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Profetas de Israel
Comunais, Acratas e Anticlericais
CAPITULO III
ANTECEDENTES E COMEÇOS
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que eram expositores de uma revelação recebida por tradição; eles mesmos
eram instrumentos de uma auto-revelação divina. Eram místicos (no melhor
sentido) mas também homens de ação e do mundo; moralistas tanto quanto
poetas; reformadores sociais radicais porque (de nôvo, no melhor sentido) eram
conservadores religiosos; notavelmente individualistas, mas representantes de
seu povo e identificados com ele. Eram porta-vozes de Deus à sua nação, e aos
homens de tôdas as épocas que queriam ouvir suas palavras. De fato, eram os
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Os três métodos +oficiais» experimentados sem êxito por Saul foram sonhos
Urim e profetas. Os profetas referidos eram de um tipo muito mais primitivo do
que Amós e Isaías trezentos anos mais tarde, e, juntamente com os outros
métodos mencionados, parece terem estado diretamente associados com os
vários templos locais. Não é por mero acaso que a palavra hebraica
+sacerdote», Kohen, tem como seu correspondente, em árabe, a palavra que
significa +adivinho». O sacerdote é o +homem de Deus» original. Em Jz 18.1-6,
os danitas em migração consultam um sacerdote local, precisamente como Saul
e seu servo vão a Samuel, o vidente, para perguntar-lhe o caminho, em I Sm
9.8-10. A resposta a uma pergunta feita ao sacerdote era obtida pelo uso de um
éfode, que parece ter sido uma bolsa da qual eram lançadas as sortes sagradas,
Urim e Tumim. (As regulamentações sacerdotais tardias de Êx 28 prescrevem
um éfode de pano, para ser usado pelo sumo-sacerdote debaixo do +peitoral do
juizo», contendo o Urim e o Tumim).
Embora não haja evidência de que os primitivos profetas fizessem uso desses
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que por uma pequena taxa ajudaria a encontrar os animais perdidos (13). Dois
pontos da narrativa podem ser especialmente notados: Javé +descobre o
ouvido» de Samuel, isto é, manifesta-se-lhe por audição antes que (ou, tanto
como) por visão; e Samuel promete a Saul uma mensagem +pela manhã», isto
é, depois que tivesse havido oportunidade para nova revelação onírica no
decurso da noite.
As visões do vidente não lhe vinham apenas em sonhos durante o sono, mas
também na +visão interior» do transe extático. Um exemplo clássico desse
estado é a descrição que Balaão faz de si mesmo em Números 24.3, 4, 15-17:
+O homem de olhos abertos; que ouve os ditos de Deus, tem a visão do Todo-
poderoso e prostra-se, porém de olhos abertos». Esse estado mental anormal
era atribuído à possessão pela divindade e podia ser induzido de propósito pelo
jejum, pela música ou pelo uso de intoxicantes (14). Talvez a distinção entre o
sonhador e o extático explique as duas diferentes palavras traduzidas +vidente»:
«ro'eh», usada a respeito de Samuel e (aparentemente) de Zadoque, o
sacerdote; e +hozeh», usada a respeito do +profeta Gade, vidente de Davi», e
(pejorativamente) a respeito de Amós (15).
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Sonhos. Não é assim com o meu servo Moisés... boca a boca falo com ele,
claramente, e não por enigmas
Profetas Extáticos
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mensageiro de Amon que entrou a ele» (17). Essa história, por sua vez,
relembra o comportamento de Saul, quando +o mesmo espírito de Deus veio
sôbre ele, que, caminhando, profetizava... também ele despiu a sua túnica e
profetizou diante de Samuel, e sem ela estêve deitado em terra todo aquele dia
e tôda aquela noite» (18). Muitas espécies de comportamento anormal eram
atribuídas pelos hebreus, como por outros povos, à possessão de espíritos,
especialmente o frenesi religioso que poduzia temporariamente atitudes
selvagens e gritos de loucura.
A experiência de Saul não foi individual mas contágio recebido, ao deparar ele
um grupo desses +profetas», dervixes, cujo +profetizar» não era em linguagem
inteligível, assemelhando-se antes ao +falar em línguas» de Atos dos Apóstolos
(19).
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Há um silêncio de duzentos anos, antes que esses +filhos dos profetas» sejam
mencionados de nôvo em nossos re-
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gistros. Por esse tempo, parece que as guildas proféticas se tinham tornado
comunidades monásticas estabelecidas, vivendo da mendicância, ou de
gratificações por serviços prestados, ou da munificência real. Eles construíam os
edifícios para a comunidade, partilhavam de uma mesa comum (embora alguns
fôssem casados), e estavam sob a +regra» de um que eles chamavam
+mestre», como Elias ou Eliseu (25). Suas atividades eram exercidas em grande
parte entre a massa do povo ignorante e supersticioso, que lhes atribuía poder
para fazer descer fogo do céu, para desaparecer de repente, para purificar
fontes d'águas envenadas, para maldizer seus desafetos, multiplicar o alimento,
fazer reviverem mortos, curar lepra e fazer ferro flutuar (26). Esses feitos
particulares são, na verdade, atribuídos ao próprio Eliseu, mas os poderes do
mestre podiam comunicar-se aos seus seguidores (27), e as histórias refletem a
idéia que o povo tinha do tipo de homens que os +filhos dos profetas» eram.
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ção com os profissionais: +Eu não sou profeta (convencional), nem membro de
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Nazireus e Recabitas
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religiosa.
Os recabitas, de acôrdo com I Cr 2.55, eram um clã quenita; esse é um fato que
deve ser relacionado com as associações especiais dos quenitas com as
origens mosaicas do javismo (33). Aparecem, pela primeira vez, como um grupo
de protesto e reacão, no nono século a.D., no decorrer da contra-revolução de
Jeú em nome da +religião dos velhos tempos». Jeú, deve-se lembrar, saudou
Jonadabe ben Reca, bem como um companheiro zelote. No tempo de Jeremias,
dois séculos mais tarde, seus descendentes se referiam com orgulho a esse
mesmo Jonadabe, e proclamavam, como estrita regra de sua família, a rejeição
dos hábitos da civilização agrária e urbana, com a qual estava associado o culto
de Baal: +Mas eles disseram: Não beberemos vinho; porque Jonadabe, filho de
Recabe, nosso pai, nos ordenou: nunca jamais bebereis vinho, nem vossos
filhos; não edificareis casa, não fareis sementeiras, não plantareis nem
possuireis vinha alguma; mas habitareis em tendas todos os vossos dias» (34).
Os recabitas, como família, eram dedicados ao ideal nômade de vida e religião.
É provável que o fundador, Jonadabe, junto com Elias e Eliseu, tivesse tomado
parte ativa na agitação popular de que resultaram os massacres realizados por
Jeú. Quando o profeta Miquéias troveja contra
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a vida citadina de seus dias: +Edificais a Sião com sangue e a Jerusalém com
perversidade», e quando Oséias prediz que Javé fará de nôvo em tendas Israel
habitar (35), vemos a afinidade deles com o espírito dos benê Recabe.
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tarefa era tanto fazer quanto interpretar a História, pois criam-se instrumentos do
Criador e Senhor da História, em cujos desígnios Israel tinha um lugar particular.
Porque estavam moralmente certos da vontade de Javé, enfrentaram
ousadamente o poder dos reis, os anátemas dos sacerdotes e a fúria das
turbas. Mais particularmente, destacaram-se da massa de profetas profissionais
que procuravam garantir prosperidade e vitória, anunciando-as em nome de
Javé dizendo: +Paz, paz, quando não há paz» (39). Os profetas
+insurgentes» (40)
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tinham algo que não podia ser comprado. Formavam uma sucessão solitária de
homens incorruptíveis, chamados hereges e traidores por seus
contemporâneos. Corriam constante perigo de vida, e alguns deles não
escaparam (41). Jesus sabia o que esperar, quando relembrava a reputação de
Jerusalém, +que matas os profetas, e apedrejas os que te foram enviados» (Mt
23.37).
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CAPÍTULO III
(1) Mt 21.11.
(2) Ver acima, cap. I, p 20. I Sm 28.6-25.
(4) Êx 21.1ss; Nm 12.2.
(5) I Sm 3.
(6) I Rs 18.32ss.
(7) Jr 1.1; Ez 1.3.
(8) Como em II Sm 5.23, 24.
(9) Ver adiante, p 53, o significado de «nabí».
(10) I Sm 3.21.
(11) Is 6.1.
(12) Gn 28.11-17; I Rs 3.5ss.
(13) I Sm 9.5-8. Note-se a imagem diferente de Samuel apresentada na fonte posterior, em
I Sm 7.3-17.
(14) I Rs 19.5-8; II Rs 3.15; Mq 2.11.
(15) I Sm 9.9; Il Sm 15.27; 24.11; Am 7.12
(16) Ver Meek: «Hebrew Origins», pp 147, 148.
(17) Como traduzido em Lods: «Israel» (versão inglesa por Hooke), p 103.
(18) I Sm 19.23, 24.
(19) I Sm 19.20ss; cf. 10.5ss; At 2Ass.
(20) I Co 14.2-19.
(21) «The Drums of Kairwan», pp 23ss.
(22) Ver Leslie: «01d Testament Religion», pp 116-118.
(23) I Co 14.19.
(24) I Sm 10.12; 19.24.
(25) II Rs 6.1, 2; 4.38; 4.1; 3.11; 2.3.
(26) II Rs 1.10; I Rs 18.12; II Rs 2.16; 2.19-22; 2.24; 4.42-44: 4.32-37; 5.1ss; 6.6.
(27) II Rs 2.8, 14.
(28) As guildas de profetas profissionais desapareceram com a queda de Jerusalém.
(29) I Rs 18.4; 18.19; 22.6; II Rs 23.2; Jr 26.7, 8, 11.
(30) I Rs 22.7ss.
(31) Am 7.14, 15; Mq 3.11, 5; Jr 14.14. 1.11.
(32) Jz 13.5; I Sm 1.11.
(33) Jz 1.16; 4.11; Êx 3.1; 18.12; Nm 10.29.
(34) Jr 35.6-10.
(35) Mq 3.10; Os 12.9.
(36) Dt 18.15, 18.
(37) Jz 4.4-7.
(38) Jz 6.34.
(39) Jr 6.14.
(40) O termo não é original.
(41) Por ex., Urias, cf. Jr 26.20-24.
(42) Cf. Il Sm 12.6 e seu contexto.
(43) II Sm 24.1 diz que o impulso para recensear o povo veio a Davi da parte de Javé, mas
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CAPITULO IV
A SUCESSÃO PROFÉTICA
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grande. Não despojes de suas possessões o homem humilde: elas são o ar que
ele respira, e aquele que lhas arranca tapa-lhe o nariz. Pratica justiça pelo
Senhor da justiça. A justiça pemanecerá para sempre» (3).
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Outro escrito desse tipo é o +Diálogo do Homem Cansado da Vida com sua
Alma», que é datado de cêrca de 2100 a. C. Ainda outras +profecias» egípcias,
como as +Admoestações de Ipuwer» e a visão de Neferrohu (4) contêm o
elemento preditivo da profecia a proclamar um tempo melhor por vir, sob um rei
+messiânico». A revolução religiosa do faraó Akhenaton (1375-1359 a. C.)
produziu -- senão profecia -- salmos notavelmente semelhantes, por exemplo,
ao salmo 104. Mas seguiu-se uma reação sacerdotal, e a religião egípcia, como
muito do judaísmo pós-exílico, se tornou arcaizante e legalista. No período
posterior, quando apareceu a apocalíptica judaica, ela também teve um paralelo
no Egito; a +Crônica Demótica», como Daniel, tem tons nacionalistas e fala de
males e catástrofes terríveis, que serão seguidos por uma salvação gloriosa. Até
o método de contar dias, como anos, aparece.
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Não há nada comparável a isso no Egito ou em qualquer outro lugar, como não
há igual à sucessão de profetas que Israel conheceu.
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Esse material abrange a maior parte dos livros de Amós, Oséias, uma parte
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Será evidente que, quando perguntamos quem eram os profetas, e qual era seu
ensino, a resposta é defrontada por dificuldades críticas, e não pode ser dada
por citação indiscriminada do cânon profético. Se concordamos em traçar a linha
da sucessão profética partindo de Moisés, ela cobre mil anos, e deixou, como
vimos, uma série de registros literários de vários tipos e valor variável. O melhor
método parece que seria concentrar a atenção no material (4) acima, isto é, nos
oráculos falados e registrados do período clássico. Podemos lidar com esses
profetas do oitavo e sétimo séculos, melhor do que com quaisquer outros,
porque seu legado literário é razoàvelmente extenso e usualmente
compreensível à luz das condições históricas e religiosas conhecidas. Além
disso, com algumas exceções significativas, como os +Cânticos do Servo» e
Segundo Isaías, pouco há em outras partes de nossos registros que se compare
em importância e valor com essas obras-primas proféticas. Contudo, nem
mesmo esses podem ser considerados à parte da grande sucessão em que se
situavam.
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A religião de Israel foi uma das religiões da humanidade que trouxeram a marca
pessoal de um fundador. Poucos especialistas questionam hoje a historicidade
de Moisés, embora divirjam em sua avaliação da importância de sua
contribuição para a religião desenvolvida de Israel. As tradições dos começos de
Israel não são fáceis de desemaranhar, mas pode ser afirmado com tôda
confiança que a história de Moisés, do Êxodo e do Pacto do Sinai é o
fundamento necessário da teologia historicamente condicionada de Israel.
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podem ser vistas nas exigências feitas a Roboão na divisão do reino, e no pacto
feito em 621 a. C., pelo Rei Josias e seu povo, em resultado do qual Jeremias
comenta: +Julgou a causa do aflito e do necessitado; por isso tudo lhe ia bem.
Porventura não é isto conhecer-me? diz Javé» (13). Esses pactos do período
histórico estão ligados à tradição nacional que se tornara uma doutrina
teológica, a saber, que no Sinai Horebe Javé tinha entrado nesta relação
especial com as tribos, nos termos sintetizados num decálogo e passíveis de
expressão em sucessivos códigos de lei. (14). A existência de diferentes
versões do Decálogo o +uso» de Siquém ou o +uso» de Betel (15) indicam o
uso de fórmulas éticas parecidas com o Decálogo -- é a terceira corrente de
evidência que aponta para Moisés. A formulação de obrigações religiosas tão
amplamente em termos de ética social é um significativo traço comum desta
tradição do pacto e do ensino dos profetas.
Em quarto lugar, temos indicações claras nas palavras dos próprios profetas, de
que eles criam que sua mensagem não era nova, mas um retôrno à religião
essencial do período formativo de Moisés: +Eu sou Javé, teu Deus (que te
trouxe) desde a terra do Egito... não há salvador senão eu: eu te apascentei no
deserto», diz Oséias; e ainda: +Javé por meio dum profeta fêz subir Israel do
Egito, e por um profeta foi ele guardado» mas +eles transgrediram o pacto
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e pecaram contra minha lei» (16). Javé diz em Am 2.10: +Também vos fiz subir
da terra do Egito, e quarenta anos vos conduzi no deserto». E Jeremias baseia
seu argumento na mesma premissa: +Porque nada falei a vossos pais, no dia
em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acêrca de
holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha
voz» (17). O ensino profético geral a respeito da exigência de obediência ética
constantemente renovada, e a relativa falta de importância do culto é aqui
apresentado como original na religião de Israel.
Não há muita coisa que se possa dizer a respeito do segundo tipo de material,
as referências incidentais a profetas antigos e pouco conhecidos, nas histórias
de Juizes, Samuel e Reis. Esses livros, em sua forma atual, são histórias
«religiosas» antes que +gerais», de modo que o conhecimento dos
acontecimentos políticos e das condições sociais que eles nos fornecem está
muito longe de completo. Eles contêm seleções de várias fontes, tais como
anais da côrte, registros do templo, biografias de reis e profetas e tradição
popular editados com comentários, com o fito de ensinar a lição de que Javé
tinha estado constantemente operando por intermédio de pessoas e dos
acontecimentos históricos. Isso era ensino +profético», e esses livros foram,
sem dúvida, coligidos por discípulos dos profetas.
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tarde: +(Israel) não soube que eu é que lhe dei o grão, e o vinho, e o óleo, e lhe
multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal» (26).
Tendo pasmado o rei com essa declaração, Elias vai esconder-se perto da
torrente de Querite, onde é alimentado por corvos, até que a torrente se seca.
Não se ganha nada tentando racionalizar esse milagre, e os outros nas histórias
de Elias e Eliseu. O narrador visava claramente que sua audiência
compreendesse que eles eram a espécie de homens que podiam realizar
milagres, e para quem milagres eram realizados por Javé. Devemos estar
preparados para descontar um pouco nos +aspectos lendários» das narrativas.
O problema não é se, em abstrato, podem acontecer milagres, mas se uma
série particular de narrações de milagres pode ser tomada ao pé da letra,
quando inclui uma história de ursas que comem crianças, porque essas foram
rudes (27).
As histórias a respeito de Elias estão num nível mais alto do que as que
concernem a Eliseu. Os corvos que alimentam Elias, o azeite que não acaba na
botija da viúva, a ressurreição do menino e, finalmente, a descida de fogo e
chuva do céu :em resposta à oração de Elias, tudo isso testificava o poder de
Javé para dar o que o povo tinha estado inclinado a pedir ao baal. Afirmava-se
até mesmo que o poder de Javé se estendia ao território do deus de Jezabel, a
vila sidoniana de Sarepta. Esses incidentes preliminares con-
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duzem ao episódio principal, no capítulo 18, onde, numa cena conhecida, Elias
enfrenta os profetas de Baal e põe à prova o poder deles e o de Javé. Notamos
o frenesi de dervixes dos profetas de Baal, e a perfeição dramática do que se
segue, quando o solitário representante de Javé conserta seu antigo e
abandonado altar. Não devíamos perguntar onde obteve Elias tal quantidade
d'água para derramar sôbre o altar, num tempo de sêca, pois se trata de uma
necessidade dramática da história (28). A coisa principal é o triunfo final do
representante do javismo na questão vital da produção de chuva.
É possível considerar a história que segue, da fuga de Elias para o Horebe, sob
mais de uma luz. Micklem (29), sugere que se trata de um relato mal localizado
do chamado de Elias para profetizar, mas isso não pode ser derivado do
capítulo 19, como ele está agora. Aqui Elias está fugindo de Jezabel, seqüência
natural do tremendo esfôrço nervoso da luta solitária no Monte Carmelo. Mas,
seja ou não uma fuga, a importância da jornada é sua direção. O primeiro ponto
de parada é Berseba, santuário das tribos do Norte, desde o tempo dos
patriarcas. De Berseba o profeta viaja +quarenta dias e quarenta noites» (uma
distância indefinida, mas considerável) até Horebe, o +monte de Deus», como
foi chamado por Moisés, conhecido na tradição judaíta como Sinai. Aqui, conta-
nos o relato, ele se alojou numa caverna, e Peake (30) sugere que isso pode
referir-se à -tradicional +fenda da penha», onde Moisés estava quando Javé
+passava», como ele agora +passava» por Elias (31). Um grande vento, um
terremoto, :e fogo (vulcânico?) formavam a moldura para uma segunda
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tinham falado a Moisés não trouxeram a Elias a mensagem que ele esperava.
Mas Javé lhe falou na quietude da montanha e no deserto, ao irem voltando à
sua mente suas recentes experiências.
Isso pode ser interpretado como uma reprimenda à violência do homem que
com suas próprias mãos tinha matado os devotos de Baal. Já tinha passado o
tempo em que o javismo devia ser propagado pela violência, e os picos de
montanhas que eram os profetas do oitavo século, em tôda sua grandeza moral,
podiam já ser entrevistos acima do horizonte. Ou, pode tratar-se de uma
reprimenda a qualquer tendência, fôsse no Carmelo fôsse em Horebe, de
identificar a Javé demasiado intimamente com os podêres naturais. Ele não era
um deus da tempestade, mas um deus da vontade moral e do pacto histórico. E
ainda, a voz que vem depois da quietude e pergunta: +Que fazes aqui, Elias?»
sugere que o profeta estava errado em voltar a Horebe, pois a presença de Javé
não estava localizada ali, nem era uma fórmula adequada, para a época
posterior, o grito de +volta a Moisés».
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decisão crucial.
Eliseu era servo e discípulo de Elias, e parece ter prosseguido como sucessor
dele através da maior parte da segunda metade do nono século a. C. (33). Uma
parte do material que se refere a ele tem uma qualidade religiosa e literária
semelhante à das narrativas a respeito de Elias (por exemplo, a história de
Naamã, II Rs 5), mas no restante os elementos miraculosos e lendários são tão
acentuados que sugerem tratar-se de histórias populares. Além disso, há
curiosas repetições do material do ciclo de Elias: ambos enchem a botija da
viúva, ambos ressuscitam o filho único de uma mulher, a ambos se atribui a
responsabilidade da instigação da revolução de Jeú (33a), e ambos, ao
morrerem, são chamados +carros de Israel e seus cavaleiros» (34). Eliseu é,
sem dúvida, figura histórica que tem um lugar na sucessão profética, mas o fato
de ele ser relembrado, principalmente como fazedor de milagres e chefe das
guildas proféticas (35), sugere que não fêz nenhuma contribuição específica ao
+propósito crescente» da profecia, comparável à contribuição de Elias.
Até onde sabemos, o grande dia da profecia hebraica começou com Amós. É
preciso fazer uma ressalva porque, embora Amós seja o primeiro a deixar após
si um extenso registro de suas declarações, pode ser que não tenha sido o
primeiro a merecer tal memorial literário. Mas foi Amós, ou seus discípulos,
quem iniciou a prática de preservar por escrito a substância dos oráculos
pronunciados. Tem-se conjeturado que isso foi conseqüência da proibição
imposta ao profeta pelo sacerdote do santuário real, em Betel (37). Se assim foi,
esse ato de repressão teve efeito oposto ao desejado.
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Aprendemos de sua apologia, diante do sacerdote de Betel, que Amós não era
um profeta profissional mas um leigo, um simples boieiro que, entre seus
rebanhos, foi empolgado pela convicção de que devia profetizar a Israel e contra
Israel. Como se tratava de um judaíta, ele era herdeiro da linha puritana na
tradicão do javismo. Mas, embora a única narrativa no livro de Amós o coloque
em Betel, não é ao reino do Norte somente que ele fala; o invencível desprêzo
do camponês pelos requintes da civilização é somado a uma percepção do
enganoso da prosperidade aparente das cidades, e a uma percepção profunda
de seu custo humano e de suas consequencias espirituais. Diz ele: +Bebem
vinho em taças, ungem-se com o mais excelente óleo; mas não se afligem com
a ruína de José» (40).
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O oráculo com que o livro de Amós começa tem sete estrofes ou estâncias
uniformes em arranjo, avançando para um clímax inesperado, reforçado pelo
+suspense» da antecipação. Uma por uma, as nações circunvizinhas são
chamadas à barra do tribunal de Javé, para responderem por suas atrocidades
na guerra. Mas Israel é chamado a prestar contas das atrocidades do tempo de
paz, que não são menos terríveis, e que são constantes em vez de ocasionais.
A exploração do pobre e a libertinagem no culto são pecados contra a luz que
lhe fôra dada. A punição da parte de Javé é sugerida numa visão rápida de um
exército tomado de terror.
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A doutrina histórica de uma nação escolhida não significa para Israel uma
eleição para privilégio incondicional, pois outras nações também estão sob
contrôle de Javé: +Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e de Caftor os
filisteus e de Quir os sírios?» É o povo pecador, não os povos que não adoram a
Javé, que será destruido. Uma vez que, como aqui, o imperativo categórico da
moral seja reconhecido como universal, não estamos longe do monoteísmo (44).
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te. Quando menino, esse homem pode ter ouvido seu compatriota Amós pregar
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convergentes e decisivas que moldaram sua vida. Agora, quando lança os olhos
sôbre uma amendoeira em flor, que os homens chamavam +a vigilante» (porque
florescia cedo), ele exclama o nome dela em voz alta; e brota dentro dele a
convicção de que a vista da árvore não fôra mera casualidade. Fôra um sinal.
Javé está vigilante para cumprir sua palavra. Depois, o vapor de uma panela
fervendo, que o atinge vindo do norte, é outro sinal, pois do norte mesmo as
hordas citas
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O que deve ser dito a respeito dos restantes profetas do período clássico, pode
ser exposto mais resumidamente. Sofonias é o profeta do +Dies Irae». A
afirmação de Amós de que +o dia de Javé... é dia de trevas e não de luz» é
expandida por Sofonias num quadro terrível de catástrofe universal, quando tôda
a terra será devorada pelo fogo da ira ciumenta de Javé. O profeta parece ter
captado o sentimento de terror inspirado pelos rumores das invasões dos citas,
mas a destruição que pinta é mais do que a mais terrível das invasões; é juizo
divino num cataclisma universal, um dia quando o próprio Javé oficiará num
sacrifício cósmico (71). Só um remanescente, +um povo modesto e humilde,
que confia no nome de Javé» (72), pode esperar escapar e viver para
contemplar os começos de uma nova ordem mundial.
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Além disso, não é de modo algum tôda a profecia escrita que pode ser
considerada de importância menor, comparada com a obra dos grandes profetas
do oitavo e sétimo séculos. Há obra de primeira categoria, embora de espécie
diferente, no período persa. Os mais altos cumes de todos foram alcançados
naqueles fragmentos de um profeta desconhecido, incorporados na segunda
parte do livro de Isaías e conhecidos desde Duhm, como os +Cânticos do
Servo» (76). Em tôrno desses cânticos foi tecida aquela promessa lírica e
exultante de um nôvo dia, conhecida como Segundo Isaías, onde a mensagem é
apresentada numa série de cantos, e em que o monoteísmo alcança sua
expressão mais explícita no Velho Testamento. Este, por sua vez, foi editado por
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CAPÍTULO IV
(1) Cf. North, no «Expository Times», vol. 47, p 356: «Fora do Velho Testamento, a figura
mais semelhante aos profetas é Zoroastro. Mas o zoroastrismo difere notavelmente do
judaísmo em que Zoroastro não teve sucessor».
(2) Cf. Gressmann: «Foreign Influences in Hebrew Prophecy», Journal of Theological
Studies, vol. 27, pp 241-254; e McCown: «Genesis of the Social Gospel», pp 213-238.
(3) Tradução de Gardiner, citada por McCown, op. cit., p 220.
(4) Também da 12a. Dinastia, cf. Peet: «Comparative Study of the Literatures of Egypt,
Palestine and Mesopotamia», pp 114-122.
(5) Podem ser reconhecidos fragmentos poéticos da antiga saga, por exemplo, em Êx
15.21; 17.16; Nm 10.35, 36; 21.14-1827-29.
(6) Com Êx 20.3-17, comparar Dt 5.7-21; 27.15-26; Lv 19.3-18; Êx 34.14-26.
(7) Os «filhos dos profetas» ou guildas proféticas aparecem tanto no segundo como no
terceiro grupo de material.
(8) A palavra «pós-exílico» é uma designação proveniente do período após a destruição de
Jerusalém, em 586 a. C., embora deva reconhecer-se que só pequena parte da população
total foi deportada, na época, para Babilônia.
(9) Os 12.13 (Heb., Os 12.14).
(10) A palavra «mishpat» significa uma decisão judicial, a execução de uma decisão,
(juizo), o principio exemplificado pela decisão (justiça), ou os costumes e padrões aceitos
como corretos. Aqui o significado é quase o de «constituição» do reino.
(11) II Sm 5. 3.
(12) II Rs 11.17.
(13) Jr 22.16.
(14) Tais como o «Código da Aliança», Êx 20.23-23, 33; o Código Deuteronomístico, Dt
12-26; a «Lei de Santidade», Lv 17-26 e o material estatutário do Código Sacerdotal em
Êx, Lv e Nm.
(15) SI 15 e 24.1-6, e Jr 7.5-10 indicam uso litúrgico, de fórmulas éticas parecidas com o
Decálogo.
(16) Os 13.4, 5; 12.13.
(17) Jr 7.22, 23.
(18) Cf. Cap. 111, p 59. Il Sm 11.2-12, 15; I Rs 21; Jr 22.13-19.
(21) I Rs 11.29-40; II Rs 9.1-3.
(22) I Rs 16.1-4; Am 7.9.
(23) I Rs , 22.5-28; Jr 26-28.
(24) Ml 4-5, 6 (Heb. Ml 3. 23, 24); cf. Mt 17.3, 10-13.
(25) I Rs 18.17-22; 21.20.
(26) Os 2.8 (Heb. 2.10).
(27) II Rs 2.23, 24.
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(28) Pode ser, decerto, que a água foi obtida no mar, que não ficava muito longe.
(29) Micklem: «Prophecy and Eschatologie», p 93. (30) «The People and the Book», ed. A.
S. Peake, p 261.
(31) I Rs 19.11; cf. Êx 33.21-23.
(32) Os 6.6; 8.11-13; Jr 7.22.
(33) O material relativa a Eliseu encontra,se em II Rs 2.1-9.3; 13. 14-21, junto com uma
curta inserção no ciclo, de Elias, que estabelece sua relação com êste, em I Rs 19.15-21.
(33a) I Rs 17.16 e II Rs 4.1-7; I Rs 17.17-24 e II Rs 4.18-37; I Rs 19. 15-17 e II Rs 8.7-15;
9-1-13; (Nota do Tradutor).
(34) A frase significa, aparentemente, «segura defesa de Israel»; Il Rs 2.12 ;13.14.
(35) As lendas de seus mestres chegam, sem dúvida, até nós, por meio dos «filhos dos
profetas». Só é apresentado aqui um ligeiro esforço, da profecia clássica, pois ela constitui
o material para os capítulos subseqüentes.
(37) Am 7.12, 13.
(38) Am. 1.1; ver cap. I, nota 14. Esse terremoto é ainda referido séculos depois; cf. Zc
14.5.
(39) Am 8.8; cf. 3.15; 4.11, 12; 6.9-11.
(40) Am 6.6.
(41) Am. 3.2.
(42) «Eu odeio o exibicionismo -- o fingimento de me 'honrar' com festas religiosas e
assembléias solenes. Eu não aceitarei as ofertas queimadas e as ofertas de gratidão. Nem
sequer vou olhar para as ofertas de paz. Acabem com esse barulho das suas canções;
eles são um barulho que incomoda meus ouvidos. Não ouvirei suas músicas, por mais
belas que sejam. O que Eu quero ver é a justiça correndo como um rio. Quero ver uma
correnteza de justiça e retidão». Am 5.21-24; 4.4, 5.
(43)Am 5.18.
(44) Am 9.7b. Deveria acrescentar-se que 9.8b-15, com sua modificação da mensagem do
profeta e sua clara referência, no vers. 11, à queda de Jerusalém como já acontecida, é
um apêndice pós-exílico. Ver adiante, p 88.
(44a) Embora o minidicionário Aurélio defina a palavra anarquia como «falta de governo ou
chefe» e «confusão ou desordem disso resultante». A confusão ou desordem aqui
resultava principalmente das ações do rei e dos sacerdotes com toda sua carga de
corrupção, agravada pela degradação de toda a sociedade. «Seus líderes serão mortos
pela espada dos seus inimigos» Oséias 7:16, referindo-se a Uzias e Jeroboão II, então,
reis de Israel, conforme Oséias 1:1. Se quiser avançar mais profundamente sobre o
significado da palavra anarquia consulte o FAQ anarquista (Nota do editor da edição
eletrônica).
(45) Os 4.1.
(46) Cf. a, exigência para a temporária dessagração de um sacerdote, em Ez 44.19. (47)
Os 4.6.
(48) Os 5.14, 15; 6.4-6; 10.12-15, e 2.14-23; 11.8, 9; 14.1-8.
(49) Am 5.27; Os 5.13; 8.9; 9.3; 10.6.
(50) Is, 7.9; 8.5-8.
(51) II Rs 16.10-13.
(52) II Rs 19.6, 7; Is 37.6, 7, 21-35.
(53) Is 6.
(54) Is 5,16.
(55) Is 7-3-9; 28.14-18; 30.12-18.
(56) Is 10.20-22; 6.9-13; 7.3; 37.31-32.
(57) Mq 3.12.
(58) Mq 2.1-2; 3.1-3, 10.
(59) Mq 3-5-7, 11.
(60) Mq 1.10-16.
(61) Cf. Jas. Smith: «The Book of the Prophet Ezekiel». Em adição, em II Rs 21.10
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