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J UANR I BE PAGLIARIN

A V I D A C O MP L E T A
Copyright © 2 0 0 7 by Juanribc Pagliarin
Todos os direitos reservados

A apresentação inédita e especial do texto do Evangelho,


em forma reunida e cronológica, bem como as Notas
Bibliográficas, Títulos e Cabeçalhos, está totalmente
protegida por prévios copyrights cm favor do Autor, a
quem pertence todos os direitos.

Capa: Douglas Lucas


Revisão: A ndrea Filatro
Acompanhamento gráfico: Bianca Pagliarin
Diagramação: Sandra Oliveira
Produção: Geórgia Pagliarin
Coordenação Geral: Giancarlo Pagliarin

Primeira Edição: Abril, 2007

©2007, Editora Bless Press Ltda.


Av. Paulista, 2444, cjs 143-144
Atendimento ao Consumidor:
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Pagliarin, Juanribe
J esus / A Vida Completa / Juanribe Pagliarin.
São Paulo : Bless Press, 2007.

ISBN 978-85-905787-3-4

1. Jesus Cristo - Biografia 2. Jesus Cristo


Historicidade 3. Jesus Cristo - Pessoa e missão
I. Título

0 7-1850 C D D -232.901

Í ndice para catálogo sistemático:


1. Jesus Cristo : Biografia : Cristologia
232.901
Os quatro evangelistas,
todos eles, dão-nos o re­
trato de u m a personalidade
muito bem definida, obrigando-
nos a dizer: este homem
existiu. Isso não pode ser
inventado.
H. G. Wells (1866-1946)
Quatro testemunhas
escreveram sobre a vida de J e s u s :

YOHANAN - Era um jovem pescador galileu que, a princípio, se­


guia João Batista - um homem impressionante, que imergia as pessoas
nas águas, num estranho ritual de purificação, bem diferente da simples
lavagem das mãos e dos pés que os judeus observavam1. Todos conside­
ravam João Batista “O Profeta” anunciado por Moisés2. Por isso o jovem
João (este é o seu nome em português) ficou muito impressionado quan­
do ouviu o seu mestre dizer que, na verdade, estava preparando o cami­
nho para outra pessoa, tão poderosa, que ele mesmo não era digno de
desatar a correia e levar-lhe as alparcas3.
De tanto ouvir o seu mestre repetir isso, o jovem João foi criando
expectativa sobre aquela pessoa que estava por vir.
Um dia, quando se encontrava à beira do rio Jordão, ele viu o seu
mestre, quase eufórico, apontar para uma pessoa que havia acabado de
batizar, e dizer:
Este é Aquele de quem eu disse: depois de m im vem um Varão que passou
adiante de mim, porque antes de mim Ele já existia. Eu não O conhecia;
mas O que me enviou a batizar com água, Esse me disse: Aquele sobre quem
vires descer o Espírito, e sobre Ele permanecer, Esse é o que batiza com o
Espírito Santo. Eu vi e já vos dei testemunho que Esse é o Filho de Deus!
Ele é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do Mundo '.
Tais declarações, por si só polêmicas, causaram forte impressão em
João. Impelido por grande curiosidade, e acompanhado do amigo
André, deixou o seu mestre e passou a seguir J esu s .
Ele conta que J esus, vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que buscais?
E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde pousas?
Respondeu-lhes: Vinde e vede5.
A partir daquele dia, o jovem João ficará colado ao seu novo Mestre e
será o único discípulo a estar com J esus desde o primeiro ao último dia.
Durante três anos, João será testemunha ocular de todos os fatos ocor­
ridos com J esus , registrará suas palavras, orações, agonias e glórias.
O relato fiel de testemunha tão próxima por si só já seria suficiente para
nos dar um perfil bem detalhado sobre J esus. Mas Yohanan - nome hebraico
que quer dizer Deus fez graça ou Deus égracioso - não é a única testemu­
nha ocular daqueles fatos. Há outro galileu, cspecialmente culto, rico e
inteligente, que também seguirá J esus e nos escreverá a sua história:

M a t t ITH YA H - Ficou conhecido entre nós como Mateus. Seu


nome inicial era Levi que, cm hebraico, quer dizer junto, adesão. Era um
dos cobradores de impostos a serviço do Império Romano. Esses cobra­
dores eram chamados pelos romanos de publicanos, do latim publi (raiz
da palavra público) mais canus (de cãs, cabelos brancos). Deveriam ser
homens respeitáveis, fiéis guardadores da coisa pública. Mas não era isso
o que ocorria. Cobravam além daquilo que estava ordenado por Roma e
enriqueciam com a diferença. Os judeus os desprezavam e os chamavam
de publicanis(onde canis é cão) e os consideravam cães públicos, traido­
res da pátria, a serviço do inimigo romano. O odiado Levi tinha a seu
cargo a rendosa coletoria de Cafarnaum.
Certo dia J esus , acompanhado de João e outros discípulos, passou
por ali e disse ao publicano Levi: Segue-me6. Surpreso com o inesperado
chamado do maior de todos os judeus, cuja fama já se havia espalhado,
Levi deixou a sua rendosa concessão pública para seguir, incondicional-
mente, Aquele que o amou sem nenhuma explicação. Naquela mesma
noite, Levi ofereceu-lhe um lauto banquete7, ao qual muitos comparece­
ram na sua magnífica mansão. Foi uma despedida digna de constar nas
colunas sociais de Cafarnaum. O cobrador de impostos abandonou uma
vida confortável para andar Levi/Junto com J esus, em total adesão ao seu
Mestre, percorrendo com Ele todas as aldeias e cidades de Israel.
Levi será testemunha ocular de vários fatos c registrará, entre tantas
outras coisas, o famoso Sermão na Montanha, o novo Código de Leis
instituído por J esus Cristo8. Seu nome foi mudado para Mattithyah, pa­
lavra hebraica que quer dizer Dom de Deus. Não se sabe se este nome lhe
foi dado por JEsus ou se Levi mesmo o adotou depois da sua conversão,
para mostrar que a salvação é um presente que o ser humano recebe de
Deus, sem merecer. Afinal, quem poderia imaginar que um publicano
poderi a se tomar um dos mais importantes apóstolos de J esus?
Mateus foi o autor da parte do Evangelho que leva o seu nome.
Foi também o escritor que mais citou as profecias da Torá e as compa­
rou à vida de J esus, para provar aos Judeus que Ele era o Messias aguar­
dado, o Ungido.
Os relatos de João e Mateus já nos dariam uma visão completa sobre a
vida J esus. Mas nós temos ainda a fonte histórica de:

YOHANAN MARCUS - João Marcos era um adolescente naquela


ocasião. Sabe-se que sua família era rica, porque possuía uma imponente
casa em Jerusalém, com um grande pavimento no andar superior, chama­
do de Cenáculo. Seu pai era admirador de J esus c lhe emprestou o
Cenáculo para comer a Páscoa com os seus discípulos9.
Além da Ultima Ceia, João Marcos presenciou um dos fatos mais im­
pressionantes da vida de J esus: a sua prisão no Getsêmani. Naquela noi­
te, Marcos também foi preso, mas conseguiu escapar. Ele relata aquela
experiência única e inesquecível, como se falasse de outra pessoa:
Ora, seguia-o certo jovem envolto em um lençol sobre o corpo nu. E o
agarraram. Mas ele, largando o lençol, fugiu despido l0.
Após a partida de J esus, a sua casa em Jerusalém se transformará na
primeira Igreja Cristã, onde congregarão ilustres personagens, como os
apóstolos e também a mãe e os irmãos de J esus". Ali Marcos ouvirá
inúmeras vezes os relatos sobre a vida do Mestre. Também acompanhará
o apóstolo Pedro em muitas viagens missionárias12e escutará os seus rela­
tos sobre diversas passagens da vida de J esus.
Por ter Pedro como a principal fonte, o Evangelho de Marcos tam­
bém é conhecido como O Evangelho de Pedro.
E, finalmcnte, temos o relato do “primeiro jornalista cristão da Histó­
ria”, que fez uma investigação minuciosa sobre a vida de J esus, entrevis­
tando todas as testemunhas vivas à época:
LUCAS - Era um médico estrangeiro13 que se converteu ao Cristia­
nismo c se tornou colaborador permanente do apóstolo Paulo. Culto c
cientificamente preparado, dominava o grego clássico, servindo de inter­
prete e escritor para o apóstolo Paulo. Conhecia muitas pessoas influen­
tes, tanto que o seu relato investigativo sobre a vida de J Esus , que nos
traz detalhes não mencionados pelos demais escritores, foi dirigido a um
homem im portante, a quem ele chama de Excelentíssimo Teójilo, título
aplicado somente às autoridades.
Lucas com eça o seu relato sobre a vida de J esus , escrevendo:
Visto que muitos têm empreendido fa zer um a narração coordenada dos
fatos que entre nós se realizaram, segundo no-los transmitiram os que desde
o princípio foram testemunhas oculares e ministros da Palavra, também a
m im pareceu-me bem, ó Excelentíssimo Teóf ilo, depois de haver investigado
tudo cuidadosamente desde o começo, escrever-te uma narração em ordem,
para que conheças plenamente a verdade das coisas em que foste instruído 14.
Graças a esta pesquisa de Lucas, pudemos conhecer fatos im portantís­
simos a respeito do nascimento de João Batista e de J esus , bem como a
única informação confiável sobre a sua infância.
A cuidadosa narração de Lucas transformou-se no mundialmente co­
nhecido Evangelho de Lucas.

J esus: A V ida C ompleta.


Desde criança eu me perguntava: “Por que eles não escreveram juntos
sobre a vida de Jesus? O que um esquecesse, o outro lembraria” .
Foi ainda no meu coração infantil que nasceu o desejo de reunir os
quatro relatos em um só.
Durante anos este projeto permaneceu vivo em meu coração. Até que
um dia comecei a realizá-lo.
Este livro é o resultado de anos de muita pesquisa e trabalho, e traz os
relatos entrelaçados destas quatro fontes históricas.
Por isso, ao ler JE SU S, você vai encontrar no início c no meio do
mesmo parágrafo os sobrescritos MT,MC,LC,JO.
Desta maneira, indico que aquele detalhe foi dado por tal testemunha,
onde MTé Mateus, MCé M arcos,LCé Lucas, JOé João.
O resultado deste cruzam ento de relatos é um rico detalhamento de
cada passagem da vida de Jesus. Para você entender melhor, deixe-me
pegar como exemplo o episódio da Sua Crucificação:
LC Quando chegaram ao lugar MTchamado Gólgota, que significa Lu­
gar da Caveira,MCofereceram-lhe vinho misturado com mirra. MTMas Ele,
provando-o, não quis beber.
LC E ali o crucificaram.
J esus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem:
Mt E era a hora terceira quando o crucificaram.11 E também aos mal­
feitores, um à direita e outro à esquerda,10 um de cada lado, e J esus no
meio.
MCE cumpriu-se a Escritura que diz: E com os malfeitores foi contado.
JOE Pilatos escreveu também um título e o colocou sobre a Cruz, MT
por cima da sua cabeça, MT com a sua acusação. 10 E nele estava escrito:
JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS.
Muitos dos judeus, pois, leram este título, porque o lugar onde
J esus foi crucificado era próximo da cidade. E estava escrito em
hebraico, latim e grego. Diziam então a Pilatos os principais sacerdo­
tes dos judeus:
- Não escrevas: O Rei dos Judeus, mas que ele disse: Sou rei dos judeus.
Respondeu Pilatos:
- O que escrevi, escrevi.

No final deste livro, você encontra as referências históricas de cada


passagem e poderá ver - e até conferir - a fidelidade de cada detalhe.
Ainda no exemplo do episódio acima você encontrará:
A C rucificação
LC 23:33a, MT 27:33b, MC 15:23a, MT 27:34b, I.C 23:33-34a, MC 15:25, LC 23:33b, JO
19:18b, MC 15:28, JO 19:19a, MT 27:37a, MC 15:26a, JO 19:19b-22 (onde “a” é o início do
texto e “b” é o final).

Além de preservar o detalhe de cada testemunha, tomei o cuidado de


não incluir nenhuma palavra minha ao texto original. E organizei os fatos
na provável ordem em que ocorreram.

Por isso tudo, este não é um livro sobre religião. É um livro histórico
e fiel sobre a vida de J esus . Crer, é uma questão pessoal. Leia e tire as
suas próprias conclusões sobre Je su s : A V ida C ompleta .
N O P R IN C ÍPIO
era o V erbo , e o
V erbo estava
com D eus , e o
V erbo era D eus .
E le estava
no P r in c íp io
c o m D eus .
T odas as coisas
FORAM FEITAS
po r E le e,
sem E le, nada
D O QUE FOI FEITO
SE FEZ.

JOÃO 1:1'3
S o b r e as datas a q u i a p r e s e n t a d a s

A História registra que Herodes, o Grande, ficou doente aos setenta


anos e morreu logo após o eclipse lunar de 12 de março do ano 4 a. C.,1
ocasião em que os judeus da Palestina fizeram uma grande festa para
comemorar a sua morte.
Como um dos seus últimos atos em vida foi mandai- matar todos os
meninos de dois anos para baixo, segundo o tempo que com precisão inquiri­
ra dos magos2, para tentar destruir Aquele que era nascido rei dos judeus3,
ficamos sabendo que J esus, na verdade, não nasceu no ano zero da Era
Cristã mas, pelo menos, seis anos antes da era atual. Portanto, J esus nas­
ceu, provavelmente, no ano 6 a.C.

O historiador Lucas nos informou que J esus, ao começar o Seu Minis­


tério, tinha cerca de trinta anos4.
E mais: pelos relatos originais dos escritores, J esus participou de três
Páscoas e, na última, morreu crucificado, quando teria 33 anos. Se pegar­
mos o ano 33 da era atual e regredirmos os 6 anos anteriores, teremos
que, na verdade, J esus morreu na Páscoa do ano 27 d.C.
Como esta Festa judaica sempre acontece no dia 14 do mês de abibe,
com a semana dos pães asmos iniciando no 15° dia5, e com a ajuda do
software “Calendário Permanente” (wvw.ikbs.cjb.net) os dias a seguir
puderam ser calculados com relativa facilidade. Se estes dias não forem
exatos, ao menos são bem aproximados.
Ao apresentar estas datas, não pretendo oficializar dias e anos e, sim,
proporcionar a você uma idéia mais vivida de cada momento da vida de
J esus Cristo.
C erca do ano 7 a.C.

Z a c a r ia s e I s a b el : f u t u r o s pa is d e J o ã o B a t is t a

LC H ouve nos dias do rei tua mulher, te dará à luz um filho


Herodes, rei da Judeia, um sacer­ e lhe porás o nome de João. E te­
dote chamado Zacarias, da turma rás alegria e regozijo, e muitos se
de Abias. E sua mulher era descen­ alegrarão com o seu nascimento;
dente de Arão e chamava-se Isa­ porque ele será grande diante do
bel. Ambos eram justos diante de Senhor; não beberá vinho, nem be­
Deus, andando irrepreensíveis em bida forte c será cheio do Espírito
todos os mandamentos e preceitos Santo já desde o ventre de sua mãe.
do Senhor. Mas não dnham filhos, E converterá muitos dos filhos de
porque Isabel era estéril, e ambos Israel ao Senhor seu Deus. E irá
avançados em idade. adiante dele no espírito e no po­
Ora, estando ele a exercer as fun­ der de Elias, para converter os co­
ções sacerdotais perante Deus, na rações dos pais aos filhos e os re­
ordem da sua turma, segundo o beldes à prudência dos justos, a fim
costume do sacerdócio, coube-lhe de preparar para o Senhor um povo
por sorte entrar no Santuário do bem disposto.
Senhor, para oferecer o incenso. E to­ Disse então Zacarias ao Anjo:
da a multidão do povo orava da - Como terei certeza disso? Pois
parte de fora, à hora do incenso. eu sou velho e minha mulher tam­
Apareceu-lhe, então, um Anjo bém está avançada em idade.
do Senhor, cm pé à direita do Altar Ao que lhe respondeu o Anjo:
do incenso. E Zacarias, vendo-o, fi- ! - Eu sou Gabriel, que assisto di­
cou turbado c o temor o assaltou. ante de Deus, e fui enviado para te
Mas o Anjo lhe disse: falar c te dar estas boas novas. Eis
- Zacarias, não temas, porque que ficarás mudo e não poderás fa­
a tua oração foi ouvida e Isabel, I lar até o dia em que estas coisas
aconteçam; porquanto não creste nos, mas permanecia mudo. E, ter­
nas minhas palavras, que a seu tem­ minados os dias do seu ministé­
po hão de se cumprir. rio, voltou para casa.
O povo estava esperando Za­ Depois desses dias Isabel, sua
carias c se admirava da sua demo­ mulher, concebeu, c por cinco me­
ra no Santuário. Quando saiu, ses se ocultou, dizendo: assim me
porém, não lhes podia falar, e per­ fez o Senhor nos dias em que aten­
ceberam que tivera uma visão no tou para mim, a fim de acabar com
Santuário. E falava-lhes por ace­ o meu opróbrio diante dos homens.

S eis meses depois ...

O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JESUS

lc Ora, no sexto mês, foi o Anjo J esus. Este será grande e será cha­
Gabriel enviado por Deus a uma mado Filho do Altíssimo. O Se­
cidade da Galiléia, chamada Na­ nhor Deus lhe dará o trono de
zaré, a uma virgem desposada com Davi seu pai e reinará cternamen-
um varão cujo nome era José, da te sobre a casa de Jacó, e o seu
casa de Davi. reino não terá fim.
E o nome da virgem era Maria. Então Maria perguntou ao
E, entrando o Anjo onde ela es­ Anjo:
tava, disse: - Como se fará isso, visto que
- Salve, agraciada; o Senhor é não conheço varão?
contigo. Respondeu-lhe o Anjo:
Ela, porém, ao ouvir estas pala­ - Virá sobre ti o Espírito Santo
vras, turbou-se muito e pôs-sc a e o poder do Altíssimo te cobrirá
pensar que saudação seria essa. com a Sua sombra. Por isso o Ente
Disse-lhe então o Anjo: que há de nascer será chamado
- Não temas, Maria, pois Santo, o Filho de Deus. Eis que
achaste graça diante de Deus. Eis também Isabel, tua parenta con­
que conceberás e darás à luz um cebeu um filho cm sua velhice; e é
filho, ao qual porás o nome de este o sexto mês para aquela que
era chamada cstcril. Porque para gerações me chamarão bem-aven­
Deus nada é impossível. turada, porque o Poderoso me fez
Disse então Maria: grandes coisas e Santo é o Seu
- Eis aqui a serva do Senhor; Nome. E a Sua misericórdia vai de
cum pra-se em mim segundo a geração em geração sobre os que
tua palavra. O temem. Com o Seu braço ma­
E o Anjo ausentou-se dela. nifestou poder; dissipou os que
eram soberbos nos pensamentos de
M a r i a v a i v i s i t a r I sa b e l seus corações; depôs dos tronos os
poderosos c elevou os humildes.
“ N aqueles dias levantou-se Aos famintos encheu de bens, e
Maria e foi, apressadamente, à re­ vazios despediu os ricos. Auxiliou
gião montanhosa, a uma cidade de a Tsrael, Seu servo, lcmbrando-Sc
Judá, entrou em casa de Zacarias e de misericórdia (como falou a nos­
saudou a Isabel. Ao ouvir Isabel a sos pais) para com Abraão e sua
saudação de Maria, saltou a crian­ descendência para sempre.
cinha no seu ventre, c Isabel ficou E Maria ficou com ela cerca
cheia do Espírito Santo. de três meses.
E exclamou em alta voz: E depois voltou para sua casa.
- B endita és tu en tre as m u ­
lheres e bendito é o fru to do Jo s é p l a n e ja d e ix a r M arla
teu ventre! E donde me provém
isto, que me venha visitar a mãe MTOra, estando Maria desposa-
do meu Senhor? Pois logo que me da com José, antes de se ajunta-
soou aos ouvidos a voz da tua sau­ ! rem, ela se achou ter concebido do
dação, a criancinha saltou de ale­ Espírito Santo.
gria dentro de mim. Bem-aventu­ E como José, seu esposo, era
rada aquela que creu que se hão justo c não a queria infamar, in­
de cumprir as coisas que da parte tentou deixá-la secretamente.
do Senhor lhe foram ditas. E projetando ele isso, eis que
Disse então Maria: em sonho lhe apareceu um Anjo
- A minha alma engrandece ao do Senhor, dizendo:
Senhor e o meu espírito exulta cm - José, filho de Davi, não temas
Deus, meu Salvador; porque aten­ receber a Maria, tua mulher, pois o
tou na condição humilde de sua que nela se gerou é do Espírito San­
serva. Desde agora, pois, todas as to. Ela dará à luz um filho, a quem
chamarás J esus; porque Ele salvará creveu: SEU NOME É JüÀO. E todos
o seu povo dos seus pecados. se admiraram. Im ediatam ente a
Ora, tudo isso aconteceu para boca se lhe abriu c a língua se lhe
que se cumprisse o que fora dito da soltou, louvando a Deus.
parte do Senhor pelo profeta: Eis que Então veio tem or sobre todos
a virgem conceberá e dará à lu z um os seus vizinhos.
filho, o qual será chamado E manuel , E em toda a região m ontanho­
que traduzido é: Deus conosco. sa da Judéia foram divulgadas to ­
E José, tendo despertado do das estas coisas. E todos os que
sono, fez com o o A njo do Se­ delas souberam as guardavam no
nhor lhe ordenara e recebeu sua coração, dizendo: “ Q uem virá a
mulher. ser, então, este m enino?” Pois a
E não a conheceu como m u­ mão do Senhor estava com ele.
lher até que deu à luz um filho. Zacarias, seu pai, ficou cheio
do Espírito Santo e profetizou,
O NASCIMENTO DE JOÃO dizendo:
- Bendito seja o Senhor, Deus
Ic E completou-se para Isabel o de Israel, porque visitou e remiu
tempo de dar à luz e teve um fi­ o Seu povo, e para nós fez surgir
lho. Ouviram seus vizinhos e pa­ uma Salvação poderosa na casa de
rentes que o Senhor lhe multipli­ Davi, Seu servo. Assim como des­
cara a sua misericórdia e se alegra­ de os tempos antigos tem anunci­
vam com ela. ado pela boca dos Seus santos pro ­
Sucedeu, pois, no oitavo dia, fetas; para nos livrar dos nossos
que vieram circuncidar o m eni­ inimigos c da mão de todos os que
no. E queriam dar-lhe o nome de nos odeiam; para usar de miseri­
seu pai, Zacarias. córdia com nossos pais e lembrar-
R espondeu, porém , sua mãe: se do Seu santo pacto e do jura­
- De modo nenhum , mas será m ento que fez a Abraão, nosso
chamado João. pai, de conceder-nos que, liberta­
Ao que lhe disseram: dos da mão de nossos inimigos,
- Ninguém há na tua parentcla O servíssemos sem temor, em san­
que se chame por este nome. tidade e justiça perante Ele, todos
E perguntaram por acenos ao os dias da nossa vida. E tu, m eni­
pai como queria que se chamasse. n o , serás cham ado P ro feta do
E pedindo ele uma tabuinha, es­ Altíssimo. Porque irás ante a face
do Senhor, a preparar os Seus ca­ jazem nas trevas e na sombra da
minhos; para dar ao Seu povo co­ m orte, a fim de dirigir os nossos
nhecimento da Salvação, na remis­ pés no caminho da paz.
são dos seus pecados, graças à pro­ Ora, o menino crescia e se ro-
funda misericórdia do nosso Deus, bustecia em espírito; e habitava nos
pela qual nos há de visitar a auro­ desertos até o dia da sua manifes­
ra lá do Alto, para alumiar aos que tação a Israel.

C e r c a d o a n o 6 , a n t e s d a er a a t u a l

O nascimento de J esus C risto

u Naqueles dias saiu um decre­ uma manjedoura, porque não ha­


to da parte de César Augusto, para via lugar para eles na cstalagcm.
que todo o mundo fosse recensea- E o Verbo se fez carne e habi­
do. Este primeiro recenseamento tou entre nós, cheio de graça e de
foi feito quando Quirínio era go­ verdade.
vernador da Síria. E vamos a Sua Glória, como a
E todos iam alistar-se, cada um Glória do Unigênito do Pai.
à sua própria cidade.
Subiu também José, da Galiléia, Lo u v o r n o C éu e na T err a
da cidade de Nazaré, à cidade de
Davi, chamada Belém, porque era " Ora, havia naquela mesma
da casa e família de Davi, a fim de região pastores que estavam no
alistar-se com Maria, sua esposa, campo e guardavam durante as vi­
que estava grávida. gílias da noite o seu rebanho.
Enquanto estavam ali, chegou E um Anjo do Senhor apareceu-
o tempo em que ela havia de dar à lhes e a Glória do Senhor os cer­
luz, '°pois a verdadeira Luz, que cou de resplendor; pelo que se en­
alumia a todo homem, estava che­ cheram de grande temor.
gando ao Mundo. O Anjo, porém, lhes disse:
u E teve a seu filho primogênito. - Não temais, porquanto vos
Envolveu-o em faixas e o deitou em trago novas de grande alegria que
o será para todo o povo: é que O S MAGOS PROCURAM PELO
hoje vos nasceu, na cidade de R ei d o s J u d e u s
Davi, o Salvador, que é Cristo, o
Senhor. E isto vos será por si­ M1 Tendo, pois, nascido J esus
nal: achareis o menino envolto em Belém da Judéia, no tem po
cm faixas e d e ita d o cm um a do rei H erodes, eis que vieram
manjedoura. uns magos do oriente a Jerusa­
E ntão, de repente, apareceu lém, que perguntavam:
junto ao Anjo grande multidão - O n d e está aq u ele q u e é
da milícia celestial, louvando a nascido rei dos judeus? Pois do
Deus e dizendo: O rien te vim os a sua estrela e
G lória a D eus nas maiores viemos adorá-lo.
ALTURAS, PAZ NA TERRA E BOA VON­ O rei H erodes, ouvindo isso,
TADE para com a H umanidade . perturbou-se, e com ele toda a
E logo que os Anjos se retira­ Jerusalém.
ram deles para o Céu, diziam os E, reunindo todos os princi­
pastores uns aos outros: pais sacerdotes e os escribas do
. - Vamos já até Belém. Vejamos povo, perguntava-lhes onde ha­
isso que aconteceu e que o Se­ via de nascer o Cristo.
nhor nos deu a conhecer. Responderam-lhe eles:
Foram, pois, a toda a pressa c - Em Belém da Judéia; pois as­
acharam Maria, José e o menino sim está escrito pelo profeta: E tu,
deitado na manjedoura. Belém, terra de Judá, de modo ne­
E, vendo-o, divulgaram a pa­ nhum cs a menor entre as princi­
lavra que acerca do m enino lhes pais cidades de Judá; porque de ti
fora dita. sairá o Guia que há de apascentar
E todos os que a ouviram se o meu povo de Israel.
admiravam do que os pastores Então Herodes chamou sccre-
lhes diziam. tamente os magos c deles inquiriu
Maria, porém , guardava todas com precisão acerca do tempo cm
estas coisas, m editan d o -as em que a estrela aparecera. E envian­
seu coração. do-os a Belém, disse-lhes:
E voltaram os pastores, glo- - Ide e perguntai dilig en te­
rificando c louvando a Deus por mente pelo menino. E, quando
tudo o que tinham ouvido e vis­ o achardes, participai-m o, para
to , com o lhes fora dito. que eu também vá e o adore.
Tendo eles, pois, ouvido o rei, O ra, havia em Jerusalém um
partiram. E eis que a estrela que homem cujo nome era Simeão.
tinham visto quando no Oriente E este hom em , justo c tem ente
ia adiante deles até que, chegan­ a Deus, esperava a consolação de
do, se deteve sobre o lugar onde Israel. E o Espírito Santo estava
estava o menino. sobre ele. E lhe fora revelado
Ao verem des a estrela, rego­ pelo Espírito Santo que ele não
zijaram-se com grande alegria. morrería antes de ver o Cristo do
E entrando, viram o menino Senhor.
com Maria, sua mãe c, prostran- Assim, pelo E spírito, foi ao
do-se, o adoraram. E abrindo os Templo. E quando os pais trouxe­
seus tesouros, ofertaram-lhe dádi­ ram o menino J esus, para fazerem
vas: ouro, incenso e mirra. por Ele segundo o costume da Lei,
Ora, sendo por divina revelação Simeão o tom ou em seus braços,
avisados em sonhos para não vol­ louvou a Deus e disse:
tarem a Herodes, regressaram à sua - Agora, Senhor, despedes em
terra por outro caminho. paz o teu servo, segundo a Tua Pa­
lavra; pois os meus olhos já viram a
O bebê J e su s é a p r e s e n t a d o Tua Salvação, a qual Tu preparaste
no T em plo ante a face de todos os povos: Luz
para revelação aos gentios e para
1 Q uando se completaram os glória do Teu povo Israel.
oito dias para ser circuncidado o E n q u an to isso, seu pai e sua
m enino, foi-lhe dado o nome de m ãe se adm iravam das coisas
J esus, que pelo Anjo lhe fora pos­ que dele se diziam.
to antes de ser concebido. Sim eão os abençoou e disse
Terminados os dias da purifi­ à M aria, mãe do m enino:
cação, segundo a Lei de Moisés, - Eis que este é posto para que­
levaram -no a Jerusalém , para da e para levantamento de muitos
apresentá-lo ao Senhor (confor­ em Israel e para ser alvo de contra­
me está escrito na Lei do Senhor: dição, sim, e uma espada traspas-
Todo primogênito será consagrado sará a tua própria alma, para que
ao Senhor), e para oferecerem um se manifestem os pensamentos de
sacrifício segundo o disposto na muitos corações.
Lei do Senhor: um par de rolas Havia também uma profetisa,
ou dois pom binhós. Ana, filha de Fanuel, da tribo de
Aser. Era já avançada em idade, grande pranto: Raquel chorando os
tendo vivido com o marido sete seusfilhos, e não querendo ser conso­
anos desde a sua virgindade. E era lada, porque eles já não existem.
viúva, de quase oitenta e quatro
anos. N ão se afastava do Templo, A r e j e iç ã o d a V i d a
servindo a Deus noite c dia cm
jejuns c orações. Chegando ela na '°Nele estava a Vida, c a Vida
mesma hora, deu graças a Deus c era a Luz dos homens. A Luz res­
falou a respeito do menino a to ­ plandece nas trevas e as trevas não
dos os que esperavam a redenção prevaleceram contra ela.
de Jerusalém.
A VOLTA PARA ÍSRAEL
A FUGA PARA O EGITO
E A MATANÇA DOS M ENINOS Mf Mas tendo morrido H e ro ­
des, eis que um Anjo do Senhor
Ml E eis que um Anjo do Se­ apareceu em sonho a José no
nhor apareceu a José em sonho, Egito, dizendo:
dizendo: - Levanta-te, toma o menino e
- Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Isra­
sua mãe, foge para o Egito, e ali el; porque já morreram os que pro­
fica até que eu te fale; p o rq u e curavam a morte do menino.
H erodcs há de procurar o m eni­ Para que se cumprisse o que
no para o matar. fora dito da parte do Senhor pelo
L evantou-se, pois, tom ou de profeta: Do Egito chamei o meu Fi­
noite o menino c sua mãe, e par­ lho. Então ele se levantou, tomou
tiu para o E gito. o menino e sua mãe, e foi para a
Então Herodes, vendo que fora terra de Israel.
iludido pelos magos, irou-se gran­ Ouvindo, porém, que Arquclau
demente e mandou matar todos os reinava na Judéia em lugar de seu
meninos de dois anos para baixo que pai Herodes, temeu ir para lá; mas,
havia cm Belém, e em todos os seus avisado cm sonho por Divina Re­
arredores, segundo o tempo que velação, retirou-sc para as regiões
com precisão inquirira dos magos. da Galiléia e foi habitar numa cida­
Cumpriu-sc então o que fora dito de chamada Nazaré; para que se
pelo profeta Jeremias: Em Ram á cumprisse o que fora dito pelos pro­
se ouviu um a voz, lamentação e fetas: Ele será chamado nazareno.
A in i a n c ia de J esus ouvindo-os e interrogando-os.
E todos os que o ouviam se ad­
" H o menino ia crescendo e miravam da sua inteligência e das
se fortalecendo, ficando cheio de suas respostas.
sabedoria. E a graça de Deus es­ Quando o viram, ficaram ma­
lava sobre Ele. ravilhados.
Ora, seus pais iam todos os anos Disse-lhe sua mãe:
a Jerusalém, à festa da Páscoa. - Filho, por que procedeste as­
Quando J esus completou doze sim para conosco? Eis que teu pai
anos, subiram eles, segundo o cos­ e eu ansiosos tc procurávamos.
tume da festa. Ele lhes respondeu:
Terminados aqueles dias, ao regres­ - Por que me procurávcis? Não
sarem, ficou o menino Jesus em Je­ sabeis que devo cuidar dos negó­
rusalém, sem o saberem seus pais. cios de meu Pai?
Julgando, porém, que estivesse en­ Eles, porém , não entenderam
tre os companheiros de viagem, as palavras que lhes dissera.
andaram caminho de um dia, c o Então, descendo com eles, foi
procuravam entre os parentes e para Nazaré, e era-lhes sujeito.
conhecidos. E não o achando, vol­ E sua mãe guardava todas estas
taram a Jerusalém em busca dele. coisas em seu coração.
E aconteceu qu e, passados E crescia J esus em sabedoria,
três dias, o acharam no Templo, em estatura e em graça diante de
sentado no meio dos doutores, Deus e dos homens.

1 8 ANOS DEPOIS...

J oão começa a Batizar

u' No décimo quinto ano do rei­ da Ituréia e de Traconites, e Lisânias


nado de T ibério César, sendo tetrarca de Abilene, sendo Anás e
Pôncio Pilatos g overn ad o r da Caifás sumos sacerdotes, veio a Pa­
Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, lavra de Deus a João, filho de Za­
seu irmão Filipe tetrarca da região carias, no deserto da Judéia.
K>Esrc veio com o testem unha, Produzi, pois, frutos dignos de ar­
a fim de dar testem unho da Luz, rependimento, e não queirais di­
para que todos cressem por meio zer dentro de vós mesmos: Temos
dele. Ele não era a Luz, mas veio por pai a Abraão; porque eu vos
para dar testem unho da Luz. digo que mesmo destas pedras
" E ele, percorrendo toda a Deus pode suscitai- filhos a Abraão.
circunvizinhança do Jordão, p re­ E desde já está posto o machado à
gava o batismo de arrependim en­ raiz das árvores. Toda árvore, pois,
to para remissão de pecados, Mr que não produz bom fruto, é cor­
dizendo: tada e lançada no fogo.
- A rrependei-vos, p o rq u e é 11 Ao que lhe perguntavam as
chegado o Reino dos Céus. multidões:
Porque este é o anunciado pelo - Que faremos, pois?
profeta Isaías, que disse: Voz do que Respondia-lhes, então:
clama no deserto: Preparai o cami­ - Aquele que tem duas túnicas,
nho do Senhor; endireita i as suas ve­ reparta com o que não tem nenhu­
redas. : Todo vale se encherá, e se ma. E aquele que tem alimentos,
abaixará todo monte e outeiro; o que ; faça o mesmo.
é tortuoso se endireitará, e os cami­ Chegaram tam bém uns publi-
nhos escabrosos se aplanarão; e toda canos para serem batizados e lhe
a carne verá a salvação de Deus. perguntaram :
MT Ora, João usava uma veste - M estre, que havem os nós
de pêlos de camelo c um cinto de fazer?
de couro em torno de seus lom ­ E ele lhes respondeu:
bos; c alimentava-se de gafanho­ - Não cobreis além daquilo que
tos e de mel silvestre. vos foi prescrito.
Então iam ter com ele os de Je­ Interrogaram -no também uns
rusalém, de toda a Judeia, c de toda soldados:
a circunvizinhança do Jo rd ão . - E nós, que faremos?
E eram por ele batizados no rio Disse-lhes:
Jordão, confessando os seus peca­ - A ninguém queirais extor- .
dos. Mas, vendo ele muitos dos quir coisa alguma. Nem deis d e ­
fariseus c dos saduceus que vinham núncia falsa. E contentai-vos com
ao seu batismo, disse-lhes: o vosso soldo.
- Raça de víboras, quem vos Ora, estando o povo em expec­
ensinou a fugir da ira vindoura? tativa c arrazoando todos em seus
ü nações .1 respeito de João, se que vem depois de m im , mas que
I>«u v«-ni ura seria ele o Cristo, foi antes de mim; M1 A quele que
i■m i Ioi o testem u n h o que ele vem após mim é mais p oderoso
i Ir i i , quando os judeus lhe envia- do que eu, que nem sou digno
i .1 m ile Jerusalém sacerdotes e le- dc ’° desatar a correia e Mr levar-
\ ii.is para que lhe perguntassem : lhc as alparcas; Ele vos batizará
Q uem és tu? com o E sp írito S a n to e com
I le, pois, confessou c não ne­ fogo. Ele tem na m ão a Sua pá c
gou. Sim, confessou: limpará bem a Sua eira; reco lh e­
Eu não sou o Cristo. rá o Seu trigo ao celeiro, mas
Ao que lhe perguntaram : queim ará a palha em fogo que
- Pois que? Es tu Elias? nunca se apaga.
Respondeu ele: LC A ssim, po is, com m uitas
- N ão sou. outras exortações ainda, an u n ci­
- Es tu o Profeta? ava o Evangelho ao povo.
E respondeu: IO Estas coisas aco n te ceram
- N ão. em B etân ia, além do J o rd ã o ,
Disseram-lhe, pois: onde João estava batizando.
- Q uem és, para poderm os dar
resposta aos que nos enviaram; O BATISMO DE JESUS
que dizes de ti mesmo?
Respondeu ele: M1 Então veio J esus da Galilcia
- Eu sou a voz do que clama no ter com João, junto do Jordão,
deserto: Endireitai o caminho do Se­ para ser batizado por ele.
nhor, como disse o profeta Isaías. Mas João o impedia, dizendo:
E os que tinham sido enviados - Eu é que preciso scr batizado
eram dos fariseus. por ti c tu vens a mim?
Então lhe perguntaram: J esus, porém , lhe respondeu:
- Por que batizas, pois, se tu - D eixa p o r agora; p o rq u e
não és o Cristo, nem Elias, nem o assim nos convém cum prir toda
Profeta? a Justiça.
Rcspondcu-lhcs João: Então ele consentiu.
- E u,m na verdade, vos b ati­ Batizado J esus, saiu logo da
zo com água, para a rrep en d í- ; água. “ E estando Ele a orar, o Céu
m ento; mas no meio de vós está se abriu.MT E João viu o E sp írito
U m a quem vós não conheceis, S anto de D eus d escendo " s o ­
bre Ele em form a c o rp ó re a , munho de que Este é o Filho de
com o uma pom ba. Deus! Ele é o Cordeiro de Deus
MT E eis que um a voz dos que tira o pecado do Mundo!
Céus dizia:
E ste é o m eu F ilh o A m ado , A TENTAÇÃO DE CR ISTO
em Q uem M e com prazo .
m Então J esus foi conduzido
O TESTEMUNHO DE JOÂO pelo Espírito ao deserto, para ser
tentado pelo Diabo. E, tendo je-
’° E João deu testem u n h o , juado quarenta dias e quarenta
dizendo: noites, depois teve fome.
- Vi o Espírito descer do Céu Chegando, então, o Tentador,
como pom ba e repousar sobre disse-lhe:
Ele. Eu não o conhecia; mas O - Se tu és o Filho de Deus manda
que me enviou a batizar com que estas pedras se tomem cm pães.
água, Esse me disse: Mas J esus lhe respondeu:
A q u ele sobre Q uem vires - Está escrito: Nem só de pão vi­
descer o E s p ír it o , e sobre E le verá o homem, mas, sim, de toda
PERMANECER, ESSE É O QUE BA­ palavra que sai da boca de Deus.
TIZA com o E s pír it o S a n t o . Então o Diabo o levou à Cida­
Pois todos nós recebemos da de Santa, colocou-o sobre o piná­
Sua plenitude e graça sobre gra­ culo do Templo, c disse-lhe:
ça. Porque a Lei foi dada por meio - Se tu és o Filho de Deus, lan-
de Moisés; a graça e a verdade vi­ ça-te daqui abaixo; porque está es­
eram por J esus Cristo. Ninguém crito: Aos seus Anjos dará ordens a
jam ais viu a D eus. O D eus teu respeito; e: eles te sustentarão nas
U nigênito, que está no seio do suas mãos, para que nunca tropeces
Pai, Esse O deu a conhecer. Eu em alguma pedra.
não O conhecia; mas, para que Ele Replicou-lhe Jesus:
fosse manifestado a Israel, é que - Também está escrito: Não
vim batizando com água. tentarás o Senhor teu Deus.
Este é Aquele de quem eu dis­ ' Novamente o Diabo o levou
se: Depois de mim vem um varão a um m onte muito alto.
que passou adiante de mim, por­ E mostrou-lhe todos os reinos
que antes de mim Ele já existia. do M undo e a glória deles.
Eu mesmo vi c já vos dei teste- ! u E disse-lhe o Diabo:
I'.ii ic ri toda a autoridade escrito: Ao Senhor teu Deus ado­
■ II <11 i.i destes reinos, porque me rarás e só a Ele servirás.
l"i i iiiirgue, e a dou a quem eu IC Assim, tendo o Diabo aca­
■1111 *i Tudo isto te darei, se, bado toda sorte de tentação, reti­
...... .1 ado, me adorares. rou-se Dele até ocasião oportuna.
I' 111.10, orden ò u -lh e J esus: Ml E eis que vieram os Anjos e
Vai-te, Satanás, porque está o serviram.

I nício do ano 2 5 d .C.

A PRIMEIRA PREGAÇÃO E OS PRIMEIROS DlSCÍPULOS

Ml Desde então começou J esus Era cerca da hora décima.


a pregar e a dizer: André, irmão de Simão Pedro,
-Arrependei-vos, porque é che­ era um dos dois que ouviram João
gado o Reino dos Céus. falar, e que seguiram a Jesus.
’° João estava outra vez ali, com Ele achou primeiro a seu irmão
dois dos seus discípulos e, olhan­ Simão e disse-lhe:
do para J esus, que passava, disse: - Havemos achado o Messias
- Eis o Cordeiro de Deus! (que, traduzido, quer dizer Cristo).
Aqueles dois discípulos ouvi­ E o levou a J esus.
ram -no dizer isto e seguiram J esus, fixando nele o olhar, disse:
a J esus. - Tu és Simão, filho de Jonas,
Voltando-se J esus e vendo que tu serás chamado Cefas (que quer
o seguiam, perguntou-lhes: dizer Pedro).
- Que buscais? No dia seguinte J esus resolveu
Disseram-lhe eles: partir para a Galiléia.
- Rabi (que, traduzido, quer di­ E achando a Felipe disse-lhe:
zer Mestre), onde pousas? - Segue-me.
Respondeu-lhes: Ora, Felipe era de Betsaida, ci­
- Vinde c vede. dade de André c de Pedro.
Foram, pois, e viram onde pou­ Felipe achou a N atanael e
sava. E passaram o dia com Ele. disse-lhe:
- Acabamos dc achar Aquele de estava ali a mãe de Jesus.
quem escreveram Moisés na Lei e E foi também convidado Jesus
os Profetas: J esus de Nazaré, filho com seus discípulos para o casa­
dc José. m ento. E tendo acabado o vinho,
Perguntou-lhe Natanacl: a mãe de J esus lhe disse:
- Pode vir alguma coisa boa - Eles não têm vinho.
de Nazaré? Respondeu-lhe Jesus:
Disse-lhe Felipe: - Mulher, que tenho eu contigo?
- Vem c ve. Ainda não é chegada a minha hora.
J esus, vendo Naranael aproxi­ Sua mãe disse aos serventes:
mar-se dele, disse a seu respeito: - Fazei tudo quanto Ele vos
- Eis um verdadeiro israelita, disser.
em quem não há dolo! Ora, estavam ali postas seis ta­
Perguntou-lhe Natanael: lhas dc pedra, para as purificações
- Donde me conheces? dos judeus, e cm cada uma cabi­
Respondeu-lhe J esus: am duas ou três metretas.
- Antes que Felipe tc chamas­ Ordenou-lhes Jesus:
se, eu te vi, quando estavas debai­ - Enchei dc água essas talhas.
xo da figueira. E encheram-nas até em cima.
Respondeu-lhe Natanael: Então lhes disse:
- Rabi, tu és o Filho dc Deus, - Tirai agora c levai ao mes-
tu és o Rei dc Israel! | tre-sala.
Ao que lhe disse J esus: E eles o fizeram. Q uando o
- Porque tc disse: vi-te debaixo mestre-sala provou a água tornada
da figueira, crês? Coisas maiores do em vinho, não sabendo donde era,
que estas verás. se bem que o sabiam os serventes
E disse-lhes: que tinham tirado a água, chamou
- Em verdade, em verdade vos o mestre-sala ao noivo e lhe disse:
digo que vereis o Céu aberto, e os - Todo homem põe primeiro o
Anjos de Deus subindo e descen­ ,1 vinho bom c, quando já têm bebi­
do sobre o Filho do Homem. do bem, então o inferior; mas tu
guardaste até agora o bom vinho.
O PRIMEJRO MILAGRE Assim deu J esus início aos seus
sinais em Caná da Galiléia e mani­
10 Três dias depois, houve um festou a Sua Glória.
casamento em Caná da Galiléia, c E os seus discípulos creram Nele.
E CUMPRIU-SE A MAIS BELA feito em Cafarnaum, faze-o tam­
E s c r i t u r a ... bém aqui na tua terra.
E prosseguiu:
!< E J esus ensinava nas sinago­ - Em verdade vos digo que ne­
gas deles e por todos era louvado. nhum profeta é aceito na sua ter­
Chegando a Nazaré, onde fora ra. Em verdade vos digo que mui­
criado, entrou na sinagoga no dia tas viúvas havia em Israel nos dias
dc sábado, segundo o seu costu­ de Elias, quando o Céu se fechou
me, e se levantou para ler. por três anos e seis meses, dc sor­
Foi-lhe entregue o livro do pro­ te que houve grande fome por
feta Isaías. E abrindo-o, achou o toda a Terra.
lugar em que estava escrito: E a nenhuma delas foi envia­
O Espírito do Senhor está sobre do Elias, senão a uma viúva em
mim, porquanto me ungiu para Sarepta dc Sidom. Também m ui­
anunciar boas novas aos pobres; en­ tos leprosos havia em Israel no
viou-me para proclamar libertação tem po do profeta Eliseu, mas ne­
aos cativos, e restauração da vista nhum deles foi purificado, senão
aos cegos, para pór em liberdade os Naamã, o siro.
oprimidos e para proclamar o ano Todos os que estavam na si­
aceitável do Senhor. nagoga, ao ouvirem estas coisas,
E fechando o livro, devolveu-o ficaram cheios de ira.
ao assistente e sentou-se. E, levantando-se, expulsaram-
E os olhos de todos na sinago­ no da cidade e o levaram até o
ga estavam fitos Nele. despenhadeiro do monte em que
Então começou a dizer-lhes: a sua cidade estava edificada, para
- Hoje se cumpriu esta Escri­ dali o precipitarem.
tura aos vossos ouvidos. Ele, p o rém , passando pelo
E todos lhe davam testemunho meio deles, rctirou-sc.
e se admiravam das palavras de gra­
ça que saíam da sua boca. T r is t e r e j e iç ã o
E diziam:
- Este não é o filho de José? 10 Estava Ele no M undo, e o
Disse-lhes Jesus: M undo foi feito por intermédio
- Sem dúvida me direis este Dele e o Mundo não o conheceu.
provérbio: M édico, cura-te a ti Veio para o que era Seu, e os
mesmo; tudo o que ouvimos teres Seus não o receberam.
F e l iz c o m p e n s a ç ã o E n tã o o e sp írito im u n d o ,
" tendo-o lançado por terra no
,0 Mas, a todos quantos o re­ meio do povo, MCconvulsionan-
ceberam, deu-lhes o poder de se d o -o e clam ando com grande
tornarem filhos de Deus, aos que v o z ,LCsaiu dele sem lhe fazer mal
creem no Seu Nome. algum.
Os quais não nasceram do E veio espanto sobre todos e
sangue, nem da vontade da car­ falavam entre si, perguntando uns
ne, nem da vontade do varão, aos outros:
mas de Deus. - Que palavra é esta, pois com
autoridade e poder ordena aos es­
" C a f a r n a u m !"
píritos imundos e eles saem?
lo D epois disso desceu a MCE todos sc maravilharam a
Cafarnaum, Ele, sua mãe, seus ir­ pon to de perguntarem entre si,
mãos e seus discípulos. dizendo:
E ficaram ali não muitos dias. - Que é isto? Uma nova d o u ­
trina com autoridade! Pois Ele or­
O EN DEM ON IN HA D O DE dena aos espíritos imundos e eles
C afarnaum lhe obedecem!
E logo correu a sua fama por
MCE, logo no sábado, indo Ele toda a região da Galiléia, Lt em
à sinagoga, pôs-sc a ensinar. redor daquela comarca.
E m aravilhavam -se da sua
d o u trin a, p o rq u e os ensinava A CURA DA SOGRA DE PEDRO
com o tendo autoridade e não E MUITOS OUTROS
como os escribas.
Ora, estava na sinagoga um MCEm seguida, saiu da sinago­
hom em possesso de e sp írito ga e foi à casa de Simão Pedro c
imundo, o qual gritou: André com Tiago c João.
- Que temos nós contigo, J e ­ M T. O ra, tendo J esus entrado
sus , nazareno? Vieste destruir- na casa de Pedro, viu a sogra deste
nos? Bem sei quem cs: o Santo jazendo na cama, LC com muita
de Deus. febre, M < c logo lhe u rogaram
Mas J esus o repreendeu, d i­ por ela.
zen d o : MCEntão Jesus, chegando-se,Lc
- Cala-te e sai dele. inclinou-se para e la,Ml tocou-lhe a
mão, “ repreendeu a febre ç esta a A PRIMEIRA PESCA
deixou. MCE tomando-a pela mão, MARAVILHOSA
a levantou; u c os servia.
MC Sendo já tarde, tendo-se “ E aconteceu que, apertando-
posto o sol, traziam-lhe todos os o a multidão para ouvir a Palavra
enferm os e endem o n in h ad o s. de Deus, estava Ele junto ao lago
E toda a cidade estava reunida à de Genezaré.
porta. MT E Ele com a sua Palavra Mr E andando ao longo do mar
expulsou os espíritos u c punha as da Galiléia,LLviu dois barcos junto
mãos sobre cada um deles e os cu­ à praia. MTSimão, chamado Pedro,
rava; Ml para que se cumprisse o que e seu irmão A ndré,lx' haviam desci­
fora dito pelo profeta Isaías: Ele do deles e estavam lavando as re­
tomou sobre si as nossas enferm i­ des. MTMais adiante, viu outros dois
dades e levou as nossas doenças. irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e
:c Também de muitos saíam de­ seu irmão João, no barco com seu
mônios, gritando e dizendo: pai Zebedeu, consertando as redes.
- Tu és o Filho de Deus! LC Entrando Ele num dos bar­
Ele, porém, os repreendia c não cos, que era o de Simão, pediu-lhe
os deixava falar. que o afastasse um pouco da terra.
MCE Ele curou muitos doentes E, sentando-se, ensinava do
atacados de diversas moléstias e barco as multidões. Quando aca­
expulsou muitos demônios; mas bou de falar, disse a Simão:
não permitia que os demônios fa­ - Faze-te ao mar alto e lançai as
lassem, porque o conheciam “ e vossas redes para a pesca.
sabiam que Ele era o Cristo. Ao que disse Simão:
MCE de madrugada, ainda bem - Mestre, trabalhamos a noite
escuro, levantou-se, saiu e foi a um toda e nada apanhamos; mas, so­
lugar deserto. E ali orava. bre a tua Palavra, lançarei as redes.
Ix E as multidões procuravam- Feito isto, apanharam uma
no e, vindo a Ele, queriam detê- grande quantidade de peixes, de
lo, para que não se ausentasse de­ modo que as redes se rompiam.
las. Ele, porém, lhes disse: Acenaram então aos companheiros
- Também é necessário que às que estavam no outro barco, para
outras cidades eu anuncie o Evan­ virem ajudá-los. Eles, pois, vieram,
gelho do Reino de Deus; porque e encheram ambos os barcos, de
para isso é que fui enviado. maneira tal que quase iam a pique.
Vendo isso Simão Pedro, pros­ com os empregados, e o seguiram.
trou-se aos pés de Jesus, dizendo: MT E percorria J esus to d a a
- Retira-te de mim, Senhor, Galiléia, ensinando nas sinagogas,
porque sou um homem pecador. pregando o Evangelho do Reino,
Pois, à vista da pesca que havi­ e curando todas as doenças e en­
am fcito, o espanto se apoderara fermidades entre o povo. Assim a
dele e de todos os que com ele es­ sua fama correu por toda a Síria.
tavam, bem como de Tiago e João, E trouxeram-lhe todos os que pa­
filhos de Zebedeu, que eram sóci­ deciam, acometidos de várias do­
os de Simão. enças e torm entos, os endemo-
Disse J esus a Simão: ninhados, os lunáticos c os paralí­
- Não temas; de agora em di­ ticos. E Ele os curou. De sorte que
ante serás pescador de almas. o seguiam grandes multidões da
E, levando eles os barcos para a Galiléia, de Decápolis, de Jerusa­
terra, deixaram MCZebedeu no barco lém, da Judéia e dalém do Jordão.

A b r il , 25 d .C.

A PRIMEIRA PURIFICAÇÃO DO TEM PLO

’° Estando próxima a Páscoa dos Lembraram-se então os seus


judeus, J esus subiu a Jerusalém. discípulos de que está escrito: O
E achou no Templo os que ven­ zelo da tua casa me devorará.
diam bois, ovelhas e pombas, c Protestaram, pois, os judeus,
também os cambistas ali sentados. perguntando-lhe:
E tendo feito um azorraguc de - Que sinal de autoridade nos
cordas, lançou todos fora do Tem­ mostras, uma vez que fazes isto?
plo, bem como as ovelhas e os bois. Respondeu-lhes J esus:
Espalhou o dinheiro dos cambis­ - Derribai este Templo c em
tas e virou-lhes as mesas. E disse três dias o levantarei.
aos que vendiam as pombas: Disseram, pois, os judeus:
- Tirai daqui estas coisas. Não - Em quarenta c seis anos foi
façais da Casa de meu Pai casa de edificado este Santuário e tu o le­
negócio. vantarás cm três dias?
Mas Ele falava do Templo do tornar a entrar no ventre de sua
seu corpo. mãe e nascer?
Quando, pois ressurgiu den­ J esus respondeu:
tre os mortos, seus discípulos se - Em verdade, em verdade tc
lembraram de que dissera isto, digo que se alguém não nascer da
creram na Escritura e na Palavra água e do Espírito, não pode en­
que J ksus havia dito. trar no Reino de Deus. O que é
Ora, estando Ele em Jerusalém nascido da carne é carne, e o que
pela festa da Páscoa, muitos, ven­ é nascido do Espírito é espírito.
do os sinais que fazia, creram no Não te admires de eu te haver
seu Nome. Mas o próprio J esus dito: Necessário vos é nascer de
não confiava neles, porque os co­ novo. O vento sopra onde quer e
nhecia a todos, e não necessitava ouves a sua voz; mas não sabes
de que alguém lhe desse testemu­ donde vem, nem para onde vai.
nho do homem, pois bem sabia o Assim é todo aquele que é nasci­
que havia no homem. do do Espírito.
Perguntou-lhe Nicodemos:
O Novo N a s c im e n t o - Como pode ser isto?
Respondeu-lhe J esus:
io Ora, havia entre os fariseus - Tu és mestre em Israel e não
um homem chamado Nicodc- entendes estas coisas? Em verda­
mos um dos principais dos ju­ de, em verdade te digo que nós
deus. Este foi ter com J esus, de dizemos o que sabemos e testemu­
noite, e disse-lhe: nhamos o que temos visto; e não
- Rabi, sabemos que és Mestre, aceitais o nosso testemunho!
vindo de Deus; porque ninguém Se vos falei de coisas terrestres
pode fazer estes sinais que tu fa­ e não credes, como crereis, se vos
zes, se Deus não estiver com ele. falar das celestiais? Ora, ninguém
Respondeu-lhe J ksus: subiu ao Céu, senão o que desceu
- Em verdade, cm verdade te do Céu, o Filho do Homem.
digo que se alguém não nascer de E assim como Moisés levantou
novo, não pode ver o Reino de a serpente no deserto, assim im­
Deus. porta que o Filho do Homem seja
Perguntou-lhe Nicodemos: levantado; para que todo aquele
- Como pode um homem nas­ que nele crc tenha a Vida Eterna.
cer, sendo velho? Porventura pode Porque Deus amou o Mundo
dc tal maneira que dei) o Seu Fi­ vam sentados na região da sombra
lho U nigênito, para que todo da morte, a estes a Luz raiou.
aquele que Nele crê não pereça,
mas tenha a Vida Eterna. A CURA DO FILHO DE UM OFICIAL
Porque Deus enviou o Seu Fi­
lho ao Mundo, não para que con­ lo Assim, pois, que chegou à
denasse o Mundo, mas para que o Galiléia, os galileus o receberam,
Mundo fosse salvo por Ele. Quem porque tinham visto todas as coi­
crê nele não é julgado; mas quem sas que fizera em Jerusalém na
não crê, já está julgado; porquan­ ocasião da festa; pois também eles
to não crê no Nome do Unigênito tinham ido à festa.
Filho dc Deus. E o julgamento é Foi, então, outra vez a Caná da
este: A Luz veio ao Mundo, e os Galiléia, onde da água fizera vinho.
homens amaram antes as trevas que Ora, havia um oficial do rei,
a Luz, porque as suas obras eram cujo filho estava enferm o em
más. Porque todo aquele que faz Cafarnaum. Quando ele soube que
o mal aborrece a Luz, e não vem J esus tinha vindo da Judéia para a
para a Luz, para que as suas obras Galiléia, foi ter com Ele c lhe ro­
não sejam reprovadas. Mas quem gou que descesse e lhe curasse o
pratica a verdade vem para a Luz, filho; pois estava à morte.
a fim de que seja manifesto que as Então J esus lhe disse:
suas obras são feitas cm Deus. - Sc não virdes sinais c prodí­
gios, de maneira nenhuma crereis.
MUDANÇA DEFINITIVA PARA Rogou-lhe o oficial:
C afarnaum - Senhor, desce antes que meu
filho morra!
-M
T Deixando Nazaré, J esus foi Respondeu-lhe J esus:
habitar cm Cafarnaum, cidade ma­ - Vai, o teu filho vive.
rítima, nos confins de Zcbulom e E o homem creu na Palavra que
Naftali; para que se cumprisse o Jesus lhe dissera e partiu.
que fora dito pelo profeta Isaías: Quando ele já ia descendo, saí­
A terra de Zebulom e a terra de ram-lhe ao encontro os seus servos
Naftali, o caminho do mar, além do e lhe disseram que seu filho vivia.
Jordão, a Galiléia dosgentios, opovo Perguntou-lhes, pois, a que
que estava sentado em trevas viu hora começara a melhorar; ao que
uma grande Luz; sim, aos que esta­ lhe disseram:
- Ontem, à hora sétima, a fe­ temunhas de que eu disse: eu não
bre o deixou. sou o Cristo, mas sou enviado adi­
Reconheceu, pois, o pai ser ante Dele. Aquele que tem a noiva
aquela a mesma hora em que J e­ é o Noivo; mas o amigo do Noi­
sus lhe dissera: O teu filho vive. vo, que está presente e o ouve, re-
E creu ele c toda a sua casa. gozija-sc muito com a voz do Noi­
Foi esta a segunda vez que J e­ vo. Assim, pois, este meu gozo está
sus ,ao voltar da Judeia para a completo. E necessário que Ele
Galiléia, ali operou sinal. cresça e que eu diminua. Aquele
MCE pregava nas sinagogas de­ que vem de cima é sobre todos.
les, por toda a Galiléia, e expul­ Aquele que vem da terra é da Ter­
sava os demônios. ra e fala da terra. Aquele que vem
do Céu é sobre todos. Aquilo que
jOÂO TESTIFICA MAIS UMA VEZ Ele tem visto e ouvido, isso
testifica. E ninguém aceita o Seu
’° Depois disto foi J esus com testemunho. Mas o que aceitar o
seus discípulos para a terra da Seu testemunho, esse confirma
Judéia, onde sc demorou com cies que Deus é v erdadeiro. Pois
e batizava. Aquele que Deus enviou fala as
Ora, João também estava bati­ Palavras de Deus; porque Deus
zando em Enom, perto de Salim, não lhe dá o Espírito por medida.
porque havia ali muitas águas. O Pai ama ao Filho e todas as coi­
E o povo ia e se batizava, pois João sas entregou nas Suas mãos.
ainda não fora lançado no cárcere. Quem crê no Filho tem a Vida
Surgiu então uma contenda en­ Eterna. O que, porém, desobede­
tre os discípulos de João e um ju­ ce ao Filho não verá a Vida, mas
deu acerca da purificação. E foram sobre ele permanece a ira de Deus.
ter com João c disseram-lhe:
- Rabi, aquele que estava con­ A p r is ã o d e J o ã o B a t is t a
tigo além do Jordão, do qual tens
dado testemunho, eis que está ba­ Mas o tetrarca Elerodes, sen­
tizando c todos vão ter com Ele. do repreendido por João por causa
Respondeu João: de Hcrodias, mulher de seu irmão,
- O homem não pode receber e por todas as maldades que havia
coisa alguma, se não lhe for dada feito, acrescentou a todas elas ainda
do Céu. Vós mesmos me sois tes­ esta, a de encerrar João no cárcere.
A MULHER SAMARITANA Disse-lhe a mulher:
- Senhor, tu não tens com que
10 Quando, pois, o Senhor sou­ tirá-la e o poço é fundo; donde,
be que os fariseus tinham ouvido pois, tens essa água viva? Es tu,
dizer que Ele, J esus, fazia e bati- j porventura, maior do que o nosso
zava mais diseípulos do que João pai Jacó, que nos deu o poço, do
(ainda que Jesus mesmo não bati­ qual também ele mesmo bebeu, e
zava, mas os seus discípulos) dei­ os filhos e 0 seu gado?
xou a Judeia e foi outra vez para a Replicou-lhe Jesus:
Galiléia. E era-lhe necessário pas­ - Qualquer que beber desta
sar por Samaria. água tornará a ter sede. Mas aque­
Chegou, pois, a uma cidade de le que beber da água que eu lhe
Samaria, chamada Sicar, junto da der nunca terá sede; pelo contrá­
herdade que Jacó dera a seu filho rio: a água que eu lhe der se fará
José. Achava-se ali o poço de Jacó. nele uma fonte de Agua Viva que
J esus, pois, cansado da viagem, jorra para a Vida Eterna.
sentou-se assim junto do poço. Disse-lhe a mulher:
E era cerca da hora sexta. - Senhor, dá-me dessa água,
Veio uma mulher de Samaria para que não mais tenha sede, nem-
tirar água. venha aqui tirá-la.
Disse-lhe J esus: Disse-lhe Jesus:
- Dá-me de beber. - Vai, chama o teu marido e
Pois seus discípulos tinham ido vem cá.
à cidade comprar comida. Respondeu a mulher:
D isse-lhe en tão a m ulher - Não tenho marido.
samaritana: Disse-lhe J esus:
- Como, sendo tu judeu, me - Disseste bem: Não tenho ma­
pedes de beber a mim, que sou rido; porque já tiveste cinco mari­
mulher samaritana? (Porque os ju­ dos e o que agora tens não c teu
deus não se comunicavam com os marido; isso disseste com verdade.
samaritanos). Disse-lhe a mulher:
Respondeu-lhe Jesus: - Senhor, vejo que cs profeta.
- Se tu conheceras o dom de Nossos pais adoraram neste mon­
Deus c quem é o que te diz: Dá- te e vós dizeis que cm Jerusalém é
nic de beber, tu lhe pedirías e ele o lugar onde se deve adorar.
te daria Agua Viva. Disse-lhe J esus:
- Mulher, crê-me que a hora - Rabi, come.
vem, cm que nem neste monte, nem Ele, porém, respondeu:
em Jerusalém adorareis o Pai. Vós - Uma comida tenho para co-
adorais o que não conheceis. Nós incr, que vós não conheceis.
adoramos o que conhecemos; por­ Então os discípulos diziam uns
que a salvação vem dos judeus. Mas aos outros:
a hora vem, e agora é, cm que os - Acaso alguém vai lhe trazer o
verdadeiros adoradores adorarão o que comer?
Pai em espírito e cm verdade; por­ Disse-lhes J esus:
que o Pai procura a tais que assim O - A minha comida é fazer a von­
adorem. Deus é Espírito, c importa tade Daquele que me enviou e
que aqueles que O adoram O ado­ completar a sua Obra. Não dizeis
rem em espírito e em verdade. vós: ainda há quatro meses até que
Replicou-lhe a mulher: venha a ceifa? Eu, porém, vos digo:
- Eu sei que o Messias (que se levantai os vossos olhos e vede os
chama o Cristo) vem. Quando Ele campos, que já estão brancos para
vier há de nos anunciar todas as a ceifa. Quem ceifa já está receben­
coisas. do recompensa e ajuntando fruto
Disse-lhe J esus: para a Vida Eterna. Para que o que
- Eu o sou, eu que falo contigo. semeia e o que ceifa juntamente se
E nisto vieram os seus discípu­ regozijem. Porque nisto é verda­
los e se admiravam de que estives­ deiro o ditado: “Um é o que se­
se falando com uma mulher. meia e outro o que ceifa” . Eu vos
Todavia nenhum lhe pergun­ enviei a ceifar onde não trabalhas­
tou: que é que procuras? Ou: por te. Outros trabalharam e vós en­
que falas com ela? trastes no seu trabalho.
Deixou, pois, a mulher o seu E muitos samaritanos daquela
cântaro, foi à cidade e disse àque­ cidade creram Nele, por causa da
les homens: palavra da mulher, que testificava:
- Vinde, vede um homem que - Ele me disse tudo quanto te­
me disse tudo quanto eu tenho fei­ nho feito.
to. Será este, porventura, o Cristo? In d o , pois, te r com Ele os
Saíram, pois, da cidade c foram j samaritanos, rogaram-lhe que ficas­
ter com Ele. se com eles.
Entremcntcs os seus discípulos E ficou ah dois dias.
lhe rogavam, dizendo: E muitos mais creram por cau­
sa da Palavra Délc. E diziam à mo diante da porta. E Ele lhes
mulher: anunciava a Palavra.IC E achavam-
- Já não c pela tua palavra que se ali sentados fariseus c doutores
nós cremos; porque agora nós mes­ da Lei, que tinham vindo de todas
mos o temos ouvido e sabemos que as aldeias da Galiléia, Judéia e de
este é verdadeiramente o Cristo, o Jerusalém. E o poder do Senhor
Salvador do Mundo! estava com Ele para curar.
Passados os dois dias, partiu dali E eis que quatro homens, tra­
para a Galiléia. Porque J esus mes­ zendo num leito um paralítico,
mo testificou que um profeta não procuravam introduzi-lo c pô-lo
recebe honra na sua própria pátria. diante Dele.
MCE não podendo aproximar-se,
H e r o d e s A n t i p a s : A RAPOSA por causa da multidão, descobriram
o telhado onde Ele estava c, fazen­
" Naquela mesma hora che­ do uma abertura, baixaram o leito
garam alguns fariseus que lhe dis­ em que jazia o paralítico, u para o
seram: meio de todos, diante de J esus.
- Sai c retira-te daqui, porque MCE J esus, vendo-lhes a fé, dis­
Herodes quer matar-tc. se ao paralítico:
Respondeu-lhes J esus: Filho, perdoados são os teus
- Ide c dizei a essa raposa: eis pecados.
que vou expulsando demônios e fa­ u' Então os cscribas e os fariseus
zendo curas, hoje, amanhã e no começaram a arrazoar, dizendo:
terceiro dia serei consumado. Im ­ Quem é este que profere blasfêmi­
porta, contudo, caminhar hoje, as? Ml Quem pode perdoar peca­
amanhã c no dia seguinte; porque dos senão um só, que é Deus?
não convém que morra um profe­ Mas J esus logo percebeu em
ta fora de Jerusalém. seu Espírito que eles assim arrazo-
avam dentro de si, e MI conhecen­
O PARALÍTICO DE CAFARNAUM do-lhes os pensamentos, disse:
- Por que pensais o mal em
MC Alguns dias depois, entrou vossos corações? Pois qual é mais
J esus outra vez em Cafarnaum c fácil? Dizer: perdoados são os teus
soube-sc que estava cm casa. pecados ou dizer: levanta-tc e
Ajuntaram-se, pois, muitos, a anda? Ora, para que saibais que o
ponto de não caberem nem mes­ Filho do Homem tem sobre a Ter­
ra autoridade para perdoar peca­ MT Os discípulos, pois, aproxi­
dos (disse então ao paralítico): mando-se, o despertaram, dizendo:
- Levanta-te, toma o teu leito, - Mestre, lx’ M estre, estamos
e vai para tua casa. perecendo.
IC Então ele se levantou diante - Salva-nos, MT Senhor, que
deles, tomou o leito cm que esti­ estamos perecendo.
vera deitado e foi para sua casa, glo- - M estre,MCnão te importa que
rificando a Deus. pereçamos?
MT E as multidões, vendo isso, E Ele, desp ertan d o , MT lhes
temeram c glorificaram a Deus, que respondeu:
dera tal autoridade aos homens. MC - Por que temeis, homens de
De modo que todos pasmavam e pouca fé?
glorificavam a Deus, dizendo: Então, levantando-se, repreen­
- Nunca vimos coisa semelhante! deu os ventos IC e a furia da água,
LCE diziam, cheios de temor: MCdizendo:
- Hoje vimos coisas extraor­ - Cala-te!
dinárias! E disse ao mar:
- Aquieta-te!
J esus d o m i n a a t e m pe st a d e E cessou o vento e fez-se grande
bonança. " Então lhes perguntou:
MC Naquele dia, quando já era - Onde está a vossa fé? MC Por
tarde, disse-lhes: que sois assim tímidos? Ainda não
- Passemos para o outro lado tendes fé?
do lago. MTE aqueles homens se maravi­
E eles, deixando a multidão, o lharam, Mc sentiram um grande te­
levaram consigo, assim como esta­ mor c diziam uns aos outros:
va, no barco. E havia com Ele tam­ - Mas quem é este que até o
bém outros barcos. vento e o mar lhe obedecem?
LC Enquanto navegavam, Ele
adormeceu. O GADARENO POSSESSO
MCE se levantou grande tempes­
tade dc vento, c as ondas batiam Mc C hegaram então ao o u tro
dentro do barco, de modo que já lado do mar, à província dos
se enchia e estavam cm perigo. gadarenos, " que está defronte
MC Ele, porém, estava na popa da Galiléia.
dormindo sobre uma almofada. E, quando desceu para terra,
saiu-lhe ao encontro, vindo da ci­ enviasse para fora da região, “ que
dade, um homem que, desde mui­ não os mandasse para o Abismo.
to tempo, estava possesso de demô­ Mc O ra, andava ali pastando no
nios e não andava vestido nem ha­ m onte uma grande manada de
bitava em qualquer casa, mas M < ti­ porcos.
nha a sua morada nos sepulcros. MT E os demônios rogaram-lhe,
E nem ainda com cadeias podia dizendo:
alguém prendê-lo; porque, tendo - Se nos expulsas, perm ite-
sido muitas vezes preso com gri­ nos que entrem os naquela ma­
lhões c cadeias, as cadeias foram por nada de porcos.
ele feitas em pedaços, e os grilhões Disse-lhes J esus:
em migalhas. u E era impelido pe­ -Id e.
los demônios para os desertos c nin­ M< E, saindo aqueles espíritos
guém o podia domar. MTTão fero­ imundos, entraram nos porcos.
zes eram que ninguém podia pas­ E a manada se precipitou por um
sar por aquele caminho. Mt E sem­ despenhadeiro no mar (eram quase
pre, de dia e de noite, andava pelos dois mil) e afogou-se no mar. F. os
sepulcros e pelos montes, gritando, que apascentavam os porcos fugi­
c ferindo-sc com pedras. ram, e o anunciaram na cidade e nos
E, quando viu J esus ao longe, campos. E muitos foram ver o que
correu, adorou-o " c prostrou-se era aquilo que tinha acontecido.
diante Dele. MC E, clam ando com Chegando-se a J esus, u viram o
grande voz, disse: homem de quem havia saído os de­
- Que tenho eu contigo, Jesus, mônios, assentado aos seus pés, ves­
Filho do Deus Altíssimo? Conjuro- tido c em perfeito juízo.
te por Deus que não me atormentes. E temeram.
LCPorque J esus ordenara ao es­ M< E os que tinham visto aquilo
pírito imundo que saísse do ho­ lhes contaram como havia aconte­
mem; pois já havia muito tempo cido ao endemoninhado, e acerca
que se apoderara dele. dos porcos.
MCE perguntou-lhe J esus: Ml E eis que toda a cidade saiu
- Qual é o teu nome? ao encontro de J esus.
Respondeu-lhe ele: E rogaram-lhe que se retirasse
- Legião é o meu nome, por­ dos seus termos,,x porque estavam
que somos muitos. possuídos de grande medo.
E rogava-lhe muito que não os Mc E, entrando Ele no barco,
rogava-lhc o que fora cndc- " E ele, deixando tudo, levan­
moninhado que o deixasse estar tou-se e o seguiu.
com Ele. Deu-lhe então Levi um lauto
J esus, porém, não llio permitiu, banquete em sua casa.
mas disse-lhe: MC Ora, estando J esus à mesa
- Vai para tua casa, para os teus, em casa de Levi, estavam também
c anuncia-lhes quão grandes coi­ ali reclinados com Ele e seus dis­
sas o Senhor te fez e como teve mi­ cípulos muitos publicanos e pe­
sericórdia de ti. cadores; pois eram em grande nú­
Ele se retirou, pois, e começou mero e o seguiam.
a publicar cm Dccápolis tudo Vendo os escribas dos fariseus
quanto lhe fizera J esus. que Jesus comia com os publicanos
E todos se admiravam. c pecad o res, perguntavam aos
discípulos:
O CHAMADO DE M aTEUS - Por que é que ele come com
os publicanos e pecadores?
,x: Quando J esus voltou, a mul­ MT Jesus, porém, ouvindo isso,
tidão o recebeu; porque todos o respondeu:
estavam esperando. - Não necessitam de médico os
Mr E J esus, passando adiante dali, sãos, mas sim os doentes. Ide, pois,
viu Ix' um publicano de nome Levi, c aprendei o que significa: Miseri­
Ml também chamado Mateus M C fi­ córdia quero e não sacrifícios.
lho de Alfcu, sentado na colctoria, Porque eu não vim chamar os
e disse-lhe: justos, mas sim os pecadores ao ar­
- Segue-mc. rependimento.

Sá b a d o de P á sc o a , n d e a b r il , 26 d .C.

O PARALÍTICO NO TANQUE DE B e TESDA

10 Depois disso havia uma fes- ximo à porta das ovelhas, há um


ta dos judeus. E J esus subiu a Je- tanque, chamado em hebraico
rusalém. Ora, cm Jerusalém, pró- Betesda, o qual tem cinco alpen-
\
drcs. Nestes jazia grande multidão Perguntaram-lhe, pois:
de enfermos, cegos, mancos e pa­ - Quem é o homem que tc dis­
ralíticos, esperando o movimento se: Toma o teu leito c anda?
da água. Porquanto um anjo des­ Mas o que fora curado não sa­
cia em certo tempo ao tanque e bia quem era; porque J esus se re­
agitava a água. Então o primeiro tirara, por haver muita gente na­
que ali descia, depois do movi­ quele lugar.
mento da água, sarava de qualquer Depois J esus o en co n tro u no
enfermidade que tivesse. Templo c disse-lhe:
Achava-sc ali um homem que, - Olha, já estás curado; não
havia trinta e oito anos, estava en­ peques mais, para que não te su­
fermo. ceda coisa pior.
J esus, vendo-o deitado c saben­ Retirou-sc, então, o hom em ,
do que estava assim havia m uito e contou aos judeus que era J e ­
tem po, perguntou-lhe: sus quem o curara.
- Queres ficar são? Por isso os judeus o persegui­
Respondeu-lhe o enfermo: am: porque fazia estas coisas no
- Senhor, não tenho ninguém : sábado.
que, ao ser agitada a água, me po ­ Mas J esus lhes respondeu:
nha no tanque; assim, enquanto eu - Meu Pai trabalha até agora e
vou, desce outro antes de mim. Eu trabalho também.
Disse-lhe J esus: Os judeus mais ainda pro cu ­
- Levanta-te, tom a o teu leito ravam m atá-lo, po rq u e não só
c anda. violava o sábado, como tam bém
Imediatamente o homem ficou dizia que Deus era Seu próprio
são. E tom ando o seu leito, come­ Pai, fazendo-se igual a Deus.
çou a andar. - Em verdade, em verdade vos
Ora, aquele dia era sábado. digo que o Filho dc si mesmo nada
Pelo que disseram os judeus ao pode fazer, senão o que vir o Pai
que fora curado: fazer. Porque tudo quanto Ele faz,
r- Hoje é sábado e não te é líci­ o Filho o faz igualmentc. Porque
to carregar o leito. o Pai ama ao Filho e mostra-lhe
Ele, porém, lhes respondeu: tudo o que Ele mesmo faz. E mai-
- Aquele que me curou, esse j ores obras do que estas lhe mos­
mesmo mc disse: Toma o teu lei­ trará, para que vos maravilheis.
to e anda. Pois, assim como o Pai levanta os
mortos c lhes dá Vida, assim tam­ verdadeiro. Outro é quem dá tes­
bém o Filho dá Vida a quem Ele temunho de mim. E sei que o tes­
quer. Porque o Pai a ninguém jul­ temunho que Ele dá de mim é ver­
ga, mas deu ao Filho todo o julga­ dadeiro. Vós mandastes mensagei­
mento, para que todos honrem o ros a João e ele deu testemunho
Filho, assim como honram o Pai. da Verdade. Eu, porém, não rece­
Quem não honra o Filho, não hon­ bo testemunho de homem. Mas
ra o Pai que o enviou. Na verdade, digo isto para que sejais salvos: ele
na verdade vos digo que quem era a lâmpada que ardia e alumia-
ouve a minha Palavra e crê Naque­ va. E vós quisestes alegrar-vos por
le que inc enviou tem a Vida Eter­ um pouco de tempo com a sua luz.
na e não entra em Juízo, mas já Mas o testemunho que Eu tenho
passou da morte para a Vida. Em é maior do que o de João; porque
verdade, em verdade vos digo que as obras que o Pai me deu para re­
vem a hora, c agora é, em que os alizar, as mesmas obras que faço,
mortos ouvirão a Voz do Filho de dão testemunho de mim que o Pai
Deus e os que a ouvirem viverão. mc enviou. E o Pai que me enviou,
Pois assim como o Pai tem Vida Ele mesmo tem dado testemunho
em Si mesmo, assim também deu de mim. Vós nunca ouvistes a Sua
ao Filho ter Vida cm Si mesmo. voz, nem vistes a Sua forma. E a
E deu-lhe autoridade para julgar, Sua Palavra não permanece em vós;
porque é o Filho do Homem. Não porque não credes Naquele que
vos admireis disso, porque vem a Ele enviou. Examinais as Escritu­
hora cm que todos os que estão ras, porque julgais ter nelas a Vida
nos sepulcros ouvirão a Sua Voz e Eterna. E são elas que de mim
sairão: os que tiverem feito o bem, testificam. Mas não quereis vir a
para a Ressurreição da Vida. E os mim para terdes Vida! Eu não re­
que tiverem praticado o mal, para cebo glória da parte dos homens.
a Ressurreição do Juízo. Eu não Mas bem vos conheço, que não
posso de mim mesmo fazer coisa tendes em vós o Amor de Deus.
alguma; como ouço, assim julgo. Eu vim em Nome de meu Pai c
E o meu juízo é justo, porque não não me recebeis. Sc outro vier em
procuro a minha vontade, mas a seu próprio nome, a esse rece­
vontade Daquele que mc enviou. bereis. Como podeis crer, vós que
Sc Eu der testem unho de mim recebeis glória uns dos outros c
mesmo, o meu testemunho não é não buscais a glória que vem do
Único Deus? Não penseis que eu c se derramará o vinho, e os odres se
vos hei de acusar perante o Pai. Há perderão. Mas vinho novo deve ser
um que vos acusa, Moisés, em quem guardado em odres novos Mr c assim
vós esperais. Pois se crésseis em ambos se conservam.11 E ninguém,
Moisés, crerieis em mim; porque de tendo bebido o velho, quer o novo;
mim ele escreveu. Mas, se não pürque diz: o velho é melhor.
credes nos seus escritos, como crereis |
nas minhas palavras? J esus c u r a d o is c e g o s
DE UMA VEZ
D i s p u t a s o b r e o je ju m
MT Partindo J esus dali, segui -
MT Então vieram ter com Ele os ram -no dois cegos, que clam a­
discípulos de João, perguntando: vam, dizendo:
- Por que é que nós e os fariseus - Tem compaixão de nós, Fi­
jejuamos muitas vezes, mas os teus lho de Davi.
discípulos LCcomem e bebem? E, tendo Ele entrado em casa,
Respondeu-lhes J esus: os cegos se aproximaram Dele.
- Podeis, porventura, fazer je­ J esus perguntou-lhes:
juar os convidados às núpcias en­ - Credes que eu posso fazer isto?
quanto o Noivo está com eles? Responderam-lhe eles:
Dias virão, porém, em que lhes - Sim, Senhor.
será tirado o Noivo. Naqueles dias E n tão lhes tocou os olhos,
sim, hão de jejuar. d izendo:
- Seja-vos feito se g u n d o a
N O V O COM NOVO vossa fé.
E os olhos se lhes abriram.
IC Propôs-lhes tam bém uma J esus ordenou-lhes terminan-
parábola: temente, dizendo:
- Ninguém tira um pedaço de - Vede que ninguém o saiba.
vestido novo para o remendar em Eles, porem, saíram e divulgaram
vestido velho; do contrário, não so­ a Sua fama por toda aquela terra.
mente rasgará o novo, mas também
o pedaço do novo não condirá com U m a m u d e z d o s d ia b o s !
o velho. E ninguém guarda vinho
novo em odres velhos; do contrá­ MT Enquanto esses se retiravam,
rio, o vinho novo romperá os odres eis que lhe trouxeram um homem
mudo c endcmoninhado. E, cxpul- ! Ml E percorria J esus todas as ci­
so o demônio, talou o mudo e as dades e aldeias, ensinando nas si­
multidões sc admiraram, dizendo: nagogas, pregando o Evangelho
- Nunca tal sc viu cm Israel. do Reino, e curando toda sorte de
Os fariseus, porém, diziam: doenças c enfermidades.
- E pelo príncipe dos demôni­ Vendo Ele as multidões, com-
os que ele expulsa os demônios. padeccu-se delas, porque andavam
MCE, saindo dali, entraram logo desgarradas e errantes, como ove­
em conselho com os herodianos lhas que não têm pastor.
contra Ele, para o matarem. Então disse a seus discípulos:
- Na verdade, a seara é grande,
Poucos C e if e ir o s mas os ceifeiros são poucos. Rogai,
pois, ao Senhor da seara que man­
MCE Jesus foi com os seus discí­ de ceifeiros para a sua seara.
pulos para a beira do mar. E uma
grande mulddão da Galiléia o se­ J eSu s o f i c ia l iz a o s D o z e
guiu. Também da Judeia, de Jeru­ D is c íp u l o s
salém, da Iduméia e de além do
Jordão, e das regiões de Tiro e de " Naqueles dias retirou-se para
Sidom. Grandes multidões, ouvin­ o monte a fim de orar. E passou a
do falar de tudo q.uanto fazia, vie­ noite toda em oração a Deus.
ram ter com Ele. Depois do amanhecer, chamou
Recomendou, pois, aos seus seus discípulos e escolheu doze
discípulos que sc lhe preparasse um dentre eles, aos quais deu também
barquinho, por causa da multidão, o nome de apóstolos, M< para que
para que não o apertasse. estivessem com Ele, e os mandasse
Porque tinha curado a muitos, a pregar; para que tivessem autori­
de modo que todos quantos ti­ dade de expulsar os demônios MTe
nham algum mal arrojavam-se a para curarem toda sorte de doen­
Ele para lhe tocarem. ças e enfermidades.
E os espíritos imundos, quan­ M< Designou, pois, os doze, a
do o viam, prostravam-se diante saber: Simão, a quem pôs o nome
Dele c clamavam, dizendo: de Pedro; Tiago, filho de Zebc-
- Tu és o Filho de Deus. deu, e João, irmão de Tiago, aos
E Ele lhes advertia com insistên­ quais pôs o nome de Boanerges,
cia que não o dessem a conhecer. que significa: Filhos do trovão;
A ndré, M1 Felipe e B artolom eu; voltará para vós. Ficai nessa casa,
T om é e M ateus, o p u b lican o ; comendo c bebendo do que eles
Tiago, filho de Alfeu, e Lebcu, tiverem; pois digno é o trabalha­
apelidado Tadeu, u Judas, filho de dor do seu salário. Não andeis de
Tiago; M1 Simão Cananeu " cha­ casa em casa. Também, em qual­
mado Zelote, e Judas Iscariotes, quer cidade em que entrardes c vos
aquele que o traiu. receberem, comei do que puserem
diante de vós. Curai os enfermos
A S DIRETRIZES DA M lS S Ã O que nela h o u v er c d izei-lh es:
É CHEGADO A VÓS O REINO
A estes doze enviou J esus e DE DEUS. E se ninguém vos
ordenou-lhes, dizendo: receber, nem ouvir as vossas pala­
- Não ircis aos gentios, nem vras, saindo daquela casa ou daque­
en trareis em cidade de sam a- la cidade, sacudi o pó dos vossos
ritanos. Mas ide antes às ovelhas pés u e, pelas ruas, dizei: Até o pó
perdidas da Casa de Israel. E, indo, da vossa cidade, que se nos pegou
pregai, dizendo: É CHEGADO O aos pés, sacudim os contra vós.
REINO DOS CÉUS. Curai os en­ C ontudo, sabei isto: que o Reino
ferm os, ressuscitai os m o rto s, de Deus é chegado. MT Em. verda­
limpai os leprosos e expulsai os de vos digo que, no Dia do Juízo,
demônios. De graça recebestes, de haverá menos rigor para a terra de
graça dai. N ão vos provereis de Sodoma e Gomorra do que para
ouro, nem de prata, nem de co­ aquela cidade. " Quem vos ouve,
bre, em vossos cintos. u Não leveis a mim me ouve. E quem vos rejei­
bolsa, M1 nem alforge para o cami­ ta, a mim me rejeita. E quem a mim
n h o , nem duas tú n ic a s, nem me rejeita, rejeita Aquele que me
alparcas, nem bordão. L< E a nin­ enviou.MT Eis que vos envio como
guém saudeis pelo cam inho.MI Em ovelhas ao meio de lobos. Portan­
qualquer cidade ou aldeia em que to, sede prudentes como as serpen­
entrardes, procurai saber quem tes e simples com o as pom bas.
nela é digno c hospedai-vos aí até Acautelai-vos dos homens! Porque
que vos retireis. LC E cm qualquer eles vos entregarão aos sinédrios e
casa em que entrardes, dizei pri­ vos açoitarão nas suas sinagogas.
meiro: Paz seja nesta casa. E se ali E por minha causa sereis levados à
houver um filho da paz, repousará presença dos governadores e dos
sobre ele a vossa paz. E se não, reis, para lhes servir de testemu-
nho, a eles c aos gentios. u Quan­ lha mais do que a mim não é digno
do, pois, vos levarem às sinagogas, de mim. E quem não toma a sua
aos magistrados c às autoridades cruz e não segue após mim, não é
não estejais solícitos de como ou digno de mim. Quem achar a sua
do que haveis de responder, nem vida perdê-la-á, e quem perder a sua
do que haveis de dizer. Porque o vida, por amor de mim, achá-la-á.
Espírito Santo vos ensinará na Quem vos recebe, a mim me rece­
mesma hora o que deveis dizer. be. E quem me recebe a mim, re­
Ml Porque não sois vós que falais, cebe Aquele que me enviou. Quem
mas o Espírito de vosso Pai é que recebe um profeta na qualidade de
fala em vós. Um irmão entregará à profeta, receberá a recompensa de
morte a seu irmão e um pai a seu profeta. E quem recebe um justo
filho. E filhos se levantarão contra na qualidade de justo, receberá a re­
os pais e os matarão. E sereis odia­ compensa de justo. E aquele que
dos de todos por causa do meu der até mesmo um copo de água
Nome, mas aquele que perseverar fria a um destes pequeninos, na
até o fim, esse será salvo. Quando, qualidade dc discípulo, cm verda­
porém, vos perseguirem numa ci­ de vos digo que de modo algum
dade, fiigi para outra; porque em perderá a sua recompensa.
verdade vos digo que não acabareis
de percorrer as cidades de Israel O S DISCÍPULOS EXPERIMENTAM
antes que venha o Filho do H o ­ o P o d e r d o R e in o
mem. ,c Cuidais vós que vim tra­
zer paz à Terra? Não, eu vos digo, IC E, saindo eles, percorreram
mas antes dissensão: pois daqui cm as aldeias, anunciando o Evange­
diante estarão cinco pessoas divi­ lho MCe pregando que todos se ar­
didas numa casa, três contra duas rependessem. E expulsavam mui­
e duas contra três. Estarão dividi­ tos demônios, e ungiam muitos en­
dos: pai contra filho c filho contra fermos com óleo e os curavam.
pai; mãe contra filha e filha contra u Q uando os apóstolos volta­
mãe; sogra contra nora e nora con­ ram , MC reuniram -se com J esus e
tra sogra. Ml E assim os inimigos contaram -lhe tu d o o que tinham
do homem serão os da sua própria feito e ensinado.
casa. Quem ama o pai ou a mãe Ao que Ele lhes disse:
mais do que a mim não é digno de - Vinde vós, à parte, para um lu­
mim. E quem ama o filho ou a fi­ gar deserto, e descansai um pouco.
Porque eram muitos os que vi­ B e m -a v e n tu ra d o s vós, que
nham e iam, c não tinham tempo agora tendes fome, porque sereis
nem para comer. fartos.
Retiraram-se, pois, no barco B e m -av e n tu rad o s vó s, que
para um lugar deserto, à parte, agora chorais, porque haveis de rir.
u para um a cidade cham ada N!1 E bem-aventurados os h u ­
Betsaida. MCMuitos, porem, os vi­ mildes de espírito, porque deles
ram partir e os reconheceram. é o Reino dos Céus.
E para lá correram a pé de to ­ Bem-aventurados todos os que
das as cidades. E ali chegaram pri­ choram, porque serão consolados.
meiro do que eles. Bem-aventurados os mansos,
E J ksus, ao desem barcar,LCpa­ porque herdarão a Terra.
rou num lugar plano, onde havia Bcm -avcnturados os que têm
não só grande número de discípu­ fom e e sede de justiça porque
los, mas também grande multidão serão fartos.
do povo, de toda Judéia e Jerusa­ B em -aventurados os m iseri­
lém, e do litoral de Tiro c de Si- c o rd io so s, p o rq u e alcan çarão
dom, que tinha vindo para ouvi-lo m isericórdia.
e serem curados das suas doenças. Bem-aventurados os limpos de
E os que eram atormentados coração, porque verão a Deus.
por espíritos imundos ficavam cu­ Bem-aventurados os pacifica­
rados. E toda a multidão procura­ dores, porque serão cham ados
va tocar-lhe; porque saía Dele po­ filhos de Deus.
der que curava a todos. Bem-aventurados os que são
perseguidos por causa da Justiça,
O S erm ão n a M o n t a n h a porque deles é o Reino dos Céus.
B em -av e n tu ra d o s sois vós,
Mr J esus, pois, vendo as multi- quando vos injuriarem c persegui­
dões, subiu ao monte. E, tendo se rem e, m entindo, disserem todo
assentado, aproximaram-se os seus mal contra vós, por minha causa.
discípulos.IXEntão, levantando Ele “ B e m -av e n tu rad o s sereis
os olhos para os seus discípulos, quando os homens vos odiarem, e
,M
1 pôs-se a ensiná-los, dizendo: quando vos expulsarem da sua
- Bem-aventurados v ó s,LC os companhia, e rejeitarem o vosso
pobres, porque vosso é o Reino nome como indigno, por causa do
de Deus. Filho do Homem.
M1 Alegrai-vos e exultai, porque , A luz d o M undo
é grande o vosso galardão nos
Céus; porque assim perseguiram - Vós Ml sois a luz do M undo.
aos profetas que foram antes de vós. Não se pode esconder uma cidade
edificada sobre um monte. “ N in­
O s Ais! guém, pois, acende uma candeia e
a cobre com algum vaso ou a põe
- Mas ,c ai de vós que sois ri­ debaixo da cama. MT Nem os que
cos! Porque já recebestes a vossa acendem uma candeia a colocam
consolação. debaixo do alqueire,LCmas põem-
Ai de vós, os que agora estais na no velador, para que os que en­
fartos! Porque tereis fome. tram vejam a luz MI e assim ilumina
Ai de vós, os que agora rides! a todos que estão na casa.
Porque vos lamentareis e chorareis. Assim resplandeça a vossa luz
Ai de vós, quando to d o s os diante dos homens, para que ve­
homens vos louvarem! Porque as­ jam as vossas boas obras e glorifi-
sim faziam os seus pais aos falsos quem a vosso Pai, que está nos
profetas. Céus. Mt Porque nada há encober­
to que não haja de ser manifesto;
O S al d a T err a 1‘ nem coisa escondida que não haja
de saber-se ou vir à luz. MC Se al­
- Porque MCcada um será salga­ guém tem ouvidos para ouvir, ouça.
do com fogo e cada sacrifício será
salgado com sal. Bom é o sal. Mas, J e s u s v e i o c u m p r i r a L ei
se o sal se tornar insípido, com que
o haveis de temperar? ,M TVós sois o - Não MI penseis que vim des­
sal da terra. Mas se o sal u' se dege­ truir a Lei ou os Profetas. Não vim
nerar, com que se há de restaurar- destruir, mas cumprir. Porque em
lhe o sabor? 'Víl Para nada mais pres­ verdade vos digo que, até que o Céu
ta, LC nem para a terra nem para o e a Terra passem, de modo nenhum
monturo, MTsenão para ser lançado passará da Lei um só jota ou um
fora e ser pisado pelos homens: só til, até que tudo seja cumprido.
ML Tende sal cm vós mesmos e “ É, porém, mais fácil passar o Céu
guardai a paz uns com os outros. e a Terra do que cair um til da Lei.
!< Quem tem ouvidos para ouvir, Ml Qualquer, pois, que violar um
ouça. destes mandam entos, por m enor
que seja, e assim ensinar aos h o ­ MI Para que não aconteça que o
mens, será cham ado o m enor no adversário te “ arraste ao juiz, e o
Reino dos Céus. A quele, po rém , juiz te entregue ao m eirinho, c o
que os cum prir c ensinar será cha­ m eirinho te lance na prisão. MTEm
m ado grande no R eino dos Céus. verdade te digo que de m aneira
Pois eu vos digo que, se a vossa nenhum a sairás dali, enquanto não
justiça não exceder a dos cscribas pagares o últim o ceitil.
c fa rise u s , de m o d o n e n h u m
entrareis no Reino dos Céus. S o b r e o a d u l t é r io

A J u s t iç a d o R e in o - Ouvistes M1 que foi dito: Não


adulterarás.
- O uvistes MT que foi d ito aos Eu, porém , vos digo que todo
antigos: Não m atarás; c, Q uem aquele que olhar para uma m ulher
m a ta r será réu dc Juízo. para a cobiçar, já em seu coração
Eu, porém , vos digo que todo com eteu adultério com ela.
aquele que, sem m otivo, se enco- P o rta n to , se o teu o lh o d irei­
lerizar contra seu irm ão, será réu to te escandalizar, arranca-o e a ti­
dc Juízo. E quem disser a seu ir­ ra-o para longe de ti; Mí‘ m elh o r é
m ão: R aca, será réu d ian te do entrares no R eino de D eus com
Sinédrio. E quem lhe disser: Tolo, um só o lho do que, te n d o dois
será réu do fogo do Inferno. olhos, seres lançado no In fern o ,
o n d e o seu verm e não m orre e o
P ara ofertar fogo não se apaga.
MT E.se a tua m ão d ireita te faz
- Portanto, M1 se estiveres apre­ tro p eçar, corta-a e lança-a de ti.
sentando a tua oferta no altar, e aí MC M elhor é entrares na Vida
te lembrares dc que teu irm ão tem a le ija d o d o q u e , te n d o d u a s
algum a coisa contra ti, deixa ali m ãos, ires para o In fern o , o nde
diante do altar a tua oferta e vai o seu verm e não m orre e o fogo
conciliar-te prim eiro com teu ir­ não se apaga.
mão. E depois vem apresentar a tua O u , se o teu pé te fizer tro p e ­
oferta. C oncilia-te depressa " c çar, c o rta -o MT e lança-o de ti.
procura fazer as pazes MTcom o teu M elhor é entrares coxo na Vida
adversário, enquanto estás no ca­ do q u e, te n d o dois pés, seres lan ­
m inho com ele “ ao magistrado. çado no In fern o , MC o nde o seu
verme não morre e o fogo não sc A NÀO-RESISTÈNCIA
apaga.
Pois te é m elhor que se - Ouvistes M1 que foi dito: Olho
perca um dos teus m em bros do por olho e dente por dente.
que seja to d o o teu corpo lan­ Eu, porém, vos digo que não
çado no Inferno. resistais ao homem mau. Mas a qual­
quer que te bater na face direita, ofe­
S o b r e o d iv ó r c io rece-lhe também a outra. E ao que
quiser pleitear contigo e tirar-te a
- Também MT foi dito: Quem túnica, larga-lhe também a capa; “ e
repudiar sua mulher, dê-lhe earta não lhe negues também a túnica.
de divórcio. E ao que tomar o que é teu, não
Eu, porém , vos digo que todo lho tornes a pedir.
aquele que repudia sua mulher, a MT E, se qualquer te obrigar a
não ser por causa de infidelidade, caminhar mil passos, vai com ele
a faz adúltera. E quem casar com a dois mil.
repudiada, comete adultério.
A m a r o s in im ig o s
S o br e ju r a m e n t o s
- Ouvistes que foi dito: A m a ­
- O u tro ssim ,o u v iste s que foi rás ao teu próximo e odiarás ao teu
dito aos antigos: Não jurarás fa l­ inimigo.
so, mas cumprirás para com o Se­ Eu, porém, vos digO: Amai aos
nhor os teus juramentos. vossos inimigos, ” fazei bem aos
Eu, porem, vos digo que de ma­ que vos odeiam, bendizei aos que
neira nenhuma jureis: nem pelo vos maldizem MT c orai pelos que
Céu, porque é o Trono de Deus; vos maltratam, perseguem “ e vos
nem pela T erra, p o rq u e é o caluniam.'"1Para que vos torneis fi­
cscabclo de seus pés; nem por Je­ lhos do vosso Pai que está nos
rusalém , porque é a cidade do Céus. Porque Ele faz que o Seu
grande Rei. Nem jures pela tua sol sc levante sobre maus e bons, e
cabeça, porque não podes tornar faz descer a Sua chuva sobre justos
um só cabelo branco ou preto. c injustos.
Seja, porém, o vosso falar: sim, Pois, sc amardes aos que vos
sim; não, não. Pois o que passa daí, amam, que recompensa tereis? Não
vem do Maligno. fazem os publicanos tam bém o
mesmo? “ Também os pecadores zer a teu irmão: Irmão, deixa-me
amam aos que os amam. tirar o arguciro que está no teu
Ml E, se saudardes somente os olho, não vendo tu mesmo a trave
vossos irmãos, que fazeis demais? que está no teu?
N ão fazem os gentios também o Hipócrita! Tira prim eiro a tra­
mesmo? K E se fizerdes bem aos ve do teu olho. E então verás bem
que vos fazem bem, que mérito há para tirar o argueiro que está no
nisso? Também os pecadores fazem olho de teu irmão.
o mesmo. E se emprestardes àque­
les de quem esperais receber, que A Pa r á b o l a d o s D o is C e g o s
recompensa há nisso? Também os
pecadores emprestam aos pecado­ 1 E propôs-lhes também uma
res, para receberem outro tanto. parábola:
Amai, porém, a vossos inimigos, - Pòde porventura um cego
fazei bem e emprestai, sem nada guiar outro cego? Não cairão am­
esperardes; e grande será a vossa bos no barranco?
recom pensa, c sereis filhos do Não é o discípulo mais do que
Altíssimo. Porque Ele é benigno o seu Mestre.
até para com os ingratos e maus. xMas todo o que for bem ins­
Sede, pois, m isericordiosos, truído será como o seu Mestre.
com o tam bém vosso Pai é mise­
ricordioso. A LÂMPADA DO CORPO

S o b r e ju l g a r e c o n d e n a r - A candeia MI do corpo são os


olhos. De sorte que, se os teus
- N ão u julgueis c não sereis olhos forem bons, " todo o teu
julgados. N ão condeneis e não corpo será luminoso. M1 Se, porém,
sereis condenados. Soltai e soltar- os teus olhos forem maus, o teu
vos-ão. Porque com o juízo corpo será tenebroso. Portanto, se
com que julgais, sereis julgados. a luz que cm ti há são trevas, quão
E com a medida com que medis grandes são tais trevas! “ Ve, en­
vos m edirão a vós. tão, que a luz que há em ti não se­
E por que reparas tu no arguci- jam trevas.
ro que está no olho do teu irmão e Sc todo o teu corpo estiver ilu­
não ves a trave que está no teu m inado, sem ter parte alguma cm
próprio olho? O u como podes di­ trevas, será inteiram ente lum ino-
so, como quando a candeia te alu- faz a direita; para que a tua esmola
mia com o seu resplendor. fique em secreto.
E teu Pai, que vê cm secreto, te
C o m o j e ju a r recompensará.
M1 Dá a quem te pedir, c não
- É quando M1 jejuardes, não voltes as costas ao que quiser que
vos mostreis contristados como lhe emprestes.
os hipócritas; porque eles desfi­ u Dai e ser-vos-á dado: boa me­
guram os seus rostos, para que os dida, recalcada, sacudida c trans-
homens vejam que estão jejuan- bordante vos deitarão no vosso
do. Em verdade vos digo que já regaço. Porque com a mesma me­
receberam a sua recompensa. dida com que medis, vos medirão
T u, porém , quando jejuares, a vós.ATPois mais bem-aventurada
unge a tua cabeça c lava o teu ros­ coisa é dar do que receber.
to, para não mostrar aos homens y'T Sede vós, pois, perfeitos,
que estás jejuando, mas a teu Pai, com o é p erfeito o vosso Pai
que está em secreto. I Celestial.'
E teu Pai, que vê em secreto, *

te recompensará. S obre os T eso u r o s

S o br e as bo as o bras - Não ajunteis MT tesouros na


Terra; onde a traça c a ferrugem
- Guardai-vos Mde fazer as vos­ tudo consomem e onde os ladrões
sas boas obras diante dos homens, minam c roubam.
para serdes vistos por eles; de outra Mas ajuntai para vós tesouros
sorte não tereis recompensa junto no Céu, onde nem a traça nem a
de vosso Pai, que está nos Céus. ferrugem os consomem e onde os
Q uando, pois, deres esmola, ladrões não minam nem roubam.
não faças tocar trom beta diante ICVendei o que possuís e dai es­
de ti, como fazem os hipócritas molas. Fazei para vós bolsas que
nas sinagogas e nas ruas, para se­ não envelheçam; tesouro nos Céus
rem glorificados pelos homens. que jamais aeabe, aonde não che­
Em verdade vos digo que já re­ ga ladrão e a traça não rói.
ceberam a sua recompensa. Porque onde estiver o vosso
Mas tu, quando deres esmola, tesouro, aí estará também o vos­
não saiba a tua mão esquerda o que so coração.
S o b r e a q u e m S e r v ir lham n em fiam ; c o n tu d o vos
digo q u e nem m esm o Salom ão,
- N inguém M1 pode servir a cm to d a a sua glória, se vestiu
dois senhores. Porque ou há de com o q ualquer um deles. Pois,
odiar a um e amar o outro, ou há se D eus assim veste a erva do
de dedicar-se a um e desprezar o cam po, que hoje existe e amanhã
outro. N ão podeis servir a Deus c lançada no forno, q u an to mais
c a M am om . a vós, hom ens de pequena fé?
P o rtan to , não vos inquieteis,
S o b r e a s I n q u ie t a ç õ e s dizendo: Q ue havemos de comer?
O u: Q ue havemos de beber? Ou:
- Por isso MT vos digo: N ão Com que havemos de nos vestir?
estejais ansiosos quanto à vossa Porque todas estas coisas os gen­
vida, pelo que haveis de comer ou tios procuram .
pelo que haveis de beber. N em , O vosso Pai C elestial bem
quanto ao vosso corpo, pelo que sabe que precisais de todas essas
haveis de vestir. N ão c a vida mais coisas.
do que o alim ento e o corpo mais Mas buscai primeiro o Reino de
do que o vestuário? Deus e a sua Justiça, e todas es­
Olhai para as aves do Ccu lxr' e tas coisas vos serão acrescentadas.
considerai os corvos, que não se­ N ão vos inquieteis, pois, pelo
meiam, nem ceifam, não tem des­ dia de amanhã u"c não andeis pre­
pensa, M1 nem ajuntam em celei­ ocupados; MI porque o dia dc ama­
ros; e vosso Pai Celestial os ali­ nhã cuidará de si mesmo. Basta a
m enta. N ão valeis vós m uito mais cada dia o seu próprio mal.
do que as aves? “ Não temas, ó pequeno reba­
O ra, qual de vós, por mais a n ­ nho! Porque a vosso Pai agradou
sioso que esteja, pode acrescen­ dar-vos o Reino.
tar um côvado à sua estatura? **
P o rq u an to , se n ão podeis fazer "NâO ALIMENTE OS b i c h o s "
as coisas m ínim as, por que estais
ansiosos pelas outras? - Não deis Ml aos cães o que é
Ml E pelo que haveis de vestir, santo, nem lanceis aos porcos as
por que andais ansiosos? vossas pérolas, para não acontecer
Olhai para os lírios do cam ­ que as calquem aos pés e, voltan­
p o , com o crescem ; não tra b a ­ do-se, vos despedacem.
P e d ir , bu sc a r , a c h a r ta c apertado o Caminho que con­
duz à Vida, poucos são os que a
- PediMTe dar-se-vos-á. Buscai encontram.
c achareis. Batei c abrir-se-vos-á.
" Porque qualquer que pede, re­ C o m o c o n h e c e r o s falso s
cebe. E quem busca, acha. E ao PROFETAS
que bate, abrir-se-lhe-á.
E qual dentre vós é o pai que, - Guardai-vos Ml dos falsos
se o filho lhe pedir pão, lhe dará profetas, que vêm a vós disfar­
uma pedra? Ou, sc lhe pedir peixe, çados como ovelhas, mas interi­
lhe dará por peixe uma serpente? orm ente são lobos devoradores.
Ou, sc pedir um ovo, lhe dará um Pelos seus frutos os conhecereis.
escorpião? C olhem -se, p o rv e n tu ra , uvas
m Pois, se vós, sendo maus, dos espinheiros ou figos dos
sabeis dar boas dádivas aos vossos abrolhos?
filhos, quanto mais vosso Pai, que Assim, toda árvore boa produz
está nos Céus, dará boas coisas,c e bons frutos. E toda árvore má
o Espírito Santo àqueles que Lho produz frutos maus.
pedirem? LCPorque não há árvore boa
que dê mau fruto nem tampouco
A L ei e o s P r o f e t a s árvore má que dê bom fruto.
Cada árvore se conhece pelo seu
- Portanto, MT tudo o que vós próprio fruto. Pois dos espinhei­
quereis que os homens vos façam, ros não se colhem figos, nem dos
fazei-lho também vós a eles. Por­ abrolhos se vindimam uvas.
que esta é a Lei e os Profetas. O homem bom, do bom tesou-
ro do seu coração, tira o bem.
As duas P ortas e o s d o is O homem mau, do seu mau te­
C a m in h o s souro, tira o mal. Pois do que há
em abundância no coração, disso
- Entrai MT pela Porta estreita. fala a boca.
Porque larga é a porta e espaçoso ,MI Toda árvore, pois, que não
o caminho que conduz à perdi­ produz bom fruto é cortada e
ção, c muitos são os que entram lançada no fogo. Portanto, pelos-*-
por cia. E porque estreita é a Por­ j seus frutos os conhecereis.
C rer e o b e d e c e r Mas todo aquele que ouve es­
tas minhas palavras e não as põe
- E por que “ me chamais: Se­ cm prática, será comparado a um
nhor, Senhor, e não fazeis o que homem insensato, que edificou a
eu vos digo? sua casa sobre a areia, LC sem ali­
MTNem todo o que me diz: Se­ cerces.MT E desceu a chuva, corre­
nhor, Senhor, entrará no Reino ram as torrentes, sopraram os ven­
dos Céus, mas aquele que faz a tos e bateram com ím peto contra
vontade de meu Pai, que está nos aquela casa, ‘ que logo caiu.
Céus. E foi grande a sua ruína.
M uitos me dirão naquele Dia: MTAo concluir J hsus este discur­
Senhor, Senhor, não pro fetiza­ so, as m ultidões se maravilhavam
mos nós em teu Nome? E em teu da sua doutrina; po rq u e as ensina-
Nome não expulsamos d em ôni­ j va co m o ten d o autoridade e não
os? E cm teu N om e não fizemos ' com o os escribas.
m uitos milagres?
E n tão lhes direi claram ente: O LEPROSO PURIFICADO
N unca vos conheci. Apartai-vos
de m im , vós que praticais a ini- M; Q u a n d o J hsus d e sc e u d o
qiiidade. m o n te, grandes m ultidões o segui­
am. E eis que ‘ apareceu um h o ­
C asas so b r e a R o c h a m em cheio de lepra que, v endo a
E SOBRE A AREIA J esus, prostrou-se com o ro sto cm
terra e suplicou-lhe:
- T odo aquele, MI pois, que - Senhor, se quiseres, bem po ­
ouve estas m inhas palavras c as des tornar-me limpo.
põe em prática, será com parado MC J esus, pois, m ovido de ín ti­
a um homem prudente q u e ," edi- ma com paixão, estendeu a m ão ,
ficando um a casa, cavou bem to co u -o c disse-lhe:
fundo e pôs os alicerces sobre a - Q uero. Sê limpo.
R ocha.MT E desceu a chuva, co r­ Im ed iatam en te desapareceu
reram as torrentes, sopraram os dele a lepra e ficou lim po.
ventos c bateram com ím p e to E J esu s, a d v e r tin d o - o s e ­
contra aquela casa, que não caiu, c r e ta m e n te , lo g o o d e s p e d iu ,
porque estava fundada sobre a d iz e n d o -lh e :
Rocha. - O lha, não digas nada a nin-
guém; nias vai, mostra-tc ao sacer­ - Eu irei e lhe darei saúde.
dote e oferece pela tua purificação O centurião, p orém , repli
a oferta que Moisés determinou, cou-lhe:
para lhes servir de testemunho. - Senhor, " não te incomodes;
M< Ele, porém, saindo dali, co­ porque não sou digno de que en­
meçou a publicar o caso por toda tres debaixo do meu telhado. Por
parte c a divulgá-lo, de modo que isso, nem ainda mc julguei digno
Jesus já não podia entrar aberta­ de ir à tua presença. Dize, porém,
mente numa cidade, mas conscrva- uma palavra e o meu servo será
va-sc fora cm lugares desertos. E de curado. Pois também eu sou ho­
todos os lados iam ter com Ele. mem sujeito à autoridade e tenho
soldados às minhas ordens. E digo
O CENTURIÃO DE GRANDE FÉ a este: vai, e ele vai. E a outro: vem,
e ele vem. E ao meu servo: faze
MTTendo J esus entrado cm Ca- isto, c ele o faz.
farnaum, “ eis que o servo de um J esus, ouvindo isso, adm irou-
certo centurião, a quem este mui­ se dele e, voltando-se para a m ul­
to estimava, estava doente, quase tid ão que o seguia, disse:
à morte. - Eu vos afirmo que nem mes­
O centurião, pois, ouvindo fa­ mo em Israel encontrei tamanha
lar de Jesus, enviou-lhe uns anciãos fé. MTTambém vos digo que m ui­
dos judeus, a pedir-lhe que viesse tos virão do Oriente c do Oci­
curar o seu servo. E chegando eles dente e redinar-se-ão à mesa com
jimto de Jesus, rogavam-lhe com Abraão, Isaque e Jacó, no Reino
instância, dizendo: dos Céus. Mas os filhos do Rei­
- E digno de que lhe concedas no serão lançados nas trevas ex­
isto; porque ama a nossa nação e teriores. Ali haverá choro e ran­
ele mesmo nos edificou a sinagoga. ger de dentes.
E foi J esus com eles. E ntão disse J esus ao centurião:
Mas, quando já estava perto da - Vai-te, c te seja feito assim
casa,MTchegou-se a Ele o centurião como creste.
e lhe rogou, dizendo: E naquela mesma hora o seu
- Senhor, o meu criado jaz em criado sarou.
casa paralítico e horrivelm ente " E voltan d o para casa os
atormentado. que haviam sido enviados, e n ­
Respondeu-lhe J esus: contraram o servo com saúde.
A RESSURREIÇÃO D O FILHO jO Ã O M AND A MENSAGEIROS
DA VIÚVA DE N a IM a J esu s

,c Pouco depois, seguiu Ele vi­ M1 Ora, quando João no cárce­


agem para uma cidade chamada re ouviu falar das obras do Cristo,
Naim. E iam com Ele seus discí­ mandou u' dois dos seus discípu­
pulos e uma grande multidão. los MT a perguntar-lhe:
Quando chegou perto da por­ - Es tu Aquele que havia de vir,
ta da cidade, eis que levavam para ou havemos de esperar outro?
fora um defunto, filho único de sua IC E quando aqueles hom ens
mãe, que era viúva. chegaram junto Dele, disseram:
E com ela ia uma grande multi­ - João, o Batista, enviou-nos a
dão da cidade. perguntar-te: Es tu Aquele que
Logo. que o Senhor a viu, m o­ havia de vir, ou havemos de espe­
veu-se de íntima compaixão por ela rar outro?
e disse-lhe: Naquela mesma hora, J esus cu­
- N ão chores. rou a muitos de doenças, de m o­
E n tã o , ch eg an d o -se , to c o u léstias e de espíritos malignos.
no esquife. E os que o levavam, E deu vista a muitos cegos.
pararam . Então lhes respondeu:
Então disse: - Ide e contai a João o que tens
- Moço, a ti te digo: levanta-te. visto c ouvido: os cegos vêcm, os
O que estivera m o rto sentou- coxos andam, os leprosos são pu ­
se e começou a falar. rificados, os surdos ouvem, os mor­
E ntão J esus o entregou à sua m ãe. tos são ressuscitados e aos pobres
O m edo se apoderou de todos é anunciado o Evangelho.
e glorificavam a Deus, dizendo: E bem-aventurado aquele que
- Um grande profeta se levan­ não se escandalizar de mim.
tou entre nós; e: E, te n d o -s e re tira d o os m e n ­
- Deus visitou o Seu povo! sageiros de Jo ã o , J esus co m e ço u
E correu a notícia disto por a d iz e r às m u ltid õ e s a re sp e ito
toda a Judéia e por toda a região de Jo ão :
circunvizinha. - Q ue saístes a ver no deser­
O ra, os d iscíp u lo s de Jo ã o to? U m caniço agitado pelo ven­
a n u n c ia r a m - lh e to d a s e sta s to? Mas que saístes a ver? Um h o ­
coisas. mem trajado de vestes luxuosas?
1 is que aqueles que trajam rou­ panheiros: tocamos-vos flauta, e
pas preciosas, e vivem em delíci­ não dançastes; cantamos lamen­
as, estão nos paços reais. Mas que tações, e não pranteastes.
saístes a ver? Um profeta? Sim, Porquanto veio João Batis­
vos digo, c muito mais do que ta, não comendo pão nem beben­
profeta. Este c aquele de quem do vinho, e dizeis: Tem demônio.
está escrito: Eis aí envio ante a Veio o Filho do Homem, co­
ina face o meu Anjo, que há de mendo e bebendo, e dizeis: Eis aí
preparar adiante de ti o teu ca­ um comilão c bebedor de vinho,
minho. Pois eu vos digo que, en­ amigo de publicanos c pecadores.
tre os nascidos de mulher, não há Mas a sabedoria é justificada por
nenhum maior do que João. Mas todos os seus filhos.
aquele que c o menor no Reino
de Deus é maior do que ele. M1 E O Fa r is e u e a P r o s t it u t a
desde os dias de João Batista, até
agora, se faz violência ao Reino ,<:E eis que um dos fariseus con­
ilos Céus e pela força se apode­ vidou-o para comer com ele.
ram dele. Pois todos os Profetas e E entrando em casa do fariseu,
a Lei profetizaram até João. E, se reclinou-se à mesa.
quereis dar crédito, é este o Elias E eis que uma mulher pecado-
que havia de vir. ra que havia na cidade, quando
Quem tem ouvidos, ouça. soube que Ele estava à mesa em
u E todo o povo que o ouviu, casa do fariseu, trouxe um vaso de
e até os publicanos, reconhece­ alabastro com bálsamo.
ram a Justiça de Deus, receben­ E estando por detrás, aos seus
do o batismo de João. pés, chorando, começou a regar-
Mas os fariseus e os doutores lhe os pés com lágrimas e os enxu­
da Lei rejeitaram o conselho de gava com os cabelos da sua cabe­
Deus contra si mesmos, não sen­ ça. E beijava-lhe os pés e ungia-os
do batizados por ele. com o bálsamo.
E disse o Senhor: Mas, ao ver isso, o fariseu que
- A que, pois, compararei os o convidara falava consigo, dizen­
homens desta geração, e a quem do: Se este homem fosse profeta,
são semelhantes? São semelhan­ saberia quem e de que qualidade
tes aos meninos que, sentados nas é essa mulher que o toca, pois é
praças, MI clamam aos seus com­ uma pecadora.
A P arábola d o s D o is - Perdoados são os teus pecados.
D evedores Mas os que estavam com Ele à
mesa com eçaram a dizer entre si:
Então, J esus lhe disse: - Q uem c este que até perdoa
- Sim ão, uma coisa ten h o a pecados?
dizer-te. J esus, porém , disse à m ulher:
Respondeu ele: - A tua fé te salvou. Vai-te em paz.
- Dize-a, Mestre.
- Um certo credor tinha dois O SUSTENTO DO M iN IS T É R IO
devedores: um lhe devia quinhen­ de J esus
tos denários c outro cinqüenta.
Não tendo eles com que pagar, LCLogo depois disso, J esus an­
perdoou a ambos. Qual deles, pois, dava de cidade em cidade e de al­
o amará mais? deia em aldeia, pregando e anun­
Respondeu Simão: ciando o Evangelho do Reino de
- Suponho que é aquele a quem Deus. E os doze iam com Ele, bem
mais perdoou. como algumas mulheres que havi­
Replicou-lhe J esus: am sido curadas de espíritos ma­
- Julgaste bem. lignos e de enfermidades: Maria,
E, voltando-se para a mulher, chamada Madalena, da qual tinham
disse a Simão: saído sete demônios, Joana, m u­
- Vês tu esta mulher? Entrei em lh e r de C u z a , p ro c u ra d o r de
tua casa e não me deste água para Herodes, Susana e muitas outras
os pés; mas esta com suas lágrimas que o serviam com os seus bens.
os regou e com seus cabelos os
enxugou. N ão me deste ósculo; A S C O N D IÇ Õ ES DA M lS S Ã O
ela, porém, desde que entrei, não
tem cessado de beijar-me os pés. c Q uando iam pelo cam inho,
Não me ungiste a cabeça com óleo; MT ap ro x im o u -se um escriba e
mas esta com bálsamo ungiu-me disse-lhe:
os pés. Por isso te digo: Perdoa­ - Mestre, seguir-te-ei para onde
dos lhe são os pecados, que são quer que fores.
muitos; porque ela muito amou. Respondeu-lhe J esus:
Mas aquele a quem pouco se per­ - As raposas têm covis e as aves do
doa, pouco ama. céu têm ninhos, mas o Filho do ho­
E disse a ela: mem não tem onde reclinar a cabeça.
“ E a outro disse: Respondeu-lhes Ele:
- Segue-me. - Eu via Satanás, como raio, cair
Ao que este respondeu: do Céu. Eis que vos dei Autorida­
- Permitc-mc ir primeiro sepul­ de para pisar serpentes c escorpi­
tar meu pai. ões, c sobre toda a força do Inimi­
Replicou-lhe Jesus: go. E nada vos fará dano algum.
- Deixa os mortos sepultar os Contudo, não vos alegreis porque
seus próprios mortos. T u, porém, se vos subm etem os espíritos.
vai e anuncia o Reino de Deus. Alegrai-vos antes por estarem os
Disse também outro: vossos nomes escritos nos Céus.
- Senhor, eu te seguirei, mas Todas as coisas'" me foram entre­
deixa-me primeiro despedir dos gues por meu Pai. E ninguém co­
que estão cm minha casa. nhece plenamente o Filho, senão
Mas J esus lhe replicou: o Pai. E ninguém conhece plena­
- Ninguém que lança mão do mente o Pai, senão o Filho, e aque­
arado e olha para trás é apto para o le a quem o Filho O quiser revelar.
Reino de Deus.
O m a is d o c e C o n v it e
Je s u s n o m e i a m a i s S e t e n t a
D is c íp u l o s - Vinde MTa mim, todos os que
estais cansados e oprimidos, e eu
“ Depois disso designou o Se­ vos aliviarei. Tomai sobre vós o
nhor outros setenta e os enviou meu jugo e aprendei de mim, que
adiante de Si, de dois cm dois, a sou manso e humilde de coração;
todas as cidades e lugares aonde c achareis descanso para as vossas
Ele havia de ir. almas. Porque o meu jugo é suave
E dizia-lhes: c o meu fardo é leve.
- Na verdade, a Seara é grande,
mas os trabalhadores são poucos. J e s u s o r a a o P ai
Rogai, pois, ao Senhor da Seara
que mande trabalhadores para a L<: Naquela mesma hora exultou
Sua Seara. J esus no Espírito Santo e disse:
Voltaram depois os setenta com
alegria, dizendo: Graças te dou, ó P ai,
- Senhor, em teu Nome, os de­ Senhor do Céu e da Terra,
mônios se submetem até a nós. porque ocultaste estas coisas
aos sábios c entendidos, Templo. Mas, se vós soubésseis o
e as revelaste aos pequeninos; que significa: Misericórdia quero
S im , ó P a i, porque assim f o i e não sacrifícios, não condenarieis
do T eu agrado. os inocentes.
M< O sábado foi feito p o r causa
Mr T endo acabado J esus dc dar do hom em c não o hom em por
in stru çõ es aos seus discíp u lo s, causa do sábado.
partiu dali a ensinar e a pregar nas Pelo que o Filho do H om em
cidades deles. até do sábado é Senhor.

O S e n h o r d o D esc a n so O HOMEM DA MÀO ATROFIADA

N aquele tempo, passou J esus V1 Partindo J esus dali, entrou na


pelas searas n u m dia d c sábado. sinagoga deles ‘ c pôs-se a ensi­
E os seus discípulos, sentindo nar. Estava ali um homem que tinha
fome, começaram a colher espigas a m ão d ire ita a tro fia d a . E os
e, L< debulhando-as com as mãos, escribas e os fariseus observavam-no,
as comiam. Os fariseus, vendo isso, para ver se curaria em dia de sába­
disseram-lhe: do, para acharem de que o acusar.
- Eis que os teus discípulos es­ Mas Ele, conhecendo-lhes os
tão fazendo o que não é lícito fa­ pensamentos, disse ao hom em que
zer no sábado. tinha a mão atrofiada:
Ele, porem , lhes disse: - Levanta-te e fica cm pé aqui
- Acaso não lestes o que fez no meio.
Davi, quando teve fome, ele e seus E ele, levantando-se, ficou em
com panheiros? M< C om o entrou pé. Disse-lhes, então, J esus:
na Casa de D eus, no tem po do - Eu vos pergunto: é lícito no
sumo sacerdote Abiatar, e comeu sábado fazer bem ou fazer mal? Sal­
dos pães da proposição, dos quais var a vida ou tirá-la? MT Qual den­
não era lícito com er senão aos sa­ tre vós será o homem que, tendo
cerdotes, e deu tam bém aos com ­ uma só ovelha, se num sábado ela
panheiros? M1 O u não lestes na Lei cair numa cova, não há de lançar
que, aòs sábados, os sacerdotes no m ão dela" c tirá-la? O ra, q uanto
Templo violam o sábado e ficam mais vale um homem do que uma
sem culpa? D igo-vos, porém , que ovelha! Portanto, é lícito fazer bem
aqui está quem é maior do que o nos sábados.
MC E eles se calaram. seus discípulos.
H olhando cm redor para eles MT E disse-lhes J esus:
com indignação, condoendo-se - Q uando orardes, não sejais
da dureza dos' seus corações, dis­ com o ós hipócritas; pois gostam
se ao homem: de orar cm pé nas sinagogas, e às
- Estende a tua mão. esquinas das ruas, para serem vis­
E ele estendeu, e lhe foi resta­ tos pelos homens. Em verdade
belecida, sã como a outra. vos digo que já receberam a sua
“ Mas eles se encheram de fu­ recompensa. Mas tu, quando ora­
ror; e uns com os outros conferen- res, entra no teu quarto e, fechan­
clavam sobre o que fariam a J esus. do a porta, ora a teu Pai que está
M
1J esus , p e rc e b e n d o isso, re- em secreto. E teu Pai, que vê em
tiro u -s c dali. secreto, tc recompensará.
Acompanharam -no muitos. E, orando, não useis de vãs re­
E Ele curou a todos e advertiu- petições, como fazem os gen ti­
lhes que não o dessem a conhecer os; porque pensam que pelo seu
para que se cumprisse o que foi m uito falar serão ouvidos. N ão
dito pelo profeta Isaías: vós assemelheis, pois, a eles; p o r­
Eis aqui o meu Servo que escolbi, que vosso Pai sabe o que vos é
o meu amado em quem a minha n e c e ss á rio , a n te s de vós lh o
alma se compraz; porei sobre Ele o pedirdes. P o rtan to , vós orareis
meu Espírito e Ele anunciará aos deste modo:
gentios ojuízo. 'Não contenderá, nem
clamará, nem se ouvirá pelas ruas a P a i nosso
sua voz. Não esmagará a cana que­ que estás nos Céus,
brada e não apagará o pavio quef u ­ santificado seja o teu Nome.
mega, até que faça triunfar o Juízo. Venha a nós o Teu R eino,
E no seu Nome osgentios esperarão. seja fe ita a T u a Vontade,
assim n a T erra como no Céu.
Jesus e n s in a a o r a r O pão nosso de cada d ia
nos dá hoje.
!s Estava J esus em certo lugar E perdoa-nos as nossas dívidas,
orando c, quando acabou, disse- assim como nós tam bém
lhe um dos seus discípulos: perdoamos aos nossos devedores.
- Senhor, ensina-nos a orar, E não nos deixes cair em tentação;
como também João ensinou a o s ' m as livra-nos do m al.
Porque Teu é o R eino, o Poder E havendo J esus e n tra d o , recli­
e a G lória, p a ra sempre, nou-se à mesa.
A m ém . O fariseu adm irou-sc, vendo
Porque, se perdoardes aos ho ­ que Ele não se lavara antes de al­
mens as suas ofensas, também vos­ moçar. Ao que o Senhor lhe disse:
so Pai Celestial vos perdoará a vós. - Ora vós, os fariseus, limpais o
Sc, porem , não perdoardes aos exterior do copo e do prato; mas o
homens, tam pouco vosso Pai per­ vosso interior está cheio de rapina
doará vossas ofensas. e maldade.
Loucos! Q uem fez o exterior,
A Pa r á b o l a d o A m ig o não fez tam bém o interior? Dai,
Im po r tu n a d o r porém , de esmola o que está den­
tro do copo c do prato, e eis que
Lc Disse-lhes também: todas as coisas vos serão limpas.
- Se um de vós tiver um amigo Mas ai de vós, fariseus, que
e se for procurá-lo à meia-noite, e dizimais a hortelã, a arruda e toda
lhe disser: A m igo, em presta-m e hortaliça, e desprezais o Juízo e o
três pães, pois que um amigo meu, am or de Deus! Im portava fazer
estando em viagem, chegou a mi­ essas coisas e não deixar as outras.
nha casa, e não tenho o que lhe Ai de vós, fariseus, que amais
oferecer. E se ele, de dentro, res­ os primeiros assentos nas sinago­
ponder: N ão me incomodes; já está gas c as saudações nas praças!
a porta fechada c os meus filhos Ai de vós, escribas e fariseus
estão comigo na cama; não posso hipócritas, que sois com o as se­
levantar-mc para te atender. pulturas que não aparecem , e os
Digo-vos que, ainda que se le­ hom ens que sobre elas andam
vante para lhos dar por ser seu ami­ não o sabem!
go, todavia, mais por causa da sua Disse-lhe, então, um dos d o u ­
im portunação, se levantará e lhe tores da Lei:
dará quantos pães ele precisar. - M estre, quando dizes isso,
também nos afrontas a nós.
J esu s c r it ic a a h ip o c r is ia Ele, porém , respondeu:
- Ai de vós tam bém , doutores
10 A cabando J ksus de falar, da Lei! Porque carregais os h o ­
um fariseu o convidou para a l­ mens com fardos difíceis de su ­
m oçar com ele. po rtar e vós mesmos nem ainda
i "tn um cios vossos dedos tocais tal modo que nem podiam comer.
m '.‘.rs fardos. Q uando os seus parentes ouviram
Ai de vós que edificais os se- isso, saíram para prendê-lo, por­
ImiK ros dos profetas, e vossos pais que diziam:
i >*. mataram! Bem testificais, pois, - Ele está fora de si.
i|tie consentis nas obras de vos-
pais. Porque eles os mataram O S ESCRIBAS E FARISEUS VOLTAM
c vós edificais os seus sepulcros. A DIFAMAR JESUS
I'«>r isso, diz tam bém a sabedoria
dr I )eus: Profetas e apóstolos lhes MT T rouxeram -lhe en tão um
mandarei; e eles m atarão uns e endemoninhado cego e mudo.
perseguirão outros; para que des- E Ele o curou, de modo que o
i .i geração seja requerido o san­ m udo falava e via.
gue de todos os profetas que, des­ E toda a multidão, maravilha­
de a fundação do M undo, foi der- da, dizia:
i amado. Desde o sangue de Abel - E este, porventura, o Filho
até ao sangue de Zacarias, que foi de Davi?
m orto entre o altar e o Templo. Mas os fariseus, ouvindo isso,
Assim, vos digo, será requerido disseram:
desta geração. - Este não expulsa os dem ô­
Ai de vós, doutores da Lei, que nios senão por Belzebu, príncipe
tirastes a chave da ciência! Vós dos demônios.
mesmos não entrastes e impedistes M< E os escribas que tinham des­
os que entravam. cido de Jerusalém diziam:
Ao sair Ele dali, começaram os - Ele está possesso de Belzebu; c:
cscribas c os fariseus a apertá-lo for- - E pelo príncipe dos demônios
i emente, e a interrogá-lo acerca de que expulsa os demônios.
muitas coisas, armando-lhe ciladas, m J esus, porém , conhecendo-
a fim de o apanharem cm alguma lhes os pensam entos, Mc cham ou-
coisa que dissesse. os c lhes disse p o r parábolas:
- Todo u reino dividido contra
A PRÓPRIA FAMÍLIA ACHA QUE si mesmo será assolado, e casa so­
ILE ENLOUQUECEU bre casa cairá. MT Todo reino divi-
I dido contra si mesmo é devastado.
Mc Depois entrou numa casa. Toda cidade, ou casa, dividida
E afluiu outra vez a m ultidão, de contra si mesma não subsistirá.
M
< C om o pode Satanás expul­ O PECADO QUE N U N C A SERÁ
sar Satanás? M1 O ra, se Satanás ex­ PE R D O A D O

pulsa a Satanás, está dividido co n ­


tra si m e sm o .lx C om o subsistirá o - Em M< verdade, vos digo: to ­
seu reino? Mc Se Satanás se tem le­ dos os pecados serão perdoados
vantado contra si mesmo, e está di­ aos filhos dos hom ens, bem com o
vidido, tam pouco pode ele subsis­ todas as blasfêmias que proferirem.
tir; antes tem fim. MI Mas a blasfêmia contra o Espíri­
to Santo não será perdoada.
A P a r á b o l a d o M a is V a l e n t e Se alguém disser alguma pala­
vra contra o Filho do H om em , isso
lhe será perdoado. Mas se alguém
- Q uando u: o valente guarda,
falar contra o Espírito Santo, Mc
arm ado, a sua casa, cm segurança
nunca mais terá perd ão , MT nem
estão os seus bens.
neste M undo, nem no V indouro,
M as, sobrevindo O u tro mais
Mc mas será réu de pecado eterno.
valente do que d e , e vencendo-o,
tira-lhe toda a arm adura cm que
O S FRUTOS REVELAM A ÁRVORE
confiava e reparte os seus despo-
jos. MC Porque ninguém pode e n ­
- O u MT fazei a árvore boa e o
trar na casa do valente c roubar-
seu fruto bom ; ou fazei a árvore
lhe os bens, se prim eiro não am ar­
má e o seu fruto mau. P orque pelo
rar o valente. E ntão lhe saqueará
fruto se conhece a árvore.
a casa.
Raça de víboras! C om o podeis
MT Q uem não é comigo é con­
vós falar coisas boas, sendo maus?
tra mim. E quem comigo não ajun- O hom em bom , do seu bom
ta, espalha. Lc Pois dizeis que eu tesouro tira coisas boas, e o h o ­
expulso os dem ônios por Belzcbu. m em m au do m au te so u ro tira
Se eu expulso os dem ônios por coisas más.
Belzebu, por quem os expulsam os D igo-vos, pois, que de toda
vossos filhos? Por isso, eles m es­ palavra fútil que os hom ens dis­
mos serão os vossos juizes. serem , hão de dar conta no Dia
Ml M as, se é pelo Espírito de d o Juízo.
Deus que eu expulso os dem ôni­ Porque pelas tuas palavras serás
os, certam ente é chegado a vós o justificado e pelas tuas palavras se­
Reino de Deus. rás condenado.
( ) S i n a l d e Jo n a s C o m o a g e m o s e s p ír it o s
IM U N D O S
m Então alguns dos escribas c
dos fariseus tom aram a palavra, - O ra, Mr havendo o espírito
di/cndo: im undo saído do h o m e m ,LCanda
- Mestre, queremos ver da tua por lugares áridos, buscando re­
p.irtc algum sinal. pouso. E não o encontrando, diz:
Mas Ele lhes respondeu: Voltarei para minha casa, donde
- Uma geração má e adúltera saí. MI E, chegando, acha-a deso­
pede um sinal. Mas nenhum si­ cupada, varrida e adornada.
nal se lhe dará, senão o do profe­ LCEntão vai, e leva consigo o u ­
ta lonas. Pois, com o Jonas este­ tros sete espíritos piores do que
ve três dias e três noites no ven- cie c, entrando, habitam ali. E o
lie do grande peixe, assim estará últim o estado desse hom em vem
i >filho do H om em três dias e três a ser pior do que o prim eiro.
noites no seio da terra. 40 Assim há de acontecer tam ­
11 P o rq u a n to , assim c o m o bém a esta geração perversa.
lonas foi sinal para os ninivitas,
tam bém o Filho do H om em o A BEM-AVENTURANÇA DE
será para esta geração. OUVIR E FAZER

llS T E M U N H A S DO PASSADO LCOra, enquanto Ele dizia estas


coisas, certa mulher, dentre a mul­
- Os ninivitas m se levantarão tidão, levantou a voz e lhe disse:
no Juízo com esta geração e a - B em -aventurado o ven tre
i ondenarão; porque se arrepen­ que te trouxe e os peitos cm que
deram com a pregação de Jonas. tc amam entaste.
" E eis que está aqui quem é Mas File respondeu:
maior do que Jonas. - A ntes, bem -aventurados os
M1 A Rainha do Sul se levanta­ que ouvem a Palavra de D eus e
rá no Juízo com esta geração e a a guardam .
condenará; porque veio dos con-
lins da Terra para ouvir a sabe­ A FAMÍLIA DE JESUS
doria de Salomão.
" E eis que está aqui quem c W
T E nquanto Ele ainda falava às
maior do que Salomão. multidões, estavam do lado de fora
sua m ãe c seus irm ãos, procu ran d o Se cham aram B elzebu ao d o n o
falar-lhe. IX; E não podiam aproxi­ da casa, q u a n to mais aos seus d o ­
mar-se D ele por causa da m ultidão. m ésticos?
MT D isse-lhe alguém : P o rta n to , n ão os tem ais; p o r­
- Eis q u e estão ali fora tu a m ãe q u e nada há e n c o b e rto q u e n ão
e te u s irm ão s, c p ro c u ra m falar haja de ser d e sco b erto , nem o cu l­
c o n tig o . to q u e não haja de ser con h ecid o .
E le, p o ré m , re s p o n d e u ao q u e O que vos digo às escuras, dizei-
lhe falava: o às claras. E o q u e escutais ao o u ­
- Q u em é m inha mãe? E q u em vido, pregai-o sobre os telhados.
são os m eus irmãos? c Digo-vos, amigos meus: N ão
MCE , o lh an d o em red o r para os temais os que m atam o corpo e d e 1
que estavam assentados ju n to D ele, pois disso nada mais p odem fazer.
e esten d en d o a m ão para os seus Mr N ão podem m atar a alma.
discípulos, disse: u M as eu vos m ostrarei a quem
- M inha 1-c m ãe e m eus irm ãos é q u e deveis tem er: tem ei A quele
são estes que ouvem a Palavra de q u e , depois de m atar, M1 p o d e fa­
D eus e a observam . Ml Pois q u a l­ zer perecer no In fern o ta n to a alma
q u er q ue fizer a vontad e de m eu c o m o o corpo.
Pai que está nos C éus, esse é m eu ^ Sim, digo-vos, a Esse temei.
irm ão , irm ã e m ãe. MT N ã o se v e n d e m d o is passa­
rin h o s p o r u m ceitil? IC E n ã o se
O FE R M E N T O D O S FARISEUS v e n d e m c in c o p a s s a rin h o s p o r
d o is ceitis? E n e n h u m deles está
u A ju n ta n d o - s e , e n tr e ta n to , e sq u e c id o d ia n te de D eus.
m u ito s m ilh ares d e pesso as, de M: E n e m se q u e r u m cairá p o r
so rte q u e se a tro p elav a m u n s aos te rra sem a v o n ta d e de vosso Pai.
o u tr o s , c o m e ç o u J esu s a d iz e r E até m esm o os cabelos da vos­
p rim e iro aos seus d isc íp u lo s: sa cabeça estão to d o s contados.
- A cau telai-v o s d o fe rm e n to N ã o tem ais, p o is; m ais valeis
dos fariseus, que é a hipocrisia. vós d o q u e m u ito s p assarin h o s.
Ml N ã o é o discípulo mais d o P o rta n to , to d o aquele que me
q u e o seu M estre, n em o servo confessar diante dos h o m en s, ta m ­
mais d o que o seu Senhor. Basta bém eu o confessarei diante de m eu
ao discípulo ser com o seu M estre Pai, q u e está nos C éus u e diante
c ao servo com o seu Senhor. dos A njos de D eus. M as qual-
i|iicr que me negar diante dos ho- ra e, vingando e crescendo, davam
mens, também eu o negarei dian- fruto. E um grão produziu trinta,
ir de meu Pai, que está nos Céus, outro sessenta e outro cem.
c diante dos Anjos de Deus. E disse-lhes:
- Q u em tem o u v id o s para
A Parábola do S em eador ouvir, ouça.

MT No mesmo dia, tendo J ksus A P a r á b o l a d o T r i g o e d o Jo i o


saído de casa, sentou-se à beira do
mar. E reuniram-se a Ele grandes Mr Propôs-lhes outra parábola,
m ultidões,Lc gente de todas as ci­ dizendo:
dades, MC de maneira que Ele en- - O Reino dos Céus é sem e­
irou num barco e sentou-se nele, lhante ao homem que semeou boa
sobre o mar. E todo o povo estava semente no seu campo.
Ml em pé na praia. Mas, enquanto os homens dor­
MC E ntão lhes ensinava muitas miam, veio o inimigo dele, semeou
coisas por parábolas e lhes dizia joio no meio do trigo e retirou-se.
no seu ensino: Q uando, porém, a erva cresceu
- Ouvi: Eis que o semeador saiu e começou a espigar, então apare­
a semear. E aconteceu que, quan­ ceu também o joio.
do semeava, uma parte da semen­ Chegaram, pois, os servos do
te caiu à beira do cam inho,Lt e foi proprietário e disseram-lhe: Senhor,
pisada. MCE vieram as aves do céu não semeaste no teu campo boa
e a comeram. semente? Donde, pois, vem o joio?
Ml E outra parte caiu em luga­ Respondeu-lhes: Um inimigo é
res pedregosos, onde não havia quem fez isso.
muita terra. E logo nasceu, porque E os servos lhe disseram: Q ue­
não tinha terra profunda. Mas, vin­ res, pois, que vamos arrancá-lo?
do o sol, LC e porque não havia Ele, porém, disse: Não; para quc?ao
umidade,MCqueimou-se. E porque colher o joio, não arranqueis com
não tinha raiz, secou-se. ele também o trigo. Deixai crescer
11 E outra caiu no meio dos es­ ambos juntos até a ceifa; e, por oca­
pinhos. E, crescendo com ela os es­ sião da ceifa, direi aos ceifeiros:
pinhos, sufocaram-na M < e não deu Ajuntai primeiro o joio e atai-o em
fruto. molhos para o queimar; mas o tri­
Mas outras caíram em boa ter­ go, recolhci-o no meu celeiro.
A Parábola d o F erm ento m en te brotasse c crescesse, não
sa b en d o ele co m o . A te rra p o r si
11 E disse outra vez: m esm a p ro d u z fru to , p rim eiro a
- A que com pararei o Reino de erv a, d epois a espiga e, p o r ú lti­
Deus? E sem elhante ao ferm ento m o , o g rão cheio na espiga.
que um a m ulher tom ou e m istu­ M as assim que o fru to a m a d u ­
rou com três m edidas de farinha, recer, logo lhe m ete a foice, p o r­
MT até ficar tu d o levedado. q u e é ch egada a ceifa.

A Parábo la d o T eso u r o A P arábola d o G rào de


E s c o n d id o M o sta r d a

- O R eino MT dos Céus é sem e­ MC Disse ainda:


lhante a um tesouro escondido no - A que assemelharemos o Rei­
cam po, que um hom em , ao des­ no de Deus? O u com que parábo­
cobri-lo, esconde. E ntão, m ovido la o representarem os? E com o um
de gozo, vai, vende tu d o q u an to grão de m ostarda M1 que um h o ­
tem , c com pra aquele campo. mem tom ou e sem eou no seu cam ­
po, ‘ na sua horta. Ml O qual é rc-
A Pa r á bo la d a P érola de alm ente a m enor de todas as se­
G rande V alor m entes MC que há na terra. M as,
ten d o sido sem eado, cresce c faz-
- O u tro ssim , Ml o R eino dos se a m aior de todas as hortaliças e
Céus é sem elhante a um negoci­ cria grandes ram os, de tal m odo
ante que buscava boas pérolas. que as aves do céu podem aninhar-
E e n c o n tr a n d o um a p é ro la de se à sua som bra.
g ran d e v alo r, foi, ven d eu tu d o
qu an to tinha e a com prou. O M A IO R PRIVILÉGIO D O
M undo
A Parábola d a S em ente
1jC E os seus discípulos o inter­
Mt Disse tam bém : rogaram , dizendo:
- O R eino de D eus é assim - P o r q u e MT lhes falas p o r p a ­
com o se um hom em lançasse se­ rábolas?
m ente à te rra, e dorm isse e se le­ M < E Ele lhes disse:
vantasse de n o ite c de dia, c a se­ - A vós vos e d ad o saber os
mistérios do Reino de Deus, mas doze interrogaram -no acerca da
aos que estão de fora todas essas parábola:
coisas se dizem por parábolas, - Que u' parábola é esta?
porque àquele que tem , ser- M< E Ele disse-lhes:
Ihe-á dado e terá em abundância; - N ão percebeis esta parábo­
mas ao que não tem , até aquilo la? C om o, pois, entendereis to ­
que tem lhe será tirado. das as parábolas?
Por isso lhes falo por parábo- : O semeador semeia a Palavra.
Ias: p o rq u e eles, v e n d o , n ão LC A sem ente é a Palavra de
véem. E o u v in d o , não ouvem Deus. MCE os que estão junto do
nem entendem . E neles se cum ­ caminho são aqueles em quem a
pre a profecia de Isaías, que diz: Palavra é semeada. Mas, tendo-a
Ouvindo, ouvireis, e de manei- eles ouvido, vem logo Satanás e
rn algum a entendereis. E, vendo, tira a Palavra que foi semeada no
vereis, e de m a n e ira a lg u m a coração d e le s,Lc para que não su­
Iirrcebereis. Forque o coração deste ceda que, crendo, sejam salvos.
povo se endureceu e com os ouvidos MC Do mesmo m odo, aqueles
ouviram tardiam ente, efecharam que foram semeados nos lugares
os olhos, para que não vejam com pedregosos são os que, ouvindo
os olhos, nem ouçam com os ouvi­ a Palavra, im ed iatam en te com
dos, nem entendam com o coração, alegria a recebem. Mas não tem
nem se convertam e eu os cure. raiz em si mesmos, antes são de
Mas bem-aventurados os vos­ pouca duração u e apenas creem
sos olhos, porque veem, e os vos­ por algum tem po.
sos ouvidos, porque ouvem. MTE, chegada a angústia,M<: tri­
Pois, em verdade vos digo que butação ou perseguição por cau­
muitos profetas, justos LCe reis de­ sa da Palavra, logo se escandali­
sejaram ver o que vedes e não o zam, LC c no tem po da tentação
viram; e ouvir o que ouvis e não o se desviam.
ouviram. MCAs que foram semeadas entre
os espinhos são os que ouvem a Pa­
Je su s e x p l ic a a P a r á b o l a d o lavra; mas os cuidados do mundo,
S em eador a sedução das riquezas e a cobiça
doutras coisas, entrando, sufocam
M
< E, quando se achou só, os a Palavra, e ela fica infrutífera " c
que estavam junto Dele com os não dão fruto com perfeição.
11 Mas a que caiu cm boa terra feiros são os Anjos.
são os q u e, ouvindo a Palavra M < Pois assim com o o jo io é c o ­
a recebem r< e a conservam num lhido e q u eim ad o iio fo g o , as­
coração honesto e bom e dão fru ­ sim será n o Fim d o M u n d o :
to com perseverança, Mr e um p ro ­ m andará o Filho do H o m em os
duz cem , o u tro sessenta, e o u tro seus A njos e eles a ju n ta rã o do
trinta. seu R eino to d o s os que servem
de tro p e ç o , e os que praticam a
E n ig m a s d a A n t ig u id a d e iniqüidade, e lançá-los-ão na for­
nalha de fogo.
Ml Todas estas coisas falou J e ­ Ali haverá ch o ro c ranger de
sus às m ultidões p o r parábolas e dentes.
sem parábolas nada lhes falava; E n tão os justos resplandece­
para que se cumprisse o que foi rão com o o sol, no Reino de seu
dito pelo profeta: Pai.
A brirei em p a r Abolas a m inha Q uem tem ouvidos, ouça.
boca; publicarei coisas ocultas des­
de a fu ndação do M undo. A P arábo la d a R ede

J e su s e x p l ic a a P a r á b o l a - Igualm ente, MT o Reino dos


do Joio C éus é sem elhante a um a rede
lançada ao m ar e que apanha toda
Ml E n tão , ten d o despedido a espécie de peixes.
m ultidão, foi J esus para casa. E, quando cheia, a puxam para
E chegaram ao pé Dele os seus a praia. E, assen tan d o -se, a p a­
discípulos, dizendo: nham os bons para os cestos; os
- E xplica-nos a parábola do ruins, p orém , lançam fora.
joio do cam po. Assim será no Fim d o M u n ­
E Ele, respondendo, disse: do: sairão os A njos e sep ararão
- O que semeia a boa sem en­ os m au s d e n tr e os ju s to s . E
te é o Filho do H om em . O cam ­ la n ç á - lo s - ã o na f o r n a lh a d e
po c o M u ndo. A boa sem ente fogo. Ali haverá c h o ro c ran g er
são os Filhos do R eino. O joio de d en tes.
são os Filhos do M aligno. O in i­ Entendestes todas estas coisas?
m igo que o sem eou c o Diabo. A D isseram -lhe eles:
ceifa c o Fim do M undo e os cei­ - E ntendem os.
TESO U R O COM COISAS NOVAS A MULHER COM FLUXO DE
I VELHAS SANGUE

MI E disse-lhes: Ml E eis que uma m ulher que


- Por isso, todo escriba que se havia já doze anos padecia de um
fez discípulo do Reino dos Ccus fluxo dc sangue, LC e que gastara
é semelhante a um pai de famí­ com os médicos todos os seus ha-
lia, que tira do seu tesouro coisas veres c por nenhum pudera ser
novas e velhas. curada, MC antes indo a pior, o u ­
Mc E com muitas parábolas tais vindo falar de J esus, veio por de­
lhes dirigia a Palavra, conforme trás, entre a m u ltid ã o ,LCe tocou-
podiam compreender. lhe na orla do seu m anto, MCpor­
E sem parábola não lhes falava. que dizia: se tão-som ente tocar-
Mas em particular explicava tudo lhe as vestes, ficarei curada. u E
a seus discípulos. logo estancou o fluxo do seu san­
gue MC e sentiu no seu corpo es­
JAIRO SUPLICA POR SUA FILHA tar já curada daquele mal.
E J esus, conhecendo que a vir­
MC O utra vez saiu J esus para a tude de si mesmo saíra, voltou-se
beira do mar. E toda a multidão ia para a multidão e disse:
ter com Ele e os ensinava. - Quem u é que me tocou?
LC E eis que veio um hom em Como todos negassem, disse-
cham ado Jairo, que era chefe da si­ lhe Pedro:
nagoga. E, prostrando-sc aos pés - Mestre, as multidões te aper­
de J esus, rogava-lhe que fosse à sua tam e te oprimem, c dizes: quem
casa; porque tinha um a filha úni­ me tocou?
ca, quase de doze anos, que estava Mas disse J esus:
à m orte. MC E ro g a v a-lh e m u ito , - Alguém me tocou; pois per­
d iz e n d o : . cebí que de mim saiu poder.
- M inha filha está m orib u n ­ M< E Ele olhava em redor para
da; rogo-te que venhas e lhe im- ver quem isto fizera.
ponhas as mãos para que sare c Então, a mulher, que sabia o
viva. que lhe tinha acontecido, temen­
E foi com ele. do e trem en d o , aproxim ou-se,
E seguia-o uma grande multi­ prostrou-se diante Dele " c decla­
dão, que o apertava. rou-lhe diante de todo o povo a
causa p o r que lhe havia tocado e 10 E o seu esp írito v o lto u , e
com o logo sarara. M< im ed iatam en te se lev an to u e
D isse-lhe Ele: pôs-se a andar, pois tin h a doze
- Tem bom ânim o, filha, a tua a n o s. E a s s o m b ra ra m -s e c o m
fé tc salvou. Vai-te em paz. g rande espanto.
Lt Seus pais ficaram m aravilha­
M o r t e e r e s s u r r e iç ã o d a dos e Ele lhes m andou q u e a n in ­
FILHA DE JA IR O guém dissessem o que havia su ­
cedido. MCE disse que lhe dessem
LCE n q u an to ainda falava, veio de com er.
alguém da casa do chefe da sina- MT E espalhou-se a notícia d is­
gog"a, dizendo: so p o r to d a aquela terra.
- A tua filha já está m o rta; não
incom odes mais o M estre. Jesu s é c r it ic a d o p o r c o m e r
J esus , p o ré m , o u v in d o -o , re s­ C O M PECADORES
p o n d e u -lh e :
- N ão tem as: crê som ente, e IC O ra, chegavam -se a Ele to ­
será salva. dos os p u b lic a n o s e p e c ad o res
MTQ uan d o J esus chegou à casa para o ouvir. E os fariseus e os
daquele chefe e viu os tocadores escribas m urm uravam , dizendo:
de flauta, a m ultidão em alvoro­ - E ste re c e b e p e c a d o re s e
ço MC e os que choravam m u ito e com e com eles.
pranteavam , Ml disse-lhes:
- Retirai-vos; porque a menina A Parábola d a O velha
não está m orta, mas dorm e. P e r d id a
,c E riam-se dele, sabendo que
ela estava m orta. LCE n tã o Ele lhes p ro p ô s esta
MCPorém Ele, tendo feito sair a parábola:
to d o s ,IC a ninguém deixou entrar, - Q u a l de vós é o h o m e m
senão a Pedro, e a T iago, e a João, q u e , p o ssu in d o cem ovelhas, MI
e ao pai e a mãe da menina. e u m a d elas se e x tra v ia r, n ã o
MC E entrou onde a menina es­ deixará as n o v en ta e n ove nos
tava deitada. E, tom ando a m ão da m o n te s para ir buscar a q u e se
menina, disse-lhe: extraviou?
- Talita cumi, (que, traduzido, E , se aco n te cer de achá-la, lc
é: M enina, a ti te digo, levanta-te). p õ e -n a sobre os o m b ro s, cheio
de júbilo. E chegando a casa, rc- A P a r á b o la d o s D o is F il h o s
ime os amigos e vizinhos e lhes P e r d id o s
diz: Alcgrai-vos com igo, porque
achei a m inha ovelha que se h a ­ “ Disse-lhe mais:
via perdido. - C e rto ho m em tin h a dois
MI Em verdade vos digo que filhos.
maior prazer tem por esta do que O mais moço deles disse ao pai:
pelas noventa e nove que não se Pai, dá-me a parte da fazenda que
extraviaram. me pertence.
10 Assim tam bém há maior ale­ E ele repartiu por eles os seus
gria no Céu por um pecador que haveres.
se arrepende, do que por noven­ P oucos dias d ep o is, o filho
ta e nove justos que não necessi­ mais moço ajuntando tu d o , par­
tam de arrependim ento. tiu para uma terra longínqua, c
MI Porque não é da vontade de ali desperdiçou os seus bens, vi­
vosso Pai que está nos Céus, que vendo dissolutam ente.
venha a p erecer um só d estes E, havendo ele dissipado tudo,
pequeninos. houve naquela terra um a grande
fom e, e com eçou a padecer n e­
A Parábola d a D racm a cessidades.
P e r d id a Então foi encontrar-se a um dos
cidadãos daquela terra, o qual o
- O u “ qual é a m ulher que, m andou para os seus campos, a
tendo dez dracm as e p erdendo apascentar porcos.
um a d ra c m a , n ã o a c e n d e a E desejava encher o estômago
candeia, e não varre a casa, bus­ com as alfarrobas que os porcos co­
c a n d o com d ilig ê n c ia até miam. E ninguém lhe dava nada.
encontrá-la? C aindo, porém , cm si, disse:
E achando-a, reú n e as am i­ Q uantos empregados de meu pai
gas c vizinhas, dizendo: Alegrai- têm abundância de pão e eu aqui
vos c o m ig o , p o r q u e a c h e i a pereço de fome! Levantar-me-ei,
dracm a que eu havia perd id o . irei ter com meu pai e dir-lhe-ci:
Assim, d ig o -v o s, há alegria Pai, pequei contra o Céu c peran­
na presença dos A njos de D eus te de ti; já não sou digno de ser
por um só p ecad o r que se a rre ­ chamado teu filho; faze-mc como
p en d e. um dos teus empregados.
Levantou-se, pois, e foi para amigos. V indo, porém , este teu
seu pai. filho, que d esperdiçou os teus
E, quando ainda estava longe, bens com as m erctrizcs, mataste-
viu-o seu pai, c se moveu de ínti­ lhe o bezerro cevado.
ma compaixão e, correndo, lan- Replicou-lhe o pai: Filho, tu sem­
çou-se-lhe ao pescoço e o beijou. pre estás comigo, e tudo o que é
E o filho lhe disse: Pai, pequei con­ meu é teu. Mas era justo alcgrar-
tra o Céu e diante de ti; já não sou mo-nos e regozijarmo-nos, porque
digno de ser chamado teu filho. este teu irmão estava m orto c re­
Mas o pai disse aos seus servos: viveu; tinha-sc perdido c foi achado.
Trazei depressa a m elhor roupa c
vesti-lho, e ponde-lhe um anel no A Parábola d o M o r d o m o
dedo e sandálias nos pés; trazei Sa g a z
ta m b é m o b e z e rr o c e v a d o e
m atai-o . C o m am o s, c reg o zi- “ Dizia J esus tam bém aos seus
jem o-nos, porque este meu filho discípulos:
estava m o rto e reviveu; tinha-se - Havia certo homem rico, que
perdido e foi achado. tinha um mordomo. E este foi acu­
E começaram a regozijar-se. sado perante ele de estar dissipan­
O ra, o seu filho mais velho es­ do os seus bens.
tava no cam po. E, quando veio e C ham ou-o, então, e lhe disse:
chegou p e rto da casa, ouviu a Que é isso que ouço dizer de ti?
música e as danças. E cham ando Presta contas da tua m ordom ia;
um dos servos, p erg u n to u -lh e porque já não podes mais ser meu
que era aquilo. R espondeu-lhe m ordom o.
este: C hegou teu irm ão; c teu pai E o m ordom o disse consigo:
m atou o bezerro cevado, porque Q ue hei de fazer, já que o meu se­
o recebeu são c salvo. nhor me tira a mordomia? Cavar,
M as ele se in d ig n o u e não não tenho forças. Mendigar, tenho
queria entrar. Saiu então o pai e vergonha...
instava com ele. Ele, porém , res­ Agora sei o que vou fazer, para
pondeu ao pai: Eis que tc sirvo que, quando for desapossado da
há tantos anos e nunca transgre­ m ordom ia, me recebam em suas
dí um m andam ento teu; c o n tu ­ casas.
do nunca m e deste um cabriio E chamando a si cada um dos
para eu me regozijar com meus devedores do seu senhor, pergun­
tou ao primeiro: Q uanto deves ao há de dedicar-se a um c despre­
meu senhor? zar o outro. Não podeis servir a
Respondeu ele: Cem batos de Deus e às riquezas.
azeite. " Os fariseus, que eram ga­
Disse-lhe então: Toma a tua nanciosos, ouviam to d a s essas
conta, senta-te depressa e escre­ coisas c zombavam Dele.
ve cinqüenta. E Ele lhes disse:
Perguntou depois a outro: E - Vós sois os que vos justificais
tu, quanto deves? a vós mesmos diante dos homens,
Respondeu ele: Cem coros de mas Deus conhece os vossos cora­
trigo. ções; porque o que entre os ho ­
E disse-lhe: Toma a tua conta e mens é elevado, perante Deus é
escreve oitenta. abominação.
E louvou aquele senhor ao in­ A Lei c os Profetas vigoraram
justo m ordom o por haver proce­ até João. Desde então é anunciado
dido com sagacidade. Porque os o Reino de Deus e todo homem
filhos deste M undo são mais saga­ emprega força para entrar nele.
zes para com a sua geração do que
os Eilhos da Luz. A MORTE D O RICO E D O
Eu vos digo ainda: Granjeai M E N D IG O
amigos por meio das riquezas da
injustiça; para que, quando estas - O ra ,LC havia um homem rico
vos faltarem, vos recebam eles nos que se vestia de púrpura e de linho
tabcrnáculos eternos! finíssimo, e todos os dias se rega­
Q uem é fiel no pouco, tam ­ lava esplendidamcnte.
bém é fiel no m uito. Q uem é in­ Havia também um certo m en­
justo no pouco, tam bém é injus­ digo, chamado Lázaro, que jazia
to no m uito. cheio de chagas à porta daquele.
Se, pois, nas riquezas injustas E desejava alimentar-se com as m i­
não fostes fiéis, quem vos confi­ galhas que caíam da mesa do rico.
ará as verdadeiras? E os próprios cães vinham lamber-
E se no alheio não fostes fiéis, lhe as úlceras.
quem vos dará o que é vosso? Veio a m orrer o m endigo e foi
N en h u m servo p o d e serv ir levado pelos Anjos para o seio de
dois senhores; porque ou há de Abraão. M orreu tam bém o rico
odiar a um e amar ao o u tro , ou c foi sepultado.
N o Hadcs, ergueu os olhos, es­ A P a r á b o l a d a V iú v a
tando cm torm entos, c viu ao lon­ I n s is t e n t e
ge a Abraão c a Lázaro no seu seio.
E, clamando, disse: Pai Abraão, “ C ontou-lhes tam bém uma
tem misericórdia de mim, e envia- parábola sobre o dever de orar sem­
me L ázaro, para que m olhe na pre c nunca desfalecer, dizendo:
água a ponta do dedo e me refres­ - Havia em certa cidade um juiz
que a língua, porque estou ator­ que não temia a Deus, nem res­
m entado nesta chama. peitava os homens.
Disse, porém , Abraão: Filho, Havia também naquela mesma
lembra-tc de que em tua vida re­ cidade uma viúva que ia ter com
cebeste os teus bens c Lázaro, de ele, dizendo: Faze-me justiça con­
igual m odo, os males. Agora, p o ­ tra o meu adversário.
rem, ele aqui c consolado c tu ator­ E por algum tem po não quis
mentado. E, além disso, está pos­ atendê-la; mas depois disse consi­
to um grande abismo entre nós e go: Ainda que não tem o a Deus,
vós, de sorte que os que quises­ nem respeito os homens, todavia,
sem passar daqui para vós não po­ como esta viúva me incom oda, hei
deríam, nem os de lá passar para nós. de fazer-lhe justiça, para que ela
Disse ele então: R ogo-te, pois, não continue a vir molestar-me.
ó pai, que o mandes à casa de meu Prosseguiu o Senhor:
pai. Porque tenho cinco irmãos, - Ouvi o que diz esse juiz in­
para que lhes dê testem unho, a fim justo. E Deus não fará justiça aos
de que não venham eles também seus escolhidos, que clamam a Ele
para este lugar de torm ento. de dia e noite, ainda que pareça tar­
D isse-lhe A braão: Eles têm dio para com eles? Digo-vos que
Moisés e os profetas. Ouçam-nos. depressa lhes fará justiça. Q uando,
R e s p o n d e u ele: N ã o , pai porém , vier o Filho do H om em ,
Abraão; mas, se alguém dentre os porventura achará fé na Terra?
m ortos for ter com eles, hão de
se arrepender. A P a r á b o l a d o F a r is e u
A braão, porém , lhe disse: Se ; E D O PU B L IC A N O
não ouvem a Moisés e aos profe­
tas, tam pouco acreditarão, ainda Lc Propôs tam bém esta parábo­
que ressuscite alguém dentre os la a uns que confiavam em si mes­
m ortos. mos, crendo que eram justos, e
desprezavam os outros: N ão é este o filho do carpintei­
D ois hom ens sub iram ao ro? E não se chama sua mãe M a­
Templo para orar: um era fariseu e ria, e seus irm ãos T iag o , José,
0 outro publicano. Simão e Judas? E não estão entre
O fariseu, de pé, assim orava nós todas as suas irmãs? D onde
consigo mesmo: O Deus, graças tc lhe vem , pois, tu d o isto?
dou que não sou como os demais E escandalizavam-se Dele.
homens, roubadores, injustos, c w Então J esus lhes dizia:
adúlteros, nem ainda com este - U m profeta não fica sem h o n ­
publicano. Jcjuo duas vezes na se­ ra senão na sua terra, entre os seus
mana e dou o dízim o de tu d o parentes, e na sua própria casa.
quanto ganho. MT E não fez ali m uitos mila­
Mas o publicano, estando em gres, por causa da incredulidade
pé de longe, nem ainda queria le­ deles. MC Som ente curou alguns
vantar os olhos ao Céu, mas batia poucos enferm os, im pondo-lhes
no peito, dizendo: O Deus, sê pro ­ as mãos. E admirou-se da incre­
pício a mim, pecador! dulidade deles.
Digo-vos que este desceu jus- Em seguida percorria as aldeias
1 ificado para sua casa e não aque­ circunvizinhas, ensinando.
le. Porque todo o que a si m es­
mo se exaltar será hu m ilh ad o ; O DIVÓRCIO N A ERA DE
mas o que a si mesm o se hu m i­ M o is é s
lhar será exaltado.
Ml E foi para os confins da Judéia,
) ESUS VAI OUTRA VEZ além do Jordão.
a N azaré E seguiram-no grandes m ulti­
dões e curou-as ali, MC e tornou a
m E J esus, ten d o c oncluído es­ ensiná-las, como tinha por costu­
tas parábolas, retirou-se dali. me. MTAproximaram-se dele alguns
Mc E foi para a sua terra, e os fariseus que o experim entavam ,
seus discípulos o seguiam. dizendo:
O ra, chegando o sábado, M1 en­ - E lícito ao homem repudiar
sinava o povo na sinagoga, de m o­ sua mulher por qualquer motivo?
do que este se maravilhava e dizia: M<: Ele, porém, respondeu-lhes:
- D onde lhe vem esta sabedo­ - Q ue vos ordenou Moisés?
ria e estes poderes milagrosos? Replicaram eles:
—Moiscs permitiu escrever car­ C r ia n ç a s d e D eus
ta de divórcio e repudiar a mulher.
Disse-lhes J esus: MTEntão lhe trouxeram algumas
- Pela dureza dos vossos cora­ crianças para que lhes impusesse as
ções ele vos deixou escrito esse mãos e orasse por elas.Lt Mas os dis­
mandamento. Mas desde o princí­ cípulos, vendo isso, os repreendiam.
pio da criação, Deus os fez homem MC J esus, p orém , indignou-se e
e mulher. Por isso deixará o h o ­ disse-lhes:
mem a seu pai e a sua mãe, c unir- - Deixai vir a mim as crianças e
se-á à sua mulher, e serão os dois não as impeçais, porque das tais é
uma só carne; assim já não são mais o Reino de Deus. Em verdade vos
dois, mas uma só carne. Porquan- , digo que, qualquer que não rece­
to o que Deus ajuntou, não o se­ ber o Reino de Deus como crian­
pare o homem. ça, de maneira nenhum a entrará
MT Eu, porém , vos digo que, Nele.
qualquer que repudiar sua mulher, E, tomando-as nos seus braços,
a não ser por causa de infidelida­ as abençoou, pondo as mãos so­
de, e casar com outra, comete adul­ bre elas.
tério; e o que casar com a repudia- MT E, depois de lhes im por as
da também comete adultério. mãos, partiu dali.
MC Em casa os discípulos inter-
rogaram -no de novo sobre isso, O QUE FAZER DE BOM PARA
M1 e disseram-lhe: C O N SEG U IR A V lD A ETERNA?
-S e tal é a condição do homem
relativamente à mulher, não con­ MC.E pondo-se a caminho, cor­
vém casar. reu para Ele um Mr jovem, 10 um
Ele, porém, lhes disse: dos principais, MC o qual se ajoe­
- Nem todos podem aceitar esta lhou diante Dele e lhe perguntou:
palavra, mas som ente aqueles a - Bom Mestre, ,M T que farei de
quem é dado. Porque há eunucos bom para conseguir a Vida Eterna?
que nasceram assim; e há eunucos MCE J esus lhe disse:
que pelos homens foram feitos tais; - Por que me chamas bom? Nin­
e outros há que a si mesmos se fi­ guém é bom, senão um só, que é
zeram eunucos por causa do Rei­ Deus. MTMas se é que queres entrar
no dos Céus. Quem pode aceitar na Vida, guarda os mandamentos.
isso, aceite-o. Perguntou-lhe ele:
- Quais? Com isso eles ficaram so b re­
Respondeu J esus: m aneira m aravilhados, d izen d o
- N ão matarás; não adultera- 1 en tre si:
rás; não furtarás; não dirás falso - Quem pode, então, se salvar?
i estem unho;M < a ninguém defrau- J esus, fixando os olhos neles,
darás; honra a teu pai e a tua mãe respondeu:
Ml e amarás o teu próxim o como a - Aos homens é isso impossí­
li mesmo. vel, mas não para Deus; porque
M1 Ele, porém , lhe replicou: para Deus tudo é possível.
- M estre, tudo isso tenho guar­
dado desde a minha juventude. A R ec o m pen sa de q u em
E J esus , olhando para ele, o DEIXA T U D O PARA O SEGUIR
amou c lhe disse:
- Sc MT queres ser perfeito MCsó MT Então Pedro, tom ando a pa­
uma coisa te falta: vai, vende tudo lavra, disse-lhe:
quanto tens e dá-o aos pobres, e - Eis que nós deixamos tudo e
terás um tesouro no Céu. Depois Tc seguim os; que recom pensa,
vem e segue-me. pois, teremos?
MTMas o jovem ,M< pesaroso des­ LC Respondeu-lhes J esus:
ta palavra, retirou-se triste, " por­ - Na verdade vos digo que nin­
que era m uito rico M1 e possuía guém há que tenha deixado casa,
muitos bens. ou mulher, ou irm ãos,MCou irmãs,
MCEntão J esus, olhando em re­ ou mãe, ou pai, ou filhos, ou cam­
dor, disse aos seus discípulos: pos, por amor de mim e do Evan­
- Q uão dificilm ente entrarão gelho, que não receba cem vezes
no R eino de D eus os que têm tanto, já neste tem po, em casas, e
riquezas! irmãos, c irmãs, e mães, e filhos e
E os discípulos se maravilha­ campos, com perseguições; e, no
ram destas suas palavras. Mas J e ­ M undo V indouro, a Vida Eterna.
sus , tornando a falar, disse-lhes: MT Em verdade vos digo a vós
- Filhos, quão difícil é para os que me seguistes que, na regene­
que confiam nas riquezas entrar ração, quando o Filho do H om em
no Reino de Deus! E mais fácil se assentar no Trono da Sua Gló­
um camelo passar pelo fundo de ria, sentar-vos-eis tam bém vós so­
uma agulha, do que en trar um bre Doze T ronos, para julgar as
rico no Reino de Deus. Doze Tribos de Israel.
M< Mas m uitos primeiros serão nham ido cerca da hora undécim a,
derradeiros; e muitos que derradei­ receberam um denário cada um.
ros serão primeiros. V in d o , e n tã o , os p rim eiro s,
pensaram que haviam de receber
A P a r á b o l a d o s D e r r a d e ir o s mais. Mas do m esmo m o d o rece­
beram um denário cada um . E ao
- P o rq u e MTo R eino dos Céus recebê-lo, m urm uravam contra o
é sem elhante a um h o m em , p ro ­ p roprietário, dizendo: Estes ú lti­
p rietário, que saiu de m ad ru g a­ m os trabalharam so m en te um a
da a co n tratar trabalhadores para hora, e os igualastes a nós, que
a sua vinha. suportam os a fadiga do dia intei­
A justou com os trabalhadores ro e o forte calor.
o salário de um denário p o r dia e Mas ele, resp o n d en d o , disse a
m andou-os para a sua vinha. um deles: A m igo, não te faço in­
Cerca da hora terceira saiu, e viu justiça; não ajustaste com igo um
que estavam outros, ociosos, na denário? Tom a o que é teu c vai-
praça, c disse-lhes: Ide também vós te; eu quero dar a este últim o ta n ­
para a vinha c dar-vos-ei o que for to com o a ti. O u não me é lícito
justo. E eles foram. fazer o que q u ero do que é meu?
O utra vez saiu, cerca da hora O u é mau o teu olho p o rq u e eu
sexta c da nona, e fez o m esm o. sou bom?
Igualm entc, cerca da hora un- Assim os derradeiros serão pri­
décim a, saiu e achou o utros que m eiros e os prim eiros serão d er­
lá estavam e perguntou-lhes: Por radeiros.
q u e estais aqui o cio so s o dia
todo? O M ED O DE H E R O D E S
R esponderam -lhe eles: Porque
ninguém nos contrato u . MT N aquele tem po H ero d cs, o
D isse-lhes ele: Id e tam b ém tetrarca, ouviu a fama de J ksus,
vós para a vinha. MC (p o rq u e o nom e de J esus se
Ao anoitecer, disse o senhor to rn a ra n o tó rio ) MT c disse aos
da vinha ao seu m ordom o: C h a­ seus cortesãos:
ma os trabalhadores e paga-lhes - Este é João, o Batista. Ele
o salário, com eçando pelos d er­ ressuscitou d en tre os m o rto s e
radeiros até os prim eiros. p o r isso estes poderes m ilagrosos
C h e g a n d o , p o is, os q u e t i ­ operam nele.
Ml Mas outros diziam: entro u a filha da mesma H erodias
- É Elias. c, dançando, agradou a H erodes
lí ainda outros diziam: c aos convivas.
- É profeta como qualquer um Então o rei disse à jovem:
ilos profetas. - Pede-m e o que quiseres e eu
Herodes, porém, ouvindo isso, to darei.
dizia: E jurou-lhe, dizendo:
- E João, aquele a quem eu man­ - T udo o que mc pedires te
dei degolar: ele ressuscitou. darei, ainda que seja m etade do
" E procurava vê-lo. meu reino.
T endo ela saído, p erguntou à
A MORTE DE JOÀO BATISTA sua mãe:
- Q ue pedirei?
MCP orquanto o próprio H ero- Ela respondeu:
iles m andara p ren d er a João e - Pede a cabeça de João Batista.
encerrá-lo mariiatado no cárcere, E tornando logo com pressa à
por causa de H erodias, m ulher de presença do rei, pediu, dizendo:
seu irmão Filipe; porque ele h a­ - Q uero que, im ediatam ente,
via se casado com ela. mc dês num prato a cabeça de
Pois João dizia a H erodes: João Batista.
- N ão te é lícito possuir a m u ­ E o rei afligiu-se, mas, por
lher de teu irm ão. causa do juram ento e dos que es­
Por isso H erodias lhe guarda­ tavam à mesa com ele, M< não lha
va rancor e queria m atá-lo, mas quis negar.
nao podia; porque H erodes te ­ O rei, pois, enviou logo um sol­
mia a João, sabendo que era va- dado da sua guarda com ordem de
r.\o justo e santo, e o guardava trazer a cabeça de João.
n u segurança. Então ele foi c o degolou no
lí, ao ouvi-lo, ficava m uito per­ cárcere, e trouxe a cabeça num pra­
plexo, contudo de boa m ente o to e a deu à jovem, e a jovem a deu
escutava. à sua mãe.
C h e g a d o , p o r é m , um d ia Q u a n d o os seus d iscíp u lo s
o p o rtu n o q u an d o H ero d e s no ouviram isso, vieram, tom aram o
seu aniversário natalício ofereceu seu corpo c o puseram h um se­
um banquete aos grandes da sua pulcro.
■orle, aos principais da Galiléia, 'rr E foram anunciá-lo a J esus.
A PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO Respondeu-lhe Felipe:
DOS PÃES E DOS PEIXES - D uzentos denários de pão
não lhes bastam, para que cada um
Mt J esus, ouvindo isto, retirou - receba um pouco.
se dali num barco, para um lugar E já o dia começava a decli­
deserto u de uma cidade chamada nar. Então, chegando-se a Ele os
Betsaida, do outro lado do mar doze, disseram-lhe:
da Galiléia, também chamado de - O M0 lugar c deserto e a hora
Tiberíadcs. já está muito adiantada.!< Despede
MC E a multidão os viu partir, e a m u ltidão, para qu e, indo aos
muitos os conheceram, c correram campos c aldeias ao redor, se hospe­
para lá, a pé, de todas as cidades, e ■ dem M! e comprem comida para si.
ali chegaram primeiro do que eles. J esus, porém , lhes disse:
E aproximavam-se deles. - Não precisam ir embora. Dai-
E J esus, saindo, viu uma gran­ lhes vós de comer.
de multidão, e teve compaixão de­ MCEntão eles lhe perguntaram :
les, porque eram como ovelhas que - H avem os de ir com prar d u ­
não têm pastor. E começou a ensi­ z en to s d en ário s de pão c dar-
nar-lhes muitas coisas, MTcurou os lhes de comer?
seus enfermos c falava-lhes do Ao que Ele lhes disse:
Reino de Deus. - Quantos pães tendes? Ide ver.
'° E seguia-o uma grande mul­ ’° E um dos seus discípulos,
tidão, porque via os sinais que ope­ A ndré, irm ão de Sim ão P edro,
rava sobre os enfermos. disse-lhe:
Subiu, pois, J esus ao m onte c - Está aqui um rapaz que tem
sentou-se ali com seus discípulos. c in co pães de cevada e d o is
O ra, a Páscoa, a festa dos ju ­ peixinhos. Mas que é isto para tan­
deus, estava próxima. tos? ‘ Salvo se nós próprios for­
E n tão J esu s , lev an tan d o os mos com prar com ida para todo
olhos, e vendo a grande multidão, este povo.
disse a Felipe: M‘ E Ele disse:
- O nde compraremos pão, para - Trazei-mos aqui.
estes comerem? LCEntão disse a seus discípulos:
Mas dizia isto para o experi­ - Fazei-os assentar em grupos
mentar, pois Ele bem sabia o que de cerca de cinqüenta cada um.
ia fazer. E assim o fizeram , fazendo-os
iissnttar a todos. para o fazerem rei,M< obrigou os seus
Ora, naquele lugar havia mui­ discípulos a entrar no barco c passar
ta relva. Reclinaram-se aí, pois, os adiante, para o outro lado, Ml en­
homens em número de quase cin- quanto despedia a multidão . 10 E os
«o mil, MC sobre a erva verde, re- seus discípulos desceram para o mar.
Iui tidos de cem em cem e de cin­ E, entrando no barco, passaram o
quenta em cinqücnta. mar em direção a Cafarnaum.
10 J esus, e n tão ,MTtom ou os cin- M1 E, despedida a m ultidão, Jesus
1 o pães e os dois peixes e, erguen- subiu ao m onte para orar à parte.
do os olhos ao Céu, os abençoou. Ao anoitecer, estava ali sozinho.
1., havendo dado graças, MT par­ 10 E o mar se levantou, porque
tiu os pães e deu-os aos discípu­ um grande vento assoprava.
los, e os discípulos às multidões '° MT E o barco estava já no meio
e de igual modo MCrepartiu os dois do mar, açoitado pelas ondas.
peixes por todos, 10 quanto eles MCE Ele sozinho cm terra.
queriam. E, vendo-os fatigados a remar, por­
E quando todos estavam sacia­ que o vento lhes era contrário, per­
d o s, disse aos seus discípulos: to da quarta vigília da noite, foi ter
- Recolhei os pedaços que so­ com eles,IO a uns vinte e cinco ou
bejaram, para que nada se perca. trinta estádios,MCandando sobre o
Recolheram-nos, pois, e enche­ mar. E queria passar-lhes adiante.
ram doze cestos de pedaços dos Mr Os discípulos, porém, ao vê-
1 inco pães de cevada, que sobeja­ lo andando sobre o mar, assusta­
ram aos que haviam comido. ram-se e disseram:
MT Ora, os que comeram foram - E um fantasma.
cerca de cinco mil homens, além E gritaram de medo.
de mulheres c crianças. MC Porque todos o viram e se
assustaram. Mas Ele imediatamen­
JI SUS A N D A SOBRE AS ÁGUAS te falou com eles e disse-lhes:
- Tende bom ânimo. Sou eu;
10 Vendo, pois, aqueles homens não temais.
o sinal que J esus operara, diziam: Mr Respondeu-lhe Pedro:
- Este é, verdadeiramente, o Pro- - Senhor! Se és tu, manda-me
leta que havia de vir ao Mundo. ir ter contigo, andando sobre as
Percebendo, pois, Jesus que es­ águas.
tavam prestes a vir e levá-lo à força Disse-lhe Ele:
- Vem. O nde quer, pois, que entrava,
P edro, descendo do barco, c fosse nas aldeias, nas cidades ou
andando sobre as águas, foi ao en­ nos cam pos, apresentavam os e n ­
contro de J esus. fermos nas praças, M1 e rogavam-
Mas, sentindo o vento forte, lhe que, ao m enos, os deixasse to ­
teve medo. E, com eçando a su b ­ car a orla do seu m anto. MC E to ­
m ergir, clam ou: dos os que lhe tocavam saravam.
- Senhor, salva-me! ° N o dia seguinte, a m ultidão
Im ediatam ente J esus estendeu que ficara no o u tro lado do mar,
a m ão, segurou-o, e disse-lhe: vendo que não havia ali senão um
- H om em dc pouca fé, por que b arquinho, c que J esus não em ­
duvidaste? barcara nele com seus discípulos,
MT E logo que subiram para o m as q u e estes tin h a m id o sós
barco, o vento cessou. K> E n tã o , (c o n tu d o , ou tro s barquinhos ha­
eles, de boa m ente, o receberam . viam chegado a Tiberíades para
MC E ficaram, no seu ín tim o , p erto do lugar onde com eram o
grandem ente pasmados. pão , havendo o Senhor dado gra­
m E ntão, aproxim aram -se os ças); q uando, pois, viram que J e ­
que estavam no barco e adora- sus não estava ali nem os seus dis­

ram -no, dizendo: cíp u lo s, en traram eles tam bém


- Verdadeiramente tu és o Fi­ nos barcos e foram a Cafarnaum ,
lho de Deus. em busca de J esus .
IOE logo o barco chegou à ter­ E, achando-o no outro lado do
ra para onde iam. mar, perguntaram-lhe:
- Rabi, quando chegaste aqui?
O P ã o d a V id a Respondeu-lhes J esus:
- Em verdade, em verdade vos
MT O ra, term inada a travessia, digo que mc buscais, não porque
chegaram à terra em G enezaré, vistes sinais, mas porque comestes
MC c ali atracaram . do pão e vos saciastes. Trabalhai,
Q uando os homens daquele não pela com ida que perece, mas
lugar o reconheceram, mandaram pela com ida que perm anece para
por todas as terras cm re d o r e a Vida E terna, a qual o Filho do
M< começaram a levar nos leitos os H o m em vos d ará; pois n e ste ,
que se achavam enferm os, para D eus, o Pai, im primiu o Seu selo.
onde ouviam dizer que Ele estava. Perguntaram -lhe, pois:
- Que havemos de fazer para esta: que eu não perca nenhum de
praticarmos as obras de Deus? todos aqueles que me deu, mas que
J esus lhes respondeu: eu o ressuscite no Ultimo Dia.
- A obra de Deus é esta: que Porquanto esta é a vontade de
creiais naquele que Ele enviou. meu Pai: que todo aquele que vê
Perguntaram-lhe, então: o Filho e crê nele, tenha a Vida
- Que sinal, pois, fazes tu, para Eterna. E eu o ressuscitarei no Ul­
que o vejamos e te creiamos? Que timo Dia.
operas tu? Nossos pais comeram o Murmuravam, pois, Dele os ju­
maná no deserto, como está escri­ deus, porque dissera: Eu sou o Pão
to: <(Do céu deu-lhes pão a comer”. que desceu do Céu.
Respondeu-lhes J esus: E perguntavam:
- Em verdade, em verdade vos - N ão é este J esus, o filho de
digo: não foi Moisés que vos deu José, cujo pai e mãe nós conhe­
o pão do céu; mas meu Pai vos dá cemos? C om o, pois, diz agora:
o verdadeiro Pão do Céu. Porque desei do Céu?
o Pão de Deus é aquele que desce Respondeu-lhes J esus:
do Céu e dá Vida ao Mundo. - N ão m urmureis entre vós.
Disseram-lhe, pois: . Ninguém pode vir a mim, se o Pai
- Senhor, dá-nos sempre desse que me enviou não o trouxer.
pão. E eu o ressuscitarei no Ultimo
Declarou-lhes J esus: Dia. Está escrito nos Profetas: Ese­
- E U SO U o Pão da Vida: rão todos ensinados por Deus.
aquele que vem a mim, de modo Portanto todo aquele que do
algum terá fome, e quem crê cm Pai ouviu e aprendeu, vem a mim.
mim jamais terá sede. Não que alguém tenha visto o Pai,
Mas como já vos disse, vós mc senão Aquele que é vindo de Deus.
tendes visto e, c o n tu d o , não Só Ele tem visto o Pai.
credes. Em verdade, em verdade vos
Todo o que o Pai me dá virá a digo: aquele que crê em mim tem
mim. E o que vem a mim de ma­ a Vida Eterna.
neira nenhuma o lançarei fora. EU SOU o Pão da Vida.
Porque eu desei do Céu, não Vossos pais comeram o maná no
para fazer a minha vontade, mas a deserto e morreram. Este é o Pão
vontade Daquele que mc enviou. que desce do Céu, para que o que
E a vontade Do que mc enviou é dele comer não morra.
EU SO U o Pão Vivo que des­ M u i t o s a b a n d o n a m ) f. s u s
ceu do Céu.
Sc alguém com er deste Pão, ’° E sta s co isas falo u J esus
viverá para sem pre. quando ensinava na sinagoga cm
E o Pão que eu darei pela vida Cafarnaum .
do M undo é a m inha carne. M uitos, pois, dos seus discí­
D isputavam , pois, os judeus pulos, ouvindo isto, disseram:
entre si, dizendo: - D uro é este discurso; quem
- C om o pode este dar-nos a o pode ouvir?
sua carne a comer? Mas, sabendo J esus em si m es­
Disse-lhes J esus : mo que m urm uravam d isto os
- Em verdade, em verdade vos seus discípulos, disse-lhes:
digo: se não com erdes a carne do - Isto vos escandaliza? Q ue se­
Filho do H om em c não beberdes ria, pois, se visseis subir o Filho
o seu sangue, não tereis Vida em do H om em para onde prim eiro
vós mesmos. estava? O Espírito é o que vivifi-
Q uem come a minha carne e ca, a carne para nada aproveita.
bebe o m eu sangue tem a Vida As palavras que eu vos ten h o dito
E terna. E eu o ressuscitarei no são Espírito e Vida. Mas há al­
U ltim o Dia. guns de vós que não crêem .
Porque a minha carne verda­ Pois J esus sabia, desde o p rin ­
deiram ente é comida e o meu san­ cípio, quem eram os que não cri­
gue verdadeiram ente é bebida. am, e quem era o que o havia de
Q uem come a minha carne e entregar.
bebe o m eu sangue perm anece - P or isso vos digo que n in ­
em mim e eu nele. guém pode vir a mim, se pelo Pai
Assim com o o Pai, que vive, não lhe for concedido.
me enviou, e eu vivo pelo Pai, as­ P o r causa disso m u ito s dos
sim, quem de mim se alim enta, seus discípulos voltaram para trás
tam bém viverá por mim. e não andaram mais com Ele.
Este é o Pão que desceu do P e rg u n to u e n tã o J esus aos
Céu. N ão é com o o caso de vos­ D oze:
sos pais, que comeram o maná c - Q uereis vós tam bém vos re­
m orreram . tirar?
Q uem com er este Pão viverá Respondeu-lhe Sim ão Pedro:
para sem pre. - S enhor, para quem irem os
nós? Só tu tens as Palavras da Vida M1 Ele, porém , respondendo,
Elcrna. E nós já tem os crido e disse-lhes:
bem sabemos que tu és o Cristo, - E vós, por que transgredis o
n Filho de Deus. mandamento dc Deus por causa da
Respondeu-lhes J esus: vossa tradição? Pois Deus ordenou:
- N ão vos escolhi a vós, os Honra a teu pai e a tua mãe; e,
Doze? C ontudo um de vós é o Qiiem maldisser a seu pai ou a sua
I )iabo. mãe, certamente morrerá.
Referia-se a Judas, filho de Si- M< Mas vós dizeis: se um homem
in.io Iscariotcs. Porque era ele o disser a seu pai ou a sua mãe: Aqui­
que o havia de entregar, sendo lo que poderías aproveitar de mim
um dos Doze. é Corbã, isto é, oferta ao Senhor,
não mais lhe permitis fazer coisa
1'r a d i ç â o v e r s u s a P a l a v r a alguma por seu pai ou por sua mãe,
invalidando assim a Palavra de
M1 Então chegaram a J esus uns Deus pela vossa tradição que vós
fariseus c escribas vindos de Jeru­ transmitistes. Vós deixais o m an­
salém. damento de Deus, e vos apegais à
MC E repararam que alguns dos tradição dos homens, como o la­
seus discípulos comiam pão com var dos jarros e dos copos, e fazeis
.is mãos impuras, isto é, por lavar. muitas coisas semelhantes a estas.
Pois os fariseus, e todos os judeus, E dizia-lhes:
guardando a tradição dos anciãos, - Bem invalidais o mandamen­
não comem sem lavar as mãos cui­ to dc Deus para guardardes a vossa
dadosamente. E quando voltam do tradição. MT Hipócritas! Bem pro­
mercado, se não se purificarem, fetizou Isalas a vosso respeito, dizen­
não comem. E muitas outras coi­ do: Este povo honra-me com os lábios;
sas há que receberam para obser­ mas o seu coração está longe de mim.
var, como a lavagem de copos, de Em vão me adoram, ensinando dou­
l.irros e de vasos dc bronze. trinas que são preceitos de homens.
P e rg u n ta ra m -lh e , p o is, os
fariseus e os escribas: O QUE CONTAM INA O S l R
- Por que não andam os teus
discípulos conforme a tradição dos Mt: E, cham ando outra vez a
anciãos, mas comem o pão com as multidão, disse-lhes:
mãos por lavar? - O uvi-m c, vós todos, c com ­
preendei: nada há fora do hom em ções, os furtos, os homicídios, os
que, en tran d o nele, possa c o n ­ adultérios, a cobiça, as maldades,
tam iná-lo; mas o que sai do h o ­ o dolo, a libertinagem, a inveja, a
m em , isso é que o contam ina. blasfêmia, a soberba, a insensatez,
Se alguém tem ouvidos para M1 os falsos testemunhos.
ouvir, ouça. MC Todas estas más coisas p ro ­
M1 Então os discípulos, aproxi­ cedem de dentro e contaminam o
mando-se Dele, perguntaram-lhe: homem. M1 Mas o comer sem lavar
- Sabes que os fariseus, ouvindo as mãos, isso não o contamina.
essas palavras, se escandalizaram?
Respondeu-lhes J esus: A M ULHER CANANÉIA
- T oda planta que m eu Pai
Celestial não plantou será arranca­ Ml O ra, p artindo J esus dali, re ­
da. Deixai-os; são guias cegos. Ora, tirou-se para as regiões de T iro c
se um cego guiar outro cego, cai­ Sidom .
rão ambos no barranco. E eis que uma m ulher cana-
MC D epois, quan d o deixou a néia, provinda daquelas cercani­
multidão e entrou cm casa, MT Pe­ as, clamava, dizendo:
dro, tom ando a palavra, disse-lhe: - Senhor, Filho de Davi, tem
- Explica-nos essa parábola. compaixão de mim, que minha fi­
Respondeu J esus: lh a e stá h o rriv e lm e n te e n d e -
- Estais vós tam bém ainda sem m oninhada!
entender? C o n tu d o Ele não lhe respon­
N ão com preendeis que tu d o deu palavra.
o que entra pela boca desce pelo C hegando-se, pois, a Ele os seus
ventre e é lançado fora? MC P or­ discípulos, rogavam-lhe, dizendo:
que não lhe entra no coração, - Despede-a, porque vem cla­
mas no ventre. Assim são puros mando atrás de nós.
todos os alimentos. Respondeu-lhes Ele:
M1 Não é o que entra pela boca - Eu não fui enviado senão às
que contamina o homem; mas o ovelhas perdidas da Casa de Israel.
que sai da boca, isso é o que o con­ MC(ora, a mulher era grega, de ori­
tamina, porque procede do cora­ gem siro-fenícia) e rogava-lhe que
ção. M< Pois é do interior, do cora­ expulsasse de sua filha o demônio.
ção dos homens, que procedem os M1 Então veio ela Mc e prostrou-
maus pensam entos, as pro stitu i­ se aos seus pés, MT adorando-o.
E disse-lhe: m ultid ão , à p arte, m eteu-lhe os
- Senhor, socorrc-m c. dedos nos ouvidos e, cusp in d o ,
Mt Respondeu-lhe Jesus : tocou-lhe na língua.
- Deixa que prim eiro se fartem E erguendo os olhos ao C éu,
os filhos; porque não é bom to ­ suspirou e disse-lhe:
mar o pão dos filhos c lançá-lo aos - Efatá; isto é: A bre-te.
cachorrinhos. E se lhe abriram os ouvidos, a
Mr Ao que ela disse: prisão da língua se desfez e falava
- Sim, Senhor, mas até os ca- per feitamente.
chorrinhos com em das migalhas E ntão lhes ordenou J esus que
que caem da mesa dos seus donos. a ninguém o dissessem.
E n tão resp o n d eu J esus e d is­ Mas, quanto mais lho proibia,
se-lhe: tanto mais o divulgavam.
- O m ulher, grande é a tua fé! E se m aravilhavam so b rem a­
Seja-te feito com o queres. ML Por neira, dizendo:
essa palavra, vai: o d em ô n io já - T udo Ele faz bem. Faz ouvir
saiu de tua filha! os surdos e falar os m udos.
MT E, desde aquela hora, a sua Mr P artindo J esus dali, chegou
filha ficou sã. ao pé do mar da Galiléia. E, subin­
MC E, v oltando ela para casa, do o m onte, sentou-se ali.
achou a m enina deitada sobre a E vieram a Ele g ran d es m u l­
cama, c que o dem ônio já havia tid õ e s, tra z e n d o co n sig o co x o s,
saído. aleijad o s, ceg o s, m u d o s, e o u ­
tro s m u ito s, e lhos p useram aos
O HOM EM SU R D O E DE pés. E Ele os curou;
LÍNGUA PRESA D c m o d o que a m u ltid ão se
a d m iro u , ven d o m u d o s a falar,
MC Tendo J esus partido das re ­ aleijados a ficar sãos, coxos a a n ­
giões de T iro, foi por Sidom até o dar, cegos a ver. E glorificaram
mar da Galiléia, passando pelas re ­ ao D eus de Israel.
giões de Decápolis.
E lhe tro u x e ra m um su rd o , A SE G U N D A MULTIPLICAÇÃO
que falava dificilm ente. D O S PÃES E PEIXES
E rogaram -lhe que pusesse a
m ão sobre ele. MCN aqueles dias, havendo m ui
J esus, pois, tiro u -o dc e n tre a grande m ultidão e não te n d o o
que com er, J esus cham ou a si M: co com os seus discípulos, M1 e foi
os seus discípulos e disse: p ara os confins de M agdala, M <
- T enho compaixão da m ulti­ Dalmanuta.
dão, porque já faz três dias que eles
estão com igo e não têm o que co­ OS FARISEUS INSISTEM QUE
mer. Mc Sc eu os m andar cm jejum QUEREM UM SINAL
para suas casas, desfalecerão no
caminho; porque alguns deles vie­ MT E, chegando-se os fariseus
ram de longe. e os saduceus MCcom eçaram a dis­
MI Disseram-lhe os discípulos: c u tir com Ele, p ed in d o -lh e um
- D onde nos viriam num d e ­ sinal do C éu, para o experim en­
serto tantos pães, para fartar tam a­ tarem .
nha multidão? Ele, suspirando proíúndam cn-
MC Perguntou-lhes J esus: tc em seu espírito, disse:
- Q uantos pães tendes? - P or que pede esta geração um
Responderam : sinal? M1 Ao cair da tarde, dizeis:
- Sete. Haverá bom tem po, porque o Céu
Logo m andou ao povo que se está ru b ro . E pela m anhã: H oje
sentasse no chão. haverá tem pestade, porque o Céu
E tom ando os sete pães e ha­ está de um verm elho so m b rio .
vendo dado graças, partiu-os, e os Q uando vedes subir um a nuvem
entregava aos seus discípulos para do O cidente, logo dizeis: Lá vem
que os distribuíssem. E eles os dis­ chuva; e assim sucede. E quando
tribuíram pela multidão. vedes soprar o vento sul dizeis:
Tinham tam bém alguns peixi­ Haverá calor; e assim sucede.
nhos, os quais Ele aben ço o u , e H ipó critas, sabeis discernir a
m andou que estes tam bém fossem face da Terra e do Céu. C om o não
distribuídos. sabeis, então, discernir este tem ­
MTAssim todos comeram e se far­ po? sn U m a geração má c adúltera
taram. E do que sobejou dos peda­ pede um sinal, e nenhum sinal lhe
ços levantaram sete alcofas cheias. será dado, senão o de Jonas.
O ra, os que tinham com id o M< E, deixando-os, tornou a em ­
eram quatro mil hom ens, além de barcar e foi para o o u tro lado.
mulheres c crianças. O ra, eles se esqueceram de le­
E havendo J esus despedido a var pão e no barco não tinham
m ultidão, e n tro u ’M
C logo no b ar­ consigo senão um pão.
E J esus ordenou-lhes, dizendo: O CEGO DE BETSAIDA
- Olhai, guardai-vos do fermen­
to dos fariseus, do ferm ento de M< Então chegaram a Betsaida.
I lerodes Ml e dos saduccus. E trouxeram-lhe um cego e roga­
Pelo que des arrazoavam entre ram-lhe que o tocasse.
si, dizendo: J esus, pois, tom ou o cego pela
- E porque não trouxemos pão. mão e o levou para fora da aldeia.
E Jesus, percebendo isso, disse: E cuspindo-lhe nos olhos, e im ­
- Por que arrazoais entre vós, pondo-lhe as mãos, perguntou-lhe:
homens de pequena fc ,Mc por não - Vês alguma coisa?
lerdes pão? N ão com preendeis E, levantando ele os olhos, disse:
ainda, nem entendeis? Tendes o - Estou vendo os homens; mas
vosso coração endurecido? Ten­ como árvores os vejo andando.
do olhos, não vedes? E tendo o u ­ Então tornou a pôr-lhe as mãos
vidos, n ão ouvis? E n ã o vos sobre os olhos.
lembrais? Q uando parti os cinco E d e , olhando atentamente, fi­
pães para os cinco mil, quantos cou restabelecido, pois já via niti­
cesto s cheios de p ed aço s le ­ damente todas as coisas.
vantastes? Depois o mandou para casa,
Responderam-lhe: dizendo:
- Doze. - Não entres na aldeia.
- E quando parti os sete para
OS quatro mil, quantas alcofas chei­ Q u e m d iz e m q u e EU SOU?
as de pedaços levantastes?
Responderam-lhe: Mc E saiu J esus com os seus
- Sete. d isc íp u lo s para as aldeias de
E Ele lhes disse: Cesaréia de Filipe.
- Não entendeis ainda? MT Não E, no caminho, interrogou os
compreendeis que não nos falei a discípulos, dizendo:
respeito de pães? Mas: guardai-vos - Quem dizem os homens que
do ferm ento dos fariseus e dos EU SOU?
saduceus. M1 Responderam eles:
Então entenderam que não dis­ - Uns dizem que é João Batis­
sera que se guardassem do fermen­ ta. Outros, Elias. Outros, Jeremias
to dos pães, mas da doutrina dos ou algum d o s" antigos profetas
fariseus e dos saduccus. que ressuscitou.
Então lhes perguntou: - Tenha Deus compaixão de ti,
- Mas vós, quem dizeis que Senhor; isso de m odo nenhum te
EU SOU? acontecerá.
MI R espondeu-lhe Sim ão Pedro: Ele, porém , voltando-sc, dis­
- T U ÉS O C RISTO , O F I­ se a Pedro:
L H O DO DEUS VIVO. - Para trás de m im , Satanás,
Disse-lhe J esus: que m e serves de escândalo; p o r­
- Bem-aventurado és tu, Simão que não com preendes as coisas
Barjonas, porque não foi carne e que são de D eus, mas só as que
sangue quem to revelou, mas meu são dos hom ens.
Pai, que está nos Céus. Ml E n tão disse J esus aos seus
Pois também eu te digo que tu discípulos:
és Pedro e sobre esta Pedra edi- - Sc M < alguém quer vir após
ficarei a minha Igreja, e as portas m im , negue-se a si m esm o ,10 tor
do Inferno não prevalecerão con­ mc cada dia a sua cruz c siga-me.
tra ela. Dar-te-ei as chaves do Rei­ M0 Pois quem quiser salvar a
no dos Céus: o que ligares, pois, sua vida, perdê-la-á. Mas quem
na Terra será ligado nos Céus, e o p erd er a sua vida p o r am or de
que desligares na Terra será desli­ mim e do Evangelho, salvá-la-á.
gado nos Céus. M1 Pois que aproveita ao h o ­
Então ordenou aos discípulos mem se ganhar o M undo inteiro
que a ninguém dissessem que Ele e perder a sua alma? M < O u que
era o Cristo. daria o hom em em resgate da sua
D esde en tão com eçou J esus alma?
Cristo a mostrar aos seus discípu­ P o rq u an to , qualquer que, e n ­
los que era necessário que Ele fos­ tre esta geração adúltera c pcca-
se a Jerusalém, que padecesse mui­ dora, se envergonhar de mim e
tas coisas, MC que fosse rejeitado das minhas palavras, tam bém 10
pelos anciãos, principais sacerdo­ dele se envergonhará o Filho do
tes e pelos escribas. H o m e m , q u a n d o v ier na Sua
E que fosse m o rto , e que de­ Glória, e na do Pai e dos Santos
pois de três dias ressuscitasse. Anjos. MT P orque o Filho do h o ­
E isso dizia abertam ente. mem há de vir na Glória de Seu
MT E Pedro, tom ando-o à par­ Pai, com os Seus Anjos.
te, com eçou a repreendê-lo, d i­ E então retribuirá a cada um
zendo: segundo as suas obras.
A TRANSFIGURAÇÃO M< Pois não sabia o que havia
dc dizer, porque ficaram atem o­
M
< Dizia-lhes também: rizados.
- Em Wl verdade vos digo que M1 Estando ele ainda a falar, eis
alguns, dos que aqui estão, de que uma nuvem luminosa os cobriu.
modo nenhum provarão a morte E dela saiu uma voz que dizia:
até que vejam vir o Filho do H o­ E ste é o M eu F ilho A mado, em
mem no seu Reino. Q uem me comtrazo; a E le ouvi.
Seis dias depois, tom ou J esus Os discípulos, ouvindo isso, ca­
consigo a Pedro, a Tiago e a João, íram com o rosto em terra e fica­
seu irmão, e os conduziu cm par- : ram grandemente atemorizados.
t icular a um alto monte u para orar. C hegóu-se, pois, J esus e, to ­
Enquanto Ele orava, mudou-se cando-os, disse:
a aparência do seu rosto, MI e foi - Levantai-vos e não temais.
transfigurado diante deles. O seu E, erguendo eles os olhos, não
rosto resplandeceu como o sol c viram a nin g u ém senão a J esus
as suas vestes tornaram-se brancas som ente.
como a lu z,MCextremamente bran­ Enquanto desciam do monte,
cas, tais como nenhum lavandeiro J esus lhes ordenou:
sobre a Terra as poderia branquear. - A ninguém conteis a visão,
MT E eis que lhes apareceram até que o Filho do H omem seja
Moisés e Elias,,c os quais aparece­ ressuscitado dentre os m ortos.
ram com glória, e falavam da sua MCE eles guardaram o caso em
morte, que estava para cumprir-se segredo, indagando entre si o que
cm Jerusalém. seria o ressuscitar dentre os m or­
Ora, Pedro e os que estavam tos. LC E, por aqueles dias, não
com Ele se haviam deixado vencer contaram a ninguém nada do que
pelo sono. Despertando, porém, tinham visto.
viram a Sua Glória e os dois varões Ml E os seus discípulos o in­
que estavam com Ele. terrogaram , dizendo:
E, quando estes se apartavam - Por que dizem , então , os
Dele, disse Pedro a J esus: escribas que é necessário que Elias
- Mestre, bom é estarmos nós venha primeiro?
aqui. Façamos, pois, três cabanas: MC Respondeu-lhes J esus:
uma para Ti, uma para Moisés e - Na verdade Elias havia de vir
outra para Elias. primeiro, a restaurar todas as coi-
sas. Ml D igo-vos, porém , que Elias los q u e o expulsassem e não p u ­
já veio, e não o recon h eceram ; d eram .
mas fizeram -lhe tu d o o que q u i­ M < Ao que J esus lhes respondeu:
seram. Assim tam bém eles farão - O g eração incréd u la! Até
padecer ao Filho do H om em . q u a n d o estarei convosco? A té
E n tão entenderam os d iscípu­ q u a n d o vos h ei dc s u p o rta r?
los que lhes falava a respeito de Trazei-m o.
João Batista. E n tão lho trouxeram .
E q u a n d o ele viu a J esus, o es­
O JOVEM POSSESSO p írito im e d ia ta m e n te o convulsi-
onou.
“ N o dia seguinte, desceram E o e n d e m o n in h a d o , c a in d o
do m o n te, MC e quan d o chegaram p o r te rra , revolvia-se e sp u m a n d o .
aonde estavam os discípulos, vi­ E p e rg u n to u J esus ao pai dele:
ram ao red o r deles um a grande - H á q u an to tem p o lhe suce­
m ultidão, e alguns escribas a dis­ de isto?
cutirem com eles. R espondeu ele:
E logo toda a m ultidão, vendo - D esde a infância. E m uitas
a J esus , ficou grandem ente surpre­ vezes o tem lançado n o fogo e na
endida. E, co rren d o to d o s para água, para o destruir. Mas se tu
Ele, o saudavam. p o d es fazer algum a coisa, tem
Perguntou Ele aos escribas: com paixão de nós c ajuda-nos.
- Q ue é que discutis com eles? A o q u e lhe disse J esus :
E eis que um hom em dentre - Se podes! T u d o é possível
a m ultidão, MTajoelhando-se dian­ ao que crê!
te Dele, clam ou, dizendo: Im ediatam ente o pai do m e­
- M e s tre ,11 peço -te que olhes n in o , clam ando, com lágrim as,
para m eu filho, p o rq u e é o ú n i­ : disse:
co que te n h o ; MT Ele é lu nático e - Eu creio, Senhor! A juda-m e
sofre m u ito ; MC e tem u m e sp íri­ na m inha incredulidade.
to m u d o . E este, o nde q u e r que E J esus, v e n d o q u e a m u ltid ão ,
o a p a n h a , c o n v u ls io n a - o , de c o rre n d o , se aglom erava, rc p rc c n -
m odo que ele espum a, range os • d e u o e sp írito im u n d o , d ize n d o :
d en tes, e vai defin h an d o . u Fi só - E spírito m u d o c su rd o , eu
o larga depois de o ter q u eb ran te o rdeno: sai dele e nunca mais
tad o . E ro g u ci aos teus d iscíp u ­ entres nele.
H clc, gritando e agitando-o J e su s m a is u m a v e z p r e d iz a
minto, saiu. S u a M o r t e e R e s s u r r e iç ã o
E o menino ficou como m orto,
de modo que a maior parte dizia: M< Depois, tendo p artido dali,
Morreu. passavam pela Galiléia c Ele não
Mas J esus , to m a n d o -o pela queria que alguém o soubesse;
m.U>, o ergueu. E ele ficou em pé porque ensinava a seus discípu­
" c o entregou a seu pai. w E, des- los c lhes dizia:
ile aquela hora, o menino sarou. - Ponde vós estas palavras u cm
" E todos se maravilhavam da vossos ouvidos: pois o Filho do
majestade de Deus, admirando-se H o m em está para ser entregue
■lt tudo o que J esus fazia. nas m ãos dos hom ens, MC que o
m atarão; e m orto ele, depois de
I I , ORAÇÃO E JEJUM três dias ressuscitará.
Wl E eles se entristeceram gran­
Ml E ntão, os discípulos, apro- dem ente. u Mas não entendiam
Minando:se de J esus cm particu­ essa palavra, cujo sentido lhes era
lar, disseram: encoberto para que não o com pre­
- Por que não pudem os nós
endessem.
expulsá-lo? E temiam interrogá-lo a esse
Dissc-llics Ele:
respeito.
- Por causa da vossa pouca fé.
" Disseram então os apóstolos
Q u e m ê o m a io r ?
ao Senhor:
- Acrescenta-nos a fé.
Lt E su s c ito u -sc e n tre eles
Respondeu o Senhor:
um a discussão sobre qual deles
- Em MTverdade vos digo que,
seria o m aior.
se tiverdes fé como um grão de
E chegaram a MC Cafarnaum .
mostarda, direis a este monte: pas­
E estando Ele em casa, per-
sa daqui para acolá e ele há de pas­
sar. E nada vos será impossível. guntou-lhes:
Direis a esta amoreira: desarrai- - Q ue estáveis discutindo pelo
ga-te daqui e planta-te no mar. E caminho?
d a vos obedecería. Mas eles se calaram , porque
M1 Mas esta casta de demônios pelo cam inho haviam discutido
não se expulsa M < com coisa algu­ entre si qual deles era o maior.
ma, a não ser com oração e jejum. Ic Mas J esus, percebendo o pen-
sarnento de seus corações, MCcha­ Ai do M undo, p o r causa dos
m ou os D oze e, assentando-se, escândalos! Pois é inevitável que
disse-lhes: venham ; mas ai do hom em por
- Sc alguém quiser ser o p ri­ quem o escândalo vem!
m eiro, será o derradeiro de to ­
dos c o servo de todos. Q uem n ã o é c o n tr a n ó s é

E n tã o , to m o u um a criança, POR NÓ S

pô-la no meio deles e, abraçan­


do-a, disse-lhes: M< Disse-lhe João:
- M estre, vimos um hom em
- Em MTverdade vos digo que
q u e em te u N o m e ex p u lsav a
se não vos co nverterd es c não
dem ônios e nós lho proibim os,
vos fizerdes com o crianças, de
lc p orque não tc segue conosco.
m odo algum entrareis no Reino
MC J esus, p orém , respondeu:
dos C éu s. P o rta n to , q u em se
- N ão lh o p roibais; p o rq u e
to rn a r hum ilde com o esta crian­
ninguém há que faça milagre em
ça, esse é o m aior no R eino dos
m eu N om e e possa logo depois
C éus. u Pois aquele que en tre
falar mal de m im .Lt Porque quem
vós to d o s é o m enor, esse m es­
não é contra nós é p o r nós.
mo é grande.
MC P o rq u a n to q u a lq u e r que
MTE qualquer que receber em
vos der a beber um copo de água
m eu nom e um a criança tal com o
em m eu N om e, p o rque sois de
esta a mim me recebe. u' E q ual­ C risto, em verdade vos digo que
q u e r q u e me re c e b e r, re c e b e de m odo algum perderá a sua re­
Aquele que me enviou. com pensa.
MCMas qualquer que fizer tr o ­
peçar um destes pequeninos que C o m o a g ir c o m o s
crêcm em m im , m elhor lhe fora FALTOSOS
que se lhe pendurasse ao pesco­
ço um a pedra de m oinho, e que - Olhai u por vós mesmos; se
fosse lançado no mar. teu irmão pecar, MT vai e repreen­
M1 Vede, não desprezeis a n e ­ de-o entre ti e ele só. Se te ouvir,
nhum destes pequeninos; pois eu terás ganho teu irm ão; IC e se ele
vos digo que os seus Anjos nos se arrepender, perdoa-lhe.
Céus sem pre veem a face de meu MT Mas se não te ouvir, leva
Pai, que está nos Céus. ainda contigo um ou dois, para
•11u* pela boca de duas ou três tes- sete vezes no dia, e sete vezes vier
i< munhas toda palavra seja con- ter contigo, dizendo: arrependo-
llrmada. Se recusar a ouvi-los, me, tu lhe perdoarás.
ili/.c-o à Igreja. E, se tam bém re-
<usar ouvir a Igreja, considera-o A P arábola d o C r e d o r
>"ino gentio e publicano. s e m c o m p a ix ã o

Um verdade vos digo: tu d o


quanto ligardes na Terra será li- - Por MI isso o Reino dos Céus
H.ulo no C éu. E tu d o q u a n to é comparado a um rei que quis fa­
d< .ligardes na Terra será desliga- zer contas com os seus servos.
.lit no Céu. E, começado a fazer contas,
foi-lhe apresentado um que lhe
< ) 1*0DER DA CONCORDÂNCIA devia dez mil talentos. Mas não
I DA UNIÃO tendo ele com que pagar, o rde­
nou seu senhor que fossem ven­
Ainda M1 vos digo mais: se didos, ele, sua mulher, seus filhos
dois de vós concordarem na Tcr- e tudo o que tinha, e que se pa­
r»i acerca de qualquer coisa que gasse a dívida.
pi direm, isso lhes será feito por Então aquele servo, prostran-
meu Pai, que está nos Céus. do-se, o reverenciava, dizendo: Se­
Pois onde estiverem dois ou nhor, tem paciência comigo, que
lies reunidos em meu N om e, aí tudo te pagarei.
' slou eu no meio deles. O s e n h o r d a q u e le s e rv o ,
pois, m ovido de íntim a com pai­
< >UANTAS VEZES DEVEMOS xão, so lto u -o e p erd o o u -lh e a
rIR D O A R ? dívida.
Saindo, porém , aquele servo,
Ml Então Pedro, aproximando- encontrou um dos seus conser-
se Dele, lhe perguntou: vos, que lhe devia cem denários.
- Senhor, até quantas vezes E, segurando-o, o sufocava,
pecará meu irmão contra mim e dizendo: Paga o que mc deves.
eu lhe perdoarei? Até sete? Então o seu com panheiro, ca-
Respondeu-lhe J esus : indo-lhe aos pés, rogava-lhe, di­
Não te digo que até sete; zendo: Tem paciência comigo e
mas até setenta vezes sete. tudo te pagarei.
" Mesmo se pecar contra ti Ele, porém , não quis; antes foi
encerrá-lo na prisão, até que pa­ dado, dizei: Somos servos inúteis;
gasse a dívida. fizemos som ente o que devíamos
Vendo, pois, os seus conservos fazer.
o que acontecera, coiitristaram - ° Depois disto, andava J esus
se grandem ente, e foram revelar pela Galiléia e já não queria an­
tudo isso ao seu senhor. dar pela Judéia, porque os judeus
Então o seu senhor, chamando- procuravam matá-lo.
o à sua presença, disse-lhe: Servo
malvado, perdoei-te toda aquela J e su s e o im p o s t o
dívida, porque me suplicaste; não
devias tu também ter compaixão MTTendo eles chegado a Cafar-
do teu companheiro, assim como naum , aproximaram-se de Pedro
eu tive compaixão de ti? os que cobravam as didracmas c
E, indignado, o seu senhor o lhe perguntaram :
entregou aos verdugos, até que - O vosso mestre não paga as
pagasse tudo o que lhe devia. didracmas?
Assim vos fará meu Pai Celestial Disse ele:
se, de coração, não perdoardes, - Sim.
cada um a seu irmão. Ao e n tr a r P e d ro em casa,
J esus se lhe antecipou, p erg u n ­
S er v o s in ú t e is tando:
- Que te parece, Simão? De
- Qual de vós, tendo um ser­ quem cobram os reis da terra o
vo a lavrar ou a apascentar gado, im posto ou o tributo? Dos seus
lhe dirá, ao voltar ele do campo: filhos, ou dos alheios?
chega-te já e reclina-tc à mesa? Q uando ele respondeu:
N ão lhe dirá antes: prepara-m c a - Dos alheios.
ceia, e cinge-te, c serve-me, até Disse-lhe J esus:
que eu tenha com ido e bebido, c - L ogo, são isentos os filhos.
depois comerás tu e beberás? Mas, para que não os escandali­
Porventura agradecerá ao ser­ zemos, vai ao mar, lança o anzol,
vo, porque este fez o que lhe foi tira o primeiro peixe que subir c,
mandado? abrindo-lhe a boca, encontrarás
Assim tam bém vós, q u an d o um estáter. T om a-o, e dá-o por
fizerdes tudo o que vos for m an­ mim e por ti.
Entre setembro e outubro , 26 d .C.

A F esta d o s T a b e r n á c u l o s

I Iora e T empo certos tinham subido à Festa, en tão su ­


biu Ele tam b ém , n ão p u b lic a ­
10 O ra, estava próxima a Festa m ente, mas com o em secreto.
ilos judeus, a dos Tabernáculos. O ra, ós judeus o procuravam na
I )isseram-lhe, então, seus irmãos: Festa e perguntavam:
- Retira-te daqui e vai para a - O nde está Ele?
Judeia, para que tam bém os teus E era grande a m urm uração a
discípulos vejam as obras que fa­ respeito Dele entre as multidões.
zes. Porque ninguém faz coisa al- Diziam alguns:
f-.uma em oculto, quando procura - Ele é bom.
ser conhecido. Já que fazes estas Mas outros diziam:
i oisas, manifesta-te ao M undo. - N ão, antes engana o povo.
Porque nem seus irmãos criam Todavia ninguém falava Dele aber­
Nele. Disse-lhes, então, J esus: tam ente, por medo dos judeus.
- Ainda não é chegado o meu M as, no m eio da F esta, s u ­
tempo, mas o vosso tem po sem ­ biu J esus ao T em plo c com eçou
pre está presente. a ensinar.
O M undo não vos pode odiar; Então os judeus se admiravam,
mas ele me odeia a mim, porquan­ dizendo:
to dele testifico que as suas obras - C om o este sabe letras, sem ter
são más. estudado?
Subi vós à festa. Eu não subo Rcspondcu-lhcs J esus :
ainda a esta festa, porque ainda não - A minha doutrina não é m i­
é chegado o meu tem po. nha, mas Daquele que me enviou.
E, havendo-lhes dito isto, ficou Se alguém quiser fazer a vontade
na Galiléia. de D eus, há de saber se a doutrina
é Dele o u se eu falo por mim mes­
Jesus vai à festa em secreto mo. Q uem fala por si mesmo bus­
ca a sua própria glória. Mas o que
'° Mas quando seus irm ãos já busca a Glória Daquele que o cn-
viou, esse é verdadeiro e n ão há n ã o vim de m im m e sm o , mas
nele injustiça. N ão vos deu M o i­ A quele q u e mc enviou é v erda­
sés a Lei? N o e n ta n to nen h u m de d eiro , o qual vós n ão conheceis.
vós cum pre a Lei. P or que p ro ­ Mas eu O co n h eço , p o rq u e Dele
curais m atar-m e? venho e Ele me enviou.
R espondeu a m ultidão: P rocuravam , pois, p ren d ê-lo .
- Tens dem ônio! Q uem p ro ­ Mas n inguém lhe d eito u as m ãos,
cura m atar-te? p o rq u e ainda não era chegada a
R eplicou-lhes J esus : sua hora.
- U m a só obra fiz, e to d o s vós C o n tu d o m uitos da m u ltid ão
adm irais p o r causa disto. Moisés creram N ele e diziam :
vos o rd en o u a circuncisão (n ão - Será que o C risto, q u an d o
q u e fosse de M o isés, m as d o s vier, fará mais sinais do que Este
pais), e n o sábado circuncidais tem feito?
um hom em . O ra, se um hom em O s fariseus ouviram a m u lti­
recebe a circuncisão no sábado, dão m u rm u rar estas coisas a res­
para que a Lei de M oisés n ão seja p eito D ele. E os principais sacer­
violada, com o vos indignais c o n ­ d o te s c os fariseu s m a n d a ra m
tra m im , p o rq u e no sábado to r­ guardas para o p ren d erem .
nei um hom em inteiram en te são? D isse, p o is, J esus :
N ão julgueis pela aparência, mas - A inda um p o u co de tem p o
julgai seg u n d o o reto ju ízo . estou convosco e depois vou para
D iziam e n tã o alguns dos de A quele que me enviou. Vós me
Jerusalém : buscareis c não me achareis.
- N ão é este o que procuram E o n d e eu e s to u , v ó s n ã o
matar? E eis que d e está falando podeis vir.
ab e rta m e n te c nada lhe dizem . D isseram , pois, os ju d eu s uns
Será que as autoridades realm en ­ aos outros:
te o reconhecem com o o Cristo? - Para o nde irá ele, que não o
E n tre ta n to sabem os d o n d e este ach arem o s? Irá , p o rv e n tu ra , à
é. Mas, q u an d o vier o C risto, n in ­ D ispersão e n tre os g reg o s, e e n ­
guém saberá d o n d e Ele é. sinará os gregos?
J esus , pois, levantou a voz no - Q u e palavra é esta que d is­
T em plo e ensinava, dizendo: se: B u s c a r- m e -e is e n ã o m e
- S im , vós m e c o n h e c e is e achareis; e, O nde eu e sto u , vós
sabeis d o n d e so u . C o n tu d o eu n ão podeis vir?
Rios de Á g ua V iva tes e fariseus. E estes lhes p e r­
g u n taram :
O ra, no últim o dia, o g ra n ­ - P or que não o trouxestes?
de dia da Festa, J esus pôs-se em R esponderam os guardas:
pé e clam ou, dizendo: - N unca hom em algum falou
- Sc alguém tem sede, venha a assim com o este hom em .
mim e beba. Q uem crê em mim, R e p lic a r a m - lh e s , p o is , os
como diz a Escritura, do seu in te­ fariseus:
rior correrão Rios de Agua Viva. - T am b ém vós fostes e n g a ­
Ora, isto Ele disse a respeito do nados? C reu nele p o rv e n tu ra al­
Espírito que haviam de receber os g u m a das a u to rid a d e s , ou a l­
que Nele cressem; porque o Espí­ g u é m d e n tre os fariseus? M as
rito Santo ainda não fora dado, esta m u ltid ã o , q u e n ã o sabe a
porque J esus ainda não tinha sido L ei, é m aldita.
glorificado. N ic o d e m o s , um d e le s, q u e
E ntão alguns d en tre o povo, antes fora te r com J esus , p e rg u n ­
ouvindo essas palavras, diziam: tou -lh es:
- V erd ad eiram en te este é o - A nossa L ei, p o rv e n tu ra ,
Profeta. julga um h o m em sem p rim eiro
O utros diziam: o u v i-lo e te r co n h e c im e n to do
- Este é o Cristo. que ele faz?
Mas outros replicavam: R esponderam -lhe eles:
-V em , pois, o Cristo da Galiléia? - Es tu tam b ém da Galiléia?
Não diz a Escritura que o Cristo Exam ina e vê que da Galiléia não
vem da descendência de Davi, e dc surge pro feta.
Relém, a aldeia donde era Davi? E cada um foi para sua casa.
Assim houve um a dissensão en-
ire o povo por causa Dele. A M ULHER APAN HA D A EM
Alguns deles queriam prendê- ADULTÉRIO
lo. Mas ninguém lhe pôs as mãos.
K> Mas J esus foi para o M o n te
N u n c a n in g u é m falou das Oliveiras.
a s s i m c o m o E le Pela m an h ã ced o v o lto u ao
Tem plo e to d o o povo vinha ter
’° O s guardas, pois, foram ter com File. E J esus , assentando-se,
com os principais dos sacerd o ­ o ensinava.
E n tã o os cscribas c fariseus A Luz d o M u n d o
trouxeram -lhe uma m ulher apa­
nhada em adultério. E pondo-a no '° E ntão J esus to rn o u a falar-
meio, disseram-lhe: lhes, dizendo:
- M estre, esta m ulher foi apa­ - EU SO U a Luz do M undo.
nhada em flagrante adultério. Ora, Q uem me segue de m odo algum
Moisés nos ordena na Lei que as andará em trevas, mas terá a Luz
tais sejam apedrejadas. T u, pois, da Vida.
que dizes? D isseram -lhe, pois, os fariseus:
Isto diziam eles, ten tan d o -o , - T u dás te s te m u n h o de ti
para terem de que o acusar. m esm o. O teu testem unho não é
J esus , p o ré m , in c lin a n d o -s e , verdadeiro.
c o m e ço u a escrever n o c h ão com Respondeu-lhes J esus:
o dedo.
- Ainda que eu dou testem u­
M as, com o insistissem em p e r­
nho de mim mesmo, o meu teste­
guntar-lhe, ergueu-se c disse-lhes:
m unho é verdadeiro; porque sei
- Aquele que dentre vós está
donde vim e para onde vou. Mas
sem pecado seja o prim eiro que
vós não sabeis donde venho, nem
atire um a pedra contra ela.
para onde vou. Vós julgais segun­
E, tornando a inclinar-se, escre­
do a carne; eu a ninguém julgo. E,
via na terra.
mesmo que eu julgue, o meu juízo
Q uando ouviram isto foram sa­
é verdadeiro; porque não sou eu
indo um a um , a começar pelos
só, mas eu e o Pai que me enviou.
mais velhos, até os últimos.
O ra, na vossa Lei está escrito
Ficou só J esus c a m u lh e r ali
q u e o te stem u n h o de dois h o ­
em pé.
E n tã o , e rg u en d o -se J esus c m ens é verdadeiro. Sou eu que
n ão ven d o a n in g u ém sen ão a d o u testem unho de mim m esmo
m ulher, perguntou-lh e: e o Pai que me enviou, tam bém
- M ulher, onde estão aqueles dá testem unho de mim.
teu s acu sad o res? N in g u é m te Perguntavam -lhe, pois:
condenou? - O nde está teu pai?
Respondeu ela: J esus re sp o n d eu :
- N inguém , Senhor. - N ão me conheceis a mim,
E disse-lhe J esus : nem a meu Pai. Se vós me c o n h e ­
- Nem eu te condeno. Vai te césseis a m im , tam b ém c o n h e ­
e não peques mais. cerieis a m eu Pai.
Jesus proferiu essas palavras Mas como o Pai me ensinou,
in i lugar do tesouro, quando en- I assim falo. E Aquele que me en­
ninava no Templo. E ninguém o viou está comigo; não me tem dei­
l'ia id é u , porque ainda não era xado só, porque sempre faço o que
1 1icgada a Sua hora. lhe agrada.
I >issc-lhes, pois, J esus ou tra vez: Falando Ele estas coisas, mui­
- Eu me retiro. Buscar-me-eis tos creram Nele.
i morrereis no vosso pecado. Para
<mele eu vou, vós não podeis ir. C om o ser um discípulo
Então diziam os judeus: VERDADEIRO
Será que ele vai suicidar-se,
pois diz: para onde eu vou, vós 10 Dizia, pois, J esus aos judeus
ii.io podeis ir? que Nele creram:
Disse-lhes Ele: - Sc vós permanecerdes na mi­
- Vós sois de baixo, EU SOU nha palavra, verdadeiramente sereis
•I* cima. Vós sois deste Mundo, eu meus discípulos. E conhecereis a
nilo sou deste Mundo. Por isso vos Verdade e a Verdade vos libertará.
disse que morrereis em vossos pe- Responderam-lhe:
i ados: se não crerdes que EU SOU, - S om os d e sc e n d e n te s de
morrereis em vossos pecados. Abraão e nunca fomos escravos
Perguntavam-lhe, então: de ninguém; como dizes tu: sereis
- Quem és tu? livres?
Respondeu-lhes J esus: Replicou-lhes J esus:
- Exatamente o que venho di­ - Em verdade, em verdade vos
zendo que sou. Muitas coisas te­ digo que todo aquele que comete
nho que dizer e julgar acerca de pecado é escravo do pecado. Ora,
vós. Mas Aquele que me enviou é o escravo não fica para sempre na
verdadeiro. E o que Dele ouvi, isso casa. O filho fica para sempre.
lálo ao Mundo. Se, pois, o Filho vos libertar,
Eles não perceberam que lhes verdadeiramente sereis livres.
l.ilava do Pai. Bem sei que sois descendência
Prosseguiu, pois, J esus: de Abraão; contudo, procurais ma­
- Quando tiverdes levantado o tar-me, porque a minha palavra não
filho do Homem, então conhe­ encontra lugar em vós. Eu falo do
cereis que EU SOU e que nada que vi junto de meu Pai. E vós fazeis
faço de mim mesmo. o que também vistes de vosso pai.
Responderam -lhe: p o rq u e não sois de D eus.
- Nosso pai é Abraão. Responderam -lhe os judeus:
Disse-lhes J esus: - N ão dizemos com razão que
- Se fôsseis filhos de A braão, és samaritano e que tens demônio?
farieis as obras de A braão. Mas J esus respondeu:
agora procurais matar-me, a mim - Eu não tenho dem ônio; an­
que vos falei a verdade que de Deus tes honro a meu Pai e vós me de­
ouvi. Isso A braão não fez. Vós sonrais. Eu não busco a minha gló­
fazeis as obras de vosso pai. ria. H á quem a busque e julgue.
Replicaram-lhe eles: Em verdade, em verdade vos digo
- N ós não som os nascidos de que, se alguém guardar a minha
p ro stitu iç ã o ; tem os u m Pai, que Palavra, nunca verá a m orte.
é D eus. Disseram-lhe os judeus:
R espondeu-lhes J esus : - Agora sabemos que tens de­
- Sc D eus fosse o vosso Pai, mônios. Abraão m orreu e também
vós me am arieis, porq u e eu saí e os profetas; e tu dizes: se alguém
vim de D eus. Pois n ão vim de gu ard ar a m inha palavra, nunca
mim m esm o, mas Ele mc enviou. provará a morte! Porventura és tu
Por que não com preendeis a m aior do que nosso pai Abraão,
m inha linguagem? que morreu? Tam bém os profetas
É porque não podeis ouvir a morreram . Q uem pretendes tu ser?
minha palavra. Vós tendes por pai Respondeu J esus:
o D iabo e quereis satisfazer os de- j - Se eu me glorificar a mim
sejos de vosso pai. Ele é homicida i mesmo, a minha glória não é nada.
desde o Princípio c nunca se fir­ Q uem me glorifica é m eu Pai, do
m ou na Verdade, porque nele não qual vós dizeis que é o vosso Deus;
há Verdade. Q uando ele profere e vós não O conheceis. Mas eu O
m entira, fala do que lhe é próprio, conheço. E se disser que não O
porque c m entiroso c pai da m en­ conheço, serei m en tiro so com o
tira. Mas porque eu digo a verda­ vós. Mas eu O conheço e guardo
de, não me credes. a Sua Palavra. A braão, vosso pai,
Q uem d en tre vós me conven­ exultou por ver o meu dia. Viu-o
ce de pecado? Se digo a verdade, c alegrou-se.
por que não me credes? Q uem é D isseram -lhe, pois, os judeus:
de D eu s o u v e as P alav ras de - A inda n ão tens cin q tien ta
D eus. Por isso vós não as ouvis. anos c viste Abraão?
Respondeu-lhes J esus: quando mendigo, perguntavam:
- Em verdade, em verdade - Não é este o mesmo que se
vns digo que antes que A braão sentava a mendigar?
existisse, EU SO U . Uns diziam:
Então pegaram em pedras para - E ele.
lhe atirarem. E outros:
Mas J esus ocultou-se e saiu do - Não é, mas se parece com ele.
lemplo. Ele dizia:
- Sou eu.
A CURA DE UM CEGO DE Perguntaram-lhe, pois:
NASCENÇA - C om o se abriram os teus
olhos?
10 E J esus, passando, viu um ho- I Respondeu ele:
inem cego de nascença. - O homem que se chama J e­
P erguntaram -lhe os seus dis- sus fez lodo, untou-m e os olhos c
<ípulos: disse-me: vai a Siloé e lava-te. Fui,
- Rabi, quem pecou, este ou pois, lavei-me e fiquei vendo.
seus pais, para que nascesse cego? E perguntaram -lhe:
Respondeu J esus: - Oíide está ele?
- N em ele pecou nem seus Respondeu:
pais; mas foi assim para que nele - N ão sei.
se manifestem as obras de Deus. Levaram aos fariseus o que
Im porta que façamos as obras fora cego.
I hiquele que me enviou, enquan­ Ora, era sábado o dia em que
to é dia. A noite vem, quando Jesus fez 0 lodo e lhe abriu os
ninguém pode trab alh ar. E n ­ olhos.
quanto estou no M undo, sou a Então os fariseus também se
lu z do M undo. puseram a perguntar-lhe como re­
D ito isto, cuspiu no chão e cebera a vista.
1 om a saliva fez lodo, e untou com Respondeu-lhes ele:
lodo os olhos do cego e disse-lhe: - Pôs-mc lodo sobre os olhos,
- Vai, lava-te no tanque de Siloé lavei-me e vejo.
(que significa “O Enviado” ). Por isso alguns dos fariseus
E ele foi, lavou-se e voltou diziam :
vendo. Então os vizinhos c aque­ - Este homem não é de Deus,
les q u e antes o tinham visto, pois não guarda o sábado.
Diziam outros: - Dá glória a Deus! Nós sabe­
- C om o pode um homem pe­ mos que esse homem é pecador.
cador fazer tais sinais? Respondeu ele:
E havia dissensão entre des. - Se é pecador, não sei. Um a
T o rn aram , pois, a p e rg u n ta r coisa sei: eu era cego e agora vejo.
ao cego: P erguntaram -lhe, pois:
- Q ue dizes tu a respeito dele, - Que foi que te fez? C om o te
visto que te abriu os olhos? abriu os olhos?
E ele respondeu: R espondeu-lhes:
- E profeta. - Já vo-lo disse e não atendestes;
Os judeus, porém , não acre­ para que o quereis tornar a ouvir?
ditaram que ele tivesse sido cego Acaso também vós quereis tornar-
e recebido a vista, enq u an to não vos discípulos dele?
cham aram os pais do que fora cu­ E n tão o injuriaram e disseram:
rado. E lhes perguntaram : - D iscípulo dele és tu! N ós,
- E este o vosso filho, que dizeis p o r é m , so m o s d is c íp u lo s de
ter nascido cego? C om o, pois, vê M oisés. Sabemos que D eus falou
agora? a M oisés; mas q u an to a este, não
Responderam seus pais: sabem os donde é.
- Sabemos que este é o nosso Respondeu-lhes o homem:
filho e que nasceu cego; mas como - N isto, pois, está a maravilha:
agora vê, não sabemos; ou quem não sabeis donde ele é e, entretan­
lhe abriu os olhos, nós não sabe­ to, ele me abriu os olhos. Sabemos
mos. Perguntai a ele mesmo; tem que Deus não ouve a pecadores;
idade; ele falará por si mesmo. mas, se alguém for tem ente a Deus
Isso disseram seus pais, porque e fizer a Sua vontade, a esse Ele
tem iam os judeus, p o rq u an to já ouve. Desde o princípio do M un­
tinham estes com binado que, se do nunca se ouviu que alguém
alguém confessasse ser J esus o abrisse os olhos a um cego de nas­
C risto, fosse expulso da sinagoga. cença. Se este não fosse de Deus,
Por isso é que seus pais disse­ nada poderia fazer.
ram: tem idade, perguntai a ele Replicaram-lhe eles:
mesmo. - Tu és nascido todo cm peca­
Então chamaram pela segunda dos e vens ensinar a nós?
vez o hom em que fora cego e lhe E expulsaram no.
disseram: Soube J esus que o haviam cx-
pulsado. H, achando-o, pcrgun- ovelhas. A este o p o rte iro abre.
tou-lhc: E as ovelhas ouvem a sua voz.
- Crcs tu no Filho do Homem? E ele chama pelo nom e as suas
Respondeu ele: ovelhas e as co n d u z para fora.
- Quem c ele, senhor, para que D epois de c o n d u z ir para fora
nele creia? todas as que lhe p erten cem , vai
Disse-lhe J esus: adiante delas e as ovelhas o se­
- Já o viste e é aquele que fala guem , p orque conhecem a sua
contigo. voz. Mas de m odo algum seg u i­
Disse o homem: rão o e stra n h o , an tes fu g irão
- Creio, Senhor! dele, p o rq u e não con h ecem a
E o adorou. voz dos estranhos.
Prosseguiu então J esus: J esus propôs-lhes esta p a rá b o ­
- Eu vim a este M undo para la, m as eles n ã o e n te n d e ra m o
Juízo, a fim de que os que não que era que lhes dizia.
vêem vejam e os que vêem se
i ornem cegos. A P orta da Salvação
A lguns fariseus que ali es-
lavam com Ele, ouvin d o isso, 10 T o rn o u , pois, J esus a d i­
perguntaram -lhe: zer-lhes:
- P o rv e n tu ra nós ta m b é m - Em verdade, cm verdade vos
'.omos cegos? digo: EU SOU a Porta das ove­
Respondeu-lhes J esus : lhas. Todos quantos vieram antes
- Se fosseis cegos, não teríeis de mim são ladrões e salteadores.
pecado. Mas com o agora dizeis: Mas as ovelhas não os ouviram.
nós vem os, perm anece o vosso EU SOU a Porta. Se alguém
pecado. entrar por mim, salvar-se-á. Entra­
rá e sairá, e achará pastagens.
A Parábola d o B om Pastor O ladrão não vem senão para
roubar, matar e destruir.
- Em ,ü verdade, em verdade Eu vim para que todos tenham
vos digo: quem não en tra pela Vida e a tenham em abundância.
Porta no aprisco das ovelhas, Ic E alguém lhe perguntou:
mas sobe por o u tra p a rte , esse - Senhor, são poucos os que
6 ladrão c salteador. Mas o que se salvam?
entra pela P orta é o p asto r das Ao que Ele lhes respondeu:
- Porfiai por entrar pela P orta as a rre b a ta c d isp ersa. O ra , o
estreita. Porque eu vos digo que m ercen ário foge p o rq u e é m er­
m uitos procurarão en trar c não cenário e não se im p o rta com as
poderão. Q uando o do n o da casa ovelhas.
se tiver levantado e cerrado a P or­ E U SO U o Bom Pastor; conhe­
ta e vós com eçardes, de fora, a ço as minhas ovelhas e elas me co­
bater à Porta, dizendo: Senhor, nhecem , assim com o o Pai me co­
ab re-n o s; c Ele vos resp o n d er: nhece e eu conheço o Pai. E dou a
N ão sei d o n d e vós sois. E n tão minha Vida pelas ovelhas.
começareis a dizer: C om em os e T e n h o ainda o u tra s ovelhas
bebem os na tua presença e tu e n ­ que não são deste aprisco. A es­
sinaste nas nossas ruas. E Ele vos sas tam bém me im porta c o n d u ­
responderá: N ão sei do n d e sois; zir e elas ouvirão a m inha voz.
apartai-vos de m im , vós to d o s os E haverá um só Rebanho c um
que praticais a iniqüidade. só Pastor.
Ali haverá choro e ranger de
d en tes, q u a n d o virdes A braão, “N in g uém tira a m in h a v id a ”
Isaque, Jacó e todos os Profetas
no R eino de D eus e vós lançados - Por lo isto o Pai me ama, p o r­
fora. M uitos virão do O riente e que dou a minha Vida para a reto ­
do O cidente, do N o rte e do Sul mar. N inguém a tira de mim, mas
e reclinar-sc-ão à mesa no Reino eu de mim mesmo a dou. Tenho
de D eus. autoridade para a dar e tenho au­
P ois há ú ltim o s q u e se rã o toridade para retomá-la. Este m an­
p rim eiros e p rim eiro s q u e serão dam ento recebi de meu Pai.
ú ltim o s. Por causa dessas palavras, h o u ­
ve outra dissensão entre os judeus.
O B o m Pasto r E muitos deles diziam:
- Tem d em ô n io e p e rd eu o
- EU SOU ’° o Bom Pastor. juízo. Por que o escutais?
O Bom Pastor dá a sua V ida p e ­ Diziam outros:
las ovelhas. Mas o que é m erce­ - Essas palavras n ão são de
nário, c não p astor, de q uem não quem está endem oninhado. Pode,
são as ovelhas, vendo vir o lo b o , porventura, um dem ônio abrir os
deixa as ovelhas e foge. E o lo b o olhos aos cegos?
l OU 23 DE DEZEMBRO, 26 D.C., TERÇA OU QUARTA-FEIRA

A Festa da D edicação

0 H o m e n a g e a d o v a i à F e st a - Tenho-vos m ostrado m ui­


tas obras boas da parte de meu
10 Cclebrava-se então cm Je­ Pai. Por qual destas obras ides
rusalém a Festa da Dedicação. apedrejar-m e?
E era inverno. Responderam -lhe os judeus:
Andava J esus passeando no - N ão é por nenhuma obra boa
lemplo, no pórtico de Salomão. que vamos apedrejar-te, mas por
Rodearam-no, pois, os judeus blasfêmia; porque, sendo tu h o ­
c lhe perguntavam: mem, te fazes Deus.
- Até quando nos deixarás per­ Tornou-lhes J esus:
plexos? Sc tu és o Cristo, dize-no- - Não está escrito na vossa Lei:
lo abertamente. Eu disse: Vós sois deuses? Se a Lei
Respondeu-lhes J esus: J chamou deuses àqueles a quem a
- Já vo-lo disse c não credes. Palavra de Deus foi dirigida (c a
As obras que eu façô em Nome de Escritura não pode ser anulada),
meu Pai, essas dão testem unho de àquele a quem o Pai santificou e
mim. Mas vós não credes, porque enviou ao M undo, dizeis vós: Blas­
não sois das minhas ovelhas. As mi­ femas; porque eu disse: Sou Filho
nhas ovelhas ouvem a minha voz, de Deus? Se não faço as obras de
e eu as conheço e elas me seguem. meu Pai, não me acrediteis. Mas
1 u lhes dou a Vida Eterna c jamais se as faço, embora não me creiais a
perecerão. E ninguém as arrebata­ mim, crede nas obras; para que
rá da minha mão. entendais e saibais que o Pai está
Meu Pai, que mas deu, é maior em mim e eu no Pai.
do que todos. E ninguém pode O utra vez, pois, procuravam
arrebatá-las da mão de meu Pai. prendê-lo, mas Ele lhes escapou
Eu e o Pai somos um. das mãos.
Os judeus pegaram então o u ­ E retirou-sç de novo para além do
tra vez em pedras para o apedrejar. Jordão, para o lugar onde João ba­
Disse-lhes J esus: tizava no princípio. E ali ficou.
M uitos foram te r com Ele c c ali recolherei todos os meus ce­
diziam : reais c os meus bens. E direi à m i­
- João, na verdade, não fez si­ nha alma: Alma, tens em depósi­
nal algum , mas tudo quanto dis­ to muitos bens para muitos anos.
se deste hom em é verdadeiro. Descansa, come, bebe e regala-tc.
E muitos ali creram Nele. Mas Deus lhe disse: Louco! Esta
noite te pedirão a tua alma. E o que
Jesus n ã o se envolve em tens preparado para quem será?
DISPUTAS PESSOAIS Assim é aquele que para si ajunta te­
souros e não é rico para com Deus.
Lt Disse-lhe alguém dentre a
multidão: A DOENÇA DE LÁZARO
- Mestre, dize a meu irmão que
reparta comigo a herança. 10 O ra, estava enferm o um h o ­
Mas Ele lhe respondeu: m em cham ado L ázaro , de Be-
- H om em , quem me constituiu tânia, aldeia de M aria e de sua
a mim juiz ou repartidor entre vós? irmã M arta.
E disse ao povo: E Maria, cujo irmão Lázaro se
- Acautelai-vos e guardai-vos achava enferm o, era a mesma que
de toda espécie de cobiça; p o r­ ungiu o Senhor com bálsamo, e
que a vida de qualquer pessoa não lhe enxugou os pés com os seus
consiste na abundância das coi­ cabelos.
sas que possui. M andaram , pois, as irmãs d i­
zer a J esus : Senhor, eis que está
A P arábola do Lo u c o enferm o aquele que tu amas.
por T esouros J esus , p o ré m , ao o u v ir isto ,
disse:
IC E propôs-lhes, então, uma - Esta enfermidade não é para
parábola, dizendo: a m orte, mas para glória de Deus,
- O campo de um homem rico para que o Filho de Deus seja glo-
produzira com abundância. E ele rificado por ela.
arrazoava consigo, dizendo: Que O ra, J esus amava a M arta, a
farei? Pois não tenho onde reco­ sua irmã e a Lázaro.
lher os meus frutos. Disse então: Q u an d o , pois, ouviu que es­
Farei isto: dcrribarci os meus ce­ tava enferm o, ficou ainda dois
leiros c edificárei outros maiores, dias no lugar onde se achava.
l o c o n a T erra - C erto homem tinha uma fi­
gueira plantada na sua vinha.
- Vim 11 lançar fogo à Terra. E indo procurar fruto nela, não
1 que mais quero, se já está aeeso? o achou.
I l.t um batismo em que hei de ser Disse então ao viticultor: Eis
batizado. E com o me angustio até que há três anos venho pro cu rar
que venha a cumprir-se! fru to nesta figueira e não o acho.
C orta-a. Para que ocupa ela ain­
Ü S GALILEUS MORTOS E A da a terra inutilm ente?
( jij e d a d a T o r r e d e S il o é Respondeu-lhe ele: Senhor, dei-
xa-a este ano ainda, até que eu cave
“ O ra, naquele mesm o te m ­ em derredor e lhe deite esterco.
po, estavam presentes alguns que E se no futuro der fruto, bem; mas,
lhe falavam dos galilcus cujo san­ se não, cortá-la-ás.
gue Pilatos m isturara com os sa­
crifícios deles. A MULHER ENCURVADA
Respondeu-lhes J esus:
- Pensais vós que esses foram LCJ esus estava e nsinando n u m a
maiores pecadores do que todos os das sinagogas n o sábado.
galileus, por terem padecido tais E estava ali um a m ulher que ti­
coisas? N ão, eu vos digo. Antes, se nha um espírito de enferm idade
não vos arrependerdes, todos de havia já dezoito anos. E andava
igual m odo perecereis. encurvada, e não podia de m odo
O u pensais que aqueles dezoi­ algum se endireitar.
to, sobre os quais caiu a Torre de V cndo-a J esu s , ch a m o u -a e
Siloé e os matou, foram mais culpa­ d isse-lhe:
dos do que todos os outros habitan­ - M u lh er, estás livre da tu a
tes de Jerusalém? N ão, eu vos digo. en ferm id ad e.
Antes, se não vos arrependerdes, E impôs as m ãos sobre ela, c
todos de igual m odo perecereis. im e d ia ta m e n te se e n d ire ito u e
glorificava a D eus. E ntão o chefe
A P arábola da F igueira da sinagoga, in dignado p o rq u e
I nfrutífera J esus curara no sábado, to m an ­
do a palavra disse à m ultidão:
IC E passou a n a rra r esta p a ­ - Seis dias há em que se deve
rábola: trabalhar; vinde, pois, neles para
serdes curados e não no dia de - Lázaro, o nosso amigo, dor­
sábado. m e, mas vou despertá-lo do sono.
R e s p o n d e u - lh e , p o r é m , o D isseram-lhe, pois, os discípulos:
S en h o r: - Senhor, se dorm e, ficará bom.
- H ipócritas, no sábado não Mas J esus falara da sua m o rte.
d esp ren d e da m an jed o u ra cada Eles, porém , entenderam que fa­
um de vós o seu boi, ou ju m e n ­ lava do repouso do sono. E ntão
to , para o levar a beber? E não J esus lhes disse claramente:
devia ser solta desta prisão, no dia - Lázaro está m orto. E folgo,
de sáb ad o , esta q u e c filha de por am or de vós, de que eu lá não
A braão, a qual há d ezo ito anos estivesse, para que creiais. Mas va­
Satanás tinha presa? mos ter-com ele.
E dizendo Ele essas coisas, to ­ I D isse, pois, T om é, cham ado
dos os seus adversários ficaram . D ídim o, aos seus condiscípulos:
envergonhados.. - V am os nós ta m b é m , para
E to d o o povo se alegrava por m orrerm os com Ele.
todas as coisas gloriosas que eram C hegando, pois, J esus próximo
feitas por Ele. j de B etânia, L ázaro já estava há
quatro dias na sepultura.
A m o r t e d e L ázaro O ra, Betânia distava de Jcrusa-
! lém cerca de quinze estádios.
D epois disto, disse J esus a E m uitos dos ju d eu s tinham
seus discípulos: vindo visitar M arta e Maria, para
- Vamos outra vez para Judeia. as consolar acerca de seu irmão.
D isseram -lhe eles: M arta, pois, ao saber que J esus
- R abi, ainda agora os ju d eu s chegava, saiu-lhe ao encontro.
p ro cu rav am te ap ed reja r e v o l­ M aria, p o rém , ficou sentada
tas para lá? em casa.
Respondeu J esus: Disse, pois, M arta a J esus :
- N ão são doze as horas do dia? - S enhor, se tu estivesses aqui,
Se alguém andar de dia, não tro ­ m eu irm ão n ã o teria m o rrid o .
peça, porque vê a luz deste M un­ E m esm o a g o ra sei q u e tu d o
do. Mas, se andar de noite, tro p e­ q u an to pedires a D eus, D eus to
ça, porque nele não há luz. concederá.
E, ten d o assim falado, acres­ Respondeu-lhe J esus:
centou: - Teu irm ão há de ressuscitar.
Disse-lhe Marta: m uito em espírito e perturbou-se.
- Eu sei que ele há de ressusci- E perguntou:
i.u na ressurreição do Ultimo Dia. - Onde o puseste?
Declarou-lhe J esus: Responderam-lhe:
- EU SOU a Ressurreição e a - Senhor, vem e vê.
Vida. Quem crê em mim, ainda J esus chorou.
que esteja m orto, viverá. E todo Disseram, então, os judeus:
aquele que vive e crê em mim, ja­ - Vede como o amava.
mais morrerá. Crês isto? Mas alguns deles disseram:
Respondeu-lhe Marta: - Não podia ele, que abriu os
- Sim, Senhor, eu creio que tu olhos ao cego, fazer também que
es o Cristo, o Filho de Deus, que este não morresse?
havia de vir ao M undo. J esus, pois, comovendo-se o u ­
Dito isto, retirou-se e foi cha­ tra vez, profundam ente, foi ao se­
mar cm segredo a Maria, sua irmã, pulcro. E era uma gruta e tinha
e lhe disse: um a pedra posta sobre ela.
- O Mestre está lá fora e te chama. Disse J esus:
Ela, ouvindo isto, levantou-se - Tirai a pedra.
depressa e foi ter com Ele. M arta, irmã do d e fu n to , d is­
(Pois J esus ainda não havia en- se-lhe:
i rado na aldeia, mas estava no lu­ - Senhor, já cheira mal, porque
gar onde Marta o encontrara). está m orto há quase quatro dias.
E ntão os judeus que estavam Respondeu-lhe J esus:
com M aria em casa e a co n so la­ - Não te disse que, se creres,
vam, vendo-a se levantar ap res­ verás a glória de Deus?
sadam ente e sair, seguiram -na,
p en san d o que ia ao se p u lc ro A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO
para chorar ali.
Tendo, pois, Maria chegado ao '° Tiraram, então, a pedra.
lugar onde J esus estava e vendo- E J esus, levantando os olhos ao
o, lançou-se aos seus pés e disse: Céu, disse:
- Senhor, se tu estivesses aqui, P ai,
meu irm ão não teria m orrido. graças te dou,
J esus, pois, q u ando a viu c h o ­ forque me ouviste.
rar, e chorarem tam bém os judeus E u sei que sempre me ouves;
que com ela vinham , com ovcu-sc mas assim fa le i por causa da
m ultidão que está em redor, : um só homem pelo povo e que não
p ura que eles creiam que I pereça toda a nação.
Tu me enviaste. O ra, ele não disse isso p o r si
m esm o; mas, sendo o sum o sa­
E, tendo dito isso, clamou em cerdote naquele ano, profetizou
alta voz: que J esus havia de m o rrer pela
- Lázaro, vem para fora! : nação, e não som ente pela nação,
E saiu o que estivera m o rto , mas tam bém para congregar num
tendo os pés e as m ãos ligados só corpo os filhos de D eus que
com faixas e o seu rosto envolto estão dispersos.
num lenço. D esde aquele dia, pois, to m a­
Disse-lhes J esus: vam conselho para o m atarem .
- Dcsligai-o e o deixai ir. D e m odo que J esus já não an­
M uitos, pois, dentre os judeus dava m anifestam ente entre os ju ­
que tinham vindo visitar Maria, e deus, mas retirou-se dali para a
que tin h am visto o que J esus fize­ região vizinha ao deserto, a uma
ra, creram Nele. cidade chamada Efraim. E ali de-
m orou-se com os seus discípulos.
O COMPLÔ FINAL
O S SAMARITANOS NEGAM
’° Mas alguns deles foram ter. POUSADA PARA JESUS
com os fariseus c disseram-lhes o
que J esus tinha feito. E ntão, os LC O ra, quando se com pleta­
principais sacerdotes e os fariseus vam os dias para a Sua assunção,
reuniram o Sinédrio c diziam: m anifestou o firme propósito de
- Que faremos? Porquanto este ir a Jerusalém .
homem vem operando muitos si­ E n v io u , p o is, m e n sa g e iro s
nais. Sc o deixarmos assim, todos ad ian te de Si.
crerão nele, e virão os romanos e In d o eles, en traram num a al­
nos tirarão tan to o nosso lugar d eia de s a m a rita n o s p a ra lhe
como a nossa nação. prep ararem pousada.
U m deles, p o rém , cham ado Mas não o receberam , porque
Caifás, que era sum o sacerdote viajava em direção a Jerusalém.
naquele ano, disse-lhes: Vendo isto os discípulos Tiago
- Vós nada sabeis, nem consi­ e João, disseram:
derais que vos convém que morra - Senhor, queres que mande-
inos descer fogo do Céu para os - E quem é o meu próximo?
consumir, como Elias tam bém fez? J esus, prosseguindo, disse:
Ele, porém , voltando-se, rcprc- - U m hom em descia de Jeru ­
cndcu-os c disse: salém a Jerico c caiu nas m ãos de
- Vós não sabeis de que E spí­ salteadores, os quais o despoja­
rito sois. Pois o Filho do H om em ram e, cspancando-o, se retira­
não veio para destruir as vidas dos ram, deixando-o meio m orto.
hom ens, mas para salvá-las. Casualm ente, descia pelo m es­
E foram para outra aldeia. m o cam inho certo sacerdote.
E vendo-o, passou de largo.
"O QUE FAREI PARA HERDAR De igual m odo tam bém um levi-
a V ida Eterna ? ” ta chegou àquele lugar, viu-o, e
passou de largo.
1X5 E cis que se levantou certo Mas um sam aritano, que ia de
d o u to r da Lei e, para o experi­ viagem, chegou perto dele e, ven-
m entar, disse: d o -o , encheu-se de íntim a com ­
- M estre, que farei para her­ paixão. E, aproxim ando-se, atou-
dar a Vida Eterna? lhe as feridas, deitando nelas azei­
P erguntou-lhe J esus : te e vinho.
- Q u e está esc rito na Lei? E p o n d o -o sobre a sua cavai-
C om o lês tu? g ad u ra, lev o u -o para um a esta-
Respondcu-Lhc ele: lagem e cu id o u dele.
- Amarás ao Senhor teu Deus N o dia se g u in te tiro u dois
de todo o teu coração, de toda a denários, deu-os ao hospedeiro e
tua alma, de todas as tuas forças c disse-lhe: C uida dele; e tu d o o
de todo o teu entendim ento, e ao que gastares a mais, eu te pagarei
teu próximo como a ti mesmo. quando voltar.
Tornou-lhe J esus: Q u a l, p o is , d e s te s trê s te
- Respondeste bem. Fazc isso parece te r sido o p ró x im o d a ­
e viverás. q u ele q u e caiu nas m ão s dos
salteadores?
A P arábola do Bom R espondeu o d o u to r da Lei:
Sam aritano - Aquele que usou de m iseri­
córdia para com ele.
IC Ele, porém , querendo justifi- Disse-lhe, pois, J esus :
car-sc, perguntou a J esus: - Vai c fazc tu o mesmo.
F inal de março , 27 d .C.

A C ura dos D ez Leprosos

F é para ser c u r a d o e sa l v o ! O u t r a v e z J esu s p r e d iz


A SUA CRUCIFICAÇÃO
ixr E aconteceu que, indo Ele
a Jerusalém , passava pela divisa MC E iam no caminho, subindo
entre Samaria e a Galiléia. para Jerusalém . J esus ia adiante
Ao entrar em certa aldeia, saí­ deles, e eles se maravilhavam e o
ram -lhe ao encontro dez lep ro ­ seguiam atem orizados. De novo
sos, os quais pararam de longe e tom ou consigo os D oze e come­
levantaram a voz, dizendo: çou a contar-lhes as coisas que lhe
- J esus, M estre, tem compaixão haviam de sobrevir, MT dizendo:
de nós! - Eis que subimos a Jerusalém
Ele, logo que os viu, disse-lhes: e o Filho do H om em será entre­
- Ide e m ostrai-v o s aos sa­ gue aos principais sacerdotes e aos
cerd o tes. escribas. E eles o condenarão à
E aconteceu q u e, e n q u a n to m orte. E o entregarão aos gentios
iam, ficaram limpos. para que dele escarneçam, açoitem
Um deles, vendo que fora cu­ e o crucifiquem. Mas ao terceiro
rado, voltou glorificando a D eus dia ressuscitará.
cm alta voz. E prostrou-se com o c Mas eles não en ten d eram
rosto em terra aos pés de J esus , nada disso. Essas palavras lhes
dando-lhe graças. eram obscuras e não percebiam
E este era samaritano. o que lhes dizia.
Perguntou, pois, J esus:
- N ão foram dez os limpos? O PED IDO DE UMA MÃE
E os nove, onde estão? N ão se
achou quem voltasse para dar gló­ Aproximou-se Dele, então,
ria a Deus, senão este estrangeiro? a mãe dos filhos de Zebcdeu, com
E disse-lhe: seus filhos,M
< Tiago e João, MTajo­
- Levanta-te e vai. A tua fé te elhando-se e fazendo-lhe um pe­
salvou. dido. Perguntou-lhe J esus:
- Que queres? será servo de todos. Tal e qual o
E ela lhe respondeu: Filho do H om em que não veio
- C oncede que estes m eus para ser servido, mas para servir
dois filhos se sentem , um à tua e para dar a sua vida cm resgate
direita e outro à tua esquerda, no de muitos.
leu Reino.
J esus, porém , replicou: A CURA DO CEGO B a RTIMEU
- N ão sabeis o que pedis.
Podeis beber o cálice que eu estou ,x Ora, quando Ele ia chegan­
para beber M < e ser batizados no ba­ do a Jerico, Ml Bartimeu, o cego,
tismo em que eu sou batizado? filho de T im eu, estava sentado
E lhe responderam: junto do caminho, mendigando.
- Podemos. IC E ste, po is, o u v in d o p as­
Mas J esus lhes disse: sar a m u ltid ã o , p e rg u n to u que
- O cálice que eu bebo, haveis era aq u ilo .
de bebê-lo, e no batismo em que Disseram-lhe que J esus, o na­
cu sou batizado, haveis de ser zareno, ia passando.
batizados; M1 mas o sentar-se à m i­ E n tã o ele se pôs a clam ar,
nha direita e à minha esquerda, dizendo:
não me pertence concedê-lo; mas - J esus, Filho de Davi, tem mi­
isso é para aqueles para quem está sericórdia de mim!
preparado por meu Pai. E os que iam à frente repre­
MC E ouvindo isso os dez, co­ endiam -no, para que se calasse.
m eçaram a indignar-se co n tra E le, p o ré m , clam ava ainda
Tiago e João. mais:
MTJ esus , pois, chamou-os para - Filho de Davi, tem m iseri­
junto de Si e lhes disse: córdia de mim!
- Sabeis que os governadores Mt Parou, pois, J esus, c disse:
dos gentios os dominam M < e de­ - Chamai-o.
les se assenhoreiam. Mr E os seus E cham aram o cego, d izen ­
grandes exercem autoridades so­ do-lhe:
bre eles. MCMas entre vós não será - Tem bom ânimo. Levanta-
assim. Antes, qualquer que entre te. Ele tc chama!
vós quiser tornar-se grande, será N isto, lançando de si a sua
o vosso serviçal. E qualquer que capa, de um salto sc levantou c
entre vós quiser ser o primeiro, foi ter com J esus .
“ T endo ele chegado, p e rg u n ­ - E ntrou para ser hóspede de
tou-lhe J ksus: um hom em pecador.
- Q ue queres que te faça? Zaqueu, porém , levantando-se,
R espondeu ele: disse ao Senhor:
- Senhor, que eu veja. - S enhor, eis aqui d o u aos p o ­
D isse-lhe J ksus : bres a m etade dos m eus bens. E
- Vê. A tua fé te salvou. sc cm algum a coisa te n h o defrau-
Im e d ia ta m e n te re c u p e ro u a d ado alguém , eu o restitu o q u a ­
vista e o foi se g u in d o , g lo rifi- druplicado.
ca n d o a D eus. Disse-lhe J esus:
E to d o o p o v o , ven d o isso, - H oje veio a salvação a esta
dava louvores a D eus. casa, porquanto este tam bém é fi­
lho dc Abraão. P orque o Filho do
Z a q í j e u , O PUBLICANO H om em veio buscar e salvar o que
se havia perdido.
,r Tendo J esus entrado em Je­
rico, ia atravessando a cidade. A P arábola das D ez M inas
Havia ali um hom em chamado
Z aqueu, o qual era chefe de publi- O uv in d o eles isso, prosse­
canos e era rico. guiu J esus e co n to u um a p a ráb o ­
Este procurava ver quem era la, visto estar Ele p e rto de Je ru ­
J esus e não podia, por causa da salém, e pensarem eles que o R ei­
m ultidão e p o rq u e era de p e q u e ­ no dc D eus sc havia de m anifes­
na estatura. tar im ediatam ente.
C o rren d o adiante, subiu a um Disse, pois:
sicôm oro a fim de vê-lo, p o rq u e - C erto hom em n o b re p artiu
havia de passar p o r ali. para um a terra lo n g ín q u a, a fim
Q uando J esus chegou àquele de to m ar posse de um reino c d e ­
lugar, olhou para cima e disse-lhe: pois voltar.
- Z aqueu, desce depressa; p o r­ E cham ando dez servos seus,
que hoje me convém pousar em deu-lhes dez m inas, e disse-lhes:
tua casa. N egociai até que eu venha. Mas
Desceu, pois, a toda a pressa, c os seus concidadãos odiavam -no,
o recebeu com alegria. e enviaram após ele um a em bai­
Ao verem isso, todos m urm u­ x ada, d iz e n d o : N ão q u e re m o s
ravam, dizendo: que este hom em reine sobre nós.
K sucedeu que, ao voltar ele, R e sp o n d e ra m -lh e eles: S e­
depois de ter tom ado posse do nhor, ele tem dez minas.
ieino, m andou cham ar aqueles Pois eu vos digo que a todo o
m t v o s a quem entregara o dinhei­ que tem, scr-lhe-á dado; mas ao
ro, a fim de saber como cada um que não tem, até aquilo que tem
luvia negociado. ser-lhe-á tirado.
Apresentou-se, pois, o primei­ Q uanto, porém , àqueles meus
ro, e disse: Senhor, a tua mina inimigos que não quiseram que
rendeu dez minas. eu reinasse sobre eles, trazei-os
Respondeu-lhe o senhor: Bem aqui c matai-os diante de mim.
c.tá, servo bom! Porque no m í­
nimo foste fiel, sobre dez cida­ OS DOIS CEGOS DE JERICO
des terás autoridade.
Veio o segundo, dizendo: Se­ MT Saindo eles de Jerico, se-
nhor, a tua mina rendeu cinco guiu-o uma grande m ultidão.
minas. E eis que dois cegos, sentados jun­
A este tam bém respondeu: Sê to do caminho, ouvindo que J e ­
tu também sobre cinco cidades. sus passava, clamaram, dizendo:
K veio o u tro , dizen d o : Se­ - Senhor, Filho de Davi, tem
nhor, eis aqui a tua m ina, que compaixão de nós.
guardei num lenço; pois tinha E a m u ltid ão os rep reen d eu ,
medo de ti, porque és hom em para que se calassem.
severo; tomas o que não puseste Eles, p o rém , clam aram ain ­
e eeifas o que não semeaste. da mais alto, dizendo:
D isse-lhe o S en h o r: S ervo - Senhor, Filho de Davi, tem
mau! Pela tua boca te julgarei. compaixão de nós.
N.ibias que EU SO U hom em se­ E J esus, p a ran d o , c ham ou-os
vero, que tom o o que não pus c p e rg u n to u :
<• ceifo o que não sem eei. - Que quereis que vos faça?
Por que, pois, não puseste o Disseram-lhe eles:
meu dinheiro no banco? E n tão , - Senhor, que se nos abram os
vindo eu, o teria retira d o com olhos.
os juros. E J esus, m ovido de co m p a i­
E disse aos que estavam ali: xão, to co u -lh es os olhos.
Tirai-lhe a mina c dai-a ao que F. im ediatam ente recuperaram
tem as dez minas. a vista c o seguiram.
Expectativa em J erusalém n h o , e n tro u J esus n u m a aldeia.
E M arta o recebeu em sua casa.
10 O ra, estava próxim a a Pás­ Sua irmã, chamada Maria, sen
coa dos judeus c dessa região su ­ tando-se aos pés do Senhor, ouvia
biram m uitos a Jerusalém , antes a Sua Palavra.
da Páscoa, para se purificarem. M arta, porém, andava preocu­
Buscavam, pois, a J esus e diziam uns pada com muito serviço.
aos outros, estando no Templo: E, aproxim ando-se, disse:
- Q ue vos parece? N ão virá Ele - Senhor, não te im portas que
à Festa? minha irmã me tenha deixado a
O ra, os principais sacerdotes servir sozinha? D ize-lh e, pois,
e os fariseus tinham dado ordem que me ajude.
que, se alguém soubesse onde Ele R espondeu-lhe o Senhor:
estava, o denunciasse, para que o - M arta, M arta, estás ansiosa c
prendessem . perturbada com muitas coisas. E n ­
tretan to , poucas são necessárias,
A M elhor E scolha ou m esmo uma só. E Maria esco­
lheu a boa parte, a qual não lhe
H O ra, quando iam de cam i­ será tirada.

S ex ta - f e ir a À n o it e , 2 d e a b r il , 27 d .C .

D e f u n t o , bem a n tes de m o r r e r

A U nç ão em B etânia dos que estavam à mesa com Ele.


E n tã o , M aria, Mc to m a n d o um
'° Veio, pois, J esus seis dias an­ vaso d e alab astro com 10 um a li­
tes da Páscoa, a Betânia, onde es­ bra dc bálsam o de n a rd o p u ro , de
tava Lázaro, a quem Ele ressusci­ g ra n d e p re ç o , Ml q u e b r a n d o o
tara dentre os mortos. vaso, d e rra m o u -lh e o bálsam o s o ­
Deram-lhe ali uma ceia, M < em bre a cabeça.
casa de Simão, o leproso. ° E ungiü os pés de J esus c os
10 Marta servia e Lázaro era um enxugou com os seus cabelos.
K cncheu-se a casa do chci- os pobres sempre os tendes con-
ro do bálsamo. vosco M < c, q u an d o q uiserdes,
Mas Judas Iscariotcs, um dos podeis fazer-lhes bem. A mim, po­
«•us discípulos, aquele que o ha­ rém, nem sempre me tendes.
via dc trair, disse: M1 O ra, derram ando ela este bál­
- Por que não se vendeu este samo sobre o meu corpo, fê-lo a
lulsamo por trezentos denários e fim de preparar-me para o meu
não se deu aos pobres? sepultam ento. MCEm verdade vos
<)ra, ele disse isto, não porque ti­ digo que, cm todas as partes do
vesse cuidado dos pobres, mas M undo onde for p regado este
porque era ladrão e, tendo a bol­ Evangelho, tam bém o que ela fez
sa, subtraía o que nela se lançava. será contado para sua memória.
M1 E os seus discípulos, vendo 10 E grande núm ero dos judeus
isso, indignaram-se, dizendo: chegou a saber que Ele estava ali.
- Por que este desperdício? E afluíram, não só por causa dc
MCE bramavam contra ela. J esus , mas tam bém para ver a
MT J esus , p o ré m , p e rce b en d o Lázaro, a quem Ele ressuscitara
isso, disse-lhes: dentre os m ortos.
- Por que molestais esta m u­ E n tã o os p rin cip ais s a c e rd o ­
lher? Pois praticou uma boa ação tes d e lib e ra ra m m a ta r tam b é m
para comigo. 10 Para o dia da mi­ a L á z a ro ; p o rq u e m u ito s , p o r
nha preparação, para a minha se­ causa d e le , deixavam os ju d e u s
pultura o guardou. Ml Porquanto c criam cm J esus .

Sá b a d o , 3 d e a b r il , 27 d.C.

O Ú l t im o S h a b a t

O HOMEM H 1DRÓPICO Achava-sc ali diante Dele certo


homem hidrópico.
u Tendo J esus entrado, no sá­ E J esus, tom ando a palavra, fa­
bado, cm casa de um dos chefes lou aos d o u to re s da Lei c aos
dos fariseus para com er pão, eles fariseus, e perguntou:
o estavam observando. - E lícito curar no sábado ou não?
Eles, porém , ficaram calados. A QIJEM CONVIDAR?
E J esus, to m a n d o o h o m em , o
cu ro u c o despediu. ‘ Disse tam bém ao que o havia
E ntão lhes perguntou: convidado:
- Q ual de vós, se lhe cair num - Q u an d o deres um jantar ou
poço o ju m e n to , ou o boi, não um a ceia, não convides teus am i­
o tirará lo g o , m esm o cm dia de gos, nem teus irm ãos, nem teus
sábado? p arentes, nem os vizinhos ricos,
A isto nada puderam responder. para que não suceda que tam bém
eles te to rn em a convidar e te seja
A P arábola d o Ú ltimo isso retrib u íd o . Mas q u an d o d e ­
Lug ar res um banq u ete, convide os p o ­
bres, os aleijados, os m ancos e os
IC Ao reparar com o os convi­ cegos. E serás bem -aventurado;
dados escolhiam os prim eiros lu ­ p o rq u e eles não têm com que te
gares, propôs-lhes esta parábola: retrib u ir; pois retrib u íd o te será
- Q u an d o p o r alguém fores na R essurreição dos Justos.
convidado às bodas, não te assen­
tes no prim eiro lugar. Para que A P arábola da G rande C eia
não aconteça que esteja convida­
do o u tro mais digno do que tu u Ao ouvir isso um dos que es­
c, vindo o que te convidou a ti e tavam com Ele à mesa, disse-lhe:
a ele, te diga: D á o lugar a este; e - Bem-aventurado aquele que
en tão , com vergonha, tenhas de com er pão no Reino de Deus.
tom ar o últim o lugar. Mas, q u a n ­ J esus, porém , lhe disse:
do fores convidado, vai e assen- - O M: Reino dos C éus é se­
ta-te no últim o lugar, para que, m elhante a um rei que celebrou
quando vier o que te convidou, as bodas de seu filho :< c convi­
te diga: A m igo, assenta-te mais dou a m uitos.
para cima. E n tão terás honra d i­ E à hora da ceia MI enviou os seus
ante de todos os que estiverem servos a chamar os convidados para
contigo à mesa. as bodas, “ dizendo: V inde, p o r­
Porque to d o o que a si m es­ que tu d o já está preparado.
m o se exaltar será hum ilhado c Mas to d o s à uma começaram
aquele que a si m esm o se h u m i­ a escusar-se. Disse-lhe o prim ei­
lhar será exaltado. ro: C om prei um cam po c preciso
ir vê-lo. Rogo-te que mc dês por quantos encontraram, tanto maus
escusado. O utro disse: Comprei com o bons.
cin co ju n ta s de b o is e vou 11 E disse o servo: Senhor, feito
experimentá-los. Rogo-te que mc está como mandaste c ainda há
dês por escusado. Ainda o u tro lugar. Respondeu o Senhor: Sai
disse: Casei-me c, portan to , não pelos caminhos e vaiados c o bri­
posso ir. ga-os a entrar, para que a minha
Voltou o servo e contou tudo casa se encha.
isto ao seu senhor. M1 E encheu-sc de convivas a
Mi E ntão, enviou outros ser­ sala nupcial.
vos, ordenando: Dizei aos convi­ Mas, quando o rei entrou para
dados: Eis que tenho o meu jan- ver os convivas, viu ali um h o ­
tar preparado; os meus bois e ce­ m em q u e n ão tra ja v a veste
vados já estão m ortos c tudo está nupcial. E perguntou-lhe: Ami­
pronto. Vinde às bodas. go, como entraste aqui, sem te-
E les, p o ré m , n ão fa z e n d o res veste nupcial?
caso, foram: um para o seu cam­ E ele emudeceu.
po, outro para o seu negócio; e O rdenou então o rei aos ser­
os outros, apoderando-se dos ser­ vos: Amarrai-o de pés e mãos c
vos, os ultrajaram e mataram. lançai-o nas trevas exteriores. Ali
Então o rei encolcrizou-se. haverá choro e ranger de dentes.
E enviando os seus exércitos, Porque muitos são chamados,
destruiu aqueles homicidas e in­ mas poucos escolhidos.
cendiou a sua cidade. LC Pois eu vos digo que n e ­
Então disse aos seus servos: As nhum daqueles homens que foram
bodas, na verdade, estão prepa­ convidados provará a minha cei.a.
radas, mas os convidados não
eram dignos. 11 Sai depressa para Jesus, acima de t u d o
as ruas c becos da cidade e traze
aqui os pobres, os aleijados, os 11 Ora, iam com Ele grandes
cegos c os coxos. MT Ide pelas en­ multidões.
cru zilh ad as dos cam inhos c a E, voltando-se, disse-lhes:
quantos encontrardes, convidai- - Se alguém vier a mim e não
os para as bodas. aborrecer a pai e mãe, a mulher e
E saíram aqueles servos pelos filhos, a irmãos e irmãs, e ainda
cam in h o s c a ju n ta ra m to d o s também à própria vida, não pode
ser meu discípulo. Q uem não leva A Parábola d o R ei que
a sua cruz e não me segue, não PONDERA
pode ser meu discípulo.
- O u u qual é o rei que, indo
A Parábola da T orre entrar em guerra contra outro rei,
não se senta primeiro a consultar
- Pois LCqual de vós, querendo se com dez mil pode sair ao en­
edificar uma torre, não se senta pri­ contro do que vem contra ele com
meiro a calcular as despesas, para vinte mil? N o caso contrário, en­
ver se tem com que a acabar? Para quanto o outro ainda está longe,
não acontecer que, depois de ha­ manda embaixadores e pede con­
ver posto os alicerces, e não a po ­ dições de paz.
dendo acabar, todos os que a vi­ Assim, pois, todo aquele den­
rem comecem a zom bar dele, di­ tre vós que não renuncia a tudo
zendo: Este hom em com eçou a quanto possui, não pode ser meu
edificar e não pode acabar. i discípulo.

D o m in g o , 4 de abeul, 27 d .C.

Os Ú l t i m o s S e is D ia s d e J e s u s

M ultidões eufóricas MT Q u a n d o se aproxim aram


de Jerusalém e chegaram a Bet-
’° N o dia seg u in te, as g ra n ­ fagé, ao M onte das Oliveiras, e n ­
des m ultidões que tinham v in ­ viou J esus dois de seus discípu­
do à Festa da Páscoa, ouv in d o los, dizendo-lhes:
dizer que J esus vinha a Jeru sa­ - Ide à aldeia que está defronte
lém , tom aram ram os de palm ei­ de vós. wtE logo que nela entrar­
ras e saíram -lhe ao en c o n tro . des, encontrareis MTuma jum enta
E clam avam: presa e um jum entinho com e la ,MC
- H osana! Bendito o que vêm sobre o qual ainda não m ontou
cm N om e do Senhor! B endito o hom em algum . D esprendei-o e
Rei de Israel! ! trazei-o. E se alguém vos pergun-
i.u : Por que fazeis isso? Respondei: Ao que Ele respondeu:
() Senhor precisa dele. E logo o - Digo-vos que, se estes se ca­
deixará trazer para aqui. larem, as pedras clamarão.
foram , pois, e acharam M1a ju­ MC E tanto os que o precediam
menta e o jum entinho, MCpreso ao como os que o seguiam, clamavam:
portão do lado de fora, na rua, c o - Hosana! Bendito o que vem
desprenderam. em Nome do Senhor! Bendito o
" E n q u an to desp ren d iam o Reino que vem, o Reino de nosso
jum entinho, os seus donos lhes pai Davi! Hosana nas Alturas!
perguntaram: M1 O ra, isso aconteceu para
- P or q ue d e sp re n d e is o que se cum prisse o que foi dito
jumentinho? pelo profeta:
Responderam eles: Dizei à filha de Sido: Eis que aí
- O Senhor precisa dele. te vem o teu Rei, manso e montado
M < E os deixaram levar. em um jumento, em um jumentinho,
E levaram o jum entinho a J e ­ 10filho de uma jumenta.
sus e lançaram sobre ele as suas Os seus discípulos, porém , a
vestes, ’° e assentou-se sobre ele. princípio não entenderam isto.
" E, enquanto Ele ia passando, Mas quando J esus foi glorifica-
Mt m uitos tam bém estenderam do, então eles se lembraram de
pelo caminho os seus m antos MTe que estas coisas estavam escritas
outros cortavam ramos de árvo­ a respeito Dele e de que assim lhe
res e os espalhavam pelo caminho. fizeram.
" E quando já ia chegando à
descida do M onte das Oliveiras, Jesus ch o ra sobre
ioda a multidão dos discípulos, re­ J erusalém
gozijando-se, começou a louvar a
Deus em alta voz, por todos os 1,0 E q u an d o chegou p e rto e
milagres que tinha visto, dizendo: viu a cidade, ch o ro u sobre ela,
- Bendito o Rei que vem em dizen d o :
Nome do Senhor; Paz no Céu e - Alt, se tu conhecesses, ao me­
Glória nas Alturas! nos neste dia, o que te poderia tra­
Nisso, disseram-lhe alguns dos zer a paz! Mas agora isso está en­
fariseus dentre a multidão: coberto aos teus olhos. Porque dias
- M estre, repreende os teus virão sobre ti cm que os teus ini­
discípulos. migos te cercarão de trincheiras, e
tc sitiarão, c tc apertarão dc todos bistas e as cadeiras dos que vendi­
os lados e tc derribarão, a ti e aos am pom bas.M<' E não consentia que
teus filhos que dentro dc ti estive­ ninguém atravessasse o Templo le­
rem. E não deixarão em ti pedra vando qualquer utensílio.
sobre pedra, porque não conheces­ E ensinava-lhes, dizendo:
te o tem po da tua Visitação. - N ão está escrito: A minha
casa será chamada casa de oração
A C ida de se agita para todas as nações?Mas vós a ten -
des convertido em covil de ladrões.
M1 Ao en tra r Ele em Je ru sa ­ E eles o tem iam porque toda
lém , agitou-sc a cidade to d a c a m ultidão estava admirada acer­
perg u n tav a: ca da sua doutrina.
- Q uem é este? m E chegaram-se a Ele no Tem­
plo cegos e coxos e Ele os curou.
E as multidões respondiam:
Vendo, porém , os principais sa­
- Este é o Profeta J ksus, de
cerdotes e os escribas as maravilhas
Nazaré da Galiléia.
que Ele fizera e os meninos que
,1>A m ultidão, pois, que estava
clamavam no Templo:
com Ele quando Lázaro foi cha­
- Hosana ao Filho de Davi!
mado da sepultura, testificava que
in d ig n a ra m -se e p e r g u n ta ­
Ele o ressuscitara dos m ortos.
ram -lhe:
E foi por isso que a multidão
- O uves o q u e e stes e stão
lhe saiu ao encontro, por ter ouvi­
dizen d o ?
do que Ele fizera este sinal.
Respondeu-lhes J esus:
De sorte que os fariseus disse­
- Sim. Nunca lestes: D a boca de
ram entre si: pequeninos e de criancinhas de pei­
-V e d e s que nada aproveitais? to tiraste o perfeito louvor?
Eis q u e o m u n d o in te ir o vai I( E os principais sacerdotes, os
após Ele. escribas e os principais do povo
procuravam matá-lo.
A SEGUNDA PURIFICAÇÃO DO Mas não achavam meio de o
T emplo fazer, porque todo o povo ficava
enlevado ao ouvi-lo.
Mr Então Jiísus entrou no Tem ­ MI E deixando-os, MCobservou
plo e expulsou todos os que ali tu d o em redor. E com o já fosse
vendiam e compravam. tarde, saiu para Betânia com os
E derribou as mesas dos cam ­ doze Ml c ali passou a noite.
S egunda , 5 de abril, 27 d .C.

( >s Ú l t i m o s C i n c o D ia s d e J e su s

A I IGUEIRA SEM FRUTOS MC Mas J esus , resp o n d en d o ,


disse-lhes:
M< No dia seguinte, quando sa- - Também eu vos perguntarei
n.un de Betânia, J esus teve fome. uma coisa c respondei-me. E, en­
K, avistando uma figueira à bei­ tão, vos direi com que autoridade
ra do caminho, dela se aproximou, faço estas coisas:
e foi ver se, porventura, acharia MC O batismo de João M1 donde
nela alguma coisa. era? Do céu ou dos homens? M <
E chegando a ela, nada achou Respondei-me.
■.«•não folhas, porque não era tem ­ tc Ao que eles arrazoavam en­
po de figos. tre si: Se dissermos: do Céu, Ele
E Jesus, falando, disse à figueira: dirá: Então, por que não crestes?
- N unca mais com a alguém Mas, se dissermos: dos homens,
fruto dc ti. todo o povo nos apedrejará; pois
E os seus discípulos ouviram está convencido de que João era
ISSO. Profeta.
M
1 R esponderam , pois, a J esus:
IUtism o nas Á guas : - Não sabemos.
no C éu o u do s h o m en s ? Disse-lhes Ele:
- Nem eu vos digo com que au­
Mr T en d o J esus e n tra d o no toridade faço estas coisas.
lém plo,Lí' quando ensinava o povo
c anunciava o Evangelho, sobrevi­ A Parábola dos D ois F ilhos
eram os principais sacerdotes e os
escribas, com os anciãos, e falaram - - Mas MT que vos parece?
lhe deste modo: Um homem tinha dois filhos e,
- Dize-nos, com que autorida­ chegando-se ao prim eiro, disse:
de fazes estas coisas? Ou: Pilho, vai trabalhar hoje na minha
- Q u e m é o q u e tc d e u esta vinha. Ele respondeu: Sim, senhor.
a u to rid a d e ? Mas não foi.
Chegando-se, então, ao segun­ E to rn o u a enviar-lhes outro
do, falou-lhe de igual m odo. Rcs- servo. E a este, apedrejando-o, o
pondeu-lhe este: Não quero. Mas feriram na cabeça c, “ afrontando
depois, arrependendo-se, foi. o, mandaram-no vazio.
Qual dos dois fez a vontade MC Então enviou ainda outro c
do pai? a este mataram. E a outros mui­
Disseram eles: tos, dos quais a uns espancaram c
- O segundo. a outros mataram.
Disse-lhes J esus: Mr Depois enviou ainda outros
- Em verdade vos digo que os servos, em maior núm ero do que
publicanos e as merctrizcs entram os primeiros. E fizeram-lhes o mes­
adiante de vós no Reino de Deus. m o. Disse o senhor da vinha:
Pois João veio a vós no caminho Q ue farei?
da justiça e não lhe deste crédito, Mc Ora, tinha ele ainda um , o
mas os publicanos e as meretrizes seu filho amado.
lho deram. Vós, porém, vendo isto, M! E ntão, por último, enviou-
nem depois vos arrependestes para lhes seu filho, dizendo: A meu fi­
crerdes nele. lho terão respeito.
Mas os lavradores, vendo o fi­
A P arábola da V in h a lho, disseram entre si: Este é o her­
A rr en da da deiro; vinde, m atem o-lo, Mc e a
herança será nossa.
- Ouvi MT
‘ ainda outra parábola: ,MTE, agarrando-o, o arrastaram
Havia um homem , proprietário, para fora da vinha e o mataram.
que plantou uma vinha, ccrcou-a Q uando, pois, vier o senhor da
com uma sebe, cavou nela um la- vinha, que fará àqueles lavradores?
gar e edificou uma torre. Depois, Responderam-lhe eles:
arrendou-a a uns lavradores M <e - Fará perecer miseravelmente
partiu para fora da terra, K por a esses maus c arrendará a vinha a
m uito tempo. outros lavradores, que a seu tem ­
MC N o tem po próprio, enviou , po lhe entreguem os frutos.
um servo aos lavradores para que Disse-lhes J esus:
deles recebesse do fruto da vinha. - P ortanto eu vos digo que vos
Mas estes, apoderando-se dele, o será tirado o Reino de Deus c será
espancaram e o mandaram embo dado a um povo que dê os seus
ra de mãos vazias. frutos.
H, ouvindo clcs isso, disseram: dos homens. Dize-nos, pois, que
Não seja assim! te parece? E lícito pagar tributo a
Mas Ele, olhando para eles, disse: César ou não? MC Pagaremos ou
Que é isto, pois, que está es- não pagaremos?
i rito: A pedra que os edificadores J esus, porém , percebendo a sua
a provaram, essa fo i fe ita cabeça malícia, respondeu:
dn esquina;MCissofo i feito pelo Se­ - Por que me experimentais, hi­
nhor e é coisa maravilhosa aos nos- j pócritas? Mostrai-me a moeda do
um olhos? tributo.
Quem cair sobre esta pedra E eles lhe apresentaram um
v t .í despedaçado. E aquele sobre denário. Perguntou-lhes Ele:
quem ela cair será reduzido a pó. - De quem é esta im agem e
Os principais sacerdotes e os inscrição?
l.uiseus, ouvindo essa parábola, Responderam:
i ntenderam que era deles que J e- - De César.
NUS falava. E procuravam prendê- Então lhes disse:
lo, mas temeram o povo, porquan­ - Dai, pois, a César o que é de
to este o tinha por profeta. César e a Deus o que é de Deus.
MCE, deixando-o, foram-se. Ao ouvirem isso, ficaram admira­
dos 10 da sua resposta e calaram-se.
A C ilada d o tributo MT E, deixando-o, se retiraram.

" A inda na m esm a h ora os O S SADUCEUS E A RESSURREIÇÃO


CScribas e os principais sacerdotes
enviaram-lhe alguns dos fariseus, Ml N o mesmo dia vieram al­
dos herodianosLCe espias, os quais guns saduceus, que dizem não
se fingiam justos, para o apanha­ haver ressurreição, e o interroga­
rem em alguma palavra, e o entre­ ram, dizendo:
garem à jurisdição e à autoridade - M estre, MC Moisés nos dei­
do governador. MC Aproximando- xou escrito que se m o rrer al­
se, pois, disseram-lhe: guém, deixando m ulher sem dei­
- M estre,,MTbem sabemos que xar filhos, o irm ão dele case com
és verdadeiro c ensinas o caminho a mulher e suscite descendência
de Deus, segundo a verdade, sem ao irmão. O ra, havia sete irmãos:
te importares com quem quer que o primeiro casou se e m orreu sem
seja, porque não olhas à aparência i deixar descendência. O segundo
casou-sc com a viúva e m orreu, ca lestes no livro de Moisés, onde
não deixando descendência. E da se fala da sarça, como Deus lhe dis
mesma form a, o terceiro. E as- : se: EU SO U o Deus de Abraão, o
sim os sete e não deixaram des­ Deus de Isaque e o Deus de Jacó?
cendência. Depois de todos, m or­ Ora, Ele não é Deus de mortos,
reu tam bém a mulher. Mr P o rta n ­ mas de Vivos. Por isso estais em
to , na ressurreição, de qual dos j grande erro. u P orque para Ele
sete ela será esposa, pois todos a todos vivem.
possuíram? MT E as m ultidões, ouvindo isso,
J ksus, p o ré m , lhes respondeu: se maravilhavam da Sua doutrina.
- Errais, não com preendendo " R esp o n d eram alg u n s dos
as E scritu ra s n em o p o d e r de escribas:
Deus. " Os filhos deste M undo - M estre, disseste bem.
casam-se e se dão cm casam ento. E não ousavam lhe perguntar
Mas os que são julgados dignos mais coisa alguma.
de alcançar o M undo V indouro MCAo cair da tarde, saiu da ci­
e a R essurreição dentre os m or­ dade.
tos, nem se casam nem se dão em L< O ra, de dia ensinava no Tem
casam ento; porque já não podem pio e à noite, saindo, pousava no
mais m orrer; pois são iguais aos m onte chamado das Oliveiras.
Anjos e são Filhos de D eus, sen­ E todo o povo ia ter com Ele
do Filhos da Ressurreição. E que no Templo, de manhã cedo, para
os m ortos hão de ressurgir,MCnun­ o ouvir.

T e r ç a , 6 d e a b r i l , 2 7 d .C .

Os Ú l t i m o s Q u a t r o D ia s d e J e s u s

A FIGUEIRA SECA Pedro, lembrando-se, disse-lhe:


- Olha, M estre, secou-se a fi­
MCQ uando passavam na manhã gueira que amaldiçoaste.
seguinte, viram que a figueira ti­ MT E os discípulos perguntaram
nha secado desde as raízes. Então admirados:
Como é que im ediatam ente ! Amarás, pois, ao Senhor teu Deus
KCCOU a figueira? de todo o teu coração, de toda a tua
M< Respondcu-lhcs J esus: I alma, de todo o teu entendimento e
T en d e fé em D eus.MTEm vcr- de todas as tuas forças.
d.idc vos digo que, se tiverdes fé e E o segundo é este: Amarás ao
n.U) duvidardes, não só fareis o que teu próximo como a ti mesmo.
!<>i leito à figueira, mas M<qualquer N ão há o u tro m an d am en to
•11ic disser a este monte: Erguc-tc maior do que esses. MTDestes dois
i lança-te no mar; e não duvidar m andam entos dependem toda a
n u seu coração, mas crer que se Lei e os Profetas.
l.irâ aquilo que diz, tudo o que dis- Ao que lhe disse o escriba:
mt lhe será feito. - M uito bem, Mestre; com ver­
Por isso vos digo que tudo o dade disseste que Ele é Um e fora
que pedirdes em oração, crede que Dele não há outro; e que amá-lo
i»recebereis e tê-lo-eis. de todo o coração, de todo o en­
E quando estiverdes orando, tendimento e de todas as forças, e
perdoai, se tendes alguma coisa amar o próximo como a si mesmo,
contra alguém, para que também é mais do que todos os holocaustos
vosso Pai, que está no Céu, vos e sacrifícios.
perdoe as vossas ofensas. Mas, se E J esus, vendo que havia res­
vós não perdoardes, também vos­ pondido sabiamente, disse-lhe:
so Pai, que está no Céu, não vos - N ão estás longe do Reino
perdoará as vossas ofensas. de D eus.

Os maiores M a n da m ento s C adê o R eino de D eus ?

Ml Os fariseus, quando soube­ ,c Sendo J esus interrogado pe­


ram que Ele fizera emudecer os los fariseus sobre quando viria o
saduceus, reuniram-se todos. E um Reino de Deus, respondeu-lhes:
deles, doutor da Lei, para o expe­ - O R eino de D eus n ão vem
rimentar, interrogou-o, dizendo: com ap arên cia e x te rio r. N em
- Mestre, qual é o grande man­ dirão: E i-lo aqui! ou: E i-lo ali!
damento na Lei? Pois o Reino de D eus está d e n ­
MCRespondeu J esus: tro de vós.
- O primeiro é: Ouve, Israel, o MC E já ninguém ousava per­
Senhor nosso Deus é o único Senhor. guntar-lhe mais nada.
D e quem o M essias é F ilh o ? tar, c os põem aos ombros dos ho­
mens; mas eles mesmos nem com
Ml Ora, enquanto os fariseus es­ o dedo querem movê-los.
tavam reunidos, interrogou-os J e ­ Todas as suas obras eles fazem
sus, dizendo: a fim de serem vistos pelos homens;
- Que pensais vós do Cristo? De pois alargam os seus filactérios c au
quem c filho? mentam as franjas dos seus man­
Responderam-lhe: tos. Gostam do primeiro lugar nos
- De Davi. banquetes, das primeiras cadeiras
Replicou-lhes Ele: nas sinagogas, das saudações nas
- Como é então que Davi, no praças, e de serem chamados pelos
Espírito, lhe chama Senhor, dizen­ homens: Rabi. Vós, porém , não
do no livro dos Salmos: Disse o queirais ser chamados Rabi; por­
Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à que um só é o vosso Mestre e to ­
minha direita, até que eu ponha os dos vós sois irmãos.
teus inimigos por escabelo dos teus E a n inguém so b re a Terra
pés. Se Davi, pois, lhe chama Se­ chameis vosso pai; porque um só é
nhor, como é Ele seu filho? o vosso Pai: Aquele que está nos
MI E ninguém podia responder- Céus. Nem queirais ser chamados
lhe palavra; nem desde aquele dia guias; porque um só é o vosso
jamais ousou alguém interrogá-lo. Guia, que é o Cristo.
MCE a grande multidão o ouvia Mas o maior dentre vós há de
com prazer. ser vosso servo.
Qualquer, pois, que a si mes­
Rjepreensào pública aos mo se exaltar, será humilhado. E
ESCRIBAS E FARISEUS qualquer que a si mesmo se hum i­
lhar, será exaltado.
^ Então falou J esus às multi- 1
dões e aos seus discípulos, dizendo: A SENTENÇA CONTRA OS
- Na cadeira dc Moisés se as­ ESCRIBAS E OS FARISEUS
sentam os cscribas e fariseus. Por- J
tanto, tudo o que vos disserem, - Ai dc vós,Ml cscribas c fariseus,
isso fazei c observai. Mas não façais hipócritas! Porque fechais aos ho­
conform e as suas obras; porque mens o Reino dos Céus e nem vós
dizem e não praticam. Pois atam entrais, nem deixais entrar aos que
fardos pesados e difíceis dc supor­ estão entrando.
Ai de vós, escribas c fariseus, hi­ desprezais o que há de mais im ­
pócritas! Porque devorais as casas portante na Lei: o Juízo, a Miseri­
d.is viúvas, sob pretexto de longas córdia e a Fé; deveis, porém, fazer
i*r.u,Ões; por isso recebereis maior estas coisas, sem omitir aquelas.
■niulenação. Guias cegos! Q ue coais um
Ai de vós, escribas e fariseus, hi­ mosquito c engolis um camelo.
pócritas! Porque percorreis o mar Ai de vós, escribas e fariseus, hi­
i .i terra para fazer um prosélito. pócritas! Porque limpais o exteri­
I , depois de o terdes feito , o or do copo e do prato, mas por
tornais duas vezes mais filho do dentro estão cheios de rapina e de
Inferno do que vós. intemperança.
Ai de vós, guias cegos, que Fariseu cego! Limpa primeiro o
dizeis: qualquer que jurar pelo interior do copo e do prato, para
Templo, isso nada é; mas quem que também o exterior se torne
jurar pelo ouro do Santuário, esse limpo.
lica obrigado ao que jurou. Insen­ Ai de vós, escribas e fariseus,
satos e cegos! Pois qual é o maior: hipócritas! Porque sois sem elhan­
0 ouro ou o Santuário que santifi- tes aos sepulcros caiados, que por
1a o ouro? fora realm ente parecem fo rm o ­
E: quem jurar pelo altar, isso sos, mas p o r dentro estão cheios
nada é; mas quem jurar pela oferta de ossos e de to d a im undícia.
que está sobre o altar, esse fica obri­ Assim tam bém vós exteriorm en­
gado ao que jurou. Cegos! Pois te pareceis justos aos hom ens,
qual é maior: a oferta ou o AJtar mas por dentro estais cheios de
que santifica a oferta? hipocrisia e de iniqüidade.
Portanto, quem jurar pelo AJ­ Ai de vós, escribas c fariseus, hi­
tar jura por ele e por tudo quanto pócritas! Porque edificais os sepul­
sobre ele está. E quem jurar pelo cros dos profetas c adornais os mo­
Santuário jura por ele c por A que­ numentos dos justos, e dizeis: Sc ti­
le que nele habita. véssemos vivido nos dias de nossos
E quem jurar pelo Ccu jura pelo pais, não teríamos sido cúmplices no
Trono de Deus e por Aquele que derramar o sangue dos profetas. As­
nele está assentado. sim, vós testemunhais contra vós
Ai de vós, escribas e fariseus, hi­ mesmos que sois filhos daqueles que
pócritas, porque dais o dízimo da mataram os profetas. Enchei vós,
hortelã, do endro, do cominho, e pois, a medida de vossos pais.
S e rp e n te s, raça dc v íboras! 10 E tu , C afarnaum , porven
C om o escapareis da condenação ' tu ra serás elevada ate o Céu? Ate
do Inferno? o H ades serás abatida; M1 porque,
Portanto, eis que eu vos envio se em S odom a se tivessem o p e ­
profetas, sábios e escribas. E a uns ra d o os m ilagres q u e em ti sc
deles matareis c crucificareis; ê a o p eraram , teria ela perm anecido
outros perseguireis dc cidade em ate hoje.
cidade; para que sobre vós caia C o n tu d o , eu vos digo que no
todo o sangue justo que foi derra­ Dia do Juízo haverá m enos rigor
m ado sobre*a Terra. Desde o san­ para a terra de Sodom a do que
gue dc Abel, o justo, ate o sangue para ti.
de Zacarias, filho de Baraquias,
que mataste entre o santuário e o O La m ento sobre J erusalém
altar. Em verdade vos digo que to ­
das essas coisas hão de vir sobre - Je ru salém ,í:T Jerusalém , que
esta geração. : matas os profetas e apedrejas os
que te são enviados! Q uantas ve­
A SENTENÇA DAS CIDADES zes quis eu ajuntar os teus filhos,
INCRÉDULAS co m o a galinha a ju n ta os seus
pintainhos debaixo das asas, e tu
'n E ntão Ele com eçou a lan­ não quiseste!
çar em rosto às cidades onde se I ;c Eis que a vossa casa se vos
operara a m aior parte dos seus deixará deserta. E em verdade vos
m ilagres, o não se haverem a rre­ digo que não me vereis até que
pendido, dizendo: venha o tem p o em que digais:
- Ai de ti, C orazin! Ai de ti, B e n d ito a q u e le q u e vem cm
Betsaida! P orque, se cm T iro e N om e do Senhor!
em Sidom , se tivessem operado
os milagres que em vós se o p era­ A OFERTA DA VIÚVA POBRE
ram , há m uito elas se teriam ar­
rependido, LC sentadas em cilício MCE se n ta n d o -se J esus d e fro n ­
c cinza. te da arca d o te s o u ro , observava
MT C o n tu d o , eu vos digo que c o m o a m u ltid ã o lançava d in h e i­
para T iro e Sidom haverá m enos ro na arca d o te s o u ro . E m u ito s
rigor, no Dia do Juízo, do que ricos dep o sitav am m u ito .
para vós. V in d o , p o ré m , u m a p o b re
viúva, lançou dois lcptos, que va­ tará também o meu servo. E, se al­
liam um quadrantc. guém me servir, o Pai o honrará.
H chamando Ele os seus discí­
pulos, disse-lhes: J e su s n ã o e s c o n d e a a f l iç ã o !
Em verdade vos digo que esta
pobre viúva deu mais do que to ­ - Agora a minha alma está
dos os que depositaram ofertas na perturbada. E que direi eu? Pai, sal­
arca do tesouro; “ porque todos va-me desta hora? Mas para isto
ai|neles deram com o ofertas de vim a esta hora.
I ><us daquilo que lhes sobrava; mas
r.i a, da sua pobreza, deu tudo o P ai,
que tinha para o seu sustento. g lo rific a o Teu Nom e.

I )S CLAMOR DOS GREGOS Veio, então, do Céu esta voz:


JÁ O t e n h o G l o r i f i c a d o e o u ­

10 Ora, entre os que tinham su­ tra vez O G i .o r i f i c a r e i .

bido a adorar na festa havia algu­ A multidão, pois, que ali esta­
ns gregos. Estes, pois, dirigiram- va, e que a ouvira, dizia ter havido
se a Felipe, que era de Betsaida da um trovão. Outros diziam:
<ialiléia, e rogaram-lhe, dizendo: - Um anjo lhe falou.
- S en h o r, q u eríam o s ver a Respondeu J esus:
I usus. - N ão veio esta voz por amor
Felipe foi dizê-lo a André, e en- de mim, mas por am or de vós.
I.U) André e Felipe foram dize-lo a Agora é o Juízo deste M undo.
li sus. Respondeu-lhes Jesus: Agora será expulso o príncipe des­
- E chegada a hora do Filho do te Mundo. E eu, quando for levan­
II ornem ser glorificado. Em ver­ tado da terra, todos atrairei a mim.
dade, em verdade vos digo: se o Isto dizia, significando de que
grão de trigo, caindo na terra, não modo havia de morrer.
m orrer, fica ele só; mas, se morrer, Respondeu-lhe a multidão:
dá muito fruto. Quem ama a sua - Nós temos ouvido da Lei que
sida, perdê-la-á; e quem neste o Cristo permanece para sempre;
Mundo odeia a sua vida, guardá- e como dizes tu: Im porta que o
la-á para a Vida Eterna. Filho do H omem seja levantado?
Se. alguém me quiser servir, Quem é esse Filho do Homem?
siga-me. E onde eu estiver, ali es­ Disse-lhes e ntão J esus:
- Ainda por um pouco dc tem ­ - Declara-nos MI quando serão
po a Luz está entre vós. Andai e n ­ essas coisas, que sinal haverá da tua
quanto tendes a Luz, para que as Vinda c do Fim do M undo, M <c
trevas n ão vos ap an h em ; pois que sinal haverá quando todas elas
quem anda nas trevas não sabe estiverem para se cumprir?
para onde vai. E nquanto tendes M1 Respondeu-lhes J esus:
a'Luz, crede na Luz, para que vos - O lhai M < p o r vós mesmos:
torneis filhos da Luz. pois p o r minha causa LC vos hão
H avendo J esus assim falado, dc prender e perseguir, entregan
retirou-se e escondeu-se deles. do-vos Mt aos sinédrios c às sina­
gogas, c sereis açoitados. Tam
Je s u s p r o f e t iz a a d e s t r u iç ã o bém sereis levados LCaos cárceres
D O GRANDE TEM PLO e conduzidos à presença dc reis e
governadores, p o r causa do meu
Ora, J esus, tendo saído do N om e. Isso vos acontecerá para
Templo, ia-se retirando, quando se que deis testem unho. MCIm porta
aproximaram Dele os seus discípu­ que prim eiro o Evangelho seja
los, para lhe mostrarem os edifícios pregado entre todas as nações.
do Templo, “ como estavam orna­ Q u an d o , pois, vos c o n d u z i­
dos de formosas pedras e dádivas. rem para vos entregar, não vos
MC E disse-lhe um dos seus preocupeis com o que haveis dc
discípulos: dizer; mas, o que vos for dado na­
- M estre, olha que pedras e quela hora, isso falai. Porque não
que edifícios! sois vós que falais, mas sim o Es­
MT Mas Ele lhes disse: pírito Santo. u P roponde, pois,
- N ão vedes tu d o isto? Em em vossos corações não prem e­
verdade vos digo que não ficará ditar com o haveis dc fazer a vos­
aqui pedra sobre pedra que não sa defesa; p o rq u e eu vos darei
seja derribada. boca c sabedoria, a que nenhum
dos vossos adversários poderá re­
As PROFECIAS D O FlM sistir nem contradizer.

MT E estando Ele assentado no ; A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM


Monte das Oliveiras,M< defronte do :
Templo, Pedro, Tiago, João c André J - Q uando J< virdes Jerusalém
perguntaram -lhe cm particular: cercada dc exércitos, sabei, então,
«111c é chegada a sua desolação. Mas não sc perderá um único ca­
<)s que estiverem d en tro da ci- | belo da vossa cabeça.
d.ide, saiam. E os que estiverem Pela vossa perseverança ganha­
nos cam pos, n ão e n tre m nela. reis as vossas almas.
Porque dias de vingança são es-
les, para que se cum pram todas O P r in c íp io das D ores
,ts coisas que estão escritas.
Ml Q uando, pois, virdes no Lu­ MT E ouvireis falar de guerras c
gar Santo a abominação de deso­ ru m o res de guerras; olhai, não
lação, predita pelo profeta Daniel vos p ertu rb eis, p o rq u e forçoso é
estar onde não deve estar (quem que assim aconteça.
li\ entenda), M1 então os que esti­ Mas ainda não é o Fim.
verem na Judeia fujam para os P orquanto se levantará nação
montes; LC quem estiver no telha­ contra nação e reino contra reino.
do, tendo os seus utensílios em E haverá fomes, pestes e terremotos
<asa, não desça a tomá-los. E, da em vários lugares;Lc haverá também
mesma sorte, o que estiver no cam­ coisas espantosas e grandes sinais do
po não volte para trás. Lembrai- Céu. E sobre a Terra haverá angús­
vos da mulher de Ló. MI Mas ai das tia das nações em perplexidade pelo
grávidas e das que amamentarem bram ido do mar c das ondas.
naqueles dias! Orai para que a vos­ MI Mas todas essas coisas são o
sa fuga não suceda no inverno nem princípio das dores.
no sábado, w porque haverá gran- Nesse tem po muitos hão de se
i le angústia sobre a Terra e ira con- escandalizar, e trair-se-ão mis aos
tra este povo. E cairão ao fio da outros c m utuam ente se odiarão.
espada e para todas as nações se­ MCFilhos se levantarão contra os
rão levados cativos. pais e os m atarão. MT E surgirão
E Jerusalém será pisada pelos muitos falsos profetas e enganarão
gentios, até que os tem pos destes a muitos.
se completem. Mr E ntão, vos hão E, por se m ultiplicar a iniqüi-
de entregar para serdes atorm en­ dade, o am or de m uitos esfriará.
tados c matar-vos-ão. E sereis odi­ Mas quem perseverar até o fim
ados de rodas as gentes por causa será salvo.
do meu Nome. M< Ficai vós, pois, de sobreavi­
“ E até pelos pais, irmãos, pa­ so; Mr porque muitos virão em meu
rentes e amigos sereis entregues. nom e, dizendo: Eu sou o Cristo e
enganarão a muitos. Se, pois, al­ M1 E stan d o dois ho m en s no
guém vos disser: Eis aqui o Cristo! campo, será levado um e deixado
Ou: Ei-lo aí! não acrediteis; por­ outro. Estando duas mulheres .1
que hão de surgir falsos cristos e trabalhar no m oinho, será levada
falsos profetas, e farão tão grandes uma e deixada a outra.
sinais e prodígios que, se possível Lc Perguntaram -lhe:
fora, enganariam até os escolhidos. - O nde, Senhor?
Eis que vo-lo tenho predito. Por­ E respondeu-lhes:
tanto, se vos disserem: Eis que Ele - O nde estiver o corpo, aí se
está no deserto; não saiais; ou: Eis ajuntarão também os abutres.
que Ele está no interior da casa;
não acrediteis;u e: O tempo é che­ A P arábola da F igueira
gado; não vades após eles. B r o ta n d o
MTPorque, assim como o relâm­
pago sai do Oriente e se mostra até LC P ro p ô s -lh e s e n tã o um a
o Ocidente, assim será tam bém a parábola:
vinda do Filho do Hom em . - Aprendei, pois, Ml da figueira
IC Ora, quando essas coisas co­ a sua parábola: Q uando já o seu
m eçarem a acontecer, exultai e ramo se torna tenro c brota folhas,
levantai as vossas cabeças, porque sabeis, u' por vós mesmos, que está
a vossa redenção está próxima. próximo o verão. MI Igualmcntc,
MT E este Evangelho do Reino quando virdes todas essas coisas,
será pregado no M undo inteiro, sabei que Ele está próximo, mesmo
em testem unho a todas as nações, às portas. MC Na verdade vos digo
e então virá o Fim. que não passará esta geração sem
que todas essas coisas aconteçam.
O A rrebatamento IC Passará o Céu e a Terra, mas as
minhas palavras não hão passar.
- E Ele MTenviará os seus Anjos
com grande clangor de trom beta, Q uando?
os quais lhe ajuntarão os escolhi­
dos desde os quatro ventos, de uma - Mas,MCdaquele Dia c Hora, nin­
à outra extremidade dos Céus. guém sabe, nem os Anjos que estão
10 Digo-vos: Naquela noite es­ no Céu, nem o Filho, senão o Pai.
tarão dois num a cama; um será Ml Pois, com o foi nos dias de
tom ado e o outro será deixado. N oé, assim será também a vinda do
l ilho do H om em . Porquanto, as- nós ou tam bém a todos?
.1111 como nos dias anteriores ao Respondeu o Senhor:
I >ilúvio, comiam, bebiam, casavam - O lh ai! M< V igiai! P o rq u e
c davam-se em casamento, até o dia n ã o sabeis q u a n d o c h e g a rá o
i in que Noé entrou na arca c não T em p o .
o perceberam, ate que veio o D i­ Ml E com o se um hom em , d e ­
lúvio c os levou a todos, assim será vendo viajar, ao deixar a sua casa,
t.unbém a vinda do Filho do H o ­ desse autoridade aos seus servos,
mem. " E como tam bém da mes- a cada um o seu trabalho, c o r­
ma forma aconteceu nos dias de denasse tam bém ao p o rteiro que
1,6: comiam, bebiam, compravam, vigiasse.
vendiam, plantavam e edificavam. Vigiai, pois; porque não sabeis
Mas no dia em que Ló saiu de quando virá o Senhor da Casa: se
Sodoma choveu fogo do C éu e à tarde, se à m eia-noite, se ao can­
enxofre, e os destruiu a todos. tar do galo, se pela m anhã. Para
Assim será no dia em que o Fi­ que, vindo de im proviso, não vos
lho do H om em se há de m ani­ ache dorm indo.
festar. O que vos digo a vós, a todos
o digo: Vigiai!
A Parábola d o Ladrão
A P arábola do M ordom o
- Vigiai, pois, Mr porque não F iel e P rudente
sabeis cm que dia vem o vosso Se­
nhor; 10 Sabei, porém , isto: se o - Qual é, pois, MT o m ordom o
dono da casa soubesse a que hora fiel e prudente, que o Senhor cons­
havia de vir o ladrão, vigiaria c não tituiu sobre a sua casa, " e sobre
deixaria minar a sua casa. Ml Por os seus servos, M1 para dar o sus­
isso, estai vós apercebidos tam bém, tento a seu tempo?
porque o Filho do H om em há de LC Bem-aventurado aquele ser­
vir à hora cm que não penseis. vo a quem o seu Senhor, quando
vier, achar fazendo assim. Em ver­
A P arábola d o D o n o da dade vos digo que o porá sobre
C asa e d o s S ervos todos os seus bens.
Mas, se aquele servo disser em
11 Então Pedro perguntou: seu coração: O m eu Senhor ta r­
- Senhor, dizes essa parábola a da em vir; e com eçar a espancar
os criados c as criadas, e a com er B em -aventurados os servos
Ml c beber com os ébrios, “ virá o VIGILANTES
Senhor desse servo num dia em
que não o espera, e num a hora - Estejam lc cingidos os vossos
que ele não sabe, e co rtá -lo -á lombos e acesas as vossas candeias.
pelo m eio, e lhe dará a sua parte E sede semelhantes a homens que
com os infiéis MT e com os h ipó­ esperam o seu sen h o r, quando
critas. Ali haverá choro e ranger houver de voltar das bodas, para
de dentes. que, quando vier e bater, logo pos
LC O servo que soube a von ta­ sam abrir-lhe.
de do seu Senhor, c não se ap ro n ­ Bem-aventurados aqueles ser
tou, nem fez conform e a sua von­ vos, aos quais o Senhor, quando
tade, será castigado com m uitos vier, achar vigiando! Em verdade
açoites. Mas o que não a soube, vos digo que se cingirá e os fará
e fez coisas dignas de açoites, com reclinar-se à mesa e, chegando-se,
poucos açoites será castigado. os servirá.
D a q u e le a q u e m m u ito é Q uer venha na segunda vigí­
dado, m uito se lhe requererá; e a lia, quer na terceira, bem -aventu­
quem m uito é confiado, mais ain­ rados serão eles, se assim os achar.
da se lhe pedirá.
A Parábola das D ez V irgens
A S urpresa daquele D ia
- E ntão MT o Reino dos Céus
- O lhai LC p o r vós m esm os; será sem elh an te a dez virgens
não aconteça que os vossos cora­ que, tom ando as suas lâmpadas,
ções se carreguem de glutonaria, saíram ao e n c o n tro do noivo.
de em briaguez, e dos cuidados da Cinco delas eram insensatas e cin­
vida, e aquele Dia vos sobreve­ co prudentes.
nha dc im proviso com o um laço. O ra, as insensatas, tom ando as
Porque há de vir sobre todos os lâm p a d a s, n ão levaram azeite
que habitam na face da Terra. consigo. As prudentes, porém , le­
Vigiai, pois, em to d o o tem po, varam azeite cm suas vasilhas,
orando, para que possais escapar juntam ente com as lâmpadas.
de todas estas coisas que hão de E tardando o noivo, cochila­
acontecer c estar em pé na p re­ ram to d as e d o rm iram . Mas à
sença do Filho do H om em . m eia-noite ouviu-se um grito:
Kis o Noivo! Saí-L he ao en c o n tr o ! eles e ganhou outros cinco.
Então todas aquelas virgens se Da mesma sorte, o que recebe­
levantaram e prepararam as suas ra dois ganhou outros dois.
lâmpadas. E as insensatas disseram Mas o que recebera um foi e ca­
âs prudentes: D ai-nos do vosso vou na terra e escondeu o dinhei­
azeite, porque as nossas lâmpadas ro do seu senhor.
estão se apagando. O ra, depois de m uito tem po
Mas as prudentes responderam: veio o senhor daqueles servos e
Não; pois decerto não chegaria para fez contas còm eles.
nós c para vós. Ide antes aos que o E ntão chegando o que rece­
vendem e comprai-o para vós. bera cinco talentos, apresentou-
E, tendo elas ido com prá-lo, lhe ou tro s cinco talentos, d izen ­
chegou o noivo. E as que estavam do: Senhor, entregaste-m e cinco
preparadas entraram com ele para talentos. Eis aqui o u tro s cinco
as bodas. E fechou-se a porta. que ganhei. Disse-lhe o seu se­
Depois vieram também as o u ­ nhor: M uito bem , servo bom e
tras virgens e disseram: Senhor, Se­ fiel. Sobre o pouco foste fiel, so ­
nhor, abre-nos a porta. bre m uito te colocarei. E ntra no
Ele, porém , respondeu: Em verda­ gozo do teu senhor.
de vos digo que não vos conheço. C hegando tam bém o que re­
Vigiai, pois, porque não sabeis cebera dois talen to s, disse: Se­
nem o Dia nem a H ora em que o nhor, entregaste-m e dois talen ­
Eilho do H om em há de vir. tos. Eis aqui o utros dois que ga­
n h ei. D isse-lh e o seu se n h o r:
A P arábola d o s T alentos M u ito b em , servo bom e fiel.
(O T ribunal de C risto ) Sobre o pouco foste fiel, sobre
m uito te colocarei. Entra no gozo
- Porque MI é assim com o um do teu senhor.
hom em qu e, ausentan d o -se do C hegando p o r fim o que re ­
país, chamou os seus servos e lhes cebera um talento, disse: Senhor,
entregou os seus bens: a um deu eu te conhecia, que és um hom em
cinco talentos, a outro dois, e a d u ro , que ceifas onde não sem e­
outro um , a cada um segundo a aste e ajuntas onde não joeiraste.
sua capacidade. E seguiu viagem. E, atem orizado, fui esconder na
O que recebera cinco talentos terra o teu talento. Eis aqui tens
foi im ediatam ente negociar com o que é teu.
Ao que lhe respondeu o seu se­ Mt Então aparecerá no Céu o si­
nhor: Servo mau e negligente, sa­ nal tio Filho do H omem c todas as
bias que ceifo onde não semeei e tribos da Terra se lamentarão.
ajunto onde não joeirei? Devias E verão vir o Filho do Homem
então entregar o meu dinheiro aos sobre as nuvens do Céu, com Poder
banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia e grande Glória.
recebido com juros. Tirai-lhe, pois,
o talento e dai ao que tem os dez O Juízo F inal
talentos.
Porque a todo o que tem, dar- - Q uando, pois, MT vier o Filho
se-lhe-á e terá em abundância; mas do H om em na Sua Glória, e todos
ao que não tem, até aquilo que tem os Anjos com ele, então se assen­
ser-lhe-á tirado. E lançai o servo tará no Trono da Sua Glória.
inútil nas trevas exteriores. Ali ha­ E diante Dele serão reunidas to ­
verá choro e ranger de dentes. das as nações. E Ele separará uns
dos outros, como o pastor separa
A G rande T ribulação as ovelhas dos bodes.
E porá as ovelhas à Sua direita,
- E haverá MT então uma tri­ mas os bodes à esquerda.
bulação tão grande, com o nunca Então dirá o Rei aos que esti­
houve desde o princípio do M un­ verem à Sua direita: Vinde, bendi­
do até agora, nem jamais haverá. tos de meu Pai: possuí por herança
MC Se o S enhor não abreviasse o Reino que vos está preparado des­
aqueles dias, ninguém se salvaria; de a fundação do M undo. Porque:
mas Ele, por causa dos eleitos que Tive fome e Me destes de comer.
escolheu, abreviou aqueles dias. Tive sede c Mc destes de beber.
MI Logo depois da tribulação d a­ Era forasteiro e Me acolhestes.
queles dias, o Sol escurecerá e a Estava nu c Mc vestistes.
Lua não dará a sua luz; MC as es­ Adoeci e Me visitastes.
trelas cairão do Céu e os poderes Estava na prisão e fostes ver-Me.
que estão nos Céus serão abala­ Então os justos Lhe pergunta­
dos. " Os homens desfalecerão de rão: Senhor, quando Tc vimos com
terror, pela cxpcctação das coi­ fome e Te demos de comer? Ou
sas que sobrevirão ao M undo; com sede e Tc demos de beber?
p o rq u an to os p oderes do Céu Q uando Te vimos forasteiro c Tc
serão abalados. acolhemos? O u nu c Tc vestimos?
Quando Tc vimos enfermo, ou na Estava nu c não Mc vestistes.
prisão, c fomos visitar-Te? Enfermo, c na prisão, e não Mc
E responder-lhes-á o Rei: Em visitastes.
verdade vos digo que, sempre que Então também estes pergunta­
o fizestes a um destes meus irmãos, rão: Senhor, quando Tc vimos com
m esmo dos mais pequeninos, a fome, ou com sede, ou forasteiro,
Mim o fizestes. ou nu, ou enfermo, ou na prisão e
Então dirá também aos que es­ não Te servimos?
tiverem à sua esquerda: Ao que lhes responderá: Em
Apartai-vos de mim, malditos, verdade vos digo que, sem pre
para o Fogo E terno, preparado que o deixaste de fazer a um des­
para o Diabo c seus anjos. Porque: tes mais pequeninos, deixastes de
Tive fome e não Me destes de comer. o fazer a Mim.
Tive sede c não Me destes de beber. E irão eles para o Castigo Eterno,
Era forasteiro e não Mc acolhestes. mas os justos para a Vida Eterna.

Q uarta, i de a b r il , 27 d.C.

Os Ú ltimos T rês D ias de J esus

Jesu s d ec la r a q u e vai ser ram no pátio da casa do sumo sa­


ENTREGUE À CRUCIFICAÇÃO cerdote, o qual se chamava Caifás.
LC E andavam procurando um
' ‘ Estava, pois, perto a Festa dos modo de vrr prender J esus com dolo
Pães Asmos, chamada de Páscoa. c o matar; ' porque temiam o povo.
MT E aconteceu que, quando J esus Mr E diziam:
concluiu todos esses discursos, dis­ - Não durante a festa, para que
se aos seus discípulos: não haja tum ulto entre o povo.
- Bem sabeis que daqui a dois
dias é a Páscoa. E o Filho do Homem O preço da V id a
será entregue para ser crucificado.
Depois, os principais sacerdo­ Mr E ntão, um dos doze, cha­
tes e os anciãos do povo se reuni­ mado Judas Iscariotcs, foi tra­
tar com os principais sacerdotes, seus não o confessavam, para não
e com os capitães de como Lho serem expulsos da sinagoga; por­
entregaria. ,MT E disse: que am aram mais a glória dos
- Que mc quereis dar e eu vo- h o m e n s do q u e a G ló ria de
lo entregarei? Deus.
M< O uvindo eles isso, alegra­
ram -se e lhe p ro m ete ra m dar C rer N ele é crer em D eus
d in h eiro .
MTE eles lhe pesaram trinta m o­ Clamou J esus, dizendo:
edas de prata. 10 E ele concordou. - Q uem crê em mim, crê, não
E , d e sd e e n tã o , b uscava em mim, mas N aquele que me
ocasião para Lho entregar sem enviou. E quem me vê a mim, vê
alvoroço. Aquele que me enviou.
E u, que sou a L uz, vim ao
P o r que eles nâo creram ? M u n d o , para que to d o aquele
que crê em mim não permaneça
E em bora tivesse operado nas trevas.
tantos sinais diante deles, não E, se alguém ouvir as minhas
criam Nele. Para que se cum pris­ palavras, e não as guardar, eu não
se a palavra do profeta Isaías: 1 o julgo; porque eu não vim para
Senhor, quem creu em nossa pre­ julgar o M undo, mas para salvar
gação? E a quem fo i revelado o o M undo. Q uem me rejeita, c
braço do Senhor? Por isso não não recebe as minhas palavras, já
podiam crer, porque, com o dis­ tem quem o julgue: a palavra que
se ainda Isaías: Cegou-lhes os olhos tenho pregado, essa o julgará no
e endureceu-lhes o coração, para U ltim o Dia.
que não vejam com os olhos e en­ Porque eu não falei por mim
tendam com o coração, e se con­ mesmo; mas o Pai, que mc en­
vertam e eu os cure. viou, esse me deu mandam ento
Estas coisas disse Isaías, p o r­ quanto ao que dizer e como fa­
que viu a Sua Glória e Dele fa­ lar. E sei que o seu m andam ento
lou. C on tu d o , m uitos dentre as é a Vida Eterna. Aquilo, pois, que
p ró p ria s a u to r id a d e s c re ra m eu falo, falo-o exatamente como
N ele. Mas p o r causa dos fari- i o Pai me ordenou.
Q u in t a , 8 d e a b r il , 27 d .C.

Os Ú ltimos D ois D ias de J esus

O HOMEM C OM O CÂNTARO tu d o com o Ele lhes dissera, c pre­


DE ÁGUA pararam a Páscoa.

,M
T E, no primeiro dia da Festa AÚ l t im a Pá sc o a
dos Pães Asmos, u em que im por­
tava sacrificar a Páscoa, MC enviou K> Ora, antes da Festa da Pás­
dois dos seus discípulos, w Pedro coa, sabendo Jesus que era chega­
e João, dizendo: da a Sua hora de passar deste M un­
- Ide, preparai-nos a Páscoa, do para o Pai, e havendo amado
para que a comamos. os seus que estavam no M undo,
Perguntaram -lhe eles: amou-os até o fim.
- A onde M
< queres que vamos M< E, chegada a tarde, fo iM1 e as­
fazer os preparativos para com er sentou-se à mesa IC e, com Ele, os
a Páscoa? doze apóstolos. E disse-lhes:
MT E Ele disse: - Tenho desejado ardentem en­
- Ide à cidade MC e vos sairá te comer convosco esta Páscoa, an­
ao encontro um hom em levan­ tes que padeça.
do um cântaro de água. Segui-o.
E, o n d e q u e r que ele e n tra r, J e s u s lava o s p é s d o s
dizei ao d ono da casa: M1 O M es­ D is c íp u l o s
tre diz: O m eu tem po está p ró ­
xim o; em tua casa celebrarei a LC Levantou-se tam bém entre
Páscoa. L< O nde está o aposento eles contenda, sobre qual deles pa­
em que hei de com er a Páscoa recia ser o maior.
com os m eus discípulos? E ntão, 10 E enquanto ceavam, tendo já
MCele vos m ostrará um grande o D iabo p o sto n o co ração de
cenáculo m obiliado e p ro n to . Ali Judas, filho de Simão Iscariotes,
fazei-nos os preparativos. que o traísse, Jesus, sabendo que
Partindo, pois, os discípulos, o Pai lhe entregara tudo nas mãos,
foram à cidade, onde acharam e que viera de Deus e para Deus
voltava, levantou-se da Ceia, tirou, res. Mas não sereis vós assim; an­
o m anto e, tom ando uma toalha, tes, o maior entre vós seja com o o
cingiu-sc. Depois deitou água na m enor; c quem governa, com o
bacia c começou a lavar os pés aos quem serve.
discípulos, c a enxugar-lhos com a E perguntou-lhes: '
toalha com que estava cingido. - Entendeis o que vos tenho fei­
Chegou, pois, a Simão Pedro, to? Vós mc chamais Mestre e Se­
que lhe disse: nhor; e dizeis bem, porque Eu o
- Senhor, lavas-me os pés a sou. Ora, se Eu, o Senhor e Mes­
mim? tre, vos lavei os pés, também vós
Respondeu-lhe J esus: deveis lavar os pés uns aos outros.
- O que eu faço, tu não o sabes Porque eu vos dei o exemplo,
agora; mas depois o entenderás. para que, como eu vos fiz, façais
Tornou-lhe Pedro: vós também.
- N unca me lavarás os pés. L‘-Pois qual é maior, quem está
Replicou-lhe J esus: à mesa, ou quem serve? Porventura
- Se eu não te lavar, não tens não é quem está à mesa?
parte comigo. E u, po rém , esto u e n tre vós
Disse-lhe Simão Pedro: como quem serve.
- S e n h o r, n ão so m e n te os !<>Em verdade, em verdade vos
meus pés, mas tam bém as mãos e digo: N ão é o servo maior do que
a cabeça. o seu Senhor, nem o enviado mai­
Respondeu-lhe J esus: or do que Aquele que o enviou.
-A quele que se banhou não ne­ Se sabeis estas coisas, bem -aventu­
cessita de lavar senão os pés, pois rados sois se as praticardes.
no mais está todo limpo. E vós Em verdade, cm verdade vos
estais limpos, mas não todos. digo: Quem receber aquele que eu
Porque Ele sabia quem o esta­ enviar, a mim me recebe. E quem
va traindo; por isso disse: Nem to ­ me recebe a mim, recebe Aquele
dos estais limpos. que me enviou.
Ora, depois de lhes ter lavado os Lc E vós sois os que tendes per­
pés, tom ou o manto e tornou a re- manecido comigo nas minhas pro­
clinar-se à m esa.Ic E Ele lhes disse: vações. E assim como meu Pai me
- Os reis dos gentios dominam conferiu dom ínio, eu vo-lo confi­
sobre eles e os que têm autoridade ro a vós; para que comais e bebais
sobre eles são chamados benfeito­ à minha mesa no meu Reino e vos
senteis sobre tronos, julgando as - Porventura sou eu, Rabi?
doze tribos de Israel. Respondeu-lhe J esus:
10 Não falo de todos vós; eu co­ - Tu o disseste.
nheço aqueles que escolhi; mas
para que se cumprisse a Escritura: O TRAIDOR Ê REVELADO
O que comia do meu pão, levantou
contra mim 0seu calcanhar. Desde 10 Ora, achava-se reclinado so­
já vo-lo digo, antes que suceda, bre o peito de J esus um de seus
para que, quando suceder, creiais discípulos, aquele a quem J esus
que EU SOU. í amava. A esse, pois, fez Simão
Tendo J esus dito isto, turbou- Pedro sinal e lhe pediu: P ergun­
se cm espírito e declarou: ta-lhe de quem é que fala.
- E is ,c que a mão do que me Aquele discípulo, recostando-
trai está comigo à mesa. se assim ao peito de J esus, per­
10 Os discípulos se entreolha- guntou-lhe:
vam, perplexos, sem saber de quem - Senhor, quem é?
Ele falava. Respondeu J esus:
- Em MTverdade vos digo que E aquele a quem eu der o pe­
um de vós me há de trair. daço de pão molhado.
McAo que eles começaram a en- Tendo, pois, molhado um bo­
tristecer-se e a perguntar-lhe um cado de pão, deu-o a Judas, filho
após o outro: de Simão Iscariotcs. E, logo após
- Porventura sou eu? o bocado, entrou nele Satanás.
MT Respondeu Ele: Disse-lhe, pois, J esus:
- O que m ete com igo a mão - O que fazes, faze-o depressa.
no p ra to , esse me trairá . Em E nenhum dos que estavam à
verdade o Filho do H om em vai, mesa percebeu a que propósito
conform e está escrito a seu res­ lhe disse isto ; p o rq u e , com o
peito; mas ai daquele p o r quem Judas tinha a bolsa, pensavam al­
o Filho do H om em é traíd o ! guns que J esus lhe queria dizer:
Rom seria para esse hom em se Compra o que nos é necessário
não houvera nascido. para a festa; ou, que desse algu­
10 E perguntavam entre si qual de­ ma coisa aos pobres.
les seria o que havia de fazer isso. Então ele, tendo recebido o
M1 Também Judas, que o traía, bocado saiu logo.
perguntou: E era já noite.
A P r i m e i r a S a n t a C e ia O Novo M andam ento

IOTendo cie, pois, saído, disse - Filhinhos, ’° ainda p o r um


J esus: pouco estou convosco.
- A gora é glorificado o F i­ P rocurar-m c-eis e, com o eu
lho do H om em e Deus é g lo ri­ disse aos ju d e u s, tam b ém vós
ficado N ele. Se D eus é g lo rifi­ digo agora: Para o nde eu vou,
cado N ele, tam bém Deus o glo- não podeis vós ir.
rilicará em Si m esm o e logo o U m novo m an d am en to vos
há de glorificar. dou: que vos ameis uns aos o u ­
MI Então, J esus tom ou o pão e, tros; assim com o eu vos amei a
LChavendo dado graças, Mr o aben­ vós, que tam bém vós vos ameis
çoou, partiu e o deu aos discípu­ uns aos outros.
los, dizendo: N isto conhecerão todos que
- Tomai, comei; isto é o meu sois meus discípulos: se tiverdes
c o rp o ,lc que é dado por vós. Fazei amor uns aos outros.
isto cm memória de mim.
Sem elhantem ente, depois da P e d r o d e s d e n h a d o a v is o
Ceia, tom ou o cálice, dizendo:
- Este cálice é o Novo Testa­ Perguntou-lhe Simão Pedro:
mento no meu sangue, que é der­ - Senhor, para onde vais?
ramado por vós. Respondeu J esus:
M1 E dando graças, d eu -lh o , - Para onde eu vou, não podes
dizendo: agora seguir-me. Mais tarde, po ­
- Bebei dele todos; pois isto rém, me seguirás.
é o m eu sangue, o sangue do Disse-lhe Pedro:
N ovo T estam ento, o qual é d e r­ - P o r que não posso seguir-
ram ado p o r m uitos para rem is­ tc agora?
são dos pecados. Fazei isto Ml Então J esus lhes disse:
todas as vezes que o b eb erd es, - T o d o s vós esta n o ite vos
cm m em ória de mim. escandalizareis de mim; pois está
MC Em verdade vos digo que escrito: Ferirei o pastor e as ove­
M1 desde agora não mais beberei lhas do rebanho se dispersarão.
deste fruto da Videira até àquele Todavia, depois que eu ressusci­
D ia em que o b eb a de n o v o tar, irei ad ian te de vós para a
convosco no Reino de m eu Pai. Galiléia.
M as P e d ro , re s p o n d e n d o , Eles responderam :
disse-lhe: - Nada.
- A inda que to d o s se escan­ Disse-lhes pois:
dalizem em ti, eu nunca me es­ - Mas agora, quem tiver b o l­
candalizarei. sa, to m e -a , c o m o ta m b é m o
u Disse-lhe o Senhor: alforje. E quem não tiver espa­
- Simão, Simão, eis que Sata­ da, venda o seu m anto e com-
nás vos pediu para vos cirandar pre-a. P o rq u an to vos digo que
como trigo; mas eu roguei por ti, im porta que se cum pra em mim
para que a tua fé não desfaleça. isto que está escrito: E com os
E tu, quando te converteres, con­ m alfeitores fo i contado. Pois o
firma teus irmãos. q u e m e d iz re s p e ito te m seu
Respondeu-lhe Pedro: cum prim ento.
- Senhor, estou pronto a ir con­ Disseram eles:
tigo tanto para a prisão como para - Senhor, eis aqui duas espadas.
a m orte.,0Por ti darei a minha vida. Respondeu-lhes:
Respondeu J esus: - Basta.
- Darás a tua vida por mim? Em
verdade, em verdade tc digo MCque M o r a d a s n a C a s a d o P ai
hoje,'nesta noite, antes que o galo
cante duas vezes, três vezes tu ne­ - N ão ’°se turbe o vosso cora­
garás -,cque me conheces. ção. Credes em Deus, crede tam ­
M< Mas ele repetia com vee­ bém em mim. Na Casa de meu Pai
mência: há muitas moradas. Se não fosse
- Ainda que me seja necessário assim, Eu vo-lo teria dito.
m orrer contigo, de m odo nenhum Vou preparar-vos lugar. E, se Eu
te negarei. for e vos preparar lugar, virei o u ­
MT E todos os discípulos disse­ tra vez, e vos tom arei para mim
ram o mesmo. mesmo, para que onde Eu estiver
estejais vós também.
As DUAS ESPADAS E para onde Eu vou vós conhe­
ceis o Caminho.
" E perguntou-lhes: Disse-lhe Tomé:
- Q uando vos mandei sem boi- j - S enhor, não sabem os para
sa, alforje ou alparcas, faltou-vos onde vais; e como podemos saber
porventura alguma coisa? o caminho?
O C aminho Se pedirdes alguma coisa em
meu Nome, Eu a farei.
10 Respondcu-lhc J esus:
- EU SOU o Caminho, a Ver­ O E s p ír it o S a n t o
dade e a Vida. E ninguém vem ao
Pai, senão por mim. - Se 10me amardes, guardareis
Se vós me conhecésseis a mim, os meus mandamentos. E Eu ro ­
também conhecerieis a meu Pai. garei ao Pai e Ele vos dará outro
E já desde agora o conheceis e o Paraklctos, para que fique co n ­
tendes visto. vosco para sempre. A saber, o Es­
Disse-lhe Felipe: pírito da Verdade, O qual o M un­
- Senhor, m ostra-nos o Pai e do não pode receber; porque não
isso nos basta. O vê nem O conhece; mas vós O
Respondeu-lhe J esus: conheceis, porque Ele habita con­
- H á tanto tem po que estou vosco c estará cm vós.
convosco e ainda não me conhe­ Não vos deixarei órfãos; volta­
ces, Felipe? Quem me ve a mim, rei para vós. Ainda um pouco e o
vê o Pai. Como dizes tu: mostra- M undo não me verá mais; mas vós
nos o Pai? Não crês tu que Eu es­ me vereis, porque Eu vivo, e vós
tou no Pai e que o Pai está em vivereis.
mim? As palavras que Eu vos digo, Naquele dia conhecereis que
não as digo por mim mesmo, mas estou em meu Pai, e vós em mim e
o Pai, que permanece em mim, é Eu em vós.
quem faz as Suas obras. Aquele que tem os meus man­
Crede-me que Eu estou no Pai damentos e os guarda, esse é o que
e que o Pai está em mim. me ama. E aquele que me ama será
Crede ao m enos por causa das amado de meu Pai, c Eu o amarei
mesmas obras. c me manifestarei a ele.
Em verdade, cm verdade vos P erguntou-lhe Judas (não o
digo: Aquele que crê em mim tam ­ Jscariotes):
bém fará as obras que Eu faço e as - O que houve, Senhor, que
fará maiores do que estas, porque te hás de manifestar a nós e não
Eu vou para o Pai. ao Mundo?
E tu d o quanto pedirdes cm Respondeu-lhe J esus:
meu Nome, Eu o farei, para que o - Se alguém me ama, guardará a
Pai seja glorificado no Filho. minha Palavra. E meu Pai o amará
e viremos a ele c faremos nele m o­ seis, certamcnte exultarieis de que
rada. Quem não me ama, não guar­ Eu vá para o Pai; porque o Pai c
da as minhas Palavras. Ora, a Pala­ maior do que Eu.
vra que estais ouvindo não é m i­ Eu vo-lo disse agora, antes que
nha, mas do Pai que me enviou. aconteça, para que, quando acon­
Estas coisas vos tenho falado, es­ tecer, vós creiais.
ta n d o ainda convosco. Mas o Já não falarei muito convosco,
Parakletos, o Espírito Santo a quem porque se aproxima o príncipe des­
o Pai enviará em meu Nome, Esse te M undo c ele nada tem em mim.
vos ensinará todas as coisas e vos Mas, assim com o o Pai me orde­
fará lembrar de tudo quanto Eu vos nou, assim mesmo faço, para que
tenho falado. o M undo saiba que Eu amo o Pai.
Deixo-vos a Paz, a minha Paz MT E te n d o can ta d o um h in o ,
vos dou. Eu não vo-la dou como o disse:
Mundo a dá. - L evantai-vos, ’° vam o-nos
Não se turbe o vosso coração, daqui.
nem se atemorize. LC E sain d o foi, se g u n d o o
seu co stu m e, para o M o n te das
J esus p r o m e t e v o l t a r Oliveiras; ’°p ara o o u tro lado do
rib eiro de C ed ro m , o n d e havia
- Ouvistes 10 que Eu vos disse: um ja rd im , no qual Ele en tro u
Vou e voltarei a vós. Se me amás­ com os seus discípulos.

F im d a N o i t e d e Q u i n t a - f e ir a

No M o n t e d a s O l iv e ir a s

A V id e ir a V e r d a d e ir a E toda vara que dá fruto, Ele a


limpa, para que de mais fruto.
- EU SOU '°a Videira Verda­ Vós já estais limpos pela Palavra
deira e meu Pai é o Viticultor. que vos tenho falado.
Toda vara em mim que não dá Permanecei em mim e Eu per­
fruto, Ele a corta. manecerei em vós.
Como a vara de si mesma não O A m o r M a io r
pode dar fruto, se não perm ane­
cer na videira, assim também vós, - Ninguém 10 tem maior amor
se não perm anecerdes em mim. do que este, de dar alguém a sua
EU SO U a Videira; vós sois vida pelos seus amigos.
as varas. Q uem perm anece em Vós sereis meus am igos, se
mim e Eu nele, esse dá m uito fizerdes o que Eu vos mando.
fru to ; p o rq u e sem mim nada Já não vos chamo servos, p o r­
podeis fazer. que o servo não sabe o que faz o
Q uem n ão p e rm a n e c e em seu Senhor. Mas tenho-vos cha­
mim é lançado fora, como a vara, mado amigos, porque tudo quan­
e seca; tais varas são recolhidas, to ouvi de meu Pai vos dei a co­
lançadas no fogo e queimadas. nhecer.
Se vós p e rm a n e c e rd e s em
mim, e as minhas Palavras perm a­ E s c o l h i d o s para d a r f r u t o s
necerem em vós, pedireis tudo o
que quiserdes e vos será fe ito .. - N ão '° me escolhestes vós a
Nisto é glorificado meu Pai: mim, mas Eu vos escolhi a vós c
que deis m uito fru to ; e assim vos nom eei, para que vades e deis
sereis meus discípulos. frutos e o vosso fruto perm ane­
Como o Pai ine amou, assim ça, a fim de que tu d o q u an to
também Eu vos amei; permanecei pedirdes ao Pai em meu Nome,
no meu amor. Ele vo-lo conceda.
Se guardardes os meus m an­
d a m e n to s, p e rm a n e c e re is no Ó d io sem c a u sa
meu amor; do mesmo m odo que
Eu tenho guardado os m anda­ - Isto '°vos mando: que vos
m entos de meu Pai e perm aneço ameis uns aos outros.
no Seu amor. Se o M undo vos odeia, sabei
Estas coisas vos ten h o dito , que, prim eiro do que a vós, me
para que o meu gozo perm ane­ odiou a mim.
ça em vós e o vosso gozo seja Se fôsseis do M undo, o M un­
com pleto. do amaria o que era seu; mas,
O meu m andam ento é este: porque não sois do M undo, an­
Que vos ameis uns aos outros, as­ tes Eu vos escolhi do M undo, por
sim como Eu vos amei. isso é que o M undo vos odeia.
Lem brai-vos da Palavra que M a t a n d o em N o m e d e D eu s
Eu vos disse: N ão c o servo mai­
or do que o seu Senhor. - Tenho-vos '° dito estas coisas
Se a mim mc perseg u iram , para que não vos escandalizeis.
tam bém vos perseguirão a vós. Se Expulsar-vos-ão das sinagogas.
guardaram a minha Palavra, tam ­ Ainda mais: vem a hora cm que
bém guardarão a vossa. qualquer que vos m atar julgará
Mas tu d o isto vos farão por | prestar um serviço a Deus. E isto
causa do m eu N o m e, p o rq u e vos farão, porque não conheceram
não conhecem A quele que me ao Pai nem a mim.
enviou. Mas tenho-vos dito estas coi­
Se Eu não viera e não lhes fa­ sas, a fim de que, quando chegar
lara, não teriam pecado. aquela hora, vos lembreis de que
Agora, porém, não têm deseul- j Eu vo-las tinha dito. N ão vo-las
pa do seu pecado. disse desde o princípio, porque
Quem me odeia a mim, odeia estava convosco.
também a meu Pai. Agora, porém , vou para Aque­
Se Eu entre eles não tivesse j le que me enviou; e nenhum de
feito tais obras, quais nenhum o u ­ vós me pergunta: Para onde vais?
tro fez, não teriam pecado; mas, Antes, porque vos disse isto, o vos­
agora, não som ente viram, mas so coração se encheu de tristeza.
tam bém odiaram ta n to a mim
como a meu Pai. S e E le f o r , o P a r a k l e t o s v i r á
Mas isto é para que se cumpra
a Palavra que está escrita na sua - Todavia, '° digo-vos a ver­
Lei: O diaram-me sem causa. dade: convém -vos q u e Eu vá,
porque, se Eu não for, o Para­
O E s p ír it o d a V e r d a d e kletos não virá a vós; mas, se Eu
for, cnviar-vo-lo-ei.
- Q uando 10 vier o Parakletos, E quando Ele vier, convence­
que Eu vos enviarei da parte do rá o M undo do pecado, da justi­
Pai, o Espírito da Verdade, que ça e do juízo:
do Pai procede, Esse dará teste- | Do pecado, porque não cre­
m unho de mim. E tam bém vós em em mim;
dareis testem unho, porque estais Da justiça, p orque vou para
com igo desde o princípio. meu Pai e não me vereis mais;
D o juízo, porque o príncipe vereis; e outra vez um pouco e ver-
deste M undo já está julgado. me-eis? Em verdade, cm verdade,
Ainda tenho muito que vos di­ vos digo que vós chorareis e vos
zer; mas vós não o podeis suportar lamentareis, mas o M undo se ale­
agora. Quando vier, porém, Aque­ grará. Vós estareis tristes, porém a
le, o Espírito da Verdade, Ele vos vossa tristeza se converterá cm ale­
guiará a toda a Verdade; porque gria. A mulher, quando está para
não falará por Si mesmo, mas dirá dar à luz, sente tristeza porque é
o que tiver ouvido e vos anunciará chegada a sua hora; mas, depois de
as coisas vindouras. ter dado à luz a criança, já não se
Ele me glorificará, porque há de lembra da aflição, pelo prazer de
receber do que é meu e vo-lo anun­ haver nascido um filho no M un­
ciará. Tudo quanto o Pai tem é do. Assim também vós agora, na
meu; por isso eu vos disse que Ele, verdade, tendes tristeza; mas eu vos
recebendo do que é meu, vo-lo tornarei a ver, e alegrar-se-á o vos­
anunciará. so coração. E a vossa alegria nin­
guém vo-la tirará.
U m p o u c o e o u t r a vez
UM POUCO T u d o em S eu N o m e

- Um pouco °e já não me vereis; - Naquele 10dia nada me per­


e outra vez um pouco e ver-me-eis. guntareis. Em verdade, em verda­
Então alguns dos seus discípu­ de vos digo que tu d o q u a n to
los perguntaram uns para os outros: pedirdes ao Pai, em meu Nome,
- Que é isto que nos diz? Um Ele vo-lo concederá. Até agora na­
pouco c não me vereis; e outra vez da pedistes em meu Nome. Pedi e
um pouco e ver-me-eis; e: Por­ recebereis, para que o vosso gozo
quanto vou para o Pai? seja completo.
Diziam pois: Disse-vos estas coisas por figu­
- Que quer dizer isto: Um pou­ ras; chega, porém, a hora em que
co? N ão compreendemos o que não vos falarei mais por figuras,
Ele está dizendo. mas abertamente vos falarei acer­
Percebeu J esus que o queriam ca do Pai.
interrogar c disse-lhes: Naquele dia pedireis cm meu
- Indagais entre vós acerca dis­ N om e, c não vos digo que eu ro ­
to que disse: Um pouco c não me garei por vós ao Pai; pois o Pai
mesm o vos ama; visto que vós mc a todos aqueles que lhe tens dado.
am astes e crestes que eu saí de ' E a V ida E te rn a é esta:
D eus. que conheçam a T i só, como
Saí do Pai c vim ao M u n d o ; \ 0 Ú nico D eu s verdadeiro
outra vez deixo o M und o e vou e a J esus C risto, aquele
para o Pai. que T u enviaste.
D isseram os seus discípulos: E u Te g lo r ifiq u e i n a Terra,
- Eis que agora falas abertam en­ com pletando a obra que
te e não por figura alguma. Agora m e deste p a ra fa zer.
conhecem os que sabes to d as as • A g o ra , g lo r ific a -m e Tu, ó P a i,
coisas e não necessitas de que al­ ju n to de T i mesmo,
guém te interrogue. Por isso cre­ com aquela G ló ria que eu tin h a
mos que saíste de Deus. C ontigo antes que 0 M u n d o
Respondeu-lhes J esus : existisse...
- Credes agora? Eis que vem a
hora, e já é chegada, em que vós Manifestei 0 Teu Nome aos
sereis dispersos cada um para o seu H omens que do M undo m e deste.
lado c mc deixareis só. Mas não es­ E ram Teus c Tu mos deste;
tou só, porque o Pai está comigo. e g u a r d a r a m a T u a P a la vra .
Tenho-vos dito estas coisas, para A g o ra sabem que tudo q u a n to
que cm mim tenhais paz. N o M u n ­ m e deste provém de Ti;
do tereis aflições; mas tende bom porque eu lhes dei as P a la vra s
ânim o, eu venci o M undo! que T u m e deste e eles as
, j receberam, e verd a d eira m en te
A o r a ç ã o de J esus conheceram que sa í de T i e
crera m que T u me enviaste.
Depois 10 de assim falar, J esus, E u rogo p o r eles;
levantando os olhos ao Céu, disse: não rogo pelo M u n d o , m a s por
aqueles que m e tens dado,
P a i, porque são Teus.
é chegada a H ora : Todas as m inhas coisas são Tuas
G lo rifica a T eu Filho, p a ra que c as T uas coisas são m inhas;
tam bém 0 Filho Te g lo r ifi que. c neles so u g lo rifiça d o .
A ssim como lhe deste E u não estou, m a is no M undo;
A u to rid a d e sobre toda a carne, m as eles estão no M u n d o e
p a ra que de a V ida E te rn a eu vou p a ra Ti.
P a i Santo, de crer em M im .
guarda-os no Teu Nome, P ara que todos sejam um ,
o q u a l m e deste, p a ra que eles assim como Tu, ó Pai, és em m im
sejam um , assim como e eu em Ti, que tam bém eles
nós somos Um. sejam u m em Nós;
E n quanto eu estava com eles, p ara que o M undo creia que Tu
guardava-os no Teu N om e que m e enviaste.
me deste. E os conservei e E eu lhes dei a g ló ria que a m im
nen h u m deles se perdeu, senão o me deste, p a ra que sejam um ,
filh o da perdição, p a ra que se como nós somos Um.
cumprisse a Escritura. E u neles e T u em m im , p ara que
Mas agora vou p a ra Ti; eles sejam perfeitos em unidade,
E isto fa lo no M undo, a f i m de que o M undo conheça
p ara que eles tenham a m in h a que Tu m e enviaste e que os
alegria completa em si mesmos. amaste a eles, assim como me
E u lhes dei a Tua P a la vra amaste a m im .
e o M undo os odiou, porque não
são do M undo, assim como eu P ai,
não sou do M undo. desejo que onde eu estou,
N ão rogo que os tires do M undo, estejam comigo tam bém aqueles
m as que os guardes do M aligno. que me tens dado, p ara que
Eles não são do M undo, assim vejam a m in h a Glória, a q ual
como eu não sou do M undo. m e deste; pois que me am aste
Santifica-os n a Verdade. antes da fu n d a ç ã o do M undo.
A Tua P alavra é a Verdade.
A ssim como T u m e enviaste ao P a i justo,
M undo, tam bém eu os en via rei o M undo não Te conheceu,
ao M undo. E por eles eu m e m as eu Te conheço; e estes
santifico, p a ra que tam bém eles conheceram que T u m e enviaste.
sejam santificados na Verdade. E u lhes f i z conhecer o Teu Nome
e Iho fa r e i conhecer m ais ainda;
E rogo não somente por estes, para que haja neles aquele A m o r
m as tam bém por aqueles que pela com que m e am aste e tam bém
pregação da sua P alavra hão eu neles esteja.
C e r c a d e Z e r o H o r a d e S ex ta - f e ir a

O Ú l t i m o D ia d e J e s u s

Na p r e n s a d e a z e it e M< E disse a Pedro:


- Simão, dormes?Ml Então, nem
M1 Então, chegou J esus com eles uma hora pudestes vigiar comigo?
a um lugar chamado Getsêmane e Vigiai e orai, para que não entreis
disse a seus discípulos: em tentação. O espírito, na verda­
- Assentai-vos aqui, enquanto de, está pronto, mas a carne é fraca.
vou além orar. R etirando-se mais uma vez,
E levando consigo Pedro e os o r o u ,,c dizendo:
dois filhos de Zebedeu, Ml Tiago e
João, com eçou a ter pavor, a MT P a i,
entristccer-sc e angustiar-se muito. se queres,
Então lhes disse: afasta de m im este cálice;
- A minha alma está triste ate à . Todavia, não se fa ç a
morte; ficai aqui e vigiai comigo. a m in h a vontade,
MTE, indo um pouco adiante, m as a Tua.
1‘ cerca de um tiro de pedra e, pon­
do-se de joelhos, M1 prostrou-se Mc E, voltando, achou-os outra
com o rosto em terra e orou MCpara vez dorm indo, porque seus olhos
que, se fosse possível, passasse dele estavam carregados.
aquela H ora. E dizia: 10 E disse-lhes:
- Por que estais dormindo?
A b a , P a i, MC E n ão sabiam o que lhe
Tudo Te é possível; responder.
A fa sta de m im este cálice; - Levantai-vos K e orai, para
T odavia não seja o que que não entreis em tentação.
eu quero, m as o que MT D eix an d o -o s n o v am en te,
T u queres. foi o rar terceira vez, rep etin d o
as m esmas palavras.
MI E, voltando para os discípu­ u Então lhe apareceu um Anjo
los, achou-os dormindo. do Céu, que o confortava.
E, posto cm agonia, orava mais c e rd o te s , d o s e sc rib a s e d o s
intensamente: anciãos.
LC E Judas ia adiante dela.
M1 P a i m eu,
se este cálice não pode O BEIJO DA TRA1ÇÀO
passar sem que eu o beba,
faça-se a T u a M< O ra, o que o traía lhes ha­
vontade . via d a d o um s in a l, d iz e n d o :
Aquele que eu beijar, esse é. Pren-
“ E o seu suor tornou-se como dei-o c levai-o com segurança.
grandes gotas de sangue, que cor­ E, logo que chegou, aproxi-
riam até o chão. mou-sc de J esus para o beijar.
E disse:
Ao ENCO NTR O D O TRAIDOR - Salve, Rabi!
J esus lhe disse:
D epois, levantando-se da - Amigo, a que vieste?
oração, veio para os seus discípu­ MC E Judas o beijou.
los e achou-os dorm indo de tris­ LC J esus, p o ré m , lhe disse:
teza. "T E disse-lhes: - Judas, com um beijo trais o
- D orm i agora e descansai. Eis Filho do Homem?
que é chegada a H ora e o Filho
do H om em está sendo entregue O S GUARDAS CAEM POR TERRA
nas m ãos dos p ecad o re s. L e ­
vantai-vos, vamo-nos. Eis que é 10 Sabendo, pois, J esus tudo o
chegado aquele que mc trai. que lhe havia de suceder, adiantou-
O ra, Judas, que o traía, tam ­ se e perguntou-lhes:
bém conhecia aquele lugar, p o r­ - A quem buscais?
que muitas vezes J esus se reunira Responderam-lhe:
ali com os discípulos. - A Jesus, o nazareno.
T endo, pois, Judas tom ado a Disse-lhes J esus:
coorte c uns guardas da parte dos - Sou Eu.
principais sacerdotes e fariseus, Q u an d o J esus lhes disse: Sou
ch eg o u ali com la n te rn a s, ar E u, recuaram c caíram p o r terra.
chotcs e armas M < e com ele uma Tornou-lhes então a perguntar:
m ultidão com espadas e varapaus, - A quem buscais?
vinda da parte dos principais sa­ E responderam:
- A J esus, o nazareno. M1 Disse J esus à multidão na­
Replicou-lhes J esus: quela hora:
- Já vos disse que sou eu. Se, - Saístes com espadas e porretes

.
pois, é a mim que buscais, deixai
ir estes.
para me prender, como a um sal­
teador? Todos os dias estava eu sen­
Para que se cumprisse a palavra ! tado no Templo, ensinando, c não
que dissera na Oração: Dos que me mc prendestes;ir mas esta é a vos­
tens ciado, nenhum deles se perdeu. sa hora e o poder das trevas.
IO Então a coorte, e o coman­
A reaçào de P edro dante, e os guardas dos judeus
. *■
prenderam a Jesus e o maniataram.
" Q u a n d o os que estavam Ml E tudo isso aconteceu para
com Ele viram o que ia suceder, que se cumprissem as Escrituras
disseram: dos Profetas. Então todos os dis­
i
- Senhor, feriremos à espada? cípulos, deixando-o, fugiram.
E n tã o Sim ão P ed ro , que MC O ra, seguia-o certo jovem
tin h a um a esp ad a, desem b ai- envolto em um lençol sobre o cor­
n h o u -a c feriu o servo do sum o po nu. E o agarraram. Mas ele, lar­
sacerd o te, co rtan d o -lh e a ore- | gando o lençol, fugiu despido.
lha direita.
O nom e do servo era Malco. Jesus d ia n t e d e A n á s
Lc Mas J esus disse:
- Deixai-os; basta. MI E os que prenderam J esus o
E, tocando-lhe a orelha, o cu­ co n d u ziram prim eiram ente a
rou. ° Disse, pois, J esus a Pedro: Anás; pois era sogro de Caifás,
- Mete 'IT a tua espada no seu sumo sacerdote naquele ano.
lugar; porque todos os que lança- i Ora, Caifás era quem aconse­
rem mão da espada, à espada mor­ lhara aos judeus que convinha mor­
rerão. O u pensas tu que eu não rer um homem pelo povo.
poderia rogar a meu Pai e que Ele Simão Pedro e outro discípulo
não me mandaria agora mesmo j seguiam a J esus, 10 de longe.
mais de doze legiões de Anjos? Este discípulo era conhecido
Com o, pois, se cumpriríam as Es­ do sumo sacerdote e entrou com
crituras, que dizem que assim con- J esus no pátio do sumo sacerdote,
vém que aconteça? ° N ão hei de enquanto Pedro ficava da parte de
beber o cálice que o Pai me deu? fora, à porta.
Saiu, então, o o u tro discípulo - N ão és tu tam bém um dos
que era conhecido do sum o sa­ discípulos deste homem?
cerdote, falou à porteira e levou Respondeu ele:
Pedro para dentro. - N ão sou.
O ra, estavam ali os servos e os
P e d r o n e g a a J e s u s pela guardas, que tinham acendido um
PRIMEIRA VEZ braseiro e se aquentavam, porque
fazia frio. E tam bém Pedro estava
E n tão a p o rte ira p e rg u n ­ ali em pé no meio deles, aquen-
to u a Pedro: tando-se,MT para ver o fim.

P r im e ir a h o r a d a sex ta - f e ir a , 9 d e a b r il , 27 d . C.

O P r im e ir o J u l g a m e n t o : R e l ig io s o

O INÍCIO DO INTERROGATÓRIO um a bofetada em J esus, dizendo:


E DA TORTURA - E assim que respondes ao
sumo sacerdote?
’° E ntão o sum o sacerdote in ­ Respondeu-lhe J esus:
terro g o u J esus acerca dos seus - Sc falei mal, dá testem unho
discípulos c da sua doutrina. do mal; mas, se bem, por que me
Respondeu-lhe J esus: feres?
- Eu tenho falado ab ertam en ­
te ao M undo. Eu sem pre ensi­ A CIRANDA DE PE D R O
nei nas sinagogas e no T em plo,
onde todos os judeus se c o n g re ­ ° E Simão Pedro ainda estava
gam , e nada falei em o culto. Por ali, aquentando-se.
que me perguntas a mim? Per- I O ra, chegou uma das criadas
gunta aos que me ouviram o que do sum o sacerd o te c, vendo a
é que lhes falei; eis que eles sa­ Pedro, que se estava aquentando,
bem o que eu disse. encarou-o c disse:
E, havendo Ele dito isso, um - T u tam b é m estavas com o
dos guardas que ali estavam deu n azareno, esse J esus.
m Mas ele negou diante de to ­ - C ertam ente tu tam bém cs
dos, dizendo: um deles pois a tua fala tc d en u n ­
- N ão sei o que dizes. cia, M< porque és tam bém galileu.
v< E saiu para o alpendre, e o , MT E ntão ele começou a pra­
galo cantou. guejar e a jurar, dizendo:
‘ E, tendo passado quase uma - N ão conheço esse hom em .
h o ra ,10 um dos servos do sumo sa­ MCE o galo cantou segunda vez.
cerdote, parente daquele a quem 11 E, v ira n d o -se o S e n h o r,
Pedro cortara a orelha, disse: olhou para Pedro.
- Não te vi cu no jardim com ele? E Pedro lem brou-se da pala­
MC F, a criada, vendo-o, com e­ vra do S enhor, com o lhe havia
çou de novo a dizer aos que ali es­ d ito: Hoje, Mí antes que o galo
tavam: cante duas vezes, três vezes tu me
- Esse c um dos tais. negarás'.
MT E os que ali estavam, come­ MT E , s a in d o d a li, c h o ro u
çaram a dizer: am argam ente.

C erca de duas h o r a s da m a d r u g a d a

O S e g u n d o Ju l g a m e n to : Sacerdotal

N a c a s a d e C a if á s sas, Mc mas os testem unhos não


eram coerentes.
10 Anás mandou-o, manietado, LCE, blasfemando, diziam mui­
MI à casa do sumo sacerdote Caifás, tas outras coisas contra Ele.
onde os escribas e os anciãos esta­ M< E, lev an tan d o -sc alguns,
vam reunidos. testificavam falsamente contra Ele,
MCE os principais dos sacerdo­ dizendo:
tes c todo o concilio buscavam - Nós o ouvim os dizer: Eu
M1 falso testem unho contra J esus, destru irei este santuário, co n s­
para poderem dar-lhe a m orte, e truído por mãos de hom ens, e em
não o achavam, apesar de se apre­ três dias edificarei o u tro , não fei­
sentarem muitas testem unhas fal­ to por mãos de homens.
Ml E por fim, chegaram duas e que nos digas se tu és o Cristo, o
disseram: Filho de Deus.
- Este disse: Eu posso derri- MC Respondeu J esus :
bar o tem plo de Deus e rcedificá- - EU SO U. E vereis o Filho
lo em três dias. do H om em assentado à direita
MC E nem assim o testem unho do Poder e vindo sobre as n u ­
deles concordava. vens do Céu.
E, levantando-se o sumo sa­ Então o sumo sacerdote, ras­
cerdote, disse-lhe: gando as suas vestes, disse:
- Não respondes coisa alguma - Blasfemou! Mt Para que pre­
ao que estes depõem contra ti? cisamos ainda de testem unhas?
J esus, porém , guardava silêncio. Eis que agora acabais de ouvir a
u E lhe perguntavam: sua blasfêmia, u pois nós mesmos
- Se tu és o Cristo, dize-nos. o ouvimos da sua própria boca.
Replicou-lhes Ele: Ml Q ue vos parece?
- Sc eu vo-lo disser, não o MC' E to d o s o consideraram
crereis. E se eu vos interrogar, de culpado. MT E respondendo, dis­
m odo algum me respondereis. seram:
Mas desde agora estará assenta­ - E réu de m orte.
do o Filho do H om em à mão di­ MCE alguns começaram a cus­
reita do poder de Deus. pir Nele, e a cobrir-lhe o rosto', e
Ao que perguntaram todos: a dar-lhe socos, M1 e o u tro s o
- Logo, tu és o Filho de Deus? esbofeteavam, dizendo:
Respondeu-lhes: - P ro fe tiz a -n o s, ó C risto ,
- Vós dizeis que EU SOU. quem foi que te bateu? MC P ro ­
MT E o sumo sacerdote, insis­ fetiza!
tindo, disse-lhe: E os guardas do Templo da­
- C oniuro-tc pelo Deus vivo vam-lhe bofetadas.
A p r o x im a d a m e n t e 5 h o r a s d a m a n h ã

O T erceiro J ulgamento : no S inédrio

A DECISÃO DE ENTREGÁ-LO AT E Judas, p recip itan d o -se,


reb e n to u -se pelo m eio c todas
MT O ra, chegada a m anhã, to ­ as suas e n tra n h a s se d e rra m a ­
dos os principais sacerdotes e os ram . E to rn o u -se isto c o n h eci­
anciãos do povo, MC os escribas e do de to d o s os m oradores de Je ­
to d o o S in éd rio e n tra ra m em rusalém .
conselho contra J esus. MTO s p rin cip ais sa c e rd o te s,
MT E, m anietando-o, levaram- pois, tom aram as m oedas de p ra­
no e o entregaram ao governa­ ta e disseram:
dor Pôncio Pilatos. - N ão é lícito m etê-las no c o ­
fre das ofertas, p orque é preço
O s u ic íd io de Ju d a s de sangue.
E, ten d o deliberado em co n ­
MT E ntão Judas, aquele que o selh o , co m p ra ra m com elas o
traíra, vendo que J esus fora co n ­ cam po do oleiro, para servir de
denado, devolveu, com pungido, cem itério para os estrangeiros.
as trin ta m oedas de p rata aos Por isso tem sido cham ado aque­
anciãos, dizendo: le cam po, até o dia de hoje, C am ­
- P eq u ei, train d o o sangue po de Sangue. C um priu-se, e n ­
inocente. tão , o que foi dito pelo profeta
R esponderam eles: Jeremias: Tomaram as trin ta mo­
- Q ue nos importa? Seja isto edas de prata, preço do que fo i ava­
lá contigo. liado, a quem certos filhos de Isra­
E tendo ele atirado para d e n ­ el a va lia ra m , e deram -nas pelo
tro do Santuário as m oedas de campo do oleiro, assim como me or­
prata, retirou-se e foi se enforcar. denou o Senhor.
M a is o u m e n o s c i n c o e m e i a d a m a n h ã

O Q u a r to J u l g a m e n t o : P enal

J esus d ia n t e d e P il a t o s - És tu o rei dos judeus?


Respondeu J esus:
u E o levaram a Pilatos. - Dizes isso de ti mesmo, ou fo­
,1>E não entraram no Pretório, ram outros que to disseram de mim?
para não se contam inarem , para Replicou Pilatos:
poderem comer a Páscoa. - P o rv en tu ra sou eu judeu?
Então Pilatos saiu a ter com eles O teu povo e os principais sacer­
e perguntou: dotes en treg aram -te a mim. Q ue
- Q ue acusação trazeis contra fizeste?
este homem? Respondeu J esus:
Responderam-lhe: - O m eu R eino não é deste
- Se ele não fosse malfeitor, não M undo. Sc o meu Reino fosse des­
to entregaríamos. te M undo, pelejariam os meus ser­
Disse-lhes, então, Pilatos: vos, para que eu não fosse entre­
- Tomai-o vós e julgai-o segun­ gue aos judeus. E ntretanto, o meu
do a vossa lei. Reino não é daqui.
Disseram-lhe os judeus: rerguntou-lhe, pois, Pilatos:
- A nós não nos é lícito tirar a - Logo tu és rei?
vida a ninguém. Respondeu J esus:
Isso foi para que se cumprisse a - Tu dizes que EU SO U rei.
palavra que dissera J esus, significan­ Eu para isso nasci c para isso vim
do de que morte havia de morrer. " ao M undo, a fim de dar testem u­
E começaram a acusá-lo, dizendo: nho da Verdade. Todo aquele que
- Achamos este hom em perver­ é da Verdade ouve a minha Voz.
tendo a nossa nação, proibindo dar Perguntou-lhe Pilatos:
o tributo a César e dizendo que - Que é a verdade?
ele mesmo é Cristo, o rei. E dito isto, de novo saiu a ter
Pilatos, pois,'° tornou a entrar com os judeus.
no Pretório, chamou a J esus e per- u E disse Pilatos aos principais
guntou-lhé: sacerdotes e às multidões:
- N ão acho culpa alguma neste - N ão te envolvas na questão
homem. desse justo, p o rque m uito sofri
hoje em sonho por causa Dele.
O S ACUSADORES APELAM
P il a t o s t e n t a l i v r a r - se
M< Mas os principais dos sacer­ DO PROBLEMA
dotes MTe os anciãos M < o acusavam
dc muitas coisas. LC Eles, porém, insistiam ainda
Tornou Pilatos a interrogá-lo, mais, dizendo:
dizendo: - Alvoroça o povo ensinando
- N ão resp o n d es nada? Vê por toda a Judeia, começando des­
quantas acusações te fazem. de a Galiléia até aqui.
Mas J esus nada mais respon­ E n tão Pilatos, ouvindo isso,
deu, de m aneira que Pilatos se perguntou se o homem era galileu.
admirava. E, quando soube que era da ju­
MI E estando ele assentado no risdição de H erodes, rem eteu-o a
T rib u n al, sua m u lh er m an d o u H erodes, que tam bém naqueles
dizer-lhe: ; dias estava em Jerusalém.

C e r c a d e s e is e m e i a d a m a n h ã

O Q uinto J ulgamento : POLÍTICO

Jesu s d ia n t e d e H er o d e s dotes e os escribas, acusando-o com


grande veemência.
u Ora, quando Herodes viu a Herodes, porém, com os seus solda­
J esus, alegrou-se muito, porque de dos, desprezou-o e, escarnecendo
longo tem po desejava vê-lo, por ter Dele, vestiu-o com uma roupa resplan­
ouvido falar a seu respeito. E es­ decente c tornou a enviá-lo a Pilatos.
perava ver algum sinal feito por Ele. Nesse mesmo dia Pilatos e H e­
E fazia-lhe muitas perguntas. rodes tornaram-se amigos; pois an­
Mas Ele nada lhe respondeu. tes andavam em inimizade um com
Estavam ali os principais saccr- o outro.
C e r c a d e se t e h o r a s d a m a n h ã

O Sexto J ulgamento: R omano

M a is u m a v e z o T r ib u n a l Eis o hom em !
declara S u a in o c ê n c ia
10 Saiu, pois, J esus, trazendo a
LC Então Pilatos convocou os coroa de espinhos c o manto de
principais sacerdotes, as autorida­ púrpura.
des e o povo, e disse-lhes: E disse-lhes Pilatos:
- Apresentastes-me este ho- j - Eis o homem!
mem como pervertcdor do povo. Q uando o viram os principais
E eis que, interrogando-o diante sacerdotes e os guardas, clama­
de vós, não achei nele nenhuma ram, dizendo:
culpa, das de que o acusais. Nem - Crucifica-o! Crucifica-o!
tam pouco H erodes, pois no-lo Disse-lhes Pilatos:
tornou a enviar. E eis que não - Tom ai-o vós e crucificai-o,
tem feito ele coisa alguma digna p o rq u e n e n h u m crim e ach o
de m orte. Castiga-lo-ei, pois e o nele.
soltarei. Rcspondcram -lhc os judeus:
,0 Nisso, Pilatos tom ou a J e - ■ - Nós tem os uma Lei, e se­
sus e mandou açoitá-lo. gundo esta Lei ele deve m orrer,
E os soldados, tecendo uma porque se fez Filho de Deus.
coroa de espinhos, puseram-lha O ra, Pilatos, quando ouviu
sobre a cabeça e lhe vestiram um esta palavra, mais atem orizado
manto de púrpura. E chegando- ficou. E entrando outra vez no
sc a Ele, diziam: Pretório, disse a J esus:
- Sabe, rei dos judeus! - De onde cs tu?
E davam-lhe bofetadas. Mas J esus não lhe deu respos­
Então Pilatos saiu outra vez e ta. Disse-lhe, então, Pilatos:
disse-lhes: - N ão me respondes? N ão sa­
- Eis aqui vo-lo trago fora, bes que tenho autoridade para te
para que saibais que não acho soltar, c autoridade para te cru­
nele crime algum. cificar?
R espondeu-lhe J esu s : te fora dado. M as aquele que
- N enhum a au to rid ad e tcri- me en tre g o u a ti, m aior p eca­
as sobre m im , se de Cim a não do tem .

A PARTIR DAS SETE E M EIA DA M AN H À

O S étimo J ulgamento: P opular

B arrabás o u J esus ? e fizessem m orrer J esus.


O g o v e rn a d o r, p o is, p e r g u n ­
MI Ora, por ocasião da Festa cos­ to u -lh e s :
tumava o governador soltar um - Qual dos dois quereis que
preso, escolhendo o povo aquele eu vos solte?
que quisesse. E disseram:
Nesse tempo tinham um conde­ - Barrabás!
nado notório, chamado Barrabás, Tornou-lhes Pilatos:
ML preso com outros amotinados, - Que farei então de J esus, que
“ por causa de uma sedição feita se chama Cristo?
na cidade e de um homicídio. Disseram todos:
10 E Barrabás era um salteador. - Seja crucificado.
,Mr P o rtan to , estando o povo Pilatos, porém, disse:
reunido, perguntou-lhe Pilatos: - Que mal fez ele?
- V ó s t e n d e s por costume que Lc Mas todos clamaram à uma,
eu vos solte alguém por ocasião da dizendo:
Páscoa. M1Qual quereis que vos sol­ - Fora com este e solta-nos
te? Barrabás ou J esus, chamado o Barrabás!
Cristo, MCo Rei dos judeus? Mais uma vez, pois, falou-lhes
Porque ele bem sabia que, por Pilatos, querendo soltar a J esus.
inveja, os principais dos sacerdo­ Eles, porém, bradavam, dizendo:
tes o tinham entregado. - Crucifica-o! Crucifica-o!
Mas os principais dos sacerdo­ F alou-lhes, e n tã o , pela te r­
tes M1 c os anciãos persuadiram as ceira vez:
multidões a que pedissem Barrabás - Não achei nele nenhuma cul-
pa digna de m orte. Castigá-lo-ei, E solto u -lh es o q u e fora lan­
pois, e soltá-lo-ei. çado na prisão p or causa dc sedi-
10 Mas os judeus gritavam, di­ ção e de hom icídio, que era o que
zendo: eles pediam ; mas e n tre g o u J hsus
- Se soltares a este, não és ami­ MC para que fosse crucificado.
go de César. Todo aquele que sc M< Os soldados, pois, levaram-
faz rei é contra César. no para d entro, ao pátio, que é o
Pilatos, pois, quando ouviu isto, P retó rio , c convocaram toda a
trouxe J esus para fora e sentou-se coorte. MT E puseram-lhe na mão
no Tribunal, no lugar chamado direita uma cana c, ajoelhando-
Litóstrotos, c em hebraico Gabatá. se diante Dele, o escarneciam, di­
E disse aos judeus: zendo:
- Eis o vosso rei. - Salve, rei dos judeus!
LCMas eles instavam com gran­ E, cuspindo Nele, tiraram-lhe a
des gritos, pedindo que fosse cru­ cana e davam-lhe com ela na ca­
cificado. beça.
E os seus gritos c os dos prin­ Depois de o terem assim es­
cipais dos sacerdotes redobravam: carnecido, despiram -lhe a capa
-T ira-o! '°Tira-o! Crucifica-o! escarlate, MC e o vestiram com as
Disse-lhes Pilatos: suas próprias vestes, e o levaram
- Hei de crucificar o vosso rei? para fora, a fim de o crucificarem.
R esponderam os principais ’° E Ele, carregando a sua p ró ­
dos sacerdotes: pria cruz, saiu para o lugar cha­
- N ão temos rei, senão César. mado Calvário, que cm hebraico
Mr Ao ver Pilatos que nada con­ se chama Gólgota.
seguia, mas pelo contrário, que
o tum ulto aumentava, m andou SlM EÃO, O CIRENEU
trazer água e lavou as mãos dian­
te da m ultidão, dizendo: u E, quando o iam levando, m
- Sou inocente do sangue des­ encontraram um homem cireneu,
te justo; seja isso lá convosco. chamado Sim eão,Mc pai de Alexan­
E todo o povo respondeu: dre c dc Rufo, que por ali passava,
- O seu sangue caia sobre nós vindo do campo, MT a quem obri­
c sobre nossos filhos. garam a levar a sua cruz.
u E ntão, Pilatos julgou que LCE puseram -lhe a cruz às cos­
devia fazer o que eles pediam. tas, para que a levasse após J esus.
O LAMENTO DAS MULHERES dirá: Bem-aventuradas as estéreis,
e os ventres que não geraram e os
“ Seguia-o grande multidão dc peitos que não amamentaram! En­
povo e dc m ulheres, as quais o tão começarão a dizer aos m on­
pranteavam c lamentavam. tes: Caí sobre nós! E aos outei­
J esus, p orém , voltando-se para ros: Cobri-nos! Porque, se ao ma­
elas, disse: deiro verde fazem isto, o que se
- Filhas de Jeru salém , não fará ao seco?
choreis por mim. Chorai antes por E levavam também com Ele ou­
vós mesmas e por vossos filhos. tros dois, que eram malfeitores,
Porque dias hão de vir cm que se para serem mortos.

N ove h o r a s d a m a n h ã , se x t a - f e ir a , 9 d e a b r i l , 27 d .C .

A C r u c if ic a ç ã o

M orrendo como P ecador ,x E tam bém aos malfeitores,


um à direita e outro à esquerda,
w Q uando chegaram ao lugar um de cada lado e J esus no meio.
chamado G ólgota, que signifi­ Mt E cumpriu-se a Escritura que diz:
ca Lugar da Caveira, MC ofercce- E com os malfeitoresfoi contado.
ram -lh e v in h o m istu rad o com 10 F. Pilatos escreveu também
mirra. MT Mas Ele, provando-o, um títu lo e o colocou sobre a
não m enos quis beber. C ru z ,MTpor cima da sua cabeça,ML
u E ali o crucificaram. com a sua acusação.
J esus, porém , dizia: " E nele estava escrito:
JESUS NAZARENO, REI DOS
P a i,
JUDEUS.
perdoa-lhes,
Muitos dos judeus, pois, leram
porque não sabem
este título, porque o lugar onde
o que fa ze m .
Jesus foi crucificado era próximo
M< E era a hora terceira quando da cidade. E estava escrito em
o crucificaram. hebraico, latim c grego.
Diziam então a Pilatos os prin­ - Tu, que destróis o santuário
cipais sacerdotes dos judeus: e em três dias o rccdificas, salva-
- Não escrevas: O Rei dos Ju­ te a ti m esm o. Se cs Filho de
deus, mas que ele disse: Sou rei Deus, desce da cruz.
dos judeus. De igual m o d o tam bém os
Respondeu Pilatos: p rincipais sacerd o te s, com os
- O que escrcvi, cscrevi. escribas e anciãos, MC diziam uns
para os outros, zom bando:
O SORTEIO DA TÚNICA - Salvou os outros e não pode
salvar-se a si mesmo.
Tendo, pois, os soldados cru­ - O C risto, o Rei de Israel,
cificado a J esus, tomaram as suas desça agora da cruz, para que o
vestes, c fizeram delas quatro par­ vejamos e acreditemos.
tes, para cada soldado uma par­ - Confiou MT em Deus, livre-o
te. Tomaram tam bém a túnica. agora, se o ama; porque disse:
Ora a túnica não tinha costu­ Sou Filho de Deus.
ra, sendo toda tecida de alto a Lc Então um dos malfeitores,
baixo. Pelo que disseram uns aos que estava pendurado, blasfema­
outros: va Dele, dizendo:
- N ão a rasguemos, mas lan­ - N ão és tu o Cristo? Salva-tc
cemos sortes sobre ela, para ver a ti m esm o'e a nós também.
de quem será.
M1 Para que se cumprisse o que A PRIMEIRA SALVAÇÃO NA CRUZ
foi dito pelo profeta: Repartiram
entre si as minhas vestes e sobre a “ R espondendo, porém , o outro
minha túnica lançaram sortes. '° malfeitor, repreendia-o, dizendo:
E, de fato, os soldados assim fi­ - N em ao m en o s tem es a
zeram. Deus, estando na mesma conde­
MT E, sentados, ali o guardavam. nação? E nós, na verdade, com
justiça; porque recebemos o que
C ãf.s o r o d e ia m os nossos feitos merecem. Mas
este nenhum mal fez.
IC E o povo estava olhando. E ro g o u a J esus:
MI E os que iam passando blas­ - Senhor, lcmbra-tc de mim,
femavam Dele, mcncando a ca­ quando entrares no teu Reino.
beça e dizendo: Respondeu-lhe J esus:
- Em verdade tc digo que ain­ c M aria M adalena.
da hoje estarás com igo no Paraíso. O ra, J esus , vendo ali sua m ãe,
c ao lado dela o discípulo a quem
O c u id a d o com M a r ia Ele amava, disse à sua mãe:
- M ulher, eis aí o teu filho, (c
'° Estavam em pé, ju n to à cruz disse ao discípulo) Eis aí tua mãe.
de J esus , sua m ãe, c a irmã de sua E desde aquela hora o discí­
m ãe, M aria, m ulher de C leopas, p ulo a recebeu cm sua casa.

DO M EIO-DIA AS TRES DA TARDE...

T revas a o M e i o - d ia

O M e s s ia s s o f r e d o r A PENÚLTIM A PROFECIA

Mc E, chegada a hora sexta, h o u ­ JODepois, sabendo J esus que to ­


ve trevas sobre toda a terra Lc até a das as coisas já estavam consum a­
hora nona, pois o sol se escurecera. das, para que se cumprisse a Escri­
MT Cerca da hora nona, bradou tura, disse:
J esus cm alta voz, dizendo: - T enho sede.
- Eli, Eli, lamá sabaetâni? Estava ali um vaso cheio de vi­
Alguns dos que ali estavam, o u ­ nagre. " Os soldados o escarneci­
vindo isso, diziam: am, chegando-se a Ele, oferecen­
- Ele chama por Elias. do-lhe o vinagre, c dizendo:
Os outros, porém , disseram: - Se tu és o rei dos judeus, sal­
- Deixa, vejamos se Elias vem va-te a ti mesmo.
salvá-lo. P useram , pois, num a cana
D e n o v o b r a d o u J esus c o m de hissopo um a esponja en so p a ­
g rande voz: da de vinagre, e lha ch egaram à
- E lo í,Mt Eloí, lamá, sabaetâni? boca.
Q u e , tra d u z id o , é: E ntão J esus, depois de ter to ­
- D eus m eu, Deus m eu, por m ado o vinagre, disse:
que me desamparaste? - Está consum ado.
S ex ta - f e ir a , t r ê s h o r a s d a t a r d e ...

A M o r t e d o C o r d e i r o d e D eu s

C u m p r e - se a ú l t i m a p r o f e c ia de José, e a mãe dos filhos de


Zebedeu, MC Salomé, as quais o
u E, clamando J esus com gran­ seguiam e o serviam quando Ele
de voz, disse: estava na Galiléia; e muitas o u ­
- Pai, nas tuas mãos entrego o tras que tinham subido com Ele
meu espírito. a Jerusalém.
E, havendo dito isso,,l>inclinou
a cabeça e entregou o Espírito. O A testado de Ó bito de J esus
MI E eis que o véu do Santuário se
rasgou em dois, de alto a baixo. A Ora, os judeus, como era a pre­
terra tremeu c as pedras se fenderam. paração, e para que no sábado não
MCE o centurião, que estava de­ ficassem os corpos na cruz, pois era
fronte Dele, Ml e os que com ele grande aquele dia de sábado, ro­
guardavam a J esus, mc vendo que garam a Pilatos que se lhes que­
assim clamando expirara, MT c ven­ brassem as pernas, e fossem tira­
do o terrem oto e as coisas que dos dali.
aconteciam, tiveram grande temor Foram então os soldados e,
e disseram: na verdade, quebraram as pernas
-Verdadeiramente este era o Fi­ ao primeiro e ao outro que com
lho de Deus! Ele fora crucificado.
" E todas as multidões que pre­ Mas vindo a J esus, c vendo que
senciaram este espetáculo, vendo já estava m orto, não lhe quebra­
o que havia acontecido, voltavam ram as pernas.
batendo no peito. C ontudo, um dos soldados lhe
E todos os conhecidos de Je ­ furou o lado com uma lança e logo
sus , e as mulheres que o haviam saiu sangue e água.
seguido desde a Galiléia, estavam E é quem viu isso que dá teste­
de longe vendo estas coisas, M1 en­ munho, e o seu testemunho é ver­
tre as quais se achavam Maria dadeiro; e sabe que diz a verdade,
Madalena, Maria, mãe de Tiago e para que também vós creiais.
Porque isto aconteceu para que ninguém ainda havia sido posto.
se cumprisse a escritura: Nenlmm Mr E José, M< tendo comprado
dos seus ossosserá quebrado. Também um pano de linho, tirou da cruz 10
há outra Escritura que diz: Olha­ o corpo de J esus M
1c o pôs no seu
rão para aquele que traspassaram. sepulcro novo, que havia aberto
em rocha.
José de A rimatéia pede E N icodcm os, aquele que
o corpo de J esus anteriorm ente viera ter com J e ­
susde noite, foi tam bém , levan­
M<; Ao cair da tarde, como era o do cerca de cem libras de um
Dia da Preparação, isto é, a véspera com posto de mirra e aloés.
do sábado,Ml veio um homem rico, Tomaram, pois, o corpo de J e ­
u: chamado José, natural de Arima­ sus c o envolveram em panos de
téia, cidade dos judeus, membro do linho com as especiarias, como os
Sinédrio, homem bom e justo, o judeus costumavam fazer na pre­
qual não tinha consentido no con­ paração para a sepultura.
selho c nos atos dos outros, que es­ IC E era o Dia da Preparação e
perava o Reino de Deus, ^ e que amanhecia o sábado.
também era discípulo de Jesus, ,0 10 Ali, pois, por ser a véspera
(embora em oculto por medo dos do sábado dos judeus, c por estar
judeus) M< cobrando ânimo foi a perto aquele sepulcro, puseram a
Pilatos c pediu ’° que lhe permitisse J esus.
tirar o corpo de J esus. MT E, ro d a n d o um a grande
MCAdmirou-se Pilatos de que já pedra para a p o rta do sepulcro,
tivesse m orrido. E cham ando o foram -se.
centurião, perguntou-lhe se, de Mc E M aria M adalena e M a­
fato, havia morrido. ria, mãe de J o s é ,LC e as m u lh e­
E, tendo-se certificado pelo res que tinham vindo com Ele
centurião,M1 mandou que o corpo da G aliléia, seguindo a José de
lhe fosse dado. A rim atéia, viram o seu sepulcro
novo e com o o corpo foi ali d e ­
S epultado às pressas p ositado.
E, v oltando elas, prepararam
No lugar onde J esus foi cru­ especiarias c u n g ü en to s.
cificado havia um jardim, e nesse E no sá b a d o re p o u s a ra m ,
jardim um sepulcro novo, w onde conform e o m andam ento.
S habat de P á sc o a , 10 d e a b r il , 27 d .C.

P rendam este C adáver!

C a l u n ia d o e p e r s e g u id o segurança até o terceiro dia; para


ATÉ DEPOIS DE MORTO não suceder que, vindo os discí­
pulos, o furtem c digam ao povo:
MI No dia seguinte, isto é, o dia Ressuscitou dos mortos; e assim
depois da preparação, reuniram- o último erro será pior do que o
se os principais sacerdotes c os fa­ primeiro.
riseus perante Pilatos, c disseram: Disse-lhes Pilatos:
- Senhor, lem bram o-nos de - Tendes uma guarda; ide,
que aquele enganador, quando tornai-o seguro, como entendeis.
ainda vivo, afirmou: Depois de três Foram, pois, e tornaram segu­
dias ressuscitarei. M anda, pois, ro o sepulcro, selando a pedra, e
que o sepulcro seja guardado com deixando ali a guarda.

D o m i n g o , i i d e a b r il , 2 7 d .C .

A R essurreição!

T erra e C éu se m o v e m n a sepulcro, levando as especiarias


R e s s u r r e iç ã o ! que tinham preparado.
Mr E eis que houvera um gran­
MCE, passado o sábado, Maria de terrem oto; pois um Anjo do
Madalena, Salomé e Maria, mãe Senhor descera do Céu e, chegan­
de T iag o , com praram arom as do-se, removera a pedra c estava
para irem ungi-lo. sentado sobre ela.
I,CE no primeiro dia da sema­ O seu aspecto era como um
na, muito de madrugada, '° sen­ relâmpago e as suas vestes bran­
do ainda e scu ro ,,x foram elas ao cas como a neve.
E dc medo dele tremeram os E, olhando elas, viram que a pe­
guardas e ficaram como mortos. dra já estava revolvida. E era ela
Ml E abriram-se os sepulcros, e muito grande.
muitos corpos de santos que dor­ K E, entrando, não acharam o
miam foram ressuscitados. corpo do Senhor J esus.
E, saindo dos sepulcros, d e ­ lo Correu, pois, Maria Madalena
pois da ressurreição Dele, entraram e foi a Simão Pedro c ao outro dis­
na Cidade Santa e apareceram a cípulo, a quem J esus amava, e dis­
muitos. se-lhes:
- Levaram o Senhor do sepulcro,
O SUBORNO DOS GUARDAS e não sabemos onde o puseram.
Então, Pedro saiu com o outro
Mr E eis que alguns da guarda, discípulo e foram ao sepulcro.
chegando à cidade, anunciaram aos Corriam os dois juntos, mas o
príncipes dos sacerdotes todas as outro discípulo correu mais ligei­
coisas que haviam acontecido. ro do que Pedro e chegou primei­
E, congregados eles com os ro ao sepulcro.
anciãos e tom ando conselho entre E, abaixando-sc, viu os panos
si, deram muito dinheiro aos sol­ dc linho ali deixados, todavia não
dados, ordenando: entrou.
- Dizei: Vieram de noite os seus Chegou, pois, Simão Pedro, que
discípulos e, dormindo nós, o furta­ o seguia, e entrou no sepulcro.
ram. E, se isso chegar a ser ouvido E viu no chão os lençóis, e que
pelo governador, nós o persuadire­ o lenço, que estivera sobre a cabeça
mos e vos poremos em segurança. dc J esus, não estava com os panos,
E eles, recebendo o dinheiro, mas enrolado num lugar à parte.
fizeram como estavam instruídos. u E rctirou-sc, admirando con­
E foi divulgado esse dito entre sigo o que havia acontecido.
os judeus, até ao dia de hoje. ’° Então, entrou também o o u ­
tro discípulo, que chegara primei­
O DESESPERO DAS MULHERES ro ao sepulcro, e viu c creu.
Porque ainda não sabiam a Es­
MC E de manhã cedo, ao nascer critura, que diz que era necessário
do sol, diziam umas às outras: que ressuscitasse dos mortos.
- Quem nos revolverá a pedra Tornaram, pois, os discípulos
da porta do sepulcro? para casa.
E Maria Madalena estava cho­ aqui o lugar onde o puseram. Mas
rando fora, junto ao sepulcro. ide, dizei a seus discípulos e a
Pedro que Ele vai adiante de vós
Á S OUTRAS MULHERES VÈEM para a Galiléia. Ali o vereis, como
A n jo s Ele vos disse.
E, saindo elas apressadamente,
l! E aconteceu que, estando elas fugiram do sepulcro, porque esta­
perplexas a esse respeito, eis que vam possuídas de temor e assom­
pararam junto delas dois varões bro. E nada diziam a ninguém,
com vestes resplandecentes. porque temiam.
E, estando elas muito atemori­
zadas e abaixando o rosto para o J esu s a pa r ec e à M a r ia
chão, eles disseram: M adalena
- Por que buscais o Vivcntc en­
tre os mortos? Não está aqui, mas 10 Estando Maria, pois, choran­
ressuscitou. Lembrai-vos como vos do, abaixou-se para o sepulcro e
falou, estando ainda na Galiléia, di­ viu dois Anjos vestidos dc branco,
zendo: Convém que o Filho do Ho­ assentados onde jazera o corpo de
mem seja entregue nas mãos de ho­ J esus, um à cabeceira e outro aos
mens pecadores e seja crucificado e, pés. E disseram-lhè eles:
ao terceiro dia, ressuscite. - Mulher, por que choras?
E lembraram-se das Suas pa­ Ela lhes disse:
lavras. - Porque levaram o meu Senhor
- Vinde M1 e vede o lugar onde e não sei onde o puseram.
o Senhor jazia. E, tendo dito isso, voltou-se
MCE, entrando no sepulcro, vi­ para trás e viu J esus em pé, mas
ram um jovem assentado à direita, não sabia que era J esus.
vestido de uma roupa comprida e Disse-lhe J esus:
branca. - M ulher, por que choras?
E ficaram espantadas. Quem buscas?
MT Mas o Anjo, respondendo, Ela, cuidando que era o jardi­
#
disse às mulheres: neiro, disse-lhe:
- Não tenhais medo. Eu sei que - Senhor, se tu o levaste, dize-
buscai a J esus, que foi crucificado. me onde o puseste e eu o levarei.
Ele não está aqui, porque já res­ Disse-lhe J esus:
suscitou, como tinha dito; ML eis -MARIA!
Ela, voltando-se, disse-lhe: A DESCRENÇA DOS APÓSTOLOS
- R a bon i ! (que quer dizer Mes­
tre). E, partindo elas pressurosa-
Mr E eis que J esus lhes sai ao e n ­ mente do sepulcro, com tem or e
co n tro , dizendo: grande alegria, correram a anunciá-
- Eu vos saúdo. N ão temais. lo aos ,c onze e a todos os demais,
E elas, chegando, abraçaram os MC os quais estavam tristes e cho­
seus pés e o adoraram. rando.
’° E disse J esus: lo E Maria Madalena anunciou
- Não me detenhas, porque ain­ aos discípulos:
da não subi para meu Pai. Mas Ml - Vi o Senhor!
icie dizer a meus irmãos que vão à E que Ele lhe dissera estas coi­
Galiléia e lá mc verão. 10 E dize- sas. LC E eram Maria M adalena,
lhes que eu subo para meu Pai e Joana c M aria, mãe de T iago;
vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. tam bém as outras que estavam
M < E J esus, tendo ressuscitado com elas relataram estas coisas aos
na manhã do primeiro dia da se­ apóstolos.
mana, apareceu primeiramente a E pareceram -lhes com o um
Maria Madalena, da qual tinha ex­ delírio as palavras das m ulheres
pulsado sete demônios. e não lhes deram crédito.

N a q u e l e m e s m o D o m i n g o , à t a r d e ...

U m estranho P eregrino

Os d o is D is c íp u l o s n o rusalém sessenta estádios.


C A M IN H O DE EMAÚS E iam comentando entre si tudo
aquilo que havia sucedido.
LC N esse m esm o dia, MC ma- Enquanto assim comentavam c
nifestou-se em outra forma a dois discutiam, o mesmo J esus se apro­
deles que iam de caminho para o ximou e ia com eles. Mas os olhos
cam po, “ para uma aldeia cha­ deles estavam como que fechados,
mada Emaús, que distava de Je­ para que não O conhecessem.
Então Ele lhes perguntou: dito; a ele, porém , não o viram.
- Que palavras são essas que, Então Ele lhes disse:
caminhando, trocais entre vós? - O néscios e tardos de cora­
Então, eles pararam tristes. ção para crerdes tudo o que os
E um deles, chamado Cleopas, profetas disseram! P orventura
rcspondcu-lhc: não importava que o Cristo pa­
- Es tu o único peregrino em decesse essas coisas e entrasse na
Jerusalém que não soube das coi­ Sua Glória?
sas que nela têm sucedido nestes E, começando por Moisés, e
dias? por todos os profetas, explicou-
Ao que Ele lhes perguntou: lhes o que Dele se achava em to ­
- Quais? das as Escrituras.
Disseram-lhe: Quando se aproximaram da al­
- As que dizem respeito a Je­ deia para onde iam, Ele fez como
sus, o nazareno, que foi profeta, quem ia para mais longe.
poderoso em obras e palavras di­ Eles, porém , O constrange­
ante de Deus e de todo o povo, e ram, dizendo:
como os principais sacerdotes e - Fica conosco; porque é tar­
as nossas autoridades o entrega­ de e já declinou o dia.
ram para ser condenado à m orte, E entrou para ficar com eles.
e o crucificaram. Ora, nós espe- Estando com eles à mesa, to ­
rávamos que fosse ele quem ha­ mou o pão e o abençoou.
via de rem ir Israel. E, além de E, partindo-o, lho dava.
tudo isso, é já hoje õ terceiro dia A b rira m -se -lh e s e n tã o os
desde que essas coisas acontece­ olhos e O reconheceram; nisto
ram. Verdade é, também, que al­ Ele desapareceu de diante deles.
gumas mulheres do nosso meio E disseram um para o outro:
nos encheram de espanto; pois - Porventura não ardia cm nós
foram de madrugada ao sepulcro o nosso coração quando, pelo ca­
e, não achando o corpo dele, vol­ minho, nos falava e quando nos
taram , declarando que tinham abria as Escrituras?
tido uma visão de Anjos que di­ E, na mesma hora, levanta­
ziam estar ele vivo. Além disso, S ram-se e voltaram para Jerusalém,
alguns dos que estavam conosco e encontraram reunidos os onze
foram ao sepulcro, e acharam ser e os que estavam com eles, os
assim como as mulheres haviam quais diziam:
- Realmente o Senhor ressus­ se lhes fizera conhecer no partir
citou c apareceu a Simão. do pão.
Então os dois contaram o que MC Mas nem ainda estes cre­
acontecera no cam inho, c como ram.

A i n d a n a q u e l e d o m i n g o , à t a r d e ...

U m a V is it a in e s p e r a d a

J esus aparece a D ez de S eus Alegraram-sc, pois, os discípu­


D iscípulos los ao verem o Senhor.
D isse-lhes, e n tão , J esu s se­
u Enquanto ainda falavam nis­ gunda vez:
so, 10 na tarde daquele dia, o pri­ - Paz seja convosco.
meiro da semana, estando os dis­ IC Não acreditando eles ainda
cípulos reunidos com as portas cer­ por causa da alegria, c estando ad­
radas por medo dos judeus, u o mirados, perguntou-lhes Jesu s:

mesmo J esu s se apresentou no - Tendes aqui algum a coisa


meio deles e disse-lhes: que comer?
- Paz seja convosco. Então lhe deram um pedaço de
Mas eles, espantados e atem o­ peixe assado e um favo de mel, o que
rizados, pensavam que viam algum Ele tomou e comeu diante deles.
espírito. Ele, porém, lhes disse: Mt E lançou-lhes em rosto a sua
- Por que estais perturbados? incredulidade e dureza de coração,
E por que surgem dúvidas em por não haverem crido nos que o
vossos corações? Olhai as minhas tinham visto já ressuscitado.
mãos e os meus pés, que sou eu ,c Depois lhes disse:
mesmo. Apalpai-me e vede; p o r­ - São estas as palavras que vos
que um espírito não tem carne falei, estando ainda convosco,
nem ossos, como vedes que eu que importava que se cumprisse
tenho. tudo o que de mim estava escrito
E, dizendo isso, mostrou-lhes na Lei de Moisés, nos Profetas c
as mãos, os pés 10 c o lado. nos Salmos.
Então lhes abriu o entendi­ les a quem os retiverdes, são-lhes
mento para compreenderem as Es­ retidos.
crituras. E disse-lhes:
- Assim está escrito que o Cristo A INCREDULIDADE DE TOM É
padecesse e ao terceiro dia ressusci­
tasse dentre os mortos; e que em seu 10 Ora, Tomé, um dos doze,
Nome se pregasse o arrependimen­ chamado Dídimo, não estava com
to para remissão dos pecados, a to­ eles quando veio J e s u s .
das as nações, começando por Jeru­ Diziam-lhe, pois, ou outros dis­
salém. Vós sois testemunhas destas cípulos:
coisas. ’° Assim como o Pai me en­ - Vimos o Senhor!
viou, também eu vos envio a vós. Ele, porém, lhes respondeu:
E. havendo dito isso, assoprou - Sc eu não vir o sinal dos cra­
sobre eles e disse-lhes: vos em suas mãos, e não puser o
- Recebei o Espírito Santo. dedo no lugar dos cravos e não me­
Aqueles a quem perdoardes os pe­ ter a mão no seu lado, de maneira
cados, são-lhes perdoados; e àque­ nenhuma crerei.

S e g u n d a - f e ir a , 19 d e a b r il , 27 d.C.

A co n v ersã o de T o m é

jESUS APARECE A TOM É E A - Chega aqui o teu dedo e vê


MAIS DEZ DISCÍPULOS as minhas mãos. Chega a tua mão
e mete-a no meu lado. E não mais
10 Oito dias depois estavam os sejas incrédulo, mas crente.
discípulos outra vez ali reunidos. Respondeu-lhe Tomé:
E Tomé com eles. Chegou J e s u s , - Senhor meu e Deus meu!
estando as portas fechadas, pôs-se Disse-lhe J e s u s :
no meio deles e disse: - Porque me viste, creste?
- Paz seja convosco. Bem-aventurados os que não vi­
Depois disse a Tomé: ram e creram.
A l g u m d i a , e n t r e 2 0 d e a b r il e 22 d e m a i o ...

Aparição à beira da C idade dos M ortos

J e s u s a p a r e c e a S ete Lançaram-na, pois, e já não a


D is c íp u l o s podiam puxar por causa da grande
quantidade de peixes.
,0 Depois disto, manifestou-se Então, aquele discípulo a quem
J e s u s outra vez aos discípulos jun­ J e s u s amava disse a Pedro:

to ao mar de Tiberíades. - E o Senhor.


E manifestou-se deste modo: Quando, pois, Simão Pedro ou­
Estavam juntos Simão Pedro, viu que era o Senhor, cingiu-se
Tomé, chamado D ídim o, Nata- com a túnica, porque estava despi­
nael, que era de Caná da Galiléia, do, e lançou-se ao mar.
os filhos de Zebedeu, e outros dois Mas os outros discípulos vieram
dos seus discípulos. no barquinho, puxando a rede com
Disse-lhes Simão Pedro: os peixes, porque não estavam dis­
- Vou pescar. tantes da terra senão cerca de du­
Responderam-lhe: zentos côvados.
- Nós também vamos contigo. Ora, ao saltarem em terra, vi­
Saíram e entraram no barco. ram ali brasas, um pcrxe posto em
E naquela noite nada apanha­ cima delas c pão.
ram. Mas ao rom per da manhã, Disse-lhes J e s u s :
J e s u s se apresentou na praia. - Trazei alguns dos peixes que
Todavia os discípulos não sabi­ agora apanhastes.
am que era Ele. Entrou Simão Pedro no bar­
Disse-lhes, pois, J e s u s : co c puxou a rede para terra, cheia
- Filhos, tendes algum a co i­ de cento c cinqüenta e três gran­
sa de comer? des peixes.
Responderam-lhe: E, apesar de serem tantos, não
- Não. se rompeu a rede.
Disse-lhes Ele: Disse-lhes J e s u s :
- Lançai a rede à direita do - Vinde, comei.
barco e achareis. N enhum dos discípulos o u ­
sava p erg u n tar-lh e: Q uem és - Senhor, tu sabes todas as coi­
tu? Porque sabiam que era o sas. Tu sabes que te amo.
Senhor. Disse-lhe J e s u s :
Chegou J e s u s , tom ou o pão c - Apascenta as minhas ovelhas.
deu-lho, c sem elhantem ente o Em verdade, em verdade tc digo
peixe. que, quando eras mais moço, te
Foi esta a terceira vez que J e ­ cingias a ti mesmo e andavas por
s u s se manifestou aos seus discí­ onde querias.
pulos, depois de ter ressuscitado Mas, quando fores velho, es­
dos morros. tenderás as mãos e outro te cin-
girá, e te levará para onde tu não
O RESGATE DE PEDRO queres.
Ora, isto Ele disse, significan­
10 Depois de terem comido, J e ­ do com que morte havia Pedro
su s perguntou a Simão Pedro: de glorificar a Deus. E, havendo
- Simão, filho de Jonas, amas- dito isto, ordenou-lhe:
me mais do que estes? - Segue-me.
Respondeu-lhe:
- Sim, Senhor. Tu sabes que E Q U ANTO A JO Â O ?
te amo.
Disse-lhe: ,0 E Pedro, virando-sc, viu que
-Apascenta os meus cordeiros. o seguia aquele discípulo a quem
Tornou a perguntar-lhe: J e s u s amava, o mesmo que na ceia
- Simão, filho de Jonas, amas- se rccostara sobre o peito de J e ­
me? s u s e perguntara: Senhor, quem

Respondeu-lhe: é o que te trai?


- Sim, Senhor. Tu sabes que Ora, vendo Pedro a este, per­
tc amo. guntou a J e s u s :
Disse-lhe: - Senhor, e deste que será?
- Pastoreia as minhas ovelhas. Respondeu-lhe J e s u s :
Perguntou-lhe terceira vez: - Se eu quiser que ele fique
- Simão, filho de Jonas, amas- até que eu venha, que tens tu com
me? isso? Segue-me tu.
Entristeceu-se Pedro por lhe ter Divulgou-se, pois, entre os ir­
p erg u n tad o pela terceira vez: mãos este dito, que aquele discí­
Amas-me? E respondeu-lhe: pulo não havia de morrer.
J esu s, p o re m , n ã o d is s e q u e J e s u s a p r e s e n t a - se v i v o
n ã o m o rr e r ía , m as: Se eu quiser POR QUARENTA DIAS
que ele fiq u e até que eu venha, que
tens tu com isso ? Al E se apresentou vivo, com
Este é o discípulo que dá tes­ muitas e infalíveis provas, apare-
tem unho destas coisas e as escre­ cendo-lhes por espaço de quaren­
veu. E sabemos que o seu teste­ ta dias, e lhes falando das coisas
m unho c verdadeiro. concernentes ao Reino de Deus.

C e r c a d e s e t e d ia s a n t e s d e P e n t e c o s t e s

A G r a n d e M is s ã o

As ÚLTIMAS INSTRUÇÕES DO MC E disse-lhes:


S e n h o r J esus - Ide p o r to d o o M u n d o e
pregai o Evangelho a toda criatu­
Ml P a r t i r a m , p o i s , o s o n z e d i s ­ ra. Q uem crer e for batizado será
c í p u l o s p a r a a G a lilé ia , p a r a o m o n - I salvo. Mas quem não crer será
te o n d e J esu s lh e s d e s ig n a ra . condenado.
100 E foi visto por mais de qui- j E estes sinais seguirão aos que
nhentos irmãos. crerem: em meu N ome expulsa­
Mr Quando o viram, o adoraram. rão os dem ônios; falarão novas
Mas alguns duvidaram. línguas; pegarão em serpentes; e
E J esu s f a lo u - lh e s , d iz e n d o : se beberem alguma coisa m o rtí­
- É-me dado todo o Poder no fera, não lhes fará dano algum; e
Céu e na Terra. Portanto ide, fazei porão as mãos sobre os enfermos
discípulos de todas as Nações, ba­ e os curarão.
tizando-os em Nome do Pai, e do
Filho, c do Espírito Santo; ensinan- Je su s m a n d a a g u a r d a r o
do-os a observar todas as coisas que B a t is m o c o m E s p ír it o S a n t o
eu vos tenho mandado.
LC E n tã o os levou fo ra, até AT E ordenou-lhes que não se
Betânia. E, levantando as mãos, os ausentassem de Jerusalém , mas
abençoou. que esperassem a promessa do Pai:
- A qual de mim ouvistes. Por­ Estando eles com os olhos fi­
que, na verdade, João batizou tos no Céu, enquanto Ele subia,
com água, mas vós sereis eis que junto deles apareceram
batizados com o Espírito Santo, dois varões vestidos de branco, os
dentro de poucos dias. I<: Eis que quais lhes disseram:
sobre vós envio a promessa de - Varões galileus, p o r que
meu Pai. Ficai, porém, na cidade estais olhando para o Céu? Esse
de Jerusalém, até que do Alto J e s u s , que dentre vós foi recebi­
sejais revestidos de Poder. do em cima no Céu, há de vir as­
A queles, pois, que se havi­ sim como para o Céu o vistes ir.
am reunido perguntavam -lhe, MC Ora, o Senhor, depois de
dizendo: lhes ter falado, foi recebido no
- Senhor, é nesse tempo que Céu, e assentou-se à Direita de
restaurarás o reino a Israel!1 Deus.
Respondeu-lhes: 10J e s u s , p o i s , o p e r o u ta m b é m ,
- Não vos compete saber os e m p re s e n ç a d e se u s d is c íp u lo s ,
tempos ou as épocas, que o Pai m u ito s o u t r o s s in a is , q u e n ã o e s ­
reservou à sua própria Autorida­ t ã o e s c r i t o s n e s t e li v r o .
de. Mas recebereis Poder, ao des­ Estes, porém, foram escritos
cer sobre vós o Espírito Santo e para que creiais que J e s u s é o
ser-me-eis testemunhas, tanto em Cristo, o Filho de Deus, e para
Jerusalém, como em toda a Judéia que, crendo, tenhais Vida em Seu
e Samaria, e até os confins da Ter- Nome.
ra. E eis que eu estou convosco !
todos os dias, até a consumação A P E R M A N Ê N C IA NO
dos séculos. C enáculo

A a s c e n s ã o d o S e n h o r J e su s ,x E, adorando-o des, tornaram


com grande júbiloA para Jerusalém,
Al Tendo Ele dito estas coisas, do Monte chamado das Oliveiras,
I.C
acontcccu que, enquanto os que está perto de Jerusalém, à dis­
abençoava, apartou-Se deles e foi tância da jornada de um sábado.
elevado ao Céu. E, .entrando, subiram ao ce­
AI E n q u an to eles olhavam , náculo, onde permaneciam Pedro
uma nuvem O recebeu, ocultan- c João, Tiago c André, Felipe e
d o -0 a seus olhos. Tom é, B artolom eu e M ateus;
T iago, filho de Alfeu, Simão o nim cm cntc em oração, com as
Zclote, e Judas, filho de Tiago. mulheres, e Maria, mãe de J esu s,
Todos estes perseveravam una- c com os irmãos Dele.

S á b a d o , n o v e h o r a s d a m a n h ã , 29 d e m a i o , 27 d.C.

A d e s c id a d o E s p ír it o S a n t o

O B a t is m o c o m E s p ír it o tava confusa, porque cada um os


Sa n t o e c o m Fo g o ! ouvia falar na sua própria língua.
E todos pasmavam e se admi­
At Ao cumprir-se o dia dc Pen- ravam, dizendo uns aos outros:
tccostes, estavam todos reunidos - Pois quê! N ão são galilcús
no mesmo lugar. todos esses que estão falando?
De repente veio do Céu um Como é, pois, que os ouvimos fa­
som, como que de um vento vee­ lar cada um na própria língua em
mente e impetuoso, c encheu toda que nascemos? Nós, partos, me­
a casa onde estavam assentados. dos c clamitas; e os que habita­
E lhes apareceram umas lín ­ mos a M esopotâmia, a Judéia e a
guas como que de fogo, que se Capadócia, o Ponto c a Ásia, a
distribuíam , as quais pousaram Frigia e a Panfília, o Egito e as
sobre cada um deles. partes da Líbia próximas a Cire-
E todos ficaram cheios do Es­ ne, e forasteiros romanos, tanto
pírito Santo e começaram a falar judeus como prosélitos, cretenses
noutras línguas, conforme o Es­ c árabes, todos os temos ouvido
pírito Santo lhes concedia que fa­ em nossas próprias línguas falar
lassem. das grandezas dc Deus.
Habitavam então em Jerusa­ E todos pasmavam c estavam
lém judeus, homens piedosos, dc perplexos, dizendo uns aos o u ­
todas as nações que há debaixo tros:
do Céu. - Q ue quer dizer isto?
O uvindo-se, pois, aquele ru í­ E outros, zom bando, diziam:
do, ajuntou-sc a m ultidão. E es­ - Estão cheios de m osto.
A IMPRESSIONANTE PREGAÇÀO milagres, prodígios e sinais, que
de P edro Deus por Ele fez no meio de vós,
como vós mesmos bem sabeis. A
Al Então Pedro, pondo-se em Este, que foi entregue pelo de­
pé com os onze, levantou a voz e terminado conselho e presciência
disse-lhes: de Deus, vós matastes, crucifican-
-Varões judeus e todos os que do-O pelas mãos de iníquos. Ao
habitais em Jerusalém, seja-vos Qual Deus ressuscitou, rom pen­
isto notório, e escutai as minhas do os grilhões da morte, pois não
palavras. Pois estes homens não era possível que fosse retido por
estão em briagados, com o vós ela. Porque Dele fala Davi: Sem­
pensais, visto que é apenas a ter­ pre via diante de mim o Senhor,
ceira hora do dia. Mas isto c o porque está à minha direita, para
que foi dito pelo profeta Jocl: E que eu não seja abalado; por isso
acontecerá nos últimos dias, diz o se alegrou o meu coração c a m i­
Senhor, que derramarei do meu nha língua exultou; e além disso a
Espírito sobre toda a carne; e os minha carne há de repousar em es­
vossosfilhos e as vossasfilhas profe­ perança; pois não deixarás a m i­
tizarão, os vossos mancebos terão I nha alma no Hades, nem perm iti­
visões, os vossos anciãos terão so­ rás que o teu Santo veja a
nhos; e sobre os meus servos e sobre corrupção; fizeste-me conhecer os
as minhas servas derramarei do caminhos da vida; encher-me-ás de
meu Espírito naqueles dias, e eles alegria na tua presença.
profetizarão. E mostrarei prodígi­ Irmãos, seja-me permitido di­
os em cima no Céu; e sinais em­ zer-vos livremente acerca do patri­
baixo na Terra, sangue, fogo e va­ arca Davi, que ele morreu c foi se­
por de fumaça. 0 sol se converterá pultado, e entre nós está até hoje a
em trevas, e a lua em sangue, a n ­ sua sepultura. Sendo, pois, ele pro­
tes que venha o grande e glorioso feta, e sabendo que Deus lhe havia
Dia Ao Senhor. E acontecerá qúe prometido com juramento que fa­
todo aquele que invocar o Nome ria sentar sobre o seu trono um dos
do Senhor será salvo. seus descendentes, prevendo isto,
Varões israelitas, escutai estas Davi falou da ressurreição de Cris­
palavras: to, que a Sua Alma não foi deixa­
A J e s u s , o nazareno, varão í da no Hades, nem a Sua Carne viu
aprovado por Deus entre vós com a corrupção. Ora, a este J e s u s ,
Deus ressuscitou, do que todos nós - S alvai-vos d e sta g e ra ç ã o
somos testemunhas. De sorte que, perversa.
exaltado pela Destra de Deus, e De sorte que foram batizados
tendo recebido do Pai a Promessa os que de bom grado receberam a
do Espírito Santo, derramou isto sua palavra; e naquele dia agrega-
que vós agora vedes e ouvis. Por­ ram-sc quase três mil almas.
que Davi não subiu aos Céus, mas E perseveravam na doutrina dos
ele próprio declara: Disse o Senhor apóstolos e na com unhão, no par­
ao meu Senhor: Assenta-te à minha tir do pão e nas orações.
direita, até que eu ponha os teus in i­ Em cada alma havia tem or, e
migos por escabelo de Teus pés. muitos prodígios e sinais eram fei­
Saiba pois com certeza toda a tos pelos apóstolos.
Casa de Israel que a Esse Mesmo T odos os que criam estavam
J e s u s , a quem vós crucificastes, unidos e tinham tudo em comum.
Deus O fez Senhor e Cristo! E vendiam suas propriedades e
bens e os repartiam por todos, se­
A PRIMEIRA COLHEITA gundo a necessidade de cada um.
ENTRE AS NAÇÕES E, perseverando unânimes to ­
dos os dias no Templo, e p artin­
Ar E, ouvindo eles isto, com- do o pão cm casa, comiam com
pungiram -se em seu coração, e alegria e singeleza de coração, lou­
perguntaram a Pedro e aos d e ­ vando a D eus, e caindo na graça
mais apóstolos: de todo o povo.
- Que faremos, varões irmãos? E cada dia acrescentava-lhes o
Pedro então lhes disse: Senhor os que iam sendo salvos.
- Arrependei-vos e cada um de
vós seja batizado em Nome de J e ­ A COOPERAÇÃO D O S E N H O R
s u s Cristo, para remissão de vossos

pecados; e recebereis o dom do Es­ MCEles, pois, saindo, pregaram


pírito Santo. Porque a promessa vos por toda parte, cooperando com
pertence a vós, a vossos filhos, e a eles o Senhor, e confirm ando a
todos os que estão longe: a quan­ Palavra com os sinais q u e os
tos o Senhor nosso Deus chamar. acompanhavam.
E com m uitas outras palavras IO H á a i n d a m u i t a s o u t r a s c o i ­
dava teste m u n h o e os exortava, sas q u e J esu s fe z ; as q u a is , se fo s ­
d izen d o : s e m e s c rita s u m a p o r u m a , c re io
que nem ainda no M undo intei- u E estavam continuamente no
ro caberíam os livros que sc es- Templo, louvando c bendizendo a
crevcssem. Deus. Amém!

M in h a s r e f l e x õ e s s o b r e J esu s C r i s t o :
M i n h a s r e f l e x õ e s s o b r e J e su s C r i s t o
M i n h a s r e f l e x õ e s s o b r e J e su s C r i s t o :
A HISTÓRIA
Detalhe por detalhe

Sc você deseja saber mais sobre a mente conhece a Torá, a Lei e os


Vida de Jesus, O Evangelho Reunido Profetas, os costumes bíblicos, os
vai tornar tudo muito claro para significados das festas judaicas que
você. Nele você vai encontrar mais de Jesus participou e o contexto histó­
1.400 notas do autor, escritas com rico da época em que Ele viveu,
rara inspiração por alguém que rcal- morreu e ressuscitou.
A EXPLICAÇÃO
Passagem por passagem

OS QUATRO EVANGELHOS
HEUNIDOS EM UM SÓ

COMPILADO E COMENTADO POR

IUANRIBE PAGLIARIN

O Evangelho Reunido facilita a cimento à sua vida, que somente


compreensão de uma tal forma que seria aprendido com muitos anos de
você vai ficar se perguntando: Como estudos. O Evangelho Reunido foi
nunca perccbi antes este detalhe tão feito para você, que sempre quis
óbvio e verdadeiro? entender a Vida do maior Homem
Este livro vai acrescentar conhe­ de todos os tempos!
R e f e r ê n c ia s B ib l io g r á f ic a s

Q u a tr o t e s t e m u n h a s escrev era m A VOLTA PARA ISRAEL


MT 2:19-20.15.21-23
SOBRE A VIDA DE JESUS:
I - DEUTERONÒMIO 18:15. 2 - MC 7:3.3 - JO 1:27.
4 - JO 1:30-34, S - JO 1:38-39, 6 - MT 9:9. 7 - LC
A in f â n c ia de J esu s
LC 2:40-S2
5:29. 8 - MT 5. 9 - MC 14:14-15. 10 - MC 14:S1-S2,
II - ATOS 1:12-14. 12 - I PEDRO 5:13. 13 -
J o ã o c o m e ç a a B a t iz a r
COLOSSENSES 4:14. 14 - LC 1 LC 3:1-2, JO 1:7-8, LC 3:3. MT 3:2-3, LC 3:5-6. MT
3:4-10, LC 3:10-15. JO 1:19-27A. MT 3:11A, JO 1:27B.
S o b r e a s d a ta s a q u i a p r e s e n t a d a s MT 3:llB-2. LC 3:18. JO 1:28
1 - A HISTÓRIA DOS HEBREUS. FlIvio Josefo,
CPA D.2004, 2 - MT 2:16. 3 -M T 2:2. O BATISMO DE JESUS
4-LC 3:23. 5 - LV 23:5-6 MT 3:13-16A, LC 3:21B. MT 3:16B, LC 3:22. MT 3:17

Z a c a r ia s e I sa b el: f u t u r o s p a is d e ... O TESTEM UNH O DE JOÃO


LC 1:5-25 JO 1:32-33.1:16-18. 31, 30. 34.29

O a n ú n c io d o n a s c im e n t o d o F i l h o ... A TENTAÇÃO DE C R IST O


LC 1:26-38 MT 4:1-8. LC 4:6. MT 4:9-10 LC 4:13. MT4:11B

M a r ia vai v is it a r I sa bel A PRIMEIRA PREGAÇÃO E OS PRIM EIROS...


LC 1:39-56 MT 4:17, JO 1:3S-51

J o sé p l a n e j a d e ix a r M a r ia O PRIM EIRO MILAGRE DE JESUS


MT 1:18-25 JO 2:1-11

O NASCIM ENTO DE JOÃO BATISTA E CUM PRIU-SE A MAIS BELA ESCRITURA...


LC 4:15-30
LC 1:57-80

T r is t e r e je iç ã o
O NASCIM ENTO DE JESUS C R IS T O
JO 1:10-11
LC 2:1-6. JO 1:9. LC 2:7. JO 1:14

F e l iz c o m p e n s a ç ã o
Lo u v o r no C éu e n a T erra
JO 1:12-13
LC 2:8-20

O EN D EM O N IN H A D O DE CAFARNAUM
Os m a g o s pro cu ra m pelo R ei d o s ...
MC 1:21-26A. LC 4:35A. MC 1:26B. LC 4:35B-36. MC
MT 2:1-12 1:27-28. LC 4:27B

O B ebê J e su s é a presen ta d o n o ... A CURA DA SOGRA DE PED R O E...


I.C 2:21-38 MC 1:29, MT 8:14, LC 4:38. MC 1:30B. LC 4:38B.
MC 1:31. LC 4:39A. MT 8:15. LC 4:39B. MC 1:3115.
A fu g a pa r a o Eg it o e a m a t a n ç a d o s ... LC 4:39B. MC 1:32-33. MT 8:16B. LC 4:40, MT 8:17.
MT 2:13-14. 16-18 LC 4:41. MC 1:34. LC 4:41B. MC 1:35. LC 4:42B-43

A r e je iç ã o d a V id a A PRIMEIRA PESCA MARAVILHOSA


IO 1:4-5 LC 5:1. MT 4:18. LC 5:2, MT 4:18B, LC 5:2B. MT 4:21,
LC 5:3-11. MC 1:20, MT 4:23-2S POUCOS CEIFEIROS
MC 3:7-12, MT 9:35-38
A PRIMEIRA PURIFICAÇÃO DO T E M P L O
JO 2:13-25 J e su s o f ic ia l iz a o s D o z e D is c íp u l o s
LC 6:12-13, MC 3:14-15, MT 10:1B. MC3:I6-18A. MT
O Novo N a s c im e n t o 10:3. LC 6:16A. MT 10:4. LC 6:1511
IO 3:1-21
A s D IR E T R IZ E S D A M lS S À O
mudança d e f in it iv a para C a fa rn a u m MT 10:5-9, LC 10:4, MT 10:10, LC 10:4B. MT 10:11.
MT 4:13-16 LC 10:5-9, MT 10:14. LC 10.10B-U. MT 10:15, LC
10:16. MT 10:16-18. LC 12:11-12, MT 10:20-23, LC
A CURA D O FILHO D O OFICIAL D O REI 12:51-53, MT 10:36-42
JO 4:45-54
O S DISCÍPULOS EXPERIMENTAM O PO D ER ...
J o ã o TESTIFICA MAIS UMA VEZ LC 9:6, MC 6:12-13. LC 910A. M C 6:30-32, LC 9:10B.
JO 3:22-36 MC 6:33, LC 6:17-19

A p r is ã o d e J o ã o B a t is t a O S erm ão da M o n ta n h a
LC 3:19-20 MT 5:1, LC 6:20A. MT 5:2, LC 6:20B-21, MT 5:3-11.
LC 6:22, MT 5:12
A M ULHER SAMARITANA
JO 4:1-44 Os A is !
LC 6:24-26
H erodes A n t ip a s : a RAPOSA
LC 13:31-33 O Sal d a T erra
MC 9:49-50, MT 5:13A LC 14:34. MT 5:13B. LC 14:35,
O PARALÍTICO DE CAFARNAUM MT 5:13B. M C 9:50B. LC 14:35B
MC 2:1-2, LC 5:17-18, MC 2:4, LC 5:19, M C 2:5, LC
5:21. MC 2:7-8, MT 9:4-6, LC 5:25, MT 9:8. M C 2:12, A luz d o M u n d o
LC 5:26 MT 5:14, LC 8:16A, MT 5:15A. LC 8:16B. MT 5:15B-
16. MC 4:22, LC 8:17B. MC 4:23
J esu s d o m in a a t e m pe s t a d e
MC 4:35-36, LC 8:23. MC 4:37, LC 8:23 B. MC 4:38. J e s u s v e i o c u m p r i r a L ei
MT 8:25, LC 8:24B, MT 8:25B, MC 4:38B-39, MT MT 5:17-18. LC 17:17, MT 5:19-20
8:26, LC 8:24, MC 4:39, LC 8:25. MC 4:40. MT 8:27A.
MC 4:41 A J u s t iç a do R e in o
MT 5:21-22
O GADARENO POSSESSO
MC 5:1. LC 8:26B-27. MC 5:3-4, LC 8:29B. MT 8:28B. P ara o ferta r
MC S:5-6, LC 8:28, MC S:7, LC 8:29A. M C 5:9-10, MT 5:23-25A. LC 12:58A. MT 5:2SB. LC 12:S8B. MT
LC 8:31. MC 5:11. MT 8:31-32. MC 5:13-15. LC 8:35, 5:25C. LC I2:S8C. MT 5:26
MC 5:16. MT 8:34. LC 8:37B. MC 5:18-20
S o b r e o a d u l t é r io
O C H A M A D O DE M a TEUS MT 5:27-29. MC 9:47B-48. MT 5:30A. MC 9:43B-
LC 8:40. MT 9:9, LC 5:27, MT 9:9B. MC 2:14 B. LC 45A. MT 18:8B. MC 9:46. MT 5:30B
S:28-29. MC 2:15-16. MT 9:12-13
S obre o d iv ó r c io
O PARALÍTICO N O TANQIJE DE BETESDA MT 5:31-32
JO S:l-47
So b r e ju r a m e n t o s
D is p u t a s o b r e o je ju m MT 5:33-37
MT 9:14. LC 5:33-35
A NÃO-RESISTÊNCIA
Novo com novo MT 5:38-40. LC 6:29-30, MT 5:41
LC 5:36-38A, MT 9:1711. LC 5:39
A m a r o s in im ig o s
J esu s c u r a d o is c e g o s d e u m a v ez MT S:43-44A. LC 6:27-28A MT 5:44 B. LC 6:28B.
MT 9:27-31 MT 5:45-46, LC 6:32 B. MT S:47, LC 6:33-36

U ma m udez dos in f e r n o s ! S o b r e ju l g a r e c o n d e n a r
MT 9:32-34, MC 3:6 LC 6:37, MT 7:2-3, LC 6:41 B-42
A Parábola dos D o is C egos A P arábola dos D o is D evedores
LC 6:39-40 LC 7:40-50

A LÂMPADA D O C O R PO O SUSTENTO D O M IN IS T É R IO DE JESUS


MT 6:22, LC 1I:34B, MT 6:23. LC 11:35 36 LC 8:1-3

C o m o je ju a r AS C O N D IÇ Õ E SDA M lS S Á O
MT 6:16-18 LC 9:57A, MT 8:19-20, LC 9:59-62

J e s u s n o m e i a m a i s S e t e n t a ...
S o b r e as b o a s o b r a s
LC 10:1-20, MT 11:27
MT 6:1-4, MT 5:42. LC 6:38. AT 20:35B, MT 5:48

O m a is d o c e C o n v it e
Sobre o s T eso u ro s
MT 11:28-30
MT 6:19-20, LC 12:33-34

J esu s o r a a o P ai
Sobre a q u em S e r v ir
LC 10:21, MT 11:1
MT 6:24
O S e n h o r d o D esc a n so
S o b r e as I n q u ie t a ç õ e s MT 12:1, LC 6:1-3, M C 2:26. MT 12:S-7. MC 2:27-28
MT 6:25-26, LC 12:24A MT 6:26B-27. LC 12:26, MT
6:28-34A, LC 12:29B. MT 6:34B. LC 12:32 O H O M EM DA MÀO ATROFIADA
MT 12:9, LC 6:6F-9, MT 12:11-12, MC 3:4F-5. LC 6:11,
“N âo a l i m e n t e o s b ic h o s " MT 12:15-21
MT 7:6
J esu s e n s in a a orar
P e d ir , b u s c a r , a c h a r LC 11:1, MT 6:5-15
MT 7:7, LC 11:1012. MT 7:11. LC 11:13B
A P arábola do A m ig o Im portunador
A L ei e os P ro feta s LC 11:5-8
MT 7:12
J esu s c r it ic a a h ip o c r is ia
As duas P ortas e o s d o is C a m in h o s LC 11:37-54
MT 7:13-14
A PRÓPRIA FAMÍLIA ACHA QJJE ELE...
C o m o c o n h e c e r o s fa lso s pr o feta s MC 3:20-21
MT 7:15-17. LC 6:43-4S. MT 7:19-20
O S ESCR1BAS E FARISEUS DIFAMAM JESUS
MT 12:22-24. MC 3:22. MT 12:25A. MC 3:23A. LC
C rer e obed ecer
11:17. MT 12:2513. MC 3:23B. MT 12:26A. LC ll:18A.
LC 6:46, MT 7:21-23
j MC .3:26
C a sa s s o b r e a R o c h a e s o b r e a a r e ia
MT 7:24. LC 6:48, MT 7:25-26. LC :49B. MT 7:27, LC
A P a r á b o l a d o M a is V a l e n t e
LC 11:21-22, M C 3:27. MT 12:30, LC 11:18B-19,
6:49B. MT 7:28-29
í MT 12:28

O LEPROSO P U R IFICA D O
O PECADO QIJE N U N CA SERÁ PERD OADO
MT 8:1-2A. LC 5:12, MC 1:41-44, MT 8:4B. MC 1:45 MC 3:28. MT 12:31 B-32A, MC 3:29A. MT 12:32B,
MC 3:29 B
O C EN TU R IÀ O DE GRAND E FÉ
MT 8:5A. LC 7:2-6, MT 8:5B-8. LC 7:6-9, MT 8:11-13. O S FRUTOS REVELAM A ÁRVORE
LC 7:10 MT 12:33-37

A RESSURREIÇÃO D O FILHO DA VIÚVA D E... O S in a l d e J o n a s


LC 7:11-18 MT 12:38-40. LC 11:30

JO Ã O M AND A M ENSAGEIROS A JESUS T e stem u n h a s d o P a ssa d o


MT 11:2A, LC 7:19. MT 11:2113, LC 7:20-28. MT 11:12- MT 12:4 IA. LC 11:32B. MT 12-.42A. LC 11:31B
15. LC 7:29-32A, MT ll:16B. LC 7:33-35
C o m o a g e m o s e s p ír it o s im u n d o s
ü F a r is e u e a P r o s t it u t a MT 12:43A. LC U:24A, MT I2:44B . LC 1I:26A,
LC 7:36-39 MT I2:45B
A BEM -AVENTURANÇA DE O U V IR E FAZER A M U LH E R C O M FLUXO DE SANGUE
LC 11:27-28 MT 9:20A. LC 8:43B. MC S:26B-27A. LC 8:44A. MC
5:28. LC 8:44B. M C 5:28. LC 8:44B, MC 5:29B-30,
A FAMÍLIA DE JESUS LC 8:45-46. M C 5:32-33A, LC 8.47B-48
MT 12:46, LC 8:19. MT 12:47-48. M C 3:34A. MT
I2:49A. LC 8:21. MT 12:50 M o r t e e r e s s u r r e i ç ã o d a f i l h a d e ...
LC 8:49-50. MT 9:23. M C 5:38B. MT 9:24. LC 8:53,
O FERM EN TO DOS FARISEUS M C 5:40A, LC 8:51B. MC 5:40B-41, LC 8:5SA, MC
LC 12:1. MT 10:24-27. LC 12:4. MT 10:28A. LC 12:5A. 5:42, LC 8:56. MC 5:43B. MT 9:26
MT 10:28B, LC 12:SB, MT 10:29A, LC 12:6. MT
IO:29B-32. LC 12:8B. MT 10:33. 1.C 12:9B J esu s é c r it ic a d o p o r r e c e b e r ...
LC 15:1-2
A P arábola d o S em ea d o r
MT I3:I-2A, LC 8:4B. M C 4:1 B, MT 13:2F, M C 4:2- A P a r á b o l a d a O v e l h a P e r d id a
4A. LC 8:5 B. M C 4:4B, MT 13:S-6A. LC 8:6B, MC LC 1S:3-4A. MT I8:12B-13A, LC 15:5B-6. MT 18:13B,
4:6B. LC 8:7. MC 4:7B-9 LC 15:7. MT 18:14

A P arábola do T r ig o e do Jo io A P arábola da D racm a P e r d id a

MT 13:24-30 LC 15:8-10

A Parábola d o F erm en to A Parábola dos D o is F i l h o s ...

LC 13:20-21. MT 13:33B LC 15:11-32

A P arábola do T eso u ro Esc o n d id o A P arábola do M ordom o Sa g a z


MT 13:44 LC 16:1-16

A M ORTE D O R IC O E D O M E N D IG O
A P arábola da P érola de G r a n d e ...
LC 16:19-31
MT 13:45-46

A P arábola da Sem ente


A P arábola da V iú v a I n s is t e n t e
LC 18:1-8
M C 4:26-29

A P arábola d o G rão de M o sta r d a


A P arábola do F a r is e u e d o ...
LC 18:9-14
M C 4:30-31A. MT 13:31B. LC 13:19A, MT 13:32A.
M C 4:31B-32
J esu s vai o u t r a v e z a N a za r é
MT 13:53, MC 6:1B-2A. MT 13:54B-57A. MC 6:4. MT
O M A IO R PRIVILÉG IO D O M U N D O
13:58. M C 6:5B-6
LC 8:9A . MT 13:10B. M C 4:11. MT 13:12-17A.
LC 10:24 B
O D IV Ó R C IO NA ERA DE M O IS É S
MT 19:1B-2A, MC 10:1B, MT 19:3, M C 10:3-9, MT
J e s u s e x p l i c a a P a r á b o l a d o ... 19:9. MC 10:10, MT 19:10-12
MC 4:10. LC 8:9B, M C 4:13-14, LC 8:11B. MC 4:15,
LC 8:12B, MC 4:16-17A, LC 8:13B, MT 13:21A, M C C r ia n ç a s d e D e u s
4:17B. LC 8:13B. MC 4:18-19. LC 8:14B-15A, M C MT 19:13A, LC 18:15 B. M C 10:14-16. MT 19:15
4:20A. LC 8:15B. MT 13:23B
O QUE FAZER DE BOM PARA C O N S E G U IR ...
E n ig m a s d a A n t ig ü id a d e MC 10:17A, MT Í9:16A, LC !8:18A, MC 10:I7B, MT
MT 13:34-35 19:16B, MC 10:18. MT 19:17B-18. MC 10:19B. MT 19:19B,
MC 10:20-21A MT 19:21A. MC 10:21 B. MT 19:22A. MC
J e s u s e x p l ic a a P arábola do Jo io 10:22B, LC 18:23B, MT 19:22B, MC 10:23-27
MT 13:36-43
A R e c o m p e n s a d e q u e m d e i x a t u d o ...
A P arábola da R ede MT 19:27, 1.C 18:29A, M C 10:29-30. MT 19:28,
MT 13:47-51 M C 10:31

T e s o u r o o i m c o is a s novas e velhas A P arábola dos D e r r a d e ir o s


MT M C 4:33-34 MT 20.T-16

Ja ir o s u p l ic a p o r su a f il h a O M EDO DE H é RODES
M C 2:13, LC 8:41-42A. M C 5:23-24 MT 14:1A, M C 6:14A. MT 14:2. MC 6:15-16. LC 9:9B,
A MORTE DL |OÀO BATISTA 9:3B, MT 17:3A. LC 9:31-33. MC 9:6, MT 17:5-9. MC
MC 6:17-25, MT 14:9A, MC 6:2615-29. MT 14:12B 9:10. LC 9:36A. MT 17:10. MC 9:!2A. MT 17:12-13

A PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES... O JOVEM POSSESSO


MT 14:13A. LC 9:10B. JO 6:1B. MC 6:33-34, MT 1.C 9:37A. MC 9:14-16. LC 9:38A. MT 17:14B. LC
14:14B. LC 9:11B. ) 0 6:2-7. LC 9:12A. MC 6:3SB. LC 9:38B. MT 17:15A. MC 9:17B-18. LC 9:39B-40. MC
9:12B. MT 14:151316, MC 6:37B-38. JO 6:8-9. LC 9:19-27. LC 9:42, MT 17:18B. LC 9:43
9:13B. MT 14:18. LC 9:14B-15. JO 6:1015. MC 6:39B-
40B. JO 6:11A, MT 14:I9A. JO 6:11A, MT 14:19B. JO F é, o r a ç ã o e je ju m
6:11 B, MC 6:41 B. JO 6:11B-13. MT 14:21 MT 17:19-20A, LC 17:S-6A, MT 17:20B. LC 17:6B, MT
17:21 A. MC 9:29B
J e su s a n d a s o b r e as á g u a s
JO 6:14-I5A. MC 6:45A. MT 14:22B. JO 6:I6B-17A. J e s u s m a i s u m a v e z p r e d i z a S u a ...
MT 14:23. JO 6:18. MT 14:24. MC 6:47B-48A. JO MC 9:30-31A. LC 9:44, MC 9:31. MT 17:23B, LC 9:45
6:19A. MC 6:48B, MT 14:26, MC 6:50. MT 14:28-32.
JO 6:21 A. MC 6:51 B. MT 14:33, JO 6:21 B Q u e m é o m a io r ?
LC 9:46. MC 9:33-34. LC 9:47A, MC 9:35-36. MT
O Pão daV id a 18:3-4. LC 9:48B, MT 18:5, LC 9:48B, MC 9:42, MT
MT 14:34A. MC 6:53B, MT 14:3SA. MC 6:55B-56A, 18:10, MT 18:7
MT 14.36A, MC 6:56B, JO 6:22-58
Q uem n ã o é c o n t r a n ó s é po r n ó s
M u it o s abandonam J e su s MC 9:38, LC 9:48B, MC 9:39, LC 9:50B, MC 9:41
JO 6:S9-71
C o m o a g ir c o m o s fa l t o so s
T r a d iç ã o v e r s u s a P a lavra LC 17:3A. MT 18:1SB, LC 17:3B, MT 18:16-18
MT 15:1. MC 7:2-5, MT 15:3-4, MC 7:11-13. MC 7:8-
9. MT 15:7-9 O PODER DA CONCORDÂNCIA E DA UNIÃO
MT 18:19-20
O q u e c o n t a m in a o S er
MC 7:14-16. MT 15:12-14. MC 7:17A, MT 15:15-17, MC ! Q ua nta s v ezes d ev em o s per d o a r ?
7:19. MT 15:11,18B. MC 7:2122. MT 15:19B. MC 7:23. I MT 18:21-22. LC 17:4
MT 15:20B
A P arábola do C r e d o r s e m ...
A M ULHER CANANÉ1A MT 18:23-35
MT 15:21-24. MC 7:26, MT 15:25A, MC 7:25B, MT
15:253. MC 7:27. MT 15:27-28A, MC 7:29B, MT S er v o s in ú t e is
15:28B. MC 7:30 LC 17:7-10. JO 7:1

O HOM EM SURDO E DE LÍNGUA PRESA J esu s e o im p o s t o


MC 7:31-37. MT 15:29-31 MT 17:24-27

A SEGUNDA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES... H ora e T em po cer to s


MC 8:1A, MT 15:32A. MC 8:3, MT 15:33, MC 8:5-7, JO 7:2-9
MT 15:37-39A. MC 8:10A. MT 15:39B, MC 8:10B
J esu s vai à fe st a em s e c r e t o
OS FARISEUS INSISTEM QUE QUEREM UM ... JO 7:10-36
MT 16:1A, MC 8:11B-12A. MT 16:215-3, I.C 12:54-56.
MT 16:4. MC 8:13-15, MT 16:6B-8A. MC 8:17B-21, Rios de Á gua V iv a
MT 16:11-12 JO 7:37-44

O CEGO DE BETSAIDA N u n c a n in g u é m f a l o u a s s im
MC 8:22-26 JO 7:4S-S3

Q u e m d i z e m q u e EU SOU? A m ulher a p a n h a d a em a d u l t é r io
MC 8:27. MT 16:14A, LC 9:19B-20, MT 16:16-21A. ! JO 8:1-11
MC 8:31B-32A. MT 16:22-24A. MT 16:24A, MC i
8:34B. LC 9:23B. MC 8:35, MT 16:26A, MC 8:37-38A. A Luz do M undo
LC 9:26 B. MT 16:27 JO 8:12-30

A TRANSFIGURAÇÃO C o m o ser um d is c íp u l o v e r d a d e ir o
MC 9:1A. MT 16:28.17:1, LC 9:28B-29A. MT 17:2, MC JO 8:31-59
A CURA DE UM C EG O DE NASCENÇA O u t r a v e z J e s u s p r e d i z a s u a ...
(O 9:1-41 MC 10:32-33A. MT 20:18-19. LC 18:34

A P arábola do B o m Pa sto r O P E D ID O DE UMA MÃE


JO 10:1-6 M T20:20A MC 1035A.M T20:20B-22A MC I0:38B-
39. MT 20:23B, M C 10:41, MT 20:2SA MC I0:42B.
A P o r t a d a Sa lva ç ào MT 20:2SB, M C 10:43A-45
IO 10:7-10. LC 13:23-30
A CURA D O C E G O BART1MEU
O Bo m P a sto r LC 18:35A. MC 10:46B. LC 18:36-39. M C 10:49-S0.
JO 10:11-16 LC 18:40-43

" N in g u é m t ir a a m i n h a v id a " Z a q u e u , O PUBLICANO


JO 10:17-21 LC 19:1-10

O H om enageado vai à F esta


A Parábola das D ez M in a s
LC 19.11-27
JO 10:22-42

O s D O IS C EG O S DE JE R IC Ó
J esu s n à o se e n v o l v e e m d i s p u t a s ...
MT 20:29-34
LC 12:13-15

E x p e c t a t iv a em J eru sa lém
A P arábola do Lo uco tor T eso u ro s
JO 11:55-57
LC 12:16-21

A M e l h o r E sc o lh a
A D O E N Ç A DE LÁZARO
LC 10:38-42
JO 11:1-6
A U n ç à o e m B e t â n ia
Fo g o na T erra
JO 12:1-2A. M C 14:3A. JO 12:2B-3A MC 14:3B. JO
LC 12:49-50 12:3B, M C 14:3B. JO 123B-6, MT 26:8. M C 14:5B.
MT 26:10, JO 12:7B. MT 26:11. MC 14:7B, MT 26:12.
Os GALILEUS M ORTOS E A Q U ED A DA ... MC 14:9, JO 12:9-11
LC 13:1-5
O H O M EM H ID R Ó P IC O
A P arábola da F ig u e ir a I n f r u t íf e r a LC 14:1-6
LC 13:6-9
A Parábola do Ú l t im o Lugar
A M U LH E R ENCURVADA LC 14:7-11
LC 13:10-17
A QUEM C O N V ID A R ?
A m orte de Lá z a r o LC 14:12-14
JO 11:7-40
A P a r á b o l a d a G r a n d e C e ia
A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO LC 14:15-16A. MT 22:2, LC 14:16B-I7A. MT 22:3A.
JO 11:41-45 LC 14:17B-21, M T 22:4-8. LC 14:21B. M T22:9-10. LC
14:22-23. MT 22:I0B-14. LC 14:24
O C O M PL Ú FINAL
J e su s, a c im a de tu d o
JO 11:46-54
LC 14:25-27

Os SAMARITANOS NEGAM POUSADA PARA...


A Parábola da T orre
LC 9:51-56
LC 14:28-30

"O QIJE FAREI PARA HERDAR A V lD A ...


A Parábola do R ei q u e po n d er a
LC 10:25-28 LC 14:31-33

A Parábola do B o m S a m a r it a n o M u l t id õ e s e u f ó r ic a s
LC 10:29-37 JO 12:12-13. MT 21:1-2A. MC 11:2A. MT 21:2B, MC
!I:2B-4.M T21:7A.M C 11:413. LC 19:33-34. MC 1L6B-
Fé p a r a ser c u r a d o e sa lv o ! 7A. JO 12:I4B. LC 19:36A. MC 11:8A, MT 21:8B, LC
LC 17:11-19 19:37-40. MC 11:9-10. M T21:4-5A, JO 12:15B-16
J esu s c h o r a so b re J eru sa lém A OFERTA DA VIÚVA POBRE
LC 19:41-44 MC 12:41-43. LC 21:4

A C i d a d e sf. a g it a O S CLAM OR DOS GREGOS


MT 21:10-11. IO 12:17-19 IO 12:20-26

A SEGUNDA PURIFICAÇÃO D O TEM PLO J esu s n ã o e s c o n d e a a f l iç ã o !


MT 21:12. MC 11:16-18R. MT 21:14-16, LC 19:47B- JO 12:27-36
48. MT 21:17A. MC 1!:I1B. MT 21:17B
J e su s p r o f e t iz a a d e s t r u iç ã o do ...
A FIGUEIRA SEM FRUTOS
MT 24:1, LC 21:5B. MC 13:1B, MT 24:2
MC 11:12. MT 21:19A. MC 11:13B-14

O BATISMO NAS ÁGUAS: D O CÉU O U ... As PROFECIAS DO FlM


MT 21:23A. LC 20:lB-2. M C 11:29-30A. MT 21:25A, MT24:3A. MC 13:3. MT 24:3B. MC 13:4 B. MT 24:4A,
MC 11:30B. LC 20:5-6. MT 21:27 MC 13:9A. LC 21:12A. MC 13:9B. LC 2L12B-13.
MC 13:1011. LC 21:14-15
A Parábola dos D o is F il h o s
MT 21:28-32 A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM
LC21:20.21B-23A, M T24:ISA. MC 13:14B, MT24:16,
A P a rá bo la da V in h a A r r e n d a d a LC 1731-32. MT 24:19-20. LC 2L23B-24, MT 24:9.
MT 21:33A. MC 12:1B. LC 20:9B. MC 12:2-4A. LC LC 21:16A 18-19
20:11B, M C 12:5. MT 21:36, LC 20:13A. MC 12:6A.
MT 21:37-38A. MC 12:7B. MT 21:39-41. 43. LC O P r in c íp io das D o res
20:16B17. MC 12:11, MT 21:44-45. MC 12:12B MT 24:6-7, LC 21:11B. 25B. MT 24:8,10. MC 13:I2B.
MT 24:11-13. MC 13:23, MT 24:5. 23-26. LC 21:8B.
A C il a d a d o t r ib u t o MT 24:27. LC 21:28. MT 24:14
LC 20:19A. M C 12.13A. LC 20:20B. MC 12:14A,
MT 22:16-17, MC 12:14B. MT 22:18-22A . LC
O A rrebatam ento
20 :2 6 B, MT 22:22R
MT 24:31, LC 17:34, MT 24:40-41. LC 17:37

Os SADUCEUS E A RESSURREIÇÃO
MT 22:23. MC 12:19-22. MT 22:28-29. LC 20:34B-
A P a r á b o l a d a F ig u e ir a B r o t a n d o
LC 21:29A, MT 24:32A. LC 21:30B. MT 24:33. MC
37A. MC 12:26B-27. LC 20:38B. MT 22:33, LC 20:39-
40. MC 11:19. LC 21:37-38 13:30. LC 21:33

A SENTENÇA DAS CIDADES INCRÉDULAS Q uando?


MT 11:20-21 B. LC 10:13B. MT 11:22. LC 10:15. MC 13:32. MT 24:37-39. LC 17:28-30
MT ll:23B-24
A P a r á b o l a d o La d r ã o
Os m a io r e s M a n d a m e n t o s . MT 24:42. LC 12:39. MT 24:44
MT 22:34-36. MC 12:29-31. MT 22:40. MC 12:32-34A
A Parábola do D ono da C a s a e d o s ...
C a d ê o R e in o de D eu s? LC 12:41-42A. MC 13:33-37
LC 17:20-21. MC 12:34B
A P a r á b o l a d o M o r d o m o F ie l e ...
D e q u e m o M e s s ia s f. F i l h o ? MT 24:45A. LC 12:42B. MT 24:45B. LC 12:43-45. MT
MT 22:4!-43A. LC 20:42B-44. MT 22:46. MC 12:37B 24:49. LC 12:46. MT 24:S1B. 1.C 12:47-48

R epreen são p ú b l i c a a o s e s c r i b a s e ...


A S u rpresa daquele D ia
MT 23:1-12
LC 21:34-36

A FIGUEIRA SECA
B e m -a v e n t u r a d o s o s s e r v o s ...
MC 11:20-21. MT 21:20. MC U:22A. MT 21:21 B.
LC 12:35-38
MC l1:22B-26

A P arábola das D ez V ir g e n s
A SENTENÇA C ONTRA OS ESCRIBAS E O S ...
MT 23:13-36 MT 25:1-14

O La m e n t o s o b r e J e r u s a l é m A Parábola dos T a l e n t o s ...

MT 23:37. LC 13:35 ; MT 25:14-30


A G r a n d e T r ib u l a ç á o J esu s p r o m e t e v o l t a r
MT 24:21. MC 13:20. MT 24:29A. MC 13:25. LC 21:26. JO I4:28-31A, MT 26:30A. JO 14:31B. LC 22:39A.
MT 24:30 JO 18:1 B

O Juízo F in a l A V id e ir a V e r d a d e ir a
MT 25:31-46 JO 15:1-12

J e s u s d e c l a r a q u e v a i s e r e n t r e g u e à ... O Amor M a io r
LC 22:1A. MT 26:1. MT 26:1-3. LC 22:2A. MT 26:4B, JO 15:13-15
LC 22:2 B. MT 26:5
E s c o l h id o s para d a r f r u t o s
O p r e ç o d a V id a JO 15:16
MT 26:14A. LC 22:4. MT 26:15A. M C !4:11A. MT
26:15B. LC 22:6 Ó d io se m ca u sa
JO 15:18-25
Po r que eles n à o c r e r a m ?
JO 12:37-43 O E s p ír it o da V erdade
JO 15:26-27
C r e r N e le é c r e r em D eus
(O 12:44-50 M atando em N ome de D eus
JO 16:1-6
O H O M EM C O M O CÂNTARO DE ÁGUA
MT 26:17A. LC 22:7B. MC 14:13A, LÇ 22:8-9A. MC
S e E le p o r , o Parakletos v ir á
14:12B, MT 26:18A, MC 14:13B-14A. MT 26:18B. LC
JO 16:7-15
22:11-12A. MC 14:15-16

Um po u co e o u tr a vez um po u co
A Ú l t im a P á s c o a
JO 16:16-22
JO 13:1, MC 14:17A. MT 26:20B. LC 22:14B-15

T u d o em S eu N ome
J e s u s la va o s p é s d o s D i s c í p u l o s
JO 16:23-33
LC 22:24. JO 13:2-12A. LC 22:25-26, JO 13:12B-15.
LC 22:27. JO 13:16-17. 20. LC 22:28-30. JO 13:18-19.
2ÍA, LC 22:21. JO 13:22. MT 26:21B. M C 14:19. MT A oração de J esu s
26:23-24, LC 22:23. MT 26:25 JO 17:1-26

O T R A ID O R É REVELADO N a p r e n s a d e a z e it e
JO 13:23-30 MT 26:36-37A. M C 14:33A. MT 26:37B-39A. LC
22:41 B. MT 26:39A. MC 14:35B-36. MT 26:40A. MC
A P r i m e i r a S a n t a C e ia 14:37B. MT 26:40B-42A. LC 22:42. MC 14:40A, LC
JO 13:31-32. MT 26:6A. LC 22:I9A. MT 26:26B, 22:46A, M C 14:40B. LC22:46B. MT 26:44. LC 22:43-
LC 22:19-20. MT 26:27-28. I C O 11:25. MC 14:25A. 4 4 A. MT 26:42. LC 22:44B
MT 26:29B
Ao encontro d o t r a id o r
O Novo M andam ento LC 22:45. MT 26:4SB-46. JO 18:2-3. MC 14:43B. LC
JO 13:33-35 22:47B

P e d r o d e s d e n h a d o a v is o O BEIJO DA TRAIÇÃO
JO 13:36-37A. MT 26:31-33. LC 22:31-33. JO 13:37B- M C 14:44-45A . LC 22:478. MT 26:49B -S0. MC
38A. M C 14:30B. LC 22:34B. MC 14:31A. MT 26:35B 14:45B. LC 22:48

A S DUAS ESPADAS
O S GUARDAS CAEM PO R TERRA
LC 22:35-38
JO 18:4-5A-9

M oradas na C a sa d o P ai
JO 14:1-5
A reação de P ed ro
LC 22:49, JO 18:10. LC 22:51. JO 18:11A. MT 26:52-
O C a m in h o 54. JO 18:11 B. MT 26:55. LC 22:53B. JO 18:12. MT
JO 14:6-14 26:56. M C 14:51-52

O E s p ír it o Sa n t o J e su s d ia n t e d e A n ã s
JO 14:15-27 í MT 26:57A. JO I8:13-15A. LC 22:54B. JO 18:1SB16
P e d r o n e g a a J esu s p e ia p r im e ir a v e z 2333-34A. MC 15:2S. LC2333B, JO 19:18B. MC 15:28.
JO 18:17-18. MT 26:58B JO 19:19A, MT 27.37A. MC 1S:26A. JO 19:19B-22

O IN ÍC IO D O IN TERROG ATÓRIO E DA... O SORTEIO DA TÚ N IC A


JO 18:19-23 JO 19:23-24A. MT 27:3S. JO 19:24 B. MT 27:36

A CIRANDA DO PED R O CÃES O RODEIAM


JO 18:25A. MC 14:66-67. MT 26:70, M C 14:68. LC 23:35A MT 2739-41A MC 1S31B-32A. MT 27:43,
LC 22:59A. JO 18:26. MC 14:69, MT 26:73, LC 2339
MC 14:70B, MT 26:74A, MC 14:72A, LC 22:61A,
MC 14:72B. MT 26.75B A PRIMEIRA SALVAÇÃO NA C R U Z
LC 23:40-43
Na casa d e C ai fã s
JO 18:24A MT 26:S7B, MC 14:55A. MT 26:S9B-60A, O c u id a d o com M a r ia
MC 14:56. LC 22:65. MC 14:57-60. MT 26:60-61, JO 19:25-27
. MC 14:56B. MT 26:62-63A. LC 22:67-70. MT 26:63B.
MC 14:62-63A MT 26:6SA. LC 22-.71B. MT 26:66A. O M e s s ia s s o f r e d o r
MC 14:64B, M T26:66B. MC 14.6SA. M T26:67B-68,
MC 15:33A. LC 23:44B-45A. MT27:46A-47,49-SOA,
MC 14:65B
MC 15:34

A DECISÃO DE ENTREGÁ-LO
A PENÚLTIMA PROFECIA
MT 27:1A. MC 15:1-2A MT 27:2
JO 19:28-29A, LC 23:36-37. JO 19:29B-30A

O s u ic íd io d e J u d a s
C U M PR E-SE A ÚLTIMA PROFECIA
MT 27:3-5. ATOS L18B-19A MT 27:6-10
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