deus nos chama para vivermos
em santidade, receamos que ele espere que nunca voltemos a pecar, e todos sabemos que
tal esperança é vã. E se sabemos que isso é impossível, Deus também o sabe. Contudo o
sangue de Cristo purifica seus filhos de todo pecado.
Devemos levar a sério o projeto de santificação de nossa vida, mas precisamos agir da
mesma forma ao aceitar a graça e o perdão de Deus quando pecarmos. Aprimorando e
cultivando nosso entendimento da santidade de Deus, somos tomados de uma sensação
cada vez mais clara de nossa própria falta de santidade. Isso nos leva a um arrependimento
sempre mais profundo, o que nos torna mais disponíveis para uso do Senhor. Seguindo a
linha de pensamento apresentada em Isaías 6, temos:
1) A santidade de Deus contrasta com nosso pecado pessoal;
2) Arrependemo-nos de nossos pecados;
3) O pecado é perdoado, e nosso relacionamento com Deus, restaurado;
4) ficamos aptos para o serviço cristão.
O QUE MAIS PODEMOS APRENDER SOBRE A SANTIDADE?
Devemos levar a vida de santificação a sério, mas precisamos agir da mesma forma ao
aceitar a graça e o perdão de Deus quando pecamos. Após ter desenvolvido muita pesquisa
e análise em torno da santificação, eu gostaria de apresentar oito pontos críticos sobre o
assunto. Quero mencionar também, com grata satisfação, o enorme auxílio que o livro
Rediscoverging Holiness (Re- descobrindo a santidade), de autoria de um grande homem de
nosso tempo, James I. Packer, proporcionou ao meu trabalho de pesquisa.
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1. Arrepender significa, literalmente, virar-se, dar as costas. Se caminhamos na direção
norte, temos de nos virar e seguir rumo ao sul. Quando o pecado envolve uma atitude ou
valor, temos de abandoná-los e fazer exatamente o oposto.
2. O plano de Deus para nossa vida na terra é que cresçamos em santificação.
O Deus nas mãos do qual depositamos nossa vida opera na esfera da santidade. Uma
pergunta que fazemos frequentemente é: "Por que isto está acontecendo comigo?" Uma
das respostas é: "Deus está usando essa experiência dolorosa para tornar-nos santos e
virtuosos como Cristo."
3. O processo de nos livrar dos efeitos de nossos pecados é penoso.
No caso de Isaías, o anjo tocou seus lábios com brasas. A experiência na "Cova de Dalila",
apesar de seu lado engraçado, foi para mim muito dolorosa. Todo pecado, se o virmos
acuradamente como algo que crucificou Jesus, é doloroso quando Deus nos ajuda a vê-lo
como ele o vê. Creio que se eu fosse a única pessoa na terra que tivesse pecado, Cristo teria
morrido por mim. Também creio que se tivesse pecado apenas uma única vez (quem me
dera!), ele teria morrido por mim para livrar-me daquele único pecado. Portanto posso
olhar para cada pecado que cometi e dizer com toda certeza: "Este pecado cravou Jesus na
cruz."
4. A maior tarefa da santidade é levar-nos a crescer através.
Os crentes se tornam maiores à medida que diminuem o valor que depositam em si
mesmos. O orgulho infla-nos como a um balão, mas a graça faz-nos "um furo" e o ar quente
do orgulho acaba escapando. Somos quebrantados por situações que nos abrem os olhos à
nossa própria fraqueza e buscamos em Deus a força para continuar.
5. Todos falham ao tentarem viver em santidade.
Quando sucumbirmos à tentação de nos valorizarmos além do que convém, devemos nos
lembrar das palavras do filósofo Montaigne: "Se os pensamentos íntimos de uma pessoa
fossem sujeitos ao escrutínio público, não restaria uma única pessoa na terra que não
merecesse morrer na forca dez vezes." Tente parar de pecar. Tente com todas as suas
forças, não somente cessar de fazer o que não deve, mas fazer o que deve; isto é, tente ser
paciente, amoroso e bondoso o tempo todo. Procure de todo o coração e verá que falhará
redondamente. Buscar santidade significa buscar a Jesus, porque quanto mais o
conhecemos, mais claramente vemos como somos diferentes dele. Isso nos leva a um
arrependimento mais vivo, mais radical, e arrasta após si um perdão igualmente mais
intenso e profundo, tornando-nos ao mesmo tempo mais aptos e mais santificados para o
serviço de Deus.
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6. Ao crescermos espiritualmente, passamos a ver como estamos longe de ter o mesmo
caráter que Jesus. Aprendemos que não poderemos por um ponto final nessa situação. O
resultado é que aqueles que prosseguem no caminho da santificação, de tempos em
tempos terão a impressão de que estão mesmo é se distanciando ainda mais dela.
7. Enfraquecer-se é tornar-se mais forte.
Aceitar os problemas, dores e falhas diárias como evidências de nossa fraqueza e de nossa
necessidade da força de Deus, é a chave do cultivo diário de santidade. Quando pararmos
de confiar em nós mesmos, em nosso conhecimento, em nossa habilidade de relacionar
com os outros, em nosso poder de manipulação ou, ainda pior, em nossa habilidade de
enganar, de torcer fatos e conseguir o que queremos, começaremos a crescer em
santidade.
8. Quando pecamos, isso não significa que nossa salvação corre perigo.
Significa apenas que nosso relacionamento com Deus está interrompido, da mesma forma
que o pecado contra nosso cônjuge não dissolve o casamento, mas interrompe a harmonia
do relacionamento. Nosso relacionamento com Deus permanece intacto e será reatado
através do arrependimento e do perdão.
PODEMOS SER COMO CRISTO
Ser santo aqui na terra não significa isentar-se para sempre do pecado; significa
arrepender-nos imediatamente sempre que pecarmos. E como disse o apóstolo Paulo: "Por
isso também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens."
(At 24.16.) Sempre que nossa consciência nos acusar, devemos nos arrepender, pedir
perdão a Deus e aos outros (se necessário) e reparar nosso erro (se necessário). Então,
nossa consciência ficará limpa. Estaremos imaculados. Se dermos início a esse processo
quando pecarmos, pela graça de Deus, viveremos em santidade e cresceremos, tornando-
nos semelhantes a Jesus.
Análise
1. Dedique metade de um dia a orar e meditar diante de Deus sobre o arrependimento, o
perdão e a santidade.
Leia Isaías 6.1-8 e 1 Pedro 1.15,16. Peça ao Espírito Santo para revelar-lhe se há em sua vida
erros dos quais precisa arrepender-se. Faça uma lista de todos esses pecados. A seguir,
peça perdão a Deus pelo primeiro da lista, depois, pelo seguinte, e continue assim até
terminar (Não espere sentir-se perdoado para depois aceitar o perdão de Deus. Lembre-se
de que o arrependimento é um ato da vontade, e não uma função das emoções.) Se
precisar fazer alguma reparação ou pedir perdão a alguém, planeje o pedido. Peça a Deus
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que lhe dê uma consciência limpa. Se sente que precisa de ajuda para levar avante esse
propósito, procure um crente espiritualmente maduro cuja vida admire, e peça-lhe para
ajudá-lo.
2. O que mais interfere em sua busca de santidade? O ódio? O medo? A depressão? O
materialismo? A sexualidade? A inveja? O que acha que pode fazer para obter progresso
contínuo nessa área? Faça uma lista das possibilidades. A seguir, organize-as por ordem de
prioridade e ponha-se a executar pelo menos a primeira.
3. Que experiência (s) teve que interferir (m) em sua busca de santidade? Essa (s)
experiência (s) se relaciona (m) de algum modo com uma de suas fraquezas? Talvez a
dificuldade que tenha esteja relacionada com os valores que aprendeu quando criança, ou
com experiências difíceis pelas quais passou. Existe alguma coisa que você não fez, mas
poderia fazer, de modo que aumentasse sua vitória sob a perspectiva dessa (s) experiência
(s)?
Outros Textos Para Reflexão
Isaías 6.1-8
Efésios 4.24
1 Pedro 1.15,16
Hebreus 12.5-11 (principalmente o versículo 10)
Atos 24.16
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DDA- Discipulado Dinâmico Aviva
Leis que ninguém deve quebrar
03- A Lei da Obediência
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A Lei da Obediência
O caminho mais curto entre nós e a vida que desejamos ter é uma obediência total a
Cristo.
"Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como
também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.
Tenho-vos dito estas cousas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja
completo. (Jo 15.10,11.)
Quando fazia o curso superior, trabalhei numa clínica que oferecia ajuda terapêutica para
crianças com distúrbios de aprendizagem. Foi uma experiência gratificante, pois vi muitas
crianças melhorarem nos estudos. Embora fossem inteligentes, não tiravam boas notas e
enfrentavam problemas de disciplina na escola. Dávamos-lhes exercícios para fazer e as
deixávamos sós, passando para uma sala contígua onde podíamos observá-las através de
um espelho duplo. Os alunos sabiam que os estaríamos olhando, mas, em virtude de seu
fraco poder de concentração, muitas vezes se esqueciam desse fato. Punham-se a fazer
gracinhas, a bagunçar, a perturbar uns aos outros, e esqueciam-se do que tinham para
fazer. Quando se desligavam por completo do exercício, entrávamos na sala novamente,
lembrando-lhes que estávamos olhando, e fazíamos com que voltassem a se
concentrar. Usávamos essa técnica para ajudá-los a desenvolver a habilidade de
concentração.
Eu ficava impressionado com o fato de eles se esquecerem de que estávamos atrás do
espelho, observando-os. Passara se tanto tempo sem que alguém fosse à sala para dar-lhes
uma bronca, que se esqueciam de que estávamos lá. Quando entrávamos, levavam o maior
susto. Ficavam com o rosto vermelho, riam-se sem graça, e voltavam a fazer os exercícios.
Com o passar do tempo, à medida que se convenciam de que estávamos lá o tempo todo, a
maioria aprendeu a concentrar-se por períodos consideravelmente longos, o que os ajudou
a melhorar nos estudos. Não acha que esse comportamento é semelhante ao nosso
relacionamento com Deus? Vivemos na frente de um espelho sem fundo. Deus pode nos
ver, mas nós não podemos vê-lo. Há coisas que sabemos que não devemos fazer, mas
achamos que Deus não está vendo. Como não o vemos, com o passar do tempo agimos
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como se ele não estivesse por perto. Por isso, fazemos careta para o céu, arranjamos
encrencas e atormentamos o nosso próximo. Todavia Deus está vendo tudo. A vida seria
bem mais simples se sempre nos lembrássemos de que Deus está atrás do espelho o tempo
todo. Mas temos distúrbios de aprendizagem espiritual. Nossos períodos de concentração
espiritual são muito curtos. Deveríamos estar manifestando o caráter de Jesus e
proclamando o nome dele, mas, em vez disso, ficamos olhando para o espelho deste
mundo, fazendo caretas.
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Impede-nos de gostar de precisamente aquilo que mais gostaríamos de ter na vida. Mas
continuamos desobedecendo da mesma maneira.
QUAL É O RESULTADO DA OBEDIÊNCIA?
A Bíblia promete alegrias para quem obedece. Do outro lado da moeda, encontramos
exatamente o opôs O. Uma pessoa é abençoada por Deus quando lhe obedece a
João 15.10,11 lemos: "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor;
assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu pai e no seu amor
permaneço. Tenho-vos dito estas cousas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso
gozo seja completo."
Como podemos ver através dessa passagem, o resultado da obediência é o gozo. Aquele
que obedece fielmente às Escrituras e não faz perguntas do tipo: "Será que saio desta sem
que Deus perceba?", mas pensa: "Como posso ser ainda mais obediente a Deus?", é
ricamente abençoado. Se entendermos que o caminho mais curto entre nós e aquilo que
desejamos é a obediência, obedeceremos. Quando desobedecemos, é porque vacilamos na
fé. Não cremos que a obediência nos trará felicidade. Ou acreditamos que desobedecer só
em parte não nos trará grandes problemas. Fica bem mais fácil obedecer quando nos
convencemos de que não o fazemos apenas para a glória de Deus, mas também para nosso
próprio bem.
UMA VIDA DE OBEDIÊNCIA TRAZ RECOMPENSAS MARAVILHOSAS
Em um de meus livros, (Entenda a Bíblia em 30 dias), narrou um fato que acredito
exemplificar de forma bem clara as consequências da obediência e da desobediência: "Ao
assistir a uma competição profissional de cães amestrados e observar o relacionamento
entre o animal e seu dono, percebi semelhanças no comportamento entre Deus e o
homem, e no sentido e propósito da vida. "Os testes de obediência realizados em uma
quadra grande, de grama bem aparada, foram bastante interessantes. Os animais
executaram diversos tipos de teste de obediência:
"1. Um a um, os cães tinham de caminhar, parar, mudar de direção, sentar-se, permanecer
imóveis e voltar ao dono, seguindo um curso pré-estabelecido, em que passavam pela
quadra toda, sem comandos verbais, apenas com gestos.
"2. A seguir, tinham de selecionar, de uma pilha de halteres de madeira, aquele que seu
dono havia manuseado. Todos os números neles marcados. dos halteres eram idênticos,
mas estavam identificados "
3. Seguindo ordens, os cães saltavam repetidas vezes sobre um cavalete de madeira. E,
como anteriormente, os treinadores usavam apenas gestos para determinação dos
comandos.
19
"4. Ordenavam que os cachorros se deitassem no centro do gramado e, a seguir davam-lhes
ordens para lá permanecerem. Eles deveriam continuar nessa posição por vários minutos,
mesmo longe da presença de seus donos, que tinham se afastado, escondendo-se atrás de
uma lona. "Dois cães chamaram minha atenção. O primeiro era um pastor alemão de pelo
claro.
O outro era um cachorro determinado, brincalhão, obediente, mas não estava
completamente treinado. Durante um dos testes de imobilidade, no começo da bateria, ele
descobriu um coelhinho pulando, descuidado, no fundo do gramado. O musculoso e forte
símbolo da virtude canina começou a tremer feito gelatina, completamente embebido e
absorto pela descoberta daquela 'caça'. "Como se provocando-o deliberadamente, o coelho
começou a pular, brincalhão, ao redor de um arbusto, saracoteando de alegria sob o olhar
agitado do pastor alemão. "Um último pulinho provocador foi a gota d'água para o pastor,
que explodiu em direção ao coelho como se fora lançado por um tiro de canhão. Os dois
desapareceram rapidamente no meio do mato, e não foram mais vistos em público.
Apesar de ter nos entretido, o cachorro falhou em seu papel e envergonhou seu dono. Por
não estar completamente treinado, ainda não possuía a maravilhosa harmonia e
comunicação que existe entre um treinador profissional e um cão bem amestrado. "Em
contraste com o pastor alemão, havia ali também um belo cão de caça de pelo sedoso. O
êxito deste foi tão marcante quanto a falha do pastor. Obedecia a cada comando
instantânea e perfeitamente. Nunca desviava os olhos em busca de outros movimentos.
Antes, durante e depois de cada comando, ele os mantinha devotadamente fixos na moça
que era sua dona e treinadora. Ele os tinha estáticos, presos a ela, como se estivesse diante
de um objeto de culto e veneração.
Terminado cada teste, retornava para o lado dela de cabeça erguida, a língua para fora,
sem fôlego, olhando diretamente nos olhos da jovem, esperando o comando seguinte.
"Depois de terminada a bateria de testes, cães e treinadores alinharam-se para a entrega
dos prêmios. O quarto lugar ficou com um spaniel springer, o terceiro com um pastor
alemão, o segundo com um labrador de pelo negro. Durante a entrega dos prêmios, o cão
de caça permaneceu sentado, obediente, ao lado de sua dona, fitando os olhos dela.
"Finalmente, o primeiro lugar foi entregue a esse cão maravilhoso e à moça que o treinara.
Fiquei arrepiado ao observar, com indisfarçada admiração, a alegria, a intimidade,
confiança, devoção e adoração que existiam entre o cachorro e a moça. "A inteligência, a
habilidade atlética, a coragem e a personalidade latentes nesse cão haviam atingido um
patamar mais alto e tinham sido mais bem demonstradas que em qualquer outro cachorro.
Ao testemunhar o evento, pensei comigo mesmo: 'Esse é o nível mais alto ao qual já vi um
canino atingir.'
20
Aquele cachorro era uma maravilha. Uma viva homenagem a si mesmo e à sua dona. Mas
todos sabiam que a habilidade, a inteligência, a esperteza, a paciência e a personalidade
dela também estavam representados nele. Um treinador menos capaz não teria conseguido
o que ela conseguira. Parabéns ao cachorro! Parabéns à sua dona! "Se aquele cão não
tivesse sido amestrado, teria terminado seus dias como qualquer outro animal um escravo
cego dos seus instintos básicos de correr, comer e latir. "Tenho certeza de que houve
momentos no processo de treinamento em que o cachorro não estava feliz. Queria desistir,
fugir dali Houve dias em que a treinadora teve dúvidas se ele aprenderia mesmo alguma
coisa. Antes de concluído o treinamento, o cachorro não teria nada de especial. Mas, ao
terminarem, encontrava- se mais feliz e satisfeito ao lado de sua dona do que em qualquer
outro lugar do mundo.
O cachorro recebeu o que mais queria na vida, através de seu relacionamento com sua
mestra.
E então, o que somos?
O cão de caça ou o pastor alemão de pelos claros?
Estamos no meio do mato correndo atrás dos coelhinhos da vida ou gozando a vida com
nosso dono na alegria da obediência?
A decisão é nossa: obedecer e agradar a Deus ou encarar a vida sozinhos e sofrer os
ataques inesperados do "destino", que vêm sempre fora do contexto da vontade de Deus.
1. Às vezes você tem a impressão de que a vida é um espelho sem fundo, no qual Deus
pode vê-lo o tempo todo, mas através do qual você não o vê? Alguma vez já fez algo que
sabia que não devia por ter a impressão de Deus não o perceberia? Como crê que pode ter
uma imagem mais clara da presença de Deus em sua vida?
2. Diria que é mais parecido com aquele cão de caça ou com o pastor alemão? Cite: alguns
dos "coelhinhos" deste mundo que o tentam para que, desobediente, fuja da presença de
Deus. Outros Textos Para Reflexão
João 15.10,11
Atos 5.27-29
Romanos 6.17,18
2 Tessalonicenses 1.6-8
1 Pedro 1.22
Gálatas 6.7,8
21
DDA- Discipulado Dinâmico Aviva
Leis que ninguém deve quebrar
04- A Lei da Mordomia
22
A Lei da Mordomia
Um despenseiro nada possui, mas cuida dos negócios e empreendimentos de outros.
Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado
fiel." (1 Co 4.2.)"
Jack (nome fictício) via todo e qualquer objeto como propriedade do Senhor. Considerava
tudo que fazia como negócio de Deus e vivia para glorificá-lo nas grandes e pequenas
situações. Muito engenhoso, estava sempre tentando arranjar um jeitinho de consertar as
coisas ou de aprimorá-las. Na varanda de sua casa, na principal rua da cidade, havia um
balanço antigo muito bonito. Contudo Jack não gostava de ficar a empurrá-lo, para pô-lo
em movimento. Por isso, construiu uma chapa de apoio dos pés, de modo a mantê-los
descansados, fora do chão, e amarrou uma corda na pilastra da varanda para que, quando
desejasse gangorrar, só precisasse dar um puxão na corda.
Uma ideia criativa e prática. Certa noite, estando ele a balançar-se ao lado da esposa,
Wanda (nome fictício), os parafusos que mantinham o balanço preso à varanda soltaram-se
de repente. O balanço despencou feito uma bomba, e, em seguida, o peso da
chapa de apoio dos pés virou o balanço para trás, jogando Jack e sua esposa no chão, de
pernas para o ar. Uma das maiores peripécias na vida de Jack aconteceu quando ele estava
cortando a grama na propriedade que possuíam numa região tranquila perto do rio
Tippecanoe. Jack mantinha o gramado impecavelmente aparado, como um campo de golfe.
A relva verdinha se estendia até as proximidades da ribanceira, que descia abruptamente
até o rio, dez metros abaixo. Nada mudara nas margens do rio desde os tempos em que a
região era habitada pelos índios. Havia lá somente árvores, pedras e mato. Num sábado,
quando Jack estava cortando a grama perto da margem, ele aproximou-se demais do
23
declive. A rodinha direita do cortador de grama escorregou e a força da gravidade, feito a
mão de um invisível gigante, lançou Jack e o cortador barranco abaixo.
A máquina, que ainda estava ligada, foi deslizando, chocando-se contra as pedras, arbustos
e raízes de árvores, ziguezagueando loucamente, puxando Jack, que se mantinha agarrado
a ela como um vaqueiro a um boi bravo. Ao chegar embaixo, o cortador atolou-se na lama e
virou-se de ponta para baixo, queimando o motor. Logo atrás, Jack, devido à parada súbita
do aparelho, foi lançado para o ar e acabou mergulhando no rio, com a graça e beleza de
um atleta olímpico. Wanda, que estava por ali quando tudo aconteceu, disparou na direção
do rio. Preocupada com Jack, descuidou-se e escorregou também, deslizando pela
ribanceira feito uma criança, que se precipita escada abaixo, quando finalmente se deteve
bem à beira do rio, viu Jack com água pelo peito, ao lado do cortador. Nem ele nem Wanda
havia sofrido dano maior.
Assustada, olhos esbugalhados,
Wanda perguntou: Que vamos fazer, Jack?
Jack calmamente respondeu: dessas.
Bem, ainda não sei. É a primeira vez que faço uma coisa dessas.
Apesar dos reveses sofridos por Jack, como os descritos acima, nunca me esqueço de que
havia um elo comum entre eles.
Jack estava sempre atento às prioridades. Era de fato um bom "despenseiro", usando bem
o tempo, os talentos e tesouros que Deus lhe havia dado.
Era incrivelmente fiel em tudo que fazia, sendo muito eficiente em seus negócios e pontual
em seus afazeres. Mantinha sua casa, o gramado e o carro limpinhos e arrumados, e ainda
achava tempo para ajudar outros e gozar da companhia de seus familiares, dos amigos e do
Senhor. Talvez muita gente tenha prioridades diferentes das de Jack, mas poucos são bons
despenseiros quanto ele.
O QUE DEVEMOS ADMINISTRAR?
Devemos administrar o tempo, os dons e os tesouros que Deus nos tem dado.
Um despenseiro é aquele que administra as propriedades e empreendimentos de outros.
Se avaliarmos bem a situação, concluiremos que nada é nosso. Tudo que possuímos
pertence a Deus e devemos administrá-lo de acordo com as prioridades divinas (Rm
11.35,36).
Todos os homens recebem as mesmas coisas: tempo, dons e bens. É verdade que não as
recebemos em quantidades iguais, mas todos recebemos um pouco de tudo.
24
Por isso, devemos usar nosso tempo como o Senhor o deseja, os nossos dons da maneira
como ele quer e nossos bens do jeito que ele determinar. E isso que significa ser um bom
mordomo.
Jesus ensinou em Mateus 25.14-30 que todos temos a obrigação de usar com sabedoria o
que Deus nos confiou. Em 1 Coríntios 6.19,20, Paulo escreveu: "Acaso não sabeis que o
vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus,
e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a
Deus no vosso corpo."
Nada do que temos nos pertence, nem mesmo nosso corpo. Tudo que temos pertence a
Deus, e devemos usá-lo de forma a glorificá-lo. Tempo: Todos passamos momentos difíceis.
Certa vez ouvi a história de um homem que estava fazendo muito barulho em sua sala, no
trabalho. Então sua secretária ligou o interfone e perguntou quem era que estava lá. Ao
que ele respondeu:
"Sou eu, mas estou fora de mim!" Hoje em dia, a pressão é tão grande e nosso mundo anda
tão depressa, que administrar nosso tempo de acordo com nossas prioridades parece quase
impossível contudo a Bíblia não mudou. O mandamento continua sendo que,
administremos nosso tempo de acordo com as prioridades de Deus. Recebemos todos a
mesma quantidade de tempo: vinte e quatro horas por dia. A Bíblia ensina o seguinte com
relação ao tempo:
"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios e sim como sábios,
remindo o tempo, porque os dias são maus." (Ef 5.15,16.)
"Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades." (C1
4.5)
"Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça
a minha fragilidade." (SI 39.4.)
"Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio." (S190.12.)
Deus se interessa muito pela maneira como usamos nosso tempo. Nossos negócios são
dele. Isso não significa que nós achamos escravizados as obrigações desagradáveis. O
próprio Jesus descansou e, ao que tudo indica, foi a alguns lugares em busca de lazer, e não
de trabalho. Mas há tempo para os dois. diversão e há tempo para trabalho. Não devemos
confundir os dois.
Aqui vão algumas sugestões sobre como administrar melhor o tempo:
25
1. Reduzamos o número de compromissos. Se necessário, vamos abandonar alguns dos
projetos nos quais estamos envolvidos. Quem tem coisas demais para fazer, deve
reconhecer isso e arranjar maneiras apropriadas de mudar a
situação.
2. Aprendamos a dizer não, mesmo para boas causas. Não conheço ninguém que esteja
muito ocupado fazendo apenas coisas ruins. Todo mundo está ocupado fazendo coisas
boas, mas o excesso de boas causas acaba sendo negativo. A única forma de corrigir esse
problema é começar a dizer "Não", mesmo quando por uma boa causa.
3. Façamos uma lista de prioridades. Depois, vamos decidir o que faremos e o que não
faremos, baseados em nossa lista.
4. Organizemos nosso tempo - dias, semanas e meses. Se possível, planejemos até mesmo
as atividades do ano, anotando tudo que temos a fazer. Assim saberemos usar bem o
tempo. (Quem tem três filhos na aula de piano, natação e inglês, aposto que está rindo! Eu
sei, eu sei. Não é tão simples assim, mas antes tentar e falhar, do que nem tentar.)
5. Oremos por nossos compromissos. Vejamos se estamos usando bem nosso tempo, e
depois peçamos a Deus que abençoe nosso planejamento.
6. Paremos de assistir à televisão só por hábito. Temos a tendência de "esquecer da vida"
em frente da televisão, a maior máquina de devorar tempo já inventada. Não permitamos
que ela tome todo o nosso tempo livre. Assistamos apenas àquilo que se encaixa em nossa
lista de prioridades e, logo que o programa terminar, vamos desligá-la imediatamente.
7. Vamos dar a Deus o dízimo do nosso tempo. O fato é que, se Deus deseja que cada um
de nós o adore, dobre os joelhos em oração, leia sua Palavra, reflita em sua verdade e
desenvolva o relacionamento em família, ele nos dará tempo suficiente para fazermos tudo
o mais que deseja que façamos. Precisamos saber o que ele deseja que façamos e o que
não deseja. Talento: Cada um de nós é bom em alguma coisa. Cada um recebeu um dom de
Deus em determinada área (Gl 6.10).
Temos de desenvolver e administrar nosso talento para podermos utilizá-lo da melhor
maneira possível. Temos de usar nossos dons e talentos para o serviço de Deus. Alguém
talvez tenha uma voz melodiosa, ou seja, artista. Ele não deve usar esses dons no mundo
sem consideração para com o Senhor. Tudo que temos e somos deve estar sob o controle
do Senhor. Nosso talento talvez esteja na cozinha, na hospitalidade, talvez na matemática.
Não importa qual seja o nosso dom. Precisamos perguntar a Deus como ele deseja que o
usemos para sua glória. Bens: Mark participou de uma reunião na qual um missionário
falou. O escritor ficou grandemente impressionado. Mais tarde, comentou:
26
"A voz do missionário era linda. Contou-nos sobre o sofrimento dos índios e, ao solicitar-
nos ajuda, foi de uma simplicidade tão comovente, que cheguei a dobrar mentalmente os
cinquenta centavos que no início tencionara doar. Descreveu a miséria dos povos de forma
tão vívida, que aumentei aquele dólar para cinco. À medida que continuava, senti que todo
o dinheiro que tinha no bolso seria insuficiente; por isso, decidi fazer um cheque. Ao ouvi-lo
falar ainda mais, retornei aos cinco dólares. Como prosseguisse, fui reduzindo minha oferta
para quatro, dois, um. E ele continuou a falar. Afinal quando passaram para recolher a
oferta, tirei dez centavos da sacola."
Não é assim que devemos tratar nosso dinheiro! Temos de considerá-lo como propriedade
do Senhor e estar dispostos a dar o que temos para ajudar na propagação do evangelho,
independentemente de quanto tempo dure a fala do pastor. E óbvio que precisamos de
dinheiro para colocar comida na mesa, comprar roupa, etc. Deus não espera que demos a
outros todo o dinheiro que temos. Mas devemos contribuir com o máximo que nos for
possível, e continuar fiéis as responsabilidades que Deus nos confiou (2 Co 8.13,14).
27
Quando se trata de servir a Deus com nosso tempo, dons e bens nas cinco áreas-chaves
(pessoal, família, igreja, trabalho e sociedade), muitos se sentem como o rapaz de uma
história que um de meus ex-alunos me contou (e ele garante que é verídica). Anos atrás,
esse aluno trabalhava num abatedouro de frangos. Eles assassinavam (não consigo pensar
numa palavra mais apropriada) os frangos, mergulhavam-nos em água fervente e em
seguida os depositavam numa correia de transporte. A correia os levava até um
aparelhinho com um milhão de dedos de borracha movendo-se loucamente, em cima, em
baixo, à direita e à esquerda. No centro, havia um buraco por onde os frangos passavam.
Ao saírem de lá, estavam totalmente depenados. Um dos funcionários do abatedouro era
incrivelmente chato e passava grande parte do tempo aborrecendo os outros empregados
e até mesmo o patrão. O patrão era um senhor quieto que raramente conversava. Contudo,
certo dia, o tal funcionário se comportou de forma tão insuportável, que o patrão perdeu a
paciência. Agarrou o cara, jogou-o na correia de transporte e o infeliz foi parar na máquina
de depenar. Diz meu aluno que ele saiu de lá vermelhinho e sem uma única peça de roupa
no corpo! Para muitos, a vida é assim também. Temos a sensação de que alguém nos
agarrou e jogou na correia de transporte da
vida, que nos conduziu para dentro de uma máquina de depenar (que seriam nossos filhos,
o trabalho, a casa, o carro, o médico, o dentista, a família, os vizinhos e a igreja). Quando
saímos do outro lado, estamos descabelados, vermelhinhos e sem mais nada para oferecer
ao mundo. Estamos acabados.
A única solução cabível é assumir o controle de tudo, pela graça de Deus, e não tentar fazer
mais do que devemos. Isso é difícil. Talvez até precisemos de orientação profissional. Em
minha experiencia tenho sentido que os livros, palestras e conselheiros são de inestimável
ajuda no gerenciamento do meu tempo e dinheiro. Pode ser que nossa vida nunca chegue a
ser simples ou fácil, mas quase sempre podemos melhorar as coisas.
Análise
1. Você sabe quais são as suas prioridades? Emprega seu tempo de acordo com elas! Se
não, estabeleça suas prioridades e comece a fazer uso do seu tempo de acordo com elas.
2. Quais são seus talentos, dons ou habilidades? Está usando-os de acordo com as
prioridades do Senhor? Há alguma coisa que precisa começar a fazer ou parar de fazer, a
fim de melhor utilizar suas habilidades!
3. Sua situação financeira está sob controle? Ajuda sua igreja ou alguma outra boa causa
com seu dinheiro? Acha que está usando seu dinheiro como Deus o usaria? Que mudanças
acha que precisa fazer? Se necessário, está disposto a fazê-las?
Outros Textos Para Reflexão
28
Lucas 16.1-13
Romanos 14.7,8
1 Coríntios 4.1,2
1 Coríntios 6.19,20
2 Coríntios 8.13,14
Gálatas 6.10
Romanos 11.35,36
Mateus 25.14-30
Colossenses 4.5
Salmos 39.5
29
A Lei do Serviço
Deus nos criou para servirmos uns aos outros
"Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate por muitos." (Mc 10.45.)
Hoje em dia, servir não é uma ideia muito popular. Nós, ocidentais, interessamo-nos mais e
mais em fazer com que outros nos sirvam. Entretanto o espírito de serviço é a base de uma
experiência social satisfatória. O povo Amish oferece um exemplo inspirador deste
princípio. Minha família é de uma região agrícola no norte do estado de Indiana, onde o
milho cresce verdinho, bonito e gostoso. Existem ali várias comunidades Amish e ainda me
lembro dos garotos deles na escola, trajando chapéus de palha, blusas azuis simples e
calças jeans presas por suspensórios. As meninas usavam vestidos lisos simples e
chapeuzinhos brancos de pano, finos e leves. Quando pequeno, achava aquelas crianças
muito esquisitas. Cortavam o cabelo de forma diferente da nossa. Suas roupas também
eram diferentes e não se misturavam muito aos demais na escola.
Mesmo assim, lembro-me de Rebecca Miller, uma das meninas mais inteligentes da nossa
classe, e de Harry Yoder, um dos nossos melhores atletas. Quando Rebecca e Harry
completaram dezesseis anos, desapareceram. Nunca mais os vi, porque Amish só estuda
até a idade obrigatória por lei, ou seja, os dezesseis anos, já não considero os Amish uma
gente esquisita. Na realidade, quanto mais velho fico, mais admiração tenho por eles. A
cultura deles não é perfeita, mas não há cultura que o seja.
30
Eles enfrentam problemas de ciúmes, fofoca e orgulho, todo grupo social. Entretanto não
sofrem com alcoolismo, abuso de drogas, gravidez de adolescentes, infidelidade conjugal,
falências, divórcio, depressão, suicídio, crime e muitos outros problemas da sociedade
moderna.
Em sua maioria, eles são pacíficos, leais, trabalhadores, religiosos e felizes. Podemos
aprender muito com eles. Há diversas coisas que distinguem o estilo de vida Amish do
nosso. Uma delas é a consideração que têm uns para com os outros. Quase todo mundo já
ouviu falar dos celeiros que eles constroem com o esforço da comunidade inteira, muitas
vezes em apenas um dia, para suprir a necessidade de uma família da comunidade. Eles
sabem que da mesma forma como ajudam seus vizinhos no erguimento de um celeiro, se
algum dia precisarem, também receberão ajuda.
A cena é fascinante. Dezenas de homens reúnem-se no local designado para a construção,
levando tábuas, colunas e ferramentas. Sob a orientação dos mais experientes, erguem o
esqueleto do edifício na fundação que já está preparada. Depois vêm as paredes e o
telhado. Enquanto isso, as mulheres preparam comida suficiente para encher várias mesas;
e as crianças, ou ficam olhando ou vão brincar. É um tipo de seguridade social- - uma
seguridade sensível, sábia e caracterizada pelo amor. Os Amish se interessam uns pelos
outros, sabendo que os outros cuidarão deles, se precisarem. Eles manifestam muitas
características que a Igreja de Jesus Cristo deveria ter, mas não tem.
Vivem como servos uns dos outros. E quando servimos uns aos outros, suprimos as
necessidades de todos num contexto de união e harmonia. Quando passamos o tempo
cuidando apenas de nossos próprios interesses, somente os demais sorte conseguem o que
querem, e mesmo assim tudo acontece numa atmosfera de egoísmo e alienação.
Como a filosofia Amish é diferente do resto da sociedade americana! Desde os tempos da
Guerra da Independência, da Guerra Civil e até dos pioneiros, estamos acostumados a
sentarmo-nos empinadinhos na sela, como se nada devêssemos a quem quer que seja.
Muito trabalho, individualismo e orgulho de aço contribuíram bastante para fazer deste
país a nação que é hoje. Mas há um lado negativo nisso tudo. Poucos dentre nós sabem
viver em companheirismo e harmonia com outros.
As características que fomentam o companheirismo e a harmonia.
O espírito de servir, o reconhecimento de erros, pedir perdão, procurar ver o que há de
melhor nas pessoas, e não o pior, sacrificar os interesses pessoais, oferecer a outra face, a
dedicação de tempo e dinheiro a outros, mesmo sabendo que talvez não tenhamos retorno
- muitas vezes são vistas como evidência de fraqueza ou estupidez. Por causa disso,
vivemos como um arquipélago humano, uma ilha perto da outra, todas isoladas e sem
comunhão. Essa situação nos faz solitários e torna a vida mais difícil.
31
O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE O SERVIR?
A Bíblia ensina que devemos viver servindo uns aos outros, sobretudo na igreja.
Em Marcos 10, lemos que dois discípulos de Jesus, Tiago e João, pediram para receber
posições de honra no reino de Jesus. Os outros dez ficaram indignados com aquele pedido.
Jesus, então, reuniu todo o grupo para resolver a questão:
"Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que
os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os
seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser
tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre
vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para
servir e dar a sua vida em resgate por muitos." (Mc 10.42-45.) Jesus não se limitou a ensinar
esse princípio, mas também o viveu. Lavou os pés sujos dos discípulos, tarefa normalmente
relegada aos escravos (Jo 13.5). Essa mensagem foi revolucionária para uma cultura onde
as classes sociais tinham muito valor.
Poder, posição e status eram bens que todos os judeus e romanos desejavam. Jesus nadou
contra a maré de seu tempo. Mais tarde, os apóstolos também ensinaram o princípio do
serviço. Em Filipenses 2.1-4, Paulo escreve uma das declarações mais eloquentes sobre o
coração de um servo: "Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de
amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, completai a
minha alegria, de modo que penseis a mesma cousa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos
de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por
humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em
vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros."
" Até mesmo quem está em posição de autoridade deve servir aos seus subordinados. Toda
autoridade é para ser usada de forma benevolente, para o bem daqueles a ela sujeitos, seja
no relacionamento de marido e mulher (E 5.22-31), de pais e filhos (Ef 6.1-4), governo e
cidadão (1 Pe 2.13,14), ou da igreja e seus membros (1 Pe 5.1-4). Em todos os casos,
aqueles que detêm o poder devem usar sua posição para promover o bem-estar dos que se
acham sob sua autoridade. Este é o verdadeiro servo-líder, escreveu: Charles Colson, em
seu livro A Dangerous Grace (Uma graça "Nada diferencia mais o reino dos homens do de
Deus que as visões diametralmente opostas no que se refere ao exercício de poder.
Enquanto um tenta controlar as pessoas, o outro busca servir a elas. Um se autopromove, o
outro se curva diante das pessoas. Uma busca prestígio e posição, o outro exalta os
humilhados e renegados. dando exemplo de como servir ao próximo."
32
Os cidadãos do Reino que hoje seguem o modelo de Deus estão
35
Efésios 6.1-9
1 Pedro 2.13,14
1 Pedro 5.1-4
A Lei da Disciplina
A Escravidão Necessária Para se Ter Liberdade
Para sermos livres e navegarmos os sete mares, precisamos tornar-nos escravos da
bússola."
Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não
venha eu mesmo a ser desqualificado."" (1 Co 9.27.)
Nunca me esqueço do golfe pela primeira vez. Estava certo de que acertaria a bolinha em
cheio, lançando-a como a um cometa pelo céu, cortando o ar acima do gramado verdinho,
para cair centenas de metros adiante. Meus amigos ficariam boquiabertos de admiração ao
verem a bolinha cruzar o céu de verão. Entretanto nem esbarrei nela.
O taco cortou o ar com um zumbido, assustando a bolinha, mas sem feri-la. Senti uma
pontada nas costas, pois não estava acostumado a "atacar" um objeto com tanta força sem
atingi-lo. Em vez de ficarem boquiabertos de admiração, meus amigos abafaram risinhos e
tentaram decidir se me olhariam com compaixão ou sarcasmo. Numa tentativa desajeitada
de fingir que estava apenas treinando, repeti a tacada inúmeras vezes, fazendo grande
esforço para imitar a primeira.
Encarei a bolinha novamente, como se estivesse diante de um enxame de vespas. O que
acontecera? Era para ela ter voado pelo céu. Por que não deu certo? O que posso fazer
para melhorar a tacada? Senti como se estivesse numa zona de penumbra, em que as leis
37
desconhecidas da física estivessem apoderando-se da minha vida. A situação era bem
incômoda. Se errasse de novo, não haveria como fingir. Tentei não pensar nisso e ataquei a
bolinha mais uma vez. Dessa vez consegui! Contudo, ao invés de mandá-la na direção certa,
fila descrever um ângulo de noventa graus, na direção oposta à desejada. Bem, a farsa
terminara. Agora tanto eu como meus amigos tínhamos consciência de que eu não sabia
jogar golfe. Eles não foram compreensivos, nem sarcásticos. Notei que estavam com
vontade de rir, mas ninguém disse nada. Peguei a bolinha de novo, e fiz uso da minha
tacada bônus (uma jogada extra que não faz parte das regras oficiais) e tentei mais uma
vez. Desta feita a bolinha foi quicando penosamente pelo gramado, até parar a uns trinta
metros de distância (pelo menos agora fora na direção certa!), e comecei a arremessar
bolinhas sem misericórdia, uma atrás da outra. Algumas sumiam no mato e outras
arrancavam torrões.
Como é que uma coisa dessas podia acontecer comigo? Era razoavelmente bom em
esportes. Tive a impressão de que era muito fácil quando vi outros jogando. Se eles
conseguiam lançar a bolinha na direção certa, por que é que eu não? Estava humilhado.
Depois disso, joguei golfe poucas vezes. Atingi o ponto alto da minha carreira de golfista
quando recebi um troféu num torneio. Ganhei o troféu de pior jogador do torneio.
Acabei me esquecendo de minha tentativa de jogar golfe, e anos mais tarde decidi
aprender a tocar piano. Comprei um curso de piano básico para adultos e comecei a
praticar num pequeno teclado eletrônico. Não demorou muito para que percebesse que
seria muito mais difícil do que imaginara. Após meses de prática, sempre que tentava tocar
alguma coisa, parecia que havia um macaco andando no teclado.
Contudo minha vontade de aprender era tanta, que estava disposto a fazer o que fosse
preciso, desde que não levasse muito tempo presente pouco tempo depois, resolvi
aprender a pintar com aquarela. Então, no meu aniversário, minha esposa me deu de um
curso de pintura com duração de seis semanas, numa universidade perto de onde
morávamos. Resolvi ser bem realista. Não pintaria bem logo de início, mas não deveria ser
ruim demais. Fui ruim demais!
Tudo que pintava acabava parecendo uma tempestade em alto-mar. Tentei pintar uma
rosa. Ficou parecendo tempestade. Tentei pintar um passarinho numa árvore. Também
lembrava uma tempestade. Tentei pintar um barco a vela. Outro temporal em alto-mar.
Minhas habilidades artísticas não haviam melhorado nadinha desde que estava no jardim
de infância.
Somente aí, percebendo o ponto comum entre todas essas situações, foi que aprendi uma
lição enorme que depois disso já reaprendi inúmeras vezes.
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É muito difícil fazer tudo certinho, desde a tarefa mais simples, como acertar uma tacada de
golfe, até as mais complexas como tocar um instrumento ou pilotar um avião. Quem
consegue executá-las bem é porque exercitou-se bastante. Para isso é necessário ter
disciplina. Portanto somente os disciplinados se tornam bons de verdade em qualquer
coisa.
QUAIS SÃO OS CUSTOS E BENEFÍCIOS DA DISCIPLINA?
Precisamos limitar-nos em algumas áreas para termos liberdade em outras. Muitas pessoas
pensam que a disciplina implica limitação e restrição. E estão certas. Mas ela também
produz liberdade e capacitação. Por outro lado, muita gente acredita que ter liberdade total
implica libertação e capacitação. E isso é igualmente correto. Contudo a liberdade também
nos limita e restringe. A vida é feita de liberdades e restrições.
Ao fazer a decisão de ter liberdade em determinada área, ficaremos cativos em outra.
Todavia, se deixarmos cativar nos, receberemos a liberdade correspondente. Se nos
tornarmos cativos do hábito de escovar os dentes diariamente, por exemplo, viveremos a
liberdade da ausência de caries. Se exercermos nosso direito e liberdade de não os escovar,
ficaremos presos às cáries. Já parou para observar as pessoas que parecem ter a vida feita
Gozam de sucesso na vida profissional. Sua família é carinhosa e cheia de amor e seus
amigos são fiéis.
A grama de sua casa è sempre verdinha e as plantas estão sempre em flor. Possuem
hobbies interessantes, são ativos na igreja, sua vida espiritual parece estar em dia, e goram
de boa forma física. Garanto que se os observarmos de perto, descobriremos que são bem
disciplinados. Por outro lado, se observarmos aqueles que não se saem bem no trabalho,
não conseguem manter bons relacionamentos, o quintal deles é uma bagunça, o carro é
velho, a vida deles parece estar de pernas para o ar, e destroem o corpo com maus hábitos
físicos e alimentares, provavelmente veremos que não são disciplinados.
Eu, por natureza, sou indisciplinado. Gostaria de levantar na hora que me desse vontade, ir
dormir quando quisesse e fazer o que me viesse à cabeça. Contudo aprendi relativamente
cedo na vida que, quem se entrega à liberdade total, nunca conseguirá aquilo que deseja na
vida. Quando cursava o segundo grau, queria jogar basquete, mas, sem treinar, não era lá
muito bom. Entendi, então, que ou começava a treinar bastante, ou teria de renunciar ao
desejo de jogar. Queria entrar para a faculdade, mas não tinha dinheiro. Então eu teria de
começar a trabalhar cedo para ajuntar dinheiro, ou desistir de vez de continuar os estudos.
Queria ter um relacionamento de primeira com minha esposa, mas não sabia nem por onde
começar. Então, eu teria de esforçar-me para tornar-me um marido melhor ou teria de
dizer adeus a um bom casamento.
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Hoje em dia, às vezes as pessoas comentam que pareço ser disciplinado. De certa forma,
elas têm razão. Tenho disciplina. Mas não sou disciplinado por natureza. Tenho disciplina
porque não desejo pagar o preço da falta dela. Um dos meus professores no seminário vivia
nos fazendo perguntas fundamentais: "O que você deseja da vida? Está disposto a pagar o
preço?" Essas perguntas são essenciais para a vida.
Desde então, passei a orientar minhas decisões por elas. havia pensado em desistir
significaria o fim dos meus sonhos, perseverei.
Anos atrás, perguntaram à ginasta olímpica americana May Lou Retton, que ganhara a
medalha de ouro, se alguma vez havia pensado em desistir.” Claro respondeu. "Muitas
vezes. Mas ao perceber que isso significaria o fim dos sonhos, perseverei.
Contudo, para alcançar aquela medalha, ela teve de renunciar a sua infância. Enquanto
todas as outras crianças estavam brincando de boneca, ela se exercitava. Nem todos têm
inclinação para pagar o alto preço que esse tipo de sonho exige. Mas nossa liberdade vai
depender diretamente de nossa disposição em ser disciplinados. A disciplina é o segredo
para alcançarmos o que e desejamos na vida. É a chave da liberdade.
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4. Definir os valores básicos. Estabeleçamos nossos valores básicos que precisam estar de
acordo com as Escrituras. Vamos estudar a Bíblia para identificar os valores que desejamos
que governem nossa vida. Quem possui um negócio, por exemplo, deve ter como valor
central a honestidade. Eu que sou pastor, escolhi a integridade em áreas financeiras e
morais. Talvez sua escolha recaia em honrar as pessoas e em cumprir o que promete.
Algumas passagens-chaves que nos ajudam a determinar os valores que desejamos para a
vida são: as bem-aventuranças de Mateus 5.3-11, os versículos sobre o fruto do Espírito em
Gálatas 5.22,23, as características do amor em 1 Coríntios 13.4-7 e as qualificações
necessárias para os que se acham em posição de liderança na igreja, descritas em 1
Timóteo 3.1-7.
5. Estabelecer prioridades. Temos que distinguir bem o que é inflexível daquilo que são
apenas grandes desejos nossos. Vamos nos concentrar no que é inflexível, que não deve
mudar. Depois, se tudo correr bem, vamos seguir em frente até realizar todos os demais
desejos. Usemos nosso tempo, energia e dinheiro nessas prioridades. Assim que
descobrirmos a independência resultante do autocontrole, poderemos alcançar objetivos e
desenvolver os relacionamentos pelos quais anelamos. No livro Os sete hábitos das pessoas
muito eficientes), Stephen Covey coloca o seguinte: "O ingrediente mais importante que
colocamos em qualquer relacionamento não é aquilo que dizemos ou fazemos, mas o que
somos. Se nossas palavras e ações não brotarem do nosso homem interior, mas de técnicas
de relacionamento, as pessoas perceberão que são falsas. Não conseguiremos criar e
manter o fundamento necessário para uma interdependência eficaz (com outros). Por isso,
devemos começar a construir relações dentro de nós mesmos, com nosso próprio caráter."
A AUTODISCIPLINA ESTÁ AO ALCANCE DE TODOS
Embora o autocontrole seja difícil para aqueles que não o adquiriram desde criança, ou que
não o possuem por natureza, podemos desenvolvê-lo. Até os indisciplinados por natureza e
criação, podem melhorar significativamente nessa questão. Podemos cultivar a disciplina da
mesma forma como desenvolvemos nossa musculatura. Principiamos com exercícios
simples e aos poucos vamos aumentando o grau de dificuldade. A disciplina é um fruto do
Espírito, mas o Espírito não a implantará em nossa vida sem que façamos nossa parte.
Ao tentarmos cultivar maior disciplina, precisamos fazer uma coisa de cada vez. Talvez uma
de nossas dificuldades seja a pontualidade. Tomemos a decisão de chegar à igreja na hora.
Façamos desse objetivo um compromisso pessoal, e continuemos tentando até obter
sucesso. A seguir, escolha outro, e depois outro. Mas lembremos que é preciso ter
paciência. Isso leva tempo. Vamos perseverar. É possível que falhemos muitas vezes. Se isso
acontecer, vamos nos firmar de novo. Se fizermos uma mudança por mês, teremos doze em
um ano. Depois de cinco anos, teremos implementado sessenta mudanças em nossa vida.
Com sessenta mudanças nas costas, seremos bem diferentes. E possível ter disciplina. É
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possível mudar. Comece já. Que liberdades você não possui, mas gostaria de ter? Que
limitações imporá a si mesmo para alcançá-las?
Outros Textos Para Reflexão
Provérbios 16.32
1 Coríntios 9.24,25
Gálatas 5.22,23
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5. Que sugestões pode oferecer para tornar uma irritação em oportunidade de ministrar?
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6. o que é que está se acumulando em sua vida?
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abelhas, fazendo barulho suficiente para acordar os mortos. Eram crianças, milhares delas,
correndo para cima e para baixo,
Que barulhada é essa? perguntei a mim mesmo. Abri a porta e encarei a meninada,
esperando assustá-la com meu olhar aterrorizante e fazê-la aquietar-se. Mas para dizer a
verdade, acho que nem me notaram. As portas dos quartos estavam abertas e o barulho
das televisões ligadas era ensurdecedor. Algumas crianças conversavam com amigos do
outro lado do corredor. Num dos quartos, à esquerda, outro grupo jogava futebol. O único
evento que se comparava ao que estava vivenciando era a comemoração da passagem de
ano na Praça
Times, em Nova Iorque. Dizem que quando estamos à beira da morte, nossa vida inteira
passa por nossa mente em questão de segundos. Naquela hora, na minha cabeça só
passava um pensamento:
"Não vou conseguir dormir." Mas eu continuava tentando. Mas em vez de reclamar da
escuridão, é melhor acender uma vela.
Liguei para o gerente.
- Será que dava para mandar alguém falar com essa meninada para sossegar? pedi. Não
estou me sentindo bem e tenho um dia cheio amanhã.
- Mas é claro, Sr. Anders, mandarei uma pessoa imediatamente. (IEM) "bota Meia hora
mais tarde, quando oficialmente é hora de silêncio, o barulho no corredor aumentara.
Telefonei para o gerente novamente.
- O barulho está ainda pior. Já mandou alguém conversar com eles?
- Mandei, Sr. Anders, mas infelizmente não há adultos suficientes para tomar conta da
meninada; por isso, não adiantou conversar com eles.
- Bem, podem me transferir para outro quarto, em outra já que o hotel era grande, talvez
pudesse evitar o barulho se estivesse em outro andar ou em uma ala diferente.
- Lamento, Sr. Anders, mas há um torneio de natação da competidores
ACM em Chicago no fim de semana e todos os estão hospedados aqui. O hotel inteirinho
está ocupado por eles.
Às 9:30 comecei a me desesperar. Não devia ficar tão irritado, pensei comigo mesmo. Só
serve para piorar as coisas. Preciso relaxar. O hotel era muito bom e o banheiro do quarto
tinha um boxe bem grande e um chuveiro com jatos fortes. Podia fechar a porta, abrir o
chuveiro e o vapor funcionaria como uma sauna particular. É isso mesmo, pensei, vou
tomar uma sauna. Assim vou relaxar. Passei tanto tempo na sauna que saí de lá todo
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enrugado. Minhas pernas estavam bambas. Engatinhei de volta para cama, apaguei a luz e
fechei os olhos. Sessenta segundos depois, estava de olhos arregalados. Apesar de ter
quase derretido dentro da sauna, não sentia um pingo de sono.
A cama tinha um massageador para as costas embutido no colchão. Talvez ajudasse. Talvez
eu caísse no sono com o aparelho ligado. Coloquei duas moedas no buraquinho e liguei a
massagem. Enquanto isso, a festa continuava a correr solta no corredor. É muito difícil
relaxar quando algo nos irrita. Já eram 10:00. Havia perdido uma hora preciosa de sono. Só
conseguia pensar no quanto sofreria no dia seguinte por causa dos
monstrinhos cabeça-de-vento e sem consideração correndo pelo corredor enquanto os
adultos curtiam a vida em algum restaurante ou bar. Eram pensamentos nada espirituais
para alguém que iria passar o dia seguinte inteiro ensinando a Bíblia. Meu estado mental,
somado ao cozimento a vapor pelo qual havia passado, fizera com que o massageador
incomodasse mais do que ajudasse. Passados trinta segundos, percebi o erro. Ah! quem me
dera ter colocado apenas uma moeda! Permaneci deitado tentando convencer-me a
relaxar.
Enquanto isso, meu corpo vibrava feito uma máquina de quebrar asfalto! Quando parecia
que meus dentes iam cair, joguei as cobertas para o lado e me levantei. Marchei nervoso
para a poltrona e lá fiquei por mais ou menos dez minutos, quando, finalmente, o
massageador se desligou. Eram dez e meia! Enquanto decidia se suicidava ou matava
alguém, tive uma ideia brilhante (por que não havia pensado nisso antes?). Iria ligar a
televisão.
Eu sempre caía no sono quando ela estava ligada. Liguei o aparelho e procurei o melhor
programa para fazer dormir. Logo o encontrei: um jogo de basquete de uma escola de
segundo grau. A decisão do campeonato juvenil das escolas do estado de Illinois estava
sendo televisionada. Perfeito. Durmo como pedra durante eventos esportivos. Aumentei, o
volume apenas o suficiente para abafar o barulho lá de fora apenas o suficiente, mas não
para me impedir de dormir... Ainda poderia dormir umas oito horas, o mínimo negociável.
Quando já ia pegando no sono, ouvi o narrador do jogo gritar: "Cinquenta e uma, cinquenta
e dois, cinquenta e três a cinquenta e, cinquenta e quatro a cinquenta e cinco e Cinquenta
e...
Meus olhos se arregalaram. Não podia evitar. Embora estivesse morando em Atlanta, nasci
e fui criado em Indiana, o estado do basquete. Por motivos que nunca entenderei, comecei
a torcer por um dos times. Nunca ouvira falar de nenhum dos dois, mas daí a pouco eu
gritava: "Vai! vai! vai! Rebote!"
"Olha a defesa!"
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"Arremessa!"
Em uma das vitórias mais incríveis que já testemunhei, "meu" time venceu por um ponto
no último segundo do jogo. Foi um triunfo! Há poucas coisas na vida mais emocionantes
que uma virada de jogo no basquete!
Pois bem, onze e meia da noite. A euforia da vitória passou tão rápido como brotara. O
barulho lá fora continuava, mas pelo menos já não era tão intenso. Caí de costas na cama,
mais frustrado que nunca. Desliguei a televisão, apaguei a luz, agarrei o travesseiro e o
apertei em cima da cabeça. Virei-me de lado e, ao fazê-lo, bati na cabeceira da cama, que
caiu. Estava começando a perder o controle. Levantei-me, encaixei a cabeceira de volta no
lugar, joguei-me na cama e tchbum... a cama arrebentou-se no colchão de molas, armação
e tudo mais! Foi a gota d'água! havia uma câmera secreta no quarto para filmar tudo aquilo
e depois, mostrar na televisão? Eu estaria sendo visto? Novamente e deitei-me mais uma
vez. Meia noite Lá fora não se ouvia um pio. Em poucos segundos, eu estava dormindo.
Na manhã seguinte, acordei às 7:00. O hotel estava em silêncio. Os monstrinhos
provavelmente dormiriam até meio-dia. Depois de aprontar-me para descer e tomar café,
tive de resistir ao impulso de ligar a televisão no volume mais alto, deixar a porta aberta e
sair cantando "Oh querida Clementina!" na maior altura. E, para completar, minha vontade
era bater com força em cada uma das portas. O mais interessante é que não estava doente.
Sentia-me muito bem.
O único problema era o sentimento de culpa que me atormentava ao dirigir para a igreja
onde ensinaria sobre a Bíblia. Lembrava-me do desejo que tivera de assassinar cada uma
daquelas crianças na noite anterior. Sentia-me um idiota.
A pior coisa que poderia ter me acontecido nisso tudo, seria ter a gripe. E embora ninguém
gosta de ficar gripado, na verdade, não é um problema sério!
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Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com
paciência, isto é grato a Deus. Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que
também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus
passos."
Meu irmão, o que é que está se acumulando em sua vida? Será a monotonia sem fim dos
assuntos administrativos sob sua frustração de conviver com um adolescente a quem você
não responsabilidade, já que não há ninguém para ajudá-lo? Seria a compreende e que não
parece entendê-lo também? Seria talvez a frustração de trabalhar incessantemente e
mesmo assim nunca ter dinheiro suficiente para seu sustento? Pode ser o
congestionamento do trânsito ou as mil e uma coisas que precisam de conserto em sua
casa. Todas essas coisas são relativamente pequenas.
Nada disso é como um câncer ou uma paralisia causada por um acidente, nem como um
filho viciado em drogas ou um irmão aidético. Nada disso é mais do que Jesus teve de
suportar em nosso lugar quando veio à terra. E ele suportou tudo com paciência. É o
exemplo que temos para carregar nossa cruz com calma. Mas como podemos imitar a Jesus
quando achamos os mais ínfimos problemas maiores que uma montanha? Mesmo não
sendo um perito no assunto, gostaria de dar sete sugestões:
1. Distinguir o que é grande do que é pequeno. Muitas vezes nos
desgastamos com coisas pequenas, dando-lhes mais importância do que têm. São poucos
os fatores importantes: vida, morte, justiça, saúde, alimento, vestimenta, abrigo,
casamento, relacionamentos. O resto é insignificante. Se reconhecermos que elas na
realidade não têm valor, deixarão de ser um fardo pesado para nós.
2. Conformar-nos com o fato de que "todas as cousas cooperam para o bem da queles
que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu próprio (Rm 8.28). Nem
tudo que nos acontece é bom. Mas Deus usa tudo para o nosso bem. Essa verdade pode
nos reanimar
3. Aprender a deixar para lá será que perder algumas horas de sono tem tanta
importância assim. Será que é o fim do mundo pegar uma gripe! Daqui a cem anos, acha
que isso vai entrar para a história, quando analisamos tudo por um ângulo diferente, vemos
por que nos que é melhor largar pra lá. Essas coisas só nos atrasam o passo porque nos
agarremos ele.
4 Lembrar que todo mundo passa por coisas assim. Não somos os únicos! Não somos
apenas nos que passamos por isso. Acontece comando mando o tempo todo. São coisas da
vida! Se entendermos que todos passam por frustrações, nos sentiremos melhores.
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5. Tomar a decisão de não deixar que coisinhas pequenas acabem com m nossa alegria. O
trânsito de Atlanta, onde morei antes, deixava-me louco. Levava mais ou menos uma hora
para chegar ao trabalho e a maior parte do trajeto era um pára-e-anda, pára-e-anda...
Tenho certeza de que minha pressão chegava a níveis alarmantes quando estava ao
volante. Eu buzinava para todo mundo e reclamava daquilo de maneira bem pouco
condizente com o espírito cristão. Chegava ao trabalho uma pilha de nervos! Na época
trabalhava escrevendo devocionais. Muitas vezes pensei comigo mesmo: Isso não está
certo. Portanto, tomei a decisão de abençoar outros enquanto no trânsito. Procurava
oportunidades para deixar as pessoas me ultrapassarem.
E quando buzinavam agradecendo eu buzinava respondendo. Quando alguém estava
tentando entrar na avenida, vindo de uma rua perpendicular, era eu o bom samaritano que
o deixava entrar na minha frente. Cheguei à conclusão de que se fosse bem amável no
trânsito, talvez servisse de exemplo para outros. Talvez eu me tornasse o instigador de um
grande avivamento na via expressa de Atlanta! Essa atitude transformou minha forma de
dirigir!
6. Ajudar os que passam por frustração e dor. Certa vez li o seguinte: "Devemos ser
sempre bondosos para com os outros, pois nunca sabemos se eles estão caminhando pela
vida feridos." Lembrei das inúmeras vezes que havia sido grosseiro com outras pessoas, não
de propósito, mas por estar ferido. E quando alguém era bondoso comigo, aquilo era um
bálsamo. Decidi bondoso com eles. que eu também queria ser um bálsamo para outros,
sendo
7. Decorar versículos que tratam de nossas fraquezas e orar. Peçamos a Deus forças para
lidar com essas coisas insignificantes. Peçamos a outros que orem por nós. Todas as vezes
que o diabo tentou a Jesus (Mt. 4), ele respondeu com um versículo. Se foi assim que Jesus
enfrentou problemas e frustrações, quanto mais nós! Peçamos a um amigo para ajudar-nos
a descobrir quais são as medidas práticas que podemos tomar para remediar as situações
que acendem nosso pavio. Se encararmos o problema com a atitude certa, com oração e
versículos, com criatividade e talvez até com ajuda de amigos, em pouco tempo nossa
pressão voltara ao normal.
O QUE FAZER QUANDO TROPEÇAMOS E CAÍMOS?
Arrependemo-nos, levantamo-nos e começamos e caminhar novamente. Cá entre nós,
tenho de admitir que eu mesmo não executo esse plano com perfeição! Disse que consegui
mudar minha atitude de frustração no trânsito, mas confesso que um dia "tropecei"
quando lá entrar na via expressa. Fora um longo dia de trabalho na igreja. Era sexta-feira,
estava super cansado, com fome e com um pouco de dor de cabeça. Assim que acelerei
para entrar no tráfego da via expressa, meu carrinho se engasgou. Um sujeito que estava
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num BMW veio atrás de mim voando, chegou pertinho da traseira do meu carro e desceu a
mão na buzina. No mesmo instante, fiquei branco de raiva.
O idiota me tirou do sério. Ele estava dirigindo em alta velocidade, mas tinha tempo mais
que suficiente para diminuir a marcha. Apesar de ter plena consciência de que meu carro
estava indo um pouco devagar, não precisava chegar tão perto. Para completar, ao invés de
simplesmente buzinar um pouco, ele esqueceu a mão na buzina! Estava comprando briga.
Num ato que (tratando-se de um pastor) indicaria aborrecimento (estava mesmo era cego
de raiva!), diminuí a velocidade o máximo que pude para forçá-lo a ultrapassar-me. Assim
que passou, enfiei o pé no acelerador e encostei no pára-choque dele! Meu coração parecia
querer explodir de tanta adrenalina! A azia queimava-me o estômago. Meu queixo estava
tenso e rígido. Ia mostrar-lhe como era bom ter um carro do dobro do tamanho do dele e
metade do preço, morrendo-lhe os calcanhares. Pois bem, há uma série de erros nessa
situação.
Em primeiro lugar, é pecado ficar com tanta raiva e reagir daquela maneira. Em segundo
lugar, é perigoso. Eu poderia ter provocado um acidente sério e até mesmo fatal. Em
terceiro lugar, o rapaz poderia ser um psicopata armado, pronto para atirar. Em quarto
lugar, a brincadeira poderia acabar custando caro. Meu carro bebê gasolina feito uma
esponja quando dirijo com cautela. Acelerando do jeito que fiz, provavelmente "queimei"
muito combustível. Finalmente (e essa foi a pior conclusão de todas), talvez ele fosse
membro da minha igreja! Algumas pessoas de nossa igreja tinham BMW.
Eu estava morrendo de vergonha e de sentimento de culpa. Comecei a imaginar o que lhe
diria domingo, após o culto, quando viesse conversar comigo dizendo que se lembrava de
ter me visto na via expressa. Devido ao meu estado, acho que teria mentido como o rei
Davi quando adulterou e matou. Diria que estava apenas querendo aproximar-me do carro
dele para ver se era ele mesmo.
Mesmo quando nos esforçamos para manter as coisas pequenas sob controle, não
permitindo que se acumulem e se tornem enormes, não conseguimos fazê-lo com
perfeição. Todos pecamos. E sempre que pecarmos, precisamos nos arrepender e restaurar
nosso relacionamento com o Senhor. Depois é só recomeçar o processo. Nunca seremos
perfeitos nessa vida. Mas podemos estar sempre melhorando.es)
COMO DEVEMOS REAGIR QUANDO "DERRAMAM SOPA EM NÓS"
Conta-se que certo homem foi fazer uma entrevista com o vice-presidente de uma grande
empresa. Estava se candidatando a um emprego que daria um bom empurrão em sua
carreira profissional, além de um excelente aumento em seus rendimentos. Contudo a
função exigia habilidade de julgamento, paciência, sabedoria e bastante jeito para lidar com
as pessoas. Após passar por todas as etapas normais do processo de seleção, saíram para
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jantar fora. Entretanto, sem que o soubesse, o vice-presidente pagará os garçons para
tratá-lo com grosseria. E eles seguiram as instruções à risca. Levaram muito tempo para
atendê-los e, quando finalmente o fizeram, trouxeram o pedido errado. Deixaram cair sopa
ne e erraram na conta. deu a calma. Durante o ataque inteiro, o candidato ao emprego não
per- Assim que saíram do restaurante, o vice-presidente disse: O emprego é seu. O homem
ficou um pouco confuso. Não parecia o momento certo para se falar de emprego. E o vice-
presidente explicou:
- Está claro que você tem toda a habilidade profissional e experiência que o cargo requer. Já
sabíamos disso. Mas precisa vamos testar como agiria sob pressão. Esse jantar foi um teste.
perdido a paciência ou se irritado, ou se não tivesse reagido de pagamos os garçons para
despejar sopa no seu colo. Se tivesse maneira adequada, não lhe daríamos o emprego.
Enfrentou os problemas muito bem. O emprego é seu. Na vida, quando cai sopa em nosso
colo, o problema na verdade não é a sopa; é a maneira como reagimos à situação. Deus
está esperando para ver. Tudo isso é um teste, e, se passarmos, seremos promovidos a um
nível de mais maturidade e serviço para ele. Além disso, mas autocontrole também serve
para baixar a pressão!
Análise
Cite algumas dessas pequenas coisas (trânsito congestionado, filhos, parentes etc.) que se
foram acumulando em sua vida, até se transformarem em grandes problemas. O que acha
que pode fazer para aprender a deixá-las para lá?
Outros Textos Para Reflexão - Mateus 6.31-33 - 1 Pedro 2.19-21 - Romanos 8.28
Fim
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