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Uma Festa Diferente

João 7.41-43

 A história e a cultura do povo de Israel é permeada por diversos momentos festivos,


onde o povo podia extravasar seus profundos e sinceros sentimentos
 Algumas dessas celebrações duravam até 1 semana
 Nessas ocasiões, o povo arrependido de seus pecados, buscava o perdão e a bênção
de Deus
 Além do aspecto religioso, as festas eram também momentos de descontração e
grandes celebrações
 Sempre que as colheitas eram abundantes e os rebanhos se multiplicavam, o povo
expressava em grandes demonstrações a sua gratidão a Deus
 Cantavam, tocavam e dançavam pelas ruas de Israel
 Em algumas festas, havia instantes de oração e meditação
 Contudo, sua forma de adoração mais comum era o regozijo, com muita música,
alegria e banquetes
 Todas essas festas tinham um cunho educativo
 Elas possibilitavam reportar a imagem de um Deus que operava milagres, dava-lhes
plantações exuberantes, que os amava e perdoava
 A Festa dos Tabernáculos ou Festa das Cabanas, era uma dessas manifestações
festivas do povo de Israel
 A Festa dos Tabernáculos era comemorada no inicio do outono e celebrava a colheita
das uvas e azeitonas
 Era talvez, a festividade mais alegre, a ocasião em que o povo mais se divertia
 Ela leva esse nome, pois nessa ocasião, tanto os moradores de Jerusalém quanto os
moradores de outras cidades, armavam tendas pelas ruas e telhados das casas
 A Festa dos Tabernáculos possuía dois aspectos diferenciados
 Uma parte dela era consagrada ao louvor e ações de graça
 Todos os dias da festa, sacerdotes desciam até o tanque de Siloé, enchiam ali uma
jarra dourada com água e a traziam numa solene procissão ao templo
 Sob o júbilo do povo e os sons da música do templo, essa jarra era esvaziada ao
mesmo tempo com uma jarra de vinho nas vasilhas de pratas fixadas no altar
 O simbolismo desse ritual era dar graças a Deus pela água, e suplicar-lhe as chuvas
de inverno
 O segundo aspecto dessa festa eram as celebrações festivas
 À noite, as multidões festejavam com banquetes, músicas e danças
 A Festa dos Tabernáculos é o pano de fundo do capítulo 7 de João
 Assim como os seus discípulos e a grande maioria dos israelitas, Jesus também
participou dessa grande festa
 Devido a sua popularidade, Jesus não foi um mero participante da festa, mas ele
acabou destacando-se entre todos
 E quando as pessoas viram e ouviram Jesus tiveram diferentes opiniões acerca dele
 Vejamos então quais as opiniões acerca de Jesus, na Festa dos Tabernáculos
 João 7.40-43

1ª Opinião acerca de Jesus era de que ele não passava de um SER HUMANO COMUM
“...Como pode o Cristo vir da Galiléia?” v.41

 A maior parte da infância e adolescência de Jesus ocorreu na região da Galiléia


 Isso explica o questionamento de uma parte do povo
 Havia uma promessa de que o Cristo teria a cidade de Belém como cidade natal
 Miquéias 5.2: “Mas tu, Belém-Efrata, embora pequena entre os clãs de Judá, de ti virá
para mim, aquele que será o governante sobre Israel...”
 A promessa se cumpriu quando Jesus nasceu na cidade de Belém
 Mateus confirma isso no 2º capítulo, versos 1 e 2: “Depois que Jesus nasceu em
Belém da Judéia, nos dias de Herodes, magos vindos do oriente chegaram a
Jerusalém e perguntaram: Onde está o recém-nascido reis dos Judeus?”
 Esses textos nos mostram que algumas pessoas ali presentes, tinham uma visão
equivocada de Jesus
 Rejeitavam a Cristo, pois achavam que ele tinha nascido na Galiléia e não na Judéia,
como prevera a promessa
 Rejeitavam a Jesus pois criam ser ele um homem como qualquer outro
 Rejeitavam a Jesus pois não sabiam com dados precisos quem ele era
 A era atual tem caracterizado pela busca do conhecimento, a busca do racional, a
busca daquilo que é explicável pela ciência e comprovado pela história
 A partir dessa linha, algumas pessoas buscam conhecer a Cristo baseando-se no que
a ciência afirma
 Buscam provas concretas e palpáveis de que Jesus realmente viveu nesta terra
 Essa busca é procura do Jesus histórico e não do Jesus que salva a alma
 Buscar Jesus apenas na história é partir do ponto errado
 Algumas religiões fundamentam-se nos conceitos de que Cristo foi apenas histórico
 Admitem sua existência, mas o vêem como um ser humano qualquer
 Idealizam um Jesus inconformado com a opressão que os romanos e os líderes
religiosos impunham sobre o povo israelita
 Idealizam um Jesus revolucionário
 Mas esse Jesus foi apenas um homem calado pela força do império romano
 O texto de João evidencia que as pessoas adquiriam certo conhecimento teórico do
Antigo Testamento
 Eram pessoas familiarizadas com o conteúdo das Escrituras
 É indiscutível a necessidade da busca do conhecimento
 Um “deus Desconhecido” jamais poderá ser objeto da verdadeira adoração
 Entretanto, devemos nos precaver com a valorização do mero conhecimento
 Não devemos pensar que é suficiente conhecer os fatos e as doutrinas da nossa fé
 A menos que os nossos corações e vidas sejam inteiramente influenciados por esse
conhecimento
 É possível cursar um doutorado em Bíblia, discutir sobre as doutrinas do cristianismo
e, assim mesmo, permanecer morto em delitos e pecados
 Conhecer o Jesus histórico, é conhecer apenas o Jesus humano
 Conhecer o Jesus humano, é conhecer apenas o homem bom, o homem integro, o
homem comprometido com a valorização do ser humano
 Essas descrições refletem a realidade de Jesus sim, mas Jesus não foi só isso
 O conceito genuíno de Jesus extrapola essas verdades
 Mas um grupo de pessoas não descobriu isso
 Conheceram apenas Jesus como um mero ser humano

2ª OPINIÃO ACERCA DE JESUS ERA DE QUE ELE ERA UM PROFETA


“Ouvindo as suas palavras, alguns dentre o povo disseram: certamente este homem é
profeta.” v.40

 Em Deuteronômio 18.15 Deus promete a Moisés que levantaria um profeta, o qual


daria um direcionamento para a nação: “Levantarei do meio de seus próprios irmãos
um profeta como você; porei minhas palavras na sua boca, e ele lhes dirá tudo o que
lhe ordenar.”
 A expectativa de parte da comunidade judaica era a de que surgissem 2 pessoas
distintas
 A primeira seria uma espécie de “2º Moisés”
 Um profeta que teria características similares àquelas demonstradas por Moisés
 Mas eles criam também que além desse profeta viria o Messias
 Na ocasião da Festa dos Tabernáculos, alguns identificaram Jesus como sendo “O
Profeta” ou o 2º Moisés
 Em relação àquelas pessoas que viam Jesus como um mero ser humano, houve um
progresso
 Porém a visão acerca de Jesus ainda continuava equivocada
 Diferente da visão propagada na novela “O Profeta”, a Bíblia demonstra que os
profetas eram homens e mulheres escolhidos por Deus para proclamar sua
mensagem
 Os profetas não eram pessoas dotadas de poderes sobrenaturais
 Os profetas eram apenas pessoas que mantinham um relacionamento muito próximo
com Deus
 Em decorrência dessa intimidade, Deus levava o profeta a enxergar a realidade
presente e projetava na mente do mesmo as realidades futuras, as conseqüências
 Os profetas tiveram um papel de suma importância no desenvolvimento da história do
povo de Deus, porém eram homens, apenas homens
 Em várias situações Moisés demonstrou que possuía defeitos
a) Assassinou um egípcio;
b) Teve medo de falar com Faraó;
c) Quando Deus pede para que apenas toque na rocha com uma vara, ele
praticamente espanca a rocha
 Jonas é um exemplo clássico das limitações de um profeta
 Mesmo recebendo uma ordem clara de Deus, ele foge da sua responsabilidade
 Igualar Jesus aos profetas é tê-lo como alguém que falhou
 Hoje existem religiões que crêem dessa forma
 Acreditam que Jesus veio a esta terra para cumprir uma missão, mas não como um
salvador, apenas como um anunciador
 Os mulçumanos acreditam que Deus enviou diferentes mensageiros através da
história da humanidade
 Todos vieram com a mesma mensagem e os mesmos ensinamentos, que foram sendo
adulterados através dos tempos
 Os muçulmanos acreditam em Noé, Abraão, Isaac, Ismael, Jacó, Moisés, Davi, Jesus
e Maomé
 Todos estão em pé de igualdade
 Esta foi a percepção de uma parte das pessoas presentes na Festa dos Tabernáculos
 Para eles, Jesus não era um homem qualquer, todavia, não era também o Messias
libertador

3ª Opinião acerca de Jesus era de que ele era o Cristo


“Outros disseram ele é o Cristo.” v.41

 Jesus é visto não como mais um profeta, mas como o Cristo, o Messias, o Ungido de
Deus, aquele que cumpriu a Lei de duas formas:
a) nele se cumpre a esperança messiânica;
b) leva a Lei à perfeição, já não basta saber a letra, tem que entender o espírito da Lei.
 Os israelitas ansiavam pela vinda do Messias
 O Cristo que relatado em Isaías 61.1-3: “O Espírito do Soberano, o Senhor, está sobre
mim, porque o Senhor me ungiu para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para
cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e
libertação aos prisioneiros, para proclamar o ano da bondade do Senhor e o dia da
vingança do nosso Deus, para consolar todos os que andam desamparados, e dar a
todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em
vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido...”
 Em Lucas 4 vemos Jesus lendo essa passagem no templo, e após concluir a leitura
ele fecha o livro e começa a dizer: “Hoje se cumpriu as Escrituras que vocês acabaram
de ouvir.”
 Quando aquelas pessoas na Festa do Tabernáculo declararam “Ele é o Cristo”,
estavam reconhecendo que diante deles estava aquele o qual eles tanto ansiavam
pela sua chegada
 Estavam reconhecendo que o Cristo havia chegado
 Aquelas pessoas haviam acabado de Cristo a seguinte mensagem: “Se alguém tem
sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior
fluirão rios de água viva”. V.37b-38
 Numa festa onde o principal ritual envolvia a água, Cristo dá um novo sentido para
água
 A água física, essencial para a sobrevivência humana, é esgotável
 Estudos tem revelado que daqui a cerca de 40 anos, o consumo médio por pessoa
deverá ser reduzido de 180 litros para 40 litros diários
 Embora não haja uma preocupação imediata com isso, a verdade é que água do
planeta está acabando
 Mas Cristo oferece uma água inesgotável
 O impacto dessa palavra foi intenso na vida daquelas pessoas
 Para nós, a água é algo comum, basta ligar a torneira e pronto
 Naquela região, a água já era um bem precioso
 Era algo valioso e não era tão fácil de conseguir
 Não haviam tubulações que levavam a água nas residências
 Quando Cristo afirmou que as pessoas, as quais cressem nele iriam jorrar rios de
água viva, essa mensagem reportou o pensamento de alguns às promessas
relacionadas à vinda do Messias
 Isaías relata o Cristo como alguém quem vem trazer a libertação, aquele que vem
trazer alegria, aquele que vem consolar os deprimidos, aquele que vem dar um novo
sentido de vida, aquele que vem dar uma nova vida
 Aquele grupo de pessoas compreenderam que estavam ouvindo as palavras do
Messias
 Não eram apenas palavras bonitas e motivadoras de um ser humano
 Não eram apenas revelações de um profeta
 Mas eram as palavras de salvação
 Eram as palavras do Deus encarnado
 Os líderes religiosos daquela época não compreenderam isso
 Ordenaram aos soldados que prendessem Jesus
 Mas quando os soldados chegaram até a festa e ouviram Jesus suas vidas foram
transformadas
 Retornaram aos líderes religiosos sem Jesus
 E quando foram questionados o porquê de não terem prendido Jesus, simplesmente
responderam: “Ninguém jamais falou da maneira como esse homem fala”. V.46

Conclusão
 As pessoas daquela época foram a uma festa sem a menor pretensão de se deparar
com Jesus
 Estavam participando da Festa dos Tabernáculos como participavam todos os anos
 O objetivo era agradecer a Deus, mas era também apenas festejar, apenas se alegrar
 Mas ao ouvirem Jesus falando, tiveram que fazer uma decisão
 Como agir frente às palavras de Jesus?
 Um primeiro grupo simplesmente ignorou
 Viram Jesus como apenas mais um judeu qualquer
 Um segundo grupo enxergou em Jesus um ser humano que tinha uma relação muito
forte com Deus
 Acharam que Jesus era um profeta
 E por fim, um terceiro grupo enxergou em Jesus aquele que viera para salvar não
apenas almas, mas a vida por completo
 Reconheceram que o Messias prometido desde a antiguidade estava presente
naquela festa
 Aliás, o que era pra ser apenas mais uma Festa do Tabernáculos, tornou-se uma festa
de libertação, Uma festa de salvação
 Que nessa noite, celebremos a Deus intensamente, gratos pelo aniversário desta
igreja
 Reconhecendo o seu cuidado para com a mesma
 Mas que não seja apenas isso
 Que seja um momento de reflexão sobre o que Cristo tem sido para nós
 O que Cristo representa para a sua vida?

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