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EM PORTUGUÊS
Mais ou menos 250 anos antes de Cristo foi feita uma tradução para o idioma grego
baseada em algumas destas versões antigas, tradução esta conhecida, hoje, como
"Septuaginta" (LXX), a qual viria a ser o texto do Velho Testamento que os
primeiros cristãos utilizavam mais frequentemente. Mais tarde, entre o sétimo e o
décimo século depois de Cristo, surgiu uma versão definitiva do texto hebraico a
partir das versões disponíveis circulantes, chamada de "Texto Massorético" (TM), o
qual foi fixado durante um longo período de tempo por uma escola de copistas
judeus chamados de massoretas. Este texto é que serviu como base para a versão
do Velho Testamento, a qual se encontra, atualmente, nas Bíblias utilizadas pelos
cristãos. Já os primeiros cristãos, entre eles os escritores do Novo Testamento e os
escritores que surgiram logo depois deste período inicial, os grandes apologistas e
desenvolvedores do estudo doutrinário, assim como o próprio Jesus utilizavam
principalmente o texto do VT conhecido como a Septuaginta. Daí a sua grande
importância e a necessidade de levar em consideração o seu estudo acurado, uma
vez que nela podem-se encontrar muitas informações relevantes, as quais vêm
sempre somar-se ao que nos ensina a versão do Texto Massorético. Juntando-se as
informações das duas versões, da Massorética e da Septuaginta, temos a Bíblia na
completude que Deus tornou disponível para o estudo e a compreensão de sua
palavra.
A Septuaginta foi traduzida para o idioma grego "koinê", que significa "comum".
Este era o grego utilizado popularmente após o período do grego clássico (ou seja,
c. 300 AC - 300 DC), num intervalo de tempo que incluía o período inicial da Igreja e
da produção do Novo Testamento. Era uma espécie de "língua franca" na área do
Mediterrâneo Oriental e Oriente Próximo antigo, assim como o Inglês o é,
atualmente, para muitas pessoas. O grego moderno tem sua base no koinê.
De acordo com o Talmude, a Torah, ou Pentateuco (os cinco primeiros livros do AT),
foi primeiramente traduzida para o grego no terceiro século antes de Cristo, por
iniciativa do rei Ptolomeu II Filadelfo, que reinou no Egito de 283 AC a 246 AC. De
não haver dúvidas que a Torah estava traduzida no tempo de Filadelfo atesta-o o
fato de existirem citações dos livros de Gênesis e Êxodo na língua grega, antes de
200 AC. A linguagem da Septuaginta também é mais semelhante ao Grego Egípcio
do que ao Grego de Jerusalém. Outros livros do Antigo Testamento foram
traduzidos nos dois séculos seguintes. Alguns estudiosos colocam em dúvida se a
tradução já estava completa, do Velho Testamento para o idioma grego, na época
do começo do Cristianismo, examinando a autenticidade dos livros além dos cinco
primeiros. Entretanto, quanto a Torah, ou Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio) não existem dúvidas a respeito de ser ela uma tradução
legítima das escrituras hebraicas, e foi principalmente sobre estes livros que a Igreja
primitiva erigiu a sua interpretação do significado da existência de Jesus, nela
baseando os seus ensinamentos.
Gênesis - Capítulo 1
Gênesis - Capítulo 2
1 Deste modo, portanto, o céu e a terra foram completados, e todas as suas coisas.
2 Assim completou Deus, no sexto dia, as obras que ele fez. E descansou, no sétimo
dia, de todas as suas obras, as quais fizera.
3 E abençoou Deus o sétimo dia, santificando-o; porquanto nele descansou de toda
a sua obra que ele, Deus, começara a fazer.
4 Este é o livro da geração do céu e da terra, quando foram feitos, no dia em que o
Senhor Deus os fez,
5 antes que qualquer erva do campo existisse na terra e antes que qualquer grama
do campo brotasse. Pois Deus não tinha feito, ainda, chover sobre a terra, e não
havia homem algum para cultivá-la.
6 Mas eis que surgiu uma fonte da terra, e regava toda a face dela.
7 E formou Deus o homem do pó da terra, soprando em seu rosto o Sopro da Vida; e
o homem tornou-se uma alma vivente.
8 Deus também plantou um jardim no Éden, para o oriente, colocando nele o
homem que tinha formado.
9 Então, Deus fez surgir da terra toda a árvore bonita aos olhos e boa para alimento;
e a árvore da Vida no meio do paraíso. E também a árvore de aprender o
conhecimento do bem e do mal.
10 Um rio sai do Éden para regar o jardim, e a partir daí ele se divide em quatro
braços.
11 O nome de um deles é Pisom. Este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há
ouro.
12 O ouro dessa terra é bom. Há nela, também, carbúnculo e esmeralda.
13 O nome do segundo rio é Giom. Este é o que rodeia toda a terra da Etiópia.
14 O terceiro rio é o Tigre. Este é o que flui diante dos assírios. E o quarto rio é o
Eufrates.
15 O Senhor Deus tomou o homem que tinha formado e colocou-o no paraíso para o
cultivar e guardar.
16 E o Senhor Deus deu uma ordem a Adão, dizendo: De toda árvore que está no
paraíso podes comer o seu produto alimentício;
17 porém, da árvore de conhecer o bem e o mal, desta não comereis. Entretanto, em
qualquer dia que dela comerdes, certamente morrereis.
18 E o Senhor Deus também disse: Não é bom que o homem esteja só. Façamos-lhe
um ajudador, do seu próprio tipo.
19 E Deus formou, ainda mais, da terra, todos os animais selvagens do campo e
todas as aves do céu, trazendo-os a Adão para ver como ele ia chamá-los. E do que
Adão chamou a qualquer alma vivente, este ficou sendo o seu nome.
20 Adão deu nome a todos os animais domésticos, à todas as aves do céu e à todas
as bestas do campo. Todavia, para o homem não foi encontrado um ajudador
semelhante a si mesmo.
21 Então, Deus trouxe um transe sobre Adão, e ele dormiu; tomou, em seguida, uma
das suas costelas, enchendo o lugar com carne.
22 E edificou Deus a costela que tomara de Adão em uma mulher, trazendo-a para
ele.
23 E disse Adão: Esta é, agora, osso dos meus ossos e carne da minha carne; ela será
chamada mulher, porque foi tirada de seu homem.
24 Por causa disso, o homem deixará seu pai e sua mãe, unir-se-á à sua mulher e
tornar-se-ão, os dois, uma só carne.
Gênesis - Capítulo 3
Gênesis - Capítulo 4
1 Adão conheceu Eva, sua mulher, e ela concebeu, dando à luz a Caim; e disse:
Ganhei um homem, através de Deus.
2 Ela gerou também ao seu irmão, Abel. Abel tornou-se pastor de ovelhas; Caim, no
entanto, tornou-se um lavrador da terra.
3 E aconteceu, depois de algum tempo, que Caim trouxe, do fruto da terra, um
sacrifício ao Senhor.
4 Também Abel trouxe o seu sacrifício, dos primogênitos das suas ovelhas e da sua
gordura. E Deus olhou para Abel e seus presentes,
5 mas a Caim e aos seus sacrifícios ele não considerou. Então, Caim ficou muito
triste, descaindo o seu semblante.
6 E o Senhor Deus disse a Caim: Por que ficaste tão triste, e por que descaiu o teu
semblante?
7 Porventura não pecas, se o trazes de forma justa, porém não o divides
justamente? Aquieta-te, pois para ti será a sua submissão, e tu o governarás.
8 Entretanto, Caim disse a Abel, seu irmão: Vamos para o campo. E aconteceu,
quando eles estavam no campo, que se levantou Caim contra seu irmão Abel, e o
matou.
9 E o Senhor Deus perguntou a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele replicou: Não
sei! Serei eu o guardador do meu irmão?
10 Mas Deus disse: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama para mim, da
terra.
11 Agora, maldito és da terra que abriu a sua boca para receber o sangue de teu
irmão, da tua própria mão.
12 Quando a lavrares ela não deverá continuar a entregar-te a sua força, e estarás
gemendo e tremendo sobre a terra.
13 Então, Caim disse ao Senhor Deus: Grande é o meu crime, para que seja
perdoado.
14 Se me lanças, neste dia, da face da terra, e se ficarei escondido da tua presença,
estando a gemer e a tremer sobre a terra, virá a acontecer, então, que qualquer que
me encontrar matar-me-á.
15 Mas o Senhor Deus disse-lhe: Não será assim. Qualquer que matar a Caim sofrerá
vingança sete vezes maior. E o Senhor Deus colocou um sinal em Caim para que
ninguém que o encontrasse pudesse matá-lo.
16 Então, Caim saiu da presença de Deus e habitou na terra de Node, defronte do
Éden.
17 Caim conheceu a sua mulher e ela, tendo concebido, deu à luz a Enoque; estava
ele edificando uma cidade, e nomeou a cidade conforme o nome de seu filho,
Enoque.
18 A Enoque nasceu Irade; Irade gerou a Meujael, Meujael gerou a Metusael, e
Metusael gerou a Lameque.
19 Lameque tomou para si duas esposas; o nome de uma era Ada, e o nome da
outra era Zilá.
20 Ada teve Jabal; ele foi o pai dos que habitam em tendas, alimentando o gado.
21 O nome de seu irmão era Jubal, que foi quem inventou o saltério e a harpa.
22 Zilá também gerou a Tubalcaim; ele era ferreiro, fabricante tanto em bronze
como em ferro. E a irmã de Tubalcaim foi Naamá.
23 Disse Lameque às suas esposas, Ada e Zilá: Ouvi a minha voz, mulheres de
Lameque! Considerai as minhas palavras, porque matei um homem, para minha
tristeza; e um jovem, para minha dor.
24 Pois vingança foi exigida sete vezes em nome de Caim. No de Lameque será
setenta vezes sete!
25 Adão conheceu Eva, sua mulher, e ela, havendo concebido, deu à luz um filho e
chamou o seu nome Sete, dizendo: Porquanto Deus levantou para mim uma outra
semente para substituir Abel, que Caim matou.
26 Sete teve um filho, e chamou o seu nome Enos. Este tinha esperança em invocar
o nome do Senhor Deus.
Gênesis - Capítulo 5
1 Esta é a genealogia dos homens, no dia em que Deus fez Adão. À imagem de Deus
o fez,
2 macho e fêmea ele os fez, e os abençoou, chamando o seu nome Adão, no dia em
que os fez.
3 Adão viveu duzentos e trinta anos e gerou um filho de acordo com sua a própria
forma e de acordo com a sua própria imagem, chamando o seu nome Sete.
4 Os dias de Adão, os quais ele viveu depois que gerou a Sete, foram setecentos
anos; e gerou filhos e filhas.
5 Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos. E morreu.
6 Sete viveu duzentos e cinco anos e gerou a Enos.
7 Viveu Sete, depois que gerou a Enos, setecentos e sete anos; e gerou filhos e
filhas.
8 Todos os dias de Sete foram novecentos e doze anos. E morreu.
9 Enos viveu cento e noventa anos e gerou a Cainã.
10 Viveu Enos, depois que gerou a Cainã, setecentos e quinze anos; e gerou filhos e
filhas.
11 Todos os dias de Enos foram novecentos e cinco anos. E morreu.
12 Cainã viveu cento e setenta anos e gerou a Maalaleel.
13 Viveu Cainã, depois que gerou a Maalaleel, setecentos e quarenta anos; e gerou
filhos e filhas.
14 Todos os dias de Cainã foram novecentos e dez anos. E morreu.
15 Maalaleel viveu cento e sessenta e cinco anos e gerou a Jerede.
16 Viveu Maalaleel, depois que gerou a Jerede, setecentos e trinta anos; e gerou
filhos e filhas.
17 Todos os dias de Maalaleel foram oitocentos e noventa e cinco anos. E morreu.
18 Jerede viveu cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque.
19 Viveu Jerede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas.
20 Todos os dias de Jerede foram novecentos e sessenta e dois anos. E morreu.
21 Enoque viveu cento e sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém.
22 Enoque foi muito agradável a Deus, depois que gerou a Metusalém, por duzentos
anos; e gerou filhos e filhas.
23 Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos.
24 Enoque foi muito agradável a Deus, e não foi mais encontrado, porquanto Deus o
trasladara.
25 Metusalém viveu cento e sessenta e sete anos e gerou a Lameque.
26 Viveu Metusalém, depois que gerou a Lameque, oitocentos e dois anos; e gerou
filhos e filhas.
27 Todos os dias de Metusalém, que ele viveu, foram novecentos e sessenta e nove
anos. E morreu.
28 Lameque viveu cento e oitenta e oito anos, e gerou um filho.
29 Ele o chamou Noé, dizendo: Este nos fará descansar de nossas obras, das fadigas
de nossas mãos e da terra que o Senhor Deus amaldiçoou.
30 Viveu Lameque, depois que gerou a Noé, quinhentos e sessenta e cinco anos; e
gerou filhos e filhas.
31 Todos os dias de Lameque foram setecentos e cinquenta e três anos. E morreu.
32 Era Noé de quinhentos anos de idade, e gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé.
Gênesis - Capítulo 6
Gênesis - Capítulo 7
1 O Senhor Deus disse a Noé: Entra, tu e toda a tua família, na arca, porque te tenho
achado justo diante de mim, nesta geração.
2 Dos animais domésticos limpos toma para ti sete pares, machos e fêmeas; e dos
animais imundos toma também pares, machos e fêmeas.
3 Das criaturas voadoras do céu que são limpas toma sete pares, machos e fêmeas;
e de todas as criaturas voadoras imundas toma pares, machos e fêmeas, para que
mantenham as suas sementes sobre a terra.
4 Pois ainda mais sete dias e eis que eu trago a chuva sobre a terra por quarenta
dias e quarenta noites, e irei exterminar com toda a geração que tenho feito da face
de toda a Terra.
5 E Noé fez todas as coisas que o Senhor Deus lhe ordenara.
6 Era Noé de seiscentos anos de idade quando o dilúvio das águas veio sobre a
Terra.
7 E entraram Noé, seus filhos, sua esposa e as esposas de seus filhos com ele, na
arca por causa das águas do dilúvio.
8 Das criaturas voadoras, dos animais limpos, dos animais imundos e de todos os
répteis que se arrastam sobre a terra,
9 em pares vieram até Noé na arca, macho e fêmea, conforme Deus lhe ordenara.
10 Sucedeu, após os sete dias, que a água do dilúvio veio sobre a terra.
11 No ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês, no vigésimo sétimo dia do
mês, neste mesmo dia, todas as fontes do abismo foram rompidas e as comportas
do céu abertas.
12 E houve chuva sobre a terra por quarenta dias e quarenta noites.
13 Naquele mesmo dia entrou Noé, e Sem, Cam e Jafé, os filhos de Noé, e a esposa
de Noé, e as três mulheres de seus filhos, com ele na arca.
14 Todos os animais selvagens, segundo as suas espécies, todos os animais
domésticos, segundo as suas espécies, todo réptil que se desloca sobre a terra,
segundo as suas espécies, e cada pássaro, segundo as suas espécies,
15 entraram com Noé na arca, aos pares, machos e fêmeas; de toda carne em que há
fôlego de vida.
16 Os que entraram vieram machos e fêmeas de toda carne, conforme Deus
ordenara a Noé. E o Senhor Deus fechou a arca por fora.
17 Começou o dilúvio e persistiu sobre a terra por quarenta dias e quarenta noites. A
água aumentou muito, levantando a arca, e ela foi elevada da terra.
18 Prevaleceram as águas e aumentaram muito sobre a terra, e a arca foi levada
sobre as águas.
19 As águas prevaleceram excessivamente sobre a terra, cobrindo todos os altos
montes que estavam debaixo do céu;
20 quinze côvados acima foi a água levantada, cobrindo todas as altas montanhas.
21 Então, morreu toda a carne que se movia sobre a terra, de criaturas voadoras, de
animais domésticos, de animais selvagens, de todo réptil que se desloca sobre a
terra e de todo homem.
22 Todas as coisas que tem o sopro da vida e que estavam na terra seca morreram.
23 Foi exterminado tudo o que se levanta sobre a face de toda a terra, o homem e
os animais, os répteis e as aves do céu; foram, todos eles, deste modo,
exterminados da face da terra. Noé foi deixado sozinho, e aqueles que com ele
estavam na arca.
24 E a água levantou-se sobre a terra por cento e cinquenta dias.
Gênesis - Capítulo 8
Gênesis - Capítulo 9
1 Abençoou Deus a Noé e a seus filhos, dizendo-lhes: Crescei e multiplicai-vos,
enchei a Terra e dominai sobre ela.
2 O pavor e o medo de vós estará sobre todos os animais selvagens da Terra, sobre
todas as aves do céu, sobre tudo o que se desloca sobre a terra e sobre todos os
peixes do mar. Coloquei-os, todos, debaixo do vosso poder.
3 Todo réptil que vive vos servirá para alimento. Tenho vos dado tudo, assim como a
erva verde.
4 Somente a carne com o sangue da vida não devereis comer.
5 Porque o próprio sangue de vossas vidas eu o requererei da mão de todos os
animais selvagens. E cobrarei a vida do homem da mão do homem seu irmão.
6 Aquele que derrama o sangue do homem, no lugar daquele sangue deverá ser
derramado o seu próprio sangue; pois na imagem de Deus eu fiz o homem.
7 Porém, crescei e multiplicai-vos; enchei a terra e multiplicai-vos sobre ela.
8 E falou Deus, ainda, com Noé e seus filhos que estavam com ele, dizendo-lhes:
9 Eis que estabeleci a minha aliança convosco e com a vossa descendência depois
de vós,
10 e com todas as criaturas que estão convosco, dos pássaros e dos animais, e com
todos os animais selvagens da terra que estão convosco, de todos os que saíram da
arca.
11 Estabelecerei a minha aliança convosco, e não mais deverá acontecer de toda a
carne perecer pelas águas do dilúvio; não haverá mais um dilúvio de águas para
destruir toda a Terra.
12 E o Senhor Deus disse mais, a Noé: Este é o sinal da aliança que ponho entre mim
e vós, e entre mim e toda criatura vivente que está convosco, por gerações
perpétuas:
13 Eis que coloco nas nuvens o meu arco, e será ele um sinal da aliança entre mim e a
Terra.
14 Virá a suceder, quando eu reunir as nuvens sobre a terra, que o meu arco será
visto nas nuvens.
15 Lembrar-me-ei então do meu pacto, o qual existe entre mim e vós e entre mim e
toda a alma vivente em toda a carne; e não haverá mais água para um dilúvio, de
modo a exterminar toda a carne.
16 Meu arco estará nas nuvens e eu irei olhá-lo para lembrar-me da aliança eterna
entre mim e a Terra, e entre mim e toda a alma vivente de toda a carne que está
sobre a Terra.
17 E Deus disse para Noé: Este é o sinal da aliança que tenho feito entre mim e toda
a carne que está sobre a Terra.
18 Ora, os filhos de Noé que saíram da arca foram Sem, Cam e Jafé. Cam foi pai de
Canaã.
19 Estes foram os três filhos de Noé; destes, os homens espalharam-se sobre toda a
terra.
20 Noé, então, começou a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha,
21 e bebeu do vinho, ficando bêbado; e estava ele nu em sua casa.
22 Cam, o pai de Canaã, viu a nudez de seu pai, saiu e o disse a seus dois irmãos que
estavam fora.
23 Sem e Jafé, apanhando uma peça de roupa puseram-na em suas costas e foram,
andando para trás, e cobriram a nudez de seu pai, com o rosto para trás; e não
viram a nudez de seu pai.
24 Recuperou-se Noé do efeito do vinho e ficou sabendo o que seu filho mais moço
lhe fizera.
25 Então, disse: Maldito seja Canaã; e será servo de seus irmãos.
26 E também disse: Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; Canaã, porém, será seu
servo.
27 Aumente Deus a Jafé, e que ele more nas habitações de Sem; e que Canaã lhes
seja servo.
28 Viveu Noé, após o dilúvio, trezentos e cinquenta anos.
29 Todos os dias de Noé foram novecentos e cinquenta anos; e morreu.
Gênesis - Capítulo 10
1 Estas são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. E lhes nasceram filhos,
depois do dilúvio.
2 Os filhos de Jafé: Gômer, Magogue, Madai, Javã, Elisá, Tubal, Meseque e Tiras.
3 Os filhos de Gômer: Asquenaz, Rifá e Togarma.
4 Os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim.
5 Para estes foram as ilhas dos gentios divididas na terra, cada qual conforme a sua
língua, em suas tribos e em suas nações.
6 Os filhos de Cam: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.
7 Os filhos de Cuxe: Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá. E os filhos de Raamá:
Sabá e Dedã.
8 Cuxe gerou a Ninrode. Este começou a ser grande na terra.
9 Era, ele, um grande caçador diante do Senhor Deus. Por isso se diz: Como Ninrode,
grande caçador diante do Senhor.
10 O princípio de seu reino foi Babilônia, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinear.
11 Daquela terra veio Assur, e construiu Nínive e as cidades de Reobote-Ir e Calá,
12 e Resém, entre Nínive e Calá; esta é a grande cidade.
13 Mizraim gerou a Ludim, a Anamim, a Leabim, a Naftuim,
14 a Patrusim, a Casluim (de onde sairam os filisteus) e a Caftorim.
15 Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, a Hete,
16 aos jebuseus, aos amorreus, aos girgaseus,
17 aos heveus, aos arqueus, aos sineus,
18 aos arvadeus, aos zemareus e aos hamateus. Destes se dispersaram as tribos dos
cananeus.
19 Os limites dos cananeus eram desde Sidom até Gerar e Gaza, até Sodoma e
Gomorra, até Admá e Zeboim, e até Lasa.
20 Estes foram os filhos de Cam, em suas tribos, de acordo com as suas línguas, em
seus países e em suas nações.
21 E a Sem também nasceram filhos, a ele que era o pai de todos os filhos de Héber
e o irmão mais velho de Jafé.
22 Os filhos de Sem: Elão, Assur, Arfaxade, Lude, Arã e Cainã.
23 Os filhos de Arã: Uz, Hul, Geter e Más.
24 Arfaxade gerou a Cainã, e Cainã gerou a Salá. E Salá gerou a Héber.
25 A Héber nasceram dois filhos. O nome de um era Pelegue, porquanto nos seus
dias foi dividida a terra; e o nome de seu irmão era Joctã.
26 Joctã gerou a Almodá, a Salefe, a Hazarmavé, a Jerá,
27 a Haforão, a Uzal, a Dicla,
28 a Obal, a Abimael, a Sabá,
29 a Ofir, a Havilá e a Jobabe. Todos estes foram filhos de Joctã.
30 Foi a sua habitação desde Messa até Sefar, uma montanha do leste.
31 Estes foram os filhos de Sem, em suas tribos, de acordo com as suas línguas, em
seus países e em suas nações.
32 Estas são as tribos dos filhos de Noé, segundo as suas gerações, segundo as suas
nações; destes foram as ilhas dos gentios espalhadas sobre a terra, depois do
dilúvio.
Gênesis - Capítulo 11
Gênesis - Capítulo 12
1 Disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra e da tua parentela, da casa de teu pai, e
vem para a terra que eu te mostro.
2 Farei de ti uma grande nação, e te abençoarei e engrandecerei o teu nome; e serás
bem-aventurado.
3 Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti
todas as tribos da terra serão benditas.
4 Então, Abrão partiu, conforme o Senhor falara com ele; e Ló partiu com ele. Abrão
tinha setenta e cinco anos de idade quando saiu de Harã.
5 Tomou Abrão a Sarai, sua esposa, e a Ló, filho de seu irmão, e a todos os seus
bens, tantos quantos tinham adquirido, e a cada alma que tinham adquirido em
Harã, e saíram para irem à terra de Canaã. E foram até Canaã.
6 Atravessou Abrão a terra, longitudinalmente, até o local chamado Siquém, até o
carvalho alto; os cananeus, então, habitavam a terra.
7 E o Senhor apareceu a Abrão, e disse-lhe: Eu darei esta terra à tua descendência. E
Abrão construiu, ali, um altar ao Senhor que lhe aparecera.
8 E partiu dali para a montanha que estava ao leste de Betel, onde armou a sua
tenda, em Betel, perto do mar, com Ai para o oriente; e edificou, ali, um altar ao
Senhor. E invocou o nome do Senhor.
9 Partiu dali Abrão, e foi, e acampou-se no deserto.
10 Houve fome na terra, e Abrão desceu ao Egito para peregrinar ali; porquanto a
fome prevaleceu na terra.
11 Aconteceu que, quando Abrão estava próximo de entrar no Egito, ele disse a
Sarai, sua esposa: Eu sei que és mulher formosa.
12 Virá a acontecer, quando os egípcios te enxergarem, que eles dirão: Esta é a sua
mulher; e eles me matarão, mas poupar-te-ão a vida.
13 Dize, portanto: Eu sou sua irmã, o que irá resultar em bem para mim, graças a ti; e
viverá a minha alma por tua causa.
14 E sucedeu, quando Abrão tinha entrado no Egito, que os egípcios viram a sua
esposa e perceberam que ela era muito bonita.
15 Os príncipes de Faraó a viram e a elogiaram diante de Faraó; e a trouxeram para a
casa de Faraó.
16 Trataram eles bem a Abrão por causa dela, e ele veio a ter ovelhas, bezerros,
jumentos, servos e servas, mulas e camelos.
17 Então, Deus afligiu a Faraó e a sua casa com grandes e severas aflições, por causa
de Sarai, esposa de Abrão.
18 Faraó, tendo chamado Abrão, disse-lhe: Que é isso que fizeste para mim? pois
não me disseste que ela é tua mulher.
19 Por que, pois, afirmaste: Ela é minha irmã? e eu a tomei como esposa para mim.
Agora, eis que a tua mulher está diante de ti. Leva-a contigo e vai-te embora,
rapidamente.
20 E Faraó ordenou aos seus homens a respeito de Abrão, para acompanhá-lo e
conduzi-lo adiante, e a sua esposa, e a tudo o que ele tinha. E Ló estava com ele.
Gênesis - Capítulo 13
1 Abrão subiu do Egito, ele e sua esposa, com tudo o que possuía, e Ló junto com
ele, para o deserto.
2 Abrão era muito rico em gado, prata e ouro.
3 Então, ele foi para o lugar de onde tinha saído, para o deserto, indo até Betel, no
local onde a sua barraca estava anteriormente, entre Betel e Ai,
4 chegando ao lugar do altar que havia antes construído. E, ali, Abrão invocou o
nome do Senhor.
5 Ló, que viera com Abrão, tinha ovelhas, bois e tendas.
6 Mas a terra não era grande o suficiente para viverem juntos, porque seus bens
eram muitos; e não podiam habitar juntos.
7 Houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló.
Os cananeus e os ferezeus, então, habitavam a terra.
8 E disse Abrão a Ló: Que não haja contenda entre mim e ti, entre os meus pastores
e os teus pastores, pois somos irmãos.
9 Vê! Não está toda a terra diante de ti? Separa-te de mim. Se fores para a esquerda,
irei para a direita; e se fores para a direita, eu irei para a esquerda.
10 Então, Ló, levantando os olhos, observou toda a circunvizinhança do Jordão, que
era toda regada, antes de Deus subverter a Sodoma e Gomorra, como o jardim do
Senhor, e como a terra do Egito, indo para Zoar.
11 Então, Ló escolheu para si toda a região ao redor do Jordão. E Ló se foi, partindo
do leste, ficando, cada um, separado do seu irmão.
12 Abrão habitou na terra de Canaã, e Ló habitou em uma cidade das redondezas,
armando a sua tenda em Sodoma.
13 Os homens de Sodoma, entretanto, eram maus e excessivamente pecaminosos
diante de Deus.
14 E Deus disse a Abrão, depois que Ló partiu, separando-se dele: Olha para cima,
com os teus olhos; do lugar onde estás agora olha para o norte e para o sul, para o
oriente e para o mar;
15 porque toda a terra que vês eu irei dá-la a ti e à tua descendência, para sempre.
16 E farei a tua descendência como o pó da terra. Se alguém for capaz de contar o
pó da terra, então será a tua descendência também contada.
17 Levanta-te a percorrer a terra, tanto no seu comprimento como na sua largura,
pois hei de concedê-la a ti e à tua descendência, para sempre.
18 Então, Abrão, desmanchando a sua tenda, foi-se e habitou junto ao carvalho de
Manre, que estava em Hebrom. E, lá, ele construiu um altar ao Senhor.
Gênesis - Capítulo 14
Gênesis - Capítulo 15
1 Depois destas coisas, o Senhor dirigiu a sua palavra a Abrão numa visão, dizendo-
lhe: Não temas, Abrão, Eu te protejo com escudo. Tua recompensa será mui grande.
2 Disse Abrão: Senhor, que me darás? Considerando que eu estou partindo sem ter
um filho. Entretanto, o filho de Maseque, nascido em minha casa, Eliezer de
Damasco, este é o meu herdeiro.
3 E disse mais Abrão: Eis que tu não me concedeste nenhuma semente, porém o
meu servo, nascido em minha casa, deverá herdar de mim.
4 Imediatamente, ouviu-se a voz do Senhor, dizendo-lhe: Este não será o teu
herdeiro; porém aquele que sairá de ti, este será o teu herdeiro.
5 E, levando-o para fora, falou-lhe: Olha, agora, para cima, para o céu, e conta as
estrelas, se fores capaz de numerá-las. E disse-lhe: Assim será a tua descendência.
6 E Abrão creu em Deus, o que lhe foi imputado por justiça.
7 E ele lhe disse: Eu sou o Deus que te tirou da terra dos Caldeus, para dar-te esta
terra em herança.
8 Então, ele perguntou-lhe: Soberano Senhor, como poderei saber que irei possuí-
la?
9 E ele disse: Toma, para mim, uma novilha em seu terceiro ano, uma cabra em seu
terceiro ano, e um carneiro em seu terceiro ano; e uma pomba e um pombo.
10 Tomou ele, então, todos estes, e partiu-os pelo meio, colocando-os em frente uns
dos outros; porém, as aves ele não partiu.
11 E aves desceram sobre os corpos, sobre as suas partes divididas. E Abrão sentou-
se a vigiar.
12 Ao por do sol um transe veio sobre Abrão; e eis que um grande terror sombrio
caiu sobre ele.
13 E foi dito a Abrão: Sabe, com certeza, que a tua descendência será peregrina em
uma terra que não a sua, e os escravizarão e afligirão, e os humilharão por
quatrocentos anos.
14 Contudo, eu julgarei o povo a quem irão servir. E, depois disso, virão para cá, com
muitas posses.
15 Tu, porém, partirás ao encontro de teus pais em paz, e serás sepultado em boa
velhice.
16 Na quarta geração eles irão voltar para cá. Pois os pecados dos amorreus ainda
não estão preenchidos, até agora.
17 E quando o sol estava prestes a se pôr apareceu uma chama; e eis um forno
fumegante, e tochas de fogo que passaram entre as partes divididas.
18 Naquele dia o Senhor fez um pacto com Abrão, dizendo: À tua semente darei
esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates;
19 os queneus, os quenezeus, os cadmoneus,
20 os heteus, os ferezeus, os refains,
21 os amorreus, os cananeus, os eveus, os girgaseus e os jebuseus.
Gênesis - Capítulo 16
1 Sarai, mulher de Abrão, não lhe deu filhos. Entretanto, ela tinha uma serva egípcia,
cujo nome era Hagar.
2 E Sarai disse a Abrão: Eis que o Senhor me impediu de engravidar. Procura,
portanto, a minha serva, para que eu possa ter filhos para mim, através dela. E
Abrão ouviu a voz de Sarai.
3 Então Sarai, mulher de Abrão, tomou a Hagar, a sua serva egípcia, depois de Abrão
ter habitado dez anos na terra de Canaã, e a deu a Abrão, seu marido, como se fosse
uma esposa para ele.
4 Ele conheceu a Hagar e ela concebeu; e, vendo que estava grávida, sua senhora
pareceu desonrada diante dela.
5 Então, Sarai disse a Abrão: Fui injuriada por ti; pois eu dei a minha serva em teu
seio e, quando vi que ela estava com a criança, fiquei desonrada perante ela. O
Senhor julgue entre mim e ti.
6 E disse Abrão a Sarai: Eis que a tua serva está nas tuas mãos. Age com ela como
parecer bem para ti. Então, Sarai a afligiu e ela fugiu de sua presença.
7 Mas um anjo do Senhor a encontrou junto a uma fonte de água, no deserto; junto
a fonte no caminho de Sur.
8 Disse-lhe o anjo do Senhor: Hagar, serva de Sarai, donde vens e para onde vais? E
ela respondeu: Estou fugindo da face de minha senhora, Sarai.
9 Então, o anjo do Senhor disse-lhe: Volta para tua senhora e humilha-te debaixo
das suas mãos.
10 E o anjo do Senhor disse para ela: Eu, certamente, multiplicarei a tua semente, a
qual não será contada, por ser muito numerosa.
11 E o anjo do Senhor lhe disse, ainda: Eis que estás com uma criança e terás um
filho, e chamarás o seu nome Ismael; porque o Senhor tem ouvido a tua
humilhação.
12 Será ele um homem selvagem, com as mãos contra todos; e as mãos de todos
estarão contra ele. E morará na presença de todos os seus irmãos.
13 E ela chamou o nome do Senhor Deus, que lhe falava: Tu És Deus Que Me Vê. Pois
ela disse: Eis que enxerguei, claramente, aquele que apareceu para mim.
14 Por isso chamou ela a fonte: Fonte Daquele A Quem Tenho Visto Claramente. Eis
que esta se encontra entre Cades e Berede.
15 Então Hagar deu à luz um filho para Abrão; e Abrão pôs o nome de seu filho, que
lhe dera Hagar, Ismael.
16 Abrão tinha oitenta e seis anos quando Hagar deu-lhe Ismael.
Gênesis - Capítulo 17
1 Abrão tinha, já, noventa e nove anos de idade. E o Senhor apareceu a Abrão, e
disse-lhe: Eu sou o teu Deus. Sê agradável diante de mim, e sê perfeito,
2 e estabelecerei a minha aliança entre mim e ti, e multiplicar-te-ei.
3 Então, caiu Abrão sobre o seu rosto; e Deus lhe falou, dizendo:
4 Quanto a mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás pai de uma multidão de
nações.
5 O teu nome não será mais Abrão; porém, teu nome será Abraão. Porque eu te fiz
pai de muitas nações.
6 Eu irei aumentar-te extraordinariamente. Farei de ti nações, e reis sairão de ti.
7 E estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência depois de ti, nas
suas gerações, por aliança perpétua, para ser o teu Deus e o Deus da tua
descendência depois de ti.
8 Eu darei a ti e à tua descendência depois de ti a terra onde és peregrino, toda a
terra de Canaã, em perpétua possessão. E eu serei o seu Deus.
9 E disse Deus a Abraão: Também tu deverás, plenamente, guardar a minha aliança,
tu e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações.
10 E esta é a aliança que plenamente guardarás entre mim e vós, e entre mim e a tua
descendência depois de ti, nas suas gerações: todos os vossos homens serão
circuncidados.
11 Vós sereis circuncidados na carne do vosso prepúcio, e isto será um sinal de uma
aliança entre mim e vós.
12 O filho de oito dias será por vós circuncidado, todo o homem, nas vossas
gerações, e também o servo nascido em casa, do que é comprado com dinheiro,
cada filho de um estranho que não é da tua descendência.
13 Aquele que é nascido em tua casa e o que é comprado com dinheiro certamente
será circuncidado, e a minha aliança estará na vossa carne por aliança perpétua.
14 O homem incircunciso, aquele que não tiver sido circuncidado na carne do seu
prepúcio no oitavo dia, aquela alma será exterminada da sua família; pois ele tem
quebrado a minha aliança.
15 E Deus disse a Abraão: Quanto a Sarai, tua mulher, seu nome não deverá ser mais
Sarai; Sara será o seu nome.
16 Eu a abençoarei, e dar-te-ei um filho dela, e o abençoarei; ele se tornará nações, e
reis de nações deverão proceder dele.
17 Abraão, então, caiu sobre seu rosto e riu-se, e falou em seu coração, dizendo:
Nascerá uma criança a quem é de cem anos? Sara, que já tem noventa anos, ficará
grávida?
18 E Abraão disse a Deus: Que viva Ismael diante de ti.
19 Então, Deus disse a Abraão: Sim, eis que Sara, tua mulher, te dará à luz um filho, e
lhe porás o nome de Isaque; e eu estabelecerei a minha aliança com ele, uma aliança
perpétua, para ser um Deus para ele e para sua semente, depois dele.
20 E, a respeito de Ismael, eis que eu te ouvi e o tenho abençoado, e irei aumentá-lo,
e o multiplicarei extraordinariamente; doze nações ele gerará. E dele farei uma
grande nação.
21 Contudo, eu estabelecerei a minha aliança com Isaque, a quem Sara deverá
carregar para ti, nesta mesma estação, no próximo ano.
22 E cessou de falar com ele. E Deus deixou Abraão.
23 Então Abraão tomou seu filho Ismael, e todos os seus servos nascidos em sua
casa, e todos aqueles que comprara com dinheiro, e todo o macho dos homens na
sua casa, e circuncidou seus prepúcios, naquele mesmo dia, conforme Deus falara
com ele.
24 Abraão tinha noventa e nove anos quando foi circuncidado na carne do seu
prepúcio,
25 e Ismael, seu filho, tinha treze anos quando foi circuncidado na carne do seu
prepúcio.
26 No transcorrer daquele dia Abraão foi circuncidado, assim como Ismael, seu filho,
27 e todos os homens de sua casa, tanto os nascidos em sua casa como os que
haviam sido comprados com dinheiro das nações estrangeiras.
Gênesis - Capítulo 18
Gênesis - Capítulo 19
1 Vieram os dois anjos para Sodoma, à tarde. Ló estava assentado junto à porta de
Sodoma e, tendo-os visto, levantou-se para ir ao seu encontro; e adorou com o
rosto no chão, dizendo:
2 Ah! meus senhores, entrai na casa do vosso servo e descansai da viagem! Lavai
vossos pés e, levantando-vos no início da manhã, parti em vossa jornada. Mas eles
disseram: Não, porém iremos nos acomodar na rua.
3 Mas ele os constrangeu e concordaram com ele, entrando em sua casa. Preparou-
lhes ele um festim, e cozeram-se bolos ázimos, e eles comeram.
4 Entretanto, antes de irem dormir, os homens da cidade, os sodomitas, cercaram a
casa, jovens e velhos, todo o povo.
5 Chamaram a Ló, e disseram-lhe: Onde estão os homens que ficaram contigo esta
noite? Traze-os fora a nós, para que possamos estar com eles.
6 Então, Ló saiu-lhes à varanda, fechou a porta atrás de si,
7 e disse-lhes: De maneira nenhuma, irmãos, não agireis de forma tão vil.
8 Eis que eu tenho duas filhas que ainda não conheceram nenhum homem. Irei
trazê-las para vós. Usai-as como quiserdes, tão somente não façais mal a estes
homens; pois para evitar isto foi que eles vieram abrigar-se à sombra do meu
telhado.
9 Porém, disseram-lhe: Alto lá! Vieste para peregrinar, serás também juiz? Agora,
então, iríamos tratar-te mal mais do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem,
sobre Ló, adiantando-se para arrombar a porta.
10 Então, os homens estenderam as suas mãos e trouxeram Ló para eles, na casa; e
fecharam a porta da casa.
11 E feriram os homens que estavam na porta da casa com cegueira, tanto aos
pequenos como aos grandes; e eles ficaram cansados de procurar a porta.
12 E os homens disseram a Ló: Tens aqui genros, filhos ou filhas? Ou, se tu tens
algum outro amigo na cidade, tira-os deste lugar.
13 Porque iremos destruí-lo. Pois o seu clamor levantou-se diante do Senhor, e o
Senhor nos enviou para destruí-lo.
14 Então, saiu Ló e falou aos seus genros, os quais se tinham casado com as suas
filhas, e disse-lhes: Levantai-vos, e saí deste lugar, pois o Senhor está prestes a
destruir a cidade. Mas ele parecia, aos seus genros, estar falando loucamente.
15 Porém, quando amanheceu, os anjos apertaram com Ló, dizendo: Levanta-te,
toma a tua mulher e as tuas duas filhas, e segue adiante; para que também não sejas
destruído junto com as iniquidades da cidade.
16 Eles, entretanto, ficaram sem saber o que fazer; então, os anjos pegaram na sua
mão, na mão de sua esposa e nas mãos de suas duas filhas. Porquanto o Senhor os
poupara.
17 E aconteceu, quando os retiraram, que lhe disseram: Salva tua própria vida como
puderes, não te voltes a olhar o que ficar para trás nem em toda a região ao redor;
escapa para o monte, para que não sejas, tu também, tomado juntamente com eles.
18 Então, Ló disse-lhe: Eu imploro, Senhor...
19 pois o teu servo achou mercê diante de ti e tens engrandecido a tua justiça em
tudo o que fazes, para que a minha alma possa viver. Contudo, eu não serei capaz
de escapar para a montanha, pois, quem sabe, lá a calamidade irá alcançar-me, e
morrerei.
20 Eis que existe uma cidade, bastante próxima de mim para que eu possa fugir
para lá, a qual é bem pequena; e nela estarei preservado. Acaso não é pequena? E
viverá a minha alma, graças a ti.
21 Então, disse-lhe ele: Eis que concordei contigo também sobre esta coisa, que não
deveria subverter a cidade a respeito da qual falaste.
22 Apressa-te, portanto, a fugir para ela, pois não poderei fazer nada até que
chegues lá. Por isso, chamou o nome da cidade: Zoar.
23 O sol ia subindo da terra, quando Ló entrou em Zoar.
24 E o Senhor fez chover sobre Sodoma e Gomorra enxofre e fogo do Senhor,
vindos do céu.
25 Ele destruiu estas cidades e todo o seu território ao redor, junto com todos os
que habitavam nas cidades, e até as plantas que brotavam do chão.
26 Entretanto, a mulher de Ló olhou para trás e foi convertida numa estátua de sal.
27 E Abraão se levantou, cedo, para ir ao lugar onde tinha estado antes com o
Senhor.
28 Ele olhou para Sodoma e Gomorra, para o país vizinho; olhou, e eis que uma
chama subia da terra, como a fumaça de uma fornalha.
29 E aconteceu, quando Deus destruiu todas as cidades da região em redor, que ele
se lembrou de Abraão, tirando Ló do meio da destruição, quando o Senhor destruiu
aquelas cidades em que Ló habitara.
30 Ló subiu de Zoar e habitou na montanha, ele e as suas duas filhas com ele,
porque temia habitar em Zoar. E habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas
com ele.
31 Então, a mais velha disse à menor: Nosso pai está velho e não há ninguém na
Terra que venha até nós, como é o costume em toda a Terra.
32 Vinde, demos a beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com ele, e iremos
levantar uma semente de nosso pai.
33 Desta forma, fizeram seu pai beber vinho, naquela noite. E a mais velha entrou e
deitou-se com seu pai, naquela noite; mas ele não soube de nada, nem quando foi
dormir e nem quando se levantou.
34 E aconteceu que, no dia seguinte, a mais velha disse à menor: Eis que eu dormi
ontem à noite com nosso pai. Fá-lo-emos beber vinho nesta noite também, e irás tu
entrar e dormir com ele; e levantaremos uma descendência a nosso pai.
35 Assim, fizeram beber vinho a seu pai naquela noite também, e a mais nova
entrou e dormiu com o seu pai; mas ele não soube de nada, nem quando foi dormir
e nem quando se levantou.
36 E as duas filhas de Ló conceberam de seu pai.
37 A mais velha teve um filho e chamou-lhe Moabe, dizendo: Ele é de meu pai. Este é
o pai dos moabitas, até ao presente dia.
38 A mais jovem também teve um filho, e chamou o seu nome Amom, dizendo: Ele é
filho de minha família. Este é o pai dos amonitas, até o dia de hoje.
Gênesis - Capítulo 20
1 Abraão partiu dali para o sul do país, habitando entre Cades e Sur, e peregrinou em
Gerar.
2 E Abraão disse a respeito de Sara, sua esposa: Ela é minha irmã. Porque temia
dizer: É minha esposa; para que os homens da cidade não quisessem, a qualquer
momento, matá-lo por causa dela. Então Abimeleque, rei de Gerar enviou seus
homens, que tomaram Sara.
3 E Deus veio a Abimeleque durante a noite, no sono, e disse-lhe: Eis que morrerás
por causa da mulher que tomaste; porque ela tem vivido com o seu marido.
4 Porém, Abimeleque ainda não havia tocado nela, e disse: Senhor, irás destruir uma
nação justa e que peca sem saber?
5 Não me disse ele: É minha irmã? e não disse ela a mim: É meu irmão? Com um
coração puro e na justiça das minhas mãos foi que fiz isto.
6 Então, Deus disse-lhe, no sono: Sim, eu sabia que fizeste isto com um coração
puro, e poupei-te, de modo que não pecasses contra mim; pois não te permiti tocá-
la.
7 Porém, agora, devolve ao homem a sua mulher, porque ele é um profeta e
intercederá por ti, e viverás; mas, se não quiseres devolvê-la para ele, sabe que
morrerás e todos os teus.
8 E levantou-se Abimeleque de manhã cedo, chamou os seus servos e falou todas
estas palavras em seus ouvidos. E todos os homens foram possuídos de grande
temor.
9 Abimeleque chamou Abraão e disse-lhe: Que é isto que fizeste para nós?
Cometemos algum pecado contra ti, que fizeste vir sobre mim e sobre o meu reino
tamanho pecado? Tu tens feito comigo uma coisa a qual ninguém deveria fazer.
10 E Abimeleque disse a Abraão: Que viste em mim para que fizesses isto?
11 Abraão respondeu: Foi por que eu disse, certamente não há adoração de Deus
neste lugar, e eles me matarão por causa da minha esposa.
12 Porque, realmente, ela é minha irmã por meu pai, mas não por minha mãe; e
tornou-se minha esposa.
13 E aconteceu, quando Deus me levou para fora da casa de meu pai, que eu disse á
ela: Assim me farás justiça: em todos os lugares nos quais entrarmos, dirás de mim:
Ele é meu irmão.
14 Então, tomou Abimeleque mil peças de prata, ovelhas e bezerros, servos e
servas, e deu-os a Abraão; e devolveu a ele Sara, sua esposa.
15 E Abimeleque disse a Abraão: Eis que a minha terra está diante de ti; habita onde
for agradável para ti.
16 E a Sara, ele disse: Eis que tenho dado a teu irmão mil moedas de prata; essas
devem ser para ti, como o preço da tua beleza, e para todas as mulheres contigo. E
sejam sinceras em todas as coisas.
17 Então, Abraão orou a Deus, e Deus sarou a Abimeleque e a sua esposa, e a seus
servos e as suas mulheres; e elas tiveram filhos.
18 Porque o Senhor havia fechado, desde o interior, cada ventre na casa de
Abimeleque, por causa de Sara, esposa de Abraão.
Gênesis - Capítulo 21
1 O Senhor visitou Sara, conforme dissera. E o Senhor fez para Sara como ele lhe
prometera.
2 Ela concebeu e deu à luz um filho para Abraão na sua velhice, no tempo
determinado, conforme o Senhor falara com ele.
3 E Abraão chamou o nome de seu filho que lhe nascera, o qual Sara lhe dera,
Isaque.
4 Abraão circuncidou Isaque ao oitavo dia, conforme Deus lhe ordenara.
5 Era Abraão de cem anos de idade quando Isaque, seu filho, nasceu.
6 Então, Sara disse: O Senhor tem concedido a mim motivo de riso; pois aqueles que
ouvirem isto alegrar-se-ão comigo.
7 E ela disse: Quem dirá a Abraão que Sara amamenta uma criança? Pois eis que eu
tive um filho, na minha idade avançada.
8 O menino cresceu e foi desmamado. E Abraão fez um grande banquete no dia em
que seu filho Isaque foi desmamado.
9 Sara avistou o filho de Hagar, a egípcia, o qual nascera para Abraão, brincando
com seu filho Isaque;
10 e, logo em seguida, ela disse para Abraão: Expulsa a escrava e seu filho, pois o
filho desta escrava não herdará com meu filho Isaque.
11 Porém, esta palavra a respeito de seu filho parecia muito difícil para Abraão.
12 E Deus disse a Abraão: Que não seja isto difícil diante de ti em relação à criança e
em relação à escrava; entretanto, em todas as coisas que Sara te disser ouve a sua
voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência.
13 E, além do mais, irei fazer do filho desta serva uma grande nação; porque ele é a
tua semente.
14 Abraão se levantou pela manhã, tomou pão e um odre de água e os deu a Hagar.
Colocou a criança em seu ombro e despediu-a; e ela, tendo partido, vagou no
deserto, próximo ao Poço do Juramento.
15 Mas a água vazou para fora do odre. então, ela deitou o menino debaixo de uma
árvore de abeto,
16 e afastou-se, assentando-se diante dele, à uma certa distância, tal como a de um
tiro de arco, pois que dissera: Certamente eu não poderei contemplar a morte de
meu filho. Ela se assentou em frente a ele, e a criança gritou e chorou.
17 E Deus ouviu a voz da criança, vinda do lugar onde ela estava; então, um anjo de
Deus chamou Hagar, do céu, e disse-lhe: Que tens, Hagar? Não temas, porque Deus
ouviu a voz da criança, vinda do lugar onde ela está.
18 Levanta-te, toma o menino e pega-o na tua mão, porque farei dele uma grande
nação.
19 Deus abriu-lhe os olhos, e ela viu uma fonte a jorrar água. Correu e encheu o odre
com água, e deu de beber ao seu filho.
20 Deus estava com o menino, e ele cresceu e habitou no deserto, tornando-se um
arqueiro.
21 Habitou ele no deserto, e a sua mãe tomou-lhe uma mulher de Parã, do Egito.
22 E aconteceu, naquele tempo, que Abimeleque e Ocozate, seu amigo, e Ficol, o
comandante do seu exército, falaram a Abraão, dizendo: Deus é contigo em tudo,
em qualquer coisa que vieres a fazer.
23 Agora, pois, jura-me por Deus que não irás ferir-me nem à minha semente, nem
ao meu nome; porém, de acordo com a justiça a qual eu te demonstrei, assim tu
deverás agir para comigo e para com a terra na qual tens peregrinado.
24 E disse Abraão: Eu juro.
25 Então, Abraão repreendeu a Abimeleque por causa dos poços de água que os
servos de Abimeleque lhe haviam tomado.
26 E Abimeleque lhe disse: Eu não sei quem fez esta coisa contra ti; nem tu me
havias contado isto nem eu tinha ouvido nada a respeito disto, até o dia de hoje.
27 Então, Abraão tomou ovelhas e bezerros e os deu a Abimeleque, e ambos
fizeram um pacto.
28 E Abraão separou, das outras, sete cordeiras.
29 Abimeleque disse a Abraão: Para o que são estas sete cordeiras que puseste
separadas?
30 E Abraão respondeu-lhe: Receberás de mim as sete cordeiras, a fim de que elas
sejam como um testemunho de que eu cavei este poço.
31 Portanto, ele chamou o nome daquele lugar o Poço Do Juramento; pois, ali, os
dois juraram.
32 E eles fizeram um pacto junto ao Poço Do Juramento. Então, levantou-se
Abimeleque, Ocozate, seu amigo, e Ficol, o comandante-em-chefe do seu exército, e
voltaram para a terra dos filisteus.
33 Abraão plantou um campo no Poço Do Juramento, e invocou ali o nome do
Senhor, o Deus eterno.
34 E Abraão peregrinou na terra dos filisteus por muitos dias.
Gênesis - Capítulo 22
1 E aconteceu, depois destas coisas, que Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe:
Abraão! Abraão! e ele respondeu: Eis que eu estou aqui!
2 E ele disse: Toma o teu filho amado, aquele quem tens amado, Isaque, e vai para a
terra montanhosa; e oferece-o ali como uma oferta de holocausto, sobre um dos
montes que eu te mostrarei.
3 Abraão se levantou pela manhã e albardou o seu jumento, tomando consigo dois
servos e também Isaque, seu filho; e, tendo cortado madeira para uma oferta de
holocausto, levantou-se e partiu, vindo até o lugar do qual Deus lhe falara,
4 chegando ali ao terceiro dia. Abraão ergueu os olhos e avistou o lugar, de longe.
5 Então, Abraão disse aos seus servos: Assentai-vos aqui com o jumento; eu e o
moço prosseguiremos até lá e, tendo adorado, retornaremos para vós.
6 Abraão tomou a lenha da oferta de holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho, e
tomou em suas mãos o fogo e a faca; e os dois se foram, juntos.
7 Isaque disse ao seu pai, Abraão: Pai! E ele respondeu: Que é, filho? E ele disse-lhe:
Eis o fogo e eis a lenha. Onde está a ovelha para uma oferta de holocausto?
8 Abraão respondeu: Deus proverá para si um cordeiro para a oferta de holocausto,
meu filho. E havendo ido, juntos,
9 chegaram ao lugar do qual Deus lhe falara. Ali Abraão construiu o altar, pondo a
lenha sobre ele; e, depois de ter atado juntos os pés de seu filho Isaque, deitou-o
sobre o altar, em cima da madeira.
10 E Abraão estendeu a mão a fim de pegar a faca para matar seu filho.
11 Porém, um anjo do Senhor o chamou do céu, dizendo: Abraão! Abraão! Ele
respondeu: Eis que estou aqui!
12 E ele disse: Não estendas a mão sobre a criança, nem lhe faças nada; pois agora
sei que temes a Deus e, por minha causa, não poupaste teu filho amado.
13 Então, Abraão levantou os olhos, fixando-os e, eis que um carneiro estava preso
pelos chifres em uma planta, em um arbusto. E Abraão tomou o carneiro,
oferecendo-o como uma oferta de holocausto no lugar do seu filho Isaque.
14 E Abraão chamou o nome daquele lugar Eu Vi O Senhor; para que se possa dizer,
nos dias de hoje: No monte em que o Senhor foi visto.
15 E um anjo do Senhor chamou Abraão pela segunda vez, do céu, dizendo:
16 Eu jurei por mim mesmo, diz o Senhor; porquanto fizeste isto, e por minha
consideração não poupaste a teu filho amado,
17 certamente eu te abençoarei muitíssimo e multiplicarei a tua descendência como
as estrelas do céu e como a areia que está na beira do mar; e a tua descendência
herdará as cidades dos seus inimigos.
18 Em tua semente todas as nações da terra serão abençoadas, porquanto ouviste a
minha voz.
19 Então, Abraão retornou aos seus servos, e eles se levantaram e foram juntos para
o Poço do Juramento; e habitou Abraão junto ao Poço do Juramento.
20 Aconteceu, depois destas coisas, que foi trazido um relato a Abraão, dizendo: Eis
que também Milca teve filhos nascidos de Naor, teu irmão:
21 Uz, o primogênito, e seu irmão Buz; Quemuel, o pai dos sírios, e Quésede,
22 Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel. E gerou Betuel a Rebeca.
23 Estes são os oito filhos que Milca deu a Naor, irmão de Abraão.
24 E a sua concubina, cujo nome era Reumá, ela também lhe deu Tebá, Gaã, Taás e
Maaca.
Gênesis - Capítulo 23
Gênesis - Capítulo 24
Gênesis - Capítulo 25
1 E Abraão, outra vez, tomou uma esposa, cujo nome era Quetura.
2 Ela gerou para ele a Zinrã, a Jocsã, a Medã, a Midiã, a Jisbaque e a Sua.
3 Jocsã gerou a Sabá e a Dedã. Os filhos de Dedã foram os assurins, os letusins e os
leumins.
4 Os filhos de Midiã foram Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda. Todos estes foram filhos
de Quetura.
5 Abraão, porém, deixou todas as suas possessões para Isaque, seu filho.
6 Mas para os filhos de suas concubinas Abraão deu presentes, e enviou-os,
enquanto ainda estava vivendo, para longe de seu filho Isaque, para o Oriente, para
o país do Oriente.
7 Estes foram os dias da vida de Abraão, tantos quantos ele viveu: cento e setenta e
cinco anos.
8 Abraão morreu em boa e adiantada idade, sendo um homem velho e farto de dias,
e foi acrescentado ao seu povo.
9 Isaque e Ismael, seus filhos, enterraram-no na caverna dupla no campo de Efrom,
filho de Zoar, o heteu, o qual está diante de Manre,
10 o campo que Abraão adquirira dos filhos de Hete. Ali eles enterraram a Abraão e
a sua esposa, Sara.
11 E aconteceu, depois da morte de Abraão, que Deus abençoou Isaque, seu filho; e
Isaque habitou próximo ao poço da Visão.
12 São estas as gerações de Ismael, o filho de Abraão, os quais Hagar, a egípcia,
serva de Sara, gerara para Abraão;
13 e estes são os nomes dos filhos de Ismael, conforme o nome de suas gerações: o
primogênito de Ismael, Nebaiote; e Quedar, Abdeel, Mibsão,
14 Misma, Dumá, Massá,
15 Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá.
16 Estes são os nomes dos filhos de Ismael; são estes os seus nomes em suas tendas
e nas suas habitações. Doze príncipes, de acordo com as suas nações.
17 E estes são os anos da vida de Ismael: cento e trinta e sete anos. E ele se
enfraqueceu e morreu, sendo acrescentado aos seus pais.
18 Habitou ele de Havilá até Sur, que está oposta ao Egito, até onde se vai em
direção aos Assírios; e habitou na presença de todos os seus irmãos.
19 E estas são as gerações de Isaque, filho de Abraão:
20 Abraão gerou a Isaque. Isaque tinha quarenta anos de idade quando tomou a
Rebeca, da Siria Mesopotâmica, filha de Betuel, o sírio, e irmã de Labão, o sírio,
como esposa;
21 Isaque orou ao Senhor a respeito de sua esposa Rebeca, pois ela era estéril;
então, o Senhor o escutou, e Rebeca, sua esposa, concebeu em seu ventre.
22 As crianças lutavam dentro dela, e ela disse: Se vai ser assim comigo, porque tal
coisa me aconteceu? E ela foi indagar do Senhor.
23 Mas o Senhor lhe respondeu: Duas nações existem em teu útero, dois povos se
separarão de teu ventre; um povo sobrepujará o outro, e o mais velho servirá ao
mais novo.
24 Então, os dias se cumpriram, chegando o tempo em que ela deveria dar à luz. E
tinha ela gêmeos em seu útero.
25 E o primeiro veio para fora, vermelho, todo cabeludo, como uma pelagem; e ela
chamou o seu nome Esaú.
26 Depois disto, saiu o seu irmão, e a sua mão segurava no calcanhar de Esaú. E ela
o chamou de Jacó. Isaque tinha sessenta anos de idade quando Rebeca os gerou.
27 Os meninos cresceram, e Esaú tornou-se um homem habilitado na caça, morando
no campo; Jacó, todavia, era um homem simples, e morava em uma casa.
28 Isaque amava Esaú, porque o cervo que ele caçava era seu alimento; Rebeca,
porém, amava Jacó.
29 Então, Jacó fez um cozinhado de vegetais, e Esaú chegou do campo, esmorecido.
30 E Esaú disse a Jacó: Deixe-me provar deste cozido avermelhado de vegetais, pois
estou desfalecendo. E, por causa disto, seu nome foi chamado Edom.
31 E Jacó respondeu a Esaú: Vende-me, hoje, a tua primogenitura.
32 Respondeu-lhe Esaú: Vê que eu estou a ponto de morrer! e que bem me faz esta
primogenitura?
33 Então, Jacó lhe disse: Jures para mim, hoje. E ele lhe jurou. E, assim, Esaú vendeu
seu direito de primogenitura para Jacó.
34 E Jacó deu o pão a Esaú, e o cozinhado de lentilhas. Ele comeu e bebeu e, tendo
se levantado, partiu. Desta forma, Esaú abriu mão de sua primogenitura.
Gênesis - Capítulo 26
1 Houve fome na terra, depois da fome anterior, a qual houvera na época de Abraão;
e Isaque foi ter com Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar.
2 Mas o Senhor lhe apareceu, dizendo: Não desças ao Egito; habita, porém, na terra
que eu te disser.
3 Peregrina nesta terra, e eu serei contigo e te abençoarei; pois darei a ti e à tua
descendência toda esta terra. E confirmarei o meu juramento, o qual jurei a teu pai,
Abraão;
4 multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e darei à ela toda esta
terra; todas as nações da terra serão abençoadas em tua semente,
5 porquanto Abraão, teu pai, ouviu a minha voz e guardou as minhas injunções, os
meus mandamentos, as minhas ordenanças e os meus estatutos.
6 Então, Isaque habitou em Gerar.
7 Mas os homens do lugar interrogaram-no a respeito de Rebeca, sua esposa, e ele
disse: Eis que ela é minha irmã. Porque temia dizer: é minha esposa; para que, a
qualquer momento, os homens do lugar não quisessem matá-lo por causa de
Rebeca. Pois ela era formosa.
8 E ali ele permaneceu, por um longo tempo. Então, Abimeleque, rei de Gerar,
inclinou-se para olhar pela janela e viu Isaque divertindo-se com Rebeca, sua mulher.
9 Chamou Abimeleque a Isaque e disse-lhe: Não é ela tua esposa? Por que, então,
disseste: Ela é minha irmã? Mas Isaque lhe respondeu: Fi-lo porque disse a mim
mesmo: Não aconteça que, a qualquer momento, eu venha a morrer por causa dela.
10 Porém, Abimeleque disse-lhe: Por que fizeste isto conosco? Algum dos meus
parentes, dentro em pouco, ter-se-ia deitado com tua mulher, e terias trazido um
pecado de ignorância sobre nós.
11 Então, Abimeleque ordenou a todo o povo, dizendo: Qualquer um que tocar a
este homem e a sua esposa estará sujeito à morte.
12 Isaque semeou naquela terra, e viu que a cevada, naquele ano, multiplicou-se cem
vezes; pois o Senhor o abençoou.
13 E o homem foi exaltado e começou a progredir, até que se tornou mui grande.
14 Tinha ele gado de ovinos e bovinos, e muitas terras cultivadas; e os filisteus o
invejavam.
15 Todos os poços que os servos de seu pai tinham cavado no tempo de seu pai
Abraão os filisteus os fizeram parar de funcionar, enchendo-os de terra.
16 E Abimeleque disse para Isaque: Aparta-te de nós. Pois te tornaste mais poderoso
do que nós.
17 Então, Isaque partiu dali, descansando no vale de Gerar; e habitaram ali.
18 Isaque tornou a cavar os poços de água, os quais os servos de seu pai Abraão
tinham cavado e os filisteus haviam tapado depois da morte dele; e deu-lhes nomes
de acordo com os nomes pelos quais seu pai os chamara.
19 Cavaram os servos de Isaque no vale de Gerar, e acharam ali um poço de água
nascente.
20 Então, os pastores de Gerar contenderam com os pastores de Isaque, dizendo
que a água era deles; e chamaram o nome do poço Ferimento; pois eles o feriram.
21 E, partindo dali, cavou outro poço, e também contenderam por este; e chamou o
nome dele Inimizade.
22 Então, partiu dali e cavou outro poço, e por este não contenderam. E ele chamou
o seu nome Espaço, dizendo: Porque agora o Senhor criou espaço para nós, e
aumentou-nos sobre a terra.
23 E, dali, subiu para o poço do Juramento.
24 O Senhor apareceu-lhe naquela noite, dizendo: Eu sou o Deus de teu pai Abraão.
Não temas, porque eu sou contigo e te abençoarei e multiplicarei a tua
descendência, por causa de Abraão, teu pai.
25 Então, edificou ele, ali, um altar, e invocou o nome do Senhor; e armou naquele
lugar a sua tenda; também ali os servos de Isaque cavaram um poço, no vale de
Gerar.
26 Abimeleque veio até ele, de Gerar, e assim o fez Ocozate, seu aliado, e Ficol, o
comandante-em-chefe do seu exército.
27 E Isaque lhes disse: Por que viestes a mim, porquanto me odiastes, enviando-me
para longe de vós?
28 Então, responderam-lhe: Temos visto, com certeza, que o Senhor é contigo.
Então, dissemos: Haja, agora, um juramento entre nós e ti; e faremos um pacto
contigo
29 estabelecendo que não farás nenhum mal contra nós, assim como não te
havemos incomodado, e de acordo como te tratamos bem, enviando-te para diante,
pacificamente. E eis que agora estás abençoado pelo Senhor.
30 Isaque fez um festim para eles, e comeram e beberam.
31 Levantaram-se, então, pela manhã, jurando cada um ao seu próximo. Isaque os
despediu, e eles se apartaram dele com segurança.
32 E sucedeu que, naquele dia, os servos de Isaque chegaram e contaram-lhe acerca
do poço que tinham cavado, dizendo: Não encontramos água.
33 Então, ele o chamou Juramento. Por isso, chamou-se o nome da cidade o Poço
do Juramento, até este dia.
34 Esaú tinha quarenta anos e tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, o heteu, e a
Basemate, filha de Elom, o heteu.
35 E elas faziam provocações contra Isaque e Rebeca.
Gênesis - Capítulo 27
Gênesis - Capítulo 28
Gênesis - Capítulo 29
1 Então, Jacó se levantou, indo para a terra do oriente, a Labão, filho de Betuel, da
Síria, e irmão de Rebeca, mãe de Jacó e Esaú.
2 Ele olhou, e eis que havia um poço na planície, e estavam ali três rebanhos de
ovinos, repousando próximos a ele; pois daquele poço davam de beber aos
rebanhos. E havia uma grande pedra na boca do poço.
3 Naquele lugar todos os rebanhos eram reunidos. Costumava-se rolar a pedra da
boca do poço e dar-lhes água e, então, recolocar a pedra em seu lugar, na boca do
poço.
4 E Jacó perguntou-lhes: Irmãos, donde sois? E eles responderam: De Harã.
5 E ele lhes perguntou: Conheceis Labão, filho de Naor? E responderam-lhe: Nós o
conhecemos.
6 Então, ele lhes perguntou: Ele está bem? Responderam-lhe: Está bem. E eis que
Raquel, sua filha, vinha com as ovelhas.
7 E Jacó disse: O dia ainda está em meio, não é, ainda, tempo de que os rebanhos se
ajuntem; dai de beber às ovelhas e levai-as, para alimentá-las.
8 Porém, responderam-lhe: Não seremos capazes de fazer isto antes que todos os
pastores estejam reunidos, e possamos rolar a pedra da boca do poço. Então,
daremos água aos rebanhos.
9 Estando ele ainda falando-lhes, eis que Raquel, filha de Labão, veio com as ovelhas
de seu pai; pois ela é quem as alimentava.
10 E aconteceu, quando Jacó viu Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as
ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, que ele se adiantou, rolando a pedra da boca
do poço, e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.
11 E Jacó beijou a Raquel, clamando em alta voz; e chorou.
12 E contou a Raquel que ele era parente de seu pai, filho de Rebeca; então, ela
correu e relatou tudo ao seu pai, de acordo com estas palavras.
13 E Sucedeu, quando Labão ouviu o nome de Jacó, filho de sua irmã, que correu-lhe
ao encontro, abraçou-o e beijou-o, levando-o para sua casa; e ele contou a Labão
todas estas coisas.
14 Então, Labão disse-lhe: Tu és dos meus ossos e da minha carne! E Jacó
permaneceu com ele um mês inteiro.
15 E Labão falou a Jacó: Certamente, tu não me servirás por nada, pois que és meu
irmão. Diga-me, qual deverá ser a tua recompensa?
16 Ora, Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da mais
jovem, Raquel.
17 Os olhos de Lia eram baços, porém Raquel era bonita na aparência, e
extremamente agradável o seu rosto.
18 Jacó amava a Raquel, e respondeu-lhe: Servir-te-ei sete anos por Raquel, tua filha
menor.
19 E Labão disse-lhe: Melhor é que eu a dê a ti do que a outro homem. Habita
comigo.
20 E Jacó serviu por Raquel durante sete anos, os quais foram diante dele como
poucos dias, porquanto a amava.
21 Então, Jacó disse a Labão: Dá-me a minha mulher, porque meus dias se
cumpriram, para que eu possa partir com ela.
22 E Labão reuniu todos os homens do lugar, fazendo uma festa de casamento.
23 Era ao anoitecer, e ele tomou sua filha Lia, trazendo-a para Jacó; e Jacó ficou com
ela.
24 Labão deu Zilpa, sua serva, para sua filha Lia, para servi-la.
25 Mas veio a manhã, e eis que era Lia. Então, Jacó disse a Labão: Que é isto que
fizeste para mim? Não te servi eu por Raquel? Porque me enganaste?
26 E Labão respondeu-lhe: Não se faz assim no nosso país; dá-se, entretanto, a
menor antes da mais velha.
27 Completa, portanto, os seus sete anos, e eu te darei também a ela em troca de
teu trabalho, no qual tu trabalharás para mim, ainda outros sete anos.
28 Jacó fez assim, cumprindo os seus sete anos; e Labão lhe deu sua filha Raquel
como esposa.
29 E Labão deu Bila, sua serva, á sua filha para servi-la.
30 Ele coabitou com Raquel, e amava mais a Raquel do que a Lia. E o serviu outros
sete anos.
31 E quando o Senhor Deus viu que Lia era desprezada, ele abriu o seu ventre.
Raquel, todavia, era estéril.
32 Lia concebeu e deu à luz um filho para Jacó. E chamou o seu nome Rúben,
dizendo: Porquanto o Senhor olhou para a minha humilhação, dando-me um filho,
agora meu marido me amará.
33 Ela concebeu novamente e deu à luz um segundo filho a Jacó, e disse: Porquanto
o Senhor ouviu que eu sou desprezada, ele me deu este, também; e chamou o seu
nome Simeão.
34 Ela concebeu ainda, dando à luz outro filho, e disse: Agora, o meu marido irá ficar
comigo, por eu ter dado a ele três filhos. Por isso, chamou o seu nome Levi.
35 Tendo concebido outra vez, ela deu à luz um filho e disse: Mais uma vez darei
graças ao Senhor. Por isso, chamou o seu nome Judá. E cessou de engravidar.
Gênesis - Capítulo 30
1 Raquel, tendo percebido que não podia dar filhos a Jacó, sentia ciúmes de sua
irmã, e disse-lhe: Dá-me filhos, pois, do contrário, morrerei.
2 Então, Jacó ficou zangado com Raquel, e disse para ela: Estou eu no lugar de
Deus, que tem te privado do fruto do ventre?
3 E Raquel falou a Jacó: Eis aqui minha serva Bila; coabita com ela, que terá filhos
sobre os meus joelhos; assim, também eu terei filhos, através dela.
4 E deu-lhe Bila, sua serva, por mulher; e Jacó a possuiu.
5 Então, Bila, serva de Raquel, concebeu, e deu a Jacó um filho.
6 Disse Raquel: Deus concedeu julgamento para mim, ouviu a minha voz e me deu
um filho. Por isso, chamou o seu nome Dã.
7 E Bila, serva de Raquel, concebeu outra vez, dando à luz um segundo filho a Jacó.
8 Então, disse Raquel: Deus me ajudou, pois eu contendi com minha irmã e
prevaleci. E chamou o seu nome Naftali.
9 Lia viu que tinha cessado de engravidar. Então, ela tomou Zilpa, sua serva, e a deu
a Jacó por mulher; e ele cohabitou com ela.
10 Zilpa, a serva de Lia, concebeu e deu a Jacó um filho.
11 Disse Lia: Ele é feliz. E chamou o seu nome Gade.
12 Então, Zilpa, empregada de Lia, concebeu novamente e deu a Jacó um segundo
filho.
13 E disse Lia: Sou abençoada, porquanto as mulheres irão chamar-me abençoada. E
chamou o seu nome Aser.
14 Rúben foi, no dia da colheita da cevada, e encontrou maçãs de mandrágoras no
campo, trazendo-as para sua mãe, Lia. E Raquel disse a Lia, sua irmã: Dá-me das
mandrágoras de teu filho.
15 Porém Lia respondeu-lhe: Não é suficiente para ti que tomaste o meu marido,
queres também ter as mandrágoras do meu filho? E Raquel lhe disse: Não seja
assim. Deixá-lo-ei deitar-se contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho.
16 Jacó veio do campo, e Lia saiu-lhe ao encontro, dizendo: Ficarás comigo, hoje,
pois aluguei-te pelas mandrágoras de meu filho. E ele deitou-se com ela, naquela
noite.
17 Deus ouviu Lia, e ela concebeu, dando a Jacó um quinto filho.
18 Então, disse Lia: Deus deu-me a minha recompensa, porquanto concedi minha
serva a meu marido. E chamou o seu nome Issacar, que significa recompensa.
19 E Lia, de novo, concebeu, dando a Jacó um sexto filho.
20 E disse Lia: Deus me deu um bom presente; agora o meu marido escolherá a
mim, por eu ter gerado para ele seis filhos. E chamou o seu nome Zebulom.
21 Depois disso ela teve uma filha; e chamou o seu nome Diná.
22 E Deus lembrou-se de Raquel. E Deus a ouviu, abrindo seu ventre.
23 Ela concebeu e deu a Jacó um filho. Então, disse Raquel: Deus tirou o meu
opróbrio.
24 E chamou-lhe José, dizendo: Deus me acrescente outro filho!
25 E aconteceu, quando a Raquel tinha nascido José, que Jacó disse a Labão: Deixa-
me ir, para que eu possa viajar para o meu lugar e para a minha terra.
26 Dá-me as minhas mulheres e os meus filhos, pelos quais eu te tenho servido, para
que eu possa ir. Porque tu sabes o serviço com o qual te tenho servido.
27 Mas Labão respondeu-lhe: Se tenho achado graça aos teus olhos, terei eu um
bom augúrio, porquanto, o Senhor tem me abençoado com a tua vinda!
28 Fixa o teu salário, e eu to darei.
29 Mas, disse-lhe Jacó: Tu sabes em quantas coisas te tenho servido, e quantos dos
teus animais estão comigo.
30 Porque o pouco que tinhas antes que eu viesse foi aumentado para uma
multidão, e o Senhor Deus te tem abençoado desde a minha vinda. Agora, pois,
quando deverei também eu estabelecer a minha própria casa?
31 E Labão disse-lhe: Que te darei? E Jacó respondeu-lhe: Não irás dar-me coisa
alguma. Se queres fazer isso para mim, irei novamente apascentar o teu rebanho e
alimentá-lo.
32 Que os teus rebanhos se apresentem, todos, neste dia. Separa, deles, cada um
que for cinza entre os carneiros, e todo aquele que for salpicado e malhado entre os
bodes. Esta será a minha recompensa.
33 E a minha justiça responderá por mim amanhã, pois esta é a minha recompensa,
que me darás. Os que não forem malhados e salpicados entre os bodes, e cinza
entre os carneiros, será roubado, se estiver comigo.
34 Labão respondeu-lhe: Assim seja, conforme a tua palavra.
35 Então, ele separou, naquele dia, os malhados e salpicados dentre os bodes, e os
malhados e salpicados dentre as cabras, e todo o que era cinza dentre os carneiros,
e cada um que tinha qualquer coisa de branco dentre eles, e entregou-os nas mãos
de seus filhos.
36 E pôs a distância de uma viagem de três dias entre eles e Jacó. E Jacó
apascentava o gado de Labão, os que foram deixados para trás.
37 Jacó tomou para si varas verdes de árvore de estoraque, de nogueira e de
plátano. E Jacó descascou, nelas, riscas brancas. E quando ele retirou o verde, as
faixas brancas que ele tinha feito apareciam, alternadamente, nas hastes.
38 E ele colocou as hastes que tinha descascado nos lugares rasos dos bebedouros
a fim de que, sempre que o gado viesse para beber, quando eles bebessem diante
das varas também concebessem em frente a elas.
39 Desta forma, o rebanho concebia diante das varas. E o gado gerava crias
malhadas, listradas e salpicadas com manchas de cor cinza.
40 Então, Jacó separou os cordeiros, colocando junto as ovelhas um carneiro com
manchas, e cada um que era variegado entre os cordeiros. E separava os rebanhos
que lhe pertenciam, não os misturando com as ovelhas de Labão.
41 E acontecia, no momento em que o gado engravidava, concebendo no seu
ventre, que Jacó colocava as varas perante o gado, nos bebedouros, para que
concebessem olhando para as hastes.
42 Mas ele não as colocava indiscriminadamente, sempre que acontecia de o gado
se adiantar; pois os não manchados eram de Labão, e os manchados eram de Jacó.
43 E o homem tornou-se extremamente rico, possuindo muito gado, bois, servos e
servas, camelos e jumentos.
Gênesis - Capítulo 31
1 Jacó ouviu as palavras dos filhos de Labão, os quais diziam: Jacó tem tomado tudo
o que era de nosso pai; porquanto é da sua propriedade que ele tem adquirido toda
esta glória.
2 Também Jacó viu o rosto de Labão, e eis que este não era para com ele como
antes.
3 E o Senhor disse a Jacó: Volta para a terra de teu pai e para a tua família, e eu serei
contigo.
4 Então, Jacó mandou chamar Lia e Raquel para a planície, aonde se encontravam
os rebanhos,
5 e falou-lhes: Tenho visto a face de vosso pai, que não é para comigo como antes;
porém, o Deus de meu pai tem estado ao meu lado.
6 E vós também sabeis que com todas as minhas forças eu tenho servido ao vosso
pai.
7 Entretanto, ele me enganou, tendo mudado o meu salário para dez cordeiros.
Deus, porém, não lhe concedeu poder para prejudicar-me.
8 Se ele dissesse assim: Os salpicados serão o teu prêmio; em seguida todo o gado
geraria salpicados. E se ele dissesse: Os brancos serão a tua recompensa; então,
teria todo o gado gerado brancos.
9 Assim, Deus tirou todo o gado de vosso pai, dando-o para mim.
10 E veio a acontecer, quando o rebanho concebeu e estava com as crias, que eu
olhei com os meus olhos, no sono, e eis que os carneiros e os bodes estavam
cobrindo as ovelhas e as cabras salpicadas e malhadas, e as variegadas com
manchas de cor cinza.
11 Então o anjo de Deus falou-me, em sonho: Jacó. E eu respondi: O que é?
12 E ele disse: Olha para cima, com os teus olhos, e vê que os carneiros e os bodes
estão a cobrir as ovelhas e as cabras salpicadas e malhadas, e as variegadas com
manchas de cor cinza. Porque tenho visto tudo o que Labão tem feito para contigo.
13 Eu sou Deus, aquele que te apareceu no lugar de Deus, onde ungiste uma coluna
para mim e me fizeste um voto. Agora, portanto, levanta-te e sai desta terra. Parte
para a terra da tua parentela, e eu serei contigo.
14 E Raquel e Lia responderam, dizendo-lhe: Temos ainda uma parte ou herança na
casa de nosso pai?
15 Não somos nós consideradas como estranhas por ele? Pois vendeu-nos, e
consumiu todo o nosso dinheiro.
16 Agora, toda a riqueza e a glória que Deus tomou de nosso pai deverá ser nossa e
de nossos filhos. Faze, portanto, tudo o que Deus te disse.
17 Então, Jacó levantou-se, tomou suas mulheres e seus filhos e os colocou sobre os
camelos;
18 e tomou todas as suas posses e todos os seus bens, os quais tinha adquirido na
Mesopotâmia, tudo o que lhe pertencia, para ir ao encontro de seu pai Isaque, na
terra de Canaã.
19 Tendo Labão ido tosquiar as suas ovelhas, Raquel roubou as suas imagens.
20 Mas Jacó ocultou a questão de Labão, o arameu, para que este não soubesse
que ele fugia.
21 E partiu, com tudo o que lhe pertencia. E passaram o rio, indo para a montanha
de Gileade.
22 Mas Labão, o sírio, foi avisado, no terceiro dia, que Jacó havia fugido.
23 Então, tomando os seus irmãos com ele, partiu em viagem de sete dias,
alcançando-o na montanha de Gileade.
24 Mas Deus veio a Labão, o arameu, no sono da noite, dizendo-lhe: Guarda-te para
que não fales, em nenhum momento, nada de mal a Jacó.
25 Labão alcançou Jacó, e este armara a sua tenda na montanha; e Labão e seus
irmãos estavam estacionados na montanha de Gileade.
26 E Labão disse a Jacó: Que fizeste? Porque motivo fugiste secretamente e me
pilhaste, levando as minhas filhas como cativas da espada?
27 Considerando que, se me tivesses falado, eu te despediria com alegria, com
cânticos, adufes e harpa.
28 Porém, nem mesmo fui considerado merecedor de abraçar meus filhos e minhas
filhas. Agora, então, tu tens agido loucamente,
29 e hoje a minha mão tem o poder de ferir-te. Todavia, o Deus de teu pai falou
comigo, ontem, dizendo: Guarda-te para que não fales nenhuma palavra ruim a
Jacó.
30 Agora, segue teu caminho; pois que tens, ardentemente, desejado ir para a casa
de teu pai. Contudo, porque motivo tens roubado meus deuses?
31 E Jacó respondeu a Labão: Porquanto tive medo, por isto eu disse a mim mesmo
que tu não deverias, a qualquer momento, levar para longe de mim as tuas filhas e
todas as minhas posses.
32 E Jacó também disse: Aquele com quem encontrares os teus deuses, este tal não
deverá viver, na presença de nossos irmãos. Vê o que tenho e que é de tua
propriedade, e leva-o contigo. Mas Labão não encontrou nada com ele. Entretanto,
Jacó não sabia que sua esposa Raquel os tinha furtado.
33 Labão entrou e procurou na tenda de Lia, e, não os achando, ele saiu da tenda de
Lia e procurou na tenda de Jacó e na das duas servas, mas não os encontrou. E ele
foi procurá-los, também, na tenda de Raquel.
34 Mas Raquel tomou os ídolos, colocando-os entre as bagagens dos camelos, e
assentou-se sobre eles.
35 E ela disse a seu pai: Não se indigne, meu Senhor. Não posso levantar-me diante
de ti, pois acontece comigo de acordo com o costume das mulheres. E Labão
procurou em toda a tenda, não encontrando as imagens.
36 Então, Jacó ficou irado e contendeu com Labão; e Jacó falou a Labão: Qual é a
minha injustiça e o meu pecado, pelo qual tu me perseguiste
37 e procuraste em todos os bens da minha casa? O que tens encontrado comigo de
todos os bens de tua casa? Esclarece-o aqui, diante da tua e da minha parentela, e
que eles decidam entre nós dois.
38 Estes vinte anos que estive contigo as tuas ovelhas e as tuas cabras não
deixaram de gerar, e eu não tenho devorado os carneiros de teu rebanho.
39 Qual deles foi arrebatado pelas bestas, que eu não o trouxe para ti? Pois repus
dos meus próprios bens os roubados durante o dia e os roubados durante a noite.
40 Eu permanecia no calor tórrido durante o dia e no frio enregelante à noite, e o
sono fugia dos meus olhos.
41 Estes vinte anos eu estive em tua casa. Servi-te catorze anos por tuas duas filhas,
e por seis anos permaneci entre as tuas ovelhas. Porém, tu fixaste, falsamente, o
meu salário em dez cordeiros.
42 Se eu não tivesse ao meu lado o Deus de Abraão, meu pai, e o Temor de Isaque,
irias, agora, querer mandar-me embora sem nada; todavia, Deus viu a minha
humilhação e os trabalhos das minhas mãos, e repreendeu-te ontem.
43 Então, Labão respondeu a Jacó: Estas filhas são minhas filhas, e os filhos delas
são meus filhos; o gado é o meu gado, e tudo o que vês é meu e propriedade das
minhas filhas. O que devo fazer para elas neste dia, e para seus filhos, que elas
carregam?
44 Agora, pois, vem e façamos um pacto, nós dois, e isto servirá como um
testemunho entre mim e ti. E disse-lhe: Eis que não há ninguém conosco, portanto
Deus é testemunha entre mim e ti.
45 E Jacó, tendo tomado uma pedra, levantou-a para ser uma coluna.
46 Então, disse Jacó aos seus companheiros: Ajuntai pedras. E reuniram as pedras,
fazendo uma pilha; e comeram ali, sobre o monte. Então, Labão disse-lhe: Este
montão é testemunha entre mim e ti, neste dia.
47 E Labão chamou-o o montão do Testemunho; mas Jacó chamou-o Montão
Testemunha.
48 E Labão disse a Jacó: Eis aqui este montão e o pilar que eu coloquei entre mim e
ti; este montão é testemunha, e esse pilar é testemunha. Por causa disso, seu nome
foi chamado: Os montões Testemunhas.
49 E, diante deles, ele disse: Que Deus olhe para isto, entre mim e ti, porque
estamos prestes a afastar-nos uns dos outros.
50 Se humilhares minhas filhas, e se tomares esposas além de minhas filhas, vê! Não
há mais ninguém conosco, observando. Deus é testemunha entre mim e ti.
51 E Labão disse a Jacó: Eis que este montão e esse pilar são testemunhas.
52 Porquanto, se eu não deverei atravessar para ti, tu também não deverás
atravessar para mim, para o mal, além deste montão e desta coluna.
53 O Deus de Abraão, o Deus de Naor, julgue entre nós. E Jacó jurou pelo Temor de
seu pai, Isaque.
54 E ofereceu ele um sacrifício na montanha, convidando seus companheiros. E
comeram e beberam, e dormiram na montanha.
55 Labão levantou-se pela manhã, beijou seus filhos e filhas, e abençoou-os. Então,
voltando-se, partiu para o seu lugar.
Gênesis - Capítulo 32
1 Jacó seguiu em sua jornada e, olhando para cima, viu o exército de Deus,
acampado; e os anjos de Deus o encontraram.
2 E Jacó disse, quando os viu: Este é o acampamento de Deus; e chamou o nome
daquele lugar Acampamentos.
3 Então, enviou Jacó mensageiros diante de si a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, ao
país de Edom.
4 E ordenou-lhes, dizendo: Desta maneira falareis a meu senhor Esaú: Assim diz teu
servo Jacó: Tenho peregrinado com Labão e permanecido com ele, até agora.
5 E ali nasceram para mim bois, jumentos e ovelhas, servos e servas; e enviei-os,
para dizer ao meu senhor Esaú: Que o teu servo possa achar graça diante de teus
olhos.
6 Mas os mensageiros voltaram a Jacó, relatando: Fomos a teu irmão Esaú, e eis que
ele vem para encontrar-te, e quatrocentos homens com ele.
7 Então, Jacó ficou extremamente aterrorizado e perplexo, e dividiu o povo que
estava com ele, e as vacas, os camelos e as ovelhas, em dois acampamentos.
8 Pois disse Jacó: Se Esaú chegar a um acampamento e o ferir, o outro
acampamento estará em segurança.
9 E Jacó falou: Deus de meu pai Abraão, e Deus de meu pai Isaque; ó Senhor, tu és o
que disseste para mim: Vai, depressa, para a terra do teu nascimento, pois eu irei
fazer-te bem.
10 Que haja, para mim, suficiência de toda a justiça e de toda a verdade que tens
tido para com o teu servo; porquanto, com tão somente o meu cajado passei este
Jordão, e agora volto com dois acampamentos.
11 Livra-me da mão do meu irmão, da mão de Esaú, pois tenho medo dele; para que
não suceda que ele venha e me fira, e as mães com os seus filhos.
12 Pois tu disseste: Eu te farei bem, e a tua descendência como a areia do mar, a qual
não poderá ser contada, por numerosa.
13 E dormiu ali, naquela noite. E, tomando os presentes que carregava consigo
enviou-os a Esaú, seu irmão:
14 Duzentas cabras, vinte bodes, duzentas ovelhas, vinte carneiros,
15 camelas de leite e suas crias, em número de trinta, quarenta vacas, dez touros,
vinte jumentas e dez potros.
16 E ele os deu aos seus servos, à cada bando separadamente, e lhes disse: Ide
adiante de mim, e colocai um espaço entre cada bando.
17 E ordenou ao primeiro deles, dizendo: Se meu irmão Esaú se encontrar contigo, e
se ele te perguntar, dizendo: De onde és tu? Para onde vais e de quem são essas
possessões avançando diante de ti?
18 Tu lhe dirás: Teu servo Jacó enviou presentes a meu senhor Esaú; e eis que ele
está vindo, logo atrás de nós.
19 E ele orientou o primeiro, e o segundo e o terceiro, e todos os que foram antes
dele junto desses rebanhos, dizendo: Assim direis a Esaú quando o encontrardes,
20 e desta forma lhe falareis: Eis que o teu servo Jacó vem logo atrás de nós. Pois
ele disse: Tornarei propício o seu rosto com os dons enviados à sua presença; e,
depois disto, verei o seu rosto. Porventura me aceitará.
21 Assim, os presentes foram adiante dele. Entretanto ele ficou, naquela noite, no
acampamento.
22 E levantou-se, na mesma noite, tomando as suas duas mulheres e as suas duas
servas, e os seus onze filhos, e atravessou o vau do Jaboque.
23 Tomou-os e passou a torrente, levando todos os seus bens.
24 Mas Jacó ficou sozinho, e um homem lutou com ele, até de manhã.
25 O homem viu que não prevalecia contra ele, e, então, tocou na parte mais larga
da sua coxa; e a parte mais larga da coxa de Jacó ficou paralisada, enquanto lutava
com ele.
26 E o homem disse-lhe: Deixa-me ir, pois o dia raiou. Porém, ele respondeu: Não te
deixarei ir, se não me abençoares.
27 E perguntou-lhe ele: Qual é o teu nome? E respondeu-lhe: Jacó.
28 E ele disse: Teu nome não deverá mais ser Jacó; porém, Israel será o teu nome.
Porque tens prevalecido contra Deus, e serás poderoso entre os homens.
29 Então, Jacó perguntou-lhe, dizendo: Revela para mim, qual o teu nome? Mas ele
respondeu: Porque perguntas pelo meu nome? E abençoou-o, ali.
30 E Jacó chamou o nome daquele lugar a Face de Deus; pois, disse ele, tenho visto
Deus face à face, e a minha vida foi preservada.
31 E o sol levantava-se sobre ele, quando atravessou a Face de Deus; e andava
coxeando.
32 Portanto, os filhos de Israel de maneira alguma comerão o tendão que foi
paralisado, o qual está na parte mais larga da coxa, até este dia. Porquanto o anjo
tocou na parte mais larga da coxa de Jacó, no seu tendão, o qual ficou paralisado.
Gênesis - Capítulo 33
1 Jacó, levantando os olhos, fixou-os. E eis Esaú, seu irmão, chegando, e
quatrocentos homens com ele. Então, Jacó dividiu as crianças entre Lia, Raquel e as
duas servas.
2 E pôs ele as duas servas com os seus filhos na frente, e Lia com seus filhos atrás, e
Raquel e José mais para trás.
3 E avançou, indo adiante deles e fazendo reverência à terra sete vezes, até
aproximar-se do seu irmão.
4 Então, Esaú correu ao encontro dele e abraçou-o, caindo sobre o seu pescoço e
beijando-o; e ambos choraram.
5 Esaú ergueu os seus olhos, vendo as mulheres e as crianças, e disse: Quem são
esses contigo? E ele respondeu: Os filhos com que Deus tem, na sua misericórdia,
abençoado o teu servo.
6 E as servas e seus filhos se aproximaram, e fizeram-lhe reverência.
7 Também Lia e seus filhos se aproximaram e fizeram-lhe reverência. E, após estes,
aproximaram-se Raquel e José e fizeram-lhe reverência.
8 E disse ele: Que significam estas coisas para ti, todos esses bandos que encontrei?
E ele respondeu: Estes são para que o teu servo possa achar graça aos teus olhos,
meu senhor.
9 Então, Esaú lhe disse: Tenho muito, meu irmão; guarda as tuas propriedades.
10 Mas Jacó respondeu: Se tenho achado graça aos teus olhos, recebe os dons,
através das minhas mãos. Pois tenho visto o teu rosto como alguém deveria ver o
rosto de Deus. E, assim, estarás satisfeito comigo.
11 Aceita a minha bênção, a qual eu trouxe para ti, porque Deus teve misericórdia de
mim e eu já tenho todas as coisas de que preciso. Constrangeu-o, e ele aceitou,
12 e disse: Partamos, indo direto em frente.
13 Porém, respondeu-lhe Jacó: O meu senhor sabe que as crianças são muito
sensíveis, e os rebanhos e as manadas estão com as suas crias. Se conduzi-los
duramente, por um dia, todos os animais irão morrer.
14 Que o meu senhor vá adiante do seu servo. E eu terei forças na estrada, de
acordo com a facilidade da viagem para mim e de conformidade com a força das
crianças, até que eu venha ao encontro de meu senhor, em Seir.
15 Mas Esaú disse: Deixar-te-ei algumas das pessoas que estão comigo. E ele
respondeu: Por que isso? É suficiente que eu tenha achado graça diante de ti, meu
senhor.
16 Então, Esaú retornou, naquele dia, em sua jornada para Seir.
17 E Jacó voltou para as suas tendas, e construiu para si habitações; e para o seu
gado ele fez estábulos. Por isto chamou o nome daquele lugar Estábulos.
18 Então, Jacó veio a Siquém, uma cidade de Secima, que está na terra de Canaã,
quando saiu de Mesopotâmia da Síria; e tomou para si um lugar defronte da cidade.
19 E ele comprou a parte do campo onde armou a sua tenda de Hamor, pai de
Siquém, por cem cordeiros.
20 E, levantando lá um altar, invocou o Deus de Israel.
Gênesis - Capítulo 34
1 Diná, filha de Lia, que ela dera a Jacó, saiu para conhecer as filhas dos habitantes
do lugar.
2 E Siquém, filho de Hamor, o heveu, governador da terra, viu-a e levou-a, e deitou-
se com ela, desonrando-a.
3 Ficou ele ligado à alma de Diná, filha de Jacó; e amou a moça, falando ao seu
coração.
4 Então, Siquém disse a Hamor, seu pai: Toma-me esta donzela por mulher.
5 Mas Jacó soube que o filho de Hamor tinha desonrado Diná, sua filha (naquele
momento seus filhos estavam com o gado, na planície). E Jacó ficou em silêncio até
que eles chegaram.
6 E Hamor, pai de Siquém, foi até Jacó, para falar com ele.
7 Chegaram os filhos de Jacó da planície, e quando ouviram o que tinha acontecido
ficaram profundamente tristes; e o assunto lhes foi muito doloroso, porquanto
aquele homem havia feito uma loucura em Israel, tendo se deitado com a filha de
Jacó. Pois tal coisa não deveria acontecer.
8 Porém, Hamor falou-lhes, dizendo: Siquém, meu filho, tem escolhido no seu
coração a vossa filha; dai-a, pois, a ele por mulher,
9 e casai-vos conosco. Dai-nos as vossas filhas e tomai das nossas filhas para vossos
filhos,
10 e habitai no meio de nós. Eis que a terra é espaçosa diante de vós; habitai nela e
façais comércio, adquirindo possessões no meio dela.
11 E disse Siquém ao pai da moça e aos seus irmãos: Que eu ache graça diante de
vós, e iremos dar-vos o que haveis de dizer.
12 Multiplicai muito a vossa demanda do dote, e eu vos darei em conformidade com
o que haveis de dizer-me. Tão somente que vós me dareis esta donzela por mulher.
13 Então, os filhos de Jacó responderam a Siquém e a seu pai Hamor
astuciosamente; e desta forma lhes falaram; porquanto eles haviam contaminado a
Diná, sua irmã.
14 E Simeão e Levi, irmãos de Diná, disseram-lhes: Não seremos capazes de fazer tal
coisa, dar nossa irmã a um homem que não é circuncidado; porque isto é uma
vergonha para nós.
15 Somente nesses termos é que iremos estar em conformidade convosco, e habitar
no meio de vós: se também fordes como nós somos. E que todos os vosso homens
sejam circuncidados;
16 então, iremos dar-vos as nossas filhas, e tomaremos de vossas filhas por esposas.
Habitaremos convosco, e seremos todos como uma só raça.
17 Todavia, se não nos ouvirdes para vos circuncidardes, tomaremos nossa filha e
partiremos.
18 Tais palavras satisfizeram a Hamor e a Siquém, seu filho,
19 e o jovem não tardou em fazer tal coisa, pois estava muito ligado à filha de Jacó,
e também era o mais honrado de todos na casa de seu pai.
20 Então, Hamor e Siquém, seu filho, vieram ao portão de sua cidade e falaram aos
homens dela, dizendo:
21 Estes homens são pacíficos. Deixemo-los morar conosco sobre a terra, e
deixemo-los comerciar. Eis que a terra é extensa diante deles. Tomaremos as suas
filhas para nós, por mulheres, e iremos dar-lhes nossas filhas.
22 Tão somente nos seguintes termos os homens estarão em conformidade para
habitar conosco, de modo a sermos um único povo: se todos os homens entre nós
se deixarem circuncidar, como eles são circuncidados.
23 E não acontecerá que o seu gado, os seus rebanhos e os seus bens serão também
nossos? Conformemo-nos com eles nisto, habitarão conosco.
24 Então, todos os que entraram no portão da cidade escutaram a Hamor e a
Siquém, seu filho, e foram circuncidados na carne de seu prepúcio, todos os
homens.
25 E aconteceu ao terceiro dia, quando estavam sentindo muita dor, que os dois
filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada e
entraram na cidade com segurança, e mataram todos os seus homens.
26 E eles mataram Hamor e Siquém, seu filho, com o fio da espada; e tomaram Diná
da casa de Siquém, saindo dali.
27 Mas os filhos de Jacó vieram sobre os feridos e devastaram a cidade onde haviam
contaminado a sua irmã Diná.
28 E suas ovelhas, seus bois e seus burros eles tomaram, com todas as coisas que
estavam na cidade, e tudo o que estava na planície.
29 Levaram eles, cativas, todas as suas pessoas e tudo o que mantinham guardado,
e também as suas esposas; e saquearam tanto as coisas que estavam na cidade
como as que se encontravam nas casas.
30 Então, disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me feito tão odioso que eu, a partir
de agora, serei visto como mau por todos os habitantes da terra, tanto pelos
cananeus como pelos ferezeus; e estou em pequeno número. Reunir-se-ão eles
contra mim e me cortarão em pedaços. Serei totalmente destruído, e também a
minha casa.
31 Porém, eles lhe responderam: Deveriam eles tratar a nossa irmã como a uma
prostituta?
Gênesis - Capítulo 35
1 E disse Deus a Jacó: Levanta-te, vai até o lugar que é Betel, e habita ali; e constrói,
ali, um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da face de Esaú, teu irmão.
2 Então, Jacó falou à sua casa e a todos os que estavam com ele: Removei os deuses
estranhos que estão convosco, no meio de vós; purificai-vos e trocai as vossas
roupas.
3 E levantemo-nos e vamos à Betel, e ergamos lá um altar ao Deus que me escutou
no dia da minha calamidade, o qual estava comigo e tem me preservado ao longo da
jornada pela qual fui.
4 E entregaram eles a Jacó os deuses estranhos que estavam em suas mãos, e as
arrecadas das suas orelhas. E Jacó os escondeu debaixo da árvore de terebinto, a
qual está em Secima, destruindo-os naquele dia.
5 Então, Israel partiu de Secima. Porém o temor de Deus caiu sobre as cidades
circunvizinhas, e eles não perseguiram os filhos de Israel.
6 E Jacó veio à Luz, que está na terra de Canaã, a qual é Betel, ele e todo o povo que
estava com ele.
7 E edificou ali um altar, chamando o nome do local Betel; porquanto ali Deus
aparecera para ele quando fugia da face de seu irmão, Esaú.
8 Débora, a ama de Rebeca, morreu e foi enterrada em Betel, debaixo de um
carvalho; e Jacó chamou o seu nome o carvalho da Lamentação.
9 Apareceu Deus a Jacó, mais uma vez, em Luz, quando ele saiu da Mesopotâmia da
Síria; e Deus o abençoou.
10 E Deus lhe falou: O teu nome não deverá mais ser chamado Jacó; porém Israel
será o teu nome. E Ele lhe pôs o nome de Israel.
11 E disse-lhe Deus: Eu sou o teu Deus. Cresce e multiplica-te, pois nações e
ajuntamentos de nações sairão de ti, e reis sairão de teus lombos.
12 A terra que eu dei a Abraão e a Isaque, tenho-a dado para ti; e acontecerá que
darei esta terra também à tua descendência, depois de ti.
13 Então, Deus subiu, afastando-se dele, do local onde lhe falara.
14 E Jacó erigiu uma coluna de pedra no lugar onde Deus lhe falara, oferecendo uma
libação sobre ela; e derramou óleo encima dela.
15 E Jacó chamou o nome do lugar onde Deus falara com ele Betel.
16 Saiu Jacó de Betel e armou a sua tenda além da torre de Gader. E aconteceu,
quando ele se aproximava de Habrata, adiantando-se para entrar em Efrata, que
Raquel ficou de parto. E no trabalho de parto ela se achou em dificuldades.
17 E, em seu dificultoso trabalho de dar à luz, a parteira disse-lhe: Tem bom ânimo,
porque também terás esse filho.
18 E aconteceu, quando rendia o espírito (porquanto estava morrendo), que ela
chamou o seu nome Filho da Minha Dor; mas seu pai chamou-lhe Benjamim.
19 Assim morreu Raquel, e foi sepultada no caminho do curso de Efrata, isto é,
Belém.
20 E Jacó erigiu uma coluna sobre seu túmulo. Este é a coluna sobre o túmulo de
Raquel, até o dia de hoje.
21 E veio a suceder, quando Israel habitava naquela terra, que Rúben foi e deitou-se
com Bila, concubina de seu pai Jacó. E Israel, tendo ouvido a respeito disto, a coisa
pareceu grave aos seus olhos.
22 Os filhos de Jacó eram doze.
23 Os filhos de Lia: o primogênito de Jacó, Rúben; e Simeão, Levi, Judá, Issacar e
Zebulom.
24 e os filhos de Raquel: José e Benjamim;
25 e os filhos de Bila, a serva de Raquel: Dã e Naftali;
26 e os filhos de Zilpa, a serva de Lia: Gade e Aser. Estes são os filhos de Jacó, que
nasceram para ele na Mesopotâmia da Síria.
27 Então, Jacó veio a Isaque, seu pai, em Mamre, à uma cidade da planície, a qual é
Hebrom, na terra de Canaã, onde Abraão e Isaque haviam peregrinado.
28 E os dias de Isaque, todos os que ele viveu, foram cento e oitenta anos.
29 Isaque entregou o seu espírito, e morreu, sendo ajuntado à sua família, velho e
farto de dias. E Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram.
Gênesis - Capítulo 36
Gênesis - Capítulo 37
1, 2 E estas são as gerações de Jacó. José tinha dezessete anos, e ficava alimentando
as ovelhas de seu pai junto de seus irmãos, sendo ainda jovem. Estava, ele, com os
filhos de Bila e com os filhos de Zilpa, as esposas de seu pai. E José trazia a Israel,
seu pai, notícias sobre o seu mau comportamento.
3 Jacó amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque este era o filho da
sua velhice, e fez para ele uma túnica de várias cores.
4 Seus irmãos, tendo visto que seu pai gostava dele mais do que de todos os seus
outros filhos, odiavam-no e não podiam falar nada, pacificamente, com ele.
5 Então, José teve um sonho, relatando-o aos seus irmãos.
6 E ele lhes disse: Ouvi este sonho, o qual eu sonhei.
7 Eu via que estáveis atando os molhos no meio do campo, e então o meu molho
levantou-se, sendo erguido, e os vossos molhos viraram-se e se inclinaram ao meu
molho.
8 Então, seus irmãos disseram-lhe: Deveras reinarás sobre nós? Ou tu,
verdadeiramente, virás a tornar-te senhor nosso? E, por isso, odiaram-no ainda mais,
por causa de seus sonhos e de suas palavras.
9 E sonhou ainda outro sonho, e relatou-o a o seu pai e aos seus irmãos, dizendo: Eis
que eu sonhei um outro sonho. E Era como se o sol, a lua e onze estrelas me
fizessem reverência.
10 Então, seu pai repreendeu-o, dizendo-lhe: Que sonho é esse que sonhaste? Será
verdade que eu, a tua mãe e os teus irmãos iremos nos curvar diante de ti, até a
terra?
11 E seus irmãos o invejavam. Mas seu pai guardava tudo o que fora dito.
12 E foram, seus irmãos, apascentar as ovelhas de seu pai em Siquém.
13 E Israel disse a José: Não apascentam teus irmãos o rebanho em Siquém? Vem,
enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis que eu estou aqui.
14 E ele lhe disse: Vai, e vê se os teus irmãos e as ovelhas estão bem, trazendo-me
alguma palavra. E enviou-o do vale de Hebrom. Então, ele veio à Siquém.
15 E eis que um homem encontrou-o, vagando no campo. E o homem interrogou-o,
dizendo-lhe: Que procuras?
16 Respondeu ele: Estou procurando meus irmãos. Dize-me, onde apascentam eles
os rebanhos?
17 E o homem respondeu-lhe: Já partiram daqui. Porque escutei-os, dizendo: Vamos
para Dotã. E José foi atrás de seus irmãos, encontrando-os em Dotã.
18 Eles o observaram de longe, antes que se aproximasse deles, e, perversamente,
tomaram conselho para o matarem.
19 E disse cada um ao seu irmão: Eis que aí vem o sonhador.
20 Ora, então, já que ele está vindo, vamos matá-lo, atirando-o num dos poços. E
diremos: Uma fera selvagem o devorou E, aí, veremos o que será de seus sonhos.
21 Tendo Rúben escutado isto, salvou-o das mãos deles, dizendo: Não vamos matá-
lo.
22 Disse-lhes Rúben: Não derrameis o seu sangue. Lançai-o em um desses poços do
deserto, todavia não coloqueis as mãos sobre ele. Para que pudesse resgatá-lo de
suas mãos e restaurá-lo ao seu pai.
23 E sucedeu, quando José chegou a seus irmãos, que eles o despiram da sua túnica
multicolorida, a qual estava sobre ele.
24 E levaram-no, lançando-o numa cova. Porém a cova estava vazia, e não tinha
água.
25 Então, eles se assentaram para comer pão, e, tendo levantado os olhos, viram, e
eis que alguns ismaelitas viajantes vinham de Gileade; e os seus camelos estavam
pesadamente carregados com especiarias, com resina e com mirra. E eles estavam
levando-as para o Egito.
26 E Judá disse a seus irmãos: Que proveito haverá em que matemos a nosso irmão
e encubramos o seu sangue?
27 Vinde, vamos vendê-lo a estes ismaelitas. Porém, que as nossas mãos não
estejam sobre ele, porque é nosso irmão e nossa carne. E seus irmãos o ouviram.
28 Os homens, os mercadores de Midiã, passaram, e eles os chamaram, puxando
José da cova. E venderam José para os ismaelitas por vinte moedas de ouro,
levando-o eles para o Egito.
29 Então, Rúben voltou à cova e, não enxergando José no poço, rasgou as suas
vestes.
30 E retornou a seus irmãos, falando-lhes: O menino não está lá. E eu, para onde irei,
agora?
31 Então, tomando a túnica de José, mataram um cabrito e mancharam a túnica com
o seu sangue.
32 E tomaram a túnica de várias cores, e a levaram para seu pai, dizendo-lhe:
Encontramos isto. Vê se é a túnica de teu filho, ou não. E ele a reconheceu, e disse: É
a túnica de meu filho. Uma besta selvagem o devorou; uma fera carregou José.
33 Então, Jacó rasgou as suas vestes, pôs um saco sobre os lombos e lamentou a
seu filho, por muitos dias.
34 E todos os seus filhos e as suas filhas se congregaram, vindo para o consolar. Ele,
porém, não quis ser consolado, e dizia: Descerei para meu filho, pranteando, até o
Hades. E, assim, seu pai o lamentou.
35 E os midianitas venderam a José, no Egito, para Potifar, o eunuco de Faraó,
capitão da guarda.
Gênesis - Capítulo 38
1 E sucedeu, naquele tempo, que Judá afastou-se de seus irmãos e foi até a um certo
homem de Adulão, cujo nome era Hira.
2 Judá avistou ali a filha de um homem cananita, a qual se chamava Sua; e a tomou,
possuindo-a.
3 Ela concebeu e deu à luz a um filho, e chamou o seu nome Er.
4 Ela concebeu novamente e deu à luz a um outro filho, e chamou o seu nome Onã.
5 E, novamente, ela teve um filho e chamou o seu nome Selá. Estava ela em
Quezibe, quando os teve.
6 Então, Judá tomou para Er, seu primogênito, uma mulher cujo nome era Tamar.
7 Er, o primogênito de Judá, foi perverso perante o Senhor, e Deus o matou.
8 E Judá disse para Onã: Vai à mulher do teu irmão e casa-te com ela, como seu
cunhado, suscitando uma semente ao teu irmão.
9 Entretanto, veio a suceder que Onã, sabendo que a descendência não deveria ser
sua, quando ele possuía a mulher de seu irmão derramava a sua semente sobre a
terra, de modo que não desse descendência à esposa de seu irmão.
10 E o estar ele fazendo isso parecia mal diante de Deus. E matou-o, também.
11 Então, Judá disse à Tamar, sua nora: Assenta-te, como viúva, na casa de teu pai,
até que meu filho Selá tenha crescido. Pois, disse, que não morra também ele, como
seus irmãos! Então, partiu Tamar e assentou-se na casa de seu pai.
12 Os seus dias se cumpriram e Sua, mulher de Judá, morreu. Então, Judá, tendo
sido confortado, foi até os tosquiadores de suas ovelhas, ele e seu pastor Hiras, o
adulamita, à Timna.
13 E contou-se à Tamar, sua nora, dizendo: Eis que teu sogro foi até Timna, para
tosquiar as suas ovelhas.
14 Então ela, havendo retirado as vestes da sua viuvez, colocou um véu e
ornamentou o seu rosto, e assentou-se junto aos portões de Enaim, que está no
caminho para Timna. Por que ela vira que Selá crescera, porém Judá não a dera a ele
por esposa.
15 E quando Judá a viu pensou que ela era uma prostituta, pois encobrira o rosto. E
ele não a reconheceu.
16 Então, ele saiu do seu caminho, indo até ela, e disse-lhe: Deixa-me possuir-te. Pois
não sabia que ela era sua nora. E ela lhe disse: Que irás dar-me, se vieres á mim?
17 Respondeu-lhe ele: Enviar-te-ei um cabrito do meu rebanho. E ela disse: Está bem,
se me deres um penhor até que o envies.
18 E ele perguntou: Que penhor é este que eu te darei? E ela disse: Teu anel, teu
bracelete, e o bordão que está na tua mão. Então, ele os deu para ela, e possuiu-a. E
ela concebeu dele.
19 Depois disso, ela se ergueu e partiu, retirando o véu de cima de si e vestindo
novamente os vestidos da sua viuvez.
20 Judá enviou um cabrito do rebanho, por mão do seu pastor adulamita, para
recobrar o penhor da mulher; mas ele não a encontrou.
21 E perguntou aos homens do lugar: Onde está a prostituta que se assentava em
Enaim, à beira do caminho? Porém, eles disseram: Não esteve prostituta alguma,
aqui.
22 Então, ele voltou a Judá, e falou: Não a encontrei, e os homens do lugar
disseram: Não há prostituta alguma aqui.
23 E Judá falou: Que ela os tenha. Todavia, não sejamos ridicularizados, pois que
enviei este cabrito, porém tu não a encontraste.
24 E sucedeu que, após três meses, relataram para Judá, dizendo: Tamar, tua nora,
prostituiu-se; e eis que ela está grávida do seu adultério. E Judá disse: Trazei-a, para
que seja queimada.
25 Porém, quando eles a estavam trazendo, ela enviou uma mensagem ao seu
sogro, dizendo-lhe: Carrego um filho do homem a quem essas coisas pertencem. E
também disse: Vê de quem é este anel, esta pulseira e este cajado.
26 Então, Judá os reconheceu, e falou: Tamar está mais limpa do que eu, porquanto
eu não lhe dei Selá, meu filho. E ele não se relacionou mais com ela.
27 E aconteceu, quando estava em trabalho de parto, que ela tinha gêmeos em seu
ventre.
28 E quando estava parindo um deles empurrou a sua mão para fora, e a parteira,
tendo-a apanhado, atou nela um fio encarnado, dizendo: Este deverá vir em
primeiro lugar.
29 Entretanto, quando ele retirou a mão, logo em seguida saiu o seu irmão, e ela
disse: Como rompeste a barreira? E chamou o seu nome Perez.
30 Depois disto saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio escarlate. E chamou o
seu nome Zera.
Gênesis - Capítulo 39
1 José foi levado ao Egito, e Potifar, o eunuco de Faraó, capitão da guarda egípcia,
comprou-o das mãos dos ismaelitas que o levaram para lá.
2 O Senhor estava com José, e ele era um homem próspero; e estava na casa de seu
senhor, o egípcio.
3 O seu senhor sabia que o Senhor estava com ele, e o Senhor prosperava em suas
mãos tudo o que lhe acontecia de fazer.
4 José achou graça na presença de seu senhor, sendo-lhe agradável, e ele o pôs
sobre a sua casa; e tudo o que possuía ele entregou na mão de José.
5 E veio a acontecer, depois que ele foi colocado sobre a sua casa e sobre tudo o
que tinha, que o Senhor abençoou a casa do egípcio por causa de José. E a bênção
do Senhor estava em todos os seus bens, na sua casa e no seu campo.
6 Confiava ele tudo o que tinha às mãos de José, não sabendo de qualquer coisa
que lhe pertencia, salvo o pão que comia. E José era belo de aparência, e o seu rosto
extremamente bonito.
7 E aconteceu, depois destas coisas, que a esposa de seu senhor pôs os olhos em
José, e disse-lhe: Deita-te comigo.
8 Mas ele não o quis. E disse para a mulher do seu senhor: Se por minha causa o
meu senhor não sabe de nada em sua casa, e tem dado em minhas mãos todas as
coisas que lhe pertencem,
9 e não há nesta casa ninguém acima de mim nem alguma coisa foi mantida
afastada de mim, apenas tu, porque és sua mulher, irei eu, então, fazer essa coisa
má e pecar contra Deus?
10 E enquanto ela falava com José, dia após dia, e ele não lhe dava ouvidos para
dormir com ela, de modo a ficar com ela,
11 sucedeu, num certo dia, que José entrou na casa para fazer o seu trabalho. E não
havia ninguém dentro da casa.
12 Então, ela pegou das suas vestes e disse-lhe: Deita-te comigo. Porém, havendo
deixado as suas roupas nas mãos dela, ele fugiu, saindo da casa.
13 E aconteceu, quando viu que ele tinha deixado as próprias roupas nas suas mãos,
fugindo e saindo para fora,
14 que ela chamou os caseiros e falou-lhes, dizendo: Eis que ele trouxe-nos um servo
hebreu para escarnecer de nós, pois que veio para mim, dizendo: Deita-te comigo.
Mas eu gritei com grande voz.
15 E quando ouviu que levantei a minha voz, e gritei, tendo deixado a sua roupa
comigo ele fugiu, saindo para fora.
16 E ela ficou com as roupas, até que o senhor chegou a sua casa.
17 Então, falou-lhe ela com as mesmas palavras, dizendo: O servo hebreu que
trouxeste para nós veio até mim para me insultar, dizendo-me: Ficarei contigo.
18 E quando ele ouviu que levantei a minha voz, e gritei, tendo deixado as suas
roupas comigo, fugiu e foi-se embora.
19 E quando o senhor escutou todas as palavras de sua esposa, as quais ela lhe
falara, dizendo: Deste modo fez teu servo para mim; ele ficou muito irado.
20 Então, o seu senhor tomou a José, lançando-o na prisão, no lugar onde os
prisioneiros do rei eram guardados naquela prisão.
21 Mas o Senhor estava com José, e pôs sobre ele a sua misericórdia. E ele deu-lhe
graça aos olhos do carcereiro chefe da prisão.
22 Então, o carcereiro chefe entregou na mão de José a todos os presos, todos
quantos estavam na prisão. E todas as coisas que se faziam lá, era ele quem as fazia.
23 E, por causa dele, o chefe da prisão não sabia de nada, pois tudo estava nas mãos
de José. Porquanto o Senhor estava com ele, e tudo quanto ele fazia o Senhor
prosperava em suas mãos.
Gênesis - Capítulo 40
1 E veio a acontecer, depois destas coisas, que o copeiro-mor do rei do Egito e o seu
padeiro-mor transgrediram contra o seu senhor, o rei do Egito.
2 Então, Faraó se indignou com os seus dois eunucos, com o seu copeiro-mor e com
o seu padeiro-mor,
3 e pô-los em prisão, no lugar da prisão para onde José tinha sido levado.
4 Mas o carcereiro chefe da guarda entregara-a para José, e ele estava junto deles.
Já se encontravam eles há alguns dias na prisão,
5 e tiveram ambos um sonho, na mesma noite. E a visão dos sonhos do copeiro-mor
e do padeiro-mor, que pertenciam ao rei do Egito, os quais estavam na prisão, foi
esta.
6 José foi procurá-los, na parte da manhã, e viu que eles estavam conturbados.
7 Perguntou, então, aos eunucos de Faraó que estavam com ele na prisão do seu
senhor, dizendo: Por que motivo estão tristes os vossos semblantes, hoje?
8 E responderam-lhe: Tivemos um sonho, e não há quem o interprete. Mas José
disse-lhes: Não é a interpretação dos mesmos dada por Deus? Contai-os para mim.
9 Então, o copeiro-mor relatou o seu sonho a José, dizendo: Em meu sonho, havia
uma vide diante de mim.
10 E, na vide, três hastes das quais brotavam flores; e os cachos de uva estavam
maduros.
11 O copo de Faraó estava na minha mão. Então, eu tomei o cacho de uva e apertei-o
dentro do copo. E dei o copo na mão de Faraó.
12 E José disse-lhe: Esta é a sua interpretação: As três hastes são três dias.
13 Ainda três dias e Faraó irá recordar-se da tua função, e restituir-te-á no teu lugar
de copeiro-chefe; e darás o copo de Faraó na sua mão, de acordo com o teu alto
posto anterior, da mesma forma como quando eras copeiro.
14 Porém, lembra-te de mim quando estiveres bem, agindo misericordiosamente
para comigo, e faças menção de mim a Faraó. E tirar-me-ás para fora deste
calabouço.
15 Porque, certamente, fui roubado da terra dos hebreus e, estando aqui, não fiz
nada e me lançaram neste poço.
16 O padeiro-mor viu que ele interpretara corretamente o sonho, e disse a José: Eu
também tive um sonho e, nele, julguei ter colocado na minha cabeça três cestas de
alimentos preparados com mel.
17 No cesto superior havia do trabalho do padeiro, de todo tipo que come Faraó. E
as aves do céu comeram-no do cesto que estava na minha cabeça.
18 Então, José respondeu-lhe, dizendo: Esta é a interpretação do mesmo: os três
cestos são três dias.
19 Ainda três dias e Faraó tirará a tua cabeça do teu corpo. Pendurar-te-ão em uma
árvore, e as aves do céu comerão a tua carne de sobre ti.
20 E sucedeu, no terceiro dia, o qual era o dia de aniversário de Faraó, que ele fez
um banquete para todos os seus servos, e lembrou-se do ofício de copeiro e do
ofício de padeiro, entre os seus servos.
21 Então, ele restaurou o copeiro-mor em seu ofício; e ele entregou o copo na mão
de Faraó.
22 Contudo, enforcou o padeiro-mor, conforme José havia interpretado.
23 O copeiro-mor, entretanto, não se lembrou de José, mas esqueceu-se dele.
Gênesis - Capítulo 41
1 E sucedeu, após dois anos completos se passarem, que Faraó teve um sonho. Viu
ele que estava sobre a margem do rio,
2 e eis que vinham para cima, como se estivessem saindo do rio, sete vacas
agradáveis na aparência e fartas de carnes; e se alimentavam no carriçal.
3 E outras sete vacas subiam após estas, para fora do rio, deselegantes e magras de
carne, e eram alimentadas pelas outras vacas, na margem do rio.
4 E as sete vacas feias e magras devoravam as sete vacas bem favorecidas e fartas
de carne. Então, Faraó acordou.
5 Sonhou ele novamente, e eis que sete espigas subiam de um pé escolhido e bom,
6 e sete espigas miúdas e crestadas do vento cresciam depois delas.
7 E as sete espigas miúdas e crestadas pelo vento devoravam as sete espigas
escolhidas, grandes e cheias. Então, Faraó acordou; e eis que era um sonho.
8 Era manhã, e a sua alma estava perturbada. Mandou ele chamar todos os
intérpretes do Egito, e todos os seus sábios. E Faraó relatou-lhes os seus sonhos.
Contudo, não havia ninguém para interpretá-los a Faraó.
9 Então, o copeiro-mor falou a Faraó, dizendo: Neste dia, lembro-me da minha
culpa.
10 Faraó estava zangado com os seus servos e colocou-nos na prisão, na casa do
capitão da guarda, tanto eu como o padeiro-mor.
11 Tivemos um sonho, na mesma noite, eu e ele, vendo cada um conforme o seu
sonho.
12 E estava ali conosco um jovem, um hebreu, escravo do capitão da guarda.
Relatamos a ele os nossos sonhos, e ele os interpretou para nós.
13 E aconteceu que como ele interpretou-os para nós, assim também aconteceu;
tanto que fui restaurado para o meu ofício, e o outro foi enforcado.
14 Então, Faraó, tendo enviado seus servos, chamou José, e trouxeram-no da prisão.
E rasparam seu cabelo, mudaram-lhe as vestimentas, e levaram-no a Faraó.
15 E Faraó disse a José: Tive uma visão, e não há ninguém para interpretá-la; mas
tenho ouvido dizer a teu respeito que ouves sonhos, e consegues interpretá-los.
16 E José respondeu a Faraó, dizendo: Se não proceder de Deus, uma resposta
segura não pode ser dada a Faraó.
17 Faraó dirigiu-se, então, a José, dizendo-lhe: No meu sonho, julguei estar parado à
beira do rio;
18 e eis que vieram, subindo do rio, sete vacas bem favorecidas e fartas de carnes,
bem alimentadas com capim.
19 Mas eis que outras sete vacas subiam, depois delas, do rio, de mau aspecto e
magras de carne, de tal modo feias que eu nunca vi piores em toda a terra do Egito.
20 Então, as sete vacas feias e magras comeram as sete vacas boas e escolhidas,
21 indo elas para as suas entranhas; mas não era perceptível que tinham ido para
suas entranhas, pois a sua aparência continuava desagradável, como no início. E,
depois de haver acordado, adormeci novamente.
22 E vi mais uma vez, no meu sono, como se fossem sete espigas surgindo em uma
haste, cheias e boas.
23 E outras sete espigas miúdas e crestadas do vento levantaram-se perto delas.
24 Então, as sete espigas miúdas e crestadas devoraram as sete belas espigas,
grandes e cheias. E relatei tudo para os intérpretes, mas não havia ninguém para me
explicar o significado disto.
25 Então, disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só; tudo quanto Deus irá fazer
ele o mostrou a Faraó.
26 As sete vacas boas são sete anos, e as sete espigas boas são, ainda, sete anos; o
sonho de Faraó é um só.
27 Também as sete vacas magras, as quais subiam depois delas, são sete anos, e as
sete espigas miúdas e queimadas são sete anos. Pois haverá sete anos de fome.
28 De acordo com a palavra que eu disse a Faraó, tudo o que Deus pretende fazer
ele o revelou a Faraó.
29 Eis que durante sete anos haverá muita abundância em toda a terra do Egito.
30 Contudo, virão, após estes, sete anos de fome, e todos esquecerão a fartura que
deverá haver em todo o Egito. E a fome consumirá a terra.
31 A abundância não será lembrada na terra, por causa da fome que deverá vir
depois dela. Porque será mui grave.
32 E a respeito da repetição do sonho de Faraó, por duas vezes, isto é porque a
palavra que vem de Deus tem de ser verdadeira, e Deus irá apressar-se a realizá-la.
33 Agora, então, procura por um homem sábio e prudente, colocando-o sobre a
terra do Egito.
34 E que faraó aponte e nomeie governadores locais sobre a terra, para que eles
tomem uma quinta parte de todos os produtos da terra do Egito, nos sete anos de
abundância.
35 Ajuntem eles toda a comida destes sete bons anos que estão por vir, e que o
cereal seja reunido sob a mão de Faraó, e o alimento seja guardado nas cidades.
36 Pois os alimentos deverão ser armazenados para consumo da terra durante os
sete anos de fome que irão acontecer na terra do Egito. E, assim, a terra não deverá
ser totalmente destruída pela fome.
37 Esta palavra pareceu agradável aos olhos de Faraó, e aos olhos de todos os seus
servos.
38 Então, Faraó disse aos seus servos: Onde iremos encontrar um homem como
este, que tenha o Espírito de Deus?
39 E Faraó disse a José: Visto que Deus te tem mostrado todas estas coisas, não
existe um homem mais sábio e mais prudente do que tu.
40 Estarás sobre a minha casa, e todo o meu povo será obediente à tua palavra. Tão
somente do trono eu te excluí.
41 E Faraó disse mais a José: Eis que eu te ponho, neste dia, sobre toda a terra do
Egito.
42 Então, Faraó tirou o anel de sua mão, colocando-o na mão de José, e pôs sobre
ele um manto de linho fino, e um colar de ouro ao pescoço.
43 Montou-o, depois disso, no segundo dos seus carros, e um arauto proclamava
diante dele. E ele o pôs sobre toda a terra do Egito.
44 Faraó disse, então, a José: Eu sou Faraó. Todavia, além de ti, ninguém levantará a
mão em toda a terra do Egito.
45 Chamou Faraó o nome de José, Zafenate-Panéia, e deu-lhe Azenate, filha de
Potífera, sacerdote de Heliópolis, como esposa.
46 José tinha trinta anos de idade quando apareceu diante de Faraó, rei do Egito. E
José saiu da presença de Faraó, passando por toda a terra do Egito.
47 E a terra produziu, nos sete anos de fartura, mãos cheias de trigo.
48 Recolheu ele todo o alimento dos sete anos, nos quais houve fartura na terra do
Egito, estocando-o nas cidades. O alimento dos campos ao redor de uma
determinada cidade ele guardou nela mesma.
49 Então, José juntou muito trigo, como a areia do mar, até que não podia mais ser
contado, pois não havia número para ele.
50 E nasceram dois filhos para José, antes que viessem os sete anos de fome, os
quais Azenate, a filha de Potífera, sacerdote de Heliópolis, lhe deu.
51 José deu ao seu primogênito o nome de Manassés. Pois Deus, ele disse, fez-me
esquecer de todos os meus trabalhos e da casa de meu pai.
52 E ele deu ao segundo o nome de Efraim. Pois Deus, ele disse, prosperou-me na
terra de minha humilhação.
53 Mas os sete anos de fartura passaram, os quais aconteceram na terra do Egito,
54 e vieram os sete anos de fome, conforme José tinha dito. E havia fome em toda a
terra; contudo, em toda a terra do Egito havia pão.
55 E a terra do Egito estava faminta. Então, o povo clamou a Faraó por pão. E Faraó
disse a todos os egípcios: Ide a José, e fazei tudo o que ele vos disser.
56 A fome prevalecia sobre a face de toda a terra. Então, José abriu os celeiros,
vendendo para os egípcios.
57 E todas as nações vieram ao Egito para comprar de José, pois a fome prevalecia
em toda a terra.
Gênesis - Capítulo 42
1 E Jacó, tendo sabido que havia venda de trigo no Egito, disse a seus filhos: Por que
estais indolentes?
2 Eis que eu ouvi dizer que há trigo no Egito. Ide para lá, e comprai-nos um pouco de
alimento para que possamos viver, e não morramos.
3 E os dez irmãos de José desceram para comprar cereal no Egito.
4 Porém, não enviou Jacó a Benjamin, irmão de José, com seus irmãos, pois disse:
Para que não lhe suceda, porventura, algum mal.
5 E os filhos de Israel foram junto com aqueles que iam para comprar. Porque havia
fome na terra de Canaã.
6 José era governador da terra, e ele era quem vendia a todos os povos da terra.
Então, os irmãos de José vieram, e fizeram-lhe reverência, curvando-se com o rosto
para o chão.
7 Quando José viu seus irmãos ele os reconheceu e afastou-se deles; e falou-lhes
duras palavras, dizendo: Donde viestes? E eles responderam: Da terra de Canaã,
para comprar comida.
8 José reconheceu seus irmãos, todavia não sabiam que era ele.
9 Então, José lembrou-se de seu sonho, o qual tivera, e disse-lhes: Vós sois espiões!
Para observar as características da terra foi que viestes.
10 Mas eles disseram: Não, senhor! Nós, teus servos, viemos comprar comida.
11 Somos todos filhos de um mesmo homem, e somos pacíficos. Os teus servos não
são espiões.
12 Porém, ele lhes disse: Não, mas estais vindo para observar as características da
terra.
13 Então, eles responderam: Nós, teus servos, somos doze irmãos, da terra de
Canaã, e eis que o mais novo está com nosso pai, neste dia, e o outro já não existe.
14 José, entretanto, disse-lhes: É verdade o que eu vos falei, dizendo: Vós sois
espiões.
15 E assim sereis provados: pela saúde de Faraó, não ireis retirar-vos a menos que
vosso irmão mais novo venha para cá.
16 Enviai um dentre vós, e trazei o vosso irmão. Quanto a vós, ireis para a prisão até
que as vossas palavras sejam esclarecidas; se é que estais falando a verdade, ou
não. Contudo, se não for assim, pela saúde do faraó, verdadeiramente, vós sois
espiões.
17 E ele os colocou na prisão durante três dias.
18 Então, disse-lhes, no terceiro dia: Fazei isto e vivereis, pois temo a Deus.
19 Se sois de paz, deixai um de vossos irmãos detido na prisão e ide, levando
convosco o cereal que tendes comprado;
20 trazei o vosso irmão mais novo para mim, e as vossas palavras serão acreditadas.
Porém, se não for assim, haveis de morrer. E eles fizeram desta maneira.
21 Então, disse cada um ao seu irmão: Sim, é verdade, estamos em falta por causa
do nosso irmão, porquanto ignoramos a angústia da sua alma, quando rogava a nós
e não lhe demos ouvidos. Por este motivo é que tem vindo essa aflição sobre nós.
22 Respondeu-lhes Rúben, e disse: Será que não vos falei, dizendo: Não prejudiqueis
o menino; porém vós não me ouvistes? E eis que seu sangue é reclamado.
23 Mas eles não sabiam que José os entendia, pois não havia intérprete entre eles.
24 Então, José afastou-se deles e chorou; e, novamente, veio até eles, e falou-lhes. E
tomou Simeão dentre eles, amarrando-o perante os seus olhos.
25 E José deu ordens para encher as suas vasilhas com cereal e devolver o dinheiro
de cada um no seu saco, e para dar-lhes, também, provisão para o caminho. E assim
foi feito com eles.
26 E havendo colocado o cereal sobre os jumentos, partiram dali.
27 Então, um deles, tendo aberto o seu saco para dar o pasto aos jumentos, no local
onde descansavam, viu também o seu pacote de dinheiro. Pois estava na boca do
seu saco.
28 E disse a seus irmãos: Meu dinheiro foi restaurado para mim, e eis que está no
meu saco! Seus corações ficaram maravilhados, e assustaram-se, dizendo uns aos
outros: Que é isto que Deus tem feito para nós?
29 Então, eles chegaram a seu pai Jacó, na terra de Canaã, e contaram-lhe tudo o
que lhes tinha acontecido, dizendo:
30 O homem, o senhor da terra, falou palavras duras para nós, e nos colocou na
prisão como espias da terra.
31 Porém, nós dissemos-lhe: Somos homens de paz, não somos espiões.
32 Somos doze irmãos, filhos de um mesmo pai. Um não existe mais, e o mais jovem
está com seu pai, neste dia, na terra de Canaã.
33 E o homem, o senhor da terra, nos disse: Nisto é que eu saberei que sois
pacíficos: deixai um de vossos irmãos aqui comigo e, tendo tomado o cereal que
comprastes para a vossa família, parti,
34 e trazei-me o vosso irmão mais novo. Então, saberei que não sois espiões, mas
que sois homens de paz; e restaurar-vos-ei o vosso irmão, e comerciareis na terra.
35 E aconteceu, quando eles estavam esvaziando os sacos, que se encontrava um
pacote com o dinheiro de cada homem no seu saco. E eles e seu pai viram os
pacotes de dinheiro, e ficaram com medo.
36 Então, o seu pai Jacó lhes disse: Vós me enlutastes. José já não existe, Simeão
não está aqui, e quereis levar também Benjamim? Todas estas coisas vieram sobre
mim!
37 E Rúben falou a seu pai, dizendo-lhe: Mata os meus dois filhos, se eu não o
trouxer para ti! Entrega-o na minha mão, e irei trazê-lo de volta para ti.
38 Contudo, ele disse: Meu filho não descerá contigo. Seu irmão está morto e só ele
foi deixado. E se acontecer de ele ser atingido por algum desastre, pelo caminho
por onde fordes, fareis descer os meus cabelos brancos com tristeza ao Hades.
Gênesis - Capítulo 43
Gênesis - Capítulo 44
1 E José deu encargo ao mordomo de sua casa, dizendo-lhe: Enche os sacos dos
homens com comida, tanto quanto puderem levar; e coloca o dinheiro de cada um
na boca do seu saco.
2 E o meu copo de prata coloca no saco do mais jovem, junto com o preço do cereal.
E tudo foi feito de acordo com a palavra de José, conforme ele dissera.
3 A manhã raiou e os homens foram mandados embora, eles e os seus jumentos.
4 E quando tinham saído para fora da cidade, não estando ainda muito longe, em
seguida, disse José ao seu mordomo: Levanta-te e persegue os homens. Ultrapassá-
los-ás, e dirás para eles: Por que tendes pagado o bem com o mal?
5 Por que roubastes o meu copo de prata? Não é dele que o meu senhor bebe? e
também adivinha augúrios com ele? Tendes agido mal, nisto que fizestes.
6 Então, ele os encontrou, e falou-lhes de acordo com estas palavras.
7 E disseram-lhe: Por que o nosso senhor fala tais palavras? Longe de teus servos o
fazer de acordo com o que disseste;
8 sendo que trouxemos de volta para ti, da terra de Canaã, o dinheiro que
encontramos em nossos sacos, como deveríamos roubar prata ou ouro da casa de
teu senhor?
9 Aquele dos teus servos com quem achares a taça, que ele morra. E, além disso,
nós seremos servos de nosso senhor.
10 E ele respondeu: Agora, então, será como dissestes. Com quem a taça dever ser
encontrada, ele será meu servo; mas vós estareis livres.
11 Então, se apressaram, e atirou cada um o seu saco no chão; e abriu, cada um, o
seu saco.
12 E ele procurou, começando do mais velho, até que chegou ao mais novo,
encontrando a taça no saco de Benjamim.
13 Então, eles rasgaram as suas vestes, e pôs cada um o seu saco nas costas,
retornando para a cidade.
14 Judá e os seus irmãos vieram a José em sua casa, enquanto ele ainda estava lá, e
caíram no chão diante dele.
15 Mas José disse-lhes: Que é isto que fizestes? Não sabeis vós que um homem
como eu pode, certamente, adivinhar?
16 E Judá falou-lhe: Que havemos de responder a nosso Senhor, ou o que
poderemos dizer? ou em que devemos ser justificados? considerando que Deus tem
descoberto a iniquidade de teus servos. Eis que somos escravos de nosso senhor,
tanto nós como aquele com quem a taça foi encontrada.
17 Porém, José disse: Longe de mim fazer tal coisa! O homem com quem a taça foi
encontrada, ele será meu servo; todavia, vós subireis com segurança para vosso pai.
18 Então, Judá aproximou-se dele, e disse-lhe: Eu imploro, senhor. Que o teu servo
possa dizer uma palavra diante de ti; e não fiques irritado com o teu servo, porque
tu és como Faraó.
19 Senhor, tu indagaste dos teus servos, dizendo: Tendes vós pai, ou irmão?
20 E nós dissemos a meu senhor: Nós temos um pai, um homem velho, e ele tem um
filho da sua velhice, um jovem. Seu irmão está morto e só ele foi deixado para trás
com sua mãe; e seu o pai o ama.
21 E, aos servos, disseste: Trazei-o para mim, e eu irei cuidar dele.
22 E nós respondemos ao meu senhor: A criança não poderá deixar o seu pai;
contudo, se o deixar, ele irá morrer.
23 Todavia tu disseste aos teus servos: Se o vosso irmão mais novo não descer
convosco, não vereis meu rosto novamente.
24 E veio a acontecer, quando fomos até o teu servo, nosso pai, que relatamos-lhe
as palavras de nosso senhor.
25 Então, o nosso pai disse: Ide, novamente, e comprai-nos um pouco de comida.
26 E nós lhe respondemos: Não seremos capazes de descer para lá. A não ser que o
nosso irmão mais novo desça conosco, não desceremos, pois não seremos capazes
de ver o rosto do homem se o nosso irmão mais novo não estiver conosco.
27 E o teu servo, nosso pai, disse-nos: Sabeis que minha mulher me deu dois filhos.
28 Um se apartou de mim. Vós dissestes que ele foi devorado pelas feras, e eu não o
vi mais, até agora.
29 Se levardes este, também, de minha presença, e uma aflição qualquer acontecer
com ele pelo caminho, fareis descer as minhas cãs com tristeza à sepultura.
30 Ora, se eu dever ir agora ao encontro do teu servo, nosso pai, e o menino não
estiver com a gente (porque a sua vida depende da vida desse rapaz),
31 irá suceder, quando ele vir que o rapaz não está conosco, que morrerá, e os teus
servos conduzirão a velhice do teu servo e nosso pai, com tristeza, à sepultura.
32 Porquanto teu servo recebeu o rapaz em encargo de seu pai, dizendo: Se eu não
tornar a trazê-lo e colocá-lo diante de ti serei culpado para com meu pai, para
sempre.
33 Agora, então, irei passar a ser um servo para ti em vez do rapaz, um doméstico
de meu senhor. Porém, deixa o rapaz ir com seus irmãos.
34 Porque, como subirei eu a meu pai se o rapaz não estiver com a gente? Para que
eu não contemple os males que cairão sobre o meu pai.
Gênesis - Capítulo 45
1 José não podia mais conter-se, enquanto todos permaneciam de pé ao seu lado, e
disse a eles que se retirassem. E ninguém ficou próximo a José quando ele se deu a
conhecer aos seus irmãos.
2 Levantou ele a sua voz, com choro, e todos os egípcios o escutaram. E isto foi
relatado para a casa de Faraó.
3 Então, disse José a seus irmãos: Eu sou José. Ainda está vivo o meu pai? E seus
irmãos não lhe puderam responder, pois estavam atônitos.
4 E falou José a seus irmãos: Chegai-vos a mim. E se aproximaram. E ele disse: Eu
sou vosso irmão, José, a quem vendestes para o Egito.
5 Agora, então, não vos entristeçais, e não vos pareça muito duro o terdes me
vendido para cá, pois que Deus me enviou antes de vós, para vida.
6 Pois neste segundo ano há fome sobre a terra, e ainda cinco anos restam nos
quais não haverá de existir nem semeadura nem colheita.
7 Porém, Deus enviou-me diante de vós, para que de vós seja preservado um
restante sobre a terra; até mesmo para nutrir um grande restante de vós.
8 Agora, então, não me mandastes para cá, senão que foi Deus quem me enviou. E
ele fez-me como um pai para Faraó, senhor de toda a sua casa e regente de toda a
terra do Egito.
9 Apressai-vos, portanto, indo até o meu pai, e dizei-lhe: Estas coisas diz o teu filho
José: Deus me fez senhor de toda a terra do Egito. Desce, pois, para mim, e não
tardes.
10 Tu habitarás na terra de Gósem da Arábia, e irás ficar perto de mim; tu e teus
filhos e os filhos de teus filhos, e tuas ovelhas, e os teus bois, e as tuas coisas, e tudo
o que é teu.
11 Eu irei alimentar-te, lá, porque a fome existirá ainda por cinco anos. Para que não
sejas consumido, e teus filhos, e todas as tuas posses.
12 Eis que vossos olhos veem, e os olhos de meu irmão Benjamim, que é a minha
boca que vos fala.
13 Relatai, portanto, ao meu pai, toda a minha glória no Egito e todas as coisas que
tendes visto; e apressai-vos para fazer descer meu pai para cá.
14 Então, ele lançou-se ao pescoço de seu irmão Benjamim, e chorou sobre ele. E
Benjamim também chorou em seu pescoço.
15 E beijou todos os seus irmãos, e chorou sobre eles. E, depois destas coisas, seus
irmãos falaram com ele.
16 Logo o relato foi feito na casa de Faraó, dizendo: Os irmãos de José são vindos. E
Faraó ficou feliz, e os seus domésticos com ele.
17 Então, Faraó falou a José: Dize a teus irmãos: Fazei isto: enchei os vossos carros,
e parti para a terra de Canaã.
18 Tomai o vosso pai e as suas posses e vinde para mim, e eu vos darei de todos os
produtos do Egito, e comereis da medula da terra.
19 Encarregá-los-ás de assim fazer. Que eles tomem para si carros da terra do Egito,
para os seus filhos e para as suas esposas, e que eles levem-nos até o vosso pai, e
que venham.
20 E não vos preocupeis com as vossas propriedades, pois todos os bens do Egito
serão vossos.
21 Então, os filhos de Israel fizeram assim. E José deu para eles os carros, de acordo
com as palavras ditas pelo rei Faraó; e deu-lhes também provisão para a viagem.
22 E ele deu, a todos eles, duas mudas de roupas, para cada um deles; mas a
Benjamim deu trezentas peças de ouro e cinco mudas de vestes.
23 E para seu pai enviou a mesma quantidade, e dez jumentos carregados com
algumas de todas as coisas boas da Egito. E dez mulas levando o pão para seu pai
comer durante a viagem.
24 Depois disto, despediu os seus irmãos, e eles partiram. E disse-lhes: Não
contendais pelo caminho.
25 E subiram do Egito, vindo para a terra de Canaã, para Jacó, seu pai.
26 E eles relataram-lhe, dizendo: Teu filho José está vivo, e eis que ele é soberano
sobre toda a terra do Egito. Mas Jacó ficou muito surpreendido, pois não acreditava
neles.
27 Porém, eles relataram-lhe todas as palavras pronunciadas por José, tudo quanto
lhes havia dito. E, tendo visto os carros que José mandara para carregá-lo, o espírito
de Jacó, seu pai, reviveu.
28 E Israel disse: Esta é uma grande coisa para mim, se meu filho José ainda estiver
vivo. Eu irei e o verei, antes que morra.
Gênesis - Capítulo 46
1 Israel partiu, ele e tudo o que tinha, indo para o poço do Juramento. Ali, ele
ofereceu um sacrifício ao Deus de seu pai, Isaque.
2 E falou Deus a Israel, em visão noturna, dizendo: Jacó! Jacó! E ele respondeu:
Quem é?
3 Disse-lhe ele: Eu sou o Deus de teus pais. Não tenhas medo de descer ao Egito,
porquanto eu te farei, ali, uma grande nação.
4 Descerei contigo ao Egito e conduzir-te-ei, até o fim; e José porá a sua mão sobre
os teus olhos.
5 Então, Jacó se levantou do poço do Juramento, e os filhos de Israel colocaram o
seu pai, e as suas bagagens, e as suas esposas, sobre os carros que José tinha
enviado para levá-los;
6 tomaram os seus bens e todos as suas posses, as quais tinham adquirido na terra
de Canaã, e vieram para a terra do Egito, Jacó e toda a sua descendência com ele,
7 seus filhos e os filhos de seus filhos, suas filhas e as filhas de suas filhas. E ele levou
toda a sua descendência para o Egito.
8 E são estes os nomes dos filhos de Israel que entraram no Egito com seu pai, Jacó
e seus filhos: O primogênito de Jacó, Rúben;
9 os filhos de Rúben: Enoque, Palu, Hezron e Carmi;
10 os filhos de Simeão: Jemuel, Jamin, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma
mulher cananéia;
11 os filhos de Levi: Gérson, Coate, e Merari;
12 os filhos de Judá: Er, Onã, Selá, Peres e Zera. Er e Onã morreram na terra de
Canaã.
13 E os filhos de Perez foram Hezron e Hamul. Os filhos de Issacar: Tola, Puva, Jó e
Sinrom;
14 os filhos de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel.
15 Estes são os filhos de Lia, que ela deu a Jacó na Mesopotâmia da Síria, e também
sua filha Diná. Todas as almas, os filhos e filhas, trinta e três.
16 Os filhos de Gade: Zifiom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli;
17 os filhos de Aser: Imna, Isvá, Isvi, Berias e sua irmã, Sera; e os filhos de Berias:
Héber e Malquiel.
18 Estes são os filhos de Zilpa, que Labão deu à sua filha Lia, os quais ela gerou a
Jacó. Dezesseis almas.
19 E os filhos de Raquel, a esposa de Jacó: José e Benjamim.
20 E também houveram filhos nascidos para José na terra do Egito, os quais
Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Heliópolis, deu a ele: Manassés e Efraim. E
houveram filhos nascidos de Manassés, os quais a concubina síria deu a ele: Maquir.
E Maquir gerou a Gileade. E os filhos de Efraim, o irmão de Manassés: Sutalém e
Taém. E os filhos de Sutalém: Edom.
21 Os filhos de Benjamim: Bela, Bequer e Asbel. E os filhos de Bela foram Gera,
Naamã, Eí, Rôs e Mupim. E Gera gerou Arade.
22 Estes são os filhos de Raquel, que ela deu a Jacó. Todas as almas, dezoito.
23 Os filhos de Dã: Husim;
24 os filhos de Naftali; Jazeel, Guni, Jezer e Silém.
25 Estes são os filhos de Bila, a qual Labão deu à sua filha Raquel; estes são os que
ela teve para Jacó. Todas as almas, sete.
26 Todas as almas que vieram com Jacó para o Egito, que saíram dos seus lombos,
além das esposas dos filhos de Jacó, todas estas almas foram sessenta e seis.
27 E os filhos de José, que lhe nasceram na terra do Egito, foram nove almas. Todas
as almas da casa de Jacó, que vieram com José para o Egito, foram setenta e cinco
almas.
28 E ele enviou Judá ao encontro de José, para encontrá-lo na cidade dos Heróis, na
terra de Ramsés.
29 Então, José, tendo preparado os seus carros, subiu ao encontro de Israel, seu pai,
na cidade dos Heróis. E, tendo aparecido para ele, lançou-se sobre o seu pescoço, e
chorou com lágrimas abundantes.
30 E disse Israel a José: Depois disto eu morreria de bom grado, já que tenho visto o
teu rosto. Pois que tu estás, ainda, entre os vivos.
31 E José falou a seus irmãos: Irei subir, e relatarei a Faraó, dizendo-lhe: Meus irmãos
e a casa de meu pai, que estavam na terra de Canaã, vieram para mim.
32 Os homens são pastores, pois eles sempre foram apascentadores de gado, e
trouxeram consigo seus animais, seus bois e toda a sua propriedade.
33 Se, em seguida, chamar-vos Faraó e perguntar: Qual é a vossa ocupação?
34 haveis de dizer: Nós, teus servos, somos apascentadores de gado, desde a nossa
juventude até agora, tanto nós como nossos pais; para que possais morar na terra
de Gósem da Arábia. Porquanto, todo pastor de ovelhas é abominação para os
egípcios.
Gênesis - Capítulo 47
1 Então, veio José, e falou a Faraó, dizendo: Meu pai e meus irmãos, e seu gado, e
seus bois, e todas as suas posses vieram da terra de Canaã; e eis que estão na terra
de Gósem.
2 E ele tomou, dos seus irmãos, cinco homens e pô-los diante de Faraó.
3 E disse Faraó aos irmãos de José: Qual é a vossa ocupação? E responderam a
Faraó: Teus servos são pastores de rebanho, tanto nós como nosso pai.
4 E falaram a Faraó: Viemos para habitar na terra, porquanto, não há pasto para os
rebanhos de teus servos. Porque a fome prevaleceu na terra de Canaã. Agora,
então, iremos morar na terra de Gósem. E Faraó disse a José: Habitem eles na terra
de Gósem. E se sabes que há entre eles homens capazes, faze-os cuidadores do meu
gado. Então, Jacó e seus filhos entraram no Egito, e vieram para José. E Faraó, rei
do Egito, ouviu falar disto.
5 E Faraó falou a José, dizendo-lhe: Teu pai e teus irmãos vieram a ti.
6 Eis que a terra do Egito está diante de ti. Estabelece teu pai e teus irmãos no
melhor da terra.
7 Então, trouxe José a Jacó, seu pai, e colocou-o diante de Faraó. E Jacó abençoou a
Faraó.
8 Faraó disse para Jacó: Quantos são os dias dos anos da tua vida?
9 E Jacó respondeu a Faraó: Os dias dos anos da minha vida, nos quais tenho
peregrinado, são cento e trinta anos; poucos e maus foram os dias dos anos da
minha vida, e não têm atingido os dias da vida de meus pais, os dias nos quais eles
peregrinaram.
10 E Jacó abençoou a Faraó, afastando-se dele.
11 Então, José estabeleceu seu pai e seus irmãos, dando-lhes possessões na terra do
Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara.
12 José deu provisão para seu pai e seus irmãos. E a toda a casa de seu pai deu ele o
cereal, para cada pessoa.
13 Entretanto, não havia cereal em toda a terra, pois a fome era grande na terra do
Egito. E a terra de Canaã desfalecia de fome.
14 Então, José recolheu todo o dinheiro que se achava na terra do Egito e na terra
de Canaã, em troca do trigo que compravam, e distribuiu o cereal para eles. E José
trouxe todo o dinheiro para a casa de Faraó.
15 Acabou-se o dinheiro na terra do Egito e na terra de Canaã, e todos os egípcios
foram a José, dizendo: Dá-nos pão. Por que morreríamos em tua presença? Pois o
nosso dinheiro já é gasto.
16 Então, José disse-lhes: Trazei o vosso gado, e eu irei dar-vos pão em troca do
vosso gado, porquanto o dinheiro já é gasto.
17 E trouxeram o seu gado a José. E José lhes deu pão em troca de seus cavalos, e
das suas ovelhas, e dos seus bois, e dos seus jumentos. José os sustentou com pão
em troca de todos os seus rebanhos, naquele ano.
18 Passou aquele ano, e vieram a ele no segundo ano, e disseram-lhe: Deveremos
ser consumidos diante de nosso Senhor? Pois o nosso dinheiro acabou, e as nossas
posses e os nossos animais trouxemos a ti, nosso senhor. E nada foi deixado para
nós, diante de nosso senhor, além de nossos próprios corpos e de nossas terras.
Estamos, realmente, necessitados.
19 Agora, então, para que não morramos diante de ti e a terra fique assolada,
compra-nos e a nossa terra por pão, e nós e a nossa terra seremos servos de Faraó.
Dá-nos sementes para que possamos plantar; e viveremos, e não morreremos. E,
desta forma, a nossa terra não deverá ficar assolada.
20 E, assim, José comprou toda a terra dos egípcios para Faraó. Porquanto os
egípcios venderam as suas terras para Faraó, pois a fome prevaleceu contra eles. E a
terra tornou-se de Faraó.
21 E ele trouxe o povo para a sua servidão, para serem seus servos, desde uma
extremidade do Egito até a outra,
22 com exceção apenas da terra dos sacerdotes. A esta José não comprou, pois
Faraó dera uma porção, na forma de doação, para os sacerdotes, e eles comiam a
sua porção que Faraó lhes dera. E, por isso, não venderam suas terras.
23 Então, José disse a todos os egípcios: Eis que eu tenho comprado a vós e a vossa
terra para Faraó, neste dia. Tomai para vós as sementes e semeai a terra.
24 Colhereis os seus frutos, e dareis a quinta parte a Faraó. E as quatro partes
restantes serão para vós, para sementes da terra e para alimento, para vós e para
todos os que estão em vossas casas.
25 Então, eles disseram: Tu nos salvaste. Temos achado graça diante de nosso
senhor, e seremos servos de Faraó.
26 E José deixou isto como uma ordenança, até este dia: a reserva de um quinto
para Faraó, em todo o Egito, com exceção apenas da terra dos sacerdotes, que não
era de Faraó.
27 E Israel habitou no Egito, na terra de Gósem. Obtiveram eles uma herança nela, e
aumentaram e multiplicaram-se, grandemente.
28 E Jacó ainda viveu dezessete anos na terra do Egito. Todos os dias de Jacó, os
anos de sua vida, foram cento e quarenta e sete anos.
29 Os dias de Israel se aproximavam de quando deveria morrer, e ele chamou seu
filho José, e disse-lhe: Se encontrei graça diante de ti, coloca a tua mão debaixo da
minha coxa; e agirás com misericórdia e verdade para comigo, para que não me
enterres no Egito.
30 Contudo, eu dormirei com meus pais. Tu me levarás para fora do Egito, e
enterrar-me-ás no seu sepulcro. E ele disse: Farei conforme a tua palavra.
31 Disse ele: Jura-me. E jurou-lhe. Então, Israel fez reverência, inclinando-se do alto
de seu cajado.
Gênesis - Capítulo 48
1 E sucedeu, depois destas coisas, que foi relatado a José: Teu pai está doente.
Então, tendo tomado seus dois filhos, Manassés e Efraim, ele foi até Jacó.
2 E foi noticiado a Jacó, dizendo: Eis que o teu filho José vem a ti. E Israel,
fortalecendo-se, sentou-se sobre a cama.
3 E disse Jacó a José: Meu Deus apareceu-me em Luz, na terra de Canaã, e me
abençoou,
4 dizendo: Eis que eu te aumentarei e multiplicarei, e farei de ti multidões de
nações. Darei esta terra a ti e à tua descendência depois de ti, como uma possessão
perpétua.
5 Ora, os teus dois filhos, que nasceram para ti na terra do Egito, antes que eu viesse
a ti no Egito, são meus; Efraim e Manassés, tal como Rúben e Simeão, eles serão
meus.
6 Porém os filhos que gerares depois deles ocuparão o lugar de seus irmãos, e serão
nomeados conforme as suas heranças.
7 Quanto a mim, quando saí de Mesopotâmia da Síria, Raquel, tua mãe, morreu na
terra de Canaã, quando eu me aproximava do caminho dos cavalos de Habrada, na
terra de Canaã, indo para Efrata; e sepultei-a no caminho. Esta é Belém.
8 E quando Israel viu os filhos de José, disse-lhe: Quem são estes contigo?
9 E José respondeu a seu pai: Estes são meus filhos, que Deus me deu, neste lugar. E
Jacó disse: Aproxima-os, para que eu possa abençoá-los.
10 Os olhos de Israel se tinham escurecido com a idade, e ele não podia ver. José os
fez aproximar-se, e ele os beijou e abraçou.
11 Então, Israel disse a José: Não tenho sido privado de ver o teu rosto, e eis que
Deus mostrou-me também a tua descendência.
12 José os tirou de seus joelhos, e fizeram-lhe reverência com o rosto para o chão.
13 José conduziu seus dois filhos, Efraim na sua mão direita, ao lado esquerdo de
Israel, e Manassés na sua mão esquerda, mas ao lado direito de Israel. E os fez
chegar até ele.
14 Porém, Israel estendeu a sua mão direita e colocou-a na cabeça de Efraim;
contudo, ele era o menor. E a sua mão esquerda ele colocou sobre a cabeça de
Manassés, estendendo as mãos cruzadas.
15 E os abençoou, dizendo: O Deus em cuja presença meus pais, Abraão e Isaque,
encontraram favor, o Deus que continuou a alimentar-me desde a minha juventude
até este dia,
16 o anjo que me liberta de todos os males, abençoe estes rapazes, e que o meu
nome seja chamado sobre eles, e o nome de meus pais, Abraão e Isaque; e que eles
sejam aumentados para se tornarem uma grande multidão sobre a terra.
17 Então, José, tendo visto que seu pai colocara a mão direita sobre a cabeça de
Efraim, o que lhe parecia doloroso, pegou na mão de seu pai para removê-la da
cabeça de Efraim e colocá-la na cabeça de Manassés.
18 E disse José a seu pai: Não assim, meu pai, pois este é o primogênito. Coloca a tua
mão direita sobre a sua cabeça.
19 Todavia, ele não quis fazê-lo, porém disse: Eu sei, meu filho, eu sei. Ele também
será um povo e deverá ser exaltado, mas o seu irmão mais novo será maior do que
ele, e a sua descendência tornar-se-á uma multidão de nações.
20 E abençoou-os, naquele dia, dizendo: Em vós Israel será abençoado, quando
disserem: Deus te faça como a Efraim e a Manassés! E colocou Efraim diante de
Manassés.
21 Então, Israel disse a José: Eis que eu morro, mas Deus estará contigo e levar-te-á
de volta para a terra de teus pais.
22 E dou-te Secima, uma porção selecionada, de mais que a teus irmãos, a qual eu
tirei da mão dos amorreus com a minha espada e o meu arco.
Gênesis - Capítulo 49
Gênesis - Capítulo 50
1 José lançou-se sobre o rosto de seu pai, chorou sobre ele, e o beijou.
2 Então, José ordenou a seus servos, os embalsamadores, que embalsamassem a
seu pai. E eles embalsamaram a Israel,
3 e cumpriram-lhe quarenta dias, conforme são os dias de embalsamamento
numerados no Egito. E o prantearam por setenta dias.
4 Quando os dias de luto foram cumpridos, José falou com os príncipes de Faraó,
dizendo: Se tenho achado graça aos vossos olhos, falai de mim aos ouvidos de
Faraó, e dizei-lhe:
5 Meu pai me fez jurar, dizendo: Na sepultura que escavei para mim na terra de
Canaã, lá tu me sepultarás. Agora, então, eu subirei e sepultarei a meu pai, e depois
voltarei.
6 E Faraó disse a José: Vai sepultar a teu pai, conforme ele te fez jurar.
7 Então, José subiu para sepultar a seu pai. E todos os servos de faraó subiram com
ele, e os anciãos da sua casa, e todos os anciãos da terra do Egito,
8 como também toda a casa de José, e seus irmãos, e toda a casa de seu pai, com a
sua parentela. Mas eles deixaram para trás as ovelhas e os bois, na terra de Gósem.
9 Subiram com ele, também, carros e cavaleiros. E era uma comitiva mui grande.
10 Chegaram eles à eira de Atade, que está além do Jordão. E ele chorou com
grande e mui doloroso pranto, fazendo um luto de sete dias por seu pai.
11 Os habitantes da terra de Canaã viram o luto na eira de Atade e disseram: Este é
um grande luto dos egípcios. Por isso eles chamaram o seu nome Luto do Egito, o
qual está além do Jordão.
12 E desta forma seus filhos lhe fizeram.
13 Então, eles o levaram até à terra de Canaã, sepultando-o na caverna dupla,
caverna esta que Abraão comprara por posse de sepultura de Hefrom, o heteu,
diante de Mamre.
14 E José voltou para o Egito, ele e os seus irmãos, e os que tinham subido com ele
para sepultar a seu pai.
15 Porém, quando os irmãos de José viram que seu pai estava morto, disseram:
Acautelemo-nos, porque, a qualquer momento, José lembrar-se-á do mal contra nós
e devolver-nos-á todos os males que lhe temos feito.
16 Então, vieram a José, e disseram-lhe: Teu pai nos fez jurar, antes de sua morte,
dizendo:
17 Assim falareis a José: Perdoa-lhes a sua injustiça e o seu pecado, porquanto têm
feito mal contra ti. E agora, portanto, perdoa a injustiça dos servos do Deus de teu
pai. E José chorou, enquanto eles lhe falavam.
18 E vieram a ele, e disseram-lhe: Nós, e estas pessoas, somos os teus servos.
19 Entretanto, disse-lhes José: Não temais, porque eu sou de Deus.
20 Vós entrastes em conselho contra mim para o mal, mas Deus ficou ao meu lado
para o bem, para que as coisas viessem a ser como são neste dia, e para que muita
gente pudesse ser alimentada.
21 E ele ainda lhes disse: Não temais, pois irei manter-vos, e as vossas famílias. E ele
os consolou, falando-lhes ao coração.
22 E José habitou no Egito, ele e os seus irmãos, e toda a família de seu pai. E viveu
cento e dez anos.
23 José viu os filhos de Efraim até a terceira geração, e os filhos de Maquir, filho de
Manassés, foram gerados ao lado de José.
24 E José falou a seus irmãos, dizendo: Eis que eu morrerei, e Deus, certamente, vos
visitará e tirará para fora desta terra, levando-vos para a terra que ele jurou dar a
nossos pais, Abraão, Isaque e Jacó.
25 E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Na visitação com a qual Deus deverá
visitar-vos, então fareis transportar os meus ossos daqui, convosco.
26 E José morreu, com a idade de cento e dez anos. E embalsamaram o seu cadáver,
colocando-o em um sarcófago no Egito.
ÊXODO
Êxodo - Capítulo 1
1 E estes são os nomes dos filhos de Israel que entraram no Egito com Jacó, seu pai,
e que vieram, cada um, com toda a sua família:
2 Rúben, Simeão, Levi, Judá,
3 Issacar, Zebulom, Benjamim,
4 Dã, Naftali, Gade e Aser.
5 José, todavia, já se encontrava no Egito. E todas as almas nascidas de Jacó foram
setenta e cinco.
6 E morreu José e todos os seus irmãos, e toda aquela geração.
7 E os filhos de Israel aumentaram e se multiplicaram, tornaram-se numerosos e
cresceram grandemente; e a terra multiplicou-os.
8 Então, se levantou outro rei sobre o Egito, um que não sabia quem era José.
9 E ele disse ao seu povo: Eis que a raça dos filhos de Israel é uma grande multidão,
e mais forte do que nós;
10 vamos, então, e tratemos astuciosamente com eles, para que a qualquer
momento não se tornem numerosos demais. E, se a guerra acontecer para nós, que
não devam eles ser adicionados aos nossos inimigos, e tendo prevalecido contra
nós na guerra, saiam da terra.
11 E pôs sobre eles feitores, os quais deviam afligi-los com suas obras. Então, eles
construíram as cidades fortificadas de Faraó, tanto Pitom como Ramsés, e On, que é
Heliópolis.
12 Porém, tanto quanto eles os humilharam, tanto mais se multiplicaram e
fortaleceram. E os egípcios sobremodo abominaram os filhos de Israel.
13 Então, os egípcios tiranizaram os filhos de Israel, usando de força,
14 e amargaram-lhes a vida com duros trabalhos no barro e na fabricação de tijolos,
e em todas as obras nas planícies, em todas as obras nas quais eles os fizeram servir
usando de violência.
15 E o rei dos egípcios falou às parteiras dos hebreus. O nome de uma era Sifrá, e o
nome da outra Puá.
16 Disse ele: Quando fizerdes o trabalho de parteiras para as mulheres dos hebreus,
e elas estiverem prestes a parir, se for um macho, matai-o; porém, se for uma
fêmea, deixai-a viver.
17 Todavia, as parteiras temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes
ordenara. E elas deixaram os meninos com vida.
18 Então, o rei do Egito chamou as parteiras e perguntou-lhes: Por que tendes feito
assim, deixando os meninos com vida?
19 Mas as parteiras responderam a Faraó: As mulheres hebreias não são como as
egípcias, pois começam a dar à luz antes das parteiras irem ter com elas. E, assim,
elas têm os seus filhos.
20 E Deus tratou bem as parteiras, e o povo se multiplicou, ficando muito forte.
21 E porque as parteiras temeram a Deus, ele estabeleceu para elas as suas próprias
famílias.
22 Porém, Faraó deu encargo a todo o seu povo, dizendo: Qualquer criança do sexo
masculino que tenha nascido para os hebreus, jogai-a no rio; e cada uma que for do
sexo feminino, deixai-a com vida.
Êxodo - Capítulo 2
1 Havia um certo homem, da tribo de Levi, o qual tomara como esposa uma das
filhas de Levi.
2 Ela concebeu, dando à luz uma criança do sexo masculino. Entretanto, visto que
ele era um homem justo, escondeu-o por três meses.
3 Então, quando já não podia mais escondê-lo, sua mãe tomou para ele uma arca,
untou-a com betume, ajeitou a criança dentro dela, e depositou-a na lama, na
margem do rio.
4 E a sua irmã permanecia observando, à distância, para saber o que iria acontecer
com ele.
5 Logo, a filha de faraó desceu ao rio para banhar-se, com as suas servas. Caminhava
ela ao lado do rio e, tendo avistado a arca na lama, enviou a sua serva, e puxou-a
para cima.
6 Havendo-a aberto, ela viu a criança chorando na arca. E a filha de Faraó teve
compaixão dele, e disse: Este é um dos filhos dos hebreus.
7 Então, a sua serva disse à filha de Faraó: Queres que eu vá buscar-te uma ama dos
hebreus, a fim de que amamente a criança para ti?
8 A filha de Faraó respondeu: Vai. A jovem, então, foi, e chamou a mãe da criança.
9 E a filha de Faraó disse-lhe: Cuida do menino, amamenta-o para mim e eu te darei
o teu salário. Então, a mulher tomou a criança e amamentou-a.
10 Quando o menino havia crescido, ela o trouxe à filha de Faraó, e ele tornou-se seu
filho. Chamou ela o seu nome Moisés, dizendo: Tirei-o da água.
11 E sucedeu, com o passar do tempo, que Moisés, havendo crescido, saiu a seus
irmãos, os filhos de Israel. Havendo ele reparado na sua angústia, eis que avistou um
egípcio ferindo um certo hebreu, de seus irmãos, dos filhos de Israel.
12 Então, olhando em volta para um lado e para o outro, ele não enxergou ninguém,
e matou o egípcio, escondendo-o na areia.
13 Tendo saído, no segundo dia, viu ele dois homens hebreus lutando, e disse para o
agressor: Por que feres o teu próximo?
14 E ele lhe respondeu: Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós? Queres matar-
me, assim como ontem feriste ao egípcio? Então, Moisés ficou alarmado e disse: Se
é assim, esta questão já se tornou conhecida.
15 Faraó ouviu a respeito deste assunto, e procurou matar a Moisés. Então, Moisés
saiu da presença de Faraó, e habitou na terra de Midiã. Havendo ele entrado na
terra de Midiã, assentou-se sobre um poço.
16 O sacerdote de Midiã tinha sete filhas, que alimentavam o rebanho de seu pai,
Jetro. Elas vieram e tiraram água, até que encheram os seus cântaros, para darem
de beber ao rebanho de seu pai, Jetro.
17 Então vieram os pastores, e começaram a afastá-las. Mas Moisés levantou-se, e
livrou-as. E tirou água para elas, dando de beber ao rebanho.
18 E elas foram para Reuel, seu pai. E ele lhes disse: Por que tendes voltado tão
rapidamente, hoje?
19 Responderam-lhe: Um homem egípcio livrou-nos dos pastores, tirou água para
nós e deu de beber às nossas ovelhas.
20 Então, ele falou as suas filhas, dizendo: Onde está ele? E por que tendes deixado
sozinho o homem? Chamai-o, para que possa comer pão.
21 E Moisés foi, e estabeleceu-se com o homem; e ele deu a sua filha Zípora a
Moisés, como esposa.
22 A mulher concebeu, dando à luz a um filho, e Moisés chamou o seu nome Gérson,
dizendo: Sou peregrino em uma terra estranha.
23 Naqueles dias, depois de certo tempo, o rei do Egito morreu. Mas os filhos de
Israel gemiam por causa de seus encargos, e clamavam; e o clamor por causa de
seus encargos subiu até Deus.
24 E Deus escutou os seu gemidos, lembrando-se da sua aliança, feita com Abraão,
Isaque e Jacó.
25 Então, Deus olhou para os filhos de Israel, e deu-se a conhecer a eles.
Êxodo - Capítulo 3
Êxodo - Capítulo 4
Êxodo - Capítulo 5
1 Depois disto, Moisés e Arão foram a Faraó, e disseram-lhe: Estas coisas diz o
Senhor, o Deus de Israel: Envia o meu povo, para que eles possam celebrar uma
festa para mim no deserto.
2 Mas Faraó respondeu: Quem é ele, que eu deveria ouvir a sua voz, de modo a
mandar embora os filhos de Israel? Eu não conheço o Senhor, e não deixarei Israel
ir.
3 Então, eles lhe disseram: O Deus dos hebreus chamou-nos para junto de si. Iremos,
portanto, em uma viagem de três dias ao deserto, para que sacrifiquemos ao
Senhor, nosso Deus. Para que, a qualquer momento, não morramos ou sejamos
abatidos.
4 E o rei do Egito lhes disse: Por que, Moisés e Arão, afastais o povo das suas obras?
Ide, cada um de vós, para as vossas obras.
5 E Faraó também disse: Eis que o povo é muito numeroso; não iremos, portanto,
dar-lhes descanso de seu trabalho.
6 Faraó então deu ordens aos feitores do povo e aos escribas, dizendo:
7 Não dareis palha as pessoas para a fabricação de tijolos, como antigamente;
porém, deixem-nos ir, eles mesmos, recolherem para si a palha.
8 E impor-lhes-eis, diariamente, a taxa de fabricação de tijolos que deverão fabricar;
não lhes diminuireis em nada, pois estão ociosos e, por isso, têm clamado dizendo:
Levantar-nos-emos e faremos sacrifícios ao nosso Deus.
9 Que os labores destes homens sejam pesados, e que eles se ocupem dessas coisas
e não cuidem de palavras vãs.
10 Então, os feitores e os escribas se apressaram a ir até eles, e falaram ao povo,
dizendo: Assim diz Faraó: Eu não irei dar-lhes mais a palha.
11 Ide, vós mesmos, recolher a palha onde puderdes encontrá-la; pois em nada será
diminuída a vossa taxa.
12 Então, o povo se espalhou por toda a terra do Egito, a colher restolho de palha.
13 Mas os feitores apressaram-nos, dizendo: Completai regularmente vossas tarefas
diárias, como quando a palha vos era dada.
14 E os escribas da raça dos filhos de Israel, os quais haviam sido constituídos sobre
eles pelos mestres de Faraó, foram açoitados e questionados, sendo-lhes dito: Por
que não tendes cumprido as vossas taxas de fabricação de tijolos, como
antigamente, e também hoje?
15 Então os escribas dos filhos de Israel entraram e clamaram a Faraó, dizendo: Por
que ages desta forma para com os teus servos?
16 Palha não é dada aos teus servos, porém dizem-nos para fazer tijolos; e eis que os
teus servos foram açoitados. Tu, portanto, estás a ferir o teu povo.
17 Mas ele lhes respondeu: Estais ociosos, estais ociosos. Por isso, dizeis: Vamos,
sacrifiquemos ao nosso Deus.
18 Ora, ide agora trabalhar, porque a palha não deverá ser-vos dada; porém, vós
cumprireis a taxa de tijolos.
19 E os escribas dos filhos de Israel viram-se em uma situação difícil, cada homem
dizendo: Nós não deveremos deixar de completar a taxa diária de fabricação de
tijolos.
20 Então, avistaram Moisés e Arão vindo ao encontro deles, quando saíram da
presença de Faraó.
21 E disseram-lhes: O Senhor atente sobre vós para julgar-vos, porque tendes feito
nosso cheiro abominável diante de Faraó e diante dos seus servos, para colocar uma
espada em suas mãos para nos matar.
22 E Moisés se apresentou ao Senhor, dizendo: Eu imploro, Senhor. porque tens
afligido a este povo? E porque tens me enviado?
23 Pois, a partir do instante que fui a Faraó para falar em teu nome, ele tem afligido
a este povo. Todavia, Tu não tens libertado o teu povo.
Êxodo - Capítulo 6
1 Então, o Senhor disse a Moisés: Agora, verás o que hei de fazer a Faraó; porque ele
deverá enviar-vos com um braço poderoso, e com um grande exército vos
expulsará da sua terra.
2 E Deus falou a Moisés, dizendo-lhe: Eu sou o Senhor.
3 Apareci a Abraão, Isaque e Jacó, sendo o seu Deus; mas eu não manifestei-lhes o
meu nome, o Senhor.
4 E estabeleci a minha aliança com eles para lhes dar a terra dos cananeus, a terra
em que eles peregrinaram e na qual também habitavam como estrangeiros.
5 Ouvi o gemido dos filhos de Israel (a aflição com que o Egípcios os escravizavam),
e lembrei-me do pacto que fiz convosco.
6 Vai, fala aos filhos de Israel, dizendo-lhes: Eu sou o Senhor. Conduzi-los-ei para
fora da tirania dos egípcios, e os livrarei da servidão. Resgatá-los-ei com um braço
elevado, e com grande julgamento.
7 Eu vos tomarei como um povo para mim, e serei o vosso Deus. Então, sabereis que
eu sou o Senhor, vosso Deus, aquele que vos tirou para fora da tirania dos egípcios.
8 E estabelecer-vos-ei na terra sobre a qual eu estendi a minha mão para dá-la a
Abraão, Isaque e Jacó; Eu a darei para vós por herança. Eu sou o Senhor.
9 Deste modo falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não lhe deram ouvidos, por
serem pusilânimes e por causa das suas duras tarefas.
10 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
11 Vai, e fala a Faraó, rei do Egito, para que ele envie os filhos de Israel para fora de
sua terra.
12 Mas respondeu Moisés, perante o Senhor, dizendo: Eis que o filhos de Israel não
me deram ouvidos. Como, então, Faraó escutar-me-á? Pois não sou eloquente.
13 Então o Senhor falou a Moisés e a Arão, dando-lhes um encargo a respeito de
Faraó, rei do Egito, de que ele deveria enviar os filhos de Israel para fora da terra do
Egito.
14 E estes são os cabeças das casas de suas famílias: Os filhos de Rúben, o
primogênito de Israel: Enoque, Palu, Hezron e Carmi; esta é a tribo de Rúben.
15 E os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar, e Saul, filho de uma
mulher fenícia; estas são as famílias dos filhos de Simeão.
16 E estes são os nomes dos filhos de Levi, segundo as suas famílias: Gérson, Coate e
Merari. E os anos da vida de Levi foram cento e trinta e sete.
17 E estes são os filhos de Gérson: Libni e Simei, e as casas de seus familiares.
18 E os filhos de Coate: Anrão, Jizar, Hebrom e Uziel. E os anos da vida de Coate
foram cento e trinta e três anos.
19 E os filhos de Merari: Mali e Musli. Estas são as casas das famílias de Levi,
segundo a sua parentela.
20 Anrão tomou como mulher a Joquebede, filha do irmão de seu pai, e ela deu-lhe
dois filhos, Arão e Moisés, e Miriã, sua irmã. E os anos da vida de Anrão foram cento
e trinta e dois anos.
21 E os filhos de Jizar: Corá, Nefegue, e Zicri.
22 E os filhos de Uziel: Misael, Elzafã, e Sitri.
23 E Arão tomou, para ser sua esposa, Eliseba, filha de Aminadabe, irmã de Naasson,
e ela deu a ele Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
24 E os filhos de Corá: Assir, Elcana e Abiasafe; estas são as gerações de Corá.
25 E Eleazar, filho de Arão, tomou para si por mulher uma das filhas de Putiel, e ela
deu-lhe Finéias. Estes são os chefes de família dos levitas, segundo as suas gerações.
26 Estes são Arão e Moisés, a quem Deus dissera para tirar os filhos de Israel da
terra do Egito, com suas hostes.
27 Estes são os que falaram com Faraó, rei do Egito. E Moisés e Arão tiraram os
filhos de Israel da terra do Egito,
28 no dia em que o Senhor falou a Moisés, na terra do Egito.
29 Então, o Senhor falou a Moisés, dizendo: Eu sou o Senhor. Falai a Faraó, rei do
Egito, tudo o que vos tenho dito.
30 E respondeu Moisés, perante o Senhor: Eis que eu não sou capaz de falar. Como
irá Faraó dar-me ouvidos?
Êxodo - Capítulo 7
1 E o Senhor falou a Moisés, dizendo: Eis que te pus como um deus para faraó; e
Arão, teu irmão, será teu profeta.
2 Dize-lhe tudo o que eu te ordenar, e Arão, teu irmão, falará a Faraó para que ele
envie os filhos de Israel da sua terra.
3 Porém, eu endurecerei o coração de Faraó, e multiplicarei os meus sinais e
maravilhas na terra do Egito.
4 Faraó não vos ouvirá, e eu colocarei minha mão sobre o Egito. Tirarei para fora o
meu povo, os filhos de Israel. Com o meu poder sairão da terra do Egito, com
grande vingança.
5 E todos os Egípcios saberão que eu sou o Senhor, estendendo-se a minha mão
sobre o Egito; e irei trazer os filhos de Israel para fora, do meio deles.
6 Então, Moisés e Arão fizeram como o Senhor lhes ordenara; assim fizeram.
7 Moisés tinha oitenta anos de idade, e Arão, seu irmão, oitenta e três anos de
idade, quando ele falou com faraó.
8 E o Senhor falou a Moisés e a Arão, dizendo:
9 Agora, se Faraó falar convosco, dizendo: Dá-nos um sinal ou prodígio, então dirás
a teu irmão, Arão: Toma a tua vara e lança-a sobre a terra, diante de Faraó e diante
dos seus servos. E ela se transformará numa serpente.
10 Moisés e Arão foram perante Faraó e os seus servos, e fizeram como o Senhor
lhes ordenara. Arão lançou a sua vara diante de Faraó e diante dos seus servos, e ela
tornou-se uma serpente.
11 Mas Faraó convocou os sábios do Egito e os feiticeiros. E os encantadores dos
egípcios também fizeram o mesmo com as suas feitiçarias.
12 Eles atiraram cada um a sua vara, e elas se tornaram em serpentes. Mas a vara de
Arão engoliu as varas deles.
13 Porém, o coração de Faraó se endureceu e ele não os ouviu, conforme o Senhor
os avisara.
14 E o Senhor disse a Moisés: O coração de Faraó está enrijecido, de maneira que ele
não deverá deixar ir o povo.
15 Ide até Faraó, no início da manhã. Eis que ele deverá sair para a água, e tu o
encontrarás na margem do rio; e levarás em tua mão a vara que se transformou em
uma serpente.
16 E, fala-lhe: O Senhor, Deus dos hebreus, tem me enviado a ti, dizendo: Despede o
meu povo, para que me sirva no deserto, e eis que, até agora, tu não deste ouvidos.
17 Estas coisas diz o Senhor: Nisto, saberás que eu sou o Senhor. Eis que ferirei, com
a vara em minha mão, a água que está no rio, o que deverá transformá-la em
sangue.
18 Os peixes que estão no rio morrerão, e o rio cheirará mal; e, depois disto, os
egípcios não poderão beber a água do rio.
19 E o Senhor falou a Moisés, dizendo-lhe: Dize a teu irmão Arão: Toma a tua vara na
tua mão e estende-a sobre as águas do Egito, e sobre os seus rios, e sobre os seus
canais, e sobre as suas lagoas, e sobre todas as suas águas paradas; e elas irão
tornar-se em sangue. Haverá sangue em toda a terra do Egito, tanto nos vasos de
madeira, como nos de pedra.
20 E Moisés e Arão fizeram assim, como o Senhor lhes ordenara; então, Arão,
levantando a mão com a vara, feriu as águas do rio diante de Faraó e diante dos
seus servos, e transformou toda a água do rio em sangue.
21 Os peixes no rio morreram, o rio cheirou mal e, depois disto, os egípcios não
podiam beber mais a água do rio; e o sangue estava em toda a terra do Egito.
22 Mas os encantadores dos egípcios também fizeram o mesmo com as suas
feitiçarias. E o coração de Faraó se endureceu, e ele não os ouviu, conforme o
Senhor dissera.
23 Faraó voltou-se e entrou em sua casa; ele nem mesmo colocou sua atenção sobre
isso.
24 Então, todos os egípcios cavaram ao redor do rio de modo a poderem beber
água, porque não podiam beber da água do rio.
25 E sete dias se passaram, depois que o Senhor ferira o rio.
Êxodo - Capítulo 8
1 Então, o Senhor disse a Moisés: Vai a Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Envia o
meu povo, para que me sirva.
2 Porém, se não quiseres enviá-los, eis que afligirei a todos os teus limites com as
rãs.
3 O rio fervilhará com rãs, e elas subirão e entrarão em tua casa, em teus quartos de
dormir e sobre as tuas camas, sobre as casas dos teus servos e as do teu povo,
sobre a tua massa e em teus fornos.
4 Sobre ti, sobre os teus servos, e sobre o teu povo, subirão as rãs.
5 O Senhor disse a Moisés: Fala a Arão, teu irmão: Estende a mão com a tua vara
sobre os rios, sobre os canais e sobre os açudes, e traze as rãs.
6 Então Arão estendeu a sua mão sobre as águas do Egito, fazendo subir as rãs; e as
rãs foram trazidas, cobrindo a terra do Egito.
7 Mas os encantadores do Egito também fizeram o mesmo com as suas feitiçarias, e
trouxeram rãs sobre a terra do Egito.
8 E Faraó chamou Moisés e Arão, dizendo-lhes: Rogai por mim ao Senhor, e que Ele
retire as rãs de mim e do meu povo, e eu os enviarei; e sacrificarão ao Senhor.
9 Então, Moisés disse a Faraó: Determine um tempo, quando eu irei orar por ti e
pelos teus servos e pelo teu povo, para que as rãs desapareçam do meio de ti e do
teu povo, e de suas casas. Tão somente no rio elas deverão ficar.
10 Respondeu-lhe ele: No próximo dia. E ele falou, Seja, portanto, como disseste,
para que saibas que não há outro Deus a não ser o Senhor.
11 As rãs deverão ser retiradas para longe de ti, e das casas, e das aldeias, e dos teus
servos, e do teu povo; somente no rio é que serão deixadas.
12 Então, Moisés e Arão saíram de diante de Faraó. E Moisés clamou ao Senhor
relativamente à restrição das rãs, conforme Faraó o determinara.
13 O Senhor fez como Moisés pediu, e as rãs morreram nas casas, nas aldeias e nos
campos.
14 Eles as reuniram, juntas, em montões, e a terra cheirou mal.
15 Porém, quando Faraó viu que havia alívio seu coração endureceu-se, e ele não
lhes deu ouvidos, conforme o Senhor falara.
16 Então, o Senhor disse a Moisés: Fala a Arão: Estende a tua vara, com a tua mão, e
fere o pó da terra. Haverá piolhos sobre os homens e sobre os quadrúpedes, em
toda a terra do Egito.
17 Assim, Arão estendeu a sua mão com a vara, ferindo o pó da terra, e os piolhos
apareceram nos homens e nos quadrúpedes; e em toda a poeira da terra havia
piolhos.
18 E os encantadores também fizeram o mesmo com suas feitiçarias, para trazerem
o piolho, mas não o conseguiram. E os piolhos estavam tanto sobre os homens
como sobre os quadrúpedes.
19 Então, os encantadores disseram a Faraó: Isto é o dedo de Deus. Mas o coração
de Faraó se endureceu, e ele não os ouviu, conforme o Senhor dissera.
20 E o Senhor falou a Moisés: Levanta-te cedo, pela manhã, e apresenta-te diante de
Faraó. Eis que ele estará indo em direção a água. E fala-lhe: Estas coisas diz o
Senhor: Envia o meu povo, para que me sirva no deserto.
21 Porém, se não deixares ir o meu povo, eis que eu enviarei sobre ti, e sobre os teus
servos, e sobre o teu povo, e sobre as suas casas, a mosca; e as casas dos egípcios
ficarão cheias de moscas, até mesmo sobre o chão em que eles se encontram.
22 Mas irei distinguir, maravilhosamente, naquele dia, a terra de Gósem, em que
meu povo habita, na qual a mosca não deverá estar; para que saibas que eu sou o
Senhor, o Deus de toda a terra.
23 Farei uma diferença entre o meu povo e o teu povo. No próximo dia, isto
acontecerá na terra. Então, o Senhor fez assim.
24 E a mosca chegou em abundância na casa de Faraó e nas casas dos seus servos, e
em toda a terra do Egito; e a terra foi destruída pela mosca.
25 Então, Faraó chamou Moisés e Arão, dizendo-lhes: Ide, e oferecei sacrifícios ao
Senhor, vosso Deus, nesta terra.
26 Mas Moisés respondeu: Não, não poderá ser assim, pois iríamos oferecer
sacrifícios ao Senhor, nosso Deus, conforme as abominações dos egípcios. E se
sacrificarmos conforme as abominações dos egípcios, diante deles, seremos
apedrejados.
27 Havemos de ir em caminho de três dias no deserto, e ofereceremos sacrifícios ao
Senhor nosso Deus de acordo com o que nos disse o Senhor.
28 Então, Faraó respondeu: Eu vos deixarei ir, e façais sacrifícios ao vosso Deus no
deserto. Contudo, não ide muito longe. Orai, agora, por mim, ao Senhor.
29 E Moisés disse-lhe: Eu, agora, me apartarei de ti e orarei a Deus, e a mosca se
afastará de todos os teus servos e do teu povo, amanhã. Mas tu, Faraó, não ajas
enganosamente mais uma vez, de modo a não enviar o povo para fazer sacrifícios
ao Senhor.
30 Então, Moisés saiu da presença de Faraó, e orou a Deus.
31 E o Senhor fez o que Moisés pediu, retirando a mosca de Faraó, dos seus servos e
do seu povo; e nem uma só foi deixada.
32 Mas Faraó endureceu o seu coração, ainda desta vez, e não queria mandar as
pessoas embora.
Êxodo - Capítulo 9
1 O Senhor falou a Moisés: Vai a Faraó e dize-lhe: Estas coisas diz o Senhor, o Deus
dos hebreus: Envia o meu povo, para que me sirva.
2 Se não quiseres, porém, enviar o meu povo, mas ainda os detiveres,
3 eis que a mão do Senhor será sobre o teu gado nos campos, tanto sobre os
cavalos quanto sobre os jumentos, e sobre os camelos, os bois e as ovelhas; haverá
uma mortalidade, verdadeiramente, muito grande.
4 E irei fazer uma distinção maravilhosa, naquele tempo, entre o gado dos egípcios
e o gado dos filhos de Israel. Nada morrerá de tudo o que pertence aos filhos de
Israel.
5 E Deus estabeleceu um prazo, dizendo: Amanhã, o Senhor fará isto na terra.
6 E o Senhor fez assim, no dia seguinte, e todo o gado dos egípcios morreu.
Entretanto, do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum.
7 Porém, quando Faraó viu que de todo o gado dos filhos de Israel não morrera
nenhum, o coração de Faraó ficou endurecido, e ele não deixou ir o povo.
8 E o Senhor falou a Moisés e a Arão, dizendo: Tomai mãos cheias de cinza, do
forno; e que Moisés a atire para o céu, diante de Faraó e diante dos seus servos.
9 E que isto se torne em um pó sobre toda a terra do Egito; e haverá, sobre os
homens e sobre os animais, úlceras dolorosas, irrompendo tanto nos homens
quanto nos animais, em toda a terra do Egito.
10 Então, ele tirou as cinzas do forno, diante de Faraó. E Moisés as atirou para o céu,
e tornaram-se em feridas dolorosas, irrompendo tanto em homens como em
animais.
11 Mas os feiticeiros não podiam permanecer diante de Moisés, por causa das
feridas. Porquanto as feridas estavam nos feiticeiros e em toda a terra do Egito.
12 Mas o Senhor endureceu o coração de faraó, e ele não lhes deu ouvidos, como
predissera o Senhor.
13 Então, o Senhor falou a Moisés, dizendo: Levanta-te cedo, pela manhã, vai diante
de Faraó, e dize-lhe: Estas coisas diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Despede o meu
povo, para que me sirva.
14 Pois, neste momento, estou enviando todas as minhas pragas para o teu coração
e para o coração dos teus servos e o do teu povo; para que saibas que não há outro
como eu em toda a terra.
15 Porque, agora, eu irei estender a minha mão, para ferir-te e matar o teu povo, e
serás consumido da Terra.
16 Para este propósito tens sido preservado, para que eu possa mostrar em ti a
minha força, e para que o meu nome seja divulgado em toda a terra.
17 Irás tu, então, ainda agir para prejudicar o meu povo, de modo a não deixá-los ir?
18 Eis que amanhã, a esta hora, farei chover uma chuva muito grande, como não
houve ainda no Egito, desde o momento em que foi criado até hoje.
19 Ora, então, apressa-te a recolher o teu gado e tudo o que tens nos campos. Eis
que todos os homens e o gado, todos aqueles que forem encontrados nos campos
e que não entrarem em uma casa (pois o granizo cairá sobre eles), irão morrer.
20 Quem, dos servos de Faraó, temia a palavra do Senhor, reuniu o seu gado nas
casas.
21 Mas todo aquele que não atendeu, em sua mente, à palavra do Senhor, deixou o
seu gado no campo.
22 Então, o Senhor disse a Moisés: Estende a tua mão para o céu, e haverá granizo
em toda a terra do Egito, tanto sobre os homens quanto sobre o gado, e sobre toda
a forragem na terra.
23 Moisés estendeu a mão para o céu, e o Senhor enviou trovões e saraiva, e desceu
fogo sobre a terra; o Senhor fez chover granizo sobre toda a terra do Egito.
24 Havia granizo e fogo flamejante misturado com granizo. O granizo era muito
grande, como nunca houve no Egito, desde o momento em que existiu uma nação
sobre ele.
25 E o granizo feriu, em toda a terra do Egito, tanto homens como animais, e feriu a
toda a erva do campo; e o granizo fez em pedaços todas as árvores do campo.
26 Somente na terra de Gósem, onde estavam os filhos de Israel, a saraiva não
chegou.
27 Então Faraó mandou chamar Moisés e Arão, e disse-lhes: Pequei, desta vez; o
Senhor é justo, mas eu e o meu povo somos ímpios.
28 Orai, então, por mim ao Senhor, e que Ele faça os trovões de Deus cessarem, e a
saraiva, e o fogo; eu irei enviar-vos, e não permanecereis mais.
29 E Moisés lhe disse: Quando eu tiver partido da cidade, estenderei minhas mãos
ao Senhor e os trovões cessarão, e a saraiva e a chuva não irão mais prevalecer, para
que saibas que a terra é do Senhor.
30 Mas, quanto a ti e aos teus servos, eu sei que vós ainda não temeis ao Senhor.
31 E o linho e a cevada foram danificados, porque a cevada já estava crescendo, e o
linho estava sendo semeado.
32 O trigo e o centeio, todavia, não foram feridos, porque estavam atrasados.
33 Então, Moisés afastou-se de Faraó e da cidade, e estendeu as mãos para o
Senhor; e cessaram os trovões e a saraiva. E a chuva não caiu mais sobre a terra.
34 Porém, quando Faraó viu que a chuva, o granizo e os trovões cessaram,
continuou a pecar, e endureceu o seu coração e o coração de seus servos.
35 E o coração de Faraó se endureceu, e ele não enviou os filhos de Israel, conforme
o Senhor houvera dito a Moisés.
Êxodo - Capítulo 10
1 E o Senhor falou a Moisés, dizendo: Vai a Faraó. Pois eu endureci o seu coração e o
coração de seus servos, para que esses sinais pudessem vir sobre eles,
2 para que pudésseis relatá-los aos ouvidos de vossos filhos e dos filhos de seus
filhos, em quantas coisas eu zombei dos egípcios, e as minhas maravilhas que fiz no
meio deles; e sabereis que Eu sou o Senhor.
3 Então, Moisés e Arão foram perante Faraó, e disseram-lhe: Estas coisas diz o
Senhor, Deus dos hebreus: Por quanto tempo, ainda, te recusarás a reverenciar-me?
Envia meu povo, para que me sirva.
4 Porém, se não quiseres enviar o meu povo eis que amanhã, a esta mesma hora, Eu
irei trazer uma grande quantidade de gafanhotos sobre todas as tuas fronteiras.
5 Eles cobrirão a face da terra, e tu não serás capaz de ver a terra; e devorarão tudo
o que é deixado da abundância da terra, tudo aquilo que o granizo vos deixou; e
devorarão cada árvore que cresce para vós na terra.
6 As tuas casas ficarão cheias deles, e as casas dos teus servos, e todas as casas em
toda a terra dos Egípcios. Coisas estas que os teus pais não viram, nem seus
antepassados, desde o dia em que eles estavam em cima da terra até este dia. E
Moisés voltou-se, afastando-se de Faraó.
7 Então, os servos de Faraó disseram-lhe: Até quando será isto uma armadilha para
nós? Manda embora os homens, para que possam servir ao seu Deus. Saberás,
acaso, que o Egito está destruído?
8 E trouxeram Moisés e Arão perante Faraó; e ele lhes disse: Ide, e servi ao Senhor
vosso Deus. Porém, quem são estes que estão indo convosco?
9 E Moisés respondeu: Havemos de ir com os jovens e os velhos, com os nossos
filhos e as nossas filhas, com as ovelhas e os bois; pois é uma festa do Senhor.
10 Mas ele lhes disse: Que o Senhor esteja convosco. Ainda que vos despeço,
precisarei mandar embora convosco também os vossos bens? Vede que o mal está
ligado a vós.
11 Não seja assim. Porém, que os homens vão e sirvam a Deus, pois isto é o que
buscastes. E os expulsaram da presença de Faraó.
12 Então, o Senhor disse a Moisés: Estende a tua mão sobre a terra do Egito, e que o
gafanhoto suba sobre a terra; e devorará toda a erva da terra e todos os frutos das
árvores, tudo aquilo que o granizo deixou.
13 E Moisés levantou a sua vara para o céu. Então, o Senhor trouxe um vento do sul
sobre a terra por todo aquele dia e por toda aquela noite. A manhã raiou, e o vento
sul trouxera os gafanhotos.
14 E trouxe-os sobre toda a terra do Egito. Eles pousaram, em grande abundância,
sobre todas as fronteiras do Egito. Antes deles jamais houve tais gafanhotos, nem
depois deles haverá.
15 Cobriram a face da terra, e a terra foi arrasada; e devoraram todas as ervas da
terra e todos os frutos das árvores, tudo aquilo que fora deixado pelo granizo. E não
havia mais nenhuma coisa verde restando nas árvores, nem em toda a erva do
campo, em toda a terra do Egito.
16 Então, Faraó se apressou a chamar Moisés e Arão, dizendo: Pequei perante o
Senhor, vosso Deus, e contra vós.
17 Perdoai, portanto, o meu pecado ainda esta vez, e orai ao Senhor, vosso Deus; e
que Ele tire de mim mais esta morte.
18 Moisés saiu de Faraó, e orou a Deus.
19 Então, o Senhor trouxe um forte vento, da direção do mar, e levantou os
gafanhotos, lançando-os no Mar Vermelho; e não havia um só gafanhoto restando
em toda a terra do Egito.
20 Mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, e ele não mandou embora os filhos
de Israel.
21 E o Senhor disse a Moisés: Estende a tua mão para o céu, e que haja trevas sobre
a terra do Egito; trevas que possam ser tocadas.
22 Moisés estendeu a mão para o céu e houve uma escuridão muito profunda, e
uma tempestade sobre toda a terra do Egito, por três dias.
23 Por três dias ninguém viu o seu irmão, e ninguém se levantou de sua cama, por
três dias. Os filhos de Israel, entretanto, tinham luz em todos os lugares onde eles
estavam.
24 E Faraó chamou Moisés e Arão, dizendo: Ide, servi ao Senhor, vosso Deus. Tão
somente deixai as vossas ovelhas e os vossos bois. E que os vossos bens partam
convosco.
25 Mas Moisés disse: Não, porém tu nos darás holocaustos e sacrifícios. Pois iremos
oferecer sacrifícios ao Senhor, nosso Deus.
26 O nosso gado deverá ir conosco, e não deixaremos um só casco para trás, pois
deles iremos tomar para servir ao Senhor, nosso Deus. E não sabemos de que forma
serviremos ao Senhor, nosso Deus, até que tenhamos chegado lá.
27 Porém, o Senhor endureceu o coração de Faraó, e ele não deixou-os ir. E disse
Faraó:
28 Afasta-te, guarda-te de veres o meu rosto novamente, porque no que dia em que
apareceres diante de mim, morrerás.
29 E Moisés respondeu: Tu o disseste. Não irei aparecer na tua presença,
novamente.
Êxodo - Capítulo 11
1 Então, o Senhor disse a Moisés: Ainda trarei uma praga sobre Faraó e sobre o Egito
e, depois disso, ele irá enviar-vos dali. E quando que vos enviar, com cada coisa
vossa, ele irá, na verdade, expulsar-vos.
2 Fala, portanto, secretamente, aos ouvidos do povo, e que cada um peça ao seu
vizinho joias de prata e de ouro, e vestuários.
3 E o Senhor concedeu ao seu povo graça aos olhos dos egípcios, e lhes entregaram
o que pediram. E o homem Moisés era mui grande diante dos Egípcios, e diante de
Faraó e dos seus servos.
4 E Moisés falou: Estas coisas diz o Senhor: Pela meia-noite, Eu irei passar pelo meio
do Egito.
5 Todos os primogênitos na terra do Egito morrerão, desde o primogênito de Faraó,
o qual se assenta no seu trono, até o primogênito da serva que está junto ao
moinho, e os primogênitos de todos os animais nos rebanhos.
6 Haverá grande clamor em toda a terra do Egito, como nunca houve, e tal que não
deverá repetir-se jamais.
7 Porém, entre todos os filhos de Israel não rosnará um cão com a sua língua, quer a
homem quer a animal, para que possas saber quão grande será a distinção que o
Senhor irá fazer entre os egípcios e Israel.
8 Então, todos estes teus servos descerão a mim e me farão reverência, dizendo:
Ide, tu e todos os povos sobre os quais presides. E, depois disto, eu sairei.
9 E Moisés afastou-se de Faraó, com ira. E o Senhor disse a Moisés: Faraó não irá
ouvir-vos, para que Eu possa multiplicar os meus sinais e prodígios na terra do Egito.
10 E Moisés e Arão fizeram todos esses sinais e maravilhas na terra do Egito,
perante Faraó. Mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, e ele não os escutou
para mandar os filhos de Israel saírem da terra do Egito.
Êxodo - Capítulo 12
Êxodo - Capítulo 13
Êxodo - Capítulo 14
Êxodo - Capítulo 15
Êxodo - Capítulo 16
1 Então, partindo de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de
Sim, que está entre Elim e Sinai. No décimo quinto dia, no segundo mês após a sua
saída da terra do Egito,
2 toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão.
3 Os filhos de Israel disseram-lhes: Deveríamos, antes, ter morrido, feridos pelo
Senhor na terra do Egito, quando estávamos assentados junto às panelas de carne e
comíamos pão à saciedade! Pois nos trouxestes a este deserto para matar a toda
esta congregação de fome.
4 Mas o Senhor disse a Moisés: Eis que eu farei chover pão em cima de vós, vindo do
céu, e o povo deverá sair, e eles deverão recolher as suas porções diárias, para cada
dia; para que eu possa experimentá-los e ver se andarão em minha lei ou não.
5 E virá a acontecer que no sexto dia eles deverão preparar tudo o que apanharam,
e isto será o dobro do que eles tiverem apanhado para cada dia, diariamente.
6 Então Moisés e Arão disseram à toda a congregação dos filhos de Israel: Ao
entardecer, ireis conhecer que o Senhor vos tirou da terra do Egito,
7 e pela manhã vereis a glória do Senhor, porque que ele ouve a vossa murmuração
contra Deus. E quem somos nós, para que continueis a murmurar contra nós?
8 E Moisés disse: Isto acontecerá quando o Senhor vos der carne ao entardecer para
comer, e pão pela manhã, à saciedade; porque o Senhor ouviu as vossas
murmurações, que murmurais contra nós. E quem somos nós? Pois o vosso
murmúrio não é contra nós, mas contra Deus.
9 E Moisés disse a Arão: Fala a toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos
diante de Deus, porque Ele tem escutado o vosso murmúrio.
10 E quando Arão falou a toda a congregação dos filhos de Israel, voltando eles para
o deserto, a glória do Senhor apareceu em uma nuvem.
11 Então, o Senhor falou a Moisés, dizendo:
12 Tenho ouvido a murmuração dos filhos de Israel. Falai-lhes, dizendo: Ao
entardecer, vós comereis carne, e pela manhã vos saciareis com pão; e sabereis que
eu sou o Senhor, vosso Deus.
13 Chegou a tarde, e subiram codornizes, cobrindo o arraial.
14 E pela manhã veio a acontecer que quando o orvalho desapareceu de ao redor do
arraial, eis que na superfície do deserto estava uma coisa pequena, como semente
de coentro branco, como geada sobre a terra.
15 E quando os filhos de Israel, vendo isso, disseram uns aos outros: Que é isso?
(pois não sabiam o que era), disse-lhes Moisés:
16 Este é o pão que o Senhor vos deu para comer. E isto é o que o Senhor designou:
colhei dele, cada um, para sua família, um gômer para cada pessoa, de acordo com
o número das vossas almas; recolhei, cada um de vós, com os seus companheiros de
alojamento.
17 Os filhos de Israel fizeram assim. E recolheram alguns de mais, outros de menos.
18 E havendo medido o gômer, o que colhera muito não teve nada de mais, e o que
tinha colhido pouco não teve falta. Cada um havia recolhido de acordo com a
necessidade dos que lhe pertenciam.
19 Então, disse-lhes Moisés: Ninguém deixe nada dele até pela manhã.
20 Entretanto, eles não deram ouvidos a Moisés, e alguns deixaram dele até pela
manhã. E criou bichos, cheirando mal. Então, Moisés ficou irritado com eles.
21 E eles colhiam a cada manhã, cada homem o que dele precisava; e quando o sol
esquentava, aquilo derretia.
22 E aconteceu que no sexto dia recolheram o dobro do que era necessário, dois
gômeres para cada homem; e todos os chefes da sinagoga foram e o relataram a
Moisés.
23 E Moisés disse-lhes: Não é esta a palavra que o Senhor falou? Amanhã é dia de
sábado, um descanso consagrado ao Senhor; o que tendes de assar, assai, e o que
tendes de cozer, cozei; tudo o que sobrar deverá ser deixado para o dia seguinte.
24 Então eles deixaram dele até pela manhã, como Moisés lhes dissera; e não
cheirava mal, nem havia um só bicho nele.
25 E disse Moisés: Comei disto, neste dia, porque hoje é o sábado do Senhor, e não
deverá ser encontrado na planície.
26 Seis dias o colhereis, e no sétimo dia é o sábado; não haverá nada naquele dia.
27 Mas aconteceu, no sétimo dia, que alguns do povo saíram para colher, e nada
encontraram.
28 E o Senhor disse a Moisés: Quanto tempo não ireis querer ouvir os meus
mandamentos e a minha lei?
29 Vede que o Senhor vos deu este dia como o sábado, portanto ele vos deu no
sexto dia o pão de dois dias. Devereis assentar-vos, cada um em sua casa. Que
ninguém saia de seu lugar no sétimo dia.
30 Então, o povo guardou o sábado, no sétimo dia.
31 E os filhos de Israel chamaram o seu nome maná. Era como semente de coentro
branco, e o seu gosto como o de uma bolacha com mel.
32 Disse Moisés: Isto é o que o Senhor ordenou: preencham um gômer com o maná,
a ser depositado para as vossas gerações, para que vejam o pão que comestes no
deserto, quando o Senhor vos tirou para fora da terra do Egito.
33 E Moisés disse para Arão: Toma um vaso de ouro e põe nele um gômer completo
de maná, e coloca-o diante de Deus, para ser conservado em vossas gerações.
34 Conforme o Senhor ordenara a Moisés, Arão o pôs diante do Testemunho, para
ser conservado.
35 Os filhos de Israel comeram o maná por quarenta anos. Até que chegaram à terra
habitada eles comeram do maná; até que chegaram à região da Fenícia.
36 Ora, o gômer era a décima parte de três medidas.
Êxodo - Capítulo 17
Êxodo - Capítulo 18
1 Jetro, o sacerdote de Midiã, sogro de Moisés, ouviu todas as coisas que o Senhor
fizera para seu povo, Israel. Porquanto, o Senhor tirara Israel do Egito.
2 Então Jetro, o sogro de Moisés, tomou Zípora, a esposa de Moisés, depois de ela
ter sido mandada embora,
3 e seus dois filhos. O nome de um era Gérson, seu pai havendo dito: Eu era
peregrino em uma estranha terra;
4 e o nome do outro era Eliezer, havendo ele dito: O Deus de meu pai é o meu
ajudador; Ele me salvou das mãos de Faraó.
5 Então, Jetro, o sogro de Moisés, e seus filhos e sua esposa, saíram a Moisés no
deserto, estando ele acampado no monte de Deus.
6 E falaram a Moisés, dizendo: Eis que Jetro, teu sogro, vem a ti, e a tua esposa e
teus dois filhos com ele.
7 Então, Moisés saiu ao encontro de seu sogro, e fez-lhe reverência e beijou-o, e eles
se abraçaram. E trouxe-o para a tenda.
8 Moisés relatou ao seu sogro todas as coisas que o Senhor fizera a Faraó e a todos
os egípcios, por amor de Israel, e todas as dificuldades que lhes haviam acontecido
no caminho. E que o Senhor os resgatara da mão de Faraó e das mãos dos egípcios.
9 Jetro, então, ficou surpreso com todas as coisas boas que o Senhor fizera para
eles. Porquanto, os resgatara das mãos dos egípcios e da mão de Faraó.
10 E Jetro disse: Bendito seja o Senhor, porque salvou-os das mãos dos egípcios e da
mão de Faraó.
11 Agora sei que o Senhor é grande acima de todos os deuses, por causa disso, do
que aconteceu quando eles os atacaram.
12 E Jetro, o sogro de Moisés, tomou holocaustos e sacrifícios para Deus. Pois Arão
e todos os anciãos de Israel vieram para comer pão com o sogro de Moisés, diante
de Deus.
13 E sucedeu, depois da manhã, que Moisés sentou-se para julgar as pessoas. E
todas as pessoas estiveram com Moisés desde a manhã até à noite.
14 Jetro, tendo visto tudo o que Moisés fizera ao povo, disse-lhe: Que é isto que
fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está junto de ti desde a manhã
até a noite?
15 E Moisés respondeu ao seu sogro: Porque as pessoas vêm até mim para buscar
julgamento de Deus.
16 Pois, sempre que há uma disputa entre eles e eles vêm a mim, eu julgo sobre
cada um e lhes ensino as ordenanças de Deus e a sua lei.
17 E o sogro de Moisés lhe disse: Não fazes isto da forma correta.
18 Desgastar-te-ás com cansaço insuportável, tanto tu como todo este povo que
está contigo. Essa coisa é difícil, eis que não serás capaz de suportá-la sozinho.
19 Ora, então, ouve-me e irei aconselhar-te, e Deus será contigo. Sê tu para o povo
nas coisas concernentes a Deus, e levarás as suas questões para Deus.
20 Testemunhar-lhes-ás as ordenanças de Deus e a sua lei, e mostrar-lhes-ás as
maneiras nas quais eles devem andar e as obras que devem fazer.
21 Porém, procura para ti, de todo o povo, homens capazes, tementes a Deus;
homens justos que abominem o orgulho. E porás sobre o povo capitães de milhares
e capitães de centenas, capitães de cinquenta e capitães de dezenas.
22 E eles que julguem o povo em todos os momentos. Mas, o assunto que for
demasiado complexo trarão a ti. E eles deverão julgar os casos menores. Desta
maneira, aliviar-te-ão e te ajudarão.
23 Se fizeres isto, Deus te fortalecerá e serás capaz de ministrar, e todas estas
pessoas irão em paz para seus próprios lugares.
24 Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez conforme tudo o que ele lhe
dissera.
25 Então, Moisés escolheu homens capazes de todo o Israel e os fez capitães de
milhares e capitães de centenas, capitães de cinquenta e capitães de dezenas, sobre
o povo.
26 E eles julgaram o povo em todos os momentos. Todos os assuntos demasiado
complexos, eles trouxeram a Moisés; mas, todos os assuntos menores, julgaram
eles.
27 Então, Moisés despediu o seu sogro, e ele voltou para a sua própria terra.
Êxodo - Capítulo 19
1 No terceiro mês depois da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, neste
mesmo dia, chegaram eles ao deserto do Sinai.
2 Pois partiram de Refidim, chegando ao deserto do Sinai. E Israel acampou-se lá,
diante da montanha.
3 Moisés, então, subiu ao monte de Deus. E Deus o chamou da montanha, dizendo-
lhe: Estas coisas irás falar à casa de Jacó, e deverás relatá-las aos filhos de Israel:
4 Vós tendes visto tudo o que Eu fiz aos egípcios. E tomei-vos, como sobre asas de
águias, trazendo-vos para perto de mim.
5 Agora, se quiserdes realmente ouvir a minha voz, e se guardardes a minha aliança,
sereis para mim um povo peculiar sobre todas as nações. Pois toda a terra é minha.
6 Sereis para mim um sacerdócio real e uma nação santa. Estas palavras deverás
falar aos filhos de Israel.
7 Então, Moisés chamou os anciãos do povo e relatou diante deles todas estas
coisas, das quais Deus os encarregara.
8 E todo o povo respondeu de comum acordo, dizendo: Todas as coisas que Deus
tem falado, faremos e ouviremos. E Moisés relatou estas palavras para Deus.
9 E o Senhor disse a Moisés: Eis que eu venho a ti em uma coluna de nuvem, para
que as pessoas possam me ouvir falando contigo, e possam acreditar-te, para
sempre. E Moisés relatou as palavras do povo ao Senhor.
10 E o Senhor disse a Moisés: Desce e, solenemente, reúne o povo. Santifica-o, hoje
e amanhã, e que eles lavem as suas vestes.
11 E que estejam preparados para o terceiro dia. Porque, no terceiro dia, o Senhor
descerá sobre o monte Sinai, diante de todo o povo.
12 Então, separarás o povo em redor, dizendo: Acautelai-vos para não irdes até o
monte e para não tocardes em qualquer parte do mesmo. Todo aquele que tocar a
montanha, certamente, morrerá.
13 Nenhuma mão deverá tocá-la. Pois qualquer um que a tocar será apedrejado ou
atravessado com um dardo. Seja animal ou homem, não deverá viver. Quando as
vozes, as trombetas e a nuvem afastarem-se da montanha, então eles deverão subir
nela.
14 Moisés desceu da montanha para o povo, e os santificou. E lavaram as suas
vestes.
15 E disse ao povo: Estejais preparados. Durante três dias, ninguém se aproxime de
mulher.
16 E aconteceu, ao terceiro dia, quando a manhã se aproximava, que houve vozes e
relâmpagos, e uma nuvem escura no monte Sinai. A voz da trombeta soou alto, e
todas as pessoas no acampamento tremeram.
17 Então, Moisés fez o povo sair do acampamento, ao encontro de Deus. E pararam
abaixo do acampamento.
18 O monte Sinai estava completamente envolto em fumaça, porque Deus tinha
descido sobre ele, em fogo. A fumaça subia como a fumaça de uma fornalha, e as
pessoas ficaram sobremodo maravilhadas.
19 E os sons da trombeta aumentaram, ficando muito altos. Moisés falou, então, e
Deus respondeu-lhe com uma voz.
20 E o Senhor desceu sobre o monte Sinai, no topo da montanha. Chamou o Senhor
a Moisés para o topo da montanha, e Moisés subiu.
21 Então, Deus falou a Moisés, dizendo: Vai e, solenemente, alerta as pessoas, para
que em nenhum momento elas se aproximem de Deus para olhar, e uma multidão
delas venha a cair.
22 E os sacerdotes que se aproximarem do Senhor Deus santifiquem-se, para que
não destrua alguns deles.
23 E Moisés disse para Deus: O povo não poderá aproximar-se do Sinai, porquanto,
solenemente, nos encarregaste, dizendo: Estabelecei limites na montanha, e
santificai-a.
24 E o Senhor disse-lhe: Vai, desce, e sobe tu e Arão contigo. Mas não permitas que
os sacerdotes e as pessoas forcem seu caminho para chegar até Deus. Para que o
Senhor não destrua alguns deles.
25 Então, Moisés desceu até o povo, e falou com eles.
Êxodo - Capítulo 20
Êxodo - Capítulo 21
Êxodo - Capítulo 22
1 Se alguém roubar um boi ou uma ovelha e matá-lo ou vendê-lo, deverá pagar cinco
bezerros por um bezerro, e quatro ovelhas por uma ovelha.
2 Se o ladrão for achado na abertura feita por ele mesmo e, sendo ferido, morrer,
não haverá sangue derramado por causa dele.
3 Porém, se o sol estiver alto sobre ele, é culpado; portanto, morrerá. E se o ladrão
não tiver nada, que seja vendido para dar uma compensação pelo que roubou.
4 E se a coisa roubada for encontrada, e estiver viva na sua mão, seja boi ou ovelha,
ele deverá restaurá-la em dobro.
5 Se alguém alimentar seu animal de um campo ou de uma vinha, enviando o seu
animal para alimentar-se em outro campo, deverá fazer a compensação de seu
próprio campo, de acordo com a sua produção; e se ele se tiver alimentado de todo
o campo, deverá pagar uma compensação do melhor de seu próprio campo e do
melhor da sua vinha.
6 Se um fogo tiver se espalhado, alcançando espinhos, e também tiver incendiado
eiras ou espigas de cereal, aquele que acendeu o fogo deverá fazer uma
compensação.
7 Se alguém entregar para o seu vizinho mercadorias ou dinheiro para guardar, e
estes vierem a ser roubados da casa do homem, se o ladrão for descoberto, deverá
pagar em dobro.
8 Porém, se o ladrão não for encontrado o dono da casa deverá apresentar-se
diante de Deus e jurar que, certamente, ele não tem agido mal a respeito de
qualquer coisa do depósito de seu vizinho,
9 de acordo com todos os danos alegados, tanto relativamente a um bezerro, a um
burro, à uma ovelha, à uma peça de roupa, e à todas as perdas alegadas; tudo o que,
na verdade, possa ser. O julgamento de ambos procederá diante de Deus, e aquele
que for condenado por Deus deverá pagar ao seu vizinho o dobro.
10 Se qualquer um der a seu vizinho, para guardar, um bezerro ou um carneiro, ou
outro animal qualquer, e este tiver sido ferido e vier a morrer, ou tiver sido levado
sem que ninguém o saiba,
11 um juramento de Deus deverá haver entre os dois, cada qual jurando que não tem
sido, certamente, culpado a respeito do depósito de seu vizinho; e, assim, seu
Senhor o terá por inocente, e ele não deverá fazer uma compensação.
12 E se tiver sido roubado dele, deverá, então, fazer uma compensação para o
proprietário.
13 E se houver sido apanhado por animais selvagens, deverá levá-lo para observar a
presa, e não deverá fazer a compensação.
14 Se alguém pedir um animal emprestado a seu vizinho, e o que tiver pedido for
ferido, ou morrer, ou ser levado, e o proprietário do mesmo não estiver junto,
deverá fazer uma compensação.
15 Porém, se o proprietário estiver com ele, não deverá fazer uma compensação;
porém, se for uma coisa alugada deverá haver uma compensação para ele, no lugar
do seu aluguel.
16 Se alguém enganar uma virgem, a qual não está noiva, deitando-se com ela,
certamente deverá dar-lhe o dote, para que ela seja sua própria mulher.
17 E se o pai recusar-se firmemente e não consentir em dá-la a ele como esposa,
deverá pagar uma indenização ao pai de acordo com o montante do dote das
virgens.
18 Tu não salvarás a vida de feiticeiros.
19 Todo aquele que se deita com um animal, certamente, condenarás à morte.
20 Aquele que faz sacrifícios a quaisquer deuses, e não para o Senhor somente,
deverá ser destruído pela morte.
21 Não prejudicareis a um estranho nem o afligireis, pois fostes estrangeiros na terra
do Egito.
22 Não prejudicareis a viúva ou o órfão.
23 Porém, se vós os afligirdes com maus-tratos, de modo que eles venham a clamar
em voz alta para mim, eu, certamente, ouvirei a sua voz,
24 e ficarei muito zangado, e vos matarei pela espada, e as vossas mulheres ficarão
viúvas, e as vossas crianças órfãs.
25 Se emprestares dinheiro a teu irmão pobre que está contigo, não serás duro para
com ele, não praticarás com ele a usura.
26 E se tomares o vestuário do teu próximo como um penhor, devolvê-lo-ás para ele
antes do anoitecer.
27 Porque esta é a sua roupa, é a única cobertura de sua nudez; sobre o que se
deitaria? Se, então, ele clamar para mim, eu o ouvirei, pois sou misericordioso.
28 Não insultarás os deuses, nem falarás mal do príncipe do teu povo.
29 Não reterás os primeiros frutos da tua eira e da tua prensa. O primogênito dos
teus filhos darás a mim.
30 Assim farás com o teu bezerro, com as tuas ovelhas e com o teu jumento: sete
dias ele estará junto de sua mãe, e no oitavo dia tu o darás a mim.
31 Vós sereis para mim homens santos, e não comereis carne tomada de animais
selvagens, mas havereis de lançá-la para o cão.
SeptuagntaÊxodo - Capítulo 23
1 Não aceitarás um falso relato; não concordarás com o homem injusto para te
tornares uma testemunha injusta.
2 Não te associarás com a multidão para o mal; não te ajuntarás com uma multidão
para desviar-te, junto com a maioria, de modo a encerrar o julgamento.
3 Não pouparás um homem pobre em juízo.
4 Se encontrares o boi do teu inimigo, ou o seu jumento, desgarrado, tu os farás
voltar e os restaurarás para ele,
5 e se vires o burro do teu inimigo caído debaixo de sua carga não passarás por ele,
mas o ajudarás a levantar-se.
6 Não torcerás a sentença dos pobres em juízo.
7 Abster-te-ás de toda coisa injusta. Não matarás o inocente e justo, e não
justificarás o ímpio por causa de presentes.
8 Não receberás presentes, pois os presentes cegam os olhos daquele que vê, e
corrompem as palavras justas.
9 Vós não afligireis um estrangeiro, pois conheceis o coração de um estrangeiro,
porquanto fostes estrangeiros na terra do Egito.
10 Seis anos semearás a tua terra e reunirás os seus frutos.
11 Porém, no sétimo ano, tu a deixarás descansar. Deixa-a, e os pobres do teu povo
se alimentarão, e os animais do campo comerão o que ficar; deste modo, deverás
fazer com a tua vinha e com o teu olival.
12 Seis dias farás as tuas obras, e no sétimo dia haverá descanso; que o teu boi e o
teu jumento possam descansar, e que o filho da tua serva e o estrangeiro possam se
refazer.
13 Observai todas as coisas que eu vos tenho ordenado. Vós não devereis fazer
qualquer menção do nome de outros deuses, nem serão eles escutados, saindo de
vossas bocas.
14 Celebrareis uma festa para mim, três vezes ao ano.
15 Estejais atentos para celebrar a festa dos Pães Ázimos: sete dias haverás de
comer pão sem fermento, conforme te ordenei, no mês do cereal novo; porquanto,
nele tu saíste do Egito. E não aparecerás sem nada diante de mim.
16 Celebrarás a festa da Colheita, dos primeiros frutos do teu trabalho, quaisquer
que tiveres semeado em teu campo, e também a festa de Conclusão, no final do
ano, no ajuntamento dos frutos do teu campo.
17 Três vezes ao ano, todos os teus homens aparecerão perante o Senhor, teu Deus.
18 Quando eu tiver expulsado as nações de diante de ti e alargado as tuas
fronteiras, tu não oferecerás o sangue de meu sacrifício com pão levedado, nem
deverá a gordura da minha festa permanecer até o amanhecer.
19 Trarás a primeira oferta dos primeiros frutos da tua terra para a casa do Senhor,
teu Deus. Não cozerás um cordeiro no leite da sua própria mãe.
20 Eis que envio o meu anjo diante da tua face, para que te guarde pelo caminho, e
para que te conduza à terra que eu preparei para ti.
21 Guarda-te de ouvi-lo e não o desobedeças, porque não irá poupar-te; pois o Meu
nome está nele.
22 Se realmente ouvires a minha voz, e se quiseres fazer todas as coisas das quais eu
irei encarregar-te, e se guardares a minha aliança, sereis para mim um povo peculiar
sobre todas as nações, porque toda a terra é minha; e vós sereis para mim um
sacerdócio real e uma nação santa. Estas palavras dirás aos filhos de Israel: Se
realmente ouvires a minha voz, para fazer todas as coisas que Eu te disser, serei
inimigo de teus inimigos e adversário dos teus adversários.
23 Porque o meu anjo deverá ir como teu líder, e conduzir-te-á para os amorreus,
heteus, ferezeus, cananeus, girgaseus, heveus e jebuseus; e irei destruí-los.
24 Tu não adorarás os seus deuses nem os servirás; não farás conforme as suas
obras, mas as destruirás totalmente, e quebrarás em pedaços as suas colunas.
25 Servirás ao Senhor teu Deus, e eu abençoarei o teu pão, o teu vinho e a tua água;
e irei tirar a doença de ti.
26 Não haverá em tua terra alguém que seja impotente ou estéril. Eu, certamente,
cumprirei o número dos teus dias.
27 E eu enviarei o terror diante de ti, e ferirei de espanto a todas as nações para as
quais irás; e porei em fuga todos os teus inimigos.
28 Eu enviarei vespas diante de ti, e elas expulsarão os amorreus, os heveus, os
cananeus e os heteus, de diante de ti.
29 Eu não irei lançá-los fora em um único ano, para que a terra não venha a tornar-
se desolada e as feras do campo se multipliquem contra ti.
30 À pouco e pouco é que eu os lançarei fora, de diante de ti, até que sejas
aumentado e herdes a terra.
31 Estabelecerei as tuas fronteiras desde o mar Vermelho até ao mar dos filisteus, e
desde o deserto até o grande rio Eufrates; darei na tua mão aqueles que habitam na
terra, e os expulsarei de diante de ti.
32 E não farás aliança com eles nem com os seus deuses.
33 Eles não deverão morar na tua terra, para que não te façam pecar contra mim;
porque, se vieres a servir aos seus deuses, eles se tornarão uma ofensa para ti.
Êxodo - Capítulo 24
1 E, para Moisés, ele disse: Sobe ao Senhor, tu, Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos
anciãos de Israel; e eles adorarão ao Senhor, de uma certa distância.
2 Porém, somente Moisés se aproximará de Deus. Eles não se aproximarão, e o
povo não subirá com eles.
3 Então, Moisés foi e relatou ao povo todas as palavras de Deus, e as suas
ordenanças; e todo o povo respondeu com uma só voz, dizendo: Todas as palavras
que o Senhor falou nós iremos cumprir, e seremos obedientes.
4 E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. E levantou-se cedo, pela manhã, e
construiu um altar sob a montanha, assentando nele doze pedras, para as doze
tribos de Israel.
5 E enviou os jovens dos filhos de Israel, e ofereceram holocaustos e sacrificaram
bezerros, ofertas pacíficas oferecidas a Deus.
6 Então, Moisés tomou metade do sangue e despejou-o em tigelas, e a outra
metade do sangue ele derramou sobre o altar.
7 E tomou o Livro da Aliança, lendo-o aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o
que o Senhor tem falado iremos fazer e ouvir.
8 E Moisés tomou o sangue e aspergiu-o sobre o povo, dizendo: Eis o sangue da
aliança que o Senhor tem feito convosco, a respeito de todas estas palavras.
9 Então, subiram, Moisés, Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel.
10 E viram o local onde o Deus de Israel se encontrava. Debaixo de seus pés era
como se fosse uma obra de lajes de safira, e como a aparência do firmamento do
céu na sua pureza.
11 Dos escolhidos de Israel não havia um sequer faltando; e eles apareceram no
lugar de Deus, e comeram e beberam.
12 E o Senhor disse a Moisés: Sobe para mim, ao monte, e permanece lá; e eu te
darei as tábuas de pedra, a lei e os mandamentos que tenho escrito para dar-lhes
leis.
13 Então, Moisés levantou-se, com Josué, seu assistente. E subiram ao Monte de
Deus.
14 E eles disseram para os anciãos: Descansai aqui, até que retornemos para vós. Eis
que Arão e Hur estão convosco; se alguém tem alguma causa para ser julgada,
levem-na para eles.
15 E Moisés e Josué subiram à montanha. E a nuvem encobriu a montanha.
16 E a glória de Deus desceu sobre o monte Sinai, e a nuvem o encobriu por seis
dias; então, o Senhor chamou Moisés, no sétimo dia, do meio da nuvem.
17 A aparência da glória do Senhor era como fogo ardente no topo da montanha,
diante dos filhos de Israel.
18 E Moisés entrou no meio da nuvem, subindo a montanha; e permaneceu na
montanha por quarenta dias e quarenta noites.
Êxodo - Capítulo 25
Êxodo - Capítulo 26
1 Farás o tabernáculo com dez cortinas de linho fiado, e um véu de estofo azul,
púrpura e escarlate tecido, com querubins; Faze-os com o trabalho de um tecelão.
2 O comprimento de uma cortina será de vinte e oito côvados, e a sua largura de
quatro côvados; deverá haver uma mesma medida para todas as cortinas.
3 Cinco cortinas estarão ligadas uma na outra, e as outras cinco cortinas, também,
completamente ligadas uma na outra.
4 E farás para elas laçadas de azul na borda de uma cortina, de um lado, para o
acoplamento; e, da mesma forma, farás na borda da cortina externa, para o
segundo acoplamento.
5 Cinquenta laçadas farás numa cortina, e cinquenta laçadas na parte da cortina que
corresponder ao acoplamento da segunda, em frente uns dos outros,
correspondente um ao outro, em cada ponto.
6 Farás, também, cinquenta argolas de ouro, e juntarás as cortinas umas às outras
com as argolas. E será um tabernáculo.
7 E farás, para cobertura do tabernáculo, peles com os seus pêlos. Farás onze peles.
8 O comprimento de uma pele será de trinta côvados, e a largura de quatro
côvados; deverá haver uma mesma medida para as onze peles.
9 Então, juntarás as cinco peles, e também juntarás as seis peles; e dobrarás a sexta
pele na frente da tenda.
10 E farás cinquenta laçadas na borda de uma pele, a que está no meio, para as
junções; e cinquenta laçadas na borda da outra pele, a que junta-se com ela.
11 Farás cinquenta argolas de bronze, e juntarás as argolas pelas laçadas. Juntarás as
peles, e serão uma só.
12 E ajustarás, no final, o que sobrar nas peles do tabernáculo. A metade da pele que
ficar dobrarás para cima; o excesso das peles do tabernáculo tu o dobrarás para
cima, por trás do tabernáculo.
13 Um côvado deste lado e um côvado daquele lado, do que restar da pele, do
comprimento das peles do tabernáculo, estará dobrando sobre os lados do
tabernáculo, de um lado e de outro lado, para que possa cobri-lo.
14 E farás para a cobertura do tabernáculo peles de carneiros tingidas de vermelho,
e peles azuis, como revestimentos, acima.
15 E farás os pilares do tabernáculo de madeira incorruptível.
16 De dez côvados farás cada pilar, e a largura do pilar será de um côvado e meio.
17 Duas juntas farás em um pilar, respondendo uma para a outra; desta maneira
farás todos os pilares do tabernáculo.
18 E completarás os pilares para o tabernáculo, vinte pilares no lado norte.
19 Também farás, para os vinte, quarenta bases de prata; duas bases para um pilar
em ambos os seus lados, e duas bases para outro pilar, em ambos os seus lados.
20 E para o outro lado, em direção ao sul, vinte pilares,
21 e as suas quarenta bases de prata; duas bases para um pilar, em ambos os seus
lados, e duas bases para o outro pilar, em ambos os seus lados.
22 Na parte de trás do tabernáculo, a parte que está em direção ao oeste, farás seis
pilares,
23 e dois pilares nos cantos do tabernáculo, atrás.
24 Eles deverão ser iguais embaixo, deverão ser iguais dos topos até uma junta.
Assim os farás, para que os dois cantos sejam iguais.
25 Deverá haver oito pilares, e as suas dezesseis bases de prata; duas bases para um
pilar, em ambos os seus lados, e duas bases para o outro pilar.
26 E farás travessas de madeira incorruptível: cinco travessas para um pilar em um
lado do tabernáculo,
27 e cinco travessas para um pilar do outro lado do tabernáculo; e cinco travessas
para segurar os pilares no lado do tabernáculo que dá para o mar.
28 E que a travessa do meio, entre os pilares, passe de um lado para o outro lado.
29 Dourarás os pilares com ouro, e farás argolas de ouro, nas quais haverás de
introduzir as travessas; e dourarás as travessas com ouro.
30 Levantarás o tabernáculo de acordo com o padrão que te foi mostrado no
monte.
31 Farás um véu de estofo azul, púrpura e escarlate tecido, e linho fino trançado: tu
o farás com querubins em obra tecida.
32 E pô-lo-ás sobre quatro colunas de madeira incorruptível revestida com ouro;
seus topos serão de ouro, e suas quatro bases deverão ser de prata.
33 Porás o véu nos pilares e conduzirás para lá, para além do véu, a arca do
testemunho; e o véu deverá fazer para vós uma separação entre o Santo e o Santo
dos Santos.
34 E cobrirás com o véu a arca do testemunho, no Santo dos Santos.
35 Porás a mesa fora do véu, e o candelabro defronte da mesa, ao lado sul do
tabernáculo; e porás a mesa ao lado norte do tabernáculo.
36 E farás uma cortina para a porta do tabernáculo, de azul, púrpura e escarlate
tecido, e de linho fino trançado, trabalho de bordador.
37 Farás também, para o véu, cinco pilares, e os dourarás com ouro, e os seus
capitéis serão de ouro; e fabricarás para eles cinco bases de bronze.
Êxodo - Capítulo 27
Êxodo - Capítulo 28
1 E tu, traz para junto de ti tanto a Arão, teu irmão, como a seus filhos, dos filhos de
Israel; de modo que Arão, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar, os filhos de Arão, possam
ministrar para mim.
2 Farás, também, um santo vestuário para Arão, teu irmão, para honra e glória.
3 Falarás a todos aqueles que são sábios em entendimento, a quem tenho
preenchido com o espírito de sabedoria e de percepção, e eles farão a veste santa
de Arão, para usar no santuário, veste na qual ele ministrará para mim como
sacerdote.
4 E estas são as vestes que eles farão: o peitoral, a ombreira, o manto comprido, a
túnica com uma franja, a mitra e o cinturão; eles deverão fazer vestes sagradas para
Arão e seus filhos, para me servirem como sacerdotes.
5 Deverão eles tomar o ouro, e o estofo azul, e o roxo, e o escarlate, e o linho fino.
6 E farão a ombreira de linho fino trançado, de obra tecida de bordador.
7 Deverá haver duas ombreiras, unidas, presas nos dois lados.
8 A obra tecida das ombreiras, a qual estará sobre elas, deverá ser de uma só peça,
de acordo com a obra, de ouro puro, e de azul, e de roxo, e de escarlate tecido, e de
linho fino trançado.
9 E tomarás as duas pedras, pedras de esmeralda, e gravarás nelas os nomes dos
filhos de Israel.
10 Seis nomes na primeira pedra, e os outros seis nomes na segunda pedra, segundo
as suas gerações.
11 Deverá, isto, ser uma obra da arte do cinzelador; como a gravura de um selo
deverás gravar as duas pedras com os nomes dos filhos de Israel.
12 E porás as duas pedras sobre os ombros das ombreiras. São pedras de memorial
para os filhos de Israel; e Arão deverá carregar os nomes dos filhos de Israel,
perante o Senhor, em seus dois ombros, como um memorial para eles.
13 Também farás engastes circulares, de ouro puro;
14 e farás duas franjas de ouro puro, variegadas com obra de flores trançadas; e
porás as franjas trançadas nos engastes, fixando-os em sua ombreira, na frente.
15 E farás o oráculo do julgamento, da obra do bordador; de acordo com o éfode tu
o farás, de ouro, azul, roxo e escarlate tecido, e de linho fino trançado.
16 Fá-lo-ás quadrado; ele será duplo, de um palmo de comprimento, e de um palmo
a sua largura.
17 Entrelaçá-lo-ás com uma textura de quatro linhas de pedra. Deverá haver uma
linha de pedras com um sárdio, um topázio e uma esmeralda: a primeira linha.
18 A segunda linha: um carbúnculo, uma safira e um jaspe.
19 A terceira linha: um jacinto, uma ágata e uma ametista.
20 A quarta linha: um crisólito, um berilo e uma pedra de ônix, assentados em volta
com ouro, unidos com o ouro. Que eles sejam conformes com sua linha.
21 E que as pedras dos nomes dos filhos de Israel sejam doze, segundo os seus
nomes, gravadas como selos; e que elas correspondam as doze tribos, cada uma de
acordo com o nome.
22 E farás sobre o oráculo margens tecidas, uma obra de corrente de ouro puro.
23 E Arão trará os nomes dos filhos de Israel no oráculo do julgamento, sobre o seu
peito, um memorial diante de Deus, para ele, quando for para o santuário.
24 Porás as franjas no oráculo do julgamento. As coroas porás de ambos os lados do
oráculo,
25 e os dois engastes circulares em ambos os ombros do éfode, na frente.
26 E porás a Manifestação e a Verdade sobre o oráculo do julgamento, e deverão
estar no peito de Arão quando ele entrar no lugar santo, diante do Senhor. Arão
carregará os julgamentos dos filhos de Israel sobre o seu peito, diante do Senhor,
continuamente.
27 E farás a túnica comprida, toda de estofo azul.
28 Sua abertura será no meio, com uma franja redonda sobre a abertura, da obra do
tecelão, entrelaçada na junção da mesma peça, para que não possa ser rasgada.
29 E sob a orla do manto, embaixo, farás como se fossem romãs de uma árvore de
romã em floração, de cor azul, e púrpura, e escarlate tecido, e linho fino trançado; e
sob a orla do manto, ao redor, romãs de ouro semelhantes, e os sinos ao redor,
entre estas.
30 Um sino ao lado de uma romã de ouro, e as obras de flores na orla do manto, ao
redor.
31 E o som de Arão deverá ser ouvido enquanto ele ministrar, quando for para o
santuário diante do Senhor e quando sair, para que não morra.
32 Farás uma lâmina de ouro puro e gravarás nela, à maneira da gravura de um selo:
Santidade ao Senhor.
33 Tu a colocarás sobre o pano azul trançado, e ficará na mitra. Deverá estar na
frente da mitra.
34 E ficará sobre a testa de Arão. Então, Arão levará embora os pecados de suas
coisas santas, tudo aquilo que os filhos de Israel santificarem de todas as dádivas de
suas coisas santas. E estará na testa de Arão, continuamente, aceitável por eles,
diante do Senhor.
35 As franjas das roupas deverão ser de linho fino, e farás uma mitra de linho fino, e
um cinto com a obra do bordador.
36 E, para os filhos de Arão, farás túnicas e cintos; e farás para eles as mitras, para
honra e glória.
37 E os colocarás em teu irmão Arão e em seus filhos, junto com ele. Tu os ungirás, e
encherás suas mãos e os santificarás para que eles possam ministrar para mim no
ofício de sacerdote.
38 E farás para eles calções de linho, para cobrir a nudez de sua carne, os quais
deverão alcançar dos seus lombos até as suas coxas;
39 Arão e seus filhos os usarão quando entrarem no Tabernáculo do Testemunho,
ou quando se aproximarem do altar do santuário para servir; e assim, não trarão
pecado sobre si, para que não morram. Este é um estatuto perpétuo, para ele e para
os seus descendentes depois dele.
Êxodo - Capítulo 29
1 E estas são as coisas que lhes farás para santificá-los, para que me sirvam no
sacerdócio: tomarás um bezerro do rebanho, e dois carneiros sem mácula,
2 e pão ázimo amassado com azeite, e bolos ázimos untados com óleo; faze-os de
farinha de trigo.
3 Tu os porás em uma cesta, e oferecê-los-ás sobre a cesta, junto com o bezerro e os
dois carneiros.
4 Farás chegar Arão e seus filhos às portas do Tabernáculo do Testemunho, e os
lavarás com água.
5 Então, havendo tomado as vestes, as colocarás em Arão, teu irmão, tanto o manto
comprido como o éfode e o oráculo; e juntarás o oráculo com o éfode.
6 Porás a mitra na sua cabeça, e colocarás a placa, a Santidade, na mitra.
7 Então, tomarás o óleo da unção e o derramarás sobre a sua cabeça; e tu o ungirás.
8 E trarás os seus filhos, e lhes colocarás as vestes.
9 Cingi-los-ás com os cintos e lhes colocarás as mitras; e, assim, eles deverão exercer
um ofício sacerdotal para mim, para sempre. E tu encherás as mãos de Arão e as
mãos de seus filhos.
10 Então, farás aproximar-se o novilho à porta do Tabernáculo do Testemunho. E
Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do novilho, diante do Senhor, em
frente às portas do Tabernáculo do Testemunho.
11 E matarás o novilho diante do Senhor, em frente das portas do Tabernáculo do
Testemunho.
12 Tomarás do sangue do novilho e o colocarás sobre os chifres do altar, com o teu
dedo; porém, todo o restante do sangue derramarás ao pé do altar.
13 Tirarás toda a gordura que está na barriga, e o lóbulo do fígado, e os dois rins e a
gordura que está sobre eles, e colocarás tudo isto no altar.
14 Mas a carne do bezerro, e a sua pele, e os seus excrementos, queimarás com
fogo, fora do acampamento; pois é uma oferta por causa do pecado.
15 Então, tomarás um carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça
do carneiro.
16 Tu o matarás, e tirarás o sangue e o derramarás sobre o altar em redor.
17 Dividirás o carneiro em seus vários membros, lavarás as partes internas e os pés
com água e colocarás tudo sobre as partes divididas, junto com a cabeça.
18 Deverás oferecer todo o carneiro sobre o altar. É um holocausto ao Senhor, para
um cheiro suave; uma oferta de incenso para o Senhor.
19 Então, tomarás o segundo carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a
sua cabeça.
20 E deverás matá-lo, e tomar do seu sangue e pô-lo na ponta da orelha direita de
Arão, e no polegar da sua mão direita, e no dedo grande do seu pé direito, e nas
pontas das orelhas direitas de seus filhos, e nos polegares das suas mãos direitas, e
nos dedos grandes dos seus pés direitos.
21 Tomarás do sangue do altar e do óleo da unção e os aspergirás sobre Arão e
sobre as suas vestes, e sobre seus filhos e sobre as vestes de seus filhos, junto com
ele; e ele será santificado, e as suas vestes, e seus filhos e as vestes de seus filhos,
junto com ele. Porém, o sangue do carneiro tu derramarás em redor, sobre o altar.
22 E tomarás do carneiro a gordura, a gordura que cobre a barriga, e o lóbulo do
fígado, e os dois rins e a gordura que houver neles, e o ombro direito. Pois tudo isso
é uma consagração.
23 E um bolo feito com azeite, e um bolo do cesto dos pães ázimos, apresentados
perante o Senhor.
24 E porás tudo isto nas mãos de Arão e nas mãos de seus filhos. E separá-los-ás,
como uma oferta separada diante do Senhor.
25 E o tomarás das suas mãos e o oferecerás no alto, sobre o altar do holocausto de
cheiro suave, perante o Senhor; é uma oferta ao Senhor.
26 E tomarás o peito do carneiro da consagração, o qual pertence a Arão, e separá-
lo-ás como uma oferta separada perante o Senhor. E ele será para ti, como uma
porção.
27 Santificarás o peito e o ombro da remoção, o qual foi separado, o qual foi
removido do carneiro da consagração, da porção de Arão e de seus filhos.
28 Este será um estatuto perpétuo dos filhos de Israel, para Arão e seus filhos, pois
é uma oferta separada. Deverá ser uma oferta especial dos filhos de Israel, das
ofertas pacíficas dos filhos de Israel; uma oferta especial ao Senhor.
29 E as vestes do santuário, que são de Arão, serão de seus filhos depois dele, para
serem ungidos nelas, e para encher as suas mãos.
30 Então, o sacerdote, seu sucessor, aquele de entre seus filhos que deverá ir para o
Tabernáculo do Testemunho para ministrar nas coisas santas, deverá colocá-las, em
sete dias.
31 E tomarás o carneiro da consagração e cozerás a carne no lugar santo.
32 Arão e seus filhos comerão a carne do carneiro, e os pães que estiverem na cesta,
ao lado das portas do Tabernáculo do Testemunho.
33 Eles comerão a oferta com a qual foram santificados para encher as suas mãos,
para os santificar; um estranho não comerá dela, porque é santa.
34 Mas se alguma coisa ficar da carne do sacrifício da consagração e dos pães até a
manhã seguinte, tu queimarás o que restar com fogo; não deverá ser consumido,
pois é uma coisa sagrada.
35 Assim farás para com Arão e seus filhos, de acordo com todas as coisas que eu te
ordenei; sete dias deverás encher as suas mãos.
36 Sacrificarás o bezerro da oferta pelo pecado no dia da purificação, e purificarás o
altar quando executares consagração sobre ele; e o ungirás, a fim de santificá-lo.
37 Sete dias deverás purificar o altar e santificá-lo, e o altar será santíssimo. Todo
aquele que tocar o altar será santificado.
38 E estas são as ofertas que oferecerás sobre o altar: dois cordeiros sem defeito,
de um ano de idade, a cada dia, continuamente, sobre o altar; uma oferta
continuada.
39 Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás à tarde.
40 E um décimo de medida de farinha amassada com a quarta parte de um him de
azeite batido. E uma oferta de bebida, da quarta parte de um him de vinho, para um
cordeiro.
41 Oferecerás o segundo cordeiro à noite, conforme o ritual da oferta da manhã e
de acordo com a oferta de libação do cordeiro da manhã; tu o oferecerás como uma
oferta de cheiro suave ao Senhor.
42 É um sacrifício perpétuo nas vossas gerações, à porta do Tabernáculo do
Testemunho, diante do Senhor, onde irei ser conhecido por ti, de modo a falar-te.
43 Então, darei ordenações aos filhos de Israel, e serei santificado em minha glória.
44 Santificarei o Tabernáculo do Testemunho e o altar, e santificarei a Arão e a seus
filhos para ministrarem como sacerdotes para mim.
45 Serei invocado entre os filhos de Israel, e serei o seu Deus.
46 E saberão que eu sou o Senhor, seu Deus, que os tirou da terra do Egito para ser
invocado por eles e para ser o seu Deus.
Êxodo - Capítulo 30
Êxodo - Capítulo 31
Êxodo - Capítulo 32
1 E quando o povo viu que Moisés tardava em descer do monte, ajuntou-se contra
Arão, dizendo-lhe: Levanta-te e faz-nos deuses que vão adiante de nós. Quanto a
este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que é feito
dele.
2 Então, Arão disse-lhes: Tirai os brincos de ouro que estão nas orelhas de vossas
mulheres e filhas, e trazei-os para mim.
3 E todo o povo tirou os brincos de ouro que estavam nas suas orelhas, trazendo-os
para Arão.
4 Ele recebeu-os de suas mãos, e trabalhou-os com um buril, fazendo deles um
bezerro de metal fundido. E falou: Estes são os teus deuses, ó Israel, que te tiraram
da terra do Egito.
5 E Arão, tendo-o visto, construiu um altar diante dele. E Arão apregoou, dizendo:
Amanhã é uma festa do Senhor.
6 Então, havendo levantado cedo no dia seguinte, ofereceu holocaustos e uma
oferta de paz. E as pessoas assentaram-se para comer e beber, e levantaram-se para
se divertir.
7 Mas o Senhor falou a Moisés, dizendo: Vai, rapidamente, desce daí, porque o teu
povo, o qual tiraste da terra do Egito, prevaricou,
8 tendo saído rapidamente do caminho que lhe ordenaste; eles fizeram para si um
bezerro e o adoraram, e sacrificaram-lhe, e disseram: Estes são os deuses, ó Israel,
que te tiraram da terra do Egito.
9, 10 Então, agora, deixa-me, e eu ficarei muito irado contra eles, e os consumirei, e
farei de ti uma grande nação.
11 Mas Moisés orou diante do Senhor Deus, dizendo: Por que, ó Senhor, estás muito
zangado com o teu povo que tiraste da terra do Egito com grande força, e com o
teu braço elevado?
12 Vê, que em qualquer momento irão falar os egípcios, dizendo: Foi com má
intenção que ele os tirou, para matá-los nas montanhas e lançá-los fora da terra.
Cessa a tua ira e sê misericordioso com o pecado do teu povo,
13 lembrando-te de Abraão, Isaque e Jacó, teus servos, aos quais tens jurado por ti
mesmo e lhes tens falado, dizendo: Multiplicarei grandemente a tua descendência,
como as estrelas dos céus em multidão, e de toda esta terra da qual tu tens falado
para dar-lhes, de modo que eles devam possuí-la para sempre.
14 E o Senhor foi convencido a preservar o seu povo.
15 Então Moisés voltou-se, descendo do monte, e as duas tábuas do Testemunho
estavam nas suas mãos, tábuas de pedra escritas de ambos os lados; elas haviam
sido escritas por trás e por diante.
16 As tábuas eram obra de Deus, e a escrita era a escrita de Deus, que Ele havia
escrito sobre as mesmas.
17 Josué, havendo escutado a voz do povo gritando, disse a Moisés: Há um alarido
de guerra no acampamento.
18 Porém, Moisés respondeu: Não é a voz dos que iniciam uma batalha, nem a voz
dos que iniciam o choro da derrota; todavia, é a voz dos que começam o banquete
do vinho, que eu escuto.
19 E quando chegou perto do acampamento ele avistou o bezerro e as danças.
Então, Moisés, ficando muito irado, arrojou as duas tábuas de suas mãos e quebrou-
as em pedaços sob a montanha.
20 E tomando o bezerro que tinham feito, ele o derreteu no fogo, moeu-o
finamente e espalhou-o em água; e fez com que os filhos de Israel bebessem dela.
21 E disse Moisés a Arão: O que este povo fez a ti, que trouxeste para eles um
grande pecado?
22 Porém, Arão respondeu a Moisés: Não fiques irado, meu Senhor. Tu conheces a
impetuosidade deste povo.
23 Porquanto, eles me disseram: Faze-nos deuses que vão adiante de nós, porque,
quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que é feito
dele.
24 E eu lhes disse: Se alguém tem ornamentos dourados, remova-os. Então, eles me
deram, e lancei-os no fogo, e saiu este bezerro.
25 Quando Moisés viu que o povo estava disperso (pois Arão os tinha espalhado, de
modo a tornarem-se um regozijo aos seus inimigos),
26 postou-se na entrada do acampamento e disse: Quem está do lado do Senhor?
Que venha para mim. E todos os filhos de Levi vieram a ele.
27 Então, disse-lhes: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Ponde cada um a sua
espada sobre sua coxa, e ide e voltai de porta em porta pelo acampamento,
matando cada um a seu irmão e cada um a seu vizinho, e a todo aquele que estiver
mais próximo dele.
28 E os filhos de Levi fizeram o que Moisés lhes falara; e caíram do povo, naquele
dia, até o número de três mil homens.
29 Então, Moisés lhes disse: Vós tendes enchido vossas mãos, neste dia, para o
Senhor, cada um em seu filho ou em seu irmão; e, por este motivo, a bênção será
dada para vós.
30 E sucedeu, depois que o dia seguinte havia começado, que Moisés disse ao povo:
Vós tendes cometido um grande pecado, portanto, agora, eu irei até Deus para que
possa fazer expiação pelo vosso pecado.
31 Então, Moisés voltou ao Senhor, e disse: Eu oro, Senhor; este povo tem pecado
grandemente, e tem feito para si deuses de ouro.
32 E agora, se tu quiseres perdoar os seus pecados, perdoa-os; e, se não, risca-me
do teu Livro, que tens escrito.
33 Mas o Senhor disse a Moisés: Se alguém tiver pecado contra mim, riscá-lo-ei do
meu Livro.
34 Agora vai, desce, e leva este povo para o lugar a respeito do qual eu te falei; vê,
meu anjo deverá ir adiante de tua face. E, no dia em que visitá-los, trarei sobre eles
os seus pecados.
35 E o Senhor feriu o povo, por causa da confecção do bezerro que Arão fizera.
Êxodo - Capítulo 33
1 Então, o Senhor disse a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o teu povo que tiraste da
terra do Egito, para a terra que jurei a Abraão, Isaque e Jacó, dizendo: Dá-la-ei à tua
semente.
2 Enviarei junto o meu anjo, diante de tua face, e ele expulsará os amorreus, os
heteus, os ferezeus, os girgaseus, os heveus, os jebuseus e os cananeus.
3 Introduzir-te-ei em uma terra que mana leite e mel. Porém, eu não subirei contigo,
porque és um povo de dura cerviz, para que não te consuma no caminho.
4 E o povo, tendo ouvido este grave discurso, lamentou com vestes de lamento.
5 Porque o Senhor dissera aos filhos de Israel: Vós sois um povo obstinado. Tende
cuidado para que eu não traga sobre vós uma outra praga e vos destrua. Agora,
então, retirai vosso vestuário glorioso e vossos ornamentos, e eu vos mostrarei o
que irei fazer convosco.
6 Então, os filhos de Israel retiraram seus ornamentos e seus vestuários, no monte
de Horebe.
7 E Moisés, tomando a sua tenda armou-a fora do acampamento, a uma certa
distância do acampamento. E foi chamada: Tabernáculo do Testemunho. E
aconteceu que todo aquele que buscava o Senhor saia ao Tabernáculo, que estava
fora do acampamento.
8 Quando Moisés entrava no Tabernáculo, fora do acampamento, todo o povo
ficava olhando, cada um pelas portas da sua tenda; quando Moisés ia, eles o
observavam até que ele entrava no Tabernáculo.
9 Quando Moisés adentrava no Tabernáculo, a coluna de nuvem descia e ficava à
porta, e Deus falava com Moisés.
10 Todo o povo via a coluna de nuvem em pé na porta do Tabernáculo; e todo o
povo levantava-se e adorava, cada um na porta de sua tenda.
11 E o Senhor falava a Moisés face a face, como alguém deveria falar com seu amigo;
então, ele se retirava para o acampamento. Porém, o seu servo Josué, filho de Num,
um homem jovem, não se apartava do Tabernáculo.
12 E Moisés disse ao Senhor: Eis que me disseste: Conduz este povo. Porém, tu não
me mostraste quem hás de enviar comigo; mas disseste-me: Eu te conheço acima de
todos, e alcançaste graça comigo.
13 Se, então, tenho achado graça aos teus olhos, revela-te a mim, para que eu possa
ver-te claramente; para que eu possa achar graça aos teus olhos, e para que possa
saber que esta grande nação é teu povo.
14 E ele disse: eu mesmo irei adiante de ti, e te darei descanso.
15 Porém, ele respondeu-lhe: Se tu mesmo não fores conosco, não me faças subir
daqui.
16 E como é que, com certeza, isto será reconhecido, que tanto eu como estas
pessoas têm achado graça diante de ti, a menos que vás conosco? E, desta forma,
tanto eu como o teu povo seremos glorificados mais do que todas as nações, tantas
quantas existem sobre a terra.
17 Então, o Senhor respondeu a Moisés: Também farei por ti essa coisa que disseste,
pois achaste graça diante de mim, e eu te conheço mais do que a todos.
18 E Moisés disse: Manifesta-te para mim.
19 E respondeu-lhe Deus: Passarei diante ti com a minha glória, e serei chamado
pelo meu nome, o Senhor, diante de ti; terei misericórdia de quem Eu tiver
misericórdia e terei piedade de quem eu tiver piedade.
20 E disse Deus: Não deverás ver a minha face, pois nenhum homem poderá ver a
minha face e viver.
21 E o Senhor disse: Vê, eis que há um lugar próximo a mim. Tu ficarás sobre a rocha;
22 quando a minha glória passar colocar-te-ei numa fenda da rocha, e te cobrirei
com a minha mão, até que eu tenha passado.
23 Então, retirarei a minha mão e verás as minhas costas; porém, minha face não
deverá aparecer para ti.
Êxodo - Capítulo 34
1 E o Senhor disse a Moisés: Lavra para ti duas tábuas de pedra, como eram as
primeiras, e vem até mim na montanha; e eu irei escrever sobre as tábuas as
palavras que estavam nas primeiras tábuas, as quais quebraste.
2 Estejas pronto pela manhã; deverás ir até o monte Sinai e permanecer lá,
aguardando por mim no topo da montanha.
3 Não permitas que alguém vá junto contigo, nem que seja visto em toda a
montanha; nem permitas que as ovelhas e os bois pastem perto daquela montanha.
4 Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como eram as primeiras. E Moisés,
havendo levantado cedo, subiu ao monte Sinai, conforme o Senhor lhe ordenara,
levando as duas tábuas de pedra.
5 O Senhor desceu na nuvem e permaneceu lá, próximo dele; e ele chamou pelo
nome do Senhor.
6 E o Senhor passou diante dele, e proclamou: O Senhor Deus, piedoso e
misericordioso, longânime, grandemente compassivo e verdadeiro,
7 mantendo a justiça e a misericórdia para milhares, e retirando a iniquidade, a
injustiça e os pecados; e não inocentará o culpado, trazendo a iniquidade dos pais
sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos, até a terceira e a quarta geração.
8 Moisés, apressando-se, inclinou-se à terra e adorou,
9 e disse: Se encontrei graça diante de ti, que o meu Senhor vá conosco, pois o povo
é de dura cerviz! Tu tirarás os nossos pecados e as nossas iniquidades, e seremos
teus.
10 Então, o Senhor disse a Moisés: Eis que estabelecerei uma aliança contigo na
presença de todo o teu povo, e irei fazer coisas gloriosas que nunca foram feitas em
toda a terra ou em qualquer nação; e todos os povos entre os quais estás irão ver as
obras do Senhor, que elas são maravilhosas, as quais eu irei fazer por ti.
11 Tu, pois, presta atenção a todas as coisas que te ordeno. Eis que eu expulso de
diante de teu rosto os amorreus, os ferezeus, os cananeus, os heteus, os heveus, os
girgaseus e os jebuseus;
12 Guarda-te para que a, qualquer momento, não faças um pacto com os moradores
da terra na qual estás entrando, para que não se tornem para ti uma pedra de
tropeço, no meio de vós.
13 Devereis destruir os seus altares e quebrar em pedaços as suas colunas. Cortareis
os seus bosques, e as imagens esculpidas de seus deuses queimareis com fogo.
14 Pois vós não adorareis deuses estranhos; porquanto, o Senhor Deus, um nome de
ciúmes, é um Deus ciumento.
15 Para que, a qualquer momento, não faças uma aliança com os moradores da
terra, e então eles, indo prostituir-se após os seus deuses e fazer sacrifício a seus
deuses, venham e te convidem; e tu irias comer dos seus banquetes,
16 e irias tomar de suas filhas para teus filhos e dar tuas filhas a seus filhos; e tuas
filhas iriam prostituir-se após os seus deuses, e os teus filhos deveriam também ir,
prostituindo-se após os seus deuses.
17 Não farás para ti deuses de fundição.
18 Manterás a festa dos pães ázimos: sete dias comerás pães ázimos, como te
ordenei, na estação do mês do cereal novo; pois no mês do cereal novo saíste do
Egito.
19 Os machos são meus, tudo aquilo que abre o ventre; todos os primogênitos dos
bois e todos os primogênitos das ovelhas.
20 O primogênito de jumenta resgatarás com um cordeiro; e, se não o restares,
pagarás um preço. Todos os primogênitos de teus filhos resgatarás; não aparecerás
sem nada diante de mim.
21 Seis dias trabalharás, mas no sétimo dia descansarás; deverá haver um tempo de
descanso na semeadura e na colheita.
22 E celebrar-me-ás a festa das Semanas, o início da colheita do trigo; e a festa da
Colheita no meio do ano.
23 Três vezes no ano todos os teus que são do sexo masculino comparecerão
perante o Senhor, Deus de Israel.
24 Pois, quando eu tiver expulsado as nações diante de ti, e tiver ampliado o teu
território, ninguém cobiçará a tua terra, sempre que fores comparecer perante o
Senhor teu Deus, três vezes no ano.
25 Não oferecerás o sangue do meu sacrifício com fermento, nem o sacrifício da
festa da Páscoa permanecerá até a manhã.
26 Os primeiros frutos da tua terra deverás levar á casa do Senhor teu Deus. Tu não
cozerás um cordeiro no leite de sua mãe.
27 E o Senhor disse a Moisés: Escreve estas palavras para ti, porque, com estas
palavras, eu tenho feito uma aliança contigo e com Israel.
28 E Moisés esteve lá, diante do Senhor, quarenta dias e quarenta noites; não
comeu pão e não bebeu água, e escreveu nas tábuas estas palavras do pacto, as dez
frases.
29 E quando Moisés descia do monte (e lá estavam as duas tábuas nas mãos de
Moisés), quando, então, ele descia do monte, Moisés não sabia que a aparência da
pele do seu rosto fora glorificada, quando Deus falara com ele.
30 E Arão e todos os anciãos de Israel viram Moisés, e a aparência da pele do seu
rosto fora feita gloriosa; e temiam aproximar-se dele.
31 Então, Moisés os chamou, e Arão e todos os chefes da sinagoga voltaram-se para
ele. E Moisés falou com eles.
32 Depois, todos os filhos de Israel vieram a ele, e ordenou-lhes todas as coisas das
quais o Senhor lhe tinha dado encargo no monte Sinai.
33 E, quando parou de falar com eles, pôs um véu sobre o seu rosto.
34 Sempre que Moisés ia perante o Senhor para falar com ele tirava o véu, até que
saísse; e saia e falava para todos os filhos de Israel aquilo que o Senhor lhe
ordenara.
35 E os filhos de Israel viam o rosto de Moisés, que estava glorificado. Então, Moisés
colocava o véu sobre o rosto, até que entrava novamente para falar com ele.
Êxodo - Capítulo 35
1 Moisés convocou toda a congregação dos filhos de Israel, e disse-lhes: Estas são as
palavras que o Senhor tem falado, para que as cumprais:
2 Seis dias irás executar obras, mas o sétimo dia será de descanso, um sábado santo,
um descanso do Senhor; todo aquele que nele trabalhar deverá morrer.
3 Não acendereis um fogo em nenhuma de vossas residências, no dia de sábado; Eu
sou o Senhor.
4 E Moisés falou a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: Esta é a coisa da
qual o Senhor vos encarregou, dizendo:
5 Tomai, de vós mesmos, uma oferta para o Senhor; todo aquele que se empenha
em seu coração deverá trazer as primícias para o Senhor: ouro, prata, bronze,
6 azul, púrpura, escarlate duplo tecido, linho fino fiado, peles de cabras,
7 peles de carneiro tingidas de vermelho, peles tingidas de azul, madeira
incorruptível,
8 pedras de sárdio, e pedras de gravar para as ombreiras e para o manto comprido.
9 Todo homem que é sábio de coração entre vós, que ele vá trabalhar em todas as
coisas que o Senhor ordenou:
10 o Tabernáculo, as cordas, as coberturas, as argolas, as barras, os pilares,
11 a arca do testemunho, com os seus varais e o seu propiciatório, e o véu,
12 as cortinas do átrio e os seus pilares,
13 as pedras de esmeralda,
14 o incenso, o óleo da unção,
15 a mesa com todos os seus utensílios,
16 o candelabro para a luz com todos os seus utensílios,
17 o altar com todos os seus utensílios,
18 as vestes sagradas de Arão, o sacerdote, as vestes em que ele deverá servir,
19 e as vestes do sacerdócio para os filhos de Arão, e o óleo da unção, e o incenso
composto.
20 Então, toda a congregação dos filhos de Israel saiu da presença de Moisés. E
trouxeram, aqueles cujo coração os prontificou e aqueles a quem lhes pareceu bem
em sua mente, cada um, a sua oferta;
21 trouxeram uma oferta ao Senhor para todos os trabalhos do Tabernáculo do
Testemunho, para todos os seus serviços e para todas as vestes do santuário.
22 E os homens, aqueles mesmos a quem parecia bem no seu coração, trouxeram,
das suas mulheres, fivelas, brincos, anéis, colares e braceletes; todos os artigos
eram de ouro.
23 Assim como todos quantos trouxeram ornamentos de ouro ao Senhor, e
também aqueles com quem foi encontrado linho fino; e trouxeram peles tingidas de
azul, e peles de carneiro tingidas de vermelho.
24 E todo aquele que ofereceu uma oferta trouxe prata e bronze, as ofertas para o
Senhor; e também aqueles com quem foi encontrada madeira incorruptível; e
trouxeram ofertas para todos os trabalhos de preparação.
25 E todas as mulheres hábeis em seu coração para fiar com as suas mãos,
trouxeram artigos fiados: o azul, e o roxo, e o escarlate, e o linho fino.
26 E todas as mulheres a quem pareceu bem em seu coração, em sua sabedoria,
fiaram pêlos de cabra.
27 Os príncipes trouxeram pedras de esmeralda, e as pedras para colocar no éfode,
e as para o oráculo,
28 e os componentes, tanto para o óleo da unção como para a composição do
incenso.
29 E cada homem e cada mulher cuja mente inclinou-os a vir e fazer todas as obras,
quantas o Senhor designou para fazer, através de Moisés, dos filhos de Israel
trouxeram uma oferta ao Senhor.
30 Então, Moisés falou aos filhos de Israel: Eis que Deus chamou pelo nome a
Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá,
31 e encheu-o com um espírito divino de sabedoria e de entendimento, e de
conhecimento de todas as coisas,
32 para trabalhar com destreza em todas as obras que exigem habilidade extrema,
para transformar o ouro, e a prata, e o bronze,
33 e para todo o trabalho em pedra, e para moldar a madeira, e para trabalhar em
toda obra de sabedoria.
34 E Deus concedeu aumento no entendimento tanto para ele como para Aoliabe,
filho de Aisamaque, da tribo de Dã.
35 E Deus os encheu de sabedoria, entendimento e percepção para tudo
compreender e trabalhar em todos os trabalhos do santuário, e para tecer os
tecidos e as obras bordadas com escarlate e linho fino, e para fazer todo o trabalho
de execução esmerada e bordados.
Êxodo - Capítulo 36
Êxodo - Capítulo 38
Êxodo - Capítulo 39
1 Todo o ouro que foi empregado para as obras, de acordo com toda a fabricação
das coisas sagradas, era do ouro das ofertas; vinte e nove talentos e setecentos e
vinte siclos, de acordo com o siclo santo.
2 E a oferta de prata dos homens que foram contados da congregação, cem
talentos e mil setecentos e setenta e cinco siclos; um dracma cada peça, o meio
siclo, segundo o santo siclo.
3 Os que passaram pelo censo, de vinte anos para cima, alcançaram o número de
seiscentos e três mil quinhentos e cinquenta.
4 E os cem talentos de prata foram para a fundição dos cem capitéis do Tabernáculo
e do véu,
5 para os cem capitéis, cem talentos; um talento para cada capitel.
6 Os mil setecentos e setenta e cinco siclos ele transformou em colchetes para as
colunas, e dourou os seus capitéis, adornando-os.
7 O bronze da oferta foi de setenta talentos, e mil e quinhentos siclos;
8 Fizeram dele as bases da porta do Tabernáculo do Testemunho,
9 e as bases do átrio ao redor, e as bases do portão do átrio, e os pinos do
Tabernáculo, e os pinos do átrio ao redor,
10 e o apêndice de bronze do altar, e todos os utensílios do altar, e todos os
instrumentos do Tabernáculo do Testemunho.
11 Os filhos de Israel fizeram tudo conforme o Senhor ordenara a Moisés; assim
fizeram.
12 E do ouro que sobrou da oferta eles fizeram vasos para ministrar perante o
Senhor.
13 E do estofo azul que fora deixado, e do roxo, e do escarlate, fizeram as vestes do
ministério para Arão, para que ministrasse com elas no santuário.
14 E trouxeram as vestes para Moisés, e o Tabernáculo, e os seus utensílios, e as
suas bases, e as suas barras, e os seus pilares,
15 e a arca da aliança com os seus carregadores, assim como o altar e todos os seus
utensílios.
16 Fizeram também o óleo da unção e o incenso composto, o candelabro de ouro
puro
17 e as suas lâmpadas, lâmpadas para queimar, e o azeite para a luz;
18 e a mesa dos pães e todos os seus utensílios, com os pães da proposição sobre
ela;
19 e as vestes do santuário, que pertencem a Arão, e as vestes de seus filhos, para o
ministério sacerdotal;
20 e as cortinas do átrio, e os pilares, e o véu da porta do Tabernáculo, e os portões
do átrio;
21 e todos os vasos do Tabernáculo, e todos os seus utensílios; e as peles, e os
couros, e as peles de carneiros tintas de vermelho, e as coberturas azuis, e os
revestimentos das outras coisas, e os pinos, e todos os instrumentos para os
trabalhos do Tabernáculo do Testemunho.
22 Conforme todas as coisas que o Senhor designara a Moisés, assim fizeram os
filhos de Israel todo a obra.
23 Então, Moisés viu todas as obras, e eles tinham feito tudo conforme o Senhor
ordenara a Moisés; assim haviam feito. E Moisés os abençoou.
Êxodo - Capítulo 40
LEVÍTICO
Levítico - Capítulo 1
Levítico - Capítulo 2
1 Se alguém trouxer uma oferta, um sacrifício ao Senhor, a oferta deverá ser de flor
de farinha; deverá derramar o azeite sobre ela, e também porá sobre ela o incenso.
É um sacrifício.
2 Deverá trazê-la para os sacerdotes, os filhos de Arão, e junto com ela um punhado
de farinha com o azeite, e todo o seu incenso; e o sacerdote colocará o memorial
dela sobre o altar. É um sacrifício, um perfume de aroma agradável ao Senhor.
3 O restante do sacrifício será para Arão e seus filhos, uma porção santíssima do
sacrifício ao Senhor.
4 Se trouxer como oferta um sacrifício assado no forno, uma oferta ao Senhor de
flor de farinha, deverá trazer o pão sem fermento, amassado com azeite, e bolos
ázimos untados com azeite.
5 Se a tua oferta for um sacrifício de panela, será de flor de farinha amassada com
azeite, uma oferta sem fermento.
6 Tu a fragmentarás em pedaços, e derramarás azeite sobre ela. É um sacrifício ao
Senhor.
7 Se a tua oferta for um sacrifício vindo do teu coração, deverá ser feita de farinha
com azeite.
8 E ele deverá oferecer o sacrifício o qual, de todos estes, vier a fazer para o Senhor;
e deverá trazê-lo para o sacerdote.
9 Então, o sacerdote aproximar-se-á do altar e tirará do sacrifício um memorial, e o
colocará no altar; é um holocausto, um cheiro de aroma agradável ao Senhor.
10 O que restar do sacrifício será para Arão e seus filhos, algo santíssimo dos
holocaustos do Senhor.
11 Não colocareis fermento em qualquer sacrifício que fizerdes ao Senhor, pois de
qualquer fermento ou de qualquer mel não trareis dele para oferecerdes um
presente ao Senhor.
12 Vós os trareis a maneira de frutos para o Senhor, porém não deverão ser
oferecidos no altar, como um cheiro suave ao Senhor.
13 Toda a oferta dos teus sacrifícios deverá ser temperada com sal; não omitirás o
sal da aliança do Senhor de vossos sacrifícios; em todas as vossas ofertas devereis
oferecer o sal para o Senhor, vosso Deus.
14 E se quiseres oferecer um sacrifício de primícias ao Senhor, deverá ser de grãos
novos moídos e torrados, para o Senhor; assim deverás trazer o sacrifício dos
primeiros frutos.
15 Derramarás azeite em cima dele, e colocarás incenso sobre ele. É um sacrifício.
16 O sacerdote oferecerá o seu memorial, retirado dos grãos com o azeite, e todo o
incenso; é um holocausto ao Senhor.
Levítico - Capítulo 3
1 Se a sua oferta para o Senhor for uma oferta de paz, se a trouxer dos bovinos,
quer seja macho ou fêmea, ele a trará sem mácula, diante do Senhor.
2 Porá as mãos sobre a cabeça da oferta e a matará diante do Senhor, próximo as
portas do Tabernáculo do Testemunho. E os sacerdotes, os filhos de Arão,
derramarão o sangue sobre o altar de holocaustos, ao redor.
3 E trarão, da oferta pacífica, um holocausto ao Senhor: a cobertura de gordura da
barriga e toda a gordura que está na barriga,
4 e os dois rins e a gordura que está sobre eles. Ele deverá retirar a gordura que está
nas coxas, e o redenho do fígado, juntamente com os rins.
5 Os sacerdotes, os filhos de Arão, a oferecerão sobre o altar, sobre o holocausto,
na lenha que está no fogo sobre o altar; é um holocausto, um cheiro de aroma
agradável ao Senhor.
6 E se a sua oferta for de ovelha, uma oferta pacífica ao Senhor, macho ou fêmea,
deverá trazê-la sem mácula.
7 Se trouxer um cordeiro por sua oferta, ele o levará diante do Senhor,
8 e porá as mãos sobre a cabeça da sua oferta, e a matará próximo das portas do
Tabernáculo do Testemunho; e os sacerdotes, os filhos de Arão, derramarão o
sangue sobre o altar, em redor.
9 Ele deverá trazer a oferta pacífica, um holocausto ao Senhor; a gordura e a parte
posterior ilibada tirará com os lombos. E havendo retirado toda a gordura que cobre
a barriga, e toda a gordura que está na barriga,
10 e ambos os rins e a gordura que está sobre eles, e a gordura que está nas coxas, e
o redenho que está sobre o fígado com os rins,
11 o sacerdote deverá oferecê-los sobre o altar; é um sacrifício de cheiro suave, um
holocausto ao Senhor.
12 Se a sua oferta for das cabras, então, ele deverá trazê-la perante o Senhor,
13 e porá as mãos sobre sua cabeça, e eles a matarão perante o Senhor, próximo
das portas do Tabernáculo do Testemunho; e os sacerdotes, os filhos de Arão,
derramarão o sangue sobre o altar, em redor.
14 E oferecerá dela um holocausto ao Senhor. A gordura que cobre a barriga, assim
como toda a gordura que está na barriga,
15 e ambos os rins, com toda a gordura que está sobre eles, e a que está sobre as
coxas, e o redenho do fígado com os rins, ele retirará.
16 E o sacerdote a oferecerá sobre o altar; é um holocausto, um cheiro de aroma
agradável ao Senhor. Toda a gordura pertence ao Senhor.
17 É este um estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas
habitações: não comereis gordura nem sangue.
Levítico - Capítulo 4
Levítico - Capítulo 5
Levítico - Capítulo 6
Levítico - Capítulo 7
Levítico - Capítulo 9
1 E aconteceu, no oitavo dia, que Moisés chamou Arão e seus filhos, e os anciãos de
Israel.
2 Disse Moisés a Arão: Toma para ti um bezerro do rebanho para oferta pelo
pecado, e um carneiro sem mácula para o holocausto, e oferece-os diante do
Senhor.
3 E fala com os anciãos de Israel, dizendo-lhes: Tomai um bode para oferta pelo
pecado, e um novilho, e um cordeiro sem mancha de um ano de idade, para o
holocausto,
4 e um novilho e um carneiro para ofertas pacíficas, perante o Senhor, e farinha
amassada com azeite; porque, hoje, o Senhor aparecerá no meio de vós.
5 Eles fizeram como Moisés lhes ordenara, diante do Tabernáculo do Testemunho. E
toda a congregação se aproximou, e puseram-se diante do Senhor.
6 Então, disse Moisés: Esta é a coisa que o Senhor tem ordenado. Cumpri-a, e a
glória do Senhor irá aparecer no meio de vós.
7 E disse Moisés a Arão: Aproxima-te do altar e oferece a tua oferta pelo pecado, e o
teu holocausto, e faz expiação por ti e pela tua casa; e oferece as ofertas do povo,
fazendo expiação por eles. Tudo conforme o Senhor ordenara a Moisés.
8 E Arão aproximou-se do altar, e imolou o novilho de sua oferta pelo pecado.
9 Os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue, e então ele molhou o dedo nele, e o
colocou sobre os chifres do altar; e derramou o sangue no fundo do altar.
10 E ofereceu sobre o altar a gordura e os rins, e o lóbulo do fígado da oferta pelo
pecado, conforme o Senhor ordenara a Moisés.
11 Mas a carne e o couro ele queimou com fogo, fora do acampamento.
12 Então, matou o holocausto; e os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue, e ele o
derramou sobre o altar, em redor.
13 E trouxeram o holocausto, de acordo com as suas partes; tanto elas como a
cabeça ele colocou sobre o altar.
14 E lavou a barriga e os pés com água, colocando-os na oferta queimada, sobre o
altar.
15 Então, ele trouxe a oferta do povo, e tomando o bode da oferta pelo pecado do
povo matou-o e o purificou, assim como ao primeiro.
16 E trouxe o holocausto, oferecendo-o na devida forma.
17 Trouxe também o sacrifício, enchendo as suas mãos com ele, e o pôs sobre o
altar, além do holocausto da manhã.
18 Então, ele matou o novilho, e o carneiro do sacrifício da oferta pacífica do povo; e
os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue, e derramou-o sobre o altar, em redor.
19 E tomou a gordura do novilho, e os quartos traseiros do carneiro, e a cobertura
de gordura da barriga, e os dois rins e a gordura que está em cima deles, e o
redenho sobre o fígado.
20 E colocou a gordura sobre o peito, oferecendo-a sobre o altar.
21 E Arão separou o peito e o ombro direito como ofertas escolhidas, diante do
Senhor, conforme o Senhor ordenara a Moisés.
22 Então, Arão levantou as mãos sobre as pessoas e as abençoou; e depois de ter
oferecido o sacrifício pelo pecado, e os holocaustos, e as ofertas pacíficas, ele
desceu.
23 E Moisés e Arão entraram no Tabernáculo do Testemunho. E, depois, eles saíram
e abençoaram todas as pessoas; e a glória do Senhor apareceu a todo o povo.
24 Fogo veio, então, do Senhor consumindo a oferta sobre o altar, tanto os
holocaustos como a gordura; e todas as pessoas o viram e ficaram espantadas,
caindo sobre seus rostos.
Levítico - Capítulo 10
Levítico - Capítulo 11
Levítico - Capítulo 12
Levítico - Capítulo 13
Levítico - Capítulo 14
Levítico - Capítulo 15
Levítico - Capítulo 16
1 E o Senhor falou com Moisés, depois que os dois filhos de Arão morreram ao
trazerem fogo estranho perante o Senhor. Pois, por este motivo, eles morreram.
2 E o Senhor disse a Moisés: Fala com Arão, teu irmão; e não permitas a ele entrar,
em qualquer momento, no lugar santo, para dentro do véu, diante do propiciatório
que está sobre a arca do Testemunho; e, assim, ele não morrerá. Pois eu irei
aparecer em uma nuvem sobre o propiciatório.
3 Desta forma Arão entrará no santuário: com um novilho do rebanho para uma
oferta pelo pecado, e com um carneiro para um holocausto.
4 Ele vestirá a túnica de linho consagrada e trará sobre a sua carne os calções de
linho; cingir-se-á com um cinto de linho, e colocará o gorro de linho, os quais são as
vestes sagradas. Lavará todo o seu corpo em água, e depois deverá vesti-las.
5 E tomará, da congregação dos filhos de Israel, dois bodes para oferta pelo pecado,
e um cordeiro para holocausto.
6 Arão fará chegar o novilho para a sua própria oferta pelo pecado, e fará expiação
por si e pela sua casa.
7 Tomará, então, os dois bodes e colocá-los-á diante do Senhor à porta do
Tabernáculo do Testemunho.
8 E Arão lançará sortes sobre os dois bodes; uma sorte para o Senhor, e a outra para
o bode expiatório.
9 E apresentará Arão o bode sobre o qual a sorte para o Senhor caiu, oferecendo-o
como uma oferta pelo pecado.
10 Contudo, o bode sobre quem a sorte do bode emissário caiu ele deverá
apresentar vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele, de modo a afastá-lo
como um bode expiatório, enviando-o para o deserto.
11 Então, Arão fará chegar o novilho que é para o seu pecado e fará expiação por si e
pela sua casa; e matará o novilho para a sua oferta pelo pecado.
12 Tomará ele o seu incensário, cheio de brasas de fogo do altar que está perante o
Senhor, e encherá as mãos com incenso composto fino, e o trará para dentro do
véu.
13 Porá o incenso sobre o fogo, perante o Senhor, e a fumaça do incenso cobrirá o
propiciatório sobre as Tábuas do Testemunho; deste modo, ele não morrerá.
14 Então, ele tomará do sangue do novilho e o espargirá com o dedo sobre o
propiciatório, ao lado oriental. Diante do propiciatório espargirá sete vezes do
sangue com o seu dedo.
15 E imolará o bode da oferta pelo pecado, que é para o povo, perante o Senhor,
trazendo o sangue para dentro do véu. E deverá fazer com o seu sangue como fez
com o sangue do bezerro, espargindo-o no propiciatório, diante dele.
16 E fará expiação pelo santuário, pelas imundícias dos filhos de Israel e pelas suas
ofensas, e por todos os seus pecados. Deste modo ele fará para o Tabernáculo do
Testemunho, o qual está entre eles, no meio das suas impurezas.
17 Não haverá homem algum no Tabernáculo do Testemunho quando ele entrar
para fazer expiação no lugar santo, e até que tenha saído. E fará expiação por si e
pela sua casa, e por toda a congregação dos filhos de Israel.
18 Depois disto, sairá para o altar que está perante o Senhor, e fará expiação sobre
ele; tomará do sangue do bezerro e do sangue do bode, e o colocará sobre as
pontas do altar, em redor.
19 E espargirá do sangue sete vezes sobre ele com o seu dedo, e o purificará,
santificando-o das imundícias dos filhos de Israel.
20 E terminará de fazer expiação pelo santuário e pelo Tabernáculo do Testemunho,
e também pelo altar; então, ele deverá fazer uma purificação pelos sacerdotes,
trazendo o bode vivo;
21 Arão porá as mãos sobre a cabeça do bode vivo, e declarará sobre ele todas as
iniquidades dos filhos de Israel, todas as suas injustiças e todos os seus pecados; e
os depositará sobre a cabeça do bode vivo, enviando-o, pela mão de um homem
preparado, para o deserto.
22 O bode levará as suas iniquidades com ele para uma terra deserta. E Arão
mandará embora o bode para o deserto.
23 Então, Arão entrará no Tabernáculo do Testemunho e tirará a veste de linho que
tinha colocado quando entrou no lugar santo; e a deixará lá.
24 E banhará o seu corpo em água, no lugar santo, vestirá a sua veste e sairá; e
oferecerá o holocausto para si e o holocausto do povo, fazendo expiação por si e
pela sua casa, e pelo povo, assim como pelos sacerdotes.
25 E ele oferecerá a gordura da oferta pelo pecado, sobre o altar.
26 Mas aquele que conduz o bode que foi separado para ser solto lavará as suas
vestes e banhará o seu corpo na água; e, depois, entrará no acampamento.
27 O novilho para oferta pelo pecado e o bode da oferta pelo pecado, cujo sangue
foi trazido para fazer expiação no lugar santo, eles deverão levar para fora do
acampamento e queimá-los com fogo, assim como as suas peles, a sua carne e os
seus excrementos.
28 Aquele que os queimar lavará as suas vestes e banhará o seu corpo em água; e,
depois, entrará no acampamento.
29 Este será um estatuto perpétuo para vós. No sétimo mês, no décimo dia do mês,
humilhareis as vossas alma e não fareis nenhuma obra, assim como o nativo e o
estrangeiro que habita no meio de vós.
30 Pois neste dia ele fará expiação por vós para purificar-vos de todos os vossos
pecados, diante do Senhor; e sereis purificados.
31 Este será para vós o sábado santíssimo, um descanso; e humilhareis as vossas
almas. É uma lei perpétua.
32 O sacerdote a quem deverão ungir fará expiação, tal como quem quer que seja
consagrado para exercer o sacerdócio depois de seu pai. Ele deverá colocar a roupa
de linho, a veste sagrada.
33 E fará expiação pelo lugar mais santo e pelo Tabernáculo do Testemunho, e fará
expiação pelo altar e pelos sacerdotes, e fará expiação por toda a congregação.
34 Isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação pelos filhos de Israel,
por todos os seus pecados. Deverá ser feito uma vez no ano, conforme o Senhor
ordenara a Moisés.
Levítico - Capítulo 17
Levítico - Capítulo 18
Levítico - Capítulo 19
Levítico - Capítulo 20
Levítico - Capítulo 21
1 E o Senhor falou a Moisés, dizendo: Fala aos sacerdotes, filhos de Arão, e dirás a
eles que não deverão contaminar-se, no meio de seu povo, pelos mortos;
2 porém, eles poderão chorar por um parente que é muito próximo deles, por um
pai e por uma mãe, por filhos e por filhas, por um irmão
3 e por uma irmã virgem que está junto deles, a qual não está desposada com um
homem; por estes alguém poderá contaminar-se.
4 Ele não deverá contaminar-se, sem mais nem menos, entre o seu povo, para se
profanar.
5 Não deverão raspar as suas cabeças pelo morto, com uma calvície na parte
superior; e não deverão raspar a sua barba, nem farão cortes na sua carne.
6 Santos serão para o seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus. Porque
oferecem o sacrifício do Senhor como as oferendas de seu Deus; e serão santos.
7 Eles não deverão tomar uma mulher que é prostituta e está profanada, ou uma
mulher repudiada de seu marido; porque o sacerdote é santo ao Senhor seu Deus.
8 Tu o santificarás. Ele oferece as ofertas do Senhor, teu Deus; será santo, porque
Eu, o Senhor que os santifica, sou santo.
9 E se a filha de um sacerdote se profanar para prostituir-se, ela estará profanando
o nome de seu pai; será queimada com fogo.
10 O sacerdote que é chefe de seus irmãos, o óleo tendo sido derramado sobre a
sua cabeça para ungi-lo, e tendo sido consagrado para vestir as vestes sagradas, não
deverá retirar a mitra da sua cabeça e não rasgará as suas vestes;
11 não se chegará a cadáver algum, nem se contaminará por seu pai ou por sua mãe.
12 Ele não sairá do santuário, nem profanará o santuário do seu Deus, porque o óleo
da santa unção de Deus está sobre ele; eu sou o Senhor.
13 Ele tomará por mulher uma virgem de sua própria tribo.
14 Mas a viúva, ou aquela que é mandada embora ou está profanada, ou uma
prostituta, estas ele não tomará; porém, ele deverá ter uma esposa virgem do seu
próprio povo.
15 Ele não profanará a sua descendência entre o seu povo; eu sou o Senhor, que o
santifica.
16 E o Senhor falou mais a Moisés, dizendo:
17 Dize a Arão: Qualquer homem da tua tribo, nas vossas gerações, que tiver um
defeito, não deverá se aproximar para oferecer as ofertas de seu Deus.
18 Ninguém que tenha um defeito em si mesmo deverá aproximar-se. Um homem
cego, coxo, com o nariz desfigurado ou com as orelhas cortadas,
19 um homem que tenha uma mão quebrada ou um pé quebrado,
20 ou que seja corcunda, ou de olhos baços, ou que tenha perdido as suas pestanas,
ou um homem que tenha uma úlcera maligna, ou um eczema, ou que tenha perdido
um testículo,
21 qualquer um que seja da semente de Arão, o sacerdote, e que tiver um defeito,
não se aproximará para oferecer sacrifícios ao vosso Deus, porque há um defeito
nele; ele não se aproximará para oferecer os dons de Deus.
22 As ofertas de Deus são santíssimas, e ele comerá das coisas sagradas.
23 Tão somente, não deverá aproximar-se do véu, e não se aproximará do altar,
porque tem um defeito; e não profanará o santuário do seu Deus. Porque eu sou o
Senhor, que os santifico.
24 E Moisés falou a Arão e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel.
Levítico - Capítulo 22
Levítico - Capítulo 23
Levítico - Capítulo 24
Levítico - Capítulo 25
Levítico - Capítulo 26
1 Eu sou o Senhor, vosso Deus. Não fareis para vós mesmos deuses feitos por mãos
humanas, ou de escultura, nem levantareis um pilar para vós, nem vos poreis uma
pedra como um objeto em vossa terra para adorá-la. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
2 Guardareis os meus sábados e reverenciareis os meus santuários. Eu sou o Senhor.
3 Se andardes nos meus juízos e guardardes os meus mandamentos, cumprindo-os,
4 então eu vos darei as chuvas a seu tempo, a terra produzirá a sua messe e as
árvores do campo darão os seus frutos.
5 O vosso tempo de debulhar deverá ultrapassar a colheita, e a vossa colheita
deverá ultrapassar o tempo de semear; e comereis o vosso pão a fartar. E havereis
de habitar em segurança na vossa terra, e a guerra não deverá passar por ela.
6 Eu darei a paz em vossa terra, dormireis e não haverá quem vos faça sentir medo.
Eu destruirei as feras da vossa terra
7 e perseguirei os vossos inimigos, e eles cairão diante de vós pela espada .
8 Cinco de vós perseguirão a cem, e cem de perseguirão a dezenas de milhares; e os
vossos inimigos cairão diante de vós pela espada.
9 Eu olharei para vós e vos aumentarei e multiplicarei, e confirmarei a minha aliança
convosco.
10 Comereis o que é antigo e o que é muito antigo, e tirareis o antigo para abrir
espaço para o novo.
11 Porei o meu Tabernáculo no meio de vós, e a minha alma não vos aborrecerá;
12 Eu irei andar no meio de vós, serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo.
13 Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, onde éreis escravos.
Quebrei o timão do vosso jugo e vos fiz sair, abertamente.
14 Porém, se não quiserdes me ouvir nem obedecer a esses meus preceitos,
15 mas os desobedecerdes, e a vossa alma vier a detestar os meus juízos, de
maneira que não ireis guardar todos os meus mandamentos, quebrando o meu
pacto,
16 então eu assim farei para vós: irei trazer sobre vós a perplexidade e a coceira, a
febre que faz com que os vossos olhos se apaguem e a doença que consome as
vossas vidas. Semeareis as vossas sementes em vão, pois os vossos inimigos as
comerão.
17 Porei a minha face contra vós, e caireis diante de vossos inimigos; os que vos
odeiam irão perseguir-vos, e fugireis ninguém vos perseguindo.
18 Porém, se ainda assim vos recusardes a me dar ouvidos, então irei castigar-vos
ainda até sete vezes mais por vossos pecados,
19 e quebrarei a altivez do vosso orgulho. Eu farei de ferro o céu, e a terra como se
fosse de bronze.
20 A vossa força será em vão, pois a terra não dará a sua semente, e as árvores do
campo não deverão produzir os seus frutos.
21 E se, após isso, deverdes ainda andar perversamente, não estando dispostos a
obedecer-me, Eu irei trazer sobre vós ainda mais sete pragas, de acordo com os
vossos pecados.
22 Enviarei sobre vós as feras da terra e elas vos devorarão e consumirão o vosso
gado, fazendo-vos poucos em número; e os vossos caminhos se tornarão desertos.
23 E se, após isto, não vos corrigirdes, mas andardes perversamente diante de mim,
24 também eu andarei convosco com um espírito contrário, e vos ferirei sete vezes
mais pelos vossos pecados.
25 Trarei sobre vós a espada vingadora, por causa da minha aliança, e fugireis em
busca de refúgio para as vossas cidades. Eu mandarei a morte ao vosso encontro, e
sereis entregues nas mãos de vossos inimigos.
26 Quando eu afligir-vos com a fome de pão, então dez mulheres cozerão o vosso
pão num só forno, e deverão entregar o vosso pão por peso. Havereis de comer,
mas não ficareis satisfeitos.
27 E se, depois disto, não me obedecerdes, mas andardes perversamente diante de
mim,
28 então andarei convosco com uma mente contrária, e irei castigar-vos sete vezes
mais, de acordo com os vossos pecados.
29 Comereis a carne de vossos filhos e comereis a carne de vossas filhas.
30 Farei os vossos pilares desolados, e destruirei totalmente as imagens de madeira
que foram feitas com as vossas mãos; colocarei os vossos cadáveres sobre os
cadáveres dos vossos ídolos, e a minha alma vos aborrecerá.
31 Deixarei as vossas cidades abandonadas e irei fazer os vossos santuários
desolados, e não irei sentir o cheiro de vossos sacrifícios.
32 Porei a vossa terra em desolação, e os vossos inimigos que nela habitarem se
espantarão.
33 Eu vos espalharei entre as nações, e a espada virá sobre vós e vos consumirá; a
vossa terra será assolada e as vossas cidades serão castigadas.
34 Então, a terra gozará os seus sábados, todos os dias da sua desolação,
35 e estareis na terra de vossos inimigos. Então, a terra deverá guardar os seus
sábados; e a terra gozará os seus sábados, todos os dias da sua desolação. Deverá
guardar os seus sábados, os quais não foram guardados entre os vossos sábados,
quando habitáveis nela.
36 Para aqueles que forem deixados de vós irei trazer escravidão em seu coração,
na terra dos seus inimigos. O som de uma folha movida os perseguirá, e fugirão
como quem foge da guerra; e deverão cair quando ninguém os estiver perseguindo.
37 O irmão irá desconsiderar o seu irmão, como na guerra, quando não há quem
persiga; e não sereis capazes de resistir a vossos inimigos.
38 Perecereis entre as nações, e a terra dos vossos inimigos vos devorará.
39 Aqueles que forem deixados de vós perecerão, por causa de vossos pecados e
por causa dos pecados de vossos pais; na terra dos seus inimigos serão consumidos.
40 Então, eles irão confessar os seus pecados e os pecados de seus pais, nos quais
transgrediram e me negligenciaram, e nos quais andaram perversamente diante de
mim.
41 Andarei junto deles com uma mente contrária, e irei destruí-los na terra dos seus
inimigos. Então, o seu coração incircunciso se envergonhará e, em seguida, eles
deverão aceitar a punição de seus pecados.
42 E eu me lembrarei do pacto de Jacó; e do pacto de Isaque, e do pacto de Abraão
Eu me lembrarei.
43 Lembrar-me-ei da terra, e a terra será abandonada por eles. E, então, a terra
gozará os seus sábados, quando for abandonada por eles. E deverão aceitar o
castigo das suas iniquidades, porquanto negligenciaram os meus juízos e em sua
alma detestaram as minhas ordenanças.
44 Contudo, nem mesmo assim, enquanto eles estavam na terra de seus inimigos,
eu os menosprezei, nem os detestei de modo a consumi-los, para quebrar o meu
pacto com eles, porque eu sou o Senhor, vosso Deus.
45 E eu me lembrarei de seu pacto anterior, quando os tirei da terra do Egito, da
casa da servidão, à vista das nações, para ser o seu Deus. Eu sou o Senhor.
46 Estes são os juízos, as ordenanças e a lei que o Senhor deu entre ele e os filhos
de Israel, no monte Sinai, pela mão de Moisés.
Levítico - Capítulo 27
NÚMEROS
Números - Capítulo 1
Números - Capítulo 2
Números - Capítulo 3
1 Estas são as gerações de Arão e Moisés, no dia em que o Senhor falou com Moisés
no monte Sinai.
2 E estes são os nomes dos filhos de Arão: Nadabe, o primogênito, e Abiú, e Eleazar,
e Itamar.
3 Estes são os nomes dos filhos de Arão, dos sacerdotes ungidos que se
consagraram ao sacerdócio.
4 Mas Nadabe e Abiú morreram diante do Senhor, quando ofereceram fogo
estranho perante o Senhor no deserto do Sinai, e não tiveram filhos; então, Eleazar
e Itamar ministraram no ofício de sacerdotes com Arão, seu pai.
5 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
6 Toma a tribo de Levi e poe-na diante de Arão, o sacerdote; e eles deverão
ministrar para ele,
7 mantendo os seus encargos e os encargos dos filhos de Israel, diante do
Tabernáculo do Testemunho, para fazer as obras do Tabernáculo.
8 E terão cuidado de todos os utensílios do Tabernáculo do Testemunho, e dos
encargos dos filhos de Israel para com todos os trabalhos do Tabernáculo.
9 Darás os levitas a Arão e a seus filhos, os sacerdotes; eles são dados como um
presente para mim dos filhos de Israel.
10 Nomearás Arão e seus filhos sobre o Tabernáculo do Testemunho, e eles deverão
manter seu encargo sacerdotal e todas as coisas pertencentes ao altar e a que estão
além do véu. O estranho que nelas tocar deverá morrer.
11 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
12 Eis que tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, no lugar de todo o
homem que abre a madre dentre os filhos de Israel; eles serão o seu resgate. E os
levitas serão meus.
13 Pois cada primogênito é meu. No dia em que feri a todo primogênito na terra do
Egito, eu santifiquei para mim a todos os primogênitos em Israel; tanto de homem
como de animais, eles serão meus. Eu sou o Senhor.
14 E o Senhor falou a Moisés no deserto do Sinai, dizendo:
15 Toma o número dos filhos de Levi, segundo as casas de suas famílias, segundo as
suas divisões; contareis todos os homens de um mês de idade e para cima.
16 E Moisés e Arão contaram-nos, pela palavra do Senhor, conforme o Senhor lhes
ordenara.
17 E estes foram os filhos de Levi, pelos seus nomes: Gérson, Coate e Merari.
18 E estes são os nomes dos filhos de Gérson, segundo as suas famílias: Libni e
Simei.
19 E os filhos de Coate, segundo as suas famílias: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel;
20 e os filhos de Merari, segundo as suas famílias: Mali e Musi. Estas são as famílias
dos levitas, segundo as casas de suas famílias.
21 Para Gérson pertencem a família de Libni e a família de Simei; são estas as famílias
de Gérson.
22 E a numeração deles, de acordo com o número de todo o homem de um mês de
idade e para cima, sua numeração era de sete mil e quinhentos.
23 E os filhos de Gérson acampar-se-ão atrás do Tabernáculo, para o ocidente.
24 O príncipe da casa da família de Gérson era Eliasafe, o filho de Lael.
25 O encargo dos filhos de Gérson no Tabernáculo do Testemunho foram a tenda, o
véu, a coberta da porta do Tabernáculo do Testemunho,
26 as cortinas do pátio, o véu da porta do átrio que está junto ao Tabernáculo e o
restante de todas as suas obras.
27 Para Coate pertencia uma divisão, a de Amrão, e outra divisão, a de Izar, e outra
divisão, a de Hebrom, e outra divisão, a de Uziel; estas são as divisões de Coate,
segundo a sua numeração.
28 Todos os homens, de um mês para cima, eram oito mil e seiscentos, mantendo
os encargos das coisas sagradas.
29 As famílias dos filhos de Coate acampar-se-ão ao lado do Tabernáculo, para o sul.
30 O chefe da casa das famílias das divisões de Coate era Elisafã, filho de Uziel.
31 O seu encargo eram a arca, a mesa, o candelabro, os altares, e todos os utensílios
do santuário com os quais eles fazem o serviço santo, o véu e todas as suas obras.
32 O chefe dos chefes dos levitas era Eleazar, filho do sacerdote Arão, nomeado
para manter o encargo das coisas sagradas.
33 Para Merari pertenciam a família de Mali e a família de Musi; estas são as famílias
de Merari.
34 O grupo deles, de acordo com a sua numeração, todo o homem de um mês de
idade e para cima, foi de seis mil e quinhentos.
35 O chefe da casa das famílias da divisão de Merari era Zuriel, filho de Abiail; eles se
acamparão ao lado do Tabernáculo, para o norte.
36 A fiscalização de que eram encarregados os filhos de Merari incluía os capitéis do
Tabernáculo e as suas travessas, as suas colunas, as suas bases, e todos os seus
utensílios e obras;
37 também as colunas do pátio em redor, as suas bases, as suas estacas e as suas
cordas.
38 Os que acamparão diante do Tabernáculo do Testemunho, ao leste, serão
Moisés, Arão e seus filhos, mantendo os encargos do santuário, de acordo com os
encargos dos filhos de Israel; e o estranho que se aproximar para tocá-lo deverá
morrer.
39 A numeração completa dos levitas aos quais Moisés e Arão contaram pela
palavra do Senhor, segundo as suas famílias, todo homem de um mês de idade e
para cima, foi de vinte e dois mil.
40 E o Senhor falou a Moisés, dizendo: Conta todos os homens primogênitos dos
filhos de Israel, a partir de um mês de idade e para cima, e toma o seu número,
nominalmente.
41 E tomarás para mim os levitas, pois Eu sou o Senhor, em lugar de todos os
primogênitos dos filhos de Israel, e o gado dos levitas em lugar de todos os
primogênitos entre o gado dos filhos de Israel.
42 E Moisés contou, conforme o Senhor lhe ordenara, todo primogênito entre os
filhos de Israel.
43 E todos os primogênitos do sexo masculino, numerados por nome, de um mês
de idade e para cima, que estavam de acordo com a sua numeração, foram vinte e
dois mil duzentos e setenta e três.
44 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
45 Toma os levitas em lugar de todo o primogênito dos filhos de Israel, e o gado dos
levitas em lugar de seu gado. E os levitas serão meus. Eu sou o Senhor.
46 Para o resgate dos duzentos e setenta e três que excedem os levitas no número
dos primogênitos dos filhos de Israel
47 tomarás cinco siclos por cabeça; tu os tomarás de acordo com o didracma santo,
de vinte geras cada siclo.
48 E entregarás o dinheiro a Arão e a seus filhos, o resgate daqueles que
ultrapassam em número, entre eles.
49 Então, Moisés tomou a prata, o resgate daqueles que excederam em número o
resgate dos levitas.
50 Ele tomou a prata dos primogênitos dos filhos de Israel, mil trezentos e sessenta
e cinco siclos, segundo o siclo santo.
51 E Moisés deu o resgate dos que ultrapassavam em número para Arão e seus
filhos, pela palavra do Senhor, conforme o Senhor ordenara a Moisés.
Números - Capítulo 4
1 E o Senhor falou a Moisés e a Arão, dizendo:
2 Faz a soma dos filhos de Coate, dentre os filhos de Levi, segundo as suas famílias,
segundo as casas das famílias de seus pais,
3 de vinte e cinco anos para cima, até cinquenta anos, todo aquele que vai para
ministrar, para fazer todos os trabalhos no Tabernáculo do Testemunho.
4 E estas são as obras dos filhos de Coate no Tabernáculo do Testemunho, que é
santíssimo:
5 Arão e seus filhos entrarão, quando o acampamento estiver prestes a se mover, e
tomarão o véu da sombra e cobrirão com ele a arca do testemunho.
6 Colocarão sobre ele uma cobertura, uma pele azul, e colocar-lhe-ão por cima uma
cobertura toda de azul, e lhe meterão os varais pelas argolas.
7 Eles deverão colocar sobre a mesa estabelecida para os pães da proposição um
pano todo de púrpura, e os pratos, e os incensários, e os copos, e os vasos com que
se oferecem libações; e os pães permanentes estarão sobre ela.
8 Colocarão sobre ela um pano de carmesim e o cobrirão com uma coberta azul de
pele; e deverão colocar os varais nela.
9 Então, tomarão um revestimento azul e cobrirão com ele o candelabro que dá luz,
e as suas lâmpadas, e os seus apagadores, e os seus funis, e todos os vasos de óleo
com o qual ministram.
10 Eles o colocarão, e todos os seus utensílios, em uma capa de pele azul; e deverão
colocá-los em varais.
11 Colocarão um pano azul, como uma cobertura, sobre o altar de ouro, e o cobrirão
com uma capa de pele azul, e o meterão em seus varais.
12 E tomarão todos os instrumentos de serviço com os quais ministram no
santuário, e deverão colocá-los em um pano azul e cobri-los-á com a cobertura de
pele azul; e os colocarão em cima de varais.
13 Então, ele porá a cobertura sobre o altar, e a cobrirão com um pano todo de
púrpura.
14 E colocarão sobre isto todos os utensílios com que ministram sobre ele, as
frigideiras, os garfos, as colheres, a tampa e todos os utensílios do altar; e deverão
colocar tudo isto em uma capa azul de peles, e o colocarão em seus varais; então,
tomarão um pano púrpura e cobrirão a pia e a sua base, e a colocarão em uma capa
de pele azul, metendo-a em varais.
15 Arão e seus filhos terminarão de cobrir as coisas sagradas e todos os vasos
sagrados, quando o acampamento começar a se mover; e, depois, os filhos de
Coate entrarão para pegar os móveis, mas não deverão tocar nas coisas santas, para
que não morram. Estas coisas os filhos de Coate deverão carregar do Tabernáculo
do Testemunho.
16 Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, será superintendente do óleo para a luz, e do
incenso composto, e das ofertas diárias de carne, e do óleo da unção; este é o seu
encargo, a supervisão de todo o Tabernáculo e de tudo o que há no lugar santo, em
todas as suas obras.
17 E o Senhor falou a Moisés e a Arão, dizendo:
18 Vós não devereis eliminar a família de Coate em sua tribo, tirando-a do meio dos
levitas.
19 Assim lhes fareis, e eles irão viver e não morrerão quando se aproximarem do
santo dos santos: Arão e seus filhos avançarão, e os colocarão cada um em seu
posto, para carregar.
20 E, assim, eles não deverão, de modo algum, avançarem para olhar,
repentinamente, as coisas sagradas e morrerem.
21 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
22 Toma a soma dos filhos de Gérson, e estes de acordo com as casas de sua
linhagem, de acordo com as suas famílias.
23 Toma o número deles a partir de vinte e cinco anos e acima, até a idade de
cinquenta; todo aquele que vai para ministrar, para fazer o seu trabalho no
Tabernáculo do Testemunho.
24 E este é o serviço público da família de Gérson, para ministrar e para carregar:
25 Levarão eles as peles do Tabernáculo, e o Tabernáculo do Testemunho, e o seu
véu, e a cobertura azul que estava sobre ele, e a cobertura da porta do Tabernáculo
do Testemunho,
26 e todas as cortinas do átrio que estavam sobre o Tabernáculo do Testemunho, e
os seus apêndices, e todos os vasos do serviço que os que ministram com eles
deverão usar.
27 De acordo com a direção de Arão e seus filhos será o serviço dos filhos de
Gérson, em todos os seus ministérios e em todas as suas obras; e deverás tomar a
conta deles, pelo nome, em todas as coisas por eles carregadas.
28 Este é o serviço dos filhos de Gérson no Tabernáculo do Testemunho e o seu
encargo, pela mão de Itamar, filho do sacerdote Arão.
29 E os filhos de Merari, segundo as suas famílias, segundo as casas de sua
linhagem, toma, também, o número deles.
30 Toma o número deles a partir de vinte e cinco anos de idade e para cima, até os
cinquenta anos; cada um que vai para executar os serviços do Tabernáculo do
Testemunho.
31 E estes são os encargos das coisas a serem carregadas por eles, de acordo com
todas as suas obras no Tabernáculo do Testemunho: Levarão os capitéis do
Tabernáculo, e as suas barras, e as suas colunas, e as suas bases, e o véu; e junto
deverão estar as suas bases, e as suas colunas, e a cortina da porta do Tabernáculo.
32 Levarão as colunas do pátio em redor, e junto estarão as suas bases; e levarão os
pilares do véu da porta do átrio, e as suas bases, e as suas estacas, e as suas cordas,
e todos os seus utensílios e seus instrumentos de serviço. Toma seu número por
nome, de todos os artigos do encargo das coisas que deverão ser carregadas por
eles.
33 Este é o ministério da família dos filhos de Merari em todas as suas obras no
Tabernáculo do Testemunho, pela mão de Itamar, filho do sacerdote Arão.
34 Então, Moisés e Arão, e os príncipes de Israel, tomaram o número dos filhos de
Coate segundo as suas famílias, segundo as casas de sua linhagem,
35 de vinte e cinco anos para cima até a idade de cinquenta anos, todos os que saem
para o ministério e para fazer o serviço no Tabernáculo do Testemunho.
36 E o número deles, segundo as suas famílias, era de dois mil setecentos e
cinquenta.
37 Esta é a numeração da família de Coate, todo aquele que ministra no Tabernáculo
do Testemunho, tal como Moisés e Arão os contaram, pela palavra do Senhor, pela
mão de Moisés.
38 E os filhos de Gérson foram contados segundo as suas famílias, segundo as casas
de sua linhagem,
39 de vinte e cinco anos para cima e até os cinquenta anos, cada um que vai para o
ministério e para fazer o serviço no Tabernáculo do Testemunho.
40 E o número deles, segundo as suas famílias, segundo as casas de sua linhagem,
era de dois mil seiscentos e trinta.
41 Esta é a numeração da família dos filhos de Gérson, todo aquele que ministra no
Tabernáculo do Testemunho, a quem Moisés e Arão contaram, pela palavra do
Senhor, pela mão de Moisés.
42 E também a família dos filhos de Merari foi contada de acordo com as suas
divisões, segundo a casa de seus pais,
43 a partir de vinte e cinco anos de idade e para cima, até os cinquenta anos, cada
um que sai para o ministério dos serviços do Tabernáculo do Testemunho.
44 E o número deles, segundo as suas famílias, segundo as casas de sua linhagem,
era de três mil e duzentos.
45 Esta é a numeração da família dos filhos de Merari, os quais Moisés e Arão
contaram, pela palavra do Senhor, pela mão de Moisés.
46 Todos os que foram contados por Moisés e Arão, e pelos príncipes de Israel, a
saber, os levitas, segundo as suas famílias e de acordo com as casas de sua
linhagem,
47 de vinte e cinco anos para cima e até os cinquenta anos, cada um que sai para o
serviço das obras e os encargos das coisas que são carregadas no Tabernáculo do
Testemunho,
48 todos os que contados foram oito mil quinhentos e oitenta.
49 E foi feita a sua revista, pela palavra do Senhor, pela mão de Moisés, apontando
cada homem individualmente sobre os seus respectivos trabalhos e sobre os seus
encargos. E assim eles foram contados, conforme o Senhor ordenara a Moisés.
Números - Capítulo 5
Números - Capítulo 6
1 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
2 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Qualquer homem ou mulher que,
especialmente, votar votos para consagrar-se com pureza ao Senhor,
3 abster-se-á, puramente, de vinho e de bebida forte; não beberá vinagre de vinho
nem vinagre de bebida forte. Tudo o que é feito da uva não deverá beber, nem
comerá uvas frescas ou passas.
4 Todos os dias do seu voto não comerá nada de qualquer das coisas que vêm da
vinha, do vinho feito das próprias uvas ou da casca.
5 Todos os dias da sua separação a navalha não passará sobre a sua cabeça, até os
dias se haverem cumprido, os quais prometeu ao Senhor; ele será santo, mantendo
longos os cabelos da sua cabeça.
6 Todos os dias do seu voto ao Senhor, ele não se chegará a cadáver algum,
7 seja de seu pai ou de sua mãe, de seu irmão ou de sua irmã; não se contaminará
por causa deles quando morrerem, porque o voto de Deus está sobre a sua cabeça.
8 Todos os dias do seu voto ele será consagrado ao Senhor.
9 Se alguém morrer, subitamente, junto dele, a cabeça de seu voto tornar-se-á
imunda. E rapará a sua cabeça naquele dia no qual deva ser purificado; no sétimo
dia ela será rapada.
10 Ao oitavo dia, trará duas rolas ou dois pombinhos ao sacerdote, à porta do
Tabernáculo do Testemunho.
11 O sacerdote oferecerá um deles para oferta pelo pecado e o outro para um
holocausto. E o sacerdote fará expiação por ele nas coisas em que pecou com
respeito ao corpo morto; e santificará a sua cabeça.
12 Naquele dia, será consagrado ao Senhor por todos os dias do seu voto. E trará um
cordeiro de um ano para expiação da culpa. Os dias passados não serão contados,
porque a cabeça de seu voto foi contaminada.
13 Esta é a lei daquele que fez um voto. Em qualquer dia no qual tiver cumprido os
dias de seu voto, deverá trazer a sua oferta às portas do Tabernáculo do
Testemunho,
14 e fará a sua oferta ao Senhor: um cordeiro de um ano, sem defeito, para
holocausto, uma cordeira de um ano, sem defeito, para oferta pelo pecado, um
carneiro sem defeito como oferta pacífica,
15 um cesto de pães ázimos de flor de farinha, pães amassados com azeite e bolos
ázimos untados com azeite; e a sua oferta de manjares, e a sua oferta de libação.
16 O sacerdote os apresentará perante o Senhor, oferecendo a sua oferta pelo
pecado, e o seu holocausto.
17 Ele oferecerá o carneiro como sacrifício de oferta pacífica ao Senhor, com o cesto
de pães ázimos; e o sacerdote oferecerá a sua oferta de manjares e a sua libação.
18 Então, aquele que fez o voto deverá raspar a cabeça da sua consagração às
portas do Tabernáculo do Testemunho, e porá os cabelos sobre o fogo que está sob
o sacrifício da oferta pacífica.
19 O sacerdote tomará a espádua cozida do carneiro e um pão ázimo do cesto, e um
bolo ázimo, e os porá nas mãos do devoto, depois que ele cortou os seus cabelos
consagrados.
20 E o sacerdote deverá apresentá-los como oferta diante do Senhor. Esta será a
porção santa para o sacerdote, juntamente com o peito da oferta alçada e o ombro
da oferta movida. E, depois disto, o devoto poderá beber vinho.
21 Esta é a lei do devoto que tiver votado ao Senhor a sua oferta do Senhor, com
respeito ao seu voto; afora o que ele for capaz de pagar, de acordo com o valor de
seu voto, o qual ele tiver prometido, segundo a lei da separação.
22 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
23 Fala a Aarão e a seus filhos, e diz-lhes: Assim vós abençoareis os filhos de Israel,
dizendo-lhes:
24 O Senhor te abençoe e te guarde;
25 o Senhor faça o seu rosto brilhar sobre ti, e tenha misericórdia de ti;
26 o Senhor levante o seu rosto sobre ti, e te dê a paz.
27 E, assim, eles deverão colocar o meu nome sobre os filhos de Israel. E eu, o
Senhor, os abençoarei.
Números - Capítulo 7
Números - Capítulo 8
Números - Capítulo 9
1 E o Senhor falou com Moisés no deserto do Sinai, no segundo ano depois de eles
terem saído da terra do Egito, no primeiro mês, dizendo:
2 Fala, e instrui os filhos de Israel para celebrarem a Páscoa, a seu tempo.
3 No dia catorze do primeiro mês, ao entardecer, a celebrarás, a seu tempo. Tu a
celebrarás de acordo com a sua lei e de acordo com a sua ordenança.
4 E Moisés ordenou aos filhos de Israel a sacrificarem a Páscoa
5 no décimo quarto dia do primeiro mês, no deserto do Sinai. Conforme o Senhor
designara a Moisés, assim os filhos de Israel fizeram.
6 Então, vieram homens que estavam imundos por causa de um corpo morto, e eles
não puderam celebrar a Páscoa naquele dia. E chegaram perante Moisés e Arão.
7 E os homens disseram para Moisés: Estamos imundos por causa do cadáver de um
homem. Deveremos, portanto, deixar de oferecer o dom do Senhor a seu tempo,
no meio dos filhos de Israel?
8 E Moisés respondeu-lhes: Permanecei onde estais, e irei ouvir o que irá determinar
o Senhor a vosso respeito.
9 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
10 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Qualquer que seja o homem que estiver
imundo por causa de um corpo morto, ou que estiver no meio de uma viagem para
longe, dentre vós ou dentre os vossos descendentes, ele deverá, então, celebrar a
Páscoa ao Senhor
11 no segundo mês, no décimo quarto dia. Ao entardecer deverá ofertar. Com pães
ázimos e ervas amargas a comerão.
12 Não poderão deixar sobrar nada dela até a manhã seguinte, e não deverão
quebrar um só osso dela. Sacrificarão de acordo com a ordenança da Páscoa.
13 E qualquer homem que estiver limpo, e não estiver longe, em viagem, e deixar de
celebrar a Páscoa, essa alma será extirpada do seu povo, porquanto não ofereceu o
dom do Senhor em seu tempo. Tal homem levará a sua iniquidade.
14 E se acontecer de vir para o meio de vós um estranho, em vossa terra, e celebrar
a Páscoa ao Senhor, deverá ele celebrá-la de acordo com a lei da Páscoa e segundo
a sua ordenação. Haverá uma só lei para vós outros, tanto para o estranho como
para os nativos da terra.
15 No dia em que o Tabernáculo foi armado a nuvem o encobriu, a saber, o lugar do
Testemunho. E, à noite, havia sobre o Tabernáculo como uma aparência de fogo, e
até à manhã.
16 E desta forma era, de contínuo: a nuvem o cobria durante o dia, e a aparência de
fogo durante a noite.
17 Quando a nuvem levantava-se do Tabernáculo, depois disto, os filhos de Israel
partiam. E em qualquer lugar no qual a nuvem repousava, ali os filhos de Israel se
acampavam.
18 Os filhos de Israel deviam de acampar-se pelo comando do Senhor, e pelo
comando do Senhor deviam partir. Por todos os dias durante os quais a nuvem
ensombrava o Tabernáculo os filhos de Israel deveriam permanecer acampados.
19 Sempre que a nuvem permanecesse sobre o Tabernáculo por muitos dias, então
os filhos de Israel deveriam manter o encargo de Deus, e não partiriam.
20 Desta forma, sempre que a nuvem ensombrasse o Tabernáculo por vários dias
eles deveriam acampar, pela palavra do Senhor, e partir pelo comando do Senhor.
21 Sempre que a nuvem permanecesse desde a tarde até pela manhã, subindo
durante a manhã, então eles deveriam partir, de dia ou de noite.
22 Permanecendo a nuvem por um mês inteiro a ensombrar o Tabernáculo os filhos
de Israel deveriam acampar-se, e não se afastavam.
23 Porque eles deveriam partir ao comando do Senhor; e guardavam eles a
ordenança do Senhor, pelo comando do Senhor, por intermédio de Moisés.
Números - Capítulo 10
Números - Capítulo 11
Números - Capítulo 12
1 Miriã e Arão falaram contra Moisés por causa da mulher etíope que ele tomara;
porquanto Moisés tinha tomado uma mulher etíope.
2 E disseram: Tem o Senhor falado a Moisés somente? Não tem ele falado também
conosco? E o Senhor o escutou.
3 Ora, o homem Moisés era muito manso, mais do que todos os homens que
estavam sobre a terra.
4 E o Senhor disse, de imediato, a Moisés, a Arão e a Miriã: Venham, os três, ao
Tabernáculo do Testemunho.
5 Então, os três foram para o Tabernáculo do Testemunho, e o Senhor desceu em
uma coluna de nuvem, parando à porta do Tabernáculo do Testemunho. Arão e
Miriã foram chamados, e se aproximaram.
6 E disse-lhes Ele: Ouvi as minhas palavras. Se acontecer de um de vós ser profeta
do Senhor, dar-me-ei a conhecer a ele em uma visão, e durante o sono eu falarei
com ele.
7 Porém Moisés, meu servo, não é assim; pois ele é fiel em toda a minha casa.
8 Falarei com ele de forma aparente, boca a boca, e não em discursos obscuros;
pois ele tem visto a glória do Senhor. E porque não temestes falar contra o meu
servo Moisés?
9 E a grande ira do Senhor estava sobre eles. E ele partiu.
10 Afastou-se a nuvem da tenda, e eis que Miriã estava leprosa, branca como a neve.
Arão olhou para Miriã, e eis que ela estava leprosa.
11 E Arão disse a Moisés: Peço-te, meu senhor, não coloques este pecado sobre nós;
pois estávamos em ignorância, e por isto pecamos.
12 Não seja ela como se já estivesse morta, como um aborto saindo do ventre de sua
mãe, quando a doença devora, já, a metade da carne.
13 Então, Moisés clamou ao Senhor, dizendo: Ó Deus, rogo-te, cura-a.
14 E o Senhor disse a Moisés: Se seu pai houvesse tão somente cuspido em seu
rosto, não permaneceria ela envergonhada por sete dias? Deixai-a estar afastada
por sete dias, fora do acampamento, e depois disto ela entrará.
15 E Miriã ficou separada, fora do acampamento, por sete dias; e o povo não
avançou até que Miriã ficou purificada.
Números - Capítulo 13
1 Então, toda a congregação levantou a sua voz e gritou, e o povo chorou a noite
toda.
2 Os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e Arão, e toda a congregação lhes
disse:
3 Antes tivéssemos morrido na terra do Egito! Ou tivéssemos, antes, morrido neste
deserto! E por que o Senhor nos traz a esta terra, para entrarmos em guerra?
Nossas mulheres e nossos filhos serão por presa. Agora, então, é melhor voltarmos
para o Egito.
4 E disseram uns aos outros: Vamos eleger um governante e voltar para o Egito.
5 Então, Moisés e Arão caíram sobre seus rostos, perante toda a congregação dos
filhos de Israel.
6 Mas Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, do número dos que espiaram a
terra, rasgaram as suas vestes
7 e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra que
pesquisamos é realmente muito boa.
8 Se o Senhor nos tem escolhido, ele nos fará entrar nessa terra e no-la dará; uma
terra que mana leite e mel.
9 Tão somente não vos afasteis do Senhor, e não temais o povo desta terra, pois
eles são alimento para nós. A época de prosperidade afastou-se deles, porém o
Senhor está entre nós. Não os temais.
10 Então, toda a congregação desejou apedrejá-los, mas a glória do Senhor
apareceu na nuvem, sobre o Tabernáculo do Testemunho para todos os filhos de
Israel.
11 E o Senhor disse a Moisés: Quanto tempo, ainda, este povo me provocará? E por
quanto tempo eles se recusarão, ainda, a acreditar-me, com todos os sinais que
tenho feito entre eles?
12 Feri-los-ei com a morte; destruí-los-ei e farei de ti e da casa de teu pai uma grande
nação, muito maior do que esta.
13 E disse Moisés ao Senhor: O Egito, então, deverá ouvir acerca disto. Pois fizeste
subir este povo do meio deles, com o teu poder.
14 Além disso, todos os moradores que estão sobre esta terra já ouviram falar que
tu és Senhor no meio deste povo. Que, ó Senhor, és visto por eles face a face e a tua
nuvem descansa sobre eles, e que vais adiante deles de dia numa coluna de nuvem,
e de noite numa coluna de fogo.
15 Se destruires esta nação como a um só homem, então todas as nações que
ouviram do teu nome falarão, dizendo:
16 Porque o Senhor não podia introduzir este povo na terra que jurou dar-lhes,
derrubou-os no deserto.
17 E agora, ó Senhor, deixa que a tua força seja exaltada, conforme falaste, dizendo:
18 O Senhor é longânimo, misericordioso e verdadeiro, removendo transgressões,
iniquidades e pecados. Ele não inocenta o culpado, visitando os pecados dos pais
nos filhos até à terceira e a quarta geração.
19 Perdoa este povo dos seus pecados, de acordo com a tua grande misericórdia,
assim como foste favorável para com eles, desde o Egito e até agora.
20 E o Senhor disse a Moisés: Serei misericordioso com eles, segundo a tua palavra.
21 Entretanto, porque eu vivo e o meu nome vive, por este motivo a glória do
Senhor irá encher toda a terra.
22 Todos os homens que vêem a minha glória e os sinais que fiz no Egito e no
deserto, os quais me tentaram esta décima vez, não obedecendo a minha voz,
23 com certeza não irão ver a terra que jurei dar a seus pais. Os seus filhos que estão
aqui comigo, tantos quantos não conhecem bem nem mal, todos os jovens
inexperientes, para eles eu darei a terra. Mas nenhum dos que me provocaram a
verá.
24 Entretanto, o meu servo Calebe, porque havia nele outro espírito e seguiu após
mim, irei trazê-lo para a terra na qual adentrou, e a sua semente a herdará.
25 Contudo, Amaleque e o cananeu habitam no vale. Volta-te, amanhã, e parte para
o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho.
26 E o Senhor falou a Moisés e a Arão, dizendo:
27 Por quanto tempo, ainda, deverei suportar esta congregação ímpia? Eu ouvi as
suas murmurações contra mim, o murmurar dos filhos de Israel, e o que eles têm
murmurado a respeito de ti.
28 Dize-lhes: Como eu vivo, diz o Senhor, certamente, conforme falastes aos meus
ouvidos, assim farei convosco.
29 Vossos cadáveres cairão neste deserto, e todos aqueles dentre vós que foram
recenseados, que foram contados a partir de vinte anos para cima, todos os que
murmuraram contra mim,
30 não haverão de entrar na terra à qual eu estendi a minha mão para estabelecer-
vos sobre ela, com exceção de Calebe, filho de Jefoné, e de Josué, filho de Num.
31 Porém, vossos pequeninos, dos quais dissestes que seriam por presa, a estes
introduzirei na terra; e eles herdarão a terra a qual tendes rejeitado.
32 Mas os vossos cadáveres cairão neste deserto.
33 Vossos filhos serão alimentados no deserto por quarenta anos, e eles carregarão
a vossa fornicação até que vossos cadáveres sejam consumidos no deserto.
34 De acordo com o número de dias durante os quais espiastes a terra, quarenta
dias, um dia por um ano, devereis carregar vossos pecados, por quarenta anos; e
conhecereis a minha ira.
35 Eu, o Senhor, o tenho falado. Certamente irei fazer assim com esta má
congregação que se levantou contra mim; neste deserto eles serão totalmente
consumidos, e nele morrerão.
36 E os homens que Moisés enviara a espiar a terra, os quais vieram e murmuraram
contra ele perante a assembléia, de modo a proferirem palavras ruins concernentes
a terra,
37 todos os homens que fizeram relatórios maus contra a terra, morreram de praga
perante o Senhor.
38 Porém Josué, filho de Num, e Calebe filho de Jefoné, ainda viviam, daqueles
homens que foram espiar a terra.
39 E Moisés falou estas palavras a todos os filhos de Israel, e o povo se entristeceu
muito.
40 Então, levantaram-se cedo pela manhã e foram até o topo da montanha,
dizendo: Eis que nós, os que aqui estamos, subiremos até o lugar que o Senhor tem
falado, porquanto pecamos.
41 E Moisés disse: Por que transgredis a palavra do Senhor? Não sereis bem
sucedidos.
42 Não subais, pois o Senhor não está convosco, e caireis diante da face de vossos
inimigos.
43 Porquanto Amaleque e o cananeu estão diante de vós, e caireis à espada, porque
tendes desobedecido a Deus e vos desviastes; e o Senhor não estará no meio de
vós.
44 Porém, havendo forçado passagem, subiram ao topo da montanha. Mas a arca
da Aliança do Senhor e Moisés não sairam para fora do acampamento.
45 Então, Amaleque e o cananeu que habitavam naquela montanha desceram e os
expulsaram, derrotando-os até Hormá; e eles voltaram para o acampamento.
Números - Capítulo 15
Números - Capítulo 16
1 Coré, filho de Isar, filho de Coate, filho de Levi, com Datã e Abirão, filhos de Eliabe,
e Om, filho de Pelete, filho de Rúben, falaram,
2 e levantaram-se diante de Moisés, com duzentos e cinquenta homens dos filhos
de Israel, chefes da assembléia, conselheiros eleitos e homens de renome.
3 Eles se levantaram contra Moisés e Arão, e disseram: Que isto seja suficiente para
vós, pois que toda a congregação é santa e o Senhor está no meio deles. Por que,
então, vos levantais acima da congregação do Senhor?
4 Quando Moisés ouviu isso, caiu sobre seu rosto.
5 E falou a Coré e a toda a sua congregação, dizendo: Deus tem visitado e conhecido
aqueles que são seus e que são santos, trazendo-os para si mesmo; aos que
escolheu para si mesmo, ele também trouxe para si mesmo.
6 Fazei isto: Tomai para vós incensários, Coré e toda a sua assembléia.
7 Ponde fogo neles, e sobre eles deitai incenso, perante o Senhor, amanhã. E deverá
acontecer que o homem a quem o Senhor escolher, ele será o santo. Que isto vos
seja suficiente, ó filhos de Levi!
8 E Moisés disse a Coré: Ouvi-me, ó filhos de Levi.
9 É uma coisa pequena para vós que o Deus de Israel vos tenha separado da
congregação de Israel, tendo-vos trazido para perto de si, para ministrar nos
serviços do Tabernáculo do Senhor e para permanecer diante do Tabernáculo,
ministrando por eles?
10 Aproximou ele a ti e a todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo, E buscais
ser sacerdotes, também?
11 Assim é contigo e com toda a tua congregação que está reunida contra Deus. E
quem é Arão, para que murmureis contra ele?
12 Então, Moisés mandou chamar a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe. Porém, eles
disseram: Não subiremos.
13 É uma coisa pequena que nos fizeste sair de uma terra que mana leite e mel para
nos matares no deserto, e que dominas completamente sobre nós?
14 És tu um príncipe, e nos trouxeste a uma terra que mana leite e mel, e deste-nos
uma herança de terras e vinhas? Pretendes ter tirado para fora os olhos daqueles
homens? Não subiremos.
15 Moisés estava mui indignado, e disse ao Senhor: Não atentes para o seu sacrifício.
Eu não tenho tirado o que deseja qualquer um deles, nem tampouco tenho ferido a
qualquer um deles.
16 E Moisés disse a Coré: Santifica a tua congregação, e estejais preparados diante
do Senhor, tu, Arão e eles, amanhã.
17 Tomareis cada um o seu incensário, e haveis de colocar incenso sobre eles; e
deverá levar cada um o seu incensário perante o Senhor, duzentos e cinqüenta
incensários. Tu e Arão deverão trazer, cada um, o seu incensário.
18 Então, cada homem pegou o seu incensário, e puseram neles o fogo, e puseram
incenso sobre eles. Mas Moisés e Arão permaneceram as portas do Tabernáculo do
Testemunho.
19 Coré levantou contra eles toda a sua congregação, à porta do Tabernáculo do
Testemunho. Então, a glória do Senhor apareceu para toda a congregação.
20 E o Senhor falou a Moisés e Arão, dizendo:
21 Separem a si mesmos do meio desta congregação, e irei consumi-los de uma vez.
22 Contudo, eles caíram em seus rostos, e disseram: Ó Deus, Deus dos espíritos e de
toda a carne! Se um só homem tem pecado, deverá a ira do Senhor cair sobre toda a
congregação?
23 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
24 Fala a congregação, e dize-lhes: Retirai-vos das proximidades da congregação de
Coré.
25 Moisés levantou-se e foi ter com Datã e Abirão, e todos os anciãos de Israel
foram com ele.
26 E falou à congregação, dizendo: Apartai-vos das tendas destes homens
perversos, e não toqueis em nada que lhes pertence, para que não sejais
consumidos com eles em todos os seus pecados.
27 E puseram-se eles afastados das proximidades da tenda de Coré. Mas Datã e
Abirão saíram e ficaram ao lado das portas de suas tendas, com suas esposas, seus
filhos e as suas coisas.
28 Então, disse Moisés: Nisto sabereis que o Senhor me enviou a realizar todas estas
obras, e que não as tenho feito de mim mesmo.
29 Se estes homens morrerem de acordo com a morte de todos os homens, se
ainda a sua visitação vier a ser de acordo com a visitação de todos os homens, então
o Senhor não me enviou.
30 Porém, se o Senhor fizer algo maravilhoso, e a terra abrir a sua boca e engoli-los,
e as suas casas e as suas tendas e a tudo o que lhes pertence, descendo eles vivos
ao Hades, então sabereis que estes homens tem provocado ao Senhor.
31 Quando ele terminou de falar todas estas palavras, fendeu-se o chão sob eles.
32 A terra se abriu e tragou-os e as suas casas, a todos os homens que estavam com
Coré, e ao seu gado.
33 Eles desceram com tudo o que tinham, vivos, ao Hades, e a terra os cobriu; e
pereceram do meio da congregação.
34 E todo o Israel, que estava ao seu redor, fugiu do som deles, porquanto
disseram: Que a Terra não nos trague também.
35 Um fogo procedeu do Senhor, consumindo os duzentos e cinquenta homens que
ofereciam incenso.
36 E o Senhor disse a Moisés
37 e a Eleazar, o filho do sacerdote Arão: Apanhai os incensários de metal do meio
dos homens que foram queimados e espalhai, longe, o fogo estranho, pois têm sido
santificados os incensários
38 destes pecadores contra as suas próprias almas. Fazei com eles placas batidas
para cobertura do altar, porque foram levados diante do Senhor e santificados. E
tornaram-se um sinal para os filhos de Israel.
39 Então Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, tomou os incensários de metal que os
homens que tinham sido queimados haviam trazido e colocou-os como uma
cobertura sobre o altar,
40 um memorial aos filhos de Israel de que nenhum estranho, que não seja da
descendência de Arão, pode se aproximar para oferecer incenso diante do Senhor,
para que não seja como Coré e os que conspiraram com ele, conforme o Senhor
falou-lhe, por intermédio de Moisés.
41 Mas os filhos de Israel murmuraram, no dia seguinte, contra Moisés e Arão,
dizendo: Vós tendes matado o povo do Senhor.
42 E sucedeu, quando a congregação se combinou contra Moisés e Arão, que eles
correram rapidamente para o Tabernáculo do Testemunho e a nuvem o encobriu; e
a glória do Senhor apareceu.
43 Moisés e Arão entraram, em frente ao Tabernáculo do Testemunho.
44 E o Senhor falou a Moisés e Arão, dizendo:
45 Saí do meio desta congregação e irei consumi-los de uma vez. Mas eles caíram
sobre seus rostos.
46 Então, Moisés disse a Arão: Toma o teu incensário e põe nele fogo do altar; deita
incenso sobre ele e leva-o, sem demora, para o acampamento, fazendo expiação
por eles; pois a ira tem já saído da presença do Senhor e começou a destruir o povo.
47 Arão tomou o incensário, como Moisés lhe dissera, e correu para o meio da
congregação, pois já a praga havia começado entre o povo; e deitou incenso nele,
fazendo expiação pelo povo.
48 Ficou ele entre os mortos e os vivos, e a praga cessou.
49 E os que morreram daquela praga foram catorze mil e setecentos, além dos que
morreram por causa de Coré.
50 Então, voltaram Arão a Moisés à porta do Tabernáculo do Testemunho, e a praga
cessou.
Números - Capítulo 17
Números - Capítulo 18
1 Então, o Senhor falou a Arão, dizendo: Tu e teus filhos, e a casa de teu pai,
devereis levar sobre vós os pecados relativos às coisas sagradas; tu e teus filhos
levareis sobre vós a iniquidade do vosso sacerdócio.
2 Toma os teus irmãos, a tribo de Levi, a família de teu pai, e faz com que eles se
ajuntem a ti, e ministrem para ti; e tu e teus filhos que estão contigo ministrareis
perante o Tabernáculo do Testemunho.
3 Eles guardarão teus encargos e os encargos do Tabernáculo; tão somente não
deverão aproximar-se dos vasos sagrados e do altar, para que nem eles nem tu
venham a morrer.
4 Eles deverão estar ligados a ti, e manterão os encargos do Tabernáculo do
Testemunho em todos os serviços do Tabernáculo. O estranho, contudo, não se
chegará a ti.
5 Devereis manter os encargos das coisas sagradas e os encargos do altar e, assim,
não haverá ira contra os filhos de Israel.
6 Eu tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel, um
presente dado ao Senhor para ministrar no serviço do Tabernáculo do Testemunho.
7 Tu e teus filhos depois de ti devereis manter o vosso ministério sacerdotal de
acordo com toda a formalidade do altar e do que está por dentro do véu;
ministrareis nos serviços como o ofício de vosso sacerdócio. E o estranho que se
aproximar deverá morrer.
8 E o Senhor disse a Arão: Eis que eu tenho dado a ti o encargo dos primeiros frutos
de todas as coisas consagradas a mim pelos filhos de Israel, e os dei a ti como uma
honra, e para os teus filhos depois de ti, como uma lei perpétua.
9 Que isto seja para ti, de todas as coisas santas que são consagradas para mim, até
mesmo dos holocaustos, de todos os seus dons e de todos os seus sacrifícios, e de
cada oferta pela culpa deles, e de todas as suas ofertas pelo pecado: tudo o que eles
me derem de todas as suas coisas sagradas deverá ser teu e de teus filhos.
10 No lugar santíssimo as comereis. Todos os homens deverão comer, tu e teus
filhos. Elas deverão ser sagradas para ti.
11 E isto será para ti, dos primeiros frutos de seus dons, de todas as ofertas movidas
dos filhos de Israel. Para ti eu as tenho dado, e para teus filhos e tuas filhas contigo,
uma lei perpétua. Cada pessoa limpa em tua casa as comerá.
12 Toda oferta de primícias de azeite e toda oferta de primícias de vinhos, e seus
primeiros frutos de cereal, tudo o que eles oferecerem ao Senhor, a ti o tenho dado.
13 Todos os primeiros frutos que estão em suas terras, tudo o que eles oferecerem
ao Senhor será teu. Cada pessoa limpa na tua casa o comerá.
14 Toda coisa consagrada entre os filhos de Israel será tua.
15 Cada coisa que abre o útero de qualquer carne, tudo o que eles trouxerem para o
Senhor, seja homem ou besta, será teu. Somente o primogênito dos homens será,
certamente, redimido, e deverás resgatar o primogênito de gado imundo.
16 A redenção deles será a partir de um mês de idade. Sua avaliação será de cinco
siclos, o que corresponde a vinte óboli, segundo o siclo santo.
17 Porém, tu não resgatarás o primogênito do gado, nem o primogênito das
ovelhas, nem o primogênito das cabras, pois são santos. Derramarás seu sangue
sobre o altar e oferecerás a sua gordura como uma oferta-queimada, para um
cheiro de aroma suave ao Senhor.
18 A carne será tua, assim como o peito da oferta movida e o ombro direito. Isto
será teu.
19 Toda oferta especial das coisas sagradas, tudo que os filhos de Israel
especialmente oferecerem ao Senhor, tenho dado a ti, a teus filhos e a tuas filhas
contigo, uma ordenança perpétua. É uma aliança de sal, para sempre, diante do
Senhor, para ti e para a tua descendência depois de ti.
20 E o Senhor disse a Arão: Não terás herança na sua terra nem qualquer porção
entre eles, porque eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel.
21 Eis que tenho dado aos filhos de Levi todos os dízimos em Israel por herança, por
seus serviços que eles prestam no ministério do Tabernáculo do Testemunho.
22 E os filhos de Israel não deverão mais se aproximar do Tabernáculo do
Testemunho, para não incorrerem em culpa fatal.
23 O próprio levita executará o serviço do Tabernáculo do Testemunho; eles
deverão carregar as suas iniquidades, é um estatuto perpétuo nas suas gerações. E,
no meio dos filhos de Israel, não deverão receber uma herança.
24 Porque eu tenho dado como uma porção distinta aos levitas, como herança, os
dízimos dos filhos de Israel, tudo o que eles deverão oferecer ao Senhor. Porquanto
eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel não terão herança.
25 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
26 Deverás, ainda, falar com os levitas, e dir-lhes-ás: Se tomardes o dízimo dos filhos
de Israel, que vos tenho dado em herança, então devereis separar dele uma oferta
alçada ao Senhor, um dízimo do dízimo.
27 E as vossas ofertas alçadas vos serão atribuidas como o cereal da eira, e como
uma oferta do lagar.
28 Assim, também vós as separareis de todas as ofertas do Senhor, de todos os
vossos dízimos, de tudo o que haveis de receber dos filhos de Israel; e dareis delas
uma oferta para o Senhor a Arão, o sacerdote.
29 De todos as suas dádivas devereis oferecer uma oferta ao Senhor, e de todos os
primeiros frutos a sua parte consagrada.
30 Dize-lhes: Quando oferecerdes os primeiros frutos disto, então será contado
para os levitas como o produto da eira, e como o produto do lagar.
31 E o comereis em todo lugar, vós e as vossas famílias, porque esta é a recompensa
por vossos serviços no Tabernáculo do Testemunho.
32E não ireis incorrer em pecado por causa disto, porque tereis oferecido uma
oferta de seus primeiros frutos; e não profanareis as coisas santas dos filhos de
Israel, para que não morrais.
Números - Capítulo 19
Números - Capítulo 20
Números - Capítulo 21
1 Arade, o rei cananeu que habitava no deserto, ouviu que Israel vinha pelo caminho
de Atarim. E ele fez guerra contra Israel, levando alguns deles cativos.
2 Então, Israel fez um voto ao Senhor, e disse: Se entregares este povo nas minhas
mãos, irei dedicá-lo, e as suas cidades, para ti.
3 O Senhor ouviu a voz de Israel e entregou o cananeu em seu poder. E Israel
dedicou a ele e as suas cidades. E chamaram o nome daquele lugar Anátema.
4 Tendo partido do Monte Hor pelo caminho que conduz ao Mar Vermelho,
rodearam a terra de Edom; e as pessoas perderam a coragem no caminho.
5 E o povo falou contra Deus e contra Moisés, dizendo: Por que isso? Conduziste-nos
para fora do Egito para matar-nos no deserto? Pois não há pão nem água, e a nossa
alma abomina este pão leve.
6 Então, o Senhor mandou para o meio do povo serpentes mortais, e elas os
mordiam; e uma grande parte do povo dos filhos de Israel morreu.
7 E as pessoas vieram a Moisés, e disseram: Pecamos, porquanto temos falado
contra o Senhor e contra ti. Rogai, pois, ao Senhor, e que ele retire as serpentes de
nós.
8 Então, Moisés orou ao Senhor pelo povo, e o Senhor disse-lhe: Faze uma serpente
e coloca-a num poste; e deverá acontecer que, sempre que uma serpente vier a
morder um homem, aquele que tiver sido mordido e olhar para ela viverá.
9 Moisés fez uma serpente de bronze e colocou-a sobre um poste. E aconteceu que
quando uma serpente picava um homem ele olhava para a serpente de bronze, e
vivia.
10 Então, os filhos de Israel partiram e se acamparam em Obote.
11 Tendo partido de Obote, acamparam-se em Ijé-Abarim, no lado mais distante do
deserto, que está oposto a Moabe, em direção ao leste.
12 E partiram dali, e acamparam-se no vale de Zerede.
13 E partiram dali, e acamparam-se no outro lado do Arnon, no deserto, no país que
se estende desde o território dos amorreus. Porque Arnom é as fronteiras de
Moabe, entre Moabe e os Amorreus.
14 Por isso, se diz em um livro, Uma guerra do Senhor tem incendiado Sufá e os
ribeiros de Arnom.
15 Ele designou ribeiros, para que Ar habitasse lá. Ela está situada perto das costas
de Moabe.
16 Dali vieram para o poço. Este é o poço do qual o Senhor disse a Moisés: Ajunta o
povo, e dar-lhes-ei água para beber.
17 Então, Israel cantou este cântico, junto ao poço. Início do Cantar do Poço:
18 Os príncipes cavaram-no, os reis das nações em seu reino; na sua senhoria,
aprofundaram-no na rocha. E saíram do poço, para Mataná,
19 e de Mataná para Naaliel, e de Naaliel para Bamote, e de Bamote para Janen, que
está na planície de Moabe, tal como é vista do topo da rocha escavada que olha
para o deserto.
20 Então, Moisés mandou embaixadores a Seom, rei dos amorreus, com palavras de
paz, dizendo:
21 Nós iremos passar pela tua terra; iremos pelo caminho, não nos desviaremos para
o campo ou para a vinha.
22 Não beberemos água do teu poço. Iremos pela estrada real, até que tenhamos
passado os teus limites.
23 Mas Seom não permitiu a Israel passar por suas fronteiras. E Seom reuniu todo o
seu povo, saindo para aprontar a batalha contra Israel, no deserto. Ele veio para
Jasa, e aprontou a batalha contra Israel.
24 Porém, Israel o feriu com matança de espada; e tornaram-se donos de sua terra
desde Arnom até o Jaboque, tão distante quanto os filhos de Amom. Porquanto
Jazer é as fronteiras dos filhos de Amom.
25 Israel tomou todas as suas cidades. E habitou em todas as cidades dos amorreus,
em Hesbom e em todas as cidades que pertencem a ela.
26 Pois Hesbom é a cidade de Seom, rei dos amorreus; anteriormente, ele lutou
contra o rei de Moabe e tomou toda a sua terra, desde Aroer até Arnom.
27 Por esse motivo, dizem os que lidam com enigmas: Vinde para Hesbom; que a
cidade de Seom seja construída e preparada.
28 Porque fogo saiu de Hesbom, uma chama saiu da cidade de Seom, e consumiu
até Moabe, e consumiu os pilares do Arnom.
29 Ai de ti, Moabe! Estás perdido, tu, povo de Camos. Seus filhos são vendidos para
serem preservados, e suas filhas são cativas de Seom, rei dos amorreus.
30 A sua posteridade perecerá desde Hesbom até Dibom. Suas mulheres, ainda
mais, acenderam um fogo contra Moabe.
31 E Israel habitou em todas as cidades dos amorreus.
32 Então, Moisés mandou espiar a Jazer. E tomaram-na e as suas aldeias,
expulsando os amorreus que habitavam ali.
33 E havendo retornado, subiram pela estrada que leva a Basã. Ogue, rei de Basã,
saíu ao encontro deles, com todo o seu povo, para a guerra em Edrei.
34 Mas o Senhor disse a Moisés: Não o temas, porque entreguei a ele e todo o seu
povo, e a toda a sua terra, em tuas mãos; farás a ele como fizeste a Seom, rei dos
amorreus, que habitava em Hesbom.
35 Então, ele o feriu e a seus filhos, e a todo o seu povo, até que não deixou nenhum
dos seus para ser capturado vivo. E eles herdaram suas terras.
Números - Capítulo 22
Números - Capítulo 23
1 E Balaão disse para Balaque: Edifica-me aqui sete altares, e prepara-me, aqui, sete
bezerros e sete carneiros.
2 Balaque fez como Balaão lhe dissera, oferecendo um bezerro e um carneiro sobre
cada altar.
3 Então, Balaão disse para Balaque: Permanece junto ao teu sacrifício, e irei ver se
Deus irá aparecer para mim, vindo ao meu encontro; a palavra que Ele me mostrar
eu te informarei. E Balaque permaneceu junto ao seu sacrifício.
4 E Balaão foi consultar a Deus. Ele adiantou-se e, então, Deus lhe apareceu. E
Balaão falou-lhe, dizendo: Tenho já preparado sete altares, e oferecido um bezerro
e um carneiro sobre cada altar.
5 Então, Deus pôs uma palavra na boca de Balaão, e disse-lhe: Tornarás a Balaque, e
desta maneira lhe falarás.
6 Retornou ele, pois, a Balaque, e eis que ele ainda se encontrava junto aos seus
holocaustos, e todos os príncipes dos moabitas com ele; e o Espírito de Deus veio
sobre ele.
7 Então, ele começou a sua parábola, dizendo: Balaque, rei de Moabe, mandou
chamar-me da Mesopotâmia, das montanhas do oriente, dizendo: Vem, amaldiçoa-
me a Jacó; vem invocar para mim uma maldição sobre Israel.
8 Como posso amaldiçoar a quem o Senhor não amaldiçoa? Ou como posso dedicar
a quem Deus não dedica?
9 Pois do cume das montanhas deverei contemplá-lo, e dos montes o observarei. Eis
que o povo habitará só e não será reputado entre as nações.
10 Quem tem, exatamente, calculado a descendência de Jacó, e quem irá enumerar
as famílias de Israel? Que a minha alma pereça com as almas dos justos, e que a
minha descendência seja como a sua descendência!
11 Então, Balaque disse a Balaão: Que fizeste para mim? Chamei-te para amaldiçoar
os meus inimigos, e eis que tu os abençoaste grandemente.
12 Mas Balaão disse para Balaque: Tudo aquilo que o Senhor colocar em minha boca,
não terei cuidado de falar?
13 Balaque, porém, disse-lhe: Vem comigo, ainda, para outro lugar de onde não
verás o povo, porém verás somente uma parte dele; e não os verás todos. E
amaldiçoa-o dali.
14 Então, ele o levou para um lugar alto do campo, para o topo da rocha escavada, e
lá construiu sete altares, oferecendo um bezerro e um carneiro sobre cada altar.
15 E Balaão disse a Balaque: Permanece junto ao teu sacrifício, enquanto eu irei
consultar a Deus.
16 E Deus se encontrou com Balaão, e pôs uma palavra em sua boca, dizendo:
Retorna a Balaque e, desta maneira, lhe falarás.
17 Voltou ele para Balaque, que estava ainda de pé junto ao seu sacrifício de
holocausto, e todos os príncipes dos moabitas com ele; e Balaque lhe perguntou: O
que o Senhor falou?
18 Então, ele começou a sua parábola, dizendo: Levanta-te, Balaque, e ouve; ouve
como uma testemunha, filho de Sefor.
19 Deus não é como o homem para vacilar, nem como o filho do homem para ser
ameaçado. Deverá ele dizer e não cumprir? Falará e não manterá a sua palavra?
20 Eis que recebi mandado de abençoar. Eu abençoarei, e não voltarei atrás.
21 Não haverá problemas em Jacó, nem tristeza será vista em Israel. O Senhor seu
Deus está com ele, as glórias dos governantes estão nele.
22 Foi Deus quem o trouxe para fora do Egito. Ele tem como se fosse a glória de um
unicórnio.
23 Pois não há adivinhação em Jacó, nem encantamento em Israel. No tempo
devido deverá ser dito a Jacó e a Israel o que Deus irá realizar.
24 Eis que o povo se levantará como um leãozinho e exaltar-se-á como um leão; não
se deitará até que tenha devorado a presa, e beberá o sangue dos que forem
mortos.
25 Então, Balaque disse a Balaão: Nem amaldiçoes a este povo completamente,
para mim, nem os abençoes completamente.
26 Mas Balaão respondeu, e disse a Balaque: Não te falei eu, dizendo-te: Tudo aquilo
que Deus falar para mim, isto irei fazer?
27 E Balaque disse a Balaão: Vem, levar-te-ei para outro lugar, para ver se isto será
agradável a Deus. E amaldiçoa-o para mim, dali.
28 Então, Balaque levou Balaão ao cume de Peor, que se estende para o deserto.
29 E disse Balaão a Balaque: Edifica-me, aqui, sete altares, e prepara-me, aqui, sete
bezerros e sete carneiros.
30 E Balaque fez como Balaão lhe dissera, oferecendo um bezerro e um carneiro
sobre cada altar.
Números - Capítulo 25
Números - Capítulo 27
1 Então, as filhas de Zelofeade, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir, da
tribo de Manassés, um dos filhos de José, aproximaram-se. E estes eram os seus
nomes: Maalá, Noa, Hogla, Milca e Tirza.
2 Elas ficaram diante de Moisés e de Eleazar, o sacerdote, e diante dos príncipes, e
perante toda a congregação à porta da Tabernáculo do Testemunho, dizendo:
3 Nosso pai morreu no deserto, e ele não estava no meio da congregação que se
rebelou contra o Senhor no ajuntamento de Coré; contudo, ele morreu por seu
próprio pecado, e não teve filhos. Não deixem o nome do nosso pai ser riscado do
meio do seu povo, porquanto ele não tem um filho. Deem-nos uma herança no meio
dos irmãos de nosso pai.
4 Então, Moisés levou o seu caso perante o Senhor.
5 E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
6 As filhas de Zelofeade tem falado com razão. Tu, certamente, lhes darás a posse
de uma herança no meio dos irmãos de seu pai, e atribuirás a herança de seu pai à
elas.
7 E falarás com os filhos de Israel, dizendo:
8 Se um homem morrer e não tiver filho, fareis ir a sua herança para a sua filha.
9 Porém, se não tiver filha, dareis a sua herança ao seu irmão.
10 E se ele não tiver irmãos, dareis a sua herança aos irmãos de seu pai.
11 Mas se não houver irmãos de seu pai, dareis a sua herança ao parente mais
próximo de sua tribo, para herdar seus bens. Isso deverá ser para os filhos de Israel
uma prescrição de juízo, conforme o Senhor ordenara a Moisés.
12 E o Senhor disse a Moisés: Sobe a montanha que está no país, para além do
Jordão, o monte Nebo, e contempla a terra de Canaã, a qual eu dou aos filhos de
Israel em possessão.
13 Tu a verás, e também tu serás adicionado ao teu povo, como Arão teu irmão foi
adicionado a ele, no monte Or;
14 porquanto transgredistes o meu mandamento no deserto de Zim, quando a
congregação resistiu e se recusou a me santificar. E não me santificastes junto a
água, diante deles. Esta é a água da Contenda, em Cades, no deserto de Zim.
15 E disse Moisés ao Senhor:
16 Que o Senhor Deus dos espíritos e de toda a carne procure por um homem para
estar sobre esta congregação,
17 o qual deva sair diante deles, e o qual deva entrar diante deles, e que os conduza
para fora e os traga para dentro, de modo que a congregação do Senhor não seja
como ovelhas sem pastor.
18 Então, o Senhor falou a Moisés, dizendo: Toma a Josué, filho de Num, homem
que tem o Espírito nele; e imporás as tuas mãos sobre ele.
19 Coloca-lo-ás perante Eleazar, o sacerdote, e lhe darás um encargo diante de toda
a congregação; tu darás um encargo a seu respeito, diante deles.
20 Porás da tua glória sobre ele, para que os filhos de Israel lhe deem ouvidos.
21 Ele deverá se colocar perante Eleazar, o sacerdote, e pedir-lhe-á, perante o
Senhor, o julgamento do Urim. Sairão eles pela sua palavra e pela sua palavra
entrarão; ele e os filhos de Israel, em comum acordo, e toda a congregação.
22 Moisés fez como o Senhor lhe ordenara. Ele tomou a Josué e apresentou-o
perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação.
23 Colocou suas mãos sobre ele e designou-o, conforme o Senhor ordenara a
Moisés.
Números - Capítulo 28
Números - Capítulo 29
1 No sétimo mês, no primeiro dia do mês, haverá para vós uma santa convocação;
não fareis trabalho servil. Este será, para vós, um dia de soprar as trombetas.
2 E haveis de oferecer holocaustos por cheiro suave ao Senhor: um novilho do
rebanho, um carneiro e sete cordeiros de um ano, sem defeito.
3 A oferta de manjares deverá ser de farinha amassada com azeite; três décimas
para um novilho, duas décimas para um carneiro
4 e uma décima para cada cordeiro, para os sete cordeiros;
5 e um bode para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós,
6 juntamente com os holocaustos pela lua nova, as suas ofertas de manjares e as
suas libações, e os holocaustos contínuos, as suas ofertas de manjares e as suas
libações, de acordo com seu estatuto, por um aroma de cheiro suave ao Senhor.
7 No décimo dia deste mês haverá para vós uma santa convocação e afligireis as
vossas almas; e não fareis nenhum trabalho.
8 Trareis holocaustos de cheiro suave ao Senhor. Os holocaustos ao Senhor: um
novilho do rebanho, um carneiro e sete cordeiros de um ano de idade; estes
deverão ser sem mácula.
9 A oferta de manjares deverá ser de flor de farinha amassada com azeite: três
décimas para um novilho, duas décimas para um carneiro
10 e uma décima para cada cordeiro, para os sete cordeiros;
11 e um bode para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós, além do
sacrifício pelo pecado para as expiações, e dos holocaustos contínuos, e da oferta
de manjares e a sua oferta de bebida, de acordo com a sua ordenança, por um
aroma de cheiro suave, um holocausto ao Senhor.
12 Aos quinze dias deste sétimo mês devereis ter uma santa convocação; não fareis
nele nenhum trabalho servil, e guardareis uma festa ao Senhor, por sete dias.
13 E trareis holocaustos, um sacrifício de aroma de cheiro agradável ao Senhor. No
primeiro dia, trareis treze novilhos do rebanho, dois carneiros e catorze cordeiros
de um ano de idade; eles deverão ser sem mancha.
14 As suas ofertas de manjares deverão ser de flor de farinha amassada com azeite;
deverá haver três décimas para um novilho, para os treze novilhos, duas décimas
para um carneiro, para os dois carneiros,
15 uma décima para cada cordeiro, para os catorze cordeiros;
16 e um filhote dos bodes para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo.
Haverá as suas ofertas de manjares e as suas ofertas de libação.
17 E, no segundo dia, doze novilhos, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano,
sem defeito.
18 As suas ofertas de manjares e as suas ofertas de libação deverão ser, para os
novilhos, carneiros e cordeiros, conforme o seu número, segundo a sua ordenança.
19 E um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo; e as suas
ofertas de manjares e as suas ofertas de libação.
20 E, no terceiro dia, onze novilhos, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano,
sem defeito.
21 As suas ofertas de manjares e as suas ofertas de libação deverão ser, para os
novilhos, carneiros e cordeiros, conforme o seu número, segundo a sua ordenança.
22 E um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo; e as suas
ofertas de manjares e as suas ofertas de libação.
23 E, no quarto dia, dez novilhos, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano, sem
defeito.
24 As suas ofertas de manjares e as suas ofertas de libações deverão ser, para os
novilhos, carneiros e cordeiros, conforme o seu número, segundo a sua ordenança.
25 E um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo; e as suas
ofertas de manjares e as suas ofertas de libação.
26 E no quinto dia, nove novilhos, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano, sem
defeito.
27 E as suas ofertas de manjares e as suas ofertas de libações deverãi ser, para os
novilhos, carneiros e cordeiros, conforme o seu número, segundo a sua ordenança.
28 E um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo; e as suas
ofertas de manjares e as suas ofertas de libação.
29 E no sexto dia, oito novilhos, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano, sem
defeito.
30 E as suas ofertas de manjares e as suas ofertas de libações deverão ser, para os
novilhos, carneiros e cordeiros, conforme o seu número, segundo a sua ordenança.
31 E um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo; e as suas
ofertas de manjares e as suas ofertas de libação.
32 E no sétimo dia, sete novilhos, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano, sem
defeito.
33 E as suas ofertas de manjares e as suas ofertas de libações deverão ser, para os
novilhos, carneiros e cordeiros, conforme o seu número, segundo a sua ordenança.
34 E um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo; e as suas
ofertas de manjares e as suas ofertas de libação.
35 No oitavo dia haverá uma liberação, para vós; não fareis nele trabalho servil.
36 E havereis de oferecer holocaustos, como sacrifícios ao Senhor: um novilho, um
carneiro e sete cordeiros de um ano, sem defeito.
37 E as sua ofertas de manjares e as suas ofertas de libação deverão ser, para o
novilho, o carneiro e os cordeiros, conforme o seu número, segundo a sua
ordenança.
38 E um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo; e as suas
ofertas de manjares e as suas ofertas de libação.
39 Estes sacrifícios oferecereis ao Senhor em vossas festas, além dos vossos votos;
e havereis de oferecer as vossas ofertas espontâneas, os vossos holocaustos, as
vossas ofertas de manjares, as vossas ofertas de libações e as vossas ofertas
pacíficas.
Números - Capítulo 30
1 E Moisés falou aos filhos de Israel, conforme tudo o que o Senhor lhe ordenara.
2 E falou Moisés aos cabeças das tribos dos filhos de Israel, dizendo: Isto é o que o
Senhor ordenou:
3 Qualquer homem que votar um voto ao Senhor, ou jurar um juramento, ou ligar-se
com uma obrigação na sua alma, não violará a sua palavra; tudo o que sair de sua
boca ele deverá cumprir.
4 Se a mulher votar um voto ao Senhor ou ligar-se com uma obrigação na sua alma,
na casa de seu pai, e acontecer de seu pai ouvir seus votos e suas obrigações com os
quais ela ligou a sua alma, e seu pai vier a concordar com ela, então, todos os seus
votos serão válidos
5 e todas as obrigações com que ligou a sua alma deverão permanecer com ela.
6 Porém, se o seu pai proibi-la terminantemente, no dia em que acontecer de ele
dever ouvir todos os seus votos e suas obrigações que ela tenha contraído na sua
alma, eles não subsistirão; e o Senhor a considerará sem culpa, porque o seu pai a
proibiu.
7 Mas se acontecer de ela ser casada, verdadeiramente, e seus votos estiverem
sobre si mesma de acordo com o enunciado de seus lábios a respeito das
obrigações que tiver contraído para a sua alma,
8 e seu marido vier a escutar e tiver concordado com ela no dia em que a ouvir,
desta maneira, então, todos os seus votos deverão ser cumpridos, e as suas
obrigações, as quais ela tiver contraído na sua alma, deverão permanecer.
9 Porém, se o seu marido vier a proibi-la terminantemente no dia em que a escutar,
nenhum dos seus votos e obrigações que contraiu na sua alma subsistirão, porque o
seu marido a tem impedido, e o Senhor deverá considerá-la sem culpa.
10 O voto de uma viúva e o daquela que é mandada embora, qualquer um que ela
venha a vincular sobre a sua alma, deverá permanecer com ela.
11 Se o seu voto tiver sido feito na casa de seu marido, ou a obrigação de sua alma
com juramento,
12 e seu marido a tiver escutado e concordado com ela, e não a tiver impedido,
então, todos os seus votos serão válidos e todas as obrigações que ela contraiu
sobre a sua alma deverão permanecer com ela.
13 Porém, se o seu marido vier a cancelar totalmente o voto, no dia em que ele o
escutar, nenhuma das coisas que vierem a sair de seus lábios, nos seus votos e nas
obrigações contraídas sobre a sua alma, deverão permanecer com ela; seu marido
cancelou-os, e o Senhor a considerará sem culpa.
14 Cada voto e todo juramento obrigatório para afligir a sua alma, seu marido
deverá confirmar para ela, ou seu marido deverá cancelá-lo.
15 Porém, se ele permanecer completamente silencioso, dia após dia, então, ele irá
ligar a ela todos os seus votos, e deverá confirmar as obrigações com as quais ela
tem ligado a si mesma; porquanto ele calou-se para ela, no dia em que a ouviu.
16 E se o seu marido, de qualquer maneira, cancelá-los após o dia em que os ouviu,
então, ele levará a sua iniquidade.
17 Estes são os estatutos que o Senhor ordenou a Moisés entre um homem e sua
esposa, e entre um pai e sua filha, em sua juventude, na casa de seu pai.
Números - Capítulo 31
Números - Capítulo 32
1 Os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham uma grande quantidade de gado,
muito grande mesmo. Viram eles a terra de Jazer e a terra de Gileade, e o lugar era
lugar para bovinos.
2 Então, os filhos de Rúben e os filhos de Gade vieram e falaram a Moisés e a
Eleazar, o sacerdote, e aos príncipes da congregação, dizendo:
3 Atarote, Dibom, Jazer, Ninra, Hesbon, Eleale, Sebã, Nebo e Beon,
4 a terra que o Senhor entregou diante dos filhos de Israel, é terra de pastagem, e
os teus servos têm gado.
5 E disseram: Se temos achado graça aos teus olhos, que seja dada esta terra aos
teus servos em possessão, e não nos faças passar o Jordão.
6 Então, Moisés disse aos filhos de Gade e aos filhos de Rúben: Vossos irmãos irão à
peleja, e ficareis vós aqui?
7 Por que perverteis as mentes dos filhos de Israel, para que não venham a passar à
terra que o Senhor lhes dá?
8 Porventura, não fizeram vossos pais assim quando os enviei de Cades Barnéia para
espiar a terra?
9 Subiram para o Vale do Cacho e espiaram a terra, e desviaram o coração dos filhos
de Israel para que eles não fossem para a terra que o Senhor lhes dera.
10 E o Senhor ficou muito zangado naquele dia e jurou, dizendo:
11 Certamente, estes homens que saíram do Egito, de vinte anos para cima, que
conhecem o bem e o mal, não verão a terra que jurei dar a Abraão, Isaque e Jacó;
pois eles não têm me acompanhado de perto,
12 salvo Calebe, filho de Jefoné, que permaneceu separado, e Josué, filho de Num;
pois acompanharam, de perto, o Senhor.
13 E o Senhor esteve muito zangado com Israel, levando-os a vagar no deserto
durante quarenta anos, até que toda aquela geração que fez o mal aos olhos do
Senhor foi extinta.
14 Eis que vos levantastes, agora, no lugar de vossos pais, uma combinação de
homens pecadores, para aumentar ainda mais o ardor da ira do Senhor contra
Israel.
15 Pois eis que se desviará dele para abandoná-lo, ainda mais uma vez, no deserto; e
vós havereis de pecar contra esta congregação.
16 Então, vieram a ele, e disseram: Iremos construir aqui currais para o nosso gado e
cidades para as nossas possessões,
17 e nos armaremos e sairemos como uma guarda avançada diante dos filhos de
Israel, até que os levemos ao seu lugar; mas nossos bens permanecerão em cidades
muradas, por causa dos habitantes da terra.
18 Não voltaremos para nossas casas até que os filhos de Israel tenham recebido,
cada um, à sua própria herança.
19 Porém, não mais herdaremos com eles do outro lado do Jordão e além, porque
temos a nossa plena herança no lado leste do Jordão.
20 Então, Moisés disse-lhes: Se quiserdes fazer de acordo com estas palavras, se vos
armardes diante do Senhor para a batalha,
21 e cada um de vós vier a passar o Jordão, completamente armado, diante do
Senhor, até que os seus inimigos tenham sido destruídos diante de seu rosto
22 e a terra esteja subjugada perante o Senhor, então, depois disto, ireis retornar e
ficareis inocentes perante o Senhor e com respeito a Israel; e esta terra vos será por
possessão, perante o Senhor.
23 Porém, se não fizerdes assim, pecareis contra o Senhor, e conhecereis o vosso
pecado quando aflições vierem sobre vós.
24 Construireis, pois, para vós mesmos cidades para os vossos depósitos e currais
para o vosso gado; assim cumprireis aquilo que sai da vossa boca.
25 Então, os filhos de Rúben e os filhos de Gade falaram a Moisés, dizendo: Teus
servos farão o que o nosso senhor ordena.
26 Nossos bens e nossas esposas e todo o nosso gado estarão nas cidades de
Gileade.
27 Porém, os teus servos irão percorrer todos os grupos armados e pô-los em
ordem, perante o Senhor, para a batalha, conforme diz nosso senhor.
28 E Moisés designou-lhes, como juízes, a Eleazar, o sacerdote, e a Josué, filho de
Num, e os chefes das famílias das tribos de Israel.
29 E disse-lhes: Se os filhos de Rúben e os filhos de Gade passarem o Jordão
convosco, cada um armado para a guerra, perante o Senhor, e submeterdes a terra
diante de vós, dareis a eles a terra de Gileade, como uma possessão.
30 Entretanto, se não passarem armados convosco para a guerra, perante o Senhor,
então, fareis passar as suas possessões, e as suas esposas, e os seus animais, diante
de vós, para entrarem na terra de Canaã; e eles herdarão convosco, na terra de
Canaã.
31 Então, os filhos de Rúben e os filhos de Gade, responderam, dizendo: Tudo o que
o Senhor disse aos seus servos, assim faremos.
32 Iremos armados, diante do Senhor, para a terra de Canaã, e dar-nos-eis a nossa
herança além do Jordão.
33 E Moisés deu a eles, para os filhos de Gade, para os filhos de Rúben e para a meia
tribo de Manassés, dos filhos de José, o reino de Seom, rei dos amorreus, e o reino
de Ogue, rei de Basã; a terra e as suas cidades, com as suas costas e as cidades da
terra ao redor.
34 E os filhos de Gade edificaram a Dibom, a Atarote e a Aroer,
35 e a Atarote-Sofã, e a Jazer; e as levantaram.
36 E a Bete-Nimra e a Bete-Harã, cidades fortes e currais de ovelhas.
37 E os filhos de Rúben construíram Hesbon, Eleale, e Quiriataim;
38 e Baal-Meon, rodeada por muralhas; e Sibma. E chamaram os nomes das cidades
que eles construíram pelos seus próprios nomes.
39 Um filho de Maquir, filho de Manassés, foi para Gileade e a tomou, destruindo os
amorreus que habitavam nela.
40 Então, Moisés deu Gileade a Maquir, filho de Manassés, e ele habitou lá.
41 E foi Jair, filho de Manassés, e tomou as suas aldeias, chamando-as Aldeias de
Jair.
42 E foi Noba e tomou Quenate e as suas aldeias, e chamou-as Noba, conforme o
seu nome.
Números - Capítulo 33
1 Estes são os estágios dos filhos de Israel quando saíram da terra do Egito com seu
exército, pela mão de Moisés e Arão.
2 Escreveu Moisés as suas partidas e os seus estágios, pela palavra do Senhor. E
estes são os estágios da sua jornada:
3 Partiram eles de Ramessés no primeiro mês, no décimo quinto dia do primeiro
mês; no dia após a Páscoa os filhos de Israel saíram, com mão poderosa, diante de
todos os egípcios.
4 E os egípcios enterraram aqueles que morreram deles, todos o que o Senhor
ferira, todos os primogênitos na terra do Egito; e o Senhor também executou
vingança em seus deuses.
5 E os filhos de Israel partiram de Ramessés, e acamparam-se em Sucote;
6 e partiram de Sucote e acamparam-se em Etã, que é parte do deserto.
7 E partiram de Etã e acamparam-se na foz do Pi-Hairote, que fica em frente a Baal-
Zefom; e acamparam-se opostos a Migdol.
8 E partiram de diante de Pi-Hairote, cruzando no meio do mar em direção ao
deserto; e foram em uma jornada de três dias pelo deserto, e acamparam-se em
Mara.
9 Partiram de Mara e vieram a Elim. Em Elim havia doze fontes de água e setenta
palmeiras; ali se acamparam, junto à água.
10 E partiram de Elim e acamparam-se junto ao Mar Vermelho;
11 e partiram do Mar Vermelho e acamparam-se no deserto de Zim;
12 e partiram do deserto de Zim e acamparam-se em Dofca;
13 e partiram de Dofca e acamparam-se em Alus;
14 e partiram de Alus e acamparam-se em Refidim; porém, ali, não havia água para o
povo beber.
15 E partiram de Refidim e acamparam-se no deserto do Sinai;
16 e partiram do deserto do Sinai e acamparam-se em Sepulcros da Luxúria;
17 e partiram de Sepulcros da Luxúria e acamparam-se em Hazerote;
18 e partiram de Hazerote e acamparam-se em Ritmá;
19 e partiram de Ritmá e acamparam-se em Rimom-Perez;
20 e partiram de Rimom-Perez e acamparam-se em Libna;
21 e partiram de Libna e acamparam-se em Rissa;
22 e partiram de Rissa e acamparam-se em Queelata;
23 e partiram de Queelata e acamparam-se em Sefer;
24 e partiram de Sefer e acamparam-se em Harada;
25 e partiram de Harada e acamparam-se em Maquelote;
26 e partiram de Maquelote e acamparam-se em Taate;
27 e partiram de Taate e acamparam-se em Tara;
28 e partiram de Tara e acamparam-se em Mitca;
29 e partiram de Mitca e acamparam-se em Hasmona;
30 e partiram de Hasmona e acamparam-se em Moserote;
31 e partiram de Moserote e acamparam-se em Bene-Jaacã;
32 e partiram de Bene-Jaacã e acamparam-se na montanha Gidgade;
33 e partiram da montanha Gidgade e acamparam-se em Jotbata;
34 e partiram de Jotbata e acamparam-se em Abrona;
35 e partiram de Abrona e acamparam-se em Ezion-Geber;
36 e partiram de Ezion-Geber e acamparam-se no deserto de Zim; e partiram do
deserto de Zim e acamparam-se no deserto de Parã, que é Cades;
37 e partiram de Cades e acamparam-se no monte Hor, perto da terra de Edom.
38 Arão, o sacerdote, subiu ao monte, pelo comando do Senhor, e ali morreu, no
quadragésimo ano da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no quinto mês, no
primeiro dia do mês.
39 Arão tinha cento e vinte e três anos de idade quando morreu, no monte Hor.
40 Então, o rei Cananeu Arade (também ele habitou na terra de Canaã) ouviu que os
filhos de Israel entraram na terra.
41 Em seguida, eles partiram do monte Hor e acamparam-se em Zalmona;
42 e partiram de Zalmona e acamparam-se em Punom;
43 e partiram de Punom e acamparam-se em Obote;
44 e partiram de Obote e acamparam-se em Ijé-Abarim, do outro lado da Jordânia,
sobre as fronteiras de Moabe;
45 e partiram de Abarim e acamparam-se em Dibom-Gade;
46 e partiram de Dibom-Gade e acamparam-se em Almon-Diblataim;
47 e partiram de Almon-Diblataim e acamparam-se nos montes de Abarim, defronte
de Nebo;
48 e partiram dos montes de Abarim e acamparam-se a oeste de Moabe, junto ao
Jordão, na altura de Jericó.
49 Acamparam junto ao Jordão desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim, a oeste de
Moabe.
50 E o Senhor falou a Moisés no oeste de Moabe, junto ao Jordão, na altura de
Jericó, dizendo:
51 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Estais a passar o Jordão para a terra de
Canaã.
52 Destruireis a todos os que habitam na terra que está diante de vós; suprimireis os
seus altos e todas as suas imagens de fundição destruireis; e destruireis todas as
suas colunas.
53 Destruireis todos os habitantes da terra, e habitareis nela; pois dei a sua terra
para vós por herança.
54 Herdareis a terra segundo as vossas tribos: ao maior número dareis a maior
possessão, e ao menor número dareis a menor possessão. Qualquer parte que ao
nome de um homem tocar por sorteio, lá será a sua propriedade; e herdareis de
acordo com as tribos de vossas famílias.
55 Porém, se não destruirdes os habitantes da terra que está diante de vós, então,
virá a acontecer que a quaisquer deles que deixardes permanecer, estes serão como
espinhos em vossos olhos e como dardos em vossos lados, e serão inimigos para
vós na terra em que haveis de habitar.
56 E deverá acontecer que tudo quando eu tinha decidido fazer-lhes, isso mesmo
irei fazer convosco.
Números - Capítulo 34
Números - Capítulo 35
Números - Capítulo 36
DEUTERONÔMIO
Deuteronômio - Capítulo 1
1 São estas as palavras que Moisés falou a todo o Israel, além do Jordão, no deserto,
em direção ao oeste, perto do Mar Vermelho, entre Parã, Tôfel, Labã, Hazerote e as
obras de Ouro.
2 É esta uma viagem de onze dias, de Horebe ao monte Seir, até Cades-Barnéia.
3 E aconteceu que no quadragésimo ano, no décimo primeiro mês, no primeiro dia
do mês, Moisés falou com todos os filhos de Israel, de acordo com todas as coisas
que o Senhor lhe ordenara a respeito deles.
4 Depois de ferir a Seom, rei dos amorreus que habitava em Hesbom, e a Ogue, rei
de Basã que habitava em Astarote e em Edrei,
5 além do Jordão, na terra de Moabe, começou Moisés a declarar esta lei, dizendo:
6 O Senhor, vosso Deus, falou-nos em Horebe, dizendo: Basta-vos de ter já
habitado, por tanto tempo, neste monte.
7 Voltai-vos, e parti; entrai na região montanhosa dos amorreus, e ide para todos os
que habitam perto de Arabá, para a montanha, para a planície e para o sul, e para a
terra dos Cananeus, perto do mar, e para o Antilíbano, até o grande rio, o rio
Eufrates.
8 Eis que Deus entregou a terra diante de vós; entrai e herdai a terra a qual Eu jurei a
vossos pais, Abraão, Isaque e Jacó, dar-lhes e à sua descendência, depois deles.
9 Então falei convosco, naquele momento, dizendo: Não serei capaz de, por mim
mesmo, levar-vos.
10 O Senhor vosso Deus vos tem multiplicado, e eis que sois hoje como as estrelas
dos céus em multidão.
11 O Senhor, Deus de vossos pais, vos aumente mil vezes mais do que já sois e vos
abençoe, conforme Ele tem falado convosco.
12 Como poderia eu, sozinho, ser capaz de suportar o vosso trabalho, o vosso fardo
e as vossas contendas?
13 Tomai para vós outros homens sábios, inteligentes e prudentes, para vossas
tribos; e porei os vossos líderes sobre vós.
14 E a mim respondestes, dizendo: A coisa que nos disseste é boa para se fazer.
15 Então, tomei de vós homens sábios, entendidos e prudentes, e os estabeleci para
liderarem sobre vós como chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e
chefes de dez; e oficiais para serem os vossos juízes.
16 E ordenei a vossos juízes, naquele momento, dizendo: Ouvi as causas entre
vossos irmãos e julgai justamente entre o homem e o seu irmão, e o estrangeiro que
está com ele.
17 Não terás respeito indevido a pessoas no julgamento; julgarás a grandes e
pequenos igualmente. Não te encolherás diante da pessoa de um homem, porque o
juízo é de Deus; e qualquer questão muito difícil para vós trareis para mim, e irei
ouvi-la.
18 E encarreguei-vos, naquele momento, com todos os comandos que haveis de
cumprir.
19 Então, partimos de Horebe e passamos através daquele deserto grande e terrível,
o qual vistes, pelo caminho da montanha dos amorreus, conforme o Senhor nosso
Deus nos ordenara, e chegamos em Cades Barnéia.
20 E eu vos disse: Tendes chegado tão distante como a montanha dos amorreus que
o Senhor, nosso Deus, vos dá.
21 Eis que o Senhor vosso Deus nos tem entregue o terreno diante de nós. Subi e
possuí-o, conforme o Senhor Deus de vossos pais vos disse; não temais nem vos
assusteis.
22 E viestes todos a mim, e dissestes: Enviemos homens adiante de nós, e que eles
subam para a terra por nós; e que nos tragam de volta um relatório da maneira pela
qual devemos subir, e das cidades nas quais devemos entrar.
23 O que foi dito agradou-me, e, então, tomei de vós doze homens, um homem de
cada tribo.
24 Eles se voltaram, e subiram a montanha, indo até o vale do Cacho; e o
examinaram.
25 Tomaram em suas mãos o fruto da terra e trouxeram-no para vós, dizendo: A
terra é boa, a qual o Senhor nosso Deus nos dá.
26 Porém, vós não quisestes subir, e vos rebelastes contra as palavras do Senhor,
nosso Deus.
27 E murmurastes nas vossas tendas, dizendo: Porquanto o Senhor nos odeia foi
que ele nos tirou da terra do Egito, para entregar-nos nas mãos dos amorreus, para
nos destruir.
28 Para onde iremos subir? E vossos irmãos desviaram vossos corações, dizendo: É
um país grande e populoso, e mais poderoso do que nós; e há nele cidades grandes
e fortificadas até os céus. Além disso, vimos ali os filhos dos gigantes.
29 Mas eu vos disse: Não temais, nem tenhais medo deles;
30 o Senhor vosso Deus, que vai adiante de vossa face, ele irá lutar contra eles,
juntamente convosco, efetivamente, de acordo com tudo o que ele fez por vós na
terra do Egito,
31 assim como neste deserto que vistes pelo caminho da montanha dos amorreus. O
Senhor vosso Deus conduziu-vos como a uma criança de peito, da maneira como
qualquer homem cuida de seu filho, por todo o caminho no qual tendes andado, até
que chegastes a este lugar.
32 E, nesta questão, não acreditastes no Senhor nosso Deus
33 que vai adiante de vós no caminho, para escolher-vos um lugar, guiando-vos pelo
fogo durante a noite, mostrando-vos o caminho por onde ides, e por uma nuvem
durante o dia.
34 E o Senhor ouviu a voz das vossas palavras e, tendo sido extremamente
provocado, jurou, dizendo:
35 Nenhum desses homens irá ver esta boa terra que jurei dar a seus pais,
36 exceto Calebe, filho de Jefoné; ele a verá. E eu lhe darei a terra para a qual subiu,
e para seus filhos, porque atendeu às coisas do Senhor.
37 Então, o Senhor se indignou contra mim por vossa causa, dizendo: Nem tu, por
qualquer meio, entrarás nela.
38 Josué, filho de Num, que está junto de ti, entrará nela; fortalece-o, pois ele fará
herdar a Israel.
39 E cada criança que hoje não conhece o bem ou o mal, elas entrarão nela, e a elas
Eu a darei; e a herdarão.
40 Porém, quanto a vós, voltai e marchai para o deserto, no caminho do Mar
Vermelho.
41 E respondestes, dizendo: Havemos pecado perante o Senhor, nosso Deus.
Levantar-nos-emos e lutaremos, de acordo com tudo o que o Senhor nosso Deus
nos ordenou. E tendo apanhado cada um suas armas de guerra, e estando reunidos,
subistes à montanha.
42 E o Senhor me disse: Fala-lhes: Não devereis subir, nem devereis lutar, porquanto
não estou convosco. Assim, não sereis destruídos diante de vossos inimigos.
43 E eu o disse para vós, porém não me ouvistes. Transgredistes o mandamento do
Senhor e forçastes o vosso caminho, subindo à montanha.
44 E os amorreus que habitavam na montanha saíram ao vosso encontro, e vos
perseguiram como fazem as abelhas, ferindo-vos de Seir até Herma.
45 Então, vos assentastes e chorastes perante o Senhor, nosso Deus, mas o Senhor
não deu ouvidos à vossa voz; não deu ele atenção a vós.
46 E permanecestes em Cades muitos dias, tantos quantos lá habitastes.
Deuteronômio - Capítulo 2
Deuteronômio - Capítulo 3
1 Voltamo-nos, e fomos pelo caminho que conduz à Basã; então Ogue, rei de Basã,
saiu ao nosso encontro, ele e todo o seu povo, à peleja em Edrei.
2 Mas o Senhor me disse: Não o temas, porque eu o entreguei, a ele e a todo o seu
povo, e a toda a sua terra, em tuas mãos, e farás a ele como fizeste a Seom, rei dos
amorreus que habitavam em Hesbom.
3 Então, o Senhor nosso Deus o entregou nas nossas mãos, ao próprio Ogue, rei de
Basã, e a todo o seu povo; e o ferimos até não deixamos restar nenhuma de suas
sementes.
4 E conquistamos todas as suas cidades, naquele tempo; não houve uma única
cidade que não tomássemos deles: sessenta cidades em todo o país ao redor de
Argobe, pertencentes ao rei Ogue, em Basã;
5 todas cidades fortes, de muros altos, com portões e trancas. Além das muitas
cidades dos Ferezeus.
6 Nós os destruímos completamente. Da mesma forma como lidamos com Seom,
rei de Hesbom, assim destruímos completamente a todas as cidades, uma após a
outra, e as mulheres e as crianças,
7 e a todo o gado; e tomamos por presa, para nós, o despojo das cidades .
8 Tomamos, naquele tempo, a terra das mãos daqueles dois reis dos amorreus que
estavam além do Jordão, que se estende desde o ribeiro do Arnom até Hermom
9 (os fenícios chamam Hermom de Siriom, mas os amorreus a chamam Senir);
10 todas as cidades de Misor e toda Gileade, e todo o Basã até Salcá e Edrei, cidades
do reino de Ogue, em Basã.
11 Porque somente Ogue, rei de Basã, restara dos refains. A sua cama era uma cama
de ferro, e eis que ela está na principal cidade dos filhos de Amom. Seu
comprimento é de nove côvados, e a sua largura é de quatro côvados, segundo o
côvado de um homem.
12 Herdamos essa terra, naquele tempo. Desde Aroer, que está à beira da torrente
do Arnom, e a metade do monte de Gileade; e dei as suas cidades a Rúben e a Gade.
13 E o resto de Gileade, e todo o Basã, o reino de Ogue, dei-os à meia tribo de
Manassés, e todo o país ao redor de Argobe, toda Basã. Esta deve ser considerada a
terra dos refains.
14 Jair, filho de Manassés, tomou todo o país ao redor de Argobe, até a fronteira
dos gesuritas e maacatitas; e ele o chamou pelo seu nome, Basã Havote-Jair, até
este dia.
15 E a Maquir dei Gileade.
16 A Rúben e a Gade dei a terra em Gileade, até ao ribeiro de Arnom, a fronteira
entre o riacho, e tão distante quanto Jaboque; o riacho é a fronteira para os filhos
de Amom.
17 E Arabá e Jordânia são os limites de Quinerete, até o mar do Arabá, o mar de sal
em Asedote Pisga, para o leste.
18 E vos ordenei, naquele tempo, dizendo: O Senhor vosso Deus vos deu esta terra
por lotes. Armai-vos, todo aquele que é poderoso, e ide adiante de vossos irmãos,
os filhos de Israel.
19 Tão somente vossas esposas e filhos, e vosso gado (eu sei que tendes muito
gado), habitem nas cidades que vos dei,
20 até que o Senhor vosso Deus dê descanso aos vossos irmãos, como também ele
tem dado a vós; e eles também herdarão a terra que o Senhor nosso Deus lhes dá
no outro lado do Jordão. Então, voltareis, cada um, à sua herança a qual eu vos dei.
21 E ordenei a Josué naquele tempo, dizendo: Os teus olhos viram todas as coisas
que o Senhor nosso Deus fez a esses dois reis. Assim fará o Senhor nosso Deus a
todos os reinos contra os quais atravessarás, mais adiante.
22 Não devereis temê-los, porque o Senhor nosso Deus, Ele mesmo, pelejará por
vós.
23 E roguei ao Senhor, naquele tempo, dizendo:
24 Senhor Deus, começaste a mostrar ao teu servo a tua força e o teu poder, a tua
mão poderosa e o teu alto braço. Pois, que Deus há no céu ou na terra que irá fazer
como tu tens feito, e de acordo com o teu poder?
25 Portanto, irei examinar e ver essa boa terra que está além do Jordão, essa boa
montanha e o Antilíbano.
26 Mas o Senhor, por vossa causa, não me levou em conta e não deu ouvidos a mim.
E o Senhor me disse: Contém-te, não fales mais neste assunto para mim.
27 Vai até o topo da rocha escavada e olha com os teus olhos para o oeste, e para o
norte, e para o sul, e para o oriente, e vê com os teus olhos; pois não passarás este
Jordão.
28 Dá ordens a Josué e fortalece-o, e encoraja-o, pois ele deverá ir diante da face
deste povo, e dar-lhes-á a herança de toda a terra que viste.
29 E habitamos no vale, perto da casa de Bete-Peor.
Deuteronômio - Capítulo 4
Deuteronômio - Capítulo 5
Deuteronômio - Capítulo 6
Deuteronômio - Capítulo 7
1 E quando o Senhor teu Deus te houver introduzido na terra em que vais entrar
para possuí-la, e remover as grandes nações de diante de ti, os heteus e girgaseus, e
amorreus, e cananeus, e ferezeus, e heveus, e jebuseus, sete nações mais
numerosas e mais fortes do que tu,
2 e o Senhor teu Deus os entregar em tuas mãos, então, tu os ferirás. Tu os
destruirás completamente: não farás com eles um pacto, nem te apiedarás deles,
3 nem tampouco irás contrair matrimônio com eles; não darás tua filha a seu filho e
nem tomarás sua filha para teu filho.
4 Porque irá desviar o teu filho de mim e ele irá servir a outros deuses, e o Senhor
ficará muito zangado contigo e, logo, irá destruir-te totalmente.
5 Porém, assim fareis com eles: destruireis os seus altares e quebrareis as suas
colunas, cortareis os seus bosques e queimareis com fogo as imagens esculpidas de
seus deuses.
6 Pois és um povo consagrado ao Senhor teu Deus, e o Senhor teu Deus te escolheu
a fim de ser para ele um povo peculiar além de todas as nações que estão sobre a
face da terra.
7 Não é porque sois mais numerosos do que todas as outras nações que o Senhor
vos preferiu e que o Senhor fez escolha de vós, pois sois menor em número do que
todas as outras nações.
8 Contudo, porque o Senhor vos amou, e de maneira a manter o juramento que
jurou a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e o Senhor te remiu da casa
da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito.
9 Sabe, pois, que o Senhor teu Deus, ele é Deus, um Deus fiel que guarda a aliança e
a misericórdia para os que o amam e para aqueles que guardam os seus
mandamentos até mil gerações,
10 e recompensa aqueles que o odeiam na sua própria face, para destruí-los
totalmente; não será remisso com os que o odeiam. Ele lhes retribuirá na sua face.
11 Tu, portanto, cumpre os mandamentos e as ordenanças, e estes julgamentos que
eu hoje te ordeno para cumprir.
12 E sucederá, quando tiveres ouvido essas ordenanças e as tiveres mantido e
cumprido, que o Senhor teu Deus irá confirmar contigo a aliança e a misericórdia
que jurou a teus pais.
13 Ele irá amar-te e abençoar-te, e te multiplicar; abençoará a prole do teu ventre e o
fruto da tua terra, teu trigo, teu vinho e o teu azeite, os rebanhos de teus bois e os
rebanhos das tuas ovelhas, na terra que o Senhor jurou a teus pais de dar-te.
14 Bendito serás para além de todas as nações; não haverá entre vós alguém
impotente ou estéril, ou entre o teu gado.
15 O Senhor teu Deus removerá de ti toda enfermidade; nenhuma das más doenças
dos egípcios, que tens visto, e tudo o que tens conhecido, ele colocará em ti; porém,
irá colocá-las em todos os que te odeiam .
16 Comerás todos os despojos das nações que o Senhor, teu Deus, te dá; os teus
olhos não os pouparão e não servirás a seus deuses, porque são uma ofensa para ti.
17 Porém, se disseres no teu coração: Esta nação é maior do que eu; de que maneira
serei capaz de destruí-los totalmente?
18 Tu não deverás temê-los; certamente, lembrar-te-ás de tudo que o Senhor teu
Deus fez a Faraó e a todos os egípcios,
19 das grandes provas que os teus olhos têm visto, aqueles sinais e grandes
maravilhas, a mão forte e o braço elevado; de como o Senhor, teu Deus, te tirou
para fora. Assim o Senhor teu Deus fará a todas as nações a quem temes, estando
em sua presença.
20 O Senhor teu Deus enviará as vespas contra elas, até que os restantes e os que
estiverem escondidos de ti sejam totalmente destruídos.
21 Não serás ferido diante deles, porque o Senhor, teu Deus, no meio de ti, é um
Deus grande e poderoso.
22 O Senhor teu Deus consumirá essas nações diante de ti pouco a pouco; não serás
capaz de consumi-las rapidamente, para que a terra não se torne um deserto e as
feras do campo se multipliquem contra ti.
23 O Senhor teu Deus os entregará em tuas mãos e tu os destruirás com uma
grande destruição, até que os tenhas destruído completamente.
24 Ele irá entregar os seus reis em vossas mãos, e devereis destruir o seu nome
naquele lugar; ninguém deverá postar-se em oposição diante de ti, até que os
tenhas destruído totalmente.
25 Devereis queimar no fogo as imagens esculpidas dos seus deuses. Não cobiçarás
a sua prata, nem tomarás delas para ti ouro, para que não venhas a causar ofensa
com isso; porque tal coisa é uma abominação ao Senhor teu Deus.
26 Não trarás uma abominação para tua casa, pois assim deverias tornar-te um
anátema, tal como ela; tu a detestarás absolutamente e a abominarás totalmente.
Porque é uma coisa amaldiçoada.
Deuteronômio - Capítulo 8
1 Ouve, ó Israel: Irás passar, neste dia, através do Jordão para herdar nações
maiores e mais fortes do que tu, cidades grandes e fortificadas até os céus;
2 um povo grande e numeroso, e alto, filhos de Enaque, que tu conheces, e a
respeito dos quais tens ouvido dizer: Quem poderá resistir aos filhos de Enaque?
3 Saberás, neste dia, que o Senhor teu Deus deverá ir diante de ti. Ele é um fogo
consumidor; ele irá destruí-los e fazê-los voltar-se diante de ti, e destruí-los-á
rapidamente, conforme o Senhor te disse.
4 Não fales no teu coração, quando o Senhor teu Deus destruir estas nações diante
de ti, dizendo: Por causa da minha justiça foi que o Senhor me trouxe para herdar
esta boa terra.
5 Não é por tua justiça nem pela santidade do teu coração que entras para herdar
suas terras; porém, por causa da maldade destas nações o Senhor as destruirá
diante de ti, e para que ele possa estabelecer a aliança que o Senhor jurou a nossos
pais, a Abraão, Isaque e Jacó.
6 E saberás neste dia que não é por tua justiça que o Senhor teu Deus te dá esta boa
terra para a herdar, porque és povo de dura cerviz.
7 Lembra-te, não te esqueças, o quanto provocaste o Senhor, teu Deus, no deserto.
A partir do dia em que saístes do Egito até que chegastes a este lugar, continuastes
a ser desobedientes para com o Senhor.
8 Também em Horebe provocastes o Senhor, e o Senhor se indignou contra vós
para destruir-vos.
9 Quando subi à montanha para receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança
que o Senhor fez convosco, e estive no monte quarenta dias e quarenta noites, não
comi pão nem bebi água;
10 e o Senhor me deu as duas tábuas de pedra escritas com o dedo de Deus. Nelas
haviam sido escritas todas as palavras que o Senhor falara convosco na montanha,
no dia da assembléia.
11 E sucedeu, depois de quarenta dias e quarenta noites, que o Senhor me deu as
duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança.
12 E o Senhor me disse: Levanta-te, desce depressa daqui, porque o teu povo, que
tiraste da terra do Egito, tem transgredido; saíram, sem delongas, do caminho que
eu lhes ordenei e fizeram para si uma imagem de fundição.
13 Então o Senhor me falou, dizendo: Eu tenho falado para ti uma e outra vez,
dizendo: Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura cerviz.
14 Agora, então, deixa-me destruí-los totalmente, e eu riscarei o seu nome de
debaixo do céu; e farei de ti uma grande e forte nação, e mais numerosa do que
essa.
15 Então, voltei-me, desci do monte, e o monte ardia em fogo em direção ao céu; e
as duas tábuas dos testemunhos estavam nas minhas duas mãos.
16 E quando vi que havíeis pecado contra o Senhor vosso Deus, fazendo para vós
mesmos uma imagem de fundição, e que vos havíeis desviado do caminho que o
Senhor vos ordenara guardar,
17 então eu agarrei as duas tábuas e as arrojei das minhas mãos, quebrando-as
diante de vós.
18 E fiz a minha súplica diante do Senhor; tal como nos primeiros quarenta dias e
quarenta noites, não comi pão nem bebi água, por conta de todos os vossos
pecados que havíeis cometido em fazer o mal diante do Senhor Deus, para provocá-
lo.
19 Eu estava muito assustado por causa da ira e da raiva. Porque o Senhor estava
incitado convosco, totalmente, para vos destruir; e, contudo, o Senhor me ouviu
ainda esta vez.
20 E ele estava irritado com Arão, para destruí-lo totalmente; e eu orei também por
Arão, naquele tempo.
21 Mas o vosso pecado que tínheis feito, o próprio bezerro, eu o tomei e queimei no
fogo, e bati-o e moí-o bem até que se tornou muito fino; tornou-se como pó, e
lancei o pó no ribeiro que descia da montanha.
22 Também na Queima, e na Tentação, e nas sepulturas da Luxúria, provocastes o
Senhor.
23 Quando o Senhor vos enviou para adiante de Cades Barnéia, dizendo: Subi e
herdai a terra que vos dou, então desobedecestes a palavra do Senhor vosso Deus,
e não acreditastes nele, e não destes ouvidos à sua voz.
24 Fostes desobedientes nas coisas relativas ao Senhor desde o dia em que ele se
tornou conhecido de vós.
25 E eu orei diante do Senhor quarenta dias e quarenta noites, o mesmo número
que havia orado antes; pois o Senhor dissera que iria destruir-vos completamente.
26 Então eu orei a Deus, e disse: Senhor, rei dos deuses, não destruas o teu povo e a
tua herança, a qual resgataste, tirando-a da terra do Egito com o teu grande poder,
com a tua mão poderosa e com o teu braço alto.
27 Lembra-te de Abraão, de Isaque e de Jacó, teus servos, aos quais juraste por ti
mesmo; não olhes para a dureza de coração deste povo, suas impiedades e seus
pecados,
28 a fim de que os habitantes da terra para a qual tu nos trouxeste não falem,
dizendo: Porquanto o Senhor não podia levá-los para a terra da qual ele falou-lhes, e
porque os odiava, trouxe-os para fora, para matá-los no deserto.
29 Estes são o teu povo e a tua porção, os quais tiraste da terra do Egito com tua
grande força, com tua mão poderosa e com teu braço alto.
Deuteronômio - Capítulo 10
1 Naquele tempo, o Senhor me disse: Lavra para ti duas tábuas de pedra, como as
primeiras, e sobe até mim, ao monte; e farás para ti uma arca de madeira.
2 Escreverás nas tábuas as palavras que estavam nas primeiras tábuas, as quais
quebraste, e as porás na arca.
3 Assim, fiz uma arca de tábuas de madeira incorruptível, e cortei tábuas de pedra
como as primeiras, e subi à montanha; e as duas tábuas estavam na minha mão.
4 Escreveu ele sobre as tábuas, de acordo com o primeiro escrito, os dez
mandamentos que o Senhor falara convosco no monte, do meio do fogo; e o
Senhor deu-as para mim.
5 Voltei-me, e desci do monte, colocando as tábuas na arca que havia feito; e lá
ficaram elas, conforme o Senhor me ordenara.
6 Então, os filhos de Israel partiram de Beerote dos filhos de Jaacã para Mosera. Ali
faleceu Arão, e ali foi sepultado; Eleazar, seu filho, foi feito sacerdote em seu lugar.
7 Dali partiram para Gudgodá, e de Gudgodá para Jotbatá, uma terra onde existem
torrentes de água.
8 Naquele tempo, o Senhor separou a tribo de Levi para levar a arca da aliança do
Senhor; para estar próximo, diante do Senhor, para ministrar e abençoar em seu
nome, até este dia.
9 Portanto, os levitas não têm parte nem herança entre seus irmãos; o próprio
Senhor é sua herança, como lhes disse.
10 Permaneci no monte quarenta dias e quarenta noites, e o Senhor me ouviu ainda
esta vez; e o Senhor não iria destruir-te.
11 Então, o Senhor me disse: Vai, fica perante este povo e fá-los entrar e herdar a
terra que jurei a seus pais para lhes dar.
12 E agora, Israel, o que o Senhor teu Deus pede de ti, senão que temas o Senhor,
teu Deus, e que andes nos seus caminhos, e que o ames, e que sirvas ao Senhor teu
Deus de todo teu coração e com toda a tua alma,
13 para guardar os mandamentos do Senhor, teu Deus, e os seus juízos, tudo o que
eu te ordeno hoje, para que tudo possa ir bem contigo?
14 Eis que os céus e os céus dos céus pertencem ao Senhor teu Deus, a terra e todas
as coisas que estão nela.
15 Tão somente que o Senhor escolheu vossos pais para amá-los, e escolheu a sua
descendência depois deles, vós mesmos, além de todas as nações, como se vê neste
dia.
16 Vós, pois, devereis circuncidar a dureza do vosso coração, e não devereis
endurecer o vosso pescoço.
17 Porque o Senhor, vosso Deus, ele é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o
grande e forte e terrível Deus que não faz acepção de pessoas, nem por qualquer
motivo aceitará um suborno,
18 executando julgamento com respeito ao estrangeiro, ao órfão e à viúva; e que
ama o estrangeiro para dar-lhe comida e roupa.
19 Vós devereis amar o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.
20 Temerás o Senhor, teu Deus, e o servirás, e te apegarás a ele, e jurarás por seu
nome.
21 Ele é o teu orgulho, ele é o teu Deus, que tem feito no meio de ti essas coisas
grandes e gloriosas, que os teus olhos têm visto.
22 Com setenta almas teus pais desceram ao Egito, mas o Senhor, teu Deus, fez-te
como as estrelas dos céus em multidão.
Deuteronômio - Capítulo 11
Deuteronômio - Capítulo 12
1 São estes os estatutos e os juízos que tereis cuidado de observar na terra que o
Senhor Deus de vossos pais vos dá por herança, por todos os dias que viverdes
sobre a terra:
2 Destruireis todos os lugares nos quais eles serviram aos seus deuses, cuja terra vós
herdais, nas altas montanhas, nos outeiros e debaixo de árvore espessa.
3 Devereis destruir os seus altares e quebrar em pedaços as suas colunas; cortareis
os seus bosques e queimareis no fogo as imagens esculpidas dos seus deuses, e ireis
suprimir o seu nome daquele lugar.
4 Não fareis assim para com o Senhor, vosso Deus.
5 Porém, no lugar que o Senhor vosso Deus escolher, em uma das vossas cidades,
para ali citar o seu nome e ser invocado, vós o procurareis e ireis para lá.
6 Fareis transportar para lá os vossos holocaustos e os vossos sacrifícios, e os
vossos primeiros frutos, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e as
vossas ofertas de ações de graça, e o primogênito de vossos rebanhos de gado e de
vossos rebanhos de ovelhas.
7 Ali comereis, perante o Senhor vosso Deus, e vos alegrareis em todas as coisas
sobre as quais puserdes a vossa mão, vós e as vossas casas, conforme o Senhor,
vosso Deus, vos abençoou.
8 Não fareis tal como fazemos aqui, neste dia, cada homem fazendo o que é
agradável aos seus próprios olhos.
9 Pois até agora não tendes chegado ao descanso e a herança que o Senhor vosso
Deus vos dá.
10 Atravessareis o Jordão e habitareis na terra que o Senhor nosso Deus toma como
uma herança para vós, e ele vos dará repouso de todos os vossos inimigos em
redor; e habitareis em segurança.
11 Haverá um lugar que o Senhor teu Deus escolherá para seu nome ser invocado lá,
e para lá levareis tudo o que eu hoje te ordeno: vossos holocaustos e vossos
sacrifícios, e os vossos dízimos, e os primeiros frutos de vossas mãos, e toda a
oferta de vossa escolha. Tudo aquilo que votardes ao Senhor vosso Deus.
12 Alegrar-vos-eis perante o Senhor, vosso Deus, vós, vossos filhos e vossas filhas,
vossos servos e vossas servas, e o levita que está às vossas portas; pois ele não tem
parte nem herança convosco.
13 Guarda-te que não ofereças os teus holocaustos em qualquer lugar que vires,
14 salvo no lugar que o Senhor teu Deus escolher, numa das tuas tribos; ali ireis
oferecer os teus holocaustos e ali ireis fazer todas as coisas que eu te ordeno neste
dia.
15 Porém, matarás de acordo com toda a tua vontade e comerás carne segundo a
bênção do Senhor teu Deus, a qual ele te concedeu, em toda cidade. O imundo que
está contigo e o limpo a comerão em igualdade de condições, assim a corça como o
veado.
16 Somente não comereis o sangue; derramá-lo-eis no chão, como água.
17 Não poderás comer em tuas cidades o dízimo do teu cereal e do teu vinho, e do
teu azeite, e o primogênito de teus rebanhos e das tuas ovelhas, e todos os teus
votos que tiveres votado, e as tuas ofertas de ações de graças, e as primícias das
tuas mãos.
18 Porém, diante do Senhor, teu Deus, tu comerás, no lugar que o Senhor teu Deus
escolher para si mesmo, tu e o teu filho, e a tua filha, e o teu servo e a tua serva, e o
estrangeiro que está dentro das tuas portas. Alegrar-te-ás perante o Senhor teu
Deus em tudo aquilo em que puseres a tua mão.
19 Guarda-te para que não abandones o levita, por todo o tempo que vives sobre a
terra.
20 Se o Senhor, teu Deus, dilatar os teus termos, conforme ele disse a ti, e então
disseres: Comerei carne. Se a tua alma tiver desejo de comer carne, comerás carne
de acordo com todo o desejo da tua alma.
21 E se o local estiver longe de ti, o qual o Senhor teu Deus escolher para si mesmo
para que ali o seu nome seja invocado, então matarás das tuas vacas e das tuas
ovelhas que Deus tem dado a ti, assim mesmo como eu te ordenei, e comerás nas
cidades, segundo o desejo de tua alma.
22 Como a corça e o veado são comidos, assim comerás; o impuro em ti e o limpo o
comerão da mesma maneira.
23 Toma cuidado, diligentemente, para que não comas sangue, pois o sangue é a
sua vida; e a vida não deve ser consumida com a carne.
24 Não comereis dele. Vós o derramareis no chão como água.
25 Tu não o comerás, para que tudo possa ir bem contigo e com os teus filhos
depois de ti, se fizeres o que é bom e agradável perante o Senhor teu Deus.
26 Porém, tomarás as tuas coisas santas, se tiveres alguma, e os teus votos, e irás ao
lugar que o Senhor teu Deus escolher para ter o seu nome invocado sobre ele.
27 Sacrificarás os teus holocaustos, e oferecerás a carne sobre o altar do Senhor teu
Deus. O sangue dos teus sacrifícios derramarás ao pé do altar do Senhor teu Deus,
mas a carne tu comerás.
28 Cuida-te e ouve, e cumprirás todos os comandos que eu te ordeno, para que
tudo possa ir bem contigo e com teus filhos, para sempre, se fizeres o que é
agradável e bom perante o Senhor teu Deus.
29 Se o Senhor, teu Deus, destruir completamente diante de ti as nações às quais tu
vais lá para herdar a sua terra (pois tu herdarás e habitarás na sua terra),
30 guarda-te de que não procures seguir aqueles que são destruídos diante de ti,
dizendo: Como é que estas nações agem em relação aos seus deuses? Irei fazer o
mesmo.
31 Não agirás assim para com o teu Deus. Pois eles sacrificaram aos seus deuses as
abominações do Senhor, as quais ele odeia. Porquando eles queimaram seus filhos
e suas filhas no fogo aos seus deuses.
32 Todas as palavras que eu hoje te ordeno, estas mesmas deves observar para
cumprir. Não lhes acrescentarás nada, nem as diminuirás.
Deuteronômio - Capítulo 13
Deuteronômio - Capítulo 14
1 Vós sois os filhos do Senhor, vosso Deus; não fareis calva sobre vossos olhos pelos
mortos.
2 Porque és um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, e o Senhor teu Deus te
escolheu para ser um povo peculiar para si mesmo de todas as nações que estão
sobre a face da terra.
3 Não comereis coisa alguma abominável.
4 Estes são os animais que havereis de comer: o bezerro do rebanho, o cordeiro das
ovelhas e o cabrito;
5 o veado, a corça, o antílope, a cabra selvagem e a girafa.
6 Todo animal que divide as patas, que tem garras com duas divisões e que rumina
entre os animais, a este comereis.
7 E a estes não comereis, dos que ruminam e dos que dividem as patas e tem garras
separadas: o camelo, a lebre e o coelho, porque ruminam e não dividem o casco,
estes são impuros para vós.
8 E quanto ao suíno, porque ele divide o casco e faz garras do seu casco, mas não
rumina, é impuro para vós; não comereis da sua carne nem tocareis em seu cadáver.
9 E a estes comereis de todos os que estão na água: havereis de comer tudo o que
tem barbatanas e escamas.
10 E todos os que não tem barbatanas nem escamas não devereis comer, pois são
impuros para vós.
11 Comereis toda a ave limpa.
12 E, entre elas, a estas não comereis: a águia, o ossifrage, a águia-do-mar,
13 o urubu, o papagaio e semelhantes a ele,
14, 15 o pardal, a coruja, a gaivota,
16 a garça, o cisne, a cegonha,
17 o corvo marinho, o gavião e semelhantes a ele, a poupa, o corvo,
18 o pelicano, o mergulhão e semelhantes a ele, o bico-vermelho e o morcego.
19 Todos os animais alados que se arrastam vos serão imundos; não comereis deles.
20 Comereis toda a ave limpa.
21 Não comereis nada que morre por si mesmo. Deverá ser dado ao estrangeiro em
tuas cidades, e ele deverá comê-lo; ou tu o venderás a um estranho. Porque és um
povo consagrado ao Senhor teu Deus. Não cozerás um cordeiro no leite de sua mãe.
22 Tu darás o dízimo, um décimo de todo o produto da tua semente, o fruto do teu
campo, ano após ano.
23 E comerás no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ter seu nome invocado
ali. Trarás o dízimo do teu grão e do teu vinho, e do teu azeite, e o primogênito das
tuas vacas e das tuas ovelhas, para que possas aprender a sempre temer ao Senhor
teu Deus.
24 Se a viagem for muito longa para ti, e não fores capaz de levá-los até lá, porque o
lugar é longe de ti, o qual o Senhor teu Deus escolher para ter seu nome invocado lá
(porque, assim, o Senhor teu Deus te abençoará),
25 então vendê-los-ás por dinheiro, tomarás o dinheiro em tuas mãos e irás ao lugar
que o Senhor teu Deus escolher,
26 e entregarás o dinheiro por qualquer coisa que desejar a tua alma, por vacas ou
ovelhas, ou por vinho, ou gastá-lo-ás em bebida forte ou em qualquer outra coisa
que tua alma desejar; e comerás ali, perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás, e a
tua casa contigo,
27 e o levita que está em tuas cidades, porque ele não tem parte nem herança
contigo.
28 Depois de três anos, deverás trazer todos os dízimos dos teus frutos; naquele
ano, tu o ajuntarás em tuas cidades.
29 E o levita deverá vir, porque ele não tem parte nem lote contigo, e o estrangeiro,
e o órfão, e a viúva que está em tuas cidades; e comerão e se fartarão, para que o
Senhor teu Deus te abençoe em todas as obras que vieres a realizar.
Deuteronômio - Capítulo 15
Deuteronômio - Capítulo 16
Deuteronômio - Capítulo 17
1 Não sacrificarás ao Senhor, teu Deus, um bezerro ou uma ovelha em que existir
defeito ou qualquer coisa maligna, pois isto é uma abominação ao Senhor, teu Deus.
2 E se for encontrado em qualquer uma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te
dá, um homem ou uma mulher que vier a fazer o que é mau aos olhos do Senhor teu
Deus, de forma a transgredir a sua aliança
3 e ir servir a outros deuses e adorá-los, o sol ou a lua, ou qualquer um do exército
do céu, o que ele te ordenou a não fazer,
4 e isso te for denunciado, e houveres inquirido diligentemente, e eis que a coisa
realmente aconteceu, tendo essa abominação sido feita em Israel,
5 então, tu deverás trazer para fora aquele homem ou aquela mulher, e vós o
apedrejareis, e morrerão.
6 Ele morrerá pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Um homem que é
condenado à morte não deverá ser condenado à morte por uma única testemunha.
7 A mão das testemunhas será sobre ele entre os primeiros a colocá-lo à morte, e a
mão do povo por último. Desta forma, removereis o mal do meio de vós.
8 Se algum assunto vier a ser muito difícil para ti em juízo, entre sangue e sangue,
entre causa e causa, entre ferida e ferida, e entre contradição e contradição
(questões de julgamento em vossas cidades),
9 então, tu te levantarás e irás até o lugar que o Senhor teu Deus escolher, virás aos
sacerdotes levitas e ao juiz que houver naqueles dias, e eles deverão investigar o
assunto e relatarem o juízo para ti.
10 E agirás de acordo com aquilo que eles vierem a apresentar-te no lugar que o
Senhor, teu Deus, escolher, e terás cuidado de fazer tudo aquilo que houver sido,
pela lei, apontado para ti.
11 Agirás de acordo com a lei e o juízo que vierem a declarar-te; não te desviarás
para a direita nem para a esquerda de qualquer sentença a qual vierem a declarar-
te.
12 O homem que vier a agir com altivez de modo a não dar ouvidos ao sacerdote
que está a ministrar em nome do Senhor, teu Deus, ou ao juiz que presidir naqueles
dias, aquele homem deverá morrer, e removerás o maligno para fora de Israel.
13 Então, todo o povo ouvirá e temerá, e não mais cometerá impiedade.
14 E quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te dá, e a herdares e nela
habitares, e vieres a dizer: Estabelecerei um governante sobre mim, assim como
fazem as outras nações ao redor de mim.
15 Tu, certamente, colocarás sobre ti o governante a quem o Senhor Deus vier a
escolher; dentre teus irmãos colocarás sobre ti um governante. Não terás poder
para colocar sobre ti um estrangeiro, porque não é teu irmão.
16 E ele não deverá multiplicar para si cavalos, e não deverá, de maneira nenhuma,
conduzir o povo de volta ao Egito, para que não venha a multiplicar para si cavalos,
pois o Senhor disse: Vós não devereis, nunca mais, voltar para trás por aquele
caminho.
17 E ele não multiplicará para si esposas, para que o seu coração não se desvie; e não
multiplicará, em demasia, para si, prata e ouro.
18 E quando ele vier a ser estabelecido em seu governo, deverá, então, escrever
para si essa repetição da lei em um livro, pelas mãos dos sacerdotes, os levitas;
19 o qual deverá estar com ele. E deverá ler nele todas as dias da sua vida, para que
aprenda a temer ao Senhor, teu Deus, e para manter todos estes mandamentos, e
observar essas ordenanças,
20 para que o seu coração não se exalte sobre seus irmãos, para que não se afaste
dos mandamentos, nem para a direita nem para a esquerda; para que ele e o seus
filhos possam reinar longamente, em seu domínio entre os filhos de Israel.
Deuteronômio - Capítulo 18
1 Os sacerdotes, os levitas, toda a tribo de Levi, não terão parte nem herança com
Israel; os holocaustos do Senhor são a sua herança. deverão comê-los.
2 Não terão herança entre seus irmãos; o próprio Senhor é a sua porção, como disse
a eles.
3 E isto é o que é devido aos sacerdotes nas coisas que vem do povo, daqueles que
oferecem sacrifícios, quer se trate de um bezerro ou de uma ovelha: darás o ombro
para o sacerdote, e a queixada, e o intestino grande;
4 e as primícias do teu cereal, do teu vinho, e do teu azeite; e darás a ele as primícias
da tosquia das tuas ovelhas.
5, Porque o Senhor o escolheu dentre todas as tuas tribos para estar em pé diante
do Senhor, teu Deus, para ministrar e abençoar em Seu nome, ele e os seus filhos,
dentre os filhos de Israel.
6 Se um levita sair de uma das cidades de todos os filhos de Israel, onde ele mora,
em conformidade com o desejo de sua mente, para o lugar que escolheu,
7 ele deverá ministrar no nome do Senhor seu Deus como todos os seus irmãos, os
levitas, que estão ali presentes perante o Senhor, teu Deus.
8 Deverá comer uma porção a ele atribuída, além da venda de sua propriedade
hereditária.
9 E quando tiveres entrado na terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não aprenderás a
fazer conforme as abominações daquelas nações.
10 Não deverá ser encontrado no meio de ti alguém que purifica o seu filho ou a sua
filha com fogo, alguém que usa de adivinhação, que lida com presságios e augúrios,
11 algum feiticeiro que emprega encantamentos, alguém que tem em si um espírito
de adivinhação, e observador de sinais, consultando os mortos.
12 Porque todo aquele que faz tal coisa é uma abominação ao Senhor, teu Deus;
pois, por causa dessas abominações, o Senhor irá destruí-los diante de ti.
13 Perfeito serás perante o Senhor, teu Deus.
14 Porque todas estas nações cuja terra tu herdarás ouvirão presságios e
adivinhações, mas o Senhor, teu Deus, não permitiu que fizesses da mesma forma.
15 O Senhor teu Deus levantará um profeta para ti dos teus irmãos, assim como eu.
A ele devereis ouvir,
16 de acordo com todas as coisas as quais desejaste do Senhor, teu Deus, em
Horebe, no dia da assembléia, dizendo: Não iremos ouvir novamente a voz do
Senhor, teu Deus, e não iremos mais ver este grande fogo, e, desta forma, não
morreremos.
17 Então, o Senhor me disse: Falaram justamente, em tudo o que eles disseram a ti.
18 Eu levantarei para eles um profeta dentre seus irmãos, como tu; porei minhas
palavras na sua boca e ele irá falar-lhes conforme Eu lhe ordenar.
19 E o homem que não der ouvidos a qualquer das palavras que aquele profeta irá
falar em meu nome, Eu me vingarei dele.
20 Porém, o profeta que impiamente falar em meu nome uma palavra que Eu não
lhe tenha ordenado falar, e qualquer que vier a falar em nome de outros deuses,
esse profeta morrerá.
21 Mas se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não
falou?
22 Quaisquer palavras que aquele profeta falar em nome do Senhor e que não
vierem a se tornar realidade, e que não acontecerem, esta é a coisa que o Senhor
não falou; aquele profeta falou maldosamente. Não devereis poupá-lo.
Deuteronômio - Capítulo 19
1 E quando o Senhor teu Deus tiver destruído as nações as quais Deus te dá com a
própria terra, e vós as herdardes e habitardes nas suas cidades e nas suas casas,
2 irás, então, separar para ti três cidades no meio da tua terra que o Senhor, teu
Deus, te dá.
3 Farás um levantamento dos teus caminhos, e dividirás os limites da tua terra, que
o Senhor teu Deus distribui para ti, em três partes, e nelas deverá haver um refúgio
para todos os homicidas.
4 Esta será a ordenança do homicida que irá fugir para lá e viverá, todo aquele que
tiver ferido o seu próximo não intencionalmente, uma vez que não o odiava
anteriormente.
5 Todo aquele que entrar com o seu vizinho no bosque para cortar madeira, se a
mão daquele que corta a madeira com o machado vier a ser violentamente movida
e a cabeça do machado, saindo do cabo, vier a cair sobre o seu vizinho e ele morrer,
aquele deverá fugir para uma dessas cidades, e viver.
6 Para que o vingador do sangue não persiga o assassino, (porque o seu coração
está quente), e o alcance, se o caminho for muito longo, e o mate, embora não haja
para este homem nenhuma sentença de morte, pois não o odiava anteriormente.
7 Portanto, eu te ordeno, dizendo: Deverás separar para ti três cidades.
8 E se o Senhor vier a ampliar os teus termos, assim como jurou a teus pais, e o
Senhor te der toda a terra que ele disse que daria a teus pais,
9 e se vieres a estar atento para cumprir todos estes mandamentos dos quais eu te
encarrego neste dia, para amar o Senhor teu Deus e para andares nos seus
caminhos continuamente, acrescentarás ainda para ti três cidades, além destas três.
10 Então, o sangue inocente não deverá ser derramado na terra que o Senhor, teu
Deus, te dá a herdar, e não haverá em ti um culpado de sangue.
11 Mas se houver no meio de ti um homem que odeia o seu vizinho, e que preparar
uma emboscada para ele, levantando-se contra ele e ferindo-o de forma que morra,
e vindo ele a fugir para uma dessas cidades,
12 então, os anciãos da sua cidade mandarão buscá-lo e levá-lo-ão dali, entregando-o
nas mãos dos vingadores do sangue, e ele morrerá.
13 O teu olho não deverá poupá-lo; desta forma, purgarás o sangue inocente de
Israel, e tudo irá bem contigo.
14 Não moverás os marcos do teu próximo, os quais teus pais definiram na herança,
e pelos quais tu tens obtido uma quota na terra que o Senhor, teu Deus, te dá em
herança.
15 Uma só testemunha não se levantará para depor contra alguém por qualquer
iniquidade, ou por qualquer falta, ou por qualquer pecado que possa cometer; pela
boca de duas testemunhas ou de três testemunhas toda palavra será estabelecida.
16 Se uma testemunha injusta se levantar contra um homem alegando iniquidade
contra ele,
17 então, os dois homens entre as quais a controvérsia existe apresentar-se-ão
diante do Senhor e diante dos sacerdotes, e perante os juízes, os quais possam
existir naqueles dias.
18 Logo, os juízes irão fazer um inquérito diligente; e eis que se uma testemunha
injusta tem dado injusto testemunho, tendo se levantado contra o seu irmão,
19 então, fareis a ele como perversamente concebeu para fazer contra o seu irmão.
E removerás o mal dentre vós.
20 E os restantes irão ouvir e temer, e não irão fazer mais de acordo com essa coisa
maligna, no meio de vós.
21 O teu olho não o poupará: exigirás vida por vida, olho por olho, dente por dente,
mão por mão, pé por pé.
Deuteronômio - Capítulo 20
1 Se fores à guerra contra teus inimigos e avistares cavalo e cavaleiro, e um povo
mais numeroso do que tu, não deverás ter medo deles, porque o Senhor teu Deus é
contigo, aquele que te tirou para fora da terra do Egito.
2 E virá a acontecer, sempre que estiveres próximo de entrar em uma batalha, que o
sacerdote aproximar-se-á e falará ao povo, e lhe dirá:
3 Ouve, ó Israel, vós estais indo hoje para a batalha contra vossos inimigos. Não
deixeis que o vosso coração desanime, não temais nem sejais confundidos, nem
desviai-vos de diante deles.
4 Porque é o Senhor, vosso Deus, que avança convosco, para lutar convosco contra
os vossos inimigos, e para salvar-vos.
5 E os escribas deverão falar ao povo, dizendo: Quem é o homem que construiu uma
casa nova e ainda não a dedicou? Que ele vá e retorne para sua casa, para que não
morra na guerra, e outro a dedique.
6 E qual é o homem que plantou uma vinha e ainda não se alegrou com ela? Que ele
vá e retorne para sua casa, para que não morra na batalha e um outro homem seja
feliz com ela.
7 E quem é o homem que está desposado com uma mulher e não a tomou ainda?
Que ele vá e retorne para sua casa, para que não morra na peleja, e algum outro
homem a receba.
8 E os escribas deverão falar ao povo, dizendo: Qual é o homem que teme e é
covarde em seu coração? Que ele vá e retorne para sua casa, para que não faça o
coração de seu irmão falhar, assim como o seu próprio.
9 E sucederá, então, quando os escribas tiverem terminado de falar ao povo, que
eles deverão nomear os generais do exército para serem líderes do povo.
10 E se te aproximares de uma cidade para conquistá-la pela guerra, chamai-os,
então, pacificamente, para fora.
11 Se, em seguida, eles vierem a responder em paz para ti, e abrir para ti, será que
todas as pessoas que se encontrarem nela serão tributárias e sujeitas a ti.
12 Porém, se eles não te derem ouvidos, mas fizerem a guerra contra ti, tu investirás
contra ela
13 até que o Senhor teu Deus a entregue nas tuas mãos; e ferirás todos os seus
homens com o fio da espada,
14 exceto as mulheres e as coisas. Todo o gado e tudo o que houver na cidade, e
todos os despojos, tomarás como saque para ti; e comerás todos os despojos de
teus inimigos, a quem o Senhor, teu Deus, te dá.
15 Assim deverás fazer para todas as cidades que estão muito longe de ti, não sendo
das cidades destas nações que o Senhor teu Deus te dá para herdar as suas terras.
16 Destas, não devereis tirar coisa alguma viva.
17 Porém vós devereis, certamente, amaldiçoá-los: aos heteus, aos amorreus, aos
cananeus, aos ferezeus, aos heveus, aos jebuseus e aos girgaseus, conforme o
Senhor, teu Deus, te ordenou;
18 para que não possam ensinar-te a praticar todas as suas abominações, as quais
eles fizeram para seus deuses; e, assim, irieis pecar diante do Senhor, vosso Deus.
19 Se vieres a sitiar uma cidade durante muitos dias, a fim de prevalecer contra ela
pela guerra para tomá-la, tu não destruirás as suas árvores através da aplicação de
um instrumento de ferro contra elas, mas deverás alimentar-te delas; e não as
cortarás. É a árvore que está no campo um homem, para entrar diante de ti no
trabalho do cerco?
20 Porém, a árvore que sabes não ser frutífera, esta destruirás e cortarás; e irás
construir um monte contra a cidade, a qual faz guerra contra ti, até que ela seja
entregue.
Deuteronômio - Capítulo 21
1 Se alguém for encontrado morto pela espada na terra que o Senhor teu Deus te dá
para herdar, havendo caído no campo, e não souberem quem o feriu,
2 os teus anciãos e os teus juízes aproximar-se-ão, e deverão medir as distâncias das
cidades ao redor do homem morto.
3 E será que, da cidade que estiver mais próxima do homem assassinado, os anciãos
da mesma cidade tomarão uma novilha da manada, que não tiver ainda trabalhado
e que não tenha ainda carregado um jugo.
4 E os anciãos daquela cidade trarão a novilha a um vale áspero, que não foi lavrado
e não está semeado, e matarão a novilha no vale.
5 E os levitas sacerdotes deverão vir, porque o Senhor Deus os escolheu para
ficarem do seu lado e para abençoar em seu nome, e por sua sentença toda
demanda e todo ferimento será decidido.
6 E todos os anciãos da mesma cidade, a qual está próxima ao homem morto,
lavarão as mãos sobre a cabeça da novilha que foi morta no vale;
7 e deverão responder, dizendo: Nossas mãos não derramaram este sangue e os
nossos olhos não o viram.
8 Seja misericordioso para com o teu povo Israel que remiste, ó Senhor, para que o
sangue inocente não possa ser cobrado sobre o teu povo Israel! E o sangue deverá
ser expiado para eles.
9 Assim, tirarás o sangue inocente para fora do meio de ti, se vieres a fazer o que é
bom e agradável perante o Senhor, teu Deus.
10 Quando saíres para a guerra contra os teus inimigos, se o Senhor teu Deus vier a
entregá-los nas tuas mãos e tomares o seu espólio,
11 se enxergares dentre os despojos uma mulher de belo rosto e vieres a desejá-la, e
a tomares para ti como uma esposa,
12 e a trouxeres para dentro da tua casa, então tu rasparás a sua cabeça e cortarás
as suas unhas,
13 e tirarás as suas vestes de cativeiro, e ela habitará em tua casa e chorará a seu pai
e a sua mãe durante os dias de um mês. E, depois disto, tu a tomarás e morarás com
ela, e será tua mulher.
14 E será que, se não te agradares dela, deverás enviá-la para fora, livre, mas ela não
poderá, por qualquer meio, ser vendida por dinheiro; não a tratarás com desdém,
porque a tens humilhado.
15 Se um homem tiver duas mulheres, uma delas amada e desprezada a outra, e
tanto a amada quanto a desprezada tiverem lhe dado filhos, e o filho da desprezada
dever ser o primogênito,
16 então, será que, quando ele repartir a herança de seus bens aos filhos, não lhe
será permitido dar o direito do primogênito ao filho da amada, tendo
menosprezado o filho da desprezada, que é o primogênito.
17 Mas ele deverá reconhecer o primogênito da pessoa desprezada para dar a ele o
dobro de todas as coisas que vierem a ser encontradas com ele; porque é o primeiro
de seus filhos, e a ele pertence o direito de primogenitura.
18 Se alguém tem um filho desobediente e contencioso que não escuta a voz de seu
pai e a voz de sua mãe, e eles vierem a corrigi-lo, porém não lhes der ouvidos;
19 então, o seu pai e a sua mãe apanhá-lo-ão e o levarão diante dos anciãos da sua
cidade, e para o portão do local.
20 E dirão aos homens da sua cidade: Este nosso filho é desobediente e
contencioso, não ouve a nossa voz, sendo um folião e um beberrão.
21 Então, os homens da sua cidade o apedrejarão, e deverá morrer. Assim,
removerás o mal de vós, e os restantes irão ouvir e temer.
22 Se houver pecado em qualquer um e o julgamento da morte estiver sobre ele,
vindo a ser condenado à morte, e vós o pendurardes em uma árvore,
23 o seu corpo não permanecerá toda a noite no madeiro; mas vós, certamente,
ireis enterrá-lo naquele dia. Pois todo aquele que for pendurado em uma árvore é
amaldiçoado por Deus, e não devereis, por nenhum meio, contaminar a terra que o
Senhor teu Deus te dá por herança.
Deuteronômio - Capítulo 22
1 Quando vires o bezerro de teu irmão ou a sua ovelha perdidos no caminho não
deverás ignorá-los; tu irás, certamente, conduzi-los de volta ao teu irmão, e os
restaurarás a ele.
2 E se teu irmão não estiver perto de ti e, verdadeiramente, não o conheceres, tu os
levarás para o interior de tua casa; deverão ficar contigo até que teu irmão venha
procurá-los, e, então, irás restaurá-los a ele.
3 Assim deverás fazer com o seu jumento, e assim deverás fazer com a sua roupa, e
assim farás com toda coisa que teu irmão tem perdido; tudo o que tiver sido
perdido por ele e tiveres encontrado não terás poder de ignorar.
4 Não contemplarás o jumento do teu irmão, ou o seu bezerro, caídos no caminho.
Não estará em teu poder ignorá-los; tu, certamente, o ajudarás a encontrá-los.
5 A vestimenta de um homem não deverá estar em uma mulher, nem deverá o
homem colocar um vestido de mulher; pois todo aquele que faz tal coisa é
abominação ao Senhor, teu Deus.
6 Se vieres a encontrar um passarinho diante de ti no caminho, ou em qualquer
árvore, ou na terra, filhote ou ovos, e a mãe estiver cuidando o filhote ou os ovos,
não tomarás a mãe com o filhote.
7 Deixarás, certamente, a mãe ir embora, mas tomarás para ti o filhote; para que
possa ir tudo bem contigo e para que possas viver por muito tempo.
8 Se vieres a construir uma casa nova, farás um parapeito para tua casa; desta
forma, não trarás a culpa de sangue sobre a tua casa se alguém, de qualquer
maneira, vier a cair dela.
9 Não semearás a tua vinha com sementes diversas, para que o fruto não seja
dedicado, e qualquer semente que venhas a semear junto com o fruto da tua vinha.
10 Não puxarás o arado com um boi e um jumento, juntos.
11 Não usarás uma roupa misturada, de lã e linho juntamente.
12 Farás franjas nas quatro bordas de tuas vestes, com qualquer tecido que estiveres
vestindo.
13 Se alguém tomar uma esposa e morar com ela, e detestá-la,
14 anexando a ela palavras de reprovação, e trazer contra ela um nome ruim,
dizendo: Tomei esta mulher e, quando cheguei-me a ela, não encontrei nela os sinais
da sua virgindade!;
15 então, o pai e a mãe da moça deverão pegar e trazer para fora os sinais da
virgindade da moça, aos anciãos da cidade, no portão.
16 E o pai da moça dirá aos anciãos: Dei esta minha filha a este homem para ser sua
mulher;
17 porém, agora, ele a tem detestado, e anexa palavras de reprovação a ela,
dizendo: Não tenho encontrado sinais de virgindade com a tua filha. E estes são os
sinais da virgindade de minha filha. E desdobrarão a roupa diante dos anciãos da
cidade.
18 Então, os anciãos daquela cidade tomarão aquele homem, e castigá-lo-ão,
19 e multá-lo-ão em cem siclos, entregando-os ao pai da moça, porque trouxe um
mal nome contra uma virgem de Israel; e ela será sua mulher. Não será permitido a
ele, nunca, repudiá-la.
20 Contudo, se este relatório é verdadeiro, e os sinais da virgindade não puderem
ser encontrados para a moça,
21 então, eles deverão levar a moça para as portas da casa de seu pai, e a
apedrejarão com pedras, e ela morrerá; porque tem feito loucura entre os filhos de
Israel, por profanar a casa de seu pai, prostituindo-se. Desta forma, removerás o mal
do meio de ti.
22 Se um homem for encontrado deitado com uma mulher casada com um outro
homem, devereis matar os dois, o homem que se deitou com a mulher e a mulher;
desta forma, removerás o iníquo para fora de Israel.
23 Se houver uma moça jovem desposada com um homem, e um outro homem a
tiver encontrado na cidade, ficando com ela,
24 trareis ambos para fora da porta da sua cidade, e deverão ser apedrejados com
pedras, e morrer. A moça, porque não gritou na cidade; e o homem, porque
humilhou a esposa de seu vizinho. Desta forma, removerás o iníquo do meio de ti.
25 Mas se um homem encontrar no campo uma moça que é desposada, e ele vier a
forçá-la, deitando-se com ela, matareis somente o homem que se deitou com ela.
26 A moça, porém, não tem cometido um pecado digno de morte. Como um
homem que se levanta contra seu vizinho e o mata, da mesma forma é neste caso;
27 porque ele a achou no campo. A moça desposada gritou, mas não havia ninguém
para ajudá-la.
28 Se alguém encontrar uma jovem virgem que não tenha sido prometida e vier a
forçá-la, deitando-se com ela, e ser descoberto,
29 o homem que se deitou com a moça dará ao seu pai cinquenta didracmas de
prata, e ela deverá ser sua esposa; porque a tem humilhado. A ele, nunca lhe será
permitido repudiá-la.
30 Um homem não deverá tomar a mulher de seu pai, e não levantará a roupa de
seu pai.
Deuteronômio - Capítulo 23
Deuteronômio - Capítulo 24
1 Se fores para o campo de cereal do teu próximo, então, poderás reunir as espigas
com as tuas mãos; mas não poderás colocar a foice no cereal do teu próximo.
2 E se fores para a vinha do teu próximo, comerás uvas suficientes para satisfazer o
teu desejo; contudo, não poderás colocá-las em um vaso.
3 Se alguém tomar uma esposa, indo morar com ela, então, virá a acontecer, se ela
não tiver achado graça diante dele, porque encontrou nela alguma coisa
inconveniente, que deverá escrever-lhe uma carta de divórcio e dá-la em suas mãos;
e a mandará embora de sua casa.
4 Mas se ela for embora e se casar com outro homem,
5 e o último marido aborrecê-la, escrevendo para ela uma carta de divórcio e dando-
a em suas mãos, e mandá-la para fora da sua casa, se o seu último marido vier a
morrer (aquele que a tomou para si, depois, por mulher),
6 o primeiro marido, o que a despediu, não será capaz de voltar atrás e tomá-la para
si por mulher depois que foi contaminada. Pois isto é uma abominação diante do
Senhor teu Deus, e não deverás contaminar a terra que o Senhor, teu Deus, te dá
em herança.
7 Se alguém tiver tomado recentemente uma esposa, não sairá à guerra, nem
qualquer encargo será colocado sobre ele; deverá estar livre em sua casa. Por um
ano ele alegrará a sua mulher, a quem tomou.
8 Não tomarás em penhor a mó inferior nem a mó superior. Pois quem faz isso toma
a vida por um penhor.
9 Se um homem vier a ser apanhado a roubar um de seus irmãos, dos filhos de
Israel, e, havendo-o subjugado, vier a vendê-lo, esse ladrão morrerá. Desta forma,
removerás o maligno de ti.
10 Guarda-te no que diz respeito a praga da lepra. Tomarás grande cuidado de fazer
segundo toda a lei que os sacerdotes levitas irão comunicar-te. Tomai cuidado de
fazer conforme eu vos tenho encarregado.
11 Lembrai-vos de tudo o que o Senhor, vosso Deus, fez a Miriã no caminho, quando
saíeis do Egito.
12 Se teu vizinho tiver contigo uma dívida, qualquer dívida que seja, não hás de
entrar em sua casa para lhe tomar o penhor.
13 Permanecerás fora, e o homem que está em débito contigo trará o penhor fora,
para ti.
14 E, se o homem for pobre, não te deitarás com o seu penhor.
15 Certamente, retornarás o seu penhor ao pôr do sol, e ele dormirá na sua roupa, e
te abençoará, e isto deverá trazer misericórdia para ti perante o Senhor, teu Deus.
16 Não reterás injustamente o salário do pobre e necessitado dentre os teus irmãos,
ou dos estrangeiros que estão em tuas cidades.
17 Pagar-lhe-ás o seu salário no mesmo dia. O sol não deverá se pôr sobre isto,
porque ele é pobre e depende disto, e clamará contra ti ao Senhor; e tal coisa será
um pecado em ti.
18 Os pais não deverão ser condenados à morte em lugar dos filhos, e os filhos não
deverão ser condenados à morte em lugar dos pais; cada um será condenado à
morte pelo seu próprio pecado.
19 Não torcerás o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva. Não tomarás a roupa
da viúva em penhor.
20 Lembrar-te-ás de que foste escravo na terra do Egito, e o Senhor teu Deus te
resgatou dali; por este motivo, te ordeno que faças isso.
21 Quando tiveres colhido o cereal no teu campo, e esqueceres lá um molho, não te
voltarás para buscá-lo; será para o estrangeiro, o órfão e a viúva; afim de que o
Senhor, teu Deus, te abençoe em todas as obras de tuas mãos.
22 Se recolheres as tuas azeitonas, não retornarás para buscar o restante; este será
para o estrangeiro, o órfão e a viúva, e te lembrarás de que foste escravo na terra
do Egito; por este motivo, ordeno-te que faças assim.
23 E quando acontecer de colheres as uvas da tua vinha, não catarás o que for
deixado; será para o estrangeiro, o órfão e a viúva;
24 e lembrar-te-ás de que foste escravo na terra do Egito; pelo que te ordeno que
faças assim.
Deuteronômio - Capítulo 25
1 No caso de haver uma disputa entre homens, vindo eles a se apresentarem para o
julgamento, e os juízes julgarem, justificando o justo e condenando o ímpio,
2 virá a acontecer, então, que, se o injusto for digno de açoites, pô-lo-ás perante os
juízes, e açoitá-lo-ão diante deles, segundo a sua iniquidade.
3 Açoitá-lo-ão com o número de quarenta açoites. Não lhe infligirão mais, pois, se o
açoitasses com açoites além desses açoites, teu irmão seria humilhado diante de ti.
4 Não atarás o focinho do boi que trilha o grão.
5 Se irmãos estiverem vivendo juntos, e um deles vier a falecer não tendo deixado
descendente, a esposa do falecido não deverá casar-se fora da mesma família, com
um homem não aparentado. O irmão do seu marido a tomará, levando-a consigo
para ser sua mulher, e habitará com ela.
6 E deverá acontecer que a criança que ela vier a carregar será chamada pelo nome
do falecido, e o seu nome não será apagado de Israel.
7 Porém, se o homem não estiver disposto a tomar a mulher de seu irmão, então, a
mulher irá até o portão, ao encontro dos anciãos, e dirá: Meu cunhado não irá
levantar o nome de seu irmão em Israel. O irmão de meu marido o recusou.
8 Depois disto, os anciãos da sua cidade o chamarão e falarão com ele. E se ele se
posicionar, dizendo: Não irei tomá-la.
9 Então, a esposa de seu irmão virá para a frente, diante dos anciãos, tirará um
sapato de seu pé e cuspirá em seu rosto; e falar-lhe-á, dizendo: Assim se deve fazer
para com o homem que não edificar a casa de seu irmão em Israel.
10 E seu nome será chamado, em Israel: 'A Casa Daquele que Teve seu Calçado
Solto'.
11 Se homens envolverem-se em luta corporal, um homem com o seu irmão, e a
esposa de um deles avançar para resgatar o marido da mão daquele que o fere,
estendendendo a sua mão para pegar em suas partes íntimas,
12 tu lhe cortarás a mão; teu olho não a poupará.
13 Não terás na tua bolsa pesos diversos, um grande e um pequeno.
14 Não terás na tua casa medidas diversas, uma grande e uma pequena.
15 Deverás ter um peso verdadeiro e justo, e uma verdadeira e justa medida, para
que possas viver por muito tempo na terra que o Senhor, teu Deus, te dá por
herança.
16 Porque todo aquele que faz isto é abominação ao Senhor, teu Deus, todo aquele
que faz injustiça.
17 Lembra-te das coisas que Amaleque fez contra ti pelo caminho, quando saíste da
terra do Egito,
18 de como ele resistiu-te pelo caminho, e perseguiu a tua retaguarda, mesmo
aqueles que estavam cansados, os quais vinham mais para trás de ti; e tu,
verdadeiramente, estavas faminto e cansado. Ele, porém, não temeu a Deus.
19 E sucederá, sempre que o Senhor teu Deus der-te descanso de todos os teus
inimigos em redor de ti, na terra que o Senhor, teu Deus, te dá para herdar, que
apagarás o nome de Amaleque de debaixo do céu; não te esquecerás de cumpri-lo.
Deuteronômio - Capítulo 26
1 E virá a acontecer, quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá
em herança, havendo-a herdado, e tiveres habitado nela,
2 que tomarás dos primeiros dos frutos da tua terra que o Senhor, teu Deus, te dá, e
os porás num cesto, indo ao lugar que o Senhor teu Deus escolher para ter o seu
nome invocado lá.
3 Então, irás ao sacerdote que houver naqueles dias e lhe dirás: Testifico hoje ao
Senhor, meu Deus, que vim para a terra que o Senhor jurou a nossos pais dar-nos.
4 E o sacerdote tomará o cesto da tua mão e pô-lo-á diante do altar do Senhor, teu
Deus.
5 E deverás responder, e dizer perante o Senhor, teu Deus: Meu pai abandonou a
Síria e desceu ao Egito, peregrinando ali em número pequeno, e tornou-se ali uma
nação poderosa e uma grande multidão.
6 Mas os egípcios nos afligiram e humilharam-nos, e impuseram tarefas difíceis
sobre nós.
7 Então, clamamos ao Senhor, nosso Deus, e o Senhor ouviu a nossa voz, e viu a
nossa humilhação, o nosso trabalho e a nossa aflição.
8 E o Senhor mesmo nos tirou do Egito com sua grande força, sua mão forte e seu
braço elevado, com grandes visões, e com sinais e maravilhas.
9 Ele nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel.
10 E agora, eis que eu trouxe os primeiros frutos da terra que tu me deste, ó Senhor,
terra que mana leite e mel. E depositarás isto perante o Senhor, teu Deus, e
adorarás diante do Senhor, teu Deus;
11 e te alegrarás em todas as coisas boas que o Senhor teu Deus tem concedido a ti;
tu e a tua família, e o levita, e o estrangeiro que está no meio de ti.
12 E quando tiveres entregado todos os dízimos dos teus frutos, no terceiro ano,
darás o segundo décimo para o levita e para o estrangeiro, e para o órfão, e para a
viúva; e comerão nas tuas cidades, e alegrar-se-ão.
13 Então, dirás, perante o Senhor, teu Deus: Tenho, completamente, recolhido as
coisas santas de minha casa, e as dei ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, e a
viúva, de acordo com todos os mandamentos que me ordenaste; não transgredi teu
mandamento, e não o esqueci.
14 Na minha angústia não as consumi, não as apanhei para um propósito impuro,
não dei delas para os mortos; e dei ouvidos à voz do Senhor, nosso Deus; tenho
feito conforme me ordenaste.
15 Olha para baixo, desde a tua santa morada, desde o céu, e abençoa o teu povo
Israel e a terra que lhes tens dado, como juraste a nossos pais para nos dar uma
terra que mana leite e mel.
16 Neste dia, o Senhor, teu Deus, dá-te o encargo para manter todos as ordenanças
e julgamentos. E vós devereis observá-los e cumpri-los com todo o vosso coração e
com toda a vossa alma.
17 Tens escolhido a Deus, neste dia, para ser o teu Deus e andares nos seus
caminhos, para observares as suas ordenanças e julgamentos, e para dares ouvidos
à sua voz.
18 E o Senhor te escolheu, neste dia, a fim de que sejas para ele um povo peculiar,
conforme ele disse, e para guardares seus mandamentos.
19 E para permaneceres acima de todas as nações ele te fez renomado, e um motivo
de orgulho, e glorioso; para ser um povo santo para o Senhor, teu Deus, conforme
ele falou.
Deuteronômio - Capítulo 27
Deuteronômio - Capítulo 28
1 E virá a acontecer, se quiseres realmente ouvir a voz do Senhor teu Deus, para
observar e cumprir todos estes mandamentos que eu te ordeno hoje, e para que o
Senhor teu Deus te coloque no alto, acima de todas as nações da terra,
2 que todas estas bênçãos virão sobre ti e te encontrarão. Se quiseres, realmente,
ouvir a voz do Senhor, teu Deus,
3 bendito serás na cidade e bendito serás no campo;
4 benditos serão os filhos do teu ventre e o fruto da tua terra, os rebanhos de teus
bois e os rebanhos das tuas ovelhas;
5 benditos serão os teus celeiros e os teus armazéns;
6 bendito serás na tua entrada e bendito serás na tua saída.
7 O Senhor entregará os teus inimigos, os que se opõem a ti, totalmente quebrados
diante de ti. Eles sairão contra ti por um caminho, e por sete caminhos fugirão de
diante de ti.
8 O Senhor mandará sobre ti a sua bênção nos teus celeiros, e sobre tudo em que
puseres a tua mão na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.
9 O Senhor te levantará para si mesmo como um povo santo, conforme jurou a teus
pais, se quiseres ouvir a voz do Senhor teu Deus e andares nos seus caminhos.
10 Todas as nações da terra te contemplarão e verão que o nome do Senhor é
invocado sobre ti; e elas deverão permanecer no teu temor.
11 O Senhor teu Deus multiplicar-te-á para o bem no que for gerado das tuas
entranhas, no que for gerado dos teus animais e nos frutos da tua terra, na terra
que o Senhor jurou a teus pais dar-te.
12 Possa o Senhor abrir para ti o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra
na estação apropriada; possa ele abençoar toda a obra das tuas mãos. Tu
emprestarás a muitas nações, mas não tomarás emprestado; e dominará sobre
muitas nações, mas elas não dominarão sobre ti.
13 O Senhor teu Deus te faça ser a cabeça e não a cauda. Tu, então, estarás em cima
e não embaixo, se quiseres ouvir a voz do Senhor, teu Deus, em todas as coisas que
eu te ordeno neste dia para observar.
14 Não deverás desviar-te de qualquer um dos mandamentos que eu te ordeno
neste dia, nem para a direita nem para a esquerda, para ir atrás de outros deuses e
para servi-los.
15 Entretanto, deverá vir a suceder, se não quiseres ouvir a voz do Senhor teu Deus
para observar todos os seus mandamentos, tantos quantos eu te ordeno neste dia,
que, então, todas estas maldições virão sobre ti e te alcançarão:
16 Maldito serás na cidade, e maldito serás no campo;
17 malditos serão os teus celeiros e os teus armazéns;
18 maldito será o filho do teu ventre e os frutos da tua terra, e os rebanhos de teus
bois e das tuas ovelhas;
19 maldito serás na tua entrada, e maldito serás na tua saída.
20 O Senhor mandará sobre ti necessidade e fome, e a destruição de todas as coisas
sobre a qual vieres a pôr sobre elas a tua mão, até que ele te haja destruído
totalmente, até que ele tenha te consumido, sem demora, por causa dos teus maus
desígnios, porque me tens esquecido;
21 o Senhor fará com que a peste se apegue a ti, até que ele te consuma na terra em
que entras para possuí-la;
22 o Senhor te ferirá com angústia e febre, e frio, e inflamação, e deterioração, e
palidez; e estes perseguir-te-ão até que te tenham destruído.
23 Terás sobre a tua cabeça um céu de bronze, e a terra debaixo de ti será de ferro;
24 o Senhor teu Deus fará a chuva de tua terra poeira, e poeira descerá do céu até
que te tenha destruído, e até que te haja consumido, rapidamente;
25 o Senhor te entregue até mesmo para abate diante dos teus inimigos. Sairás
contra eles por um caminho, e fugirás de suas faces por sete caminhos. E serás uma
dispersão em todos os reinos da terra.
26 Os teus homens mortos deverão servir de alimento para as aves do céu e para as
feras da terra, e não haverá ninguém para afugentá-las;
27 o Senhor te fira com as úlceras do Egito nas partes baixas, com uma crosta
maligna e coceira, de modo que não possas ser curado;
28 o Senhor te fira com loucura e cegueira, e confusão de espírito.
29 Tatearás ao meio-dia como um cego tatearia no escuro, e não prosperarás nos
teus caminhos; serás tratado injustamente e saqueado continuamente, e não
haverá quem socorra;
30 tomarás uma mulher e outro homem a possuirá; edificarás uma casa e nela não
habitarás; plantarás uma vinha e não recolherás as uvas da mesma;
31 o teu bezerro será morto diante de ti, mas não comerás dele; o teu jumento será
arrebatado de ti e não te será restaurado; as tuas ovelhas serão dadas aos teus
inimigos, e não terás quem te socorra;
32 teus filhos e tuas filhas serão dados à outra nação, e os teus olhos, definhando,
irão procurá-los; e a tua mão não terá nenhuma força;
33 uma nação que não conheces irá comer o produto da tua terra e todo o teu
trabalho, e serás ferido e esmagado.
34 E estarás perplexo por causa das coisas que os teus olhos verão.
35 O Senhor te ferirá com um grave mal nos joelhos e nas tuas pernas, de modo que
não poderás ser curado, desde a planta do teu pé até o alto da tua cabeça.
36 O Senhor te leve, a ti e aos teus príncipes, os quais colocarás sobre ti, à uma
nação que nem tu nem teus pais conhecem; e, ali, tu irás servir a outros deuses, de
madeira e de pedra.
37 E irás ser, ali, um pasmo e uma parábola, um conto entre todas as nações para as
quais o Senhor teu Deus te levar.
38 Levarás muita semente para o campo e trarás poucas, porque o gafanhoto as
devorará;
39 plantarás uma vinha e a cultivarás, mas não beberás o seu vinho nem te
deleitarás com ele, porque o verme irá devorá-la;
40 terás oliveiras em todos os teus limites, mas não te ungirás com azeite, porque a
tua oliveira, totalmente, lançará de si o seu fruto;
41 tu gerarás filhos e filhas, mas eles não serão para ti, porque partirão para o
cativeiro;
42 todas as tuas árvores e os frutos da tua terra a ferrugem consumirá;
43 o estrangeiro que está no meio de ti se elevará muito alto, e tu ainda mais baixo
descerás;
44 ele te emprestará a ti e tu não emprestarás a ele; ele será a cabeça e tu serás a
cauda.
45 Todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão e alcançarão, até que ele te
haja consumido, e até que ele deva ter destruído a ti, porquanto não atentaste à voz
do Senhor teu Deus para guardar os seus mandamentos e os seus juízos, que
ordenou-te.
46 Estas coisas serão sinais em ti e maravilhas entre a tua descendência, para
sempre,
47 porque não serviste ao Senhor teu Deus com alegria e bom coração, por causa da
abundância de todas as coisas.
48 Então, deverás servir os teus inimigos, que o Senhor enviará contra ti, com fome
e com sede, com nudez e na falta de tudo. Levarás sobre o teu pescoço um jugo de
ferro, até que ele te haja destruído.
49 O Senhor fará vir sobre ti uma nação a partir da extremidade da terra, como o
rápido voo de uma águia, uma nação cuja voz não entenderás;
50 uma nação de aparência ousada, que não respeitará a pessoa do idoso e não terá
piedade dos jovens,
51 e que comerá completamente a cria dos teus animais e o fruto da tua terra, de
modo a não deixar-te cereal, vinho, azeite, os rebanhos de teus bois e das tuas
ovelhas; até que te haja destruído,
52 e te haja totalmente esmagado em tuas cidades; até que os muros altos e fortes
sejam destruídos, nos quais tu confias, em toda a tua terra. E isso deverá afligir-te
em tuas cidades, as quais ele tem dado a ti.
53 Comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, tudo o que
ele te deu, no teu aperto e na tua aflição com a qual o teu inimigo deverá afligir-te.
54 Aquele que é macio e delicado no meio de ti irá olhar com um olho mau contra o
seu irmão e contra a mulher no seu seio, e contra as crianças que foram deixadas, as
quais possam ter sido deixadas para ele,
55 para não dar a algum deles da carne de seus filhos, da qual ele deverá comer, por
causa de nada haver sido deixado para ele, no teu aperto e na tua aflição com que o
teu inimigo deverá afligir-te em todas as tuas cidades.
56 E aquela que é macia e delicada no meio de vós, cujos pés não intentaram ir
sobre a terra por causa de sua delicadeza e maciez, deverá olhar com maus olhos
para o marido em seu seio, para o seu filho e para a sua filha,
57 pela sua prole que lhe sai de entre os pés, e pela criança que deverá carregar,
pois irá comê-los por causa da falta de todas as coisas, secretamente, no teu aperto
e na tua aflição com que o teu inimigo deverá afligir-te em todas as tuas cidades.
58 Se não deres ouvidos a todas as palavras desta lei, as quais foram escritas neste
livro, para temeres este nome glorioso e maravilhoso, o Senhor teu Deus,
59 então, o Senhor deverá ampliar as tuas pragas e as pragas de tua semente,
grandes e maravilhosas pragas, e doenças malignas e permanentes.
60 Ele fará vir sobre ti todas as dores malignas do Egito, de que tiveste temor, e
apegar-se-ão a ti;
61 o Senhor fará vir sobre ti toda enfermidade e toda praga que não está escrita, e
toda aquela que está escrita no livro desta lei, até que ele te tenha destruído.
62 E ficareis poucos em número, ainda que éreis como as estrelas do céu em
multidão, porquanto não obedecestes à voz do Senhor, teu Deus.
63 E virá a acontecer que, assim como o Senhor se deleitava em vós para fazer-vos o
bem e multiplicar-vos, da mesma sorte o Senhor se deleitará em vós para destruir-
vos, e sereis rapidamente removidos da terra em que entrais para herdá-la.
64 O Senhor teu Deus te dispersará entre todas as nações, desde uma extremidade
da terra até a outra, e, lá, irás servir a outros deuses, madeira e pedra, que não tens
conhecido nem teus pais.
65 Além disso, entre estas nações ele não te dará tranquilidade; nem, por qualquer
meio, a planta de teu pé terá descanso. Porque o Senhor, ali, te dará um coração
diferente e apreensivo, olhos que desfalecem e uma alma que se desgasta.
66 A tua vida estará em suspenso diante dos teus olhos, e sentirás medo de dia e de
noite. E não terás segurança de tua vida.
67 Pela manhã, dirás: Tomara fosse noite! E, a noite, tu dirás: Tomara fosse a manhã!
Isso, por causa do temor do teu coração, com o qual temerás, e por causa dos sinais
diante dos teus olhos, que verás.
68 O Senhor te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho do qual eu disse: Tu
não o verás novamente. E serás vendido, lá, para os teus inimigos por servos e
servas, e ninguém vos comprará.
Deuteronômio - Capítulo 29
1 Estas são as palavras da aliança que o Senhor ordenou Moisés fazer com os filhos
de Israel na terra de Moabe, além do pacto que fez com eles em Horebe.
2 Chamou Moisés a todos os filhos de Israel, e disse-lhes: Vós tendes visto tudo
quanto o Senhor fez na terra do Egito, diante de Faraó e seus servos, e a toda a sua
terra;
3 as grandes tentações que os teus olhos viram, os sinais e aquelas grandes
maravilhas.
4 Mas o Senhor Deus não vos tem dado um coração para entender, nem olhos para
ver e ouvidos para ouvir, até este dia.
5 Ele vos conduziu por quarenta anos no deserto; as vossas vestes não
envelheceram e as vossas sandálias não se desgastaram em vossos pés.
6 Não comestes pão nem bebestes vinho ou bebida forte, para que saibais que eu
sou o Senhor, vosso Deus.
7 E chegastes até este lugar; então vieram Seom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de
Basã, para encontrar-nos com a guerra.
8 Contudo, nós os ferimos e tomamos a sua terra, e eu a dei como herança a Rúben
e Gade, e à meia tribo de Manassés.
9 Devereis ter cuidado de cumprir todas as palavras desta aliança, para que possais
compreender todas as coisas que deveis fazer.
10 Estais, vós todos, de pé, hoje, perante o Senhor, vosso Deus, os cabeças das
vossas tribos e os vossos anciãos, vossos juízes e vossos oficiais, todos os homens
de Israel,
11 com suas esposas e seus filhos, e o estrangeiro que está no meio do vosso
acampamento, desde o vosso cortador de madeira até o vosso tirador de água;
12 para que possas entrar na aliança do Senhor, teu Deus, e em seus juramentos,
tantos quantos o Senhor, teu Deus, apresenta a ti neste dia;
13 para que ele possa nomear-te como um povo para si mesmo; e ele será o teu
Deus, conforme o disse a ti e como jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.
14 E eu não aponto somente para vós esta aliança e este juramento,
15 mas também para aqueles que estão aqui convosco, hoje, perante o Senhor
vosso Deus, e para aqueles que não estão aqui convosco, hoje.
16 Porque vós sabeis como habitamos na terra do Egito, e como passamos pelo
meio das nações através das quais viestes.
17 Vistes as suas abominações e os seus ídolos, de pau e de pedra, de prata e de
ouro, que estão entre eles;
18 para que não haja entre vós homem ou mulher, ou família, ou tribo, cujo coração
se haja desviado do Senhor, vosso Deus, tendo ido servir aos deuses destas nações;
para que não haja em vós uma raiz surgindo com fel e amargura.
19 E será que, se alguém ouvir as palavras desta maldição e vier a lisonjear-se em seu
coração, dizendo: Que boas coisas aconteçam para mim, pois irei andar no erro do
meu coração. Para que o pecador não destrua os inocentes, juntamente com ele,
20 Deus não irá estar, de modo algum, disposto a perdoá-lo; porém, a ira do Senhor
e o seu zelo acender-se-ão contra aquele homem, e todas as maldições desta aliança
deverão apegar-se a ele, as quais estão escritas neste livro; e o Senhor lhe apagará o
nome de debaixo do céu.
21 E o Senhor deverá separar aquele homem para o mal, dentre todos os filhos de
Israel, conforme todas as maldições da aliança que estão escritas no livro desta lei.
22 Outra geração deverá dizer, até mesmo seus filhos que se levantarão depois de
vós e o estrangeiro que virá de uma terra distante e irá ver as pragas daquela terra,
as suas doenças que o Senhor enviou sobre ela,
23 sal e enxofre ardente (pois a terra inteira não será semeada, nem qualquer coisa
verde brotará nem crescerá em cima dela, como Sodoma e Gomorra foram
derrubadas, e Admá e Zeboim, que o Senhor destruiu na sua ira e raiva);
24 e todas as nações também dirão: Por que fez o Senhor assim com esta terra? O
que significa a grande intensidade dessa ira?
25 E os homens responderão: É porque deixaram o pacto do Senhor, Deus de seus
pais, as coisas que ele designou aos seus pais quando os tirou da terra do Egito;
26 e se foram e serviram a outros deuses que não conheciam, nem ele lhes atribuíra.
27 E o Senhor estava muito zangado com aquela terra, para trazer sobre ela as
coisas de acordo com todas as maldições que estão escritas no livro desta lei;
28 e o Senhor os removeu de sua terra com ira e furor, com uma indignação mui
grande, expulsando-os para outra terra, como é no presente.
29 As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, mas as coisas que são
reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos, para sempre, para cumprirmos todas
as palavras desta lei.
Deuteronômio - Capítulo 30
1 E virá a acontecer quando todas essas coisas vierem sobre ti, a bênção e a
maldição as quais eu pus diante de ti, e te lembrares delas entre todas as nações
onde o Senhor te haverá dispersado,
2 e retornares ao Senhor, teu Deus, e ouvires a sua voz, de acordo com todas as
coisas que eu te ordeno neste dia, com todo o teu coração e com toda a tua alma,
3 que, então, o Senhor irá sarar as tuas iniquidades e terá piedade de ti, e irá outra
vez reunir-te dentre todas as nações entre as quais o Senhor dispersou-te.
4 Se a tua dispersão for de uma extremidade do céu até a outra, dali o Senhor teu
Deus te ajuntará, e dali o Senhor teu Deus te tomará.
5 O Senhor, teu Deus, irá te trazer dali para a terra que teus pais herdaram, e tu a
herdarás; e ele irá te fazer o bem e te multiplicará mais do que a teus pais.
6 O Senhor purificará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o
Senhor teu Deus de todo teu coração, e com toda a tua alma, para que possas viver.
7 E o Senhor, teu Deus, porá estas maldições sobre os teus inimigos e sobre aqueles
que te odeiam, que têm perseguido a ti.
8 Haverás de retornar e escutar a voz do Senhor, teu Deus, e deverás obedecer os
seus mandamentos, tudo o que eu te ordeno, neste dia.
9 E o Senhor teu Deus te abençoará em toda a obra das tuas mãos, nos filhos de teu
corpo, nos filhos dos teus animais e nos frutos da tua terra. Porque o Senhor, teu
Deus, irá outra vez alegrar-se em ti para o bem, como se alegrou em teus pais,
10 se quiseres ouvir a voz do Senhor, teu Deus, para guardares os seus
mandamentos e as suas ordenanças, e os seus juízos escritos no livro desta lei; e se
te voltares para o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma.
11 Porque este mandamento que eu te dou, neste dia, não é pesado, também não
está fora do teu alcance.
12 Não está acima, nos céus, como se houvesse alguém dizendo: Quem subirá por
nós aos céus e o irá tomar para nós, e o iremos ouvir e cumpri-lo?
13 Nem está além do mar, como se houvesse alguém dizendo: Quem passará por
nós para o outro lado do mar e o irá pegar para nós, e torná-lo audível para nós, e
iremos cumpri-lo?
14 A palavra está muito perto de ti, na tua boca e no teu coração, e nas tuas mãos,
para cumpri-la.
15 Eis que tenho posto diante de ti, neste dia, a vida e a morte, o bem e o mal.
16 Se quiseres dar ouvidos aos mandamentos do Senhor teu Deus, que eu hoje te
ordeno, para amar ao Senhor, teu Deus, andando em todos os seus caminhos, e
para manter as suas ordenanças e os seus juízos, então viverás, e serás em grande
número, e o Senhor teu Deus te abençoará em toda a terra em que tu vais para
herdá-la.
17 Porém, se mudares o teu coração e não me ouvires, e se te desviares e adorares a
outros deuses, para servi-los,
18 eu te declaro, hoje que perecerás completamente, e de maneira nenhuma viverás
por muito tempo sobre a terra para a qual tu vais, atravessando o Jordão para
herdá-la.
19 Eu chamo o céu e a terra como testemunhas contra ti, neste dia. Tenho posto
diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe a vida, para que tu e a
tua descendência vivam,
20 para amar o Senhor, teu Deus, para ouvir a sua voz e apegar-te a ele. Pois esta é a
tua vida e o prolongamento dos teus dias, para que vás habitar sobre a terra a
respeito da qual o Senhor jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, para dá-la a eles.
Deuteronômio - Capítulo 31
Deuteronômio - Capítulo 32
Deuteronômio - Capítulo 33
1 E esta é a bênção com que Moisés, homem de Deus, abençoou os filhos de Israel,
antes de sua morte.
2 Ele disse: O Senhor é vindo do Sinai, tendo surgido de Seir, para nós; ele tem se
apressado do monte de Parã, com os dez milhares de Cades. Na sua mão direita
estavam os seus anjos, juntamente com ele.
3 Ele poupou o seu povo; todos os seus santificados estão sob as tuas mãos, estão
sob ti. Ele recebeu das tuas palavras,
4 a lei que Moisés ordenou-nos, uma herança para as assembleias de Jacó.
5 Ele será príncipe com o amado, quando os príncipes do povo são reunidos com as
tribos de Israel.
6 Que Rúben viva e não morra, e seja grande em número!
7 E esta é a bênção de Judá: Ouve, Senhor, a voz de Judá, e visita o teu povo. As
tuas mãos lutarão por ele, e serás uma ajuda por causa dos seus inimigos.
8 E, de Levi, disse: Entrega para Levi as suas manifestações, sua verdade para o
homem santo a quem eles tentaram na tentação. Eles o injuriaram na água da
contenda.
9 Quem diz a seu pai e a sua mãe: Eu não te tenho visto? Mas ele não conhecia seus
irmãos, e recusou-se a conhecer seus filhos. Manteve os teus oráculos e observou o
teu pacto.
10 Eles deverão declarar as tuas ordenanças a Jacó e a tua lei a Israel; deverão
colocar o incenso no tempo da tua ira, continuamente, sobre o teu altar.
11 Abençoa, Senhor, a sua força, e aceita as obras de suas mãos; quebra os lombos
dos seus inimigos que se tem levantado contra ele, e não deixes que aqueles que o
odeiam se levantem!
12 E, de Benjamim, disse: O amado do Senhor habitará em segurança e Deus o
cobrirá de sombra, continuamente; ele descansou entre os seus ombros.
13 E, de José, disse: Sua terra é da bênção do Senhor, das estações do céu e do
orvalho, das profundezas dos poços profundos,
14 dos frutos das mudanças do sol na estação apropriada, da produção dos meses,
15 do topo das montanhas antigas e do topo das colinas eternas,
16 e da plenitude da terra na estação apropriada. Que as coisas agradáveis daquele
que habitava na sarça venham sobre a cabeça de José e sobre a coroa de quem foi
glorificado acima dos seus irmãos.
17 Sua beleza é como a do primogênito do seu touro, seus chifres são chifres de
unicórnio. Com eles empurrará as nações de uma só vez, até mesmo da
extremidade da terra. Estes são os dez milhares de Efraim, e estes são os milhares
de Manassés.
18 E, de Zebulom, disse: Alegra-te, Zebulom, nas tuas saídas; e tu, Issacar, na tua
tenda.
19 Eles destruirão completamente as nações. Congregareis, lá, os homens, e
oferecereis lá o sacrifício de justiça; pois a riqueza do mar deverá ser produzida para
vós. E assim deverão ser os mercados dos que habitam pela costa marítima.
20 E, para Gade, ele disse: Bendito seja aquele que aumenta a Gade! Como o leão ele
descansou, depois de ter quebrado o braço e o líder.
21 Ele viu os seus primeiros frutos, viu que a terra dos príncipes reunidos com os
chefes do povo estava, lá, dividida. O Senhor operou justiça e o seu julgamento com
Israel.
22 E, de Dã, disse: Dã é um leãozinho, e irá saltar de Basã.
23 E, de Naftali, disse: Naftali possui a plenitude das coisas boas; que ele seja repleto
de bênçãos do Senhor! Herdará o oeste e o sul.
24 E, de Aser, disse: Abençoado é Aser com filhos. Ele será aceitável para seus
irmãos. Mergulhará os seus pés no azeite.
25 Sua sandália deverá ser de ferro e bronze; como os teus dias, assim será a tua
força.
26 Não há ninguém como o Deus do amado; aquele que cavalga sobre o céu é o que
te socorre, o Magnífico do firmamento.
27 O reinar de Deus irá proteger-te e, isto, sob a força dos braços eternos. Ele irá
lançar fora o inimigo de diante de ti, dizendo: Pereça.
28 Então, Israel habitará só, confiadamente, sobre a terra de Jacó, com o cereal e o
vinho; o céu deverá estar enevoado com o orvalho, sobre ti.
29 Bendito és tu, ó Israel! Quem é semelhante a ti, ó povo salvo pelo Senhor? Aquele
que te socorre levantará seu escudo sobre ti, e a sua espada é o teu orgulho. Os
teus inimigos falarão falsamente contigo, mas tu pisarás sobre o seu pescoço.
Deuteronômio - Capítulo 34
JOSUÉ
Josué - Capítulo 1
Josué -Capítulo 2
1 Então, Josué, filho de Num, enviou de Sitim dois jovens para explorarem
ocultamente, dizendo: Subi e olhai a terra, e a Jericó. E, indo os dois jovens,
entraram em Jericó e adentraram na casa de uma mulher prostituta, cujo nome era
Raabe; e pernoitaram ali.
2 E foi anunciado ao rei de Jericó, dizendo: Chegaram aqui homens dos filhos de
Israel, para espionarem a terra.
3 O rei de Jericó, então, enviou mensageiros e falou a Raabe, dizendo: Traz para
fora os dois homens, os que entraram em tua casa esta noite, pois vieram com o fim
de explorar toda a terra.
4 Mas a mulher, tomando os dois jovens, ocultou-os; e falou-lhes, dizendo: Os
jovens vieram até mim; e não sabia de onde eram.
5 Porém, quando a porta se fechou ao anoitecer, os jovens saíram; não sei para
onde foram. Ide, rapidamente, atrás deles; Quem sabe os alcançareis.
6 Entretanto, ela os levou ao telhado e ocultou-os na palha de linho que tinha
amontoada naquele lugar.
7 E os homens seguiram na perseguição deles pelo caminho do Jordão, pelos vaus; e
a porta se encerrou.
8 E aconteceu, quando os homens que vinham atrás deles haviam ido, e antes de os
espias deitarem-se para dormir, que ela veio até eles no telhado da casa,
9 e dizendo-lhes: Eu sei que o Senhor vos tem dado a terra; pois o temor de vós caiu
sobre nós.
10 Pois temos ouvido que o Senhor secou o Mar Vermelho diante de vós quando
viestes para fora da terra do Egito, e tudo o que ele fez aos dois reis dos amorreus,
que estavam além do Jordão, a Seom e a Ogue, os quais destruístes
completamente.
11 Quando ouvimos isto ficamos maravilhados em nosso coração, e não existe mais
qualquer espírito em algum de nós por vossa causa, pois o Senhor vosso Deus é
Deus nos céus acima e embaixo na terra.
12 Agora, então, jurai para mim, pelo Senhor Deus. Uma vez que agi
misericordiosamente para convosco, da mesma forma, usai de misericórdia com a
casa de meu pai.
13 Salvai com vida a casa de meu pai, minha mãe, meus irmãos e toda a minha casa,
e tudo o que eles têm; e, assim, resgatareis minha alma da morte.
14 Então, os homens disseram-lhe, Nossa vida pela tua, até a morte. E ela disse,
Quando o Senhor vos tiver entregue a cidade, devereis tratar-me com misericórdia e
com verdade.
15 E ela os fez descer pela janela.
16 E disse-lhes: Ide para os montes, para que os perseguidores não vos encontrem,
e permanecei lá, escondidos, por três dias, até que os perseguidores retornem da
vossa busca; e, depois, seguireis o vosso caminho.
17 E os homens disseram-lhe: Inocentes somos deste teu juramento.
18 Eis que entraremos em uma parte da cidade, e tu colocarás um sinal; deverás
amarrar esta corda vermelha na janela pela qual nos fizeste descer, e irás trazer
para junto de ti, para tua casa, teu pai, tua mãe, teus irmãos e toda a família de teu
pai.
19 E virá a acontecer que qualquer um que sair para fora da porta de tua casa, sua
culpa será sobre ele, e estaremos livres deste teu juramento; contudo, nós seremos
responsáveis por todo aquele que for encontrado contigo, na tua casa.
20 Porém, se alguém nos atacar ou trair-nos nesta questão, estaremos livres deste
teu juramento.
21 Mas ela lhes disse: Que tudo seja conforme a vossa palavra. E enviou-os para fora;
e partiram.
22 Foram eles para as montanhas, e lá permaneceram por três dias; e os
perseguidores procuraram em todos os caminhos, mas não os encontraram.
23 Então, os dois jovens retornaram, e desceram da montanha, indo até Josué, o
filho de Num; e contaram-lhe todas as coisas que lhes tinham acontecido.
24 E disseram para Josué: O Senhor deu toda a terra em nossas mãos, e os
habitantes daquela terra tremem, por nossa causa.
Josué -Capítulo 3
1 Josué levantou-se cedo pela manhã, e partiu de Sitim. Eles foram até o Jordão, e
acamparam lá, antes de atravessarem.
2 E aconteceu, depois de três dias, que os escribas passaram pelo meio do
acampamento,
3 e ordenaram ao povo, dizendo, Quando virdes a arca da aliança do Senhor nosso
Deus, e os nossos sacerdotes e os levitas levando-a, devereis sair de vossos lugares,
e ir após ela.
4 Porém, deixai que haja uma distância entre vós e ela; devereis permanecer, no
mínimo, dois mil cúbitos distantes. Não vos aproximeis dela, para que saibais o
caminho pelo qual devereis ir. Pois não andastes jamais por este caminho.
5 E disse Josué ao povo: Santificai-vos, novamente, amanhã, pois amanhã o Senhor
andará no meio de vós.
6 E Josué disse aos sacerdotes: Erguei a arca da Aliança do Senhor, e ide adiante do
povo. Os sacerdotes levantaram a arca da aliança, e foram adiante do povo.
7 Então, o Senhor falou para Josué: Neste dia Eu começo a exaltar-te perante todo o
povo de Israel, para que eles conheçam que, assim como eu era com Moisés, da
mesma maneira serei contigo.
8 Agora, ordena aos sacerdotes que levam a arca da Aliança, dizendo, Tão logo
adentrardes numa parte da água do Jordão, então, ficareis imóveis no Jordão.
9 E Josué falou aos filhos de Israel: Aproximem-se, e escutem as palavras do Senhor,
nosso Deus,
10 pelas quais vós conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós e irá destruir
completamente, diante da vossa face, o cananeu, o ferezeu, o heveu, o amorreu, o
girgazeu e o jebuseu.
11 Eis que a arca da Aliança do Senhor de toda a terra passa o Jordão.
12 Escolhei para vós doze homens dos filhos de Israel, um de cada tribo.
13 E será que, quando os pés dos sacerdotes que carregam a arca da Aliança do
Senhor de toda a terra repousarem na água do Jordão, a água do Jordão após eles
deverá desaparecer, e a água que vem de cima irá estacionar.
14 Então, o povo saiu de suas tendas para cruzar o Jordão, e os sacerdotes
carregaram a arca da Aliança do Senhor, diante do povo.
15 Os sacerdotes que carregavam a arca da Aliança do Senhor entraram no Jordão; e
os pés dos sacerdotes que carregavam a arca da Aliança do Senhor afundaram
numa parte da água do Jordão (e o Jordão havia encoberto os seus barrancos, no
tempo da sega do trigo).
16 Então, as águas que desciam de cima estacionaram; permaneceu um montão,
distante, tão distante quanto a região de Cariatarim, e a parte de baixo desceu até o
mar de Arabá, o Mar Salgado, até que desapareceu completamente; e o povo
permaneceu diante de Jericó.
17 Porém, os sacerdotes que carregavam a arca da Aliança do Senhor pararam na
terra seca, no meio do Jordão; e todos os filhos de Israel atravessaram em terra
seca, até que o povo tinha atravessado completamente o Jordão.
Josué -Capítulo 4
Josué -Capítulo 5
1 E sucedeu, quando os reis dos amorreus que estavam além do Jordão ouviram, e
os reis da Fenícia que estavam à beira-mar, que o Senhor Deus tinha secado o rio
Jordão diante dos filhos de Israel quando eles passaram, que os seus corações
falharam. Estavam eles aterrorizados, e não havia sentido neles, por causa dos filhos
de Israel.
2 Por esse tempo, o Senhor disse a Josué: Faze facas de pedra, de pedra afiada, e
assenta-te e circuncida os filhos de Israel pela segunda vez.
3 Então, Josué fez facas afiadas de pedra, e circuncidou os filhos de Israel no lugar
chamado Monte de Prepúcios.
4 E esta é a maneira como Josué purificou os filhos de Israel: Todos quantos foram
nascidos no caminho e todos quantos estavam incircuncisos dos que saíram do
Egito,
5 todos estes Josué circuncidou. Por quarenta e dois anos Israel peregrinou no
deserto de Mabdaris;
6 por isso, a maioria dos homens de combate que saiu da terra do Egito não eram
circuncidados, os quais desobedeceram as ordens de Deus, e a respeito dos quais
ele também determinou que não veriam a terra que o Senhor jurara dar a seus pais,
uma terra que mana leite e mel.
7 Mas em seu lugar levantou os seus filhos, que Josué circuncidou, porque não eram
circuncidados, tendo nascido pelo caminho.
8 E, quando eles haviam sido circuncidados, descansaram, permanecendo no
acampamento até que sararam.
9 E o Senhor disse a Josué, filho de Num: Hoje, removi o opróbrio do Egito de vós. E
chamou o nome daquele lugar Gilgal.
10 Os filhos de Israel celebraram a páscoa no dia catorze do mês, ao entardecer, a
oeste de Jericó, do lado oposto do Jordão, na planície.
11 E comeram do trigo da terra, sem fermento, e o cereal novo.
12 Neste dia o maná não apareceu, depois de terem comido do cereal da terra; e os
filhos de Israel não mais tiveram o maná. Porém, eles apanharam os frutos da terra
dos fenícios, nesse ano.
13 E aconteceu, quando Josué estava em Jericó, que ele levantou os seus olhos e viu
um homem de pé diante dele; e havia uma espada desembainhada na sua mão.
Josué se aproximou, e disse-lhe: És tu por nós, ou estás do lado de nossos inimigos?
14 Mas ele lhe disse, Cheguei agora; sou comandante do exército do Senhor.
15 Então, Josué se prostrou com o rosto em terra, e disse-lhe: Senhor, que ordenas a
teu servo?
16 E o comandante do exército do Senhor disse a Josué: Tira os sapatos de teus pés,
pois o lugar em que agora estás é santo.
Josué -Capítulo 6
1 Ora, Jericó estava totalmente cercada e sitiada; ninguém saía dela, e ninguém
entrava.
2 Disse o Senhor a Josué: Eis que eu entregarei Jericó em teu poder, e o seu rei, e os
seus homens valentes.
3 Posiciona, pois, os homens de guerra ao seu redor.
4 Será que, quando vos soar a trombeta, todo o povo gritará junto.
5 Quando eles gritarem as paredes da cidade cairão de si mesmas, e todo o povo
entrará, cada um correndo direto para a cidade.
6 Então, Josué, filho de Num, foi ao encontro dos sacerdotes, e falou-lhes, dizendo:
7 Que sete sacerdotes com sete trombetas sagradas procedam da seguinte
maneira, diante do Senhor: toquem bem alto, e que a arca da Aliança do Senhor
venha após eles.
8 Ordena as pessoas que vão ao redor e cerquem a cidade, e que os seus homens de
guerra passem armados diante do Senhor.
9 Que os homens de guerra vão adiante, e os sacerdotes conduzam os que vêm
atrás da arca da Aliança do Senhor, tocando as trombetas.
10 E Josué ordenou ao povo, dizendo: Não clameis, nem deixeis que ninguém ouça a
vossa voz, até ele mesmo vos declarar o momento para clamar; e, então, haveis de
clamar.
11 E a arca da Aliança de Deus, tendo ido ao redor, imediatamente retornou para o
acampamento, e permaneceu ali.
12 No segundo dia, Josué se levantou de manhã, e os sacerdotes levaram a arca da
Aliança do Senhor.
13 Sete sacerdotes levando as sete trombetas passaram diante do Senhor, e depois
os homens de guerra seguiram; e o restante da multidão ia após a arca da Aliança
do Senhor. Então, os sacerdotes tocaram as trombetas.
14 E todo o resto da multidão rodeou a cidade seis vezes, de uma curta distância,
voltando novamente para o acampamento. Assim fizeram por seis dias.
15 No sétimo dia levantaram-se cedo e cercaram a cidade, naquele dia, sete vezes.
16 E sucedeu que, na sétima volta, os sacerdotes tocaram as trombetas, e disse
Josué aos filhos de Israel, Clamai, pois o Senhor vos entregou a cidade.
17 A cidade será dedicada, ela e todas as coisas que estão nela, para o Senhor dos
Exércitos; somente salvai a Raabe, a meretriz, e todas as coisas em sua casa.
18 Mas guardai-vos estritamente do anátema, para que não coloqueis a vossa mente
nele e dele tomeis, pois, assim, ireis fazer do acampamento dos filhos de Israel um
anátema, e destruir-nos-eis.
19 Toda a prata, ouro, bronze e ferro, será santo ao Senhor, e será levado para o
tesouro do Senhor.
20 Então, os sacerdotes tocaram as trombetas; e quando o povo ouviu as
trombetas, todos gritaram uma vez com um grito alto e forte. O muro inteiro caiu
em redor, e todo o povo subiu à cidade;
21 E Josué dedicou-a à destruição, todas as coisas que estavam na cidade, homem e
mulher, jovem e velho, bezerro e burro, pelo fio da espada.
22 E disse Josué aos dois homens jovens que atuaram como espiões: Ide à casa da
mulher, trazendo-a para fora dali, e tudo o que ela tem.
23 Então, os dois jovens que tinham espiado a cidade entraram na casa da mulher; e
trouxeram Raabe, a prostituta, e seu pai, e sua mãe, e seus irmãos, e sua parentela,
e tudo o que tinha, e puseram-na fora do arraial de Israel.
24 A cidade foi queimada com o fogo, com todas as coisas que estavam nela.
Somente a prata, o ouro, o bronze e o ferro eles separaram para serem trazidos
para o tesouro do Senhor.
25 Mas Josué deixou a prostituta Raabe com vida, e toda a casa de seu pai, levando-
a para morar em Israel até este dia, porque ela escondeu os espiões que Josué tinha
enviado para espiar a Jericó.
26 E Josué os esconjurou, naquele dia, perante o Senhor, dizendo: Maldito o
homem que construir esta cidade! Deverá ele estabelecer o fundamento dela em
seu primogênito, e levantar as suas portas sobre o seu filho mais novo. Assim fez
Hozan de Betel. Ele estabeleceu o seu fundamento em Abirão, seu primogênito, e
levantou as suas portas em seu filho sobrevivente, o mais novo.
27 Estava o Senhor com Josué, e o seu nome ficou conhecido em toda a terra.
Josué -Capítulo 7
Josué -Capítulo 8
1 E o Senhor disse a Josué: Não temas, nem sejas covarde; leva contigo todos os
homens de guerra, e levanta-te, vai até Ai. Eis que entreguei nas tuas mãos o rei de
Ai e a sua terra.
2 Farás para Ai como fizeste a Jericó e a seu rei, e tomarás para ti os despojos de seu
gado; prepara, agora, uma emboscada para a cidade, por detrás.
3 Então, Josué e todos os homens de guerra se levantaram para ir até Ai. Escolheu
Josué trinta mil homens valentes, e enviou-os, de noite.
4 E ordenou-lhes, dizendo: Permanecei emboscados atrás da cidade; não fiqueis
muito longe da cidade, e estejais preparados.
5 Eu e todo o povo comigo nos aproximaremos da cidade; e será que, quando os
habitantes de Ai vierem ao nosso encontro como antes, fugiremos diante deles.
6 Quando saírem atrás de nós atraí-los-emos para longe da cidade, e eles irão dizer:
Estes homens fogem diante de nós, como também antes.
7 Então, vós subireis da emboscada, e ireis para a cidade.
8 Fareis segundo esta palavra, eia! Eu vos tenho ordenado.
9 Josué os enviou, e eles foram à emboscada, postando-se entre Betel e Ai, a oeste
de Ai.
10 Levantou-se Josué de madrugada e contou o povo, e subiu, ele e os anciãos,
diante do povo, para Ai.
11 Os homens de guerra todos subiram com ele, e se adiantaram, e se aproximaram
da cidade pelo lado leste.
12 Porém, a emboscada estava no lado oeste da cidade.
13 14 E aconteceu, quando o rei de Ai viu isto, que ele se apressou e saiu para
encontrá-los, indo direto para a batalha, ele e todas as pessoas que estavam com
ele. Entretanto, não sabia que havia uma emboscada contra ele formada atrás da
cidade.
15 Josué e Israel o viram, e se retiraram de diante deles.
16 Então, eles perseguiram os filhos de Israel, e eles mesmos passaram a uma
distância da cidade.
17 Não havia mais ninguém em Ai que não tivesse ido na perseguição de Israel, pois
eles deixaram a cidade aberta, e perseguiram a Israel.
18 E o Senhor disse a Josué: Estende a tua mão com a lança que está nela em
direção à cidade, pois eu a entreguei nas tuas mãos; e a emboscada se levantará,
rapidamente, do seu lugar.
19 Então, Josué estendeu a sua mão com a lança em direção à cidade, e a
emboscada se levantou apressadamente do seu lugar; e saíram, quando ele
estendeu a mão, entrando na cidade, e a tomaram. E, apressadamente, queimaram
a cidade a fogo.
20 Quando os habitantes de Ai olharam para trás, em seguida, viram a fumaça
subindo da cidade para o céu; e já não eram capazes de fugir, de maneira alguma.
21 Josué e todo o Israel viram que a emboscada tomara a cidade, e que a fumaça da
cidade subia até o céu. Voltaram então, e feriram os homens de Ai.
22 Estes saíram da cidade para encontrá-los, e estavam no meio do exército,
estando alguns deste lado, e alguns daquele; e feriram-nos até que não foi deixado
um só deles que sobrevivesse e escapasse .
23 E capturaram, vivo, o rei de Ai, trazendo-o para Josué.
24 Quando os filhos de Israel haviam acabado de matar todos os que estavam em Ai
e nos campos, e na montanha, durante a descida, de onde os perseguiram até o fim,
então, Josué voltou para Ai e feriu-a com o fio da espada.
25 Os que caíram naquele dia, de homens e mulheres, foram doze mil; e mataram
todos os habitantes de Ai,
26 27 além de saquearem os despojos que estavam na cidade, todas as coisas que
os filhos de Israel tomaram como despojo para si, de acordo com o mandamento do
Senhor, conforme o Senhor tinha ordenado a Josué.
28 E Josué queimou a cidade com fogo, fez dela um montão desabitado para
sempre, que permanece ainda até hoje.
29 Ao rei de Ai pendurou em uma forca, e ele permaneceu na árvore até a noite. E,
quando o sol se punha, Josué ordenou e eles levaram seu corpo para baixo da
árvore, lançando-o em uma cova; e puseram sobre ele um montão de pedras, que
permanece até este dia.
Josué -Capítulo 9
1 Quando os reis dos amorreus, no outro lado do Jordão, que estavam no país
montanhoso e na planície, em toda a costa do grande mar, assim como os que
estavam perto do Antilíbano, e os heteus, os cananeus, os ferezeus, os heveus, os
amorreus, os girgaseus e os jebuseus ouviram falar disto,
2 vieram todos juntos, ao mesmo tempo, para fazer a guerra contra Josué e Israel.
3 E os habitantes de Gibeom souberam de tudo o que o Senhor fizera com Jericó e
Ai.
4 Eles também agiram astuciosamente, e foram e fizeram provisão, prepararando-
se. Colocaram sacos velhos sobre os seus ombros, e tomaram odres de vinho velhos
e remendados.
5 A parte superior de seus sapatos e sandálias era velha e usada em seus pés, e as
suas roupas eram velhas sobre eles. O pão de sua provisão era seco, bolorento e
estragado.
6 E vieram a Josué, ao arraial de Israel em Gilgal. E disseram a Josué e a Israel:
Estamos vindo de uma terra distante; agora, pois, fazei uma aliança conosco.
7 Porém, os filhos de Israel disseram aos heveus: Habitas, porventura, entre nós? E
porque deveria eu fazer uma aliança contigo?
8 E responderam a Josué: Nós somos teus servos. E Josué disse-lhes: De onde sois, e
de onde viestes?
9 E eles responderam: Teus servos vieram de uma terra muito distante, em nome do
Senhor, teu Deus; porque temos ouvido seu nome, e tudo o que ele fez no Egito,
10 tudo o que ele fez com os reis dos amorreus, que estavam além do Jordão; a
Seom, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basã, que habitava em Astarote e em
Edrain.
11 Os nossos anciãos e todos os que habitam a nossa terra, quando ouviram isto,
falaram-nos, dizendo: Tomai provisão para o caminho e ide ao encontro deles; e
haveis de dizer-lhes: Nós somos teus servos; agora, pois, fazei um pacto conosco.
12 Estes são os pães que trouxemos, quentes, para a nossa jornada, no dia em que
saímos para vir ter convosco; e, agora, eles estão secos e bolorentos.
13 E estes são os odres de vinho que enchemos, quando novos; mas, agora, eles
estão rasgados, e as nossas roupas e os nossos sapatos estão gastos por causa da
viagem muito longa.
14 Então, os chefes tomaram das suas provisões, e não pediram conselho do
Senhor.
15 Josué fez paz com eles, e fizeram um pacto com eles para preservá-los; e os
príncipes da congregação lhes juraram.
16 E aconteceu, três dias depois de terem feito um pacto com eles, que ouviram que
eram vizinhos próximos, e que moravam no meio deles.
17 E os filhos de Israel partiram, e foram até às suas cidades; e as suas cidades eram
Gibeom, Quefira e Beerote, e as cidades de Quiriate-Jearim.
18 E os filhos de Israel não lutaram contra eles, porque todos os príncipes lhes
juraram pelo Senhor, Deus de Israel; e toda a congregação murmurou contra os
príncipes.
19 Mas os príncipes disseram para toda a congregação: Nós juramos-lhes pelo
Senhor Deus de Israel, e agora não seremos capazes de tocá-los.
20 Assim faremos: deixá-los-emos vivos, e os preservaremos. Desta forma, não
haverá ira contra nós, por causa do juramento que lhes juramos.
21 Viverão e serão rachadores de lenha e tiradores de água para toda a
congregação, conforme os príncipes lhes disseram.
22 Então, Josué os reuniu e lhes disse: Por que nos enganastes, dizendo: Habitamos
muito longe de vós, e, na verdade, sois concidadãos dos que habitam entre nós?
23 Agora, pois, vós sois amaldiçoados. Não deverá haver um de vós que não seja
escravo, ou lenhador de madeira, ou tirador de água para mim e para o meu Deus.
24 Entretanto, eles responderam a Josué, dizendo: Foi relatado a nós o que o
Senhor teu Deus ordenou a Moisés, seu servo, para vos dar esta terra, e destruir-
nos, e a todos os que habitavam sobre ela, de diante de vós. Temíamos muito por
nossas vidas por vossa causa, e, por este motivo, nós fizemos essa coisa.
25 Agora, então, eis que estamos em vosso poder. Fazei conosco aquilo que vos for
agradável, e o que vos parecer bom.
26 E fizeram assim para eles. E Josué resgatou-os, naquele dia, das mãos dos filhos
de Israel; e eles não os mataram.
27 Josué os fez, naquele dia, rachadores de lenha e tiradores de água para toda a
congregação, e para o altar de Deus. Desta forma, os habitantes de Gibeom
tornaram-se rachadores de lenha e tiradores de água para o altar de Deus até hoje,
e para o lugar que o Senhor deveria escolher.
30 Josué edificou um altar ao Senhor, Deus de Israel, no monte Ebal,
31 conforme Moisés, servo do Senhor, ordenara aos filhos de Israel, conforme fora
escrito na lei de Moisés, um altar de pedras brutas sobre as quais o ferro não tinha
sido levantado. E ele ofereceu, lá, holocaustos ao Senhor, e uma oferenda de
pedaços. E Josué escreveu em pedras uma cópia da lei, a lei de Moisés, diante dos
filhos de Israel.
33 E todo o Israel, com os seus velhos, os seus juízes e os seus escribas, passou de
um lado e de outro lado, diante da arca; e os sacerdotes e os levitas levantaram a
arca da aliança do Senhor. O estrangeiro e os naturais estavam lá, a metade deles
perto do Monte Ebal, conforme Moisés, servo do Senhor, ordenara a princípio, para
abençoar as pessoas.
34 E depois Josué leu, em conformidade, todas as palavras desta lei, as bênçãos e as
maldições, de acordo com todas as coisas escritas na lei de Moisés.
35 Não houve uma só palavra de todas as que Moisés entregou a Josué que ele não
tivesse lido aos ouvidos de todos os homens e mulheres, e dos filhos de Israel, e dos
estrangeiros que se juntaram a Israel.
Josué -Capítulo 10
Josué -Capítulo 11
1 E quando Jabim, o rei de Hazor, ouviu isto, enviou mensageiros a Jobabe, rei de
Maron, e ao rei de Sinrom, e ao rei de Acsafe,
2 e aos reis que estavam perto da grande Sidom, na região montanhosa e na Arabá
oposta a Quinerete, e na planície, e nas fronteiras de Dor,
3 e aos cananeus, na costa leste, e aos amorreus na costa, e aos heteus, e aos
ferizeus, e aos jebuseus na montanha, e aos heveus, e àqueles que habitam sob o
monte Hermon, na terra de Mispa.
4 Eles e os seus reis com eles saíram, como a areia do mar em multidão, com
cavalos, e muitíssimos carros.
5 Todos os reis reunidos, em pessoa, vieram para o mesmo lugar, acampando-se
junto às águas de Merom para a guerra com Israel.
6 E o Senhor disse a Josué: Não temas diante deles, porque amanhã a esta hora eu
irei colocá-los em fuga diante de Israel. Jarretarás os seus cavalos, e os seus carros
queimarás a fogo.
7 E Josué, e todos os homens de guerra, vieram sobre eles nas águas de Merom, de
repente, atacando-os na região montanhosa.
8 E o Senhor os entregou nas mãos de Israel, que os feriu e perseguiu até a grande
Sidom, até Misrefote-Maim e até ao vale de Mispa, ao leste; e os feriram sem deixar
nenhum restante.
9 E Fez-lhes Josué como o Senhor lhe ordenara; jarretou seus cavalos e seus carros
queimou a fogo.
10 Naquele tempo, Josué voltou e tomou também a Hazor, e feriu o seu rei com a
espada. Pois Hazor, dantes, era a cabeça de todos esses reinos.
11 E feriram todos os que nela estavam com o fio da espada, destruindo-a; ninguém
foi deixado para respirar. E a Hazor queimou com fogo.
12 Todas as cidades desses reis, e todos os reis delas, tomou Josué; e os feriram ao
fio da espada, destruindo-os totalmente, como Moisés, servo do Senhor ordenara.
13 Porém, de todas as cidades muradas Israel não queimou nenhuma delas, salvo
Hazor, que Josué queimou.
14 Todos os despojos dessas cidades e o seu gado os filhos de Israel levaram como
uma presa para si; porém, a todos os homens feriram ao fio da espada, até que os
tinham destruído sem nada deixarem para respirar.
15 Conforme o Senhor ordenara a Moisés, seu servo, assim Moisés ordenou a Josué,
e assim Josué o fez; ele não deixou nada por fazer de tudo o que o Senhor ordenara
a Moisés.
16 E Josué tomou toda aquela terra, as montanhas e todo o país do sul, e toda a
terra de Gósen, e o vale, e a planície, e a montanha de Israel com o vale da mesma;
17 desde o monte Halaque, que sobe a Seir, até Baal-Gade, no vale do Líbano, ao pé
do monte Hermon, e todos os seus reis ele tomou, e os feriu e matou.
18 Josué fez guerra por muito tempo contra todos esses reis.
19 E não houve nenhuma cidade que Israel não conquistasse; a todas tomaram pela
guerra.
20 Pois foi do Senhor o endurecer de seus corações para sair à guerra contra Israel,
para que pudessem ser totalmente destruídos; para que a misericórdia não devesse
ser concedida a eles, mas para que eles viessem a ser totalmente destruídos, como
o Senhor dissera a Moisés.
21 Naquele tempo, Josué foi e eliminou os enaquins das montanhas de Hebrom, de
Debir, de Anabe, de todas as montanhas de Judá e de todas as montanhas de Israel.
Josué os destruiu totalmente, com as suas cidades.
22 Não havia mais nenhum dos gigantes deixados na terra dos filhos de Israel;
somente em Gaza, em Gate e em Asdode foi que subsistiram.
23 Tomou Josué toda a terra, de acordo com tudo o que o Senhor dissera a Moisés;
e Josué a deu em herança a Israel, segundo as suas divisões, segundo as suas tribos.
E a terra descansou da guerra.
Josué -Capítulo 12
1 São estes os reis da terra, os quais os filhos de Israel mataram e herdaram suas
terras, além do Jordão, a partir do leste, do vale do Arnon até o monte Hermom, e
toda a terra de Arabá, a leste:
2 Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbon, governando a partir do Arnom,
que está no vale, no lado do vale, e a metade de Gileade até Jaboque, fronteiras dos
filhos de Amom;
3 e a Arabá até o mar de Quinerete para o leste, e até o mar da Arabá, o mar
salgado, para o oriente, pelo caminho de Bete-Jesimote, e desde Temam, abaixo de
Asdode-Pisga.
4 E Ogue, rei de Basã, que habitava em Astarote e em Edrei, e que restou dos
gigantes,
5 dominando do monte Hermon e de Siqué, e sobre toda a terra de Basã até às
fronteiras dos gesuritas e dos maacatitas, e sobre a metade de Gileade desde as
fronteiras de Seom, rei de Hesbom.
6 Moisés, servo do Senhor, e os filhos de Israel os feriram, e Moisés deu-lhes por
herança para Ruben e Gade, e para a meia tribo de Manassés.
7 Estes são os reis dos amorreus, os quais Josué e os filhos de Israel mataram além
do Jordão, junto ao mar de Baal-Gade na planície do Líbano, e até o monte Halaque,
subindo à Seir. E Josué deu-os para as tribos de Israel herdarem de acordo com as
suas porções,
8 na montanha e na planície, na Arabá, em Asdode, no deserto e no Neguebe, onde
estava o heteu, o amorreu, o cananeu, o ferezeu, o heveu e o jebuseu.
9 O rei de Jericó e o rei de Ai, que está próximo a Betel;
10 o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom,
11 o rei de Jarmute, o rei de Laquis,
12 o rei de Eglom, o rei de Gezer,
13 o rei de Debir, o rei de Geder,
14 o rei da Hormá, o rei de Arade,
15 o rei de Libna o rei de Adulão,
16 o rei de Elate,
17 o rei de Tapua, o rei de Hefer,
18 o rei de Afeque de Aroque,
19 o rei de Asom,
20 o rei de Sinrom, o rei de Merom, o rei de Acsafe,
21 o rei de Quedes, o rei de Zecá,
22 o rei de Maredote, o rei de Jocneão do Carmelo,
23 o rei de Odulam, que pertence a Fenealdor, o rei de Goim, da Galiléia
24 e o rei de Tirza. Todos estes foram vinte e nove reis.
Josué -Capítulo 13
Josué -Capítulo 14
1 E estes são aqueles dos filhos de Israel que receberam a sua herança na terra de
Canaã, para os quais Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num, e os cabeças dos
pais das tribos dos filhos de Israel, distribuíram herança.
2 Eles herdaram de acordo com as suas sortes, como o Senhor ordenara pela mão
de Josué, acerca das nove tribos e para a meia tribo, do outro lado do Jordão.
3 Mas aos levitas não deu herança entre eles.
4 Porquanto os filhos de José eram duas tribos, Manassés e Efraim; e não se deu aos
levitas herança na terra, senão cidades para habitar e os seus arrabaldes para o seu
gado, com o seu próprio gado.
5 Como o Senhor ordenara a Moisés, assim os filhos de Israel fizeram; e repartiram a
terra.
6 Então, os filhos de Judá aproximaram-se de Josué em Gilgal, e Calebe, filho de
Jefoné o quenezeu, disse-lhe: Tu sabes o que o Senhor falou a Moisés, homem de
Deus, a respeito de mim e de ti em Cades-Barnéia.
7 Quarenta anos tinha eu, quando Moisés, servo do Senhor, me enviou de Cades-
Barnéia para espiar a terra, e eu lhe trouxe resposta, como sentia no coração.
8 Mas meus irmãos que subiram comigo fizeram o coração das pessoas derreter; eu,
porém, perseverei em seguir ao Senhor, meu Deus.
9 Moisés, naquele dia, jurou, dizendo: Certamente, a terra onde teus pés pisaram
será herança tua e de teus filhos, para sempre, porque tens perseverado em seguir
ao Senhor nosso Deus.
10 E agora, eis que o Senhor me tem mantido vivo, como ele disse, estes quarenta e
cinco anos, desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés enquanto os filhos de
Israel vagavam no deserto; e agora, eis que estou, neste dia, com oitenta e cinco
anos de idade.
11 Ainda hoje, estou tão forte como estava no dia em que Moisés me enviou; como
era a minha força antes, tal é neste dia a minha força para a guerra, tanto para sair
como para entrar.
12 Agora, pois, dá-me este monte a respeito de que o Senhor falou naquele dia,
porquanto ouviste esta palavra, naquele dia; e eis que os enaquins estão lá, e as
cidades são grandes e fortes; porém, se o Senhor estiver comigo eu os destruirei
completamente, conforme o Senhor disse.
13 Então Josué o abençoou, e deu a Calebe, filho de Jefoné, filho de Quenez,
Hebrom por herança.
14 Portanto, Hebrom ficou sendo herança de Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu,
até este dia, porque ele perseverou em seguir o comando do Senhor Deus de Israel.
15 E o nome de Hebrom, antes, era Quiriate-Arba; esta é a cidade dos enaquins. E a
terra teve descanso da guerra.
Josué -Capítulo 15
1 Esta foi, portanto, a sorte da tribo dos filhos de Judá, segundo as suas famílias:
desde a fronteira de Edom, desde o deserto de Zim até Cades, ao sul.
2 E a sua fronteira sul era a partir da costa do mar salgado, desde o planalto que
olha para o sul.
3 E ela saia ao lado sul para a subida de Acrabim, passando ao redor de Zim, e subia
do lado sul até Cades-Barnéia; e passava por Hezrom, subindo a Adar, e continuava
pelo caminho que está do lado oeste de Cades.
4 A partir dali passava para Azmon e ia até o vale do Egito, e as suas saídas deste
limite iam até o mar. Esta será a sua costa sul.
5 A fronteira leste era o mar salgado, até o fim do Jordão. E do seu termo no lado
norte, e no lado do mar, e a partir da embocadura do Jordão,
6 a fronteira ia até Bete-Hogla, subindo pelo norte de Bete-Arabá, e ia até a pedra
de Boã, filho de Rúben;
7 dali a fronteira subia pela quarta parte do vale de Acor e descia para Gilgal, que
está anterior a subida para Adumim, que está no lado sul do vale e termina nas
águas da fonte do Sol; e as suas saídas estavam na fonte de Rogel.
8 Dali, a fronteira subia para o vale do filho de Hinom até o lado sul dos jebuseus,
que é Jerusalém; e subia para o topo do monte que está diante do vale de Hinom
para o ocidente, que está ao lado da terra dos refains, ao norte;
9 dali a fronteira era traçada a partir do topo da colina até a fonte das águas de
Neftoa, saindo para as cidades do monte Efrom; e era traçada até Baalá, que é a
cidade de Jearim.
10 A fronteira continuava de Baalá para o mar, até o monte Seir, e passava até o
lado da cidade de Jearim, que é Quesalon, no lado norte, indo para baixo até a
cidade do Sol; e continuava para o sul.
11 E a fronteira prosseguia até o lado de Ecrom, ao norte, indo até Sicrom; e, depois,
ia para o sul, saindo em Jabneel; e as saídas da fronteira estavam no mar. Suas
fronteiras devem ser para o mar, o grande mar será o limite.
12 Este é o limite dos filhos de Judá, ao redor, segundo as suas famílias.
13 Para Calebe, filho de Jefoné, deu-se-lhe uma parte no meio dos filhos de Judá,
segundo o mandamento do Senhor. Josué deu-lhes a cidade de Arba, a metrópole
de Enaque, cidade esta que é Hebrom.
14 E Calebe, o filho de Jefoné, expulsou dali os três filhos de Enaque, Sesai, Aimã e
Talmai.
15 Dali, subiu Calebe para os moradores de Debir; e o nome de Debir, antes, era
cidade das Letras.
16 E Calebe disse: Quem ferir a cidade das Letras e a tomar, dar-lhe-ei a minha filha
Acsa por mulher.
17 Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe, tomou-a; e ele deu-lhe sua filha Acsa por
mulher.
18 E sucedeu, quando ela veio para ele, que o aconselhou, dizendo, Irei pedir a meu
pai um campo. E quando ela gritou de seu jumento, Calebe disse-lhe: O que desejas?
19 e ela respondeu-lhe: Dá-me uma bênção, pois me enviaste para uma terra
desértica; dá-me também um campo. E ele deu-lhe Gonetla superior e Gonetla
inferior.
20 Esta é a herança da tribo dos filhos de Judá.
21 E as suas cidades eram as cidades da tribo dos filhos de Judá, em direção ao
deserto: Cabzeel, Eder, Jagur,
22 Quiná, Dimona, Adada,
23 Quedes, Hazor, Itnã,
24 Zife, Telém, Bealote,
25 Hazor-Hadata, Queriote-Hezrom, que é Hazor,
26 Amã, Sema, Moladá,
27 Hazar-Gada, Hesmom, Bete-Pelete,
28 Hazar-Sual, Berseba, Biziotiá,
29 Baalá, Iim, Azém,
30 Eltolade, Quesil, Hormá,
31 Ziclague, Madmana, Sansana,
32 Lebaote, Silim, Aim e Rimom; todas as cidades são vinte e nove, com as suas
aldeias.
33 E, no vale, Estaol, Zorá, Asná,
34 Zanoa, En-Ganim, Tapua, Enã,
35 Jarmute, Adulão, Socó, Azeca,
36 Saraim, Aditaim, Gederá e Gederotaim; quatorze cidades com as suas aldeias.
37 E Zenã, Hadasa, Migdal-Gade,
38 Dilean, Mipa, Jocteel,
39 Laquis, Bozcate, Eglom,
40 Cabom, Laamás, Quitlis,
41 Gederote, Bete-Dagom, Naamá e Maquedá; dezesseis cidades com as suas
aldeias.
42 E Libna, Éter, Asã,
43 Asná, Nezibe,
44 Queila, Aczibe, Quezibe, Bete-Sar e Elom; dez cidades com as suas aldeias.
45 E Ecrom, com suas vilas e aldeias;
46 desde Ecrom até Gemna, e todas as cidades que estavam perto de Asdode, com
as suas aldeias;
47 e Asdode, com as suas vilas e aldeias, e Gaza com as suas vilas e aldeias, até o rio
do Egito. E o mar grande é a sua fronteira.
48 E, nas montanhas, Samir, Jatir, Socó,
49 Daná, a cidade das Letras, que é Debir,
50 Anabe, Estemo, Anim, Esam,
51 Gósen, Holom, Caná e Jiló; onze cidades com as suas aldeias.
52 E Arabe, Dumá, Esã,
53 Janim, Bete-Tapua, Afeca,
54 Hunta, Quiriate-Arba, que é Hebrom e Zior; nove cidades com suas aldeias.
55 E Maom, Carmelo, Zife, Jutá,
56 Jezreel, Jocdeão, Zanoa,
57 Gibeá e Timna; nove cidades com as suas aldeias.
58 E Halul, Bete-Zur, Gedor,
59 Maarate, Bete-Anote e Eltecom; seis cidades com as suas aldeias. E Teco, Efrata,
que é Belém, Fegor, Etam, Culom, Tatam, Tobes, Carem, Galem, Dedá e Manoco;
onze cidades com as suas aldeias.
60 E Quiriate-Baal, que é a cidade de Jearim, e Rabá; duas cidades e as suas aldeias.
61 E Bete-Arabá, Midim, Secacá,
62 Ecoza, Nibsã, as cidades de Sadon e En-Gedi; sete cidades com as suas aldeias.
63 Quanto aos jebuseus, estes eram os habitantes de Jerusalém, e os filhos de Judá
não puderam expulsá-los; assim, os jebuseus ficaram habitando em Jerusalém, até
este dia.
Josué -Capítulo 16
Josué -Capítulo 17
Josué -Capítulo 18
1 E toda a congregação dos filhos de Israel se reuniu em Siló, armando ali a tenda da
congregação. E a terra lhes foi sujeita.
2 Mas dentre os filhos de Israel ficaram sete tribos que ainda não tinham recebido a
sua herança.
3 E disse Josué aos filhos de Israel: Até quando sereis remissos para ir a possuir a
terra que o Senhor Deus de vossos pais vos deu?
4 Escolhei dentre vós três homens de cada tribo, e que eles se disponham e passem
pela terra, e a descrevam para mim, para ver como será apropriado dividi-la.
5 Vieram, pois, até ele, e dividiu ele a terra em sete partes, dizendo: Judá ficará no
seu litoral, ao sul, e a casa de José ficará no seu termo ao norte.
6 Vós, portanto, dividireis a terra em sete partes, e trareis a descrição cá para mim,
para que eu possa lançar sortes aqui, perante o Senhor nosso Deus.
7 Porém, os levitas não têm parte no meio de vós, porque o sacerdócio do Senhor é
a sua herança, e Gade, Rúben e a meia tribo de Manassés receberam a sua herança
além do Jordão, para o oriente, a qual Moisés, servo do Senhor, lhes deu.
8 E os homens se levantaram e partiram. Pois Josué ordenara-lhes que fossem
demarcar a terra, dizendo: Ide, e percorrei a terra, descrevendo-a; e voltem para
mim, para que eu aqui lance sortes para vós, diante do Senhor, em Silo.
9 E os homens foram e passaram à terra, descrevendo-a por cidades, em sete
partes, em um livro; e trouxeram o livro para Josué.
10 E Josué lançou sortes para eles em Siló, perante o Senhor.
11 E a sorte da tribo dos filhos de Benjamim saiu primeiro, segundo as suas famílias.
O limite de sua sorte caiu entre os filhos de Judá e os filhos de José.
12 Suas fronteiras estavam no lado norte, e subiam do Jordão, indo até o lado de
Jericó, no lado norte; e subiam pela montanha para o ocidente, estando as suas
saídas no deserto de Bete-Áven.
13 E a fronteira passava dali para Luz, atrás de Luz, no seu lado sul, que é Betel; e
descia para Atarote-Adar, perto do monte que jaz no lado sul da Bete-Horom
inferior.
14 E a fronteira era traçada dali, cercando o canto do mar em direção ao sul, a partir
da colina que está antes de Bete-Horom, ao sul; e as suas saídas estavam em
Quiriate-Baal, que é Quiriate-Jearim, cidade dos filhos de Judá. Esta era a parte que
olha para o oeste.
15 E a parte sul era a partir de Quiriate-Baal, de onde a fronteira prosseguia para
Guezim, saindo para a fonte das águas de Neftoa.
16 E a fronteira se estendia para baixo, diante da floresta do filho de Hinom, que
está em Emeque-Refain, ao norte; e descia para Gueena, atrás dos jebuseus no sul,
descendo até a fonte de En-Rogel.
17 E atravessava para a fonte de En-Semes,
18 saindo em direção a Gelilote, que está oposta a subida de Adumim; e descia para
a pedra de Boã, filho de Rúben, passando ao lado oposto a Arabá, para o norte. E,
dali, a fronteira passava ao lado de Bete-Hogla, ao norte, e as suas saídas estavam
no norte próximas ao mar salgado, na extremidade sul da Jordânia. Esta era a costa
sul.
19 E o término das fronteiras era na baía do mar salgado ao norte, para o lado do
Jordão ao sul. Estas eram as suas fronteiras do lado sul.
20 E o Jordão era a sua fronteira no lado leste. Esta foi a herança dos filhos de
Benjamim, nos seus limites em redor, segundo as suas famílias.
21 Ora, as cidades da tribo dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias, foram
Jericó, Bete-Hogla, o vale de Queziz,
22 Bete-Arabá, Zemaraim, Betel,
23 Avim, Pará, Ofra,
24 Quefar-Amonai, Ofni e Gaba; doze cidades com suas aldeias.
25 E Gibeom, Ramá, Beerote,
26 Mispa, Quefira, Moza,
27 Fira, Requém, Irpeel, Zela, Elefe, Tarala,
28 Jebus, que é Jerusalém, Gibeá e Quiriate; catorze cidades com suas aldeias. Esta
era a herança dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias.
Josué -Capítulo 19
1 A segunda sorte saiu para Simeão, para a tribo dos filhos de Simeão, segundo as
suas famílias; e a sua herança foi no meio da herança dos filhos de Judá.
2 E tiveram como sua herança: Berseba, Seba, Molada,
3 Hazar-Sual, Balá, Azém,
4 Eltolade, Betul, Hormá,
5 Ziclague, Bete-Marcabote, Hazar-Susa,
6 Bete-Lebaote e Saruém; treze cidades e as suas aldeias.
7 E Aim, Rimom, Eter e Asã; quatro cidades e as suas aldeias.
8 E todas as aldeias que havia em redor dessas cidades até Baalate-Beer, indo-se
para Ramá, ao sul. Esta é a herança da tribo dos filhos de Simeão, segundo as suas
famílias.
9 Da porção dos filhos de Judá foi tirada a herança dos filhos de Simeão, pois a
porção dos filhos de Judá era demasiadamente grande para eles; pelo que, os filhos
de Simeão tiveram a sua herança no meio da herança deles.
10 E a terceira sorte saiu para os filhos de Zebulom, segundo as suas famílias; e a
fronteira da sua herança ia até Saride.
11 O seu termo ia para cima em direção ao mar, à Maralá, e tocava em Dabesete,
diante de Jocneão;
12 e virava de Saride em direção contrária, ao leste de Bete-Semes indo até o termo
de Quislote-Tabor; e, depois, ia direto para Daberate, subindo a Jafia.
13 Dali passava ao longo e a leste de Gate-Hefer, para Ete-Cazim, e vinha sair em
Rimon-Metoar.
14 E a fronteira a circundava no lado norte para Hanaton; e as suas saídas estavam
no vale de Iftá-El.
15 E Catate, Naalal, Sinrom, Jericó e Belém.
16 Esta é a herança dos filhos de Zebulom, segundo as suas famílias; essas cidades e
as suas aldeias.
17 A quarta sorte saiu para Issacar,
18 e o seu território incluía Jezreel, Quesulote, Suném,
19 Hafaraim, Siom, Anaarate,
20 Anaquerete, Rabite, Quisiom, Ebes,
21 Remete, Em-Ganim, Tomam, Em-Hadá, Bete-Pazes.
22 O seu limite tocava o Tabor, Saazima e Bete, e as saídas da sua fronteira estavam
no Jordão.
23 Esta é a herança da tribo dos filhos de Issacar, segundo as suas famílias, as
cidades e as suas aldeias.
24 E a quinta sorte saiu para a tribo dos filhos de Aser, segundo as suas famílias.
25 A sua fronteira era Helcate, Hali, Béten, Acsafe,
26 Alameleque, Amade e Misal. E chegava ao Carmelo para o ocidente, e Sior-
Libnate;
27 Dali, voltava para o nascente de Bete-Dagom, e chegava a Zebulom, ao vale do
Iiftá-El para o lado norte, indo para Bete-Emeque e Neiel, e vinha sair em Cabul,
28 Ebrom, Reobe, Hamom e Caná, até a grande Sidom.
29 Então, o limite desviava-se para Ramá e para a fonte de Masfassate, e para os
tirios; e voltava-se para Hosa, suas saídas indo dar no mar da costa, para Apolebe e
Aczibe;
30 e Umá, Afeque e Reobe.
31 Esta é a herança da tribo dos filhos de Aser, segundo as suas famílias; essas
cidades e as suas aldeias.
32 A sexta sorte saiu para os filhos de Naftali.
33 Suas fronteiras partiam de Helefe, de Alon, de Zaanim, de Adami-Neguebe, de
Jabneel e de Naboc, até Lacum; e as suas saídas estavam no Jordão.
34 E, então, o limite se voltava para o oeste, a Aznote-Tabor, e saía dali para
Hucoque, chegando a Zebulom, ao sul, e a Aser, ao ocidente, e a Judá, pelo Jordão,
para o nascente.
35 E as cidades fortificadas dos tirios eram: Tiro, Hamate, Quinerete,
36 Adamá, Ramá, Hazor,
37 Quedes, Edrei, a fonte de Hazor,
38 Irom, Migdal-El, Horém, Bete-Anate e Bete-Semes.
39 Esta é a herança da tribo dos filhos de Naftali.
40 A sétima sorte saiu para a tribo dos filhos de Dã.
41 E o limite de sua herança era Zorá, Estaol, Ir-Semes,
42 Saalabin, Aijalom, Itla,
43 Elom, Timna, Ecrom,
44 Elteque, Gibetom, Baalate,
45 Jeúde, Bene-Beraque e Gate-Rimon;
46 e, ao oeste de Racom, a fronteira era diante de Jope.
47 Esta é a herança da tribo dos filhos de Dã, segundo as suas famílias; essas cidades
e as suas aldeias. Mas os filhos de Dã não puderam expulsar os amorreus que os
afligiam na montanha; e os amorreus não lhes permitiam descer para o vale, mas,
usando de força, tomaram uma parte da porção de sua herança.
48 Lutaram os filhos de Dã contra Laquis e a conquistaram, ferindo-a com o fio da
espada; e chamaram-na de Lasa. Os amorreus continuaram a habitar em Edom e
Salamim, mas a mão de Efraim prevaleceu contra eles e tornaram-se seus
tributários.
49 E eles continuaram tomando posse da terra, segundo as suas heranças; e os
filhos de Israel deram uma herança a Josué, filho de Num, entre eles.
50 De acordo com a palavra do Senhor, deram-lhe a cidade que pediu, Timnate-Sera,
no monte de Efraim; ele reconstruiu a cidade, e habitou nela.
51 Essas são as heranças que Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num, e os
cabeças dos pais das tribos dos filhos de Israel dividiram em herança, por sorte, em
Silo, perante o Senhor, à porta da tenda da congregação. Assim, eles tomaram
posse da terra.
Josué -Capítulo 20
Josué -Capítulo 21
Josué -Capítulo 22
Josué -Capítulo 23
1 E sucedeu, muito tempo depois que o Senhor dera repouso a Israel de todos os
seus inimigos em redor, que Josué tornou-se envelhecido e avançado em anos.
2 Josué, então, chamou todo o Israel, os seus anciãos, os seus cabeças, os seus
juízes e os seus oficiais, e disse-lhes: Eu sou velho e avançado em anos.
3 Tendes visto tudo o que o Senhor vosso Deus fez a todas estas nações por causa
de vós; porque o Senhor, vosso Deus, é ele que tem lutado por vós.
4 Eis que vos dividi estas nações que ainda restam a fim de serem uma herança para
as tribos, desde o Jordão, e a algumas delas tenho destruído; e as fronteiras serão
desde o grande mar ao oeste.
5 O Senhor, vosso Deus, ele deverá expulsá-los de diante de vós, enviando contra
eles as bestas selvagens até destruí-los totalmente e aos seus reis, diante de vós; e
herdareis a sua terra, como o Senhor vosso Deus vos tem dito.
6 Esforçai-vos pois, diligentemente, para observar e fazer tudo o que está escrito no
livro da lei de Moisés, a fim de que não vos desvieis nem para a direita nem para a
esquerda;
7 para que não vos mistureis entre estas nações que ainda restam entre vós, nem
façais menção do nome de seus deuses, nem os sirvais, nem a eles vos curveis;
8 porém, permanecei no Senhor vosso Deus, como fizestes até o dia de hoje.
9 O Senhor os destruirá diante de vós, grandes e fortes nações; e eis que nenhum
homem foi capaz de permanecer diante de vós, até hoje.
10 Um homem dentre vós tem perseguido a mil, pois o Senhor, vosso Deus, ele é o
que peleja por vós, como prometeu.
11 Estejais atentos, pois, por vós mesmos, para que ameis o Senhor vosso Deus.
12 Porque se, de qualquer modo, vos desviardes e unirdes aos remanescentes
destas nações que ainda permanecem entre vós, fazendo casamentos com eles,
indo ter com eles e eles convosco,
13 sabei, com certeza, que o Senhor, vosso Deus, não irá mais expulsar a qualquer
uma dessas nações de diante de vós, mas elas serão ciladas e armadilhas para vós, e
aguilhões em vossos calcanhares, e espinhos em vossos olhos, até que pereçais
desta boa terra que o Senhor, vosso Deus, vos deu.
14 Eis que me apresso a ir pelo caminho da morte, como fazem todos os que andam
sobre a terra, e vós sabeis em vossos corações e em vossas almas que nenhuma
coisa falhou de todas as boas coisas que o Senhor vosso Deus falou a nosso
respeito; nem uma só coisa falhou.
15 Por isso, deverá vir a acontecer que, assim como todas as coisas boas estão
acontecendo para nós, o Senhor Deus trará sobre vós todas as coisas más, até vos
destruir de sobre esta boa terra que o Senhor vos deu,
16 quando tiverdes transgredido a aliança do Senhor vosso Deus, que Ele vos
ordenou, indo servir a outros deuses, e inclinar-vos a eles.
Josué -Capítulo 24
JUÍZES
Juízes - Capítulo 1
Juízes - Capítulo 2
1 E um anjo do Senhor subiu de Gilgal para o lugar do Clamor, e para Betel, e para a
casa de Israel, e disse-lhes: Assim diz o Senhor: eu vos tirei do Egito, e vos trouxe
para a terra que jurei dar a vossos pais; e eu disse: nunca irei quebrar a minha
aliança, que fiz convosco.
2 Vós não fareis aliança com aqueles que habitam nesta terra nem adorareis os seus
deuses, mas destruireis as suas imagens de escultura e haveis de derrubar os seus
altares. Mas não obedecestes à minha voz, para fazerdes estas coisas .
3 Então, eu disse: não os lançarei fora de diante de vós, mas deverão ser um
sofrimento para vós, e os seus deuses vos serão por uma ofensa.
4 E aconteceu, quando o anjo do Senhor falou estas palavras a todos os filhos de
Israel, que o povo levantou a sua voz, e chorou.
5 E chamaram o nome daquele lugar Clamores; e sacrificaram ali ao Senhor.
6 Então, Josué despediu o povo, e eles foram cada um para a sua herança, para
herdarem a terra.
7 O povo serviu ao Senhor todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que
viveram por muito tempo com Josué, todos aqueles que conheciam as grandes
obras do Senhor, as coisas que ele tinha feito em Israel.
8 Josué, filho de Num, o servo do Senhor, morreu com cento e dez anos de idade.
9 E sepultaram-no na fronteira da sua herança, em Timnate-Heres, no monte de
Efraim, para o norte do monte de Gaás.
10 Aquela geração inteira foi acrescentada aos seus pais, e outra geração se
levantou depois deles, que não conhecia o Senhor nem tampouco a obra que ele
fizera em Israel.
11 E os filhos de Israel fizeram o mal diante do Senhor, e serviram aos baalins.
12 Abandonaram ao Senhor Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e
andaram após outros deuses, dentre os deuses das nações em redor deles; e os
adoraram.
13 Eles provocaram o Senhor e, deixando-o, serviram a Baal e a Astarote.
14 Então, o Senhor muito se indignou contra Israel, e os entregou nas mãos dos
despojadores. Eles os despojaram e os venderam nas mãos dos seus inimigos ao
redor; e não podiam mais resistir aos seus inimigos,
15 entre os quais eles estavam. A mão do Senhor era contra eles para o mal,
conforme o Senhor falara, e conforme o Senhor jurara a eles; e ele muito os afligiu.
16 O Senhor suscitou juízes, e o Senhor os salvou das mãos dos que os despojaram;
porém, ainda assim, não ouviram aos juízes,
17 pois se prostituíram após outros deuses e os adoraram; e eles se desviaram
rapidamente, saindo para fora do caminho em que andaram seus pais, a fim dar
ouvidos às palavras do Senhor; e não fizeram tal como eles.
18 E porque o Senhor lhes suscitava juízes, então o Senhor era com o juiz e os livrava
da mão dos seus inimigos por todos os dias do juiz; porque o Senhor estava
comovido por causa dos seus gemidos, por causa dos que os sitiavam e os afligiam.
19 E acontecia, quando o juiz morria, que eles voltavam atrás e novamente se
corrompiam pior do que seus pais para ir após outros deuses, para servi-los e adorá-
los; não abandonavam suas obras, nem os seus caminhos tortuosos.
20 Pelo que o Senhor estava muito zangado com Israel, e disse: Porquanto esta
nação abandonou a minha aliança, a qual eu tinha ordenado a seus pais, e não
obedeceram à minha voz,
2 também eu não irei expulsar de diante da sua face mais nenhum homem das
nações que Josué, filho de Num, deixou na terra. E o Senhor os deixou
22 para provar a Israel com eles, se iriam manter o caminho do Senhor para andar
nele, assim como seus pais o mantiveram, ou não.
23 Então, o Senhor iria deixar estas nações, de modo a não expulsá-las de uma vez;
e ele não as entregou na mão de Josué.
Juízes - Capítulo 3
1 São estas as nações que o Senhor deixou para provar a Israel com elas, todos o
que não tinham conhecido as guerras de Canaã,
2 isto é, somente, para que as gerações de Israel pudessem saber, para lhes ensinar
a guerra, pelos menos aos homens que antes não sabiam nada dela,
3 a saber, os cinco príncipes dos filisteus, e todos os cananeus, e o sidônios, e o
heveu que habitava no monte Líbano, do monte de Baal-Hermon até a entrada de
Hamate.
4 E tal aconteceu a fim de provar a Israel por eles, para ficar conhecido se iriam
obedecer aos mandamentos do Senhor, os quais ele entregou a seus pais por
intermédio de Moisés.
5 E os filhos de Israel habitaram no meio do cananeu, do heteu, do amorreu, do
ferezeu, do heveu e do jebuseu.
6 Tomaram suas filhas como esposas para si mesmos, deram as suas filhas a seus
filhos e serviram aos seus deuses.
7 Então, os filhos de Israel fizeram o mal aos olhos do Senhor, e se esqueceram do
Senhor seu Deus, servindo aos baalins e aos bosques.
8 E o Senhor muito se indignou contra Israel, entregando-os na mão de Cusã-
Risataim, rei da Síria mesopotâmica; e os filhos de Israel serviram a Cusã-Risataim
oito anos.
9 Então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor, e o Senhor levantou um salvador
para Israel, o qual os salvou: Otniel, filho de Quenaz, o irmão de Calebe, mais novo
do que ele.
10 O Espírito do Senhor veio sobre ele, e julgou a Israel, saindo à guerra contra Cusã-
Risataim. Entregou-lhe o Senhor na mão a Cusã-Risataim, rei da Síria mesopotâmica;
e a sua mão prevaleceu contra Cusã-Risataim.
11 A terra ficou em paz quarenta anos; e Otniel, filho de Quenaz, morreu.
12 Mas os filhos de Israel continuaram a fazer o mal diante do Senhor, e o Senhor
fortaleceu Eglom, rei de Moabe, contra Israel, por terem feito o mal diante do
Senhor.
13 E ele reuniu para si todos os filhos de Amom e Amaleque, e foi e feriu a Israel; e
tomaram posse da cidade das Palmeiras.
14 E os filhos de Israel serviram a Eglom, rei de Moabe, dezoito anos.
15 Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, e ele levantou para eles um
salvador, Eúde, homem que usava as duas mãos igualmente, filho de Gera, um filho
de Jemeni; e os filhos de Israel enviaram presentes pela sua mão a Eglom, rei de
Moabe.
16 Eúde fez para si um punhal de dois gumes, do comprimento de um palmo, e
cingiu-o sob o seu manto, sobre a sua coxa direita.
17 Foi, e levou os presentes a Eglom, rei de Moabe. Eglom era um homem muito
avantajado.
18 E aconteceu, quando Eúde tinha acabado de oferecer seus presentes, que ele
dispensou aqueles que trouxeram os presentes.
19 Mas ele retornou, do ponto das pedreiras que estão em Gilgal. E disse Eúde:
Tenho uma palavra secreta para ti, ó rei! E Eglom disse-lhe: Cala-te; e mandou para
longe da sua presença todos os que o serviam.
20 Então, Eúde entrou com ele, e o rei sentou-se em seu próprio quarto de verão no
andar superior, sozinho; e Eúde lhe disse: Eu tenho uma mensagem de Deus para ti,
ó rei; e Eglom se levantou de seu trono, perto dele.
21 Aconteceu, quando ele se levantou, que Eúde estendeu a mão esquerda e tirou a
espada para fora de sua coxa direita e a mergulhou em sua barriga.
22 Enterrou também o cabo após a lâmina, e a gordura encerrou-se sobre ela; pois
ele não tirou a espada de sua barriga.
23 Eúde saiu para a varanda e passou pelos guardas designados, fechando as portas
da câmara sobre ele, trancando-as.
24 Depois que ele saiu os servos Eglom vieram e olharam, e eis que as portas da sala
de cima estavam trancadas; e eles disseram: Não será que ele descobriu seus pés na
privada da sala de verão?
25 Eles esperaram até que se sentiram acabrunhados; e eis que não havia ninguém
que abrisse as portas da câmara superior. Então, tomaram a chave e abriram-nas; e
eis seu senhor estendido, morto sobre o chão.
26 Mas Eúde escapou enquanto eles estavam em um tumulto, e ninguém prestou-
lhe atenção; ele passou as pedreiras e escapou para Seirá.
27 E aconteceu, quando Eúde foi para a terra de Israel, que ele tocou a buzina nas
montanhas de Efraim, e os filhos de Israel desceram com ele do monte; e ele ia
diante deles.
28 E disse-lhes: Vinde e descei após mim, porque o Senhor Deus entregou os nossos
inimigos, Moabe, em nossa mão. E desceram após ele, e tomaram os vaus do Jordão
diante de Moabe; e ele não deixou nenhum homem atravessar.
29 E feriram de Moabe, naquele dia, cerca de dez mil homens, cada pessoa luxuriosa
e cada homem poderoso; e nenhum escapou.
30 Moabe foi humilhado naquele dia debaixo da mão de Israel, e a terra teve
sossego oitenta anos. E julgou-os Eúde até que morreu.
31 Depois dele se levantou Sangar, filho de Anate, e feriu os filisteus até o número
de seiscentos homens com um arado tal como os que são puxados por bois; e
também ele libertou a Israel.
Juízes - Capítulo 4
Juízes - Capítulo 5
Juízes - Capítulo 6
1 Os filhos de Israel fizeram o que era mal aos olhos do Senhor, e o Senhor os
entregou na mão dos midianitas durante sete anos.
2 A mão dos midianitas prevaleceu contra Israel. Os filhos de Israel fizeram para si,
por causa dos midianitas, as cavernas nas montanhas, as covas e os buracos nas
rochas.
3 E sucedeu, quando os filhos de Israel semearam, que Midiã e Amaleque subiram, e
os filhos do oriente subiram junto com eles.
4 Acamparam-se contra eles e destruíram seus frutos até Gaza, não deixando meios
de vida na terra de Israel, nem mesmo boi ou burro entre os rebanhos.
5 Porquanto eles e seus rebanhos subiram, e as suas tendas estavam com eles,
como gafanhotos em multidão, e não havia número para contá-los e aos seus
camelos. Vieram para a terra de Israel e a puseram desolada.
6 Assim, Israel se enfraqueceu muito por causa de Midiã.
7 Então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor por causa de Midiã.
8 Enviou o Senhor enviou um profeta para os filhos de Israel, e disse-lhes: Assim diz
o Senhor Deus de Israel: Eu sou aquele que vos tirou da terra do Egito, fazendo-vos
subir para fora da casa de vossa escravidão.
9 Eu vos livrei da mão do Egito e da mão de todos os vos que afligiam, e os expulsei
de diante de vós; e eu vos dei a sua terra.
10 Eu, então, disse: Eu sou o Senhor, vosso Deus: não temereis os deuses dos
amorreus, em cuja terra habitais; mas não obedecestes à minha voz.
11 E um anjo do Senhor veio e assentou-se sob o carvalho que estava em Ofra, na
terra de Joás, pai de Esdri; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, a
fim de escapar da face de Midiã.
12 O anjo do Senhor apareceu e lhe disse: O Senhor é contigo, ó poderoso em força.
13 Mas Gideão disse-lhe: Tem misericórdia de mim, meu Senhor! Entretanto, se o
Senhor está conosco, por que esses males nos sobrevieram? Onde estão todas as
suas maravilhas, que nossos pais nos relataram, dizendo: Não nos tirou o Senhor
para fora do Egito? E, agora, ele nos expulsa e nos entrega nas mãos dos midianitas.
14 Então, o anjo do Senhor se voltou para ele, e disse-lhe: Vai nesta tua força, e
salvarás Israel da mão de Midiã. Eis que te enviei.
15 Mas Gideão disse-lhe: Tem misericórdia de mim, meu Senhor! Como deverei
salvar a Israel? Eis que meus milhares estão enfraquecidos em Manassés, e eu sou o
menor na casa de meu pai.
16 Disse-lhe o anjo do Senhor: O Senhor será contigo, e ferirás Midiã como um só
homem.
17 E Gideão disse-lhe: Se, agora, tenho achado misericórdia aos teus olhos e irás
fazer neste dia para mim tudo o que tens falado comigo,
18 não te apartes, portanto, até que eu retorne a ti; e irei trazer uma oferta e
oferecê-la diante de ti. E ele disse: Permanecerei até que retornes.
19 Gideão entrou e preparou um cabrito e um efa de flor de farinha sem fermento.
Colocou a carne na cesta e derramou o caldo na panela, levando-os a ele sob a
árvore de terebintina, e aproximou-se.
20 Mas o anjo de Deus lhe disse: Toma a carne e os pães ázimos e põe-nos sobre a
rocha, derramando o caldo ao lado. E ele assim fez.
21 O anjo do Senhor estendeu a ponta da vara que tinha na mão e tocou a carne e os
pães ázimos, e fogo subiu da rocha, consumindo a carne e os pães ázimos; e o anjo
do Senhor desapareceu de sua vista.
22 Então, Gideão viu que ele era um anjo do Senhor, e disse: Ai de mim, Senhor meu
Deus! Pois vi o anjo do Senhor, face a face.
23 Mas o Senhor lhe disse: Paz seja contigo, não temas; não morrerás.
24 Gideão edificou ali um altar ao Senhor, e chamou-lhe a Paz do Senhor, até este
dia, conforme ele ainda está em Ofra, do pai de Esdri.
25 E sucedeu, naquela noite, que o Senhor disse-lhe: Toma o novilho que o teu pai
possui, a saber, o segundo novilho de sete anos de idade; e destruirás o altar de Baal
que o teu pai possui, e o bosque que está ao seu redor também destruirás.
26 E construirás um altar ao Senhor teu Deus, no topo deste maozi, em camadas.
Tomarás o segundo boi, e oferecerás o holocausto com a madeira do bosque que
irás destruir.
27 Então, Gideão tomou dez homens dentre os seus servos e fez conforme o Senhor
falara com ele. E sucedeu que, como ele temia a casa de seu pai e os homens da
cidade se viesse a fazê-lo de dia, ele o fez durante a noite.
28 Os homens da cidade se levantaram de manhã cedo, e eis que o altar de Baal
tinha sido demolido e o bosque ao seu redor havia sido destruído; e viram o
segundo boi, que Gideão havia oferecido no altar que tinha sido construído.
29 E cada homem disse ao seu vizinho: Quem fez esta coisa? Então, eles inquiriram e
souberam que o filho de Gideão, o filho de Joás, o tinha feito.
30 E os homens da cidade disseram a Joás: Tira para fora teu filho, para que morra,
porque destruiu o altar de Baal e destruiu o bosque que estava ao seu redor.
31 Mas Gideão, filho de Joás, disse a todos os homens que se levantaram contra ele:
Vós, agora, pleiteareis por Baal, ou ireis salvá-lo? Quem pleitear por ele, que seja
morto nesta manhã. Se ele é um deus que pleiteie por si mesmo, porque o seu altar
foi derrubado.
32 E ele o chamou, naquele dia, de Jerubaal, dizendo: Baal contenda, então, porque
o seu altar foi derrubado.
33 E todos os midianitas, os amalequitas e os filhos do oriente se ajuntaram e
acamparam no vale de Jezreel.
34 O Espírito do Senhor veio sobre Gideão, o qual tocou a buzina; e os abiezritas
vieram a ele para ajudar.
35 Então, Gideão enviou mensageiros por todo o Manassés, e também os enviou a
Aser, e a Zebulom, e a Naftali; e subiu ao encontro deles.
36 E Gideão disse a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste,
37 eis que eu coloquei o velo de lã na eira. Se o orvalho estiver somente no velo, e
houver secura em toda a terra, saberei que hás de livrar a Israel por minha mão,
como disseste.
38 E assim foi. Ele se levantou de madrugada e apertou o velo, e o orvalho caiu do
velo, uma bacia cheia de água.
39 E Gideão disse a Deus: Peço-te, que a tua ira não se acenda contra mim, mas irei
falar ainda uma vez. Farei mais uma prova com a lã. Que, desta vez, a secura esteja
só no velo; e que haja orvalho sobre toda a terra.
40 E Deus assim o fez naquela noite. Havia secura somente no velo, e sobre toda a
terra havia orvalho.
Juízes - Capítulo 7
Juízes - Capítulo 8
1 Mas os homens de Efraim disseram a Gideão: Que é isso que fizeste para nós, uma
vez que não nos chamaste quando foste lutar com Midiã? E contenderam com ele,
bruscamente.
2 E ele respondeu-lhes: Que fiz eu agora mais do que vós? Não é o respigar de Efraim
melhor do que a vindima de Abiezer?
3 O Senhor entregou nas vossas mãos os príncipes de Midiã, Orebe e Zeebe; e que
mais eu poderia fazer do que vós? Então, o seu espírito se acalmou em relação a ele,
quando lhes falou esta palavra.
4 Gideão chegou até o Jordão e passaram, ele e os trezentos com ele; famintos, mas
ainda assim perseguindo.
5 E disse aos homens de Sucote: Dai-nos, peço-vos, pão para alimentar este povo
que me segue, porque estão fracos, e eis que eu estou seguindo em perseguição a
Zeba e Zalmuna, os reis de Midiã.
6 Mas os príncipes de Sucote disseram: Estão já as mãos de Zeba e Zalmuna na tua
mão, para que demos pão ao teu exército?
7 E Gideão respondeu-lhes: Por causa disso, quando o Senhor entregar Zeba e
Zalmuna na minha mão, eu irei rasgar a vossa carne com os espinhos do deserto, e
com os barquenim.
8 Dali subiu a Penuel, e falou-lhes da mesma forma; mas os homens de Penuel lhe
responderam como os homens de Sucote haviam respondido.
9 E Gideão disse aos homens de Penuel: Quando eu voltar em paz derribarei esta
torre.
10 Zeba e Zalmuna estavam em Carcor, e o seu exército com eles, cerca de quinze
mil, todos os restantes de todo o exército dos estrangeiros; e os que caíram foram
cento e vinte mil homens que arrancavam da espada.
11 Gideão subiu pelo caminho dos que habitavam em tendas, ao oriente de Noba e
Jogbeá, e feriu o exército que se julgava em segurança.
12 Zeba e Zalmuna fugiram, porém ele os perseguiu e capturou os dois reis de Midiã,
Zeba e Zalmuna; e desbaratou todo o exército.
13 E Gideão, filho de Joás, voltou da batalha, voltou da batalha de Heres.
14 Tomou ele preso um rapaz dos homens de Sucote, e o interrogou; e ele escreveu-
lhe os nomes dos príncipes de Sucote e dos seus anciãos, setenta e sete homens.
15 Gideão foi até onde estavam os príncipes de Sucote, e disse-lhes: Eis Zeba e
Zalmuna, sobre quem vós me censurastes, dizendo, estão as mãos de Zeba e
Zalmuna agora na tua mão, para que demos pão aos teus homens que estão
cansados?
16 Tomou, então, os anciãos da cidade, com os espinhos do deserto e os barquenim;
e com eles rasgaram os homens da cidade.
17 Também destruiu a torre de Penuel, e matou os homens da cidade.
18 Disse ele para Zeba e Zalmuna: Onde estão os homens que matastes em Tabor? E
eles responderam: Como tu és, assim eram eles, conforme a semelhança do filho de
um rei.
19 E disse Gideão, Eles eram meus irmãos e filhos de minha mãe. Tão certo como
vive o Senhor, que se os houvésseis preservado vivos, eu não vos mataria,
20 E disse a Jeter, seu primogênito: Levanta-te, e mata-os. Mas o moço não puxou
da espada, porque estava com medo; pois era ainda muito jovem.
21 Então, Zeba e Zalmuna disseram: Levanta-te tu e cai sobre nós, pois teu poder é o
de um homem. E Gideão se levantou, matando Zeba e Zalmuna; e tomou os
ornamentos redondos que estavam nos pescoços dos seus camelos.
22 E os homens de Israel disseram a Gideão: Governa, meu senhor, sobre nós; tu,
teu filho, e o filho de teu filho; porque nos livraste da mão de Midiã.
23 Mas Gideão respondeu-lhes: Eu não governarei, e meu filho não irá governar
sobre vós. O Senhor governará sobre vós.
24 E disse-lhes mais Gideão, irei fazer-vos um pedido, e vós me dareis, todo homem,
um brinco de seus despojos. Porque tinham pendentes de ouro, pois eram
ismaelitas.
25 E eles responderam: Nós, certamente, o daremos. Então, ele abriu as suas vestes
e cada homem deitou ali um pendente de seus despojos.
26 O peso das arrecadas de ouro que ele pediu foi de mil e setecentas peças de
ouro, além das meias luas, das cadeias, das vestes e dos panos roxos que estavam
sobre os reis de Midiã, e além das cadeias que estavam nos pescoços dos seus
camelos.
27 Gideão fez um éfode delas e o colocou em sua cidade, em Efrata; e todo o Israel
se prostituiu ali após ele; e aquilo tornou-se uma pedra de tropeço para Gideão e
sua casa.
28 Midiã foi abatido diante dos filhos de Israel, e não pôde levantar mais a sua
cabeça. E a terra teve sossego por quarenta anos, nos dias de Gideão.
29 E Jerubaal, filho de Joás, foi e assentou-se em sua casa.
30 Gideão teve setenta filhos gerados de seu corpo; pois ele tinha muitas mulheres.
31 A sua concubina estava em Siquém, e ela também deu à luz um filho, dando-lhe o
nome de Abimeleque.
32 Gideão, filho de Joás, morreu em sua cidade, e foi sepultado no sepulcro de seu
pai Joás, em Ofra dos abiezritas.
33 E aconteceu, quando Gideão estava morto, que os filhos de Israel voltaram atrás
e se prostituíram após os baalins, e fizeram para si uma aliança com Baal, para que
ele se tornasse o seu deus.
34 Os filhos de Israel não se lembraram do Senhor seu Deus, que os livrara das mãos
de todos os que os afligiam ao redor.
35 Também eles não usaram de misericórdia para com a casa de Jerubaal, (o mesmo
é Gideão), de acordo com todo o bem que ele fizera para Israel.
Juízes - Capítulo 9
1 Abimeleque, o filho de Jerubaal, foi a Siquém, a sua mãe e irmãos, e falou para eles
e para toda a parentela da casa de sua mãe, dizendo:
2 Falai, peço-vos, aos ouvidos de todos os homens de Siquém, dizendo-lhes: Que é
melhor para vós, que setenta homens, todos os filhos de Jerubaal, venham a reinar
sobre vós, ou que um homem apenas deva reinar sobre vós? Lembrem-se de que eu
sou vossos ossos e vossa carne.
3 E sua mãe e irmãos falaram a seu respeito aos ouvidos de todos os homens de
Siquém todas estas palavras; e seu coração voltou-se para Abimeleque, pois
disseram: Ele é nosso irmão.
4 Deram-lhe setenta peças de prata da casa de Baal-Berite, e Abimeleque contratou
para si homens vãos e covardes, os quais foram após ele.
5 Foi para a casa de seu pai em Efrata, e matou a seus irmãos, os filhos de Jerubaal,
setenta homens, sobre uma pedra; mas Jotão, o filho mais novo de Jerubaal foi
deixado, pois escondeu-se.
6 E todos os homens de Siquém, e toda a casa de Bete-Milo, se reuniram; e foram e
constituíram a Abimeleque rei, junto ao carvalho da Sedição, que estava em Siquém.
7 Isto foi relatado a Jotão, e ele foi e postou-se no topo do monte Gerizim, e
levantou a sua voz, e clamou, dizendo-lhes: Ouvi-me, vós, homens de Siquém, e
Deus vos ouvirá.
8 As árvores saíram, em um certo tempo, para ungir um rei sobre elas; e disseram à
oliveira: Reina sobre nós.
9 Mas a oliveira respondeu-lhes: Deveria eu deixar o meu óleo, com que os homens
glorificam a Deus, e ir pairar sobre as árvores?
10 Então, as árvores disseram à figueira: Vem, reina sobre nós.
11 Mas a figueira respondeu-lhes: Deveria eu deixar a minha doçura e os meus bons
frutos, e ir pairar sobre as árvores?
12 E as árvores disseram à videira: Vem, reina sobre nós.
13 Mas a videira respondeu-lhes: Deveria eu deixar o meu vinho que alegra Deus e
aos homens, e ir pairar sobre as árvores?
14 Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós.
15 E o espinheiro respondeu às árvores: Se vós, na verdade, me ungis para reinar
sobre vós, vinde, ficai sob a minha sombra; e, se não, saia fogo de mim e devore os
cedros do Líbano.
16 Agora, então, se tendes feito isso com verdade e integridade, fazendo a
Abimeleque rei, e se tendes agido bem para com Jerubaal e para com a sua casa,
fazendo para ele de acordo com a recompensa merecida de sua mão,
17 assim como meu pai lutou por vós e colocou a sua vida em risco, livrando-vos da
mão de Midiã;
18 ou se vos levantastes hoje contra a casa de meu pai e matastes a seus filhos,
setenta homens sobre uma pedra, e a Abimeleque, filho de sua escrava, fizestes rei
sobre os homens de Siquém, porque ele é seu irmão;
19 então, se tiverdes agido verdadeiramente e fielmente para com Jerubaal e a sua
casa hoje, alegrai-vos em Abimeleque e também se alegre ele em vós.
20 Mas, se não, que saia fogo de Abimeleque e devore os homens de Siquém e a
casa de Bete-Milo, e que saia fogo dos homens de Siquém e da casa de Bete-Milo e
devore a Abimeleque.
21 E Jotão fugiu, indo para Beer; e habitou ali, longe das vistas de seu irmão
Abimeleque.
22 E Abimeleque reinou sobre Israel por três anos.
23 Enviou Deus um espírito maligno entre Abimeleque e os homens de Siquém, e os
homens de Siquém trataram aleivosamente com a casa de Abimeleque
24 para trazer a vingança do dano causado aos setenta filhos de Jerubaal e colocar
seu sangue sobre seu irmão Abimeleque, que os matou, e sobre os homens de
Siquém, porquanto eles fortaleceram as mãos dele para matar a seus irmãos.
25 Os siquemitas colocaram homens emboscados contra ele no topo das
montanhas, e roubavam todo aquele que passava por eles no caminho. E isto foi
relatado ao rei Abimeleque.
26 Então Gaal, filho de Ebede, veio com seus irmãos, e passou por Siquém; e os
homens de Siquém confiaram nele.
27 Saindo para o campo, reuniram as suas uvas, pisaram-nas e fizeram uma festa;
trouxeram as uvas para a casa de seu deus, comeram e beberam, e amaldiçoaram a
Abimeleque.
28 Então Gaal, filho de Ebede, disse: Quem é Abimeleque, e quem é o filho de
Siquém, para que o sirvamos? Não é ele o filho de Jerubaal, e não é Zebul o seu
oficial, seu servo com os homens de Hamor, o pai de Siquém? e por que devemos
servi-lo?
29 Quisera que este povo estivesse sob a minha mão! Pois eu expulsaria a
Abimeleque, e dir-lhe-ia, Multiplica teu exército, e sai.
30 Zebul, o governador da cidade, ouviu as palavras de Gaal, filho de Ebede, e ficou
muito zangado.
31 E enviaram mensageiros a Abimeleque, secretamente, dizendo-lhe: Eis que Gaal,
filho de Ebede, e seus irmãos, vieram a Siquém, e sitiaram a cidade contra ti.
32 Agora, levanta-te de noite, tu e o povo contigo, e fica a espreita no campo.
33 E será que de manhã, no sol nascente, levantar-te-ás cedo e dirigir-te-ás para a
cidade; e eis que ele e as pessoas com ele sairão contra ti, e agirás com ele de
acordo com o teu poder.
34 Abimeleque e todas as pessoas que com ele estavam levantaram-se de noite, e
formaram uma emboscada contra Siquém, dividida em quatro grupos.
35 Gaal, filho de Ebede, saíu e parou à entrada da porta da cidade, e Abimeleque e
as pessoas com ele se levantaram da emboscada.
36 Então Gaal, filho de Ebede, viu o povo, e disse a Zebul: Eis que um povo vem para
baixo, do topo das montanhas. Mas Zebul respondeu-lhe: Vês a sombra das
montanhas como homens.
37 Entretanto, Gaal continuou a falar, e disse: Eis que um povo vem descendo para o
oeste, a partir da parte fronteira ao meio da terra, e outro grupo vem pelo caminho
de Elom-Maonenim.
38 Mas Zebul respondeu-lhe: Onde está, agora, a tua boca com a qual disseste,
Quem é Abimeleque, que devamos servi-lo? Não é este o povo que desprezaste? Sai
agora, e apronta a batalha contra ele.
39 Então Gaal saiu diante dos homens de Siquém, e aprontou a batalha contra
Abimeleque.
40 Mas Abimeleque o perseguiu, e ele fugiu de diante dele; e muitos caíram feridos,
até a entrada da porta.
41 Abimeleque adentrou em Arumá; e Zebul expulsou Gaal e seus irmãos, para que
eles não pudessem habitar em Siquém.
42 E aconteceu, no segundo dia em que o povo saíra para o campo, que trouxeram
uma palavra a Abimeleque.
43 Ele tomou os seus homens e dividiu-os em três grupos, formando uma
emboscada no campo. Olhou, e eis que o povo saia para fora da cidade; e levantou-
se contra eles, ferindo-os.
44 Abimeleque e os chefes dos grupos que estavam com ele correram e ficaram ao
lado da porta da cidade, e os outros dois grupos avançaram sobre todos quantos
estavam no campo, e os feriram.
45 Abimeleque pelejou contra a cidade todo aquele dia e tomou-a, matando o povo
que estava nela e destruindo a cidade; e a semeou com sal.
46 Os homens todos da torre de Siquém o ouviram, e vieram, ajuntando-se em El-
Berite.
47 E foi dito a Abimeleque que todos os homens da torre de Siquém estavam
reunidos.
48 Então, Abimeleque subiu ao monte de Zalmom, e todas as pessoas que estavam
com ele. E Abimeleque tomou um machado na sua mão, cortou um galho de uma
árvore, e levou-o, colocando-o sobre seus ombros; e disse ao povo que estava com
ele: O que me vedes fazer, fazei-o depressa, assim como eu.
49 Então, eles cortaram, igualmente, cada homem um ramo, e seguiram a
Abimeleque, que os dispôs contra o lugar do Ajuntamento; e queimaram o lugar do
Ajuntamento sobre eles com fogo; e morreram todos os homens da torre de
Siquém, cerca de mil homens e mulheres.
50 Saiu Abimeleque de Betel-Berite e acampou-se contra Tebas, tomando-a.
51 Havia uma torre forte no meio da cidade, e para lá todos os homens e mulheres
da cidade fugiram; e fecharam a porta sobre eles, subindo no telhado da torre.
52 Abimeleque aproximou-se da torre, e a cercaram; e Abimeleque chegou próximo
da porta da torre, para a incendiar.
53 Mas uma mulher lançou um pedaço de uma mó sobre a cabeça de Abimeleque,
quebrando-lhe o crânio.
54 E ele gritou, no mesmo instante, para o moço, seu escudeiro, dizendo-lhe:
Arranca a tua espada e mata-me, para que não venham a dizer: Uma mulher o
matou. Então, o seu moço o atravessou; e ele morreu.
55 Viram os homens de Israel que Abimeleque estava morto, e foram cada um para
o seu lugar.
56 Desta forma, Deus pagou a maldade de Abimeleque, a qual ele cometeu contra
seu pai, matando os seus setenta irmãos.
57 Toda a maldade dos homens de Siquém Deus lançou em cima de suas cabeças; e
a maldição de Jotão, filho de Jerubaal, veio sobre eles.
Juízes - Capítulo 10
1 Depois de Abimeleque, Tola, filho de Puá, levantou-se para salvar Israel, sendo ele
o filho do irmão do pai de Abimeleque; era, ele, um homem de Issacar que habitava
em Samir, na montanha de Efraim.
2 Julgou a Israel vinte e três anos, e morreu, sendo sepultado em Samir.
3 Depois dele se levantou Jair, de Gileade, e julgou a Israel vinte e dois anos.
4 Tinha ele trinta e dois filhos que andavam em trinta e dois potros e possuíam
trinta e duas cidades; chamavam-nas cidades de Jair, até este dia, na terra de
Gileade.
5 E morreu Jair, sendo sepultado em Camom.
6 Os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, servindo aos
baalins, a Astarote, aos deuses da Síria, aos deuses de Sidom, aos deuses de Moabe,
aos deuses dos filhos de Amom e aos deuses dos filisteus; porém, abandonaram o
Senhor, e não o serviram.
7 Então, o Senhor muito se indignou contra Israel, entregando-os nas mãos dos
filisteus e nas mãos dos filhos de Amom.
8 Eles afligiram e maltrataram os filhos de Israel, naquele tempo, por dezoito anos,
todos os filhos de Israel que estavam além do Jordão na terra dos amorreus, em
Gileade.
9 E os filhos de Amom passaram o Jordão para lutar com Judá, com Benjamim e
com Efraim; e os filhos de Israel ficaram sobremodo aflitos.
10 Então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor, dizendo: Pecamos contra ti, pois
abandonamos a Deus e servimos aos baalins.
11 Porém, o Senhor disse aos filhos de Israel, Não salvei-te eu do Egito e dos
amorreus, e dos filhos de Amom, e dos filisteus,
12 e dos sidônios, e de Amaleque, e de Midiã, que vos afligiam? Quando clamastes a
mim, eu não vos salvei da sua mão?
13 Todavia, vós me abandonastes e servistes a outros deuses, e, por causa disso,
não vos salvarei mais.
14 Ide e clamai aos deuses a quem escolhestes para vós mesmos. Que eles vos
salvem no tempo da vossa aflição.
15 Mas os filhos de Israel disseram ao Senhor: Pecamos; faze-nos conforme a tudo o
que for agradável aos teus olhos. Tão somente, livra-nos neste dia.
16 Tiraram então os deuses alheios do meio de si e serviram somente ao Senhor. E a
sua alma afligiu-se pelo problema de Israel.
17 Os filhos de Amon subiram e se acamparam em Gileade, e os filhos de Israel se
ajuntaram e acamparam no monte.
18 Então o povo, os príncipes de Gileade, disseram cada um ao seu próximo: Quem
começará a luta contra os filhos de Amom? Este mesmo deverá ser o cabeça sobre
todos os que habitam em Gileade.
Juízes - Capítulo 11
1 Jefté, o gileadita, era um homem poderoso; era filho de uma prostituta, que o
gerou para Gileade.
2 A mulher de Gileade lhe deu filhos, e os filhos de sua esposa cresceram e
expulsaram a Jefté, dissendo-lhe: Não herdarás na casa de nosso pai, porque és
filho de uma concubina.
3 Jefté fugiu da presença de seus irmãos e habitou na terra de Tobe; e homens vãos
se ajuntaram a Jefté, e saíam com ele.
4 E sucedeu, quando os filhos de Amom se aprontaram para lutar com Israel,
5 que os anciãos de Gileade foram buscar Jefté na terra de Tobe.
6 E disseram a Jefté: Vem, sê a nossa cabeça, e iremos lutar com os filhos de Amom.
7 Mas Jefté disse aos anciãos de Gileade, Não me desprezastes e expulsastes da
casa de meu pai, e me banistes para longe de vós? Porque vindes para mim agora,
quando me necessitais?
8 Responderam os anciãos de Gileade a Jefté: Por este motivo temos agora vindo a
ti: para que vás conosco e lutes contra os filhos de Amom, e para que sejas o nosso
chefe, sobre todos os habitantes de Gileade.
9 Então, Jefté disse aos anciãos de Gileade: Se vós me chamais de volta para
combater os filhos de Amom, e o Senhor irá entregá-los diante de mim, então eu
serei a vossa cabeça.
10 E os anciãos de Gileade responderam a Jefté: O Senhor será testemunha entre
nós, se não se fizer segundo a tua palavra.
11 Então, Jefté foi com os anciãos de Gileade, e o povo o pôs por cabeça e chefe
sobre eles; e Jefté falou todas as suas palavras perante o Senhor em Mispa.
12 Jefté enviou mensageiros ao rei dos filhos de Amom, dizendo: Que tenho eu
contigo, que tens vindo a mim para guerrear contra a minha terra?
13 Mas o rei dos filhos de Amom respondeu aos mensageiros de Jefté: É porque
Israel tomou a minha terra, quando subiram do Egito, do Arnom ao Jaboque e até a
Jordânia; agora, então, devolve-a para mim pacificamente, e partirei.
14 E Jefté, novamente, enviou mensageiros ao rei dos filhos de Amom,
15 dizendo-lhe: Assim diz Jefté: Israel não tomou a terra de Moabe nem a terra dos
filhos de Amom,
16 porque quando saia para fora do Egito Israel foi para o deserto, até o mar de
Zufe, e chegou a Cades.
17 Israel, então, enviou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: Eu passarei, se te
apraz, por tua terra. Mas o rei de Edom não o permitiu. E Israel também enviou
mensagem ao rei de Moabe, mas ele não deu o seu consentimento; então Israel
peregrinou em Cades.
18 Eles viajaram no deserto, rodeando a terra de Edom e a terra de Moabe, e foram
pelo leste da terra de Moabe, tendo acampado no país além do Arnom; e não
vieram para dentro das fronteiras de Moabe. Pois o Arnom é a fronteira de Moabe.
19 Então, Israel enviou mensageiros a Seom, rei dos amorreus, rei de Hesbom,
dizendo-lhe: Deixa-nos passar, peço-te, por tua terra, indo para o nosso lugar.
20 Mas Seom não confiou em Israel para deixá-lo passar por sua terra, e reuniu todo
o seu povo, acampando-se em Jasa; e colocou-se em ordem de batalha contra
Israel.
21 Mas o Senhor Deus de Israel entregou a Seom e a todo o seu povo nas mãos de
Israel, que o feriu; e Israel herdou toda a terra dos amorreus, os quais habitavam
naquela terra,
22 de Arnom até o Jaboque, e desde o deserto até a Jordânia.
23 Agora, então, o Senhor Deus de Israel retirou os amorreus de diante do seu povo
Israel, e herdarás tu a sua terra?
24 Porventura não herdarás os bens que Camos, teu deus, fez-te herdar? E não
herdaremos nós a terra de todos aqueles que o Senhor nosso Deus tem removido,
diante de ti?
25 És tu, pois, melhor do que Balaque, filho de Zipor, rei de Moabe? Lutou ele,
verdadeiramente, contra Israel, ou fez guerra contra ele,
26, quando Israel habitou em Hesbom e em seus limites, e na terra de Aroer e em
seus limites, e em todas as cidades da Jordânia, por trezentos anos? Porque não as
recuperaste naquele tempo?
27 Agora, então, não pequei contra ti, mas tu tens agido mal para comigo na
preparação da guerra contra mim. Que o Senhor, o juiz, julgue hoje entre os filhos
de Israel e os filhos de Amom.
28 Contudo, o rei dos filhos de Amom não deu ouvidos às palavras de Jefté, que ele
lhe enviou.
29 O Espírito do Senhor veio sobre Jefté, e ele atravessou por Gileade e por
Manassés, e passou pela torre de vigia de Gileade para o outro lado, dos filhos de
Amom.
30 E Jefté fez um voto ao Senhor, dizendo: Se queres, realmente, entregar os filhos
de Amom na minha mão,
31 então será que aquele que primeiro sair da porta de minha casa para me
encontrar, quando eu voltar em paz dos filhos de Amom, deverá ser do Senhor.
Oferecê-lo-ei em holocausto.
32 Jefté, então, avançou para encontrar os filhos de Amom, para combater contra
eles; e o Senhor os entregou na sua mão.
33 E os feriu desde Aroer até o lugar onde alguém passa se estiver vindo do Arnom,
vinte cidades, e tão longe quanto Abel-Queramim, com uma destruição muito
grande; e os filhos de Amom foram subjugados diante dos filhos de Israel.
34 Então, Jefté veio para Mispa, para a sua casa, e eis que sua filha saiu-lhe ao
encontro com tamborins e danças; e ela era sua única filha, não tinha ele outro filho
ou filha.
35 E aconteceu, quando a viu, que ele rasgou as suas vestes, e disse: Ai, ai, minha
filha, tu realmente me perturbaste, e foste a causa da minha angústia; eu abri a
minha boca contra ti para o Senhor, e não serei capaz voltar atrás disto.
36 Mas ela lhe disse: 'Pai, tu abriste a tua boca para o Senhor? Faça-me conforme a
palavra que saiu de tua boca, pois que o Senhor tem executado vingança por ti em
teus inimigos dos filhos de Amom.
37 E ela disse a seu pai: Que meu pai conceda-me agora isto: deixa-me por dois
meses, e irei para cima e para baixo pelos montes chorando a minha virgindade, eu
e as minhas companheiras.
38 Disse-lhe ele: Vai. E mandou-a ir por dois meses. Então, ela foi com as suas
companheiras, e chorou a sua virgindade pelos montes.
39 E aconteceu, no final dos dois meses, que ela voltou para seu pai, e ele cumpriu
nela seu voto que havia prometido; e ela não conheceu homem.
40 E, assim, tornou-se isto uma ordenança em Israel: que as filhas de Israel fossem,
de ano em ano, lamentar a filha de Jefté, o gileadita, quatro dias por ano.
Juízes - Capítulo 12
Juízes - Capítulo 13
1 E os filhos de Israel, mais uma vez, fizeram o que era mau diante do Senhor, e o
Senhor os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.
2 Havia um homem de Zorá, da família da tribo de Dã, cujo nome era Manoá, e a sua
esposa era estéril, não tinha concebido.
3 Um anjo do Senhor apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que és estéril e não
tens dado a luz; no entanto, conceberás um filho.
4 Agora pois, tenhas muito cuidado, não bebas vinho nem bebida forte, nem comas
nada impuro;
5 porque eis que estás com a criança, e darás à luz a um filho. Não passará nenhum
navalha sobre a sua cabeça, porquanto a criança será nazireu de Deus desde o
ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus.
6 Então, a mulher entrou e falou com seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio
a mim, e a sua aparência era como a de um anjo de Deus, muito terrível; eu não lhe
perguntei de onde era, e ele também não me disse o seu nome.
7 E falou-me ele: Eis que estás com a criança, e darás à luz um filho; agora, pois, não
bebas vinho nem bebida forte, nem comas nada impuro, porque o menino será
santo de Deus desde o ventre até o dia de sua morte.
8 Manoá orou, então, ao Senhor, e disse: Peço-te, ó Senhor, meu senhor, a respeito
do homem de Deus que enviaste, deixa-o agora vir até nós mais uma vez, e que ele
nos ensine o que devemos fazer para com a criança que está prestes a nascer.
9 O Senhor ouviu a voz de Manoá, e o anjo de Deus veio outra vez à mulher. Ela
estava no campo, porém Manoá, seu marido, não estava com ela.
10 Então, a mulher se apressou e correu, e trouxe a notícia a seu marido, dizendo-
lhe: Eis que o homem que veio no outro dia a mim apareceu-me.
11 Manoá se levantou e seguiu a sua mulher, indo até aquele homem, e disse-lhe: És
tu o homem que falou com esta mulher? E o anjo disse: Eu sou.
12 Disse-lhe Manoá: Tua palavra, agora, deverá acontecer; qual serão as ordenações
da criança, e como deveremos criá-la?
13 E o anjo do Senhor respondeu a Manoá: De todas as coisas a respeito das quais
falei com a mulher ela deverá tomar cuidado.
14 Não comerá nada que venha da videira que produz vinho, não beberá vinho nem
bebida forte e não comerá nada impuro; todas as coisas que lhe tenho apontado ela
deverá observar.
15 E disse Manoá ao anjo do Senhor: Deixa-nos deter-te aqui, e preparar para ti um
cabrito do rebanho.
16 Mas o anjo do Senhor disse a Manoá: Se me detivesses eu não comeria de teu
pão, e se quisesses oferecer um holocausto, ao Senhor tu o oferecerias. Pois Manoá
não sabia que ele era um anjo do Senhor.
17 E disse Manoá ao anjo do Senhor: Qual é o teu nome, para que nós, quando a tua
palavra vier a acontecer, glorifiquemos a ti?
18 Mas o anjo do Senhor lhe disse: Por que perguntas pelo meu nome, que é
maravilhoso?
19 E Manoá tomou um cabrito e a sua oferta de cereais, oferecendo-o sobre a pedra
ao Senhor. Então, o anjo fez algo inusitado, e Manoá e sua esposa estavam olhando.
20 E sucedeu, quando a chama subiu acima do altar para o céu, que o anjo do
Senhor subiu na chama. Manoá e sua esposa estavam olhando, e caíram com seus
rostos em terra.
21 E o anjo não apareceu mais a Manoá e a sua mulher. Assim, Manoá soube que
este era um anjo do Senhor.
22 E disse Manoá a sua esposa: Certamente morreremos, porquanto temos visto a
Deus.
23 Mas a sua esposa lhe disse: Se o Senhor nos quisesse matar não teria recebido de
nós holocaustos nem ofertas pacíficas, nem nos teria mostrado tudo isto; nem
mesmo nos teria permitido ouvir todas essas coisas, como neste momento.
24 E a mulher deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sansão. O menino cresceu,
e o Senhor o abençoou.
25 E o Espírito do Senhor começou a andar com ele no acampamento de Dã, entre
Zorá e Estaol.
Juízes - Capítulo 14
1 Sansão desceu para Timna, e viu uma mulher em Timna, das filhas dos filisteus.
2 Ele subiu a seu pai e a sua mãe, e disse-lhes: Vi uma mulher em Timna, das filhas
dos filisteus; agora, então, tomai-a para mim por mulher.
3 Porém, seu pai e sua mãe lhe disseram: Será que não existem filhas de teus
irmãos, e não haverá uma mulher em todo o meu povo, para que vás tomar mulher
dos filisteus, daqueles incircuncisos? Mas Sansão disse a seu pai: Toma-a para mim,
porque ela é agradável aos meus olhos.
4 Porém, seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do Senhor, e que ele
procurava vingar-se dos filisteus. Naquele tempo os filisteus dominavam sobre
Israel.
5 E Sansão, com seu pai e sua mãe, desceram para Timna. E ele chegou a vinha de
Timna. E eis que um leão novo rugiu ao avistá-lo.
6 Então, o Espírito do Senhor veio poderosamente sobre ele, e esmagou-o como
teria esmagado um cabritinho, nada tendo em suas mãos; porém, não contou a seu
pai e a sua mãe o que tinha feito.
7 Desceram, pois, eles, e falaram com a mulher; e ela agradou aos olhos de Sansão.
8 Depois de algum tempo ele voltou para tomá-la, e desviou-se para ver o corpo do
leão; e eis que um enxame de abelhas e mel estavam na boca do leão.
9 Tomou-o nas mãos e foi andando e comendo; e foi para o seu pai e a sua mãe, e
deu-lhes, e eles comeram; porém, ele não lhes disse que pegara o mel da boca do
leão.
10 O seu pai desceu para a mulher, e Sansão fez ali um banquete durante sete dias,
pois assim os jovens costumavam fazer.
11 E sucedeu, quando o viram, que levaram trinta convidados, os quais estavam com
ele.
12 E disse-lhes Sansão: Irei propor-vos um enigma. Se, de fato, me disserdes a
resposta e o decifrardes nos sete dias da festa, eu vos darei trinta lençóis e trinta
mudas de roupas.
13 Porém, se não puderdes dizer-me a resposta, haveis de me dar os trinta lençóis e
as trinta mudas de roupas. Então, disseram-lhe: Propõe o teu enigma, e iremos ouvi-
lo.
14 E ele lhes disse: A carne veio do comedor, e a doçura do forte. Mas eles não
puderam decifrar o enigma, por três dias.
15 E sucedeu que, no quarto dia, disseram à mulher de Sansão: Engana teu marido e
convence-o a revelar-te o enigma, para que não queimemos a ti e a casa de teu pai
com fogo. Convidaste-nos para fazer-nos violência?
16 Então, a mulher de Sansão chorou diante dele, e disse-lhe: Tu verdadeiramente
me odeias, e não me amas, pois o enigma que propuseste aos filhos do meu povo
não me revelaste! E Sansão disse-lhe: Se eu não tenho contado isto ao meu pai e a
minha mãe, contá-lo-ia para ti?
17 E ela chorou diante dele os sete dias durante os quais o seu banquete durou; e
sucedeu, ao sétimo dia, que ele o revelou para ela, porque o incomodava; e ela
disse-o aos filhos do seu povo.
18 E os homens da cidade disseram-lhe no sétimo dia, antes do nascer do sol: O que
é mais doce do que o mel? e o que é mais forte do que o leão? Respondeu-lhes
Sansão: Se vós não tivésseis lavrado com a minha novilha, não teríeis teríeis
conhecido o meu enigma.
19 O Espírito do Senhor veio sobre ele poderosamente, e desceu a Ascalon,
destruindo dos seus habitantes trinta homens; e tomou as suas vestes, dando as
mudas de roupas aos que lhe declararam o enigma. Sansão ficou muito irado, e foi
para a casa de seu pai.
20 E a mulher de Sansão foi dada a um de seus amigos, com quem ele travara
amizade.
Juízes - Capítulo 15
1 E aconteceu, depois de certo tempo, nos dias da colheita do trigo, que Sansão
visitou a sua mulher, que estava esperando um filho, dizendo: Irei para minha
esposa, adentrarei em sua câmara. Porém, seu pai não o deixou entrar.
2 E seu pai falou, dizendo: Dizia eu que tu, com certeza, a odeias, e dei-a para um
dos teus amigos; não é sua irmã mais nova melhor do que ela? Que ela te pertença,
em vez dela.
3 Mas Sansão disse-lhe: Desta vez eu sou inocente em relação aos filisteus, em fazer
o mal entre eles.
4 Sansão foi, apanhou trezentas raposas, tomou tochas e juntou-as cauda a cauda,
pondo uma tocha entre as duas caudas e prendendo-a.
5 E pôs fogo às tochas, enviando as raposas para a seara dos filisteus; e tudo foi
queimado, da eira ao cereal em pé, e até as vinhas e as oliveiras.
6 Os filisteus, então, disseram: Quem fez isto? Responderam-lhes: Sansão, o genro
do timnita, porque ele tomou a sua mulher e a deu a um de seus amigos. Então, os
filisteus queimaram a ela e a casa de seu pai.
7 Mas Sansão disse-lhes: Ainda que tenhais agido assim para com ela, em verdade,
vingar-me-ei de vós, e depois descansarei.
8 Feriu-os, então, nas coxas, com uma grande carnificina; e desceu, habitando em
uma caverna na rocha de Etã.
9 Os filisteus subiram e acamparam-se em Judá, e espalharam-se por Leí.
10 E os homens de Judá, disseram: Por que subistes contra nós? E os filisteus
responderam: Viemos para prender Sansão e fazer-lhe da maneira como ele fez a
nós.
11 Então, os três mil homens de Judá desceram para a caverna na rocha de Etã, e
disseram para Sansão: Não sabias tu que os filisteus reinam sobre nós? Que é isso
que fizeste para nós? Disse-lhes Sansão: Como eles fizeram para mim, da mesma
forma fiz para eles.
12 Disseram-lhe: Descemos para amarrar-te, para entregar-te nas mãos dos filisteus.
E Sansão disse-lhes: Jurai-me que não ireis cair sobre mim vós mesmos.
13 E falaram-lhe, dizendo: Não, mas só iremos amarrar-te bem apertado, e te
entregaremos nas mãos deles; porém, de modo algum te mataremos; e amarraram-
no com duas cordas novas, tirando-o da rocha.
14 Vieram então para Leí, e os filisteus gritaram, correndo ao seu encontro. Mas o
Espírito do Senhor se apossou dele, e as cordas que estavam nos seus braços se
tornaram como cordões chamuscados, as amarras caindo de suas mãos.
15 Ele encontrou a mandíbula de um asno que tinha sido lançado fora, estendeu a
sua mão e tomou-o, ferindo com ele mil homens.
16 Disse Sansão: Com a mandíbula de um asno os destruí completamente; pois com
a mandíbula de um asno feri mil homens.
17 E aconteceu, quando terminou de falar, que ele lançou a mandíbula da sua mão; e
chamou aquele lugar o Erguer da Mandíbula.
18 Estava ele com muita sede, e clamou diante do Senhor, dizendo: Tu tens te
agradado em conceder esse grande livramento pela mão do teu servo; e, ainda
novo, deveria eu morrer de sede, caindo nas mãos destes incircuncisos?
19 Então, Deus abriu um lugar na mandíbula, vindo dali água, e ele bebeu; o seu
espírito voltou e ele reviveu. Por isso, o nome da fonte foi chamado de a Fonte do
Que Invoca, a qual está em Leí, até o dia de hoje.
20 E ele julgou a Israel, nos dias dos filisteus, vinte anos.
Juízes - Capítulo 16
1 Sansão foi a Gaza, e tendo visto lá uma prostituta relacionou-se com ela.
2 E foi relatado para os gazitas: Sansão chegou aqui. Então, eles o cercaram,
armando ciladas para ele durante toda a noite, na porta da cidade; e ficaram
aguardando em silencio a noite toda, dizendo: Esperemos até o amanhecer, e o
mataremos.
3 Sansão dormiu até a meia-noite e, levantando-se à meia-noite, foi e pegou as
portas da entrada da cidade, com as suas duas ombreiras, e levantou-as com a
tranca, pondo-a sobre os seus ombros; e foi até o topo da montanha que está
diante de Hebrom, depositando-as lá.
4 E aconteceu, depois disso, que ele se enamorou de uma mulher no vale de
Soreque, cujo nome era Dalila.
5 Os príncipes dos filisteus subiram a ela e disseram-lhe: Seduze-o, e vê em que a sua
grande força consiste, e como haveremos de prevalecer contra ele, amarrando-o,
para humilhá-lo; e te daremos, cada um, cento e dez peças de prata.
6 Então, Dalila disse para Sansão: Diga-me, peço-te, onde reside tua grande força, e
com que hás de ser amarrado para que sejas humilhado.
7 Respondeu-lhe Sansão: Se me amarrassem com sete cordas úmidas que ainda não
tivessem sido usadas, então me enfraqueceria e seria como qualquer um dos
homens.
8 E os príncipes dos filisteus trouxeram para ela sete cordas úmidas que não tinham
sido usadas; e amarrou-o com elas.
9 Os emboscados permaneceram com ela na câmara. E disse-lhe ela: Os filisteus
vêm sobre ti, Sansão! Mas ele rompeu as cordas como alguém arrebentaria um fio
de estopa queimado; e a sua força não foi conhecida.
10 E Dalila disse para Sansão, Eis que me enganaste, e me disseste mentiras; agora,
então, diz-me com que hás de ser amarrado.
11 E ele lhe disse: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, com as quais
nenhum trabalho foi feito ainda, então me tornaria fraco, e seria como qualquer
outro homem.
12 Dalila, então, tomou cordas novas, e o amarrou com elas; e a emboscada saiu da
câmara. E ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Mas ele os arrancou de
seus braços como se fossem um fio.
13 Disse Dalila para Sansão: Eis que me enganaste, e me disseste mentiras; diz-me,
eu peço, com que hás de ser amarrado. E respondeu-lhe ele: Se puderes tecer as
sete tranças da minha cabeça como uma teia e as fixares com o pino na parede,
então me tornaria fraco como qualquer outro homem.
14 E sucedeu, quando ele estava dormindo, que Dalila apanhou as sete tranças da
sua cabeça e teceu-as como uma teia, prendendo-as com um pino na parede. E ela
disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Então, ele despertou do seu sono,
arrancando o pino do tear para fora da parede.
15 Disse Dalila para Sansão: Como dizes tu: Eu amo-te quando o teu coração não
está comigo? Esta é já a terceira vez que me enganaste, e não me tens dito em que
consiste a tua grande força.
16 E aconteceu, como ela constrangeu-o com as suas palavras continuamente,
oprimindo-o, que o seu espírito quase desfaleceu.
17 Então, abriu-lhe todo o seu coração e disse-lhe: Uma navalha não passou nunca
na minha cabeça, porque tenho sido um santo de Deus desde o ventre de minha
mãe. Se, pois, eu fosse raspado, a minha força se afastaria de mim e seria fraco
como todos os outros homens.
18 Enxergou Dalila que ele lhe abrira todo o seu coração; e, então, ela mandou
chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi ainda esta vez, pois ele me revelou
todo o seu coração. E os chefes dos filisteus subiram a ela, trazendo o dinheiro em
suas mãos.
19 Dalila fez Sansão dormir sobre os seus joelhos, e depois chamou um homem, que
raspou as sete tranças da sua cabeça. Ela começou a humilhá-lo, e a sua força se
apartou dele.
20 E disse Dalila: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! e ele despertou do seu sono,
dizendo: Soltar-me-ei, como nas vezes anteriores, e me livrarei. Mas ele não sabia
que o Senhor se tinha retirado dele.
21 Os filisteus, então, apoderaram-se dele e arrancaram-lhe os olhos, e o fizeram
descer até Gaza, amarrando-o com duas cadeias de bronze; e ele foi lançado no
cárcere.
22 Mas o cabelo da sua cabeça começou a crescer, como era antes de ser raspado.
23 Os chefes dos filisteus se reuniram para oferecer um grande sacrifício ao seu
deus Dagon, e se alegraram, dizendo: Deus nos deu nas mãos o nosso inimigo,
Sansão.
24 O povo o viu, e cantaram louvores ao seu Deus. Porque o nosso Deus disseram
eles, entregou-nos nas mãos o nosso inimigo que devastou a nossa terra e
multiplicou os nossos mortos.
25 E quando o seu coração estava alegre, então disseram: Tirem Sansão para fora
do cárcere, e que ele nos divirta. Então, tiraram Sansão para fora do cárcere, e ele
os divertiu; bateram-lhe com as palmas das suas mãos, e o colocaram entre os
pilares.
26 Disse Sansão ao jovem que segurava sua mão: Permita-me sentir os pilares sobre
os quais repousa a casa, e recostar-me-ei neles.
27 Estava a casa cheia de homens e mulheres, e todos os chefes dos filisteus
encontravam-se ali. Sobre o telhado havia cerca de três mil homens e mulheres
olhando para as coisas que Sansão fazia.
28 Sansão chorou diante do Senhor, e disse: Ó Senhor, meu Senhor, lembra-te,
peço-te, e fortalece-me, ó Deus, ainda esta vez. E eu irei dar uma recompensa aos
filisteus, pelos meus dois olhos.
29 Então, Sansão pegou nos dois pilares da casa, nos quais ela se apoiava, e inclinou-
se sobre eles, lançando mão de um com a sua mão direita, e de outro com a sua
esquerda.
30 Disse Sansão: Que minha esposa pereça com os filisteus! Inclinou-se, então,
poderosamente, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que estava
nela. E os mortos que Sansão causou com a sua morte foram mais do que aqueles
que ele matou em sua vida.
31 Seus irmãos e a casa de seu pai desceram e levaram-no; subiram e sepultaram-no
entre Zorá e Estaol, na sepultura de seu pai Manoá. Julgou ele a Israel por vinte
anos.
Juízes - Capítulo 17
Juízes - Capítulo 18
1 Naqueles dias não havia rei em Israel, e a tribo de Dã procurava para si uma
herança para habitar, porque nenhuma herança tinha saído para ela até aquele dia,
no meio das tribos dos filhos de Israel.
2 E os filhos de Dã enviaram de suas famílias cinco homens valorosos, partindo de
Zorá e de Estaol, para espiar a terra e para examiná-la, e disseram-lhes: Ide e espiai a
terra. E eles vieram até o monte de Efraim, à casa de Mica, e passaram a noite ali.
3 Na casa de Mica reconheceram a voz do moço, do levita; viram-no ali, e disseram-
lhe: Quem te trouxe para cá? O que fazes neste lugar? Que tens aqui?
4 Respondeu-lhes: Assim e assim Mica fez para mim; ele me contratou, e tornei-me
sacerdote.
5 E eles lhe disseram: Consulta agora a Deus, e saberemos se o nosso caminho, no
qual estamos indo, irá prosperar.
6 E o sacerdote disse-lhes: Ide em paz; o caminho em que fordes está diante do
Senhor.
7 Os cinco homens prosseguiram, vindo para Laís, e viram o povo no meio dela
habitando em segurança, à vontade, como é o costume dos sidônios. E não havia
ninguém que praticasse qualquer perversão ou coisa vergonhosa na terra, nenhum
herdeiro extorquindo tesouros, estando eles longe dos sidônios e não tendo
relações com ninguém.
8 E os cinco homens chegaram a seus irmãos em Zorá e Estaol, dizendo-lhes: Porque
vos assentais aqui, ociosos?
9 E disseram-lhes: Levantai-vos, subamos contra eles, porque vimos a terra e eis que
é muito boa; contudo, ainda vos detendes. Não demoreis a ir para entrar e possuir a
terra.
10 Para onde quer que fordes, encontrareis um povo confiado, e a terra é
produtiva. Pois Deus a tem entregue na vossa mão, um lugar onde não há falta de
qualquer coisa que a terra dá.
11 E partiram dali, das famílias de Dã, de Zorá e de Estaol, seiscentos homens
cingidos com suas armas de guerra.
12 Subiram e acamparam em Quiriate-Jearim, em Judá; e por isso aquele foi
chamado o Lugar do Acampamento de Dã, até o dia de hoje. Eis que está atrás de
Quiriate-Jearim.
13 Dali, foram para o monte de Efraim, e chegaram à casa de Mica.
14 Os cinco homens que tinham ido espiar a terra de Laís falaram, e disseram a seus
irmãos: Sabeis que há neste lugar um éfode e um terafim, uma imagem de escultura
e uma de fundição? Considerai, agora, o que haveis de fazer.
15 Dirigiram-se para lá, e entraram na casa do jovem levita, na casa de Mica; e
perguntaram-lhe como estava.
16 E os seiscentos homens dos filhos de Dã, que estavam cingidos com suas armas
de guerra, ficaram perto da entrada da porta.
17 Os cinco homens que foram espiar a terra subiram e entraram na casa de Mica, e
o sacerdote estava lá.
18 Eles tomaram a imagem de escultura, o éfode, o terafim e a imagem de fundição;
e o sacerdote disse-lhes: Que estais fazendo?
19 Mas eles disseram-lhe: Cala-te, põe a mão sobre a boca e vem conosco; e sê-nos
por pai e sacerdote. É melhor para ti ser o sacerdote da casa de um só homem, ou
ser o sacerdote de uma tribo e da casa de uma família em Israel?
20 Então, o coração do sacerdote se alegrou, e ele tomou o éfode, o terafim, a
imagem de escultura e a imagem de fundição, e foi para o meio do povo.
21 Eles se voltaram e partiram, e colocaram seus filhos, seus bens e sua bagagem
adiante deles.
22 Foram até uma certa distância da casa de Mica, e eis que Mica e os homens que
moravam nas casas perto da sua gritaram, e alcançaram os filhos de Dã.
23 Os filhos de Dã voltaram seus rostos e disseram para Mica: Qual é o problema
contigo, porque gritas?
24 Respondeu-lhes Mica: Visto que tomastes a minha imagem de escultura, a qual
eu fiz, e o meu sacerdote, que se foram. E o que restou para mim? Que é isso, então,
que vós me dizeis: Por que gritas?
25 Mas os filhos de Dã lhe disseram: Não deixes que a tua voz seja ouvida entre nós,
para que homens enfurecidos não se lancem sobre vós, tirando a tua vida e as vidas
de tua casa.
26 E os filhos de Dã seguiram seu caminho. Mica viu que eles eram mais fortes do
que ele, e voltou para sua casa.
27 Os filhos de Dã pegaram o que Mica havia feito, e o sacerdote que tinha, e vieram
para Laís, a um povo quieto e confiado, e os feriram ao fio da espada; e queimaram
a cidade com fogo.
28 E não houve libertador, porque a cidade estava longe dos sidônios e eles não
tinham relações com outros homens; e estavam no vale da casa de Raabe. Eles
reconstruíram a cidade, e habitaram nela.
29 E chamaram o nome da cidade Dã, de acordo com o nome de Dã, seu pai, que
nasceu em Israel; e o nome da cidade, antes, era Laís.
30 Os filhos de Dã estabeleceram a imagem de escultura para si mesmos, e Jônatas,
filho de Gerson, filho de Manassés, ele e seus filhos, foram sacerdotes da tribo de
Dã até o momento da deportação da nação.
31 Assim, pois, estabeleceram para si a imagem esculpida que Mica havia feito, por
todos os dias que a casa de Deus esteve em Silo. E assim era naqueles dias em que
não havia rei em Israel.
Juízes - Capítulo 19
Juízes - Capítulo 20
Juízes - Capítulo 21
1 E os filhos de Israel juraram em Mispa, dizendo: Ninguém dentre nós dará sua filha
a Benjamin como esposa.
2 O povo veio para Betel, e ficou lá até a tardinha ,diante de Deus. Eles levantaram a
voz e choraram com grande pranto,
3 e disseram: Por que, ó Senhor, Deus de Israel, isso tem sucedido, que hoje uma
tribo deva ser contada a menos em Israel?
4 E aconteceu, no dia seguinte, que o povo se levantou de madrugada e edificou ali
um altar, oferecendo holocaustos e ofertas pacíficas.
5 E os filhos de Israel disseram: Quem, de todas as tribos de Israel, não subiu para a
congregação do Senhor? Pois havia um grande juramento acerca dos que não
subiram ao Senhor para Mispa, dizendo: Certamente será morto.
6 E os filhos de Israel tiveram compaixão de Benjamim, seu irmão, e disseram: Hoje
uma tribo é cortada de Israel.
7 Que faremos acerca de arranjar mulheres para o resto que permanece? Pois temos
jurado pelo Senhor para não dar-lhes nossas filhas como esposas.
8 E disseram: Que homem há dentre as tribos de Israel que não foi até o Senhor,
para Mispa? E eis que nenhum homem viera do acampamento de Jabes-Gileade à
assembléia.
9 As pessoas foram contadas, e não havia ali nenhum homem dos habitantes de
Jabes-Gileade.
10 Pelo que a congregação enviou para lá doze mil homens dos mais fortes, e
ordenou-lhes, dizendo: Ide, e haveis de ferir os habitantes de Jabes-Gileade com o
fio da espada.
11 Desta maneira procedereis: todo homem e toda mulher que conheceu o deitar-se
com homem vós entregareis à destruição; mas as virgens guardá-las-eis com vida. E
eles fizeram assim.
12 Acharam entre os moradores de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens, que
não conheciam homem, não se havendo deitado com um deles; e eles as trouxeram
para Silo, na terra de Canaã .
13 E toda a congregação enviou mensageiros que falaram aos filhos de Benjamim,
na penha de Rimom, e os convidaram para fazer a paz.
14 Benjamin retornou para os filhos de Israel, naquele tempo, e os filhos de Israel
deram-lhes as mulheres que haviam deixado vivas das filhas de Jabes-Gileade; e eles
ficaram contentes.
15 O povo de Benjamim se arrependeu, porquanto o Senhor tinha aberto uma
brecha nas tribos de Israel.
16 E os anciãos da congregação disseram: Onde haveremos de conseguir mulheres
para os que restam? Pois as mulheres de Benjamim haviam sido exterminadas.
17 E disseram: Deverá haver uma herança para os que escaparam de Benjamin, a fim
de que, desta forma, uma tribo não seja apagada de Israel.
18 Porém, nós não poderemos dar-lhes esposas de nossas filhas, porquanto juramos
entre os filhos de Israel, dizendo: Maldito aquele que der mulher aos benjamitas.
19 Então, eles disseram: Eis que há agora uma festa do Senhor que acontece de ano
para ano em Silo, que está no norte de Betel, para o oriente no caminho que sobe
de Betel para Siquém e para o sul de Lebona.
20 E ordenaram aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide, e fazei emboscadas nas
vinhas;
21 observareis, e eis que se vierem as filhas dos habitantes de Silo a dançar suas
danças, saireis dos vinhedos e apanhareis para vós, cada homem, uma mulher das
filhas de Silo; e ireis para a terra de Benjamim.
22 E acontecerá, quando seus pais ou seus irmãos vierem disputar conosco, que
iremos dizer-lhes: Deem-nas para nós, pois não tomamos para cada homem a sua
esposa na batalha; e porque não as destes a eles de acordo com a ocasião, vós
transgredistes.
23 Então, os filhos de Benjamim fizeram assim, e tomaram mulheres conforme o seu
número das dançarinas que apanharam; e eles foram e voltaram à sua herança, e
construíram as cidades, habitando nelas.
24 E os filhos de Israel partiram dali, naquele momento, cada um para a sua tribo e
para os seus parentes; e foram dali cada um para a sua herança.
25 Naqueles dias não havia rei em Israel, cada um fazia o que era reto aos seus
próprios olhos.
RUTE
Rute - Capítulo 1
1 E sucedeu, no tempo em que julgavam os juízes, que houve uma fome na terra, e
um homem saiu de Belém de Judá para peregrinar na terra de Moabe; ele, sua
esposa e seus dois filhos.
2 O nome do homem era Elimeleque, e o nome da sua esposa Noemi; e os nomes
dos seus dois filhos eram Malon e Quilion, efrateus de Belém de Judá; vieram eles
para a terra de Moabe, e permaneceram ali.
3 Elimeleque, o marido de Noemi, morreu e ela ficou sozinha, com seus dois filhos.
4 Tomaram eles para si esposas, mulheres de Moabe. O nome de uma era Orfa, e o
nome da outra Rute; e ficaram ali por quase dez anos.
5 Ambos, Malon e Quilion, morreram também, e a mulher foi despojada de seu
marido e de seus dois filhos.
6 Então, ela se levantou com suas duas noras, e foram para fora do país de Moabe;
pois ela ouvira, no país de Moabe, que o Senhor tinha visitado o seu povo para dar-
lhes pão.
7 E saiu do lugar onde estava, com as suas duas noras, e foram pelo caminho de
volta para a terra de Judá.
8 E Noemi disse as suas noras: Ide agora, voltai cada uma à casa de sua mãe. O
Senhor seja misericordioso convosco, como vós o fostes com os falecidos e comigo.
9 O Senhor vos conceda que acheis descanso, cada uma em casa de seu próprio
marido. Beijou-as, e elas levantaram a voz, e choraram.
10 Disseram-lhe elas: Nós voltaremos contigo, para o teu povo.
11 Mas Noemi disse-lhes: Voltai agora, minhas filhas. E por que haveríeis de ir
comigo? Carrego eu ainda filhos no meu ventre para serem vossos maridos?
12 Voltai agora, minhas filhas, porque sou velha demais para casar. Porquanto eu
disse, se eu fosse casada, e tivesse filhos.
13 Iríeis esperar por eles até que eles crescessem? Ou iríeis abster-vos de estar
casadas por causa deles? Não seja assim, minhas filhas; mas eu estou triste por vós,
pois eis que a mão do Senhor levantou-se contra mim.
14 E levantaram a sua voz, e choraram novamente. Então, Orfa beijou sua sogra e
voltou para o seu povo, mas Rute a seguiu.
15 Disse Noemi a Rute: Eis que a tua cunhada voltou para o seu povo e para os seus
deuses; volta agora, tu também, após tua cunhada.
16 Mas Rute disse-lhe: Não me instes para abandonar-te, ou para desistir de seguir-
te; porque aonde quer que fores eu irei, e onde quer te alojares eu me alojarei; teu
povo será o meu povo, e o teu Deus o meu Deus.
17 Onde quer que morreres eu também morrerei, e ali serei sepultada. O Senhor
faça-o para mim, e outro tanto, se eu deixar-te; porque a morte, somente, deverá
fazer separação entre mim e ti.
18 Noemi, vendo que ela estava determinada a ir junto dela, cessou de falar-lhe.
19 E foram as duas, até que chegaram a Belém. E sucedeu, quando chegaram a
Belém, que toda a cidade ficou alvoroçada com elas, e disseram: É esta Noemi?
20 Porém, disse-lhes ela: Não, não me chameis de Noemi; chamai-me de Amarga,
pois o Poderoso tem lidado muito amargamente comigo.
21 Cheia parti, e o Senhor me trouxe de volta vazia. E por que me chamais 'Noemi',
ao passo que o Senhor me tem humilhado, e o Poderoso me tem afligido?
22 Assim, Noemi e Rute, a moabita, sua nora, voltaram do país de Moabe, e vieram
para Belém no início da colheita da cevada.
Rute - Capítulo 2
Rute - Capítulo 3
1 Alojava-se ela com a sua sogra; e Noemi disse-lhe: Minha filha, não hei de buscar
descanso para ti, para que tudo te vá bem?
2 Agora pois, não é Boaz nosso parente, com cujas moças saíste? Eis que ele
alimpará a cevada esta noite na eira.
3 Lava-te então, e unge-te; põe a tua veste sobre ti e vai para a eira, e não te
mostres ao homem até que ele tenha acabado de comer e beber.
4 E será, quando ele se deitar, que hás de notar o lugar onde se encontra deitado;
então, virás e levantarás a cobertura de seus pés, e te deitarás. E ele te dirá o que
hás de fazer.
5 Rute respondeu-lhe: Tudo o que disseres, eu o farei.
6 Desceu ela para a eira, e fez conforme tudo o que a sogra lhe ordenara.
7 Boaz comeu e bebeu, e o seu coração estava alegre. Foi, depois, deitar-se ao lado
de um monte de cevada, e ela veio em segredo e levantou a cobertura de seus pés.
8 Aconteceu que à meia-noite o homem ficou surpreendido e perturbado; e eis que
uma mulher estava deitada a seus pés.
9 Perguntou ele: Quem és tu? E ela respondeu: Sou a tua serva, Rute. Estende,
portanto, a tua capa sobre a tua serva, porque és um parente próximo.
10 Então, Boaz disse: Bendita sejas tu do Senhor Deus, minha filha, pois fizeste a tua
última bondade maior do que a primeira; pois não seguiste atrás de homens jovens,
quer sejam pobres ou ricos.
11 E agora, não tenhas medo, minha filha. O que disseres eu farei contigo, pois toda
a tribo do meu povo sabe que és mulher virtuosa.
12 Eis que eu sou, verdadeiramente, teu parente. Existe, no entanto, um parente
mais próximo do que eu.
13 Aloja-te aqui esta noite; e será que, pela manhã, se ele quiser cumprir a parte de
um parente contigo, deixai-o fazê-lo; porém, se ele não cumprir a parte de um
parente contigo, então, eu irei cumprir esta parte para ti, tão certo como o Senhor
vive. Deita-te até a manhã.
14 Permaneceu ela deitada a seus pés até pela manhã, levantando-se antes que um
homem pudesse reconhecer o seu vizinho; e Boaz disse-lhe: Que não seja conhecido
que uma mulher veio à eira.
15 E disse-lhe ele: Aproxima o avental que está sobre ti. Então, ela segurou-o, e ele
mediu seis medidas de cevada, colocando-as em cima dele. E ela foi para a cidade.
16 Rute entrou na casa de sua sogra, e ela falou-lhe: Minha filha! E Rute contou para
ela tudo que o homem lhe havia feito.
17 E disse: Ele deu-me estas seis medidas de cevada, pois falou: Não vás vazia ao
encontro de tua sogra.
18 E ela disse: Espera, minha filha, até que saibas como o assunto irá assentar;
porque o homem não descansará até que a questão seja resolvida, neste dia.
Rute - Capítulo 4
1 Então, Boaz foi até a porta, assentando-se ali; e eis que o parente passou, do qual
Boaz falara. E Boaz disse-lhe: Venha para cá, sente-se aqui, ó fulano! E ele se voltou
para o lado, e sentou-se.
2 Boaz tomou dez homens dentre os anciãos da cidade, e disse-lhes: Assentai-vos
aqui. E eles se assentaram.
3 Então, disse Boaz ao seu parente: Esta questão refere-se à parte do campo que
era do nosso irmão Elimeleque e foi dada a Noemi, que está agora voltando da terra
de Moabe.
4 E resolvi eu que iria informar-te, dizendo: Compra-o diante daqueles que se
assentam aqui, e diante dos anciãos do meu povo. Se quiseres resgatá-lo, resgatá-
lo-ás; porém, se não irás resgatá-lo, dize-me, e eu o saberei, pois não há ninguém
além de ti para fazer a parte de um parente. Há somente eu, depois de ti. E ele
respondeu: Estou aqui, eu o resgatarei.
5 E Boaz disse: No dia em que comprares o campo da mão de Noemi e de Rute, a
moabita, mulher do falecido, deverás também comprá-la, de modo a suscitar o
nome do falecido sobre a sua herança.
6 Mas o parente respondeu: Não serei capaz de resgatá-lo para mim mesmo, para
que não prejudique a minha própria herança. Resgata o meu direito para ti, pois eu
não serei capaz de resgatá-lo.
7 E assim era, antigamente, o costume em Israel para um resgate e para uma
negociação, e para confirmar cada palavra: um homem soltava o sapato e o dava ao
vizinho que resgatava o seu direito; e este era um testemunho em Israel.
8 Então, o parente disse a Boaz: Compra o meu direito para ti. E tirou o sapato,
dando-o a ele.
9 E Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Sois hoje testemunhas de que comprei
tudo o que foi de Elimeleque, e tudo o que pertencia a Quilion e a Malon, da mão de
Noemi.
10 Além disso, comprei para mim uma esposa, Rute a moabita, mulher de Malon,
para suscitar o nome do falecido sobre a sua herança; e, desta forma, o nome do
morto não será extinguido dentre seus irmãos e na tribo de seu povo. Sois
testemunhas, neste dia.
11 E todo o povo que se encontrava na porta disse: Somos testemunhas. E os
anciãos disseram: O Senhor faça com que tua esposa, indo para tua casa, seja como
Raquel e como Lia, que juntas construíram a casa de Israel e operaram
poderosamente em Efrata; e haverá um nome para ti em Belém.
12 Seja a tua casa como a casa de Perez, que Tamar deu a Judá, pela posteridade
que o Senhor te dará desta jovem.
13 Boaz tomou Rute, e ela se tornou sua esposa. Ele a conheceu, e o Senhor
concedeu a Rute conceber; e ela teve um filho.
14 E disse a mulher para Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou um redentor
faltar, hoje, para ti, até mesmo para fazer o teu nome famoso em Israel.
15 Ele será para ti um restaurador da tua alma, alguém para consolar a tua velhice,
pois a tua cunhada que te amou, que te é melhor do que sete filhos, o gerou.
16 Noemi pegou a criança e colocou-o no seu seio, tornando-se uma ama para ela.
17 E as vizinhas deram-lhe nome, dizendo: Um filho nasceu para Noemi. E chamaram
o seu nome Obede, o qual é o pai de Jessé, o pai de Davi.
18 E estas são as gerações de Perez: Perez gerou a Hezrom;
19 Hezrom gerou a Rão, e Rão gerou a Aminadabe;
20 Aminadabe gerou a Naassom, e Naassom gerou a Salmom;
21 Salmon gerou a Boaz, e Boaz gerou a Obede;
22 Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi.
1 REIS (1 SAMUEL)
1 O meu coração está firme no Senhor, a minha força está exaltada no meu Deus; a
minha boca abre-se contra os meus inimigos, regozijo-me na tua salvação.
2 Pois não há nenhum santo como o Senhor, e não há nenhum que seja justo como
o nosso Deus, nenhum santo além de ti .
3 Não te vanglories e não profiras coisas muito elevadas, nem permitas que palavras
altissonantes saíam de tua boca, pois o Senhor é o Deus da sabedoria, e ele prepara
os seus próprios projetos.
4 O arco dos fortes foi enfraquecido, e os fracos têm-se cingido de força.
5 Os que estavam cheios de pão são humilhados, mas os famintos desapareceram
da terra; pois a estéril teve sete filhos, e a que abundava em crianças se
enfraqueceu.
6 O Senhor mata e faz viver; ele faz descer à sepultura e traz para cima.
7 O Senhor empobrece e enriquece; ele põe para baixo e alteia.
8 Ele levanta os pobres da terra e levanta o necessitado do monturo para sentá-lo
com os príncipes do povo, fazendo-o herdar o trono de glória.
9 Concede sua petição ao que ora e abençoa os anos do justo; pois por força não
pode o homem prevalecer.
10 O Senhor enfraquecerá aquele que é seu adversário; o Senhor é santo. Que o
homem sábio não se vanglorie na sua sabedoria, e o valente não se vanglorie de sua
força; que o homem rico não se glorie em sua riqueza; porém, aquele que se gloria
glorie-se nisso: em entender e conhecer o Senhor para executar juízo e justiça no
meio da terra. O Senhor subiu aos céus e trovejou; ele julgará as extremidades da
terra, ele dá força aos nossos reis e exaltará o poder do seu Cristo. E ela o deixou ali,
diante do Senhor ,
11 partindo para Ramataim; e a criança ministrava na presença do Senhor, diante de
Eli, o sacerdote.
12 Mas os filhos de Eli, o sacerdote, eram filhos malignos, não conhecendo o Senhor.
13 A exigência do sacerdote para cada uma das pessoas que sacrificavam era esta: o
servo do sacerdote vinha, quando a carne estava cozinhando, e um garfo de carne
com três dentes estava em sua mão;
14 e espetava-o no grande caldeirão, ou no vaso de bronze, ou na panela, e tudo o
que viesse com o garfo, de carne, o sacerdote tomava para si. Assim faziam a todo o
Israel, aos que vinham para sacrificar ao Senhor em Silo.
15 E antes que a gordura fosse queimada em cheiro suave o servo do sacerdote
vinha e dizia ao homem que sacrificava: Dá carne de assar para o sacerdote, pois de
modo algum tirarei de ti carne cozida para fora do caldeirão.
16 Porém, se o homem que sacrificava dissesse: Deixa, primeiro, que a gordura seja
queimada, como deve ser, e depois toma para ti de todas as coisas que a tua alma
deseja; então, ele diria: Não, mas tu hás de dar-me agora e, se não, irei tomá-la à
força.
17 Assim, o pecado dos jovens era muito grande diante do Senhor, pois eles
desprezavam a oferta do Senhor.
18 E Samuel ministrava perante o Senhor, uma criança cingida de um éfode de linho.
19 Sua mãe lhe fazia uma pequena túnica e trazia-a para ele, de ano em ano, quando
ia em companhia de seu marido para oferecer o sacrifício anual.
20 Eli abençoou a Elcana e a sua esposa, dizendo: O Senhor te recompense,
concedendo-te uma descendência desta mulher em troca do empréstimo que
fizeste para o Senhor. E o homem voltou para o seu lugar.
21 O Senhor visitou Ana, e ela teve ainda três filhos e duas filhas. E o menino Samuel
crescia diante do Senhor.
22 Era já Eli muito velho, tendo ouvido o que seus filhos faziam aos filhos de Israel.
23 E disse-lhes: Por que fazeis de acordo com esta coisa que ouvi da boca de todo o
povo do Senhor?
24 Não, meus filhos! Pois o relato que eu ouço não é bom. Não o façais, pois os
relatos que ouço não são bons e, desta forma, as pessoas não servem a Deus.
25 Se um homem vier a pecar de qualquer maneira contra outro, então eles deverão
orar por ele ao Senhor; porém, se um homem pecar contra o Senhor quem
intercederá por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o Senhor, por todos
os meios, intentava destruí-los.
26 E o menino Samuel crescia, sendo favorecido de Deus e dos homens.
27 Então, um homem de Deus veio a Eli, e disse-lhe: Assim diz o Senhor: Eu me
revelei claramente à casa de teu pai, quando eles eram servos no Egito para a casa
de Faraó .
28 E Eu escolhi a casa de teu pai, de todas as tribos de Israel, para me servir no ofício
de sacerdote, para subir ao meu altar, para queimar o incenso e para trazer o éfode.
Dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel para alimento.
29 De onde, então, olhaste para a minha oferenda de incenso e para a minha oferta
de carne com um olhar desavergonhado, e tens honrado teus filhos acima de mim,
de modo que eles deveriam abençoar-se com os primeiros frutos de todos os
sacrifícios de Israel antes de mim?
30 Portanto, assim diz o Senhor Deus de Israel: eu disse que a tua casa e a casa de
teu pai deveriam permanecer diante de mim para sempre; porém, agora, o Senhor
diz: longe de mim tal coisa, porque só irei honrar aquele me honra, e aquele que me
considera como nada será desprezado.
31 Eis que vêm os dias quando irei destruir a tua descendência e a descendência da
casa de teu pai,
32 e não terás um ancião em minha casa, para sempre.
33 E eis que se eu não destruir um homem dos teus do meu altar, virá a acontecer
que os seus olhos irão falhar e a sua alma perecerá; e todo aquele que ainda ficar
em tua casa cairá pela espada dos homens.
34 E isto que sobrevirá aos teus dois filhos, Hofni e Finéias, será para ti um sinal: em
um só dia eles irão, ambos, morrer.
35 E eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que fará tudo o que está no meu
coração e na minha alma. Edificar-lhe-ei uma casa firme, e andará ele diante do meu
Cristo, para sempre.
36 E sucederá que todo aquele que sobreviver na tua casa virá a fazer reverência
diante dele por um pequeno pedaço de prata, dizendo: Estabelece-me em um dos
ofícios sacerdotais, para que possa comer pão.
1 Permaneceu a arca sete meses no país dos filisteus, e a sua terra produziu
enxames de ratos.
2 Então, os filisteus chamaram os seus sacerdotes e profetas, e os seus
encantadores, dizendo-lhes: Que faremos com a arca do Senhor? Mostrai-nos como
havemos de enviá-la para o seu lugar.
3 E responderam: Se mandardes embora a arca da Aliança do Senhor, Deus de
Israel, não a mandareis embora de qualquer jeito, de mãos vazias; porém, fazei-lhe
uma oferta com relação a praga, e então sereis curados e uma expiação será feita
por vós. Não deveria ser assim que a sua mão se afastaria de nós?
6 E por que endureceis os vossos corações, como o Egito e Faraó endureceram os
seus corações? Não foi assim que aconteceu quando zombavam deles, que
deixaram ir o povo, e eles partiram?
7 Agora, então, apanhai madeira e fazei um vagão novo, e tende a mão duas vacas
que já tenham parido pela primeira vez, sem os seus bezerros; fazei jugo das vacas à
carroça, e levai os bezerros de volta para casa.
8 Tomareis a arca e a colocareis no vagão, e haveis de anexar-lhe os artigos de ouro
para oferta pela culpa em um cofre, ao lado dela; e a deixareis ir, enviando-a para
longe; e afastar-vos-eis.
9 Ficareis olhando, e se ela seguir o caminho de suas fronteiras ao longo de Bete-
Semes, foi ele mesmo quem trouxe sobre nós esta grande aflição; mas, se não,
então saberemos que a sua mão não tocou-nos, e foi por acaso que isto nos
aconteceu.
10 E os filisteus fizeram assim. Tomaram duas vacas que tinham parido pela primeira
vez e as atrelaram ao vagão, e encerraram os bezerros em casa.
11 E puseram a arca do Senhor, como também o cofre e os ratos de ouro, no vagão.
12 E as vacas foram direto no seu caminho, em direção a Bete-Semes; foram ao
longo de uma trilha. Esforçavam-se, e não se desviaram nem para a direita nem para
a esquerda; e os chefes dos filisteus iam seguindo-as até a fronteira de Bete-Semes.
13 Estavam os homens de Bete-Semes colhendo a safra do trigo no vale e,
levantando os olhos, avistaram a arca do Senhor; e regozijaram-se para recebê-la.
14 O vagão entrou no campo de Josué, que estava em Bete-Semes, e puseram lá
uma grande pedra. Retiraram a madeira da carroça e ofereceram as vacas por um
holocausto ao Senhor.
15 E os levitas trouxeram a arca do Senhor, como também o cofre que estava com
ela, e os artigos de ouro que estavam sobre ela, e colocaram-nos encima da grande
pedra; e os homens de Bete-Semes ofereceram holocaustos e ofertas de alimentos,
naquele dia, ao Senhor.
16 Os cinco chefes dos filisteus o viram, e voltaram para Ecrom, no mesmo dia.
17 São estes os tumores de ouro que os chefes dos filisteus deram como oferta pela
transgressão para o Senhor: um por Asdode, um por Gaza, um por Ascalom, um por
Gate e um por Ecrom.
18 E os ratos de ouro, segundo o número de todas as cidades dos filisteus
pertencentes aos cinco príncipes, desde a cidade fortificada até a aldeia dos
ferezeus, e até a grande pedra sobre a qual puseram a arca da Aliança do Senhor, a
qual estava no campo de Josué, o bete-semita.
19 Mas os filhos de Jeconias não estavam satisfeitos com os homens de Bete-Semes,
porquanto eles olharam para a arca do Senhor; e o Senhor feriu dentre eles
cinquenta mil e setenta homens; e o povo se entristeceu, porque o Senhor tinha
infligido as pessoas uma praga mui grande.
20 Então, os homens de Bete-Semes disseram: Quem será capaz de passar diante
deste santo Senhor Deus? E para quem a arca do Senhor deverá ir, a partir de nós?
21 E mandaram mensageiros para os habitantes de Quiriate-Jearim, dizendo: Os
filisteus enviaram a arca do Senhor; descei, e levai-a para a vossa casa.
1 Havia um homem dos filhos de Benjamim cujo nome era Quis, filho de Abiel, filho
de Zeror, filho de Becorate, filho de Afia, que era filho de um benjamita, homem
poderoso.
2 Este homem teve um filho cujo nome era Saul, de grande estatura, e um homem
formoso; e não havia entre os filhos de Israel um mais belo do que ele, que era mais
alto do que todas as pessoas, de seus ombros para cima.
3 As jumentas de Quis, o pai de Saul, perderam-se, e Quis disse a Saul, seu filho:
Toma contigo um dos moços; levanta-te, pois, e vai procurar as jumentas.
4 E eles passaram pelas montanhas de Efraim, e passaram à terra de Salisa, e não as
acharam; e passaram à terra de Saalim, e elas não estavam lá; e passaram à terra de
Benjamim, e não as encontraram.
5 E, quando chegaram a Zufe, disse Saul ao seu moço, que estava com ele: Vem,
voltemos, para que meu pai não esqueça as jumentas e passe a se preocupar
conosco.
6 Mas o jovem disse-lhe: Eis que há um homem de Deus nesta cidade, e o homem
goza de grande reputação; tudo o que ele falar irá, certamente, acontecer; agora,
então, vamos, e eis que ele poderá esclarecer-nos o nosso caminho, no qual
devemos andar.
7 Então, Saul disse ao seu moço, que estava com ele: Vamos então. Porém, o que
havemos de levar para o homem de Deus? Pois os pães em nossos alforjes já são
gastos, e não temos nada mais que nos pertença para levar ao homem de Deus.
8 Respondeu o jovem a Saul, dizendo: Eis que ainda se encontra na minha mão um
quarto de um siclo de prata; tu o darás ao homem de Deus, e ele nos mostrará o
caminho.
9 Ora, antigamente, em Israel, cada um que ia para consultar a Deus dizia: Vinde,
vamos ao vidente; porque o povo dantes chamava ao profeta de 'o vidente'.
10 E Saul disse ao seu moço: Disseste bem; levanta-te, e partamos. E eles foram para
a cidade onde o homem de Deus se encontrava.
11 Quando iam subindo à cidade eles encontraram donzelas que saiam para tirar
água, e perguntaram-lhes: Está aqui o vidente?
12 E as donzelas responderam-lhes, dizendo: Ele está, e eis que está bem diante de
vós. Pois vem, agora, para a cidade, por causa deste dia; porquanto há hoje um
sacrifício para o povo em Bema.
13 Assim que houverdes entrado na cidade o encontrareis lá, antes que suba a Bema
para comer; porque o povo não comerá até que chegue lá, pois ele abençoa o
sacrifício e depois os convidados comem. Agora então, subi, porque havereis de
encontrá-lo, por causa do feriado.
14 Eles foram até a cidade e, quando estavam entrando no meio da cidade, eis que
Samuel veio ao encontro deles, para subir a Bema.
15 E o Senhor desvelara os ouvidos de Samuel um dia antes de Saul vir a ele,
dizendo-lhe:
16 Nesta mesma hora, amanhã, enviar-te-ei um homem da terra de Benjamim, o qual
ungirás para ser chefe do meu povo de Israel; e ele livrará o meu povo da mão dos
filisteus. Porque eu observei a humilhação do meu povo, e o seu clamor chegou a
mim.
17 Samuel olhou para Saul, e o Senhor respondeu-lhe: Eis aqui o homem de quem eu
te falei; este reinará sobre o meu povo.
18 Aproximou-se Saul de Samuel, no meio da cidade, e disse-lhe: Diga-me, agora,
qual é a casa do vidente?
19 E Samuel respondeu a Saul, dizendo: Eu sou ele; vai adiante de mim para Bema, e
come comigo, neste dia; e eu te despedirei pela manhã e dir-te-ei tudo o que há no
teu coração.
20 E a respeito de tuas jumentas que estão perdidas há três dias, não te preocupes
com elas, pois já foram encontradas. E a quem a excelência de Israel pertence? Não
é esta para ti e para a casa de teu pai?
21 E Saul respondeu, e disse: Não sou eu filho de um benjamita, a menor tribo do
povo de Israel? E da menor família de toda a tribo de Benjamim? por que, então,
tens falado comigo de acordo com essa palavra?
22 Então, Samuel tomou a Saul e a seu servo e levou-os para a pousada, colocando-
os em um dos lugares principais entre aqueles que foram chamados, que eram
cerca de setenta homens.
23 E Samuel disse ao cozinheiro: Dá- me a porção que eu te entreguei, aquela que te
disse para colocares à parte.
24 Ora, o cozinheiro tinha fervido o ombro, e colocou-o diante de Saul; e Samuel
disse para Saul: Eis o que sobrou, está posto diante de ti. Come, porque isto foi
dado para ti como um testemunho, em preferência aos outros. Toma do mesmo. E
Saul comeu com Samuel naquele dia.
25 Então, desceu Samuel de Bema para a cidade, e prepararam um alojamento para
Saul no terraço; e ele deitou-se.
26 E aconteceu que quando a manhã raiou Samuel chamou Saul no terraço,
dizendo: Levanta-te, e irei despedir-te. Saul se levantou, e ele e Samuel sairam.
27 Enquanto desciam a uma parte da cidade, Samuel disse para Saul: Fala com o
jovem, e fá-lo partir antes de nós; tu, porém, permanece hoje, e ouve a palavra de
Deus.
1 Reis (1 Samuel) - Capítulo 10
1 Então, disse Samuel a todo o Israel: Eis que tenho dado ouvidos à vossa voz em
todas as coisas que me dissestes, e tenho posto sobre vós um rei.
2 Agora, já o rei vai adiante de vós, e eu estou ficando velho e descansarei; os meus
filhos estão no meio de vós, e eis que tenho estado diante de vós desde a minha
juventude até hoje.
3 Eis-me aqui, respondam contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido: De
quem tomei o bezerro? Ou de quem tomei o jumento? Ou a qual de vós tenho
oprimido? Ou da mão de quem tenho recebido suborno, mesmo para uma sandália?
Testemunhai contra mim, e irei fazer restituição para vós.
4 E responderam a Samuel: Tu não nos tens injuriado e não nos tens oprimido; não
nos afligiste, e não tomaste nada da mão de ninguém.
5 Então, Samuel disse ao povo: O Senhor é testemunha entre vós, e o seu ungido é
hoje testemunha, de que não encontrastes nada na minha mão. E disseram: Ele é
testemunha.
6 E Samuel falou ao povo, dizendo: O Senhor, que escolheu a Moisés e a Arão, é
testemunha, aquele que tirou nossos pais do Egito.
7 Agora, pois, aquietai-vos, e irei julgar-vos diante do Senhor; e relatar-vos-ei toda a
justiça de Deus, as coisas que ele operou no meio vós e de vossos pais.
8 Quando Jacó e seus filhos foram para o Egito, e o Egito humilhou-os, então nossos
pais clamaram ao Senhor, e o Senhor enviou a Moisés e a Arão, os quais tiraram
nossos pais do Egito; e ele os fez habitar neste lugar.
9 Porém, esqueceram-se do Senhor seu Deus, e ele os entregou nas mãos de Sisera,
capitão do exército de Jabim, rei de Hazor, e nas mãos dos filisteus, e nas mãos do
rei de Moabe; e lutou contra eles.
10 Então, clamaram ao Senhor, dizendo: Pecamos, pois deixamos o Senhor e
servimos aos baalins e aos bosques; agora, livra-nos da mão de nossos inimigos e te
serviremos.
11 E ele enviou Jerubaal, e Baraque, e Jefté, e Samuel, resgatando-nos da mão de
nossos inimigos em redor; e habitastes em segurança.
12 Vistes, então, que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, e me dissestes:
Não! Mas nada menos do que um rei reinará sobre nós, ainda que o Senhor nosso
Deus é o nosso rei.
13 E agora, eis o rei que escolhestes; e eis que o Senhor colocou sobre vós um rei.
14 Se temerdes ao Senhor e o servirdes, ouvindo a sua voz, e se não resistirdes ao
que sai da boca do Senhor, e se tanto vós como o rei que reina sobre vós seguirdes
ao Senhor, bem será.
15 Porém, se não vierdes a dar ouvidos à voz do Senhor, e se resistirdes à palavra
que sai da boca do Senhor, então a mão do Senhor estará sobre vós e sobre o vosso
rei.
16 Agora, pois, aquietai-vos, e vede esta grande coisa que o Senhor irá fazer diante
dos vossos olhos.
17 Não é hoje o dia da colheita do trigo? Invocarei o Senhor, e ele vos enviará
trovões e chuva. Sabei e vede que a vossa malícia é grande, a qual tendes praticado
perante o Senhor, tendo pedido para vós um rei.
18 E Samuel invocou o Senhor, e o Senhor enviou trovões e chuva naquele dia; e
todas as pessoas temiam muito ao Senhor e a Samuel.
19 Então, todo o povo disse a Samuel: Roga pelos teus servos ao Senhor teu Deus, e
não morreremos; pois temos acrescentado a todos os nossos pecados esta
maldade, pedindo para nós um rei.
20 Mas Samuel disse ao povo: Não temais; vós, de fato, tendes feito toda esta
maldade. Tão somente não vos desvieis de seguir ao Senhor, e de servir ao Senhor
com todo o vosso coração.
21 Não vos desvieis seguindo aos deuses que nada são, que não fazem nada e não
irão libertar-vos; porque nada são.
22 Pois o Senhor não rejeitará o seu povo, por causa do seu grande nome;
porquando o Senhor, graciosamente, tomou para si mesmo um povo.
23 E longe de mim pecar contra o Senhor, deixando de orar por vós! Mas eu servirei
ao Senhor, e mostrar-vos-ei o bem e o caminho certo.
24 Tão somente temei ao Senhor e servi-o em verdade, com todo o vosso coração;
pois tendes visto as grandes coisas que ele tem feito convosco.
25 Porém, se continuardes a fazer o mal, então sereis consumidos, vós e o vosso rei.
2 Então, Saul escolheu para si três mil homens dos homens de Israel; e ali estavam
com Saul dois mil homens em Micmás no monte Betel, e mil estavam com Jônatas
em Gibeá de Benjamim; e ele mandou o resto das pessoas irem cada um para a sua
tenda.
3 Jônatas feriu a Nasibe, o filisteu que habitava na colina, e os filisteus ouviram-no;
então, Saul fez soar a trombeta por toda a terra, dizendo: Os servos nos
desprezaram.
4 E todo o Israel ouviu dizer: Saul feriu a Nasibe, o filisteu, e agora Israel tem se
tornado desprezível diante dos filisteus. E os filhos de Israel subiram para Saul, em
Gilgal.
5 Reuniram-se os filisteus para a guerra com Israel, e vieram contra Israel trinta mil
carros e seis mil cavaleiros, e pessoas como a areia à beira-mar, uma grande
multidão; e subiram, acampando-se em Micmás, no lado oposto de Bete-Horon, ao
sul.
6 Os homens de Israel viram que estavam apertados, de modo que não podiam
aproximar-se, e as pessoas se esconderam nas cavernas, nos currais, nas rochas, nas
valas e nos poços.
7 E os que passaram atravessaram o Jordão para a terra de Gade e Gileade; mas Saul
estava ainda em Gilgal, e todas as pessoas o seguiam, atemorizadas.
8 E ele permaneceu lá ainda sete dias, para o testemunho designado, conforme
Samuel lhe dissera; Samuel, porém, não veio para Gilgal; e o seu povo afastou-se
dele.
9 E Saul disse: Trazei as vítimas, para que eu possa oferecer holocaustos e ofertas
pacíficas. E ele ofereceu o holocausto.
10 E aconteceu, quando ele tinha acabado de oferecer o holocausto, que Samuel
chegou, e Saul foi ao seu encontro. E ele o abençoou.
11 Então, disse-lhe Samuel: Que fizeste? e Saul respondeu: Porque vi como o povo se
afastava de mim, e não estavas presente conforme o combinado, de acordo com o
tempo ajustado dos dias, e os filisteus estavam reunidos em Micmás,
12 então, disse: Agora os filisteus chegaram até mim em Gilgal; entretanto, eu não
busquei a face do Senhor. Eis aí porque me obriguei a oferecer o holocausto.
13 E Samuel falou para Saul: Procedeste loucamente, porquanto não guardaste a
minha ordem, que o Senhor te ordenara; e hoje o Senhor teria confirmado o teu
reino sobre Israel para sempre.
14 Porém, agora, o teu reino não subsistirá a ti, e o Senhor irá procurar para si um
homem segundo o seu coração; e o Senhor irá nomeá-lo para ser um governante de
seu povo; porquanto não guardaste tudo o que o Senhor te ordenou.
15 Então, Samuel se levantou, partindo de Gilgal, e o resto do povo foi atrás de Saul
para encontrá-lo, após os homens de guerra, quando eles tinham saído de Gilgal
para Gibeá de Benjamim. E Saul contou o povo que foi encontrado com ele, cerca de
seiscentos homens.
16 Saul e Jônatas, seu filho, e as pessoas que se achavam com eles, pararam em
Gibeá de Benjamin e choraram; e os filisteus se acamparam em Micmás.
17 Então, os homens avançaram para saquear, vindos da terra dos filisteus em três
companhias; uma delas tomou o caminho de Ofra em direção à terra de Sual,
18 a outra voltou-se em direção à Bete-Horom, e a terceira companhia foi pelo
caminho de Geba, que se desvia para Gai de Zeboim.
19 E não se encontrava um só ferreiro em toda a terra de Israel, porque os filisteus
tinham dito: Não façam os hebreus para si espada ou lança.
20 Porém, todo o Israel descia para a terra dos filisteus para forjar, cada um, a sua
relha de arado e a sua enxada, o seu machado e a sua foice.
21 Aproximava-se a época da safra, e o amolar de suas ferramentas havia sido
avaliado em três siclos para um arado, e a mesma taxa para o machado e a foice.
22 E sucedeu, nos dias da guerra de Micmás, que não havia uma só espada ou lança
nas mãos de todo o povo que estava com Saul e Jônatas; porém, com Saul e
Jônatas, seu filho, havia.
23 E saíram alguns do acampamento dos filisteus, indo para o lugar além de Micmás.
1 Então, disse Samuel a Saul: O Senhor enviou-me a ungir-te rei sobre Israel; agora,
pois, ouve a voz do Senhor.
2 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Hoje tomarei vingança no que concerne ao que
Amaleque fez para Israel, quando se encontrou com ele no caminho, quando saia do
Egito.
3 Agora vai, e ferirás a Amaleque e a Hierim, e a tudo o que lhe pertence; não
deixarás nada dele vivo, mas o destruirás totalmente e o dedicarás, a ele e a tudo o
que é dele, à destruição, não poupando nada do que lhe pertence. Destruirás tanto
o homem quanto a mulher, a criança e aquele que ainda mama, o bezerro e a
ovelha, o camelo e o asno.
4 E Saul congregou as pessoas, contando-as em Gilgal, quatrocentos mil em tropas
regulares; e Judá, trinta mil em tropas regulares.
5 Saul veio para as cidades de Amaleque, e pôs uma emboscada no vale.
6 E disse Saul aos queneus: Vai, sai do meio dos amalequitas, para que eu não te
ponha com eles, porque trataste misericordiosamente com os filhos de Israel
quando subiram do Egito. Assim, os queneus sairam do meio de Amaleque.
7 Depois Saul feriu a Amaleque, de Havilá até Sur, que está de frente para o Egito.
8 Tomou a Agague, rei de Amaleque, vivo, e matou a todas as pessoas e aos Hierim
com o fio da espada.
9 Mas Saul e todo o povo deixaram Agague vivo, e o melhor das ovelhas, das vacas,
dos frutos, dos vinhedos e de todas as coisas boas; e não quiseram destruí-los; mas
cada coisa inútil e recusável eles destruíram.
10 Então, a palavra do Senhor veio a Samuel, dizendo:
11 Arrependi-me de ter feito Saul rei, porquanto ele se desviou de me seguir e não
tem guardado a minha palavra. Samuel entristeceu-se, e clamou ao Senhor a noite
toda.
12 E Samuel levantou-se cedo, indo ao encontro de Israel pela manhã; e foi relatado
a Saul, dizendo: Samuel chegou ao Carmelo e levantou uma ajuda para si mesmo. E
ele fez dar a volta o seu carro, descendo para Gilgal de Saul. E eis que este estava
oferecendo um holocausto ao Senhor, o melhor dos despojos que trouxera de
Amaleque.
13 Samuel veio até Saul, e Saul lhe disse: Bendito és tu do Senhor! Eu tenho feito
tudo o que o Senhor disse.
14 Samuel perguntou: Que é, então, o balido deste rebanho em meus ouvidos, e o
som de bois, que ouço?
15 E Saul respondeu: Trouxe-os de Amaleque, tudo o que as pessoas preservaram, o
melhor das ovelhas e do gado, e tudo aquilo que poderia ser sacrificado ao Senhor,
teu Deus; quanto ao resto, eu o destruí completamente.
16 Então, disse Samuel a Saul: Espera, declarar-te-ei o que o Senhor me disse esta
noite. E ele disse-lhe: Fala.
17 E Samuel disse para Saul: Não és tu pequeno aos seus olhos, apesar de seres um
líder de uma das tribos de Israel? E ainda assim o Senhor te ungiu para ser rei sobre
Israel.
18 E o Senhor enviou-te em uma jornada, dizendo: Vai, e destrói totalmente.
Matarás aos que tem pecado contra mim, os amalequitas, e farás guerra contra eles
até que sejam consumidos.
19 Porque, então, não obedecestes à voz do Senhor, mas te apressaste para
apoderar-te dos despojos, e fizeste o que era mal aos olhos do Senhor?
20 E Saul disse a Samuel: Porque ouvi a voz do povo. Contudo, fui pelo caminho no
qual o Senhor me enviou, e trouxe a Agague, rei de Amaleque; e destruí a
Amaleque.
21 Mas o povo tomou os despojos dos melhores rebanhos e manadas, daquilo que
foi destruído, para sacrificar perante o Senhor, nosso Deus, em Gilgal.
22 Mas Samuel disse: Será que o Senhor tem tanto prazer em holocaustos e
sacrifícios, quanto em ouvirdes as palavras do Senhor? Eis que a obediência é
melhor do que um bom sacrifício, e o ouvir melhor do que a gordura de carneiros.
23 Porque o pecado é como a adivinhação; ídolos trazem dor e sofrimento.
Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, o Senhor também irá rejeitar-te como rei
de Israel.
24 E Saul disse a Samuel: Pequei, transgredindo a palavra do Senhor e a tua direção,
porque temi ao povo e ouvi a sua voz.
25 Agora remove, peço-te, o meu pecado, e volta comigo; e irei adorar o Senhor teu
Deus.
26 Então, disse Samuel a Saul: Não voltarei contigo, pois rejeitaste a palavra do
Senhor, e o Senhor te rejeitará como rei de Israel.
27 E Samuel virou o rosto para partir. Então, Saul segurou a orla de sua veste,
rasgando-a.
28 E Samuel lhe disse: O Senhor tem rasgado teu reino de Israel, tirando-o de tuas
mãos neste dia, e dá-lo-á ao teu próximo, que é melhor do que tu.
29 Israel será dividido em dois, e Deus não irá voltar-se nem arrepender-se, pois ele
não é como um homem para se arrepender.
30 Então, disse Saul: Pequei; honra-me, peço-te, ainda esta vez diante dos anciãos
de Israel e diante do meu povo; volta comigo, e irei adorar o Senhor teu Deus.
31 Então, Samuel voltou-se após Saul, e ele adorou ao Senhor.
32 E disse Samuel: Trazei-me aqui a Agague, rei de Amaleque. E Agague veio a ele,
tremendo. E disse Agague: É a morte, assim, amarga?
33 Samuel disse para Agague: Assim como a tua espada privou as mulheres de seus
filhos, assim será a tua mãe deixada sem filhos entre as mulheres. E Samuel matou a
Agague perante o Senhor, em Gilgal.
34 Partiu Samuel para Ramá, e Saul foi para a sua casa em Gibeá.
35 E Samuel não viu mais a Saul, até ao dia da sua morte. Porém, Samuel teve dó de
Saul. E o Senhor se arrependeu de haver constituído a Saul rei sobre Israel.
1 E o Senhor disse para Samuel: Até quando irás chorar por Saul, uma vez que eu já o
rejeitei para não reinar sobre Israel? Enche um chifre com azeite e vem; e irei enviar-
te a Jessé, para Belém, pois tenho visto entre seus filhos um rei para mim.
2 Disse Samuel: Como irei eu? Pois Saul irá ouvi-lo e matar-me-á. E disse o Senhor:
Toma uma bezerra em tua mão, e dirás: Vim sacrificar ao Senhor.
3 Chamarás Jessé para o sacrifício, e te farei saber o que hás de fazer; e ungirás
aquele a quem eu te mostrar.
4 Samuel fez tudo o que o Senhor lhe dissera. Ele foi para Belém, e os anciãos da
cidade ficaram muito surpresos ao encontrá-lo; e disseram-lhe: Vieste em paz, ó
vidente?
5 Ele respondeu: Em paz; vim para sacrificar ao Senhor. Santificai-vos e regozijai-vos
comigo neste dia. E santificou a Jessé e aos seus filhos, convidando-os para o
sacrifício.
6 E aconteceu, quando ele entrou, que viu Eliabe, e disse: Certamente, o ungido do
Senhor está diante dele.
7 Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência nem para a sua
estatura, porque o tenho rejeitado; pois Deus não vê como o homem vê. O homem
olha para a aparência, mas Deus olha para o coração.
8 Jessé chamou, então, a Aminadabe, e ele passou diante de Samuel; mas ele disse:
Nem a este Deus escolheu.
9 E Jessé fez Samá passar. E ele disse: Nem a este Deus escolheu.
10 Jessé fez passarem seus sete filhos diante de Samuel; porém, Samuel disse: O
Senhor não escolheu estes.
11 Disse Samuel a Jessé: Porventura não tens mais filhos? E Jessé respondeu: Ainda
há um, pequeno; eis que ele atende ao rebanho. Samuel disse a Jessé: Manda
chamá-lo, pois não me assentarei até que ele venha.
12 E mandou buscá-lo; e eis que era ruivo, com belos olhos, e muito agradável de ver
aos olhos do Senhor. E o Senhor disse a Samuel: Levanta-te e unge a Davi,
porquanto ele é agradável.
13 Então, Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e o
Espírito do Senhor apoderou-se de Davi daquele dia em diante. Samuel se levantou
e partiu para Ramá.
14 Retirou-se o Espírito do Senhor de Saul, e um espírito maligno, da parte do
Senhor, o atormentava.
15 E os servos de Saul lhe disseram: Eis que, agora, um espírito maligno, da parte do
Senhor, te atormenta.
16 Deixa que teus servos falem diante de ti; e que eles procurem para o nosso
senhor um homem hábil no manejar a harpa; e será que quando um espírito maligno
vier sobre ti ele tangerá em sua harpa, e ficarás bem. E ele te renovará.
17 Então, Saul disse aos seus servos: Procurai agora para mim um tocador
habilidoso; e trazei-o para mim.
18 Respondeu-lhe um dos seus servos, dizendo: Eis que tenho visto um filho de
Jessé, o belemita, o qual sabe tocar a harpa e é homem prudente, sendo também
um guerreiro, e sábio no falar; e é homem agradável de se olhar. Também o Senhor
é com ele.
19 E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo-lhe: Envia-me o teu filho Davi, o qual
está com o teu rebanho.
20 Tomou Jessé tomou um ômer de pão, uma garrafa de vinho e um cabrito, e
enviou-os pela mão de seu filho Davi a Saul.
21 Assim Davi entrou para Saul, estando perante ele, e este o amou muito. E tornou-
se seu escudeiro.
22 E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo-lhe: Peço-te que deixes Davi
permanecer comigo, pois achou graça diante de meus olhos.
23 E veio a acontecer, quando o espírito mau vinha sobre Saul, que Davi tomava a
harpa, tangendo-a, e Saul sentia-se aliviado e ficava bem; e o espírito maligno
afastava-se dele.
1 E Saul falou para Jônatas, seu filho, e para todos os seus servos, que matassem a
Davi.
2 Porém, Jônatas, filho de Saul, amava muito a Davi; e Jônatas falou com Davi,
dizendo: Saul procura matar-te. Apronta-te, portanto, amanhã de manhã, e
esconde-te, permanecendo em segredo.
3 Eu sairei e ficarei perto de meu pai no campo onde estarás, e falarei a teu respeito
com meu pai; então, verei qual será a sua resposta, e a relatarei para ti.
4 E Jônatas falou favoravelmente a respeito de Davi a Saul, seu pai, dizendo-lhe:
Não peque o rei contra o seu servo Davi, porquanto ele não pecou contra ti, e as
suas obras são muito boas.
5 Colocou ele a própria vida em sua mão, ferindo o filisteu. O Senhor efetuou um
grande livramento, e todo o Israel ajuntou-se. por que, então, pecarias contra
sangue inocente matando a Davi sem causa?
6 Saul deu ouvidos à voz de Jônatas. E jurou, dizendo: Como vive o Senhor, ele não
morrerá.
7 Jônatas chamou a Davi e relatou-lhe todas estas palavras; então, Jônatas levou
Davi para Saul; e ele estava diante dele, como nos tempos antigos.
8 Houve outra peleja contra Saul, e Davi agiu com valentia, lutando contra os
filisteus e ferindo-os com grande matança; e fugiram diante dele.
9 Um espírito maligno da parte de Deus estava sobre Saul. Estava ele descansando
em sua casa, e havia uma lança em sua mão; e Davi tangia a harpa com as suas
mãos.
10 Saul procurava encravar a Davi com a sua lança, e Davi retirou-se apressadamente
da presença de Saul. Este atirou a lança na parede, mas Davi recuou e fugiu.
11 E sucedeu, naquela noite, que Saul enviou mensageiros à casa de Davi para vigiá-
lo, a fim de matá-lo na parte da manhã; mas a esposa de Davi, Mical, falou-lhe,
dizendo: A não ser que salves a tua vida esta noite, amanhã serás morto.
12 Então, Mical desceu Davi pela janela, e ele partiu, fugindo; e escapou-se.
13 Mical tomou ídolos do lar e os colocou sobre a cama, e pôs o fígado de uma cabra
no lugar de sua cabeça, cobrindo tudo com roupas.
14 E Saul enviou mensageiros para prenderem a Davi, mas disseram-lhe que ele
estava doente.
15 Ele, porém, enviou-os a Davi, dizendo: Trazei-mo na cama, para que eu possa
matá-lo.
16 Os mensageiros foram, e eis que os ídolos do lar estavam na cama, e o fígado de
cabra no lugar de sua cabeça.
17 E disse Saul para Mical: Por que me tens enganado, permitindo que o meu inimigo
se afastasse, escapando? Mas Mical respondeu para Saul: Ele disse: Deixe-me ir, e,
se não, irei matar-te.
18 Assim Davi fugiu, escapando, indo ao encontro de Samuel em Ramá, e contou-lhe
tudo o que Saul lhe fizera; então, Samuel e Davi foram, e habitaram na Navate, em
Ramá.
19 E foi relatado a Saul, dizendo: Eis que Davi está na Navate em Ramá.
20 Saul enviou mensageiros para prenderem a Davi, e eles viram a congregação dos
profetas, com Samuel sobre eles a presidi-los; e o Espírito de Deus veio sobre os
mensageiros de Saul, e eles profetizaram.
21 Isto foi dito a Saul, e ele enviou outros mensageiros; e também eles profetizaram.
Saul mandou, novamente, um terceiro grupo de mensageiros, e também eles
profetizaram.
22 Então, Saul ficou muito zangado e foi, ele mesmo, também, para Ramá; veio até a
fonte da eira que está em Seco, e indagou, dizendo: Onde se encontram Samuel e
Davi? E responderam-lhe: Eis que estão na Navate em Ramá.
23 Então, ele foi lá para Navate em Ramá. O Espírito de Deus veio sobre ele também,
e prosseguiu, profetizando, até que chegou a Navate em Ramá.
24 Tirou ele a sua roupa, e profetizou diante deles, deitando-se nu todo aquele dia e
toda aquela noite. Por isso disseram: Está também Saul também entre os profetas?
1 E foi relatado a Davi, dizendo: Eis que os filisteus fazem guerra contra Queila, e
roubam e pisam nas eiras.
2 Davi, então, consultou ao Senhor, dizendo: Irei eu, e ferirei esses filisteus? E o
Senhor disse: Vai, pois tu ferirás a esses filisteus e salvarás a Queila.
3 Mas os homens de Davi disseram-lhe: Eis que estamos temerosos aqui na Judéia.
Como será, então, se formos para Queila? Devemos ir atrás dos despojos dos
filisteus?
4 Davi consultou mais uma vez ao Senhor, e o Senhor lhe respondeu, dizendo:
Levanta-te e desce à Queila, porque hei de entregar os filisteus nas tuas mãos.
5 Então Davi e os homens que estavam com ele foram para Queila e pelejaram
contra os filisteus, que fugiram de diante dele; e eles levaram o seu gado, ferindo-os
com grande matança. Assim, Davi salvou os moradores de Queila.
6 E sucedeu quando Abiatar, filho de Abimeleque, fugiu para Davi, que ele desceu
com Davi para Queila, tendo um éfode na mão.
7 Foi anunciado a Saul que Davi tinha ido para Queila; e disse ele: Deus entregou-o
em minhas mãos, pois está encerrado, tendo entrado em uma cidade com portas e
ferrolhos.
8 Saul, então, ordenou a todo o povo que descesse para a guerra contra Queila,
para cercarem a Davi e aos seus homens.
9 Davi sabia que Saul falara abertamente de fazer o mal contra ele, e disse a Abiatar,
o sacerdote: Traze a estola sacerdotal do Senhor.
10 E Davi disse: Senhor, Deus de Israel, teu servo tem, com certeza, ouvido dizer que
Saul procura vir contra Queila, para destruir a cidade por minha causa.
11 Será que os moradores do lugar se absterão? E, agora, descerá Saul conforme o
teu servo tem ouvido? Senhor, Deus de Israel, fala ao teu servo. E o Senhor disse:
Abster-se-ão.
12 13 Davi, então, se levantou, e os homens com ele, em número de cerca de
quatrocentos; e saíram de Queila, indo para onde pudessem ir. Foi dito a Saul que
Davi tinha escapado de Queila, e ele desistiu de vir.
14 E habitou em Maserem, no deserto, nas passagens estreitas, na montanha de
Zife, na região montanhosa e na terra árida. Saul buscava-o continuamente, mas o
Senhor não o entregou em suas mãos.
15 E soube Davi que Saul saíra em busca dele; Davi, então, estava na montanha árida
na nova Zife.
16 Jônatas, filho de Saul, levantou-se e foi ao encontro de Davi em Quene, e
estreitaram suas mãos no Senhor.
17 E ele disse-lhe: Não temas, porque a mão de Saul, meu pai, não deverá encontrar-
te; serás rei sobre Israel e eu serei o segundo depois de ti. Saul, meu pai, sabe disto.
18 Então, ambos fizeram aliança perante o Senhor, e habitou Davi em Quene.
Jônatas, porém, voltou para sua casa.
19 Os zifeus vieram do país árido para Saul, ao monte, dizendo: Não está Davi
escondido conosco em Horessa, nos estreitos em Quena, na colina de Haquilá, que
está à direita de Jesimom?
20 E, agora, de acordo com o desejo do rei de descer até nós, vem, pois o temos
aprisionado nas mãos do rei.
21 Saul disse-lhes: Bem-aventurados sois do Senhor, pois vos tendes preocupado
por minha causa.
22 Ide, peço-vos, e fazei todos os preparativos rapidamente, marcando o lugar onde
o seu pé deverá estar, naquele lugar do qual falastes, a fim de que não aja ele
astutamente.
23 Buscai saber e descobrir tudo. Eu irei convosco, e deverá ser que se ele estiver na
terra buscá-lo-ei entre todos os milhares de Judá.
24 Os zifeus se levantaram e foram adiante de Saul. E Davi e os seus homens
estavam no deserto de Maom, para o oeste, à direita de Jesimon.
25 Saul e os seus homens foram em busca dele; e o relataram para Davi, indo ele até
a rocha que estava no deserto de Maom. Saul, tendo ouvido isto, foi atrás de Davi,
para o deserto de Maom.
26 Saul e os seus homens estavam caminhando de um lado da montanha, e Davi e
seus homens caminhavam do outro lado da montanha. Davi tratava de esconder-se
para escapar de Saul. Entretanto, Saul e os seus homens fecharam o cerco contra
Davi e os seus, a fim de levá-los.
27 E veio um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te, e vem para cá, porque os
filisteus acabam de invadir a terra.
28 Então, Saul cessou de perseguir a Davi, e foi ao encontro dos filisteus. Por este
motivo aquele lugar foi chamado a Rocha Dividida.
1 Os Zifeus vieram do país árido para Saul no monte, dizendo: Eis que Davi se
esconde conosco na colina de Haquilá, em frente de Jesimom.
2 Saul levantou-se e desceu ao deserto de Zife, e com ele desceram três mil homens
escolhidos de Israel, em busca de Davi no deserto de Zife.
3 E Saul acampou-se na colina de Haquilá, em frente de Jesimon, no caminho; mas
Davi permaneceu no deserto. E Davi viu que Saul vinha após ele no deserto.
4 Então, Davi mandou espiões, e verificou que Saul estava vindo, preparado, de
Queila.
5 Levantou-se Davi, furtivamente, e foi ao lugar onde Saul estava dormindo; e lá
estava Abner, filho de Ner, chefe do seu exército. Saul estava dormindo em um
carro, e o povo tinha se acampado ao redor dele.
6 E Davi falou a Aimeleque, o heteu, e a Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe,
dizendo: Quem irá comigo a Saul, ao arraial? E Abisai disse: Eu irei.
7 Então, Davi e Abisai passaram entre o povo, a noite; e eis que Saul estava
dormindo no carro, e a sua lança fincada no chão, perto de sua cabeça; e Abner e o
seu povo dormiam ao redor.
8 E Abisai disse para Davi: O Senhor tem, no dia de hoje, encerrado teu inimigo em
tuas mãos. Agora, pois, irei encravá-lo na terra com a lança, de uma vez por todas, e
não precisarei feri-lo novamente.
9 Porém, disse Davi a Abisai: Não o derrubarás; pois quem levantará a mão contra o
ungido do Senhor, e ficará inocente?
10 E disse Davi: Vive o Senhor, que se o Senhor não o ferir, ou o seu dia chegar e ele
morrer, ou ir ele para a batalha e ser adicionado a seus pais, que não será assim.
11 O Senhor guarde-me de que eu venha a levantar a minha mão contra o ungido do
Senhor. E, agora, toma, peço-te, a lança da sua cabeceira e o jarro de água; e
retornemos.
12 Então, Davi tomou a lança e o jarro de água da sua cabeceira, e eles voltaram
para casa; e ninguém o viu nem o soube, e ninguém acordou. Estavam dormindo,
pois um estado de estupor, da parte do Senhor, havia caído sobre eles.
13 E Davi, passando para o outro lado, postou-se no topo de uma colina, ao longe; e
havia uma boa distância entre eles.
14 Então, chamou Davi o povo, e falou com Abner, dizendo: Não respondes, Abner?
e Abner respondeu, dizendo: Quem és tu que chamas?
15 E Davi disse para Abner: Não és tu um homem? E quem é semelhante a ti em
Israel? Por que, então, não guardaste o teu senhor, o rei ? Pois eis que um do povo
saiu para destruir o teu senhor, o rei .
16 Não é bom isso que tens feito. Vive o Senhor, que sois dignos de morte, vós que
guardais o vosso senhor, o rei, o ungido do Senhor. E agora, eis que vos peço pela
lança do rei e a sua bilha de água. Onde estão as coisas que deveriam estar à sua
cabeceira?
17 Mas Saul reconheceu a voz de Davi, e disse: Não é esta a tua voz , meu filho Davi?
e Davi respondeu: Sou eu, teu servo, meu senhor, ó rei!
18 E ele disse: Por que o meu senhor persegue tanto o seu servo? Em que pequei?
Qual injustiça foi encontrada em mim?
19 E agora, meu senhor, que o rei ouça a palavra do seu servo. Se é Deus que te
agita contra mim, que a tua oferta seja aceitável; mas se são os filhos dos homens
que o fazem, sejam eles amaldiçoados perante o Senhor, pois expulsaram-me,
nesse dia, para que eu não viesse a ser estabelecido na herança do Senhor, dizendo:
Vai, serve a outros deuses.
20 E agora, não caia o meu sangue em terra diante do Senhor; porquanto o rei de
Israel saiu para buscar vida, como o gavião noturno persegue a sua presa nas
montanhas.
21 Então, disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi! Não irei fazer-te mal, porque a
minha vida foi hoje preciosa aos teus olhos; e eis que fui tolo, errando
excessivamente.
22 E Davi respondeu, dizendo: Eis aqui a lança do rei. Que um dos servos venha e
leve-a.
23 O Senhor recompensará cada um segundo a sua justiça e a sua verdade, pois o
Senhor te entregou hoje em minhas mãos. Eu, porém, não levantaria a mão contra o
ungido do Senhor .
24 Eis que a tua vida tem sido preciosa, neste dia, aos meus olhos. Assim seja a
minha vida preciosa diante do Senhor, e que ele possa me proteger e livrar de toda
a aflição.
25 E Saul disse para Davi : Bendito sejas tu, meu filho. Com certeza, agirás
valentemente e prevalecerás. Davi, então, seguiu o seu caminho, e Saul voltou para
o seu lugar.
1 Disse Davi no seu coração: Qualquer dia destes serei entregue a morte nas mãos
de Saul; nada de bom há para mim, a menos que eu fuja para a terra dos filisteus; e,
então, Saul deixará de procurar-me por todos os termos de Israel. Assim escaparei
de sua mão.
2 Então, Davi se levantou, e os seiscentos homens que estavam com ele, indo para
Aquis, filho de Maoque, rei de Gate.
3 Davi ficou com Aquis, ele e os seus homens, cada um com a sua família, e Davi com
as suas duas esposas, Ainoã, a Jezreelita, e Abigail, a esposa de Nabal, o carmelita.
4 Foi dito a Saul que Davi tinha fugido para Gate, e ele já não o procurou mais.
5 E disse Davi para Aquis: Se, agora, o teu servo tem achado graça aos teus olhos,
dá-me, peço-te, um lugar em uma das cidades do país, e habitarei lá. Por que o teu
servo habitaria contigo em uma cidade real?
6 E deu-lhe Ziclague, naquele dia. Portanto Ziclague passou a ser uma possessão do
rei de Judá, até hoje.
7 O tempo que Davi habitou na terra dos filisteus foi de quatro meses.
8 Davi e os seus homens subiram e fizeram um ataque contra todos os gesuritas e
amalequitas. E eis que a terra era habitada, (mesmo a terra de Sur), por aqueles que
vêm das cidades fortificadas, até a terra de Egito.
9 E ele feriu a terra, não deixando vivo nem um só homem ou mulher; e tomaram
ovelhas, e vacas, e jumentos, e camelos, e vestes. E retornaram, vindo para Aquis.
10 E disse Aquis para Davi: Contra quem fizestes um ataque hoje? E Davi respondeu
para Aquis: Contra o sul de Judá, e contra o sul dos jerameelitas, e contra o sul dos
queneus.
11 E não deixei homem ou mulher vivo a fim de trazê-los para Gate. Pois pensava:
Que eles não tragam um relatório para Gate contra nós, dizendo: Estas coisas Davi
faz. E esta era a sua maneira de agir por todos os dias que Davi habitou na terra dos
filisteus.
12 E Davi tinha a total confiança de Aquis, que dizia: Ele é completamente desonrado
entre o seu povo em Israel, e será meu servo para sempre.
1 Reis (1 Samuel) - Capítulo 28
2 REIS (2 SAMUEL)
1 E aconteceu, depois que Saul estava morto, que Davi retornou de ferir a
Amaleque, e ficou dois dias em Ziclague.
2 No terceiro dia veio um homem do acampamento, do povo de Saul; as suas vestes
estavam rasgadas e havia terra sobre a sua cabeça. Quando se aproximou de Davi,
lançou-se sobre a terra, prostrando-se diante dele.
3 Davi perguntou-lhe: Donde vens? e ele respondeu: Escapei do acampamento de
Israel.
4 E Davi disse-lhe: Qual é a questão? diz-me. E ele respondeu: O povo fugiu da
batalha, e muitos deles caíram e estão mortos. Saul e Jônatas, seu filho, também
foram mortos.
5 E disse Davi ao moço que lhe trazia as novas: Como sabes tu que Saul e Jônatas,
seu filho, foram mortos?
6 O jovem que trazia a notícia, disse-lhe: Aconteceu de encontrar-me, por acaso, no
monte Gilboa e eis que Saul estava encostado sobre a sua lança, e os carros e
capitães de cavalo pressionavam sobre ele.
7 Ele olhou para trás e viu-me, e me chamou; então, eu disse: Eis me aqui.
8 E ele me disse: Quem és? e respondi: Sou amalequita.
9 E disse-me: Avança, peço-te, sobre mim, e mata-me, pois uma escuridão terrível
veio sobre mim, e toda a minha vida ainda está em mim.
10 Então, avancei sobre ele e o matei, porque sabia que não viveria depois de haver
caído; e tomei a coroa que ele tinha na cabeça e o bracelete que trazia no braço. Eis
que os trouxe, aqui, ao meu senhor.
11 Davi, então, tomou as suas vestes e as rasgou, e todos os homens que estavam
com ele rasgaram as suas vestes.
12 E lamentaram, choraram e jejuaram até a tarde, por Saul e por Jônatas, seu filho,
pelo povo de Judá e pela casa de Israel, porque foram desbaratados com a espada.
13 E Davi disse ao jovem que trouxera-lhe a notícia: Donde és? e ele respondeu: Sou
o filho de um peregrino amalequita.
14 E disse-lhe Davi: Como foi que não sentiste temor de levantar a tua mão para
destruir o ungido do Senhor?
15 Davi chamou um dos seus moços, e disse-lhe: Vai, e arremete contra ele. Ele o
feriu, e morreu.
16 E disse Davi: O teu sangue seja sobre a tua cabeça, porque a tua própria boca
testificou contra ti, dizendo: Eu matei o ungido do Senhor.
17 Então Davi lamentou com esta lamentação sobre Saul e Jônatas, seu filho.
18 E ele deu ordens para ensiná-la aos filhos de Judá. Eis que está escrita no livro da
Justiça.
19 Ergue uma coluna, ó Israel, aos mortos que morreram sobre os teus lugares altos.
Como caíram os valentes!
20 Não o divulgueis em Gate e não o conteis como boas novas nas ruas de Ascalon,
para que as filhas dos filisteus não se alegrem, para que as filhas dos incircuncisos
não se sintam triunfantes.
21 Vós, montes de Gilboa, não deixeis que orvalho nem chuva desçam sobre vós,
nem campos de primícias estejam sobre vós, pois o escudo dos poderosos foi
cruelmente atacado; o escudo de Saul não foi ungido com óleo.
22 Do sangue dos feridos e da gordura dos valorosos o arco de Jônatas não
retornou vazio, e a espada de Saul também não voltou vazia.
23 Saul e Jônatas, o amado e o belo, não foram separados; formosos eram em sua
vida, também na sua morte não se separaram. Eram mais ligeiros do que as águias e
mais fortes do que os leões.
24 Filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestia de escarlata e com os vossos
adornos, que acrescentou ornamentos de ouro ao vosso vestuário.
25 Como caíram os valentes no meio da peleja! Ó Jônatas, morto sobre os altos!
26 Eu estou aflito por ti, meu irmão Jônatas; eras muito amável para mim, o teu
amor para mim era maravilhoso, mais do que o amor das mulheres.
27 Como caíram os poderosos e pereceram as armas de guerra!
1 Houve guerra por um longo tempo entre a casa de Saul e a casa de Davi, e a casa
de Davi tornava-se continuamente mais forte, ao passo que a casa de Saul tornava-
se continuamente mais fraca.
2 E filhos nasceram a Davi em Hebrom. Seu primogênito era Amnom, filho de Ainoã
a Jezreelita.
3 Seu segundo filho foi Quileabe, filho de Abigail a carmelita, e o terceiro, Absalão,
filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gessur.
4 O quarto foi Adonias, filho de Hagite. O quinto foi Sefatias, filho de Abital.
5 O sexto foi Itreão, filho de Eglá, esposa de Davi. Estes nasceram a Davi em
Hebrom.
6 E aconteceu que, enquanto havia guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi,
Abner governava a casa de Saul.
7 Saul tinha uma concubina, Rispa, filha de Aiá, e Is-Bosete, filho de Saul, disse a
Abner: Porque tens tu possuído a concubina de meu pai?
8 Abner ficou muito irritado com Is-Bosete a respeito do que ele havia comentado, e
disse-lhe: Sou eu a cabeça de um cão? Tenho, hoje, agido com bondade para com a
casa de Saul, teu pai, e para com os seus irmãos e amigos, não tendo me passado
para a casa de Davi. E tu, neste dia, buscas uma acusação contra mim por causa de
uma mulher?
9 Deus faça assim e mais ainda para Abner se, como o Senhor jurou a Davi, não agir
eu para com ele, neste dia,
10 para tirar o reino da casa de Saul e para levantar o trono de Davi sobre Israel e
sobre Judá, desde Dã até Berseba.
11 E Is-Bosete não podia responder a Abner uma só palavra, porque o temia.
12 Abner mandou, então, mensageiros a Davi, a Daelam, onde ele estava,
imediatamente, dizendo: Faze teu pacto comigo, e eis que a minha mão será
contigo para trazer de volta a ti toda a casa de Israel.
13 E disse Davi: De boa vontade irei fazer contigo um pacto. Só exijo de ti uma
condição: não verás o meu rosto a menos que tragas para mim Mical, a filha de Saul,
quando vieres ver a minha face.
14 E Davi enviou mensageiros para Is-Bosete, filho de Saul, dizendo: Restaura-me
minha mulher Mical, a quem tomei por cem prepúcios de filisteus.
15 E Is-Bosete enviou homens, tomando-a de seu marido Paltiel, filho de Laís.
16 E seu marido foi atrás dela, chorando, até Baurim. Mas Abner disse-lhe: Vai, volta;
e ele voltou.
17 Então, Abner falou com os anciãos de Israel, dizendo: Outrora, vós procurastes a
Davi para reinar sobre vós;
18 agora pois, fazei isto, porque o Senhor falou a respeito de Davi, dizendo: Pela
mão do meu servo Davi livrarei a Israel da mão de todos os seus inimigos.
19 Abner falou aos ouvidos de Benjamim, e foi também falar aos ouvidos de Davi,
em Hebrom, tudo o que pareceu bem aos olhos de Israel e aos olhos da casa de
Benjamin.
20 Veio Abner a Davi em Hebrom, e com ele vinte homens; e Davi preparou para
Abner e seus homens um banquete de vinho.
21 Disse Abner a Davi: Levantar-me-ei agora e irei, e reunirei ao rei meu senhor todo
o Israel. Farei com ele uma aliança, e reinarás sobre tudo o que tua alma deseja.
Davi, então, despediu a Abner, e ele partiu em paz.
22 Eis que os servos de Davi e Joabe chegaram de sua expedição, trazendo grandes
despojos com eles, mas Abner não estava com Davi em Hebrom, porquanto o tinha
despedido, e ele partira em paz.
23 Joabe e todo o seu exército chegaram, e foi-lhe relatado, dizendo: Abner, filho de
Ner, veio a Davi; mas Davi o deixou ir, e ele partiu em paz.
24 Então, Joabe foi até o rei e disse-lhe: Que é isto que fizeste? eis que Abner veio a
ti; por que então o deixastes ir, e ele partiu em paz?
25 Não conheces a perfídia de Abner, filho de Ner, porquanto ele veio para enganar-
te, para conhecer a tua saída e a tua entrada, e todas as coisas que fazes?
26 E Joabe deixou a Davi, enviando mensageiros após Abner; e eles o trouxeram de
volta do poço de Sirá. Davi, porém, não sabia disto.
27 Trouxe ele de volta Abner a Hebrom; e Joabe o fez afastar-se do portão para falar
com ele, armando-lhe ciladas, ferindo-o ali nos lombos. E ele morreu por causa do
sangue de Asael, irmão de Joabe.
28 Ouviu Davi falar disso, depois, e disse: Eu e o meu reino estamos sem culpa
diante do Senhor, para sempre, do sangue de Abner, filho de Ner.
29 Caia ele sobre a cabeça de Joabe e sobre toda a casa de seu pai, e não venha a
faltar na casa de Joabe quem tenha um mal, ou um leproso, ou quem se apoie em
um bordão, ou quem caia pela espada, ou quem tenha falta de pão.
30 Porquanto Joabe e seu irmão Abisai armavam ciladas continuamente para Abner,
por este haver matado Asael, seu irmão, em Gibeom, na batalha.
31 Disse Davi a Joabe e a todo o povo que estava com ele: Rasgai as vossas vestes,
cingi-vos de saco, e lamentai diante de Abner. E o rei Davi ia seguindo o féretro.
32 Eles enterram Abner em Hebrom, e o rei, levantando a sua voz, chorou junto de
seu túmulo; e todo o povo chorou por Abner.
33 E o rei lamentou sobre Abner, dizendo: Porventura deveria Abner morrer a morte
de Nabal?
34 As tuas mãos não estavam atadas, e os teus pés não foram colocados em
grilhões; ninguém aproximou-se de ti como de Nabal; caíste diante dos filhos da
iniquidade.
35 Então, todo o povo reuniu-se para chorar por ele. E o povo veio para fazer com
que Davi comesse pão, sendo ainda dia; mas Davi jurou, dizendo: Deus assim me
faça, e outro tanto, se eu comer pão ou qualquer coisa antes que o sol se ponha.
36 O povo viu-o, e todas as coisas que o rei fez diante das pessoas eram agradáveis
aos seus olhos.
37 Então, todo o povo e todo o Israel souberam, naquele dia, que não era vontade
do rei que matassem a Abner, filho de Ner.
38 E disse o rei aos seus servos: Não sabeis vós que um grande príncipe, no dia de
hoje, caiu em Israel?
39 E eis que sou hoje apenas um seu parente, e como se isto não fosse nada. Porém,
estes homens, filhos de Zeruia, são poderosos demais para mim. O Senhor
recompense o malfeitor de acordo com a sua maldade.
1 Is-Bosete, o filho de Saul, soube que Abner, filho de Ner, tinha morrido em
Hebrom. Suas mãos ficaram como que paralisadas, e todos os homens de Israel
começaram a se enfraquecer.
2 E Is-Bosete, filho de Saul, tinha dois homens, capitães de tropas; o nome de um era
Baaná, e o nome do outro Recabe, filhos de Rimom, o beerotita, dos filhos de
Benjamim; porque Beerote foi contada para os filhos de Benjamin.
3 Os beerotitas fugiram para Gitaim, e tem sido peregrinos ali até ao dia de hoje.
4 Jônatas, filho de Saul, tinha um filho, coxo de seus pés, com cinco anos de idade.
Ele estava no caminho quando a notícia de Saul e Jônatas, seu filho, veio de Jezreel,
e a sua ama o tomou e fugiu; e aconteceu, quando ela se retirou apressadamente,
que ele caiu e ficou aleijado. Seu nome era Mefibosete.
5 Recabe e Baaná, os filhos de Rimom, o beerotita, aproximaram-se, e vieram no
calor do dia à casa de Is-Bosete; e ele estava dormindo em sua cama, ao meio-dia.
6 Eis que o porteiro da casa estava padejando o trigo, e ele tinha adormecido;
então, os irmãos Recabe e Baaná adentraram secretamente na casa.
7 Is-Bosete estava dormindo em sua cama, em seu quarto; e feriram-no e o
mataram, tirando-lhe a cabeça. Eles tomaram a sua cabeça, e caminharam a noite
toda pela estrada ocidental.
8 E trouxeram a cabeça de Is-Bosete a Davi, em Hebrom; e disseram ao rei: Eis aqui a
cabeça de Is-Bosete, o filho de Saul, teu inimigo, que procurava a tua vida; e o
Senhor tem executado para o rei meu senhor vingança em seus inimigos, como se
vê neste dia; em Saul, teu inimigo, e sobre a sua semente.
9 Então, Davi respondeu a Recabe e a Baaná, seu irmão, filhos de Rimom o
beerotita, e disse-lhes: Vive o Senhor, que remiu a minha alma de toda a angústia!
10 Aquele que me relatou estar Saul morto, ainda que ele era como um trazendo
boas novas para mim, apanhei-o e matei-o em Ziclague, aquele á quem eu devia,
como ele pensava, ter dado uma recompensa por suas notícias.
11 E agora, homens maus mataram um homem justo em sua casa, em sua cama; das
vossas mãos irei requerer o seu sangue, e vos exterminarei de sobre a terra.
12 Davi deu ordem aos seus moços, e eles os mataram; e cortaram-lhes as mãos e os
pés, pendurando-os na fonte, em Hebrom; e enterraram a cabeça de Is-Bosete no
túmulo de Abner, filho de Ner.
2 Reis (2 Samuel) - Capítulo 5
1 E todas as tribos de Israel vieram a Davi em Hebrom, e disseram- lhe: Eis que nós
somos teus ossos e tua carne.
2 Até agora, Saul havendo reinado sobre nós, tu foste quem fizeste entrar e sair em
Israel, e o Senhor te disse: Apascentarás o meu povo de Israel, e serás um líder para
o meu povo em Israel.
3 E todos os anciãos de Israel vieram ao rei em Hebrom, e o rei Davi fez com eles um
pacto, em Hebrom, perante o Senhor; e eles ungiram a Davi rei sobre todo o Israel.
4 Davi tinha trinta anos de idade quando começou a reinar, e reinou quarenta anos.
5 Sete anos e seis meses ele reinou em Hebrom sobre Judá, e trinta e três anos
reinou sobre todo o Israel e Judá, em Jerusalém.
6 Davi e seus homens partiram para Jerusalém, para os jebuseus que habitavam a
terra; e foi dito a Davi: Tu não entrarás aqui, pois os cegos e os coxos resistir-te-ão,
dizendo: Davi não entrará aqui.
7 E Davi tomou, primeiramente, a fortaleza de Sião. Esta é a cidade de Davi.
8 Disse Davi, naquele dia: Qualquer que ferir os jebuseus, que ele ataque com a sua
espada tanto os coxos como os cegos, e todos os que odeiam a alma de Davi. Por
isso é que se diz: os coxos e os cegos não entrarão na casa do Senhor.
9 Davi habitou na fortaleza, a qual foi chamada cidade de Davi, construindo a cidade
ao redor da cidadela; e edificou a sua própria casa.
10 E Davi progrediu e tornou-se grande, pois o Senhor Todo-Poderoso estava com
ele.
11 Hirão, rei de Tiro, enviou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, e carpinteiros e
pedreiros; e eles construíram uma casa para Davi.
12 Davi sabia que o Senhor o havia preparado para ser rei sobre Israel e que o seu
reino era exaltado por amor do seu povo Israel.
13 E Davi tomou, ainda mais, esposas e concubinas de Jerusalém, depois que veio de
Hebrom. Teve Davi, ainda, outros filhos e filhas que lhe nasceram.
14 E estes são os nomes dos que lhe nasceram em Jerusalém: Samua, Sobabe, Natã,
Salomão,
15 Ibar, Elisua, Nefegue, Jafia,
16 Elisama, Eliada, Elifelete, Samá, Jessibá, Natã, Galaman, Jebar, Disas, Elifelete,
Negede, Nefeque, Jenadã, Lisemis, Baal-Imate, Elifaate.
17 Os filisteus ouviram que Davi havia sido ungido rei sobre Israel, e subiram, todos,
em busca de Davi. Davi ouviu falar disto, e desceu à fortaleza.
18 Vieram os filisteus, e se reuniram no vale dos gigantes.
19 Consultou Davi ao Senhor, dizendo: Subirei contra os filisteus? entregá-los-ás em
minhas mãos? E o Senhor disse a Davi: Sobe, pois eu, certamente, entregarei os
filisteus nas tuas mãos.
20 Assim, Davi veio das brechas Superiores, e feriu lá os filisteus; e Davi disse: O
Senhor destruiu os filisteus hostis diante de mim, como a água é dispersa. Por isso o
nome daquele lugar foi chamado brechas Superiores.
21 Deixaram eles, ali, os seus deuses, e Davi e os seus homens os tomaram.
22 Os filisteus tornaram a subir, e acamparam-se no vale dos Gigantes.
23 Davi consultou ao Senhor, e o Senhor disse: Não irás ao encontro deles; afasta-te
deles, e encontrá-los-ás próximo ao lugar do Pranto.
24 E sucederá, quando escutares o som de marcha vindo do bosque do Pranto, que,
então, irás ao encontro deles; e, em seguida, o Senhor sairá diante de ti a fazer
estragos na batalha com os filisteus.
25 Davi fez como o Senhor lhe ordenara, e feriu os filisteus desde Geba até a terra
de Gezer.
1 E aconteceu, quando o rei Davi estava em sua casa e o Senhor lhe tinha dado uma
herança de todos os lados, livre de todos os seus inimigos ao redor,
2 que o rei disse ao profeta Natã: Eis que moro numa casa de cedro, e a arca do
Senhor habita no meio de uma tenda.
3 Então, Natã disse ao rei: Vai, e faze tudo quanto está no teu coração, porque o
Senhor é contigo.
4 E sucedeu, naquela noite, que a palavra do Senhor veio a Natã, dizendo:
5 Vai, e fala com meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Não me construirás uma casa
para nela eu habitar;
6 porquanto não tenho habitado em uma casa desde o dia em que fiz subir os filhos
de Israel para fora do Egito, até hoje; tenho, porém, viajado em um alojamento e em
uma tenda
7 por onde quer que fui com todo o Israel. Alguma vez falei eu com qualquer das
tribos de Israel para ordenar a meu povo de Israel, dizendo: Por que não me tendes
edificado uma casa de cedro?
8 Agora então, assim falarás com meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos exércitos:
Eu te tomei da malhada para que fosses príncipe sobre o meu povo, sobre Israel.
9 Estava contigo onde quer que andaste e destruí todos os teus inimigos diante de
ti; e fiz-te renomado de acordo com a fama dos grandes da terra.
10 Indicarei um lugar para o meu povo Israel e o plantarei, e habitarão sozinhos, e
não mais estarão angustiados, nem o filho da iniquidade o afligirá mais, como tem
feito, desde sempre,
11 desde os dias em que houveram juízes sobre o meu povo de Israel; e dar-te-ei
descanso de todos os teus inimigos. Então, o Senhor dir-te-á que lhe construas uma
casa.
12 E acontecerá, quando se cumprirem os teus dias e vieres a dormir com teus pais,
que eu levantarei a tua descendência depois de ti, gerada de ti mesmo, e
estabelecerei o seu reino.
13 Este edificará para mim uma casa ao meu nome, e irei confirmar o seu trono para
sempre.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Quando vier a transgredir,
então o castigarei com vara de homens e com açoites de filhos de homens.
15 Mas a minha misericórdia não retirarei dele, como a retirei daqueles a quem
afastei de minha presença.
16 Sua casa estará segura, e o seu reino firmado para sempre diante de mim; e o seu
trono será estabelecido para sempre.
17 De acordo com todas estas palavras, e conforme toda esta visão, assim falou
Natã a Davi.
18 E o rei Davi entrou, e sentou-se diante do Senhor; e disse: Quem sou eu, ó
Senhor, meu Senhor, e que é a minha casa, que me tens amado, até hoje?
19 Levando em consideração que eu era muito pequeno diante de ti, ó Senhor, meu
Senhor; e tu ainda falaste a respeito da casa de teu servo para tempos distantes. É
esta a lei do homem, Senhor, meu Senhor?
20 E o que haverá de Davi, ainda, dizer-te? agora, pois, tu conheces o teu servo, ó
Senhor, meu Senhor,
21 e já tens agido por amor do teu servo. Segundo o teu coração fizeste toda esta
grandeza, para tornar isto conhecido ao teu servo,
22 para que ele possa engrandecer-te, ó meu Senhor. Não há ninguém semelhante a
ti, e Deus não existe além de ti dentre todos a respeito dos quais temos ouvido com
os nossos ouvidos.
23 Que outra nação na terra é como o teu povo Israel, do qual Deus era o seu guia
para resgatar para si um povo, para fazer-te um nome, para agir poderosamente e
nobremente, de maneira que deverias expulsar nações e seus tabernáculos da
presença de teu povo, que verdadeiramente resgataste para ti, tirando-o do Egito?
24 E preparaste para ti o teu povo Israel, para ser um povo para sempre; e tu,
Senhor, és o seu Deus.
25 E agora, ó meu Senhor, o Todo-Poderoso Senhor Deus de Israel, confirma para
sempre a palavra que falaste acerca do teu servo e à sua casa; agora, pois, como
disseste,
26 que o teu nome seja engrandecido para sempre.
27 Todo Poderoso Senhor Deus de Israel, tens abrido os ouvidos do teu servo,
dizendo-lhe: Edificar-te-ei uma casa; por isso, o teu servo tem achado, em seu
coração, de fazer-te esta oração.
28 E agora, ó Senhor, meu Senhor, tu és Deus e as tuas palavras provar-se-ão
verdadeiras, e tens falado essas coisas boas acerca do teu servo.
29 Começa, pois, a abençoar a casa do teu servo a fim de que ele permaneça para
sempre diante de ti; porque tu, ó Senhor, meu Senhor, o disseste, e a casa do teu
servo será abençoada com a tua bênção a fim de continuar para sempre.
1 E disse Davi: Vive, ainda, alguém da casa de Saul, para que eu possa lidar
bondosamente com ele, por amor de Jônatas?
2 E havia um servo da casa de Saul, cujo nome era Ziba. Chamaram-no para que
viesse a Davi, e o rei disse-lhe: És tu Ziba? e ele respondeu: Eu sou, teu servo.
3 E disse o rei: Existe ainda um homem da casa de Saul, para que eu possa
demonstrar para com ele a misericórdia de Deus? e Ziba disse ao rei: Ainda há um
filho de Jônatas, aleijado dos pés.
4 Então, disse o rei: Onde está ele? e Ziba respondeu ao rei: Eis que está na casa de
Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar.
5 E o rei Davi foi, trazendo-o da casa de Maquir, filho de Amiel, de Lo-debar.
6 Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, foi ao rei Davi e, caindo com o rosto em
terra, fez-lhe reverência; e Davi falou: Mefibosete. E ele respondeu: Eis aqui o teu
servo.
7 Davi disse-lhe: Não temas, porque eu, certamente, serei misericordioso contigo
por amor de Jônatas, teu pai, e irei restituir para ti toda a terra de Saul, pai de teu
pai; e comerás pão à minha mesa, continuamente.
8 Mefibosete fez-lhe reverência, e disse: Quem sou eu, teu servo, que tens atentado
para um cão morto como eu?
9 O rei, então, chamou Ziba, servo de Saul, e disse-lhe: Tudo o que pertencia a Saul e
a toda a sua casa tenho dado ao filho de teu senhor.
10 E tu e os teus filhos, e os teus servos, deverão lavrar-lhe a terra. Trarás o pão para
o filho de teu senhor, e ele o comerá. Mefibosete, o filho de teu senhor, comerá
continuamente em minha mesa. Ziba tinha quinze filhos e vinte servos.
11 E Ziba disse ao rei: Conforme a tudo quanto meu senhor, o rei, ordenou para o
seu servo, assim fará o teu servo. E Mefibosete comia à mesa de Davi, como um dos
filhos do rei.
12 Mefibosete tinha um filho pequeno, cujo nome era Mica. E Ziba e toda a sua casa
eram servos de Mefibosete.
13 E Mefibosete habitou em Jerusalém; pois ele, continuamente, comia à mesa do
rei. Era ele coxo de ambos os pés.
1 Aconteceu depois disto que o rei dos filhos de Amom morreu e Hanum, seu filho,
reinou em seu lugar.
2 E disse Davi: Mostrarei misericórdia para com Hanum, filho de Naás, de acordo
como seu pai tratou misericordiosamente para comigo. E Davi enviou uma
mensagem para consolá-lo acerca de seu pai, pela mão dos seus servos; e os servos
de Davi chegaram à terra dos filhos de Amom.
3 Mas os príncipes dos filhos de Hanum disseram a Hanum, seu Senhor: É para
honrar teu pai diante de ti que Davi enviou consoladores ao teu encontro? Não
enviou, antes, os seus servos a ti a fim de que eles vasculhem a cidade, espiem-na e
examinem-na?
4 Hanum, então, tomou os servos de Davi e raspou-lhes a barba, e cortou-lhes as
vestes no meio até a altura das coxas, despedindo-os.
5 Trouxeram a Davi notícia sobre o que havia acontecido aos seus homens, e ele
ordenou que fossem ao seu encontro, porquanto haviam sido grandemente
desonrados. E o rei disse: Permanecei em Jericó até que as vossas barbas tenham
crescido e, então, retornareis.
6 Os filhos de Amom viram que o povo de Davi havia sido envergonhado; então, os
filhos de Amom tomaram a soldo os sírios de Bete-Reobe e os sírios de Zobá e de
Rube, vinte mil homens de infantaria; e do rei de Amaleque mil homens, e de
Aistobe doze mil homens.
7 Davi o ouviu, e enviou Joabe com todo o seu exército, os mais valentes.
8 Os filhos de Amom saíram e ordenaram a batalha à entrada da porta. Os da Síria,
Zobá, Rube, Aistobe e Amaleque ficando separados no campo.
9 Viu Joabe que a frente da batalha estava contra ele pela frente e por detrás, e
escolheu alguns de todos os jovens de Israel; e se puseram em ordem contra a Síria.
10 O resto do povo entregou na mão de Abisai, seu irmão; e eles ordenaram a
batalha em frente aos filhos de Amom.
11 Disse ele: Se a Síria for muito forte para mim, ajudar-me-eis; porém, se os
amonitas forem mais fortes do que vós, estaremos prontos para ajudar-vos.
12 Sede corajosos. Sejamos fortes pelo nosso povo e pelo bem das cidades do nosso
Deus; e o Senhor fará o que é bom aos seus olhos.
13 Joabe e o povo com ele avançaram para a batalha contra a Síria, e eles fugiram de
diante dele.
14 Viram os filhos de Amom que os sírios fugiam, e eles também fugiram diante de
Abisai, entrando na cidade. Voltou Joabe dos filhos de Amom, e veio para
Jerusalém.
15 Viram os sírios que estavam derrotados diante de Israel, e refizeram-se.
16 E Hadadezer enviou mensageiros, reunindo os sírios do outro lado do rio
Halamaque; e eles vieram para Helã. Soboque, o chefe do exército de Hadadezer,
estava sobre eles.
17 Foi isto noticiado para Davi, e ele reuniu todo o Israel e passou o Jordão, vindo à
Helã. Os sírios ordenaram a batalha contra Davi e pelejaram contra ele.
18 E a Síria fugiu de diante de Israel, tendo Davi destruído da Síria setecentos carros
e quarenta mil cavaleiros, e ferido a Soboque, chefe do seu exército; e ele morreu
ali.
19 Todos os reis dos servos de Hadadezer viram que eles foram humilhados diante
de Israel; e eles se passaram a Israel e o serviram. E a Síria temia ajudar ainda mais
aos filhos de Amom.
1 O Senhor enviou o profeta Natã a Davi, o qual foi até ele e disse-lhe: Havia dois
homens numa cidade, um rico e o outro pobre.
2 O homem rico tinha muitos rebanhos e manadas.
3 O pobre, porém, tinha apenas uma pequena cordeira, que ele havia comprado e
preservado, criando-a, a qual cresceu junto dele e dos seus filhos. Ela comia do seu
pão, bebia do seu copo e dormia em seu regaço; e era para ele como uma filha.
4 Um viajante veio ao homem rico e, deixando este de tomar das suas ovelhas e das
suas manadas afim de preparar uma refeição para o viajante que lhe aparecera,
tomou a cordeira do homem pobre e a preparou para o homem que veio a ele.
5 Então, Davi ficou tomado de furor contra o homem. E disse Davi a Natã: Vive o
Senhor! O homem que fez isso certamente morrerá.
6 E ele restaurará o cordeiro sete vezes, porque não o poupou.
7 E disse Natã a Davi: Tu és o homem que fez esta coisa! Assim diz o Senhor, Deus de
Israel: Eu te ungi rei sobre Israel, salvando-te das mãos de Saul;
8 dei-te a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em teu seio, e dei-te a
casa de Israel e Judá; e se isso tinha sido pouco, eu te daria ainda mais.
9 Porque tens tu desprezado a palavra do Senhor, para fazer o que é mau aos seus
olhos? Mataste Urias, o heteu, com a espada e tomaste a sua mulher para ser tua
mulher; mataste-o com a espada dos filhos de Amom.
10 Agora, pois, a espada não se apartará da tua casa para sempre, porquanto tens
me desprezado, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher.
11 Assim diz o Senhor: Eis que eu levantarei contra ti o mal, da tua própria casa;
tomarei tuas mulheres perante os teus olhos e as darei ao teu próximo, o qual se
deitará com tuas mulheres diante deste sol.
12 Pois tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante os olhos de todo o
Israel e diante do sol.
13 Disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E Natã respondeu a Davi: O Senhor
perdoou o teu pecado; não morrerás.
14 Contudo, porque tens dado grande ocasião de provocação aos inimigos do
Senhor, por causa disto, teu filho que há de nascer para ti certamente morrerá.
15 E Natã foi para sua casa. E o Senhor feriu a criança que a mulher de Urias, o
heteu, dera a Davi, e ela ficou doente.
16 Consultou Davi a Deus sobre a criança, e jejuou, ficando a noite toda prostrado
sobre a terra.
17 Então, os anciãos da sua casa se levantaram e foram a ele para levantá-lo do
chão; mas ele não quis levantar-se, nem comeu com eles.
18 E sucedeu que, ao sétimo dia, morreu a criança, e os servos de Davi tinham medo
de contar-lhe que a criança estava morta; pois diziam: Eis que, estando a criança
ainda viva, falamos-lhe e ele não deu ouvidos à nossa voz. Deveríamos dizer a ele
que a criança está morta? Pois que ele faria algum mal contra si mesmo.
19 Davi percebeu que seus servos cochichavam, e entendeu que a criança estava
morta. E Davi perguntou aos seus servos: Está morta a criança? e eles responderam:
Está morta.
20 Então, Davi se levantou da terra, lavou-se, ungiu-se e mudou as suas roupas; e
entrou na casa de Deus e adorou. Indo para a sua casa, pediu pão para comer.
Puseram pão, e ele comeu.
21 E os servos lhe disseram: Que é isto que fizeste com respeito a criança? enquanto
ela ainda estava viva tu jejuaste e choraste; e agora que a criança está morta tu te
levantas, comes pão e bebes?
22 E Davi respondeu: Quando a criança ainda vivia, jejuei e chorei; pois disse: Quem
sabe o Senhor terá pena de mim, e a criança viverá?
23 Mas agora ela está morta; por que deveria jejuar? Seria eu capaz de trazê-la de
volta? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim.
24 Então, consolou Davi a Bate-Seba, sua esposa, e teve relações com ela, deitando-
se com ela, que concebeu e deu à luz a um filho, chamando o seu nome Salomão. E
o Senhor o amava.
25 E enviou uma palavra pela mão do profeta Natã, chamando o seu nome Jededias,
por causa do Senhor.
26 Ora, pelejou Joabe contra Rabá dos filhos de Amom, e tomou a cidade real.
27 Então, mandou Joabe mensageiros a Davi, dizendo: Lutei contra Rabá e tomei a
cidade das Águas.
28 Agora pois, reúne o resto do povo, acampa contra a cidade e captura-a de
antemão, para que eu não tome a cidade em primeiro lugar e o meu nome seja
chamado sobre ela.
29 Davi, então, ajuntou todo o povo e foi para Rabá; e pelejou contra ela, tomando-
a.
30 E tomou a coroa de Molcom, seu rei, retirando-a de sua cabeça; o peso dela era
de um talento de ouro, com pedras preciosas, e foi posta sobre a cabeça de Davi. E,
da cidade, levou muito despojo.
31 E trazendo o povo que havia nela colocou-los sob a serra, e sob as talhadeiras e
machados de ferro, e os fez passar pelos fornos de tijolos. E assim fez a todas as
cidades dos filhos de Amom. E Davi e todo o povo voltaram para Jerusalém.
1 Aconteceu, depois disto, que Absalão, filho de Davi, tinha uma irmã muito bonita,
cujo nome era Tamar; e Amnon, filho de Davi, a amava.
2 E Amnon estava angustiado, a ponto de adoecer, por causa de Tamar, sua irmã;
pois ela era virgem, e parecia muito difícil para Amnon chegar a fazer qualquer coisa
com ela.
3 Tinha Amnom um amigo cujo nome era Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi;
Jonadabe era um homem muito astuto.
4 E disse-lhe: Que é que te aflige, que estás assim enfraquecendo, ó filho do rei,
manhã após manhã? Porventura não me contarias? E Amnon disse-lhe: Amo Tamar,
irmã de meu irmão Absalão.
5 Então, Jonadabe lhe disse: Deita-te sobre a tua cama, fingindo-te doente e, assim,
teu pai virá ver-te; e dize-lhe: Deixa, peço-te, Tamar minha irmã vir e alimentar-me
com migalhas; e que ela prepare a comida diante dos meus olhos, para que eu possa
ver e comer de suas mãos.
6 Então, Amnom deitou-se e fingiu-se doente; entrou o rei para vê-lo, e Amnon disse
ao rei: Deixa, peço-te, minha irmã Tamar vir a mim e fazer dois bolos diante dos
meus olhos, e comê-los-ei de sua mão.
7 Davi mandou chamar Tamar à sua casa, dizendo-lhe: Vai à casa de teu irmão e
prepara-lhe alguma comida.
8 Tamar foi para a casa de seu irmão Amnon, e ele estava deitado. Ela tomou a
massa e, amassando-a, fez bolos diante dos seus olhos, e os assou.
9 E, tomando a frigideira, pô-los diante dele, mas ele não quis comer. E Amnon
disse: Retirai os homens da minha presença. E eles removeram todos os homens
que estavam junto com ele.
10 E disse Amnon a Tamar: Traze a comida para dentro da câmara, e comerei da tua
mão. Tamar, tomando os bolos que fizera, levou-os a seu irmão Amnon, na câmara.
11 Ela trouxe-os para que ele comesse, mas ele agarrou-a, e disse-lhe: Vem, deita-te
comigo, minha irmã.
12 Ela, porém, lhe disse: Não, meu irmão, não me humilhes, porque não deve ser
assim em Israel; não faças essa loucura.
13 E eu, para onde irei com o meu opróbrio? e tu serás como um dos loucos de
Israel. Agora, então, fala, peço-te, com o rei, pois certamente ele não irá negar-me a
ti.
14 Mas Amnon não quis dar ouvidos à sua voz; e, prevalecendo contra ela,
humilhou-a; e se deitou com ela.
15 Então, Amnon odiou-a com grande ódio; pois o ódio com que a odiava, então, era
maior do que o amor com que a amava anteriormente; pois a última maldade foi
maior do que a primeira. E Amnon lhe disse: Levanta-te, vai embora.
16 E Tamar falou-lhe sobre este grande mal: Maior, disse ela, que o outro que me
fizeste, mandando-me, agora, embora. Amnon, porém, não quis ouvir a sua voz.
17 Chamando ele o seu moço, que tinha o encargo da casa, disse-lhe: Põe esta
mulher longe de mim! E fechou a porta atrás dela.
18 Tinha ela sobre si um manto de cores variegadas, pois assim costumavam as
filhas do rei que ainda eram virgens vestir-se; e o seu servo levou-a para fora,
fechando a porta atrás dela.
19 Tamar tomou cinza e colocou-a em sua cabeça, rasgou a roupa de cores
variegadas que estava sobre ela e, pondo as mãos sobre a cabeça, saiu chorando
copiosamente.
20 E Absalão, seu irmão, disse-lhe: Teu irmão Amnon esteve contigo? Agora, então,
minha irmã, fica em silêncio, pois ele é teu irmão; cuida-te de não mencionar este
assunto. E Tamar habitava, como viúva, na casa de seu irmão Absalão.
21 O rei Davi ouviu todas estas coisas e ficou muito zangado; mas ele não
entristeceu o espírito de seu Filho Amnon, porque o amava, pois era seu
primogênito.
22 Absalão não falou com Amnon bem ou mal, porquanto odiava a Amnom, por
conta de ele haver humilhando sua irmã Tamar.
23 E sucedeu, ao fim de dois anos inteiros, que estavam tosquiando as ovelhas para
Absalão em Baal-Hazor, perto de Efraim; e Absalão convidou todos os filhos do rei.
24 Absalão foi ao rei, e disse-lhe: Eis que teu servo tem uma tosquia; que agora,
pois, o rei e os seus servos venham ao encontro do teu servo.
25 E disse o rei a Absalão: Não, meu filho, não vamos ir todos, e não iremos ser
onerosos para ti. E instou com ele, mas ele não quis ir; contudo, o abençoou.
26 E Absalão disse-lhe: Ao menos deixes, peço-te, meu irmão Amnon ir com a gente.
E o rei lhe disse: Por que ele deveria ir contigo?
27 Mas Absalão insistiu até que ele enviou, junto dele, Amnon e todos os filhos do
rei; e Absalão fez um banquete, como banquete de rei.
28 E Absalão deu encargo aos seus servos, dizendo: Estai atentos; quando o coração
de Amnon estiver alegre do vinho e eu vos disser: Feri a Amnom, matai-o. Não
temais. Não sou eu que vos mando? Sede fortes e valentes.
29 Os servos de Absalão fizeram a Amnom como Absalão lhes ordenara; e todos os
filhos do rei se levantaram, montaram cada um a sua mula e fugiram.
30 E sucedeu, quando eles estavam no caminho, que um relato foi apresentado a
Davi, dizendo: Absalão matou todos os filhos do rei; nem um só deles ficou.
31 Então, o rei se levantou e rasgou as suas vestes, atirando-se ao chão; e todos os
seus servos que estavam de pé em volta dele rasgaram as suas vestes.
32 Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi, porém, respondeu e disse: Não diga o
meu Senhor, o rei, que ele matou todos os jovens filhos do rei, pois somente
Amnon, de todos eles, é morto; pois ele foi destinado para a morte pela boca de
Absalão, desde o dia em que humilhou sua irmã Tamar.
33 Agora, pois, não leve o rei meu senhor o assunto tão a sério, dizendo: Todos os
filhos do rei estão mortos; porque Amnon somente, deles, está morto.
34 Absalão fugiu. E o jovem vigia, levantando os olhos, olhou e eis que muito povo
vinha pelo caminho detrás dele, do lado da montanha, na descida; e o vigia veio e
disse ao rei: Tenho visto homens vindo pelo caminho de Oronen, pelo lado da
montanha.
35 Então, disse Jonadabe ao rei: Eis que os filhos do rei estão presentes; aconteceu
de acordo com a palavra do teu servo.
36 E sucedeu, quando ele terminou de falar, que os filhos do rei chegaram, e
levantaram a sua voz e choraram; e também o rei e todos os seus servos choraram
com mui grande choro.
37 Mas Absalão fugiu, indo para Talmai, filho de Amiur, rei de Gesur, para a terra de
Hamachade. E o rei Davi pranteava por seu filho, continuamente.
38 Assim, Absalão fugiu, inso para Gesur; e ali esteve por três anos.
39 E o rei Davi deixou de ir atrás de Absalão, pois já se tinha consolado acerca de
Amnom, a respeito de sua morte.
1 E aconteceu, depois disto, que Absalão preparou para si mesmo carros e cavalos, e
cinquenta homens que corressem adiante dele.
2 Levantando-se de madrugada, ficou ao lado do caminho da porta; e acontecia que
todo homem que tinha uma causa e vinha ao rei a juízo, Absalão gritava para ele,
dizendo: De que cidade és tu? E ele respondia: Teu servo é de uma das tribos de
Israel.
3 Então, Absalão dizia-lhe: Olha, tua causa é justa e clara, porém ainda não tens um
indicado do rei para ouvir-te.
4 E Absalão dizia: Ah! Que alguém fizesse de mim um juiz na terra! E cada homem
que tivesse uma disputa ou causa que ele viesse a mim, e eu iria julgá-lo!
5 E sucedia, quando um homem se aproximava para fazer-lhe reverência, que ele
estendia a mão e segurava-o, beijando-o.
6 Absalão fez desta maneira a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; e, assim,
Absalão ganhou o coração dos homens de Israel.
7 E aconteceu, depois de quarenta anos, que Absalão disse a seu pai: Irei agora e
pagarei os meus votos que prometi ao Senhor, em Hebrom.
8 Pois o teu servo fez um voto, quando morava em Gesur, na Síria, dizendo: Se o
Senhor realmente me restaurar a Jerusalém, então eu irei servir ao Senhor.
9 E o rei lhe disse: Vai em paz. Então ele se levantou e foi para Hebrom.
10 Absalão enviou emissários por todas as tribos de Israel, dizendo: Quando
ouvirdes o som da trombeta, direis: Absalão se tornou rei em Hebrom.
11 E foram com Absalão duzentos homens escolhidos, de Jerusalém; iam eles,
entretanto, na sua simplicidade, pois não sabiam de nada.
12 Também Absalão mandou buscar Aitofel, o gilonita, conselheiro de Davi, da sua
cidade de Giló, onde ele estava sacrificando; e houve uma conspiração forte. E as
pessoas com Absalão eram cada vez mais numerosas.
13 Então, veio um mensageiro a Davi, dizendo: O coração dos homens de Israel vai
após Absalão.
14 E disse Davi a todos os seus servos que estavam com ele em Jerusalém: Levantai-
vos e fujamos, porque não temos como esconder-nos de Absalão; levantai-vos e
parti, para que ele não nos alcance rapidamente, trazendo o mal sobre nós, ferindo
a cidade com o fio da espada.
15 E os servos do rei disseram-lhe: Em todas as coisas que nosso senhor, o rei,
decidir, eis que somos teus servos.
16 E o rei e toda a sua casa saíram a pé. Mas o rei deixou dez mulheres, de suas
concubinas, para guardarem a casa.
17 E o rei, e todos os seus servos, saíram a pé; e ficaram em uma casa distante.
18 Todos os seus servos iam ao seu lado, e cada queletita, e cada feletita; e eles
pararam próximo a oliveira, no deserto. Todas as pessoas marchavam junto dele,
toda a sua corte, todos os homens valentes e todos os homens de guerra,
seiscentas pessoas; e estavam ao seu lado. E cada queletita, e cada feletita, e os
seiscentos geteus que vieram a pé de Gate, estes iam adiante do rei.
19 Disse o rei a Itai, o geteu: Por que, também tu, vais com a gente? Volta e habita
com o rei, porquanto és um estranho, e tens vindo como um peregrino, de teu
lugar.
20 Considerando que vieste ontem, deveria eu hoje obrigar-te a viajar com a gente,
e, assim, trocar de lugar? Chegaste ontem e deveria eu, hoje, colocar-te em
movimento, para ir junto com a gente? Eu, na verdade, irei para onde quer que vá.
Volta pois, e faze com que os teus irmãos voltem contigo; e que o Senhor trate
misericordiosa e verdadeiramente contigo.
21 Mas Itai respondeu ao rei, dizendo: Vive o Senhor que, assim como meu senhor, o
rei, vive, no lugar aonde meu senhor estiver, seja para morrer ou viver, estará o teu
servo.
22 E disse o rei a Itai: Vem, atravessa comigo. Então Itai, o geteu, e o rei passaram, e
todos os seus servos, e toda a multidão com ele.
23 Toda a terra chorava em alta voz. E todas as pessoas passaram pelo ribeiro de
Cedrom. O rei atravessou o ribeiro de Cedrom, e todo o povo junto com o rei
atravessou em direção ao caminho do deserto.
24 Eis que também Zadoque e todos os levitas estavam com ele, levando a arca da
Aliança do Senhor de Bete-Tar; e depuseram a arca de Deus. Então, Abiatar
levantou-se, até que todo o povo tinha saído para fora da cidade.
25 E disse o rei a Zadoque: Leva a arca de Deus à cidade; se eu achar graça aos olhos
do Senhor, então ele irá trazer-me de volta, para mostrar-me a sua beleza.
26 Porém, se ele vier a dizer Não tenho prazer em ti, eis aqui estou; que faça em
mim segundo aquilo que é bom aos seus olhos.
27 E disse mais o rei a Zadoque, o sacerdote: Deveis retornar para a cidade, em paz,
e Aimaás, teu filho, e Jônatas, filho de Abiatar, vossos dois filhos convosco.
28 Eis que permanecerei com o exército em Arabote do deserto, até que hajam
notícias que de vós se reportem a mim.
29 Então, Zadoque e Abiatar trouxeram de volta a arca do Senhor para Jerusalém, e
ela permaneceu lá.
30 Ia Davi subindo pela encosta do monte das Oliveiras, subindo e chorando; e tinha
a cabeça coberta, indo descalço, e todas as pessoas que estavam com ele cobriam,
cada um, a sua cabeça. E dirigiam-se para cima, subindo e chorando.
31 E foi noticiado a Davi, dizendo: Também Aitofel está entre os que conspiraram
com Absalão. E disse Davi: Ó Senhor, meu Deus, desconcerta, peço-te, o conselho
de Aitofel.
32 E Davi chegou até Ros, onde adorou a Deus; e eis que Husai, o chefe amigo de
Davi, saiu para encontrá-lo, tendo rasgado o seu manto; e havia terra sobre a sua
cabeça.
33 Disse-lhe Davi: Se subires comigo, então serás um fardo para mim;
34 porém, se retornares para a cidade e disseres a Absalão: Teus irmãos passaram, e
o rei, teu pai, subiu depois de mim; e, agora, sou teu servo, ó rei. Permita-me viver.
Há pouco tempo eu era o servo de teu pai e, agora, sou o teu humilde servo Assim
desconcertarás, para mim, o conselho de Aitofel.
35 Estarão ali, contigo, Zadoque e Abiatar, os sacerdotes; e será que toda a palavra
que ouvires na casa do rei tu a relatarás para Zadoque e Abiatar, os sacerdotes.
36 Eis que estão ali com eles seus dois filhos, Aimaás, filho de Zadoque, e Jônatas,
filho de Abiatar; e, por eles, informar-me-eis de cada palavra que ouvirdes.
37 Então, Husai, o amigo de Davi, entrou na cidade. E Absalão tinha, recentemente,
ido para Jerusalém.
1 Davi passou um pouco além de Ros, e eis que Ziba, servo de Mefibosete, veio-lhe
ao encontro; tinha ele um par de jumentos carregados, e sobre eles duzentos pães,
cem cachos de passas, cem bolos de tâmaras, e uma garrafa de vinho.
2 E o rei disse para Ziba: Que pretendes com isso? Ziba respondeu, dizendo: Os
jumentos são para a casa do rei assentar-se, os pães e as tâmaras são para os moços
comerem, e o vinho é para os que estão cansados no deserto beberem.
3 Disse o rei: Onde está o filho de teu senhor? Ziba respondeu ao rei: Eis que
permanece em Jerusalém, pois disse: Hoje a casa de Israel restaurará para mim o
reino de meu pai.
4 Então, o rei disse para Ziba: Eis que toda a propriedade de Mefibosete te
pertence. Então Ziba fez reverência, dizendo: Meu senhor, ó rei, que eu ache graça
aos teus olhos.
5 O rei Davi passou a Baurim, e eis que saiu dali um homem da linhagem da casa de
Saul, cujo nome era Simei, filho de Gera. Ele saiu e ia amaldiçoando enquanto ele
subia,
6 e atirava pedras contra Davi e contra todos os servos do rei Davi; e todo o povo e
todos os valorosos iam à direita e à esquerda do rei.
7 E assim dizia Simei quando amaldiçoava: Vai-te, vai-te, homem de sangue, homem
do pecado!
8 O Senhor tornou sobre ti todo o sangue da casa de Saul, porquanto reinaste em
seu lugar; o Senhor tem dado o reino na mão de Absalão, teu filho, e eis que estás
em desgraça, porque és um homem sanguinário.
9 E Abisai, filho de Zeruia, disse ao rei: Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei
meu senhor? Deixa-me passar, agora, e arrancar-lhe a cabeça!
10 Porém, disse o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Deixem-no em paz, e
deixem-no amaldiçoar; pois o Senhor lhe disse para amaldiçoar Davi, e quem dirá:
Por que fizeste assim?
11 E disse mais Davi a Abisai e a todos os seus servos: Eis que meu filho, que saiu das
minhas entranhas, procura a minha vida; ainda mais, agora, pode o filho de
Benjamin! Que ele amaldiçoe, porque o Senhor assim o disse.
12 Se, de alguma maneira, o Senhor olhar para a minha aflição, que da mesma forma
ele transforme em bem a sua maldição deste dia.
13 E Davi e todos os homens com ele foram pelo caminho; e Simei ia pelo lado da
colina, ao seu lado, amaldiçoando conforme ele ia, e lançando-lhe pedras, e
salpicando-o com sujeira.
14 E o rei e todo o povo com ele saíram e descansaram ali.
15 Absalão e os homens de Israel foram para Jerusalém, e Aitofel ia com ele.
16 E aconteceu quando o chefe Husai, amigo de Davi, veio ao encontro de Absalão,
que Husai disse para Absalão: Viva o rei!
17 Disse Absalão para Husai: É esta a tua benevolência para com o teu amigo? Por
que não partiste com ele?
18 Mas Husai respondeu a Absalão: Não seja assim, porém seguindo a quem o
Senhor e este povo e todo o Israel escolheram - dele eu serei, e com ele habitarei.
19 E, ainda mais, a quem serviria eu? Não deveria estar na presença de seu filho?
Como tenho servido aos olhos de teu pai, assim serei na tua presença.
20 E Absalão disse para Aitofel: Deliberai entre vós o que devemos fazer.
21 E Aitofel disse para Absalão: Vai ter com as concubinas de teu pai, as quais ele
deixou para guardarem a casa, e todo o Israel ouvirá que desonraste a teu pai; e as
mãos de todos os que estão contigo serão fortalecidas.
22 Armaram, então, uma tenda para Absalão no terraço, e Absalão relacionou-se
com as concubinas de seu pai à vista de todo o Israel.
23 O conselho de Aitofel, que já aconselhara em dias anteriores, era como se a
pessoa tivesse consultado a palavra de Deus; tal era o conselho de Aitofel, tanto
para Davi como, também, para Absalão.
1 Trouxeram uma palavra a Joabe, dizendo: Eis que o rei chora e chora por Absalão.
2 E a vitória foi transformado, naquele dia, em tristeza para todo o povo, pois o
povo ouviu dizer: O rei se entristece por seu filho.
3 E o povo entrou furtivamente, naquele dia, na cidade, como as pessoas fazem
quando têm vergonha ao fugirem da batalha.
4 O rei escondeu o rosto, e clamou com grande voz: Meu filho Absalão! Absalão,
meu filho!
5 Então, Joabe foi ao encontro do rei, na casa, e disse: Tu tens, neste dia,
envergonhado os rostos de todos os teus servos que hoje te deram livramento e
tem salvo a vida dos teus filhos e das tuas filhas, e as vidas das tuas mulheres e das
tuas concubinas,
6 porquanto amas os que te odeiam e odeias os que te amam; e tens declarado,
hoje, que os teus príncipes e os teus servos não são nada diante dos teus olhos.
Porque vejo, no dia de hoje, que se Absalão estivesse vivo e todos nós mortos então
isto teria sido direito aos teus olhos.
7 Agora, pois, levanta-te e sai para fora, e fala com os teus servos; pois jurei pelo
Senhor que, a menos que saias neste dia, não deverá um só homem permanecer
contigo, esta noite; e saibas que essa coisa será realmente má para ti além de todo
o mal que tem vindo sobre ti desde a tua mocidade e até agora.
8 Então, o rei se levantou, assentou-se à porta, e todas as pessoas o relataram,
dizendo: Eis que o rei está na porta. E todo o povo apresentou-se ao rei na porta;
pois Israel havia fugido, cada um para a sua tenda.
9 E o povo comentava em todas as tribos de Israel, dizendo: O rei Davi nos livrou de
todos os nossos inimigos e nos resgatou da mão dos filisteus; agora, porém, ele
fugiu da terra e do seu reino, e de Absalão.
10 E Absalão, a quem ungimos sobre nós, morreu na batalha; agora, então, porque
fazeis silêncio sobre trazer de volta o rei? E a palavra de todo o Israel veio ao rei.
11 Então, o rei Davi mandou dizer a Zadoque e a Abiatar, os sacerdotes: Falai aos
anciãos de Israel, dizendo: Por que sois os últimos a trazer de volta o rei para a sua
casa? Pois a palavra de todo o Israel já chegou ao rei, em sua casa.
12 Vós sois meus irmãos, sois meus ossos e minha carne. Por que sois os últimos a
trazer de volta o rei para a sua casa?
13 E direis a Amasa: Não és tu meu osso e minha carne? Deus faça para mim agora o
que lhe aprouver, e outro tanto, se não vieres a ser comandante do exército diante
de mim para sempre, em lugar de Joabe.
14 Assim, moveu ele o coração de todos os homens de Judá como o de um só
homem; e enviaram mensagem ao rei, dizendo: Volta, com todos os teus servos.
15 Então o rei voltou, chegando ao Jordão. E os homens de Judá vieram a Gilgal para
encontrar o rei em seu caminho, e fazer com que ele passasse o Jordão.
16 Simei, filho de Gera, benjamita de Baurim, apressou-se e desceu com os homens
de Judá ao encontro do rei Davi.
17 Mil homens de Benjamim estavam com ele, e Ziba, servo da casa de Saul, com
seus quinze filhos, e seus vinte servos com ele; eles foram até o Jordão, perante o
rei,
18 Fizeram o rei atravessar, e providenciaram uma barca para fazer passar a casa do
rei e para fazer o que era reto aos seus olhos. Então, Simei, filho de Gera, prostrou-
se diante do rei, quando ele passava o Jordão,
19 e disse ao rei: Que o meu senhor, agora, não impute a mim iniquidade, nem
lembre de toda a iniquidade do vosso servo, no dia em que meu senhor saiu de
Jerusalém; que o rei não leve isto em consideração.
20 Porque o teu servo sabe que pecou; e eis que vim neste dia, perante todo o Israel
e a casa de José, descer ao encontro do rei meu senhor.
21 Então. Abisai filho de Zeruia, respondeu e disse: Porventura não deverá Simei ser
condenado à morte, pois que amaldiçoou o ungido do Senhor?
22 Mas Davi disse: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia, que armais ciladas
contra mim? Neste dia ninguém em Israel será condenado à morte; porque nem
mesmo sei se reinarei, hoje, sobre Israel.
23 E disse o rei a Simei: Não morrerás. E o rei jurou-lhe.
24 Mefibosete, o filho do filho de Saul, desceu ao encontro do rei, e não tinha
calçado seus pés nem cortado suas unhas nem aparado a sua barba; nem tinha ele
lavado as suas vestes desde o dia em que o rei saíra até o dia em que voltou em paz.
25 E aconteceu, quando ele foi a Jerusalém para encontrar o rei, que o rei disse-lhe:
Por que andas comigo, Mefibosete?
26 E Mefibosete respondeu: Meu senhor, ó rei, meu servo me enganou; pois o teu
servo disse-lhe: Sela-me o jumento, e cavalgarei sobre ele e irei ter com o rei; pois o
teu servo é coxo.
27 E ele se houve aleivosamente com o teu servo a respeito do rei meu senhor. Mas
o rei meu senhor é como um anjo de Deus. Faze o que é bom aos teus olhos.
28 Pois toda a casa de meu pai não era senão como mortos diante do rei meu
senhor; contudo, puseste o teu servo entre os que comem à tua mesa; e que direito
tenho eu, ainda, de clamar ao rei?
29 E o rei lhe disse: Por que falas ainda de teus negócios? Eu disse: Tu e Ziba
repartireis a terra.
30 Respondeu Mefibosete ao rei: Sim, que ele fique com tudo, uma vez que o rei,
meu senhor, voltou em paz para a sua casa!
31 Também Barzilai, o gileadita, desceu de Rogelim e atravessou o Jordão para ir ter
com o rei, para que pudesse conduzir o rei através do Jordão.
32 Barzilai era um homem mui velho, de oitenta anos de idade; e tinha sustentado o
rei quando ele morava em Maanaim; pois era um homem importante.
33 E disse o rei a Barzilai: Virás comigo, e sustentarei tua velhice em Jerusalém.
34 Mas Barzilai respondeu ao rei: Quantos são os dias dos anos da minha vida, que
eu deveria ir com o rei à Jerusalém?
35 Sou velho, no dia de hoje, de oitenta anos de idade. Posso eu, então, distinguir
entre o bem e o mal? Pode teu servo ainda saborear o que como ou bebo? Posso,
por mais tempo ainda, ouvir a voz dos cantores ou cantoras? Por que motivo,
então, o teu servo deveria ser, por mais tempo, um fardo para o rei meu senhor?
36 O teu servo irá um pouco além do Jordão com o rei; e por que o rei me daria esta
recompensa?
37 Deixa, peço-te, o teu servo permanecer aqui; e morrerei na minha cidade, junto
ao túmulo de meu pai e de minha mãe. E eis que o teu servo Quimã passará com o
rei meu senhor. Faze-lhe o que parecer bem aos teus olhos.
38 Então, o rei disse: Que Quimã, portanto, atravesse comigo, e irei fazer com ele o
que é bom aos meus olhos; e tudo o que me solicitares irei fazer por ti.
39 E todo o povo passou o Jordão, e o rei também o passou. O rei beijou a Barzilali e
o abençoou; e ele voltou para o seu lugar.
40 O rei foi até Gilgal, e Quimã foi com ele; todos os homens de Judá
acompanharam o rei, assim como metade do povo de Israel.
41 E eis que todos os homens de Israel vieram ter com o rei, e disseram-lhe: Por que
te furtaram nossos irmãos, os homens de Judá, e conduziram o rei e toda a sua casa
a passar o Jordão, e todos os homens de Davi com ele?
42 E os homens de Judá responderam aos homens de Israel, dizendo: Porquanto o
rei é nosso parente. E por que estais enraivecidos assim a respeito deste assunto?
Temos, de fato, comido a comida do rei? Deu-nos ele um presente, ou enviou-nos
uma parte?
43 Então, os homens de Israel responderam aos homens de Judá, e disseram: Dez
partes temos no rei, e somos mais velho do que vós. Também nos importamos com
Davi mais do que vós. Por que, então, tendes assim nos insultado, e por que não foi
nosso conselho tomado antes que o de Judá, para trazer o nosso rei? Entretanto, a
fala dos homens de Judá foi mais forte do que a fala dos homens de Israel.
1 Houve fome nos dias de Davi, por três anos, ano após ano; então, Davi procurou a
face do Senhor. E o Senhor disse-lhe: Há culpa sobre Saul e a sua casa por causa de
seu assassinato sangrento, com o qual ele matou os gibeonitas.
2 Então, o rei Davi chamou os gibeonitas e falou-lhes (os gibeonitas não são dos
filhos de Israel, mas do restante dos amorreus, e os filhos de Israel tinham
celebrado um pacto com eles. Saul, porém, procurou feri-los no seu zelo pelos filhos
de Israel e Judá).
3 E disse Davi ao gibeonitas: O que devo fazer-vos? Por que meio se fará expiação,
para que abençoeis a herança do Senhor?
4 Responderam-lhe: Nós não temos nenhuma questão a respeito de prata ou ouro
com Saul e com a sua casa, e não há nenhum homem para colocar à morte em Israel
por nós.
5 Então, ele disse: Que dizeis, então? Falai, e irei fazê-lo por vós. E disseram ao rei: O
homem que teria acabado conosco e nos perseguia, que conspirava contra nós para
destruir-nos, iremos destruí-lo, para que ele não permaneça de pé em todo o
território de Israel.
6 Que nos entreguem sete homens de seus filhos, e iremos pendurá-los ao sol para
o Senhor em Gibeá de Saul, lugar escolhido pelo Senhor. E o rei disse: Eu os
entregarei.
7 Porém, o rei poupou Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do
juramento do Senhor que estava entre eles, entre Davi e Jônatas, filho de Saul.
8 Tomou o rei os dois filhos de Rispa, filha de Aiá, que ela dera a Saul, Armoni e
Mefibosete, e os cinco filhos de Mical, filha de Saul, que ela tivera de Adriel, filho de
Barzilai, o meolatita.
9 Ele os entregou nas mãos dos gibeonitas, os quais penduraram-nos ao sol na
montanha, diante do Senhor; e caíram os sete juntos. Foram condenados à morte
nos primeiros dias da colheita, no início da colheita de cevada.
10 Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco e estendeu-o para si sobre
uma rocha, no início da colheita da cevada, até que a água caiu sobre eles, do céu; e
ela não permitiu as aves do céu que viessem sobre eles de dia, nem os animais do
campo, de noite.
11 Foi dito a Davi o que Rispa, filha de Aiá, concubina de Saul tinha feito (estavam
eles enfraquecidos, e Dã, filho de Joá, da prole dos gigantes, alcançou-os),
12 e ele foi e tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho, dos homens
dos filhos de Jabes-Gileade que os roubaram da rua de Bete-Seã. Porquanto os
filisteus colocaram-nos lá no dia em que feriram a Saul em Gilboa.
13 E fez subir dali os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e juntou-os aos
ossos dos que tinham sido enforcados.
14 E enterraram os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho, e os ossos dos que
tinham sido enforcados, na terra de Benjamim, na colina, na sepultura de Quis, seu
pai; e fizeram todas as coisas que o rei ordenara. E, depois disto, Deus ouviu as
orações da terra.
15 Prosseguia ainda a guerra entre os filisteus e Israel, e desceu Davi, e os seus
servos com ele, e lutaram com os filisteus; e Davi fatigou-se.
16 Isbi, que era da descendência de Refa, a cabeça de cuja lança era do peso de
trezentos siclos de bronze e que também estava armado com um cacete, intentou
ferir a Davi.
17 Abisai, filho de Zeruia, socorreu-o e feriu o filisteu, matando-o. Então, os homens
de Davi juraram, dizendo: Não irás mais sair conosco para a batalha; não apagarás a
lâmpada de Israel.
18 Depois disso, houve uma batalha com os filisteus em Gate. Nela, Sibecai, o
husatita, feriu a Safe, da progênie de Refa.
19 E houve uma batalha em Gobe, contra os filisteus. Elanã, filho de Jaaré-Oregim, o
belemita, matou a Golias, o geteu; a haste da sua lança era como um eixo de
tecelão.
20 Houve, ainda, uma batalha em Gate; e estava lá um homem de alta estatura,
cujos dedos nas mãos e nos pés eram seis em cada um, vinte e quatro em número; e
ele também nasceu de Refa.
21 Desafiou ele a Israel, e Jônatas, filho de Seméia, irmão de Davi, o feriu.
22 Estes quatro eram descendentes dos gigantes em Gate, a família de Refa; e
caíram pela mão de Davi e pela mão de seus servos.
1 Davi, então, dirigiu ao Senhor as palavras deste cântico, no dia em que o Senhor o
resgatou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul.
2 E o cântico dizia assim: Ó Senhor, rocha minha, a minha fortaleza e o meu
libertador,
3 o meu Deus! Ele será para mim a minha guarda, confiarei nele; ele é o meu
protetor e a força da minha salvação, o meu auxílio, a minha certeza derefúgio;
salvar-me-ás do homem injusto.
4 Invoco o Senhor, que é digno de ser louvado, e serei salvo dos meus inimigos.
5 Porquanto aflições de morte me cercaram, torrentes de iniquidade me
espantaram;
6 as dores da morte me cercaram, as agonias da morte cingiram-me.
7 Quando aflito invocarei o Senhor, clamarei para o meu Deus e ele ouvirá a minha
voz do seu templo, e o meu clamor entrará em seus ouvidos.
8 A terra foi conturbada e tremeu, os fundamentos dos céus foram confundidos e
dilacerados porque o Senhor se indignou contra eles.
9 Subiu fumaça em sua ira, e fogo devorador de sua boca; carvões se acenderam
diante dele.
10 Ele abaixou os céus, e desceu; havia escuridão debaixo de seus pés.
11 Montou nos querubins e voou, e foi visto sobre as asas do vento.
12 Fez das trevas o seu esconderijo; o tabernáculo ao redor dele era a escuridão das
águas; ele o condensou com as nuvens do céu.
13 Do resplendor diante dele brasas de fogo se acenderam.
14 O Senhor trovejou do céu, o Altíssimo fez soar a sua voz.
15 Ele enviou setas e as espalhou, resplandecendo o seu relâmpago, e ficaram
consternados.
16 Os canais do mar foram vistos, os fundamentos do mundo se descobriram pela
repreensão do Senhor, ao sopro do vento da sua ira.
17 Ordenou desde o alto e me tomou; tirou-me das muitas águas.
18 Livrou-me dos meus fortes inimigos, daqueles que me odiavam, pois eram mais
fortes do que eu.
19 Os dias da minha aflição surpreenderam-me, mas o Senhor foi a minha segurança.
20 Levou-me para um lugar espaçoso e salvou-me, porque tinha prazer em mim.
21 O Senhor me recompensou conforme a minha justiça; de acordo com a pureza
das minhas mãos ele me recompensou,
22 porquanto guardei os caminhos do Senhor, e não me apartei perversamente do
meu Deus.
23 Porque todos os seus juízos e as suas ordenanças estão diante de mim; não me
afastei deles.
24 Serei irrepreensível diante dele; guardar-me-ei da minha iniqüidade.
25 O Senhor me recompensa conforme a minha justiça, conforme a pureza das
minhas mãos diante dos seus olhos.
26 Com o santo hás de ser santo, e com o homem perfeito serás perfeito;
27 com o excelente serás excelente, e com o perverso serás perverso.
28 Tu salvarás os pobres e abaterás os olhos do arrogante.
29 Pois tu, Senhor, és a minha lâmpada; o Senhor brilha para mim na minha
escuridão.
30 Portanto, por ti correrei como um homem cingido, e por meu Deus saltarei uma
muralha.
31 Quanto ao Poderoso, o seu caminho é perfeito; a palavra do Senhor é forte e
provada no fogo. Ele é um protetor para todos os que confiam nele.
32 Quem é forte, senão o Senhor? Quem é Criador senão o nosso Deus?
33 O Poderoso é que me fortalece com poder, e preparou o meu caminho sem
culpa.
34 Faz os meus pés como os do cervo e me coloca sobre lugares altos.
35 Instrui as minhas mãos para a guerra, e quebra um arco de bronze pelo meu
braço.
36 Tu me deste o escudo da minha salvação, e o teu tratar propício me fez
prosperar
37 de modo a dar espaço sob mim para a minha ida, e as minhas pernas não
cambalearam.
38 Perseguirei os meus inimigos e os destruirei totalmente; não retornarei até que
os tenha consumido.
39 Esmagá-los-ei, e eles não se levantarão; cairão sob os meus pés.
40 Fortaleces-me com poder para a guerra; fazes com os que se levantam contra
mim curvem-se a mjnha frente.
41 Fizeste os meus inimigos fugirem de mim, os que me odiavam, e os mataste.
42 Clamarão, e não haverá quem os ajude; clamarão ao Senhor, porém ele não lhes
dará ouvidos.
43 Moê-los-ei como o pó da terra, esmagá-los-ei como a lama das ruas.
44 Tu me livras-me da contenda dos povos, fazes-me ser o cabeça das nações; um
povo que eu não conhecia me serviu.
45 Estranhos mostraram obediência a mim; prestaram atenção, logo que me
ouviram.
46 Os estranhos serão lançados fora, serão tirados para fora de seus esconderijos.
47 O Senhor vive, e bendito seja o meu guardião! Meu Deus, meu forte guarda, será
exaltado.
48 O Senhor que me vinga é forte, castigando as nações debaixo de mim
49 e resgatando-me dos meus inimigos. Tu me colocarás no alto dentre os que se
levantam contra mim, livrar-me-ás do homem violento.
50 Portanto, eu te louvarei, ó Senhor, entre os gentios, e cantarei ao teu nome.
51 Ele engrandece a salvação do seu rei e age misericordiosamente para com o seu
ungido, para com Davi e a sua descendência, para sempre.
1 São estas as últimas palavras de Davi: Fiel é Davi, filho de Jessé, fiel é o homem a
quem o Senhor levantou para ser o ungido do Deus de Jacó, e formosos são os
salmos de Israel.
2 O Espírito do Senhor falou por meu intermédio, e a sua palavra está na minha
língua.
3 O Deus de Israel diz, o vigia de Israel falou para mim uma parábola. Eu disse entre
os homens: Como iremos reforçar o temor do ungido?
4 E, na luz matutina de Deus, que o sol se levante pela manhã, na luz pela qual
passou o Senhor, após a chuva na erva sobre a terra.
5 Pois não está a minha casa, assim, com o Poderoso? Porque ele fez uma aliança
eterna comigo, perfeita, guardada em todos os tempos; porque toda a minha
salvação e todo o meu desejo é que os ímpios não venham a prosperar.
6 Todos eles são como um espinho pontiagudo, não devem ser tocados com a mão,
7 e um homem não deve laborar entre eles; mas, para isto, deve ter sobre si uma
armadura de ferro, e a haste de uma lança consigo. E queima-los-á no fogo, deverão
ser queimados em sua vergonha.
8 E estes são os nomes dos valentes de Davi: Josebe-Bassebete, o cananeu, capitão
da terceira parte; Edinon, o asonita. Ele sacou da espada contra oitocentos soldados
de uma só vez.
9 E, depois dele, Eleazar, filho de seu tio, filho de Dodô, que estava entre os três
valentes com Davi quando ele desafiou os filisteus reunidos para a guerra. Então, os
homens de Israel se levantaram.
10 Levantou-se ele e feriu os filisteus até que a sua mão cansou, pegando-se à
espada. O Senhor efetuou uma grande salvação naquele dia, e o povo permanecia
atrás dele apenas para despojar os mortos.
11 Depois dele Samá, filho de Agé, o hararita. Os filisteus estavam reunidos em Leí,
havendo lá uma porção de terra cheia de lentilhas; e o povo fugiu de diante dos
filisteus.
12 Ele se manteve, então, firme no meio da porção e resgatou-a, ferindo os filisteus;
e o Senhor efetuou um grande livramento.
13 Também três dos trinta cabeças desceram e vieram a Cason, a Davi, na caverna
de Adulão. Lá estava uma tropa de filisteus. E acamparam-se no vale dos Refains.
14 Davi estava, então, na fortaleza, e a guarnição dos filisteus estava em Belém.
15 E disse Davi: Quem me dará água para beber do poço que está em Belém, junto
ao portão? E a tropa dos filisteus estava em Belém.
16 Então, os três valentes romperam pelo arraial dos filisteus e tiraram água do
poço que estava em Belém junto ao portão. Tomaram-na e a trouxeram a Davi; mas
ele não a quis beber, derramando-a diante do Senhor.
17 E disse: Senhor, não permita que eu venha a fazer isso, que eu venha a beber o
sangue dos homens que foram até lá com o risco de suas vidas. E, assim, ele não
quis beber. Estas coisas fizeram esses três valentes.
18 Abisai, irmão de Joabe, filho de Zeruia, era chefe entre os três, e levantou a sua
lança contra trezentos, matando-os; e tinha um nome entre os três.
19 Dos três ele era o mais honrado, e tornou-se chefe sobre eles; mas não chegou
aos três primeiros.
20 Também Benaia, homem de Cabzeel, filho de Joiada, era abundante em grandes
feitos e feriu os dois filhos de Ariel de Moabe; e desceu, e feriu um leão no meio de
uma cova em um dia nevado.
21 Feriu, também, a um egípcio que era um homem extraordinário. Na mão deste
havia uma lança que parecia o lado de uma escada; e desceu a ele com um cajado,
arrancando a lança da mão do egípcio e matando-o com ela.
22 Estas coisas fez Benaia, filho de Joiada; e ele tinha um nome entre os três
valentes.
23 Era ele honrado entre os segundos três, porém não chegou aos primeiros três; e
Davi fez dele seu informante. Estes são os nomes dos valentes do rei Davi:
24 Asael, irmão de Joabe. Ele estava entre os trinta; Eleanã, filho de Dodô, seu tio
em Belém;
25 Samá, o harodita;
26 Helez, o paltita; Ira, filho de Iques, o tecoíta;
27 Abiezer, o anatotita, dos filhos de Anatote;
28 Zalmom, o aoíta; Maarai, o netofatita;
29 Itaí, filho de Ribai, de Gibeá, filho de Benjamin, o efrateu; Asmode, o bardiamita;
Emasu, o saalbonita;
30 Edrai, dos ribeiros;
31 Abi-Albom, filho do arabotita;
32 dos filhos de Jásen, Jônatas;
33 Sama, o hararita; Aião, filho de Sarar, o ararita;
34 Elifelete, filho de Aasbai, o filho do maacatita; Eliã, filho de Aitofel, o gilonita;
35 Hezrai, o carmelita, filho de Ureorchi;.
36 Jigeal, filho de Natã, o filho de muito valor, filho de Galaade; Elie, o amonita;
37 Naarai, o beerotita, escudeiro de Joabe, filho de Zaruia;
38 Ira, o itrita; Garebe, o itrita;
39 Urias, o heteu. Trinta e sete ao todo.
1 Fez o Senhor com que a sua ira se acendesse de novo contra Israel, e Satanás
instigou a Davi contra eles, dizendo-lhe: Vai, enumera a Israel e a Judá.
2 Então, o rei disse a Joabe, comandante do exército, que estava com ele: Percorre
todas as tribos de Israel e Judá, desde Dã até Berseba, e conta as pessoas; e saberei
o número delas.
3 Mas disse Joabe ao rei: Que o Senhor acrescente a este povo cem vezes tanto
como ele já é, e os olhos do rei meu senhor o vejam; porém, por que meu senhor, o
rei, deseja esta coisa?
4 Todavia, a palavra do rei prevaleceu contra Joabe, um dos capitães do exército. E
Joabe e os capitães do exército saíram de diante do rei para enumerar o povo de
Israel.
5 Passaram eles o Jordão, acampando-se em Aroer, à direita da cidade que está no
meio do vale de Gade e Eliezer.
6 E vieram à Gileade e à terra de Dabason, que é Adasai. E vieram para Danidã e Udã,
e contornaram Sidom.
7 E chegaram à fortaleza de Tiro e as cidades dos heveus e dos cananeus, e saíram
pelo sul de Judá, indo para Berseba.
8 E, assim, eles contornaram toda a terra; e chegaram a Jerusalém ao final de nove
meses e vinte dias.
9 Então, Joabe entregou o número do censo das pessoas para o rei. Israel era
composto de oitocentos mil homens valentes que arrancavam da espada; e os
homens de Judá eram quinhentos mil combatentes.
10 Mas o coração de Davi o acusou depois de haver ele enumerado o povo; e disse
Davi ao Senhor: Pequei gravemente, ó Senhor, nisto que fiz agora. Removas, peço-
te, a iniquidade do teu servo, porquanto tenho sido extremamente tolo.
11 Davi, então, se levantou de madrugada, e a palavra do Senhor veio ao profeta
Gade, o vidente, dizendo: Vai, e fala a Davi, e diz-lhe:
12 Assim diz o Senhor: Trago uma de três coisas sobre ti; escolhe, agora, uma delas,
e irei trazê-la sobre ti.
13 Gade entrou para falar com Davi, e disse-lhe: Escolhe uma destas coisas para
suceder-te: se há de descer sobre ti fome de três anos na tua terra; ou se, durante
três meses, fugirás diante de teus inimigos, e eles te perseguirão; ou se deverá
haver mortandade, por três dias, em tua terra. Agora, pois, decide e saberei que
resposta hei de levar àquele que me enviou.
14 Então, disse Davi a Gade: Por todos os lados a angústia me aperta. Que eu caia,
agora, nas mãos do Senhor, porque as suas misericórdias são muito numerosas; mas
não me faças cair nas mãos do homem.
15 Davi escolheu para si a mortandade. E eram os dias de colheita do trigo. O Senhor
mandou, então, a peste a Israel, desde a manhã até ao meio dia, e a praga começou
no meio do povo; e morreram do povo, desde Dã até Berseba, setenta mil homens.
16 Estendeu o anjo do Senhor a sua mão contra Jerusalém para destruí-la, mas o
Senhor se arrependeu do mal e disse ao anjo que destruía o povo: Basta, agora,
retires a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.
17 Então, Davi falou com o Senhor, quando viu o anjo que feria o povo, e disse: Eis
que eu é que agi erradamente, mas estas ovelhas o que fizeram? Seja a tua mão,
peço-te, sobre mim e sobre a casa de meu pai.
18 Veio Gade a Davi, naquele dia, dizendo-lhe: Sobe, e ergue para o Senhor um altar
na eira de Araúna, o jebuseu.
19 Davi subiu, conforme a palavra de Gade, como o Senhor lhe ordenara.
20 Araúna olhou de onde estava e viu o rei e os seus servos que vinham diante dele;
então, Araúna se adiantou e fez reverência ao rei, com o rosto em terra.
21 E disse Araúna: Por que meu senhor, o rei, veio ao seu servo? Respondeu-lhe Davi:
Para comprar de ti a eira, a fim de construir um altar ao Senhor, para que a praga
cesse de vir sobre as pessoas.
22 E disse Araúna a Davi: Meu senhor, o rei, tome em oferta ao Senhor aquilo que é
bom aos seus olhos. Eis aqui estão bois para um holocausto, e as rodas e a
apeiragem dos bois para a lenha.
23 Araúna deu tudo para o rei; e Araúna também disse ao rei: O Senhor teu Deus te
abençoe.
24 Contudo, disse o rei a Araúna: Não, mas certamente irei comprá-lo de ti por um
preço justo; pois não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocausto que não me custe
nada. Então, Davi comprou a eira e os bois por cinquenta siclos de prata.
25 E edificou ali um altar ao Senhor, oferecendo holocaustos e ofertas pacíficas. E
Salomão fez uma adição ao altar, depois, pois era pequeno, inicialmente. E o Senhor
ouviu a terra, e a praga cessou de sobre Israel.
3 REIS (1 REIS)
1 Era o rei Davi já velho e avançado em dias, e cobriam-no de roupas, porém ele não
ficava aquecido.
2 Então, disseram seus servos: Procure-se para o rei uma jovem virgem, e ela deverá
atendê-lo, e cuidar dele, e deitar-se-á junto dele; desta maneira nosso senhor, o rei,
ficará aquecido.
3 Procuraram, então, por uma moça formosa em todos os termos de Israel; e
encontraram a Abisague, a sunamita; e trouxeram-na para o rei.
4 A donzela era muito bonita, e cuidava do rei e o servia; contudo, o rei não a
conheceu.
5 Adonias, filho de Hagite, exaltou-se, dizendo: Serei rei. E preparou para si mesmo
carros e cavalos, e cinquenta homens que corressem adiante dele.
6 Seu pai, entretanto, em nenhum momento interrogou-o, dizendo: Por que ages
assim? Também era ele de bela aparência, e a sua mãe o deu a luz depois de
Absalão.
7 E entendeu-se com Joabe, filho de Zeruia, e com o sacerdote Abiatar; e eles foram
após Adonias.
8 Porém Zadoque, o sacerdote, Benaia, filho de Joiada, Natã, o profeta, Simei, Reí e
os homens poderosos de Davi não seguiram a Adonias.
9 Então, Adonias sacrificou ovelhas, bezerros e cordeiros na pedra de Zoelete, que
estava perto de Rogel, convidando todos os seus irmãos e todos os homens adultos
de Judá, servos do rei.
10 Mas o profeta Natã, e Benaia, e os homens poderosos, e Salomão, seu irmão, ele
não convidou.
11 Então, falou Natã a Bate-Seba, mãe de Salomão, dizendo: Não ouviste que
Adonias, filho de Hagite, reina e que o nosso senhor Davi não o sabe?
12 Agora pois, permitas-me dar-te um conselho, e salvarás a tua vida e a vida de teu
filho, Salomão.
13 Apressa-te em ir ao encontro do rei Davi, e fala com ele, dizendo: Porventura não
foste tu, meu senhor, ó rei, que juraste a tua serva, dizendo: Teu filho Salomão
reinará depois de mim e assentar-se-á no meu trono. Por que, então, Adonias reina?
14 E eis que, enquanto ainda estiveres falando com o rei, eu entrarei depois de ti e
confirmarei as tuas palavras.
15 Então, Bate-Seba foi ter com o rei na sua câmara. Era ele mui velho, e Abisague, a
Sunamita, o servia.
16 Bate-Seba curvou a cabeça, prostrando-se diante do rei; e disse o rei: Qual é o teu
pedido?
17 E ela disse: Senhor meu, juraste pelo Senhor, teu Deus, para a tua serva, dizendo:
Teu filho Salomão reinará depois de mim, e se assentará no meu trono.
18 Agora, eis que Adonias reina, e tu, meu senhor, ó rei, não o sabes.
19 Eis que ele sacrificou bezerros, cordeiros e ovelhas em abundância, e convidou a
todos os filhos do rei, e a Abiatar, o sacerdote, e a Joabe, o comandante-em-chefe
do exército; mas a teu servo Salomão não convidou.
20 Quanto a ti, meu senhor, ó rei, os olhos de todo o Israel estão sobre ti para dizer-
lhes quem se assentará no trono de meu senhor, o rei, depois dele.
21 E acontecerá que quando o rei meu senhor dormir com seus pais eu e meu filho
Salomão seremos considerados como transgressores.
22 E eis que, enquanto ela ainda estava falando com o rei, o profeta Natã chegou. E
foi relatado ao rei:
23 Eis que o profeta Natã está aqui. Então, ele entrou na presença do rei, e se
prostrou diante do rei com o rosto no chão.
24 E disse: Senhor meu, ó rei, tu disseste: Adonias reinará depois de mim, e ele se
assentará no meu trono?
25 Pois ele desceu, neste dia, e sacrificou bezerros e cordeiros e ovelhas em
abundância, e convidou a todos os filhos do rei, e aos chefes do exército, e a
Abiatar, o sacerdote; e eis que estão comendo e bebendo perante ele, e disseram:
Longa vida ao rei Adonias!
26 Mas ele não convidou a mim, teu servo, nem a Zadoque, o sacerdote, nem a
Benaia, filho de Joiada, nem a Salomão, teu servo.
27 Terá este assunto acontecido com o consentimento do meu senhor, o rei, e tu
não fizeste saber a teu servo quem se assentará sobre o trono de meu senhor, o rei,
depois dele?
28 Respondeu o rei Davi, e disse: Chamai-me Bate-Seba. Ela veio perante o rei, e
ficou de pé diante dele.
29 E jurou o rei, dizendo: Vive o Senhor, que remiu a minha alma de toda a angústia!
30 Como jurei a ti pelo Senhor, Deus de Israel, dizendo: Teu filho Salomão reinará
depois de mim e se assentará no trono, em meu lugar, assim mesmo irei fazer no dia
de hoje.
31 Então, Bate-Seba se inclinou com o rosto em terra, fazendo reverência ao rei, e
disse: Que Davi, o rei, meu senhor, viva para sempre!
32 E o rei Davi disse: Chamai-me Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaia,
filho de Joiada. E eles vieram à presença do rei.
33 E o rei lhes disse: Tomai os servos de seu senhor convosco, montai meu filho
Salomão na minha mula e levai-o a Giom.
34 E lá Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, o ungirão para ser rei sobre Israel.
Fareis soar a trombeta, e direis: Viva o rei Salomão!
35 Ele se assentará no meu trono e reinará em meu lugar, pois tenho ordenado que
ele seja príncipe sobre Israel e Judá.
36 Então Benaia, filho de Joiada, respondeu ao rei, dizendo: Que assim seja; o
Senhor, Deus de meu senhor, o rei, o confirme.
37 Como o Senhor foi com o rei meu senhor, assim seja ele com Salomão, e o seu
trono seja exaltado além do trono do rei Davi, meu senhor.
38 Então, o sacerdote Zadoque desceu, e Natã, o profeta, e Benaia, filho de Joiada,
e o quereteu, e o feleteu. Montaram a Salomão sobre a mula do rei Davi, e o
levaram para Giom.
39 Zadoque, o sacerdote, tomou o chifre de óleo do tabernáculo ungindo a Salomão
e, depois, tocou a trombeta; e todo o povo disse: Viva o rei Salomão!
40 O povo inteiro subiu após ele, e dançaram, cantando em coro, e regozijaram-se
com grande alegria; e a terra tremeu com a sua voz.
41 Adonias e todos os seus convidados o ouviram. Tinham eles acabado de sair para
comer quando Joabe ouviu o som da trombeta, e disse: O que significa esta voz da
cidade em alvoroço?
42 Enquanto ele ainda falava, eis que Jônatas, filho de Abiatar, o sacerdote, entrou.
Disse-lhe Adonias: Entra, porque és homem poderoso e vens trazer boas novas.
43 Respondeu-lhe Jônatas, e disse: Certamente nosso senhor, o rei Davi, fez
Salomão rei;
44 e o rei enviou com ele a Zadoque, o sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaia,
filho de Joiada, e o quereteu, e o feleteu; e eles o montaram na mula do rei;
45 e Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, o ungiram em Giom e subiram dali em
regozijo, e a cidade ressoou. Este é o som que ouvistes.
46 Salomão está assentado no trono do reino,
47 e os servos do rei foram abençoar a nosso senhor, o rei Davi, dizendo: Deus faça
o nome de Salomão mais célebre do que o teu nome, e faça o seu trono maior do
que o teu trono. E o rei adorou na sua cama.
48 Além disso, assim, disse o rei: Bendito o Senhor, Deus de Israel, que tem neste
dia apontado um da minha semente para assentar-se no meu trono, e meus olhos o
viram.
49 Então, todos os convidados de Adonias ficaram consternados, e cada um seguiu
o seu caminho.
50 Temeu Adonias a Salomão e, levantando-se, partiu e segurou nas pontas do altar.
51 E foi noticiado a Salomão, dizendo: Eis que Adonias teme ao rei Salomão e segura
as pontas do altar, dizendo: Jure-me hoje Salomão que não matará o seu servo à
espada.
52 Disse Salomão: Se ele for um homem de valor não lhe haverá um fio de cabelo de
cair ao chão; porém, se o mal for encontrado nele, certamente morrerá.
53 Então, o rei Salomão ordenou, e levaram-no para longe do altar. Ele entrou e fez
reverência ao rei Salomão, e este lhe disse: Vai para a tua casa.
1 Aproximaram-se os dias em que Davi deveria morrer, e ele se dirigiu ao seu filho
Salomão, dizendo: Eis que vou pelo caminho de toda a terra;
2 contudo, sê forte, e mostra-te um homem;
3 assume o encargo do Senhor teu Deus para andar nos seus caminhos, para
guardar os mandamentos, os juízos e os julgamentos que estão escritos na lei de
Moisés, para entender o que hás de fazer em todas as coisas que te ordeno,
4 e para que o Senhor possa confirmar a palavra que ele falou, dizendo: Se os teus
filhos guardarem o seu caminho para andar diante de mim na verdade e de todo o
coração, prometo-te: não te faltará sucessor ao trono de Israel.
5 Além disso, sabes tudo o que Joabe, filho de Zeruia, fez para mim; o que ele fez
aos dois chefes dos exércitos de Israel, a Abner, filho de Ner, e a Amasa, filho de
Jéter, os quais ele matou, derramando o sangue de guerra na paz, colocando
sangue inocente sobre o cinto que tinha nos seus lombos e na sandália que estava
em seu pé.
6 Agirás, portanto, com ele segundo a tua sabedoria, e não deixarás seus cabelos
brancos descerem em paz à sepultura.
7 Lidarás, porém, gentilmente com os filhos de Barzilai, o gileadita, os quais estarão
entre os que comem à tua mesa; pois desta maneira se aproximaram de mim
quando eu fugia da face de teu irmão Absalão.
8 E também está contigo Simei, filho de Gera, benjamita de Baurim. Eis que ele me
amaldiçoou com maldição atroz no dia em que fugi para o campo; porém, ele
desceu ao Jordão para me encontrar, e eu lhe jurei pelo Senhor, dizendo: Não te
porei à morte com a espada.
9 Tu, porém, de modo algum o terás por inocente, porque és homem sábio e
saberás o que hás de fazer-lhe, para que seus cabelos brancos desçam com sangue
para o túmulo.
10 Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi.
11 Foram os dias que Davi reinou sobre Israel quarenta anos; reinou sete anos em
Hebrom e trinta e três anos em Jerusalém.
12 Salomão se assentou no trono de seu pai Davi, e o seu reino se fortaleceu
sobremaneira.
13 Adonias, filho de Hagite, veio a Bate-Seba, mãe de Salomão, e prostrou-se diante
dela; e disse ela: Vens pacificamente? e ele respondeu: Venho em paz;
14 tenho negócios a tratar contigo. E ela disse-lhe: Fala.
15 Então, ele lhe disse: Sabes tu que o reino era meu, e que todo o Israel virou seu
rosto em minha direção para ser o seu rei; mas o reino foi tirado de mim e se tornou
de meu irmão, porque foi destinado para ele da parte do Senhor.
16 Agora, pois, irei fazer-te um pedido, não me escondas a face. E Bate-Seba disse-
lhe: Fala.
17 E ele disse: Fala, peço-te, com o rei Salomão, para que ele não desvie de ti a sua
face; e que ele me dê Abisague, a sunamita, por mulher.
18 Repondeu-lhe Bate-Seba: Assim será; falarei por ti ao rei.
19 Bate-Seba foi ter com o rei Salomão para falar-lhe sobre Adonias. O rei levantou-
se para encontrá-la e a beijou, sentando-se no trono. Estava posto um trono para a
mãe do rei, e ela sentou-se a sua mão direita.
20 E ela lhe disse: Peço-te uma pequena coisa; não se desvie a tua face de mim. E o
rei lhe respondeu: Pede, minha mãe, e não te rejeitarei.
21 E ela disse: Deixa, peço-te, que Abisague, a sunamita, seja dada a Adonias, teu
irmão, por mulher.
22 E o rei Salomão respondeu, dizendo à sua mãe: Por que pedes Abisague para
Adonias? Pede para ele também o reino; porque é meu irmão mais velho, e tem por
seu companheiro o sacerdote Abiatar, e Joabe, filho de Zeruia, o comandante-em-
chefe.
23 Então, o rei Salomão jurou pelo Senhor, dizendo: Deus faça comigo o que quiser,
e outro tanto, se é que Adonias não falou esta palavra contra a sua própria vida.
24 Agora, pois, como vive o Senhor que me estabeleceu e me pôs no trono de meu
pai Davi e construiu-me uma casa, assim como o Senhor falou, neste dia deve
Adonias ser condenado à morte.
25 Então, o rei Salomão enviou Benaia, filho de Joiada, e ele o matou. E, assim,
Adonias morreu, naquele dia.
26 E disse o rei ao sacerdote Abiatar: Apressa-te em partir para Anatote, para a tua
fazenda, porque és, hoje, digno de morte; porém, não irei matar-te, porque tiveste
em teu encargo a arca da Aliança do Senhor, diante de meu pai, e porque foste
afligido em todas as coisas nas quais meu pai foi afligido.
27 E Salomão removeu a Abiatar do cargo de sacerdote do Senhor, para que a
palavra do Senhor se cumprisse, a qual ele falara contra a casa de Eli, em Silo.
28 E a notícia chegou a Joabe, filho de Zeruia; pois Joabe se desviara após Adonias,
não seguindo a Salomão. Então, Joabe fugiu para o tabernáculo do Senhor, e
agarrou-se às pontas do altar.
29 Foi dito a Salomão: Joabe fugiu para o tabernáculo do Senhor; e eis que ele
apegou-se às pontas do altar. E o rei Salomão mandou perguntar a Joabe: Que te
aflige, porque fugiste para o altar? Respondeu Joabe: Senti medo de ti, por isto corri
para buscar o refúgio do Senhor. Então, Salomão enviou Benaia, filho de Joiada,
dizendo: Vai, mata-o e enterra-o.
30 Benaia, filho de Joiada, veio a Joabe no tabernáculo do Senhor, e disse-lhe: Assim
diz o rei: Sai daí. Respondeu Joabe: Não sairei; porém, morrerei aqui. Então, Benaia,
filho de Joiada, retornou e falou ao rei, dizendo: Assim tem Joabe falado, e assim ele
me respondeu.
31 E o rei lhe disse: Vai, e faze-lhe como falou, matando-o; tu o enterrarás e
removerás de mim e da casa de meu pai, nesse dia, o sangue que derramou sem
justa causa.
32 E o Senhor voltará sobre a sua própria cabeça o sangue de sua injustiça,
porquanto atacou dois homens mais justos e melhores do que ele, matando-os à
espada. Entretanto, meu pai Davi não sabia de seu sangue, de Abner, filho de Ner,
comandante-em-chefe de Israel, e de Amasa, filho de Jéter, comandante-em-chefe
de Judá.
33 O seu sangue será devolvido sobre a sua cabeça e sobre a cabeça da sua
descendência, para sempre; mas a Davi e à sua descendência, e à sua casa, e ao seu
trono, que haja paz para sempre da parte do Senhor.
34 Então, Benaia, filho de Joiada, subiu e o atacou, matando-o; e o sepultaram na
sua casa, no deserto.
35 E o rei colocou Benaia, filho de Joiada, em seu lugar sobre o exército; e assim o
reino foi estabelecido em Jerusalém. E quanto a Sadoque, o sacerdote, o rei
nomeou-o para ser sumo sacerdote no lugar de Abiatar. Salomão, filho de Davi
reinou sobre Israel e Judá, em Jerusalém, e o Senhor deu entendimento para
Salomão, grande sabedoria e largueza de coração, como a areia na praia do mar. A
sabedoria de Salomão superabundou além da sabedoria de todos os antigos e além
de todos os sábios do Egito, e ele tomou a filha de Faraó, trazendo-a para a cidade
de Davi, até que acabou de edificar a sua casa e a casa do Senhor, primeiramente, e
a muralha de Jerusalém em redor. Em sete anos ele o fez, concluindo tudo. Tinha
também Salomão setenta mil carregadores e oito mil cortadores de pedra na
montanha. Também fez Salomão o mar, e as bases, e as grandes pias, e os pilares, e
a fonte do tribunal, e o mar de bronze. Ele construiu a cidadela como uma defesa
sobre tudo, fazendo uma brecha na muralha da cidade de Davi. Assim, a filha de
Faraó subia da cidade de Davi à sua casa que ele construíra para ela. Em seguida,
Salomão construiu a cidadela, e ofereceu três holocaustos naquele ano, e ofertas
pacíficas sobre a altar que edificara ao Senhor, queimando juntamente incenso,
diante do Senhor; e terminou a casa. São estas as principais pessoas que presidiam
as obras de Salomão: três mil e seiscentos mestres estavam sobre as pessoas que
trabalhavam na obra. Ele edificou a Assur, e a Megido, e a Gezer, e a Bete-Oron
superior, e a Bela; só depois de haver construído a casa do Senhor e a muralha de
Jerusalém em redor foi que ele edificou essas cidades. Quando Davi estava ainda
vivo, ele ordenou a Salomão, dizendo: Eis que está contigo Simei, filho de Gera, da
descendência de Benjamim, de Hebrom; ele me amaldiçoou atrozmente no dia em
que fugi para o campo; porém, ele desceu ao meu encontro no Jordão, e eu lhe jurei
pelo Senhor, dizendo: Não serás morto à espada. Agora, pois, não o terás por
inocente, porque és um homem de entendimento e saberás o que hás de fazer com
ele; e farás descer seus cabelos brancos com sangue para o túmulo.
36 Então, o rei chamou a Simei, e disse-lhe: Edifica para ti uma casa em Jerusalém, e
habita ali; e não sairás dali para lugar algum.
37 E sucederá que no dia em que te dispuseres e atravessares o ribeiro de Cedrom,
com absoluta certeza irás morrer. O teu sangue será sobre a tua cabeça. E o rei fez
com que ele jurasse, naquele dia.
38 E Simei disse ao rei: Boa é a palavra que disseste, ó rei, meu senhor; assim fará o
teu servo. E Simei habitou em Jerusalém por três anos.
39 E aconteceu, depois de três anos, que dois servos de Simei fugiram para Aquis,
filho de Maaca, rei de Gate; e contou-se a Simei, dizendo: Eis que teus servos estão
em Gate.
40 Então, Simei levantou-se, albardou o seu jumento e foi para Gate ter com Aquis,
para trazer de volta os seus servos. Simei foi, e trouxe os seus servos de Gate.
41 E foi dito a Salomão: Simei saiu de Jerusalém para Gate, e trouxe de volta os seus
servos.
42 Mandou o rei chamar a Simei, e disse-lhe: Não te conjurei eu por Deus, e te dei
testemunho, dizendo: No dia em que saíres de Jerusalém, indo para a direita ou
para a esquerda, sabe, certamente, que irás morrer?
43 Por que então não guardaste o juramento do Senhor, e a ordem que te dei?
44 E disse o rei a Simei: Bem sabes tu toda a tua maldade, que o teu coração
reconhece, o que fizeste a Davi, meu pai. O Senhor, pois, recompensou a tua
maldade sobre a tua cabeça.
45 Mas o rei Salomão será abençoado, e o trono de Davi confirmado perante o
Senhor, para sempre.
46 Salomão, então, deu ordem a Benaia, filho de Joiada, e este arremeteu contra
ele, matando-o. Era o rei Salomão mui prudente e sábio, e Judá e Israel numerosos
como a areia que está junto ao mar, em multidão, comendo e bebendo com alegria.
Salomão foi chefe em todos os reinos e trouxeram-lhe presentes, servindo a
Salomão todos os dias da sua vida. E Salomão começou a expandir os domínios do
Libano, construindo Derma no deserto. Esta era a provisão diária de Salomão: trinta
coros de flor de farinha e sessenta medidas de farinha finamente moída, dez
bezerros escolhidos, vinte bois de pasto e cem ovelhas, além dos cervos, gazelas e
aves escolhidos, para alimentação. Pois ele governou em todo o país, deste lado do
rio, desde Rafá até Gaza, sobre todos os reis do lado de cá do rio; e tinha paz por
todos os lados ao redor. Judá e Israel habitavam seguros, cada um debaixo da sua
videira e debaixo da sua figueira, comendo e bebendo e divertindo-se com festas,
desde Dã até Berseba, por todos os dias de Salomão. E estes foram os príncipes de
Salomão: Azarias, filho de Sadoque, sacerdote; Ornia, filho de Natã, chefe dos
oficiais, o qual retornou para sua casa; Suba, escrivão; Besa, filho de Aitalão,
cronista; e Abi, filho de Joabe, comandante-em-chefe. Aquira, filho de Edrai, estava
sobre os impostos; Benaia, filho de Joiada, sobre a casa e sobre os trabalhos de
alvenaria; Queshar, filho de Natã, era conselheiro. Tinha também Salomão quarenta
mil éguas criadas especialmente para os seus carros, e doze mil cavalos. E reinou
sobre todos os reis, desde o rio até a terra dos filisteus, e até as fronteiras do Egito.
Deste modo Salomão, filho de Davi, reinou sobre Israel e Judá, em Jerusalém.
1, 2 Contudo, o povo queimava incenso sobre os altos, porquanto uma casa ainda
não tinha sido construída para o Senhor.
3 E Salomão amava o Senhor, andando nos preceitos de Davi, seu pai; exceto que
oferecia sacrifícios e queimava incenso nos altos.
4 Então, ele se levantou e foi para Gibeom, oferecer sacrifícios ali, porque aquele
era o lugar mais alto e grande. Salomão ofereceu holocaustos de milhares de
vítimas no altar em Gibeom.
5 E o Senhor apareceu a Salomão, em sonhos, de noite; e o Senhor disse a Salomão:
Faça uma petição para ti.
6 Disse Salomão: Agiste mui misericordiosamente com o teu servo Davi, meu pai,
porque ele andou diante de ti em verdade e em justiça, e em retidão de coração
para contigo, e reservaste-lhe esta grande benevolência, colocando seu próprio
filho em seu trono, como se vê neste dia.
7 E agora, ó Senhor meu Deus, tu puseste teu servo em lugar de Davi, meu pai; e eu
sou um menino, não conheço o meu sair e o meu entrar.
8 Porém, o teu servo está no meio do teu povo, a quem tens escolhido, povo
grande, que não pode ser numerado.
9 Dá, pois, ao teu servo um coração para ouvir e julgar o teu povo com justiça, e
para discernir entre o bem e o mal; pois quem poderá julgar este teu grande povo?
10 E foi agradável, diante do Senhor, que Salomão tivesse pedido tal coisa.
11 E o Senhor lhe disse: Porquanto pediste esta coisa para mim, e não pediste para ti
muitos dias, e não pediste riquezas nem pediste a vida de teus inimigos, mas pediste
para ti entendimento para ouvir e fazer julgamentos,
12 eis que eu tenho feito segundo a tua palavra. Eis que te tenho dado
entendimento e um coração sábio; não houve qualquer um semelhante a ti antes de
ti, e depois de ti não se levantará um semelhante a ti.
13 E eu te tenho dado, também, o que não pediste: riqueza e glória, de modo que
jamais houve qualquer um como tu entre os reis.
14 E se andares no meu caminho para guardar os meus mandamentos e os meus
juízos, como andou Davi, teu pai, então eu irei multiplicar os teus dias.
15 Salomão acordou, e eis que era um sonho. Então, ele levantou-se e veio a
Jerusalém, pondo-se diante do altar que estava em frente a arca da Aliança do
Senhor, em Sião; e ofereceu holocaustos e sacrificaram ofertas pacíficas, e fez um
grande banquete para si e todos os seus servos.
16 Então, vieram duas prostitutas ao rei, e puseram-se diante dele.
17 Uma das mulheres disse: Ouve-me, meu senhor; eu e esta mulher morávamos em
uma mesma casa, e tivemos filhos na casa.
18 E sucedeu que no terceiro dia depois de eu haver dado a luz, esta mulher
também deu a luz; e permanecemos juntas. Não havia ninguém além de nós duas na
casa.
19 O filho desta mulher morreu durante a noite, porquanto se deitara sobre ele.
20 E, levantando-se no meio da noite, tomou ela o meu filho dos meus braços e o
deitou no seu seio, colocando seu filho morto no meu seio.
21 Levantei-me pela manhã para amamentar o meu filho e ele estava morto; mas eis
que eu o observava, pela manhã, e não era o meu filho, o qual me nascera.
22 E disse a outra mulher: Não, mas o que está vivo é meu filho, e o morto é o teu
filho! Assim falaram perante o rei.
23 E o rei lhes disse: Tu dizes: Este é o meu filho, o vivo, e o filho desta mulher é o
que está morto; e tu dizes: Não, mas o vivo é meu filho, e o morto é que é o teu
filho.
24 Então o rei disse: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante do rei.
25 E o rei disse: Cortem a criança viva, a qual ainda se amamenta, em dois; e dêem
metade à uma, e metade à outra.
26 Então, a mulher cujo filho era o vivo, falou, dizendo ao rei (porque as suas
entranhas se comoviam por seu filho): Peço-te, meu senhor, dê-lhe a criança, e, de
modo algum a mateis. A outra, porém, disse: Que não seja nem meu nem dela;
divide-o.
27 Respondeu o rei, dizendo: Dai a criança para aquela que disse: Dêem-no à ela, e
não o matem; ela é a sua mãe.
28 Todo o Israel ouviu esta sentença que o rei promulgara, e temiam diante do rei;
porquanto viram que a sabedoria de Deus estava nele, para julgar.
1 Hirão, rei de Tiro, enviou os seus servos para ungir a Salomão em lugar de Davi, seu
pai; porque Hirão sempre amara a Davi.
2 E Salomão mandou falar a Hirão, dizendo:
3 Conhecias que meu pai Davi não poderia construir uma casa ao nome do Senhor,
meu Deus, por causa das guerras com seus inimigos que o cercavam, até que o
Senhor colocou-os sob a sola de seu pés.
4 Agora, o Senhor meu Deus me tem dado descanso ao redor; não há ninguém
conspirando contra mim e não há nenhuma ofensa maligna contra mim.
5 Eis que pretendo construir uma casa ao nome do Senhor, meu Deus, como o
Senhor Deus falou ao meu pai Davi, dizendo: Teu filho, que porei sobre o teu trono,
em teu lugar, ele deverá construir uma casa para o meu nome.
6 Ordena agora, e que os homens cortem madeira para mim do Líbano; eis que os
meus servos estarão com os teus servos, e eu te darei o salário do seu serviço, de
acordo com tudo o que disseres; porque sabes que não temos ninguém perito no
corte de madeira como os sidônios.
7 E sucedeu, assim que Hirão ouviu as palavras de Salomão, que ele alegrou-se
muito, e disse: Bendito seja Deus neste dia, pois deu a Davi um filho sábio sobre este
tão grande povo!
8 E enviou a Salomão, dizendo: Ouvi a respeito de tudo o que tens mandado dizer
para mim; farei segundo toda a tua vontade. Quanto as madeiras de cedro e de
abeto,
9 meus servos as levarão do Líbano para o mar; acomodá-las-ei em jangadas e as
levarei ao lugar que escolheres. Eu as colocarei lá, e as apanharás; e também farás a
minha vontade, dando pão para a minha família.
10 Então, Hirão deu a Salomão cedros e pinheiros, e tudo o que ele desejou.
11 Salomão deu a Hirão vinte mil coros de trigo como alimento para a sua casa, e
vinte mil batos de azeite batido; isto Salomão deu a Hirão, anualmente.
12 O Senhor também deu sabedoria para Salomão, como prometera-lhe. E houve
paz entre Hirão e Salomão, e fizeram um pacto entre si.
13 O rei formou uma leva de trabalhadores de todo o Israel, e esta leva era de trinta
mil homens.
14 E enviou-os ao Líbano, dez mil por turno, a cada mês. Estavam um mês no Líbano
e dois meses em casa, e Adonirão estava sobre a leva.
15 Tinha também Salomão setenta mil portadores de cargas e oitenta mil cortadores
de pedra na montanha.
16 Além dos governantes que foram nomeados ao longo dos trabalhos de Salomão
havia três mil e seiscentos mestres que trabalhavam na obra.
17 18 E eles prepararam as pedras e a madeira, durante três anos.
1 O rei Salomão era um amante das mulheres. Tinha ele setecentas mulheres,
princesas e trezentas concubinas. Também tomou para si mulheres estrangeiras,
assim como a filha de Faraó: moabitas, amonitas, sírias, iduméias, hetéias e
amorréias,
2 das nações acerca das quais o Senhor proibira os filhos de Israel, dizendo: Vós não
ireis a eles, e eles não virão a vós, para que os vossos corações não se desviem após
os seus ídolos. E Salomão apegou-se à elas com amor.
4 E sucedeu, no tempo da velhice de Salomão, que o seu coração não era perfeito
para com o Senhor, seu Deus, como o era o coração de Davi, seu pai. As mulheres
estrangeiras fizeram com que o seu coração se desviasse para os seu deuses.
7 Então, Salomão construiu um lugar alto para Camos, ídolo de Moabe, e para o
ídolo dos amonitas, Milcom, e para Astarte, abominação dos sidônios.
8 Assim agiu ele para com todas as suas mulheres estrangeiras, que queimavam
incenso e sacrificavam a seus ídolos.
9 E o Senhor se indignou contra Salomão, porquanto ele desviou o seu coração do
Senhor Deus de Israel, que lhe tinha aparecido duas vezes
10 e lhe tinha avisado sobre este assunto, para de maneira nenhuma ir atrás de
outros deuses, tomando cuidado para fazer o que o Senhor Deus lhe ordenara. Nem
foi o seu coração perfeito para com o Senhor, de acordo com o coração de Davi, seu
pai.
11 E o Senhor disse a Salomão: Porquanto foi assim contigo, e não guardaste os
meus mandamentos e os meus juízos que te ordenei, certamente rasgarei teu reino
da tua mão, e dá-lo-ei a teu servo.
12 Somente em teus dias não irei fazer isso, por amor de Davi, teu pai; porém o
tirarei da mão de teu filho.
13 Contudo, não irei tirar-lhe todo o reino. Darei uma tribo a teu filho, por amor de
Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que escolhi.
14 E o Senhor suscitou um inimigo a Salomão: Hadade, o idumeu, e Esrom, filho de
Eliada, que morava em Ramá, e Adadezer, rei de Suba, seu mestre (os homens
reuniram-se a ele, que era o chefe da conspiração, e ele tomou Damasco), e foram
adversários de Israel por todos os dias de Salomão. Hadade, o idumeu, era da
descendência real da Iduméia.
15 E aconteceu, enquanto Davi estava destruindo Edom e o capitão do exército,
Joabe, ia enterrar os mortos, quando eles mataram todos os homens da Iduméia
16 (porque Joabe e todo o Israel ficaram por seis meses na Iduméia, até que
totalmente destruíram a cada homem que havia na Iduméia),
17 que Hadade fugiu, ele e todos os idumeus servos de seu pai com ele; e foram para
o Egito. Hadade era, então, uma criança.
18 E ajuntaram os homens da cidade de Midiã, indo ter com Faraó, e os homens com
eles; e vieram a Faraó, rei do Egito. Hadade apresentou-se a Faraó, dando-lhe uma
casa e destinando-lhe uma provisão.
19 Hadade alcançou grande favor aos olhos de Faraó, tanto que deu-lhe a irmã de
sua mulher em casamento, a irmã mais velha de Tafnes.
20 E a irmã de Tafnes deu a ele, Hadade, Genubate, seu filho. Tafnes fê-lo crescer no
meio dos filhos de Faraó; e Genubate estava no meio dos filhos de Faraó.
21 Então, Hadade ouviu no Egito que Davi dormira com seus pais, e que Joabe,
capitão do exército, era morto; e Hadade disse a Faraó: Deixa-me ir, e voltarei para o
meu país.
22 Mas Faraó disse a Hadade: Que te falta comigo? Ah! Porque procuras partir para a
tua terra? Porém, Hadade respondeu-lhe: Seja como for, deixa-me ir.
23 Então, Hadade voltou ao seu país. E este é o mal que Hadade fez. Era ele um
inimigo amargo de Israel, e reinou na terra de Edom.
26 Jeroboão, filho de Nebate, o efrateu de Zeredá, filho de uma viúva, era servo de
Salomão,
27 E esta foi a ocasião em que ele levantou suas mãos contra o rei Salomão. O rei
Salomão construira a cidadela, e completara a fortificação da cidade de Davi, seu
pai.
28 E o homem Jeroboão era muito forte. Salomão viu que o rapaz era ativo, pondo-
o sobre os impostos da casa de José.
29 E sucedeu que, naquela época, Jeroboão saiu de Jerusalém e Aías, o silonita, que
era profeta, encontrou-o no caminho e fez com que ele se desviasse dele. Aías
estava vestido com uma roupa nova, e os dois estavam a sós no campo.
30 Então, Aías retirou a sua capa nova, que tinha sobre si, e a rasgou em doze
pedaços;
31 e disse a Jeroboão: Toma para ti os dez pedaços, porque assim diz o Senhor, Deus
de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e dar-te-ei dez tribos.
32 No entanto, ele terá duas tribos, por amor do meu servo Davi e por amor de
Jerusalém, a cidade que escolhi dentre todas as tribos de Israel.
33 Porquanto ele me abandonou e sacrificou a Astarte, a abominação dos sidônios,
e a Camos, e aos ídolos de Moabe, e a Milcom, a abominação dos filhos de Amom; e
não andou pelos meus caminhos, para fazer o que era reto diante de mim, como
Davi, seu pai.
34 Entretanto, não tomarei todo o reino da sua mão (contudo, certamente, resistirei
a ele todos os dias de sua vida), por amor de Davi, meu servo, a quem escolhi.
35 Mas tomarei o reino da mão de seu filho, e dar-te-ei dez tribos.
36 E para seu filho eu darei as duas tribos remanescentes, a fim de que meu servo
Davi possa ter, sempre, uma propriedade diante de mim em Jerusalém, a cidade que
escolhi para colocar lá o meu nome.
37 Tomar-te-ei, e reinarás como a tua alma deseja; e serás rei sobre Israel.
38 E virá a acontecer, se guardares todos os mandamentos que eu te entregarei, se
andares nos meus caminhos e fizeres o que é reto diante de mim, guardando os
meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, que eu serei
contigo e edificar-te-ei uma casa firme, como edifiquei a Davi.
39 40 E Salomão procurou matar a Jeroboão, porém ele se levantou e fugiu para o
Egito, para Sisaque, rei do Egito; e permaneceu no Egito até que Salomão morreu.
41 Mas o restante da história de Salomão, e tudo o que ele fez, e toda a sua
sabedoria, não estão essas coisas escritas no livro da vida de Salomão?
42 E os dias durante os quais Salomão reinou em Jerusalém, sobre todo o Israel,
foram quarenta anos.
43 Salomão dormiu com seus pais e o sepultaram na cidade de Davi, seu pai. E
aconteceu, quando Jeroboão, filho de Nebate, ouviu falar disto, quando ainda
estava no Egito (porquanto ele fugira da presença de Salomão e habitava no Egito),
que ele logo veio à sua própria cidade, à terra de Zeredá no monte de Efraim. O rei
Salomão dormiu com seus pais e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.
1 O rei Roboão foi para Siquém; pois que todo o Israel estava indo para Siquém, para
o fazerem rei.
2 3 E o povo falou ao rei Roboão, dizendo: Teu pai fez pesado o nosso jugo;
4 mas tu, agora, alivia um pouco do serviço duro de teu pai e de seu pesado jugo
que nos impôs, e te serviremos.
5 Mas ele disse-lhes: Ide por três dias, e, depois, voltai a mim. E eles partiram.
6 O rei levou o assunto para os anciãos, os quais estavam perante Salomão, seu pai,
enquanto ele ainda estava vivo, dizendo: Como aconselhais vós que eu responda a
este povo?
7 E eles lhe falaram, dizendo: Se quiseres, neste dia, ser um servo deste povo, e o
servires e falar-lhes boas palavras, então eles serão teus servos, para sempre.
8 Porém, ele abandonou o conselho que os anciãos lhe deram, e foi tomar conselho
com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam em sua presença.
9 E disse-lhes: Que conselho vós me dais? E que responderei a este povo que fala
comigo, dizendo: Alivia um pouco o jugo que teu pai nos impôs?
10 E os jovens que haviam sido crescido com ele, que estavam diante de sua face,
falaram-lhe: Assim dirás a este povo que falou contigo, dizendo: Teu pai fez pesado
o nosso jugo; e agora faze-o mais leve para nós. Assim hás de dizer-lhes: Meu dedo
mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.
11 Se meu pai vos sobrecarregou com um jugo pesado, eu ainda aumentarei mais o
vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, eu, porém, vos castigarei com
escorpiões.
12 E todo o Israel veio ao rei Roboão, ao terceiro dia, conforme o rei falara com eles,
dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia.
13 E o rei respondeu ao povo duramente. Roboão desprezou o conselho que os
anciãos haviam lhe dado.
14 E falou-lhes conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso
jugo, e eu irei adicionar mais ao seu jugo: meu pai vos castigou com açoites, porém
eu vos castigarei com escorpiões.
15 E o rei não deu ouvidos ao povo, porque a mudança vinha do Senhor, para que
pudesse estabelecer a sua palavra que falara por intermédio de Aías, o silonita,
acerca de Jeroboão, filho de Nebate.
16 Todo o Israel viu que o rei não lhes dera ouvidos; e o povo respondeu ao rei,
dizendo: Que parte temos nós em Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé.
Parti, ó Israel, para vossas tenda. Alimenta agora a tua própria casa, Davi. Então,
Israel se foi para as suas tendas.
17 18 E o rei enviou a Adorão, que estava sobre os tributos, mas eles o apedrejaram,
e morreu. E o rei Roboão se apressou a subir para fugir para Jerusalém.
19 Assim Israel se rebelou contra a casa de Davi, até ao dia de hoje.
20 E sucedeu que, ouvindo todo o Israel que Jeroboão tinha voltado do Egito, eles
mandaram chamá-lo para a assembléia e o fizeram rei sobre Israel; e ninguém
seguiu a casa de Davi, senão somente a tribo de Judá e Benjamin.
21 Então, Roboão foi para Jerusalém e reuniu a congregação de Judá e a tribo de
Benjamim, cento e vinte mil homens jovens, guerreiros, para lutar contra a casa de
Israel, para recuperar o reino a Roboão, filho de Salomão.
22 Mas a palavra do Senhor veio a Semaías, o homem de Deus, dizendo:
23 Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e à toda a casa de Judá e Benjamim,
e ao resto do povo, dizendo:
24 Assim diz o Senhor: Vós não devereis subir, nem lutar com vossos irmãos, os
filhos de Israel. Retornai cada um para a sua própria casa; porque esta coisa veio de
mim. E eles obedeceram à palavra do Senhor, e desistiram de subir, de acordo com
a palavra do Senhor.
Assim, o rei Salomão dormiu com seus pais, e foi sepultado com seus pais na cidade
de Davi. Roboão, seu filho, reinou em seu lugar em Jerusalém, tendo dezesseis anos
de idade quando começou a reinar; e reinou doze anos em Jerusalém. O nome de
sua mãe era Naanã, filha de Ana, filha de Naás, rei dos filhos de Amom. E ele fez o
que era mal aos olhos do Senhor, não andando no caminho de Davi, seu pai.
Havia um homem da montanha de Efraim, servo de Salomão, cujo nome era
Jeroboão, e o nome de sua mãe era Zeredá, uma prostituta. Salomão o fez chefe
dos tributos da casa de José, e ele construiu para Salomão Zeredá, na montanha de
Efraim. Tinha ele trezentas carruagens. Ele construiu a cidadela com os tributos da
casa de Efraim; fortificou a cidade de Davi, e aspirava ao reino. Salomão intentou
matá-lo; então, ele ficou com medo e fugiu para Sisaque, rei do Egito, e ficou com
ele até que Salomão morreu.
E Jeroboão, tendo ouvido no Egito que Salomão estava morto, falou aos ouvidos de
Sisaque, rei do Egito, dizendo: Deixa-me ir, e partirei para a minha terra. Porém,
Sisaque disse-lhe: Pede o que quiseres, e te concederei. E Sisaque deu a Jeroboão
Ano, irmã mais velha de Tafnes, sua esposa; era ela grande entre as filhas do rei, e
deu a Jeroboão Abia, seu filho. Porém, disse Jeroboão a Sisaque: Deixa-me, deveras,
ir; e partirei.
Então, Jeroboão partiu do Egito, vindo à terra de Zeredá, que estava na montanha
de Efraim; e ali estavam, todos, na montanha de Efraim, toda a tribo de Efraim ali se
congregava. E Jeroboão construiu lá uma fortaleza.
Seu jovem filho estava doente com uma doença muito grave, então Jeroboão foi
consultar sobre a criança, e disse a sua esposa Ano: Levanta-te, vai, consulta a Deus
sobre a criança, se ela se recuperará de sua doença. Ora, havia um homem em Silo,
cujo nome era Aías; era ele de sessenta anos de idade, e a palavra do Senhor estava
com ele. Disse Jeroboão à sua mulher: Levanta-te, toma em tuas mãos pães para o
homem de Deus e bolos para os seus filhos, e uvas, e um pote de mel. Então, a
mulher se levantou, tomando o pão em sua mão, e dois bolos, e uvas, e um pote de
mel, para Aías: mas o homem era velho, e os seus olhos estavam escurecidos, de
modo que não podia ver. Levantou-se ela, saindo de Zeredá, e foi; e sucedeu,
quando ela tinha entrado na cidade para ir a Aías, o silonita, que Aías disse a seu
servo: Sai agora ao encontro de Ano, mulher de Jeroboão, e diz-lhe: Entra, não fica
aí, parada; porque assim diz o Senhor: Eu te envio notícias dolorosas. E Ano entrou à
presença do homem de Deus; e Aías disse-lhe: Por que me trouxeste pão e uvas, e
bolos, e um pote de mel? Assim diz o Senhor: Eis que despedir-te-ás de mim, e
acontecerá, quando tiveres entrado na cidade, em Zeredá, que as tuas donzelas
sairão para encontrar-te, e te dirão: A criança é morta. Pois assim diz o Senhor: Eis
que irei destruir todos os homens de Jeroboão; os mortos de Jeroboão que
estiverem na cidade os cães os comerão, e os que morrerem no campo serão
comidos pelos pássaros. E ele lamentará a criança, dizendo: Ai de mim, Senhor!' Pois
foi encontrada nele alguma coisa boa, com respeito ao Senhor.
E a mulher partiu, quando ouviu isso. E aconteceu que, quando ela entrou em
Zeredá, a criança morreu; e de lá saíram pranteadores para recebê-la. Então,
Jeroboão foi para Siquém, na montanha de Efraim, e reuniu lá as tribos de Israel; e
Roboão, filho de Salomão subiu para lá. E a palavra do Senhor veio a Semaías, filho
de Enlami, dizendo: Toma para ti uma roupa nova, que não tenha sido lavada, e
rasga-a em doze pedaços; dá alguns destes pedaços para Jeroboão, e diz-lhe: Assim
diz o Senhor: Toma para ti dez pedaços para cobrir-te. E Jeroboão tomou-os.
Semaías, então, disse: Assim diz o Senhor a respeito das dez tribos de Israel.
Disse o povo a Roboão, filho de Salomão: Teu pai fez o seu jugo pesado sobre nós, e
fez pesada a comida da sua mesa; agora, torna-o leve sobre nós, e te serviremos. E
Roboão disse ao povo: Esperai três dias e tornarei com uma resposta. Então,
Roboão disse: Tragam-me os mais velhos, e irei tomar conselho com eles para saber
o que responderei as pessoas no terceiro dia. E Roboão falou em seus ouvidos
conforme o povo lhe falara; e os anciãos do povo disseram: Assim as pessoas têm
falado a ti.
Roboão, porém, rejeitou o conselho deles, pois não lhe agradava, mandando buscar
os que haviam sido criados em sua casa; e disse-lhes: Assim e assim tem as pessoas
mandado dizer-me. E os que haviam sido criados com ele responderam: Desta
maneira falarás ao povo, dizendo: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os
lombos de meu pai; meu pai vos castigou com açoites, mas irei governá-los com
escorpiões.
Este conselho agradou a Roboão, e ele respondeu ao povo como os jovens, os que
foram criados com ele, aconselharam-no; e todo o povo falava como um homem só,
cada um ao seu próximo, e clamaram todos juntos, dizendo: Não temos parte em
Davi nem herança no filho de Jessé. Cada um para a sua tenda, ó Israel! Porque este
homem não serve para ser príncipe ou regente sobre nós. E todo o povo dispersou-
se de Siquém, indo, cada um, para a sua tenda. E Roboão fortaleceu-se e partiu,
montando em seu carro e entrando em Jerusalém; e seguiu após ele toda a tribo de
Judá e toda a tribo de Benjamin. E sucedeu que, no início do ano, Roboão reuniu
todos os homens de Judá e Benjamin, e subiu para lutar com Jeroboão em Siquém.
Mas a palavra do Senhor veio a Semaías, o homem de Deus, dizendo: Fala a Roboão,
rei de Judá, e a toda a casa de Judá e Benjamim, e ao resto do povo, dizendo: Assim
diz o Senhor: Vós não subireis nem ireis lutar com vossos irmãos, os filhos de Israel.
Retorne, cada um, para a sua casa, pois isso vem de mim. Eles obedeceram à palavra
do Senhor, abstendo-se de subir, de acordo com a palavra do Senhor.
25 Jeroboão edificou Siquém na montanha de Efraim, e habitou nela; e, saindo de lá,
construiu a Fanuel.
26 E disse Jeroboão no seu coração: Eis que agora o reino voltará para a casa de
Davi.
27 Se este povo subir para fazer sacrifícios na casa do Senhor em Jerusalém o
coração das pessoas voltará para o Senhor, e para o seu senhor, Roboão, rei de
Judá; e matar-me-ão.
28 Então, o rei tomou conselho, e foi e fez duas novilhas de ouro, dizendo ao povo:
Basta-vos de ter ido, até agora, para Jerusalém; eis os teus deuses, ó Israel, que te
fizeram subir da terra do Egito!
29 E pôs uma em Betel, e a outra em Dã.
30 E tornou-se isto em pecado, porquanto as pessoas foram tão distante quanto Dã,
abandonando a casa do Senhor.
31 Também fez ele casas nos altos, e constituiu sacerdotes de quaisquer do povo,
que não eram dos filhos de Levi.
32 E Jeroboão nomeou uma festa no oitavo mês, no dia quinze do mês, de acordo
com a festa na terra de Judá.
33 E subiu ao altar que levantara, em Betel, para sacrificar às novilhas que fizera,
colocando em Betel os sacerdotes dos altos que havia estabelecido. E ele foi até ao
altar que tinha feito, no décimo quinto dia do oitavo mês, na festa que criara de seu
próprio coração. Fez ele uma festa para os filhos de Israel, e subiu ao altar para
sacrificar.
1 Eis que veio um homem de Deus de Judá, pela palavra do Senhor, à Betel; e
Jeroboão estava junto ao altar, para sacrificar.
2 Clamou ele contra o altar, por ordem do Senhor, e disse: Ó altar, altar! Assim diz o
Senhor: Eis que um filho nascerá para a casa de Davi, cujo nome será Josias; ele
oferecerá sobre ti os sacerdotes dos lugares altos, fará sacrifício deles sobre ti, e
queimará ossos de homens sobre ti.
3 Nesse dia, ele deu um sinal, dizendo: Esta é a palavra que o Senhor falou, dizendo:
Eis que o altar está fendido, e a gordura, sobre ele, se derramará.
4 E aconteceu quando o rei Jeroboão ouviu as palavras do homem de Deus, as quais
ele clamou sobre o altar que estava em Betel, que o rei estendeu a sua mão de
sobre o altar, dizendo: Tomai conta dele. E eis que a mão que estendeu contra ele
murchou, e não podia puxá-la de volta para si mesmo.
5 E o altar se fendeu, e a gordura derramou-se do altar, conforme o sinal que o
homem de Deus lhe entregara, pela palavra do Senhor.
6 Então, o rei Jeroboão disse ao homem de Deus: Roga ao Senhor, teu Deus, a fim
de que a minha mão seja restaurada para mim. O homem de Deus suplicou ao
Senhor e ele restaurou a mão do rei para ele, tornando-se como antes.
7 E o rei disse ao homem de Deus: Entra comigo na casa, e janta; e dar-te-ei um
presente.
8 Mas o homem de Deus disse ao rei: Ainda que me desses a metade da tua casa
não iria contigo, não comeria pão nem beberia água neste lugar; porque assim o
Senhor me alertou pela sua palavra, dizendo:
9 Não comas pão nem bebas água, e não voltes pelo caminho por onde vieste.
10 Então, ele partiu por outro caminho, e não voltou pelo caminho por onde viera
para Betel.
11 Morava em Betel um velho profeta. Seus filhos vieram e contaram-lhe tudo o que
o homem de Deus fizera naquele dia em Betel, e as palavras que falara ao rei; e eles
mudaram o rosto de seu pai.
12 E seu pai falou-lhes, dizendo: Por que caminho ele se foi? Então, seus filhos
mostraram-lhe o caminho pelo qual o homem de Deus que viera de Judá havia
subido.
13 E disse ele a seus filhos: Selai-me o jumento. Selaram-lhe o jumento, e ele
montou,
14 indo após o homem de Deus; e, achando-o sentado debaixo de um carvalho,
disse-lhe: És tu o homem de Deus que veio de Judá? Respondeu-lhe ele: Eu sou.
15 Então, ele lhe disse: Vem comigo, e come pão.
16 Ele, porém, respondeu: Não deverei, de maneira alguma, ir contigo, e não
comerei pão nem beberei água neste lugar.
17 Pois assim o Senhor me ordenou com a sua palavra, dizendo: Não comas lá pão,
nem bebas água; e não voltes de lá pelo caminho por onde vieste.
18 Porém, ele disse-lhe: Também eu sou profeta como tu és; e um anjo me falou
pela palavra do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa; e que ele coma
pão e beba água. Mas mentia para ele.
19 E fê-lo voltar; e ele comeu pão e bebeu água em sua casa.
20 E sucedeu que, enquanto eles estavam sentados à mesa, a palavra do Senhor
veio ao profeta que o tinha feito voltar;
21 e falou com o homem de Deus que viera de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor:
Porquanto resististe a palavra do Senhor, e não guardaste o mandamento que o
Senhor teu Deus te ordenou,
22 porém retornaste, e comeste pão e bebeste água no lugar acerca do qual ele te
falara, dizendo: Não comerás pão e não beberás água, por este motivo o teu corpo,
de modo algum, entrará no sepulcro de teus pais.
23 E sucedeu, depois de ter comido pão e bebido água, que selaram-lhe o jumento;
e ele, voltando-se, partiu.
24 Mas um leão o encontrou no caminho, e o matou. O seu corpo ficou atirado no
caminho, e o jumento permanecia parado junto dele; e também o leão estava junto
ao corpo.
25 E eis que alguns homens iam passando e viram o cadáver estendido no caminho,
e o leão estava junto ao cadáver; então, eles entraram e falaram disto na cidade
onde o velho profeta habitava.
26 O profeta que o tirara para fora do caminho ouviu-o, e disse: Este é o homem de
Deus que se rebelou contra a palavra do Senhor.
27 28 E foi, encontrando o corpo estendido no caminho; e o jumento e o leão
estavam junto ao corpo. O leão não tinha devorado o corpo do homem de Deus, e
não havia despedaçado o jumento.
29 O profeta levantou o cadáver do homem de Deus, e o pôs em seu jumento; e o
profeta trouxe-o de volta à sua cidade, para enterrá-lo em seu próprio túmulo;
30 e lamentou-o, dizendo: Ai, meu irmão.
31 E aconteceu, depois que ele o tinha lamentado, que falou a seus filhos, dizendo:
Quando eu morrer enterrem-me neste túmulo em que o homem de Deus está
sepultado; ponham-me ao lado de seus ossos, para que os meus ossos sejam
preservadas com os seus.
32 Porque, certamente, virá a palavra a suceder, a qual ele falou pela palavra do
Senhor contra o altar de Betel e contra as casas altas em Samaria.
33 Depois disso, Jeroboão não abandonou seu pecado, mas voltou atrás, e fez de
parte do povo sacerdotes dos lugares altos. A quem queria, ele o consagrava, e ele
mesmo se tornou um sacerdote para os lugares altos.
34 E isso se tornou em pecado à casa de Jeroboão, levando à sua destruição e a sua
retirada da face da terra.
1 Roboão, filho de Salomão, reinou sobre Judá. Roboão tinha quarenta e um anos
quando começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém, a cidade que o
Senhor escolhera para colocar nela o seu nome, de todas as tribos de Israel; e o
nome de sua mãe era Naanã, a amonita.
22 Roboão fez o que era mal aos olhos do Senhor, e provocou-o com todas as coisas
que seus pais fizeram em seus pecados, os quais cometeram.
23 E eles construíram para si lugares altos e colunas, e plantaram bosques em todos
os altos outeiros e debaixo de toda árvore frondosa.
24 Houve uma rebelião na terra, e eles fizeram conforme todas as abominações dos
povos que o Senhor havia removido de diante dos filhos de Israel.
25 E sucedeu que, no quinto ano do reinado de Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu
contra Jerusalém
26 levando todos os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei, e as
lanças de ouro que Davi tomara da mão dos filhos de Adadezer, rei de Suba, e
trouxera para Jerusalém, tudo o que ele tomara, e os escudos de ouro que Salomão
havia feito (e os levou para o Egito).
27 O rei Roboão fez escudos de bronze, em lugar deles, e os chefes da guarda, os
que cuidavam da porta da casa do rei, foram encarregados da sua guarda.
28 E sucedia, quando o rei entrava na Casa do Senhor, que a guarda levava-os para
cima, e pendurava-os na câmara da guarda.
29 O resto da história de Roboão, e a respeito de tudo quanto fez, não está, tudo
isso, escrito no livro das Crônicas dos Reis de Judá?
30 E houve guerra entre Roboão e Jeroboão, continuamente.
31 Roboão dormiu com seus pais, e foi sepultado com seus pais na cidade de Davi; e
Abiú, seu filho, reinou em seu lugar
1 O profeta Elias, o tesbita, de Tesbi de Gileade, falou a Acabe: Tão certo como vive
o Senhor, Deus dos exércitos, o Deus de Israel em cuja presença estou, não haverá
estes anos orvalho nem chuva, senão pela palavra da minha boca.
2 E a palavra do Senhor veio a Elias, dizendo:
3 Sai daqui para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante
do Jordão.
4 Beberás da água do ribeiro, e eu irei ordenar aos corvos que, ali, te sustentem.
5 Elias fez conforme a palavra do Senhor, assentando-se junto ao ribeiro de Querite,
diante do Jordão.
6 Os corvos lhe traziam pães pela manhã e carne à tarde; e ele bebia água do riacho.
7 E aconteceu que, depois de algum tempo, o ribeiro secou, porquanto não tinha
havido chuva na terra.
8 E a palavra do Senhor veio a Elias, dizendo-lhe:
9 Levanta-te e vai para Sarepta, da terra sidônia; Eis que ordenei à uma mulher viúva
para dar-te o mantimento.
10 Então, ele se levantou e foi para Sarepta, chegando à porta da cidade; e eis que
uma mulher viúva estava lá, apanhando lenha. Elias clamou para ela, dizendo-lhe:
Traze-me, peço-te, um pouco de água num vaso, para que beba.
11 E ela foi buscá-la. Mas Elias gritou para ela, dizendo: Traze-me, peço-te, um
pedaço de pão que está contigo.
12 E disse a mulher: Tão certo como vive o Senhor teu Deus, não tenho eu um único
bolo, mas apenas um punhado de farinha no vaso e um pouco de azeite na botija.
Eis que estou indo para ajuntar dois gravetos, e vou preparar isto para mim e os
meus filhos, e iremos comer e morrer.
13 Mas Elias disse-lhe: Tem bom ânimo; vai, e faz de acordo com a tua palavra.
Contudo, faze-me um bolo pequeno, e traze-o para mim, antes; e, depois, farás algo
para ti e para os teus filhos.
14 Porque assim diz o Senhor: O jarro de farinha não se esvaziará e o azeite na botija
não diminuirá até o dia em que o Senhor der a chuva sobre a terra.
15 Então, a mulher foi e fez assim; e comeram, ela, ele, e os seus filhos.
16 Mas o jarro de farinha não se esvaziou, e o azeite na botija não diminuiu, de
acordo com a palavra do Senhor que ele falara por intermédio de Elias.
17 E sucedeu, depois, que o filho da mulher, a dona da casa, estava doente; e a sua
doença se agravou muito, até que não havia mais fôlego nele.
18 Então, ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, ó homem de Deus? Vieste para
trazer os meus pecados à lembrança e matares o meu filho?
19 Elias, porém, respondeu à mulher: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu
regaço, levando-o para cima até o quarto onde se hospedava; e deitou-o na cama.
20 Elias, então, clamou em alta voz, e disse: Ai de mim, ó Senhor, pelo testemunho
da viúva que me hospeda! Tens feito mal para ela, matando-lhe o filho!
21 Soprou ele sobre a criança três vezes, e clamou ao Senhor, dizendo: Ó Senhor,
meu Deus, faze, peço-te, com que a alma desta criança volte para ela.
22 E assim foi. E a criança chorou.
23 E levou-o para baixo, do quarto no andar superior, para a casa, e o deu a sua mãe.
E Elias disse: Vê, teu filho vive.
24 Então, a mulher disse a Elias: Eis que reconheço que és homem de Deus, e a
palavra do Senhor na tua boca é verdadeira.
1 Acabe disse à sua esposa Jezabel tudo o que Elias havia feito, e como ele tinha
matado os profetas a espada.
2 E Jezabel enviou mensageiros a Elias, dizendo: Como tu és Elias e eu sou Jezabel,
Deus o faça para mim e outro tanto, se eu não fizer a tua vida por este mesmo
tempo, amanhã, como a vida de um deles.
3 Então, Elias temeu e, levantando-se, partiu por sua própria vida para Berseba, na
terra de Judá, deixando ali o seu moço.
4 E ele foi, caminho de um dia de viagem no deserto, assentando-se debaixo de um
zimbro; e inquiriu a respeito de sua vida, se é que ele poderia morrer, dizendo:
Basta, ó Senhor! Toma, peço-te, a minha vida, pois não sou melhor do que meus
pais.
5 E deitou-se, dormindo lá, debaixo de uma árvore. E eis que alguém tocou-o,
dizendo-lhe: Levanta-te e come.
6 Elias olhou, e eis que à sua cabeceira havia um bolo de farinha e uma botija de
água; então, ele se levantou, comeu e bebeu, e voltou a se deitar.
7 Mas o anjo do Senhor voltou segunda vez, tocando-o, e disse-lhe: Levanta-te e
come, pois a tua jornada está longe do fim.
8 E levantou-se ele, comendo e bebendo; e, com o sustento desse alimento,
caminhou quarenta dias e quarenta noites, para subir a Horebe.
9 E ele entrou lá em uma caverna, descansando nela; e eis que a palavra do Senhor
veio a ele, dizendo: Que fazes aqui, Elias?
10 E Elias respondeu: Tenho sido extremamente zeloso pelo Senhor Todo-Poderoso,
porquanto os filhos de Israel te abandonaram, escavaram os teus altares e mataram
os teus profetas à espada; somente eu permaneci, e buscam a minha vida, para
tomá-la.
11 E disse: Sairás, amanhã, e estarás diante do Senhor, no monte; e eis que o Senhor
irá passar. E haverá um grande e forte vento rasgando as montanhas e esmagando
as rochas diante do Senhor; mas o Senhor não estará no vento. E, depois do vento,
um terremoto; mas o Senhor não estará no terremoto.
12 E, depois do terremoto, um fogo; mas o Senhor não estará no fogo. E, depois do
fogo, a voz de uma suave brisa.
13 E aconteceu, quando Elias ouviu isto, que ele envolveu o rosto na sua capa e saiu,
ficando na entrada da caverna; e eis que uma voz veio a ele, e disse-lhe: Que fazes
aqui, Elias?
14 E Respondeu Elias: Tenho sido extremamente zeloso pelo Senhor Todo-
Poderoso; pois os filhos de Israel deixaram a tua aliança e têm derrubado os teus
altares, e mataram os teus profetas a espada. E eu fiquei, completamente só; e
buscam a minha vida, para tomá-la.
15 Então, o Senhor lhe disse: Vai, retorna. Irás ao caminho do deserto de Damasco e
ungirás Hazael para ser rei sobre a Síria;
16 e o filho de Jeú, Ninsi, ungirás para ser rei sobre Israel; e Eliseu, filho de Safate,
ungirás para ser profeta em teu lugar.
17 E virá a suceder que aquele que escapar da espada de Hazael, Jeú o matará; e o
que escapar da espada de Jeú, Eliseu o matará.
18 Todavia, deixarás em Israel sete mil homens, todos os joelhos que não se
dobraram a Baal e toda a boca que não o adorou.
19 E, partindo dali, encontrou ele Eliseu, filho de Safate, que estava arando com os
bois. Havia doze juntas diante dele, e ele estava com as doze. E Elias ultrapassou-o,
lançando o seu manto sobre ele.
20 Eliseu deixou o gado e correu após Elias, dizendo-lhe: Irei beijar a meu pai, e
seguirei após ti. Mas Elias disse-lhe: Volta, então, pois fiz um trabalho em ti.
21 E ele voltou de o seguir. Tomou, em seguida, uma junta de bois e matou-os,
cozendo-os com a sua aparelhagem; e deu-os ao povo, e comeram. Então, ele se
levantou, indo após Elias, e o serviu.
1 O filho de Hadade reuniu todas as suas forças e subiu, cercando a Samaria; ele e
trinta e dois reis com ele, com todos os seus cavalos e carros; subiram e cercaram
Samaria, pelejando contra ela.
2 E enviou mensageiros à cidade, para Acabe, rei de Israel, dizendo-lhe: Assim diz o
filho de Hadade:
3 A tua prata e o teu ouro são meus; as tuas mulheres e os teus filhos são meus.
4 E o rei de Israel respondeu, dizendo-lhe: Como tu disseste, meu senhor, ó rei, eu
sou teu e tudo o que é meu também é teu.
5 Mas os mensageiros vieram, novamente, e disseram: Assim diz o filho de Hadade:
Eis que enviei mensageiros a ti, dizendo: Dar-me-ás a tua prata e o teu ouro, as tuas
mulheres e os teus filhos.
6 Amanhã, a esta mesma hora, eu enviarei os meus servos a ti, e eles irão procurar
na tua casa e nas casas dos teus servos, e será que todos os objetos desejáveis aos
seus olhos, nos quais puserem suas mãos, eles os levarão.
7 Então, o rei de Israel chamou todos os anciãos da terra, e disse-lhes: Tomai nota,
agora, e considerai que este homem procura o mal; porque enviou-me mensageiros
acerca de minhas mulheres, e acerca de meus filhos e de minhas filhas. E não tenho
lhe tenho negado a minha prata e o meu ouro.
8 Mas os anciãos e todo o povo lhe disseram: Não lhe deis ouvidos, e não consintais
nisto.
9 Então, disse ele aos mensageiros do filho de Hadade: Dizei ao vosso senhor: Todas
as coisas acerca das quais enviaste mensageiros ao teu servo, da primeira vez, irei
fazer; mas essa coisa eu não serei capaz de fazer. E os homens partiram, levando a
resposta de volta para ele.
10 E o filho de Hadade enviou-lhe mensageiros, dizendo: Assim e assim Deus me
faça, e outro tanto, se o pó de Samaria for suficiente para as raposas e para todas as
pessoas, até mesmo para a minha infantaria.
11 E o rei de Israel respondeu, dizendo: Basta! Que o corcunda não se gabe como
aquele que tem as costas retas.
12 E aconteceu, quando chegou-lhe esta resposta, que ele e todos os reis com ele
estavam bebendo em suas tendas; e disse aos seus servos: Cavai uma trincheira. E
eles fizeram uma trincheira contra a cidade.
13 Veio um profeta a Acabe, rei de Israel, dizendo: Assim diz o Senhor: Viste esta
grande multidão? Eis que a entrego, no dia de hoje, em tuas mãos; e saberás que eu
sou o Senhor.
14 Acabe perguntou-lhe: De que maneira? E ele respondeu: Assim diz o Senhor:
Pelos moços dos cabeças das províncias. E Acabe disse: Quem começará a peleja? E
ele respondeu: Tu.
15 Então, Acabe contou os moços dos cabeças das províncias, e eram duzentos e
trinta; depois, ele contou o povo, todos os homens aptos para a guerra, sete mil.
16 E saiu ao meio-dia; mas o filho de Hadade estava bebendo e embriagando-se em
Sucote, ele e os reis, os trinta e dois reis seus aliados.
17 E os moços dos cabeças das províncias saíram primeiro; e relataram ao rei da
Síria, dizendo: Há homens que saem de Samaria.
18 E ele lhes disse: Se saem pacificamente, tomai-os vivos; e se saem para a guerra,
tomai-os vivos também;
19 mas não deixeis os moços dos cabeças das províncias saírem da cidade. Então, o
exército que estava por trás deles feriu,
20 cada qual, o homem que estava ao seu lado; e cada um deles, uma segunda vez,
feriu o homem ao seu lado; e a Síria fugiu. Mas Israel os perseguiu, e o filho de
Hadade, o rei da Síria, fugiu no cavalo de um de seus cavaleiros.
21 O rei de Israel saiu e tomou todos os cavalos e os carros, ferindo o inimigo com
uma grande matança, entre os sírios.
22 Então, o profeta chegou ao rei de Israel, e disse-lhe: Fortalece-te e fica atento, e
vê o que hás de fazer; pois na virada do ano o filho de Hadade, rei da Síria; virá
contra ti.
23 Entretanto, os servos do rei da Síria disseram: O Deus de Israel é um Deus dos
montes, e não um Deus dos vales; por este motivo tem ele prevalecido contra nós;
porém, se lutarmos contra eles na planície verdadeiramente nós prevaleceremos
contra eles.
24 Portanto, faze isto: Envia para longe os reis, cada um para o seu lugar, e coloca
os príncipes em seu lugar.
25 E te daremos um outro exército, de acordo com o exército que foi destruído, e
cavalaria de acordo com a cavalaria, e carros de acordo com os carros; e iremos
lutar contra eles na planície, prevalecendo contra eles. E deu ele ouvidos à sua voz,
fazendo desta maneira.
26 E sucedeu que, na virada do ano, o filho de Hadade passou revista à Síria e subiu
para Afeque, à guerra contra Israel.
27 Os filhos de Israel haviam sido enumerados, e vieram ao seu encontro. Acampou-
se Israel diante deles como dois pequenos rebanhos de cabras; mas a Síria enchia a
terra.
28 Vindo o homem de Deus, disse ao rei de Israel: Assim diz o Senhor: Porquanto a
Síria disse: O Senhor Deus de Israel é um Deus dos montes, mas ele não é um Deus
dos vales; por causa disto, entregarei este grande exército nas tuas mãos, e saberás
que eu sou o Senhor.
29 E acamparam-se um defronte do outro, por sete dias. E sucedeu que, ao sétimo
dia, a batalha começou e Israel feriu a Síria, até cem mil homens que estavam de de
pé, em um único dia.
30 Os restantes fugiram para Afeque, para a cidade; e caiu o muro sobre os vinte e
sete mil homens que restaram. O filho de Hadade fugiu e entrou em uma câmara
interna, escondendo-se em um armário.
31 E disse aos seus servos: Conheço que os reis de Israel são reis clementes. Iremos,
agora, colocar pano de saco sobre os nossos lombos e cordas aos pescoços, e
sairemos ao rei de Israel a ver se, de alguma maneira, salvaremos as nossas almas.
32 Então, eles cingiram saco sobre os seus lombos e puseram cordas em cima de
suas cabeças; e disseram ao rei de Israel: Teu servo, o filho de Hadade, diz: Que as
nossas almas vivam, peço-te. E ele disse: Ainda vive ele? É meu irmão.
33 Os homens tomaram isto como um presságio, e ofereceram libações; e eles
pegaram a palavra da sua boca, dizendo-lhe: Teu irmão, o filho de Hadade. E ele
falou: Ide buscá-lo. Então, o filho de Hadade foi ter com ele, e conduziram-no até ele
no carro.
34 E ele disse-lhe: As cidades que meu pai tomou a teu pai restaurar-te-ei; e farás
para ti ruas em Damasco, como meu pai fez ruas em Samaria. Deixar-te-ei ir, com
uma aliança. E fez um pacto com ele, deixando-o partir.
35 E um certo homem, dentre os filhos dos profetas, disse ao seu companheiro, pela
palavra do Senhor: Fere-me, peço. O homem, porém, não quis feri-lo.
36 Então, ele lhe disse: Porquanto não obedeceste à voz do Senhor, por este motivo
acontecerá que, apartando-te tu de mim, um leão te ferirá. E retirou-se dele, e um
leão o encontrou, ferindo-o .
37 Encontrou ele um outro homem, e disse-lhe: Fere-me, peço-te. E o homem o
feriu; e, em feri-lo, deixou-o machucado.
38 Então, o profeta foi e ficou perante o rei de Israel pelo caminho, vedando seus
olhos com uma bandagem.
39 E aconteceu, quando o rei passou por ali, que ele gritou em voz alta para o rei,
dizendo: Teu servo saiu para a guerra, e eis que um homem trouxe-me outro
homem, dizendo: Guarda-me este homem. Se ele, de alguma maneira, vier a
escapar, a tua vida responderá pela sua vida; ou pagarás um talento de prata.
40 E sucedeu que, estando o teu servo a olhar em volta para lá e para cá, o homem
escapou. E o rei de Israel lhe disse: Eis que também destruíste as armadilhas
assentadas por mim.
41 Então, ele, apressando-se, retirou a venda de seus olhos; e o rei de Israel o
reconheceu, pois era um dos profetas.
42 E ele disse-lhe: Assim diz o Senhor: Porquanto permitiste que escapasse de tua
mão um homem designado para a destruição, a tua vida responderá pela sua vida, e
o teu povo pelo seu povo.
43 E o rei de Israel partiu, confundido e desanimado, indo para Samaria.
1 E ele descansou por três anos, não havendo neste tempo guerra entre a Síria e
Israel.
2 E sucedeu que, no terceiro ano, Josafá, rei de Judá desceu ao encontro do rei de
Israel.
3 Então, o rei de Israel disse aos seus servos: Não sabeis vós que Ramote-Gileade é
nossa, e demoramos para tirá-la das mãos do rei da Síria?
4 E disse o rei de Israel a Josafá: Irás conosco para Ramote-Gileade, para a batalha?
5 E Josafá respondeu: Como eu sou, também tu és; como é o meu povo, assim é o
teu povo; como são os meus cavalos, assim são os teus cavalos. E Josafá, rei de
Judá, disse ao rei de Israel: Consulta, peço-te, ao Senhor, neste dia.
6 Então, o rei de Israel reuniu todos os profetas, cerca de quatrocentos homens. E o
rei lhes disse: Subirei à Ramote-Gileade, à peleja, ou abster-me-ei? E eles disseram:
Sobe, porque o Senhor irá, certamente, dá-la nas mãos do rei.
7 Mas disse Josafá ao rei de Israel: Porventura não há aqui algum profeta do Senhor,
para que possamos consultar ao Senhor através dele?
8 E o rei de Israel respondeu a Josafá: Há um homem aqui para que possamos
consultar o Senhor através dele; mas eu o odeio, porque ele não fala bem de mim,
porém só o mal: Micaías, filho de Inlá. E Josafá, rei de Judá, disse: Não fale o rei
assim.
9 Então, o rei de Israel chamou um eunuco, e disse-lhe: Traze-me aqui, depressa,
Micaías, filho de Inlá.
10 O rei de Israel e Josafá, rei de Judá, estavam assentados, cada um no seu trono,
tronos armados nos portões de Samaria; e todos os profetas profetizavam diante
deles.
11 Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e disse: Assim diz o
Senhor: Com estes ferirás os sírios, até que sejam consumidos.
12 E todos os profetas profetizavam da mesma maneira, dizendo: Sobe para
Ramote-Gileade, pois esta coisa prosperará, e o Senhor a entregará, e ao rei da Síria,
em tuas mãos.
13 E o mensageiro que foi chamar a Micaías falou com ele, dizendo-lhe: Eis que
agora todos os profetas falam a uma só boca coisas boas a respeito do rei. Que as
tuas palavras, portanto, sejam como as palavras de um deles, para falar coisas boas.
14 Porém, Micaías respondeu: Tão certo como vive o Senhor, conforme o que o
Senhor me disser, isso falarei.
15 Veio ele ao rei, e o rei disse-lhe: Micaías, irei até Ramote-Gileade, à peleja, ou
abster-me-ei? E ele disse: Sobe, e o Senhor a entregará nas mãos do rei.
16 O rei, entretanto, lhe disse: Quantas vezes hei de conjurar-te que me fales a
verdade em nome do Senhor?
17 E ele disse: Não seja assim. Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas
sem pastor; e o Senhor disse: Não é Deus senhor destes? Que cada um retorne para
a sua casa, em paz.
18 E o rei de Israel disse a Josafá, rei de Judá, Eu não te disse que este homem não
profetiza o bem para mim, pois que ele não fala nada senão o mal?
19 Micaías, porém, disse: Não seja assim. Não vem, isto, de mim; ouve a palavra do
Senhor, pois não é isto assim. Eu vi o Deus de Israel assentado em seu trono, e todo
o exército do céu estava junto dele, à sua direita e à sua esquerda.
20 E disse o Senhor: Quem enganará a Acabe, rei de Israel, para que suba e caia em
Ramote-Gileade? E um falava de uma maneira, e outro de outra maneira.
21 Então, saiu um espírito e se apresentou diante do Senhor, dizendo: Eu o
enganarei.
22 Mas o Senhor disse-lhe: Em que? E ele respondeu: Irei, e serei um falso espírito na
boca de todos os seus profetas. E ele disse: Tu irás enganá-lo, sim, e prevalecerás;
vai, e faze assim.
23 Agora, pois, eis que o Senhor pôs um espírito falso na boca de todos estes teus
profetas, e o Senhor tem pronunciado o mal contra ti.
24 Então, Zedequias, filho de Quenaaná, aproximou-se e feriu Micaías na face, e
disse-lhe: Que tipo de espírito do Senhor falou em ti?
25 E Micaías respondeu-lhe, dizendo: Eis que o verás, naquele dia, quando entrares
numa câmara interior, para te esconderes lá.
26 E disse o rei de Israel: Tomai a Micaías e levai-o para Amom, o guardião da cidade;
27 e dizei a Joás, filho do rei, para colocar este homem na prisão e para alimentá-lo
com pão de angústia e água de angústia, até que eu volte em paz.
28 Mas Micaías disse-lhe: Se voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim.
29 Então, o rei de Israel subiu, e Josafá, rei de Judá, com ele, para Ramote-Gileade.
30 Disse o rei de Israel para Josafá, rei de Judá: Disfarçar-me-ei e entrarei na batalha;
e tu, coloca a minha roupa. Então, o rei de Israel disfarçou-se e entrou na batalha.
31 Mas o rei da Síria tinha ordenado aos trinta e dois capitães dos seus carros,
dizendo: Lutai não contra pequenos ou grandes, mas tão somente contra o rei de
Israel.
32 E sucedeu, vendo os capitães dos carros a Josafá, rei de Judá, que disseram eles:
Este parece ser o rei de Israel. E cercaram-no, para lutar contra ele; mas Josafá
gritou.
33 E sucedeu que, vendo os capitães dos carros que ele não era o rei de Israel, o
deixaram.
34 Entretanto, um de boa pontaria retesou o arco e feriu o rei de Israel entre os
pulmões e o peitoral; e ele disse a seu cocheiro: Volta, conduz-me para fora da
batalha, porque estou ferido.
35 A guerra continuou naquele dia (e o rei estava de pé na carruagem), contra a
Síria, desde a manhã até à tarde; e derramou-se o sangue de seu ferimento para o
fundo do carro, morrendo ele ali mesmo; e o sangue correu da ferida para o fundo
do carro.
36 E o arauto do exército ficou de pé, ao pôr do sol, dizendo: Que cada homem vá
para a sua própria cidade, e para a sua própria terra,
37 pois o rei está morto. Então, eles foram para Samaria, e enterraram o rei em
Samaria.
38 E lavaram o carro na fonte de Samaria. Os porcos e os cães lamberam o sangue, e
as meretrizes se lavaram nele, de acordo com a palavra do Senhor, que ele falara.
39 Mas o restante dos atos de Acabe, e tudo o que ele fez, e a casa de marfim que
construiu, e todas as cidades que edificou, não estão essas coisas escritas no livro
das Crônicas dos Reis de Israel?
40 Acabe dormiu com seus pais, e Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.
41 Josafá, filho de Asa, reinou sobre Judá; no quarto ano de Acabe, rei de Israel,
começou a reinar Josafá.
42 Trinta e cinco anos de idade ele tinha quando começou a reinar, e reinou vinte e
cinco anos em Jerusalém; o nome de sua mãe era Azuba, filha de Sili.
43 Andou ele em todos os caminhos de Asa, seu pai; não se desviou dele, fazendo o
que era reto aos olhos do Senhor.
44 Tão somente que ele não retirou nenhum dos lugares altos; o povo ainda
sacrificava e queimava incenso nos altos.
45 E Josafá estava em paz com o rei de Israel.
46 Mas o restante dos atos de Josafá, e os seus grandes feitos, tudo o que ele fez,
não estão essas coisas escritas no livro das Crônicas dos Reis de Judá?
47 48 49 50 51 Josafá dormiu com seus pais, e foi sepultado com seus pais na cidade
de Davi, seu pai; e Jeorão, seu filho, reinou em seu lugar.
52 Acazias, filho de Acabe, reinou sobre Israel em Samaria no ano dezessete de
Josafá, rei de Judá. Acazias, filho de Acabe, reinou sobre Israel em Samaria, por dois
anos.
53 Fez ele o que era mau aos olhos do Senhor, andando no caminho de Acabe, seu
pai, e no caminho de sua mãe Jezabel, e nos pecados da casa de Jeroboão, filho de
Nebate, nos quais fez Israel pecar.
54 Serviu a Baal e o adorou, provocando ao Senhor, Deus de Israel, conforme a tudo
o que havia sido feito antes dele.
4 REIS (2 REIS)
1 E aconteceu, quando o Senhor estava para levar Elias num turbilhão, como se
fosse para o céu, que Elias e Eliseu saíram de Gilgal.
2 E disse Elias para Eliseu: Permanece aqui, peço-te; pois Deus enviou-me a Betel.
Mas Eliseu disse: Vive o Senhor e a tua alma também, que não te deixarei! E, assim,
eles foram para Betel.
3 Os filhos dos profetas que estavam em Betel avistaram Eliseu, e disseram-lhe:
Sabes que o Senhor, hoje, irá levar teu senhor levantando-o sobre a tua cabeça? E
ele respondeu: Sim, eu o sei; silenciai.
4 E disse Elias a Eliseu: Permanece aqui, peço-te; porque o Senhor enviou-me a
Jericó. Mas ele disse: Vive o Senhor e vive a tua alma, que não te deixarei. E foram
para Jericó.
5 Então, os filhos dos profetas que estavam em Jericó se aproximaram de Eliseu, e
disseram-lhe: Sabes que o Senhor está prestes a tomar o teu senhor, neste dia,
levantando-o sobre a tua cabeça? E ele respondeu: Sim, eu o sei; ficai em paz.
6 Porém, Elias disse-lhe: Fica aqui, peço-te, porque o Senhor enviou-me ao Jordão. E
Eliseu respondeu, dizendo: Vive o Senhor e a tua alma, que não te deixarei. E os dois
prosseguiram.
7 Foram, também, cinquenta homens dos filhos dos profetas e puseram-se à frente,
de longe: e estavam, ambos, na margem do Jordão.
8 Elias tomou a sua capa, dobrando-a, e feriu a água. A água foi dividida para este
lado e para aquele lado, e ambos passaram a pé enxuto.
9 E sucedeu, enquanto eles estavam atravessando, que Elias disse para Eliseu: Diga-
me, o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. E Eliseu disse: Que
haja, peço-te, uma porção dobrada de teu espírito sobre mim.
10 Respondeu-lhe Elias: Pediste uma coisa difícil; se me vires quando estiver sendo
tomado de ti, então será assim contigo; e se não, não será assim.
11 E aconteceu que, indo eles, continuaram a conversar; e eis um carro de fogo, com
cavalos de fogo, que fizeram separação entre ambos; e Elias foi levado por um
turbilhão, como se fosse para o céu.
12 Eliseu o viu, e gritou: Pai, pai! Carros de Israel e os seus cavaleiros! E não o viu
mais. Então, arrancou as suas vestes, rasgando-as em duas partes.
13 E Eliseu tomou o manto de Elias, que caíra de cima, sobre ele; então, Eliseu voltou
e parou à beira do Jordão;
14 e tomou a capa de Elias, que caíra sobre ele, e feriu as águas, dizendo: Onde está
o Senhor, Deus de Elias? e feriu as águas, as quais se dividiram para cá e para lá; e
Eliseu atravessou.
15 Os filhos dos profetas que estavam em Jericó, no lado oposto, o viram e
disseram: O espírito de Elias repousou sobre Eliseu. E, vindo-lhe ao encontro,
prostraram-se diante dele ao chão.
16 E disseram-lhe: Eis que estão com os teus servos cinquenta homens fortes. Que
eles partam em busca do teu senhor; porventura o Espírito do Senhor levou-o para
cima e lançou-o no Jordão, ou em uma das montanhas, ou em uma das colinas.
Eliseu, porém, disse: Não os enviareis.
17 Mas eles o pressionaram até que se encabulasse; e ele disse: Enviai. E enviaram
cinquenta homens que buscaram por três dias, mas não o acharam.
18 E voltaram para ele, pois morava em Jericó; e Eliseu falou: Eu não vos disse que
não fosseis?
19 E os homens da cidade disseram para Eliseu: Eis que a situação da cidade é boa,
como nosso senhor vê; mas as águas são más, e a terra é estéril.
20 Então, Eliseu disse: Trazei-me um jarro novo, e colocai nele sal. E eles tomaram
um, trazendo-o para ele.
21 Eliseu foi ao manancial das águas e, deitando sal nelas, disse: Assim diz o Senhor:
Eis que tenho curado estas águas; não procederá delas mais a morte nem a
esterilidade das terras.
22 E aquelas águas ficaram sãs até ao dia de hoje, conforme a palavra que Eliseu
falara.
23 Dali, subiu para Betel; e, quando estava indo pelo caminho, vieram subindo
também as crianças pequenas da cidade, e zombavam dele, dizendo-lhe: Sobe,
calvo, sobe.
24 Voltando-se para elas, olhou-as e amaldiçoou-as em nome do Senhor. E eis que
saíram dois ursos do bosque e despedaçaram quarenta e duas daquelas crianças.
25 E ele foi de lá para o monte Carmelo, de onde retornou para Samaria.
1 Jorão, filho de Acabe, começou a reinar em Israel no décimo oitavo ano de Josafá,
rei de Judá; e reinou doze anos.
2 Fez ele o que era mal aos olhos do Senhor, só que não como seu pai nem como
sua mãe, pois removeu os pilares de Baal que seu pai fizera.
3 Tão somente que ele aderiu ao pecado de Jeroboão, filho de Nebate, no qual fez
Israel pecar; não se apartou dele.
4 Mesa, rei dos moabitas, era criador de ovelhas e entregava ao rei de Israel, no
início do ano, cem mil cordeiros e cem mil carneiros, com a sua lã.
5 Sucedeu que, depois da morte de Acabe, o rei de Moabe rebelou-se contra o rei de
Israel.
6 E o rei Jorão saiu, certo dia, de Samaria, fazendo revista de Israel.
7 E enviou mensageiros para Josafá, rei de Judá, dizendo: O rei dos moabitas
rebelou-se contra mim; irás tu comigo contra Moabe para a guerra? E ele disse:
Subirei; tu és como eu, eu sou como tu; como meu povo, assim é o teu povo; como
os meus cavalos, assim são os teus cavalos.
8 E disse: Por que caminho subirei? e ele respondeu: Pelo caminho do deserto de
Edom.
9 E o rei de Israel partiu, assim como o rei de Judá e o rei de Edom; e foram numa
marcha de sete dias. Mas não havia água para o exército nem para o gado que fora
com eles.
10 Então, o rei de Israel disse: Ai de mim! Pois o Senhor tem chamado os três reis a
este caminho para entregá-los nas mãos dos moabitas.
11 E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor, para que possamos
consultar ao Senhor por seu intermédio? Então, um dos servos do rei de Israel
respondeu, dizendo: Está aqui Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as
mãos de Elias.
12 E Josafá disse: Está com ele a palavra do Senhor. Então, o rei de Israel e Josafá, rei
de Judá, assim como o rei de Edom, desceram a ele.
13 Mas Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai para os profetas de
teu pai e para os profetas de tua mãe. Todavia, o rei de Israel lhe disse: Será que o
Senhor chamou os três reis para entregá-los nas mãos dos moabitas?
14 E Eliseu respondeu: Tão certo como vive o Senhor dos Exércitos, a quem sirvo, se
eu não considerasse a presença de Josafá, rei de Judá, eu não teria olhado para ti
nem mesmo te veria.
15 Agora, então, tragam-me um harpista. E aconteceu, enquanto o harpista tocava,
que a mão do Senhor veio sobre ele.
16 E ele disse: Assim diz o Senhor: Cavai neste vale muitos fossos.
17 Pois assim diz o Senhor: Não vereis vento nem chuva, contudo este vale se
encherá de água, e vós, vossos rebanhos e vosso gado, bebereis.
18 E isso é uma coisa muito fácil aos olhos do Senhor. Também entregarei Moabe
nas vossas mãos.
19 Ferireis a todas as cidades fortes e haveis de cortar a toda a árvore que é boa; e
ireis secar a todas as fontes de água e atulhar a todo bom pedaço de terra com
pedras.
20 Sucedeu que, pela manhã, quando o sacrifício foi oferecido, eis que águas
vinham do caminho de Edom; e a terra encheu-se de água.
21 Moabe inteira ouviu que os três reis tinham subido para pelejar contra eles; e
gritaram de todos os lados, todos os que estavam cingidos com um cinto, dizendo:
Eia! e puseram-se sobre a fronteira.
22 E levantaram-se cedo pela manhã, enquanto o sol subia sobre as águas; e, de
Moabe, avistaram as águas do lado oposto, vermelhas como sangue.
23 E disseram: Este é o sangue da espada; os reis lutaram e cada homem feriu o seu
próximo. Agora, então, para os despojos, Moabe!
24 E entraram no acampamento de Israel; mas Israel levantou-se e derrotou os
moabitas, os quais fugiram de diante deles; e eles foram atrás deles, e derrotaram
os moabitas enquanto eles fugiam.
25 E arrasaram as cidades, lançando, cada um, a sua pedra em todos os bons
pedaços de terra, atulhando-o; e secaram cada fonte, e cortaram toda árvore boa,
até que ficaram apenas as pedras dos muros derrubados. E os que atiravam com
fundas atravessaram a terra, ferindo-a.
26 Viu o rei dos moabitas que a batalha prevalecia contra ele, e tomou consigo
setecentos homens que arrancavam da espada para abrir caminho até o rei de
Edom; Contudo, não o conseguiram.
27 Tomou, então, o seu filho mais velho, a quem havia destinado para reinar em seu
lugar, e ofereceu-o em holocausto nos muros. Pelo que houve uma grande
indignação em Israel; e afastaram-se dele, voltando para a sua terra.
1 E uma das mulheres dos filhos dos profetas clamou a Eliseu, dizendo: Teu servo,
meu marido, está morto, e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor; veio, então, o
credor para levar os meus dois filhos para serem seus servos.
2 E Eliseu perguntou-lhe: Que hei de fazer por ti? Diga-me o que tens em casa. E ela
respondeu: Tua serva não tem nada em casa, a não ser o óleo com o qual me unto.
3 E ele disse-lhe: Vai, pede emprestados vasos de todos os teus vizinhos, vasilhas
vazias, não poucas.
4 Entrarás e fecharás a porta sobre ti e sobre os teus filhos, e irás derramar o azeite
nestes vasos, separando o que estiver cheio.
5 Ela se apartou dele, fechando a porta sobre si e sobre seus filhos e trouxeram os
vasos para junto dela, que derramou azeite neles até que ficaram cheios.
6 E disse ela aos seus filhos: Trazei-me ainda uma vasilha. Mas eles responderam:
Não há uma só vasilha mais. E o azeite permaneceu nas vasilhas.
7 Então, ela foi e o relatou ao homem de Deus. E Eliseu disse-lhe: Vai, e vende o
azeite; pagarás tuas dívidas, e tu e teus filhos viverão do azeite restante.
8 Certo dia, Eliseu passou por Suném. Havia lá uma senhora importante, que o
constrangeu a comer pão com ela; e isto aconteceu tantas vezes que, quando ele ia
para a cidade, voltava-se para comer lá .
9 E disse a mulher ao seu marido: Vê, eu sei que este é um santo homem de Deus,
que vem continuamente a nós.
10 Façamos para ele uma câmara superior, um lugar pequeno; e ponhamos lá, para
ele, uma cama, uma mesa, um banquinho e um candeeiro; e acontecerá, quando ele
vier até nós, que se recolherá ali.
11 Certo dia aconteceu de ele ir para lá, e voltou-se em direção à câmara superior,
ficando ali.
12 E disse a Geazi, seu servo: Chama-me esta sunamita. E ele a chamou, pondo-se ela
diante dele.
13 E disse-lhe: Fala, agora, com ela, dizendo-lhe: Eis que tiveste todo este trabalho
por nós. O que devo fazer por ti? Tens algum pedido a fazer ao rei, ou ao capitão do
exército? Mas ela disse: Habito no meio do meu povo.
14 Então, ele disse a Geazi: O que faremos por ela? e Geazi, seu servo, respondeu-
lhe: Na verdade, ela não tem um filho e seu marido é velho.
15 Chamou-a ele; e ela estava próxima da porta.
16 E Eliseu disse-lhe: Neste mesmo tempo, no próximo ano, nesta mesma estação,
estarás viva e abraçarás um filho. E ela disse: Não, meu senhor, não mintas para a
tua serva.
17 Mas a mulher concebeu, dando à luz a um filho naquele tempo, na estação
determinada, estando viva, conforme dissera Eliseu para ela.
18 O menino crescia. E aconteceu, quando ele saiu para seu pai aos ceifeiros,
19 que disse-lhe: Minha cabeça, minha cabeça! E seu pai disse a um servo: leva-o
para a sua mãe.
20 E ele levou-o à sua mãe. O menino ficou deitado sobre os joelhos dela até ao
meio-dia, e morreu.
21 Então, ela levou-o para cima e deitou-o sobre a cama do homem de Deus,
fechando a porta sobre ele; e saiu.
22 E chamou ela ao seu marido, dizendo-lhe: Envia-me, agora, um dos moços e uma
das jumentas, e eu montarei e irei apressadamente para o homem de Deus, e
voltarei.
23 Porém, disse-lhe ele: Por que estás indo até ele, hoje? Não é nem lua nova nem
sábado. Ela, porém, respondeu: Está tudo bem.
24 E ela selou o jumento, e disse ao seu moço: Sejas rápido, vai em frente; não te
refreies de andar rapidamente por minha causa, a menos que te diga. Vai, não
pares, até chegar ao homem de Deus, ao monte Carmelo.
25 Então, ela montou e veio para o homem de Deus, no monte; e aconteceu,
quando Eliseu a viu chegar, que ele disse a Geazi, seu servo: Vejo, agora, que a
sunamita vem.
26 Agora, pois, corre ao seu encontro, e lhe dirás: Vai tudo bem contigo? Vai tudo
bem com teu marido? Vai tudo bem com teu filho? E ela respondeu: Vai tudo bem.
27 Chegando ela a Eliseu na montanha, abraçou-se aos seus pés. Geazi aproximou-
se, empurrando-a para longe. Mas Eliseu disse: Deixa-a, porquanto a sua alma está
muito triste dentro dela, e o Senhor escondeu isso de mim, não o contando para
mim.
28 Então, ela disse: Pedi-te eu um filho do Senhor? Pois, não disse eu: Não mintas
para mim?
29 E disse Eliseu para Geazi: Cinge os teus lombos, toma o meu cajado na tua mão, e
vai. Se encontrares alguém pelo caminho não o saúdes, e se alguém te saudar, tu
não lhe responderás; mas põe o meu cajado sobre o rosto do menino.
30 A mãe da criança, porém, disse: Vive o Senhor e vive a tua alma, que não te
deixarei! Então, Eliseu se levantou, e foi junto com ela.
31 Mas Geazi passou-lhe à frente, colocando o seu cajado no rosto do menino;
todavia, não houve voz alguma, nem qualquer sinal de vida. Então, ele voltou para
encontrá-lo e falou-lhe, dizendo: O menino não despertou.
32 Entrou Eliseu na casa, e eis que a criança, morta, estava colocada sobre a sua
própria cama.
33 Eliseu entrou e fechou a porta sobre si, ficando somente os dois; e orou ao
Senhor.
34 E, subindo na cama, deitou-se sobre o menino, pondo a sua boca sobre a boca
dele, os seus olhos sobre os olhos deles e as suas mãos sobre as mãos dele;
estendeu-se sobre ele, e a carne do menino aqueceu.
35 Ele levantou-se, e andava para cima e para baixo na casa; e subiu, inclinando-se
sobre a criança, sete vezes; então, a criança abriu os olhos.
36 Eliseu, então, chamou a Geazi, e disse-lhe: Chama essa sunamita. E chamou-a,
vindo ela até onde ele estava; e Eliseu disse-lhe: Toma o teu filho.
37 A mulher entrou e, caindo a seus pés, fez-lhe reverência curvando-se para o chão.
E ela saiu, levando o seu filho.
38 E Eliseu voltou para Gilgal. Havia fome na terra, e os filhos dos profetas se
assentaram diante dele. Disse Eliseu ao seu servo: Põe a panela grande no fogo e
prepara um cozinhado de ervas para os filhos dos profetas.
39 E saiu ele ao campo para apanhar ervas. Achando uma trepadeira no campo
colheu dela colocíntidas selvagens, enchendo delas a sua capa; e lançou-as no
cozinhado de ervas, apesar de que eles não as conheciam.
40 E serviu-o para os homens comerem. Mas aconteceu, quando estavam comendo
do cozinhado, que eles clamaram, dizendo: Há morte na panela, ó homem de Deus!
E não puderam comer.
41 E disse ele: Toma farinha, e lança-a na panela. Então, Eliseu disse ao seu servo
Geazi: Tirai para as pessoas, para que comam. E não havia mais lá qualquer coisa
prejudicial, na panela.
42 Veio, naquele tempo, um homem de Baal-Salisa, trazendo ao homem de Deus
vinte pães de cevada e bolos de figos, das primícias. E ele disse: Dá-os ao povo, para
que comam.
43 Mas o servo disse: Para que hei de pôr isto diante de cem homens? Porém, ele
disse: Dá-os ao povo, para que comam; porque assim diz o Senhor: Comerão e ainda
sobrará.
44 Então, comeram, e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor.
1 Ora, Naamã, chefe do exército da Síria, era um grande homem diante do seu
senhor, e muito respeitado, porque através dele o Senhor dera livramento aos
sírios; e o homem era muito forte, porém, leproso.
2 Mas saíram os sírios em pequenos grupos, e levaram cativa da terra de Israel uma
menina, a qual servia a esposa de Naamã.
3 E disse ela à sua senhora: Se o meu senhor estivesse diante do profeta de Deus em
Samaria, instantaneamente ele o restauraria da sua lepra.
4 Então, ela entrou e falou ao seu senhor, dizendo-lhe: Assim e assim falou a menina
da terra de Israel.
5 E o rei da Síria, disse a Naamã: Vai, e enviarei uma carta ao rei de Israel. E ele foi,
tomando na sua mão dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez mudas de
roupa.
6 E entregou a carta ao rei de Israel, na qual dizia: Agora, então, assim que esta
carta chegar a ti, eis que te envio meu servo Naamã, e restaurá-lo-ás de sua lepra.
7 E sucedeu, quando o rei de Israel leu a carta, que ele rasgou as suas vestes,
dizendo: Serei eu Deus, para matar e para vivificar, e para que este envie mensagem
a mim dizendo que recupere um homem da sua lepra? Considerai agora, peço-vos, e
vede que este homem busca ocasião contra mim.
8 E aconteceu, quando Eliseu ouviu que o rei de Israel rasgara as suas vestes, que
enviou uma mensagem ao rei de Israel, dizendo: Por que rasgaste as tuas vestes?
Que Naamã, peço-te, venha até mim e saiba que há um profeta em Israel.
9 Então, Naamã veio, com cavalos e carros, parando à porta da casa de Eliseu.
10 E Eliseu enviou-lhe um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão e a
tua carne te será restaurada; e serás purificado.
11 Naamã, entretanto, ficou enraivecido e partiu, dizendo: Eis que eu pensei: ele vai
vir a mim e invocar o nome do seu Deus e por a sua mão sobre o lugar, curando a
lepra.
12 Não são o Abana e o Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de
Israel? Porque não posso ir e banhar-me neles e ser purificado? Então, ele se virou e
foi embora, muito irado.
13 Mas os seus servos aproximaram-se, e disseram-lhe: Suponde que o profeta
tivesse falado uma coisa difícil para ti, não a terias realizado? Mas ele disse, apenas:
Lava-te e serás purificado.
14 Então, Naamã desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra de
Eliseu; e a sua carne voltou a ser, para ele, como a carne de uma criança, ficando
limpo.
15 Ele e toda a sua comitiva retornaram a Eliseu; e veio, e pôs-se diante dele, e disse:
Eis que reconheço que não há outro Deus em toda a terra a não ser em Israel; agora,
pois, recebe uma bênção do teu servo.
16 Mas Eliseu respondeu-lhe: Vive o Senhor, em cuja presença estou, que não
aceitarei nada. E instou com ele para que aceitasse; porém, não o quis.
17 Então, Naamã disse: Bem, se não pode ser assim, que seja concedido ao teu
servo, peço-te, levar o quanto me deres da terra vermelha, a carga de um jugo de
mulas; pois, doravante, o teu servo não oferecerá holocausto ou sacrifício a outros
deuses mas somente ao Senhor, por causa desta coisa.
18 E que o Senhor seja propício ao teu servo. Quando o meu amo entrar na casa de
Rimom para ali adorar, apoiando-se na minha mão, então eu irei, também, curvar-
me na casa de Rimom, quando ele se inclinar na casa de Rimom; que o Senhor,
peço, tenha misericórdia de teu servo nesta matéria.
19 E disse Eliseu a Naamã: Vai em paz. E despediu-se dele, afastando-se uma
pequena distância.
20 Então, Geazi, servo de Eliseu, disse: Eis que o meu senhor poupou a este sírio
Naamã, de modo a não ter de sua mão o que ele trouxe. Tão certo como vive o
Senhor, certamente correrei atrás dele e receberei dele alguma coisa.
21 Então, Geazi seguiu Naamã; e Naamã, vendo que ele corria atrás dele, voltou para
trás, saindo de seu carro para encontrá-lo.
22 E Geazi disse-lhe: Vai tudo bem. Meu senhor mandou-me dizer-te: Eis que, agora,
vieram a mim dois jovens dos filhos dos profetas, da região montanhosa de Efraim;
dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas de roupa.
23 Mas Naamã disse: Toma dois talentos de prata. E entregou-lhe dois talentos de
prata em dois sacos, com duas mudas de roupa, pondo-os sobre dois dos seus
servos, que os carregaram, à frente dele.
24 Chegando a um lugar que só ele conhecia, tomou-os das suas mãos e colocou-os
na casa, despedindo os homens.
25 E ele foi, ficando diante de seu senhor. Então, Eliseu perguntou-lhe:
26 Donde vens, Geazi? E Geazi respondeu, dizendo: Teu servo não foi para um lado
nem para o outro. Porém, Eliseu disse-lhe: Não estava meu coração contigo quando
o homem voltou do seu carro, ao teu encontro? Pois eis que tens recebido prata, e
vestes, e olivais, e vinhas, e ovelhas e bois, e servos e servas.
27 Desta forma, a lepra de Naamã se apegará a ti e à tua descendência, para
sempre. E saiu da presença dele leproso como a neve.
1 Eliseu falou com a mulher cujo filho ele ressuscitara, dizendo-lhe: Levanta-te e vai,
tu e a tua casa, e peregrina onde quer que possas peregrinar, porque o Senhor
conclamou a fome sobre a terra; na verdade, há de vir a fome sobre a terra por sete
anos.
2 A mulher levantou-se e fez conforme a palavra de Eliseu, tanto ela como a sua
casa; e peregrinou na terra dos filisteus por sete anos.
3 E aconteceu que, após o término dos sete anos, a mulher voltou da terra dos
filisteus para a sua cidade; e foi ao rei para clamar pela sua casa e pelas suas terras.
4 E o rei falou com Geazi, servo de Eliseu, o homem de Deus, dizendo-lhe: Conta-me,
peço-te, todas as grandes coisas que Eliseu já fez.
5 E sucedeu que, contando ele ao rei como Eliseu ressuscitara o filho que havia
morrido, eis que a mulher cujo filho ele ressuscitara veio clamar ao rei pela sua casa
e pelas suas terras. E Geazi disse: Senhor meu, ó rei, esta é a mulher e este o seu
filho a quem Eliseu restaurou à vida!
6 O rei interrogou a mulher, e ela confirmou tudo; e o rei chamou um eunuco,
dizendo-lhe: Restitui à ela tudo quanto lhe pertencia, e todas as rendas das terras,
desde o dia em que deixou a terra até agora.
7 Eliseu foi para Damasco. Mas o rei da Síria, o filho de Hadade, estava doente, e
avisaram-no, dizendo: O homem de Deus está aqui.
8 Então, disse o rei a Hazael: Toma na tua mão um presente e vai ao encontro do
homem de Deus; e pergunta ao Senhor, por seu intermédio, dizendo: Sararei eu
desta minha doença?
9 Hazael foi encontrá-lo, tomando um presente na sua mão, e todas as coisas boas
de Damasco em quarenta camelos de carga; e, chegando, pôs-se diante dele,
dizendo: Eliseu, teu filho, o filho de Hadade, o rei da Síria, enviou-me para
perguntar-te, dizendo: Sararei eu desta minha doença?
10 Eliseu, então, disse: Vai, e dize-lhe: Certamente viverás. Entretanto, o Senhor
mostrou-me que há de morrer.
11 E ele estava diante dele, e fixou seu rosto até que se envergonhou. E o homem de
Deus chorou.
12 Então, disse Hazael: Por que o meu senhor está chorando? E respondeu-lhe:
Porque conheço todo o mal que hás de fazer aos filhos de Israel: destruirás
completamente suas fortalezas com fogo, matarás seus homens escolhidos com a
espada, esmagarás suas crianças contra o chão e as suas mulheres grávidas
desventrarás!
13 Mas Hazael disse: Quem é teu servo? Um cachorro morto iria fazer isso? E Eliseu
disse: O Senhor tem me mostrado que serás governante sobre a Síria.
14 E ele apartou-se de Eliseu, indo para o seu senhor, o qual lhe disse: O que falou-te
Eliseu? E respondeu: Ele me disse: Hás de viver.
15 E sucedeu, no dia seguinte, que ele tomou um pano grosso e após mergulhá-lo na
água colocou sobre seu rosto, e ele morreu: e Hazael reinou em seu lugar.
16 No quinto ano de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, quando Josafá era rei de
Judá, Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá, começou a reinar.
17 Tinha, ele, trinta e dois anos de idade quando começou a reinar, e reinou oito
anos em Jerusalém.
18 E andou no caminho dos reis de Israel, conforme a casa de Acabe; pois a filha de
Acabe era sua esposa. E ele fez o que era mal aos olhos do Senhor.
19 Todavia, o Senhor não quis destruir a Judá por amor de Davi, seu servo, conforme
ele dissera que daria uma lâmpada a ele e aos seus filhos, para sempre.
20 Naqueles dias, os edomitas se rebelaram contra o mando de Judá, e constituíram
para si um rei.
21 Jeorão foi até Zair, com todos os seus carros; e aconteceu, depois dele ter ido,
que feriu a Edom, que o cercava, e aos capitães dos carros; e o povo fugiu para as
suas tendas.
22 No entanto, Edom se revoltou contra a mão de Judá até ao dia de hoje,
rebelando-se Libna naquele mesmo tempo.
23 Mas o restante dos atos de Jeorão, e tudo quanto fez, não estão estes escritos
no livro das Crônicas dos Reis de Judá?
24 Jeorão dormiu com seus pais e foi sepultado com eles na cidade de Davi, seu pai;
e Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.
25 No ano doze de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, Acazias, filho de Jeorão,
começou a reinar.
26 Vinte e dois anos de idade tinha Acazias quando começou a reinar, e reinou um
ano em Jerusalém, O nome de sua mãe era Atalia, filha de Onri, rei de Israel.
27 E andou no caminho da casa de Acabe, fazendo o que era mal aos olhos do
Senhor, como fizera a casa de Acabe.
28 E foi com Jorão, filho de Acabe, à guerra contra Hazael, rei dos sírios, em
Ramote-Gileade; e os sírios feriram a Jorão.
29 Então, o rei Jorão voltou para se curar, em Jezreel, das feridas com as quais o
feriram em Ramote, quando lutava contra Hazael, rei da Síria. E Acazias, filho de
Jeorão, desceu para visitar Jorão, filho de Acabe, em Jezreel; porque estava doente.
1 O profeta Eliseu chamou um dos filhos dos profetas, e lhe disse: Cinge os teus
lombos, toma este frasco de azeite na tua mão e vai para Ramote-Gileade.
2 Entrando lá, verás a Jeú, filho de Josafá, filho de Ninsi; farás com que ele se
levante do meio de seus irmãos e conduzi-lo-ás para uma câmara secreta.
3 Então, tomarás o frasco de azeite e irás derramá-lo sobre a sua cabeça, dizendo:
Assim diz o Senhor: Ungi-te rei sobre Israel. Em seguida, abrindo a porta, fugirás. E
não te detenhas.
4 E o jovem profeta foi para Ramote-Gileade.
5 Entrou ele, e eis que os capitães do exército estavam assentados ali; e disse:
Tenho uma mensagem para ti, ó capitão. E Jeú perguntou-lhe: Para qual de nós? E
ele respondeu: Para ti, ó capitão.
6 Então, Jeú levantou-se, entrando na casa; e ele derramou o azeite sobre a sua
cabeça, dizendo-lhe: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Eu te ungi para que sejas rei
sobre o povo do Senhor, sobre Israel .
7 Destruirás de todo a casa de teu senhor Acabe, diante de mim, e vingarás o
sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do Senhor que
está nas mãos de Jezabel
8 e nas mãos de toda a casa de Acabe. Exterminarás completamente, da casa de
Acabe, todo o homem: tanto o que estiver preso como o que estiver em liberdade
em Israel.
9 E irei fazer a casa de Acabe como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a
casa de Baasa, filho de Aías.
10 Os cães comerão a Jezabel na eira de Jezreel, e não haverá quem a enterre.
Então, ele, abrindo a porta, fugiu.
11 Jeú saiu aos servos de seu senhor, os quais disseram-lhe: Está tudo bem? Por que
veio esse louco a ti? E ele respondeu-lhes: Vós conheceis o homem, e o que ele
disse.
12 Eles, porém, disseram: Não é assim; conte-nos agora. E Jeú disse-lhes: Desta
maneira falou-me ele, dizendo: Assim diz o Senhor: Eu te ungi para ser rei sobre
Israel.
13 E, ouvindo eles isto, apressaram-se, e cada um tomou a sua capa pondo-a debaixo
dele, no topo da escadaria; e tocaram a trombeta, e disseram: Jeú é rei.
14 Então, Jeú, filho de Jeosafá, filho de Ninsi, conspirou contra Jorão; e Jorão estava
defendendo Ramote-Gileade, ele e todo o Israel, por causa de Hazael, rei da Síria.
15 O rei Jorão tinha voltado para se curar em Jezreel das feridas que os sírios lhe
fizeram, em sua guerra com Hazael, rei da Síria.
E Jeú disse: Se o vosso coração está comigo, que não saia da cidade um só fugitivo
para ir fazer um relato em Jezreel!
16 Jeú montou e foi, descendo a Jezreel; porque Jorão, rei de Israel, estava se
curando em Jezreel das feridas de flechas que os sírios lhe haviam infligido em
Ramote, na guerra contra Hazael, rei da Síria; pois ele era um homem forte e
poderoso. E Acazias, rei de Judá, descera para ver a Jorão.
17 Levantou-se um atalaia na torre de Jezreel, e viu a poeira levantada por Jeú
enquanto ele se aproximava; e disse: Vejo poeira. Disse Jorão: Toma um cavaleiro e
envia-o ao seu encontro; e que ele fale: Paz!
18 Foi-se um cavaleiro ao encontro deles, e disse: Assim diz o rei: Paz! Mas Jeú disse-
lhe: Que tens tu com a paz? Vai para trás de mim. E o vigia o relatou, dizendo: O
mensageiro chegou até eles, mas não voltou.
19 E ele enviou outro cavaleiro, que foi até ele e disse: Assim diz o rei: Paz! Mas Jeú
disse-lhe: Que tens tu com a paz? Vai para trás de mim.
20 E o vigia o relatou, dizendo: Ele foi até eles, mas não voltou; e o condutor conduz
a Jeú, filho de Ninsi, pois o faz com uma pressa furiosa.
21 Então, disse Jorão: Preparai o carro, e um deles preparou o carro. Jorão, rei de
Israel, saiu, e também Acazias, rei de Judá, cada um em seu carro; e foram ao
encontro de Jeú, encontrando-o na porção de Nabote, o jezreelita.
22 E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse-lhe: Há paz, Jeú? E Jeú respondeu-lhe:
Como pode haver paz? Subsistem ainda as prostituições da tua mãe Jezabel, e as
suas abundantes feitiçarias!
23 Jorão, então, deu volta, fugindo, e disse para Acazias: Traição, Acazias!
24 Mas Jeú curvou seu arco, com toda a força, ferindo a Jorão entre os braços. A
flecha lhe saiu pelo coração, e ele inclinou-se sobre os joelhos.
25 E disse Jeú a Bidcar, seu capitão: Lança-o ao chão na porção de Nabote, o
jezreelita; pois eu e tu nos lembramos de que, quando estávamos em carros indo
após Acabe, seu pai, que o Senhor pronunciou contra ele esta sentença, dizendo:
26 Certamente vi, ontem, o sangue de Nabote e o sangue de seus filhos, diz o
Senhor; e eu retribuirei a ele nesta porção, diz o Senhor. Agora, então, peço-te,
levanta-o e lança-o na porção, de acordo com a palavra do Senhor.
27 Acazias, rei de Judá, vendo isto, fugiu pelo caminho da Bete-Hagã. Jeú perseguiu-
o, e disse: Matem-no, também. E um deles o feriu no carro, onde começa a subida
de Gur, que é Ibleão; e ele fugiu para Megido, morrendo ali.
28 Seus servos o colocaram em um carro e o trouxeram a Jerusalém, enterrando-o
na sua sepultura, na cidade de Davi.
29 No ano undécimo de Jorão, rei de Israel, Acazias começou a reinar sobre Judá.
30 E Jeú veio para Jezreel. Jezabel, tendo ouvido falar dele, coloriu os seus olhos e
enfeitou a cabeça; e olhou pela janela.
31 E Jeú entrou na cidade; e disse ela: Teve Zinri, o assassino de seu senhor, a paz?
32 levantou ele o rosto para a janela, viu-a, e disse: Quem és tu? Desce para mim. E
dois eunucos olharam para baixo, em direção a ele.
33 Então, ele disse: Lançai-a para baixo. E lançaram-na abaixo. Parte de seu sangue
foi salpicado sobre o muro e sobre os cavalos, e a pisotearam.
34 Jeú entrou, comeu e bebeu, e disse: Olhai, agora, por essa mulher maldita, e
enterrai-a; pois é a filha de um rei.
35 E foram para a sepultar; mas não encontraram nada dela, somente a caveira, os
pés e as palmas de suas mãos.
36 Então, eles voltaram e contaram-lhe. E ele disse: Esta é a palavra do Senhor que
ele falara por intermédio de Elias, o tesbita, dizendo: Na porção de Jezreel os cães
comerão a carne de Jezabel.
37 O cadáver de Jezabel será como esterco sobre a face do campo na porção de
Jezreel, de modo que não se poderá dizer: Esta é Jezabel.
1 Tinha Acabe setenta filhos em Samaria. Escreveu Jeú uma carta, enviando-a para
Samaria, para os governantes de Samaria, para os mais idosos e para os
responsáveis pelos filhos de Acabe, dizendo:
2 Agora, pois, assim que esta carta chegar a vós, sendo que estão convosco os filhos
de vosso senhor, e convosco estão também carros e cavalos, e cidades fortes, e
armas,
3 agi, portanto, de acordo com tudo isto e, escolhendo o melhor e o mais forte
dentre os filhos de vosso senhor ponde-o sobre o trono de seu pai, e lutai pela casa
de vosso senhor.
4 Porém, tiveram eles grande temor, e disseram: Eis que dois reis não
permaneceram diante dele. Como subsistiremos nós?
5 Então, os que estavam sobre a casa e os que estavam sobre a cidade, e os anciãos
e os guardiões, enviaram mensageiros a Jeú, dizendo: Nós também somos teus
servos; o que tu nos disseres, faremos. Não iremos fazer qualquer homem rei;
faremos o que é reto aos teus olhos.
6 E Jeú escreveu-lhes uma segunda carta, dizendo: Se vós sois por mim e ouvis a
minha voz, tomai as cabeças dos homens, filhos de vosso senhor, e trazei-as para
mim, nesta mesma hora, amanhã, em Jezreel. Mas os filhos do rei eram setenta
homens, e os homens importantes da cidade criavam-nos.
7 E sucedeu, quando a carta chegou para eles, que tomaram os filhos do rei e os
mataram, os setenta homens, e puseram as suas cabeças em cestos, mandando-as
para Jezreel.
8 Veio um mensageiro e relatou-lhe, dizendo: Trouxeram as cabeças dos filhos do
rei. E ele disse: Colocai-as em dois montões à entrada do portão, até pela manhã.
9 A manhã veio, e ele adiantou-se, e, estando em pé, disse a todo o povo: Vós sois
justos. Eis que conspirei contra o meu senhor e o matei; todavia, quem feriu a todos
estes?
10 Vede, agora, que não há de cair no chão nada da palavra do Senhor, que ele falou
contra a casa de Acabe; porque o Senhor tem realizado tudo o que falou por
intermédio de seu servo Elias.
11 E Jeú feriu a todos os restantes da casa de Acabe em Jezreel, a todos os seus
grandes, e aos seus companheiros, e aos seus sacerdotes, de modo a não deixar-lhe
qualquer resquício.
12 Então, ele se levantou e foi para Samaria; e estava na casa da tosquia de ovelhas,
diante da estrada.
13 Jeú encontrou ali os irmãos de Acazias, rei de Judá, e disse-lhes: Quem sois vós? E
eles responderam: Somos os irmãos de Acazias, e descemos para saudar os filhos
do rei e os filhos da rainha.
14 Então, ele disse: Tomai-os vivos. E eles os mataram junto da casa de tosquia,
quarenta e dois homens; não ficou um só homem deles.
15 E, saindo de lá, encontrou Jonadabe, filho de Recabe, que vinha ao seu encontro.
Jeú saudou-o, dizendo-lhe: É teu coração direito com o meu coração, assim como
meu coração é com o teu coração? Respondeu-lhe Jonadabe: É. E Jeú disse-lhe: Se
assim é, então, dá-me a tua mão. Deu-lhe a mão, e ele fê-lo subir consigo ao carro.
16 E disse-lhe: Vem comigo, e ver-me-ás ser zeloso pelo Senhor. E o fez assentar-se
no seu carro.
17 Então, ele entrou em Samaria e feriu a todos os que haviam sido deixados de
Acabe em Samaria, até destruí-lo totalmente, de acordo com a palavra do Senhor
que ele falara através de Elias.
18 E Jeú reuniu a todo o povo, dizendo-lhes: Acabe serviu pouco a Baal; Jeú muito o
servirá.
19 Ora, em seguida, vós, os profetas de Baal, chamai a todos os seus servos e aos
seus sacerdotes, para mim; que não falte um só homem, porquanto tenho um
grande sacrifício para oferecer a Baal; todo aquele que faltar morrerá. Jeú, porém,
fez isto com astúcia para que pudesse destruir os servos de Baal.
20 E disse mais Jeú: Santificai um festival solene para Baal. E eles fizeram uma
proclamação.
21 E Jeú enviou mensageiros por todo o Israel, dizendo: Agora, então, que todos os
servos de Baal, e todos os seus sacerdotes, e todos os seus profetas, venham, que
nenhum falte, porque estou para oferecer um grande sacrifício; todo aquele que
faltar não viverá. E todos os servos de Baal vieram, e todos os seus sacerdotes, e
todos os seus profetas; não houve um que não viesse. Entraram eles na casa de
Baal. E a casa de Baal estava cheia, de uma ponta à outra.
22 Então, ele disse ao homem que tinha a seu cargo a casa onde se guardavam as
roupas: Retira uma vestimenta para cada um dos servos de Baal. E o guarda das
vestes trouxe-as para eles.
23 Jeú e Jonadabe, filho de Recabe, entraram na casa de Baal e disseram aos servos
de Baal: Examinai e vede se há entre vós algum dos servos do Senhor, ou somente
os servos de Baal.
24 E ele saiu para oferecer sacrifícios e holocaustos. Jeú então, escolheu para si
mesmo oitenta homens e disse-lhes: Todo homem que vier a escapar dos que
coloco em vossas mãos, a vida daquele que o poupa responderá pela sua vida.
25 E sucedeu, quando ele tinha acabado de oferecer o holocausto, que Jeú disse aos
servos e aos oficiais: Ide e matai-os; não deixeis que um só homem deles escape.
Então, eles os feriram ao fio da espada, e os servos e os oficiais lançaram os corpos
fora; e foram para a cidade da casa de Baal.
26 E arrancaram a coluna de Baal, queimando-a.
27 E derrubaram as colunas de Baal, fazendo de sua casa uma casa devastada, até
ao dia de hoje.
28 Assim, Jeú aboliu a Baal de Israel.
29 No entanto, Jeú não deixou de seguir os pecados de Jeroboão, filho de Nebate,
com os quais ele levou Israel a pecar, os quais eram as novilhas de ouro em Betel e
em Dã.
30 E o Senhor disse para Jeú: Por causa de todas as tuas obras, com as quais agiste
bem em fazer o que era reto aos meus olhos, e de acordo com todas as coisas que
tens feito para a casa de Acabe, conforme estavam no meu coração, teus filhos, até
a quarta geração, se assentarão no trono de Israel.
31 Jeú, porém, não teve o cuidado de andar na lei do Senhor Deus de Israel com
todo o seu coração, não se apartando de seguir nnos pecados de Jeroboão, que fez
pecar a Israel.
32 Naqueles dias, o Senhor começou a diminuir as fronteiras de Israel; e Hazael
atacou em todos os limites de Israel
33 a partir do Jordão, indo para o oriente: toda a terra de Gileade, pertencente aos
gaditas, e a terra de Gade e de Rúben, e a de Manassés, desde Aroer, que está à
beira do ribeiro de Arnom; ou seja, Gileade e Basã.
34 Mas o restante dos atos de Jeú, tudo o que ele fez e todo o seu poder, e as
guerras em que se envolveu, não estão essas coisas escritas no livro das Crônicas
dos Reis de Israel?
35 Jeú dormiu com seus pais, e o sepultaram em Samaria; e Jeoacaz, seu filho,
reinou em seu lugar.
36 Todo o tempo que Jeú reinou sobre Israel foram vinte e oito anos, em Samaria.
1 Atalia, mãe de Acazias, vendo que seu filho estava morto, destruiu a toda a
descendência real.
2 Porém Jeoseba, filha do rei Jorão, irmã de Acazias, tomou Joás, filho de seu irmão,
e furtou-o dentre os filhos do rei que foram condenados à morte, escondendo-o,
com a sua ama, num quarto interior; e escondeu-o da face Atalia. Assim, ele não foi
morto.
3 E ele permaneceu com ela, escondido na casa do Senhor, por seis anos, enquanto
Atalia reinava sobre a terra.
4 No sétimo ano, enviou Joiada mensageiros e tomou os centuriões dos cários e da
guarda, trazendo-os para ele na casa do Senhor. E fez um pacto do Senhor com eles,
esconjurando-os; e Joiada mostrou para eles o filho do rei.
5 E ordenou-lhes, dizendo: Isto é o que haveis de fazer:
6 Que uma terça parte de vós, no dia de sábado, vá e vigie a casa do rei,
permanecendo no pórtico; e outra terça parte permaneça na porta da subida, e
outra terça parte no portão, atrás dos homens de infantaria; e, assim, mantereis a
guarda da casa.
7 Dois grupos haverá dos que saem no sábado, para guardarem a casa do Senhor,
diante do rei.
8 Cercarão ao rei todos os homens, cada um com a sua arma na mão, e aquele que
se aproximar morrerá; estarão eles com o rei na sua saída e na sua entrada.
9 Então, os chefes de cem fizeram todas as coisas que o sábio Joiada ordenara;
tomaram, cada um, os seus homens, tanto os que entravam no dia de sábado como
aqueles que saiam no dia de sábado, e foram ao de encontro de Joiada, o sacerdote.
10 E o sacerdote deu aos centuriões as lanças e as espadas do rei Davi, que estavam
na casa do Senhor.
11 Os homens de infantaria estavam, cada um, com a sua arma na mão, do canto
direito da casa até ao seu canto esquerdo, ao redor do altar e da casa do rei.
12 E trouxe ele o filho do rei, pondo-lhe a coroa e dando-lhe o livro do testemunho; e
o fez reinar, ungindo-o; então, eles bateram palmas, e disseram: Viva o rei!
13 Atalia ouviu o som das pessoas correndo, e foi ao encontro delas na casa do
Senhor.
14 E olhou, e eis que o rei estava próximo de uma coluna, de acordo com o costume;
e os cantores e os tocadores de trombetas estavam diante do rei; e todo o povo da
terra, juntamente, se rejubilando e tocando as trombetas. Então, Atalia rasgou os
seus vestidos e clamou: Conspiração, Conspiração!
15 Joiada, o sacerdote, deu ordem aos centuriões que estavam sobre o exército,
dizendo-lhes: Trazei-a para fora das fileiras, e aquele que for após ela, certamente,
morrerá pela espada. Pois o sacerdote dissera: Que ela não seja morta na casa do
Senhor.
16 E puseram as mãos sobre ela, indo pelo caminho da entrada dos cavalos, na casa
do rei, sendo morta lá.
17 E Joiada firmou um pacto entre o Senhor, o rei e o povo, pelo qual este seria o
povo do Senhor; e também entre o rei e o povo.
18 E todo o povo da terra entrou na casa de Baal, despedaçando-a; fizeram em
pedaços aos seus altares e as suas imagens, e mataram a Matã, o sacerdote de Baal,
diante dos altares. E o sacerdote designou superintendentes sobre a casa do
Senhor.
19 Tomou ele os capitães das centenas, dos cários e da guarda, com todo o povo da
terra, trazendo o rei da casa do Senhor; e eles entraram pelo caminho da porta dos
servos da casa do rei, fazendo-o assentar-se lá, no trono dos reis.
20 Então, todo o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em paz. E mataram a
Atalia pela espada, na casa do rei.
21 Joás tinha sete anos quando começou a reinar.
1 No vigésimo terceiro ano de Joás, filho de Acazias, rei de Judá, começou Jeoacaz,
filho de Jeú, a reinar em Samaria; e reinou dezessete anos.
2 E fez o que era mal aos olhos do Senhor, andando nos pecados de Jeroboão, filho
de Nebate, nos quais levou Israel a pecar; não se afastou deles.
3 Então, o Senhor muito se indignou contra Israel, entregando-os na mão de Hazael,
rei da Síria, e na mão do filho de Hadade, filho de Hazael, por todos os seus dias.
4 Jeoacaz, porém, suplicou ao Senhor e o Senhor lhe deu ouvidos, porque viu a
aflição de Israel; pois o rei da Síria os oprimia.
5 O Senhor deu livramento para Israel, e eles escaparam da mão da Síria; e os filhos
de Israel habitaram nas suas tendas, como dantes.
6 Tão somente que eles não se apartaram dos pecados da casa de Jeroboão, nos
quais levou Israel a pecar; porém, andaram neles. Também o bosque permaneceu
em Samaria.
7 E sucedeu que não foi deixado nenhum exército para Jeoacaz, com exceção de
cinquenta cavaleiros, dez carros e dez mil soldados de infantaria; pois o rei da Síria
os tinha destruído, fazendo-os como pó para ser pisado.
8 Mas o restante dos atos de Jeoacaz, e tudo o que ele fez, e os seus atos
poderosos, não estão essas coisas todas escritas no livro das Crônicas dos Reis de
Israel?
9 Jeoacaz dormiu com seus pais, e o sepultaram em Samaria. E Jeoás, seu filho,
reinou em seu lugar.
10 No ano trinta e sete de Joás, rei de Judá, Jeoás, filho de Jeoacaz, começou a
reinar sobre Israel, em Samaria, por dezesseis anos.
11 E fez ele o que era mau aos olhos do Senhor, não se apartando de todos os
pecados de Jeroboão, filho de Nebate, nos quais levou Israel a pecar; porém, andou
neles.
12 Mas o restante dos atos de Jeoás e tudo o que ele fez, e os seus atos poderosos
que realizou em conjunto com Amazias, rei de Judá, não estão todos estes escritos
no livro das Crônicas dos Reis de Israel?
13 Jeoás dormiu com seus pais, e Jeroboão assentou-se no seu trono; e foi
sepultado em Samaria, junto aos reis de Israel.
14 Neste tempo, Eliseu estava padecendo da sua doença, da qual veio a morrer.
Jeoás, rei de Israel, desceu a ele e chorou sobre o seu rosto, dizendo: Meu pai, meu
pai! Carros de Israel e os seus cavaleiros!
15 Disse-lhe Eliseu: Toma um arco e flechas. E tomou ele para si um arco e flechas.
16 E disse ele ao rei: Põe a tua mão sobre o arco! Então Jeoás colocou a mão sobre
ele. E Eliseu colocou suas mãos sobre as mãos do rei
17 e disse: Abre a janela para o oriente. E ele a abriu. Então, Eliseu disse: Atira! E ele
atirou. E Eliseu disse-lhe: A flecha do livramento do Senhor é a flecha do livramento
contra a Síria. Ferirás os sírios em Afeque, até que sejam consumidos.
18 Disse-lhe, ainda, Eliseu: Toma um arco e flechas. E ele os tomou. E disse ele ao rei
de Israel: Fere a terra. Então, o rei a feriu três vezes, e cessou.
19 E o homem de Deus ficou indignado contra ele, dizendo: Se tivesses ferido cinco
ou seis vezes deverias ter ferido a Síria até que a tivesses consumido; agora, porém,
ferirás a Síria apenas três vezes.
20 Eliseu morreu, e o sepultaram. E as tropas dos moabitas chegaram à terra, no
início do ano.
21 E aconteceu que, quando eles estavam enterrando um homem, eis que avistaram
um bando, e lançaram o homem na sepultura de Eliseu. Mas assim que ele tocou os
ossos de Eliseu reviveu, levantando-se em seus pés.
22 E Hazael muito afligiu a Israel, por todos os dias de Jeoacaz.
23 Porém, o Senhor teve misericórdia e compaixão deles, e os respeitava por causa
de sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó; e o Senhor não os quis destruir, não os
expulsando da sua presença.
24 Hazael, rei da Síria, morreu, e o filho de Hadade, seu filho, reinou em seu lugar.
25 Então, Jeoás, filho de Jeoacaz, voltou e tomou as cidades das mãos do filho de
Hadade, filho de Hazael, as quais ele tinha tomado das mãos de Jeoacaz, seu pai, na
guerra. E Jeoás feriu-o trêz vezes, recuperando as cidades de Israel.
1 No segundo ano de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de Israel, Amazias, filho de Joás, rei
de Judá, começou a reinar.
2 Vinte e cinco anos de idade ele tinha quando começou a reinar, e reinou vinte e
nove anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jeoadã, de Jerusalém.
3 E fez o que era reto aos olhos do Senhor, mas não como seu pai Davi; fez, porém,
conforme a tudo o que seu pai Joás fizera.
4 Tão somente que os altos ele não retirou: o povo ainda sacrificava e queimava
incenso nos altos.
5 E aconteceu que, quando o reino foi confirmado na sua mão, matou aqueles seus
servos que haviam matado ao rei, seu pai.
6 Contudo, não matou aos filhos daqueles que havia matado, como está escrito no
livro das leis de Moisés, conforme o Senhor deu ordem, dizendo: Os pais não devem
ser condenados à morte por causa dos filhos, e os filhos não devem ser condenados
à morte por causa dos pais; cada um, porém, morrerá por seus próprios pecados.
7 Feriu ele, de Edom, dez mil no Vale do Sal, tomando Sela, na guerra, e chamou ao
seu nome Jocteel, até hoje.
8 Então, Amazias enviou mensageiros a Jeoás, filho de Jeoacaz, filho de Jeú, rei de
Israel, dizendo: Vem, olhemo-nos face a face.
9 Mas Joás, rei de Israel, enviou mensageiros a Amazias, rei de Judá, dizendo: O
cardo que estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no Líbano: Dá minha
filha para teu filho por mulher. Mas as feras do campo, que estavam no Líbano,
passaram e pisaram o cardo.
10 Atacaste e feriste a Edom, e o teu coração exaltou-se. Fica na tua casa e glorifica
a ti mesmo. Para que, pois, estás provocante, para fazer-te mal a ti mesmo? Desta
maneira cairás, e Judá contigo.
11 No entanto, Amazias não o escutou. Então, Joás, rei de Israel, subiu; e ele e
Amazias, rei de Judá, olharam um ao outro no rosto em Bete-Semes de Judá.
12 Mas Judá foi derrotado diante de Israel, fugindo cada um para a sua tenda.
13 Então, Jeoás, rei de Israel, capturou Amazias, filho de Joás, filho de Acazias, em
Bete-Semes; e chegou a Jerusalém. E rompeu o muro de Jerusalém, desde a porta
de Efraim até ao portão da esquina, quatrocentos côvados.
14 Levou ele o ouro e a prata, e todos os utensílios que se achavam na casa do
Senhor e nos tesouros da casa do rei, e também reféns; e voltou para Samaria.
15 Mas o restante dos atos de Jeoás, tudo quanto ele fez em seu poder, como
pelejou contra Amazias, rei de Judá, não estão essas coisas todas escritas no livro
das Crônicas dos Reis de Israel?
16 Joás dormiu com seus pais e foi sepultado em Samaria, junto dos reis de Israel; e
Jeroboão, seu filho, reinou em seu lugar.
17 E Amazias, filho de Joás, rei de Judá, depois da morte de Jeoás, filho de Jeoacaz,
rei de Israel, viveu mais quinze anos.
18 Mas o restante dos atos de Amazias, e tudo o que ele fez, não estão, todos esses,
escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá?
19 Formaram uma conspiração contra ele em Jerusalém, que fugiu para Laquis; e
enviaram homens após ele para Laquis, matando-o ali.
20 E trouxeram-no sobre cavalos, sendo ele sepultado em Jerusalém, junto a seus
pais, na cidade de Davi.
21 Então, todo o povo de Judá tomou a Azarias, que tinha dezesseis anos de idade, e
o fizeram rei em lugar de seu pai Amazias.
22 Construiu ele a Elate, restituindo-a a Judá, depois que o rei dormiu com seus pais.
23 No décimo quinto ano de Amazias, filho de Jeoás, rei de Judá, começou
Jeroboão, filho de Jeoás, a reinar sobre Israel, em Samaria; e reinou por quarenta e
um anos.
24 Fez ele o que era mal aos olhos do Senhor, não se apartando de nenhum dos
pecados de Jeroboão, filho de Nebate, nos quais levou Israel a pecar.
25 E recuperou as fronteiras de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar de
Arabá, de acordo com a palavra do Senhor, Deus de Israel, que ele falou por seu
servo Jonas, filho de Amitai, o profeta de Gate-Hefer.
26 Porque o Senhor viu o quanto era amarga a aflição de Israel, e que eram poucos
em número, angustiados e em falta de tudo, estando desamparados; e Israel não
tinha quem o ajudasse.
27 Disse o Senhor, porém, que não iria apagar a semente de Israel de debaixo do
céu. Portanto, ele os livrou pela mão de Jeroboão, filho de Jeoás.
28 Mas o restante dos atos de Jeroboão, e tudo quanto fez, seus poderosos feitos
que alcançou na guerra, e como ele retomou Damasco e Hamate para Judá, em
Israel, não estão essas coisas todas escritas no livro das Crônicas dos Reis de Israel?
29 Jeroboão dormiu com seus pais, com os reis de Israel; e Zacarias, seu filho, reinou
em seu lugar.
1 No ano dezessete de Peca, filho de Remalias, começou Acaz, filho de Jotão, rei de
Judá, a reinar.
2 Vinte anos tinha Acaz quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em
Jerusalém; mas ele não fez o que era reto aos olhos do Senhor seu Deus, fielmente,
como Davi, seu pai, tinha feito.
3 Andou no caminho dos reis de Israel, até mesmo fazendo passar seu filho pelo
fogo, conforme as abominações das nações que o Senhor lançara fora de diante dos
filhos de Israel.
4 Também oferecia sacrifícios e queimava incenso nos altos e nos outeiros, e
debaixo de toda árvore frondosa.
5 Então, subiu Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, contra
Jerusalém, para a guerra, e cercaram a Acaz; mas não puderam prevalecer contra
ele.
6 Naquele tempo Rezim, rei da Síria, restituiu Elate para a Síria, expulsando os
judeus de Elate. E vieram os idumeus para Elate, e habitaram ali até ao dia de hoje.
7 E Acaz enviou mensageiros a Tiglate-Pileser, rei da Assíria, dizendo: Sou teu servo
e teu filho; sobe, livra-me das mãos do rei da Síria e das mãos do rei de Israel, que se
levantaram contra mim.
8 Então, Acaz tomou a prata e o ouro que se achavam nos tesouros da casa do
Senhor e da casa do rei, e enviou presentes ao rei.
9 E o rei da Assíria deu-lhe ouvidos. E o rei da Assíria subiu a Damasco, tomando-a e
retirando os seus moradores; e o rei matou a Rezim.
10 O rei Acaz foi a Damasco para lá se encontrar com Tiglate-Pileser, rei da Assíria; e
ele viu um altar em Damasco. Então, o rei Acaz enviou para Urias, o sacerdote, o
modelo do altar e as suas proporções, e toda a sua obra.
11 E Urias, o sacerdote, edificou o altar de acordo com todas as instruções que o rei
Acaz enviara de Damasco.
12 O rei viu o altar e, indo até ele,
13 ofereceu nele o seu holocausto, a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação,
e derramou o sangue dos seus sacrifícios pacíficos sobre o altar de bronze, diante
do Senhor.
14 E trouxe o que estava diante da casa do Senhor, entre o altar e a casa do Senhor,
e estabeleceu-o, abertamente, ao lado do altar, para o norte.
15 E o rei Acaz deu encargo a Urias, o sacerdote, dizendo-lhe: Oferece sobre o
grande altar o holocausto da manhã e a oferta de cereais da noite, o holocausto do
rei e a sua oferta de cereais, o holocausto do povo, a sua oferta de cereais e a sua
oferta de libação; e derramarás o sangue do holocausto e o sangue de qualquer
outro sacrifício sobre ele. Porém, o altar de bronze ficará ao meu dispor, na parte da
manhã.
16 Então, Urias, o sacerdote, fez conforme a tudo o que o rei Acaz lhe ordenara.
17 E o rei Acaz cortou as bordas das bases, removendo a pia de cima delas, e tirou o
mar de sobre os bois de bronze que estavam debaixo dele, pondo-o sobre uma base
de pedra.
18 Fez, também, uma base para o trono na casa do Senhor, e retirou a entrada do rei
da casa do Senhor, por causa do rei da Assíria.
19 E o restante dos atos de Acaz, tudo o que ele fez, não estão estes escritos no
livro das Crônicas dos Reis de Judá?
20 Acaz dormiu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi; e Ezequias, seu
filho, reinou em seu lugar.
1 E sucedeu, no terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, que Ezequias, filho
de Acaz, rei de Judá, começou a reinar.
2 Tinha ele vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e reinou vinte e
nove anos em Jerusalém; e o nome de sua mãe era Abi, filha de Zacarias.
3 Fez ele o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu
pai.
4 Retirou os altos e quebrou as colunas, e destruiu totalmente os bosques e a
serpente de bronze que Moisés fizera; porquanto, até aquele dia, os filhos de Israel
queimavam-lhe incenso, e chamavam-lhe Neustã.
5 E confiou no Senhor, Deus de Israel; depois dele não houve nenhum como ele
entre os reis de Judá, nem entre aqueles que foram antes dele.
6 Aderiu ele ao Senhor, não se apartando de o seguir e guardando os seus
mandamentos, tantos quantos ordenara.
7 E o Senhor estava com ele, e foi sábio em tudo o que realizou; e revoltou-se contra
o rei da Assíria, não o servindo.
8 Feriu ele aos filisteus, até Gaza e as suas fronteiras, desde a torre dos atalaias até a
cidade forte.
9 E sucedeu, no ano quarto do rei Ezequias (este é o sétimo ano de Oséias, filho de
Elá, rei de Israel), que Salmaneser, rei da Assíria, subiu contra Samaria, cercando-a.
10 Tomou-a ele no final de três anos, no sexto ano de Ezequias, (este é o nono ano
de Oséias, rei de Israel, que foi quando tomaram Samaria).
11 E o rei da Assíria trouxe consigo os samaritanos para a Assíria, estabelecendo-os
em Hala e em Habor, junto ao rio Gozã, e nas montanhas dos medos.
12 Porquanto não obedeceram à voz do Senhor seu Deus, e violaram o seu pacto em
todas as coisas que Moisés, servo do Senhor, ordenara; não as escutaram nem as
praticaram.
13 No ano décimo-quarto do rei Ezequias subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra
como as cidades fortes de Judá, tomando-as.
14 Então, Ezequias, rei de Judá, enviou mensageiros ao rei da Assíria, a Laquis,
dizendo: Transgredi. Afasta-te de mim; tudo o que impuseres sobre mim aceitarei. E
o rei da Assíria impôs sobre Ezequias, rei de Judá, um tributo de trezentos talentos
de prata e trinta talentos de ouro.
15 Ezequias, então, entregou-lhe toda a prata que se achou na Casa do Senhor e nos
tesouros da casa do rei.
16 Naquele tempo, arrancou Ezequias o ouro das portas do templo e dos pilares que
ele mesmo, Ezequias, rei de Judá, havia coberto de ouro, e deu-o ao rei da Assíria.
17 Mas o rei da Assíria enviou Tartã, Rabe-Saris e Rabsaqué, de Laquis, ao rei
Ezequias, com um exército poderoso contra Jerusalém. E subiram, chegando a
Jerusalém; e ficaram no aqueduto da piscina superior, que está junto ao caminho do
campo do Lavandeiro.
18 Chamaram eles em alta voz por Ezequias; e apresentaram-se Eliaquim, filho de
Hilquias, o mordomo, Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista.
19 Mas Rabsaqué disse-lhes: Dizei agora a Ezequias: Assim diz o rei, o grande rei da
Assíria: Que confiança é essa em que te estribas?
20 Tu o disseste (mas são meras palavras): Há conselho e poder para a guerra.
Agora, pois, em quem depositas tua confiança, que te revoltaste contra mim?
21 Eis que estás confiando neste bordão de cana rachada, que é o Egito. Quem
apoiar-se sobre ele, entrará em sua mão e a traspassará; assim é Faraó, rei do Egito,
para com todos os que nele confiam.
22 E quanto ao que disseste-me: confiamos no Senhor Deus. Não é este aquele cujos
altos e altares Ezequias removeu, dizendo a Judá e a Jerusalém: Vós adorareis
diante deste altar, em Jerusalém?
23 Agora, pois, peço-vos, fazei um acordo com meu senhor, o rei da Assíria, e dar-
vos-ei dois mil cavalos, se puderdes, de vossa parte, colocar cavaleiros sobre eles.
24 Como, então, poderíeis fazer voltar-se o rosto de um pequeno governador,
dentre os menores, servos de meu senhor? Uma vez que confias no Egito para
carros e cavaleiros.
25 E agora, temos nós subido sem o Senhor contra este lugar, para o destruir? Pois o
Senhor me disse: Sobe contra esta terra, e destrói-a.
26 Então, Eliaquim, filho de Hilquias, e Sebna, e Joá, disseram a Rabsaqué: Falai
agora aos teus servos em siríaco, porque bem o entendemos; e não faleis conosco
na língua judaica. Por que, pois, falais aos ouvidos do povo que está sobre o muro?
27 Mas Rabsaqué respondeu-lhes: Será que o meu senhor enviou-me a teu senhor e
a ti somente para dizer estas palavras? Não me enviou ele para os homens que
estão assentados sobre o muro, para que comam convosco o seu próprio esterco e
bebam a sua água, junto convosco?
28 Pôs-se Rabsaqué de pé e clamou em alta voz na língua judaica, dizendo: Ouvi as
palavras do grande rei da Assíria:
29 Assim diz o rei: Não deixeis Ezequias encorajar-vos com palavras, pois ele não
será capaz de livrar-vos da sua mão,
30 e não deixeis que Ezequias vos faça confiar no Senhor, dizendo: O Senhor,
certamente, nos livrará; esta cidade não será entregue na mão do rei da Assíria. Não
deis ouvidos a Ezequias.
31 Porque assim diz o rei da Assíria: Conquistai meu favor e vinde para mim, e cada
homem beberá do vinho da sua videira, e cada um comerá da sua própria figueira e
beberá água da sua própria cisterna,
32 até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa, terra de trigo e de
vinho, de pão e de vinhas, terra de azeite e de mel; e vivereis, não morrereis. Porém,
não deis ouvidos a Ezequias, pois ele vos engana, dizendo: O Senhor vos livrará.
33 Porventura os deuses das nações livraram, cada um, a sua terra das mãos do rei
da Assíria?
34 Onde está o deus de Hamate, e o de Arpade? Onde estão os deuses de
Sefarvaim, Hena e Iva? Pois, livraram eles Samaria da minha mão?
35 Quais dentre todos os deuses destas terras há que tenha livrado os seus países
da minha mão, para que o Senhor possa livrar a Jerusalém das minhas mãos?
36 Os homens, porém, ficaram em silêncio, e não lhe responderam uma só palavra,
porquanto havia um mandado do Rei, dizendo: Não lhe respondereis.
37 E Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de
Asafe, o cronista, foram até Ezequias e, tendo rasgado as suas vestes, contaram-lhe
as palavras de Rabsaqué.
4 Reis (2 Reis) - Capítulo 19
1 E aconteceu, quando o rei Ezequias ouviu isto, que ele rasgou as suas vestes e
vestiu-se de saco, entrando na casa do Senhor.
2 E enviou Eliaquim, o mordomo, Sebna, o escrivão, e os anciãos dos sacerdotes,
vestidos de sacos, ao profeta Isaías, filho de Amós.
3 E falaram-lhe: Assim diz Ezequias: Este dia é de angústia, de repreensão e de
provocação; pois os filhos chegaram, nos trabalhos de parto, porém a mãe não tem
força.
4 Porventura o Senhor, teu Deus, terá ouvido as palavras de Rabsaqué, a quem o rei
da Assíria, seu senhor, enviou para afrontar ao Deus vivo e injuriá-lo, com as
palavras que o Senhor, teu Deus, tem ouvido? Tu, porém, oferece a tua oração pelos
que restaram.
5 E os servos do rei Ezequias vieram a Isaías.
6 E disse-lhes Isaías: Desta maneira falareis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não
temas as palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria tem
blasfemado.
7 Eis que envio um som de explosão sobre ele, e ouvirá um relato, voltando para a
sua terra; e eu irei derrubá-lo com a espada, na sua própria terra.
8 Então, Rabsaqué voltou, e achou o rei da Assíria pelejando contra Libna; porque
ouvira dizer que havia partido de Laquis.
9 Pois ele ouvira falar a respeito de Tiraca, rei dos etíopes, dizendo: Eis que ele sai
para lutar contigo. Então, ele voltou, e enviou mensageiros a Ezequias, dizendo:
10 Não permitas que teu Deus, em quem confias, te incentive, dizendo: Jerusalém
não será entregue nas mãos do rei da Assíria.
11 Eis que tens ouvido tudo o que os reis da Assíria têm feito em todas as terras,
para destruí-las totalmente. E serás liberto?
12 Porventura livraram-nas os deuses das nações a quem meus pais destruíram:
Gozã, Harã e Rezefe, e os filhos de Éden, que estavam em Telassar?
13 Onde está o rei de Hemate, e o rei de Arpade? onde está o rei da cidade de
Sefarvaim, de Hana e de Iva?
14 Então, Ezequias tomou a carta das mãos dos mensageiros, lendo-a; e ele foi até a
casa do Senhor, estendendo-a perante o Senhor,
15 e disse: Ó Senhor, Deus de Israel, que habitas sobre os querubins. Tu és o único
Deus sobre todos os reinos da terra; tu fizeste o céu e a terra.
16 Inclina teu ouvido, ó Senhor, e ouve; abre, Senhor, os teus olhos e vê. Ouve as
palavras de Senaqueribe, as quais ele enviou para afrontar o Deus vivo.
17 Porque, na verdade, Senhor, os reis da Assíria têm destruído as nações
18 e lançado os seus deuses no fogo; porque não são deuses, mas obras das mãos
de homens, madeira e pedra. Por isto os destruíram.
19 Agora, ó Senhor, nosso Deus, livra-nos da sua mão, e todos os reinos da terra
saibam que só tu és o Senhor Deus.
20 Então, Isaías, filho de Amós, enviou mensageiros para Ezequias, dizendo: Assim
diz o Senhor Deus dos exércitos, o Deus de Israel: Ouvi a tua oração a respeito de
Senaqueribe, rei da Assíria.
21 E esta é a palavra que o Senhor falou contra ele: A virgem filha de Sião te
menospreza e escarnece de ti; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.
22 A quem afrontaste e a quem tens insultado? Contra quem levantaste a tua voz,
levantando os teus olhos para o alto? Contra o Santo de Israel.
23 Por meio de teus mensageiros afrontaste ao Senhor, dizendo: Eu subirei com a
multidão de meus carros até a altura das montanhas, para os lados do Líbano.
Tenho cortado a altura de seus cedros e os seus melhores ciprestes; e tenho vindo
para o meio da floresta e do Carmelo.
24 Refresquei-me bebendo águas estranhas, e sequei com a sola dos meus pés
todos os rios dos lugares fortificados.
25 Eu trouxe à baila o assunto, e eu também o levei à uma conclusão, até mesmo à
destruição de muitos prisioneiros de guerra e de cidades fortes.
26 Dos que habitavam nelas era fraca a mão, que tremia e se confundia. Tornaram-
se como a erva do campo, ou como a erva verde, como a grama crescendo nas
casas, e que é pisada por aquele que está sobre ela.
27 Mas eu conheço o teu assentar e o teu levantar, e o teu furor contra mim.
28 Porquanto te indignaste contra mim, e o teu furor subiu aos meus ouvidos. Por
causa disto, porei meus ganchos em tuas narinas e o meu freio em tua boca, e te
farei voltar pelo caminho por onde vieste.
29 E este será um sinal para ti: comerás, este ano, as coisas que crescem por si
mesmas, e no segundo ano as coisas que daí brotarem; e que, no terceiro ano, haja
semeadura e colheita, e plantação de vinhas. E comereis os frutos delas.
30 Ele aumentará o que sobrou da casa de Judá, e os demais, os que tiverem
restado, deverão lançar suas raízes por baixo e produzir frutos por cima.
31 Porque de Jerusalém sairá o restante, e aquele que foge da montanha de Sião. O
zelo do Senhor dos exércitos o fará.
32 Não é isto assim? Assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Ele não entrará
nesta cidade, não irá atirar uma flecha nela; nem um só escudo virá de encontro à
ela, nem se levantará um monte contra ela.
33 Pelo caminho por onde vier, por esse mesmo ele deverá retornar; porém, não
entrará nesta cidade. Assim diz o Senhor:
34 Defenderei esta cidade como um escudo para mim mesmo, e por amor do meu
servo Davi.
35 E aconteceu que, à noite, o anjo do Senhor saiu, ferindo no arraial dos assírios a
cento e oitenta e cinco mil deles; e levantaram-se cedo pela manhã, e eis que todos
estes eram cadáver.
36 Então, Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou e, voltando, habitou em Nínive.
37 E sucedeu, enquanto ele adorava na casa de Nisroque, seu deus, que Adrameque
e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada e fugiram para a terra de Ararate; e Esar-
Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.
1 Manassés tinha doze anos quando começou a reinar, e reinou cinquenta e cinco
anos em Jerusalém; e o nome de sua mãe era Hefzibá.
2 Fez ele o que era mau aos olhos do Senhor, conforme as abominações das nações
que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.
3 Tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, havia demolido, montou um altar
a Baal e fez bosques como fizera Acabe, rei de Israel, para si mesmo; e adoraram a
todo o exército dos céus e os serviram.
4 Construiu também um altar na casa do Senhor, ainda que ele tinha dito: Em
Jerusalém porei o meu nome.
5 E construiu um altar para todo o exército do céu em ambos os átrios da casa do
Senhor.
6 Fez os seus filhos passarem pelo fogo e fez uso de adivinhações e augúrios; fez
bosques e multiplicou magos, de modo a fazer o que era mal aos olhos do Senhor,
para o provocar à ira.
7 Também pôs a imagem de escultura do bosque na casa da qual o Senhor dissera a
Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as
tribos de Israel, colocarei o meu nome, para sempre,
8 e não mais removerei o pé de Israel da terra que dei a seus pais, o pé daqueles
que manterem tudo quanto ordenei, de acordo com todos os mandamentos que
Moisés, meu servo, lhes ordenou.
9 Porém não ouviram; Manassés desviou-os para fazer o mal aos olhos do Senhor,
além de tudo o que fizeram as nações as quais o Senhor destruíra de diante dos
filhos de Israel.
10 E o Senhor falou por intermédio de seus servos, os profetas, dizendo:
11 Porquanto Manassés, rei de Judá, tem feito todas estas abominações, além de
tudo o que os amorreus que viveram antes dele fizeram, levando Judá também a
pecar com os seus ídolos,
12 não deverá ser isto desta maneira. Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eis que
trago calamidade sobre Jerusalém e Judá, de modo que ambos os ouvidos, a todo
aquele que o ouvir, tinirão.
13 Estenderei sobre Jerusalém o cordel de Samaria e o prumo da casa de Acabe;
limparei Jerusalém como um vaso é limpo e virado de cabeça para baixo na sua
limpeza.
14 Rejeitarei o resto da minha herança e os entregarei nas mãos de seus inimigos;
serão eles para saque e um despojo, para todos os seus inimigos,
15 porquanto agiram perversamente aos meus olhos, e me provocaram desde o dia
em que eu trouxe seus pais do Egito até este dia.
16 Além disso, Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu
Jerusalém com ele de um a outro extremo, além de seus pecados nos quais ele fez
Judá pecar, fazendo o mal aos olhos do Senhor.
17 Mas o restante dos atos de Manassés, e tudo quanto fez, e o pecado que
cometeu, não estão essas coisas todas escritas no Livro das Crônicas dos Reis de
Judá?
18 Manassés dormiu com seus pais e foi sepultado no jardim da sua casa, no jardim
de Uzá; e Amom, seu filho, reinou em seu lugar.
19 Vinte e dois anos de idade tinha Amom quando começou a reinar, e reinou dois
anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Mesulemete, filha de Haruz, de Jotbá.
20 E fez o que era mau aos olhos do Senhor, como fizera Manassés, seu pai.
21 Andou em todo o caminho em que seu pai andara, e serviu aos ídolos que seu pai
tinha servido, adorando-os.
22 Assim, deixou ao Senhor, Deus de seus pais, e não andou no caminho do Senhor.
23 Então, os servos de Amom conspiraram contra ele, matando-o em sua casa.
24 Mas o povo da terra matou todos os que conspiraram contra o rei Amom; e o
povo da terra pôs Josias como rei, em seu lugar.
25 Porém, o restante dos atos de Amom, tudo o que ele fez, não estão estes
escritos no Livro das Crônicas dos Reis de Judá?
26 E enterraram-no em sua sepultura, no jardim de Uzá; e Josias, seu filho, reinou
em seu lugar.
4 Reis (2 Reis) - Capítulo 22
1 Josias tinha oito anos quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em
Jerusalém; o nome de sua mãe era Jedida, filha de Adaías, de Bozcate.
2 Fez ele o que era reto aos olhos do Senhor, andando em todo o caminho de Davi,
seu pai; não se desviou nem para a direita nem para a esquerda.
3 E sucedeu que, no ano décimo oitavo do rei Josias, no oitavo mês, o rei deu ordem
a Safã, escrivão da casa do Senhor, filho de Azalias, filho de Mesulão, dizendo:
4 Sobe a Hilquias, o sacerdote, e conta o dinheiro que é trazido à casa do Senhor, o
qual os que guardam a porta tem recolhido do povo.
5 E que eles o entreguem na mão dos trabalhadores que estão nomeados na casa
do Senhor. E ele entregou-o aos trabalhadores na casa do Senhor, para repararem
os estragos da casa,
6 e igualmente aos carpinteiros, e aos construtores e pedreiros, e também para
comprar madeira e pedras lavradas, para repararem os estragos da casa.
7 Mas não convocou-os para dar conta do dinheiro que lhes fora entregue, porque
se haviam com fidelidade.
8 E Hilquias, o sumo sacerdote, disse para Safã, o escrivão: Encontrei o livro da Lei
na Casa do Senhor. Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu.
9 E, entrando na casa do Senhor o rei, relatou ele o caso ao rei, e disse: Teus servos
tem recolhido o dinheiro que se achou na casa do Senhor, e deram-no na mão do
trabalhadores que são nomeados na casa do Senhor.
10 Então, Safã, o escriba, falou ao rei, dizendo: Hilquias, o sumo-sacerdote, deu-me
um livro. E Safã leu-o, diante do rei.
11 E sucedeu que, ouvindo o rei as palavras do livro da Lei, rasgou as suas vestes.
12 E o rei ordenou para Hilquias, o sacerdote, e para Aicão. filho de Safã, e para
Acbor, filho de Micaías, e para Safã, o escrivão, e para Asaías, servo do rei, dizendo:
13 Ide, consultai ao Senhor por mim e por todo a povo e por todo o Judá acerca das
palavras deste livro que foi encontrado; pois a ira do Senhor, que se acendeu contra
nós, é grande, porque nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro para
fazerem conforme a todas as coisas escritas à nosso respeito.
14 Então, Hilquias, o sacerdote, foi, e com ele Aicão, Acbor, Safã e Asaias, para
encontrar Hulda, a profetisa, mãe de Salum, filho de Ticvá, filho de Harás, guarda
das vestes. Habitava ela em Jerusalém, em Mesena. E falaram com ela.
15 E disse-lhes ela: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Dizei ao homem que vos
enviou a mim:
16 Assim diz o Senhor: Eis que eu trarei mal sobre este lugar e contra os que
habitam nele, todas as palavras do livro que o rei de Judá leu;
17 porque a mim me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me
provocarem com as obras das suas mãos: o meu furor arderá contra este lugar, e
não se apagará.
18 E ao rei de Judá, que vos enviou para consultar ao Senhor, desta maneira haveis
de falar-lhe: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Quanto às palavras que ouviste,
19 porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste diante de mim quando
ouviste tudo o que falei contra este lugar e contra os seus moradores, o qual deverá
ser totalmente destruído e maldito, e rasgaste as tuas vestes, e choraste diante de
mim, eu também o ouvi, diz o Senhor.
20 Não será assim, portanto. Eis que irei acrescentar-te aos teus pais, e serás
recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão nenhum de todos os
males que eu trarei sobre este lugar.
1 Então, eles relataram a palavra ao rei; e o rei mandou chamar a todos os anciãos
de Judá e Jerusalém, para se reunirem com ele.
2 Subiu o rei à casa do Senhor, e todos os homens de Judá e todos os que
habitavam em Jerusalém com ele, e os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo,
pequenos e grandes; e ele leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro da
Aliança, o qual fora encontrado na casa do Senhor.
3 O rei estava próximo à uma coluna, e fez uma aliança perante o Senhor, para
andar com o Senhor, para guardar os seus mandamentos, os seus testemunhos e os
seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, para confirmar as palavras
desta aliança, todas as coisas que estão escritas neste livro. E todo o povo apoiou a
aliança.
4 Então, o rei ordenou a Hilquias, o sumo sacerdote, e aos sacerdotes da segunda
ordem, e aos que guardavam a porta, para trazerem para fora do templo do Senhor
todos os vasos que tinham sido feitos para Baal e para o bosque, e para todo o
exército dos céus, queimando-os, fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom. E
levou as cinzas deles para Betel.
5 E ele queimou aos sacerdotes idólatras que os reis de Judá haviam nomeado
(porquanto eles queimavam incenso nos altos e nas cidades de Judá, e nos lugares
ao redor de Jerusalém), e os que queimavam incenso a Baal, e ao sol, e à lua, e a
Mazuroth, e a todo o exército dos céus.
6 Carregou ele o bosque da casa do Senhor para o ribeiro de Cedrom, e o queimou
junto ao ribeiro de Cedrom, reduzindo-o a pó; e lançou o seu pó sobre as sepulturas
dos filhos do povo.
7 E derrubou a casa dos sodomitas que estavam na casa do Senhor, onde as
mulheres teciam tendas para o bosque.
8 Também trouxe a todos os sacerdotes das cidades de Judá, e profanou os altos
em que os sacerdotes queimavam incenso, desde Geba até Berseba; e derrubou a
casa dos Portões que estava junto à entrada da porta de Josué, o governador da
cidade, no lado esquerdo daquele que entrava, junto ao portão da cidade.
9 Tão somente que os sacerdotes dos altos não subiam ao altar do Senhor, em
Jerusalém, pois só comiam pão levedado, no meio de seus irmãos.
10 Também profanou a Tofete, que está no vale do filho de Hinom, o qual fora
construído para que qualquer homem fizesse seu filho ou sua filha passar pelo fogo,
para Moloque.
11 E ele queimou os cavalos que o rei de Judá tinha consagrado ao sol na entrada da
casa do Senhor, perto da câmara de Natã, eunuco do rei, nos átrios; e queimou o
carro do sol com fogo.
12 Os altares que estavam sobre o terraço do cenáculo de Acaz, os quais os reis de
Judá tinham feito, como também os altares que Manassés fizera nos dois átrios da
casa do Senhor, o rei derrubou e removeu dali, lançando o seu pó no ribeiro de
Cedrom.
13 E o rei profanou a casa que estava diante de Jerusalém, à mão direita do monte
de Mosdete, a qual Salomão, rei de Israel construíra para Astarte, abominação dos
sidônios, e para Camos, abominação dos moabitas, e para Moloque, abominação
dos filhos de Amom.
14 Quebrou ele as colunas e destruiu totalmente os bosques, enchendo os seus
lugares de ossos de homens.
15 Também o altar-mor em Betel, o qual Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a
Israel, tinha feito, este mesmo altar ele derrubou e quebrou em pedaços as suas
pedras, reduzindo-as a pó; e queimou o seu bosque.
16 Então, Josias, voltando-se, viu as sepulturas que estavam na cidade; e mandou
tirar os ossos das sepulturas, queimando-os sobre o altar. E, assim, o profanou,
conforme a palavra do Senhor que o homem de Deus falara quando Jeroboão
estava junto ao altar no dia da festa. Depois disto, ele voltou-se e levantou os olhos
para o túmulo do homem de Deus, que falara estas palavras.
17 E disse: Que é este monte que vejo? Responderam-lhe os homens da cidade: É a
sepultura do homem de Deus que veio de Judá, e que proferiu estas imprecações,
as quais ele imprecou contra o altar de Betel.
18 E ele disse: Deixai-o estar; que ninguém perturbe os seus ossos. Então, seus ossos
foram poupados, juntamente com os ossos do profeta que viera de Samaria.
19 Além disso, Josias removeu todas as casas dos altos que havia nas cidades de
Samaria, que os reis de Israel haviam feito para provocarem o Senhor, e fez-lhes
conforme tudo o que fizera em Betel.
20 E sacrificou todos os sacerdotes dos altos que estavam nos altares, queimando
ossos de homens sobre eles. E voltaram para Jerusalém.
21 Também deu, o rei, ordem a todo o povo, dizendo: Celebrai a Páscoa ao Senhor
vosso Deus, conforme está escrito no livro da Aliança.
22 Uma Páscoa como esta não tinha sido celebrada desde os dias dos juízes que
julgaram a Israel, assim como em todos os dias dos reis de Israel e dos reis de Judá.
23 Então, no décimo oitavo ano do rei Josias foi celebrada a Páscoa ao Senhor, em
Jerusalém.
24 Além disso, Josias removeu os feiticeiros e os magos, e os terafins, e os ídolos, e
todas as abominações que haviam sido estabelecidos na terra de Judá e em
Jerusalém, a fim de que pudesse cumprir as palavras da lei que estavam escritas no
livro que Hilquias, o sacerdote, achara na casa do Senhor.
25 Não houve, antes dele, rei semelhante a ele, que se voltasse para o Senhor com
todo o seu coração, com toda a sua alma e com todas as suas forças, conforme toda
a lei de Moisés; e depois dele não surgiu ninguém como ele.
26 No entanto, o Senhor não se apartou do ardor da sua grande ira, com a qual ele
se indignou, na sua ira contra Judá, por causa das provocações com as quais
Manassés o provocara.
27 E disse o Senhor: Também removerei Judá da minha presença, como removi a
Israel; e rejeitarei a esta cidade que escolhi, Jerusalém, e a casa da qual Eu disse: O
meu nome estará ali.
28 Mas o restante dos atos de Josias, e tudo o que ele fez, não estão essas coisas
escritas no Livro das Crônicas dos Reis de Judá?
29 Nos seus dias subiu Faraó Neco, rei do Egito, contra o rei da Assíria, ao rio
Eufrates, e Josias saiu para encontrá-lo. E Neco matou-o em Megido, quando o viu.
30 Seus servos o levaram, morto, de Megido, e o trouxeram a Jerusalém,
sepultando-o na sua sepultura. Então, o povo da terra tomou a Jeoacaz, filho de
Josias; ungiram-no e o fizeram rei em lugar de seu pai .
31 Vinte e três anos de idade tinha Jeoacaz quando começou a reinar, e reinou três
meses em Jerusalém. O nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
32 Fez ele o que era mau aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que seus pais
fizeram.
33 E Faraó Neco removeu-o para Ribla, na terra de Hamate, a fim de que não
reinasse em Jerusalém, e impôs um tributo sobre a terra: cem talentos de prata e
cem talentos de ouro.
34 E Faraó Neco fez Eliaquim, filho de Josias, rei de Judá, ser rei em lugar de seu pai
Josias, mudando seu nome para Jeoaquim. E tomou Jeoacaz, levando-o para o
Egito; e ali morreu.
35 Jeoaquim entregou a prata e o ouro a Faraó. Porém, ele também avaliou a terra,
para dar o dinheiro, por ordem de Faraó; e entregaram a prata e o ouro, cada um
segundo a sua avaliação, juntamente com o povo da terra, para o dar a Faraó Neco.
36 Vinte e cinco anos de idade tinha Jeoaquim quando começou a reinar, e reinou
onze anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zebida, filha de Pedaías, de Ruma.
37 E fez ele o que era mau aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que seus pais
haviam feito.
1 Nos seus dias, subiu Nabucodonosor, rei de Babilônia, e Jeoaquim tornou-se seu
servo por três anos; e, depois disto, revoltou-se contra ele.
2 Então, o Senhor enviou contra ele os bandos dos caldeus, e os bandos da Síria, e
os bandos de Moabe, e os bandos dos filhos de Amom; enviou-os contra a terra de
Judá para subjugá-la-la, de acordo com o palavra do Senhor que ele falara por seus
servos, os profetas.
3 Com efeito, era este o propósito do Senhor concernente à Judá, para removê-los
da sua presença, por causa dos pecados de Manassés, por causa de tudo o que ele
fizera.
4 E também por ele haver derramado sangue inocente, enchendo a Jerusalém de
sangue inocente, o que o Senhor não quis perdoar.
5 Porém, o restante dos atos de Jeoaquim, tudo quanto fez, não estão esses
escritos no Livro das Crônicas dos Reis de Judá?
6 Jeoaquim dormiu com seus pais e Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.
7 Mas o rei do Egito não mais saiu da sua terra, porquanto o rei de Babilônia tomou
tudo o que pertencia ao rei do Egito, desde o rio do Egito até o rio Eufrates.
8 Dezoito anos de idade tinha Joaquim quando começou a reinar, e reinou três
meses em Jerusalém. O nome de sua mãe era Neústa, filha de Elnatã, de Jerusalém.
9 E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que seu pai fizera.
10 Naquela época, subiu Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a cidade
foi sitiada.
11 Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio contra a cidade, e os seus servos a sitiaram.
12 Então, Joaquim, rei de Judá, foi ao encontro do rei da Babilônia, ele e os seus
servos, e a sua mãe, e os seus príncipes, e os seus oficiais; e o rei de Babilônia o
levou, no oitavo ano do seu reinado.
13 E trouxe, dali, todos os tesouros da casa do Senhor e os tesouros da casa do rei, e
cortou todos os vasos de ouro que Salomão, rei de Israel, fizera no templo do
Senhor, de acordo com a palavra do Senhor.
14 Também transportou os habitantes de Jerusalém, e todos os chefes, e os homens
poderosos, levando cativos dez mil prisioneiros; e, também, cada artesão e ferreiro.
Somente os pobres da terra foram deixados.
15 E transportou Joaquim para Babilônia, e a mãe do rei, e as mulheres do rei, e os
seus eunucos; e levou os poderosos da terra em cativeiro, de Jerusalém para a
Babilônia,
16 e todos os homens valentes, em número de sete mil, e mil artífices e ferreiros.
Todos estes eram homens poderosos, preparados para a guerra. E o rei de Babilônia
levou-os cativos para a Babilônia.
17 E o rei de Babilônia constituiu a Betanias, seu filho, rei em seu lugar, chamando-
lhe Zedequias.
18 Vinte e um anos de idade tinha Zedequias quando começou a reinar, e reinou
onze anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias.
19 Fez ele o que era mau aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que Joaquim
fizera.
20 Portanto, foi de acordo com a ira do Senhor contra Jerusalém e contra Judá, até
que os expulsou da sua presença, que Zedequias revoltou-se contra o rei de
Babilônia.
1 E sucedeu, ao nono ano do seu reinado, no décimo mês, que Nabucodonosor, rei
de Babilônia, e todo o seu exército, vieram contra Jerusalém; e ele a sitiou,
construindo um monte diante dela.
2 A cidade ficou sitiada até o décimo primeiro ano do rei Zedequias, até o nono dia
do mês.
3 Mas a fome prevalecia na cidade, e não havia mais pão para o povo da terra.
4 Então, a cidade foi arrombada, e todos os homens de guerra saíram, a noite, pelo
caminho da porta entre os muros. Esta é a porta do jardim do rei. Os caldeus
estavam acampados contra a cidade, em redor, e o rei se foi pelo caminho da
planície.
5 Mas o exército dos caldeus perseguiu o rei, alcançando-o nas campinas de Jericó;
e todo o seu exército se dispersou para longe dele.
6 Tomaram o rei e o levaram ao rei de Babilônia, a Ribla; e ele proferiu-lhe um
julgamento.
7 Matou ele aos filhos de Zedequias diante de seus olhos, e arrancou os olhos de
Zedequias; e, amarrando-o com cadeias, levaram-no para a Babilônia.
8 No quinto mês, no sétimo dia do mês (este é o décimo nono ano de
Nabucodonosor, rei de Babilônia), veio Nebuzaradã, capitão da guarda, que assistia
na presença do rei de Babilônia, a Jerusalém.
9 Queimou ele a casa do Senhor e a casa do rei, e a todas as casas de Jerusalém; a
cada casa o capitão da guarda queimou.
10 E o exército dos caldeus derrubou o muro de Jerusalém, em redor.
11 Então, Nebuzaradã, o capitão da guarda, retirou o resto do povo que havia ficado
na cidade, e os homens que haviam desertado para o rei de Babilônia, e o resto da
multidão.
12 Todavia, o capitão da guarda deixou os pobres da terra para serem vinhateiros e
lavradores.
13 E os caldeus quebraram em pedaços as colunas de bronze que estavam na casa
do Senhor, e as bases e o mar de bronze que estavam na casa do Senhor; e levaram
seu bronze para a Babilônia.
14 E os caldeirões, as pás, as bacias, os braseiros e todos os utensílios de bronze
com que ministravam, ele os tomou.
15 E o capitão da guarda levou os braseiros, e as bacias de ouro e prata,
16 e os dois pilares, e o mar, e as bases que Salomão fizera para a casa do Senhor; e
não houve peso do bronze de todos os vasos.
17 A altura de uma coluna era de dezoito côvados, e o capitel sobre ela era de
bronze. A altura do capitel era de três côvados; a borda e as romãs sobre o capitel,
ao redor, eram todas de bronze, e assim era, igualmente, com a segunda coluna e a
sua borda.
18 E o capitão da guarda levou a Seraías, o sumo sacerdote, e a Sofonias, o segundo
em ordem, e os três guardas da porta.
19 Também levaram para fora da cidade a um eunuco que era comandante dos
homens de guerra, e cinco homens que viam o rosto do rei, os quais foram
encontrados na cidade, e o escrivão do comandante em chefe, que contabilizava os
povos da terra, e sessenta homens do povo da terra, os quais foram encontrados na
cidade.
20 Nebuzaradã, o capitão da guarda, levou-os, trazendo-os ao rei de Babilônia, a
Ribla.
21 E o rei de Babilônia os feriu e matou em Ribla, na terra de Hamate. Assim, Judá foi
levado de sua terra.
22 Quanto ao povo que ficara na terra de Judá, a quem Nabucodonosor, rei da
Babilônia, deixara, sobre estes estabeleceu ele a Gedalias, filho de Aicão, filho de
Safã.
23 E todos os capitães do exército, eles e os seus homens, ouviram que o rei de
Babilônia assim nomeara a Gedalias, e vieram a Gedalias, em Mispa, a saber, Ismael,
filho de Netanias, Joanã, filho de Careá, Seraías, filho de Tanumete, o netofatita, e
Jazanias, filho de um maacatita; eles e os seus homens.
24 E Gedalias jurou-lhes e aos seus homens, dizendo: Não temais a incursão dos
caldeus; habitai na terra e servi ao rei de Babilônia, e tudo estará bem convosco.
25 E sucedeu que, no sétimo mês, Ismael, filho de Netanias, filho de Elisama, da
descendência real, veio, e dez homens com ele, ferindo a Gedalias, e ele morreu; ele,
os judeus e os caldeus que estavam com ele em Mispa.
26 Então, todo o povo, grandes e pequenos, se levantaram, eles e os capitães das
tropas, e foram para o Egito; porque estavam com medo dos caldeus.
27 E sucedeu, no ano trinta e sete da deportação de Joaquim, rei de Judá, no
décimo segundo mês, no vigésimo sétimo dia do mês, que Evil-Merodaque, rei de
Babilônia, no primeiro ano do seu reinado, levantou a cabeça de Joaquim, rei de
Judá, tirando-o para fora de sua prisão.
28 Falou com ele benignamente, e pôs o seu trono acima dos tronos dos reis que
estavam com ele em Babilônia;
29 mudou-lhe as vestes de prisão, e ele comeu pão, continuamente, diante dele,
todos os dias da sua vida.
30 Sua porção, uma porção contínua, era dada a ele da casa do rei, uma pensão
diária, para cada dia, por todos os dias da sua vida.
1 CRÔNICAS
1 Crônicas - Capítulo 2
1 Crônicas - Capítulo 2
1 Crônicas - Capítulo 3
1 Crônicas - Capítulo 4
1 Crônicas - Capítulo 5
1 Crônicas - Capítulo 6
1 Crônicas - Capítulo 7
1 Crônicas - Capítulo 8
1 Benjamim gerou a Bela, seu primogênito, a Asbel, seu segundo filho, a Aará, o
terceiro, a Noá, o quarto,
2 e a Rafa, o quinto.
3 Os filhos de Bela foram: Adar, Gera, Abiúde,
4 Abisua, Naamã, Aoá,
5 Gera, Sefufá e Hurão.
6 Estes foram os filhos de Eúde; estes são os chefes das famílias dos que habitam
em Geba. E os levaram para Manaate.
7 E Naamã, Aías e Gera. Este os removeu, e gerou a Uzá e a Aiúde.
8 Saarain gerou filhos na planície de Moabe, depois de haver despedido Husim e
Baara, suas esposas.
9 Gerou ele, de sua esposa Hodes, a Jobabe, a Zibia, a Messa, a Malcã,
10 a Jeuz, a Saquias e a Mirma. Estes eram chefes de família.
11 E de Husim gerou a Abitube e Elpaal.
12 Os filhos de Elpaal: Héber, Misã e Semede. Este construiu a Ono e a Lode, com as
suas cidades.
13 E Berias e Sema. Estes eram chefes de família, entre os moradores de Aijalom, e
expulsaram os habitantes de Gate.
14 Seus irmãos foram Sasaque, Jerimote,
15 Zebadias, Arade, Eder,
16 Micael, Ispa e Joá, os filhos de Berias.
17 Zebadias, Mesulão, Hisqui, Héber,
18 Ismerai, Islias e Jobabe, os filhos de Elpaal.
19 Jaquim, Zicri, Zabdi,
20 Elienai, Ziletai,
21 Eliel, Adaías, Beraias e Sinrate, os filhos de Simei.
22 Ispã, Héber, Eliel,
23 Abdom, Zicri, Hanã,
24 Hananias, Ambri, Elão, Antotias,
25 Jeatin, Ifdéias e Penuel, os filhos de Sasaque.
26 Sanserai, Searias, Atalias,
27 Jaaresias, Elias e Zicri, os filho de Jeroão.
28 Estes foram chefes de famílias, segundo as suas gerações; e habitaram em
Jerusalém.
29 O pai de Gibeom habitou em Gibeom; e o nome de sua mulher era Maaca.
30 Seu filho primogênito foi Abdom, e também Zur, Quis, Baal, Nadabe, Ner,
31 Gedor, Aiô, Zequer e Miclote.
32 E Miclote gerou a Siméia. Estes habitaram em Jerusalém, na presença de seus
irmãos, junto de seus irmãos.
33 Ner gerou a Quis, Quis gerou a Saul, e Saul gerou a Jônatas, a Malquisua, a
Abinadabe e a Esbaal.
34 O filho de Jônatas foi Meribe-Baal; e Meribe-Baal gerou a Mica.
35 Os filhos de Mica: Pitom, Meleque, Taréia e Acaz.
36 Acaz gerou a Jeoada, Jeoada gerou a Alemete, Azmavete e Zinri. Zinri gerou a
Moza.
37 Moza gerou a Biená, de quem foi filho Rafa, de quem foi filho Eleasá, de quem foi
filho Azel.
38 Azel teve seis filhos, e estes foram os seus nomes: Azricão, seu primogênito, e
Ismael, Seraias, Obadias, Hanã e Aza. Todos estes foram filhos de Azel.
39 Os filhos de Ezeque, seu irmão: Ulão, seu primogênito, Jeús, o segundo, e
Elifelete, o terceiro.
40 Os filhos de Ulão foram valentes, vergando o arco, e multiplicaram filhos e netos:
cento e cinquenta. Todos estes foram dos filhos de Benjamim.
1 Crônicas - Capítulo 9
1 Esse é todo o Israel, em seus registros. Estão, estes, escritos no livro dos reis de
Israel e Judá, com os nomes dos que foram levados para a Babilônia por causa de
suas transgressões.
2 E também os que habitavam, anteriormente, nas suas possessões e nas cidades de
Israel, os sacerdotes, os levitas e os que foram nomeados.
3 E habitaram em Jerusalém alguns dos filhos de Judá e dos filhos de Benjamim, e
dos filhos de Efraim e de Manassés:
4 Utai, filho de Amiúde, filho de Onri, filho de Inri, filho de Bani, filho dos filhos de
Perez, filho de Judá.
5 Dos Silonitas: Asaías, o primogênito, e seus filhos.
6 Dos filhos de Zerá: Jeul e os seus irmãos, seiscentos e noventa ao todo.
7 Dos filhos de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Hodavias, filho de
Hasenua,
8 Ibnéias, filho de Jeorão, e Elá. Estes são os filhos de Uzi, filho de Micri. E Mesulão,
filho de Sefatias, filho de Reuel, filho de Ibnijas,
9 e seus irmãos, segundo as suas gerações, novecentos e cinquenta e seis ao todo.
Todos eram chefes de famílias, segundo as casas de seus pais.
10 E dos sacerdotes: Jedaías, Jeoiaribe, Jaquim,
11 Azarias, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote,
filho de Aitube, chefe da casa de Deus.
12 E Adaías, filho de Jeorão, filho de Pasur, filho de Malquias. E Masai, filho de Adiel,
filho de Jazera, filho de Mesulão, filho de Mesilemite, filho de Imer,
13 e seus irmãos, chefes de suas famílias, mil setecentos e sessenta, homens
valentes para a obra do ministério da casa de Deus.
14 E dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, dos
filhos de Merari.
15 E Baquebacar, Heres, Galal. E Matanias, filho de Mica, filho de Zicri, filho de Asafe.
16 E Obadias, filho de Semaías, filho de Galal, filho de Jedutun. E Berequias, filho de
Asa, filho de Elcana. Estes habitavam nas aldeias dos netofatitas.
17 E os porteiros: Salum, Acube, Talmon, Aimã, e os seus irmãos. Mas Salum era o
chefe.
18 E ele guardou, até hoje, a porta do rei para o oriente. Estes são os porteiros das
guardas dos filhos de Levi.
19 Salum, filho de Coré, filho de Ebiasafe, filho de Corá, e os seus irmãos, da casa de
seu pai, os coreítas, estavam sobre as obras do ministério, mantendo as guardas do
tabernáculo, e os seus pais estavam sobre o acampamento do Senhor, guardando a
entrada.
20 Finéias, filho de Eleazar foi chefe sobre eles, diante do Senhor. Todos estes
estavam com ele.
21 Zacarias, filho de Meselemias, era o guardião da porta do tabernáculo do
Testemunho.
22 Todos os porteiros escolhidos das portas foram duzentos e doze. Estes estavam
em seus pátios, e esta era a sua distribuição. A estes, Davi e Samuel, o vidente,
estabeleceram em seus cargos.
23 Eles e os seus filhos estavam nos portões da casa do Senhor e na casa do
tabernáculo, para vigiar.
24 Os portões davam para os quatro ventos: leste, oeste, norte e sul.
25 E os seus irmãos estavam em seus pátios, para entrarem a cada semana, cada um
por sua vez, junto com eles.
26 Pois quatro homens fortes tinham o encargo das portas. E os levitas estavam
encarregados das câmaras, e vigiavam os tesouros da casa de Deus.
27 Pois o encargo estava sobre eles, e a eles foram dadas as chaves para abrir as
portas do templo, todas as manhãs.
28 Alguns deles estavam encarregados dos utensílios do ministério, para levá-los
para dentro, por número, e trazê-los para fora, por número.
29 Alguns deles estavam encarregados dos móveis e de todos os utensílios
sagrados, e da flor de farinha, e do vinho, e do azeite, e do incenso, e das
especiarias.
30 Alguns dos sacerdotes eram fabricantes do unguento, e designados para
preparar as especiarias.
31 Matitias, dos levitas, (ele era o primogênito de Salum, o coreíta) tinha o encargo
sobre os sacrifícios da oferta de carne da panela pertencente ao sumo sacerdote.
32 Benaia, coatita, dentre os seus irmãos, também estava com os pães da
proposição, para prepará-los, todos os sábados.
33 E para os cantores, chefes de famílias dos levitas, foram estabelecidos cursos
diários; pois estavam empregados nos serviços durante o dia e a noite.
34 Estes foram os chefes das famílias dos levitas, segundo as suas gerações; estes
chefes habitaram em Jerusalém.
35 Jeiel, o pai de Gibeom, habitou em Gibeom; e o nome de sua mulher era Maaca.
36 Seu filho primogênito foi Abdom; e ele também teve Zur, Quis. Baal, Ner,
Nadabe,
37 Gedor, Aiô, Zacarias e Miclote.
38 E Miclote gerou a Siméia. Estes habitavam no meio de seus irmãos, em
Jerusalém, defronte de seus irmãos.
39 Ner gerou a Quis, Quis gerou a Saul, Saul gerou a Jônatas, a Malquisua, a
Abinadabe e a Esbaal.
40 O filho de Jônatas foi Meribe-Baal. E Meribe-Baal gerou a Mica.
41 Os filhos de Mica foram Pitom, Meleque e Taréia.
42 Acaz gerou a Jaerá, Jaerá gerou a Alemete, a Azmavete e a Zinri; e Zinri gerou a
Moza.
43 Moza gerou a Bineá, de quem foi filho Refaías, de quem foi filho Eleasá, de quem
foi filho Azel.
44 Azel teve seis filhos, e estes são os seus nomes: Azricão, seu primogênito, e
Ismael, Searías, Obadias, Hanã e Asa. Estes foram os filhos de Azel.
1 Crônicas - Capítulo 10
1 Ora, os filisteus pelejaram contra Israel. Mas eles fugiram de diante dos filisteus, e
caíram mortos no monte Gilboa.
2 E os filisteus perseguiram a Saul e aos seus filhos; e feriram Jônatas, Abinadabe e
Malquisua, filhos de Saul.
3 A peleja prevalecia contra Saul, e os flecheiros o alcançaram, com arcos e flechas;
e eles foram feridos pelos arcos.
4 E disse Saul a seu escudeiro: Arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para
que não venham estes incircuncisos e zombem de mim! Porém o seu escudeiro não
o quis fazer, porquanto teve muito medo; então, Saul tomou a espada, lançando-se
sobre ela.
5 O escudeiro viu que Saul estava morto, e também ele se lançou sobre a sua
espada.
6 Assim, morreram Saul e os seus três filhos, nesse dia. Toda a sua família morreu ao
mesmo tempo.
7 Os homens de Israel que estavam no vale viram que Israel fugira e que Saul e os
seus filhos estavam mortos; então, eles deixaram as suas cidades e fugiram; e
vieram os filisteus e habitaram nelas.
8 E veio a suceder, no dia seguinte, que os filisteus vieram para despojar os mortos
e encontraram Saul e seus filhos estirados, no monte Gilboa.
9 E despojaram-no, tomaram a sua cabeça e as suas armas e as enviaram para toda a
terra dos filisteus em redor, para proclamar as boas novas aos seus ídolos e ao
povo.
10 E puseram a sua armadura na casa de seu deus, e a sua cabeça na casa de Dagom.
11 Ouviram, os moradores de Gileade, falar a respeito de tudo o que os filisteus
fizeram a Saul e a Israel.
12 Então, todos os homens valentes de Gileade se levantaram e tomaram o corpo de
Saul e os corpos de seus filhos, e os trouxeram para Jabes, sepultando seus ossos
debaixo de um carvalho, em Jabes; e jejuaram por sete dias.
13 E, assim, Saul morreu por suas transgressões, nas quais ele transgrediu contra
Deus e contra a palavra do Senhor, por não guardá-la. Porque Saul consultara uma
médium para aconselhar-se, e Samuel, o profeta, respondera-lhe.
14 Todavia, ele não procurou ao Senhor; por isto ele o matou, transferindo o reino a
Davi, filho de Jessé.
1 Crônicas - Capítulo 11
1 Então, todo o Israel veio a Davi, em Hebrom, dizendo: Eis que somos teus ossos e
tua carne.
2 Até hoje, quando Saul era rei, foste tu que conduziste a Israel em suas entradas e
saídas; e o Senhor de Israel disse-te: Alimentarás o meu povo Israel, e serás
governante sobre Israel.
3 E todos os anciãos de Israel vieram ao rei, a Hebrom; e o rei Davi fez com eles um
pacto em Hebrom, perante o Senhor. E ungiram a Davi rei sobre Israel, conforme a
palavra do Senhor por intermédio de Samuel.
4 Então, o rei e os seus homens foram para Jerusalém. Esta é Jebus. Ali, os jebuseus,
habitantes da terra, disseram a Davi:
5 Não entrarás aqui! Porém, ele tomou a fortaleza de Sião. Esta é a cidade de Davi.
6 Davi disse: Qualquer que primeiro ferir aos jebuseus, este mesmo será chefe e
capitão. Então, Joabe, filho de Zeruia, subiu primeiro, tornando-se chefe.
7 E Davi habitou na fortaleza. Por isso, chamou-a cidade de Davi.
8 E ele fortificou a cidade ao redor.
9 Davi continuou a crescer, e o Senhor Todo-Poderoso estava com ele.
10 E são estes os chefes dos valentes que Davi tinha, que se fortaleceram com ele
em seu reino, com todo o Israel, para o fazerem rei, conforme a palavra do Senhor
acerca de Israel.
11 Esta é a lista dos valentes de Davi: Jasobeão, filho de Hacmeão, primeiro dos
trinta. Ele desembainhou a espada, certa feita, contra trezentos, os quais matou de
uma só vez.
12 E, depois dele, Eleazar, filho de Dodô, o Aoíta. Ele estava entre os três valentes,
13 e esteve com Davi em Pas-Damin. Os filisteus estavam reunidos para a batalha, e
havia uma parte do campo cheia de cevada; mas o povo fugia de diante dos filisteus.
14 Ele parou no meio daquela parte, e resgatou-a, ferindo aos filisteus; e o Senhor
efetuou um grande livramento.
15 Três dos trinta chefes desceram à rocha, ao encontro de Davi, à caverna de
Adulão; e o acampamento dos filisteus estava no vale dos Gigantes.
16 Davi estava, então, na fortaleza, e a guarnição dos filisteus em Belém.
17 Desejou Davi, e disse: Quem me dará água para beber do poço de Belém, que
está junto ao portão?
18 Então, os três romperam pelo arraial dos filisteus e tiraram água do poço que
estava em Belém, junto ao portão; tomaram-na, e foram ter com Davi; Davi,
contudo, não a quis beber, derramando-a para o Senhor; e disse:
19 Deus não permita que eu faça tal coisa! Deveria eu beber o sangue destes
homens, com as suas vidas? Pois com risco das suas vidas a trouxeram! Assim, ele
não quis beber. Estas coisas fizeram os três valentes.
20 Abisai, irmão de Joabe, era o chefe dos trinta. Sacou ele da sua espada contra
trezentos, que foram mortos de uma só vez; e tinha nome entre os três.
21 Ele era mais famoso do que os outros trinta, e era chefe sobre eles; contudo, não
chegou aos primeiros três.
22 Benaia, filho de Joiada, era filho de um homem poderoso. Muitos foram os seus
atos em Cabzeel. Feriu, ele, dois homens-leão de Moabe e, descendo, feriu um leão
dentro duma cova, num dia em que havia neve.
23 Também feriu um egípcio, um homem maravilhoso, de cinco côvados. Na mão do
egípcio havia uma lança como a dos tecelões. Benaia desceu a ele com um cajado,
tomou a lança da sua mão, matando-o com a sua própria lança.
24 Estas coisas fez Benaia, filho de Joiada, e o tinha nome entre os três valentes.
25 Foi distinguido além dos trinta, porém não chegou aos primeiros três; e Davi o
pôs sobre a sua família.
26 E os poderosos das forças eram: Asael, irmão de Joabe; Elanã, filho de Dodô, de
Belém;
27 Samote, o harorita; Heles, o pelonita;
28 Ira, filho de Iques, o tecoíta; Abiezer, o anatotita;
29 Sibecai, o usatita; Ilai, o aroíta;
30 Maarai, o netofatita; Helede, filho de Baaná, o netofatita;
31 Itai, filho de Ribai, da colina de Benjamim; Benaia, o piratonita;
32 Urai, de Naali-Gaas; Abiel o arbatita;
33 Azmavete, o baarumita; Eliaba, o saalbonita;
34 O filho de Hasém, o gizonita; Jônatas, filho de Sage, o hararita;
35 Aião, filho de Sacar, o hararita. Elifal, filho de Ur,
36 o mequeratita; Aías, o pelonita;
37 Hezro, o carmelita; Naarai, filho de Ezbai;
38 Joel, filho de Natã; Mibar, filho de Hagri;
39 Zeleque, filho de Amoni; Naarai, o beerotita, escudeiro do filho de Zeruia;
40 Ira, o itrita; Garebe, o itrita;
41 Urias, o heteu; Zabade, filho de Alai;
42 Adina, filho de Siza, um chefe de Rúbem; e com ele estavam trinta;
43 Hanã, filho de Maaca; Josafá, o mitenita;
44 Uzias, o asteratita; Sama e Jeiel, filhos de Hotão, o aroerita;
45 Jediel, filho de Simri, e Joá, seu irmão, o tizita;
46 Eliel, o maavita; Jeribai e Josabias, seu filho; Elnaão e Itma, o moabita;
47 Eliel, Obede e Jaasiel, de Zobá.
1 Crônicas - Capítulo 12
1 E estes são os que vieram a Ziclague quando ele ainda estava escondido por causa
de Saul, filho de Quis; e estavam entre os poderosos, ajudando-o na guerra,
2 usando o arco com a mão direita e com a esquerda, lançadores de pedras e
atiradores com arcos. Dos irmãos de Saul, de Benjamim,
3 Aiezer, o chefe, e Joás, filhos de Semaá, o gibeatita; Jeziel e Pelete, filhos de
Azmavete; Beraca e Jeú, o anatotita;
4 Ismaias, o gibeonita, homem valente entre os trinta e chefe dos trinta; Jeremias;
Jaaziel; Joanã e Jozabade, o gederatita;
5 Eluzai e Jerimote; Bealias; Semaraias, Sefarias, o harufita;
6 Elcana; Issias; Azareel; Joezer e Jazobeão, os coreítas;
7 Joela e Zebadias, filhos de Jeorão; e os homens de Gedor.
8 E de Gade passaram-se para Davi, desde o deserto, fortes e poderosos homens de
guerra, carregando escudos e lanças. Seus rostos eram como o rosto de um leão, e
eram ágeis como as corças sobre os montes, em velocidade:
9 Ezer, o chefe; Obadias, o segundo; Eliabe, o terceiro;
10 Mismana, o quarto; Jeremias, o quinto;
11 Atai, o sexto; Eliel, o sétimo;
12 Joanã, o oitavo; Elzabade, o nono;
13 Jeremias, o décimo; Macbanai, o décimo primeiro.
14 Estes foram chefes do exército, dos filhos de Gade; o menor, comandante de
uma centena, e o maior, de um milhar.
15 Estes são os homens que atravessaram o Jordão no primeiro mês, enquanto ele
transbordava por todas as suas ribanceiras; e expulsaram todos os habitantes dos
vales, indo do leste para o oeste.
16 E vieram alguns dos filhos de Benjamim e de Judá, para ajudarem a Davi.
17 Davi saiu ao encontro deles, e disse-lhes: Se tiverdes vindo em paz para comigo,
que o meu coração esteja em paz convosco; porém, se tiverdes vindo para entregar-
me aos meus inimigos, traiçoeiramente, o Deus de vossos pais olhe para isto e o
repreenda!
18 Então, o Espírito veio sobre Amasai, um capitão dos trinta, e ele disse: Vai em
frente, Davi, filho de Jessé, tu e o teu povo; paz, paz seja contigo, e paz com quem
te ajuda; pois que teu Deus te tem ajudado! E Davi os recebeu, e os fez chefes das
forças.
19 E alguns se passaram para Davi de Manassés, quando os filisteus vieram contra
Saul para a guerra; ele, porém, não os ajudou, porque os capitães dos filisteus
tomaram conselho, dizendo: Com as cabeças daqueles homens ele vai voltar para o
seu senhor, Saul.
20 Quando Davi estava indo para Ziclague, vieram a ele, de Manassés, Adna,
Jozabade, Jediael, Micael, Jozabade, Eliú e Ziletai. Estes são os chefes de milhares
de Manassés.
21 Eles lutaram ao lado de Davi contra aquela tropa, porque eram todos homens
valentes; e eram os comandantes do exército, por causa de seu poder.
22 E os homens vinham para Davi, diariamente, até que se tornaram um grande
exército, como o exército de Deus.
23 E estes são os nomes dos comandantes do exército, os quais vieram a Davi em
Hebrom para dar-lhe o reino de Saul, conforme a palavra do Senhor:
24 Dos filhos de Judá, portando escudos e lanças, seis mil e oitocentos, poderosos
na guerra;
25 dos filhos de Simeão, poderosos para a batalha, sete mil e cem;
26 dos filhos de Levi, quatro mil e seiscentos;
27 Joiada, o chefe da família de Arão, e com ele três mil e setecentos;
28 Zadoque, jovem fortalecido em poder, com vinte e dois líderes da casa de seu
pai;
29 dos filhos de Benjamim, irmãos de Saul, três mil; todavia, a maior parte deles
manteve a guarda da casa de Saul.
30 Dos filhos de Efraim, vinte mil e oitocentos homens poderosos, famosos nas
casas de seus pais;
31 da meia tribo de Manassés, dezoito mil, todos aqueles que foram designados por
nome, para constituir rei a Davi;
32 dos filhos de Issacar, mostrando sabedoria em relação aos tempos, sabendo o
que Israel deveria fazer, duzentos, e todos os seus irmãos com eles;
33 de Zebulom, os que saíram à peleja, com todas as armas de guerra, eram
cinquenta mil para ajudar Davi, não fracos de mãos;
34 de Naftali, mil chefes, e com eles os homens carregando escudos e lanças, trinta
e sete mil;
35 dos danitas, homens prontos para a guerra, vinte e oito mil e oitocentos;
36 de Aser, todos os que saíram para dar auxílio na guerra foram quarenta mil;
37 e do país além do Jordão, de Rúbem, dos gaditas e da meia tribo de Manassés,
cento e vinte mil, com todas as armas de guerra.
38 Todos esses eram homens de guerra, preparando o exército em ordem de
batalha, com uma disposição pacífica para com ele, e vieram a Hebrom para
constituir a Davi rei sobre todo o Israel. Igualmente, o restante de Israel tinha um só
coração para constituir a Davi rei.
39 E estiveram ali três dias, comendo e bebendo, pois seus irmãos haviam feito os
preparativos.
40 Também os seus vizinhos, tão distante quanto Issacar, Zebulom e Naftali,
trouxeram a eles, sobre o lombo de camelos, burros, mulas e jumentos,
mantimentos: farinha, pastas de figos, passas, vinho, azeite, bezerros e ovelhas em
abundância; porque havia alegria em Israel.
1 Crônicas - Capítulo 13
1 Davi tomou conselho com os capitães dos milhares e capitães de centenas, e com
todos os comandantes.
2 E disse Davi a toda a congregação de Israel: Se bem vos parece, e se for isto
agradável ao Senhor, nosso Deus, enviemos mensageiros aos nossos irmãos, em
todas as terras de Israel; e que os sacerdotes levitas que estão com eles nas cidades
de sua posse venham, e reúnam-se a nós,
3 e tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus. Pois os homens não a tem
procurado, desde os dias de Saul.
4 E toda a congregação concordou que fariam assim, pois esta palavra era boa aos
olhos de todo o povo.
5 Então, Davi reuniu a todo o Israel, desde as fronteiras do Egito até a entrada de
Hamate, para trazer a arca de Deus da cidade de Jearim.
6 E Davi trouxe-a. E todo o Israel foi até a cidade de Davi, que pertencia a Judá, para
fazer subir dali a arca do Senhor Deus, que se assenta entre os querubins, e cujo
nome é invocado ali.
7 Puseram a arca de Deus em um carro novo, trazido da casa de Abinadabe. Uzá e
seus irmãos dirigiam o carro.
8 E Davi e todo o Israel estavam tocando diante do Senhor com toda a sua força,
juntamente com os cantores, e com harpas, alaúdes, tamborins, címbalos e
trombetas.
9 Vieram eles até o eirado e, então, Uzá estendeu a mão para segurar a arca, porque
o boi a movera de seu lugar.
10 Mas o Senhor muito se indignou contra Uzá ferindo-o, naquele lugar, por ele
haver estendido a mão sobre a arca; e morreu ali, perante Deus.
11 E Davi ficou desanimado, porquanto o Senhor tinha aberto uma brecha em Uzá. E
ele chamou aquele lugar a Brecha de Uzá, até hoje.
12 Davi temeu a Deus, naquele dia, dizendo: Como trarei a arca de Deus para mim?
13 Então, Davi não trouxe a arca a si, à cidade de Davi; porém, desviando-se, levou-a
para a casa de Obede-Edom, o geteu.
14 E permaneceu a arca de Deus na casa de Obede-Edom, por três meses; e Deus
abençoou a Obede-Edom e a tudo o que tinha.
1 Crônicas - Capítulo 14
1 Crônicas - Capítulo 15
1 Davi fez, para si mesmo, casas na cidade de Davi; e preparou um lugar para a arca
de Deus, fazendo-lhe uma tenda.
2 E disse Davi: Não é lícito a qualquer um conduzir a arca de Deus, senão os levitas;
porque o Senhor os escolheu para levar a arca do Senhor e para o servirem, para
sempre.
3 Então, Davi convocou a todo o Israel em Jerusalém, para fazerem subir a arca do
Senhor ao lugar que havia preparado para ela.
4 E Davi reuniu os filhos de Arão, os levitas.
5 Dos filhos de Coate: Uriel, o chefe, e seus irmãos, cento e vinte.
6 Dos filhos de Merari: Asaías, o chefe, e seus irmãos, duzentos e vinte.
7 Dos filhos de Gérson: Joel, o chefe, e seus irmãos, cento e trinta.
8 Dos filhos de Elisafã: Semaías, o chefe, e seus irmãos, duzentos.
9 Dos filhos de Hebrom: Eliel, o chefe, e seus irmãos, oitenta.
10 Dos filhos de Uziel: Aminadabe, o chefe, e seus irmãos, cento e doze.
11 E Davi chamou a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes, e os levitas Uriel, Asaías, Joel,
Semaías, Eliel e Aminadabe,
12 e disse-lhes: Vós sois os chefes das famílias dos levitas; santificai-vos, vós e vossos
irmãos, e transportareis a arca do Deus de Israel ao lugar que tenho preparado para
ela.
13 Porquanto vós não estáveis prontos na primeira vez, nosso Deus fez uma brecha
em nós; porque não o buscamos de acordo com a ordenança.
14 Então, os sacerdotes e os levitas se santificaram, para fazerem subir a arca do
Deus de Israel.
15 E os filhos dos levitas levaram a arca de Deus (conforme Moisés determinou, pela
palavra de Deus, de acordo com a escritura), sobre os ombros, com varas.
16 E disse Davi aos chefes dos levitas: Constituam a vossos irmãos, os cantores, com
instrumentos musicais, alaúdes, harpas e címbalos, para que levantem a voz bem
alto, com alegria!
17 Então, os levitas nomearam Hemã, filho de Joel. Asafe, filho de Berequias, era um
de seus irmãos. E Etã, filho de Cusaías, era dos filhos de Merari, seus irmãos.
18 E, com eles, seus irmãos da segunda ordem: Zacarias, Uziel, Semiramote, Jeiel,
Uni, Eliabe, Benaia, Maaséias, Matitias, Elifeleu, Micnéias. E Obede-Edom, Jeiel e
Uzias, os porteiros.
19 E os cantores: Hemã, Asafe e Etã, para serem ouvidos com acompanhamento de
címbalos de bronze;
20 Zacarias, Aziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Maaséias e Benaia com
acompanhamento de alaúdes, em voz de soprano;
21 Matitias, Elifeleu, Micnéias, Obede-Edom, Jeiel e Azazias com acompanhamento
de harpas, em tom de oitava, para soarem bem alto.
22 Quenanias, chefe dos levitas, era maestro das bandas, porque era entendido
nisso.
23 Berequias e Elcana eram porteiros da arca.
24 Sebanias, Josafá, Natanael, Amasai, Zacarias, Benaia e Eliezer, os sacerdotes,
soavam as trombetas perante a arca de Deus. Obede-Edom e Jeías eram os
porteiros da arca de Deus.
25 Então, Davi e os anciãos de Israel, e os capitães dos milhares, foram, para trazer a
arca da Aliança da casa de Obede-Edom, com alegria.
26 E sucedeu, quando Deus fortaleceu os levitas condutores da arca da Aliança do
Senhor, que eles sacrificaram sete novilhos e sete carneiros.
27 Davi estava cingido com um manto de linho fino, como também os levitas que
conduziam a arca da Aliança do Senhor, e os cantores, e Quenanias, o maestro da
banda de cantores. Também, sobre Davi, havia uma estola de linho fino.
28 E todo o Israel fez subir a arca da Aliança do Senhor com júbilo, e ao som de uma
buzina, e com trombetas e címbalos, e tocando alto em alaúdes e harpas.
29 E a arca da Aliança do Senhor chegou, vindo para a cidade de Davi. Mical, a filha
de Saul, olhou pela janela e, vendo Davi a dançar e a tocar, desprezou-o no seu
coração.
1 Crônicas - Capítulo 16
1 Então, eles trouxeram a arca de Deus e a puseram no meio da tenda que Davi
armara; e ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas perante Deus.
2 Acabou Davi de oferecer os holocaustos e ofertas pacíficas, e abençoou o povo
em nome do Senhor.
3 E repartiu a cada um de Israel (homens e mulheres), a cada homem, um pão e um
bolo.
4 E pôs, perante a arca da Aliança do Senhor, levitas para ministrarem e para
levantarem a sua voz, para darem graças e louvarem ao Senhor, Deus de Israel.
5 Asafe era o chefe, e ao lado dele estavam Zacarias, Jeiel, Semiramote, Jeiel,
Matitias, Eliabe, Benaia, Obede-Edom e Jeiel, tocando com instrumentos musicais,
alaúdes e harpas. E Asafe tocava com címbalos.
6 Benaia e Jaaziel, os sacerdotes, tocavam as trombetas, continuamente, perante a
arca da Aliança de Deus, nesse dia.
7 Então, Davi deu, pela primeira vez, ordens para louvar ao Senhor, pela mão de
Asafe e de seus irmãos.
8 Uma canção: Dai graças ao Senhor, invocai-o pelo seu nome; dai a conhecer os
seus intentos no meio do povo.
9 Entoai canções para ele e cantai-lhe hinos; contai a todos os povos as suas
maravilhas, que o Senhor operou.
10 Louvado seja o seu santo nome! O coração que busca o seu prazer alegrar-se-á.
11 Buscai o Senhor e sede fortes, buscai a sua face, continuamente.
12 Lembrai-vos das obras maravilhosas que ele tem feito, dos seus prodígios e dos
juízos da sua boca,
13 vós, semente de Israel, seus servos; vós, semente de Jacó, seus escolhidos.
14 Ele é o Senhor nosso Deus. Os seus juízos estão em toda a terra.
15 Lembremo-nos de sua aliança, para sempre, da sua palavra que ordenou para mil
gerações,
16, pela qual fez convênio com Abraão; e do seu juramento a Isaque.
17 Ele a confirmou a Jacó como ordenança, e a Israel por pacto eterno,
18 dizendo A ti darei a terra de Canaã, a fronteira de tua herança,
19 quando eram poucos em número, quando eram somente poucos e habitavam
nela como estrangeiros.
20 E passaram de nação para nação, e dum reino para outro povo.
21 Não permitiu que nenhum homem os oprimisse, mas repreendeu reis por causa
deles,
22 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, e não trateis injustamente com os meus
profetas.
23 Cantai ao Senhor, a terra inteira; proclamai a sua salvação de dia em dia.
24 Anunciai entre as nações a sua glória, seus feitos maravilhosos entre todos os
povos.
25 Pois o Senhor é grande e mui digno de ser louvado; ele é mais temível do que
todos os deuses.
26 Porque todos os deuses dos povos são ídolos, mas o nosso Deus fez os céus.
27 Glória e louvor estão em sua presença; força e alegria no seu lugar.
28 Dai ao Senhor, ó famílias das nações, dai ao Senhor glória e força.
29 Dai ao Senhor a glória pertencente ao seu nome; levai presentes e oferecei-os
diante dele; adorai ao Senhor no seus santos átrios.
30 Que toda a terra tema diante dele. Que a terra seja estabelecida, e não seja
movida.
31 Que os céus exultem, e regozije-se a terra, e diga-se entre as nações: O Senhor
reina.
32 O mar, na sua plenitude, ressoará, e a árvore do campo, e todas as coisas que há
nele.
33 Então, as árvores do bosque se alegrarão perante o Senhor, porque ele veio para
julgar a terra.
34 Dai graças ao Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade é para sempre.
35 E dizei: Salva-nos, ó Deus da nossa salvação, ajunta-nos e resgata-nos dentre as
nações, para que possamos louvar o teu santo nome e nos gloriarmos em teus
louvores.
36 Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de eternidade a eternidade! E todo o povo
disse: Amém! Então, eles louvaram ao Senhor.
37 E deixaram lá a Asafe e aos seus irmãos, diante da arca da Aliança do Senhor,
para ministrar continuamente perante a arca, de acordo com o serviço de cada dia,
diariamente.
38 Obede-Edom e seus irmãos eram sessenta e oito; e Obede-Edom, filho de
Jedutum, e Hosa, deviam ser os porteiros.
39 E constituíram a Zadoque, o sacerdote, e aos seus irmãos, os sacerdotes, diante
do tabernáculo do Senhor, no alto de Gibeom,
40 para oferecer holocaustos continuamente, pela manhã e à noite, e de acordo
com todas as coisas escritas na lei do Senhor, as quais ele ordenou aos filhos de
Israel, por intermédio de Moisés, servo de Deus.
41 E com ele estavam Hemã e Jedutum, e os restantes escolhidos por nome para
louvarem ao Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre.
42 Com eles havia trombetas e címbalos para soarem bem alto, e instrumentos
musicais para os cânticos de Deus; e os filhos de Jedutum estavam no portão.
43 Então, todo o povo partiu, cada um para a sua casa; e Davi voltou para abençoar
a sua casa.
1 Crônicas - Capítulo 17
1 E veio a suceder, quando Davi habitava em sua casa, que ele disse ao profeta Natã:
Eis que eu moro numa casa de cedro, porém, a arca da Aliança do Senhor está
debaixo de cortinas de peles.
2 E disse Natã a Davi: Faze tudo o que está no teu coração, porque Deus é contigo.
3 E sucedeu que, naquela mesma noite, a palavra do Senhor veio a Natã, dizendo:
4 Vai, e dize ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Tu não me edificarás uma casa,
para eu nela habitar.
5 Porque não habitei em uma casa desde o dia em que fiz subir Israel até ao dia de
hoje, mas tenho habitado em um tabernáculo e numa tenda,
6 em todos os lugares por onde tenho andado com todo o Israel. Falei eu com
qualquer uma das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo, dizendo:
Por que não me edificais uma casa de cedro?
7 E, agora, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor Todo-Poderoso: Tirei-
te do curral, de detrás das ovelhas, para ser um chefe do meu povo Israel.
8 Eu estava contigo em todos os lugares aonde foste, destruindo todos os teus
inimigos diante de ti; e fiz para ti um nome como o nome dos grandes que estão na
terra.
9 Eu designarei lugar para o meu povo, Israel, e o plantarei. Morará por si mesmo, e
já não deverá andar ansioso. O filho da iniquidade não mais irá afligi-lo, como no
início,
10 desde os dias em que ordenei juízes sobre o meu povo Israel. Também tenho
humilhado todos os teus inimigos, e aumentar-te-ei. O Senhor edificar-te-á uma
casa.
11 E acontecerá, quando os teus dias se completarem e vieres a dormir com teus
pais, que eu levantarei o teu descendente, depois de ti, o qual sairá das tuas
entranhas, e estabelecerei o seu reino.
12 Ele me edificará uma casa, e eu estabelecerei o seu trono para sempre.
13 Serei para ele um pai e ele será para mim um filho, e a minha misericórdia dele
não retirarei, como a retirei dos que foram antes de ti.
14 Estabelecê-lo-ei na minha casa e no seu reino, para sempre; e o seu trono será
firmado para sempre.
15 Segundo a todas estas palavras, e conforme a toda esta visão, assim falou Natã a
Davi.
16 Então, o rei Davi veio e assentou-se perante o Senhor, e disse: Quem sou eu,
Senhor Deus? e que é a minha casa, que me amaste, para sempre?
17 Mas estas coisas foram poucas aos teus olhos, ó Deus, pois também falaste a
respeito da casa de teu servo para um longo tempo, no futuro, e me olhaste tal
como um homem olha para o outro; e tu me tens exaltado, ó Senhor Deus!
18 O que mais deve fazer Davi, para glorificar-te? pois tu conheces o teu servo.
19 Tu fizeste toda esta grandeza, de acordo com o teu coração.
20 Ó Senhor, ninguém há semelhante a ti, e não há outro Deus além de ti, de acordo
com todas as coisas que já temos escutado, com os nossos ouvidos.
21 E não há outra nação na terra como o teu povo Israel, uma vez que Deus o levou
no caminho a fim de resgatar um povo para si mesmo, para fazer para si um grande
e glorioso nome, para expulsar as nações de diante do teu povo, que resgataste do
Egito.
22 Tens nomeado teu povo Israel como um povo para ti mesmo, para sempre; e tu,
Senhor, tornaste-te um Deus para eles.
23 Agora, Senhor, que a palavra que falaste ao teu servo, e acerca da sua casa, seja
confirmada para sempre; e faze como disseste.
24 Que o teu nome seja estabelecido e glorificado para sempre, e os homens digam:
Senhor, Senhor, Deus Todo-Poderoso de Israel! e que a casa do teu servo seja
estabelecida diante de ti.
25 Pois tu, ó Senhor, meu Deus, revelaste aos ouvidos de teu servo que hás de
edificar-lhe uma casa; pelo que o teu servo tem se achado disposto para orar diante
de ti.
26 Agora, pois, ó Senhor, tu és Deus, e tens falado essas coisas boas acerca do teu
servo.
27 E agora, já começaste a abençoar a casa do teu servo, para que ela se mantenha
para sempre diante de ti; pois tu, Senhor, a tens abençoado. E abençoa-a para
sempre.
1 Crônicas - Capítulo 18
1 Crônicas - Capítulo 19
1 E sucedeu, depois disto, que Naás, rei dos amonitas, morreu e Hanum, seu filho,
reinou em seu lugar.
2 Disse Davi: Irei agir gentilmente para com Hanum, filho de Naás, conforme seu pai
agiu gentilmente para comigo. Davi enviou, então, mensageiros para condoer-se
com ele sobre a morte de seu pai. E os servos de Davi chegaram à terra dos filhos de
Amom, a Hanum, para confortá-lo.
3 Mas os chefes dos filhos de Amom disseram para Hanum: É para honrar teu pai,
diante de ti, que Davi enviou-te consoladores? Não vieram, antes, seus servos a ti
para que pudessem investigar a cidade e para espiar a terra?
4 Então, Hanum tomou os servos de Davi, rapou-lhes a barba e cortou a metade de
suas vestes, até mesmo a sua túnica, e os despediu.
5 E vieram alguns para relatar a Davi sobre os homens, e ele enviou mensageiros
para encontrá-los, pois estavam muito desgraçados. E o rei disse: Aguardai em
Jericó até que as vossas barbas tenham crescido e, então, retornai.
6 Os filhos de Amom viram que o povo de Davi estava envergonhado. Então, Hanum
e os amonitas enviaram mil talentos de prata para alugarem para si carros e
cavaleiros da Síria Mesopotâmica, da Síria Maaca e de Sobal .
7 E contrataram para si trinta e dois mil carros, assim como o rei de Maaca com o
seu povo. Vieram eles, e acamparam-se diante de Medeba. Também os filhos de
Amom ajuntaram-se de suas cidades, e vieram para lutar.
8 Davi ouviu sobre isto, e enviou Joabe com todo o exército de homens valentes.
9 Então, os amonitas saíram e puseram-se em ordem de batalha na porta da cidade,
e os reis que vieram junto estavam acampados à parte, na planície.
10 Joabe viu que estavam todos preparados para lutar contra ele, atacando-o pela
frente e por trás; então, ele escolheu alguns dentre todos os jovens de Israel, os
quais se puseram em ordem contra a Síria.
11 Mas o restante do povo ele deu na mão de seu irmão, Abisai, e eles se puseram
em ordem contra os amonitas.
12 E disse: Se os sírios prevalecerem contra mim, tu me livrarás; porém, se os
amonitas prevalecerem contra ti, então eu te livrarei.
13 Tem bom ânimo, e sejamos fortes, para o nosso povo e pelas cidades do nosso
Deus; e o Senhor fará o que é bom aos seus olhos.
14 Então, Joabe e o povo que estava com ele colocaram-se em ordem de batalha
contra os sírios, que fugiram deles.
15 Viram os filhos de Amom que os sírios fugiram, e também eles fugiram de diante
de Abisai e de de Joabe, seu irmão. Então, eles vieram para a cidade, e Joabe voltou
para Jerusalém.
16 Os sírios viram que Israel os havia derrotado, e enviaram mensageiros, fazendo
sair os sírios que estavam do outro lado do rio. Sofaque, comandante-em-chefe das
forças de Hadadezer, estava à frente deles.
17 E isto foi dito a Davi. Então, ele ajuntou a todo o Israel e atravessou o Jordão,
vindo sobre eles; e ordenou a batalha contra eles. Davi pôs o exército em ordem
para lutar contra os sírios, que pelejaram contra ele.
18 Mas os sírios fugiram de diante de Israel, e Davi feriu, dos sírios, sete mil
condutores em seus carros e quarenta mil soldados de infantaria; e matou Sofaque,
o comandante-em-chefe das forças.
19 Os servos de Hadadezer viram que haviam sido derrotados diante de Israel, e por
isto fizeram paz com Davi, e o serviram. Mas os sírios não iriam, nunca mais, ajudar
os amonitas.
1 Crônicas - Capítulo 20
1 E sucedeu, no início do ano, na ocasião da saída dos reis para a guerra, que Joabe
reuniu toda a força do seu exército e devastou a terra dos filhos de Amom. Ele veio,
e cercou a Rabá. Porém Davi ficou em Jerusalém. E Joabe feriu a Rabá, destruindo-a.
2 E Davi retirou a coroa de seu rei, Molcom, de sua cabeça. O peso que foi verificado
era de um talento de ouro, e sobre ela haviam pedras preciosas. E foi colocada na
cabeça de Davi. E carregou ele os despojos da cidade, que eram muito grandes.
3 Levou também o povo que estava nela, e serraram-nos em pedaços com serras, e
despedaçaram-nos com machados de ferro e talhadeiras. Assim fez Davi a todos os
filhos de Amom. Então, Davi e todo o seu povo voltaram para Jerusalém.
4 Sucedeu, depois disto, que houve mais outra peleja contra os filisteus, em Gezer; e
Sibecai, o husatita, feriu a Sipai, dos filhos dos gigantes, derrubando-o.
5 E tornou a haver guerra com os filisteus; e Elanã, filho de Jair, feriu a Lami, irmão
de Golias, o geteu, cuja madeira de sua lança era como um eixo dos tecelões.
6 Houve guerra, outra vez, em Gate, e estava lá um homem de tamanho
extraordinário: seus dedos das mãos e pés eram seis em cada mão e pé, vinte e
quatro. Este era descendente dos gigantes.
7 Desafiou ele a Israel, e Jônatas, filho de Siméia, irmão de Davi, matou-o.
8 Estes nasceram para Refa, em Gate. Todos os quatro eram gigantes, e caíram pela
mão de Davi e pela mão de seus servos.
1 Crônicas - Capítulo 21
1 Crônicas - Capítulo 22
1 E disse Davi: Esta é a casa do Senhor Deus, e este é o altar do holocausto para
Israel.
2 Davi deu ordens para reunir todos os estrangeiros que estavam na terra de Israel;
e nomeou cortadores para cortarem pedras polidas, para edificar a casa de Deus.
3 Preparou Davi muito ferro para os pregos das portas e para o portão, e também
para as dobradiças; e bronze em abundância, do qual não havia peso,
4 e árvores de cedro, sem número. Pois os sidônios e os tírios trouxeram cedros em
abundância para Davi.
5 E disse Davi: Meu filho Salomão é ainda uma criança, e a casa que irei construir
para o Senhor é para grande magnificência, para um nome e glória em toda a terra;
portanto, irei fazer uma preparação para isto. E Davi fez grandes preparativos,
antes da sua morte.
6 Chamou ele a Salomão, seu filho, e ordenou-lhe construir uma casa para o Senhor,
Deus de Israel.
7 E disse Davi a Salomão: Meu filho, estava em meu coração o construir uma casa ao
nome do Senhor Deus.
8 Mas a palavra do Senhor veio a mim, dizendo: Tens derramado muito sangue, e
tens realizado grandes guerras. Não edificarás casa ao meu nome, porque tens
derramado muito sangue na terra, diante de mim.
9 Eis que um filho nascerá para ti; ele será um homem de paz. Eu lhe darei descanso
de todos os seus inimigos em redor, pois o seu nome será Salomão, e eu trarei paz e
descanso a Israel, nos seus dias.
10 Este edificará uma casa ao meu nome. Ele será para mim um filho, e eu serei para
ele um pai; e confirmarei o trono do seu reino em Israel, para sempre.
11 E agora, meu filho, o Senhor será contigo, e te prosperará. Tu construirás uma
casa para o Senhor, teu Deus, conforme ele falou a respeito de ti.
12 Tão somente que o Senhor te dê sabedoria e prudência, e te fortaleça sobre
Israel, para manter e cumprir a lei do Senhor, teu Deus.
13 Então, ele te prosperará, se tiveres cuidado de cumprir os mandamentos e
preceitos que o Senhor ordenou a Moisés, a respeito de Israel. Sê corajoso e forte;
não temas nem te assustes.
14 Eis que, de acordo com a minha pobreza, preparei para a casa do Senhor cem mil
talentos de ouro e um milhão de talentos de prata, e bronze e ferro, sem medida, tal
a abundância. Também preparei madeira e pedras. E, a estes, ainda acrescentarás.
15 E, aos que estão contigo, faze adicionar à multidão de operários. Que haja
artífices, pedreiros e carpinteiros; artífices habilitados para todos os trabalhos
16 em ouro, prata, bronze e ferro, dos quais não há número. Levanta-te e o faz, e o
Senhor seja contigo!
17 Então, Davi deu encargo a todos os chefes de Israel para que ajudassem a
Salomão, seu filho, dizendo:
18 Não é o Senhor convosco? Pois ele vos deu repouso ao redor, entregando na
vossa mão os habitantes da terra; e a terra foi subjugada diante do Senhor e diante
do seu povo.
19 Agora, pois, disponde os vossos corações e almas para buscar ao Senhor, vosso
Deus, para subir e construir um santuário para o vosso Deus; para levar a arca da
Aliança do Senhor, e os vasos sagrados de Deus, para a casa que deverá ser
construída ao nome do Senhor.
1 Crônicas - Capítulo 23
1 Davi era já velho e farto de dias; e fez Salomão, seu filho, rei sobre Israel em seu
lugar.
2 Então, ele reuniu todos os chefes de Israel, os sacerdotes e os levitas.
3 Os levitas fizeram sua contagem, da idade de trinta anos para cima; e o seu
número, em sua contagem, totalizou trinta e oito mil homens.
4 Dos superintendentes sobre as obras da casa do Senhor havia vinte e quatro mil; e
havia seis mil escribas e juízes,
5 e quatro mil porteiros, e quatro mil para louvarem ao Senhor com os instrumentos
que ele fez para louvar ao Senhor.
6 Davi os repartiu por turmas diárias, de acordo com os filhos de Levi, Gérson, Coate
e Merari.
7 Os filhos de Gérson: Ladã e Simei.
8 Os filhos de Ladã foram Jeiel, o chefe, Zetã e Joel; três.
9 Os filhos de Simei: Selomite, Haziel e Harã; três. Estes foram os chefes das famílias
de Ladã.
10 E os filhos de Simei: Jaate, Ziza, Jeús e Berias; estes foram os quatro filhos de
Simei.
11 Jaate era o chefe, e Ziza o segundo; porém, Jeús e Berias não tiveram filhos. E
eles se tornaram apenas um registro, segundo a casa de seu pai.
12 Os filhos de Coate: Anrão, Jizar, Hebrom e Uziel; quatro.
13 Os filhos de Anrão: Arão e Moisés; e Arão foi nomeado para a consagração das
coisas santíssimas, ele e os seus filhos, para sempre, para queimarem incenso diante
do Senhor, para ministrar e abençoar em seu nome, para sempre.
14 E, quanto a Moisés, homem de Deus, seus filhos foram contados à tribo de Levi.
15 Os filhos de Moisés: Gérson e Eliezer.
16 Os filhos de Gérson: Sebuel, o chefe.
17 Os filhos de Eliézer: Reabias, o chefe; e Eliézer não teve outros filhos, porém os
filhos de Reabias foram grandemente multiplicados.
18 Os filhos de Jizar: Selomite, o chefe.
19 Os filhos de Hebrom: Jerias o chefe; Amarias, o segundo; Jaaziel, o terceiro, e
Jecameão, o quarto.
20 Os filhos de Uziel: Mica, o chefe, e Issias, o segundo.
21 Os filhos de Merari: Mali e Musi. Os filhos de Mali: Eleazar e Quis.
22 Eleazar morreu, e não teve filhos, mas filhas; e os filhos de Quis, seus irmãos,
tomaram-nas.
23 Os filhos de Musi: Mali, Eder e Jerimote; três.
24 Estes são os filhos de Levi, segundo as casas de seus pais; chefes de suas famílias,
de acordo com a sua numeração, de acordo com o número de seus nomes e de
acordo com as suas contagens, fazendo as obras do serviço da casa do Senhor, de
vinte anos para cima.
25 Pois Davi dissera: O Senhor Deus de Israel deu repouso ao seu povo e tomou a
sua residência em Jerusalém, para sempre.
26 Mas os levitas não tomaram o tabernáculo, e todos os vasos que lhe pertenciam,
para o seu serviço.
27 Porque, segundo as últimas palavras de Davi, foi o número dos levitas tomado de
vinte anos para cima.
28 E ele nomeou-os para assistirem a Arão, para ministrarem na casa do Senhor, nos
átrios e nas câmaras, e a respeito da purificação de todas as coisas sagradas; e sobre
as obras do serviço da casa de Deus,
29 e para os pães da proposição, e para a flor de farinha da oferta de cereais, e para
os bolos ázimos, e para os bolos fritos, e para a massa, e para cada medida;
30 e para estarem em pé, na parte da manhã, para louvar e dar graças ao Senhor, e
também à noite;
31 e para estarem sobre todos os holocaustos que fossem oferecidos ao Senhor nos
sábados, nas luas novas e nas festas, por seu número, de acordo com a ordem que
lhes foi dada, continuamente, perante o Senhor.
32 E eles deverão manter o encargo do tabernáculo do Testemunho, e a guarda do
santuário, e os encargos dos filhos de Arão, seus irmãos, para ministrarem na casa
do Senhor.
1 Crônicas - Capítulo 24
1 Crônicas - Capítulo 25
1 Crônicas - Capítulo 26
1 Para as turmas dos portões, os filhos dos coreítas foram: Meselemias, dos filhos de
Asafe.
2 O filho primogênito de Meselemias foi Zacarias; o segundo, Jediael; o terceiro,
Zebadias; o quarto, Jatniel;
3 o quinto, Elão; o sexto, Joanã; o sétimo, Elioenai; o oitavo, Obede-Edom.
4 Para Obede-Edom nasceram, também, filhos: Semaías, o primogênito; Jeozabade,
o segundo; Joá, o terceiro; Sacar, o quarto; Natanael, o quinto;
5 Amiel; o sexto; Issacar, o sétimo; Peuletai, o oitavo. Porque Deus o abençoara.
6 A Semaías, seu filho, nasceram os filhos de seu primogênito, chefes sobre a casa
de seu pai, pois eram poderosos.
7 Os filhos de Semaías: Otni, Rafael, Obede, Elzabade e Aiúde, homens poderosos;
também Eliú, Selmaquias e Isbacom.
8 Todos estes foram dos filhos de Obede-Edom. Eles, seus filhos e seus irmãos,
agindo poderosamente em serviço; ao todo, sessenta e dois nasceram para Obede-
Edom.
9 Meselemias teve dezoito filhos e irmãos, todos homens valentes.
10 Para Hosa, dos filhos de Merari, nasceram filhos: Sinri. Ele não era o primogênito,
contudo, seu pai o constituiu chefe da segunda divisão;
11 Hilquias, o segundo; Tebalias, o terceiro; Zacarias, o quarto. Todos estes foram
filhos e irmãos de Hosa; treze, ao todo.
12 A estes foram atribuídas as divisões das portas, os cursos diários para os chefes
dos valentes; e também para os seus irmãos, para ministrarem na casa do Senhor.
13 E lançaram sortes tanto para o pequeno como para o grande, para as várias
portas, de acordo com as suas famílias.
14 A sorte dos portões leste caiu para Selemias e Zacarias. Os filhos de Soaz
lançaram sortes para Malquias, e saiu-lhe a sorte para o norte.
15 Para Obede-Edom deram por sorte o sul, em frente à casa dos depósitos.
16 Deram o segundo lote para Hosa, para o oeste, após o portão da câmara, pela
subida, guarda correspondendo à guarda.
17 Ao oriente estavam seis vigias; durante o dia, ao norte, quatro; durante o dia, ao
sul, quatro; e, durante o dia, dois na casa dos depósitos,
18 para render a guarda; e também para Hosa, para o oeste, após a porta da câmara,
três. Havia uma guarda correspondente à guarda da subida para o leste, seis
homens à cada dia; e quatro para o norte, e quatro para o sul; e, na casa dos
depósitos, dois para render a guarda, e quatro pelo oeste, e dois para render a
guarda no percurso.
19 Essas foram as turmas dos porteiros para os filhos de Coré e para os filhos de
Merari.
20 Os levitas, seus irmãos, tinham o encargo dos tesouros da casa do Senhor e o
encargo dos tesouros das coisas consagradas.
21 E estes foram os filhos de Ladã, os filhos do gersonita, pertencentes a Ladã,
chefes das famílias. O filho de Ladã, o gersonita, era Jeieli.
22 Os filhos de Jeieli foram Zetã e Joel, irmãos que estavam sobre os tesouros da
casa do Senhor.
23 Para Anrão e para Isar pertenciam Hebrom e Uziel.
24 Sebuel, filho de Gérsom, filho de Moisés, era encarregado dos tesouros.
25 Reabias era filho de seu irmão, Eliezer, e também Jesaías, Jorão, Zicri e Selomite.
26 Este Selomite e seus irmãos tinham o encargo de todos os tesouros sagrados
que o rei Davi e os chefes das famílias consagraram, e os capitães de milhares, e
capitães de centenas, e os chefes do exército;
27 coisas que ele retirara das cidades e dos despojos. E consagrara algumas delas,
de modo que a construção da casa de Deus não tivesse falta de suprimentos.
28 E, igualmente, sobre todas as coisas santas de Deus dedicadas por Samuel, o
profeta, por Saul, filho de Quis, por Abner, filho de Ner, e por Joabe, filho de Zeruia.
Tudo o que fora santificado estava sob a mão de Selomite e de seus irmãos.
29 Os isaritas, Quenanias e seus filhos, estavam sobre o ministério dos negócios
externos de Israel, para registrar e julgar.
30 Os hebronitas, Hasabias e seus irmãos, mil e setecentos homens valentes, tinham
o encargo de Israel, além do Jordão, para o ocidente, para todo o serviço do Senhor
e a obra do rei.
31 Da família de Hebrom. Jerias era o chefe dos hebronitas, segundo as suas
gerações, segundo as suas famílias. No quadragésimo ano do reinado de Davi foram
contados, e foram encontrados homens valentes entre eles, em Jazer de Gileade.
32 Seus irmãos foram dois mil e setecentos homens valentes, chefes de suas
famílias; e o rei Davi colocou-os sobre os rubenitas, os gaditas e a meia tribo de
Manassés, para cada ordenança do Senhor e para os negócios do rei.
1 Crônicas - Capítulo 27
1 Crônicas - Capítulo 28
1 Davi reuniu a todos os chefes de Israel, os chefes dos juízes e os chefes dos turnos
de atendimento à pessoa do rei, os capitães dos milhares e das centenas, os
tesoureiros, os encarregados de sua fazenda e de todas as propriedades do rei e de
seus filhos, juntamente com os eunucos, os homens poderosos e os guerreiros do
Exército, em Jerusalém.
2 E Davi ficou no meio da congregação, e disse: Ouvi-me, meus irmãos e meu povo!
Estava no meu coração o construir uma casa de repouso para a arca da Aliança do
Senhor, e um lugar para o pés de nosso Senhor; e preparei-me materiais adequados
para a construção.
3 Porém, Deus disse-me: Tu não me edificarás uma casa para invocar o meu nome
sobre ela, porque és homem de guerra e tens derramado muito sangue.
4 Todavia, o Senhor, Deus de Israel, escolheu-me de toda a casa de meu pai para ser
rei sobre Israel, para sempre; ele escolheu Judá como casa real, e da casa de Judá
escolheu a casa de meu pai; e, entre os filhos de meu pai, ele me preferiu, para que
eu fosse rei sobre todo o Israel.
5 E dentre todos os meus filhos (porque o Senhor me deu muitos filhos), ele
escolheu meu filho Salomão, para colocá-lo no trono do reino do Senhor, sobre
Israel.
6 E Deus me disse: Teu filho Salomão edificará a minha casa e o meu átrio, pois eu o
tenho escolhido para ser meu filho, e serei para ele um pai.
7 Estabelecerei o seu reino para sempre, se ele perseverar a guardar os meus
mandamentos e os meus juízos, como se vê neste dia.
8 E, agora, eu vos dou o encargo, diante de toda a assembléia do Senhor e na
presença de nosso Deus: guardai e buscai todos os mandamentos do Senhor, nosso
Deus, para que possais herdar a boa terra e deixá-la para os vossos filhos, para que a
herdem depois de vós, para sempre.
9 Agora, pois, meu filho Salomão, conhece ao Deus de teus pais e serve-o com o
coração perfeito e a alma disposta, porquanto o Senhor esquadrinha todos os
corações e conhece cada pensamento. Se o buscares, será achado de ti; mas se
vieres a abandoná-lo ele te abandonará, para sempre.
10 Vê, agora, que o Senhor te escolheu para lhe construir uma casa para santuário;
sê forte, e o faz.
11 E Davi entregou a Salomão, seu filho, o plano do templo, com os seus edifícios, as
suas tesourarias, os seus cenáculos, os seus depósitos internos e o lugar do
propiciatório;
12 e o plano que ele tinha em sua mente para os átrios da casa do Senhor e para
todas as câmaras em redor, projetadas para os tesouros da casa de Deus, para os
tesouros das coisas sagradas e para as câmaras de descanso;
13 e o plano para os turnos dos sacerdotes e dos levitas, para toda a obra do serviço
da casa do Senhor, e para guardar os vasos usados no ministério do serviço da casa
do Senhor.
14 E deu-lhe a conta do seu peso, tanto de ouro como de prata.
15 E deu-lhe o peso dos castiçais e das lâmpadas.
16 Deu-lhe, também, o peso das mesas da proposição, de cada mesa de ouro, e, de
igual modo, das mesas de prata.
17 Também dos garfos para a carne, dos vasos para libação e das taças de ouro, e o
peso dos artigos de ouro e de prata, os incensários e as tigelas, de acordo com o
peso de cada um.
18 Ele lhe mostrou o peso dos utensílios do altar do incenso, que era de ouro puro, e
o plano do carro dos querubins, que, de asas estendidas, encobriam a arca da
Aliança do Senhor.
19 Davi deu tudo a Salomão, na escrita do Senhor, de acordo com o conhecimento
dado a ele do trabalho da planta.
20 E disse Davi a Salomão, seu filho: Sê forte, age como homem, e o faz; não temas
nem te aterrorizes, porque o Senhor, meu Deus, está contigo. Ele não te
abandonará e não te faltará até que acabes toda a obra do serviço da casa do
Senhor. Eis o padrão do templo, a sua casa e o seu tesouro, as câmaras superiores e
os depósitos internos, bem como o local de propiciação e o plano da casa do
Senhor.
21 Vê, aqui estão as divisões dos sacerdotes e dos levitas para todo o serviço da casa
do Senhor. E estarão contigo homens para cada obra, e cada um que tenha
habilidade em todas as artes, todos os principais homens e todas as pessoas, à
espera de todas as tuas ordens.
1 Crônicas - Capítulo 29
1 E disse o rei Davi à toda a congregação: Salomão, meu filho, a quem o Senhor
escolheu, é ainda moço e tenro, e a obra é grande; pois não é para o homem, mas
para o Senhor Deus.
2 Tenho preparado, de acordo com todas as minhas forças, para a casa de meu
Deus, ouro, prata, bronze, ferro, madeira, pedras de ônix e pedras preciosas e
variadas para engaste, e toda a pedra preciosa, e muito mármore de Paros.
3 E, ainda mais, porque eu tinha prazer na casa de meu Deus, tenho o ouro e a prata
que adquiri para mim mesmo, e eis que os dei para a casa de meu Deus, além do que
tenho preparado para a casa do santuário,
4 três mil talentos de ouro de Ofir e sete mil talentos de prata fina, para o
revestimento das paredes do santuário,
5 para usardes o ouro para as obras de ouro, e a prata para as de prata, e para cada
trabalho feito pelas mãos dos artífices. Todavia, quem está disposto a dedicar-se ao
trabalho, neste dia, para o Senhor?
6 Então, os chefes das famílias, os príncipes dos filhos de Israel, os capitães dos
milhares e capitães das centenas, os superintendentes sobre as obras e os
construtores do rei, fizeram ofertas voluntárias.
7 E deram, para as obras da Casa do Senhor, cinco mil talentos de ouro, dez mil
moedas de ouro, dez mil talentos de prata, dezoito mil talentos de bronze e cem mil
talentos de ferro.
8 Os que tinham pedras preciosas ofertaram-nas aos tesouros da casa do Senhor,
entregando-as na mão de Jeiel, o gersonita.
9 Alegrava-se o povo por causa da boa vontade, pois haviam ofertado ao Senhor de
todo o coração. E o rei Davi se alegrou muito.
10 Então, o rei Davi louvou ao Senhor perante a congregação, dizendo: Bendito és
tu, ó Senhor, Deus de Israel, nosso pai, de eternidade a eternidade.
11 Tua é, ó Senhor, a grandeza, o poder, a glória, a vitória e a majestade, pois tu és o
senhor de todas as coisas que estão no céu e sobre a terra. Diante de tua face, cada
rei e cada nação são conturbados.
12 De ti vem a riqueza e a glória. Tu, ó Senhor, dominas sobre tudo, senhor de todos
os domínios, e na tua mão há força e ordenamento; Tu és todo-poderoso, com a tua
mão, para aumentar e criar a todas as coisas.
13 E agora, Senhor, damos graças a ti, e louvamos o teu glorioso nome.
14 Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, que temos sido capazes de ser, assim,
pródigos em ofertar para ti? pois todas as coisas são tuas, e do que é teu to damos;
15 porque somos estrangeiros diante de ti e peregrinos como todos os nossos pais o
foram. Os nossos dias sobre a terra são como a sombra, e não há ninguém que
perdure.
16 Ó Senhor, nosso Deus, toda esta abundância que tenho preparado para a casa
que deve ser construída ao teu santo nome provém da tua mão, e tudo é teu.
17 Eu sei, Senhor, que tu és o que sonda aos corações, e que amas a justiça. Eu,
voluntariamente, ofereci todas estas coisas em simplicidade de coração; e agora, vi
com alegria o teu povo, aqui presente, de bom grado, te oferecendo.
18 Ó Senhor, Deus de Abraão, Isaque e Israel, nossos pais, preserva essas coisas no
pensamento do coração do teu povo para sempre, e encaminha o seu coração para
ti.
19 E a Salomão, meu filho, dá um bom coração, para guardar os teus mandamentos
e observar os teus testemunhos e os teus preceitos, e para realizar a construção da
tua casa.
20 E disse Davi a toda a congregação: Bendizei ao Senhor, nosso Deus! E toda a
congregação bendisse ao Senhor, Deus de seus pais; e, ajoelhando-se, adoraram ao
Senhor. E se prostraram perante o rei.
21 Davi, então, sacrificou ao Senhor, e ofereceu holocaustos ao Senhor, no dia
seguinte ao primeiro dia: mil bezerros, mil carneiros, mil cordeiros, e as suas
libações, e sacrifícios em abundância, para todo o Israel.
22 Comeram e beberam, alegremente, naquele dia, perante o Senhor, e fizeram a
Salomão, filho de Davi, rei, uma segunda vez, e ungiram-no rei diante do Senhor, e a
Zadoque para o sacerdócio.
23 Salomão se assentou no trono de seu pai Davi, e foi grandemente honrado; e
todo o Israel lhe obedecia.
24 Os príncipes, os homens poderosos e todos os filhos do rei Davi, seu pai, estavam
sujeitos a ele.
25 O Senhor engrandeceu a Salomão sobre todo o Israel, dando-lhe glória real como
nunca houve em qualquer rei antes dele.
26 Davi, filho de Jessé, reinou sobre Israel quarenta anos;
27 sete anos em Hebrom e trinta e três anos em Jerusalém.
28 E morreu numa boa velhice, cheio de dias, em riqueza e glória; e Salomão, seu
filho, reinou em seu lugar.
29 E o restante dos atos de Davi, tanto os primeiros como os últimos, estão escritos
na história de Samuel, o vidente, na história de Natã, o profeta, e na história de
Gade, o vidente,
30 a respeito de todo o seu reinado e do seu poder, e a respeito dos
acontecimentos que lhe sucederam, e a Israel, e a todos os reinos da terra.
2 CRÔNICAS
2 Crônicas - Capítulo 2
1 Ora, Salomão, filho de Davi, foi estabelecido no seu reino; e o Senhor, seu Deus,
era com ele, aumentando-o sobremaneira.
2 E falou Salomão a todo o Israel, aos capitães de milhares, aos chefes de cem, aos
juízes e a todos os governantes sobre Israel, assim como aos chefes das famílias.
3 Então, Salomão e toda a congregação foram para o alto que havia em Gibeon,
onde estava a tenda do testemunho de Deus, o qual Moisés, servo do Senhor, fizera
no deserto.
4 Porém, Davi fizera subir a arca de Deus da cidade de Quiriate-Jearim; pois Davi
tinha preparado um lugar para ela, havendo lhe armado uma tenda em Jerusalém.
5 O altar de bronze que Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, tinha feito, estava ali,
diante do tabernáculo do Senhor, e Salomão e a congregação o buscaram.
6 E Salomão levou para lá as vítimas, para o altar de bronze que estava diante do
Senhor, no tabernáculo, e sobre ele ofereceu mil holocaustos.
7 Naquela mesma noite, Deus apareceu a Salomão, e disse-lhe: Pede-me o que
queres que te dê.
8 E Salomão disse a Deus: Agiste muito misericordiosamente para com meu pai
Davi, e a mim fizeste rei em seu lugar.
9 E agora, ó Senhor Deus, peço-te que o teu nome seja estabelecido sobre Davi,
meu pai; porquanto tu me fizeste rei sobre um povo numeroso como o pó da terra.
10 Dá-me, agora, sabedoria e entendimento, para que eu possa sair e entrar perante
este povo. Pois quem poderá julgar a este teu tão grande povo?
11 E Deus disse a Salomão: Porquanto tiveste isto no teu coração, e não pediste
grande riqueza, nem glória, nem a vida de teus inimigos, e não pediste longa vida,
mas pediste para ti sabedoria e entendimento para que possas julgar o meu povo,
sobre o qual te fiz rei,
12 eu irei dar-te esta sabedoria e entendimento, e dar-te-ei prosperidade, riquezas e
glória, de modo que não deverá ter havido semelhante a ti entre os reis antes de ti,
nem haverá depois de ti um igual.
13 Então, Salomão desceu do alto que estava em Gibeão à Jerusalém, de diante da
tenda do testemunho, e reinou sobre Israel.
14 Salomão ajuntou carros e cavaleiros, chegando a ter mil e quatrocentos carros e
doze mil cavaleiros; e pô-los nas cidades dos carros. E as pessoas estavam com o rei,
em Jerusalém.
15 E o rei tornou a prata e o ouro, em Jerusalém, como pedras, e os cedros na Judeia
como sicômoros da planície, pela sua multidão.
16 Salomão importou cavalos do Egito, e o encargo dos mercadores do rei, quando
partiam, era o seguinte: eles negociavam,
17 iam e traziam, do Egito, um carro por seiscentos siclos de prata, e um cavalo por
cento e cinquenta siclos de prata. E, do mesmo modo, eles trouxeram para todos os
reis dos heteus, e para os reis da Síria, por seus próprios meios.
2 Crônicas - Capítulo 2
1 Salomão dissera que iria construir uma casa ao nome do Senhor, e uma casa para o
seu reino.
2 Então, Salomão ajuntou setenta mil homens que levavam as cargas, e oitenta mil
cortadores de pedra na montanha; e havia três mil e seiscentos superintendentes
sobre eles.
3 E Salomão mandou dizer a Hirão, rei de Tiro: Considerando que agiste muito
favoravelmente para com Davi, meu pai, e enviaste-lhe cedros para que construísse
para si uma casa, para nela habitar;
4 eis que também eu, seu filho, estou construindo uma casa para o nome do
Senhor, meu Deus, para consagrá-la a ele, para queimar incenso perante ele, para
oferecer os pães da proposição continuamente, para oferecer oferendas de
holocausto pela manhã e à noite, nos sábados, nas luas novas e nas festas do
Senhor, nosso Deus; pois este é um estatuto perpétuo para Israel.
5 E a casa que estou construindo deverá ser grande, porque o Senhor nosso Deus é
grande além de todos os deuses.
6 E quem será capaz de lhe edificar uma casa? pois o céu e o céu dos céus não
suportam a sua glória. E quem sou eu que deveria construir-lhe uma casa, senão
para queimar incenso perante ele?
7 Agora, pois, envia-me um homem sábio e hábil para trabalhar em ouro, em prata,
em bronze, em ferro, em púrpura, em carmesim e em azul, e que saiba como gravar,
juntamente com os artesãos que estão comigo em Judá e em Jerusalém, os
materiais que meu pai Davi preparou.
8 E envia-me madeira de cedro do Líbano, e madeira de zimbro e pinheiro; pois eu
sei que os teus servos são hábeis em cortar madeira no Líbano. E eis que os teus
servos irão com os meus servos
9 a preparar a madeira para mim, em abundância; porque a casa que estou
construindo deverá ser grande e gloriosa.
10 E eis que eu tenho dado, livremente, aos teus servos que trabalham e cortam a
madeira, cereal para a alimentação, até vinte mil coros de trigo e vinte mil coros de
cevada, e vinte mil coros de vinho, e vinte mil coros de azeite .
11 Então, Hirão, rei de Tiro, respondeu por escrito e enviou uma mensagem para
Salomão, dizendo: Porquanto o Senhor ama ao seu povo, ele te fez rei sobre eles.
12 E disse Hirão: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que fez o céu e a terra, e que
deu ao rei Davi um filho sábio, dotado de conhecimento e compreensão, o qual irá
construir uma casa para o Senhor e uma casa para o seu reino.
13 Eis que, agora, eu te envio um homem sábio e entendido, o qual pertencia ao
meu pai, Hirão,
14 (sua mãe era das filhas de Dã, e o seu pai era natural de Tiro), hábil para trabalhar
em ouro, em prata, em bronze, em ferro, em pedras e madeira, para tecer com
roxo, azul, linho fino e escarlate, e para gravar e assimilar todos os planos, tudo o
que lhe deres para fazer, juntamente com os teus artífices e com os artífices de meu
senhor Davi, teu pai.
15 Agora, pois, o trigo, a cevada, o azeite e o vinho que meu senhor mencionou, que
ele os envie aos seus servos,
16 e nós iremos cortar madeira do Líbano, segundo todas as tuas necessidades, e
iremos trazê-la em jangadas pelo mar, para Jope; e tu a levarás para Jerusalém.
17 Então, Salomão reuniu todos os estrangeiros que estavam na terra de Israel, de
acordo com a contagem com que seu pai Davi os havia contado; e foram
encontrados cento cinquenta e três mil e trezentos.
18 E fez deles setenta mil portadores de carga e oitenta mil cortadores de pedra. E a
três mil e seiscentos deles ele colocou como superintendentes sobre o povo.
2 Crônicas - Capítulo 3
2 Crônicas - Capítulo 4
1 Fez ele um altar de bronze, cujo comprimento era de vinte côvados. A sua largura
era de vinte côvados e a altura de dez côvados.
2 E fez o mar fundido, de dez côvados de diâmetro, perfeitamente redondo. A sua
altura era de cinco côvados, e a circunferência de trinta côvados.
3 Por baixo dele, semelhanças de bezerros. Eles o cercavam ao redor; por dez
côvados, cercavam a pia em redor. Pôs ele os bezerros em duas fileiras, fundidos
juntamente,
4 quando os fez: três olhando para o norte, três para o oeste, três para o sul e três
para o leste. O mar estava em cima deles, e suas partes posteriores dirigiam-se para
dentro.
5 Sua espessura era da largura de uma mão, e a sua borda como a borda de um
copo, esculpida com flores de lírios; e comportava três mil medidas. Desta forma,
ele o terminou.
6 Fez também dez pias, colocando cinco à direita e cinco à esquerda, para lavarem
nelas os instrumentos dos holocaustos, e para lavarem nelas os utensílios; mas o
mar era para os sacerdotes se lavarem.
7 E fez dez castiçais de ouro, de acordo com o seu modelo, pondo-os no templo;
cinco à direita e cinco à esquerda.
8 E fez dez mesas, e pô-las no templo, cinco à direita e cinco à esquerda; e fez uma
centena de taças de ouro.
9 Fez também o pátio dos sacerdotes e o átrio grande, e as portas para o átrio. Os
seus painéis eram revestidos de bronze.
10 E pôs o mar na esquina da casa, do lado direito, como se estivesse de frente para
o leste.
11 Fez também, Hirão, os garfos e os braseiros, e a grade do altar, e todos os seus
instrumentos. Desta forma, Hirão terminou com todo o trabalho que estava
fazendo para o rei Salomão, na casa de Deus.
12 E fez duas colunas, e sobre elas um trabalho em relevo para os capitéis, sobre as
cabeças das duas colunas; e duas redes para cobrir as cabeças dos capitéis que
estão no alto das colunas;
13 e quatrocentos sinos dourados para as duas redes, e duas fileiras de romãs em
cada rede, para cobrirem as duas cabeças gravadas dos capitéis que estão em cima
das colunas.
14 Fez também as dez bases, e as pias sobre as bases,
15 o mar e os doze bezerros sob ele,
16 as bacias para os pés, os baldes, os caldeirões, os ganchos de carne, e todos os
seus utensílios (os quais Hirão havia feito e trazido para o rei Salomão, na casa do
Senhor) de puro bronze.
17 No país do Jordão, o rei os fundiu em terra barrenta, na casa de Sucote, e entre
este lugar e Sarepta.
18 Salomão fez todos estes vasos em grande abundância, pois a quantidade
necessária de bronze não faltou.
19 E Salomão fez todos os utensílios da casa do Senhor, e o altar de ouro, e as
mesas. Sobre elas deveriam estar os pães da proposição.
20 Fez, também, os castiçais e as lâmpadas para iluminarem, de acordo com o seu
modelo, na frente do oráculo, de ouro puro.
21 E foram feitos os seus apagadores e as suas lâmpadas, e também as tigelas, os
incensários e os braseiros, de ouro puro.
22 Havia ainda a porta interna da casa, abrindo-se para o Santo dos Santos. E ele fez
as portas internas do templo de ouro. Desta forma, todo o trabalho que Salomão
fez para a casa do Senhor foi concluído.
2 Crônicas - Capítulo 5
1 Salomão trouxe as coisas santas de seu pai Davi, a prata e o ouro, e os outros
vasos, e colocou-os no tesouro da casa do Senhor.
2 Então, Salomão congregou todos os anciãos de Israel e todos os chefes das tribos,
os líderes das famílias dos filhos de Israel, à Jerusalém, para fazer subir a arca da
Aliança do Senhor da cidade de Davi; esta é Sião.
3 E todo o Israel foi ajuntar-se ao rei, na festa. Este era o sétimo mês.
4 E vieram todos os anciãos de Israel. Então, os levitas tomaram a arca,
5 a tenda do testemunho e todos os utensílios sagrados que estavam na tenda; e os
sacerdotes e os levitas os levaram.
6 O rei Salomão e todos os anciãos de Israel, e os religiosos entre eles, todos os que
estavam reunidos diante da arca, sacrificavam bezerros e ovelhas que não podiam
ser numerados ou contados, pela sua multidão.
7 E trouxeram os sacerdotes a arca da Aliança do Senhor para o seu lugar, para o
oráculo da casa, para o Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins.
8 Os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca, cobrindo a arca e os seus
varais acima.
9 Os varais projetavam-se, e as suas cabeças eram vistas do lugar santo, diante do
oráculo, mas não se viam de fora. E lá estão eles, até hoje.
10 Não havia nada na arca senão as duas tábuas que Moisés ali colocara, em Horebe,
as quais Deus dera em sua aliança com os filhos de Israel, quando saíram da terra do
Egito.
11 E sucedeu, quando os sacerdotes saíram do lugar santo (pois todos os sacerdotes
que se encontravam lá haviam sido santificados, porém não tinham sido, naquela
ocasião, organizados de acordo com os seus turnos diários),
12 que todos os levitas cantores, designados entre os filhos de Asafe, de Hemã, de
Jedutum, entre seus filhos e irmãos, vestidos de vestes de linho, com címbalos,
alaúdes e harpas, estavam em pé diante do altar; e, juntamente com eles, cento e
vinte sacerdotes tocando trombetas.
13 E havia uma só voz na trombeta e no cântico de salmos, enunciando bem alto, em
uníssono, para agradecer e louvar ao Senhor. E quando eles levantaram a sua voz,
junto com as trombetas, os címbalos e os outros instrumentos de música, e
disseram Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura
para sempre, a casa se encheu com a nuvem da glória do Senhor.
14 E os sacerdotes não podiam permanecer ali para ministrar, por causa da nuvem,
porque a glória do Senhor enchera a casa de Deus.
2 Crônicas - Capítulo 6
2 Crônicas - Capítulo 7
1 E sucedeu, depois de vinte anos nos quais Salomão edificou a casa do Senhor e a
sua própria casa,
2 que ele reconstruiu as cidades que Hirão lhe havia dado, e fez com que os filhos de
Israel habitassem nelas .
3 Salomão veio a Hamate-Zoba, e fortificou-a.
4 Também edificou a Tadmor, no deserto, e a todas as cidades fortes em Hamate.
5 Edificou a Bete-Horom, a superior, e a Bete-Horom, a inferior, cidades fortes. Elas
tinham muros, portas e ferrolhos;
6 Também edificou a Baalate, e a todas as cidades fortes que tinha, e a todas as
cidades dos seus carros, e as cidades dos cavaleiros, e a tudo o que Salomão quis
fazer, de acordo com o seu desejo de construir, em Jerusalém, no Líbano e em todo
o seu reino.
7 Quanto a todo o povo que restou dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos
heveus e dos jebuseus, que não eram de Israel,
8 mas eram dos filhos daqueles que os filhos de Israel não haviam destruído, os
quais restaram, depois deles, na terra, Salomão os fez tributários, até este dia.
9 Entretanto, Salomão não fez a nenhum dos filhos de Israel servos em seu reino;
pois eles eram guerreiros, governantes e homens poderosos, e capitães de carros e
cavaleiros.
10 São estes os chefes dos oficiais do rei Salomão, duzentos e cinquenta,
supervisionando o trabalho entre o povo.
11 E Salomão levou a filha do Faraó, da cidade de Davi, para a casa que havia
construído para ela; porquanto dissera: Minha mulher não morará na cidade de
Davi, rei de Israel, porque o lugar no qual a arca do Senhor entrou é santo.
12 Então, Salomão ofereceu holocaustos ao Senhor, sobre o altar que tinha
construído ao Senhor, diante do templo,
13 de acordo com a sua quantidade diária, para oferecer sacrifícios de acordo com
os mandamentos de Moisés, nos sábados, nas luas novas e nas festas, três vezes no
ano: na festa dos pães ázimos, na festa das semanas e na festa dos tabernáculos.
14 E ele estabeleceu, conforme a ordenação de Davi, seu pai, os turnos dos
sacerdotes, de acordo com as suas ministrações públicas, e os levitas sobre os seus
encargos, para louvarem e ministrarem diante dos sacerdotes, segundo a sua
ordem diária. E os porteiros foram nomeados, de acordo com os seus turnos, para
as diferentes portas. Porque tais eram os mandamentos de Davi, o homem de Deus.
15 E eles não transgrediram nenhuma das ordenações do rei a respeito dos
sacerdotes e dos levitas, e em relação a todo o resto, e no que diz respeito aos
tesouros.
16 Ora, todo o trabalho havia sido planejado, desde o dia em que foram lançadas as
bases, até que Salomão acabou a casa do Senhor.
17 Então, foi Salomão a Hesiom-Geber e a Elate, perto do mar, na terra de Edom.
18 E Hirão enviou, pela mão dos seus servos, navios e servos qualificados em
assuntos navais. E foram eles com os servos de Salomão a Ofir, trazendo de lá
quatrocentos e cinquenta talentos de ouro; e vieram ao rei Salomão.
2 Crônicas - Capítulo 9
1 A rainha de Sabá ouvira falar no nome de Salomão, e chegou a Jerusalém com uma
grande comitiva, para provar a Salomão com perguntas difíceis; com ela haviam
camelos que traziam especiarias em abundância, e ouro, e pedras preciosas. Ela veio
a Salomão, e disse-lhe tudo o que estava em sua mente.
2 E Salomão respondeu a todas as suas perguntas; não houve uma pergunta feita a
Salomão que ele não respondeu-lhe.
3 A rainha de Sabá viu a sabedoria de Salomão, a casa que edificara,
4 a carne das suas mesas, o assentar dos seus servos, a posição de seus ministros, as
suas vestes, os seus copeiros e os trajes deles, e os holocaustos que ele ofereceu na
casa do Senhor; e, depois de ver tudo, ela ficou em êxtase.
5 E disse ao rei: Era verdade o que ouvi na minha terra a respeito das tuas palavras e
a respeito da tua sabedoria.
6 No entanto, eu não acreditava naquilo que me relatavam, até que vim e os meus
olhos o viram; e eis que a metade da grandeza da tua sabedoria não me disseram.
Tu excedes o relato que ouvi.
7 Bem-aventurados os teus homens, bem-aventurados estes teus servos, que estão
diante de ti continuamente e ouvem a tua sabedoria.
8 Bendito seja o Senhor, teu Deus, que teve prazer em ti e te colocou no trono para
ser rei para o Senhor, teu Deus; pois o Senhor, teu Deus, amou a Israel para
estabelecê-los para sempre; por isso ele te constituiu sobre eles como um rei, para
executar o juízo e a justiça.
9 Então, ela deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, especiarias em grande
abundância e pedras preciosas; e não havia em nenhum outro lugar tais especiarias
como as que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
10 Também os servos de Salomão e os servos de Hirão trouxeram ouro para
Salomão, de Ofir; e madeira de pinho, e pedras preciosas.
11 E o rei fez da madeira de pinho degraus para a casa do Senhor e para a casa do rei,
como também harpas e alaúdes para os cantores, tais como não haviam sido vistos
antes na terra de Judá.
12 O rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo o que ela pediu, mais do que tudo o que
ela lhe trouxera; e ela voltou para a sua terra.
13 O peso do ouro que se trazia para Salomão, a cada ano, era de seiscentos e
sessenta e seis talentos de ouro,
14 além do que os homens que haviam sido regularmente nomeados e os
mercadores traziam, e todos os reis da Arábia e os príncipes da terra; pois todos
traziam ouro e prata ao rei Salomão.
15 O rei Salomão fez duzentos escudos de ouro batido. Haviam seiscentos siclos de
ouro puro em cada escudo.
16 E fez trezentos fivelas de ouro batido. O peso era de trezentos siclos de ouro em
cada fivela; e o rei as colocou na casa do bosque do Líbano.
17 Também fez o rei um grande trono de marfim, dourando-o com ouro puro.
18 Seis degraus haviam para o trono, rebitados com ouro. E apoios para os braços,
em ambos os lados do assento do trono. E dois leões, em pé, ao lado dos apoios.
19 Doze leões estavam sobre os seis degraus, de cada lado. Não havia nada
semelhante em qualquer outro reino.
20 Todos os vasos do rei Salomão eram de ouro, e todos os vasos da casa do
bosque do Líbano eram cobertos de ouro. A prata não era cogitada para nada nos
dias de Salomão.
21 pois um navio saía, da parte do rei, para Társis, com os servos de Hirão, e uma vez
a cada três anos chegavam navios de Társis ao rei, carregados de ouro e prata, e
marfim, e macacos.
22 Salomão excedeu a todos os outros reis, tanto em riqueza como em sabedoria.
23 E todos os reis da terra buscavam a presença de Salomão, para ouvir a sabedoria
que Deus lhe tinha posto no coração.
24 E traziam, cada um, os seus dons: vasos de prata e vasos de ouro, vestidos, mirra
e especiarias, cavalos e mulas; uma grande quantidade, a cada ano.
25 Teve também Salomão quatro mil éguas para os seus carros, e doze mil
cavaleiros; e pô-los nas cidades dos carros, e junto ao rei, em Jerusalém.
26 Governava ele sobre todos os reis, desde o rio até à terra dos filisteus, e até as
fronteiras do Egito.
27 E o rei tornou o ouro e a prata em Jerusalém como pedras, e os cedros como
sicômoros da planície, pela sua abundância.
28 Salomão também importou cavalos do Egito e de vários outros países.
29 E o restante dos atos de Salomão, tanto os primeiros como os últimos, eis que
foram todos escritos nas palavras do profeta Natã, e nas palavras de Aías, o silonita,
e nas visões de Ido, o vidente, acerca de Jeroboão, filho de Nebate.
30 Salomão reinou sobre todo o Israel por quarenta anos.
31 E Salomão adormeceu, e o sepultaram na cidade de Davi, seu pai; e Roboão, seu
filho, reinou em seu lugar.
2 Crônicas - Capítulo 10
1 E Roboão chegou a Siquém, porque todo o Israel viera a Siquém para o fazer rei.
2 E aconteceu, quando Jeroboão, filho de Nebate, ouviu isto (pois ele estava no
Egito, porquanto havia fugido para lá da face do rei Salomão, e habitava lá), que ele
voltou do Egito.
3 Então, eles mandaram chamá-lo. E Jeroboão e toda a congregação vieram a
Roboão, dizendo:
4 Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, diminui um pouco da regra pesada de
teu pai e de seu pesado jugo que nos impôs, e servir-te-emos.
5 Mas, disse-lhes ele: Ide, afastai-vos por três dias, e, em seguida, voltai a mim.
Então, o povo se foi.
6 E o rei Roboão reuniu os anciãos que estavam diante de seu pai Salomão, em seu
tempo de vida, dizendo: Como aconselhais vós que se dê uma resposta a este povo?
7 E falaram-lhe, dizendo: Se fizeres, neste dia, amizade com este povo, sendo gentil
com eles e falando-lhes boas palavras, então serão teus servos, para sempre.
8 Ele, entretanto, abandonou o conselho dos anciãos que o haviam aconselhado, e
tomou conselho com os jovens que haviam sido criados com ele, que estavam
diante dele.
9 E disse-lhes: Que aconselhais vós que eu responda a este povo, que me falou,
dizendo: Alivia o jugo que teu pai colocou sobre nós?
10 Então, os jovens que haviam crescido com ele falaram-lhe, dizendo: Assim
responderás às pessoas que falavam a ti, dizendo: Teu pai fez pesado o nosso jugo;
tu, porém, alivia-o um pouco de sobre nós. Assim falarás: Meu dedo mínimo é mais
grosso do que os lombos de meu pai!
11 E se meu pai vos castigou com um jugo pesado, eu ainda acrescentarei ao vosso
jugo. Meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com escorpiões!
12 Então, Jeroboão e todo o povo vieram a Roboão, ao terceiro dia, conforme o rei
havia falado, dizendo: Voltai para mim ao terceiro dia.
13 E o rei respondeu-lhes asperamente. O rei Roboão deixou o conselho dos anciãos
14 e falou-lhes conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso
jugo, mas eu irei adicionar a ele; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém,
castigar-vos-ei com escorpiões!
15 E o rei não deu ouvidos ao povo, porquanto houvera uma mudança de suas
mentes, por Deus, e diziam: O Senhor confirmou a sua palavra que falou pela mão
de Aías, o silonita, acerca de Jeroboão, filho de Nebate, e acerca de todo o Israel.
16 Pois o rei não dera ouvidos a eles. E o povo respondeu ao rei, dizendo: Que parte
temos nós em Davi, ou herança no filho de Jessé? Para as tuas tendas, ó Israel! Olha,
agora, por tua casa, ó Davi! Então, todo o Israel foi para as suas tendas.
17 Mas os homens de Israel, aqueles que habitavam nas cidades de Judá,
continuaram a fazer a Roboão rei sobre eles.
18 E o rei Roboão enviou-lhes Adorão, que estava sobre os tributos, mas os filhos de
Israel o apedrejaram, e ele morreu. Então, o rei Roboão se apressou a subir para o
seu carro, e fugiu para Jerusalém.
19 Deste modo, Israel se rebelou contra a casa de Davi, até ao dia de hoje.
2 Crônicas - Capítulo 11
1 Roboão chegou a Jerusalém, e reuniu Judá e Benjamim, cento e oitenta mil jovens
aptos para a guerra; e travou uma guerra com Israel, para trazer o reino de volta
para si.
2 Mas a Palavra do Senhor veio a Semaías, o homem de Deus, dizendo:
3 Fala a Roboão, filho de Salomão, e a todo o Judá e a Benjamim, dizendo-lhes:
4 Assim diz o Senhor: Vós não devereis subir, e não fareis guerra contra os vossos
irmãos; voltai, cada um, para a sua casa, porque este negócio vem de mim. E eles
obedeceram à palavra do Senhor, desistindo de ir contra Jeroboão.
5 Então, Roboão habitou em Jerusalém, e edificou cidades fortificadas na Judeia.
6 Edificou a Belém, a Etã, a Tecoa,
7 a Bete-Zur, a Socó, a Adulão,
8 a Gate, a Maressa, a Zife,
9 a Adoraim, a Laquis, a Azeca,
10 a Zora, a Aijalom e a Hebrom, as quais pertencem a Judá e a Benjamim, cidades
muradas.
11 E fortificou-as com muros, colocando nelas capitães, e armazéns de provisões, e
azeite e vinho,
12 e escudos e lanças, em cada cidade; e as fortificou sobremaneira. Tinha ele, ao
seu lado, a Judá e a Benjamin.
13 E os sacerdotes e os levitas que estavam em todo o Israel se ajuntaram a ele,
vindos de todas as regiões.
14 Pois os levitas deixaram as tendas de sua posse e foram para Judá, para
Jerusalém, porquanto Jeroboão e os seus filhos os expulsaram para que não
servissem ao Senhor.
15 E ele constituiu para si sacerdotes dos lugares altos, para os ídolos, para as
vaidades e para os bezerros que fez.
16 E expulsou das tribos de Israel aqueles que haviam disposto o seu coração para
buscar ao Senhor, Deus de Israel, os quais vieram a Jerusalém, para oferecer
sacrifícios ao Senhor, Deus de seus pais.
17 Então, eles fortaleceram o reino de Judá, e Judá fortaleceu a Roboão, filho de
Salomão, durante três anos; pois ele andou, por três anos, nos caminhos de Davi e
de Salomão.
18 Roboão tomou para si, por mulher, a Maalate, filha de Jerimote, filho de Davi, e a
Abiail, filha de Eliabe, filho de Jessé.
19 E ela deu-lhe filhos: Jeús, Semarias e Zaã.
20 Depois disto, ele tomou para si Maaca, filha de Absalão; e ela lhe deu Abias, Atai,
Ziza e Selomite.
21 Mas Roboão amava a Maaca, filha de Absalão, mais do que a todas as suas
mulheres e a todas as suas concubinas; pois tinha dezoito mulheres e sessenta
concubinas, e gerou vinte e oito filhos e sessenta filhas.
22 Fez ele de Abias, filho de Maaca, um chefe, líder entre os seus irmãos, pois queria
fazê-lo rei.
23 E foi ele exaltado além de todos os seus outros filhos, em todo o território de
Judá e Benjamin, e nas cidades fortes; e deu-lhes víveres em grande abundância. E
também desejou possuir muitas mulheres.
2 Crônicas - Capítulo 12
2 Crônicas - Capítulo 13
2 Crônicas - Capítulo 14
1 Abias descansou com seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi; e Asa, seu filho,
reinou em seu lugar. Nos dias de Asa a terra de Judá teve sossego, por dez anos.
2 Fez ele o que era bom e reto aos olhos do Senhor, seu Deus.
3 Ele tirou os altares dos deuses estranhos e os altos, quebrou as colunas em
pedaços e cortou os bosques,
4 e disse a Judá para buscar fervorosamente ao Senhor, Deus de seus pais, e para
cumprir a lei e os mandamentos.
5 Removeu, ele, de todas as cidades de Judá os altares e os ídolos, e estabeleceu,
em paz,
6 cidades fortificadas na terra de Judá. Porque a terra estava tranquila, não
havendo nela guerra, durante estes anos; pois o Senhor lhe dera descanso.
7 E ele disse para Judá: Fortaleçamos estas cidades, e façamos muros e torres,
portas e ferrolhos. Prevaleceremos sobre a terra, pois assim como temos procurado
ao Senhor, nosso Deus, ele tem procurado a nós, e deu-nos repouso em redor,
fazendo-nos prosperar.
8 Tinha Asa tinha um exército de homens armados com escudos e lanças, na terra
de Judá, até o número de trezentos mil; e, na terra de Benjamin, duzentos e oitenta
mil arqueiros, com escudos. Todos estes foram valentes guerreiros.
9 Zerá, o etíope, saiu contra eles com um exército de um milhão de homens e
trezentos carros, chegando a Maressa.
10 E Asa saiu ao seu encontro, ordenando a batalha no vale ao norte de Maressa.
11 Então, Asa clamou ao Senhor, seu Deus, dizendo: Senhor, não é impossível para ti
livrar com muitos ou com poucos. Fortalece-nos, ó Senhor, nosso Deus, pois nós
confiamos em ti, e no teu nome viemos contra esta multidão. Ó Senhor, nosso Deus,
que o homem não prevaleça contra ti!
12 O Senhor feriu os etíopes diante de Judá; e os etíopes fugiram.
13 Asa e o seu povo os perseguiram até Gerar, e os etíopes caíram, de modo que não
podiam recuperar-se; pois foram esmagados diante do Senhor e diante do seu
exército. Então, eles tomaram muitos despojos,
14 e destruíram as suas cidades, ao redor de Gerar. Pois um terror, vindo do Senhor,
estava sobre eles. E despojaram todas as suas cidades, pois tinham grandes
despojos.
15 Também destruíram aos currais do gado e as tendas dos pastores, levando
muitas ovelhas e camelos; e voltaram para Jerusalém.
2 Crônicas - Capítulo 15
2 Crônicas - Capítulo 16
1 No trigésimo oitavo ano do reinado de Asa, o rei de Israel subiu contra Judá e
edificou a Ramá, de modo a não permitir a saída ou a entrada de Asa, rei de Judá.
2 Asa, então, tomou a prata e o ouro dos tesouros da casa do Senhor e da casa do
rei, e mandou-os para o filho de Hadade, rei da Síria, que habitava em Damasco,
dizendo:
3 Façamos um pacto entre mim e ti, entre o meu pai e o teu pai. Eis que te envio o
ouro e a prata. Vem, afasta de mim a Baasa, rei de Israel; e que ele se retire de mim.
4 Então, o filho de Hadade deu ouvidos ao rei Asa, enviando os comandantes do seu
exército contra as cidades de Israel; e feriu a Ijon, a Dã, a Abel-Main e a toda a
circunvizinhança de Naftali.
5 E aconteceu, quando Baasa o ouviu, que ele deixou de edificar a Ramá, pondo um
fim ao seu trabalho.
6 Então, o rei Asa tomou a todo o Judá, e levaram as pedras de Ramá e a sua
madeira, com que Baasa a havia construído. E ele construiu com elas a Geba e a
Mispa.
7 Naquele mesmo tempo, veio Hanani, o profeta, ao encontro de Asa, rei de Judá, e
disse-lhe: Porquanto depositaste a tua confiança no rei da Síria, e não confiaste no
Senhor, teu Deus, por este motivo o exército da Síria escapou da tua mão.
8 Porventura não eram os etíopes e os líbios um grande exército, em coragem, em
cavaleiros, e com grande número? E não os entregou ele em tuas mãos, pois
confiaste no Senhor?
9 Porque os olhos do Senhor passam sobre toda a terra para fortalecer cada
coração que é perfeito para com ele. Nisto que fizeste, agiste tolamente; doravante,
deverá haver guerra contigo.
10 Então, Asa se indignou contra o profeta, colocando-o na prisão, porque estava
zangado com aquelas coisas; e Asa, naquele tempo, oprimiu algumas pessoas.
11 Mas eis que os atos de Asa, os primeiros e os últimos, estão escritos no livro dos
reis de Judá e Israel.
12 Asa caiu doente de seus pés, no ano trinta e nove do seu reinado, até que ficou
muito doente; e, na sua enfermidade, não buscou ao Senhor, mas aos médicos.
13 E Asa adormeceu com seus pais, morrendo no quadragésimo ano de seu reinado.
14 E o sepultaram no sepulcro que tinha cavado para si mesmo, na cidade de Davi.
Depuseram-no sobre um leito, enchendo-o com especiarias e todos os tipos de
perfumes dos boticários; e fizeram para ele um grande funeral.
2 Crônicas - Capítulo 17
1 Josafá, seu filho, reinou em seu lugar. E Josafá fortaleceu-se contra Israel.
2 Pôs ele guarnições em todas as cidades fortes de Judá, e nomeou capitães em
todas as cidades de Judá e nas cidades de Efraim que Asa, seu pai, tinha tomado.
3 O Senhor estava com Josafá, porque andava nos primeiros caminhos de seu pai, e
não buscou aos ídolos;
4 mas ele buscou o Senhor, Deus de seu pai, andando nos mandamentos de seu pai,
e não segundo as obras de Israel.
5 Então, o Senhor prosperava o reino na sua mão, e todo o Judá enviou presentes a
Josafá. Possuia, ele, uma grande riqueza, e glória.
6 O seu coração se exaltou no caminho do Senhor, tendo tirado os altos e os
bosques da terra de Judá.
7 No terceiro ano de seu reinado, enviou ele os seus chefes e os seus homens
poderosos, Obadias, Zacarias, Natanael e Micaías, para ensinarem nas cidades de
Judá.
8 E com eles estavam os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote,
Jônatas, Adonias, Tobias e Tobe-Adonias; e, com os levitas, Elisama e Jeorão, os
sacerdotes.
9 E ensinaram em Judá, estando com eles o livro da lei do Senhor. Assim, eles
passaram pelas cidades de Judá, ensinando entre o povo.
10 Um terror de Deus estava sobre todos os reinos da terra circunvizinha à Judá, e
não fizeram guerra contra Josafá.
11 E alguns dentre os filisteus trouxeram presentes a Josafá, e prata como tributo; e
os árabes trouxeram sete mil e setecentos carneiros.
12 Josafá engrandeceu-se em extremo, construindo na Judeia locais de moradia e
cidades fortes.
13 Teve ele muitas obras na Judeia, e também tinha os homens poderosos de
guerra, os homens fortes, em Jerusalém.
14 E este é o seu número, de acordo com as casas de seus pais. Os capitães de
milhares de Judá eram: Adna, o chefe, e com ele homens poderosos, trezentos mil.
15 E, depois dele, Joanã, o capitão, e com ele duzentos e oitenta mil.
16 E, depois dele, Amasias, filho de Zicri, que era zeloso pelo Senhor, e com ele
duzentos mil homens poderosos.
17 E de Benjamim havia um homem poderoso, Eliada, e com ele duzentos mil
arqueiros com escudos.
18 E, depois dele, Jozabade, e com ele cento e oitenta mil homens poderosos de
guerra.
19 Estes foram os servos do rei, afora os que ele tinha posto nas cidades fortes, em
toda a Judeia.
2 Crônicas - Capítulo 18
1 Josafá teve, ainda, grande riqueza e glória, e ligou-se por casamento com a casa de
Acabe.
2 Desceu ele, depois de um certo número de anos, para Acabe, em Samaria; e Acabe
matou, para ele, ovelhas e bezerros em abundância, e para as pessoas que estavam
com ele. E muito desejou que fosse com ele a Ramote, do país de Gileade.
3 Então, Acabe, rei de Israel, disse a Josafá, rei de Judá: Irás tu comigo a Ramote, do
país de Gileade? E ele lhe respondeu: Como eu sou, assim também és tu; como é o
teu povo, assim também é o meu povo contigo para a guerra!
4 Também disse Josafá ao rei de Israel: Buscai, peço-te, o Senhor, neste dia.
5 Então, o rei de Israel ajuntou os profetas, quatrocentos homens, e perguntou-lhes:
Irei eu a Ramote-Gileade, à peleja, ou desistirei? E eles disseram: Sobe, e Deus a
entregará nas mãos do rei.
6 Porém, Josafá disse: Não há aqui algum profeta do Senhor, ao qual possamos
consultar?
7 E o rei de Israel disse a Josafá: Há, ainda, um homem por quem consultar o
Senhor; porém, eu o odeio, porque nunca profetiza a meu respeito para o bem;
porque em todos os seus dias está predisposto para o mal. Este é Micaías, filho de
Inlá. E Josafá disse: Não fale o rei assim.
8 Então, o rei chamou um eunuco, e disse-lhe: Traze, rapidamente, a Micaías, filho
de Inlá.
9 O rei de Israel e Josafá, rei de Judá estavam assentados, cada um no seu trono;
estavam vestidos com as suas vestes reais e assentados no espaço aberto à entrada
da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam diante deles.
10 Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e disse: Assim diz o
Senhor: Com estes empurrarás a Síria, até que sejam consumidos!
11 E todos os profetas profetizavam o mesmo, dizendo: 'Sobe a Ramote-Gileade, e
prosperarás; o Senhor a entregará nas mãos do rei.
12 Então, o mensageiro que fora chamar a Micaías falou com ele, dizendo: Eis que os
profetas falaram favoravelmente acerca do rei, com uma só boca. Agora, peço-te,
que as tuas palavras sejam como as palavras deles, falando coisas boas.
13 Mas Micaías respondeu-lhe: Vive o Senhor! Tudo o que Deus me disser, isso
falarei.
14 Veio ele ao rei, e o rei perguntou-lhe: Micaías, hei de subir a Ramote-Gileade à
peleja, ou abster-me-ei? E ele disse: Sobe, e prosperarás; pois eles serão entregues
nas vossas mãos.
15 Mas o rei lhe disse: Quantas vezes devo conjurar-te para que não me fales nada
que não seja a verdade, em nome do Senhor?
16 E ele falou: Vi todo Israel disperso pelos montes, como ovelhas sem pastor. E
disse o Senhor: Estes não têm comandante; que cada um retorne para a sua casa em
paz.
17 Porém, o rei de Israel disse a Josafá: Não te disse eu que ele não iria profetizar
concernente a mim o bem, mas o mal?
18 Mas Micaías disse: Não seja assim. Ouvi, vós, a palavra do Senhor. Vi o Senhor
assentado no seu trono, e todo o exército do céu estava junto dele, à sua direita e à
sua esquerda.
19 E disse o Senhor: Quem enganará a Acabe, rei de Israel, para que ele suba e caia
em Ramote-Gileade? E um falou desta maneira, e outro falou daquela maneira.
20 Então, saiu um espírito, apresentando-se diante do Senhor, e disse: Eu irei e o
enganarei! E disse o Senhor: Como?
21 Respondeu ele: Eu irei, e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus
profetas! E o Senhor disse: Tu o enganarás e prevalecerás; vai, e faze-o.
22 E agora, eis que o Senhor pôs um espírito falso na boca destes teus profetas, mas
o Senhor falou o mal contra ti!
23 Então, Zedequias, filho de Quenaaná, aproximou-se e feriu a Micaías na sua face,
dizendo-lhe: Por que caminho saiu o Espírito do Senhor, de mim, para falar a ti?
24 E Micaías respondeu-lhe: Eis que o verás, naquele dia, quando fores de câmara
em câmara para te esconderes!
25 Então, o rei de Israel falou: Tomai a Micaías e levai-o para Amom, o governador
da cidade, e para Joás, o capitão, filho do rei;
26 e lhes direis: Assim diz o rei: Colocai este homem na prisão, e deixai-o comer o
pão de aflição e beber a água de aperto, até que eu volte em paz!
27 Mas Micaías disse-lhe: Se tu, de qualquer modo, retornares em paz, o Senhor não
tem falado por mim. E disse, ainda: Ouvi isto, todos os povos!
28 Então, o rei de Israel e Josafá, rei de Judá, subiram a Ramote-Gileade.
29 E o rei de Israel disse a Josafá: Disfarçar-me-ei e entrarei na batalha; porém, tu,
coloca a minha roupa! Então, o rei de Israel disfarçou-se, entrando na batalha.
30 Ora, o rei da Síria tinha ordenado aos capitães dos carros que estavam com ele,
dizendo: Não luteis contra pequeno nem contra grande; porém, tão somente contra
o rei de Israel.
31 E sucedeu que, vendo os capitães dos carros a Jeosafá, disseram: Este é o rei de
Israel! E o cercaram, para pelejar contra ele. Mas Josafá clamou, e o Senhor o
libertou; e Deus levou-os para longe dele.
32 E sucedeu, vendo os capitães dos carros não ser aquele o rei de Israel, que se
afastaram dele.
33 Então, certo homem entesou o arco, com boa pontaria, ferindo o rei de Israel
entre os pulmões e o peitoral. E disse ele ao cocheiro: Volta a tua mão, e conduz-me
para fora da batalha, porque estou ferido!
34 E a batalha mudou, naquele dia. Mas o rei de Israel permaneceu no carro, contra
a Síria, até a noite, morrendo ao pôr do sol.
2 Crônicas - Capítulo 19
1 Então, Josafá, rei de Judá, voltou para a sua casa em Jerusalém.
2 E saiu-lhe ao encontro Jeú, o profeta, filho de Hanani, dizendo-lhe: Rei Josafá, tens
ajudado a um pecador, ou agido de forma amigável para com um odiado do Senhor?
Portanto, tem vindo a ira sobre ti, da parte do Senhor.
3 Contudo, algumas coisas boas foram encontradas em ti, porquanto removeste os
bosques da terra de Judá e direcionaste o teu coração a buscar ao Senhor.
4 E Josafá habitou em Jerusalém. E foi ele, novamente, ao encontro do povo, desde
Berseba até a região montanhosa de Efraim, levando-os de volta ao Senhor, Deus de
seus pais.
5 Também designou juízes em todas as cidades fortes de Judá, de cidade em cidade.
6 E disse aos juízes: Tomai grande cuidado no que fazeis, porque não julgais da
parte do homem, senão para o Senhor, e convosco estão as questões de
julgamento.
7 Agora, pois, que o temor do Senhor esteja convosco; sejais cautelosos e cumprais
com o vosso dever, porque não há nenhuma injustiça com o Senhor, nosso Deus, e
também não é dele a acepção de pessoas, nem aceita suborno.
8 Além disso, Josafá nomeou em Jerusalém a alguns dos sacerdotes e levitas, e dos
chefes das casas de Israel, para o julgamento do Senhor e para julgar os habitantes
de Jerusalém.
9 E deu-lhes ordem, dizendo: Desta forma procedei, no temor do Senhor, em
verdade e com o coração perfeito.
10 Qualquer homem, de vossos irmãos, os quais habitam nas vossas cidades, que
trouxer uma causa perante vós, entre sangue e sangue, entre preceito e
mandamento, e entre ordenanças e juízos, vós devereis decidir por eles, para que
não pequem contra o Senhor e para que não haja ira sobre vós e sobre os vossos
irmãos. Assim fareis, e não havereis de pecar.
11 E eis que Amarias, o sacerdote, presidirá sobre vós em todos os assuntos do
Senhor. E Zebadias, filho de Ismael, presidirá sobre a casa de Judá, em todos os
assuntos do rei. E estão convosco os escribas e levitas. Sejais fortes e ativos, e o
Senhor estará com os bons.
2 Crônicas - Capítulo 20
1 Depois disso, vieram os filhos de Moabe e os filhos de Amom, e com eles alguns
dos meunitas, contra Josafá para a batalha.
2 Então, vieram alguns homens e falaram a Josafá, dizendo-lhe: Vem contra ti uma
grande multidão, da Síria, do outro lado do mar; e eis que eles estão em Hazazom-
Tamar, que é En-Gedi.
3 E Josafá ficou alarmado, e dispôs-se a buscar ao Senhor, com sinceridade,
apregoando um jejum em todo o Judá.
4 E Judá se ajuntou para buscar ao Senhor. De todas as cidades de Judá vieram eles,
para buscarem ao Senhor.
5 Então, Josafá levantou-se na assembléia de Judá, em Jerusalém, na casa do
Senhor, em frente ao novo tribunal.
6 E disse: Senhor, Deus de nossos pais, não és tu Deus no céu acima, e não és tu
Senhor de todos os reinos das nações? E não está na tua mão o poder de domínio,
não havendo ninguém que possa resistir-te?
7 Não foste tu, ó Senhor, que destruíste os habitantes desta terra perante a face do
teu povo Israel, e a deste à tua amada descendência de Abraão, para sempre?
8 E habitaram nela, construindo nela um santuário ao teu nome, dizendo:
9 Se houverem de vir sobre nós males, espada, juízo, peste ou fome, apresentar-
nos-emos diante desta casa e diante de ti, (pois o teu nome está sobre esta casa), e
iremos clamar a ti por causa da aflição, e tu o ouvirás e darás libertação.
10 Agora, eis que os filhos de Amom, de Moabe e do monte Seir, a respeito dos
quais tu não permitiste que Israel passasse pelas suas fronteiras quando tinham
saído da terra do Egito (pois afastou-se deles, e não os destruiu),
11 eis que eles, agora, fazem tentativas contra nós, vindo para lançar-nos fora da
nossa herança, que tu nos tens dado.
12 Ó Senhor, nosso Deus, porventura não os julgarás? Porque não temos força para
resistir a esta grande multidão que vem contra nós, e não sabemos o que havemos
de fazer com eles; todavia, os nossos olhos estão em ti.
13 E todo o Judá estava em pé diante do Senhor, e os seus filhos, e as suas esposas.
14 Então, sobre Jaaziel, filho de Zacarias, dos filhos de Benaias, dos filhos de Jeiel,
dos filhos de Matanias, o levita, dos filhos de Asafe, veio o Espírito do Senhor, na
assembléia.
15 E ele disse: Ouvi, todo o Judá, moradores de Jerusalém e rei Josafá! Assim diz o
Senhor para vós: Não temais nem vos assusteis diante de toda esta grande
multidão; pois a peleja não é vossa, mas de Deus.
16 Amanhã, descei ao encontro deles. Eis que sobem pela ladeira de Ziz, e os
encontrareis na extremidade do rio do deserto de Jeruel.
17 E não devereis lutar. Sabei essas coisas, e vede o livramento do Senhor para
convosco, Judá e Jerusalém! Não temais, nem tenhais medo de sair, amanhã, para
encontrá-los; e o Senhor será convosco.
18 Então, Josafá se inclinou com o rosto em terra, junto com todo o Judá e os
moradores de Jerusalém; e eles caíram diante do Senhor, para adorar ao Senhor.
19 E os levitas, dos filhos de Coate e dos filhos de Coré, ergueram-se para louvar ao
Senhor, Deus de Israel, com voz muito alta.
20 De manhã cedo levantaram-se e saíram para o deserto de Tecoa. E, ao saírem,
Josafá ficou de pé e gritou, dizendo: Ouvi-me, Judá e os moradores de Jerusalém!
Colocai a vossa confiança no Senhor Deus, e a vossa confiança deverá ser honrada;
confiai em seu profeta e sereis bem sucedidos!
21 Tomou ele conselho com o povo, e designou homens escolhidos para cantar
salmos e louvores, para dar graças e cantar as músicas sagradas de louvor, indo
diante do exército. E eles disseram: Dai graças ao Senhor, porque a sua benignidade
permanece para sempre!
22 E, quando começaram o louvor e a ação de graças, o Senhor fez com que os
filhos de Amom começassem a combater contra Moabe e contra os moradores do
monte Seir que vieram contra Judá; e foram derrotados.
23 Então, os filhos de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores do
monte Seir, para os destruir e consumi-los; e quando tinham acabado de destruir
aos habitantes de Seir, levantaram-se uns contra os outros, para que fossem
totalmente destruídos.
24 Judá chegou à torre de vigia do deserto, olhou e viu a multidão, e eis que
estavam todos caídos, mortos sobre a terra; nenhum escapou.
25 Então, Josafá e o seu povo saíram para despojá-los; e encontraram muito gado,
móveis, e coisas preciosas, e saquearam-nos; e estiveram três dias recolhendo os
despojos, pois era abundante.
26 Sucedeu, então, que, no quarto dia, eles se reuniram no vale da Bênção; pois ali
louvaram ao Senhor. Por isso chamou-se o nome do lugar vale da Benção, até ao dia
de hoje.
27 E todos os homens de Judá voltaram para Jerusalém, Josafá conduzindo-os com
grande alegria; pois o Senhor dera-lhes alegria sobre os seus inimigos.
28 Entraram eles em Jerusalém com alaúdes, harpas e trombetas, vindo para a casa
do Senhor.
29 E houve um terror do Senhor sobre todos os reinos da terra quando ouviram que
o Senhor havia pelejado contra os inimigos de Israel.
30 Mas o reino de Josafá estava em paz, e o seu Deus lhe deu repouso ao redor.
31 Reinou Josafá sobre Judá, tendo trinta e cinco anos de idade quando começou a
reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Azuba,
filha de Sili.
32 Ele andou nos caminhos de seu pai Asa, não se desviando de fazer o que era reto
aos olhos do Senhor.
33 No entanto, os altos ainda permaneciam; e o povo ainda não dirigia o seu
coração ao Senhor, Deus de seus pais.
34 Porém, o restante dos atos de Josafá, os primeiros e os últimos, eis que estão
escritos na história de Jeú, filho de Hanani, que escreveu o Livro dos Reis de Israel.
35 Depois disto, Josafá, rei de Judá, entrou em uma aliança com Acazias, rei de
Israel (este, porém, era um homem injusto),
36 agindo e andando com ele para construir navios que fossem à Társis; e ele
construiu os navios em Ezion-Geber .
37 Porém, Eliezer, filho de Dodava, de Maressa, profetizou contra Josafá, dizendo:
Pois que tu tens te aliado com Acazias, o Senhor tem quebrado a tua obra, e os teus
navios foram destruídos. E não puderam ir a Társis.
2 Crônicas - Capítulo 21
1 Josafá dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi; e Jeorão, seu filho,
reinou em seu lugar.
2 Tinha ele irmãos, os seis filhos de Josafá: Azarias, Jeiel, Zacarias, Azarias, Micael e
Sefatias. Todos estes foram filhos de Josafá, rei de Judá.
3 E seu pai lhes deu muitos presentes, prata e ouro, e armas, juntamente com
cidades fortificadas em Judá; mas ele deu o reino a Jeorão, pois era o primogênito.
4 Jeorão começou a reinar, fortalecendo-se; e matou a todos os seus irmãos à
espada, e a alguns dos príncipes de Israel.
5 Quando tinha trinta e dois anos de idade Jeorão entrou em seu reino, e reinou oito
anos em Jerusalém.
6 Andou ele no caminho dos reis de Israel, conforme fazia a casa de Acabe, pois
uma filha de Acabe era sua esposa; e ele fez o que era mal aos olhos do Senhor.
7 No entanto, o Senhor não quis destruir totalmente a casa de Davi, por causa do
pacto que fizera com Davi, conforme ele dissera que iria dar-lhe uma lâmpada, a ele
e aos seus filhos, para sempre.
8 Naqueles dias, Edom revoltou-se contra Judá, e fizeram para si um rei.
9 Então, Jorão foi, com os príncipes e com toda a cavalaria. E aconteceu que ele se
levantou, de noite, ferindo a Edom, que o cercava, e aos capitães dos carros; e o
povo fugiu para as suas tendas.
10 Assim, Edom revoltou-se contra Judá, até ao dia de hoje. Também Libna, naquela
época, se revoltou contra o seu domínio, porque ele deixou ao Senhor, Deus de
seus pais.
11 Pois tornou a edificar os altos nas cidades de Judá, e fez com que os moradores
de Jerusalém se prostituíssem, levando Judá ao erro.
12 Então, veio a ele uma mensagem, por escrito, de Elias, o profeta, dizendo-lhe:
Assim diz o Senhor, Deus de teu pai Davi: Porquanto não andaste no caminho de teu
pai Josafá, e nos caminhos de Asa, rei de Judá,
13 mas andaste nos caminhos dos reis de Israel, e fizeste Judá e os habitantes de
Jerusalém prostituirem-se, como a casa de Acabe levou Israel a prostituir-se, e
mataste a teus irmãos, os filhos de teu pai, que eram melhores do que tu,
14 eis que o Senhor te ferirá com uma grande praga no meio do teu povo, e aos teus
filhos, e as tuas mulheres, e a todos os teus bens.
15 Serás afligido com uma doença grave, uma doença do intestino, até os teus
intestinos virem a cair, no dia a dia, com a doença.
16 Então, o Senhor despertou os filisteus contra Jorão, assim como os árabes e
aqueles que estavam na fronteira dos etíopes.
17 E subiram contra Judá, prevalecendo contra eles; e levaram todos os bens que
encontraram na casa do rei, e seus filhos e suas filhas. Nenhum filho foi deixado
com ele, a não ser Jeoacaz, o mais novo de seus filhos.
18 Depois de tudo isso o Senhor o feriu nas entranhas com uma enfermidade
incurável.
19 Esta continuou, de dia para dia, e quando o tempo dos dias veio a ser de dois
anos as suas entranhas se derramaram, com a doença, e ele morreu por uma grave
enfermidade. No entanto, seu povo não realizou nenhum funeral de acordo com o
funeral de seus pais .
20 Tinha ele trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em
Jerusalém. E partiu sem honra, sendo sepultado na cidade de Davi. Porém, não nos
sepulcros dos reis.
2 Crônicas - Capítulo 22
1 E os habitantes de Jerusalém fizeram a Acazias, seu filho mais moço, rei em seu
lugar. Pois os bandos de ladrões que vieram contra ele, os árabes e os do arraial,
tinham matado a todos os mais velhos. Então, Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá,
reinou.
2 Acazias começou a reinar quando tinha vinte anos de idade, e reinou um ano em
Jerusalém. O nome de sua mãe era Atalia, filha de Onri.
3 Ele andou no caminho da casa de Acabe, uma vez que a sua mãe era a sua
conselheira, para fazer o mal.
4 E fez o que era mal aos olhos do Senhor, conforme a casa de Acabe tinha feito.
Porquanto eles eram seus conselheiros, depois da morte de seu pai, para a sua
perdição.
5 E andou nos conselhos deles, indo com Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, para a
guerra contra Hazael, rei da Síria, a Ramote-Gileade; e os arqueiros feriram a Jorão.
6 Jorão voltou a Jezreel para se curar das feridas que os sírios lhe fizeram em
Ramote, quando ele lutou contra Hazael, rei da Síria. E Acazias, filho de Jeorão, rei
de Judá, desceu para ver a Jorão, filho de Acabe, em Jezreel, porque estava doente.
7 E a destruição de Deus veio sobre Acazias em sua ida ao encontro de Jorão; pois,
quando tinha ido, Jorão saiu com ele para lutar com Jeú, filho de Ninsi, o ungido do
Senhor contra a casa de Acabe.
8 E aconteceu, quando Jeú estava tomando vingança contra a casa de Acabe, que
ele achou os príncipes de Judá e os irmãos de Acazias ministrando a Acazias, e os
matou.
9 Deu ele ordens para procurar a Acazias, e levaram-no, enquanto estava curando
suas feridas em Samaria. Conduziram-no a Jeú, e ele o matou; e o sepultaram, pois
disseram: É filho de Josafá, que buscou ao Senhor de todo o seu coração. Portanto,
não havia nenhum na casa de Acazias para assegurar seu poder no reino.
10 Atalia, a mãe de Acazias, vendo que seu filho estava morto, levantou-se e
destruiu a toda a descendência real da casa de Judá.
11 Porém, Jeosabeate, filha do rei Jeorão, tomou a Joás, filho de Acazias,
resgatando-o, secretamente, do meio dos filhos do rei que foram condenados à
morte. E ela o colocou, com a sua, ama numa câmara. Então, Jeosabeate, filha do rei
Jeorão, irmã de Acazias e esposa de Joiada, o sacerdote, escondeu-o; escondeu-o
de Atalia, e ela não o matou.
12 E esteve com eles, escondido na casa de Deus, por seis anos; e Atalia reinou sobre
a terra.
2 Crônicas - Capítulo 23
2 Crônicas - Capítulo 24
1 Joás tinha sete anos de idade quando começou a reinar, e reinou quarenta anos
em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zibia, de Berseba.
2 Fez Joás o que reto aos olhos do Senhor, todos os dias de Joiada, o sacerdote.
3 Joiada tomou para ele duas esposas, que tiveram filhos e filhas.
4 E sucedeu, depois, que entrou no coração de Joás o reparar a casa do Senhor.
5 Reuniu ele os sacerdotes e os levitas, e disse-lhes: Ide às cidades de Judá e
recolhei dinheiro de todo o Israel para reparar a casa do Senhor, de ano para ano,
apressando-vos nisso! Mas os levitas não se apressaram.
6 Então, o rei Joás chamou Joiada, o chefe, e disse-lhe: Por que não tens cuidado
dos levitas, a fim de que eles venham trazer para Judá e para Jerusalém o que foi
prescrito por Moisés, homem de Deus, quando reuniu a Israel no tabernáculo do
testemunho?
7 Pois Atalia era uma transgressora, e os seus filhos derrubaram a casa de Deus; e
eles ofereceram as coisas sagradas da casa do Senhor aos Baalins.
8 Então, disse o rei: Que seja feita uma caixa, e a coloquem na porta da casa do
Senhor, do lado de fora.
9 E que os homens o proclamem em Judá e em Jerusalém, para que as pessoas
possam ofertar ao Senhor, conforme Moisés, servo de Deus, falou a respeito de
Israel, no deserto.
10 Então, todos os príncipes e todo o povo deram, e trouxeram o imposto,
lançando-o na caixa, até enchê-la.
11 E aconteceu, quando eles trouxeram a caixa para os oficiais do rei, pela mão dos
levitas, e estes viram que o dinheiro era mais do que suficiente, que vieram o
escrivão do rei, e o oficial do alto sacerdote, e esvaziaram a caixa, restituindo-a ao
seu lugar. Assim faziam, dia após dia; e recolheram muito dinheiro.
12 O rei e Joiada, o sacerdote, deram tudo para os trabalhadores empregados no
serviço da casa do Senhor, e eles contrataram pedreiros e carpinteiros para
renovarem a casa do Senhor, assim como ferreiros e trabalhadores em bronze, para
repararem a casa do Senhor.
13 E os operários trabalharam, e as obras prosperaram em suas mãos; e
estabeleceram a casa do Senhor em sua fundação, e a fortaleceram.
14 Quando acabaram a obra, trouxeram eles ao rei e a Joiada o restante do dinheiro.
E fizeram utensílios para a casa do Senhor, vasos de serviço para os holocaustos e
incensários de ouro e prata. E ofereceram-se holocaustos na casa do Senhor,
continuamente, todos os dias de Joiada.
15 Joiada envelheceu e morreu, farto de dias, tendo cento e trinta anos de idade em
sua morte.
16 Sepultaram-no com os reis na cidade de Davi, porque tinha lidado bem com
Israel, e para com Deus e a sua casa.
17 Mas sucedeu que, depois da morte de Joiada, os príncipes de Judá entraram e
prostraram-se perante o rei. E o rei lhes deu ouvidos.
18 Então, eles, abandonando a casa do Senhor, Deus de seus pais, serviram os
Astartes e ídolos. E houve grande ira sobre Judá e Jerusalém, naquele dia.
19 Contudo, Deus enviou-lhes profetas a fim de faze-los voltar para o Senhor; mas
não ouviram. E testemunhou-lhes, mas não obedeceram.
20 Então, o Espírito de Deus veio sobre Azarias, filho de Joiada, o sacerdote, e ele
levantou-se diante do povo, dizendo: Assim diz o Senhor: Por que transgredis os
mandamentos do Senhor? Deste modo, não prosperareis. Por terdes deixado o
Senhor, ele vos abandonará.
21 Mas conspiraram contra ele, e o apedrejaram, por ordem do rei Joás, no átrio da
casa do Senhor.
22 E Joás não se lembrou da bondade que o seu pai, Joiada, tinha exercido com ele,
mas matou a seu filho. E, quando ele estava morrendo, disse: O Senhor olhe para
isto, e o julgue.
23 E sucedeu que, ao findar do ano, o exército da Síria subiu contra ele; e vieram
contra Judá e Jerusalém, matando a todos os chefes do povo, no meio do povo; e a
todos os seus despojos enviaram para o rei de Damasco.
24 O exército da Síria viera com poucos homens, mas Deus deu em suas mãos um
exército muito grande, porquanto abandonaram o Deus de seus pais; e Ele trouxe
juízos sobre Joás.
25 E, depois de haverem se apartado dele, deixando-o com feridas doloridas, seus
servos conspiraram contra ele, por causa do sangue do filho de Joiada, o sacerdote,
e o mataram em sua cama. E morreu, e o sepultaram na cidade de Davi; porém não
no sepulcro dos reis.
26 Os que conspiraram contra ele foram Zabade, filho de Simeate, a amonita, e
Jeozabade, filho de Sinrite, a moabita.
27 E a respeito de todos os seus filhos, que eram cinco, e a respeito dos outros
assuntos concernentes a ele, eis que estão escritos no Livro dos Reis. E Amasias, seu
filho, reinou em seu lugar.
2 Crônicas - Capítulo 25
1 Amazias começou a reinar quando tinha vinte e cinco anos de idade, e reinou vinte
e nove anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jeoadã, de Jerusalém.
2 E fez o que era reto aos olhos do Senhor, mas não com um coração perfeito.
3 E aconteceu, quando o reino foi confirmado na sua mão, que ele matou aqueles
seus servos que haviam matado ao rei, seu pai.
4 Contudo não matou os filhos deles, de acordo com o pacto da lei do Senhor,
conforme está escrito, e como o Senhor ordenou, dizendo: Os pais não morrerão
pelos filhos, e os filhos não morrerão por causa dos pais; mas morrerá, cada um,
pelo seu próprio pecado.
5 Amazias reuniu a casa de Judá, nomeando-os, de acordo com as casas de suas
famílias, para capitães de milhares e capitães de centenas de pessoas, em todo o
Judá e Jerusalém; e os contou de vinte anos para cima, achando deles trezentos mil
capazes de sair à guerra, segurando lança e escudo.
6 Também contratou, de Israel, cem mil homens valentes por cem talentos de prata.
7 Porém, veio um homem de Deus a ele, dizendo-lhe: Ó rei, não deixes ir contigo o
exército de Israel, porquanto o Senhor não é com Israel, nem com nenhum dos
filhos de Efraim.
8 Porque, se te comprometeres a fortalecer-te com estes, então o senhor irá
colocar-te em fuga diante dos inimigos; pois é do Senhor tanto o fortalecer como o
colocar em fuga.
9 E disse Amazias ao homem de Deus: O que devo fazer, entretanto, a respeito dos
cem talentos que dei às tropas de Israel? E o homem de Deus disse: O Senhor pode
dar-te muito mais do que estes.
10 Então, Amazias afastou-se do exército que vinha para ele de Efraim, para que
pudessem ir embora, para o seu lugar. Porém eles ficaram muito zangados com
Judá, e voltaram para o seu lugar com grande indignação.
11 E Amazias, cobrando ânimo, tomou o seu povo e foi ao vale do Sal, ferindo ali, dos
filhos de Seir, dez mil.
12 E os filhos de Judá tomaram dez mil cativos, os quais levaram ao topo do
precipício, lançando-os de cabeça do alto do precipício; e foram todos
despedaçados.
13 Mas os homens do exército que Amazias mandou de volta para que não fossem
com ele à batalha, saíram e atacaram as cidades de Judá, desde Samaria até Bete-
Horom; e feriram a três mil entre eles, saqueando grande despojo.
14 E sucedeu, depois que Amazias tinha retornado de ferir a Edom, que ele trouxe
para casa os deuses dos filhos de Seir, tomando-os para si mesmo como deuses; e
prostrou-se diante deles, e sacrificou-lhes.
15 Então, a ira do Senhor veio sobre Amazias, e ele enviou-lhe um profeta, dizendo:
Por que buscaste aos deuses dos povos, os quais não resgataram o seu próprio
povo da tua mão?
16 E aconteceu, quando o profeta estava falando, que ele lhe disse: Fiz de ti
conselheiro do rei? Toma cuidado para que não te açoite! Então, o profeta refreou-
se, mas disse: Eu sei que Deus está disposto contra ti para destruir-te, porquanto
fizeste isto, e não deste ouvidos ao meu conselho!
17 Então Amazias, rei de Judá, tomou conselho e enviou mensageiros para Jeoás,
filho de Jeoacaz, filho de Jeú, rei de Israel, dizendo: Vinde, e olhemos um ao outro
na face.
18 Porém Jeoás, rei de Israel, enviou mensagem a Amazias, rei de Judá, dizendo-lhe:
O cardo que estava no Líbano mandou recado ao cedro que estava no Líbano,
dizendo: Dá tua filha a meu filho por mulher. Mas eis que as feras do campo, que
estavam no Líbano, aproximaram-se; e as feras vieram, e pisaram o cardo.
19 Pois disseste: Eis que tenho ferido a Edom; e o teu forte coração exalta-te. Agora,
portanto, fica em tua casa. Por que motivo provocarias o mal para teres uma queda,
e Judá contigo?
20 Não obstante, Amazias não lhe deu ouvidos, pois era do Senhor o entregá-lo nas
mãos do inimigo, porque ele fora após os deuses dos idumeus.
21 Então, Jeoás, rei de Israel, subiu; e olharam um para o outro, ele e Amazias, rei de
Judá, em Bete-Semes, que é de Judá.
22 Mas Judá foi posto em fuga diante de Israel, fugindo cada um para a sua tenda.
23 Jeoás, rei de Israel, aprisionou Amazias, rei de Judá, filho de Joás, filho de
Jeoacaz, em Bete-Semes, e o levou a Jerusalém; e derrubou parte do muro de
Jerusalém, desde a porta de Efraim até a porta da esquina, quatrocentos côvados.
24 E tomou todo o ouro e a prata, e todos os utensílios que se achavam na casa do
Senhor e com Obede-Edom, e os tesouros da casa do rei, e os reféns, voltando para
Samaria.
25 Viveu Amazias, filho de Joás, rei de Judá, depois da morte de Jeoás, filho de
Jeoacaz, rei de Israel, quinze anos.
26 Mas o restante dos atos de Amazias, os primeiros e os últimos, porventura não
estão escritos no Livro dos Reis de Judá e Israel?
27 No momento em que Amazias se afastou do Senhor, eis que formaram uma
conspiração contra ele. E fugiu de Jerusalém para Laquis, mas enviaram homens
após ele, a Laquis, e o mataram ali.
28 E transportaram-no sobre cavalos, sepultando-o junto a seus pais, na cidade de
Davi.
2 Crônicas - Capítulo 26
1 Então, todo o povo da terra tomou a Uzias, quando ele tinha dezesseis anos, e o
fizeram rei em lugar de seu pai, Amazias.
2 Construiu ele a Elate, recuperando-a para Judá, depois que o rei dormiu com seus
pais.
3 Uzias começou a reinar com a idade de dezesseis anos, e reinou cinquenta e dois
anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jecolias, de Jerusalém.
4 Fez ele o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Amazias,
seu pai.
5 Ele buscou ao Senhor, nos dias de Zacarias, que compreendeu o temor do Senhor.
Em seus dias ele procurou ao Senhor, e o Senhor o fez prosperar.
6 E ele saiu e lutou contra os filisteus, derrubando os muros de Gate, os muros de
Jabne e os de Asdode. Também edificou cidades perto de Asdode, e entre os
filisteus.
7 O Senhor fortaleceu-o contra os filisteus e contra os árabes que habitavam sobre a
rocha, e contra os meunitas.
8 Os meunitas deram presentes a Uzias, e a sua fama se espalhou até a entrada do
Egito, pois fortaleceu-se sobremaneira.
9 Uzias construiu torres em Jerusalém, tanto na Porta da Esquina quanto na Porta
do Vale, e nas outras esquinas. E as fortificou.
10 E edificou torres no deserto, cavando muitos poços, porque tinha muito gado no
país baixo e na planície, e vinhateiros no país montanhoso e no Carmelo. Pois era
um cultivador.
11 Uzias tinha um grande número de guerreiros, que saiam em ordem para a guerra
e voltavam em ordem. Seu número era contabilizado pela mão de Jeiel, o escrivão, e
de Maaséias, o juiz; e pela mão de Ananias, deputado do rei.
12 O número total dos chefes de famílias, dos homens poderosos de guerra, era de
dois mil e seiscentos,
13 e com eles ia um exército de guerreiros, trezentos e sete mil e quinhentos. Estes
travavam a guerra, poderosamente, para ajudar ao rei contra os seus inimigos.
14 E Uzias preparou para eles, para todo o exército, escudos, lanças, capacetes,
couraças, arcos, e até fundas para pedras.
15 Também construiu, em Jerusalém, máquinas inventadas por um inventor sábio,
para estarem sobre as torres e nas esquinas, para lançar dardos e grandes pedras. E
a fama de sua feitura foi escutada à distância, pois ele foi maravilhosamente
ajudado, até que tornou-se poderoso.
16 Todavia, quando ele ficou forte o seu coração se elevou, para a sua destruição; e
transgrediu contra o Senhor, seu Deus, entrando no templo do Senhor para
derramar incenso no altar do incenso.
17 Ora, foram após ele Azarias, o sacerdote, e com ele oitenta sacerdotes do
Senhor, homens poderosos.
18 E resistiram eles ao rei Uzias, dizendo-lhe: Não é para ti, Uzias, o queimar incenso
perante o Senhor, mas somente para os sacerdotes, filhos de Arão, os quais foram
consagrados para sacrificar. Sai do santuário, pois te apartaste do Senhor, e isso não
deverá ser para tua glória, da parte de Deus, o Senhor.
19 Uzias estava muito irado, e em sua mão se encontrava o incensário para queimar
o incenso no templo. E, quando ele estava irado contra os sacerdotes, a lepra surgiu
em sua testa, perante eles, na casa do Senhor, diante do altar do incenso.
20 Azarias, o sumo sacerdote, e os outros sacerdotes, voltaram-se para olhá-lo, e eis
que já estava leproso na sua testa; então, eles o fizeram sair logo dali, pois ele
também se apressou a sair, porque o Senhor o havia repreendido.
21 E o rei Uzias ficou leproso até ao dia da sua morte, e habitou como um leproso
em uma casa separada, porquanto fora cortado da casa do Senhor; e Jotão, seu
filho, estava sobre o reino, julgando o povo da terra.
22 E o restante dos atos de Uzias, os primeiros e os últimos, foram descritos por
Isaías, o profeta.
23 Uzias dormiu com seus pais, e foi sepultado junto a seus pais no campo do local
de sepultamento dos reis; porque diziam: Ele é um leproso. E Jotão, seu filho, reinou
em seu lugar.
2 Crônicas - Capítulo 27
1 Jotão tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e reinou
dezesseis anos em Jerusalém; o nome de sua mãe era Jerusa, filha de Zadoque.
2 Fez ele o que era reto aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que seu pai, Uzias,
fizera. Tão somente que ele não entrou no templo do Senhor. Mas, ainda, as
pessoas se corromperam.
3 Ele construiu a porta superior da casa do Senhor, e construiu muito no muro de
Opel.
4 Na montanha de Judá e nos bosques ele construiu duas moradas e torres.
5 Lutou contra o rei dos filhos de Amom, e prevaleceu contra ele. E os filhos de
Amom entregaram-lhe, anualmente, cem talentos de prata, dez mil coros de trigo e
dez mil de cevada. Estes, o rei dos filhos de Amom trouxe-lhe, anualmente, no
primeiro, no segundo e no terceiro anos.
6 E Jotão fortaleceu-se, porquanto dirigiu os seus caminhos na presença do Senhor,
seu Deus.
7 Mas o restante dos atos de Jotão, a sua guerra e as suas obras, eis que estão
escritos no Livro dos Reis de Judá e Israel.
8 9 Jotão dormiu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi; e Acaz, seu filho,
reinou em seu lugar.
2 Crônicas - Capítulo 28
1 Acaz tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e reinou
dezesseis anos em Jerusalém. Não fez ele o que era reto aos olhos do Senhor, como
Davi, seu pai.
2 Porém, andou nos caminhos dos reis de Israel, pois fez imagens de escultura.
3 E sacrificou para os seus ídolos no vale de Ben-Hinom, passando a seus filhos pelo
fogo, segundo as abominações dos gentios que o Senhor lançara fora de diante dos
filhos de Israel.
4 E queimou incenso nos lugares altos, sobre os telhados e debaixo de toda a árvore
frondosa.
5 Por causa disso, o Senhor, seu Deus, o entregou na mão do rei da Síria e o feriu,
levando cativos deles uma grande banda de prisioneiros; e os levaram para
Damasco. Também Deus o entregou nas mãos do rei de Israel, o qual lhe infligiu
uma grande derrota.
6 Peca, filho de Remalias, rei de Israel, matou em Judá, num só dia, cento e vinte mil
homens valentes; porquanto haviam abandonado ao Senhor, Deus de seus pais.
7 Zicri, homem valente de Efraim, matou a Maaséias, filho do rei, a Azricão, chefe de
sua casa, e a Elcana, deputado do rei.
8 E os filhos de Israel levaram cativos de seus irmãos trezentos mil, também
mulheres com seus filhos e filhas, e os despojaram de muita propriedade, trazendo
os despojos para Samaria.
9 Porém, estava ali um profeta do Senhor, cujo nome era Odede, o qual saiu ao
encontro do exército que voltava para Samaria, dizendo-lhes: Eis que a ira do
Senhor, Deus de vossos pais, está sobre Judá e ele os entregou em vossas mãos;
mas vós os matastes com ira, o que chegou até ao céu.
10 E, agora, falais de manter os filhos de Judá e de Jerusalém para servos e servas.
Não estou eu convosco para testemunhar ao Senhor, vosso Deus?
11 Agora, pois, ouvi-me, e restaurai os prisioneiros de vossos irmãos, a quem
tomastes; porque o ardor da ira do Senhor está sobre vós!
12 Então, os chefes dos filhos de Efraim levantaram-se, Azarias, filho de Joanã,
Berequias, filho de Meselemote, Jeisquias, filho de Salum e Amasa, filho de Hadlai,
contra aqueles que voltavam da guerra,
13 e disseram-lhes: Não ireis trazer os prisioneiros para nós, pois ainda que o pecado
contra o Senhor está sobre nós vós querei acrescentar mais aos nossos pecados e à
nossa culpa. Porque o nosso pecado é grande, e o ardor da ira do Senhor está sobre
Israel!
14 Então, os guerreiros deixaram os prisioneiros e os despojos diante dos príncipes e
de toda a congregação.
15 E os homens, os quais foram chamados por nome, levantaram-se, tomaram os
prisioneiros e vestiram a todos os que estavam nus, pois haviam sido despojados.
Deram-lhes roupas e sapatos, comida para comer e óleo para ungir-se. também
puseram a cada um que era fraco sobre jumentos, e os deixaram em Jericó, a cidade
das palmeiras, com os seus irmãos; e voltaram para Samaria.
16 Naquele tempo, o rei Acaz enviou mensageiros ao rei da Assíria, para vir ajudá-lo,
naquela ocasião,
17 porque os idumeus o tinham atacado e ferido a Judá, tomando uma quantidade
de prisioneiros.
18 Também os filisteus tinham feito um ataque contra as cidades da planície e
contra as cidades do sul de Judá, e tinham tomado Bete-Semes (tomaram eles as
coisas que estavam na casa do Senhor, na casa do rei e nas casas dos príncipes, e
deram-nas ao seu rei), Aijalom, Gederote, Socó e as suas aldeias, Timna e as suas
aldeias e Ginzo e as suas aldeias; e estabeleceram-se ali.
19 Pois o Senhor humilhara Judá por causa de Acaz, rei de Judá, porque ele
grandemente se afastou do Senhor.
20 E veio contra ele Tiglate-Pileser, rei da Assíria, que o afligiu.
21 Então, Acaz tomou as coisas que estavam na casa do Senhor, e as coisas que
estavam na casa do rei e na dos príncipes, e deu-as ao rei da Assíria; mas ele não o
favoreceu,
22 tão somente o atormentava em sua aflição; e ele afastou-se ainda mais do
Senhor. E disse o rei Acaz:
23 Buscarei os deuses de Damasco, que me feriram. E disse, ainda: Pois que os
deuses do rei da Síria o fortaleceram, também eu irei sacrificar a eles, e me ajudarão.
Todavia, tornaram-se uma pedra de tropeço para ele e para todo o Israel.
24 Então, Acaz removeu os utensílios da casa do Senhor e cortou-os em pedaços,
fechando as portas da casa do Senhor; e fez para si altares em todos os cantos de
Jerusalém.
25 E, em cada cidade de Judá, fez ele altos para queimar incenso a outros deuses.
Assim, provocaram ao Senhor, Deus de seus pais.
26 E o restante dos seus atos, tudo o que praticou, tanto os primeiros como os
últimos, eis que estão escritos no livro dos reis de Judá e Israel.
27 Acaz dormiu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi; porém, não o
puseram nos sepulcros dos reis de Israel. E Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar.
2 Crônicas - Capítulo 29
1 Ezequias começou a reinar com a idade de vinte e cinco anos, e reinou vinte e nove
anos em Jerusalém; o nome de sua mãe era Abia, filha de Zacarias.
2 Fez ele o que era reto aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que seu pai Davi
tinha feito.
3 E aconteceu que, quando ele foi estabelecido no seu reino, no primeiro mês, abriu
as portas da casa do Senhor, reparando-as.
4 Fez virem os sacerdotes e os levitas, e colocou-os no lado leste,
5 dizendo-lhes: Ouvi, ó levitas! Santificai-vos agora, e santificai a casa do Senhor,
Deus de vossos pais, expulsando a impureza dos lugares santos.
6 Porque nossos pais se revoltaram e fizeram o que era mau aos olhos do Senhor,
nosso Deus, e o deixaram; e desviaram os seus rostos do tabernáculo do Senhor,
virando-lhe as costas.
7 Fecharam as portas do templo, apagando as lâmpadas, e não queimaram incenso
nem ofereceram holocaustos no Santo Lugar ao Deus de Israel.
8 Por este motivo, o Senhor muito se indignou contra Judá e Jerusalém, e fez-lhes
um espanto, uma desolação e um escárnio, como vedes com os vossos próprios
olhos.
9 Eis que os vossos pais foram feridos com a espada, e vossos filhos, vossas filhas e
vossas esposas estão em cativeiro em uma terra estranha, até hoje.
10 Por isso, agora, está em meu coração o fazer um pacto, uma aliança com o
Senhor, Deus de Israel, para que ele possa desviar a sua terrível indignação de nós.
11 Agora, pois, não estejais em falta com o vosso dever, pois o Senhor vos escolheu
para estardes diante dele para o servirdes, para serdes ministros e queimadores de
incenso para ele.
12 Então, os levitas se dispuseram: Maate, filho de Amasai, e Joel, filho de Azarias,
dos filhos de Coate; e dos filhos de Merari, Quis, filho de Abdi, e Azarias, filho de
Jealelel; e dos filhos de Gérson, Joá, filho de Zima, e Éden, filho de Joá. Estes foram
os filhos de Joá.
13 E dos filhos de Elisafã, Simri e Jeiel; e dos filhos de Asafe, Zacarias e Matanias;
14 e dos filhos de Hemã, Jeuel e Simei; e dos filhos de Jedutum, Semaías e Uziel.
15 Ajuntaram-se eles aos seus irmãos e purificaram-se de acordo com o comando do
rei, por ordem do Senhor, para purificar a casa do Senhor.
16 Entraram os sacerdotes na casa do Senhor para purificá-la, e tiraram para fora
toda a imundícia que foi encontrada, para o pátio da casa do Senhor; e os levitas
apanharam-na para a lançae no ribeiro de Cedrom.
17 Começou Ezequias, no primeiro dia, na lua nova do primeiro mês, a purificar, e no
oitavo dia do mês ele entrou no templo do Senhor. E purificou a casa do Senhor em
oito dias. No décimo terceiro dia do primeiro mês eles terminaram o trabalho,
18 e foram ter com o rei Ezequias, dizendo: Acabamos de limpar todas as coisas na
casa do Senhor: o altar do holocausto e os seus utensílios, a mesa dos pães da
proposição e os seus utensílios;
19 e a todos os utensílios que o rei Acaz poluiu no seu reinado, em sua apostasia,
nós os preparamos e purificamos. Eis que estão diante do altar do Senhor.
20 Então, o rei Ezequias se levantou, de madrugada, ao amanhecer, reunindo os
principais da cidade, e foi até a casa do Senhor.
21 Trouxe ele sete bezerros, sete carneiros, sete cordeiros e sete crias de bodes para
oferta pelo pecado, pelo reino, pelas coisas sagradas e por Israel; e falou aos
sacerdotes, filhos de Arão, para irem até ao altar do Senhor.
22 Eles mataram os bezerros, e os sacerdotes tomaram o sangue e o derramaram
sobre o altar; mataram os carneiros e derramaram o sangue sobre o altar; também
mataram os cordeiros e derramaram o sangue em volta do altar.
23 Trouxeram, então, os bodes para sacrifício pelo pecado, perante o rei e a
congregação; e impuseram as mãos sobre eles.
24 Os sacerdotes os mataram, oferecendo o seu sangue como propiciação, sobre o
altar; e fizeram expiação por todo o Israel, porque o rei dissera: O holocausto e a
oferta pelo pecado são para todo o Israel.
25 E ele estabeleceu aos levitas na casa do Senhor com címbalos, alaúdes e harpas,
segundo o mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; pois,
pelo mandamento do Senhor, a ordenança estava na mão dos profetas.
26 Os levitas estavam em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes com as
trombetas.
27 Então, Ezequias disse-lhes para oferecerem o holocausto sobre o altar. E, quando
principiaram a oferecer o holocausto, eles começaram a cantar ao Senhor; e as
trombetas acompanharam os instrumentos de Davi, rei de Israel .
28 A congregação inteira estava adorando, os cantores de salmos cantando e as
trombetas soando, até que o holocausto tinha sido completamente oferecido.
29 E, quando eles tinham acabado de oferecê-lo, o rei e todos os que estavam ali
inclinaram-se e adoraram.
30 Então, o rei Ezequias e os príncipes disseram aos levitas para cantarem hinos ao
Senhor, com as palavras de Davi e de Asafe, o profeta; e eles cantaram hinos de
alegria, e prostraram-se e adoraram.
31 E Ezequias falou, dizendo-lhes: Agora, vos tendes consagrado ao Senhor;
aproximai-vos e oferecei sacrifícios de louvor na casa do Senhor. Então, a
congregação trouxe sacrifícios e ofertas de graças para a casa do Senhor; e todo
aquele que estava disposto em seu coração trouxe holocaustos.
32 O número dos holocaustos que a congregação trouxe foi de setenta bezerros,
cem carneiros e duzentos cordeiros; tudo isso em holocaustos ao Senhor.
33 Os bezerros consagrados foram seiscentos, e as ovelhas três mil.
34 Mas os sacerdotes eram poucos e não podiam esfolar os holocaustos, por este
motivo seus irmãos, os levitas, os ajudaram, até que o trabalho foi concluído e até
que os sacerdotes purificaram-se; pois os levitas purificaram-se mais zelosamente
do que os sacerdotes .
35 Porquanto o holocausto era abundante, com a gordura das ofertas de paz e as
libações para os holocaustos. E, desta forma, o serviço foi estabelecido na casa do
Senhor.
36 E Ezequias e todo o povo se alegraram, pois Deus tinha preparado o povo;
porque a coisa tinha sido feita de repente.
2 Crônicas - Capítulo 30
1 Ezequias enviou mensageiros por todo o Israel e Judá, e escreveu cartas a Efraim e
a Manassés, para que viessem à casa do Senhor em Jerusalém, para celebrar a
Páscoa ao Senhor, Deus de Israel.
2 Pois o rei, os príncipes e toda a congregação em Jerusalém decidiram celebrar a
Páscoa no segundo mês.
3 Porquanto não a puderam celebrar a tempo, porque um número suficiente de
sacerdotes não se tinha purificado e as pessoas não estavam reunidas em
Jerusalém.
4 E esta proposição agradou ao rei e a congregação.
5 Então, eles aprovaram um decreto, pelo qual uma proclamação deveria passar por
todo o Israel, desde Berseba até Dã, para que viessem e celebrassem a Páscoa ao
Senhor, Deus de Israel, em Jerusalém; porque a multidão não tinha feito isso,
ultimamente, de acordo com as Escrituras.
6 E os correios partiram com as cartas do rei e dos príncipes para todo o Israel e
Judá, segundo a ordem do rei, dizendo: Filhos de Israel, voltai para o Senhor, Deus
de Abraão, Isaque e Israel, e trazei de volta aqueles que escaparam, até mesmo
aqueles que foram deixados pelo rei da Assíria.
7 E não façais como vossos pais e irmãos, que se rebelaram contra o Senhor, Deus
de seus pais, e ele os entregou à desolação, como estais vendo.
8 Agora, portanto, não endureçais os vossos corações, como fizeram vossos pais!
Dai glória ao Senhor Deus e entrai no seu santuário, que ele santificou para sempre;
e servi ao Senhor, vosso Deus, para que desvie de vós a sua terrível cólera.
9 Porque, quando vos voltardes para o Senhor, vossos irmãos e vossos filhos
acharão misericórdia em todos os que os levaram cativos, e eles irão restaurá-los a
esta terra; porquanto o Senhor, nosso Deus, é misericordioso e apieda-se, e não
desviará de vós o seu rosto se vos voltardes para ele.
10 Assim, as mensagens passaram de cidade em cidade na montanha de Efraim, e
em Manassés, e tão distante quanto Zebulom. Mas eles, quando os viram, riram e
zombaram deles.
11 Todavia, os homens de Aser, e alguns de Manassés e de Zebulom, ficaram
envergonhados e vieram para Jerusalém e Judá.
12 E a mão do Senhor estava com eles para dar-lhes um só coração, para virem fazer
de acordo com as ordens do rei e dos príncipes, conforme a palavra do Senhor.
13 E uma grande multidão foi reunida em Jerusalém para celebrar a Festa dos Pães
Ázimos, no segundo mês; uma congregação mui grande.
14 E levantaram-se, arrancando os altares que havia em Jerusalém; e tudo em que
eles queimavam incenso a deuses falsos derrubaram e lançaram no ribeiro de
Cedrom.
15 Então, mataram o cordeiro da Páscoa, no décimo quarto dia do segundo mês; e
os sacerdotes e os levitas arrependeram-se, purificaram-se e trouxeram holocaustos
à casa do Senhor.
16 Puseram-se, então, no seu posto, segundo a ordenança, o mandamento de
Moisés, homem de Deus; e os sacerdotes tomaram o sangue da mão dos levitas.
17 Pois uma grande parte da congregação não se havia santificado; porém, os levitas
estavam preparados para matar o cordeiro da Páscoa para todos os que não
puderam santificar-se ao Senhor.
18 Porque a maior parte do povo de Efraim e Manassés, Issacar e Zebulom, não se
tinha purificado, e comeram a Páscoa contrariamente a escritura. Por conta disso,
também Ezequias orou a respeito deles, dizendo:
19 Ó bom Deus, sejas misericordioso com relação a cada coração que busca
sinceramente ao Senhor, Deus de seus pais, mas não está purificado segundo a
purificação do santuário.
20 Então, o Senhor ouviu a Ezequias, e sarou o povo.
21 E os filhos de Israel que estavam presentes em Jerusalém celebraram a Festa dos
Pães Ázimos por sete dias, com grande alegria; e continuaram a cantar hinos ao
Senhor, diariamente, enquanto os sacerdotes e os levitas tocavam instrumentos ao
Senhor.
22 Ezequias incentivou todos os levitas, e aqueles que tinham bom entendimento
do Senhor, e eles mantiveram, completamente, a festa dos pães ázimos por sete
dias, oferecendo ofertas pacíficas e confessando ao Senhor, Deus de seus pais.
23 Então, a congregação propôs, em conjunto, manter outros sete dias; e
continuaram por mais sete dias, com alegria.
24 Pois Ezequias separara para Judá, para a congregação, mil novilhos e sete mil
ovelhas; e os príncipes separaram para as pessoas mil bezerros e dez mil ovelhas, e
as coisas sagradas dos sacerdotes, abundantemente.
25 E toda a congregação, e os sacerdotes e os levitas, alegraram-se, toda a
congregação de Judá, os que estavam presentes de Jerusalém, os estrangeiros que
vieram da terra de Israel e os habitantes de Judá.
26 E houve grande alegria em Jerusalém. Desde os dias de Salomão, filho de Davi,
rei de Israel, não acontecera essa festa em Jerusalém.
27 Então, os levitas sacerdotes se levantaram e abençoaram o povo; e a voz deles
foi ouvida, porque a sua oração chegou à sua santa morada, até ao céu.
2 Crônicas - Capítulo 31
2 Crônicas - Capítulo 32
1 Depois destas coisas e desse lidar fiel, veio Senaqueribe, rei da Assíria. Veio ele a
Judá, e acampou-se contra as cidades fortificadas, intentando tomá-las para si
mesmo.
2 Ezequias viu que Senaqueribe estava chegando, e que mostrava disposição para
lutar contra Jerusalém.
3 E tomou conselho com os seus anciãos e com os seus poderosos para tapar os
poços de água que estavam fora da cidade; e eles o ajudaram.
4 Reuniu ele muitas pessoas, e tapou os poços de água e o rio que corria pelo meio
da cidade, dizendo: Para que o rei da Assíria não venha e encontre muitas águas, e
fortaleça-se.
5 Então, Ezequias, cobrando ânimo, edificou todo o muro que tinha sido derrubado,
e as torres. E levantou um outro muro externo, fortificou o lugar forte da cidade de
Davi e preparou armas em abundância.
6 Nomeou ele oficiais de guerra sobre o povo. Eles estavam reunidos, para
encontrá-lo, no lugar aberto da porta do vale; e ele incentivou-os, dizendo:
7 Sede fortes e corajosos, não temais nem vos espanteis ante o rei da Assíria e ante
toda a nação que está com ele; pois mais estão conosco do que com ele!
8 Com ele estão braços de carne; mas conosco está o Senhor, nosso Deus, para nos
salvar e lutar a nossa batalha. E as pessoas foram incentivadas pelas palavras de
Ezequias, rei de Judá.
9 Depois disto, Senaqueribe, rei da Assíria, enviou os seus servos a Jerusalém; e foi-
se contra Laquis, e todo o seu exército com ele. E enviou mensageiros a Ezequias,
rei de Judá, e a todo o Judá que estava em Jerusalém, dizendo:
10 Assim diz Senaqueribe, rei da Assíria: No que pondes a vossa confiança,
pensando que podereis resistir ao cerco de Jerusalém?
11 Não vos enganou Ezequias, para entregar-vos a morte, a fome e a sede, dizendo-
vos: O Senhor nosso Deus nos livrará das mãos do rei da Assíria?
12 Não é este mesmo Ezequias que derrubou os seus altares e os seus altos, e tem
falado a Judá e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Adorareis perante este altar,
e sobre ele queimareis incenso?
13 Não sabeis vós o que eu e meus pais fizemos a todos os povos das nações? Será
que os deuses das nações de toda a terra a resgataram o seu povo da minha mão?
14 Quem há entre todos os deuses daquelas nações que meus pais destruíram digno
de confiança? Puderam eles livrar o seu povo da minha mão, para que o vosso Deus
vos possa livrar das minhas mãos?
15 Agora, pois, não deixeis que Ezequias vos engane; não permitais que ele vos faça,
assim, confiantes, e não acrediteis nele; porque nenhum deus de qualquer reino ou
nação é de capaz de livrar o seu povo da minha mão ou da mão do meu pais;
portanto, o vosso Deus não vos poderá livrar da minha mão.
16 Então, os seus servos continuaram a falar contra o Senhor Deus, e contra o seu
servo, Ezequias.
17 E ele escreveu uma carta para afrontar ao Senhor, Deus de Israel; e falou a
respeito dele, dizendo: Assim como os deuses das nações da terra não livraram o
seu povo da minha mão, assim também o Deus de Ezequias não poderá, de maneira
nenhuma, livrar o seu povo da minha mão.
18 E clamou com grande voz, na língua judaica, ao povo de Jerusalém que estava no
muro, conclamando-os para ajudá-los, derrubando os muros, para que pudessem
tomar a cidade.
19 Falou ele contra o Deus de Jerusalém, assim como contra os deuses dos povos da
terra, obras das mãos dos homens.
20 O rei Ezequias e Isaías, o profeta, filho de Amós, oraram a respeito destas coisas,
e clamaram ao céu.
21 Então, o Senhor enviou um anjo e ele destruiu a todo homem poderoso e
guerreiro, líder e capitão do arraial do rei da Assíria; e ele voltou, envergonhado, à
sua terra, indo para a casa de seu deus. E alguns que haviam saído de seus próprios
lombos o mataram à espada.
22 Assim, o Senhor livrou Ezequias e os moradores de Jerusalém das mãos de
Senaqueribe, rei da Assíria, e da mão de todos os seus inimigos, e lhes deu descanso
ao redor.
23 E muitos trouxeram presentes ao Senhor, a Jerusalém, e presentes para
Ezequias, rei de Judá; e ele foi exaltado perante os olhos de todas as nações, depois
destas coisas.
24 Naqueles dias, Ezequias esteve doente, próximo da morte, e orou ao Senhor, e
ele lhe deu ouvidos, dando-lhe um sinal.
25 Ezequias, porém, não retribuiu ao Senhor de acordo com o que ele fez, mas o seu
coração se exaltou; e veio grande ira sobre ele, e também sobre Judá e Jerusalém.
26 Então, Ezequias humilhou-se, depois da exaltação do seu coração, ele e os
habitantes de Jerusalém; e a ira do Senhor não veio sobre eles, nos dias de
Ezequias.
27 Tinha Ezequias riqueza e grande glória, e fez para si tesourarias para o ouro, a
prata e as pedras preciosas, assim como para as especiarias, e depósitos para as
armas e para os vasos preciosos.
28 Também fez cidades para guardar a produção de trigo, de mosto e de azeite, e
estábulos e manjedouras para todo o tipo de gado, e currais para os rebanhos,
29 além das cidades que ele construiu para si. E possuia ovelhas e bois em
abundância, porque que o Senhor lhe dera grandes possessões.
30 O mesmo Ezequias tapou o curso superior das águas de Giom, trazendo a água
para baixo, em linha reta, ao sul da cidade de Davi. E Ezequias prosperou em todas
as suas obras.
31 Não obstante, no que diz respeito aos embaixadores dos príncipes de Babilônia
que foram enviados a ele para perguntar-lhe sobre o prodígio que se dera naquela
terra, o Senhor o deixou, para prová-lo, para saber o que estava em seu coração.
32 Mas o restante dos atos de Ezequias, e a sua bondade, eis que está tudo escrito
na profecia de Isaías, filho de Amós, o profeta, e no livro dos reis de Judá e Israel.
33 Ezequias dormiu com seus pais e foi sepultado em um lugar elevado, entre os
sepulcros dos filhos de Davi; e todo o Judá e os moradores de Jerusalém deram-lhe
glória e honra na sua morte. E Manassés, seu filho, reinou em seu lugar.
2 Crônicas - Capítulo 33
1 Manassés tinha doze anos de idade quando começou a reinar, e reinou cinquenta
e cinco anos em Jerusalém.
2 E fez o que era mal aos olhos do Senhor, segundo todas as abominações dos
gentios que o Senhor destruíra diante da face dos filhos de Israel.
3 Voltou a construir os lugares altos que seu pai Ezequias tinha derrubado, levantou
imagens para os baalins e fez bosques; e adoraram a todo o exército dos céus, e os
serviram.
4 E edificou ele altares na casa do Senhor, a respeito da qual o Senhor tinha dito: Em
Jerusalém estará o meu nome, para sempre.
5 Também edificou altares a todo o exército dos céus nos dois átrios da casa do
Senhor.
6 E passou a seus filhos pelo fogo no vale de Ben-Hinom, praticou adivinhações,
usou de auspícios e feitiços, e designou os que tinham espíritos adivinhadores e os
encantadores, praticando maldades abundantes perante o Senhor, para o provocar.
7 Também pôs a imagem de escultura, a estátua fundida, o ídolo que tinha feito, na
casa de Deus, da qual Deus tinha dito a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa, e em
Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome, para sempre.
8 E não mais removerei o pé de Israel da terra que dei a seus pais, contanto que
tenham cuidado de fazer todas as coisas que lhes ordenei, conforme a toda a lei, os
decretos e as decisões proferidas por mão de Moisés.
9 Desta maneira, Manassés desviou a Judá e aos habitantes de Jerusalém, para
fazerem o mal além de todas as nações que o Senhor lançara fora de diante dos
filhos de Israel.
10 E o Senhor falou a Manassés e ao seu povo, porém, não lhe deram ouvidos.
11 Então, o Senhor trouxe sobre eles os capitães do exército do rei da Assíria, e
aprisionaram Manassés, amarrando-o com cadeias e levando-o para a Babilônia.
12 Mas, quando estava aflito, ele buscou a face do Senhor, seu Deus, humilhando-se
muito diante da face do Deus de seus pais.
13 Orou para ele, e ele lhe deu ouvidos, ouvindo o seu clamor e trazendo-o de volta
a Jerusalém, ao seu reino; e Manassés soube que o Senhor é Deus.
14 Depois disto, construiu um muro fora da cidade de Davi, de sudoeste para o sul,
nos vales e na entrada da Porta dos Peixes, saindo pela porta e ao seu redor, indo
até Ofel, e levantou-o muito; e pôs oficiais do exército em todas as cidades
fortificadas em Judá.
15 Removeu ele os deuses estranhos e as imagens de escultura para fora da casa do
Senhor, e a todos os altares que tinha edificado no monte da casa do Senhor, em
Jerusalém e fora da cidade.
16 E reparou o altar do Senhor, oferecendo sobre ele um sacrifício de ofertas
pacíficas e de ações de graças; e disse a Judá para servirem ao Senhor, Deus de
Israel.
17 Contudo, o povo ainda sacrificava nos altos; mas somente para o Senhor, seu
Deus.
18 E o restante dos atos de Manassés, e a sua oração a Deus, assim como as palavras
dos videntes que lhe falaram em nome do Deus de Israel,
19 eis que estão registrados em sua oração. E Deus lhe deu ouvidos. E todos os seus
pecados, e as suas rebeldias, e os pontos onde ele construiu os lugares altos, pondo
lá bosques e imagens de escultura, antes de se arrepender, eis que estão escritos
nos livros dos videntes.
20 E Manassés dormiu com seus pais, sendo sepultado no jardim da sua casa; então,
Amom, seu filho, reinou em seu lugar.
21 Tinha Amom vinte e dois anos quando começou a reinar, e reinou dois anos em
Jerusalém.
22 Fez ele o que era mau aos olhos do Senhor, como seu pai Manassés fizera. Amom
sacrificou a todos os ídolos que Manassés, seu pai, tinha feito, e os serviu.
23 Porém, ele não se humilhou diante do Senhor, como seu pai Manassés se havia
humilhado; pois Amom, seu filho, abundou em transgressão.
24 Então, seus servos conspiraram contra ele, matando-o em sua casa.
25 Mas o povo da terra feriu aos homens que conspiraram contra o rei Amom; e o
povo da terra pôs Josias, seu filho, como rei em seu lugar.
2 Crônicas - Capítulo 34
1 Josias tinha oito anos quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em
Jerusalém.
2 Fez ele o que era reto aos olhos do Senhor, andando nos caminhos de Davi, seu
pai; e não se desviou nem para a direita nem para a esquerda.
3 No oitavo ano do seu reinado, sendo ainda jovem, ele começou a buscar ao Deus
de seu pai Davi, e no décimo segundo ano de seu reinado começou a purificar Judá
e Jerusalém dos altos, dos bosques e dos ornamentos para os altares, e das
imagens de fundição.
4 Derrubou ele os altares de Baal que estavam diante de sua face, e os altos que
estavam acima deles; cortou os bosques e as imagens esculpidas, e quebrou as
imagens fundidas, reduzindo-as a pó, o qual lançou sobre a superfície dos túmulos
dos que tinham sacrificado a elas.
5 E queimou os ossos dos sacerdotes sobre os altares, purificando a Judá e a
Jerusalém.
6 Assim o fez nas cidades de Manassés, de Efraim, de Simeão e de Naftali, e nos
lugares ao redor delas.
7 Também derrubou os altares e os bosques, e cortou os ídolos em pequenos
pedaços, e cortou a todos os altos de toda a terra de Israel. Depois disto, voltou
para Jerusalém.
8 No décimo oitavo ano de seu reinado, depois de ter purificado a terra e a casa,
enviou a Safã, filho de Azalias, a Maaséias, prefeito da cidade, e a Joá, filho de
Jeoacaz, seu cronista, para repararem a casa do Senhor, seu Deus.
9 Então, eles vieram para Hilquias, o sumo sacerdote, e deram-lhe o dinheiro que se
tinha trazido à casa de Deus, o qual os levitas que guardavam a porta haviam
recolhido da mão de Manassés e de Efraim, dos príncipes e de cada um que fora
deixado em Israel, dos filhos de Judá e de Benjamim, e dos habitantes de Jerusalém.
10 Entregaram-no nas mãos dos trabalhadores que estavam nomeados na casa do
Senhor, os quais o deram aos operários que trabalhavam na casa do Senhor, para
reparar e fortalecer a casa.
11 Deram-no também aos carpinteiros e construtores para comprar pedras lavradas
e madeira para vigas, para cobrir as casas que os reis de Judá tinham destruído.
12 Os homens houveram-se fielmente com as obras, e sobre eles estavam
superintendentes: Jaate e Obadias, levitas dos filhos de Merari, e Zacarias e
Mesulão, dos filhos de Coate, nomeados para supervisionar; e cada levita, e todo
aquele que sabia como tocar em instrumentos musicais.
13 Os superintendentes estavam sobre os carregadores de carga e sobre todos os
trabalhadores, nos seus respectivos trabalhos; e, dos levitas, foram designados
escribas e juízes, e os porteiros.
14 E quando eles apresentaram o dinheiro que se tinha trazido à casa do Senhor,
Hilquias, o sacerdote, achou o livro da lei do Senhor, dada por intermédio de
Moisés.
15 Então, Hilquias falou com Safã, o escrivão, dizendo-lhe: Encontrei um livro da lei
na casa do Senhor. E Hilquias deu o livro para Safã.
16 E Safã trouxe o livro ao rei. Além disso, deu conta ao rei, dizendo: Este é todo o
dinheiro entregue nas mãos dos teus servos que fazem o trabalho.
17 Pois eles recolheram o dinheiro que se achou na casa do Senhor, entregando-o
nas mãos dos superintendentes e nas mãos dos que faziam o trabalho.
18 E Safã, o escrivão, trouxe uma mensagem ao rei, dizendo: Hilquias, o sacerdote,
deu-me um livro. E Safã leu, diante do rei.
19 E sucedeu que, quando o rei ouviu as palavras da lei, rasgou as suas vestes.
20 E ordenou o rei a Hilquias e a Aicão, filho de Safã, a Abdom, filho de Mica, a Safã,
o escrivão, e a Asaias, o servo do rei, dizendo:
21 Ide, consultai ao Senhor por mim e por cada um que resta em Israel e em Judá,
sobre as palavras deste livro que se achou; pois grande é a ira do Senhor, que se
acendeu no meio de nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras do
Senhor para fazerem conforme a todas as coisas escritas neste livro.
22 Então, Hilquias foi ter, e os outros a quem o rei havia falado, com Hulda, a
profetisa, mulher de Salum, filho de Tocate, filho de Harás, que guardava os
mandamentos. Habitava ela em Jerusalém, na segunda quarta parte da cidade. E
falaram com ela, a respeito deste assunto.
23 E disse-lhes ela: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Dizei ao homem que vos
enviou a mim:
24 Assim diz o Senhor: Eis que eu trarei mal sobre este lugar, todas as palavras que
estão escritas no livro que foi lido perante o rei de Judá;
25 porque a mim me deixaram, e queimaram incenso a deuses estranhos,
provocando-me com todas as obras das suas mãos; portanto, a minha ira se
acendeu contra este lugar, e não se apagará.
26 E a respeito do rei de Judá, que vos enviou para buscar ao Senhor, assim lhe
direis: Assim diz o Senhor, Deus de Israel, acerca das palavras que ouviste:
27 Porquanto o teu coração se envergonhou, e te humilhaste diante de mim quando
ouviste as minhas palavras contra este lugar e contra os seus moradores, e estiveste
humilhado diante de mim, rasgando as tuas vestes, e choraste diante de mim; eu
também te ouvi, diz o Senhor.
28 Eis que reunir-te-ei aos teus pais, e serás recolhido ao teu sepulcro em paz; os
teus olhos não olharão para todos os males que estou trazendo sobre este lugar e
sobre os seus habitantes. E eles trouxeram de volta a mensagem ao rei.
29 Então, o rei ordenou, e reuniu os anciãos de Judá e de Jerusalém.
30 E o rei subiu à casa do Senhor, ele e todo o Judá, e os habitantes de Jerusalém, e
os sacerdotes e os levitas, e todo o povo, grandes e pequenos; e ele leu aos ouvidos
deles todas as palavras do livro do pacto, que fora encontrado na casa do Senhor.
31 O rei estava junto à coluna, e fez um pacto perante o Senhor, para andar diante
de Deus, guardando os seus mandamentos e os seus testemunhos, e os seus juízos,
com todo o seu coração e com toda a sua alma, a fim de cumprir as palavras do
pacto que estavam escritas naquele livro.
32 E fez com que todos os que se achavam em Jerusalém e em Benjamim o
firmassem. Então, os habitantes de Jerusalém fizeram um pacto na casa do Senhor,
Deus de seus pais.
33 E Josias removeu todas as abominações de toda a terra que pertencia aos filhos
de Israel, fazendo com que todos os que se achavam em Jerusalém e em Israel
servissem ao Senhor, seu Deus, por todos os seus dias. E ele não se desviou de
seguir ao Senhor, Deus de seus pais.
2 Crônicas - Capítulo 35
2 Crônicas - Capítulo 36
1 Então, o povo da terra tomou a Jeoacaz, filho de Josias; ungiram-no e o fizeram rei
sobre Jerusalém, no lugar de seu pai.
2 Jeoacaz tinha vinte e três anos de idade quando começou a reinar, e reinou três
meses em Jerusalém. O nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
Fez ele o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo o que seus pais haviam
feito. Então, Faraó Neco o prendeu em Diblataim, na terra de Hamate, para que não
reinasse em Jerusalém.
3 E o rei o fez passar para o Egito, impondo um tributo sobre a terra: cem talentos
de prata e um talento de ouro.
4 E Faraó Neco fez a Eliaquim, filho de Josias, rei sobre Judá no lugar de seu pai
Josias, mudando-lhe o nome para Jeoaquim. E Faraó Neco tomou a seu irmão,
Jeoacaz, levando-o para o Egito, e morreu ali. Todavia, ele tinha dado a prata e o
ouro a Faraó. Naquela época, a terra começou a ser tributada para entregar o
dinheiro, por ordem de Faraó; e cada um, o quanto podia, tomava emprestado a
prata e o ouro do povo da terra, para a dar a Faraó Neco.
5 Jeoaquim tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou onze anos
em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zebida, filha de Pedaias, de Ruma. Fez ele o
que era mau aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que seus pais fizeram. Nos
seus dias veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, para a terra, e ele serviu-lhe três
anos; mas, depois, se revoltaram contra ele. Então, o Senhor enviou contra eles os
caldeus, bandos saqueadores de sírios e bandos saqueadores de moabitas, e dos
filhos de Amom e de Samaria. Todavia, depois disso, eles foram embora, segundo a
palavra do Senhor, entregue pelas mãos de seus servos, os profetas. No entanto, a
ira do Senhor estava sobre Judá, de modo que eles deveriam ser removidos da sua
presença por causa dos pecados de Manassés, em tudo o que ele fizera, e por causa
do sangue inocente que derramara Jeoaquim; por que ele encheu Jerusalém de
sangue inocente; mas o Senhor não os quis destruir totalmente.
6 Nabucodonosor, rei da Babilônia, subiu contra ele, e amarraram-no com cadeias
de bronze, trazendo-o para Babilônia.
7 E ele levou uma parte dos vasos da casa do Senhor à Babilônia; e pô-los no seu
templo, em Babilônia.
8 Mas o restante dos atos de Jeoaquim, e tudo quanto fez, não estão essas coisas
escritas no livro das Crônicas dos Reis de Judá? Jeoaquim dormiu com seus pais, e
foi sepultado com eles, em Ganozá; e Jeconias, seu filho, reinou em seu lugar.
9 Jeconias tinha dezoito anos de idade quando começou a reinar, reinando três
meses e dez dias em Jerusalém; e fez o que era mal aos olhos do Senhor.
10 Na virada do ano, o rei Nabucodonosor mandou que o levassem para a Babilônia,
juntamente com os vasos preciosos da casa do Senhor; e fez Zedequias, irmão de
seu pai, rei sobre Judá e Jerusalém.
11 Zedequias tinha vinte e um anos de idade quando começou a reinar, e reinou onze
anos em Jerusalém.
12 Fez ele o que era mau aos olhos do Senhor, seu Deus. Não se envergonhou diante
do profeta Jeremias, nem por causa da palavra do Senhor,
13 quando rebelou-se contra o rei Nabucodonosor, o que ele se conjurara por Deus a
não fazer. Porém, endureceu a sua cerviz e o seu coração para não voltar ao Senhor,
Deus de Israel.
14 E todos os grandes homens de Judá, os sacerdotes e a gente da terra,
transgrediram abundantemente nas abominações dos gentios, e profanaram a casa
do Senhor que estava em Jerusalém.
15 E o Senhor, Deus de seus pais, falou-lhes por mão de seus profetas, madrugando
e enviando-lhes os seus mensageiros; porque ele se compadecera do seu povo e do
seu santuário.
16 Porém, eles escarneceram dos seus mensageiros, aviltaram as suas palavras e
zombaram dos seus profetas, até que o furor do Senhor se levantou contra o seu
povo, não havendo mais nenhum remédio.
17 E trouxe sobre eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na
casa do seu santuário. Não poupou ele a Zedequias nem teve piedade de suas
virgens, levando também os seus anciãos, E o Senhor entregou a todas as coisas em
suas mãos.
18 E todos os utensílios da casa de Deus, os grandes e os pequenos, e os tesouros da
casa do Senhor, e todos os tesouros do rei e dos grandes homens, tudo ele trouxe
para a Babilônia.
19 Queimou ele a casa do Senhor, e derrubou o muro de Jerusalém e queimou os
seus palácios, destruindo completamente a todos os vasos agradáveis,
20 e levou o restante para a Babilônia. E tornaram-se servos dele e de seus filhos até
ao estabelecimento do reino dos medos,
21 para que a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, pudesse ser cumprida, até
que a terra devesse desfrutar de seus sábados, em descanso e guarda do sábado,
por todos os dias da sua desolação, até o cumprimento de setenta anos.
22 No primeiro ano de Ciro, rei dos persas, após o cumprimento da palavra do
Senhor, dada pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da
Pérsia, e disse-lhe para passar uma proclamação por escrito, ao longo de todo o seu
reino, dizendo:
23 Assim diz Ciro, rei dos persas, a todos os reinos da terra: O Senhor, Deus do céu,
deu-me poder, e ele me mandou construir-lhe uma casa em Jerusalém, que está em
Judá. Quem dentre vós é de todo o seu povo? Que suba, e o seu Deus estará com
ele.
ESDRAS
Esdras - Capítulo 1
1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor
dada pela boca de Jeremias, o Senhor suscitou o espírito de Ciro, rei dos Persas, e
ele emitiu uma proclamação por todo o seu reino, por escrito, dizendo:
2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do céu, entregou-me todos os reinos
da terra, e também ele me deu um encargo para edificar-lhe uma casa em
Jerusalém, que está na Judeia.
3 Quem há entre vós de todo o seu povo? pois seu Deus estará com ele, e deverá ir à
Jerusalém, que está na Judeia, para construir a casa do Deus de Israel. Ele é o Deus
que está em Jerusalém.
4 Permiti, pois, a todo o judeu que restou ir, de todos os lugares aonde peregrinam;
e os homens do seu lugar deverão ajudá-lo com a prata, com o ouro, com os bens e
o gado, juntamente com a sua oferta voluntária para a casa de Deus, que está em
Jerusalém.
5 Então, os chefes das famílias de Judá e Benjamin levantaram-se, e os sacerdotes, e
os levitas, e todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a
casa do Senhor, que está em Jerusalém.
6 E todos os que estavam ao redor fortaleceram as suas mãos com vasos de prata,
com ouro, com bens e com gado, e com presentes, além das ofertas voluntárias.
7 Também o rei Ciro tirou os utensílios da casa do Senhor, que Nabucodonosor tinha
trazido de Jerusalém e posto na casa de seu deus;
8 Ciro, rei dos persas, os tirou, pela mão de Mitredate, o tesoureiro, e os contou
para Sesbazar, o principal homem de Judá.
9 E este é o seu número: trinta bacias de ouro, mil bacias de prata, vinte e nove
mudas de roupa, trinta taças de ouro,
10 quatrocentos e dez vasos duplos de prata, e milhares de outros vasos.
11 Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos, tudo o que
subiu com Sesbazar do local para onde haviam sido transportados, de Babilônia,
para Jerusalém.
Esdras - Capítulo 2
1 E estes são os povos da terra que subiram, do número de prisioneiros que haviam
sido removidos, a quem Nabucodonosor, rei da Babilônia, tinha levado para a
Babilônia. E eles voltaram para Judá e para Jerusalém, cada um para a sua cidade.
2 Os que vieram com Zorobabel: Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías, Mordecai, Bilsã,
Mispar, Bigvai, Reum e Baaná. E este é o número das pessoas de Israel:
3 Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois;
4 os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois;
5 os filhos de Ara, setecentos e setenta e cinco;
6 os filhos de Paate Moabe, pertencentes aos filhos de Jesua e de Joabe, dois mil
oitocentos e doze;
7 os filhos de Elão, mil duzentos e setenta e quatro;
8 os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e cinco;
9 os filhos de Zacai, setecentos e sessenta;
10 os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois;
11 os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três;
12 os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois;
13 os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis;
14 os filhos de Bigvai, dois mil e cinquenta e seis;
15 os filhos de Adim, quatrocentos e cinquenta e quatro;
16 os filhos de Ater, filho de Ezequias, noventa e oito;
17 os filhos de Bezai, trezentos e vinte e três;
18 os filhos de Jora, cento e doze;
19 os filhos de Hasum, duzentos e vinte e três;
20 os filhos de Gibar, noventa e cinco;
21 os filhos de Belém, cento e vinte e três;
22 os filhos de Netofa, cinquenta e seis;
23 os filhos de Anatote, cento e vinte e oito;
24 os filhos de Azmavete, quarenta e três;
25 os filhos de Quiriate-Arim, Quefira e Beerote, setecentos e quarenta e três;
26 os filhos de Ramá e de Geba, seiscentos e vinte e um;
27 os homens de Micmás, cento e vinte e dois;
28 os filhos de Betel e Ai, quatrocentos e vinte e três;
29 os filhos de Nebo, cinquenta e dois;
30 os filhos de Magbis, cento e cinquenta e seis;
31 os filhos de Elamar, mil duzentos e cinquenta e quatro;
32 os filhos de Elão, trezentos e vinte;
33 os filhos de Lode, Hadide e Ono, setecentos e vinte e cinco;
34 os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco;
35 os filhos de Senaá, três mil seiscentos e trinta;
36 os sacerdotes, filhos de Jedaías, pertencentes à casa de Jesua, novecentos e
setenta e três;
37 os filhos de Imer, mil e cinquenta e dois;
38 os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete;
39 os filhos de Harim, mil e sete;
40 os levitas, filhos de Jesua e Cadmiel, que pertencem aos filhos de Hodavias,
setenta e quatro;
41 os filhos de Asafe, cantores, cento e vinte e oito;
42 os filhos dos porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmon,
os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai; ao todo, cento e trinta e
nove;
43 os netinim: os filhos de Zia, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,
44 os filhos de Queros, os filhos de Sia, os filhos de Padom,
45 os filhos de Lebaná, os filhos de Hagaba, os filhos de Acube,
46 os filhos de Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã,
47 os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de Reaías,
48 os filhos de Rezim, os filhos de Necoda, os filhos de Gazão,
49 os filhos de Uzá, os filhos de Paseá, os filhos de Besai,
50 os filhos de Asna, os filhos de Meuni, os filhos de Nefusi,
51 os filhos de Bacbuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Harur,
52 os filhos de Bazlute, os filhos de Meída, os filhos de Harsa,
53 os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tama,
54 os filhos de Neziá, os filhos de Hatifa;
55 os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos
de Peruda,
56 os filhos de Jaalá, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,
57 os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete, os filhos de
Hazebaim, os filhos de Ami.
58 Todos os netinim e os filhos dos servos de Salomão foram trezentos e noventa e
dois.
59 E estes são os que subiram de Tel-Melá, Tel-Harsa, Querube, Adã e Imer, mas não
foram capazes de dizer a casa de seus pais e a sua linhagem, e se eram de Israel:
60 Os filhos de Delaías, os filhos de Bua, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda,
seiscentos e cinquenta e dois;
61 e dos filhos dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de
Barzilai, que tomou mulher das filhas de Barzilai o gileadita, e que foi chamado pelo
seu nome.
62 Estes procuraram a seu genealogia, como se tivessem sido contados, mas não
foram encontrados, e foram removidos, por imundos, do sacerdócio.
63 E o governador lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que um
sacerdote se levantasse com Luzes e Perfeições.
64 Toda a congregação, em seu conjunto, era ao redor de quarenta e dois mil
trezentos e sessenta,
65 afora os seus servos e as suas servas. Eram, estes, sete mil trezentos e trinta e
sete. E entre eles se achavam duzentos cantores e cantoras.
66 Os seus cavalos eram setecentos e trinta e seis; as suas mulas, duzentas e
quarenta e cinco;
67 os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco; os seus burros, seis mil
setecentos e vinte.
68 Alguns dos chefes de famílias, quando entraram na casa do Senhor, que estava
em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Deus, para estabelecê-la em
seu lugar preparado;
69 de acordo com o seus recursos eles deram, para o tesouro da obra, sessenta e
uma mil peças de ouro puro, cinco mil minas de prata e cem vestes sacerdotais.
70 Então, os sacerdotes e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores como os
porteiros, e os netinim, habitaram nas suas cidades, como também todo o Israel.
Esdras - Capítulo 3
Esdras - Capítulo 4
1 Ageu, o profeta, e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em
Judá e em Jerusalém, em nome do Deus de Israel.
2 Então, se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e
começaram a edificar a casa de Deus que estava em Jerusalém, e com eles estavam
os profetas de Deus, assistindo-os.
3 Ao mesmo tempo, foram ao encontro deles Tatenai, o governador dalém do rio, e
Setar-Bozenai e os seus companheiros de serviço, e falaram-lhes assim: Quem
baixou um decreto para vós construirdes esta casa, e para fazerdes esta
preparação?
4 E perguntaram-lhes: Quais são os nomes dos homens que constroem esta cidade?
5 Mas os olhos de Deus estavam sobre o cativeiro de Judá, e eles não os impediram
até que o decreto fosse trazido para Dario. E foi enviado pelo coletor de tributos, a
respeito disto,
6 a cópia de uma carta que Tatenai, o governador da parte deste lado do rio, e
Setar-Bozenai e seus companheiros de serviço, os afarsaquitas, que estavam deste
lado do rio, enviaram ao rei Dario.
7 E enviaram-lhe um relatório, no qual estava escrito: Paz completa ao rei Dario.
8 Saiba o rei que nós fomos à terra de Judá, à casa do grande Deus, e a estão
construindo com pedras escolhidas, colocando madeiras nas paredes; e o trabalho
está prosperando, progredindo favoravelmente em suas mãos.
9 Então, interrogamos àqueles anciãos, e assim lhes dissemos: Quem vos deu
ordem para edificar a esta casa, e para fazerdes esta preparação?
10 E perguntamos-lhes pelos seus nomes, para declará-los a ti, a fim de descrever
para ti os nomes de seus principais homens.
11 Contudo, eles assim nos responderam, dizendo: Somos servos do Deus do céu e
da terra, e estamos construindo a casa que havia sido construída muitos anos antes,
a qual um grande rei de Israel construiu, estabelecendo-a para ele .
12 Porém, depois que nossos pais provocaram Ao Deus do céu, ele os entregou nas
mãos de Nabucodonosor, o caldeu, rei de Babilônia, e ele destruiu esta casa,
transportando o povo, cativo, para a Babilônia.
13 Mas no primeiro ano do rei Ciro, ele baixou um decreto para que esta casa de
Deus devesse ser construída.
14 E até os utensílios de ouro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonosor tirou
da casa que estava em Jerusalém, levando-os para o templo do rei, a estes ordenou
o rei Ciro que fossem trazidos para fora do templo do rei, e deu-os a Sesbazar, o
tesoureiro, que estava sobre o tesouro;
15 e disse-lhe: Toma todos os vasos e vai, coloca-os na casa que está em Jerusalém,
em seu lugar.
16 Então, Sesbazar veio e lançou os fundamentos da casa de Deus em Jerusalém, e
desde aquele tempo até agora tem continuado a construção, e ainda não foi
finalizada.
17 E agora, se parece bem ao rei, que a pesquisa seja feita na casa do tesouro do rei
em Babilônia, para que saibas se é verdadeiro que um decreto foi feito pelo rei Ciro
para construir a casa de Deus, a qual estava em Jerusalém; e que o rei envie uma
mensagem para nós quando ele souber a respeito deste assunto.
Esdras - Capítulo 6
1 Então, o rei Dario deu ordem para que uma pesquisa fosse feita nos registros,
onde os documentos são armazenados, na Babilônia.
2 E foi encontrado na cidade, no palácio, um volume, e este era o registro que
estava nele escrito:
3 No primeiro ano do rei Ciro, baixou ele um decreto com respeito à santa casa de
Deus que estava em Jerusalém, dizendo: Que a casa seja construída, e o lugar onde
eles fazem os sacrifícios (também nomeou a sua elevação, em altura de sessenta
côvados; e a sua largura, que era de sessenta côvados);
4 que haja três camadas fortes de pedra e uma camada de madeira; e as despesas
serão pagas da casa do rei.
5 Que a prata e os vasos de ouro da casa de Deus, os quais Nabucodonosor tomou
da casa que estava em Jerusalém e levou para a Babilônia, sejam entregues e
levados para o templo que está em Jerusalém e colocados no lugar onde eles
estavam, na casa de Deus.
6 Agora, ó governantes além do rio, Setar-Bozenai e os seus companheiros de
serviço, os afarsaquitas, que estão do outro lado do rio, entreguem estas coisas,
mantendo-vos longe daquele lugar.
7 Agora, portanto, deixai em paz a obra da casa de Deus, e que os governantes dos
judeus e os seus anciãos construam aquela casa de Deus, no seu lugar.
8 Além disso, um decreto foi feito por mim para fazerdes algo, em conjunto com os
anciãos dos judeus, para a edificação daquela casa de Deus, a saber, que da
propriedade do rei e dos tributos dalém do rio haja dinheiro para custear as
despesas, sendo pontualmente concedido a esses homens, para que não sejam
impedidos.
9 E, para suprir qualquer necessidade que tenham, dareis tanto os novilhos de
touros como de carneiros, e cordeiros para holocaustos ao Deus dos céus, assim
como trigo, sal, vinho e azeite. Que lhes seja dado de acordo com a palavra dos
sacerdotes que estão em Jerusalém, dia a dia, tudo o que pedirem,
10 para que ofereçam doces oferendas para o Deus do céu. E que eles possam orar
pela vida do rei e a de seus filhos.
11 E um decreto foi feito por mim para que todo o homem que alterar esta palavra,
madeira seja arrancada de sua casa e que ele seja levantado e morto em cima dela, e
a sua casa seja confiscada.
12 Que o Deus cujo nome habita lá derrube a qualquer rei ou pessoa que vier a
estender a mão para alterar ou destruir a casa de Deus que está em Jerusalém. Eu,
Dario, fiz este decreto, e que ele seja atendido, diligentemente.
13 Então, Tatenai, o governador dalém além do rio, e Setar-Bozenai e seus
companheiros de serviço, fizeram de acordo com o que o rei Dario ordenara,
diligentemente.
14 E os anciãos dos judeus e os levitas construíram, conforme a profecia de Ageu, o
profeta, e de Zacarias, filho de Ido. Eles construíram e completaram, pelo decreto
do Deus de Israel e pelo decreto de Ciro, e o de Dario, e o de Artaxerxes, reis dos
persas.
15 E Terminaram esta casa no terceiro dia do mês de Adar, que é o sexto ano do
reinado do rei Dario.
16 Então, os filhos de Israel, os sacerdotes e os levitas, e o restante dos filhos do
cativeiro, fizeram a dedicação da casa de Deus, com alegria.
17 E ofereceram, para a dedicação da casa de Deus, cem bezerros, duzentos
carneiros, quatrocentos cordeiros e doze cabritos, como uma oferta pelo pecado,
por todo o Israel, de acordo com o número das tribos de Israel.
18 E puseram os sacerdotes nas suas divisões e os levitas nas suas ordens separadas
para os serviços de Deus, em Jerusalém, de acordo com o que estava escrito no livro
de Moisés.
19 E os filhos do cativeiro celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês.
20 Pois os sacerdotes e os levitas se purificaram e estavam todos limpos como um
só homem; e imolaram o cordeiro da Páscoa para todos os filhos do cativeiro, para
seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos.
21 E os filhos de Israel comeram a Páscoa, os que tinham estado no cativeiro e todo
aquele que se juntara a eles separando-se da imundícia das nações da terra para
buscarem ao Senhor, Deus de Israel.
22 Celebraram eles a Festa dos Pães Ázimos por sete dias com alegria, porque o
Senhor os alegrara, e porque ele tinha mudado o coração do rei da Assíria a favor
deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da casa do Deus de Israel.
Esdras - Capítulo 7
1 Ora, depois destas coisas, no reinado de Artaxerxes, rei dos persas, surgiu Esdras,
filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias,
2 filho de Salum, filho de Zadoque, filho de Aitube,
3 filho de Amarias, filho de Azarias, filho de Meraiote,
4 filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de Buqui,
5 filho de Abisua, filho de Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, o primeiro
sacerdote.
6 Este Esdras subiu de Babilônia. Era, ele, escriba hábil na lei de Moisés, que o
Senhor Deus de Israel dera; e o rei deu-lhe uma licença, pois a mão do Senhor, seu
Deus, estava sobre ele em todas as coisas que pedira.
7 Então, alguns dos filhos de Israel subiram, como também alguns dos sacerdotes e
dos levitas, dos cantores, dos porteiros e dos netinim, à Jerusalém, no sétimo ano
do rei Artaxerxes.
8 E chegaram à Jerusalém no quinto mês. Este foi o sétimo ano do rei.
9 No primeiro dia do primeiro mês saiu ele de Babilônia, e no primeiro dia do quinto
mês eles chegaram a Jerusalém, pois a boa mão de seu Deus estava sobre ele,
10 porque Esdras tinha determinado em seu coração para buscar a lei e a cumprir, e
para ensinar as ordenanças e os juízos em Israel.
11 E esta é a cópia da ordem que Artaxerxes deu a Esdras, o sacerdote, escriba do
livro das palavras dos mandamentos do Senhor e das suas ordenanças a Israel:
12 Artaxerxes, rei dos reis, para Esdras, escriba da lei do Senhor Deus do céu. Que a
ordem e a sua resposta sejam cumpridas.
13 Um decreto é feito por mim para que todo aquele que está disposto no meu
reino, do povo de Israel e dos sacerdotes e levitas, possa ir à Jerusalém, e tenha
permissão para ir contigo.
14 Pois foste enviado, da parte do rei e dos sete conselheiros, para visitar a Judeia e
Jerusalém, de acordo com a lei do teu Deus, que está na tua mão.
15 E para a casa do Senhor foi enviada a prata e o ouro que o rei e os conselheiros
têm dado livremente para o Deus de Israel, que está em Jerusalém.
16 Também toda a prata e o ouro, tudo o que achares em toda a província de
Babilônia como oferta voluntária do povo, e também aquilo que os sacerdotes
oferecerem, gratuitamente, para a casa de Deus que está em Jerusalém.
17 Para cada um que chega lá, ordena-se por esta carta levar bezerros, carneiros e
cordeiros, e as suas ofertas de cereais, e as suas libações. Tu os oferecerás sobre o
altar da casa do vosso Deus, que está em Jerusalém.
18 Tudo aquilo que parecer bem a ti e a teus irmãos, isto fazei com o resto da prata
e do ouro; fazei como for agradável ao vosso Deus.
19 Entrega os vasos que te foram dados para o serviço da casa de Deus, diante de
Deus, em Jerusalém.
20 E quanto ao resto das necessidades da casa de teu Deus dareis a partir dos
tesouros do rei, e de mim, tudo o que parecer bem a ti dar.
21 Eu, rei Artaxerxes, tenho feito um decreto para todos os tesoureiros que estão
no país além do rio, para que tudo o que Esdras, sacerdote e escriba do Deus do
céu, vier a pedir seja-lhe concedido sem demora,
22 até a quantidade de cem talentos de prata, cem coros de trigo, cem batos de
vinho, e até a quantidade de uma centena de batos de óleo; e sal sem medida.
23 Que aquilo que está no decreto do Deus do céu seja cumprido. Tende cuidado de
que ninguém faça um ataque à casa do Deus do céu, para que, a qualquer
momento, não venha a haver ira sobre o reino do rei e de seus filhos .
24 Também isto vos foi declarado com respeito a todos os sacerdotes, levitas,
cantores, porteiros, netinins e ministros da casa de Deus: que nenhum tributo seja
por eles pago a ti. Pois não terás poder para oprimi-los.
25 E tu, Esdras, conforme a sabedoria de Deus que está em tua mão, nomeia
escribas e juízes que julguem a todo o povo que está para além do rio, dentre todos
os que conhecem a lei do Senhor teu Deus; e a deem a conhecer aquele que não
sabe.
26 E qualquer que não cumprir a lei de Deus e a lei do rei, prontamente o juízo será
executado contra ele, seja por morte ou por castigo, ou por uma multa em sua
propriedade, ou sendo lançado em prisão.
27 Bendito seja o Senhor, Deus de nossos pais, que colocou assim no coração do rei,
para glorificar a casa do Senhor que está em Jerusalém,
28 e deu-me graça aos olhos do rei e de seus conselheiros, e de todos os príncipes
do rei, os exaltados. E senti-me fortalecido, de acordo com a boa mão de Deus
sobre mim, e reuni alguns dos chefes de Israel para subirem comigo.
Esdras - Capítulo 8
1 E estes são os chefes de suas famílias, os líderes que subiram comigo no reinado
de Artaxerxes, rei de Babilônia:
2 dos filhos de Finéias, Gérson; dos filhos de Itamar, Daniel; dos filhos de Davi,
Hatus;
3 dos filhos de Secanias, dos filhos de Parós, Zacarias, e com ele um grupo de cento
e cinquenta;
4 dos filhos de Paate-Moabe, Elioenai, filho de Zeraías, e com ele duzentos que eram
do sexo masculino;
5 dos filhos de Zatoes, Secanias, filho de Jaaziel, e com ele trezentos homens;
6 dos filhos de Adim, Ebede, filho de Jônatas, e com ele cinquenta homens;
7 dos filhos de Elão, Jesaías, filho de Atalias, e com ele setenta homens;
8 dos filhos de Sefatias, Zebadias, filho de Micael, e com ele oitenta homens;
9 dos filhos de Joabe, Obadias, filho de Jeiel, e com ele duzentos e dezoito homens;
10 dos filhos de Bani, Selomite, filho de Josifias, e com ele cento e sessenta homens;
11 dos filhos de Bebai, Zacarias, filho de Bebai, e com ele vinte e oito homens;
12 dos filhos de Azgade, Joanã, filho de Catã, e com ele cento e dez homens.
13 Os filhos de Adonicão foram os últimos, e estes são os seus nomes: Elifelete, Jeiel
e Semaías, e com eles sessenta homens.
14 E, dos filhos de Bigvai, Utai e Zabude, e com eles setenta homens.
15 Ajuntei-os próximo ao rio que corre para Aava, e acamparam-se ali por três dias.
Então, passei revista ao povo e aos sacerdotes, e não encontrei ali nenhum dos
filhos de Levi.
16 E enviei homens de entendimento a Eliezer, a Ariel, a Semaías, a Elnatã, a Jaribe,
a Elnatã, a Natã, a Zacarias, a Mesulão, a Joiaribe e a Elnatã.
17 Enviei-os para os governantes com o dinheiro do lugar, e coloquei palavras na sua
boca para falar aos seus irmãos, os atinim, com o dinheiro do local, a fim de trazer-
nos cantores para a casa do nosso Deus.
18 E vieram a nós, conforme a boa mão do nosso Deus estava sobre nós. Veio até
mesmo um homem de entendimento, dos filhos de Mali, filho de Levi, filho de
Israel; e, logo no início, vieram os seus filhos e os seus irmãos, dezoito.
19 E Hasabias e Jesaías, dos filhos de Merari, e com ele os seus irmãos e os seus
filhos, vinte.
20 E vieram também dos netinim, que Davi e os príncipes tinham dado para o
serviço dos levitas. Havia duzentos e vinte netinim, e estavam todos reunidos pelos
seus nomes.
21 Proclamei, então, um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante do
nosso Deus, para lhe pedirmos um caminho seguro para nós e para os nossos filhos,
e para todos os nossos bens,
22 pois tive vergonha de solicitar ao rei uma guarda e cavaleiros para nos salvar do
inimigo pelo caminho, porquanto tínhamos falado ao rei, dizendo: A mão do nosso
Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem; mas o seu poder e a sua ira estão
contra todos os que o deixam.
23 Então, jejuamos e pedimos ao nosso Deus em relação a isso; e ele deu-nos
ouvidos.
24 E dei encargo a doze dos chefes dos sacerdotes, a Serebias, a Hasabias e a dez
dos seus irmãos com eles.
25 Pesei-lhes a prata, o ouro e os vasos das primícias da casa do nosso Deus que o
rei e os seus conselheiros, os seus príncipes e todo o Israel haviam encontrado, e
que tinham sido dedicados.
26 Eu mesmo pesei em suas mãos seiscentos e cinquenta talentos de prata, uma
centena de vasos de prata e cem talentos de ouro.
27 E vinte taças de ouro pesando cerca de mil dracmas, e vasos de grande
qualidade, de bronze brilhante, tão precioso como o ouro.
28 E disse-lhes: Vós sois santos ao Senhor, e santos são estes vasos. a prata e o ouro
são ofertas voluntárias ao Senhor, Deus de nossos pais.
29 Sede vigilante e guardai-os até que os peseis diante dos principais sacerdotes,
dos levitas e dos chefes de famílias em Jerusalém, nas câmaras da casa do Senhor.
30 Então, os sacerdotes e os levitas receberam o peso da prata, do ouro, e dos
vasos para traze-los à Jerusalém, para a casa do nosso Deus.
31 Partimos do rio de Aava no dia doze do primeiro mês, para vir à Jerusalém. A mão
do nosso Deus estava sobre nós, e livrou-nos da mão dos inimigos e adversários no
caminho.
32 Chegamos a Jerusalém, e repousamos ali três dias.
33 E sucedeu, no quarto dia, que pesamos a prata, o ouro e os vasos na casa do
nosso Deus, na mão de Meremote, filho de Urias, o sacerdote. Com ele estava
Eleazar, filho de Finéias, e com eles estavam Jozabade, filho de Jesua, e Noadias,
filho de Binui, os levitas.
34 Todas as coisas foram contadas por número e peso, e todo o peso foi registrado.
35 Naquele tempo, os filhos do banimento que vieram do cativeiro ofereceram
holocaustos ao Deus de Israel: doze bezerros por todo o Israel e noventa e seis
carneiros, setenta e sete cordeiros e doze bodes para expiação do pecado. Todos,
em holocaustos ao Senhor.
36 Então, entregaram o mandado do rei aos comissários do rei e aos governadores
dalém do rio; e eles honraram o povo e a casa de Deus.
Esdras - Capítulo 9
Esdras - Capítulo 10
NEEMIAS
Neemias - Capítulo 1
Neemias - Capítulo 2
1 E sucedeu, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que o vinho estava
diante de mim. Então, eu peguei no vinho e o dei ao rei. E não havia ninguém mais
diante dele.
2 E o rei me disse: Por que está triste o teu semblante, e não controlas a ti mesmo?
Isso não é nada além de tristeza do coração! Então, eu fiquei muito assustado,
3 e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu semblante
uma vez que a cidade, o lar dos sepulcros de meus pais, foi arrasado e as suas portas
devoradas pelo fogo?
4 E o rei me disse: O que me pedes, pois? Então, orei ao Deus dos céus.
5 E respondi ao rei: Se parecer bem ao rei e se o teu servo tem achado graça aos
teus olhos, peço que me mandes à Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais; e eu a
reconstruirei.
6 Então, o rei e a sua concubina, que se assentava ao lado dele, disseram-me: Por
quanto tempo se estenderá a tua viagem, e quando irás voltar? A proposta agradou
ao rei e ele me enviou; e apontei-lhes um prazo.
7 E disse ao rei: Se parecer bem ao rei, que ele me dê cartas para os governadores
dalém do rio a fim de me encaminharem até que eu venha a Judá,
8 e uma carta para Asafe, guarda do bosque que pertence ao rei, para que me dê
madeira para cobrir as portas e para o muro da cidade, e para a casa na qual
permanecerei. E o rei mo concedeu, de acordo como a boa mão de Deus que estava
sobre mim.
9 Então, fui ter com os governadores dalém do rio, e dei-lhes as cartas do rei (ora, o
rei tinha enviado comigo capitães do exército e cavaleiros).
10 Sambalá, o horonita, ouviu disto, e também Tobias, o servo amonita. E foi
doloroso para eles que um homem tivesse vindo para procurar o bem dos filhos de
Israel.
11 E cheguei a Jerusalém, permanecendo ali três dias.
12 E levantei-me, de noite, eu e os poucos homens que estavam comigo. Mas eu não
dissera a ninguém o que Deus havia posto em meu coração a respeito de Israel; e
não havia comigo animal algum, exceto a besta que eu montava.
13 Então, saí pela Porta do Vale, à noite, indo à entrada do Poço das Figueiras e ao
Portão do Estrume. E lamentei sobre o muro de Jerusalém, que estavam destruindo,
e sobre as portas da cidade que haviam sido devoradas pelo fogo.
14 Passei à Porta da Fonte e à piscina do rei, porém não havia espaço para o animal
sobre o qual eu estava montado atravessar.
15 E subi pelo Muro do Riacho, à noite, e lamentei sobre o muro; então, entrei pela
Porta do Vale e, depois disto, retornei.
16 Os sentinelas não sabiam porque eu havia ido, nem o que estava fazendo. Até
aquele momento eu nada dissera aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos nobres,
nem aos capitães ou ao resto dos homens que trabalhavam na obra.
17 Então, falei-lhes: Vedes este mal em que estamos, como está Jerusalém assolada,
e as portas da cidade que foram incendiadas. Vinde, pois, e construamos ao longo
do muro de Jerusalém. E não haverá mais opróbrio para nós.
18 E eu disse-lhes das mãos de Deus que eram boas sobre mim, e também das
palavras do rei que ele falara para mim. E falei: Vamos levantar-nos e construir! E as
suas mãos foram fortalecidas para a boa obra.
19 Porém Sambalá, o horonita, Tobias, o servo amonita, e Gesém, o árabe, ouviram a
respeito disto e zombaram de nós. E vieram até nós, dizendo: Que é isto que fazeis?
Estais vos rebelando contra o rei?
20 Mas respondi-lhes, dizendo: O Deus do céu, ele irá prosperar-nos. Nós, seus
servos, purificamo-nos e iremos construir. Vós, porém, não tendes parte nem
direito, nem memorial em Jerusalém.
Neemias - Capítulo 3
1 E sucedeu, quando Sambalá ouviu que estávamos construindo o muro, o que lhe
era doloroso, que ficou muito irado e protestou contra os judeus.
2 E disse aos seus irmãos (ou seja, ao exército dos samaritanos): É verdade que
esses judeus estão construindo a sua cidade? Oferecem eles, de fato, sacrifícios?
Irão eles prevalecer? Será que irão, no dia de hoje, restaurar as pedras depois de
terem sido queimadas e transformadas num monte de lixo?
3 E Tobias, o amonita, aproximou-se dele, e disse-lhes: Estão eles a sacrificar e a
comer em seu próprio lugar? Não subirá contra eles uma raposa e derrubará o seu
muro de pedras?
4 Ouve, ó nosso Deus, pois nós nos tornamos em algo desprezível. Volta, pois, seu
opróbrio sobre a sua própria cabeça, fazendo-os desprezíveis numa terra de
cativeiro,
5 e não encubras a sua iniquidade.
6, 7 Mas sucedeu, quando Sambalá, Tobias, os árabes e os amonitas ouviram dizer
que a construção dos muros de Jerusalém estava avançando e que já as brechas se
começavam a fechar, que parecia isto muito doloroso para eles.
8 E todos eles se reuniram para virem guerrear contra Jerusalém e para destruí-la
completamente.
9 Então, nós oramos ao nosso Deus e pusemos atalaias contra eles, de dia e de
noite, por sua causa.
10 E Judá disse: A força dos carregadores está diminuida; entretanto, ainda há muito
entulho, e não poderemos edificar o muro.
11 E os que nos afligiam disseram: Eles não deverão saber nem ver nada, até que
entremos no meio deles e os matemos, fazendo cessar a obra.
12 E sucedeu, quando os judeus que moravam perto deles vieram, que eles nos
disseram: Eles estão vindo contra nós de todos os lados.
13 Então, coloquei homens na parte mais baixa do lugar atrás do muro, nos
esconderijos, e dispus o povo segundo as suas famílias, com as suas espadas, as
suas lanças e os seus arcos.
14 Olhei e, levantando-me, disse aos nobres, aos capitães e ao resto do povo: Não os
temais; lembrai-vos do nosso Deus grande e temível e lutai pelos vossos irmãos,
vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres e vossas casas.
15 E sucedeu, ouvindo os nossos inimigos que haviam sido revelados a nós e que
Deus tinha frustrado o seu conselho, que todos voltamos ao muro, cada um para a
sua obra.
16 E veio a acontecer, desde aquele dia, que metade dos que tinham sido dispostos
trabalhavam na obra e a outra metade deles mantinha a guarda. E havia lanças,
escudos, arcos e couraças, e também chefes, por trás de toda a casa de Judá,
17 por trás dos que estavam construindo o muro. Aqueles que realizavam os
encargos estavam com as suas armas; cada um, com uma das mãos fazia o seu
trabalho e com a outra segurava o seu dardo.
18 Os construtores trabalhavam, cada um, com a sua espada cingida sobre os seus
lombos. E assim eles construíram. E o trompetista permanecia com a sua trombeta
ao seu lado.
19 Então, eu disse aos nobres, aos magistrados e ao restante do povo: O trabalho é
grande e abundante, mas estamos dispersos sobre o muro, cada um a uma grande
distância de seu irmão.
20 Em todo lugar, pois, que ouvirdes o som da trombeta, ali ajuntai-vos conosco; e
nosso Deus pelejará por nós.
21 Desta forma, continuamos trabalhando na obra; e metade deles portava lanças,
desde a subida da alva até as estrelas apareceram.
22 Naquele tempo, eu disse ao povo: Alojai-vos, cada um com o seu servo, no meio
de Jerusalém. Que a noite seja para vós um tempo de vigilância, e o dia um tempo
de trabalho.
23 E eu estava lá, com os guardas junto a mim; e não havia um só homem de nós
que despisse as suas vestes.
Neemias - Capítulo 5
1 O clamor do povo, e de suas esposas, foi grande contra os seus irmãos, os judeus.
2 E alguns disseram: Somos numerosos com os nossos filhos e as nossas filhas; por
isso, vamos buscar o trigo, para que possamos comer e viver.
3 E outros disseram: Quanto à nossos campos, vinhas e casas, vamos empenhá-los,
e buscar o trigo, e comer.
4 E outros também disseram: Temos tomado dinheiro emprestado até para os
tributos do rei. Nossos campos, nossas vinhas e casas estão empenhados.
5 Agora, pois, nossa carne é como a carne de nossos irmãos, e nossos filhos são
como seus filhos. Contudo, eis que estamos reduzindo nossos filhos e filhas à
escravidão. Algumas de nossas filhas são mesmo escravizadas, e não há poder em
nossa mãos, pois os nossos campos e vinhas pertencem aos nobres!
6 Então, fiquei muito triste quando ouvi o seu clamor, e estas palavras.
7 Meu coração tomou conselho dentro de mim, e contendi contra os nobres e os
príncipes, dizendo-lhes: Deveria cada homem exigir de seu irmão o que vós exigis?
Então, nomeei contra eles uma grande assembléia,
8 e disse-lhes: Nós, do nosso livre-arbítrio, temos resgatado os judeus, nossos
irmãos, que foram vendidos para os gentios; e vendeis vós os vossos os irmãos?
Deveriam ser eles vendidos a nós? Porém, eles calaram-se, não encontrando
nenhuma resposta.
9 Então, eu disse: O que fazeis não é bom; não podereis, deste modo, andar no
temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, nossos inimigos.
10 Tanto os meus irmãos e os meus conhecidos, assim como eu mesmo, lhes temos
emprestado dinheiro e trigo. Abandonemos, agora, esta exação.
11 Restitui-lhes, peço, neste dia, os seus campos e as suas vinhas, os seus olivais e as
suas casas, e dai a a eles trigo, vinho e azeite, do dinheiro que tomastes.
12 E eles disseram: Iremos restituir tudo, e não cobraremos o juro. Faremos assim
como dizes. Então, chamando os sacerdotes, amarrei-os por juramento para
fazerem conforme a esta palavra.
13 Então, eu sacudi as minhas vestes, e disse: Assim sacuda Deus a todo o homem
que não guardar esta palavra de sua casa e do seu trabalho; que ele seja,
igualmente, sacudido como um pária, e esvaziado. E toda a congregação disse:
Amém! e louvaram ao Senhor; e o povo fez esta coisa.
14 Desde o dia em que ele me deu encargo para ser o seu governante na terra de
Judá, desde o ano vinte até ao trigésimo-segundo ano de Artaxerxes, por doze
anos, eu e meus irmãos não consumimos nenhuma provisão extorquida deles.
15 Mas, de acordo com os antigos atos de extorsão pelos quais aqueles que estavam
diante de mim os oprimiam, eles tomavam deles até os seu últimos dinheiros,
quarenta didracmas, e pão e vinho; e os próprios excluídos dentre eles exerciam
autoridade sobre as pessoas. Eu, porém, não agi assim, por causa do temor de Deus.
16 Também no trabalho do muro eu não os tratava com rigor, nem lhes comprei a
terra, mas todos os que estavam reunidos vieram até ali para o trabalho.
17 E os judeus, até o número de cento e cinquenta homens, além de quem veio a
nós das nações ao redor, estavam à minha mesa.
18 Vinha para mim, à cada dia, um bezerro, e eu recebia ainda seis ovelhas
escolhidas e uma cabra, e à cada dez dias vinho em abundância, de todos os tipos.
Porém, deles, eu não exigia o pão de extorsão, porquanto a escravidão pesava
sobre este povo.
19 Lembra-te de mim, ó Deus, para o bem, em tudo o que tenho feito a este povo.
Neemias - Capítulo 6
1 E sucedeu, quando Sambalá, Tobias e Gesém, o árabe, assim como o restante dos
nossos inimigos souberam que eu tinha edificado o muro, e que não havia ficado
nele nenhuma brecha (todavia, eu ainda não tinha posto as portas nos portais),
2 que Sambalá e Gesém enviaram mensageiros para mim, dizendo: Vinde para nos
encontrarmos nas aldeias, no vale de Ono. Porém, eles estavam tramando para
fazer-me o mal.
3 Por isso, enviei-lhes mensageiros, dizendo: Estou fazendo uma grande obra e não
poderei descer, para que o trabalho não cesse. Quando estiver tudo terminado
descerei até vós.
4 Mas eles mandaram-me novamente mensageiros a respeito deste assunto; e eu
lhes respondi da mesma maneira.
5 Então, Sambalá mandou o seu servo para encontrar-me, com uma carta aberta na
sua mão.
6 E nela estava escrito: Tem sido relatado entre os gentios que tu e os judeus estais
planejando uma revolta. Para este fim estás construindo o muro, e pretendes ser
um rei para eles.
7 Além disso, nomeaste profetas para ti mesmo, para que possas habitar em
Jerusalém, como um rei sobre Judá. E, agora, estas palavras serão relatadas ao rei.
Vamos, pois, tomar conselho todos juntos.
8 Porém, enviei-lhe uma mensagem, dizendo: Nada aconteceu de acordo com essas
palavras, como dizes; porque tu o inventaste falsamente, no teu coração.
9 Pois todos estavam tentando alarmar-nos, dizendo: As suas mãos devem ser
tiradas deste trabalho, o qual não deve ser concluído. Portanto, fortaleci as minhas
mãos.
10 Depois disto, entrei na casa de Semaías, filho de Delaías, Filho de Meetabel; mas
ele permanecia calado. Então, disse: Vamos entrar juntos na casa de Deus, no seu
interior, e fechemos as suas portas; pois eles estão vindo de noite, para matar-te.
11 E eu disse: Quem é o homem que pode entrar naquela casa e viver?
12 Então, tomei conselho comigo mesmo; e eis que Deus não o tinha enviado, pois a
sua profecia era uma fábula concebida contra mim;
13 pois Tobias e Sambalá tinham contratado contra mim uma multidão, para que eu
ficasse amedrontado e fizesse isso, e pecasse, tornando-me para eles um nome mal-
afamado, para que me afrontassem.
14 Lembra-te, ó Deus, de Tobias e Sambalá, conforme estas suas obras, e da
profetisa Noadia, e do restante dos profetas que tentaram me alarmar!
15 Então, o muro foi terminado, no vigésimo quinto dia do mês de Elul, em
cinquenta e dois dias.
16 E sucedeu, quando todos os nossos inimigos souberam disso, que todas as
nações em redor de nós temeram e grande alarme caiu sobre eles, pois sabiam que
era do nosso Deus que esta obra deveria ser concluída.
17 Naqueles dias, chegavam cartas a Tobias de muitos nobres de Judá, e as de
Tobias vinham para eles.
18 Pois muitos em Judá estavam ligados a ele por juramento, porque era genro de
Secanias, filho de Ara, e Joanã, seu filho, tinha tomado a filha de Mesulão, filho de
Berequias, por esposa.
19 Eles relatavam as suas palavras para mim, e levavam as minhas palavras para ele.
E Tobias escrevia cartas para me aterrorizar.
Neemias - Capítulo 7
1 E sucedeu, depois que o muro fora construído e eu lhe tinha posto as portas, e os
porteiros, os cantores e os levitas haviam sido designados,
2 que nomeei a Hanani, meu irmão, e a Hananias, o governante do palácio, sobre
Jerusalém; porque Hananias era um homem fiel e temente a Deus, mais do que
muitos outros.
3 E disse-lhes: As portas de Jerusalém não deverão ser abertas até ao amanhecer, e
que as suas portas sejam fechadas e trancadas enquanto estiverem ainda vigiando;
e designai as vigílias dos que habitam em Jerusalém, cada homem no seu posto, e
cada um diante da sua casa.
4 Ora, a cidade era larga e grande, mas as pessoas eram poucas e as casas ainda não
estavam construídas.
5 Deus colocou isto em meu coração, e ajuntei os nobres, os magistrados e o povo,
em companhias; e encontrei o livro da companhia dos que vieram primeiro, achando
escrito, nele, o seguinte:
6 Estes são, pois, os filhos do país, os quais voltaram do cativeiro, do número dos
que Nabucodonosor, rei da Babilônia, levou; voltaram eles para Jerusalém e para
Judá, cada um para a sua cidade,
7 com Zorobabel, Jesua, Neemias, Azarias, Raamias, Naamani, Mordecai, Bilsã,
Misperete, Esdras, Bigvá, Neum, Baaná e Mispar, homens do povo de Israel.
8 Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois;
9 os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois;
10 os filhos de Ara, seiscentos e cinquenta e dois;
11 os filhos de Paate-Moabe, com os filhos de Jesua e de Joabe, dois mil seiscentos e
dezoito;
12 os filhos de Elão, mil duzentos e cinquenta e quatro;
13 os filhos de Zatu, oitocentos e quarenta e cinco;
14 os filhos de Zacai, setecentos e sessenta;
15 os filhos de Binui, seiscentos e quarenta e oito;
16 os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e oito;
17 os filhos de Azgade, dois mil trezentos e vinte e dois;
18 os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e sete;
19 os filhos de Bigvai, dois mil e sessenta e sete;
20 os filhos de Adin, seiscentos e cinquenta e cinco;
21 os filhos de Ater, filho de Ezequias, noventa e oito;
22 os filhos de Hasum, trezentos e vinte e oito;
23 os filhos de Bezai, trezentos e vinte e quatro;
24 os filhos de Harife, cento e doze; os filhos de Hasen, duzentos e vinte e três;
25 os filhos de Gibeão, noventa e cinco;
26 os filhos de Belém, cento e vinte e três; os filhos de Netofá, cinquenta e seis;
27 os filhos de Anatote, cento e vinte e oito;
28 os homens de Bete-Azmavete, quarenta e dois;
29 os homens de Quiriate-Jearim, Quefira e Beerote, setecentos e quarenta e três;
30 os homens de Ramá e Geba, seiscentos e vinte;
31 os homens de Micmás, cento e vinte e dois;
32 os homens de Betel e Ai, cento e vinte e três;
33 os homens de Nebo, cento e cinquenta e dois;
34 os homens de Elão, mil duzentos e cinquenta e dois;
35 os filhos de Harim, trezentos e vinte;
36 os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco;
37 os filhos de Lodadi e de Ono, setecentos e vinte e um;
38 os filhos de Senaá, três mil novecentos e trinta;
39 os sacerdotes, os filhos de Jedaías, pertencentes à casa de Jesua, novecentos e
setenta e três;
40 os filhos de Imer, mil e cinquenta e dois;
41 os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete;
42 os filhos de Harim, mil e dezessete;
43 os levitas, os filhos de Jesua, filho de Cadmiel, com os filhos de Hodeva, setenta e
quatro;
44 os cantores, os filhos de Asafe, cento e quarenta e oito;
45 os porteiros, os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmon, os filhos
de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, cento e trinta e oito;
46 os netinins, os filhos de Zia, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,
47 os filhos de Queros, os filhos de Sia, os filhos de Padom,
48 os filhos de Lebaná, os filhos de Hagaba, os filhos de Salmai,
49 os filhos de Hanã, os filhos de Gidel, os filhos de Gaar,
50 os filhos de Reaías, os filhos de Rezim, os filhos de Necoda,
51 os filhos de Gazão, os filhos de Uzá, os filhos de Paséia,
52 os filhos de Besai, os filhos de Meunim, os filhos de Nefussim,
53 os filhos de Bacbuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Harur,
54 os filhos de Bazlite, os filhos de Meída, os filhos de Harsa,
55 os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tamá,
56 os filhos de Neziá, os filhos de Hatifa;
57 os filhos dos servos de Salomão, os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos
de Perida,
58 os filhos de Jaalá, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,
59 os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete, os filhos de
Hazebaim, os filhos de Amom.
60 Todos os netinins e filhos dos servos de Salomão eram trezentos e noventa e
dois.
61 E estes subiram de Tel-Melá, Tel-Harsa, Querube, Adom e Imer, porém não
puderam declarar as casas de seus familiares ou a sua linhagem, se eram mesmo de
Israel:
62 Os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e
quarenta e dois.
63 E, dos sacerdotes, os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai. Pois
eles tomaram esposas das filhas de Barzilai, o gileadita, e foram chamados pelo seu
nome.
64 Estes procuraram o seu registro nas genealogias, mas não foi encontrado; e
foram removidos, como imundos, do sacerdócio.
65 Então, o governador disse-lhes que não comessem das coisas sagradas até que
se levantasse um sacerdote para trazer a luz.
66 E toda a congregação era ao redor de quarenta e dois mil trezentos e sessenta,
67 afora os seus servos e as suas servas. Estes eram sete mil trezentos e trinta e
sete. E os cantores e cantoras, duzentos e quarenta e cinco.
68 69 E dois mil e setecentos jumentos.
70 Alguns dos chefes das famílias deram para a tesouraria de Neemias, para a obra,
mil peças de ouro, cinquenta bacias e trinta vestes sacerdotais.
71 E alguns dos chefes das famílias deram para as tesourarias da obra vinte mil peças
de ouro e dois mil e trezentos arráteis de prata.
72 O restante do povo deu vinte mil peças de ouro, dois mil e duzentos arráteis de
prata e sessenta e sete vestes sacerdotais.
73 Então, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, e alguns do povo, e os
netinins e todo o Israel habitaram nas suas cidades.
Neemias - Capítulo 8
Neemias - Capítulo 9
1 No dia vinte e quatro deste mês os filhos de Israel reuniram-se com jejum, e com
panos de saco, e com cinzas sobre a sua cabeça.
2 Então, os da linhagem de Israel se apartaram de todos os estranhos, ficaram de pé
e confessaram os seus pecados e as iniquidades de seus pais.
3 Levantando-se em seu lugar, leram no livro da lei do Senhor seu Deus e
confessaram os seus pecados ao Senhor, adorando ao Senhor, seu Deus.
4 E lá estavam, em cima dos degraus, dos levitas, Jesua, e os filhos de Cadmiel, e
Secanias, filho de Serebias, filhos de Quenani; e clamavam com grande voz ao
Senhor seu Deus.
5 Jesua e Cadmiel, os levitas, disseram: Levantai-vos, bendizei ao Senhor nosso Deus
pelos séculos dos séculos. E se disse: Bendito o teu nome glorioso, e o exaltem com
toda a bênção e louvor!
6 E Esdras disse: Tu és o único e verdadeiro Senhor; fizeste os céus e o céu dos céus,
e todo o seu exército, a terra e todas as coisas que estão nela, os mares e tudo
quanto há neles; tu vivificaste todas as coisas, e as hostes do céu te adoram.
7 Tu és o Senhor Deus. Escolheste a Abrão, fazendo-o sair da terra dos caldeus, e lhe
puseste por nome Abraão.
8 E achaste o seu coração fiel perante ti, fazendo com ele uma aliança para dar-lhe e
à sua descendência a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus,
dos jebuseus e dos girgaseus; e confirmaste as tuas palavras, pois és justo.
9 Viste a aflição de nossos pais no Egito, e ouviste o seu clamor junto ao Mar
Vermelho.
10 E fizeste ver sinais e maravilhas no Egito, em Faraó e em todos os seus servos, e
sobre todo o povo da sua terra, porque conheces que se ensoberbeceram contra
eles; e fizeste-te um nome, como hoje se vê.
11 Tu dividiste o mar diante deles e eles passaram pelo meio do mar, em seco; e
lançaste nas profundezas os que estavam prestes a persegui-los, como a uma pedra
em águas poderosas.
12 Guiaste-os de dia por uma coluna de nuvem, e de noite por uma coluna de fogo
para iluminá-los no caminho no qual deviam andar.
13 Também desceste sobre o monte Sinai e falaste com eles do céu, dando-lhes
juízos retos e leis verdadeiras, ordenanças e bons mandamentos.
14 E fizeste conhecido deles o teu santo sábado; deste-lhes mandamentos e
ordenanças, e uma lei por intermédio de teu servo Moisés.
15 Deste-lhes pão do céu para a sua alimentação e fizeste sair, para eles, água de
uma rocha, em sua sede. Tu lhes ordenaste ir para herdarem a terra sobre a qual
estendeste a mão para dar-lhes.
16 Porém, eles e os nossos pais comportavam-se com orgulho, e endureceram a sua
cerviz, não dando ouvidos aos teus mandamentos,
17 recusando-se a ouvir; e não se lembraram das tuas maravilhas que operaste junto
deles, mas endureceram a sua cerviz e nomearam um líder para retornarem à sua
escravidão no Egito. Porém, tu, ó Deus, és misericordioso e compassivo, longânimo
e abundante em benignidade, e não os desamparaste.
18 E, ainda mais, fizeram eles para si um bezerro de fundição e disseram: Estes são
os deuses que nos tiraram do Egito. E cometeram grandes provocações.
19 No entanto, nas tuas grandes misericórdias não os abandonaste no deserto. Tu
não afastaste deles a coluna de nuvem durante o dia para os guiar pelo caminho,
nem a coluna de fogo durante a noite para iluminar-lhes o caminho em que deviam
andar.
20 Deste-lhes o teu bom espírito para os ensinar e não retiraste o teu maná da sua
boca. E água lhes deste em sua sede.
21 Tu os sustentaste durante quarenta anos no deserto; não permitiste que nada
lhes faltasse: suas vestes não envelheceram e os seus pés não ficaram machucados.
22 Além disso, deste-lhes reinos e dividiste nações entre eles. Herdaram a terra de
Seom, rei de Hesbom, e a terra de Ogue, rei de Basã.
23 E multiplicaste os seus filhos como as estrelas do céu, trazendo-os à terra da qual
falaste a seus pais.
24 E eles a herdaram, pois tu destruíste, diante deles, os habitantes da terra dos
cananeus e puseste em suas mãos a eles e aos seus reis, e aos povos da terra, para
fazer-lhes como bem lhes parecesse.
25 Tomaram cidades nobres e herdaram casas cheias de todas as coisas boas, poços
escavados, vinhas, olivais e todas as árvores frutíferas em abundância. Comeram e
fartaram-se, e engordaram, e alegraram-se na tua grande bondade.
26 Mas foram desobedientes e se rebelaram contra ti, lançando a tua lei para trás de
si; mataram os teus profetas, os quais protestavam contra eles para levá-los de
volta a ti, e cometeram grandes provocações.
27 Então, os entregaste na mão dos que os afligiam, e foram angustiados. E
clamaram a ti no tempo da sua angústia, e tu os ouviste do teu céu; e nas tuas
grandes misericórdias lhes deste libertadores para salvá-los da mão dos que os
afligiam.
28 Porém, quando tiveram descanso, eles fizeram o mal diante de ti. Por este
motivo os entregaste nas mãos de seus inimigos, que dominavam sobre eles. Então,
clamaram a ti, e tu os ouviste do céu e os livraste pelas tuas grandes misericórdias.
29 E testemunhaste contra eles para trazê-los de volta à tua lei, porém não ouviram,
mas pecaram contra os teus mandamentos e contra os teus juízos, os quais se o
homem os cumprir viverá por eles; mas viraram as costas e endureceram a sua
cerviz, e não deram ouvidos.
30 Todavia, tu foste paciente para com eles por muitos anos, testemunhando-lhes
pelo teu Espírito, pela mão de teus profetas. Porém, eles não deram ouvidos. Por
este motivo os entregaste nas mãos das nações da terra.
31 Entretanto, tu, nas tuas muitas misericórdias, não os designaste à perdição e não
os desamparaste. Pois tu és forte, misericordioso e compassivo.
32 E agora, ó Deus nosso, Deus poderoso, grande e terrível, que guardas a tua
aliança e a tua misericórdia, não deixes que pareçam pequenos aos teus olhos todos
os problemas que se abateram sobre nós, sobre os nossos reis, os nossos príncipes,
os nossos sacerdotes, os nossos profetas e os nossos pais, e sobre todo o teu povo,
desde os dias dos reis da Assíria até hoje.
33 Tu és justo em todas as coisas que tem vindo sobre nós, pois tens sido fiel, ao
passo que temos pecado grandemente.
34 E os nossos reis, nossos príncipes, nossos sacerdotes e nossos pais não tem
cumprido a tua lei, e não deram ouvidos aos teus mandamentos. E não temos
guardado os teus testemunhos, que fizeste testemunhar a eles.
35 Eles não te serviram no teu reino, e pela grande bondade que lhes concedeste,
na espaçosa e rica terra que puseste diante deles. E não se arrependeram dos seus
maus desígnios.
36 Eis que somos servos neste dia, e quanto à terra que deste a nossos pais para
comerem o fruto dela e as suas coisas boas, eis que somos servos nela.
37 A sua produção é abundante para os reis que nomeaste sobre nós por causa dos
nossos pecados. Eles têm domínio sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado,
conforme lhes agrada, e estamos em grande aflição.
38 Em relação a todas estas circunstâncias fizemos um convênio e o pusemos por
escrito. E os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes puseram o
seu selo nele.
Neemias - Capítulo 10
Neemias - Capítulo 11
Neemias - Capítulo 12
1 Ora, estes são os sacerdotes e os levitas que subiram com Zorobabel, filho de
Sealtiel, e com Jesua: Seraías, Jeremias, Esdras,
2 Amarias, Maluque,
3 Secanias.
4 5 6 7 Estes foram os chefes dos sacerdotes, e os seus irmãos, nos dias de Jesua.
8 E os levitas: Jesua, Binui, Cadmiel, Serebias, Judá e Matanias; estes estavam sobre
os louvores,
9 e os seus irmãos foram nomeados para os encargos diários.
10 Jesua gerou a Joiaquim, Joiaquim a gerou Eliasibe, e Eliasibe gerou a Joiada;
11 Joiada gerou a Jônatas, e Jônatas gerou a Jadua.
12 E, nos dias de Joaquim, seus irmãos, os sacerdotes e os chefes das famílias eram:
de Seraías, Amarias; de Jeremia, Hananias;
13 de Esdras, Mesulão; de Amarias, Joanã;
14 de Maluqui, Jonatã; de Sebanias, José;
15 de Harim, Adna; de Meraiote, Helcai;
16 de Ido, Zacarias; de Ginetom, Mesulão;
17 de Abias, Zicri; de Miniamin, Moadias; de Piltai, um;
18 de Bilga, Samua; de Semaías, Jônatas;
19 de Joiaribe, Matenai; de Jedaías, Uzi;
20 de Salai, Calai; de Amoque, Héber;
21 de Hilquias, Hasabias; de Jedaías, Natanael.
22 E os levitas: nos dias de Eliasibe, Joiada, Joa, Joanã e Jadua foram registrados
como chefes de família, como também os sacerdotes, no reinado de Dario, o persa.
23 E os filhos de Levi, chefes de família, foram escritos no Livro das Crônicas até aos
dias de Joanã, filho de Eliasibe.
24 Os chefes dos levitas eram: Hasabias, Serebias e Jesua. Os filhos de Cadmiel e os
seus irmãos estavam junto deles, para cantar hinos de louvor de acordo com a
ordem de Davi, homem de Deus, ordem após ordem.
25 Quando ajuntei os porteiros,
26 isto aconteceu nos dias de Joiaquim, filho de Jesua, filho de Jozadaque, e nos
dias de Neemias. Esdras, o sacerdote, era escrivão.
27 E na dedicação dos muros de Jerusalém buscaram aos levitas em seus lugares, a
fim de trazê-los à Jerusalém para fazerem uma festa de dedicação e alegria, e com
ações de graças. Fizeram eles soar os címbalos com as canções, e também tinham
alaúdes e harpas.
28 E os filhos dos cantores foram trazidos tanto do bairro ao redor de Jerusalém
como das aldeias
29 e do país. Pois os cantores construíram aldeias para si mesmos, ao redor de
Jerusalém.
30 Purificaram-se os sacerdotes e os levitas e, depois, purificaram o povo, os
porteiros e o muro.
31 Então, fizeram subir os príncipes de Judá sobre o muro, e constituíram duas
grandes companhias de ação de graças. E passaram ao lado direito, sobre o muro da
Portão do Estrume.
32 Após eles ia Hosaías, com metade dos príncipes de Judá,
33 e com Azarias, Esdras, Mesulão,
34 Judá e Benjamin, Semaías e Jeremias;
35 e alguns dos filhos do sacerdote, com trombetas: Zacarias, filho de Jônatas, filho
de Semaías, filho de Matanias, filho de Micaías, filho de Zacur, filho de Asafe,
36 e os seus irmãos, Semaías, Azareel, Gilalai, Jama, Maai, Natanael, Judá e Hanani,
para louvarem com os hinos de Davi, homem de Deus. Esdras, o escriba, estava
diante deles
37 no portão, para louvar com eles. E subiram os degraus da cidade de Davi, pela
subida do muro, acima da casa de Davi, até a Porta das Águas
38 39 de Efraim, e foram até a Porta dos Peixes, passando pela torre de Hananeel, e
até a Porta das Ovelhas.
40 41 42 Então, os cantores foram ouvidos e contados.
43 Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios e alegraram-se, porquanto Deus os
tinha feito muito alegres, e as suas esposas e os seus filhos se alegraram. E o júbilo
de Jerusalém se ouviu de muito longe.
44 E, naquele dia, designaram homens sobre os tesouros, para as ofertas, as
primícias e os dízimos, e dos chefes das cidades que estavam reunidos no meio
deles, para fornecerem porções para os sacerdotes e levitas, pois havia alegria em
Judá por causa dos sacerdotes e dos levitas que ministravam.
45 E eles guardaram os encargos de seu Deus e os encargos de purificação,
ordenando os cantores e porteiros de acordo com os mandamentos de Davi e de
seu filho, Salomão.
46 Porquanto, nos dias de Davi, Asafe era o primeiro dos cantores. E cantaram hinos
e louvores a Deus.
47 E todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava as porções
dos cantores e porteiros, uma taxa diária. Consagravam-na aos levitas, e os levitas a
consagravam aos filhos de Arão.
Neemias - Capítulo 13
1 Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo, e achou-se escrito nele
que os amonitas e os moabitas não entrariam na congregação de Deus para
sempre,
2 porquanto eles não foram ao encontro dos filhos de Israel com pão e água, mas
contra eles assalariaram a Balaão, para amaldiçoá-los; porém, o nosso Deus
converteu a maldição em bênção.
3 E aconteceu, quando ouviram a lei, que eles se separaram de todos os
estrangeiros em Israel.
4 Antes deste tempo Eliasibe, o sacerdote, morava no tesouro da casa do nosso
Deus, ligado a Tobias;
5 e ajuntou ele, para si mesmo, um grande tesouro. Pois tinham eles, anteriormente,
o hábito de guardarem as ofertas, e o incenso, e os utensílios, e os dízimos do grão,
do vinho e do azeite, e a porção ordenada do levitas, cantores e porteiros, e as
primícias dos sacerdotes.
6 Mas durante todo este tempo eu não estava em Jerusalém. No trigésimo segundo
ano de Artaxerxes, rei de Babilônia, aproximei-me do rei, e, depois de um certo
tempo, eu fiz o meu pedido ao rei.
7 Vim, então, à Jerusalém e compreendi o mal que Eliasibe tinha feito no caso de
Tobias, em fazer para ele um depósito no pátio da casa de Deus.
8 E isto pareceu muito mau para mim. Então, tirei todos os móveis da casa de Tobias
do depósito.
9 Dei ordens, então, e purificaram os tesouros. E restitui para lá os vasos da casa de
Deus, as oferendas e o incenso.
10 E entendi que a porção dos levitas não se dera, e que eles tinham ido cada um
para o seu campo, os levitas e os cantores que faziam o trabalho.
11 E contendi com os comandantes, dizendo: Por que motivo a casa de Deus foi
abandonada? Então, eu os reuni, colocando-os em seu lugar.
12 E todo o Judá trouxe o dízimo do trigo, do vinho e do óleo para os tesouros,
13 para o encargo de Selemias, o sacerdote, e de Zadoque, o escrivão, e de Pedaías,
dos levitas. E ao lado deles estava Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias; pois
foram achados fieis. Era seu ofício fazer a distribuição aos seus irmãos.
14 Lembra-te de mim, ó Deus, por causa disto, e não permitas que a minha bondade
seja esquecida, por isto que tenho feito em relação à casa do Senhor Deus.
15 Naqueles dias, vi homens de Judá pisando os lagares no sábado, e carregando
feixes, e conduzindo jumentos carregados com vinho, uvas, figos e toda a espécie
de fardos, trazendo-os à Jerusalém no dia de sábado.
16 E protestei no dia da sua venda. Também habitavam nela homens que traziam
peixe e vendiam todo o tipo de mercadoria para os filhos de Judá e em Jerusalém,
no dia de sábado.
17 Mas eu contendia com os filhos libertos de Judá, dizendo-lhes: O que é essa coisa
má que fazeis, profanando o dia de sábado?
18 Não fizeram vossos pais assim e, por este motivo, nosso Deus trouxe sobre eles,
sobre nós e sobre esta cidade todos esses males? E buscais vós ira adicional sobre
Israel, profanando o sábado?
19 E sucedeu, quando os portões foram construídos em Jerusalém, que eu dei
ordens, antes do sábado, e eles fecharam os portões. E ordenei para que não
devessem ser abertos até passar o sábado; e pus alguns de meus servos às portas,
para que ninguém trouxesse cargas em dia de sábado.
20 Porém, todos os comerciantes pernoitaram ali e realizaram o seu comércio fora
de Jerusalém, uma ou duas vezes.
21 Então, protestei contra eles, e disse-lhes: Por que pernoitais em frente ao muro?
Se outra vez o fizerdes, estenderei a minha mão contra vós. A partir daquele
momento, eles não vieram mais no sábado.
22 Então, eu disse aos levitas que se estavam purificando, os quais haviam vindo e
guardavam os portões, que eles deveriam santificar o dia de sábado. Lembra-te de
mim, ó Deus, por estas coisas, e perdoa-me segundo a abundância da tua
misericórdia!
23 E, naqueles dias, eu vi os judeus que se tinham casado com as mulheres de
Asdode, de Amom e de Moabe.
24 Seus filhos falavam, em parte, a linguagem de Asdode, e não sabiam como falar
na língua judaica.
25 E contendia com eles, amaldiçoando-os. E feri alguns deles, e arranquei-lhes os
cabelos, fazendo-os jurar por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas a seus
filhos, e não haveis de tomar das suas filhas para os vossos filhos.
26 Não pecou Salomão, rei de Israel, assim? Porém, não havia rei semelhante a ele
entre muitas nações, e era amado de Deus. Constituiu-o, Deus, rei sobre todo o
Israel. Contudo, as mulheres estrangeiras fizeram-no desviar-se.
27 Portanto, não vos daremos ouvidos para que façais todo este mal, para
quebrardes o pacto com o nosso Deus, casando-vos com mulheres estrangeiras.
28 E Eliasibe, o sumo sacerdote, um dos filhos de Joiada, sendo ele genro de
Sambalá, o horonita, eu o afugentei de mim.
29 Lembra-te deles, ó Deus, por sua falsa conexão com o sacerdócio, e pela quebra
do convênio do sacerdócio, e por profanarem aos levitas!
30 Então, eu os retirei de toda a conexão com estranhos, e estabeleci serviços para
os sacerdotes e para os levitas, para cada um segundo a sua obra,
31 e a oferta dos carregadores de madeira era em tempos determinados, tal como a
oferta nos tempos dos primeiros frutos. Lembra-te de mim, ó Deus nosso, para o
bem.
ESTER
Ester - Capítulo 1
1 E aconteceu depois destas coisas, nos dias de Artaxerxes (este Artaxerxes reinou
sobre cento e vinte e sete províncias da Índia),
2 quando o rei Artaxerxes estava no seu trono, na cidade de Susã,
3 que no terceiro ano de seu reinado deu ele um banquete aos seus amigos e às
outras nações, aos nobres dos persas e dos medos e aos chefes dos sátrapas.
4 Depois disto, havendo lhes mostrado a riqueza de seu reino e a glória abundante
de sua grandeza durante cento e oitenta dias,
5 quando, conforme disse, os dias da festa de casamento foram concluídos, o rei
deu um banquete para as nações que estavam presentes na cidade, por seis dias, no
pátio da casa do rei,
6 o qual fora decorado com cortinas de linho fino e branco, atadas com cordões de
linho fino e de púrpura presos a pregos de ouro e de prata em pilares de mármore e
de pedra de Paros. Havia sofás de ouro e prata sobre um pavimento de pedra de
esmeralda, de pérolas e de pedra de Paros, e revestimentos com aplicações de
florações variadas, tendo rosas trabalhadas ao seu redor;
7 havia taças de ouro e de prata, e um copo pequeno de carbúnculo, cujo valor era
de trinta mil talentos, e vinho abundante e doce que o próprio rei bebia.
8 Tal banquete não estava de acordo com o que a lei designava; porém, assim o rei
o desejara. E ele encarregou os oficiais da casa a fim realizarem a sua vontade e a
dos convivas.
9 Também Vasti, a rainha, fez um banquete para as mulheres do palácio onde o rei
Artaxerxes habitava.
10 Ora, no sétimo dia, o rei, estando alegre, disse a Hamã, Bazã, Tera, Berezai,
Zadolta, Abetaza e Derabá, os sete camareiros, servos do rei Artaxerxes,
11 para trazerem-lhe a rainha, para entronizá-la e coroá-la com um diadema e para
exibi-la aos príncipes, e mostrarem a sua beleza às nações, pois ela era muito linda.
12 Contudo, a rainha Vasti não lhe deu ouvidos para vir com os camareiros. Por este
motivo o rei entristeceu-se e indignou-se.
13 E disse aos seus companheiros: Assim e assim Vasti falou. Pronunciai, portanto,
sobre este caso a lei e o juízo.
14 Então Arqueseu, Sarsadeu e Melesar, os príncipes dos persas e dos medos que
estavam próximos do rei, os quais estavam assentados como chefes junto ao rei,
aproximaram-se dele,
15 e informaram-lhe, de acordo com as leis, como era apropriado tratar com a rainha
Vasti, porquanto ela não tinha feito as coisas ordenadas pelo rei aos seus
camareiros.
16 E Memucã disse ao rei e aos príncipes: A Rainha Vasti não tem prejudicado
apenas ao rei, mas também a todos os governantes e aos príncipes do rei.
17 Porque ele lhes dissera as palavras da rainha, e a forma como ela desobedecera
ao rei. Da mesma maneira como disse ele, recusou-se ela a obedecer ao rei
Artaxerxes,
18 desta mesma maneira, a partir deste dia, as outras mulheres dos chefes dos
persas e dos medos, tendo ouvido o que ela disse ao rei atrever-se-ão, igualmente, a
desonrarem aos seus maridos.
19 Se, pois, parecer bem ao rei, que ele faça um decreto real e escreva-se nele de
acordo com as leis dos medos e dos persas, e que não seja alterado. E não seja
permitido que a rainha entre em sua presença jamais; e dê o rei a sua realeza para
uma mulher melhor do que ela.
20 Que o direito do rei seja cumprido, e amplamente proclamado em seu reino; e,
assim, todas as mulheres darão honra aos seus maridos, desde o pobre até ao rico.
21 Tal conselho agradou ao rei e aos príncipes, e o rei fez conforme Memucã lhe
havia dito,
22 enviando o decreto para todo o seu reino através das várias províncias, de acordo
com as suas línguas, a fim de que os homens pudessem ser temidos em suas
próprias casas.
Ester - Capítulo 2
1 Depois disto, a raiva do rei se aplacou e ele não mais mencionou Vasti, pensando
no que ela tinha dito e em como a tinha condenado.
2 Então, os servos do rei disseram: Procurem-se para o rei moças virgens, castas e
bonitas.
3 Que o rei nomeie governadores locais em todas as províncias do seu reino, e que
eles selecionem jovens donzelas bonitas e castas, trazendo-as para a cidade de
Susã, para a casa das mulheres, e que sejam enviadas ao camareiro do rei, guarda
das mulheres; e que as coisas para a purificação e demais atendimentos lhes sejam
dados.
4 E a mulher que vier a agradar ao rei seja feita rainha em lugar de Vasti. Isso
pareceu bem ao rei, e ele assim o fez.
5 Ora, havia um judeu na cidade de Susã, cujo nome era Mordecai, filho de Jair, filho
de Simei, filho de Quis, da tribo de Benjamim,
6 que tinha sido trazido preso de Jerusalém, o qual Nabucodonosor, rei da
Babilônia, levara em cativeiro.
7 Tinha ele uma filha adotiva, filha de Abiail, irmão de seu pai, cujo nome era Ester.
Quando seus pais morreram, cuidou ele dela, destinando-a para ser sua esposa; e a
jovem era linda.
8 E, porquanto o decreto do rei fora publicado, muitas moças estavam reunidas na
cidade de Susã, sob as vistas de Hegai; e Ester foi trazida para Hegai, guarda das
mulheres.
9 A donzela agradou-lhe, achando ela graça aos seus olhos. Então, ele se apressou a
dar-lhe as coisas necessárias para a purificação, e a sua porção, e sete donzelas
escolhidas do palácio. E tratou bem dela e de suas donzelas, na casa das mulheres.
10 Mas Ester não lhe descobriu a sua família nem a sua parentela, pois Mordecai a
tinha instruído para não fazê-lo.
11 E Mordecai costumava caminhar todos os dias pelo pátio das mulheres, para ver o
que iria suceder à Ester.
12 Ora, o momento em que uma virgem deveria apresentar-se ao rei era quando se
tivessem passado doze meses, pois, desta forma são os dias da purificação
cumpridos: seis meses nos quais elas untam-se com óleo de mirra, e seis meses com
as especiarias e as purificações das mulheres.
13 Depois disto a jovem vai ter com o rei. O oficial a quem ele designar irá conduzi-la
para ir ter com ele, direto da casa das mulheres para a câmara do rei.
14 Entra ela na casa à noite, e pela manhã vai para a outra casa das mulheres, onde
Hegai, camareiro do rei, é o guarda das mulheres. E ela não irá ter com o rei de
novo, a menos que venha a ser chamada pelo nome.
15 E quando o tempo foi cumprido para Ester, filha de Abiail, irmão do pai de
Mordecai, ir ter com o rei, ela não negligenciou nada do que o camareiro, guarda
das mulheres, lhe ordenara; pois Ester achava graça aos olhos de todos que a viam.
16 E foi Ester ao encontro do rei Artaxerxes no duodécimo mês, que é Adar, no
sétimo ano do seu reinado.
17 O rei amou a Ester, achando ela graça perante ele além de todas as outras
virgens; e ele colocou nela a coroa de rainha.
18 Então, o rei deu um banquete a todos os seus amigos e aos grandes homens,
durante sete dias, comemorando grandemente o casamento de Ester; e fez uma
libertação para aqueles que estavam sob o seu domínio.
19 Mordecai, porém, servia no palácio.
20 Ora, Ester não havia revelado a sua parentela, pois Mordecai lhe ordenara temer
a Deus e obedecer aos seus mandamentos, quando estava com ele, e Ester não
mudara o seu modo de vida.
21 E os dois eunucos do rei, chefes do corpo da guarda, ficaram muito tristes porque
Mordecai fora promovido; e intentaram matar ao rei Artaxerxes.
22 Porém, o assunto foi descoberto por Mardoqueu, e ele o fez saber a Ester; e ela
declarou ao rei a questão da conspiração.
23 Então, o rei interrogou os dois eunucos, e os enforcou; e o rei deu ordens para
que se fizesse um apontamento, para memorial, nos registros reais acerca dos bons
ofícios do Mordecai, como uma recomendação.
Ester - Capítulo 3
1 Depois disto, o rei Artaxerxes muito honrou a Hamã, filho de Hamedata, o agagita,
e o exaltou, pondo o seu assento acima do de todos os seus companheiros.
2 E todos no palácio fizeram-lhe reverência, pois o rei tinha dado ordens para fazê-
lo; porém, Mordecai não se inclinou diante dele.
3 Então os que estavam no palácio do rei disseram a Mordecai: Mordecai, por que
transgrides as ordens do rei?
4 Assim falaram-lhe diariamente, porém ele não lhes deu ouvidos; e eles relataram a
Hamã que Mordecai havia desobedecido às ordens do rei, e, ainda, que Mordecai
lhes tinha dito que era judeu.
5 Quando Hamã soube que Mordecai não lhe fizera reverência, ficou muito furioso
6 e tomou conselho para destruir completamente a todos judeus que estavam sob o
domínio de Artaxerxes.
7 E fez um decreto, no décimo segundo ano do reinado de Artaxerxes, lançando
sortes sobre dias e meses, para eliminar em um único dia a raça de Mordecai. E a
sorte caiu no décimo-quarto dia do mês que é Adar.
8 Então, ele falou ao rei Artaxerxes, dizendo: Existe uma nação espalhada entre as
nações em todo o teu reino cujas leis diferem daquelas de todas as outras nações, e
eles desobedecem as leis do rei; e não é conveniente para o rei deixá-los à sua
vontade.
9 Se parecer bem ao rei, então, que ele faça um decreto para destruí-los. E enviarei
para o tesouro do rei dez mil talentos de prata.
10 Depois disto, o rei tirou o seu anel, entregando-o nas mãos de Hamã para selar
com ele os decretos contra os judeus.
11 E disse o rei a Hamã: Tem cuidado da prata, e age com o país como quiseres.
12 Então, os secretários do rei foram chamados no primeiro mês, no dia treze, e
escreveram conforme Hamã ordenara aos capitães e aos governadores em todas as
províncias, desde a Índia até a Etiópia, às cento e vinte e sete províncias e aos
governantes das nações, em suas várias línguas, em nome do rei Artaxerxes.
13 E a mensagem foi enviada por correios para todo o reino de Artaxerxes, para
destruir completamente a raça dos judeus no primeiro dia do duodécimo mês, que é
Adar, e saquear os seus bens.
O que se segue é a cópia da carta: O grande rei Artaxerxes assim escreve aos
sátrapas e governadores inferiores das cento e vinte e sete províncias, desde a Índia
até a Etiópia, os quais, sob ele, detêm autoridade. Governando sobre muitas nações
e tendo obtido domínio sobre o mundo inteiro, estava eu ocupado (não exaltado
com a confiança do poder, porém conduzindo-me com grande moderação e
suavidade) em tornar a vida daqueles que a mim estavam sujeitos continuamente
tranquila, desejando tanto manter o reino quieto e ordenado até as suas mais
distantes fronteiras como também restaurar a paz desejada por todos os homens.
Entretanto, quando indaguei de meus conselheiros como isso deveria ser
conduzido, Hamã, que se destaca na solidez de julgamento entre nós e tem sido
manifestamente bem intencionado, sem vacilar e com uma fidelidade inabalável,
motivo pelo qual obteve o segundo lugar no reino, informou-nos que certas pessoas
mal-intencionadas estão misturadas com todas as tribos em todo o mundo, opondo-
se com as suas leis à todas as outras nações e negligenciando continuamente as
ordens do rei, de modo que o governo dos estados por nós administrados
irrepreensivelmente não é tranquilamente estabelecido. Tendo, portanto, tomado
conhecimento de que esta nação separada de todas as outras posiciona-se
continuamente em oposição à todos os homens, introduzindo, como uma mudança,
um código de leis estrangeiras, e estando injuriosamente a conspirar para realizar o
pior dos males contra os nossos interesses e contra o feliz estabelecimento da
monarquia, nós vos instruímos na carta escrita por Hamã, que está sobre as
questões públicas e é o nosso segundo governador, para destruí-los totalmente
com as suas esposas e filhos pelas espadas dos inimigos, sem sentir pena ou poupar
qualquer deles, no décimo quarto dia do décimo-segundo mês de Adar do presente
ano, para que este povo desde sempre mal disposto contra nós sendo
violentamente condenado à morte em um só dia, venha isto a colocar-nos, para
sempre, num estado bem constituído e tranquilo de coisas.
14 E as cópias das cartas foram publicadas em todas as províncias. Também foi dada
uma ordem para que todas as nações estivessem preparadas para aquele dia.
15 Este negócio foi resolvido sem demora, e em Susã o rei e Hamã assentaram-se a
beber. Mas a cidade ficou perturbada.
Ester - Capítulo 4
1 Mordecai, entretanto, tendo percebido o que havia sido feito, rasgou as suas
vestes e pôs-se de saco, lançando pó sobre si; e, tendo-se precipitado pela rua
aberta da cidade, clamou com grande voz, dizendo: Uma nação que não tem feito
nada de errado será destruída!
2 Veio ele até a porta do rei e ficou ali, em pé; pois não lhe era lícito entrar no
palácio usando pano de saco e cinza.
3 E em todas as províncias onde as cartas foram publicados houve choro,
lamentação e grande pranto por parte dos judeus. E eles puseram sobre si pano de
saco e cinza.
4 E as servas da rainha e os seus camareiros entraram e disseram-lhe tudo. E quando
ela ouviu o que havia sido feito, ficou perturbada e enviou mensageiros para
vestirem a Mordecai e para tirar-lhe o pano de saco; mas ele não o consentiu.
5 Então, Ester chamou o seu camareiro Hatá, o qual estava às suas ordens; e ela o
enviou para saber a verdade de Mordecai.
6 7 E Mordecai mostrou-lhe o que havia sido feito, contando-lhe da promessa que
Hamã tinha feito ao rei de lhe entregar dez mil talentos para o tesouro, para que
pudesse destruir os judeus.
8 E deu-lhe a cópia da carta que fora publicada em Susã a respeito da sua
destruição, para mostrá-la a Ester; e disse a ele para encarregá-la de ir e clamar ao
rei, e pedir-lhe pelo povo, Lembrando-te disse ele, dos dias da tua humilhação, e de
como foste amamentada pela minha mão. Porque Hamã, que detém o posto mais
próximo do rei, falou contra nós para morte. Invoca ao Senhor, e fala com o rei a
nosso respeito para livrar-nos da morte.
9 Então, Hatá entrou e disse-lhe todas estas palavras.
10 E respondeu Ester a Hatá, mandando-o ir a Mordecai e dizer-lhe:
11 Todas as nações do império conhecem que qualquer um, homem ou mulher, que
vá ao encontro do rei no átrio interior sem ser chamado, essa pessoa não deverá
viver; somente aquele para quem o rei estender o seu cetro de ouro viverá. E eu não
tenho sido chamada para ir ao encontro do rei nestes últimos trinta dias.
12 Hatá relatou para Mordecai todas as palavras de Ester.
13 Então, disse Mordecai a Hatá: Vai e dize a Ester: Não digas para ti mesma que tu
tão somente escaparás no reino, dentre todos os outros judeus.
14 Porque, se te recusares a ouvir, nesta ocasião, ajuda e proteção virá para os
judeus de outra parte, mas tu e a casa de teu pai perecereis. E quem sabe se não
foste feita rainha para esta ocasião?
15 Então, Ester mandou o homem que veio ter com ela ao encontro de Mordecai,
dizendo-lhe:
16 Vai, e reúne os judeus que estão em Susã; e jejuai por mim, não comendo nem
bebendo por três dias e noites; também eu e as minhas servas iremos jejuar. E irei
ter com o rei contrariamente à lei, mesmo que tenha de morrer.
17 Mordecai foi, e fez tudo o que Ester lhe ordenara.
Ester - Capítulo 5
1 E sucedeu, no terceiro dia, quando tinha acabado de orar, que ela pôs as suas
roupas inferiores, colocando sobre elas o seu glorioso vestuário. Estando
esplendidamente vestida e tendo clamado a Deus, o supervisor e preservador de
todas as coisas, ela tomou suas duas servas, apoiando-se sobre uma delas, como
uma mulher frágil, enquanto a outra a seguia levando seus aparatos. Estava, ela,
florescendo na perfeição da sua beleza; seu rosto estava alegre e parecia
benevolente, porém seu coração estava angustiado pelo medo. Tendo passado por
todas as portas, ela chegou diante do rei. Ele estava assentado no seu trono real, e
havia colocado todo o seu vestuário real, totalmente coberto de ouro e pedras
preciosas, o qual parecia muito terrível. Depois de ter levantado o rosto
resplandecente de glória, ele a olhou com raiva intensa. A rainha caiu, mudando de
cor quando desmaiava; e inclinou-se sobre a cabeça da empregada que ia à sua
frente. Porém, Deus mudou o espírito do rei em gentileza e, tomado de um
sentimento intenso, ele saiu rapidamente de seu trono e tomou-a nos braços até
que ela se recuperou; e a consolou com palavras de paz, dizendo-lhe: Qual é o
problema, Ester? Eu sou teu irmão. Tem bom ânimo! Não morrerás, pois o nosso
comando é dado abertamente para ti: Aproxima-te!
2 E depois de ter levantado o cetro de ouro ele colocou-o sobre o seu pescoço, e
abraçou-a, dizendo: Fala comigo! E ela lhe disse: Eu vi-te, meu senhor, como um anjo
de Deus, e o meu coração ficou perturbado por medo da tua glória; pois tu, meu
senhor, causas espanto e o teu rosto é cheio de graça. E enquanto ela falava,
desmaiou e caiu. Então, o rei se perturbou, e todos os seus servos a confortavam.
3 E disse o rei: Que queres, Ester? E qual é o teu pedido? Pede até a metade do meu
reino, e ele será teu!
4 Respondeu Ester: Hoje é o meu grande dia. Se parecer bem ao rei, que ele e Hamã
venham à festa que irei preparar neste dia.
5 E o rei disse: Trazei Hamã, rapidamente, para cá, para que possamos realizar o
desejo de Ester! Assim, ambos vieram para a festa de que Ester tinha falado.
6 E, durante o banquete, o rei disse à Ester: Qual é a tua petição, rainha Ester? Fala,
e terás tudo quanto desejares!
7 E ela disse: O meu pedido e o meu desejo são:
8 Se tenho achado graça aos olhos do rei, que o rei e Hamã retornem amanhã para a
festa que irei preparar-lhes, e, amanhã, eu irei fazer o mesmo.
9 Então, Hamã saiu da presença do rei, muito feliz e alegre. Porém, quando viu a
Mordecai, o judeu, na corte, ficou extremamente furioso.
10 Tendo ido para a sua própria casa, ele chamou aos seus amigos e a sua esposa
Zeres.
11 E mostrou-lhes a sua riqueza e a glória com que o rei o tinha investido, e como ele
o tinha levado a ter precedência e autoridade de chefe no reino.
12 Então, disse Hamã: A rainha não convidou ninguém para a festa com o rei a não
ser eu; pois estou convidado para amanhã.
13 Contudo, essas coisas não me satisfazem enquanto eu vejo a Mordecai, o judeu,
na corte!
14 Então, Zeres, sua esposa, e os seus amigos disseram-lhe: Que uma forca seja feita
por ti, de cinquenta côvados. Pela manhã falarás com o rei, e Mordecai será
enforcado nesta forca. Tu, porém, vai para a festa com o rei, e sê feliz! Este
conselho agradou a Hamã, e a forca foi preparada.
Ester - Capítulo 6
1 Entretanto, o Senhor tirou o sono do rei naquela noite, e ele disse ao seu servo
para trazer os livros, os registros de eventos diários, e ler para ele.
2 Então, ele encontrou os registros escritos relativos a Mordecai, de como ele havia
revelado ao rei sobre os seus dois eunucos, quando eles estavam mantendo a
guarda e tentaram colocar as mãos sobre Artaxerxes.
3 E disse o rei: Que honra ou favor fizemos para Mordecai? E os servos do rei
disseram: Tu não lhe fizeste nada.
4 Enquanto o rei estava perguntando sobre a bondade de Mordecai, eis que Hamã
encontrava-se na côrte. E disse o rei: Quem está no pátio? Mas Hamã ia entrar a fim
de falar com o rei para que ele pendurasse Mordecai na forca que tinha preparado.
5 E os servos do rei disseram: Eis que Hamã está na côrte. Então, o rei disse: Chamai-
o.
6 E disse o rei a Hamã: Que hei de fazer para o homem a quem eu gostaria de
homenagear? E Hamã pensou consigo: Quem iria o rei honrar, senão eu mesmo?
7 E disse ao rei: Quanto ao homem a quem o rei deseja honrar,
8 que os servos do rei tragam o manto de linho fino que o rei usa e o cavalo no qual
o rei passeia
9 e entreguem-nos a um dos nobres amigos do rei; e que ele adorne o homem a
quem o rei ama e monte-o sobre o cavalo, e saia a proclamar pelas ruas da cidade,
dizendo: Assim deverá ser feito a todo o homem a quem o rei honra!
10 Então, disse o rei a Hamã: Disseste bem! Desta maneira faças com Mordecai, o
judeu, que aguarda no palácio; e não deixes que uma só palavra do que disseste seja
negligenciada.
11 Então, Hamã tomou o manto e o cavalo, vestiu a Mordecai e montou-o sobre o
cavalo, passando com ele pela rua da cidade; e proclamou, dizendo: Assim será com
todo o homem a quem o rei deseja honrar!
12 E Mordecai voltou ao palácio. Porém Hamã foi para sua casa lamentando, e com a
cabeça coberta.
13 Hamã, então, relatou os eventos que lhe tinham sucedido à Zeres, sua esposa, e
aos seus amigos. E seus amigos e sua mulher lhe disseram: Se Mordecai é da raça
dos judeus e tu já começaste a ser humilhado diante dele, irás, seguramente, cair e
não serás capaz de resistir-lhe, pois o Deus vivo é com ele!
14 Enquanto eles ainda estavam falando, os camareiros chegaram para apressarem
Hamã a fim de ir ao banquete que Ester tinha preparado.
Ester - Capítulo 7
Ester - Capítulo 8
1 Naquele mesmo dia, o rei Artaxerxes deu à Ester tudo o que pertencia a Hamã, o
caluniador. E Mordecai foi chamado pelo rei, pois Ester tinha revelado que ele era
seu parente.
2 O rei tomou o anel que havia tirado de Hamã e deu-o a Mordecai. E Ester colocou
Mordecai sobre tudo o que tinha sido de Hamã.
3 Falou ela outra vez com o rei e, caindo aos seus pés, rogava-lhe para acabar com a
maldade de Hamã e com tudo o que ele tinha feito contra os judeus.
4 Então, o rei estendeu para Ester o cetro de ouro, e Ester levantou-se, ficando
próxima ao rei.
5 Disse Ester: Se parecer bem a ti, e se tenho achado graça aos teus olhos, dê-se
uma ordem para ser levada por mensageiros, para que as cartas enviadas por Hamã,
as quais foram escritas para a destruição dos judeus que estão no teu reino, sejam
revertidas.
6 Pois, como poderei ser eu capaz de olhar para a aflição do meu povo, e como
poderei sobreviver a destruição da minha parentela?
7 E disse o rei à Ester: Se eu te tenho dado e livremente concedido tudo o que era de
Hamã, e o penduraram em uma forca porque ele colocou as mãos sobre os judeus,
o que ainda me pedes mais?
8 Escrevei vós mesmos em meu nome, como vos parecer bem, e selai-o com o meu
anel; pois às ordens escritas sob o comando do rei e seladas com o meu anel não é
lícito deixar de atendê-las.
9 Então, os escribas foram chamados, no primeiro mês, que é Nisã, no vigésimo-
terceiro dia do mesmo ano; e as ordens foram escritas concernentes aos judeus,
para todos que o rei havia ordenado como governadores e chefes dos sátrapas
locais, desde a Índia até a Etiópia, cento e vinte e sete sátrapas, de acordo com as
várias províncias e de acordo com os seus dialetos.
10 Foram elas escritas por ordem do rei e seladas com o seu anel; e enviaram as
cartas pelos mensageiros,
11 nas quais dava-se-lhes ordem para usar as suas próprias leis em cada cidade e
ajudarem uns aos outros, e para tratarem aos seus adversários e aqueles que os
atacavam como quisessem,
12 em um só dia, em todo o reino de Artaxerxes, no dia treze do duodécimo mês,
que é Adar.
13 E que as cópias fossem afixadas em locais bem visíveis por todo o reino, para que
todos os judeus estivessem preparados para este dia, para lutarem contra os seus
inimigos.
(E o que se segue é a cópia da carta com as ordens: O grande rei Artaxerxes envia
saudações aos governantes das províncias em cento e vinte e sete satrapias, desde
a Índia até a Etiópia, àqueles que são fiéis aos nossos interesses. Muitos que têm
sido freqüentemente honrados pela bondade mais abundante de seus benfeitores
conceberam projetos ambiciosos, e não apenas se esforçaram para prejudicar os
nossos assuntos mas, ainda mais, não sendo capazes de suportar a prosperidade
eles também se esforçaram para conspirar contra os seus próprios benfeitores. E
não somente aboliram completamente a gratidão entre os homens como também,
exaltados pelas presunções de homens que são estranhos a tudo o que é bom,
supuseram que podiam escapar da vingança que odeia o pecado, vinda do Deus
onisciente. E, muitas vezes, maus conselhos fizeram participantes da culpa de
derramar sangue inocente e envolveram em calamidades irremediáveis a muitos
daqueles que tinham sido nomeados para cargos de autoridade, à quem tinha sido
confiada a gestão dos assuntos de seus amigos; porquanto os homens, pelos falsos
sofismas de uma disposição má, têm enganado a simplicidade dos poderes
dominantes. E é possível ver isso não tanto de antigos e tradicionais relatos, mas
está imediatamente ao nosso alcance vê-lo examinando as coisas que foram
perversamente perpetradas pela baixeza de homens que indignamente detiveram o
poder. Por isso é bom tomar cuidado com relação ao futuro para que possamos
manter o governo em paz e igualmente distribuído para todos os homens,
adotando mudanças necessárias, e sempre julgando os casos dos quais temos
notícia com decisões verdadeiramente justas. Pois, apesar de ser Hamã macedônio,
filho de Hamedata, na realidade um estrangeiro com respeito ao sangue dos persas,
e diferindo muito de nosso curso suave de governo, tendo sido hospitaleiramente
acolhido por nós e obtido tão grande parcela de nossa universal bondade a ponto
de ser chamado de nosso pai e permanecer como uma pessoa que está ao lado do
trono real, reverenciado de todos, ele, no entanto, tomado pelo orgulho de sua
posição, esforçou-se para nos privar de nosso domínio e de nossa vida, tendo por
vários e sutis artifícios exigido a destruição tanto de Mordecai, nosso libertador e
benfeitor perpétuo, como de Ester, a consorte sem culpa do nosso reino, com toda
a sua nação, para, por estes métodos que divisou, tendo nos surpreendido em um
estado indefeso, transferir o domínio dos persas aos macedônios. Mas nós
encontramos que os judeus, que foram consignados à destruição pelo mais
abominável dos homens, não são malfeitores, porém vivem de acordo com as leis
mais justas, sendo filhos do Deus vivo, o mais alto e poderoso, o qual mantém o
reino para nós assim como para os nossos antepassados na mais excelente ordem.
Vós, portanto, fareis bem em vos recusardes a obedecer a carta enviada por Hamã,
filho de Hamedata, porque aquele que fez estas coisas foi enforcado com toda a sua
família, às portas de Susã. O Deus Todo-Poderoso tem, sem demora, entregue para
ele uma recompensa digna. Ordenamos então, tendo publicado abertamente uma
cópia desta carta em cada lugar, para dardes aos judeus permissão para usarem de
seus próprios costumes legais e para fortalecê-los, para que no dia treze do décimo-
segundo mês de Adar, no mesmíssimo dia, eles possam defender-se contra aqueles
que os atacam em um momento de aflição. Pois no lugar da destruição da raça
escolhida o Deus Todo-Poderoso concedeu-lhes este tempo de alegria. Vós,
portanto, também tereis, entre vossas festas notáveis, um dia especial com toda a
festividade, o qual, tanto agora como no futuro, possa ser um dia de libertação para
nós e para os que são bem dispostos para com os persas, mas para com aqueles que
conspiraram contra nós um memorial de destruição. E cada cidade e província,
coletivamente, que não fizer nesse sentido deverá ser consumida com vingança por
lança e fogo, devendo ser feita inacessível não só aos homens, mas mais odiosa
ainda para os animais selvagens e as aves, para sempre. Que estas cópias sejam
afixadas em locais bem visíveis por todo o reino, e que todos os judeus estejam
preparados para este dia, para lutarem contra os seus inimigos.)
Ester - Capítulo 9
Ester - Capítulo 10
1 E o rei impôs um tributo sobre o seu reino, tanto por terra como por mar.
2 Porém, quanto a sua força e valor, e quanto a riqueza e glória do seu reino, eis que
estão escritos no livro dos Persas e Medos, em um memorial.
3 Mordecai era o vice-rei para o rei Artaxerxes, tendo sido um grande homem no
reino, e honrado pelos judeus. E passou a sua vida amado de toda a sua nação.
(E Mordecai disse: Estas coisas tem sido feitas por Deus, pois lembro-me do sonho
que tive a respeito dessas questões; porque nem um detalhe dele faltou. Havia a
pequena fonte que se tornou um rio, e havia luz, sol e muita água. O rio é Ester, com
quem o rei se casou, fazendo-a rainha. As duas serpentes somos eu e Hamã. As
nações são as nações que se combinaram para destruir o nome dos judeus. Mas,
quanto a minha nação, isto é, Israel, são estes os que clamaram a Deus e foram
salvos, porque o Senhor libertou o seu povo. O Senhor salvou-nos de todas estas
calamidades. Operou Deus estes sinais e grandes maravilhas, tais que nunca foram
feitos entre as nações. Por este motivo, ordenou ele duas sortes. Uma tão somente
para o povo de Deus, e outra para todas as nações. Estas duas sortes vieram para
um tempo determinado e para um dia de julgamento diante de Deus, para todas as
nações. E lembrou-se Deus do seu povo, justificando a sua herança. Portanto, eles
deverão observar estes dias no mês de Adar, no décimo-quarto e no décimo-quinto
dia deste mês, com um ajuntamento, com gozo e alegria diante de Deus, ao longo
das gerações, para sempre, em seu povo Israel.)
(No quarto ano do reinado de Ptolomeu e Cleópatra, Dositeu, afirmando que era um
sacerdote e levita, e Ptolomeu, seu filho, trouxeram esta epístola de Purim, a qual
disseram ser verdadeira; e que Lisímaco, filho de Ptolomeu, o qual estava em
Jerusalém, a havia traduzido.)
A Oração de Mordecai
A Oração de Ester
Então, a rainha Ester recolheu-se no refúgio do Senhor, tendo sido tomada pela
agonia da morte. E, havendo tirado o seu glorioso vestuário, vestiu roupas de
angústia e luto. Em vez de magníficos perfumes ela encheu a sua cabeça com cinzas
e pó; e ela muito humilhou ao seu corpo, enchendo todos os lugares onde se
comprazia com os cachos arrancados de seu cabelo. E suplicou ao Senhor, Deus de
Israel, dizendo: Ó meu Senhor, só tu és o nosso rei! Ajuda-me, porque estou
desamparada e não tenho ninguém que me ajude além de ti; pois o meu perigo está
próximo. Tenho ouvido desde o meu nascimento, na tribo de minha parentela, que
tu, Senhor, tomaste a Israel de todas as nações, e a nossos pais de todos os seus
parentes, por uma herança eterna, e fizeste para com eles tudo o que disseste.
Porém, agora, temos pecado diante de ti e nos entregaste nas mãos de nossos
inimigos, porque honraram aos seus deuses. Porém, tu és justo, ó Senhor, e agora,
eles não têm se contentado com a amargura da nossa escravidão, mas puseram as
suas mãos sobre as mãos de seus ídolos a fim de abolir o decreto da tua boca e
destruir totalmente as tuas heranças, para calarem a boca dos que te louvam e para
extinguirem a glória da tua casa e do teu altar, assim como para que se abra a boca
dos gentios a fim de louvarem vaidades, acreditando que um rei mortal deveria ser
admirado para sempre. Ó Senhor, não entregues o teu cetro aos que nada são, não
os deixes rir da nossa queda, porém, transforma os seus conselhos contra si
mesmos, fazendo um exemplo daqueles que intentaram ferir-nos. Lembra-te de
nós, Senhor. Manifesta-te no tempo da nossa aflição e reanima-nos, ó rei dos
deuses e governador de todos os domínios. Coloca um discurso harmonioso na
minha boca, diante do leão, e muda o seu coração para odiar aquele que luta contra
nós e para trazer a completa destruição daqueles que consentem com ele. Todavia,
livra-nos por tua mão, e ajuda-me, porque sou destituída e não tenho ninguém
senão a ti, ó Senhor. Tu sabes todas as coisas, sabes que detesto a glória dos
transgressores e abomino o leito dos incircuncisos e de todo estranho. Conheces a
minha necessidade, pois abomino o símbolo da minha posição honrosa, o qual está
sobre a minha cabeça nos dias de meu esplendor. Detesto-o como pano imundo de
menstruação, e não o usaria nos dias da minha tranquilidade. A tua serva não comeu
à mesa de Hamã e não tenho honrado o banquete do rei nem bebido vinho de
libações; nem tem a tua serva se alegrado, desde o dia da minha promoção até
agora, a não ser em ti, ó Senhor, Deus de Abraão. Ó Deus que tens o poder sobre
tudo, ouve a voz dos desesperados e livra-nos da mão dos que maquinam o mal. E
livra-me do meu temor.
JÓ
Jó - Capítulo 1
1 Havia um homem na terra de Uz cujo nome era Jó, o qual era verdadeiro, íntegro,
justo e piedoso, abstendo-se de todo o mal.
2 Tinha ele sete filhos e três filhas.
3 O seu rebanho consistia de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas
de bois e quinhentas jumentas nos pastos; tinha ele, também, uma família muito
grande, e uma grande criação na terra. E o homem era o mais nobre dos homens
que viviam ao oriente.
4 Seus filhos, visitando uns aos outros, prepararam um banquete durante vários
dias, levando consigo também suas três irmãs para comer e beber com eles.
5 E quando os dias do banquete foram concluídos Jó foi e purificou-os, levantando-
se de madrugada; e ofereceu sacrifícios por eles, de acordo com o seu número, e
um bezerro para a oferta pelo pecado, por suas almas. Porque dizia Jó, porventura
os meus filhos terão pensado algo mal em suas mentes, contra Deus. Assim fazia Jó,
continuamente.
6 E aconteceu que, num certo dia, os anjos de Deus vieram para estar diante do
Senhor, e o diabo veio com eles.
7 Então, o Senhor disse ao diabo: Donde vieste? E o diabo respondeu ao Senhor,
dizendo: Vim de arrodear a terra, andando para cima e para baixo no mundo.
8 Perguntou-lhe o Senhor: Tens tu, diligentemente, observado ao meu servo Jó, que
não há ninguém como ele na terra, homem íntegro, verdadeiro, piedoso e
abstendo-se de todo o mal?
9 Então, o diabo respondeu, e disse na presença do Senhor: Jó adora ao Senhor por
nada?
10 Porventura não fizeste uma cobertura sobre ele e sobre a sua casa, e sobre todos
os seus bens, em redor? Não abençoaste as obras das suas mãos e multiplicaste o
seu gado sobre a terra?
11 Todavia, estende a tua mão e toca tudo o que ele tem. Então, deveras, abençoará
ele a tua face.
12 E o Senhor disse ao diabo: Eis que entrego na tua mão a tudo o que ele tem; tão
somente não toques nele mesmo. Depois disto, o diabo saiu da presença do Senhor.
13 E aconteceu, num daqueles dias em que os filhos de Jó e as suas filhas estavam
bebendo vinho na casa de seu irmão mais velho,
14 que veio um mensageiro para Jó, e disse-lhe: As juntas de bois lavravam e as
jumentas pastavam perto deles;
15 e eis que os saqueadores vieram e levaram-nos como presa, matando os teus
servos à espada. Eu somente escapei, vindo para trazer-te a nova.
16 Enquanto ele ainda estava falando veio outro mensageiro e disse para Jó: Fogo
caiu do céu e queimou as ovelhas, consumindo, igualmente, os pastores; e eu
somente escapei, vindo para trazer-te a nova.
17 Enquanto ele ainda estava falando veio outro mensageiro e disse para Jó:
Cavaleiros formaram três bandos contra nós, cercaram os camelos e levaram-nos
como presa, matando os teus servos à espada. Eu somente escapei, vindo para
trazer-te a nova.
18 Enquanto ele ainda estava falando, veio outro mensageiro, dizendo para Jó: Teus
filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo com seu irmão mais velho quando,
19 de repente, um vento forte veio do deserto abatendo-se sobre os quatro cantos
da casa; e a casa caiu sobre os teus filhos, estando eles, agora, todos mortos; e eu
somente escapei, vindo para trazer-te a nova.
20 Então, Jó se levantou, rasgou as suas vestes, raspou o cabelo da sua cabeça e,
caindo sobre a terra, adorou
21 e disse: Saí nu do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá. O Senhor deu, o
Senhor tomou; como pareceu bem ao Senhor, assim aconteceu. Bendito seja o
nome do Senhor!
22 E em todos esses eventos que se abateram sobre ele Jó não pecou em nada
diante do Senhor, nem imputou loucura a Deus.
Jó - Capítulo 2
1 E sucedeu, em um determinado dia, quando os anjos de Deus vieram para estar
diante do Senhor, que o diabo veio entre eles para estar, ele também, diante do
Senhor.
2 E o Senhor disse ao diabo: Donde vens? Então, o diabo respondeu, diante do
Senhor: Venho de atravessar o mundo e andar sobre a terra inteira.
3 E perguntou o Senhor ao diabo: Tens, então, observado ao meu servo Jó, que
nenhum homem há sobre a terra como ele, homem pacifico, verdadeiro, íntegro e
piedoso, abstendo-se de todo o mal? Não se apega ele, ainda, a inocência, sendo
que me disseste para destruir os seus bens sem justa causa?
4 E o diabo respondeu, dizendo ao Senhor: Pele por pele, e tudo o que um homem
tem dará como resgate por sua vida.
5 Contudo, estende a tua mão e toca-lhe os ossos e a carne. Então. deveras,
abençoará ele a tua face!
6 E o Senhor disse ao diabo: Eis que o entrego em tuas mãos. Tão somente
preserva-lhe a vida.
7 Então, o diabo saiu de diante do Senhor e feriu a Jó de úlceras malignas, desde os
pés à cabeça.
8 E ele tomou um caco para raspar as crostas, assentando-se sobre um monturo,
fora da cidade.
9 E, tendo se passado um longo tempo, sua mulher falou-lhe: Até quando irás
resistir, dizendo: Eis que esperarei ainda um pouco, guardando a esperança da
minha libertação? Pois eis que a tua memória já tem sido abolida da face da terra,
assim como os teus filhos e filhas, os espasmos e as dores de meu ventre que
carreguei em vão, com trabalhos. Apesar disso, tu mesmo te assentas para passar as
noites ao ar livre entre a corrupção dos vermes, enquanto eu sou uma andarilha e
uma serva, de lugar para lugar e de casa em casa, esperando o pôr-do-sol para que
possa descansar de meus trabalhos e de minhas dores, que agora me afligem.
Entretanto, diz alguma palavra contra o Senhor, e morre!
10 Porém, ele olhou para ela, e disse: Falaste como uma doida. Se temos recebido
boas coisas da mão do Senhor não devemos suportar, também, as coisas más? E em
todas essas coisas que lhe aconteceram Jó não pecou em nada com os seus lábios,
diante de Deus.
11 Ora, seus três amigos, depois de ouvirem a respeito de todo o mal que tinha vindo
sobre ele, vieram ao seu encontro, cada um do seu próprio país: Elifaz, o rei dos
temanitas, Bildade, soberano dos suítas, e Zofar, o rei dos naamatitas, os quais
vieram a ele de comum acordo, para visitá-lo e confortá-lo.
12 Mas, quando o viram à distância, eles não o reconheceram; então, clamaram com
grande voz e choraram e, rasgando cada um o seu manto, lançaram pó sobre as
suas cabeças.
13 Assentaram-se, então, ao lado dele por sete dias e sete noites, e nenhum deles
falou; porque viram que a sua aflição era terrível, e demasiado grande.
Jó - Capítulo 3
Jó - Capítulo 4
Jó - Capítulo 5
1 Porém, clama, quem sabe alguém te dará ouvidos, ou quem sabe verás algum dos
santos anjos.
2 Pois a ira destrói o louco, e a inveja mata o que se desviou do caminho.
3 Tenho visto os tolos lançarem raiz; porém, de repente, a sua habitação é
devorada.
4 Que os seus filhos estejam longe da segurança e sejam esmagados ás portas dos
homens vis, sem que haja libertador!
5 Porque o que eles têm ajuntado o justo o comerá. Ainda assim, eles não serão
livres das calamidades. Que a sua força seja completamente exaurida!
6 Porque os cuidados não podem, por qualquer meio, provir da terra, nem brotarão
problemas das montanhas,
7 mas o homem nasce para o trabalho, assim como os filhotes do abutre procuram
os lugares altos.
8 Contudo, eu suplicarei ao Senhor, e invocarei ao Senhor, o soberano de todos,
9 aquele que faz coisas grandes e insondáveis, coisas gloriosas e maravilhosas, das
quais não existe número;
10 que dá a chuva sobre a terra, enviando água sobre ela;
11 que exalta os humildes e ergue os que estão abatidos;
12 que frustra os desígnios dos astutos, para que as suas mãos não possam executar
os seus planos;
13 que apanha o sábio na sua sabedoria e subverte o conselho dos sagazes.
14 Em pleno dia a escuridão virá sobre eles, para que tateiem ao meio-dia como se
fosse noite;
15 para que morram na guerra, e para que o fraco escape da mão do poderoso,
16 e para que o fraco tenha esperança, e a boca dos injustos seja fechada.
17 Contudo, bem-aventurado é o homem a quem o Senhor reprovou! Não rejeites,
portanto, a correção do Todo-Poderoso,
18 pois ele faz com que um homem sinta dor, e restaura-o de novo; ele fere, e as
suas próprias mãos curam.
19 Seis vezes ele te livrará de angústias, e na sétima o mal não te tocará;
20 na fome, livrar-te-á da morte e, na guerra, ele te livrará do poder da espada;
21 ele irá esconder-te do flagelo da língua, e não terás medo dos males que se
aproximam;
22 rir-te-ás dos injustos e dos transgressores, e não temerás aos animais selvagens,
23 pois as feras do campo estarão em paz contigo.
24 Então, saberás que a tua casa estará em paz, e a provisão para a tua tenda não
deverá falhar.
25 Conhecerás que a tua descendência será abundante, pois os teus filhos serão
como a erva do campo,
26 e chegarás à tua sepultura como o grão maduro colhido em sua estação, ou
como um monte de flor de farinha ajuntada em tempo adequado.
27 Eis que temos assim investigado estas questões; estas coisas são o que temos
ouvido. Tu, porém, arrazoas contigo mesmo como se nada tivesses feito de errado.
Jó - Capítulo 6
Jó - Capítulo 7
Jó - Capítulo 8
Jó - Capítulo 9
Jó - Capítulo 10
1 Desgastado em minha alma, derramarei minhas palavras com gemidos diante dele.
Falarei, estando estreitado na amargura da minha alma,
2 e direi ao Senhor: Não me ensines a ser ímpio. Por que tens assim me julgado?
3 É bom diante de ti que eu seja injusto? Pois tens renegado a obra das tuas mãos,
participando do conselho dos ímpios.
4 Ou vês tu como um mortal vê? Ou irás olhar como olha um homem?
5 É a tua vida humana, ou os teus anos como os anos de um homem,
6 que tens perguntado pela minha iniquidade e inquirido a respeito dos meus
pecados?
7 Porque tu sabes que eu não cometi iniquidade. Quem existe que possa escapar
das tuas mãos?
8 As tuas mãos me formaram e me fizeram. Depois, mudaste o teu entendimento,
para ferir-me.
9 Lembra-te de que me fizeste como argila, e far-me-ás voltar, de novo, à terra.
10 Porventura não me derramaste como leite, e não me coalhaste como queijo?
11 Tu me revestiste com pele e carne, e montaste a minha estrutura com ossos e
tendões.
12 Concedeste-me vida e misericórdia, e o teu cuidado tem conservado o meu
espírito.
13 Tendo essas coisas em ti mesmo, eu sei que tudo podes fazer. Pois nada é
impossível para ti.
14 Se eu pecar, tu me observas, e não me isentas da iniquidade.
15 Se eu devesse ser ímpio, ai de mim! Porém, se eu devesse ser justo, ainda assim,
não poderia erguer-me, pois estou cheio de desonra,
16 porque estou sendo caçado como um leão para o abate. Pois outra vez tens
mudado, e estás me destruindo horrivelmente,
17 renovando contra mim a minha tortura. Tens me tratado com grande ira,
trazendo julgamentos sobre mim.
18 Por que, então, me tiraste do ventre? Por que não morri sem que nenhum olho
me tivesse visto,
19 e porque não me tornei como se nunca tivesse sido? Por que não fui levado do
ventre à sepultura?
20 Não é muito curto o tempo da minha vida? Deixa-me descansar um pouco
21 antes de ir para o lugar de onde não retornarei, para uma terra de negrume e
sombra da morte,
22 para uma terra de trevas perpétuas, onde não há luz, nem pode, qualquer um,
ver a vida dos mortais.
Jó - Capítulo 11
Jó - Capítulo 12
1 E Jó respondeu:
2 Porventura, vós, somente, sois homens, e a sabedoria perecerá convosco?
3 Também eu tenho um coração, assim como vós!
4 Pois um homem justo e inocente tornou-se motivo de zombaria,
5 porquanto havia sido ordenado que ele deveria cair sob a mão de outros, na hora
marcada, e que as suas casas deveriam ser derrubadas por transgressores. Não
confie ninguém, no entanto, em que sendo mau será tido por inocente,
6 assim como muitos que provocam ao Senhor como se não houvesse de,
verdadeiramente, uma inquisição ser feita a seu respeito.
7 Mas pergunta agora às alimárias, se te puderem falar, e as aves do céu, se te
puderem declarar.
8 Pergunta-o à terra, se ela puder responder-te, e aos peixes do mar, se eles
puderem explicar-te.
9 Quem, então, não tem conhecido em todas estas coisas que a mão do Senhor as
fez,
10 considerando que a vida de todos os seres vivos está na sua mão, e também o
espírito de todo homem?
11 Pois o ouvido prova as palavras, e o paladar prova os alimentos.
12 No largura de tempo há sabedoria, e ciência na longa vida.
13 Com ele está a sabedoria e o poder, conselho e entendimento.
14 Se ele derrubar, quem irá construir? Se ele calar-se contra o homem, quem o fará
falar?
15 Se ele reter a água, secará a terra, e se ele deixá-la correr, derrubará e destruirá.
16 Com ele está a força e o poder. Ele tem conhecimento e compreensão.
17 Aos conselheiros leva em cativeiro, enlouquecendo aos juízes da terra.
18 Ele assentos reis em tronos, cingindo os seus lombos com um cinto;
19 ele envia os sacerdotes para o cativeiro, e derruba os poderosos da terra;
20 ele muda os lábios do fiel, e conhece a compreensão dos mais velhos;
21 ele derrama desonra sobre os príncipes, e cura os humildes.
22 Revela coisas profundas, tirando-as da escuridão. Ele trouxe para a luz a sombra
da morte.
23 Faz as vaguearem as nações, destruindo-as. Ele derruba as nações, levando-as
para longe.
24 Confunde as mentes dos príncipes da terra. Ele os faz vaguear por um caminho
que não conheceram, dizendo:
25 Que eles tateiem na escuridão, e que não haja luz; que vagueiem como um
homem embriagado.
Jó - Capítulo 13
1 Eis que os meus olhos tem visto essas coisas, e também os meus ouvidos já
ouviram falar delas.
2 Eu sei tudo o que vós sabeis, e não tenho menor compreensão do que vós.
3 No entanto, falarei com o Senhor e arrazoarei diante dele, se ele assim o quiser.
4 Entretanto, vós sois, todos, maus médicos e curandeiros de doenças!
5 Quisera que estivésseis em silêncio, o que vos seria contado como sabedoria, ao
fim.
6 Porém, ouvi o raciocínio da minha boca e atendei ao julgamento dos meus lábios.
7 Não falais vós perante o Senhor, pronunciando enganos diante dele?
8 Ou voltareis atrás? Não, porém sejais vós mesmos os juízes.
9 Pois seria bom se ele vos examinasse completamente. Ainda que fazendo todas as
coisas com as vossas próprias forças, deveríeis unir-vos a ele.
10 Mas, ainda assim, ele não vos reprovaria menos. Se, além disso, fizésseis
secretamente acepção de pessoas,
11 não iria o seu redemoinho tragar-vos, e o terror dele cair sobre vós?
12 Vossa jactância deverá mostrar-se, no fim, como cinzas, e o vosso corpo como um
corpo de barro.
13 Calai-vos, para que eu possa falar e cesse da minha ira,
14 enquanto ainda posso levar minha carne entre os meus dentes e segurar a minha
vida em minha mão.
15 Ainda que o Poderoso deva pôr as suas mãos em cima de mim, porquanto já
começou a fazê-lo, na verdade, eu irei falar e pleitear diante dele,
16 e isto contará para mim como salvação; porque a fraude não terá nenhuma
entrada diante dele.
17 Ouvi, ouvi minhas palavras, pois irei declará-las na vossa presença.
18 Eis que estou perto do meu juízo. Eu sei que aparecerei, evidentemente, como
justo.
19 Pois quem é aquele que deveria pleitear comigo, para que eu ficasse agora em
silêncio e expirasse?
20 Porém, concede-me duas coisas. Então, não me esconderei do teu rosto.
21 Retira a tua mão de mim, e não deixes que o medo de ti me aterrorize.
22 Então chamarás, e eu te darei ouvidos; falarás, e dar-te-ei uma resposta.
23 Quantos são os meus pecados e as minhas transgressões? Diga-me quais são.
24 Por que te escondes de mim, e consideras-me como o teu inimigo?
25 Assustar-te-ás de mim, como de uma folha agitada pelo vento? Ou por-te-ás
contra mim, como contra um folha de grama levada pela brisa?
26 Pois tens escrito coisas más contra mim, e tens me cercado com os pecados da
minha mocidade.
27 Colocaste os meus pés no tronco. Tens contemplado todas as minhas obras, e
penetraste os meus calcanhares.
28 Sou semelhante àquele que se desgasta como uma botija ou como uma veste
roída pelas traças.
Jó - Capítulo 14
Jó - Capítulo 15
Jó - Capítulo 16
Jó - Capítulo 17
Jó - Capítulo 18
Jó - Capítulo 19
Jó - Capítulo 20
Jó - Capítulo 21
Jó - Capítulo 22
Jó - Capítulo 23
Jó - Capítulo 24
Jó - Capítulo 25
Jó - Capítulo 26
Jó - Capítulo 27
Jó - Capítulo 28
1 Porque há um lugar para a prata, de onde ela vem, e um lugar para o ouro, onde é
refinado.
2 Pois o ferro sai da terra e o bronze é cortado e extraído da pedra.
3 Ele estabeleceu um termo para a escuridão, e sonda cada limite. Uma pedra está
em trevas e oculta nas sombras da morte.
4 Há um cessar na torrente, por causa do pó. Assim, aqueles que esquecem o
caminho certo são debilitados; eles são removidos dentre os homens.
5 Quanto à terra, dela virá o pão. Sob ela há um revolvimento, como pelo fogo.
6 Suas pedras são o lugar da safira, e a sua poeira abastece o homem com o ouro.
7 Há um caminho que as aves não conhecem nem o olho do abutre o tem visto.
8 Não tem os filhos do orgulhoso tem pisado nele; um leão jamais passou sobre ele.
9 Ele estendeu a sua mão sobre a pedra aguda, revirando as montanhas pelas suas
raízes;
10 interrompeu os redemoinhos dos rios, e os meus olhos viram todas as coisas
preciosas.
11 Ele pôs a descoberto as profundezas dos rios, trazendo à luz o seu poder.
12 Porém, onde foi achada a sabedoria? e qual é o lugar do conhecimento?
13 Um mortal não conhece o seu caminho, nem mesmo foi ela encontrada entre os
homens.
14 A profundidade disse: Não está em mim. E o mar também diz: Ela não está
comigo.
15 Não se pode dar o ouro fino para obtê-la, nem prata deve ser pesada em troca
dela.
16 Também não deve ser comparada com o ouro de Ofir, com pedras preciosas de
berilo e safira.
17 Ouro e cristal não deverão ser igualados a ela, nem vasos de ouro dados em troca
dela.
18 Coral e pérolas finas não deverão ser mencionados. Tu, porém, estima a
sabedoria acima das coisas mais preciosas.
19 O topázio da Etiópia não deve ser igualado a ela, nem deve ser comparada com o
ouro puro.
20 Onde, pois, é a sabedoria encontrada? Que tipo de lugar é o do conhecimento?
21 Escapou ele à atenção de todos os homens, e foi escondido das aves do céu.
22 A Destruição e a Morte disseram Já ouvimos um relato a respeito dele.
23 Deus também ordenou o seu caminho, e conhece o seu lugar,
24 pois ele examina toda a terra debaixo do céu, conhecendo as coisas que há na
terra,
25 tudo o que fez: o peso dos ventos e as medidas da água.
26 Quando os fez, então ele os viu e numerou, fazendo um caminho para o repicar
dos trovões.
27 Então, ele o viu, e o declarou. Ele o preparou e o traçou,
28 e disse ao homem: Eis que a reverência é a sabedoria, e o abster-se do mal é o
entendimento.
Jó - Capítulo 29
Jó - Capítulo 30
1 Porém, agora, o mais jovem deles tem rido de mim, desprezando-me; agora é a vez
de eles me reprovarem, aqueles cujos pais eu teria aviltado; aos quais eu não teria
considerado dignos de estarem com os meus cães pastores.
2 Sim, pois eu possuía a força de suas mãos. Para eles, perdera-se a completude de
vida.
3 São como alguém que não tem filhos, vivendo na miséria e faminto; como os que
fugiram, depois de longo tempo, do sofrimento e da miséria da seca;
4 como aqueles que percorrem os lugares salgados na praia rumorosa, os quais tem
ervas salgadas para a sua alimentação, e que eram desonrosos e sem reputação,
com falta de tudo o que é bom, e que também comiam raízes das árvores, por causa
da grande fome.
5 Ladrões se levantaram contra mim,
6 cujas casas estavam nas cavernas das rochas, e que viviam sob as moitas
silvestres.
7 Gritam eles entre os arbustos sussurrantes;
8 são, todos eles, filhos de tolos e de homens vis, cujo nome e glória estão extintos
da face da terra.
9 Porém, agora, eu sou a sua música, e eles me têm por um provérbio,
10 mantém-se indiferentes e me abominam, e não se poupam de cuspir na minha
cara.
11 Pois ele abriu a sua aljava e me humilhou. Por causa disto, eles abandonaram
qualquer restrição na minha presença.
12 Levantaram-se contra mim com a mão direita de sua prole; estenderam os seus
pés e contra mim dirigiram os seus caminhos de destruição.
13 Meus caminhos estão em ruínas, pois roubaram até mesmo as minhas vestes. Ele
atirou em mim com as suas armas,
14 e declarou-se contra mim, como quis. Estou cercado de dores,
15 minhas dores retornam sobre mim; minha esperança foi-se como o vento, e a
minha segurança como uma nuvem.
16 Agora, a minha vida será derramada dentro de mim, e dias de angústia apoderar-
se-ão de mim.
17 À noite os meus ossos se confundem, e os meus nervos são afrouxados.
18 Com grande força, minha doença tomou conta da minha roupa. Ela me cercou
como a gola da minha túnica.
19 E tens me contado como argila. Minha porção é de pó e cinzas.
20 Então, clamei a ti, mas não me ouviste. Quanto a eles, levantam-se e me
observam.
21 Eles me atacaram sem piedade, pois tu me tens açoitado com uma mão forte;
22 puseste-me em dores, lançando-me para longe da segurança.
23 Mas eu sei que a morte me destruirá, porque a terra é a casa designada para
todos os mortais.
24 Oh, que eu pudesse ajudar a mim mesmo ou, pelo menos, pedir à outro, e ele o
fizesse por mim!
25 No entanto, eu chorava por cada homem indefeso, gemia quando via um homem
em perigo.
26 Mas quando eu esperava coisas boas, eis que dias de grandes males vieram sobre
mim.
27 Minha barriga fervia, e não cessava; os dias de pobreza me cercavam.
28 Pranteei sem restrição. Fiquei de pé e clamei na assembléia.
29 Tornei-me como um irmão de monstros e companheiro de avestruzes.
30 A minha pele tem sido muito enegrecida, e os meus ossos estão queimados pelo
calor.
31 Também a minha harpa foi transformada em lamento, e a minha música em meu
pranto.
Jó - Capítulo 31
1 Fiz um pacto com os meus olhos, e não irei pensar a respeito de uma donzela.
2 Contudo, agora, que recompensa tem Deus mandado lá de cima? Haverá uma
herança dada pelo Poderoso, desde o mais alto?
3 Ai de mim! Não virá a destruição para o perverso, e a rejeição para os que praticam
a iniquidade?
4 Não verá ele o meu caminho e todos os meus passos?
5 Entretanto, se eu tivesse ido com os escarnecedores, e se o meu pé se tivesse
apressado para ir após o engano
6 (pois sou pesado em balança justa, e o Senhor conhece a minha inocência);
7 se o meu pé se tivesse desviado do caminho, ou se o meu coração tivesse seguido
os meus olhos; ou se, ainda, eu tivesse tocado em subornos com as minhas mãos,
8 que eu semeasse, então, para que outros comessem, e fosse arrancado da terra!
9 Se o meu coração tem ido atrás da esposa de outro homem, e se armei traições às
suas portas,
10 então, que a minha esposa também agrade a outro e que os meus filhos sejam
humilhados,
11 porquanto a ira extrema não pode ser controlada no caso de se profanar a esposa
de outro homem,
12 é um fogo que queima por todos os lados, e a quem ataca ela destrói
completamente.
13 E se eu também desprezei o julgamento do meu servo ou da minha serva quando
eles me imploravam,
14 o que, então, eu faria, se o Senhor me tentasse? Pois se ele resolver visitar-me,
como lhe responderei?
15 Não foram eles formados como também eu fui formado no ventre? Sim, fomos
formados num útero semelhante.
16 Mas os indefesos não perderam aquilo de que necessitavam, e eu não fiz com
que o olho da viúva viesse a desfalecer.
17 E se, ainda mais, comi o meu bocado sozinho, não o repartindo com o órfão
18 (pois alimentei-os como um pai, desde a minha juventude, e os guiei desde o
ventre de minha mãe);
19 e se também negligenciei eu o nu quando ele estava perecendo, não o vestindo,
20 e se os pobres não me abençoaram, pois não se aquentavam os seus ombros
com os velos dos meus cordeiros;
21 e se levantei a minha mão contra o órfão, confiando em que a minha força era
muito superior à sua,
22 que o meu ombro se separe da minha escápula, e que o meu antebraço seja
arrancado do meu cotovelo!
23 Porque o temor do Senhor me haveria constrangido, e eu não o poderia suportar,
por causa de seu mandado.
24 Se eu fiz do ouro o meu tesouro, e se muito confiei na pedra preciosa;
25 se muito me alegrei quando a minha riqueza era abundante, colocando, também,
a minha mão sobre inúmeros tesouros
26 (não vemos o sol brilhante a eclipsar-se, e a lua minguando? pois eles não tem
poder para continuar);
27 e se o meu coração estava secretamente enganado, e coloquei a minha mão
sobre a boca, selando-a,
28 que isso também seja contado para mim como a maior iniquidade, porque eu
teria mentido contra o Senhor, o Altíssimo.
29 E se, ainda, eu tivesse ficado contente com a queda dos meus inimigos, e o meu
coração tivesse dito: Ah!,
30 que, então, os meus ouvidos ouçam a minha maldição, e seja eu um provérbio
entre o meu povo, na minha angústia.
31 E se também as minhas servas disseram, muitas vezes: Oh, se pudéssemos
satisfazer-nos com a sua carne! (porquanto, eu era mui gentil;
32 pois o estrangeiro não passava a noite fora, e a minha porta estava sempre
aberta para todos os que desejavam entrar);
33 ou se, também, tendo pecado de forma não intencional eu escondi o meu
pecado
34 (pois fiquei temeroso de uma grande multidão, de modo a não declarar-me,
corajosamente, diante deles); e se eu, ainda mais, permiti que um pobre homem
saísse de minha porta com o seio vazio
35 (oh, que eu tivesse quem me escutasse!); e se não temi a mão do Senhor e,
quanto à acusação por escrito que eu tinha contra qualquer um,
36 eu a tivesse lido e colocado como uma condecoração sobre os meus ombros,
37 se eu não a tivesse lido e devolvido em seguida, nada tendo tirado do devedor;
38 e se em algum momento a terra gemeu contra mim e os seus sulcos lamentaram
juntos,
39 pois comi a sua produção sozinho, sem pagar nada; e se também entristeci o
coração do proprietário do solo, tomando-lhe alguma coisa,
40 neste caso, nasça a urtiga para mim em vez de trigo, e um espinheiro em vez de
cevada! Então, Jó cessou de falar.
Jó - Capítulo 32
1 E os seus três amigos também não mais responderam a Jó, porque Jó era justo
diante deles.
2 Em seguida Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão, do país de Ausis,
irou-se; e ficou ele muito zangado com Jó, porquanto este se justificava a si mesmo
diante do Senhor.
3 E ele também estava muito irado com os seus três amigos, pois eles não foram
capazes de dar respostas a Jó, apesar de o acusarem de ser um homem ímpio.
4 Entretanto, Eliú se havia refreado de dar uma resposta a Jó, pois eles eram mais
velhos do que ele.
5 E viu Eliú que não havia resposta na boca daqueles três homens; e ele ficou cheio
de ira.
6 Então, Eliú, o buzita, filho de Baraquel, respondeu, dizendo: Sou jovem em idade,
e vós sois velhos; guardei silêncio, temendo declarar-vos o meu próprio
conhecimento.
7 Pois eu disse: não é o tempo que fala, embora pelos muitos anos os homens
conheçam a sabedoria;
8 mas há um espírito nos mortais, e a inspiração do Todo-Poderoso é que ensina.
9 Os de longa duração não são sábios por causa disto, nem os de muita idade
conhecem o julgamento.
10 Portanto, eu disse: Ouvi-me, e irei declarar-vos o que sei.
11 Escutai as minhas palavras, pois falarei aos vossos ouvidos depois de haverdes
esgotado o assunto com as vossas considerações,
12 e mostrarei entendimento, tanto quanto vós. Pois eis que não houve nenhum de
vós que respondesse a Jó quanto às palavras de seu argumento.
13 Pelo que, não digais: Acreditamos ter acrescentado sabedoria ao Senhor,
14 pois vós tendes permitido a um homem falar tais palavras;
15 pois ficastes temerosos, e não mais respondestes; e desististes de vossa fala.
16 E esperei, (porquanto eu não tinha ainda falado) e vós permanecestes de pé, e
não respondestes.
17 Então, Eliú continuou, e disse: Falarei de novo,
18 pois estou cheio de palavras, e o espírito dentro de mim constrange-me.
19 Meu peito é como um odre de vinho doce, selado e a ponto de estourar; ou como
o trabalho do fole de uma fornalha.
20 Falarei, para que possa abrir os meus lábios e aliviar-me.
21 Porquanto, verdadeiramente, não serei intimidado por causa do homem, nem
mesmo estarei confundido diante de um mortal.
22 Pois não sei lisonjear pessoas e, se fosse o contrário, até mesmo as traças me
comeriam.
Jó - Capítulo 33
Jó - Capítulo 34
Jó - Capítulo 35
Jó - Capítulo 36
Jó - Capítulo 37
1 A respeito disso também o meu coração está perturbado, tendo-se movido do seu
lugar.
2 Ouve, tu, um relato da ira do Senhor, pois um discurso sairá de sua boca.
3 Seu domínio é debaixo de todo o céu, e a sua luz está nas extremidades da terra.
4 Após ele ouvir-se-á um grito, em alta voz; ele trovejará com a voz de sua
excelência. Contudo, não deverá levar os homens à morte, pois ouvirão a sua voz.
5 O Poderoso irá trovejar maravilhosamente com a sua voz, porquanto ele tem feito
grandes coisas que não conhecíamos,
6 dando um comando à neve: Permanece sobre a terra e à chuva tempestuosa, e à
tempestade dos dilúvios de seu poder.
7 Ele sela as mãos de todo homem, para que todos eles conheçam a sua própria
fraqueza.
8 As feras entram em seus refúgios escondidos, para descansar em seu covil;
9 perturbações vem das câmaras secretas, e frio do topo das montanhas.
10 Do sopro do Todo-Poderoso irá ele enviar a sua geada. Ele faz fluir a água da
maneira que lhe agrada.
11 Se uma nuvem obscurece o que é precioso para ele, sua luz a dispersará.
12 Ele disporá em todas as direções as nuvens circundantes, por seu governo, para
realizar as suas obras, tudo o que lhes ordenar.
13 Tudo isto foi designado por ele no mundo, seja para disciplina ou se convém a sua
terra, ou, ainda, se ele encontrar um objeto para a sua misericórdia.
14 Escuta, ó Jó! Aquieta-te e sê advertido do poder do Senhor.
15 Sabemos que Deus dispôs as suas obras, tendo feito a luz das trevas.
16 Ele conhece as divisões das nuvens, e o sinal da queda dos ímpios.
17 Porém, o teu manto é cálido, e há calma sobre a terra.
18 Porventura estabelecerás com ele fundações para os céus antigos? São eles
fortes como um espelho fundido.
19 Portanto, ensina-me: O que lhe diremos? Logo, deixemos de muito falar.
20 Tenho eu um livro ou um escriba comigo, para que possa ficar em pé e fazer com
que silenciem os homens?
21 Entretanto, a luz não é visível para todos. Ela brilha ao longe, no céu, como aquilo
que é dele, nas nuvens.
22 Do norte vem as nuvens brilhando como ouro. Em sua grandeza está a glória e a
honra do Todo-Poderoso,
23 e não encontramos outro igual a ele em força. Quanto àquele que julga com
justiça, não acreditas que ele também ouve?
24 Portanto, os homens o temerão, e também o sábio de coração deverá temê-lo.
Jó - Capítulo 38
Jó - Capítulo 39
Jó - Capítulo 40
1 E o Senhor, mais uma vez, respondeu e falou com Jó do meio da nuvem, dizendo:
2 Cinge agora os teus lombos, como homem; interrogar te-ei, e tu me responderás.
3 Não desprezes o meu parecer. Pensas tu que tenho lidado contigo de forma que
possas parecer justo?
4 Tens tu um braço como o do Senhor? Fazes trovejar a tua voz como a dele?
5 Assume agora uma postura elevada e de poder, vestindo-te de glória e de honra;
6 envia mensageiros irosos, fazendo calar a cada um que é arrogante.
7 Derruba, também, o homem orgulhoso, e consome de uma vez aos ímpios.
8 Esconde-os juntos na terra, e enche os seus rostos com vergonha.
9 Então, irei confessar que a tua mão direita te poderá salvar.
10 Porém, agora, olha para as bestas selvagens que estão contigo. Eis que elas
comem erva como os bois.
11 A sua força está nos seus lombos, e o seu vigor nos músculos da sua barriga.
12 Ele assenta a sua cauda como um cipreste. Seus nervos estão envoltos em um só
conjunto.
13 Seus costados são costados de bronze, e a sua espinha dorsal é como o ferro
fundido.
14 Tal é o chefe da criação do Senhor, foi feito para com ele divertirem-se os seus
anjos.
15 Quando sobe em uma montanha íngreme, faz com que se alegrem os
quadrúpedes no campo.
16 Ele se deita sob árvores de várias espécies, papiro, cana e junco.
17 As grandes árvores fazem sombra sobre ele com os seus ramos, e assim o fazem
os arbustos do campo.
18 Se houver uma inundação, ele não irá percebê-la; confia em que o Jordão correrá,
apressadamente, para sua boca.
19 No entanto, alguém o levará, à sua vista; alguém o prenderá com uma corda e
furará seu nariz.
20 Mas irás tu apanhar o dragão com um gancho, e colocar um cabresto sobre o seu
nariz?
21 Porás um anel em sua narina, ou prenderás seu lábio com um fecho?
22 Endereçar-te-á ele uma petição, baixinho, com a voz de um suplicante?
23 Fará um pacto contigo? Tomá-lo-ás em perpétua escravidão?
24 Brincarás com ele como se fosse um pássaro? ou irás amarrá-lo como a um
pardal, para uma criança?
25 Sustentar-se-ão com ele as nações, ou irão os fenícios compartilhá-lo?
26 Todos os navios, juntos, não seriam capazes de carregar a pele de sua cauda,
nem poderia ser levada a sua cabeça nos navios pesqueiros.
27 Portanto, irás pôr a tua mão sobre ele uma só vez e, lembrando-te da guerra
travada por sua boca, não o farás nunca mais.
Jó - Capítulo 41
1 Porventura não o viste? e não te admiraste das coisas que se disseram a respeito
dele? Então, não temeste, porquanto a sua preparação foi feita por mim? Pois quem
há que me resista?
2 Ou quem irá resistir-me e permanecer, uma vez que, sob o céu, o mundo inteiro é
meu?
3 Não ficarei em silêncio a seu respeito, embora, por causa de seu grande poder,
qualquer um apiedar-se-á daquele que o enfrenta.
4 Quem irá abrir a face de sua veste? Quem poderá entrar nas dobras de seu
peitoral?
5 Quem irá abrir as portas do seu rosto? Há terror ao redor de seus dentes.
6 Suas entranhas são como placas de bronze, e a textura de sua pele como uma
pedra granítica.
7 Um parte junta-se apertadamente à outra, e o ar não passa por entre elas;
8 permanecerão unidas, uma com a outra; estão intimamente ligadas, não podendo
ser separadas.
9 Quando ele espirra uma luz brilha, e os seus olhos são como o aparecimento da
estrela da manhã.
10 Da sua boca procedem semelhanças de lamparinas ardentes, e como que faíscas
abrasadas são lançadas para fora.
11 De suas narinas procede a fumaça de uma fornalha ardente, com fogo de carvões
incendidos.
12 O seu hálito é como brasas vivas, e uma chama sai de sua boca.
13 Seu poder está alojado em seu pescoço, e a destruição vai adiante dele.
14 Também a carne de seu corpo é bem ajustada. Se alguém derramar violência
sobre ele, não será abalado.
15 O seu coração é firme como uma pedra, assentando-se como uma bigorna
inamovível.
16 Quando ele se volta, torna-se um terror para os animais selvagens, os
quadrúpedes que saltam sobre a terra.
17 Se lanceiros vierem de encontro a ele, tais homens não irão incomodá-lo em
nada, nem com a lança nem com o peitoral,
18 porque ele considera o ferro como palha, e o bronze como pau podre.
19 O arco de bronze não lhe serviria, e ele estima a funda como se fosse erva;
20 malhos são reputados como juncos, e ele se ri, com escárnio, do agitar do
archote.
21 Seu covil é formado de pontas cortantes, e todo o ouro do mar debaixo dele é
para ele uma imensa quantidade de argila.
22 As profundezas ele faz ferver como um caldeirão de bronze; considera o mar
como uma vasilha de unguento,
23 e a parte mais baixa do abismo como um cativo. Ele estima o abismo como o seu
território.
24 Não há nada sobre a terra como ele, formado para ser ostentado com os meus
anjos.
25 Pois ele contempla, com desprezo, toda a altivez, e é o rei de tudo o que há nas
águas.
Jó - Capítulo 42
1 Então, Jó respondeu ao Senhor:
2 Eu sei que tu podes todas as coisas, e nada é impossível para ti.
3 Pois quem é aquele que de ti encobre o conselho? Ou que guarda as suas palavras,
pensando escondê-las de ti? Quem irá dizer-me o que eu não sabia, coisas grandes e
maravilhosas que eu não entendia?
4 Mas, ouve-me, ó Senhor, para que também eu possa falar; pedir-te-ei, e tu me
ensinarás.
5 Eu tinha, antes, ouvido um relato a teu respeito, com meus ouvidos; porém, agora,
os meus olhos viram a ti.
6 Pelo que considerei-me vil, e desmaiei; e estimo-me pó e cinza.
7 E sucedeu, depois que o Senhor tinha falado todas essas palavras a Jó, que o
Senhor disse a Elifaz, o temanita: Tens pecado, e também os teus dois amigos,
porquanto não disseste nada verdadeiro a meu respeito, como o meu servo Jó .
8 Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó. Ele irá oferecer
um holocausto por vós. O meu servo Jó orará por vós, pois tão somente a ele
ouvirei; por sua causa eu vos teria destruído, porque não tendes falado a verdade a
respeito do meu servo Jó.
9 Então, foram Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, e fizeram
como o Senhor lhes ordenara. E ele perdoou os seus pecados, por causa de Jó.
10 E o Senhor fez prosperar a Jó. Quando ele orou por seus amigos, ele também
perdoou os seus pecados; e o Senhor deu a Jó o dobro do que antes possuía.
11 Todos os seus irmãos e as suas irmãs ouviram a respeito de tudo o que lhe tinha
acontecido e vieram ter com ele; e assim fizeram todos os que o haviam conhecido
desde o início. E comeram e beberam com ele, consolando-o; e espantaram-se com
tudo o que o Senhor tinha trazido sobre ele. Cada um deles lhe deu um cordeiro, e o
peso de quatro dracmas de ouro não selado.
12 E o Senhor abençoou ao último estado de Jó mais do que ao primeiro, e seu gado
veio a ser de catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas
das pastagens.
13 E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
14 Ele chamou à primeira Jemima, à segunda Quezia, e à terceira Quéren-Hapuque.
15 Não foram encontradas, em comparação com as filhas de Jó, mulheres mais
lindas do que elas, em todo o mundo; e o seu pai lhes deu herança entre os seus
irmãos.
16 Viveu Jó, depois de sua aflição, mais cento e setenta anos, e todos os anos que
viveu foram duzentos e quarenta. E Jó viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos,
até a quarta geração.
17 Morreu Jó, velho e farto de dias; e está escrito que ele irá subir novamente com
aqueles a quem o Senhor levanta.
(Este homem é descrito no livro siríaco como vivendo na terra de Uz, nas fronteiras
de Edom e da Arábia, e o seu nome, antes, era Jobabe; tendo tomado uma mulher
árabe ele gerou um filho, cujo nome era Hinom. Era, ele, filho de Zerá, um dos filhos
de Esaú, e a sua mãe chamava-se Bozra, de modo que ele foi o quinto filho de
Abraão. E estes foram os reis que reinaram na terra de Edom, país sobre o qual ele
também governou: primeiro, Balaque, filho de Beor, e o nome da sua cidade era
Dinaba; depois de Balaque, Jobabe, o qual é chamado de Jó; depois dele Hasom,
que foi governador do país de Temã; depois dele Hadade, filho de Berade, que
destruiu a Midiã na planície de Moabe; e o nome da sua cidade era Gedaim. E os
seus amigos, que vieram ter com ele, foram Elifaz, dos filhos de Esaú, o rei dos
temanitas, Bildade, soberano dos suítas, e Zofar, rei dos naamatitas.)
SALMOS
Salmos - Salmo 1
1 Feliz é o homem que não anda no conselho dos ímpios, no caminho dos pecadores
não permanece, e na cadeira dos maus não se assenta.
2 Porém, ao contrário, na lei do Senhor está a sua vontade, e na sua lei ele medita de
dia e de noite.
3 E é como a árvore plantada junto as nascentes das águas, que dá o seu fruto no
tempo apropriado, e a sua folha não é arrancada; e tudo quanto fizer será bem
conduzido.
4 Não assim são os ímpios, não assim; porém, são como o pó que o vento lança da
face da terra.
5 Por este motivo, não se levantarão os ímpios no Juízo, nem os pecadores no
conselho dos justos.
6 Porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios será
aniquilado.
Salmos - Salmo 2
Salmos - Salmo 3
Salmos - Salmo 4
Salmos - Salmo 5
Salmos - Salmo 6
Salmos - Salmo 7
Salmo de Davi, que ele cantou para o Senhor por causa das palavras de Cuxe, o
benjamita.
Salmos - Salmo 8
1 Ó Senhor, Senhor nosso, quão maravilhoso é o teu nome em toda a terra! Por tua
magnificência é ele exaltado acima dos céus.
2 Da boca dos bebês e crianças de peito recebes perfeito louvor, por causa dos teus
inimigos, para que possas derrubar o inimigo e vingador.
3 Considerarei os céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que firmaste.
4 Que é o homem, para que te lembres dele? Ou o filho do homem, a fim de que o
visites?
5 Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, o coroaste de glória e de honra
6 e o constituíste sobre as obras das tuas mãos. Tens colocado todas as coisas
debaixo de seus pés:
7 ovelhas e bois, todos eles, sim, o gado do campo;
8 e as aves do céu, e os peixes do mar, todas as criaturas que passam pelos
caminhos do mar.
9 Ó Senhor, Senhor nosso, quão maravilhoso é o teu nome em toda a terra!
Salmos - Salmo 9
1 Darei graças a ti, ó Senhor, com todo o meu coração; contarei todas as tuas
maravilhas.
2 Alegrar-me-ei e exultarei em ti; cantarei ao teu nome, ó Altíssimo,
3 porquanto os meus inimigos retrocedem; eles se enfraquecerão e perecerão
diante de ti,
4 pois tens mantido a minha causa e o meu direito; assentas-te no trono que julga
com justiça.
5 Repreendeste as nações, e o ímpio pereceu; apagaste o seu nome para sempre, e
para sempre e sempre.
6 As espadas dos inimigos falharam totalmente; as suas cidades foram destruídas;
seu memorial foi derribado com estrondo,
7 mas o Senhor permanece para sempre. Ele preparou o seu trono para o
julgamento,
8 e ele julgará o mundo com justiça; há de julgar as nações com retidão.
9 O Senhor ainda irá tornar-se um refúgio para os pobres, um socorro oportuno na
aflição.
10 Também os que conhecem o teu nome esperam em ti, pois tu, ó Senhor, não
abandonas os que te buscam.
11 Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; declarai seus feitos entre as
nações.
12 Porque se lembrou deles, inquirindo sobre o seu sangue; não esqueceu a súplica
dos pobres.
13 Tem misericórdia de mim, ó Senhor; olha para a aflição que me infligem meus
inimigos, tu que me levantas das portas da morte
14 para anunciar todas as tuas virtudes nas portas da filha de Sião. Exultarei na tua
salvação.
15 Os incrédulos são capturados na destruição que planejaram; na própria armadilha
que ocultaram ficou preso o seu pé.
16 O Senhor é conhecido pela execução de julgamentos, pelas obras das suas mãos
o pecador é arrastado.
17 Que os pecadores sejam atirados ao Hades, sim, todas as nações que se
esquecem de Deus.
18 Porque os pobres não serão esquecidos para sempre, a paciência dos mais
necessitados não perecerá para sempre.
19 Levanta-te, Senhor, não prevaleça o homem; que sejam julgadas as nações diante
de ti.
20 Nomeia, ó Senhor, um legislador sobre elas. Que as nações conheçam que são
apenas homens.
Salmos - Salmo 10
1 Por que te conservas de longe, ó Senhor? Por que nos esqueces em tempos de
necessidade, em aflição?
2 Enquanto o ímpio age com orgulho, o pobre é perseguido. Os ímpios, todavia, são
apanhados nos conselhos astutos que engendram.
3 Pois o pecador congratula-se nos desejos do seu coração, e o injusto abençoa a si
mesmo.
4 O pecador tem provocado ao Senhor; segundo a abundância do seu orgulho, não
irá após ele. Deus não está diante dele.
5 Seus caminhos são profanos em todos os momentos. Os teus juízos estão
removidos diante dele. Domina ele sobre todos os seus inimigos.
6 Pois disse em seu coração: Não serei movido, continuarei sem ver o mal, de
geração em geração.
7 A sua boca está cheia de maldição, amargura e fraude; debaixo da sua língua há
dificuldades e dor.
8 Está ele à espreita, com os homens ricos, em lugares secretos a fim de matar o
inocente; seus olhos estão assentados contra os pobres.
9 Está à espreita em segredo como um leão no seu covil, de emboscada para atacar
o pobre, atacar o pobre enquanto o arrasta após si. Envolvê-lo-á em sua armadilha.
10 Entretanto, ele irá se curvar, e cairá quando dominar sobre os pobres.
11 Porque disse no seu coração: Deus se esqueceu: voltou o rosto de modo a não
ver.
12 Ergue-te, Senhor Deus. Que a tua mão esteja levantada, para não te esqueceres
dos pobres.
13 Por que tem o perverso provocado a Deus? Pois ele tem dito em seu coração: Ele
não irá cobrar isso.
14 Tu vês tudo. Observas as dificuldades e a ira, para tomá-las nas tuas mãos. O
pobre foi entregue a ti; foste um ajudante para o órfão.
15 Quebra o braço do ímpio e do pecador! Seus pecados serão buscados e não serão
mais encontrados.
16 O Senhor reinará para sempre, sim, para todo o sempre. Vós, gentios, perecereis
longe de sua terra.
17 O Senhor ouviu o desejo dos pobres; inclinaste teus ouvidos para o
fortalecimento de seus corações,
18 para pleitear pelos órfãos e aflitos; para que o homem não mais se vanglorie
sobre a terra.
Salmos - Salmo 11
1 No Senhor ponho a minha confiança. Como, então, direis à minha alma: Foge para
os montes, como um pardal?
2 Pois eis que os pecadores armaram o arco, colocam as suas flechas na aljava a fim
de atingir, secretamente, os retos de coração.
3 Porque eles têm derribado o que fizeste ereto. Mas o justo, o que fez?
4 O Senhor está no seu santo templo. Quanto ao Senhor, o seu trono está no céu;
seus olhos contemplam os pobres, as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
5 O Senhor prova o justo e o ímpio, porém aquele que ama a injustiça odeia a sua
própria alma.
6 Ele fará chover sobre os pecadores brasas de fogo e enxofre, e um vento
tempestuoso será a porção do seu copo.
7 Porque o Senhor é justo e ama a justiça. Seu rosto contempla a retidão.
Salmos - Salmo 12
Salmos - Salmo 13
Ao mestre de canto. Um salmo de Davi.
1 Até quando, ó Senhor, esquecer-te-ás de mim? Para sempre? Por quanto tempo
ainda irás desviar o teu rosto de mim?
2 Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu coração a
cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim?
3 Olha para mim, escuta-me, ó Senhor, meu Deus; ilumina os meus olhos para que
eu não adormeça na morte;
4 para que não aconteça que o meu inimigo, em qualquer tempo, venha a dizer:
Prevaleci contra ele. Meus perseguidores se alegrarão se eu for sacudido.
5 Eu, porém, tenho esperado na tua benignidade; o meu coração exulta na tua
salvação.
6 Cantarei ao Senhor, que tem tratado generosamente comigo. Cantarei salmos ao
nome do Senhor Altíssimo.
Salmos - Salmo 14
Salmo de Davi.
1 Quem, Senhor, hospedar-se-á na tua casa? Quem habitará no teu santo monte?
2 Aquele que anda sem culpa e pratica a justiça, que fala a verdade no seu coração;
3 aquele que não tem falado astutamente com a sua língua nem feito mal ao seu
próximo, nem tem injuriado aos que habitam próximo dele.
4 Aos seus olhos, o que pratica o mal é desprezado, porém honra aqueles que
temem ao Senhor. Ele jura ao seu vizinho, e não o decepciona.
5 Nem tem ele emprestado o seu dinheiro com usura, ou recebido suborno contra o
inocente. Aquele que age desta maneira nunca será abalado.
Salmos - Salmo 16
Um escrito de Davi.
1 Escuta, ó Senhor da minha justiça, atenta para a minha petição; dá ouvidos à minha
oração não pronunciada com lábios enganosos.
2 Que o meu julgamento venha da tua presença; que os meus olhos contemplem a
tua justiça.
3 Provaste o meu coração; visitaste-me à noite. Tu me julgaste como pelo fogo, e a
injustiça não foi encontrada em mim.
4 Para que a minha boca não falasse das obras dos homens, pelas palavras de teus
lábios eu me tenho guardado dos caminhos escabrosos.
5 Dirige os meus passos nos teus caminhos, para que os meus passos não vacilem.
6 Chorei, porque tu me ouviste, ó Deus. Inclina os teus ouvidos para mim, e ouve as
minhas palavras.
7 Mostra as maravilhas da tua misericórdia, tu que livras aos que esperam em ti.
8 Guarda-me como a menina dos olhos, à sombra das tuas asas,
9 da face dos ímpios que me afligem. Meus inimigos cercaram a minha alma.
10 Encerraram-se em sua própria gordura. A sua boca tem falado com orgulho.
11 Eles já me expulsaram e cercaram ao redor; seus olhos se fixaram para lançar-me
abaixo, até o chão;
12 armaram ciladas para mim como um leão pronto para a rapina, como um
leãozinho que habita em lugares secretos.
13 Levanta-te, Senhor, impede-os e lança-os para baixo; livra a minha alma do ímpio.
Arranca a tua espada, por causa dos inimigos da tua mão.
14 Faz, Senhor, com que sejam poucos na face da terra; espalha-os em vida, ainda
que a sua barriga se encheu com os teus tesouros escondidos, satisfizeram aos seus
jovens com eles, e o resto deixaram para as suas crianças de peito.
15 Irei, contudo, aparecer em justiça diante de ti, e satisfazer-me-ei quando surgir a
tua glória.
Salmos - Salmo 18
Ao Mestre de canto. Um salmo de Davi, o servo do Senhor. As palavras que ele falou
ao Senhor, com este cântico, no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os
seus inimigos e das mãos de Saul, dizendo:
Salmos - Salmo 19
Ao mestre de canto. Um salmo de Davi.
1 Os céus declaram a glória de Deus, e o firmamento proclama a obra das suas mãos.
2 Um dia a outro dia faz declaração, e uma noite à outra noite proclama
conhecimento.
3 Não há discursos ou palavras nos quais as suas vozes seriam ouvidas.
4 Todavia, as suas vozes saíram por toda a terra, e as suas palavras chegaram aos
confins do mundo. Estabeleceu ele o seu tabernáculo no sol,
5 o qual surge como um noivo saindo de sua câmara. Alegrar-se-á como um gigante,
para correr a sua carreira.
6 Sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra
extremidade dos céus. Ninguém permanecerá escondido do seu calor.
7 A lei do Senhor é perfeita, convertendo almas; o testemunho do Senhor é fiel,
instruindo até aos bebês.
8 Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor
é brilhante e ilumina os olhos.
9 O temor do Senhor é limpo e permanece para sempre; os juízos do Senhor são
verdadeiros e auto-justificados,
10 mais desejáveis do que o ouro e as pedras preciosas, muito mais doces do que o
mel e o favo de mel.
11 Por este motivo teu servo os mantém; no guardá-los há grande recompensa.
12 Quem conhecerá as suas próprias transgressões? Purifica-me dos meus pecados
ocultos,
13 e poupa o teu servo do ataque dos estranhos. Se eles não tiverem domínio sobre
mim, então serei irrepreensível e estarei livre de grande pecado.
14 Que as palavras que saem da minha boca e a meditação do meu coração sejam
agradáveis, continuamente, diante de ti, ó Senhor, meu socorro e meu redentor.
Salmos - Salmo 20
Salmos - Salmo 21
Salmos - Salmo 22
Salmos - Salmo 23
Salmo de Davi.
Salmos - Salmo 24
1 A terra é do Senhor, e toda a sua plenitude; o mundo e todos os que habitam nele.
2 Ele a fundou sobre os mares, estabeleceu-a sobre os rios.
3 Quem subirá ao monte do Senhor, quem permanecerá no seu lugar santo?
4 Aquele que é inocente em suas mãos e puro de coração; que não entrega a sua
alma à vaidade nem jura enganosamente ao seu próximo.
5 Este receberá a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu Salvador.
6 Esta é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a face do Deus de
Jacó.
7 Levantai as vossas portas, ó príncipes, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o
Rei da Glória.
8 Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na
batalha.
9 Levantai as vossas portas, ó príncipes, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará
o Rei da Glória.
10 Quem é este Rei da glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória.
Salmos - Salmo 25
Salmo de Davi.
Salmos - Salmo 26
Salmo de Davi.
Salmos - Salmo 27
Salmos - Salmo 28
Salmo de Davi.
1 A ti, ó Senhor, tenho clamado. Meu Deus, não permaneças em silêncio para
comigo, pois se permaneceres silencioso acerca de mim, então, eu deveria ser
semelhante aos que descem à cova.
2 Ouve a voz das minhas súplicas quando oro a ti, quando levanto as minhas mãos
para o teu santo templo.
3 Não arrastes a minha alma com os pecadores, não me destruas com os que
praticam a iniquidade, os quais falam de paz com os seus vizinhos, porém o mal
habita em seus corações.
4 Dá-lhes segundo as suas obras e segundo a malícia dos seus planos; dá-lhes de
acordo com as obras das suas mãos; dá a eles a sua recompensa.
5 Porquanto eles não têm atendido as obras do Senhor, as obras de suas mãos. Tu
os levarás para baixo, e não os erguerás.
6 Bendito seja o Senhor, porque ele ouviu a voz da minha petição.
7 O Senhor é o meu auxílio e o meu defensor. Meu coração teve esperança nele, e
fui socorrido; minha carne reviveu, e de boa vontade darei louvores a ele.
8 O Senhor é a força do seu povo, o defensor e salvador do seu ungido.
9 Salva o teu povo e abençoa a tua herança. Tem cuidado deles, e exalta-os para
sempre.
Salmos - Salmo 29
Salmos - Salmo 30
Salmos - Salmo 31
1 Ó Senhor, tenho esperado em ti. Não me deixes ser envergonhado jamais. Livra-
me pela tua justiça, e resgata-me.
2 Inclina os teus ouvidos para mim; apressa-te para salvar-me. Sê-me por um Deus
protetor e uma casa de refúgio, para livrar-me.
3 Porque Tu és a minha força e o meu esconderijo; tu me guias, por amor do teu
nome, e me susténs.
4 Livras-me do laço que eles têm escondido para mim; pois tu, Senhor, és o meu
defensor.
5 Nas tuas mãos eu entrego o meu espírito. Tu me remiste, ó Senhor, Deus da
verdade.
6 Odiaste aos que, ociosos, insistem em vaidades; eu, porém, tenho esperado no
Senhor.
7 Exultarei e alegrar-me-ei na tua benignidade, pois tens visto a minha aflição. Tu
livraste a minha alma de angústias.
8 Não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num lugar
espaçoso.
9 Apieda-te de mim, Senhor, pois estou aflito. Meus olhos estão consumidos de
indignação, também a minha alma e o meu ventre,
10 porque a minha vida se passa em tristeza e os meus anos em gemidos; a minha
força foi desgastada pela pobreza e os meus ossos estão perturbados.
11 Tornei-me opróbrio entre todos os meus inimigos, mas ainda mais para os meus
vizinhos, e horror para os meus conhecidos. Os que me viam na rua fugiam de mim.
12 Estou esquecido como um morto em quem não se pensa mais. Sou como um
vaso quebrado.
13 Pois ouvi a murmuração de muitos que viviam em redor, quando estavam
reunidos contra mim; pois tomaram conselho para tirar a minha vida.
14 Mas eu esperava em ti, ó Senhor. Eu disse: Tu és o meu Deus.
15 Minha porção está em tuas mãos. Livra-me das mãos dos meus inimigos
16 e dos que me perseguem. Faze o teu rosto brilhar sobre o teu servo; salva-me por
tua benignidade.
17 Ó Senhor, não me deixes confundido, pois tenho clamado a ti. Que o ímpio se
envergonhe, e seja conduzido ao inferno.
18 Que os lábios enganosos se emudeçam, os quais falam maldade contra o justo,
com orgulho e desprezo.
19 Quão abundante é a grandeza da tua bondade, ó Senhor, que reservaste para os
que te temem! Designaste-a para os que esperam em ti na presença dos filhos dos
homens.
20 Tu os esconderás, no recôndito da tua presença, da aflição do homem; tu os
abrigarás, em um tabernáculo, da contradição das línguas.
21 Bendito seja o Senhor, porquanto tem engrandecido a sua misericórdia em uma
cidade fortificada.
22 Eu, porém, disse no meu grande temor: Estou expulso da vista dos teus olhos.
Por isso ouviste, ó Senhor, a voz das minhas súplicas quando clamei por ti.
23 Amai o Senhor vós todos os seus santos, porque o Senhor busca a verdade e
castiga aos que procedem com muito orgulho.
24 Encorajai-vos, e que o vosso coração seja fortalecido, vós todos que esperais no
Senhor.
Salmos - Salmo 32
Salmos - Salmo 33
Salmo de Davi.
Salmos - Salmo 34
Salmo de Davi, quando mudou o seu semblante perante Abimeleque, e ele deixou-o
partir; e ele partiu.
Salmos - Salmo 35
Salmo de Davi.
1 Julga, ó Senhor, os que me ferem; peleja contra os que pelejam contra mim.
2 Pega do escudo e do broquel, erguendo-te em meu socorro.
3 Puxa da espada e obstrui o caminho aos que me perseguem; diz à minha alma: Eu
sou a tua salvação.
4 Que os buscadores da minha alma sejam envergonhados e confundidos; que os
maquinadores do mal contra mim retirem-se e sejam envergonhados.
5 Sejam eles como o pó diante do vento, e o anjo do Senhor os aflija;
6 seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do Senhor os persiga.
7 Pois sem causa esconderam para mim a sua armadilha mortal; sem causa têm
difamado a minha alma.
8 Que uma armadilha desconhecida caia sobre eles, e que o laço que esconderam os
apanhe. Caiam eles em sua própria armadilha.
9 A minha alma, porém, exultará no Senhor; deleitar-se-á na tua salvação.
10 Todos os meus ossos dirão: Ó Senhor, quem é semelhante a ti? Livras o pobre das
mãos dos que são mais fortes do que ele; sim, os pobres e necessitados das mãos
dos que os despojam.
11 Testemunhas injustas se levantaram e me interrogaram acerca de coisas que eu
não sabia.
12 Tornaram-me o mal pelo bem, o que é desolação para a minha alma.
13 Porém eu, quando eles me perturbaram, coloquei pano de saco e humilhei-me
com jejum; portanto a minha oração voltará para o meu próprio seio.
14 Comportei-me agradavelmente em relação a eles, como se fossem meus vizinhos
ou irmãos; humilhei-me como quem está de luto e com um triste semblante.
15 No entanto, eles se alegraram contra mim, e pragas foram abundantemente
atiradas contra mim, as quais eu não conhecia. E foram eles espalhados, porém não
se arrependeram.
16 Tentaram-me, zombaram de mim com desprezo, rangeram os dentes contra
mim.
17 Ó Senhor, quando irás olhar para mim? Livra a minha alma de suas artimanhas, a
minha unigênita dos leões.
18 Dar-te-ei graças em uma grande congregação; no meio de um povo abundantes
eu te louvarei.
19 Não deixes que os meus inimigos, sem causa, se alegrem contra mim, os que me
odeiam por nada, piscando os seus olhos.
20 Porquanto comigo falavam pacificamente, mas imaginavam enganos em sua ira.
21 Eles abriram a sua boca contra mim. Disseram: Bem feito, bem feito! Os nossos
olhos o viram!
22 Tu o viste, ó Senhor. Não permaneças em silêncio. Ó Senhor, não te afastes de
mim!
23 Levanta-te, Senhor, e atende ao meu juízo; atende a minha causa, meu Deus e
meu Senhor.
24 Julga-me, ó Senhor, segundo a tua justiça, Senhor Deus meu; não se regozijem
eles contra mim.
25 Não digam em seus corações: Bem feito! Bem feito! Tal coisa é agradável à nossa
alma! Nem digam: Nós o devoramos!
26 Envergonhem-se e sejam juntamente confundidos os que se alegram com as
minhas aflições; cubram-se de vergonha e de confusão os que falam palavras
arrogantes contra mim.
27 Mas os que se alegram com a minha justiça exultem e fiquem felizes, e digam,
continuamente, o Senhor seja engrandecido; todos aqueles que desejam a paz do
seu servo.
28 A minha língua discorrerá sobre a tua justiça e em teu louvor, todo o dia.
Salmos - Salmo 36
1 O transgressor, para que possa pecar, diz em si mesmo que não há temor de Deus
diante de seus olhos.
2 Pois tem lidado com astúcia diante dele, a fim de que a sua iniquidade seja
descoberta e odiada.
3 As palavras da sua boca são transgressão e engano; não está ele inclinado a
entender como fazer o bem.
4 Inventa iniquidades em sua cama; entrega-se a todo caminho mau, e não abomina
o mal.
5 Ó Senhor, a tua misericórdia está no céu e a tua verdade chega até às nuvens.
6 A tua justiça é como os montes de Deus, os teus juízos são como o abismo
profundo. Ó Senhor, tu hás de preservar os homens e os animais.
7 Como tens multiplicado a tua misericórdia, ó Deus! Por causa disto, os filhos dos
homens confiarão no abrigo das tuas asas.
8 Eles se satisfarão plenamente com a gordura da tua casa. Tu os farás beber da
forte corrente das tuas delícias.
9 Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz.
10 Estende a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de
coração.
11 Não deixes o pé da soberba levantar-se contra mim, e não deixes que a mão dos
pecadores me balance.
12 Agora, todos os que praticam a iniquidade caem. São expulsos, e não podem
resistir.
Salmos - Salmo 37
Salmo de Davi.
1 Não te perturbes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a
iniquidade.
2 Pois, em breve, murcharão como a erva; irão logo cair, como a erva verde.
3 Espera no Senhor e faz o bem; habita sobre a terra e serás alimentado com as suas
riquezas.
4 Deleita-te no Senhor. Ele te concederá os pedidos do teu coração.
5 Revela o teu caminho ao Senhor e espera nele, e ele fará com que tudo se realize;
6 fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu juízo como o meio-dia.
7 Sujeita-te ao Senhor e implora-lhe. Não te indignes por causa daquele que
prospera em seu caminho, do homem que pratica atos ilícitos.
8 Deixa de lado a ira e abandona o furor. Não te exaltes para fazer o mal.
9 Porque os malfeitores serão destruídos, mas os que esperam no Senhor herdarão
a terra.
10 Ainda um pouco, e o pecador não mais existirá; buscarás o seu lugar e não irás
encontrá-lo.
11 Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz.
12 O pecador espreita o justo e range os dentes contra ele.
13 Mas o Senhor rir-se-á dele; pois ele vê, de antemão, que o seu dia chegará.
14 Pecadores puxaram das suas espadas e armaram o seu arco para derrubarem ao
pobre e necessitado, e para matarem aos retos de coração.
15 Que a sua espada entre em seu próprio coração, e os seus arcos sejam
quebrados!
16 Um pouco é melhor para o justo do que a riqueza abundante dos pecadores,
17 pois os braços dos pecadores serão quebrados, mas o Senhor apoia os justos.
18 O Senhor conhece os caminhos de quem é perfeito, e a sua herança permanecerá
para sempre.
19 Não serão envergonhados no mau tempo e em dias de fome se fartarão.
20 Os pecadores, contudo, perecerão. Os inimigos do Senhor, no momento de
serem honrados e exaltados, desaparecerão completamente, como fumaça.
21 O pecador toma emprestado, mas não paga de volta; o justo, porém, se
compadece e dá.
22 Porque aqueles que o abençoam herdarão a terra; mas os que o amaldiçoam
serão exterminados.
23 Os passos de um homem bom são justamente ordenados pelo Senhor, e ele se
agradará de seu caminho.
24 Quando cair, não será arruinado; porque o Senhor apoia a sua mão.
25 Eu já fui jovem, porém, agora, estou velho, mas ainda não vi o justo desamparado
nem a sua descendência procurando por pão.
26 Ele é misericordioso e empresta continuamente. A sua descendência será
abençoada.
27 Afasta-te do mal e faze o bem, e permanece para sempre,
28 pois o Senhor ama a justiça e não abandonará os seus santos; serão, eles,
preservados para sempre. Os inocentes serão vingados, mas a semente dos ímpios
será exterminada.
29 Os justos, porém, herdarão a terra e habitarão nela para sempre.
30 A boca do justo meditará na sabedoria e a sua língua falará de julgamento.
31 A lei do seu Deus está em seu coração; seus passos não resvalarão.
32 O pecador espreita o justo e procura matá-lo,
33 mas o Senhor não o deixará nas suas mãos, nem, de maneira alguma, o
condenará quando for julgado.
34 Espera no Senhor e segue o seu caminho, e ele te exaltará para herdares a terra.
Quando os ímpios forem destruídos, tu o verás.
35 Vi o ímpio grandemente exaltando-se e alteando-se como os cedros do Líbano.
36 Porém, quando eu passava por ali, eis que ele não se encontrava; procurei-o, mas
o seu lugar não foi achado.
37 Mantém a inocência e guarda o que é justo, pois há um remanescente para o
homem pacífico.
38 Quanto aos transgressores, serão totalmente destruídos; os que restarem dos
ímpios serão exterminados.
39 A salvação dos justos, entretanto, vem do Senhor. Ele é o seu defensor no tempo
da angústia.
40 O Senhor ajudá-los-á e livrá-los-á. Ele os resgatará dos pecadores e os salvará,
porque têm esperado nele.
Salmos - Salmo 38
Salmos - Salmo 39
1 Eu disse, terei cuidado de meus caminhos, para não pecar com a língua. Pus uma
guarnição em minha boca, enquanto o pecador estava na minha presença.
2 Permaneci calado e me humilhei, em silêncio acerca de boas palavras, e a minha
tristeza foi renovada.
3 Meu coração abrasou-se dentro de mim, e um fogo se acendeu na minha
meditação. Então, falei com a minha boca:
4 Ó Senhor, faze-me conhecer o meu fim, e o número dos meus dias qual é! Que eu
saiba quantos me restam.
5 Eis que fizeste os meus dias curtos; a minha existência é como nada, diante de ti.
Com certeza, todo homem vivo é completa vaidade.
6 Certamente que o homem caminha em uma sombra. Sim, ele inquieta-se em vão;
ajunta tesouros e não sabe para quem os entregará.
7 Agora, pois, qual é a minha esperança? Não é o Senhor? Meu motivo de esperança
está em ti.
8 Livra-me de todas as minhas transgressões, porquanto me fizeste um opróbrio
para os tolos.
9 E eu permanecia mudo e não abria a minha boca, pois tu és aquele que me fez.
10 Retira os teus flagelos de mim. Tenho desmaiado por causa da força da tua mão.
11 Castigas ao homem com repreensões por causa da iniquidade, e fazes a sua vida
desvanecer-se como uma teia de aranha. Sim, todo homem se aflige em vão. 12 Ó
Senhor, ouve a minha oração e a minha súplica; atenta para as minhas lágrimas. Não
te cales, pois sou um peregrino na terra e um estrangeiro, como todos os meus pais.
13 Poupa-me, para que eu possa ser renovado antes de partir e não existir mais.
Salmos - Salmo 40
Salmos - Salmo 41
Salmos - Salmo 42
1 Como o cervo anseia ardentemente pelas fontes das águas, assim a minha alma
anseia ardentemente por ti, ó Deus.
2 A minha alma tem sede do Deus vivo. Quando entrarei e me apresentarei diante
de Deus?
3 As minhas lágrimas têm sido pão para mim, dia e noite, enquanto eles diziam,
todos os dias, para mim: Onde está o teu Deus?
4 Lembrei-me dessas coisas e derramei a minha alma dentro de mim, pois irei para o
lugar do teu tabernáculo maravilhoso, para a casa de Deus, com voz de júbilo e ação
de graças, e com o som dos que guardam o festival.
5 Por que estás tão triste, ó minha alma? Por que me perturbas? Espera em Deus,
pois dar-lhe-ei graças. Ele é a salvação da minha face.
6 Ó meu Deus, a minha alma tem se agitado dentro de mim, portanto, lembrar-me-ei
de ti na terra do Jordão e no Hermom, no pequeno monte.
7 Um abismo chama outro abismo, à voz das tuas cataratas. Todas as tuas ondas e
as tuas vagas têm passado sobre mim.
8 Durante o dia o Senhor ordenará a sua misericórdia, e manifestá-la-á a noite.
Comigo está uma oração ao Deus da minha vida.
9 Direi a Deus: Tu és o meu auxílio, por que te esqueceste de mim? Por que vou
andando com um triste semblante, enquanto o inimigo me oprime?
10 Enquanto os meus ossos quebravam-se, os que me afligiam afrontavam-me, e
diziam-me, todos os dias: Onde está o teu Deus?
11 Por que estás tão triste, ó minha alma? Por que me perturbas? Espera em Deus,
pois dar-lhe-ei graças. Ele é o meu socorro e o meu Deus.
Salmos - Salmo 43
Salmo de Davi.
1 Julga-me, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra uma nação ímpia; livra-me do
homem injusto e astuto.
2 Pois tu, ó Deus, és a minha força. Por que me rejeitaste? Por que vou andando com
um triste semblante, enquanto o inimigo me oprime?
3 Envia a tua luz e a tua verdade. Conduz-me, leva-me ao teu santo monte e aos teus
tabernáculos.
4 Então, irei para o altar de Deus, para Deus que alegra a minha juventude; darei
graças a ti na harpa, ó Deus, meu Deus!
5 Por que estás tão triste, ó minha alma? Por que me perturbas? Espera em Deus,
pois darei graças a ele, ele que é o meu socorro e o meu Deus.
Salmos - Salmo 44
1 Ó Deus, nós o ouvimos com os nossos ouvidos, nossos pais nos têm contado a
obra que fizeste em seus dias, nos tempos da antiguidade.
2 Tua mão totalmente destruiu as nações, e os estabeleceste. Afligiste os povos, e
os expulsaste.
3 Pois não herdaram a terra pela sua espada, e o seu braço não os libertou, porém a
tua destra e o teu braço, e a luz do teu rosto; porque deles bem te agradaste.
4 Tu és, verdadeiramente, meu Rei e meu Deus, que ordenas livramentos para Jacó.
5 Em ti serão derrubados os nossos inimigos, e em teu nome reduziremos a nada os
que se levantam contra nós.
6 Pois não confio no meu arco, e a minha espada não me salvará.
7 Contudo, tu nos salvaste dos que nos afligiam, e tens envergonhado aos que nos
odiavam.
8 Em Deus nós nos gloriamos todo o dia, e em teu nome damos graças, para
sempre.
9 Porém, agora, tu nos rejeitaste e nos humilhaste, e não sairás com os nossos
exércitos.
10 Fizeste-nos virar as costas diante de nossos inimigos, e aqueles que nos odiavam
tomaram-nos por despojo.
11 Fizeste-nos como ovelhas para alimento, e nos espalhaste entre as nações.
12 Vendeste o teu povo sem preço, não havendo nenhum lucro na troca.
13 Fizeste-nos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria daqueles que
estão ao nosso redor.
14 Tu nos fizeste um provérbio entre os gentios, um menear de cabeça entre os
povos.
15 Todo o dia a minha vergonha está diante de mim, e a confusão do meu rosto
encobriu-me
16 por causa da voz do difamador e injuriador, por causa do inimigo e do vingador.
17 Todas estas coisas vieram sobre nós, porém não esquecemos de ti nem nos
houvemos injustamente com o teu pacto.
18 Nosso coração não se voltou para trás, todavia tu desviastes nossos passos do
teu caminho.
19 Pois nos puseste embaixo, em um lugar de aflição, e a sombra da morte nos
cobriu.
20 Se nos tivéssemos esquecido do nome do nosso Deus, se tivéssemos estendido
as nossas mãos para um deus estranho... Deus não saberia essas coisas?
21 Pois ele conhece os segredos do coração.
22 Porque, por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; somos considerados
como ovelhas para o matadouro.
23 Desperta, por que dormes, ó Senhor? Levanta-te, e não nos rejeites para sempre.
24 Por que volves o teu rosto, e te esqueces da nossa pobreza e da nossa angústia?
25 Pois a nossa alma foi levada até o pó; nosso ventre está colado na terra.
26 Levanta-te, Senhor! Ajuda-nos e resgata-nos, por amor do teu nome.
Salmos - Salmo 45
Ao mestre de canto. Com acordes alternados, dos filhos de Coré, para instrução.
Uma canção sobre a amada.
1 Meu coração produziu boas palavras, declaro minhas obras para o rei. Minha
língua é como a pena de um hábil escritor.
2 Tu és mais belo do que os filhos dos homens. Graça foi derramada de teus lábios,
por isso Deus te abençoou para sempre.
3 Cinge a tua espada à coxa, ó valente, na tua formosura e na tua beleza;
4 verga o teu arco e prospera, e reina, por causa da verdade, da mansidão e da
justiça. A tua mão direita te conduzirá maravilhosamente.
5 Tuas armas são afiadas, ó poderoso. As nações cairão debaixo de ti, pois elas
estão no coração dos inimigos do rei.
6 O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; o cetro do teu reino é um cetro de
justiça.
7 Amaste a justiça e odiaste a iniquidade, por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com
óleo de alegria mais do que aos teus companheiros.
8 Mirra, estoraque e cássia são exalados de tuas vestes, e dos palácios de marfim,
9 e por isto as filhas dos reis te tem alegrado, para tua honra. A rainha permanecia à
tua direita, vestida de um manto preparado em ouro e arranjado em diversas cores.
10 Ouve, filha; vê e inclina os teus ouvidos. Esquece o teu povo e a casa de teu pai,
11 porquanto o rei tem desejado a tua formosura; pois ele é o teu Senhor.
12 A filha de Tiro virá para honrá-la, com presentes; os ricos do povo da terra
suplicarão o seu favor.
13 Toda a sua glória é como a da filha do rei de Esebon, vestida, como está, em
roupas com franjas de ouro,
14 em roupas bordadas. Virgens deverão ser levadas ao rei, após ela. Tuas
companheiros serão trazidas a ti.
15 Elas serão trazidas juntas, com alegria e exultação; serão levadas ao templo do
rei.
16 Em lugar de teus pais, crianças nascem para ti. Fá-los-ás príncipes sobre toda a
terra.
17 Eles deverão fazer menção do teu nome de geração em geração, pelo que, as
nações louvar-te-ão para sempre, e para sempre e sempre.
Salmos - Salmo 46
1 Deus é o nosso refúgio e a nossa força, socorro nas aflições que tem se abatido,
pesadamente, sobre nós.
2 Pelo que não temeremos quando a terra estiver abalada e as montanhas forem
removidas para o coração dos mares.
3 As águas têm rugido e sido transtornadas, as montanhas têm sido sacudidas pelo
seu poder.
4 As correntes do rio alegram a cidade de Deus. O Altíssimo santificou seu
tabernáculo.
5 Deus está no meio dela, não será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã.
6 As nações foram perturbadas, os reinos cambalearam. Ele fez ouvir a sua voz e a
terra tremeu.
7 O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso ajudador.
8 Vinde, contemplai as obras do Senhor, as maravilhas que ele efetuou na terra,
9 pondo fim às guerras até os seus confins. Ele esmagará o arco, fará em pedaços as
armas e queimará os escudos com fogo.
10 Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações, serei
exaltado na terra.
11 O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso ajudador.
Salmos - Salmo 47
1 Batei palmas, todas as nações; gritai bem alto para Deus, com voz de júbilo,
2 porque o Senhor Altíssimo é tremendo; ele é grande rei sobre toda a terra.
3 Ele subjugou os povos debaixo de nós, e as nações debaixo dos nossos pés.
4 Ele escolheu-nos, a sua herança; a beleza de Jacó, a quem ele amava.
5 Deus subiu entre gritos, o Senhor, ao som de uma trombeta.
6 Cantai louvores para o nosso Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei,
cantai louvores,
7 porque Deus é o rei de toda a terra. Cantai louvores com entendimento.
8 Deus reina sobre as nações, Deus está assentado no trono da sua santidade.
9 Os príncipes do povo estão reunidos em assembléia com o Deus de Abraão, pois
os poderosos de Deus, na terra, tem sido grandemente exaltados.
Salmos - Salmo 48
1 Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado na cidade do nosso Deus, no seu
monte santo.
2 A cidade do grande Rei está bem plantada sobre os montes de Sião para a alegria
de toda a terra, sobre os lados do norte.
3 Deus é conhecido nos seus palácios, quando ele se empenha em ajudá-la.
4 Eis que os reis da terra se reuniram, vieram todos juntos.
5 Olharam e maravilharam-se. Ficaram preocupados e abalados,
6 tremor tomou conta deles; houveram dores, como da que está de parto.
7 Tu quebrarás os navios de Társis, com um vento constante.
8 Como temos ouvido, assim nós também vimos, na cidade do Senhor dos
exércitos, na cidade do nosso Deus. Deus a fundou para sempre.
9 Temos pensado na tua misericórdia, ó Deus, no meio do teu povo.
10 De acordo com o teu nome, ó Deus, assim também é o teu louvor até os confins
da terra. A tua mão direita está cheia de justiça.
11 Que o monte Sião se alegre, que as filhas de Judá exultem por causa dos teus
juízos, ó Senhor!
12 Ide ao redor de Sião, andai ao seu redor; contai as suas torres.
13 Notai bem a sua força e observai os seus palácios, para que possais contá-lo à
próxima geração.
14 Porque este é o nosso Deus, para todo o sempre; ele será o nosso guia para
sempre.
Salmos - Salmo 49
1 Ouvi estas palavras, todas as nações; ouvi, vós todos os que habitais sobre a terra,
2 os filhos dos homens simples assim como os filhos dos grandes homens; o rico e o
pobre, juntamente.
3 Minha boca falará de sabedoria, e a meditação do meu coração trará
entendimento.
4 Inclinarei meus ouvidos a uma parábola. Desvendarei o meu enigma ao som da
harpa.
5 Por que temeria eu no dia mau? A iniquidade em meus calcanhares, cercar-me-á.
6 Existem aqueles que confiam na sua força e se gloriam na multidão das suas
riquezas.
7 Um irmão não redime, iria o homem redimir? Nem poderia dar ele a Deus um
resgate por si mesmo,
8 ou o preço da redenção de sua alma, ainda que se esforçasse para sempre
9 e vivesse até o fim, de modo que não visse a corrupção.
10 Quando se ver os sábios morrerem, o tolo e o insensato juntamente expirarão, e
deixarão a sua riqueza para os estranhos.
11 Seus sepulcros são suas casas para sempre, suas tendas, de geração em geração;
contudo, eles chamaram suas terras pelos seus próprios nomes.
12 O homem, sendo honrado, não entende; é semelhante ao gado insensível, e é
mesmo como eles.
13 Este seu proceder serve-lhes de ofensa. Porém, depois, os homens irão elogiar os
seus ditos.
14 Foram, eles, postos como ovelhas na sepultura. A morte se alimentará deles, e os
retos dominá-los-ão pela manhã; faltar-lhes-á, no inferno, o socorro de sua glória.
15 Deus, porém, livrará a minha alma do poder do inferno, quando me receber.
16 Não temas quando um homem se enriquece, e quando a glória da sua casa
aumenta,
17 porquanto ele não levará nada quando morrer, nem a sua glória descerá com ele.
18 Pois a sua alma será abençoada durante a sua vida, e deverá dar graças a ti
quando lhe fizeres o bem.
19 No entanto, haverá de ir ao encontro da geração de seus pais, e jamais verá a luz.
20 O homem, que é honrado, não entende; é semelhante ao gado insensível, e é
mesmo como eles.
Salmos - Salmo 50
Um salmo de Asafe.
1 O Deus dos deuses, o Senhor, falou e conclamou a terra, desde o nascer do sol até
o seu ocaso.
2 De Sião vem a excelência de sua beleza.
3 Deus, o nosso Deus, virá manifestamente e não se calará; um fogo se acenderá
diante dele, e ao seu redor haverá uma grande tempestade.
4 Ele convocará os céus acima, e a terra, para julgar o seu povo.
5 Reuni para ele os seus santos, aqueles que se envolveram com ele em uma aliança
firmada em sacrifícios.
6 Os céus proclamarão a sua justiça, pois Deus é o juiz.
7 Ouve, povo meu, e falar-te-ei, ó Israel, e testemunharei a ti. Eu sou Deus, o teu
Deus.
8 Não te repreendo por conta dos teus sacrifícios, porque os teus holocaustos estão
diante de mim, para sempre.
9 Não tirarei novilhos da tua casa, nem bodes dos teus rebanhos.
10 Todas as feras da selva me pertencem, o gado nas montanhas, e os bois;
11 conheço todas as aves do céu, e a beleza do campo é minha.
12 Se estivesse com fome eu não te diria, pois o mundo é meu, e a sua plenitude.
13 Comeria Eu a carne de touros, ou beberia o sangue de bodes?
14 Oferece a Deus sacrifício de louvor, e paga os teus votos para com o Altíssimo.
15 Invoca-me no dia da angústia. Eu te livrarei, e tu me glorificarás.
16 Porém, ao pecador, Deus disse: Por que declaras os meus juízos e levas a minha
aliança na tua boca,
17 uma vez que tens odiado a instrução, e lançado as minhas palavras para trás de ti?
18 Se vês um ladrão, tu corres junto dele, e tens lançado a tua sorte com os
adúlteros;
19 tua boca tem multiplicado a iniquidade, e a tua língua aprontado o engano.
20 Verdadeiramente, te assentaste e falaste contra o teu irmão, e escandalizaste o
filho de tua mãe.
21 Essas coisas tu fizeste, e eu me calei. Pensavas, perversamente, que eu deveria
ser como tu, porém repreender-te-ei e porei as tuas ofensas diante de ti.
22 Agora, considerai nestas coisas, vós que esqueceis de Deus, para que ele não vos
despedace sem que haja libertador.
23 O sacrifício de louvor me glorificará, e essa é a maneira pela qual lhes mostrarei a
salvação de Deus.
Salmos - Salmo 51
Ao mestre de canto. Um salmo de Davi, quando o profeta Natã veio até ele, tendo
ido para Berseba.
Salmos - Salmo 52
1 Por que tu, ó homem poderoso, gabas-te da iniquidade nos teus enganos? Todo o
dia
2 a tua língua tem criado injustiça. Como uma navalha afiada ela tem engendrado a
injustiça.
3 Tu amas a maldade mais do que a bondade; a injustiça mais do que o declarar da
justiça.
4 Tens amado todas as palavras destruidoras, e a língua enganadora.
5 Por isso Deus te destruirá para sempre. Ele te arrancará, remover-te-á da tua
habitação, e a tua raiz da terra dos viventes.
6 Os justos o verão e temerão, e rir-se-ão dele. E dirão:
7 Eis aqui o homem que não fez de Deus o seu ajudador, porém confiava na
abundância das suas riquezas, e fortalecia-se na sua vaidade.
8 Todavia eu sou como uma oliveira frutífera na casa de Deus. Confio na
misericórdia de Deus para sempre, e para sempre e sempre.
9 Louvar-te-ei para sempre, porquanto tu o fizeste; e esperarei no teu nome,
porque isto é bom diante dos santos.
Salmos - Salmo 53
Salmos - Salmo 54
Salmos - Salmo 55
Salmos - Salmo 56
Salmos - Salmo 57
Ao mestre de canto. Não destruas! Por Davi, para um memorial, quando fugia da
presença de Saul, indo para a caverna.
1 Tem misericórdia, de mim, ó Deus; tem misericórdia de mim, porque a minha alma
tem confiança em ti, e na sombra das tuas asas eu espero, até que a iniquidade
tenha passado.
2 Clamarei ao Deus Altíssimo, o Deus que me auxiliou.
3 Ele, do céu, enviou-me auxílio e me salvou; entregou ele à censura os que me
pisotearam. Deus enviou a sua misericórdia e a sua verdade.
4 Ele livrou a minha alma dos filhotes de leão. Deito-me para dormir, embora
perturbado. Quanto aos filhos dos homens, seus dentes são armas e mísseis, e a sua
língua é uma espada afiada.
5 Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus, e a tua glória sobre toda a terra.
6 Armaram laços aos meus pés, e prostrou-se a minha alma; cavaram uma cova
diante de mim, mas caíram nela eles mesmos.
7 O meu coração, ó Deus, está preparado. Eu cantarei, sim, cantarei salmos.
8 Desperta, minha alma; despertai, alaúde e harpa! Eu acordarei bem cedo.
9 Ó Senhor, darei graças a ti entre as nações! Cantarei a ti entre os gentios,
10 pois a tua misericórdia foi aumentada até aos céus, e a tua verdade até as
nuvens.
11 Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus, e a tua glória sobre toda a terra.
Salmos - Salmo 58
1 Se vós, de fato, falais com justiça, então julgueis com razão, ó filhos dos homens!
2 Pois forjais iniquidades em vossos corações, sobre a terra. Vossas mãos preparam
a injustiça.
3 Pecadores, desviaram-se desde a madre; andam errados desde o ventre, falando
mentiras.
4 Seu veneno é como o de uma serpente; como o de uma áspide surda, que tapa os
seus ouvidos
5 e que não ouvirá a voz dos encantadores nem atenderá ao encantamento
preparado, habilmente, pelos sábios.
6 Deus esmagou aos seus dentes em sua boca. Deus quebrou as mandíbulas dos
leões.
7 Eles passarã tão despercebidos como a água que corre; vergarão o seu arco até
falharem.
8 Serão destruídos como a cera derretida: o fogo desceu, e eles não viram o sol.
9 Antes que vossos espinhos conheçam a velhice, ele vos engolirá em sua ira.
10 O justo se alegrará quando vir a vingança executada nos ímpios; lavará as suas
mãos no sangue do pecador.
11 E o homem dirá: Em verdade, há uma recompensa para o justo; deveras, há um
Deus que os julga na terra!
Salmos - Salmo 59
Ao mestre de canto. Não destruas! Por Davi, para um memorial, quando Saul
mandou que vigiassem a sua casa para matá-lo.
1 Livra-me dos meus inimigos, ó Deus! resgata-me daqueles que se levantam contra
mim.
2 Livra-me dos que praticam a iniquidade, e salva-me dos homens sanguinários.
3 Pois eis que eles caçavam a minha alma; homens violentos se levantaram contra
mim. Porém, não havia em mim iniquidade, nem havia em mim pecado, ó Senhor.
4 Sem maldade eu corri, e dirigi o meu curso retamente. Desperta para me ajudares,
e vê.
5 Pois tu, ó Senhor, Deus dos exércitos, o Deus de Israel, visitas todas as nações.
Não te apiedas dos que praticam a iniquidade.
6 Eles voltam à tarde, famintos como um cão de guarda, e andam rodeando a
cidade.
7 Eis que proferirão uma voz com a sua boca, e uma espada está em seus lábios.
Pois quem dizem, o ouvirá?
8 Porém tu, Senhor, rirás deles com desprezo; reduzirás a nada as nações.
9 Guardarei a minha força, olhando para ti, porque tu, ó Deus, és o meu auxílio.
10 Quanto ao meu Deus, a sua misericórdia irá adiante de mim. Meu Deus far-me-á
ver a vingança sobre os meus inimigos.
11 Não os mates, para que não se esqueçam da tua lei. Espalha-os, pelo teu poder;
abate-os, ó Senhor, meu defensor,
12 por causa do pecado da sua boca e da palavra de seus lábios; que eles sejam,
ainda, aprisionados na sua soberba.
13 Por sua maldição e falsidade, completa destruição lhes seja proferida. Cairão pela
ira, em destruição total, e não mais haverão de ser. Então, saberão que o Deus de
Jacó é o Senhor dos confins da terra.
14 Eles retornarão à tarde, famintos como cães de guarda, e andarão rodeando a
cidade.
15 Espalhar-se-ão, aqui e acolá, procurando carne, e se não ficarem satisfeitos irão
murmurar.
16 Porém, eu cantarei a tua força e, pela manhã, exultarei na tua benignidade, pois
tu tens sido o meu defensor e o meu refúgio no dia da minha angústia.
17 Tu és o meu auxílio; a ti, meu Deus, cantarei. Tu és o meu defensor, ó meu Deus, e
a minha misericórdia.
Salmos - Salmo 60
Ao mestre de canto, para aqueles que ainda deverão ser transformados. Uma
inscrição de Davi, para instrução, quando ele tinha queimado a Mesopotâmia da
Síria e a síria Zobá, e Joabe, regressando, feriu, no Vale do Sal, a doze mil.
Salmos - Salmo 61
Salmos - Salmo 62
1 Não deveria a minha alma estar submetida a Deus? Pois dele é a minha salvação.
2 Porquanto ele é o meu Deus, o meu salvador e o meu auxílio; não serei
grandemente abalado.
3 Até quando atacareis a um homem? Pois estais todos o abatendo, como um muro
inclinado e uma cerca arrebentada.
4 Eles tão somente deliberaram para aviltar a minha honra. Correram, todos juntos,
com a mentira. Com a boca abençoaram, mas com o coração amaldiçoaram.
5 No entanto, estejas tu, minh'alma, submetida a Deus, pois dele é a minha paciente
esperança.
6 Porque ele é o meu Deus e o meu Salvador, e o meu auxílio; não serei abalado.
7 Em Deus está a minha salvação e a minha glória, ele é o Deus do meu auxílio, e a
minha esperança está em Deus.
8 Esperai nele, todos vós, congregação do povo; derramai diante dele o vosso
coração, pois Deus é o nosso ajudador.
9 Todavia, os filhos dos homens são vãos; os filhos dos homens são falsos, de modo
a serem enganosos na balança; são todos, igualmente, formados por vaidade.
10 Não confieis na injustiça e não andeis após roubos. Se a riqueza afluir, não
coloqueis nela o vosso coração.
11 Uma vez falou Deus, e também já ouvi acerca dessas duas coisas: que o poder é
de Deus,
12 e a misericórdia é tua, ó Senhor. Porque tu recompensarás a cada um segundo as
suas obras.
Salmos - Salmo 63
1 Ó Deus, meu Deus, eu clamo a ti desde cedo. A minha alma tem sede de ti.
Quantas vezes a minha carne ansiou por ti em uma terra desolada, sem caminhos e
ressequida!
2 Por isto, apareci diante de ti no santuário, para que possa ver a tua força e a tua
glória.
3 Porquanto a tua benignidade é melhor do que a vida, meus lábios te louvarão.
4 Eu te abençoarei durante a minha vida. Em teu nome levanto as minhas mãos.
5 Que a minha alma seja preenchida, como de tutano e de gordura, e os meus
lábios, alegres, louvarão ao teu nome.
6 Pois tenho lembrado de ti em meu leito; desde cedo eu meditava sobre ti.
7 Porque tu tens sido o meu auxílio; no abrigo das tuas asas me regozijarei.
8 A minha alma se tem mantido muito próxima de ti, e a tua destra me tem
sustentado.
9 Eles, porém, em vão buscaram a minha alma. Irão para as partes mais baixas da
terra!
10 Serão entregues ao poder da espada, tornar-se-ão porções para as raposas.
11 O rei, entretanto, se regozijará em Deus. Todo aquele que jurar por ele deverá ser
louvado, porque a boca dos que falam coisas injustas foi tapada.
Salmos - Salmo 64
1 Ouve, ó Deus, a minha oração, quando faço, para ti, a minha petição; livra a minha
alma do temor do inimigo.
2 Tu me tens protegido da conspiração dos que fazem o mal, da multidão dos que
praticam a iniquidade,
3 os quais aguçaram a sua língua como uma espada; eles armaram o arco,
maliciosamente,
4 para atirar, às ocultas, no irrepreensível. Matá-lo-ão, de repente, e não temerão.
5 Criaram para si mesmos um propósito maligno, têm se aconselhado para esconder
armadilhas. Eles disseram: Quem nos verá?
6 Eles têm buscado a iniquidade. Cansaram-se de a buscar diligentemente e
encontraram-na; o seu coração é um abismo.
7 Deus, porém, será exaltado. Suas feridas foram causadas por armas de
criancinhas,
8 e com suas línguas os menosprezaram. Todos os que os viram ficaram
consternados,
9 alarmaram-se os homens e relataram as obras de Deus, entendendo os seus
feitos.
10 O justo se alegrará no Senhor, e esperará nele. Todos os retos de coração serão
louvados.
Salmos - Salmo 65
Salmos - Salmo 66
Salmos - Salmo 67
1 Deus, tem misericórdia de nós e abençoa-nos; faz resplandecer, sobre nós, o teu
rosto.
2 Que os homens conheçam o teu caminho sobre a terra, a tua salvação entre todas
as nações.
3 Que os povos, ó Deus, rendam graças a ti. Que todos os povos rendam graças a ti.
4 Que as nações se alegrem e exultem, pois julgarás os povos com equidade e
guiarás as nações na terra.
5 Que os povos, ó Deus, rendam graças a ti; que todos os povos rendam graças a ti.
6 A terra tem produzido o seu fruto. Que Deus, o nosso Deus, nos abençoe.
7 Que Deus nos abençoe, e que todos os confins da terra o temam.
Salmos - Salmo 68
1 Levante-se Deus, e que os seus inimigos sejam dispersos, e aqueles que o odeiam
fujam de diante dele.
2 Como a fumaça desaparece, da mesma forma desapareçam eles; como a cera se
derrete diante do fogo, assim também os pecadores pereçam diante de Deus.
3 Porém, regozije-se o justo. Que eles exultem diante de Deus, que fiquem
exultantes com a alegria.
4 Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome. Preparai um caminho para aquele que
cavalga sobre o ocidente (Senhor é o seu nome), e exultai diante dele. Eles ficaram
perturbados diante da sua face,
5 da face daquele que é o pai dos órfãos e juiz das viúvas. Este é Deus no seu santo
lugar.
6 Deus faz com que o solitário viva em uma casa, mas conduz os prisioneiros com
poder, os que agem provocadoramente e que habitam em túmulos.
7 Ó Deus, quando saíste diante do teu povo, quando foste pelo deserto,
8 a terra tremeu, sim, o céu despejou água na presença do Deus do Sinai, na
presença do Deus de Israel.
9 Ó Deus, concedestes à tua herança uma chuva graciosa, pois estava cansada; pois
tu a refrigeras.
10 Tuas criaturas habitam na terra, em tua bondade fizeste provisão para os pobres.
11 O Senhor Deus dará a palavra aos que pregam para os poderosos.
12 O rei das forças do amado, daquele que é agradável, irá mesmo conceder-lhes
dividir os despojos das coisas belas da casa.
13 Ainda que ireis descansar entre as porções, tereis as asas de uma pomba,
cobertas de prata, e o seu peito, com ouro amarelo.
14 Quando o Celestial espalhar os reis, serão eles tornados brancos como a neve
sobre o Zalmon.
15 O monte de Deus é um rico monte, um monte próspero, um rico monte.
16 Por que concebeis o mal, vós montes elevados? Este é o monte no qual Deus se
agradou em habitar; sim, o Senhor habitará nele para sempre.
17 Os carros de Deus são dez mil divisões, são milhares que se regozijam. O Senhor
está no meio deles, em Sinai, no lugar santo.
18 Subiste às alturas, levaste cativo o cativeiro. Tens recebido homens como
dádivas. Sim, pois foram rebeldes, para que possas habitar no meio deles.
19 Bendito seja o Senhor Deus, bendito seja o Senhor, dia a dia. E o Deus de nossa
salvação prosperar-nos-á.
20 O nosso Deus é o Deus da salvação, e ao Senhor pertence o livramento da morte.
21 Ele, porém, fará uma crosta na cabeça de seus inimigos; na cabeluda coroa dos
que prosseguem em suas ofensas.
22 O Senhor disse: Fá-los-ei voltar de Basã; irei trazer o meu povo, novamente,
através das profundezas do mar,
23 para que o teu pé possa ser mergulhado em sangue, e as línguas dos teus cães
sejam manchadas com o sangue dos teus inimigos.
24 Os teus caminhos, ó Deus, têm sido vistos; os caminhos do meu Deus, o Rei, no
seu santuário.
25 Os príncipes vão na frente, ao lado dos tocadores de instrumentos, no meio das
donzelas tocando com tamboris.
26 Louvem a Deus nas congregações, ao Senhor das fontes de Israel.
27 Lá está, Benjamin, o jovem feliz; os príncipes de Judá, seus governantes; os
príncipes de Zebulom; os príncipes de Naftali.
28 Ó Deus, dá ordem ao teu exército. Fortalece, ó Deus, o que já fortaleceste em
nós.
29 Por amor do teu templo em Jerusalém os reis te trarão presentes.
30 Repreende as feras do rebanho. Que a multidão dos touros, com as novilhas das
nações, sejam repreendidos, e não sejam emudecidos os que foram provados com a
prata. Espalha as nações que desejam a guerra.
31 Embaixadores deverão vir do Egito; a Etiópia apressar-se-á a estender a sua mão,
prontamente, para Deus.
32 Cantai a Deus, ó reinos da terra! Cantai salmos ao Senhor.
33 Cantai a Deus que cavalga sobre o céu dos céus, para o oriente. Eis que ele irá
proferir um som poderoso com a sua voz.
34 Dai glória a Deus. A sua excelência está sobre Israel, e o seu poder nas nuvens.
35 Deus é maravilhoso em seus lugares santos, o Deus de Israel. Ele dará poder e
força ao seu povo. Bendito seja Deus!
Salmos - Salmo 69
Salmos - Salmo 70
Salmos - Salmo 71
Por Davi, salmo cantado pelos filhos de Jonadabe e pelos primeiros que foram
levados cativos.
Salmos - Salmo 72
Para Salomão.
Salmos - Salmo 73
Um salmo de Asafe.
1 Como Deus é bom para com Israel, para com os retos de coração!
2 Porém, os meus pés quase foram desviados; meus passos quase escorregaram,
3 pois eu tinha inveja dos transgressores, vendo a tranquilidade dos pecadores.
4 Por que não há nenhum sinal de relutância em sua morte, e têm eles firmeza sob a
sua aflição;
5 não tem parte nos problemas dos outros homens, e não serão açoitados com eles.
6 Pelo que a soberba tomou conta deles. Vestiram-se com a própria injustiça e
impiedade.
7 A sua injustiça sairá para fora como da gordura, pois eles cumpriram o que
intentaram.
8 Tomaram conselho e falaram iniquidades, e pronunciaram a injustiça com altivez.
9 Abriram as suas bocas contra os céus e a sua língua passou por sobre a terra.
10 Portanto, meu povo retornará para aqui, a plenitude dos dias estará com eles.
11 Disseram: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo?
12 Eis que estes são os pecadores, os que prosperam sempre. E possuíram a riqueza.
13 Então, eu disse: Na verdade, em vão tenho justificado o meu coração e lavado as
minhas mãos na inocência.
14 Pois eu andava atormentado o dia todo, e a minha repreensão surgia a cada
manhã.
15 Se eu dissesse Falarei deste modo, eis que eu teria quebrado a aliança com a
geração de teus filhos.
16 Comprometi-me a entender essas coisas, mas eis que era muito difícil para mim,
17 até que entrasse no santuário de Deus, e assim pudesse compreender o fim
último.
18 Certamente, tu lhes tens apontado julgamentos por causa de seus feitos astutos;
abateste-os quando se elevavam.
19 Como se tornaram desolados! Subitamente, falharam. Pereceram por causa da
sua iniquidade.
20 Como se desperta de um sonho, Senhor, na tua cidade desprezarás a sua
imagem.
21 Portanto meu coração se regozijou, e as minhas entranhas se alegraram.
22 Entretanto, eu era vil e não o sabia; tornara-me embrutecido diante de ti.
23 Todavia eu estou sempre contigo, és tu que tens fortalecido a minha mão direita.
24 Tu me tens guiado pelo teu conselho, e tens me tomado para ti em glória.
25 Pois quem tenho eu no céu, senão a ti? e o que desejei na terra, além de ti?
26 Meu coração e a minha carne falharam, mas Deus é a fortaleza do meu coração;
Deus é a minha porção, para sempre.
27 Os que se retiram para longe de ti perecerão; tens destruído a todo aquele que se
desvia de ti.
28 Porém, bom é para mim unir-me a Deus e colocar a minha confiança no Senhor,
para que eu possa anunciar os teus louvores, todos eles, nas portas da filha de Sião.
Salmos - Salmo 74
1 Por que nos tens rejeitado, ó Deus, para sempre? por que acendeu-se a tua ira
contra as ovelhas do teu pasto?
2 Lembra-te da tua congregação, a qual tens comprado desde a antiguidade. Tu
resgataste a vara da tua herança, este monte Sião, no qual tens habitado.
3 Levanta tuas mãos contra o seu orgulho, para sempre, por causa de tudo o que o
inimigo tem feito de mal no teu santuário.
4 Também os que te odeiam ostentavam-se no meio da tua festa. Estabeleceram as
suas proprias insígnias por sinais, em sua ignorância,
5 como na entrada, acima;
6 cortaram as tuas portas de uma só vez com machados, tal como em um bosque
de árvores; quebraram-nas com machadinhas e cortadores de pedra.
7 Eles queimaram o teu santuário com fogo, derrubando-o até o chão; profanaram a
morada do teu nome.
8 Disseram no seu coração, eles e todos os seus semelhantes: Vinde, vamos abolir
da terra as festas do Senhor!
9 Não vemos mais as nossas insígnias; não há mais profeta, e Deus não nos conhece
mais.
10 Até quando, ó Deus, afrontar-nos-á o inimigo? irá o inimigo provocar o teu nome
para sempre?
11 Por que afastas para longe a tua mão, e retiras a tua destra do teu seio, para
sempre?
12 Mas Deus é o nosso rei, desde a antiguidade; ele operou a salvação no meio da
terra.
13 Tu, na tua força, estabeleceste o mar; fizeste em pedaços as cabeças dos dragões
na água.
14 Tu, verdadeiramente, fizeste em pedaços as cabeças do dragão; deste-o como
alimento às nações etíopes.
15 Verdadeiramente, dividiste fontes e torrentes, e secaste grandes rios.
16 O dia é teu, e a noite é tua; tu preparaste o sol e a lua.
17 Fizeste todas as fronteiras da terra; tu fizeste o verão e a primavera.
18 Lembra-te desta tua criação. Um inimigo menosprezou o Senhor, e um povo
insensato tem provocado o teu nome.
19 Não entregues às bestas selvagens uma alma que rende louvor a ti, não te
esqueças para sempre das almas dos teus pobres.
20 Olha para o teu pacto, pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios de
moradas de iniquidade.
21 Não deixes que o aflito e envergonhado seja rejeitado. Os pobres e necessitados
louvarão o teu nome.
22 Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua causa. Lembra-te das censuras dirigidas contra
ti, as quais provêm do tolo, todo o dia.
23 Não te esqueças da voz dos teus suplicantes, pois o orgulho dos que te odeiam
ascende, continuamente, para diante de ti.
Salmos - Salmo 75
Ao mestre de canto. Não destruas. Salmo de uma música, por Asafe.
Salmos - Salmo 76
Salmos - Salmo 77
1 Clamo ao Senhor com a minha voz. Sim, a minha voz foi dirigida a Deus, e ele olhou
para mim.
2 No dia da minha angústia eu, sinceramente, busquei ao Senhor com as minhas
mãos, e à noite, diante dele, e não fui enganado. A minha alma recusa ser
consolada.
3 Lembrei-me de Deus e me alegrei. Derramei a minha queixa e desfaleceu a minha
alma.
4 Todos os meus inimigos puseram guarda contra mim. Eu estava angustiado, então
calei-me.
5 Considerei os dias passados, lembrei-me dos anos antigos.
6 Então, eu meditava. Falei com o meu coração, de noite, e diligentemente
procurou meu espírito, dizendo:
7 Rejeitará o Senhor, para sempre? Nunca mais estará ele satisfeito?
8 Irá retirar a sua misericórdia para sempre, para todo o sempre?
9 Esquecer-se-á, Deus, de sentir pena? Ou calará ele as suas misericórdias, em sua
ira?
10 Então, eu disse: Agora é assim; esta é a mudança da mão direita do Altíssimo.
11 Lembrei-me das obras do Senhor. Pois lembrar-me-ei das tuas maravilhas desde o
início.
12 Meditarei sobre todas as tuas obras e considerarei os teus feitos.
13 Ó Deus, o teu caminho está no santuário. Quem é um grande Deus como o nosso
Deus?
14 Tu és o Deus que fazes maravilhas. Fizeste o teu poder conhecido entre as
nações.
15 Tu, com o teu braço, remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José.
16 As águas te viram, ó Deus, as águas te viram e temeram, e os abismos se
perturbaram.
17 Houve um som abundante de águas. As nuvens proferiram uma voz, porque as
tuas flechas foram lançadas.
18 A voz do teu trovão estava no exterior e ao redor de teus relâmpagos apareceu
para o mundo. A terra tremeu com um terremoto.
19 O teu caminho é no mar, e as tuas veredas nas muitas águas; as tuas pegadas não
podem ser conhecidas.
20 Guiaste o teu povo como ovelhas, pelas mãos de Moisés e de Arão.
Salmos - Salmo 78
1 Atende, ó meu povo, à minha lei. Inclina o teu ouvido às palavras de minha boca.
2 Abrirei a minha boca em parábolas. Proporei enigmas que têm existido desde o
início,
3 tudo o que temos ouvido e conhecido, e que nossos pais nos declararam.
4 Não foram, eles, escondidos de seus filhos, nas gerações subsequentes; os pais
declararam os louvores do Senhor, seus atos poderosos e as maravilhas que
operou.
5 Ele levantou um testemunho em Jacó, instituindo uma lei em Israel, a qual deu aos
nossos pais para a fazerem conhecida aos seus filhos;
6 para que uma outra geração a conhecesse, os filhos que haveriam de nascer. Eles
se levantariam, e declará-la-iam aos seus filhos
7 para que pusessem em Deus a sua esperança; e não se esquecessem das obras de
Deus, porém, buscassem os seus mandamentos.
8 Para que não fossem como seus pais, geração perversa e provocadora; uma
geração que não firmou o seu coração, e o seu espírito não foi fiel a Deus.
9 Os filhos de Efraim, flexionando e atirando com o arco, viraram as costas no dia da
batalha,
10 pois não guardaram o pacto de Deus e não andaram na sua lei.
11 Esqueceram-se dos seus benefícios e das suas maravilhas, as quais lhes fizera ver;
12 dos milagres que operou diante de seus pais na terra do Egito, na planície de Zoã.
13 Ele dividiu o mar, levando-os através dele. Fez com que as águas parassem, como
em um vaso.
14 Guiou-os com uma nuvem durante o dia e, durante a noite inteira, por um clarão
de fogo.
15 Fendeu a rocha no deserto e fez-lhes beber como de um profundo abismo.
16 Ele trouxe água para fora da rocha, e fez correr a água, descendo como rios.
17 Porém, ainda prosseguiram em pecar contra ele; provocaram ao Altíssimo no
deserto,
18 e tentaram a Deus nos seus corações, pedindo-lhe carne para saciarem o desejo
de suas almas.
19 Também falaram contra Deus, dizendo: Será Deus capaz de preparar-nos uma
mesa no deserto?
20 Porquanto ele feriu a rocha, as águas jorraram e as torrentes correram,
abundantemente. Será ele capaz, também, de dar-nos o pão, ou preparar uma mesa
para o seu povo?
21 Portanto, o Senhor o ouviu e foi provocado. Então, o fogo se acendeu em Jacó, e
a ira subiu contra Israel,
22 porque não creram em Deus nem confiaram na sua salvação.
23 Contudo, ele ordenou às nuvens lá em cima, e abriu as portas dos céus,
24 chovendo sobre eles o maná para comerem, dando-lhes o pão do céu.
25 Homens comeram o pão dos anjos. Enviou-lhes, também, provisão abundante.
26 Tirou o vento sul do céu, e, pelo seu poder, trouxe o vento sudoeste.
27 Fez chover sobre eles carne como pó, e aves de penas como a areia do mar.
28 Caíram no meio do arraial deles, ao redor de suas tendas.
29 Então, comeram, e ficaram completamente saciados; e concedeu-lhes a sua
vontade.
30 Eles não foram desapontados em seu desejo. Contudo, a comida estava ainda em
sua boca,
31 quando a indignação de Deus se levantou contra eles, matando os mais fortes
deles; e derrubou os homens escolhidos de Israel.
32 Em meio a tudo isso, pecaram ainda mais e não acreditaram em seus milagres.
33 Seus dias foram consumidos na vaidade, e os seus anos com a ansiedade.
34 Quando ele os matava, procuravam-no, arrependiam-se e clamavam, no tempo
propício, para Deus.
35 Lembravam-se, então, de que Deus era o seu ajudador, e que o Deus Altíssimo
era o seu Redentor.
36 Mas o amavam só com a boca, mentindo-lhe com a sua língua,
37 pois o seu coração não era constante para com ele, nem foram eles fiéis ao seu
pacto.
38 Todavia, ele é misericordioso e perdoará os seus pecados, e não os destruirá;
sim, ele irá, freqüentemente, desviar a sua indignação, e não acenderá a sua ira
totalmente.
39 Pois lembrou-se de que eles são carne. Um vento que passa e não volta.
40 Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto, deixando-o irado, em uma
terra seca!
41 Sim, eles viraram as costas, tentaram a Deus e provocaram ao Santo de Israel.
42 Não se lembraram da sua mão, do dia em que os livrou da mão do opressor,
43 de como ele operou os seus sinais no Egito e as suas maravilhas no campo de
Zoã,
44 mudando os seus rios em sangue, e as suas correntes, para que não pudessem
beber.
45 Enviou contra eles a mosca-cão, que os devorou; e o sapo, destruindo-os.
46 Entregou ele os seus frutos à larva do cancro, e o seu trabalho aos gafanhotos.
47 Matou as suas vinhas com saraiva e os seus sicômoros com geada.
48 Ele entregou o seu gado à saraiva e os seus bens ao fogo.
49 E enviou contra eles o furor da sua ira: cólera, indignação e angústia; uma
mensagem por anjos maus.
50 Fez ele um caminho para a sua ira. Não poupou as suas almas da morte, mas
designou para a morte o seu rebanho,
51 e feriu a todo o primogênito na terra do Egito; os primeiros frutos de seus labores
nas tendas de Cam.
52 E retirou o seu povo como ovelhas, conduzindo-os como ovelhas no deserto.
53 Ele os guiou com esperança, e não temeram; porém, o mar cobriu os seus
inimigos.
54 E trouxe-os para a montanha do seu santuário, este monte que a sua destra
adquirira.
55 Lançou ele fora as nações de diante deles, e os fez herdar por uma linha de
herança, para que as tribos de Israel habitassem em suas tendas.
56 Contudo, tentaram e provocaram ao Deus Altíssimo, e não guardaram os seus
testemunhos;
57 tornaram atrás e quebraram o pacto, como também seus pais; tornaram-se como
um arco torto.
58 Provocaram-no com os seus altos e moveram o seu zelo com as suas imagens
esculpidas.
59 Deus ouviu isto, e desconsiderou-os; e muito desprezou a Israel.
60 Então, ele rejeitou o tabernáculo de Silo, sua tenda, onde habitara entre os
homens,
61 e entregou a sua força ao cativeiro, a sua beleza nas mãos do inimigo.
62 E entregou o seu povo ao fio da espada, desprezando a sua herança.
63 Fogo consumiu os seus jovens, porém as suas virgens não lamentaram.
64 Os seus sacerdotes caíram à espada, mas as suas viúvas não eram pranteadas.
65 Então, o Senhor despertou como dum sono, como um homem poderoso que
tivesse sido aquecido pelo vinho,
66 e feriu aos seus adversários em suas partes íntimas, trazendo sobre eles
perpétuo desprezo.
67 Ele rejeitou a tenda de José, e não escolheu a tribo de Efraim;
68 antes, escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava,
69 e edificou o seu santuário como lugar de unicórnios. Ele o fundou, para sempre,
na terra.
70 Também escolheu a Davi, seu servo, tomando-o dos rebanhos de ovelhas.
71 Tirou-o de após as ovelhas e de suas crias para ser o pastor de Jacó, seu servo, e
de Israel, sua herança.
72 E ele os tendeu na inocência de seu coração, guiando-os com a perícia de suas
mãos.
Salmos - Salmo 79
Um Salmo de Asafe.
Salmos - Salmo 80
Salmos - Salmo 81
1 Alegrai-vos em Deus, nosso salvador; gritai bem alto para o Deus de Jacó.
2 Salmodiai e tocai o tamborim, o saltério agradável com a harpa.
3 Tocai a trombeta na lua nova, no glorioso dia de sua festa.
4 Porque isto é uma ordenança para Israel, uma lei do Deus de Jacó.
5 Fez ele, disto, um testemunho em José, quando saíram da terra do Egito. Ele ouviu
uma língua que não entendeu.
6 Removeu ele as suas costas dos encargos, suas mãos escravizadas do trabalho de
fazer cestos.
7 Clamaste a mim quando em apuros, e eu te livrei. Ouvi-te no lugar secreto da
tempestade; provei-te junto às águas da contenda.
8 Ouve, povo meu, e falar-te-ei, ó Israel. Irei testemunhar-te, se quiseres ouvir-me.
9 Não haverá deus novo em ti, nem adorarás a um deus estranho,
10 pois eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito. Abre bem a tua
boca, e eu ta encherei.
11 Mas o meu povo não deu ouvidos a minha voz; Israel não deu ouvidos a mim.
12 Portanto, eu os deixei andar nos caminhos de seus corações. Eles andarão em
seus próprios caminhos.
13 Se o meu povo tivesse me ouvido, se Israel andasse nos meus caminhos,
14 eu teria teria abatido aos seus inimigos, muito rapidamente teria posto a minha
mão sobre aqueles que os afligiam.
15 Os inimigos do Senhor mentiram-lhes, porém o seu tempo seria para sempre.
16 Eu os alimentaria com a gordura do trigo, saciá-los-ia com o mel saído da rocha.
Salmos - Salmo 82
Um Salmo de Asafe.
1 Deus está na assembléia dos deuses e, no meio dos deuses ele julga.
2 Até quando julgareis injustamente, e acatareis as pessoas dos pecadores?
3 Julgai o órfão e o pobre; fazei justiça ao humilde e necessitado.
4 Resgatai o necessitado, e livrai o pobre da mão do pecador.
5 Eles não conhecem, nem entendem; andam em trevas. Todos os fundamentos da
terra serão abalados.
6 Eu disse: Vós sois deuses; sois, todos vós, filhos do Altíssimo,
7 porém, morreis como homens e caís como qualquer dos príncipes.
8 Levanta-te, ó Deus, julga a terra! Pois tu herdas todas as nações.
Salmos - Salmo 83
1 Ó Deus, quem deverá ser comparado a ti? Não te cales nem fiques impassível, ó
Deus,
2 pois eis que os teus inimigos fizeram um alvoroço, e os que te odeiam levantam a
sua cabeça.
3 Contra o teu povo eles, astuciosamente, imaginaram um plano, e tomaram
conselho contra os teus santos.
4 Dizem eles: Vinde, vamos destruí-los totalmente para que não sejam mais uma
nação, e para que o nome de Israel não seja, de modo algum, lembrado.
5 Porque tomaram conselho, todos juntos, no mesmo espírito; formaram uma
confederação contra ti
6 as tendas dos idumeus e as dos ismaelitas, moabe e os hagarenos,
7 Gebal, Amom e Amaleque; também os filisteus, com os que habitam em Tiro.
8 Sim, a Assíria também veio com eles, e tornaram-se uma ajuda para os filhos de
Ló.
9 Faze-lhes como fizeste a Midiã e a Sísera; como a Jabim, junto ao ribeiro de
Quison.
10 Foram, eles, totalmente destruídos em En-dor; tornaram-se como estrume para a
terra.
11 Faze os seus príncipes como Orebe e como Zeebe, como Zeba e Zalmuna; faze
assim com todos os seus príncipes,
12 os quais disseram: Tomemos para nós mesmos, como herança, o altar de Deus.
13 Deus meu, faze-os como uma folha, como a palha diante do vento.
14 Como um fogo que queimará completamente a madeira, como chama que pode
consumir as montanhas,
15 persegue-os, assim, com a tua tempestade, perturbando-os na tua ira.
16 Enche os seus rostos com desonra, então, eles irão procurar o teu nome, ó
Senhor.
17 Sejam envergonhados e perturbados para todo o sempre; sim, sejam
confundidos e destruídos.
18 Que eles saibam que o teu nome é Senhor; que só tu és o Altíssimo sobre toda a
terra.
Salmos - Salmo 84
Salmos - Salmo 85
Salmos - Salmo 86
Salmos - Salmo 87
Canção de um salmo, dos filhos de Coré. Ao mestre de canto. Para ser cantada com
cítara. Para instrução, por Hemã, o ezraíta.
1 Ó Senhor, Deus da minha salvação, tenho clamado de dia e de noite diante de ti.
2 Chegue a minha oração à tua presença; inclina o teu ouvido à minha súplica, ó
Senhor,
3 porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida já se aproxima do
Inferno.
4 Tenho sido contado com os que descem à cova. Tornei-me como um homem
desassistido, sem força, entre os mortos,
5 tal como os que foram ferido de morte e lançados fora, e que dormem no seu
túmulo, dos quais tu não te lembras mais. Foram rejeitados da tua mão.
6 Deitaram-me na cova mais profunda, em lugares escuros e na sombra da morte.
7 Tua ira tem pesado fortemente sobre mim; tens feito passar sobre mim todas as
tuas ondas.
8 Removeste meus conhecidos para longe de mim; eles me fizeram uma
abominação para si mesmos. Fui liberto, porém não pude sair.
9 Os meus olhos estão abatidos pela pobreza; eu, porém, clamei a ti, ó Senhor, o dia
todo. Estendo as minhas mãos para ti.
10 Irás fazer maravilhas para os mortos? Ergue-los-ão os médicos, para que eles te
louvem?
11 Porventura, alguém declarará a tua misericórdia na tumba? A tua verdade na
destruição?
12 Porventura as tuas maravilhas serão conhecido na escuridão? A tua justiça em
uma terra esquecida?
13 Eu, porém, clamei a ti, ó Senhor. Pela manhã, a minha oração chegará à tua
presença.
14 Por que, Senhor, rejeitas a minha oração, virando o teu rosto para longe de mim?
15 Eu sou pobre e tenho estado em dificuldades desde a minha mocidade. Tendo
sido exaltado, encontro-me abatido e em desespero.
16 Tua ira tem passado sobre mim, e os teus terrores me têm inquietado
sobremaneira,
17 cercaram-me como a água; todo o dia eles me perturbam, juntos.
18 Tu tens afastado para longe de mim a cada amigo, e aos meus conhecidos, por
causa da minha miséria.
Salmos - Salmo 89
1 Cantarei a tua benignidade, ó Senhor, para sempre. Declararei a tua verdade com a
minha boca para todas as gerações.
2 Pois disseste: A benignidade será edificada para sempre. Tua verdade será
estabelecida nos céus.
3 Fiz um pacto com os meus escolhidos, jurei a Davi, meu servo:
4 Eu estabelecerei a tua descendência para sempre; edificarei o teu trono por todas
as gerações.
5 Os céus anunciarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua verdade na assembléia
dos santos.
6 Pois quem nos céus é comparado ao Senhor? e quem deve ser comparado ao
Senhor entre os filhos de Deus?
7 Deus é glorificado no conselho dos santos. É grande e terrível para com todos que
estão ao redor dele.
8 Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é semelhante a ti? Tu és poderoso, ó Senhor,
e a tua verdade está ao redor de ti.
9 Tu dominas o poder do mar e acalmas o tumulto das suas ondas;
10 calcaste o orgulhoso como aquele que está morto, e com o braço do teu poder
dispersaste os teus inimigos.
11 Os céus são teus, e a terra é tua. Fundaste o mundo e a sua plenitude.
12 Tu criaste o norte e o oeste. O Tabor e o Hermom regozijam-se em teu nome.
13 Teu é o braço poderoso. Que a tua mão seja fortalecida, que a tua mão direita
seja exaltada!
14 Justiça e juízo são a criação do teu trono; misericórdia e verdade vão adiante de
ti.
15 Bem-aventurado o povo que conhece o som festivo! Andará, ó Senhor, na luz da
tua face,
16 em teu nome se alegrará todo o dia, e na tua justiça se exaltará.
17 Pois tu és o gabar-se de sua força. Na tua boa vontade será exaltado o nosso
chifre,
18 pois a nossa ajuda vem do Senhor e do Santo de Israel, o nosso rei.
19 Então, falaste em visão a teus filhos, dizendo: Pus o meu socorro sobre um
poderoso. Exaltei a um escolhido dentre o meu povo.
20 Achei a Davi, meu servo. Eu o ungi, pela minha santa misericórdia.
21 Porque a minha mão o apoiará e o meu braço o fortalecerá.
22 O inimigo não terá nenhuma vantagem contra ele, e o filho da transgressão não
irá feri-lo novamente.
23 Despedaçarei os seus inimigos diante dele; porei em fuga os que o odeiam.
24 Todavia, a minha verdade e a minha benignidade estarão com ele, e em meu
nome será exaltado o seu chifre.
25 Porei a sua mão no mar, a sua direita nos rios.
26 Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus e o socorro da minha
salvação
27 e eu o farei meu primogênito, mais elevado do que os reis da terra.
28 Manterei a minha misericórdia com ele para sempre, e a minha aliança será firme
com ele.
29 Estabelecerei a sua descendência para sempre e sempre, e o seu trono como os
dias do céu.
30 Se os seus filhos deixarem a minha lei e não andarem nos meus juízos,
31 se vierem a profanar os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos,
32 então visitarei as suas transgressões com a vara, e os seus pecados com flagelos.
33 Mas a minha misericórdia não irei totalmente remover dele, nem distorcer a
minha verdade.
34 Não irei, por qualquer meio, profanar o meu pacto, e não tornarei nulas as coisas
que saem da minha boca.
35 Uma vez jurei, pela minha santidade, que não mentirei a Davi.
36 Sua semente durará para sempre e o seu trono como o sol, diante de mim,
37 e como a lua que está estabelecida para sempre, como a fiel testemunha no céu.
38 Porém, tu o tens rejeitado e aviltado. Tu rejeitaste teu ungido.
39 Tens derrubado a aliança do teu servo; tens profanado o seu santuário, lançando-
o ao chão.
40 Tu tens quebrado todos os seus muros; fizeste das suas fortalezas um terror.
41 Todos os que vão pelo caminho o despojaram; tornou-se ele um opróbrio para os
seus vizinhos.
42 Tu exaltaste à direita de seus inimigos; fizeste com que todos os seus inimigos se
regozijassem.
43 Fizeste voltar o socorro de sua espada, e não o ajudaste na batalha.
44 Tu o privaste de glória. Quebraste no chão o seu trono.
45 Encurtaste os dias do seu trono; tens derramado vergonha sobre ele.
46 Até quando, ó Senhor, te afastarás? Para sempre? Inflamar-se-á a tua ira como o
fogo?
47 Lembra-te do que é o meu ser. Terias, em vão, criado todos os filhos dos
homens?
48 Qual é o homem que deva viver e não ver a morte? Poderá qualquer um livrar a
sua alma das mãos do Inferno?
49 Onde estão as tuas misericórdias antigas, ó Senhor, que juraste a Davi, pela tua
verdade?
50 Lembra-te, Senhor, do opróbrio dos teus servos que tenho carregado em meu
peito, a reprovação de muitas nações
51 com a qual os teus inimigos têm vilipendiado, ó Senhor, com a qual eles têm
insultado a recompensa do teu ungido.
52 Bendito seja o Senhor, para sempre. Assim seja, assim seja.
Salmos - Salmo 90
Salmos - Salmo 91
Louvor, para uma melodia, de Davi
Salmos - Salmo 92
1 Boa coisa é dar graças ao Senhor, cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo!
2 para proclamar a tua benignidade pela manhã e a tua verdade a noite,
3 em um saltério de dez cordas, com uma música na harpa.
4 Pois tu, Senhor, fizeste-me feliz com a tua obra, e nos feitos das tuas mãos
exultarei.
5 Como tem sido magnificadas as tuas obras, ó Senhor! Teus pensamentos são
deveras profundos.
6 O homem insensato não o saberá, o homem rude não compreenderá isso.
7 Quando os pecadores brotarem como a erva e todos os que praticam a iniquidade
os estiverem contemplando, neste momento é que eles serão totalmente
destruídos, para sempre.
8 Porém Tu, Senhor, és o Altíssimo para sempre.
9 Pois eis que os teus inimigos perecerão, e todos os que praticam a iniquidade
dispersar-se-ão,
10 mas o meu poder será exaltado como o chifre de um unicórnio, e a minha velhice
com rica misericórdia.
11 Meus olhos tem visto os meus inimigos, e os meus ouvidos ouviram de
malfeitores que se levantam contra mim.
12 O justo, porém, florescerá como a palmeira. Será engrandecido como o cedro no
Líbano.
13 Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus.
14 Haverão de ser engrandecidos em abençoada velhice, e serão prósperos, para
que confessem
15 que o Senhor, meu Deus, é justo e não há nele nenhuma iniquidade.
Salmos - Salmo 93
Para a véspera do sábado, quando a terra foi primeiramente habitada. Louvor para
uma música, de Davi.
1 O Senhor reina. Ele vestiu-se de honra. O Senhor se vestiu e cingiu-se de força, pois
estabeleceu o mundo, que não será abalado.
2 O teu trono está posto desde a antiguidade. Tu és desde a eternidade.
3 Os rios levantaram, ó Senhor, os rios levantaram a sua voz
4 nas vozes de muitas águas. As grandes ondas do mar são maravilhosas. O Senhor
é maravilhoso nos lugares altos.
5 Os teus testemunhos são grandemente confirmados. A santidade convém a tua
casa, Senhor, para sempre.
Salmos - Salmo 94
Salmos - Salmo 95
Salmos - Salmo 96
Salmos - Salmo 98
Salmo de Davi.
1 Cantai ao Senhor um cântico novo, porque o Senhor operou maravilhas; a sua mão
direita e o seu braço santo obraram salvação para ele.
2 O Senhor fez notória a sua salvação, ele revelou a sua justiça perante os olhos das
nações;
3 lembrou-se da sua misericórdia para com Jacó, e da sua verdade para com a casa
de Israel. Todos os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus.
4 Levantai a voz para Deus, toda a terra; cantai e exultai, e entoai salmos.
5 Cantai ao Senhor com a harpa, com a harpa e a voz de um salmo.
6 Com trombetas de metal e com o som de uma trombeta de chifre fazei um
barulho alegre ao Senhor, diante do rei.
7 Que o mar estremeça, e a sua plenitude; o mundo e os que nele habitam.
8 Os rios baterão palmas juntamente, e as montanhas exultarão.
9 Pois ele veio para julgar a terra. Julgará o mundo com justiça, e os povos com
retidão.
Salmos - Salmo 99
Salmo de Davi.
1 O Senhor reina. Que os povos se enfureçam. Ele é o que está assentado sobre os
querubins. Que a terra se mova.
2 O Senhor é grande em Sião, e elevado sobre todos os povos.
3 Deem graças ao teu grande nome, pois é terrível e santo.
4 A glória do rei ama o juízo. Tens preparado a equidade, tens feito juízo e justiça
em Jacó.
5 Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e adorai-o no escabelo de seus pés, porque ele é
santo.
6 Moisés e Arão estão entre os seus sacerdotes, e Samuel entre os que invocam o
seu nome. Clamavam ao Senhor, e ele os ouvia.
7 Falava-lhes em uma coluna de nuvem, e eles guardavam os seus testemunhos e os
estatutos que lhes dava.
8 Ó Senhor, nosso Deus, tu os escutaste! Ó Deus, tu lhes foste propício, ainda que
tomaste vingança de todos os seus feitos.
9 Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e adorai-o no seu santo monte, pois o Senhor
nosso Deus é santo.
Uma oração pelo pobre. Quando ele está profundamente aflito, e derrama a sua
súplica diante do Senhor.
Salmo de Davi.
1 Bendize ao Senhor, ó minha alma, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo
nome.
2 Bendize ao Senhor, ó minha alma, e não te esqueças de todos os seus louvores.
3 Ele é quem perdoa todas as tuas transgressões e cura todas as tuas enfermidades;
4 quem redime a tua vida da corrupção; quem te coroa de misericórdia e
compaixão;
5 quem satisfaz o teu desejo de boas coisas, de modo que a tua mocidade será
renovada como a da águia.
6 O Senhor executa a benevolência e a justiça para com todos os que foram
oprimidos.
7 Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e a sua vontade aos filhos de Israel.
8 O Senhor é compassivo e apieda-se, longânimo e cheio de misericórdia.
9 Não estará, para sempre, zangado, nem cheio de ira para sempre.
10 Não nos tratou segundo os nossos pecados nem nos recompensou segundo as
nossas iniquidades.
11 Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim o Senhor tem aumentado a
sua misericórdia para com os que o temem;
12 quanto o oriente está longe do ocidente, assim ele tem afastado de nós as nossas
transgressões.
13 Como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor se compadece dos que o
temem.
14 Pois ele conhece a nossa estrutura, lembra-se de que somos pó.
15 Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim
ele florescerá.
16 Porque o vento passa sobre ela, e não mais há de ser, e não mais conhecerá o seu
lugar.
17 Mas a misericórdia do Senhor é de geração em geração sobre os que o temem, e
a sua justiça sobre os filhos dos filhos,
18 para os que guardam a sua aliança e se lembram dos seus mandamentos, para os
cumprir.
19 O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus e o seu reino domina sobre tudo.
20 Bendizei ao Senhor, vós, todos os seus anjos, poderosos em força, que executais
as suas ordens, prontos a ouvir a voz das suas palavras.
21 Bendizei ao Senhor, vós, todos os seus exércitos; vós, seus ministros, que fazeis a
sua vontade.
22 Bendizei ao Senhor, vós, todas as suas obras, em todos os lugares do seu
domínio. Bendizei ao Senhor, ó minha alma.
Salmo de Davi.
1 Bendize ao Senhor, ó minha alma! Senhor meu Deus, tu és mui grande! De louvor e
honra te vestiste;
2 de luz te vestiste como de um manto, espalhando o céu como uma cortina.
3 Encobriste as tuas câmaras com as águas; fizeste das nuvens o teu carro. Tu
caminhas sobre as asas do vento,
4 fazes dos teus anjos espíritos, e dos teus ministros um fogo flamejante.
5 Estabeleces a terra em seu alicerce seguro. Não será abalada, para sempre.
6 O profundo, como se fosse uma peça de roupa, é a sua cobertura. As águas
permanecerão sobre as colinas.
7 À tua repreensão elas fugirão, à voz do teu trovão ficarão alarmadas.
8 Elevam-se para as montanhas, e depois descem para as planícies, ao lugar que
para elas fundaste.
9 Definiste um limite pelo qual não passarão, nunca mais voltarão a encobrir a terra.
10 Ele envia as suas fontes por entre os vales. Correm as águas entre as montanhas.
11 Darão, elas, de beber à todas as feras do campo. Os asnos selvagens tomarão
delas para saciarem a sua sede.
12 Junto delas as aves do céu se alojarão, proferirão uma voz do meio das rochas.
13 Ele rega os montes desde as suas câmaras. A terra ficará satisfeita com o fruto
das tuas obras.
14 Ele faz crescer a erva para os animais, e a erva verde para o serviço dos homens,
trazendo o pão da terra.
15 O vinho alegra o coração do homem, o seu rosto brilha com o azeite e o pão
sustém a sua força.
16 As árvores da planície estarão cheias de seiva, os cedros do Líbano que ele
plantou.
17 Ali os pardais irão construir os seus ninhos, mas a habitação da garça é nos
ciprestes.
18 Os altos montes são um refúgio para os veados, e as rochas são para os coelhos.
19 Designou ele a lua para marcar as estações, e o sol conhece o seu ocaso.
20 Tu fizeste as trevas. Surgiu a noite, e todos os animais selvagens da floresta
sairão de seus abrigos,
21 os jovens leões rugindo para a presa, buscando, de Deus, a carne para si mesmos.
22 O sol se levanta. Eles se ajuntarão, e deitar-se-ão nos seus covis.
23 O homem sairá para o seu trabalho e a sua labuta, até à tarde.
24 Como são grandes as tuas obras, ó Senhor! Em sabedoria tens feito todas elas. A
terra está cheia da tua criação.
25 Eis também o vasto e espaçoso mar. Há nele seres sem número, animais
pequenos e grandes.
26 Ali andam os navios, e o dragão que fizeste para nele folgar.
27 Todos esperam em ti, para dar-lhes o sustento a seu tempo.
28 Quando lhes deres, eles o recolherão; quando abrires a tua mão todos eles serão
fartos de bens.
29 Contudo, quando virares o teu rosto, ficarão perturbados. Tirar-lhes-ás o fôlego,
e serão aniquilados, voltando ao seu pó.
30 Enviarás o teu Espírito, e serão criados. E renovarás a face da terra.
31 Que a glória do Senhor seja para sempre, pois o Senhor se alegrará nas suas
obras.
32, É ele quem olha para a terra e fá-la estremecer; quem toca nas montanhas e elas
fumegam.
33 Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus enquanto
eu existir.
34 Que a minha meditação seja doce para ele, e alegrar-me-ei no Senhor.
35 Que os pecadores desapareçam de sobre a terra, tal como os transgressores,
para que não mais existam. Bendize ao Senhor, ó minha alma!
Aleluia.
1 Dai graças ao Senhor, e invocai o seu nome. Relatai as suas obras entre os gentios.
2 Cantai-lhe, sim; cantai louvores a ele. Narrai, diante de todos, as suas obras
maravilhosas.
3 Gloriai-vos em seu santo nome; alegre-se o coração dos que procuram ao Senhor.
4 Buscai ao Senhor, e sede fortalecidos; buscai a sua face continuamente.
5 Lembrai-vos das obras maravilhosas que ele tem feito; de seus prodígios e dos
juízos da sua boca,
6 vós, sementes de Abraão, seus servos; vós, filhos de Jacó, seus escolhidos.
7 Ele é o Senhor nosso Deus, os seus juízos estão em toda a terra.
8 Lembrou-se da sua aliança para sempre, da palavra que prescreveu para mil
gerações,
9 que ele estabeleceu como um convênio com Abraão, lembrando-se de seu
juramento a Isaque;
10 que ele estabeleceu para Jacó por estatuto, e a Israel por pacto eterno,
11 dizendo: Hei de dar-te a terra de Canaã, o quinhão de tua herança,
12 quando eram poucos em número, mui poucos, e forasteiros nela.
13 E andavam de nação para nação, e dum reino para outro reino.
14 Ele não permitiu que ninguém os prejudicasse, e repreendeu a reis por causa
deles,
15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, e aos meus profetas não façais mal.
16 Ainda mais, chamou a fome sobre a terra; removeu todo o sustento de pão.
17 Enviou adiante deles um varão. José foi vendido como escravo.
18 Machucaram os seus pés com grilhões; sua alma passou pelo ferro,
19 até o momento em que a sua causa veio à luz. A palavra do Senhor o provou com
o fogo.
20 O rei mandou soltá-lo, o príncipe do povo mandou pô-lo em liberdade,
21 fê-lo senhor da sua casa e governador de toda a sua fazenda,
22 para castigar os seus governantes a seu próprio gosto, e para ensinar sabedoria
aos anciãos.
23 Então, Israel entrou no Egito, Jacó peregrinou na terra de Cam.
24 E o Senhor multiplicou sobremodo o seu povo, fazendo-o mais poderoso do que
os seus inimigos.
25 Então, ele mudou o seu coração para que odiassem o seu povo e tratassem
astutamente com os seus servos.
26 E enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera.
27 Ele estabeleceu entre eles os seus sinais, as suas maravilhas na terra de Cam.
28 Enviou trevas para que a escurecessem, porém eles se rebelaram contra as suas
palavras.
29 Converteu-lhes as águas em sangue e fez morrer os seus peixes.
30 A terra produziu rãs em abundância, até nas câmaras dos seus reis.
31 Ele falou e a mosca veio, e também piolhos, em todo o seu termo.
32 Mudou a chuva em saraiva, enviando fogo abrasador sobre a sua terra.
33 Feriu as suas vinhas e as suas figueiras, e quebrou a todas as árvores de sua
costa.
34 Ele falou e vieram gafanhotos, lagartas inumeráveis
35 que devoraram toda a erva da sua terra; e consumiram o fruto da terra.
36 Feriu também a todos os primogênitos da sua terra, as primícias de todos os seus
labores.
37 Trouxe-os, então, para fora com prata e ouro. E não havia nenhum que fosse
fraco entre as suas tribos.
38 O Egito alegrou-se com a sua partida, porque o seu temor caíra sobre eles.
39 Estendeu ele uma nuvem para os cobrir e um fogo para os alumiar de noite.
40 Eles pediram e veio a codorna, e os saciou com pão do céu.
41 Dividiu a rocha e as águas jorraram. Rios correram em lugares secos.
42 Porquanto lembrou-se da sua santa palavra que prometera a Abraão, seu servo.
43 Ele fez sair o seu povo com júbilo, os seus escolhidos com alegria,
44 dando-lhes as terras dos gentios. E herdaram o trabalho dos povos
45 para que guardassem os seus preceitos e buscassem, diligentemente, a sua lei.
Aleluia.
1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para
sempre.
2 Quem irá contar os poderosos feitos do Senhor? Quem fará com que os seus
louvores todos sejam ouvidos?
3 Bem-aventurados os que guardam o julgamento e fazem justiça em todos os
tempos.
4 Lembra-te de nós, Senhor, com o favor que tens dado ao teu povo; visita-nos com
a tua salvação
5 para que possamos contemplar o bem do teu eleito, para que possamos alegrar-
nos com a alegria da tua nação e gloriarmo-nos com a tua herança.
6 Nós pecamos como nossos pais, transgredimos e temos agido injustamente.
7 Nossos pais, no Egito, não entenderam as tuas maravilhas e não se lembraram da
grandeza da tua benignidade. Provocaram-no quando subiram do Mar Vermelho.
8 No entanto, ele os salvou por amor do seu nome, para que fizesse conhecido o
seu grande poder.
9 Repreendeu ao Mar Vermelho e ele secou-se, e os fez caminhar por abismos como
pelo deserto.
10 Livrou-os do poder dos que os odiavam, remindo-os da mão do inimigo.
11 A água encobriu aqueles que os oprimiram, nem um só deles ficou.
12 Então, creram nas suas palavras e celebraram o seu louvor.
13 Porém, depressa eles se esqueceram das suas obras; não aguardaram o seu
conselho.
14 Cobiçaram eles excessivamente, no deserto; tentaram a Deus na terra
ressequida.
15 Mas ele atendeu ao seu pedido, enviando plenitude para as suas almas.
16 Também provocaram a Moisés no acampamento, e a Arão, o santo do Senhor.
17 A terra se abriu, engolindo a Datã, e fechou-se sobre a congregação de Abirão.
18 Um fogo se acendeu em sua congregação, e uma chama queimou os pecadores.
19 Também fizeram um bezerro em Horebe, e adoraram a imagem de escultura,
20 trocando a sua glória pela figura de um bezerro que se alimenta de grama.
21 Esqueceram-se de Deus que os salvara, que havia realizado grandes feitos no
Egito,
22 maravilhas na terra de Cam, coisas tremendas no Mar Vermelho.
23 Então, ele disse que os teria destruído não tivesse Moisés, seu escolhido, se
colocado diante dele, na brecha, para afastá-lo do ardor da sua ira, para que não os
destruísse.
24 Além disso, aviltaram a terra desejável e não acreditaram em sua palavra;
25 murmuraram em suas tendas, e não deram ouvidos à voz do Senhor.
26 Então, ele levantou a sua mão contra eles, para prostrá-los no deserto
27 e para fazer desaparecer a sua descendência entre as nações, espalhando-os
pelas terras.
28 Juntaram-se, também, a Baal-Peor e comeram os sacrifícios dos mortos. Foram
rebeldes em seus intentos,
29 e a destruição foi multiplicada entre eles.
30 Mas levantou-se Finéias, fazendo expiação, e a praga cessou;
31 e isto lhe foi imputado como justiça, de geração em geração, para sempre.
32 Provocaram-no, também, junto as águas da Contenda, e Moisés foi ferido por
causa deles,
33 pois amarguraram o seu espírito, e ele falou imprudentemente com os seus
lábios.
34 Não destruíram as nações que o Senhor lhes dissera para destruir;
35 antes, misturaram-se com elas e aprenderam as suas obras.
36 Serviram aos seus ídolos, e estes tornaram-se uma ofensa para eles.
37 Sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios,
38 e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e filhas, que eles
sacrificaram aos ídolos de Canaã. E a terra foi manchada com sangue,
39 contaminando-se com as suas obras; e prostituíram-se com as suas próprias
invenções.
40 Então, o Senhor ficou muito zangado com o seu povo, e abominou a sua
herança.
41 Ele os entregou nas mãos de seus inimigos, e aqueles que os odiavam
dominavam sobre eles.
42 Seus inimigos os oprimiram, e foram levados debaixo de suas mãos.
43 Muitas vezes ele os livrou; mas eram rebeldes em seus conselhos, e foram
abatidos por suas iniquidades.
44 Contudo, o Senhor viu a sua aflição, quando escutou a sua súplica.
45 Então, lembrou-se da sua aliança, arrependendo-se segundo a grandeza da sua
misericórdia,
46 e fez com que obtivessem compaixão à vista de todos os que os levaram cativos.
47 Salva-nos, ó Senhor, nosso Deus, e congrega-nos dentre as nações para que
demos graças ao teu santo nome, para que possamos gloriar-nos em teu louvor.
48 Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de eternidade a eternidade. E todo o povo
dirá: Amém! Amém!
Aleluia.
1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para
sempre.
2 Deixai-os falar, os que foram redimidos pelo Senhor, os que ele resgatou da mão
do inimigo, congregando-os dos países, do leste e do oeste, do norte e do sul.
4 Andaram desgarrados pelo deserto, numa terra seca; não encontraram caminho
algum para uma cidade onde habitassem.
5 Famintos e sedentos, a sua alma neles desfalecia.
6 Mas clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias.
7 Guiou-os em um caminho reto, para que pudessem ir à uma cidade onde
habitassem.
8 Que eles reconheçam ao Senhor as suas misericórdias e as suas maravilhas para
com os filhos dos homens!
9 Pois ele satisfaz a alma vazia, enchendo o faminto de coisas boas,
10 assim como os que jazem nas trevas e na sombra da morte, aprisionados em
pobreza e em cadeias,
11 porquanto rebelaram-se contra as palavras de Deus e provocaram o conselho do
Altíssimo.
12 O seu coração estava abatido pelos problemas; eram fracos, e não havia quem os
ajudasse.
13 Então, clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias
14 tirando-os das trevas e da sombra da morte, e quebrou as suas cadeias.
15 Que eles reconheçam ao Senhor as suas misericórdias e as suas maravilhas para
com os filhos dos homens!
16 Pois ele quebrou em pedaços as portas de bronze e esmagou as trancas de ferro.
17 Ajudou-os a sair do caminho da sua iniquidade, pois foram abatidos por causa de
suas iniquidades.
18 A sua alma aborreceu toda a carne e chegaram até as portas da morte.
19 Então, clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias.
20 Enviou a sua palavra e os sarou, livrando-os da destruição.
21 Que eles reconheçam ao Senhor as suas misericórdias e as suas maravilhas para
com os filhos dos homens!
22 Ofereçam-lhe sacrifício de louvor e proclamem as suas obras com exultação.
23 Os que descem ao mar em navios para fazer negócios sobre muitas águas,
24 estes homens viram as obras do Senhor, as suas maravilhas no abismo.
25 Ele fala e o vento tempestuoso surge, e as suas ondas são levantadas para cima.
26 Eles sobem ao céu e descem às profundezas; as suas almas desfalecem por causa
da tribulação.
27 Ficam aturdidos, andam cambaleando como um bêbado e toda a sua sabedoria é
engolida.
28 Então, clamam ao Senhor na sua tribulação, e ele os livra das suas angústias.
29 Ele dá ordem a tempestade, que se transforma em uma brisa suave, acalmando
suas ondas.
30 Alegram-se, então, porque causa da calmaria, e ele os conduz ao porto desejado.
31 Que eles reconheçam ao Senhor as suas misericórdias e as suas maravilhas para
com os filhos dos homens!
32 Exaltem-no na congregação do povo, e louvem-no no conselho dos anciãos.
33 Ele converte rios em deserto e correntes de água em uma terra seca.
34 A terra frutífera torna-se salgada, por causa da maldade dos que nela habitam.
35 Transforma o deserto em lagos e a terra seca em riachos de água.
36 Ali ele faz morar os famintos, e estabelecem para si cidades habitáveis;
37 semeiam os campos e plantam vinhas, e produzem cada vez mais frutos.
38 Ele os abençoa e multiplicam-se muito, e não diminui o número de seu gado.
39 E mais uma vez eles se tornam poucos, e são humilhados pela opressão dos
males e das dores;
40 desprezo é derramado sobre os seus príncipes, e fá-los vaguear no deserto e em
terras sem trilhas.
41 Todavia, ele ajuda os pobres a sairem da pobreza e multiplica-lhes famílias como
um rebanho.
42 Os retos o verão e se alegrarão, e toda a iniquidade fechará a sua boca.
43 Quem, sendo sábio, observará estas coisas e compreenderá as misericórdias do
Senhor?
1 Ó Deus, meu coração está pronto, meu coração está pronto! Cantarei e entoarei
salmos com a minha glória.
2 Despertai, saltério e harpa! Acordarei bem cedo,
3 darei graças a ti, Senhor, entre os povos; cantarei louvores a ti entre os gentios,
4 porque a tua misericórdia é grande acima dos céus, e a tua verdade chega até às
nuvens.
5 Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus, e a tua glória sobre toda a terra.
6 Que os teus amados sejam livres. Salva com a tua destra, e ouve-me. Falou Deus,
no seu santuário:
7 Serei exaltado. Dividirei Siquém e medirei o vale das Tendas.
8 Gileade é meu, Manassés é meu e Efraim é a defesa da minha cabeça; Judá é o
meu rei.
9 Moabe é a caldeira da minha esperança. Sobre Edom lançarei o meu sapato. Os
filisteus estão sujeitos a mim.
10 Quem me conduzirá à cidade fortificada? Quem me guiará a Edom?
11 Acaso não serás tu, ó Deus, que nos tens rejeitado? Não sairás, ó Deus, com os
nossos exércitos?
12 Dá-nos auxílio na tribulação, pois vão é o socorro do homem.
13 Em Deus faremos proezas; Ele irá reduzir a nada os nossos inimigos.
Salmos - Salmo 109
Salmo de Davi.
1 O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os
teus inimigos por escabelo dos teus pés.
2 O Senhor enviará um cetro de poder para ti, de Sião: Reinarás no meio dos teus
inimigos.
3 Contigo está o domínio no dia do teu poder, nos esplendores de teus santos. Eu te
gerei desde o ventre materno, antes da manhã.
4 O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a
ordem de Melquisedeque.
5 O Senhor, à tua mão direita, tem feito em pedaços aos reis no dia da sua ira.
6 Ele julgará entre as nações, completará o número de seus cadáveres, esmagará as
cabeças de muitos sobre a terra.
7 Beberá do riacho no caminho, e levantará a sua cabeça.
Aleluia.
1 Eu te darei graças, ó Senhor, com todo o meu coração, na assembléia dos justos e
na congregação.
2 As obras do Senhor são grandes, buscadas de acordo com toda a sua vontade.
3 Sua obra é digna de agradecimento e honra, e a sua justiça permanece para
sempre e sempre.
4 Ele fez as suas maravilhas para serem lembradas. O Senhor é misericordioso e
compassivo.
5 Ele deu o alimento para os que o temem. Lembrar-se-á da sua aliança para sempre.
6 Declarou ao povo que lhe pertence o poder das suas obras, para lhes dar a
herança dos gentios.
7 As obras das suas mãos são verdade e juízo, todos os seus mandamentos são
certos,
8 estabelecidos para todo o sempre, feitos em verdade e retidão.
9 Redenção ele enviou ao seu povo, e ordenou a sua aliança para sempre. Santo e
temível é o seu nome.
10 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e todos os que agem em
conformidade com ele tem bom entendimento. O seu louvor permanece para todo
o sempre.
Aleluia.
Aleluia.
Aleluia.
1 Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por causa da tua
misericórdia e da tua verdade,
2 para que em nenhum momento as nações venham a dizer: Onde está o seu Deus?
3 Todavia, o nosso Deus tem feito no céu e na terra tudo o que lhe tem agradado.
4 Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens.
5 Têm boca, mas não podem falar; têm olhos, mas não podem ver;
6 têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram;
7 têm mãos, mas não podem manusear; têm pés, mas não podem andar; e não
podem falar através da sua garganta.
8 Que aqueles que os fazem tornem-se como eles, e todos os que neles confiam!
9 A casa de Israel confia no Senhor; ele é seu ajudador e defensor.
10 A casa de Aarão confia no Senhor; ele é o seu ajudador e defensor.
11 Os que temem ao Senhor confiam no Senhor; ele é o seu ajudador e defensor.
12 O Senhor lembrou-se de nós e nos abençoou. Ele tem abençoado a casa de Israel;
abençoou a casa de Arão.
13 Ele abençoou aos que temem ao Senhor, tanto aos pequenos como aos grandes.
14 O Senhor acrescente bênçãos para vós e para os vossos filhos.
15 Bem-aventurados sois do Senhor, que fez o céu e a terra.
16 O céu dos céus pertence ao Senhor, contudo ele deu a terra aos filhos dos
homens.
17 Os mortos não te louvarão, ó Senhor, nem os que descem ao Inferno.
18 Porém nós, os vivos, abençoaremos ao Senhor desde agora e para sempre.
Aleluia.
Aleluia.
Aleluia.
1 Dai graças ao Senhor porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para
sempre.
2 Diga, agora, a casa de Israel que ele é bom, porque a sua benignidade dura para
sempre;
3 diga, agora, a casa de Arão que ele é bom, porque a sua benignidade dura para
sempre;
4 digam, agora, todos os que temem ao Senhor que ele é bom, porque a sua
benignidade dura para sempre.
5 Invoquei o Senhor quando em aflição e ele me ouviu, trazendo-me para um lugar
espaçoso.
6 O Senhor é o meu auxílio. Não temerei o que o homem vier a fazer para mim.
7 O Senhor é o meu auxílio. Verei o meu desejo sobre os meus inimigos.
8 É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.
9 É melhor ter esperança no Senhor do que esperar nos príncipes.
10 Todas as nações me cercaram, mas em nome do Senhor as repeli.
11 Cercaram-me completamente, mas em nome do Senhor eu as repeli.
12 Cercaram-me como abelhas fazendo um favo de mel, e explodiram em chamas
como fogo entre os espinhos. Contudo, em nome do Senhor eu as repeli.
13 Fui empurrado e grandemente abalado para que viesse a cair, porém, o Senhor
me ajudou.
14 O Senhor é a minha força e o meu cântico, e ele tornou-se a minha salvação.
15 A voz de júbilo e de salvação está nas tendas dos justos; a mão direita do Senhor
tem operado poderosamente.
16 A mão direita do Senhor me tem exaltado; a mão direita do Senhor tem operado
poderosamente.
17 Não morrerei, porém viverei e contarei as obras do Senhor.
18 O Senhor castigou-me muito, porém ele não me entregou à morte.
19 Abri-me as portas da justiça! Entrarei por elas e louvarei ao Senhor.
20 Esta é a porta do Senhor. Os justos entrarão por ela.
21 Darei graças a ti porque me ouviste, tornando-te a minha salvação.
22 A pedra que os construtores rejeitaram, essa foi posta por cabeça de esquina.
23 Isto foi feito pelo Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos.
24 Este é o dia que o Senhor fez. Exultemos e alegremo-nos nele.
25 Ó Senhor, salva agora. Ó Senhor, envia-nos a prosperidade.
26 Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Nós, da casa do Senhor, vos
bendizemos.
27 Deus é o Senhor, e ele tem brilhado sobre nós. Celebrai a festa amontoando
ramos grossos até às pontas do altar.
28 Tu és o meu Deus, e dar-te-ei graças; tu és o meu Deus, e eu te exaltarei. Darei
graças a ti pois me ouviste e te tornaste a minha salvação.
29 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para
sempre!
Aleluia!
1 Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião; aquele que habita em
Jerusalém nunca será abalado.
2 As montanhas estão ao redor dela, e assim, também, o Senhor está ao redor do
seu povo, desde agora e para sempre.
3 Porque o Senhor não permitirá que a vara dos pecadores esteja sobre a sorte dos
justos, para que eles não estendam suas mãos à iniquidade.
4 Faze o bem, ó Senhor, aos que são bons e aos que são retos de coração.
5 Todavia, aqueles que se desviam para caminhos tortuosos o Senhor irá levar para
longe, junto com os que praticam a iniquidade. Mas haverá paz sobre Israel.
1 Quando o Senhor mudou o cativeiro de Sião, ficamos como aqueles que foram
consolados.
2 Então, a nossa boca se encheu de alegria, e a nossa língua de júbilo. Então, se disse
entre os gentios:
3 O Senhor fez grandes coisas no meio deles. O Senhor tem feito grandes coisas
para nós, e ficamos alegres.
4 Faze retornar, ó Senhor, os nossos cativos, como as névoas ao sul.
5 Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão.
6 Eles prosseguiam, chorando enquanto lançavam as suas sementes; contudo, com
certeza retornarão com júbilo, trazendo com eles os seus feixes.
1 Muitas vezes pelejaram contra mim, desde a minha juventude (diga-o agora
Israel!);
2 muitas vezes pelejaram contra mim, desde a minha juventude. Contudo, eles não
prevaleceram contra mim.
3 Sobre as minhas costas labutaram os pecadores, e prolongaram a sua iniquidade.
4 O justo Senhor tem cortado as gargantas dos pecadores.
5 Que todos os que odeiam a Sião sejam envergonhado e lançados para trás.
6 Sejam como a erva nos telhados, que murcha antes de ser arrancada,
7 e com a qual o ceifeiro não enche a sua mão, nem o que ata os feixes o seu seio;
8 nem aqueles que vão passando dizem: A bênção do Senhor esteja sobre vós. Nós
vos bendizemos no nome do Senhor!
1 Ó Senhor, meu coração não se tem exaltado; os meus olhos não se têm erguido
com altivez, nem tenho eu me exercitado em grandes assuntos ou em coisas
maravilhosas demais para mim.
2 Eu teria pecado se não tivesse sido humilde, se tivesse exaltado a minha alma.
Como uma criança desmamada é para com a sua mãe, assim recompensarás a
minha alma.
3 Espere Israel no Senhor, desde agora e para sempre.
1 Vede, agora! O que é tão bom ou o que tão agradável como os irmãos viverem
juntos?
2 É como o bálsamo sobre a cabeça, que desce para a barba, a barba de Arão; que
escorre para a orla de sua veste.
3 É como o orvalho do Hermon que desce sobre os montes de Sião. Porque, ali, o
Senhor ordena a bênção e a vida, para sempre.
1 Vede, agora! Bendizei ao Senhor, todos os servos do Senhor, que vos encontrais
na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus.
2 Erguei as mãos, à noite, nos santuários e bendizei ao Senhor.
3 Que o Senhor, que fez o céu e a terra, te abençoe desde Sião.
Aleluia.
Aleluia.
1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para
sempre;
2 dai graças ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade dura para sempre;
3 dai graças ao Senhor dos senhores, porque a sua benignidade dura para sempre.
4 Ao que, sozinho, operou grandes maravilhas, porque a sua benignidade dura para
sempre;
5 àquele que fez os céus com inteligência, porque a sua benignidade dura para
sempre;
6 àquele que estabeleceu a terra sobre as águas, porque a sua benignidade dura
para sempre;
7 àquele que, sozinho, fez os grandes luminares, porque a sua benignidade dura
para sempre;
8 o sol para governar durante o dia, porque a sua benignidade dura para sempre;
9 a lua e as estrelas para governarem durante a noite, porque a sua benignidade
dura para sempre;
10 àquele que feriu ao Egito no seu primogênito, porque a sua benignidade dura
para sempre;
11 e que tirou a Israel do meio deles, porque a sua benignidade dura para sempre;
12 com mão forte e com braço alto, porque a sua benignidade dura para sempre;
13 àquele que dividiu o mar Vermelho em duas partes, porque a sua misericórdia
dura para sempre;
14 e trouxe a Israel pelo meio dele, porque a sua misericórdia dura para sempre;
15 e derrubou Faraó com o seu exército no mar Vermelho, porque a sua misericórdia
dura para sempre;
16 àquele que guiou o seu povo pelo deserto, porque a sua benignidade dura para
sempre;
17 àquele que feriu grandes reis, porque a sua misericórdia dura para sempre;
18 e matou reis poderosos, porque a sua benignidade dura para sempre;
19 a Seom, rei dos amorreus, porque a sua misericórdia dura para sempre;
20 e a Ogue, rei de Basã, porque a sua misericórdia dura para sempre;
21 e deu a terra deles em herança, porque a sua benignidade dura para sempre;
22 em herança a Israel, seu servo, porque a sua benignidade dura para sempre.
23 Pois o Senhor lembrou-se de nós em nossa humilhação, porque a sua
benignidade dura para sempre;
24 e redimiu-nos dos nossos inimigos, porque a sua benignidade dura para sempre.
25 Ele é quem dá alimento à toda a carne, porque a sua benignidade dura para
sempre.
26 Dai graças ao Deus dos céus, porque a sua benignidade dura para sempre!
1 Junto aos rios da Babilônia, ali nos assentamos, e choramos quando nos
lembramos de Sião.
2 Penduramos as nossas harpas nos salgueiros às suas margens,
3 pois ali aqueles que nos tinham tomado cativos pediam-nos as palavras de uma
canção, e os que nos tinham levado para longe pediam-nos um hino, dizendo:
Cantai-nos um dos cânticos de Sião.
4 Como iriamos entoar o canto do Senhor em terra estranha?
5 Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que a minha mão direita se esqueça da sua
habilidade!
6 Que a minha língua se apegue à minha garganta, se eu não me lembrar de ti, se eu
não eleger Jerusalém como a maior das minhas alegrias.
7 Lembra-te, ó Senhor, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, quando disseram:
Arrasai-a, arrasai-a até os seus fundamentos!
8 Miserável filha da Babilônia! Bendito aquele que te recompensar da maneira como
tu nos tens recompensado.
9 Bendito aquele que apanhar e esmagar as tuas crianças contra a rocha!
1 Eu te darei graças, ó Senhor, com todo o meu coração; cantar-te-ei salmos diante
dos anjos. Pois ouviste todas as palavras da minha boca.
2 Eu adorarei no teu santo templo e darei graças ao teu nome, por causa da tua
benignidade e da tua verdade; pois engrandeceste o teu santo nome acima de todas
as coisas.
3 No dia em que eu te chamar, ouve-me depressa. Abundantemente encherás a
minha alma com o teu poder.
4 Que todos os reis da terra, ó Senhor, te louvem, pois eles ouviram as palavras da
tua boca,
5 e cantem os caminhos do Senhor; pois grande é a glória do Senhor.
6 Porque o Senhor é grande, porém tem consideração pelos humildes; e ele
conhece as coisas altas de longe.
7 Embora eu ande em meio a aflição tu me vivificas; tens estendido as tuas mãos
contra a ira dos meus inimigos, e a tua destra me salvou.
8 Ó Senhor, tu lhes retribuirás por mim. A tua benignidade, ó Senhor, dura para
sempre. Não ignores as obras de tuas mãos.
Salmo de Davi.
1 Ó Senhor, eu clamo a ti; ouve-me, atende à voz das minhas súplicas quando clamo
a ti.
2 Suba a minha oração diante de ti como incenso, o levantar das minhas mãos como
um sacrifício vespertino.
3 Põe um guarda, ó Senhor, em minha boca, e uma forte porta ao redor de meus
lábios.
4 Não inclines o meu coração para as coisas más, à empregar pretextos para
pecados junto com os homens que praticam a iniquidade; e não me deixes unir-me
com os seus escolhidos.
5 O justo castigar-me-á com misericórdia, e me repreenderá. Não deixes, porém, o
óleo do pecador ungir-me a cabeça, porquanto, desta forma, a minha oração estará
em seus prazeres.
6 Seus poderosos foram engolidos próximo da rocha. Todavia, eles ouvirão as
minhas palavras, pois são doces.
7 Como um pedaço de terra é esmagado no chão, assim os nossos ossos foram
espalhados à boca da sepultura.
8 Porque os meus olhos estão em ti, ó Senhor Deus! Tenho esperado em ti, não
tomes a minha vida;
9 guarda-me do laço que eles criaram para mim e dos tropeços dos que praticam a
iniquidade.
10 Os pecadores cairão em sua própria rede. Estou sozinho, contudo escaperei.
1 Clamei ao Senhor com a minha voz; com a minha voz supliquei ao Senhor.
2 Derramarei diante dele a minha súplica; irei declarar, diante dele, a minha aflição.
3 Quando o meu espírito estava desmaiando dentro de mim, tu conheceste os meus
caminhos. No próprio caminho por onde eu andava esconderam-me um laço.
4 Olhei para a minha direita, e eis que não havia ninguém que atentasse em mim.
Faltou-me refúgio, e não havia um só que se importasse com a minha alma.
5 Clamei a ti, ó Senhor, dizendo: Tu és a minha esperança, o meu quinhão na terra
dos viventes.
6 Atenta à minha súplica, porque estou muito abatido. Livra-me dos que me
perseguem, porque são mais fortes do que eu.
7 Tira a minha alma da prisão para que eu possa dar graças ao teu nome, ó Senhor.
Em mim esperarão os justos, quando me recompensares.
1 Ó Senhor, atende à minha oração. Escuta a minha súplica, em tua verdade; ouve-
me, pela tua justiça,
2 e não entres em juízo com o teu servo, porque, à tua vista, nenhum homem
vivente será justificado.
3 Pois o inimigo perseguiu a minha alma, arrojando-me até ao chão; fez-me habitar
em lugares escuros, como aqueles que já morreram há muito.
4 Portanto, o meu espírito foi abatido dentro de mim; o meu coração estava
perturbado dentro de mim.
5 Lembrei-me dos dias antigos e meditei sobre todas as tuas obras. Sim, eu
meditava sobre as obras das tuas mãos.
6 Eu estendo as minhas mãos para ti. A minha alma tem sede de ti, como uma terra
seca.
7 Ouve-me depressa, ó Senhor! Pois o meu espírito desfaleceu. Não afastes de mim
o teu rosto, para que eu não seja como os que descem à cova.
8 Faz-me ouvir a tua benignidade pela manhã, pois tenho esperado em ti. Dá a
conhecer-me, ó Senhor, o caminho que devo seguir, porquanto tenho elevado a
minha alma para ti.
9 Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos, pois tenho fugido para o teu refúgio.
10 Ensina-me a fazer a tua vontade, porque tu és o meu Deus; o teu bom Espírito
guiar-me-á no caminho reto.
11 Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome. Na tua justiça, livrarás a minha alma
da aflição,
12 e em tua misericórdia irás destruir os meus inimigos; destruirás a todos os que
angustiam a minha alma. Porque eu sou teu servo.
1 Bendito seja o Senhor, meu Deus, que instrui as minhas mãos para a batalha e os
meus dedos para a guerra.
2 A minha misericórdia e o meu refúgio, o meu auxílio e o meu libertador; meu
protetor, em quem eu confio, e que sujeita à mim o meu povo.
3 Senhor, que é o homem, que te dês a conhecer para ele? Ou o filho do homem,
para que nele atentes?
4 O homem é semelhante à vaidade. Os seus dias passam como uma sombra.
5 Ó Senhor, inclina teus céus e desce; toca as montanhas, e elas fumegarão.
6 Envia um relâmpago, e espalhá-los-ás; envia as tuas flechas, e serão desbaratados.
7 Envia, do alto, a tua mão; livra-me e arrebata-me das muitas águas, das mãos dos
filhos de estranhos,
8 cuja boca tem falado vaidade e cuja mão direita é uma destra de iniquidade.
9 Ó Deus, irei cantar uma nova canção para ti; tocarei para ti em um saltério de dez
cordas,
10 para aquele que dá a salvação aos reis e que redime ao seu servo Davi da espada
maligna.
11 Livra-me e resgata-me das mãos dos filhos de estranhos, cuja boca tem falado
vaidade e cuja mão direita é uma destra de iniquidade;
12 cujos filhos são como as plantas, fortalecidos em sua juventude. Suas filhas são
lindas, suntuosamente adornadas à semelhança de um templo;
13 Seus celeiros estão cheios, transbordantes de várias espécies de bens; suas
ovelhas são prolíficas, multiplicando-se em suas ruas;
14 seus bois são gordos. Não há queda de uma cerca, nem fuga ou tristeza em seus
rebanhos.
15 Os homens abençoam as pessoas a quem esta sorte pertence. Feliz, entretanto, é
o povo cujo Deus é o Senhor.
1 Eu te exaltarei, meu Deus e meu Rei; abençoarei o teu nome para sempre e
eternamente.
2 Todos os dias eu te abençoarei, e louvarei o teu nome para sempre e
eternamente.
3 O Senhor é grande e mui digno de ser louvado, e não há fim à sua grandeza.
4 Geração após geração louvará as tuas obras e contará do teu poder.
5 Falarão da gloriosa majestade da tua santidade e divulgarão as tuas maravilhas;
6 falarão do poder dos teus feitos terríveis e contarão da tua grandeza.
7 A memória da abundância da tua bondade irão proferir, e exultarão na tua justiça.
8 O Senhor é compassivo e misericordioso, longânimo e grande em misericórdia.
9 O Senhor é bom para aqueles que esperam nele, e as suas misericórdias estão
sobre todas as suas obras.
10 Que todas as tuas obras, ó Senhor, deem graças a ti, e os teus santos te
abençoem.
11 Falarão eles da glória do teu reino e contarão de teu domínio,
12 para dar a conhecer aos filhos dos homens o teu poder e a glória do esplendor do
teu reino.
13 O teu reino é um reino eterno, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. O
Senhor é fiel em suas palavras e santo em todas as suas obras;
14 o Senhor sustenta a todos os que estão a cair, e levanta a todos os que estão
abatidos.
15 Os olhos de todos eles esperam em ti, e tu lhes dás o mantimento a seu tempo.
16 Abres a mão e enches a todo o ser vivo com regozijo.
17 O Senhor é justo em todos os seus caminhos e santo em todas as suas obras.
18 O Senhor está perto de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em
verdade.
19 Ele realizará o desejo dos que o temem, ouvirá a sua súplica e salvá-los-á.
20 O Senhor preserva os que o amam, mas a todos os pecadores ele irá destruir
completamente.
21 A minha boca proclamará o louvor do Senhor, e toda a carne louvará o seu santo
nome pelos séculos dos séculos.
1 Louvai ao Senhor, porque salmodiar é uma coisa agradável. Que um louvor seja
docemente entoado ao nosso Deus.
2 O Senhor edifica Jerusalém. Ele reunirá os dispersos de Israel.
3 Ele sara os quebrantados de coração e cura-lhes as feridas.
4 Enumera as multidões de estrelas, chamando-as todas pelos seus nomes.
5 Grande é o nosso Senhor, e é grande a sua força. Seu entendimento é infinito.
6 O Senhor eleva os humildes, mas traz os pecadores para o chão.
7 Entoai uma canção com ações de graças ao Senhor; cantai louvores ao som da
harpa ao nosso Deus
8 que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra, que faz com que a
grama brote nas montanhas e a erva verde para o serviço dos homens;
9 que dá ao gado o seu alimento e também aos filhotes dos corvos que o invocam.
10 Ele não se compraz na força do cavalo, nem encontra agrado nas pernas
musculosas do homem.
11 O Senhor se compraz nos que o temem e em todos que esperam na sua
misericórdia.
12 Louva ao Senhor, ó Jerusalém! Louva ao teu Deus, ó Sião!
13 Porque ele fortalece as trancas das tuas portas; ele abençoou aos teus filhos
dentro de ti.
14 Ele faz os teus termos pacíficos e te sacia com a flor de farinha.
15 Ele envia o seu oráculo para a terra; a sua palavra será executada rapidamente.
16 Ele dá a neve como lã, e espalha a neblina como cinzas.
17 Ele lança o seu gelo em migalhas. Quem resistirá ao seu frio?
18 Enviará a sua palavra e o derreterá; soprará com o seu vento e as águas fluirão.
19 Ele envia a sua palavra a Jacó, os seus decretos e ordenanças a Israel.
20 Não fez assim a nenhuma outra nação. Não tem mostrado a eles os seus juízos.
Aleluia.
1 Cantai ao Senhor um cântico novo. O seu louvor está na assembléia dos santos.
2 Alegre-se Israel naquele que o fez, exultem os filhos de Sião em seu rei.
3 Louvem ao seu nome com danças, cantem louvores a ele com adufe e saltério,
4 porque o Senhor se agrada do seu povo e exaltará os mansos com a salvação.
5 Os santos se alegrarão em glória e exultarão em suas camas.
6 Os altos louvores de Deus estarão em suas gargantas, e espadas de dois gumes
em suas mãos
7 para exercerem vingança sobre as nações e castigos entre os povos;
8 para prenderem os seus reis com grilhões e os seus nobres com algemas de ferro;
9 para executar neles o juízo que está escrito. Esta honra pertence a todos os seus
santos.
Aleluia.
A Oração de Manassés
Provérbios - Capítulo 1
Provérbios - Capítulo 2
Provérbios - Capítulo 3
1 Meu filho, não te esqueças dos meus mandamentos, porém permite que o teu
coração guarde as minhas palavras,
2 pois tempo de existência, e anos de vida, e paz, eles te acrescentarão.
3 Não deixes a misericórdia e a verdade te desampararem, mas atá-as ao teu
pescoço.
4 Então, acharás favor. Age honestamente aos olhos do Senhor e dos homens,
5 confia em Deus de todo o teu coração, e não sejas exaltado na tua própria
sabedoria.
6 Em todos os teus caminhos familiariza-te com ela, a fim de que ela possa,
corretamente, dirigir as tuas veredas.
7 Não sejas sábio aos teus próprios olhos, mas teme a Deus, e aparta-te de todo
mal.
8 Então, haverá saúde para o teu corpo, e os teus ossos serão bem conservados.
9 Honra ao Senhor com o teu trabalho justo e dá-lhe das primícias dos teus frutos de
justiça,
10 para que os teus celeiros possam ser completamente cheios com o trigo, e para
que os teus lagares venham a transbordar com o vinho.
11 Meu filho, não desprezes a correção do Senhor, nem desanimes quando fores
repreendido por ele;
12 pois a quem o Senhor ama repreende, e açoita a todo o filho a quem recebe.
13 Bem-aventurado o homem que encontrou a sabedoria, o mortal que conhece a
prudência;
14 porque é melhor negociar com ela do que com tesouros de ouro e prata.
15 É ela mais valiosa do que pedras preciosas. Nenhum mal lhe resistirá. É bem
conhecida de todos que se aproximam dela, e nenhuma coisa desejável é
semelhante à ela em valor;
16 pois tempo de existência e anos de vida estão em sua mão direita e, em sua mão
esquerda, riquezas e glória. Da sua boca procede a justiça, e a lei e a misericórdia
estão em sua língua.
17 Os seus caminhos são bons, e todas as suas veredas são pacíficas;
18 é árvore de vida para todos os que se apegam a ela, e uma ajuda segura para os
que permanecem nela, assim como no Senhor.
19 Deus pela sabedoria fundou a terra, e pela prudência ele preparou os céus;
20 pelo entendimento foram as profundezas divididas, e as nuvens despejaram
água.
21 Meu filho, não deixes que estes se afastem de ti, porém guarda o meu conselho e
o meu entendimento
22 para que a tua alma viva e para que possa haver graça ao redor de teu pescoço.
Será isto saúde para a tua carne e segurança para os teus ossos,
23 para que vás com confiança, em paz em todos os teus caminhos, e para que o teu
pé não tropece.
24 Porquanto, se descansares estarás impávido; e, se adormeceres, docemente
dormirás.
25 Não terás medo de algum alarme vindo sobre ti, nem da aproximação de ataques
dos homens ímpios,
26 porque o Senhor estará sobre todos os teus caminhos e firmará o teu pé para
que não sejas movido.
27 Não te refreies de fazer o bem ao pobre, sempre que em tua mão houver poder
para ajudá-lo.
28 Não digas: Volta outra hora, amanhã to darei enquanto és capaz de fazer-lhe o
bem. Porquanto não sabes o que o dia seguinte trará.
29 Não maquines o mal contra o teu amigo, que vive próximo e confia em ti;
30 não estejas pronto a brigar com um homem sem causa, para que ele não venha a
fazer-te algum mal;
31 não procures as injúrias dos homens maus, e não cobices os seus caminhos.
32 Pois cada transgressor é impuro diante do Senhor, e não se assenta entre os
justos.
33 A maldição de Deus está nas casas dos ímpios, mas a habitação do justo é
abençoada.
34 O Senhor resiste aos soberbos, porém, dá graça aos humildes.
35 Os sábios herdarão a glória; os ímpios, entretanto, têm exaltado a sua própria
desonra.
Provérbios - Capítulo 4
Provérbios - Capítulo 5
1 Filho meu, atenta para a minha sabedoria, e aplica o teu ouvido às minhas palavras,
2 para que possas guardar o bom entendimento, e o justo juízo de meus lábios te dê
a instrução.
3 Porquanto o mel cai dos lábios da prostituta, o qual, por um tempo, agrada ao teu
paladar;
4 porém, depois, tu o acharás mais amargo do o que fel, e mais penetrante do que
uma espada de dois gumes.
5 Os pés da loucura conduzem aqueles que lidam com ela para a sepultura, com a
morte, e os seus passos não são firmes,
6 pois ela não anda nos caminhos da vida; seus caminhos são, porém, escorregadios
e não facilmente reconhecidos.
7 Agora, pois, filho meu, ouve-me, e não deixes que as minhas palavras caiam no
vazio.
8 Remove o teu caminho para longe dela e não te aproximes das portas de sua casa,
9 para que não dês a tua vida a outros, e os teus bens para o impiedoso;
10 para que os estranhos não se saciem com a tua força, e vá o fruto do teu trabalho
para as suas casas,
11 e te arrependas, por fim, quando a carne do teu corpo for consumida;
12 e dirás: Como detestei a instrução, e o meu coração evitou reprovações!
13 Não ouvi a voz daquele que me instruía e ensinava, nem inclinei para ela os meus
ouvidos.
14 Encontrava-me quase que em todo o mal no meio da congregação e da
assembléia!
15 Bebe a água dos teus próprios vasos e das tuas próprias fontes;
16 não deixes que as águas da tua fonte fluam para longe de ti, porém que as tuas
águas se derramem nas tuas próprias ruas.
17 Sejam para ti só, e que nenhum estranho delas participe contigo.
18 Que a tua fonte de águas seja verdadeiramente tua, e regozija-te com a mulher
da tua mocidade.
19 Que a tua amorosa corça e graciosa gazela seja a tua companhia; que ela seja,
verdadeiramente, tua e esteja contigo em todos os momentos. Pois com a
abundância do seu amor serás engrandecido.
20 Não tenhas intimidades com uma mulher estranha, nem te aconchegues nos
braços de uma mulher que não a tua.
21 Porque os caminhos do homem estão perante os olhos de Deus, e ele perscruta a
todas as suas veredas.
22 As iniquidades seduzem o homem, e cada um é preso nos grilhões de seus
próprios pecados.
23 Tal homem morre com os que não tem instrução e é lançado para fora da
abundância de sua própria substância, perecendo por causa da loucura.
Provérbios - Capítulo 6
1 Meu filho, se te tornares fiador do teu amigo darás a tua mão a um inimigo.
2 Pois os lábios de um homem tornam-se para ele um forte laço, e é apanhado pelas
palavras de sua própria boca.
3 Meu filho, faze o que te ordeno, e livra-te; pois, em favor de teu amigo, caíste no
poder dos maus; não desanimes, mas anima também ao teu amigo por quem te
fizestes fiador.
4 Não dês sono aos teus olhos nem adormecimento às tuas pálpebras,
5 para que possas livrar-te, assim como a corça livra-se dos seus trabalhos, e como
um pássaro livra-se do laço.
6 Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; observa e imita os seus caminhos, tornando-
te mais sábio do que ela.
7 Pois ainda que não tem lavoura nem alguém para obrigá-la, não tendo qualquer
mestre,
8 ela prepara o alimento para si mesma no verão, ajuntando abundante provisão na
colheita; ou vai ter com a abelha, para ver quão diligente ela é, e como está
envolvida em seu trabalho. Sua produção reis e todos os homens utilizam para
terem saúde, sendo ela desejada e respeitada por todos. Embora fraca em seu
corpo, é distinguida por honrar a sabedoria.
9 Até quando ficarás deitado, ó preguiçoso? quando irás despertar do teu sono?
10 Pois dormes um pouco, e repousas mais um pouco, e adormeces profundamente
por um certo tempo, e encruzas teus braços sobre o peito por mais um pouco de
tempo.
11 Deste modo, a pobreza virá sobre ti como um viajante maligno e a necessidade
como um mensageiro veloz. Todavia, se fores diligente a tua colheita chegará como
uma fonte, e a pobreza fugirá de ti como um mau mensageiro.
12 Um homem tolo e transgressor anda em caminhos que não são bons.
13 Dá ele piscadelas com os olhos, faz um sinais com os pés e convida com
movimentos de seus dedos.
14 Seu coração perverso inventa males. Em todos os tempos um tal homem causa
problemas para a cidade.
15 Por isso a sua destruição virá repentinamente, quebranto e ruína irrecuperável,
16 pois ele se alegra em todas as coisas que Deus odeia e é arruinado por causa da
impureza da sua alma.
17 Os olhos do altivo, a língua injusta, as mãos que derramam o sangue dos justos,
18 um coração concebedor de maus pensamentos e os pés apressados para fazer o
mal são odiosos para Deus.
19 Uma testemunha injusta acende falsidades e provoca brigas entre irmãos.
20 Filho meu, guarda as leis de teu pai e não rejeites as ordenanças de tua mãe,
21 mas prende-os a tua alma, continuamente, e pendura-os, como uma cadeia, no
teu pescoço.
22 Onde quer que andares leva essa mensagem, e que ela esteja contigo, para que
fale contigo quando acordares.
23 Porque o mandamento da lei é uma lâmpada com a sua luz, e um caminho de
vida; reprovação também, e correção,
24 para te guardarem continuamente da mulher casada e da calúnia de uma língua
estranha.
25 Não deixes que o desejo da beleza se aposse de ti, não sejas pego por teus
próprios olhos nem sejas cativado pelos seus olhares.
26 Porque o valor de uma prostituta é tanto quanto o de um pão, mas há uma
mulher que caça as almas preciosas dos homens.
27 Acaso levará alguém fogo no seu seio e não queimará as suas roupas?
28 Ou caminhará alguém sobre brasas de fogo sem queimar os seus pés?
29 Assim é com aquele que vai ao encontro de uma mulher casada. Não será
considerado inocente qualquer um que a tocar.
30 Não é de se admirar quando alguém é apanhado a roubar, porque rouba quando
está com fome, para que possa satisfazer a sua alma;
31 porém, se for apanhado, ele deverá pagar sete vezes, e livrar-se-á dando todos os
seus bens.
32 Mas o adúltero, por falta de senso, adquire destruição para a sua alma.
33 Ele encontra a dor e a desgraça, e o seu opróbrio nunca será apagado,
34 pois a alma do marido está cheia de ciúmes. Não o poupará no dia da vingança;
35 não irá, ele, abrir mão de sua inimizade por qualquer resgate, nem se reconciliará
por causa de muitos presentes.
Provérbios - Capítulo 7
Provérbios - Capítulo 8
Provérbios - Capítulo 9
Provérbios - Capítulo 10
1 O filho sábio faz o seu pai feliz; um filho insensato, entretanto, é a tristeza de sua
mãe.
2 Tesouros não aproveitarão aos transgressores, mas a justiça deverá livrar da
morte.
3 O Senhor não aniquilará a alma do justo, porém ele irá tirar a vida dos ímpios.
4 A pobreza avilta o homem, mas as mãos do esforçado geram riquezas. Um filho
que é instruído será sábio e utilizará o tolo como seu servo.
5 O filho sábio é salvo do calor ardente, mas o filho desobediente é ferido pelos
ventos na colheita.
6 A bênção do Senhor está sobre a cabeça do justo; entretanto, dor repentina
cobrirá a boca dos ímpios.
7 A memória do justo é louvada, mas o nome do ímpio se apagará.
8 O sábio de coração aceita os mandamentos; aquele, porém, que não guarda os
seus lábios será subvertido em sua perversidade.
9 Aquele que anda simplesmente caminha com confiança, mas o que perverte os
seus caminhos será conhecido.
10 Aquele que pisca os olhos, enganosamente, traz tristezas para os homens;
aquele, porém, que reprova com ousadia é um pacificador.
11 Há uma fonte de vida na mão do homem justo, mas a destruição mora na boca
dos ímpios.
12 O ódio excita discórdias, mas a afeição é para todos o que não amam a contenda.
13 Aquele cujos lábios produzem sabedoria fere ao tolo com uma vara.
14 O sábio esconderá o seu juízo, mas a boca daquele que é precipitado aproxima-se
da ruína.
15 A riqueza dos ricos é uma cidade forte, todavia a pobreza é a ruína dos ímpios.
16 As obras dos justos produzem vida, porém os frutos do ímpio fazem surgir
pecados.
17 A instrução preserva as formas corretas de vida, mas a instrução sem repreensão
se perde.
18 Lábios justos cobrem a inimizade, mas os que proferem calúnias são os mais
tolos.
19 Por uma multidão de palavras não escaparás do pecado; entretanto, se refreares
os teus lábios serás prudente.
20 A língua do justo é prata provada, mas o coração dos ímpios falhará.
21 Os lábios do justo conhecem sublimes verdades; o tolo, entretanto, perece em
falta de senso.
22 A bênção do Senhor está sobre a cabeça do justo; enriquece-lo-á, e a tristeza de
coração não lhe será acrescentada.
23 O insensato pratica o mal por diversão, mas a sabedoria gera prudência para o
homem.
24 O ímpio é engolido pela destruição; o desejo dos justos, no entanto, é aceito.
25 Quando a tempestade passa o ímpio desaparece; o justo, porém, se desvia e
foge, para sempre.
26 Assim como uvas verdes são ruins para os dentes, e como a fumaça o é para os
olhos, também a iniquidade prejudica aqueles que a praticam.
27 O temor do Senhor aumenta a duração dos dias, mas os anos dos ímpios serão
abreviados.
28 A alegria permanece muito tempo com o justo, a esperança dos ímpios, porém,
perecerá.
29 O temor do Senhor é a fortaleza dos santos; a ruína, no entanto, vem para os que
cometem impiedades.
30 O justo nunca falhará, mas os ímpios não habitarão na terra.
31 A boca do justo goteja sabedoria; no entanto, a língua dos injustos perecerá.
32 Os lábios dos justos derramam graça; a boca dos ímpios, todavia, é perversa.
Provérbios - Capítulo 11
1 Balanças fraudadas são uma abominação diante do Senhor, mas o peso justo é
aceitável a ele.
2 Onde quer que o orgulho entra, haverá também desgraça; mas a boca do que é
humilde medita na sabedoria.
3 Quando um homem justo morre, deixa pesar; mas a destruição dos ímpios é
rápida, e causa alegria.
4 5 A justiça traça caminhos irrepreensíveis; a impiedade, entretanto, acha
negociação injusta.
6 A justiça dos homens retos os livra, mas os traiçoeiros são apanhados em sua
própria destruição.
7 Com a morte de um homem justo a sua esperança não morre, mas o gabar-se dos
ímpios perece.
8 O justo escapa de uma armadilha, e o ímpio será entregue em seu lugar.
9 Na boca dos ímpios há uma armadilha para os cidadãos, mas a compreensão dos
homens justos é próspera.
10 Na prosperidade dos justos uma cidade também prospera;
11 contudo, pela boca dos ímpios é derrubada.
12 O homem falto de entendimento zomba de seus concidadãos, mas o homem
sensato é tranquilo.
13 Um homem de língua dobre divulga os conselhos secretos de uma assembléia, o
que é fiel em seu espírito esconde os assuntos.
14 Os que não dispõem de orientação caem como as folhas; todavia, em muitos
conselhos há segurança.
15 Um homem mau produz o mal onde quer que encontre um homem justo, e odeia
a palavra de segurança.
16 A mulher graciosa traz glória ao seu marido, mas a que odeia a justiça é um tema
de desonra. O preguiçoso vem a sentir falta, mas o diligente descansa na riqueza.
17 O homem bondoso faz bem à sua própria alma; o impiedoso, entretanto, destrói
o seu próprio corpo.
18 O homem ímpio executa obras injustas, mas a descendência dos justos é uma
recompensa da verdade.
19 Um filho justo nasce para a vida, mas aquilo que buscam os ímpios termina em
morte.
20 Maneiras perversas são abomináveis ao Senhor; porém, todos os que são
inocentes em seus caminhos são aceitáveis para ele.
21 Aquele que, injustamente, abate mãos não ficará impune, mas o que semeia
justiça receberá uma recompensa certa.
22 Como um ornamento em focinho de porco, assim é a beleza de uma mulher mal-
intencionada.
23 Todo o desejo dos justos é bom, mas a esperança dos ímpios perecerá.
24 Alguns há que espalham as suas posses e ainda as aumentam; e outros há, ainda,
que ajuntam mas possuem menos.
25 Toda alma sincera é abençoada; o homem passional, entretanto, é desprovido de
graça.
26 Que aquele que acumula o trigo deixe-o para a nação. Porque bênção há sobre a
cabeça daquele que o entrega.
27 Aquele que prepara bons conselho procura o bom favor, mas quanto ao que
busca o mal, este o ultrapassará;
28 aquele que confia nas riquezas, cairá; porém, o que ajuda aos justos levantar-se-
á;
29 aquele que não lida graciosamente com a sua própria casa herdará o vento, e o
insensato será servo do sábio.
30 Do fruto da justiça cresce a árvore da vida; as almas dos prevaricadores, no
entanto, são cortadas antes do tempo.
31 Se o justo, com dificuldade, se salva, para onde irá o ímpio pecador?
Provérbios - Capítulo 12
1 Aquele que ama a instrução ama o bom-senso, mas o que odeia a repreensão é
insensato;
2 aquele que tem achado graça com o Senhor se faz melhor, porém o transgressor
não será reconhecido.
3 O homem não prosperará por sua maldade; as raízes dos justos, entretanto, não
serão arrancadas.
4 A mulher virtuosa é a coroa do seu marido; contudo, como um verme na madeira,
a mulher má destrói ao seu marido.
5 Os pensamentos do justo são juízos verdadeiros, mas os ímpios inventam
mentiras.
6 As palavras dos ímpios são astutas, entretanto a boca dos retos os livrará.
7 Quando o ímpio é derrubado, desaparece; porém, as casas dos justos
permanecem.
8 A boca de um homem de entendimento é louvada por um outro homem; aquele
que é lerdo de coração, no entanto, é tido em escárnio.
9 Melhor é o homem em desonra servindo a si mesmo do que alguém que honra a si
mesmo e tem falta de pão.
10 O justo se compadece pela vida de seu gado, mas as entranhas dos ímpios são
impiedosas.
11 O que lavra a sua terra fartar-se-á de pão; porém, aqueles que perseguem
vaidades são faltos de entendimento. O que se deleita em banquetes de vinho
deverá semear desonra em suas próprias fortalezas.
12 Os desejos dos ímpios são maus, mas as raízes dos piedosos estão firmemente
estabelecidas.
13 Pelo pecado de seus lábios um pecador cai na armadilha; o justo, todavia, escapa
dela. Aquele cujo olhar é suave receberá compaixão; o que contende nas portas,
porém, afligirá almas.
14 A alma de um homem será preenchida com o bem dos frutos da sua boca, e a
recompensa dos seus lábios lhe será dada.
15 Os caminhos dos tolos são retos aos seus próprios olhos, mas o sábio dá ouvidos
aos conselhos.
16 O idiota declara a sua ira no mesmo instante, todavia o prudente oculta a própria
desgraça.
17 O justo declara a verdade, abertamente, mas uma testemunha injusta é
enganosa.
18 Alguns há que ferem quando falam, como espadas; contudo, a língua dos sábios
traz a cura.
19 Lábios verdadeiros estabelecem o testemunho; a testemunha mentirosa,
entretanto, tem uma língua injusta.
20 Há fraude no coração daquele que imagina o mal, mas os que amam a paz se
alegrarão.
21 Nenhuma injustiça agradará a um homem justo; os ímpios, por sua vez, serão
cheios de problemas.
22 Os lábios mentirosos são uma abominação ao Senhor; todavia, aquele que lida
com fidelidade é aceito por ele.
23 O homem de entendimento é um trono de sabedoria, mas o coração dos tolos
encontrar-se-á com maldições.
24 A mão de homens escolhidos facilmente obterá o domínio; os enganosos,
porém, serão por presa.
25 A palavra terrível perturba o coração de um homem justo, mas uma boa
mensagem alegra-lo-á.
26 Um árbitro justo será amigo de si mesmo; o mal, contudo, perseguirá os
pecadores, e o caminho dos homens ímpios os fará desviarem-se.
27 Um homem fraudulento não apanhará a caça; no entanto, um homem íntegro é
um bem precioso.
28 Nos caminhos dos justos está a vida, porém os caminhos daqueles que
maquinam injúrias levam à morte.
Provérbios - Capítulo 13
1 O filho sábio é obediente ao seu pai, porém o filho desobediente será destruído.
2 O homem de bem comerá dos frutos da justiça, mas a vida dos transgressores
perecerá antes do tempo.
3 O que guarda a sua boca guarda a sua própria vida; aquele que é precipitado com
os lábios, entretanto, irá trazer terror sobre si mesmo.
4 Todo homem preguiçoso somente deseja; as mãos do ativo, porém, são
diligentes.
5 O justo odeia a palavra injusta, mas o homem ímpio é envergonhado e não terá
confiança.
6 7 Há alguns que, não tendo nada, enriquecem a si mesmos, e outros há que se
empobrecem em meio a muita riqueza.
8 A riqueza de um homem é o resgate de sua vida; o pobre, porém, não se sente
ameaçado.
9 O justo sempre tem luz, mas a luz dos ímpios se apaga. Almas astutas se perdem
no pecado; o homem justo, no entanto, se apieda e é misericordioso.
10 Um homem ruim faz o mal com insolência, mas os que são juízes de si mesmos
são sábios.
11 A riqueza adquirida às pressas e com iniquidade é diminuída, porém aquele que,
piedosamente, ajunta para si mesmo terá aumento. O justo é misericordioso, e
empresta.
12 Melhor é o que começa a ajudar, com bom ânimo, do que aquele que só promete
e leva o outro à ter esperança vã; pois um bom desejo é árvore de vida.
13 O que despreza a palavra deverá ser menosprezado por ela, mas o que teme o
mandamento terá saúde de alma. Para um filho astuto não haverá nada de bom,
porém, um servo prudente prosperará em suas ações, e o seu caminho será dirigido
corretamente.
14 A lei do sábio é fonte de vida, mas o homem falto de entendimento morrerá por
um laço.
15 A boa discrição traz favor, e conhecer a lei é parte de uma boa compreensão; os
caminhos dos escarnecedores, entretanto, tendem a destruição.
16 Todo homem prudente age com conhecimento, mas o tolo mostra a sua própria
maldade.
17 O rei imprudente cairá no mal; um mensageiro sábio, porém, o livrará.
18 A instrução remove a pobreza e a desgraça, e aquele que atende à repreensão
será honrado.
19 Os desejos dos piedosos alegram a alma, mas as obras dos ímpios estão longe do
conhecimento.
20 Se andares com os sábios serás sábio, e quem anda com os tolos será
reconhecido por isto.
21 O mal perseguirá aos pecadores, mas o bem galardoará os justos.
22 Um homem bom herdará os filhos dos filhos; a riqueza dos ímpios, porém, é
reservada para o justo.
23 O justo viverá muitos anos na riqueza, mas os ímpios perecerão repentinamente.
24 Aquele que poupa a vara odeia ao seu filho; aquele que o ama, porém,
cuidadosamente o castiga.
25 O homem justo come e satisfaz a sua alma, contudo as almas dos ímpios sentem
falta.
Provérbios - Capítulo 14
1 Mulheres sábias constroem as sua casas, mas a tola derruba a sua com as próprias
mãos.
2 Aquele que anda na retidão teme ao Senhor; porém, o que é perverso nos seus
caminhos será desonrado.
3 Da boca dos tolos sai um cetro de orgulho; os lábios dos sábios, contudo, os
preservam.
4 Onde não há bois os celeiros estão vazios; todavia, no lugar em que há produção
abundante a força do boi é aparente.
5 A testemunha fiel não mente, porém uma testemunha injusta acende falsidades.
6 Se buscares a sabedoria com os homens maus não a encontrarás; o
discernimento, no entanto, é facilmente encontrado com o prudente.
7 Todas as coisas são adversas a um homem insensato, mas os lábios sábios são as
armas do discernimento.
8 A sabedoria do prudente fá-lo-á entender os seus caminhos; a estultícia dos tolos,
porém, os desencaminha.
9 As casas dos transgressores precisarão ser purificadas, mas as casas dos justos
são aceitáveis.
10 Se a mente de um homem é inteligente, sua alma é triste; e, quando ele se alegra,
não tem comunhão com o orgulho.
11 As casas dos homens ímpios serão arrasadas, mas as tendas dos que andam na
retidão subsistirão.
12 Há um caminho que parece ser correto para os homens, contudo os seus fins
chegam às profundezas do inferno.
13 O sofrimento não se mistura com a alegria, e no final desta vem a dor.
14 Um homem duro de coração será farto com os seus próprios caminhos, e um
bom homem com os seus próprios pensamentos.
15 O simples dá crédito a cada palavra, mas o homem prudente as analisa.
16 O sábio teme, e desvia-se do mal; o tolo, porém, confia em si mesmo, unindo-se
com o transgressor.
17 Um homem passional age sem pensar, porém um homem sensato suporta muitas
coisas.
18 Os tolos receberão o mal como sua porção, mas o que for prudente apegar-se-á à
compreensão.
19 Os homens maus cairão perante os bons, e os ímpios deverão comparecer às
portas dos justos.
20 Amigos odiarão amigos pobres; os amigos dos ricos, entretanto, são muitos.
21 Aquele que desonra aos carentes peca, mas o que se compadece dos pobres é
muito abençoado.
22 Os que se desviam concebem males; o bom, contudo, concebe misericórdia e
verdade. Os que praticam o mal não entendem a misericórdia e a verdade, porém a
compaixão e a fidelidade estão com os que fazem o bem.
23 Com todo aquele que é cuidadoso há abundância, mas o que busca o prazer e é
indolente sentirá falta.
24 O homem prudente é a coroa dos sábios, todavia a ocupação dos tolos é o mal.
25 A testemunha fiel livrará uma alma do mal, porém o homem fraudulento acende
falsidades.
26 No temor do Senhor há firme confiança e ele dá aos seus filhos um apoio.
27 O mandamento do Senhor é uma fonte de vida, e faz com que os homens se
desviam do laço da morte.
28 Em uma nação populosa repousa a glória do rei, mas na falta de pessoas está a
ruína do príncipe.
29 O homem lento para a ira é rico em sabedoria; o homem de espírito impaciente,
contudo, é um grande tolo.
30 O homem humilde de espírito é um curandeiro do coração, porém o coração
sensível demais é uma corrupção dos ossos.
31 Aquele que oprime os necessitados provoca o seu Criador, mas o que o honra
tem piedade dos pobres.
32 O ímpio será derrubado pela sua malícia, porém aquele que está firme em sua
própria santidade é justo.
33 No bom coração de um homem há sabedoria; no coração dos tolos, entretanto,
ela não é encontrada.
34 A justiça exalta as nações, mas os pecados diminuem as tribos.
35 Um servo entendido é aceitável para o rei, e por seu bom comportamento ele
remove a desgraça.
Provérbios - Capítulo 15
1 A raiva mata até mesmo aos sábios. Uma resposta submissa desvia o furor, mas a
palavra dura suscita a ira.
2 A língua dos sábios conhece o que é bom; a boca dos tolos, porém, diz coisas más.
3 Os olhos do Senhor veem tanto o bem como o mal, em todos os lugares.
4 A língua saudável é árvore de vida, e aquele que a guarda será galardoado com o
entendimento.
5 O tolo despreza a instrução de seu pai, mas aquele que guarda os seus
mandamentos é prudente. Na abundante justiça há grande força, porém os ímpios
perecerão da terra.
6 Nas casas dos justos há muita força, entretanto os frutos dos ímpios perecerão.
7 Os lábios do sábio estão vinculados a discrição; os corações dos tolos, no entanto,
não são seguros.
8 O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas as orações dos que andam
com sinceridade lhe são aceitáveis.
9 Os caminhos de um homem ímpio são abominação ao Senhor, porém ele ama
aqueles que seguem a justiça.
10 A instrução do simples é conhecida pelos que passam, mas os que odeiam
reprovações morrerão vergonhosamente.
11 O inferno e a perdição estão manifestos ao Senhor; como não deveriam estar,
também, os corações dos homens?
12 Uma pessoa sem instrução não amará aqueles que lhe reprovam, nem se
associará com os sábios.
13 Quando o coração se rejubila o semblante é alegre; porém quando se entristece o
semblante é sombrio.
14 Um coração reto procura a discrição, mas a boca dos que não tem instrução
experimentará males.
15 Os olhos dos ímpios estão sempre à procura de coisas más; o bom, porém,
permanece calmo.
16 Mais vale uma pequena porção com o temor do Senhor do que grandes tesouros
sem ele.
17 Melhor é um repasto de vegetais, com simpatia e bondade, do que um banquete
de carnes com inimizade.
18 Um homem passional excita contendas, mas aquele que é lento para a cólera
aplaca a luta que se inicia. Um homem tardio em irar-se extinguirá brigas; o que é
ímpio, antes, as desperta.
19 Os caminhos dos preguiçosos estão cheios de espinhos, mas os do diligente são
suavizados.
20 O filho sábio alegra ao seu pai; o que é insensato, entretanto, zomba de sua mãe.
21 Os caminhos de um homem insensato são nulos de sentido, mas o homem sábio
prossegue em seu caminho corretamente.
22 Os que não honram os conselhos adiam a deliberação, contudo, o bom êxito
habita nos corações dos conselheiros.
23 O homem mau de maneira alguma irá atender a um conselho, nem dirá algo com
temperança ou útil ao bem comum.
24 Os pensamentos dos sábios são caminhos de vida, para que ele possa converter-
se e escapar do inferno.
25 O Senhor derruba as casas dos escarnecedores, mas estabelece a herança da
viúva.
26 Um pensamento injusto é abominação ao Senhor; as palavras dos puros, no
entanto, são tidas em honra.
27 Um recebedor de subornos destrói a si mesmo, mas aquele que odeia o seu
recebimento está seguro. Por esmolas e ações piedosas os pecados são purgados;
no entanto, pelo temor do Senhor cada um se desvia do mal.
28 Os corações dos justos meditam na fidelidade, mas a boca dos ímpios responde
coisas más. Os caminhos dos justos são aceitáveis ao Senhor e através deles mesmo
os inimigos se tornam amigos.
29 Deus está longe dos ímpios, porém ele dá ouvidos às orações dos justos.
Melhores são os pequenos ganhos com justiça do que abundantes frutos com
injustiça.
Provérbios - Capítulo 16
1 Que o coração do homem pondere com justiça, para que os seus passos sejam
corretamente dirigidos por Deus.
30 O olho que vê com juízo alegra o coração, e um bom relato fortalece os ossos.
32 O que rejeita a instrução odeia a si mesmo, mas o que atende à reprovações ama
a sua alma.
33 O temor do Senhor é instrução e sabedoria, e a mais alta honra lhe
corresponderá. Todas as obras do humilde são manifestas para Deus, mas o ímpio
perecerá em um dia mau.
5 Todo aquele que é orgulhoso de coração é impuro diante de Deus, e o que com as
suas mãos injustamente abate outras mãos não deverá ser considerado inocente. O
começo de um bom caminho é a pratica da justiça, e isto é mais agradável a Deus do
que oferecer sacrifícios. Aquele que procura ao Senhor encontra conhecimento com
justiça, e os que o buscam justamente encontram a paz. Todas as obras do Senhor
são feitas com justiça, e o ímpio é mantido para o dia do mal.
10 Existe um oráculo nos lábios do rei, e a sua boca não deverá errar no julgamento.
11 O equilíbrio da balança é a retidão com o Senhor, e as suas obras são medidas
justas.
12 Um malfeitor é uma abominação para o rei, pois o trono de domínio é
estabelecido pela justiça.
13 Lábios justos são aceitáveis ao rei, e ele ama as palavras justas.
14 A ira do rei é um mensageiro de morte, mas o homem sábio o aplacará.
15 O filho do rei está na luz da vida, e os que tem favor com ele são como uma
nuvem de chuva serôdia.
16 O produto da sabedoria deve ser mais desejado do que o ouro, e o da prudência
mais do que a prata.
17 As veredas da vida desviam-se do mal, e os caminhos da justiça são a duração da
vida. Aquele que recebe instrução terá prosperidade, e o que respeita as
repreensões será sábio. O que guarda os seus caminhos preserva a sua alma, e
aquele que ama a vida fechará a sua boca.
18 A soberba precede a destruição, e a loucura vem antes da queda.
19 Melhor é o homem manso de espírito com humildade, do que aquele que divide
os despojos com os orgulhosos.
20 O que é hábil nos seus negócios encontra o bem, porém aquele que confia em
Deus é mais abençoado.
21 Os homens chamam de mal aos sábios e ao entendimento, mas os que são
agradáveis na conversação aprenderão mais.
22 O entendimento é fonte de vida para os seus possuidores, contudo a instrução
dos tolos é maligna.
23 O coração do sábio discerne as coisas que procedem da sua própria boca, e com
seus lábios ele usará de conhecimento.
24 Boas palavras são favos de mel, e a doçura dos mesmos é uma cura para a alma.
25 Existem caminhos que parecem estar certos ao homem, mas o fim deles olha
para a profundidade do inferno.
26 Um homem que trabalha o faz para si mesmo, e afasta de si a sua ruína;
27 o perverso, entretanto, carrega a destruição na sua boca. O homem insensato
cava o mal para si mesmo e entesoura fogo em seus próprios lábios.
28 O homem perverso espalha o mal, e com a sua maldade acenderá uma tocha de
engano, separando os amigos.
29 O transgressor tenta envolver em armadilhas os seus amigos, conduzindo-os por
caminhos que não são bons.
30 O homem que fixa os seus olhos inventa coisas perversas, e com os seus lábios
entesoura todo o mal. É ele uma fornalha de maldades.
31 A velhice é uma coroa de honra, a qual se encontra nos caminhos da justiça.
32 Um homem lento para a cólera é melhor do que um homem forte, e aquele que
governa o seu temperamento é melhor do que o conquistador de uma cidade.
33 Todos os males vêm sobre os ímpios, para os seus peitos; porém as coisas justas
vêm do Senhor.
Provérbios - Capítulo 17
1 Melhor é um bocado apreciado em paz do que uma casa cheia de coisas boas e
sacrifícios injustos, com rixas.
2 O servo sábio dominará sobre mestres loucos, e repartirá porções entre os irmãos.
3 Como a prata e o ouro são provados em uma fornalha, assim são os corações
escolhidos pelo Senhor.
4 Um homem mau dá ouvidos à língua dos transgressores, mas o homem justo não
atende aos lábios falsos.
5 Aquele que ri do pobre provoca ao que o fez, e o que se alegra com a destruição
do outro não deverá ser tido por inocente; o que se compadece, entretanto,
alcançará misericórdia.
6 Os filhos do filhos são a coroa dos anciãos, e os pais são a glória dos filhos. Os fiéis
tem todo o mundo cheio de riquezas, mas os incrédulos nem mesmo um centavo.
7 Lábios fiéis não convirão a um tolo nem lábios mentirosos a um homem justo.
8 A instrução traz, para aqueles que a usam, uma recompensa graciosa, e para onde
quer se volte prosperará.
9 Aquele que esconde as ofensas favorece o amor, mas o que despreza escondê-las
separa amigos e parentes.
10 A ameaça quebra o coração do homem sábio; o tolo, contudo, embora açoitado
não entende.
11 Todo homem maligno atiça contendas, mas o Senhor enviará contra ele um
mensageiro impiedoso.
12 Preocupações podem ocorrer a um homem de entendimento; os insensatos,
porém, irão encontrar males.
13 Aquele que recompensa o mal pelo bem, aquele não será removido de sua casa.
14 A regra justa dá poder às palavras; sedição e contenda, entretanto, precedem a
pobreza.
15 Aquele que pronuncia o injusto justo e o justo injusto é imundo e abominável a
Deus.
16 Por que tem riquezas o tolo? pois um homem insensato não será capaz de
adquirir sabedoria. Aquele que exalta a sua própria casa procura a ruína, e o que se
desvia da instrução cairá na maldade.
17 Tenhas tu um amigo para todo o tempo, e que os irmãos sejam úteis nas
adversidades; para esse motivo é que eles nascem.
18 O homem tolo aplaude e alegra-se consigo mesmo, assim como aquele que se
torna fiador faz-se responsável por seus amigos.
19 Um amante do pecado alegra-se em contendas,
20 e o homem de coração duro não se levanta para o bem. O homem de língua
inconstante cairá em males
21 e o coração do insensato é tristeza para o seu possuidor. Um pai não se alegra
com o filho sem instrução, porém o filho sábio alegra a sua mãe.
22 O coração alegre promove a saúde, todavia os ossos de um homem triste
ressecam-se.
23 Os caminhos do homem que recebe injustamente presentes no seu seio não
prosperarão, e o que é ímpio perverte os caminhos da justiça.
24 O rosto de um homem sábio é sensível, mas os olhos do insensato vão até os
confins da terra.
25 O filho insensato é a causa da ira de seu pai e da dor daquela que o concebeu.
26 Não é direito punir ao justo, nem é santo conspirar contra príncipes que agem
com justiça.
27 Aquele que se abstém de pronunciar uma palavra dura é prudente, e o homem
paciente é sábio.
28 A sabedoria deverá ser imputada ao tolo que a busca, e o que se mantém
pacífico parecerá sensato.
Provérbios - Capítulo 18
1 O homem que deseja separar-se de seus amigos arranja desculpas; porém, sob
qualquer ponto de vista, será merecedor de censura.
2 O insensato não sente necessidade de sabedoria, pois já é conduzido pela loucura.
3 Quando um homem ímpio se aprofunda em males ele os menospreza; mas
desonra e vergonha virão sobre ele.
4 No coração de um homem a palavra de sabedoria é água profunda, e um rio e uma
fonte de vida brotam dela.
5 Não é bom ter respeito à pessoa do ímpio, nem é santo perverter a justiça no
julgamento.
6 Os lábios do tolo trazem-lhe problemas, e a sua boca ousada clama pela morte.
7 A boca do tolo é a sua ruína, e os seus lábios são um laço para a sua alma.
8 O medo abate o preguiçoso, e as almas dos fracos terão fome.
9 Um homem que não ajuda a si mesmo por seu trabalho é irmão daquele que a si
mesmo se arruína.
10 O nome do Senhor possui grande força, e os justos que correm para ele são
exaltados.
11 A riqueza de um homem rico é uma cidade forte, e a sua glória lança uma ampla
sombra.
12 Antes da ruína o coração de um homem é exaltado, mas antes da honra ele é
humilde.
13 Todo aquele que responde antes de ouvir a causa, isto lhe é tido como loucura e
vergonha.
14 O servo prudente acalma a ira de um homem; entretanto, quem pode suportar o
homem de espírito abatido?
15 O coração do homem sensato adquire o discernimento, e os ouvidos do sábio
buscam o entendimento.
16 O donativo de um homem engrandece-o e assenta-o entre os príncipes.
17 O justo acusa a si mesmo no início do seu discurso, contudo, quando vai para o
ataque, o seu adversário é reprovado.
18 Um homem calmo extingue as contendas e decide entre grandes potências.
19 Um irmão ajudado pelo seu próprio irmão é como uma cidade forte e alta; é ele
tão forte como um palácio bem fundamentado.
20 O homem encherá o estômago com os frutos de sua boca; satisfazer-se-á com os
produtos de seus lábios.
21 A vida e a morte estão no poder da língua, e aqueles que a governam comerão
dos seus frutos.
22 Aquele que encontrou uma boa esposa encontrou favor e tem recebido alegria
da parte de Deus. Aquele que abandona uma boa esposa deixa de lado uma coisa
boa, e o que mantém uma adúltera é tolo e ímpio.
Provérbios - Capítulo 19
1 A loucura de um homem estraga os seus caminhos, porém ele culpa a Deus em seu
coração.
4 A riqueza adquire muitos amigos, mas o pobre é abandonado até mesmo pelo
único amigo que possui.
5 A testemunha falsa não ficará impune, e o que acusa injustamente não escapará.
6 Muitos cortejam o favor dos reis, mas o homem mau torna-se a repreensão de
outro homem.
7 Todo aquele que odeia a seu irmão pobre ficará longe da amizade. O bom
entendimento aproximar-se-á dos que o conhecem, e um homem sensato irá
encontrá-lo. Aquele que comete grandes injurias aperfeiçoa o mal, e o que usa
palavras provocadoras não escapará.
8 Aquele que adquire sabedoria ama a si mesmo, e o que a mantém prosperará.
9 A testemunha falsa não ficará impune, e todo aquele que provocar o mal perecerá
por ele.
10 O desfrute não fica bem a um tolo, nem é apropriado um servo que começa a
governar com arrogância.
11 O homem misericordioso é longânimo, e no seu triunfo perdoa as ofensas.
12 A ameaça de um rei é como o bramido do leão; porém, como o orvalho sobre a
relva é o seu favor.
13 O filho insensato é uma desgraça para o seu pai. Os votos pagos do salário de
uma prostituta não são puros.
14 Os pais dividem casa e bens para seus filhos, mas a esposa é escolhida para o
homem pelo Senhor.
15 A covardia se apodera do homem efeminado, e a alma do preguiçoso terá fome.
16 Quem guarda o mandamento guarda a sua alma, mas aquele que despreza os
seus caminhos perecerá.
17 O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, e ele lhe retribuirá de acordo
com a sua liberalidade.
18 Corrige a teu filho, pois, assim, haverá esperança para ele; e não sejas exaltado na
tua alma, com arrogância.
19 Um homem mal-intencionado deverá ser severamente punido, e se cometer
violência também perderá a sua vida.
20 Ouve, filho, a instrução de teu pai, para que sejas sábio nos teus últimos dias.
21 Muitos pensamentos há no coração do homem, mas o conselho do Senhor
permanece para sempre.
22 A misericórdia é um dom para o homem, e um homem pobre é melhor do que um
rico mentiroso.
23 O temor do Senhor é a vida de um homem; ele alojar-se-á sem medo em lugares
onde o conhecimento não é visto.
24 Aquele que injustamente esconde as próprias mãos no seu seio, não irá mesmo
levá-las à boca.
25 Quando um homem de mau caráter é açoitado o simples torna-se mais prudente,
e se reprovares a um homem sábio ele adquirirá a discrição.
26 Aquele que desonra a seu pai e manda embora a sua mãe deverá ser desonrado e
exposto à censura.
27 O filho que deixa de atender a instrução de seu pai conceberá maus desígnios.
28 Aquele que se torna fiador de uma criança tola despreza a ordenança, e a boca
de homens ímpios devora o julgamento.
29 Flagelos estão sendo preparando para o destemperado, e punições, igualmente,
para os tolos.
Provérbios - Capítulo 20
Provérbios - Capítulo 21
1 Como o correr das águas, assim é o coração do rei na mão de Deus. Ele o direciona
para onde deseja que vá.
2 Todo homem parece justo a si mesmo, mas o Senhor dirige os corações.
3 Fazer justiça e falar a verdade é mais agradável a Deus do que o sangue de
sacrifícios.
4 Um homem de mente altiva é duro em seu orgulho, e a lâmpada dos ímpios é
pecado.
5 6 Aquele que reúne tesouros com língua falsa busca a vaidade, indo para os laços
da morte.
7 A destruição se hospedará com os ímpios, porquanto recusam-se a praticar a
justiça.
8 Para o desobediente Deus envia caminhos perversos, pois todas as suas obras são
puras e retas.
9 Melhor é morar num canto do terraço do que em quartos bem vedados em uma
casa aberta junto com a injustiça.
10 A alma do ímpio não será lamentada por nenhum homem.
11 Quando um homem destemperado é punido o simples torna-se sábio, e o homem
sábio que é instruído receberá conhecimento.
12 O justo entende o coração do ímpio, desprezando-o por causa de sua malícia.
13 Aquele que tapa os ouvidos para não ouvir os pobres também clamará e não
haverá quem o ouça.
14 O presente dado em segredo acalma a ira, mas o que se abstém de dar desperta
forte indignação.
15 Fazer justiça é a alegria dos justos, porém o homem santo é abominável para os
malfeitores.
16 O homem que vagueia fora do caminho da justiça repousará na congregação dos
gigantes.
17 O homem pobre ama a alegria, o vinho e o azeite em abundância,
18 mas o transgressor é abominação para um homem justo.
19 É melhor morar no deserto do que com uma mulher briguenta, falante e
passional.
20 Um tesouro desejável repousará na boca do sábio, mas os homens tolos o
engolirão.
21 O caminho da justiça e da misericórdia encontrará vida e glória.
22 Um homem sábio assalta cidades fortes e derruba a fortaleza em que o ímpio
confiava.
23 O que guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma da angústia.
24 Homem ousado, obstinado e insolente é chamado de praga, e aquele que fica
lembrando de injurias é um transgressor.
25 O desejo mata o preguiçoso, porquanto as suas mãos não querem fazer nada.
26 O homem ímpio nutre maus desejos o dia inteiro, mas o justo é misericordioso e
compassivo sem medida.
27 Os sacrifícios dos ímpios são abomináveis ao Senhor, pois os oferecem
maliciosamente.
28 A testemunha mentirosa perecerá, porém um homem obediente falará com
cautela.
29 O homem ímpio resiste com uma face dura; o justo, contudo, entende os seus
caminhos.
30 Não há sabedoria, não há coragem, não há conselho contra o Senhor.
31 O cavalo prepara-se para o dia da batalha, mas a ajuda vem do Senhor.
Provérbios - Capítulo 22
1 O bom nome é melhor do que a muita riqueza, e o bom favor está acima de prata e
ouro.
2 O rico e o pobre se encontram, mas o Senhor fez a ambos.
3 Um homem inteligente, vendo um homem mau ser severamente punido é ele
próprio instruído, mas os insensatos passam adiante e sofrem a pena.
4 O temor do Senhor produz sabedoria, riqueza, glória e vida.
5 Espinhos e armadilhas estão no caminho do perverso, mas o que guarda a sua
alma livrar-se-á deles.
6 7 O rico governará sobre os pobres, mas os servos irão emprestar aos seus
senhores.
8 Aquele que semeia a maldade deverá colher problemas e irá receber,
integralmente, a punição de seus atos. Deus ama ao homem alegre e liberal,
todavia, todo homem deverá provar completamente da loucura de suas obras.
9 Aquele que se compadece do pobre será preservado, porque deu do seu próprio
pão para os necessitados; o que dá liberalmente garante vitória e honra, mas ele tira
a vida dos que se recusam a dar.
10 Lança fora do conselho uma pessoa escarnecedora e o conflito sairá com ela; pois
quando se assenta no conselho ela desonra a todos.
11 O Senhor ama os corações santificados, e são aceitáveis para ele. Um rei governa
com a inocência dos seus próprios lábios.
12 Os olhos do Senhor preservam o critério, mas o transgressor despreza palavras
sábias.
13 O preguiçoso inventa desculpas, e diz: Há um leão nos caminhos, e assassinos nas
ruas!
14 A boca do transgressor é um poço profundo, e aquele que é odiado do Senhor
cairá nela. Maus caminhos estão diante do homem, e ele não gosta de se afastar
deles. Todavia, é necessário desviar-se de um caminho mau e pervertido.
15 A estultícia está ligada ao coração da criança quando a vara e a instrução
mantém-se longe dela.
16 O que oprime os pobres aumenta os seus próprios bens; contudo, dá-os ao rico, e
empobrecerá.
17 Inclina o teu ouvido às palavras dos sábios e ouve, também, as minhas palavras,
aplicando à elas o teu coração,
18 a fim de conheceres que são boas. Se as levares a sério, elas também irão alegrar
os teus lábios,
19 para que a tua esperança esteja no Senhor, e para que ele possa fazer o teu
caminho conhecido para ti.
20 Grava-as, também, fortemente, na tábua do teu coração, em busca de conselho e
conhecimento.
21 Eu, pois, ensino-te a verdade e o conhecimento agradável de se ouvir, para que
possas responder com palavras claras aos que te questionam.
22 Não faças violência ao pobre, porquanto é necessitado, nem desonres ao homem
indefeso nas portas,
23 pois o Senhor irá defender a sua causa; assim, livrarás a tua alma com segurança.
24 Não sejas companheiro de um homem colérico nem te hospedes com um
homem passional
25 para que não aprendas os seus caminhos e obtenhas armadilhas para a tua alma.
26 Não te tornes fiador da pessoa de outrém,
27 porque, se os seus credores não tiverem de onde tirar compensação eles irão
tomar a cama que está debaixo de ti.
28 Não removas os marcos antigos que teus pais colocaram.
29 Justo é que um homem atento e diligente em seu negócio compareça diante de
reis, e não que assista a homens preguiçosos.
Provérbios - Capítulo 23
1 Se te assentares para jantar à mesa de um príncipe considera com atenção as
coisas que estão diante de ti,
2 e aplica à elas a tua mão, sabendo que cabe a ti prover tais alimentos. Porém, se és
muito comilão,
3 não desejes suas provisões, pois fazem parte de uma vida falsa.
4 Se és pobre, não meças a ti mesmo com um homem rico, mas abstém-se-te na tua
sabedoria.
5 Se puseres os teus olhos sobre ele vê-lo-ás desaparecer, pois asas como as de uma
águia lhe estão preparadas, e voltará para a casa de seu Senhor.
6 Não vás cear com um homem invejoso nem desejes as suas carnes,
7 pois ele come e bebe como se alguém engolisse um fio de cabelo; portanto, não o
aproximes de ti nem comas o teu bocado com ele,
8 pois irá vomitá-lo e estragar as tuas palavras justas.
9 Não digas nada aos ouvidos de um tolo, para que, a qualquer momento, ele não
comece a zombar das tuas sábias palavras.
10 Não removas os marcos antigos e não entres na propriedade do órfão,
11 pois o Senhor é o seu redentor; ele é poderoso, e pleiteará a sua causa contra ti.
12 Aplica o teu coração à instrução, e apronta os teus ouvidos para as palavras de
discernimento.
13 Não te abstenhas de castigar a uma criança, pois se lhe bateres com a vara nem
por isso morrerá.
14 Porque hás de castigá-la com a vara, e livrarás a sua alma da morte.
15 Filho, se o teu coração for sábio, também alegrarás o meu coração,
16 e os teus lábios conversarão com os meus lábios se estiveres certo.
17 Que o teu coração não sinta inveja dos pecadores; permanece, porém, no temor
do Senhor o dia inteiro.
18 Porque se guardares essas coisas terás uma posteridade e a tua esperança não
será removida.
19 Ouve, filho meu, e sê sábio, e com razão dirige os pensamentos do teu coração.
20 Não sejas um bebedor de vinho, não frequentes muitas festas nem compres
muita carne;
21 pois todo bêbado e devasso deverá ser pobre, e todo preguiçoso irá vestir-se
com farrapos e roupas rasgadas.
22 Ouve, filho meu, ao teu pai que te gerou, e não desprezes a tua mãe tão somente
porque ela está envelhecida.
23 24 Um pai justo cria bem a seus filhos, e a sua alma se alegra com um filho sábio.
25 Faz com que o teu pai e a tua mãe se deleitem em ti, e que aquela que te gerou
tenha contigo o maior prazer.
26 Meu filho, dá-me o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos,
27 pois uma casa estranha é como um vaso cheio de furos, e um poço estranho é
estreito;
28 uma tal pessoa perece de repente, e todo transgressor será cortado.
29 Quem são aqueles que tem os ais? Quem tem problemas? Quem tem brigas?
Quem tem vexames e disputas? Quem apresenta hematomas sem causa? Quem são
aqueles cujos olhos são furiosos?
30 Não são os que ficam muito tempo no vinho? Não são aqueles que assombram os
lugares onde há banquetes? Não vos embriagueis com vinho, mas conversai com
homens justos, falando com eles abertamente.
31 Porque se puseres os teus olhos em taças e copos ficarás, ao cabo, mais nu do
que um pilão.
32 Ao fim, um tal homem se estende como quem foi mordido por uma serpente, e
veneno se espalha por ele como o de uma serpente com chifres.
33 Sempre que os teus olhos se fixarem numa mulher estranha a tua boca falará
perversidades.
34 Deitar-te-ás como no meio do mar, como o piloto apanhado em uma grande
tempestade,
35 e dirás: Feriram-me e não senti dor; zombaram de mim, e eu de nada sabia.
Quando virá a manhã para que eu possa ir e procurar alguém, e estar em sua
companhia?
Provérbios - Capítulo 24
1 Meu filho, não invejes os homens maus, nem desejes estar com eles,
2 porque o seu coração medita falsidades e os seus lábios só falam maldades.
3 Uma casa é construída pela sabedoria, e erguida pelo entendimento.
4 Pelo discernimento as câmaras ficam cheias de todas as riquezas preciosas e
excelentes.
5 O sábio é melhor do que o homem forte, e um homem prudente do que uma
grande propriedade.
6 A guerra é conduzida com estratégia, e a ajuda é fornecida ao coração do
conselheiro.
7 A sabedoria e o bom entendimento estão nas portas dos sábios. Não se aparta o
sábio da boca do Senhor,
8 mas delibera em conselho. A morte, porém, recai sobre os homens incultos.
9 Os tolos morrem, também, em pecado, e a impureza se apega ao homem
abominável.
10 Será ele profanado no dia mau e no da angústia, até que seja totalmente
consumido.
11 Livra os que estão sendo levados à morte, e resgata os que estão destinados para
serem assassinados; não retires a tua ajuda.
12 Porém, se disseres: Não conheço esse homem sabe que o Senhor conhece os
corações de todos; aquele que concedeu-lhes a respiração conhece todas as coisas
e recompensa a cada um segundo as suas obras.
13 Come mel, meu filho, pois o seu favo é bom, e para que a tua garganta seja
adoçada.
14 Assim terás a sabedoria em tua alma. Se a encontrares o teu fim será bom, e a
esperança não te faltará.
15 Não faças entrar um homem ímpio na habitação do justo; não te deixes enganar
pelos alimentos que vão para a tua barriga.
16 Pois um homem justo cairá sete vezes e levantar-se-á outra vez, mas ao ímpio
faltar-lhe-ão forças quando surgirem os problemas.
17 Se o teu inimigo cair não te alegres nele, nem fiques entusiasmado com a sua
queda,
18 pois o Senhor irá vê-lo, não o agradando tal coisa; e desviará dele a sua
indignação.
19 Não te alegres com os malfeitores nem tenhas inveja dos pecadores,
20 porquanto o homem maligno não terá posteridade, e a luz dos ímpios se
apagará.
21 Meu filho, teme a Deus e ao rei, e não desobedeças a nenhum deles.
22 Porque eles irão, quando menos se espera, punir os ímpios; e quem poderá
conhecer a extensão da vingança infligida por ambos? Um filho que guarda o
mandamento escapará da destruição, pois tal pessoa foi totalmente aceita. Que
nenhuma falsidade seja pronunciada pela língua do rei; sim, que nenhuma mentira
proceda de sua língua. A língua do rei é uma espada e não somente uma língua de
carne. Todo aquele que for entregue à ela será destruído, pois quando a sua ira é
provocada destrói os homens com cordas, devora seus ossos e consome-os com
uma chama, de modo que não prestam nem para serem comidos pelos filhos da
águia. Meu filho, reverencia as minhas palavras, aceitando-as; e arrepende-te.
Provérbios - Capítulo 25
1 São, estas, várias instruções de Salomão que os amigos de Ezequias, rei de Judá,
copiaram.
2 A glória de Deus encobre o assunto, mas a glória do rei honra os seus negócios.
3 O céu é alto e a terra é profunda, mas o coração do rei é insondável.
4 Bate da prata a sua escória, e será feita inteiramente pura.
5 Mata os ímpios que estão diante do rei, e o seu trono prosperará em justiça.
6 Não te glories na presença do rei nem permaneças nos lugares dos príncipes,
7 porque é melhor para ti que se diga: Sobe a mim, do que vir qualquer um e
humilhar-te diante do príncipe. Fala somente do que os teus olhos viram.
8 Não entres, de repente, em uma discussão para que não te arrependas no final.
9 Sempre que o teu amigo te repreender arrepende-te e não o desprezes,
10 para que não continue a repreender-te, e, assim, a discussão e a inimizade não se
apartariam, e seriam para ti como a morte. (25:10A) O favor e a amizade libertam
um homem, e deverás mantê-los para que não fiques sujeito ao opróbrio; atenta,
contudo, para os teus caminhos, pacificamente.
11 Como uma maçã de ouro num colar de sárdio, assim é o falar de uma palavra
sábia.
12 Em um anel de ouro, um precioso sárdio está engastado. Assim é uma palavra
sábia para um ouvido obediente.
13 Como a queda da neve no tempo da colheita é boa para amenizar o calor, assim o
mensageiro fiel refresca aqueles que o enviam, pois alivia as almas dos que o
empregam.
14 Como ventos, nuvens e chuvas são coisas muito evidentes, assim também o é
aquele que se vangloria de um dom falso.
15 Na longanimidade há prosperidade para os reis, e uma língua suave arrebenta
ossos.
16 Tendo encontrado mel come apenas o que te for suficiente, para que não fiques
enfastiado e venhas a vomitá-lo.
17 Entra com moderação na casa de teu amigo, para que não se farte da tua
companhia e passe a desprezar-te.
18 Como um bastão, uma adaga e uma flecha pontuda assim também o é um
homem que dá testemunho falso contra o seu amigo.
19 O caminho do ímpio e o pé do transgressor perecerão em dia mau.
20 Como o vinagre é ruim para uma ferida, assim o sofrimento que cai sobre o corpo
aflige o coração. (25: 20A) Como uma traça em um vestido e um verme na madeira,
da mesma forma o sofrimento de um homem machuca o seu coração.
21 Se o teu inimigo tiver fome, alimenta-o; se tiver sede dá-lhe de beber.
22 Porque, assim fazendo, amontoarás sobre a sua cabeça brasas de fogo, e o
Senhor te recompensará com o bem.
23 O vento do norte levanta nuvens; da mesma forma, um rosto impudente provoca
a língua.
24 É melhor morar em um canto do sótão do que com uma mulher rixosa em uma
casa ampla.
25 Como a água fria é agradável para uma alma sedenta, igualmente o é uma boa
mensagem que vem chegando de uma terra distante.
26 Como alguém que faz parar um poço e corrompe um manancial de água, da
mesma forma é impróprio para um homem justo inclinar-se diante daquele que é
ímpio.
27 Não é bom comer muito mel; é justo, porém, honrar os veneráveis ditos.
28 Como uma cidade cujas muralhas estão quebradas e que não está fortificada,
assim é o homem que faz qualquer coisa sem conselho.
Provérbios - Capítulo 26
1 Como o orvalho na colheita e como a chuva no verão, assim a honra não é digna de
um tolo.
2 Como os pássaros e os pardais voam e fogem, também a maldição não virá sobre
qualquer um sem uma causa.
3 Como um chicote para um cavalo e um aguilhão para um burro, assim é um cetro
para uma nação insensata.
4 Não respondas ao insensato segundo a sua insensatez para que não te tornes
semelhante a ele;
5 responde, todavia, ao insensato segundo a sua insensatez para que não pareça
sábio em seu próprio conceito.
6 Aquele que envia uma mensagem por um mensageiro tolo procura para si mesmo
um opróbrio por seus próprios meios.
7 É tão fácil tirar o movimento das pernas quanto afastar a transgressão da boca
dos tolos.
8 Aquele que amarra a pedra na funda é como o que dá glória ao insensato.
9 Espinhos crescem na mão de um bêbado, e a servidão nas mãos dos tolos.
10 A carne dos tolos padece muitas dificuldades, porque a sua fúria não lhe serve
para nada.
11 Como um cão que vai para o seu próprio vômito tornando-se abominável, assim é
o tolo que em sua maldade retorna para o seu próprio pecado. (26: 11A) Há um
envergonhar-se que é trazido pelo pecado, e há um envergonhar-se que é glória e
graça.
12 Vi um homem que parecia sábio aos seus próprios olhos. Contudo, há mais
esperança para o tolo do que para ele.
13 O preguiçoso, quando enviado em uma missão, diz: Há um leão nos caminhos, e
assassinos nas ruas!
14 Como uma porta gira em suas dobradiças, assim um preguiçoso revolve-se em
sua cama.
15 O preguiçoso, tendo escondido a própria mão no seu seio, não poderá levá-la à
boca.
16 O preguiçoso parece para si mesmo mais sábio do que aquele que, com sucesso,
traz a resposta de uma mensagem.
17 Como aquele que segura na cauda de um cão, assim é o que se faz defensor da
causa de outrem.
18 Como aqueles que dizem boas palavras aos homens mas necessitam de correção,
e como aquele que apresenta a proposta em primeiro lugar mas é derrotado,
19 assim são os que armam emboscadas aos seus próprios amigos e, quando
descobertos, dizem: Fi-lo por brincadeira.
20 Com muita lenha o fogo aumenta; porém, onde não há um homem de mente
falsa a luta cessa.
21 A lareira é para os carvões e a lenha para o fogo; mas o homem rixoso é para o
tumulto da contenda.
22 As palavras de desonestos astutos são suaves, mas atingem até mesmo as partes
mais íntimas das entranhas.
23 A prata desonrosamente dada deve ser considerada como um caco de barro;
lábios suaves encobrem um coração cruel.
24 Um inimigo lastimoso promete todas as coisas com os seus lábios, mas em seu
coração ele prepara o engano.
25 Ainda que o teu inimigo te exalte com grande voz não concordes com ele,
porque no seu coração há sete abominações.
26 Aquele que esconde a inimizade engendra o engano; contudo, sendo facilmente
discernido, expõe os seus pecados nas assembleias públicas.
27 O que cava um poço para o seu próximo cairá nele, e aquele que rola uma pedra
o faz sobre si mesmo.
28 A língua mentirosa odeia a verdade, e uma boca não não guardada causa
tumultos.
Provérbios - Capítulo 27
1 Não te glorias do amanhã, porque não sabes o que trará o dia seguinte.
2 Louve-te o teu próximo, e não a tua própria boca; um estranho, e não os teus
próprios lábios.
3 A pedra é pesada, e a areia um fardo, mas a ira de um tolo é mais pesada do que
ambas.
4 A ira é impiedosa e a raiva aguda; contudo, a inveja não releva nada.
5 Repreensões abertas são melhores do que um amor secreto.
6 As feridas de um amigo são mais confiáveis do que os beijos de um inimigo.
7 A alma saciada despreza favos de mel; entretanto, para uma alma faminta até as
coisas amargas parecem doces.
8 Como quando um pássaro desce, voando, de seu próprio ninho, assim o homem é
levado à escravidão sempre que se afasta de seu próprio lugar.
9 O coração se deleita em unguentos, vinhos e perfumes, mas a alma é abatida
pelas calamidades.
10 Ao teu amigo e ao amigo de teu pai não desampares, e quando estiveres
angustiado não entres na casa de teu irmão. Melhor é um amigo que está perto do
que um irmão que vive longe.
11 Filho, sê sábio para que o teu coração se regozije, e afasta de ti as palavras de
reprovação.
12 O sábio, quando os males se aproximam, esconde-se; os tolos, entretanto, vão
adiante e são punidos.
13 Retira o manto de um homem quando o escarnecedor passa aquele que destrói
os bens de outrem.
14 Quem quer que abençoa a um amigo pela manhã em grande voz parecerá não
diferir daquele que o amaldiçoa.
15 Num dia de tempestade goteiras de chuva expulsam um homem da sua casa;
assim, também, uma mulher rixosa expulsa um homem da sua própria casa.
16 O vento do norte é forte, mas é chamado por um nome propício.
17 O ferro aguça o ferro, e um homem aguça o semblante de seu amigo.
18 Aquele que planta uma figueira comerá dela os frutos; da mesma forma, o que
espera no seu próprio senhor será honrado.
19 Assim como os rostos não são iguais a outros rostos, também não o são os
pensamentos dos homens.
20 O inferno e a destruição não se saciam. Também os olhos dos homens
insaciáveis. (27: 20A) Aquele que fixa o seu olho é uma abominação ao Senhor, e os
que são incultos não restringem a sua língua.
21 O fogo prova a prata e o ouro, e um homem é julgado pela boca dos que o
louvam. (27: 21A) O coração do transgressor busca males, mas o coração correto
procura o conhecimento.
22 Ainda que açoites o insensato, desonrando-o no meio do concílio, não removerás
dele, de maneira alguma, a sua insensatez.
23 Conhece bem o número das tuas ovelhas e cuida dos teus rebanhos,
24 porque um homem não tem força e poder para sempre, nem o transmite de
geração em geração.
25 Cuida da erva no campo, corta a grama e ajunta o feno da montanha
26 a fim de que tenhas lã de ovelhas para vestir-te, e presta atenção à tua terra para
que tenhas cordeiros.
27 Filho meu, tens recebido de mim palavras mui proveitosas para a tua vida e para
a vida dos teus servos.
Provérbios - Capítulo 28
1 O ímpio foge quando ninguém o persegue, mas o justo é confiante como um leão.
2 Por causa dos pecados dos homens ímpios levantam-se disputas; o homem sábio,
entretanto, as extinguirá.
3 Um homem ousado oprime os pobres com atos ímpios, como uma chuva
impetuosa e abundante,
4 de modo que os que abandonam a lei louvam a impiedade; todavia, aqueles que
amam a lei fortificam-se com um muro.
5 Homens maus não entenderão o juízo, mas os que buscam ao Senhor
compreenderão tudo.
6 Um homem pobre andando na verdade é melhor do que um rico mentiroso.
7 O filho sábio guarda a lei, mas aquele que se apega à devassidão desonra ao seu
pai.
8 Aquele que aumenta as suas riquezas pelas usuras e ganhos injustos ajunta-a para
o que tem piedade dos pobres;
9 aquele que desvia o seu ouvido de ouvir a lei também faz abominável a sua
oração;
10 aquele que faz errar homens justos, de maneira maligna, ele próprio cairá em
destruição. O transgressor também passará pela prosperidade, mas não entrará
nela.
11 O homem rico é sábio aos seus próprios olhos; um homem pobre e inteligente,
contudo, o condenará.
12 Pela ajuda dos justos surge grande glória; porém, nos lugares dos ímpios os
homens são apanhados.
13 O que encobre a sua própria impiedade não prosperará, mas aquele que culpa a si
mesmo será amado.
14 Bem-aventurado o homem que teme religiosamente, e não se afasta disso; o de
coração duro, porém, cairá em tristezas.
15 Um leão faminto e um lobo sedento é aquele que, sendo pobre, governa uma
nação miserável.
16 O rei que necessita de dinheiro é um grande opressor, mas o que aborrece a
injustiça viverá por muito tempo.
17 Aquele que se torna refém por um homem acusado de assassinato será exilado e
não estará em segurança. (28: 17A) Castiga ao teu filho e ele te amará, honrando a
tua alma, e não seguirá a uma nação pecadora.
18 O que anda com justiça recebe ajuda, mas aquele que anda em caminhos
tortuosos será envolvido por eles.
19 Aquele que lavra a sua própria terra saciar-se-á de pão; porém, o que segue a
ociosidade terá abundância de pobreza.
20 Um homem digno de crédito será muito abençoado, o ímpio, todavia, não ficará
impune.
21 Aquele que não reverencia as pessoas dos justos não é, igualmente, bom. Tal
homem venderá o seu semelhante por um pedaço de pão.
22 O invejoso apressa-se para ser rico, mas não sabe que o misericordioso terá
domínio sobre ele.
23 Quem repreender os caminhos de um homem terá mais favor do que aquele que
o lisonjear com a língua.
24 Aquele que expulsa o pai ou a mãe, acreditando que não peca, está na mesma
situação de um homem ímpio.
25 O incrédulo julga precipitadamente, mas o que confia no Senhor agirá com
cuidado.
26 Aquele que confia na ousadia de seu coração é um tolo; porém, o que anda em
sabedoria ficará seguro.
27 O que dá ao pobre não terá necessidade; aquele, entretanto, que desviar dele o
seu olho achar-se-á em grande angústia.
28 Nos lugares dos ímpios os justos choram; contudo, na sua destruição multiplicar-
se-ão.
Provérbios - Capítulo 29
1 Aquele que repreende é melhor do que o homem de dura cerviz, porque, quando
este for provado pelo fogo, de repente, não haverá cura.
2 Quando os justos forem louvados o povo se alegrará; porém, governando o ímpio
os homens chorarão.
3 Quando um homem ama a sabedoria o seu pai se alegra, mas o que mantém
prostitutas desperdiçará riquezas.
4 O rei justo estabelece um país; o transgressor, entretanto, o destrói.
5 O que estende uma rede no caminho de seu amigo enreda nela os seus próprios
pés.
6 Um grande laço é espalhado para o pecador, mas o justo estará em alegria e
contentamento.
7 O homem justo sabe como julgar aos pobres; o ímpio, porém, não compreende o
verdadeiro conhecimento, e o pobre não o tem em sua mente.
8 Homens sem lei poem fogo em uma cidade; os sábios, entretanto, desviam a ira.
9 O homem sábio julgará as nações, porém o homem sem valor se enfurece, ri e não
teme.
10 Homens sanguinários odeiam ao que é santo; os justos, contudo, buscam a sua
alma.
11 O tolo profere tudo o que está em sua mente, mas o sábio a resguarda.
12 Quando um rei aceita ouvir linguagem injusta, todos os seus súditos são
transgressores;
13 quando o credor e o devedor se reúnem, o Senhor os supervisiona;
14 quando um rei julga os pobres em verdade o seu trono será estabelecido para
testemunho.
15 Os vergões e as repreensões trazem sabedoria, mas uma criança desobediente
desonra aos seus pais.
16 Quando os ímpios abundam, também os pecados abundam; porém, quando eles
caem, os justos são advertidos.
17 Castiga ao teu filho e ele te dará descanso, e honrará a tua alma.
18 Não haverá mediador para uma nação pecadora, mas aquele que observa a lei
será abençoado.
19 O servo teimoso não poderá ser reprovado por palavras, porque, mesmo que
entenda ainda assim não obedecerá.
20 Se vires um homem precipitado nas suas palavras sabe que há mais esperança
para o tolo do que para ele.
21 Aquele que vive desregradamente desde a sua meninice será servo e, no final,
afligirá a si mesmo.
22 O homem furioso suscita a contenda, e o passional desenterra o pecado.
23 O orgulho leva um homem para baixo, mas o Senhor sustenta os humildes com
honra.
24 Aquele que compartilha com um ladrão odeia a sua própria alma, assim como o
que ouve uma maldição ser proferida e não diz nada.
25 Aqueles que, sem motivo, temem e reverenciam aos homens são derrubados,
mas o que confia no Senhor se alegrará. A impiedade faz com que o homem
tropece, mas o que confia no seu senhor estará seguro.
26 Muitos esperam o favor dos governantes, mas é do Senhor que a justiça vem
para o homem.
27 O homem justo é abominável para o injusto, e o caminho reto uma abominação
para o pecador.
Provérbios - Capítulo 30
1 Estas coisas diz o homem aos que confiam em Deus. E eu aqui termino.
2 Porque sou o mais simples de todos os homens, não havendo em mim a sabedoria
dos homens.
3 Deus ensinou-me a sabedoria, e entendo o conhecimento do Santo.
4 Quem subiu aos céus e desceu? Quem recolheu os ventos em seu seio? Quem
envolveu as águas em uma veste? Quem tem o domínio sobre as extremidades
todas da terra? Qual é o seu nome, ou qual é o nome de seu filho?
5 Porque todas as palavras de Deus são provadas no fogo, e ele defende aqueles
que o reverenciam.
6 Não acrescentes nada às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado
mentiroso.
7 Duas coisas te peço: não retires de mim o teu favor, antes que eu morra;
8 afasta de mim a vaidade e a falsidade, e não me dês riqueza nem pobreza.
Concede-me, porém, o que é necessário e suficiente,
9 para que eu não fique farto e torne-me à falsidade, dizendo: Quem me vê? Ou,
empobrecido, venha a roubar e a jurar em vão pelo nome de Deus.
10 Não entregues um servo nas mãos do seu senhor, para que não te amaldiçoe e
sejas completamente destruído.
11 Uma geração perversa amaldiçoa a seu pai, e não abençoa a sua mãe;
12 uma geração perversa julga-se justa, porém não purifica o seu próprio caminho;
13 uma geração perversa tem olhos altivos, e exalta-se com as suas pálpebras;
14 uma geração perversa tem espadas por dentes e mandíbulas como facas, para
destruir e devorar os humildes da terra, e os pobres dentre os homens.
15 A sanguessuga tinha três filhas, muito amadas, e estas três não a satisfaziam;
também a quarta não ficava satisfeita, a ponto de dizer: Já é suficiente.
16 O sepulcro, o amor de uma mulher e a terra sedenta, assim como a água e o fogo,
não irão, jamais, dizer: Já é suficiente.
17 O olho que ri desprezando um pai, e desonrando a velhice de uma mãe, que os
corvos dos vales o biquem e os filhotes das águias o devorem.
18 Além disso, há três coisas para mim impossíveis de compreender, e a quarta eu
desconheço:
19 o rasto de uma águia que voa, os caminhos de uma serpente sobre a rocha, os
rastos de um navio que atravessa o mar e os caminhos de um homem na sua
juventude.
20 Tal é o caminho de uma mulher adúltera que, lavando-se do que fez diz que não
cometeu nada errado.
21 Por três coisas a terra fica perturbada, e a quarta ela não pode suportar:
22 se vier um servo a reinar; se ficar um tolo farto de comida;
23 se uma serva expulsar a sua própria senhora; se uma mulher odiosa casar-se com
um homem bom.
24 Há quatro coisas muito pequenas na terra, as quais são, entretanto, mais sábias
do que os sábios:
25 as formigas que, sendo fracas, ainda assim preparam a sua comida no verão;
26 os coelhos, que também são uma raça fraca mas fazem as suas casas nas rochas;
27 os gafanhotos, que não têm rei, porém marcham ordenadamente a um só
comando;
28 e a salamandra, que se sustém pelas próprias mãos e é fácil de apanhar, contudo
habita nas fortalezas dos reis.
29 Há três coisas que tem um andar gracioso, e uma quarta que passa andando de
forma elegante:
30 o filhote de leão, mais forte do que todos os animais, que não se desvia nem
teme a qualquer outro animal;
31 o galo, que anda com altivez entre as galinhas; o bode, que conduz o seu
rebanho; e um rei, falando públicamente diante de uma nação.
32 Se te entregares ao gozo, e se apontares a tua mão numa discussão, serás
desonrado.
33 Se bateres o leite haverá manteiga, e se apertares as narinas de alguém sairá
sangue; da mesma forma, se produzires muitas palavras haverá contendas e
contendas.
Provérbios - Capítulo 31
1 Minhas palavras, que foram ditas, vieram de Deus; a fala oracular de um rei, a
quem a sua mãe instruía:
2 O quê, meu filho, guardarás? O quê? As palavras de Deus! Meu primogênito, eu te
pergunto: O quê guardarás, filho do meu ventre? O quê, filho dos meus votos?
3 Não dês a tua riqueza para as mulheres; não entregues a tua mente e o teu viver
ao remorso. Faze todas as coisas com conselho e bebe vinho com moderação.
4 Os príncipes são propensos à ira. Não bebam vinho, portanto,
5 para que não aconteça que, tendo bebido, esqueçam-se da sabedoria e não sejam
mais capazes de julgar corretamente os pobres.
6 Dai bebida forte aos que estão tristes e vinho aos que sofrem,
7 para que se esqueçam da sua pobreza e não se lembrem mais dos seus problemas.
8 Abre a tua boca com a palavra de Deus e julga a todos justamente.
9 Abre a tua boca e julga com justiça, defendendo a causa do pobre e do fraco.
10 Quem encontrará a mulher virtuosa? Pois que ela é mais valiosa do que pedras
preciosas.
11 O coração de seu marido confia nela. Não sente ele necessidade de finos espólios,
12 uma vez que ela emprega toda a vida que possui para o seu bem.
13 Juntando lã e linho, faz disto uma ocupação útil para as suas mãos.
14 É ela como um navio que negocia muito longe; desta forma, busca o seu
sustento.
15 Levanta-se de noite e dá de comer à sua casa, designando tarefas para as suas
servas;
16 ela vê uma fazenda e a compra, e com o fruto das suas mãos planta uma
possessão;
17 fortemente cinge os próprios lombos e fortalece os seus braços para o trabalho.
18 Ela, por sua experiência, vê que o trabalho é bom, e a sua lâmpada não se apaga
por toda a noite;
19 estende os seus braços para as obras necessárias e aplica as suas mãos ao fuso.
20 Ela abre as suas mãos para os necessitados, dando alimento aos pobres.
21 Seu marido não se preocupa com os que ficaram em casa quando se demora em
qualquer lugar no estrangeiro, porque sabe que toda a sua casa está bem vestida.
22 Faz ela, para o seu marido, roupas de dupla textura e vestes de linho fino
escarlate,
23 e ele torna-se uma pessoa distinta nas portas, quando se assenta em conselho
com os antigos habitantes da terra.
24 Ela faz linho fino e vende cintos aos cananeus; abre a sua boca com prudência e
propriedade, controlando a sua língua;
25 ela se veste de força e honra, alegrando-se nos seus últimos dias;
26 ela abre a sua boca com sabedoria e conforme a lei.
27 Os caminhos da sua casa são planejados, não comendo ela o pão da ociosidade.
28 Sua benignidade para com os seus filhos os predispõe para ela, e eles se
enriquecem; por isto o seu marido a louva.
29 Muitas filhas obtiveram riquezas, muitas têm se portado valentemente; tu,
porém, tens excedido e ultrapassado a todas.
30 Os encantos são falsos e a beleza da mulher é vã, porquanto a mulher sábia é
que é abençoada. Que ela louve, portanto, o temor do Senhor.
31 Deem-lhe do fruto de seus lábios, e o seu marido seja louvado nas portas.
ECLESIASTES
Eclesiastes - Capítulo 1
Eclesiastes - Capítulo 2
1 Disse eu, no meu coração: Vem, provar-te-ei com a alegria, e conhecerás o bem. E
eis que também isso era vaidade.
2 Eu disse ao riso: Loucura! E à alegria: Por que ages assim?
3 Procurei saber se o meu coração iria trazer regozijo para a minha carne, como
quem faz uso do vinho (embora o meu coração me guiasse com sabedoria),
lançando mão da alegria até ver o que é melhor para os filhos dos homens, para que
nele se aplicassem debaixo do sol por todos os dias de sua vida.
4 Também aumentei as minhas obras: construí casas para mim mesmo, e plantei,
para mim, vinhas;
5 fiz para mim jardins e pomares, plantando neles todo o tipo de árvore frutífera;
6 fiz tanques de águas para regar com a sua água as árvores de boa madeira;
7 adquiri servos e servas, e servos nasceram para mim na minha casa. Também tive a
posse de abundantes rebanhos e de gado, mais do que todos os que houveram
antes de mim em Jerusalém.
8 Além disso, ajuntei para mim prata e ouro, e os tesouros peculiares de reis e
províncias; busquei para mim cantores e cantoras, as delícias dos filhos dos homens.
Tive um copeiro-chefe e serviçais do sexo feminino.
9 Engrandeci-me, avançando para além dos que houveram antes de mim em
Jerusalém. Também a minha sabedoria foi firmada para mim,
10 e tudo o que desejaram os meus olhos não lhes neguei. Não abstive o meu
coração de qualquer alegria, porquanto ele se alegrou em todo o meu trabalho e
esta foi a minha recompensa por ele.
11 Então, olhei para as minhas obras todas, as quais fizeram as minhas mãos, e para
o meu trabalho, que esforcei-me por executar, e eis que era tudo vaidade e
obstinação do espírito, não havendo nenhuma vantagem sob o sol.
12 E detive-me para examinar a sabedoria, a loucura e a estultícia. Pois quem é o
homem que seguirá o conselho em todas as coisas nos quais ele é empregado?
13 Vi, então, que a sabedoria supera a loucura tanto quanto a luz supera a escuridão.
14 Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o tolo anda nas trevas. Percebi,
contudo, que um mesmo evento deverá suceder a todos eles.
15 E eu disse no meu coração: Como acontece com o tolo assim acontecerá para
mim; sim, para mim mesmo. E para que fim adquiri a sabedoria? E disse mais, no
meu coração: Também isso é vaidade, porque o tolo também fala de sua
abundância,
16 e não há lembrança do sábio, juntamente com o tolo, para sempre; pois, tanto
agora como nos dias vindouros, todas as coisas serão esquecidas. Todavia, como
deverá o sábio perecer da mesma forma que o tolo?
17 Odiei, portanto, a vida, porque todo o trabalho que fora feito sob o sol parecia
mau diante de mim. Tudo era vaidade e obstinação de espírito.
18 E odiei todo o meu trabalho que realizei debaixo do sol, porquanto irei deixá-lo
para o homem que virá depois de mim.
19 E quem sabe se este será sábio, ou um tolo? Terá ele poder sobre todo o meu
trabalho no qual eu me esforcei e pelo qual adquiri sabedoria debaixo do sol?
Também isso é vaidade.
20 Então, busquei afastar do meu coração a lembrança de todo o meu trabalho, no
qual eu já havia me afadigado sob o sol.
21 Pois há um homem cujo trabalho é feito com sabedoria, ciência e poder; no
entanto, tal homem deverá entregar a sua porção para aquele que não se afadigou
nela. Também isso é vaidade e um grande mal,
22 uma vez que isso acontece com um homem em relação a todo o seu trabalho e
ao propósito do seu coração em que se afadiga debaixo do sol.
23 Porque todos os seus dias são de dores, e a aflição de espírito lhe pertence; nem
durante a noite o seu coração descansa. Também isso é vaidade.
24 O homem não considera nada realmente bom para comer e beber, e para
mostrar a sua alma como agradável, em sua provação. Isto, também, eu vi que vem
da mão de Deus.
25 Pois quem poderá comer ou beber sem ele?
26 Verdadeiramente, Deus deu ao homem que é bom diante dele sabedoria,
conhecimento e alegria; mas ao pecador deu trabalho, para ele acrescentar e
ajuntar, para que possa dar ao que é bom diante de Deus. E também isso é vaidade
e obstinação do espírito.
Eclesiastes - Capítulo 3
Eclesiastes - Capítulo 4
1 Voltei-me, e vi todas as opressões que se fazem debaixo do sol. Eis as lágrimas dos
oprimidos; todavia, eles não tinham consolador, e o poder estava do lado dos que
os oprimiam. Eles, entretanto, não tinham consolador.
2 Então, considerei todos os mortos que já haviam partido mais do que os que ainda
vivem, mais do que todos quantos estão vivos até agora.
3 Melhor do que estes é aquele que ainda não nasceu e que não viu, ainda, toda a
má obra que se faz debaixo do sol.
4 E vi que toda a obra e todo o trabalho diligente não passam da inveja de um
homem ao seu próximo. Também isso é vaidade e obstinação de espírito.
5 O tolo encruza as mãos e come a sua própria carne.
6 Todavia, melhor é um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de
problemas, com a obstinação do espírito.
7 Voltei-me, então, e vi a vaidade debaixo do sol.
8 Um existe que é sozinho, sem haver alguém com ele; sim, ele não tem filho nem
irmão e, contudo, não há fim para todo o seu trabalho nem os seus olhos se fartam
de riquezas. Pois, nesse caso, para quem trabalho eu, privando a minha alma do
bem? Também isso é vaidade e um problema maligno.
9 Melhor é serem dois do que um, já que eles têm melhor recompensa do seu
trabalho.
10 Porque se um cair o outro levanta o seu companheiro. Porém, ai do que estiver
só quando cair e não houver um outro, junto dele, para levantá-lo.
11 Além disso, se dois deitarem-se juntos ficarão aquecidos; entretanto, como
poderá alguém ser aquecido estando sozinho?
12 Da mesma forma, se alguém prevalecer contra um deles, os dois lhe resistirão;
um cordão de três dobras não se rebenta tão rápidamente.
13 Melhor é uma criança pobre e sábia do que um rei velho e insensato que não
consegue mais prestar atenção a nada.
14 Porquanto ele sairá da casa dos presos para reinar, uma vez que aquele que antes
reinava tornou-se pobre.
15 Vi todos os viventes que andavam debaixo do sol tendo ao seu lado os jovens que
se levantarão em seu lugar.
16 Não há um fim de todas as pessoas, de todos os que haviam antes deles; e o seu
sucessor não se alegrará nele, porque também isso é vaidade e obstinação de
espírito.
Eclesiastes - Capítulo 5
1 Guarda o teu pé sempre que fores à casa de Deus e quando te aproximares para
ouvir. Que o teu sacrifício seja melhor do que a oferta dos tolos, pois estes não
sabem que fazem o mal.
2 Não te apresses com a tua boca, nem esteja o teu coração pronto a pronunciar
qualquer palavra diante de Deus; porque Deus está no céu, acima, e tu estás sobre a
terra; sejam, por este motivo, poucas as tuas palavras.
3 Pois por meio da multidão de julgamentos vem o sonho, e a voz do tolo produz
uma infinidade de palavras.
4 Sempre que fizeres um voto a Deus não te demores para pagá-lo, pois ele não se
compraz em tolos. Paga, portanto, tudo o que tiveres prometido.
5 É melhor que não votes, do que votar e não pagar.
6 Não permitas que a tua boca conduza a tua carne ao pecado, e não digas, na
presença de Deus: Foi apenas um erro! para que Deus não se ire com a tua voz,
destruindo a obra das tuas mãos;
7 pois o mal existe em uma infinidade de sonhos, vaidades e muitas palavras.
Porém. tu, teme a Deus.
8 Se vires a opressão dos pobres e o torcer do juízo e da justiça na terra não te
admires da questão; porque há um mais alto para vigiar aquele que é alto, e outros
mais altos estão sobre eles.
9 A abundância da terra é de todos: também o rei é dependente do campo lavrado.
10 Aquele que ama o dinheiro não se fartará de prata. Quem é aquele tem amado o
ganho, na abundância do mesmo? Também isso é vaidade.
11 Na multidão de bens igualmente se multiplicam os que deles comem. Que
vantagem tem o seu proprietário, senão o direito de contemplá-los com os seus
olhos?
12 O sono de um servo é doce, quer coma pouco quer muito. Contudo, para quem
está enfastiado com a riqueza, não há quem o faça dormir.
13 Há um grave mal que vi debaixo do sol, qual seja, a riqueza que é mantida por
quem a possui para o seu próprio prejuízo.
14 Pois aquela riqueza terminará, vindo algum problema maligno. O homem gera
um filho e não fica nada em sua mão;
15 como saiu do ventre de sua mãe, nu, assim ele deverá voltar; e não receberá nada
pelo seu trabalho, para levar em sua mão.
16 E este é, também, um grave mal. Porque como veio assim também ele deverá
retornar. E qual é o seu ganho, para o qual trabalha em vão?
17 Sim, todos os seus dias passam-se nas trevas e em luto, e em muita tristeza,
enfermidade e furor.
18 Eis que tenho visto o bem, que é uma coisa boa para um homem o comer e
beber, e ver o fruto de todo o seu trabalho, no qual ele se afadiga sob o sol, pelo
número dos dias da vida que Deus lhe deu; pois este é o seu quinhão.
19 Sim, tal como é para cada homem a quem Deus deu riquezas e bens, e poder para
deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho. Este é o dom de Deus.
20 Pois não se lembrará muito dos dias de sua vida, porque Deus o perturba na
alegria de seu coração.
Eclesiastes - Capítulo 6
1 Há um mal que tenho visto debaixo do sol, o qual é abundante com os homens:
2 um homem a quem Deus irá conceder riquezas, bens e honra, e a sua alma não
sentirá falta de nada, de todas as coisas que ele vier a desejar. Contudo, Deus não
lhe dará poder para desfrutá-las, pois um estranho as irá devorar. Também isso é
vaidade e um grave mal.
3 Se um homem gerar cem filhos e viver muitos anos; sim, se forem abundantes os
dias da sua vida, todavia, se a sua alma não se fartar do bem e não tiver sepultura,
então eu diria: um aborto é melhor do que ele.
4 Porquanto veio na vaidade e parte em trevas, e o seu nome será coberto pela
escuridão.
5 Além disso, ele não viu o sol nem conheceu a paz. Não há mais descanso para este
do que para qualquer outro.
6 Ainda que tenha vivido para ver o retorno de milhares de anos ele, contudo, não
conheceu nenhum bem. E não vão todos para um mesmo lugar?
7 Todo o trabalho do homem é para a sua boca, todavia, ainda assim, o apetite não
se satisfaz.
8 Pois que vantagem tem o sábio sobre o tolo, uma vez que até mesmo o pobre
sabe como caminhar na direção da vida?
9 A visão dos olhos é melhor do que o vaguear da alma. Também isso é vaidade e
obstinação do espírito.
10 Se alguma coisa tem sido o seu nome já lhe foi dado, e sabe-se o que é o homem.
Nem pode ele contender com aquele que é mais forte do que ele.
11 Pois muitas coisas há que multiplicam a vaidade.
12 Que vantagem tem o homem? Quem sabe o que é bom para o homem em sua
vida, durante o número de dias da sua vida de vaidades? Pois ele passou-os como
uma sombra, e quem poderá dizer-lhe o que será depois dele debaixo do sol?
Eclesiastes - Capítulo 7
1 Um bom nome é melhor do que o óleo precioso, e o dia da morte é melhor do que
o dia do nascimento.
2 Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa do banquete, uma vez que este é o
fim de todos os homens; e aquele que está vivo dará bom aviso ao seu coração.
3 A tristeza é melhor do que o riso, porque na tristeza do rosto o coração se fará
melhor.
4 O coração do sábio está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da
alegria.
5 É melhor para o homem ouvir a repreensão de um sábio do que a canção dos
tolos.
6 Como o som dos espinhos debaixo de um caldeirão tal é o riso do tolo. Também
isso é vaidade.
7 A opressão torna louco um homem sábio, destruindo o seu nobre coração.
8 O fim de uma questão é melhor do que o início da mesma. O paciente é melhor do
que o altivo.
9 Não te apresses para irar-te no teu espírito, porquanto a ira repousará no seio dos
tolos.
10 Não digas: O que aconteceu que foram os dias passados melhores do que estes?
pois não é em sabedoria que perguntas a respeito disto.
11 A sabedoria é boa herança, e há uma vantagem nela para os que estão debaixo do
sol.
12 Pois a sombra da sabedoria é como a sombra da prata; todavia, a excelência do
conhecimento da sabedoria dará vida ao que a possui.
13 Eis as obras de Deus. Quem poderá endireitar aquilo a quem ele fez torto?
14 No dia da prosperidade goza da alegria, e considera no dia da adversidade que
Deus tem feito tanto um como o outro, para que o homem não possa encontrar
nada do que virá depois dele.
15 Tenho visto todas as coisas nos dias da minha vaidade. Há um homem justo que
perece na sua justiça, e há um ímpio que, em sua maldade, permanece.
16 Não sejas muito justo nem sejas muito sábio, para que não venhas a confundir-te.
17 Não sejas muito perverso e não sejas, também, obstinado, para que não morras
antes do teu tempo.
18 Bom para ti é que te apegues a isso pois, deste modo, não contaminarás a tua
mão. Para os que temem a Deus todas as coisas irão bem.
19 A sabedoria irá ajudar ao sábio mais do que dez governadores que hajam na
cidade,
20 pois não há um só homem justo sobre a terra que faça o bem sem pecar.
21 Também não dês atenção à todas as palavras que os ímpios proferem, para que
não ouças o teu próprio servo amaldiçoando-te.
22 Pois muitas vezes ele pecará contra ti e, repetidamente, afligirá o teu coração; da
mesma forma também tu tens amaldiçoado a outros.
23 Todas estas coisas tenho provado com a sabedoria. E disse eu: Serei sábio. Mas a
sabedoria estava longe de mim.
24 O que se encontra muito além daquilo que antes existia, e a uma grande
profundidade, quem o trará para fora?
25 Eu e o meu coração estivemos a conhecer e a analisar, a buscar a sabedoria e a
explicação de tudo, para entender a estupidez, os problemas e a loucura do homem
ímpio.
26 Então, encontrei-a, a qual direi ser mais amarga do que a morte, a mulher que é
uma armadilha, cujo coração é uma rede e que tem um laço em suas mãos. Aquele
que é bom aos olhos de Deus livrar-se-á dela; o pecador, entretanto, será apanhado
por ela.
27 Eis o que tenho encontrado, disse o pregador, examinando todas as coisas uma a
uma para descobrir a resposta
28 que a minha alma tem buscado (porém, ainda não a descobri). Encontrei um
homem como esperava dentre mil pessoas; uma mulher como esperava, dentre
todas estas, todavia, eu não encontrei.
29 Mas eis o que encontrei: que Deus fez o homem reto, contudo, os homens
inventaram muitos artifícios.
Eclesiastes - Capítulo 8
1 Quem conhece o sábio? E quem tem a interpretação de um provérbio? A sabedoria
do homem iluminará o seu semblante, entretanto, um homem de rosto
desavergonhado será odiado.
2 Observa o mandamento do rei, por causa da palavra do teu juramento feito a
Deus.
3 Não te apresses em sair da sua presença, e não te obstines no mal, pois ele fará
tudo o que quiser,
4 como um rei que detém o poder. E quem lhe dirá: Que fazes?
5 O que guarda o mandamento não experimentará o mal, e o coração dos sábios irá
reconhecer o tempo do juízo.
6 Pois para tudo há tempo e juízo. Para o homem, o seu conhecimento lhe parece
grande,
7 contudo, não há quem saiba o que há de ser. Pois quem lhe dirá o que há de ser?
8 Não há homem que tenha poder sobre o espírito para retê-lo, e não há poder
algum sobre o dia da morte; não há como fugir no dia da batalha, nem a impiedade
salvará o seu devoto.
9 Desta forma vi eu tudo isto, e apliquei o meu coração à toda a obra que se faz
debaixo do sol, e à todas as coisas nas quais o homem tem poder sobre o homem
para afligi-lo.
10 Vi os ímpios sendo levados para os sepulcros, e para fora do santuário. Eles
partiram e foram louvados na cidade, porquanto algo fizeram. Isso também é
vaidade.
11 Não há contradição entre os que se apressam a praticarem o mal, por isso o
coração dos filhos dos homens está totalmente determinado para fazê-lo.
12 O pecador também tem cometido o mal há tempos, e desde antigamente; no
entanto, sei que o bem estará com os que temem a Deus, para que temam diante
dele.
13 Mas não estará, o bem, com os ímpios, e não prolongarão os seus dias, que são
como uma sombra; porquanto, não temem diante de Deus.
14 Há uma vaidade que se produz sobre a terra: pessoas justas existem a quem
acontece de acordo com o proceder dos ímpios, e homens ímpios aos quais
acontece de acordo com o proceder dos justos. Portanto, eu disse: Também isto é
vaidade.
15 Então, louvei a alegria, porque não há bem algum para o homem debaixo do sol
senão comer, beber e alegrar-se; e isto o acompanhará no seu trabalho por todos os
dias da sua vida, a qual Deus lhe deu sob o sol.
16 Portanto, dispus o meu coração para conhecer a sabedoria e para observar a
angústia que se alastrou sobre a terra; porque nem de dia nem de noite tem o
homem sono em seus olhos.
17 E vi todas as obras de Deus, feitas para que o homem não possa descobrir aquilo
que se faz sob o sol. Tudo o que um homem se esforçar para buscar, por mais que
labute para buscá-lo, não o irá encontrar. Sim, por mais que o sábio afirme conhecê-
lo, não será capaz de o encontrar. Porquanto, tenho aplicado a tudo isso o meu
coração, e tudo isso ele viu.
Eclesiastes - Capítulo 9
1 Vi que os justos, os sábios e as suas obras estão nas mãos de Deus. Sim, não há
homem que reconheça o amor ou o ódio, embora estejam, todos, diante da sua
face.
2 A vaidade atinge a todos. O mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mal.
Tanto ao puro como ao impuro; tanto ao que sacrifica como àquele que não
sacrifica; como é o bom, assim é o pecador; como é o blasfemador, assim é aquele
que teme o juramento.
3 Há este mal em tudo quanto se faz debaixo do sol: que o mesmo acontece para
todos. Sim, o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade, e a loucura
aloja-se nele durante a sua vida; e, depois, eles se vão aos mortos.
4 Quem é aquele que está comunhão com todos os seres vivos? Há esperança para
ele, pois um cão vivo é melhor do que um leão morto.
5 Porque os vivos conhecem que haverão de morrer, mas os mortos não sabem
nada e não há mais nenhuma recompensa para eles, porquanto a sua memória foi
perdida.
6 Também o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram; sim, não há mais, para
sempre, nenhuma porção que lhes caiba em tudo o que se faz debaixo do sol.
7 Vai, come o teu pão com alegria e bebe o teu vinho com um coração feliz, pois
Deus tem, agora, aceito favoravelmente as tuas obras.
8 Que as tuas vestes sejam sempre alvas, e não permitas que o óleo esteja faltando
sobre a tua cabeça.
9 Olha para a vida junto da mulher que amas, por todos os dias da vida de tua
vaidade, os quais te são dados debaixo do sol; porque esta é a tua porção desta tua
vida e do teu trabalho, no qual te afadigas sob o sol.
10 Tudo quanto a tua mão achar para fazer faze-o com todas as tuas forças, pois não
há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria no inferno, para onde vais.
11 Voltei-me, então, e vi, debaixo do sol, que a corrida não é dos ligeiros, nem a
batalha dos fortes, assim como não é o pão para o sábio, a riqueza para os homens
de entendimento ou o favor para os homens de conhecimento; pois o tempo e a
oportunidade sucederão a todos eles.
12 Porquanto, certamente, o homem também não conhece o seu tempo. Como
peixes que se apanham com uma rede maligna, e como os pássaros que são presos
numa armadilha, assim os filhos dos homens são enlaçados pelo tempo mau
quando este se abate, de repente, sobre eles.
13 Isto também vi ser um exemplo de sabedoria debaixo do sol, o qual é grande
diante de mim:
14 suponhamos que houvesse uma pequena cidade, e poucos homens na mesma, e
que viesse contra ela um poderoso rei, cercando-a e construindo grandes baluartes
de encontro a ela.
15 Mas devesse encontrar-se nela um homem sábio e pobre, o qual salvaria a cidade
com a ajuda de sua sabedoria. Contudo, depois ninguém se lembraria mais daquele
pobre homem.
16 Então, eu disse: Melhor é a sabedoria do que o poder, ainda que a sabedoria do
homem pobre é desprezada e as suas palavras não são ouvidas.
17 As palavras dos sábios são ouvidas na quietude, mais do que os gritos dos que
governam na loucura.
18 Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra; contudo, um só pecador irá
destruir a muitos bens.
Eclesiastes - Capítulo 10
Eclesiastes - Capítulo 11
1 Envia o teu pão sobre a superfície das águas, pois encontrá-lo-ás depois de muitos
dias.
2 Reparte com sete, e, ainda, até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre
a terra.
3 Estando as nuvens cheias de chuva, derramam-na sobre a terra. Se uma árvore cair
para o sul, ou se ela cair para o norte, no lugar em que cair, ali ficará.
4 Aquele que observa o vento não semeia, e o que olha para as nuvens não ceifará.
5 Ninguém sabe qual é o caminho do vento. Assim como os ossos estão escondidos
no ventre de uma mulher grávida, também tu não conheces as obras de Deus, e
todas as coisas que ele irá fazer.
6 Pela manhã semeia a tua semente, e, à tarde, não permitas que a tua mão
esmoreça. Porque não sabes qual semente prosperará, se esta ou aquela, ou se
ambas serão igualmente boas.
7 Além disso, a luz é doce, e é bom para os olhos para ver o sol.
8 Pois mesmo que um homem deva viver muitos anos, gloriando-se em todos eles,
contudo, lembre-se dos dias de trevas, porque hão de ser muitos. E tudo o que vem
é vaidade.
9 Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e que o teu coração se regozije contigo nos
dias da tua juventude; anda nos caminhos do teu coração, inocentemente, e não
pela vista dos teus olhos. Contudo, sabe que por todas estas coisas Deus te trará a
juízo.
10 Retira, portanto, a tristeza do teu coração e afasta o mal da tua carne, porque a
juventude e a loucura são vaidade.
Eclesiastes - Capítulo 12
1 Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que os dias maus
venham e te alcancem os anos dos quais dirás: Não tenho prazer neles;
2 enquanto o sol e a luz não forem escurecidos, nem a lua e as estrelas, e enquanto
não retornarem as nuvens depois da chuva;
3 no dia em que os guardas da casa tremerem e os homens poderosos se
encurvarem, e as mulheres que trabalham no moinho cessarem, porque se
tornaram poucas, e estejam olhando atrás das janelas, na escuridão,
4 e fecharem-se as portas na praça do mercado, por causa da tibia voz daquela que
trabalha no moinho. Sobressaltar-se-á um homem à voz do pardal, todas as filhas da
música estarão abatidas
5 e olharão para o alto, e temores estarão pelo caminho; e florescerá a amendoeira,
o gafanhoto se multiplicará e a alcaparra será espalhada; porquanto o homem terá
ido à sua casa eterna, e os pranteadores andarão à volta do mercado;
6 antes que se solte o cordão de prata, que o ouro escolhido seja moído, que se
despedace o cântaro junto à fonte e quebre-se a tampa sobre a cisterna;
7 antes que o pó também retorne à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus,
que o deu.
8 Vaidade das vaidades, diz o pregador; tudo é vaidade.
9 E porque o pregador era sábio acima dos outros, por este motivo é que ele
ensinou ao homem excelente conhecimento, cujo ouvido esquadrinhará as
parábolas.
10 Procurou o pregador, diligentemente, encontrar palavras agradáveis e uma
escrita correta; palavras verdadeiras.
11 As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos firmemente encravados,
as quais foram dadas pelo único pastor, concordemente.
12 Além disso, meu filho, guarda-te delas. De fazer muitos livros não há fim, e o
muito estudar é enfado da carne.
13 Ouve a conclusão, a suma do assunto: Teme a Deus e guarda os seus
mandamentos, porque isto é tudo para o homem.
14 Porquanto Deus há de trazer a juízo toda a obra, juntamente com tudo o que tem
sido negligenciado, quer seja bom quer seja mau.
CÂNTICO DOS CÂNTICOS
2 Beije-me ele com os beijos da sua boca. Porque os teus seios são melhores do que
o vinho,
3 e o cheiro dos teus unguentos é melhor do que todas as especiarias. Teu nome é
unguento derramado, por isso as donzelas te amam.
4 Elas te chamam:
5 Eu sou morena, mas bela, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como
as cortinas de Salomão.
6 Não olheis para mim porque sou escura, porque o sol mirou, desfavoravelmente,
sobre mim. Os filhos de minha mãe contenderam comigo, fizeram-me guardar as
vinhas. Contudo, não guardei a minha própria vinha.
7 Diz-me, tu, a quem ama a minha alma, onde apascentas o teu rebanho, onde o
fazes descansar ao meio-dia, para que eu me torne como aquela que é guardada
nos rebanhos de teus companheiros?
8 Se não o sabes, ó formosa entre as mulheres, vai seguindo as pisadas das ovelhas,
e apascenta as tuas cabras próximo às tendas do pastor.
9 Tenho te comparado, minha companheira, aos meus cavalos nas carruagens de
Faraó.
10 Como são belas as tuas faces, tais como as de uma pomba, e o teu pescoço como
cadeias!
11 Faremos para ti enfeites de ouro com incrustações de prata.
15 Eis que és formosa, minha companheira; eis que és formosa! os teus olhos são
como pombas.
16 Eis que és formoso, meu espôso, sim, mui lindo, ofuscando o nosso leito!
17 As traves da nossa casa são cedros, e os nossos tetos são de cipreste.
3 Como a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu espôso entre os filhos.
Eu desejava a sua sombra, assentando-me, e o seu fruto era doce na minha
garganta.
4 Leva-me à adega do vinho; põe, diante de mim, o amor.
5 Fortalece-me com perfumes, sustenta-me com maçãs, porque estou ferida de
amor.
6 Sua mão esquerda estará debaixo da minha cabeça, e a sua direita abraçar-me-á.
7 Tenho-vos conjurado, ó filhas de Jerusalém, pelas potências e pelas virtudes do
campo, para que não levanteis ou acordeis o meu amado, até que queira.
8 A voz do meu espôso! Eis que ele vem saltando sobre os montes, pulando sobre
as colinas.
9 O meu espôso é semelhante ao gamo, ou ao filho do cervo sobre os montes de
Betel. Eis que ele está detrás de nosso muro, olhando pelas janelas, espreitando
através das treliças.
10 Fala o meu espôso, dizendo-me: Levanta-te, vem, minha companheira, formosa
minha, pomba minha.
11 Pois eis que já passou o inverno, e a chuva foi-se, para longe.
12 As flores são vistas na terra; o tempo da poda chegou. A voz da rola foi ouvida em
nossa terra.
13 A figueira já brotou seus figuinhos, as vinhas brotaram sua tenra uva. Eis que elas
exalam um perfume. Levanta-te, vem, minha companheira, formosa minha, pomba
minha! Sim, vem.
14 Tu és a minha pomba no abrigo da rocha, perto do muro. Mostra-me a tua face e
faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e é belo o teu rosto.
15 Apanhai-nos as raposinhas que estragam as vinhas, pois as nossas vinhas deram
uvas tenras.
16 O meu espôso é meu, e eu sou dele; ele apascenta seu rebanho entre os lírios.
17 Antes do dia amanhecer e de partirem as sombras, volta, meu espôso; faze-te
semelhante ao gamo ou ao filho do cervo nas montanhas de ravinas.
1 De noite, em meu leito, busquei aquele a quem ama a minha alma; procurei-o, mas
não o encontrei; chamei-o, porém, ele não me ouviu.
2 Levantar-me-ei, agora, e andarei pela cidade, pelos mercados e ruas, e buscarei
aquele a quem ama a minha alma. Procurei-o, mas não o encontrei.
3 Os guardas que fazem as suas rondas na cidade acharam-me. Perguntei: Tendes
visto aquele a quem ama a minha alma?
4 Pouco depois de afastar-me deles encontrei aquele a quem ama a minha alma.
Segurei-o, não o deixando ir, até que o trouxe à casa de minha mãe, ao quarto
daquela que me concebeu.
5 Tenho vos conjurado, ó filhas de Jerusalém, pelas potências e pelas virtudes do
campo, que não levanteis nem desperteis o meu amor, até que queira.
6 Quem é este que sobe do deserto como colunas de fumaça, perfumado de mirra e
incenso e de todos os pós do perfumista?
7 Eis o leito de Salomão! Sessenta valentes dos poderosos de Israel estão ao redor
dele.
8 Todos seguram uma espada, sendo experimentados na guerra; cada homem tem
a sua espada sobre a sua coxa, por causa do terror da noite.
9 O rei Salomão fez para si uma liteira de madeiras do Líbano.
10 Fez-lhe as colunas de prata, a parte inferior de ouro, a cobertura de escarlate, e
no seu meio um leito de amor, para as filhas de Jerusalém.
11 Saí, ó filhas de Sião, e contemplai o rei Salomão usando a coroa com a qual o
coroou sua mãe no dia de suas núpcias, no dia do júbilo do seu coração!
1 Eis que és formosa, minha companheira; eis que és formosa. São pombas os teus
olhos, ao lado do teu véu. Teu cabelo é como um rebanhos de cabras que surgiram
de Gileade.
2 Os teus dentes são como rebanhos de ovelhas tosquiadas, as quais subiram da
lavagem; todas carregam gêmeos, e não há uma só estéril entre elas.
3 Os teus lábios são como um fio de escarlate, e o teu falar é agradável; como a
casca de uma romã é o teu rosto sem o véu.
4 Teu pescoço é como a torre de Davi, que foi construída para ser um arsenal. Mil
escudos estão pendurados nela, e todos os dardos dos homens poderosos.
5 Os teus seios são como dois filhotes da gazela, gêmeos, que se apascentam entre
os lírios.
6 Antes de amanhecer o dia, e antes que nasçam as sombras, conduzir-me-ei ao
monte da mirra e ao outeiro do incenso.
7 Tu és toda formosa, minha companheira, e não há mancha alguma em ti.
8 Vem do Líbano, noiva minha, vem do Líbano! Virás, e passarás pelo topo do
Amana, pelo topo do Senir e do Hermon; pelas tocas dos leões, pelos montes dos
leopardos.
9 Minha irmã, esposa minha, tomaste o meu coração; tomaste o meu coração com
um dos teus olhares, com um dos colares do teu pescoço.
10 Quão formosos são os teus seios, minha irmã, esposa minha! Quanto mais
formosos são os teus seios do que o vinho, e o cheiro de tuas vestes do que todas
as especiarias!
11 Teus lábios gotejam favos de mel, minha esposa; mel e leite estão sob a tua
língua, e o cheiro das tuas vestes é como o cheiro do Líbano.
12 A minha irmã, minha esposa, é um jardim fechado; um jardim fechado, uma fonte
selada.
13 Teus rebentos são um jardim de romãs com frutos de bagas escolhidas; cânfora
com nardo;
14 nardo e açafrão, cálamo e canela, com todas as madeiras do Líbano; mirra e
aloés, com todas as principais especiarias;
15 a fonte de um jardim e um poço de águas brotando e borbulhando desde o
Líbano.
16 Levanta-te, vento norte, e vem, ó vento sul! Soprai sobre o meu jardim, e que as
minhas especiarias espalhem o seu perfume.
1 Venha o meu espôso ao seu jardim, e coma do fruto de suas bagas escolhidas.
Já vim ao meu jardim, minha irmã, minha esposa; já recolhi a minha mirra com as
minhas especiarias; comi o meu pão com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu
leite. Comei, ó amigos, e bebei. Sim, irmãos, bebei abundantemente.
2 Eu durmo, porém o meu coração está desperto; a voz do meu espôso ouve-se à
porta, dizendo: Abre, abre para mim, minha companheira, minha irmã, minha
pomba, perfeita minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, e os cachos
de meus cabelos das gotas da noite.
3 Já despi a minha túnica. Porque a colocaria de novo? Já lavei os meus pés, como
iria sujá-los?
4 O meu espôso estendeu a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas
moveram-se por ele.
5 Levantei-me para abrir ao meu espôso. Minhas mãos destilavam mirra, mirra
preciosa escorria dos meus dedos sobre as aldravas da fechadura.
6 Abri ao meu espôso, e o meu espôso já tinha ido embora. A minha alma ficou sem
voz. Procurei-o, mas não o encontrei; chamei por ele, mas não me respondeu.
7 Os vigias que fazem as suas rondas pela cidade encontraram-me, bateram-me, e
me feriram; os guardas dos muros tiraram-me o manto.
8 Tenho vos conjurado, ó filhas de Jerusalém, pelas potências e pelas virtudes do
campo. Se encontrardes o meu companheiro, o que lhe direis? Que eu estou ferida
de amor.
9 Que é o teu espôso mais do que outro espôso, ó formosa entre as mulheres? O
que é o teu espôso mais do que outro espôso, que assim nos tens conjurado?
17 Para onde foi o teu espôso, ó tu, mais formosa entre as mulheres? Para onde se
voltou o teu espôso? Dize-nos, e iremos contigo procurá-lo.
1 Meu espôso desceu ao seu jardim, aos canteiros de especiarias, para alimentar o
seu rebanho nos jardins e para colher os lírios.
2 Eu sou do meu espôso, e o meu espôso é meu. Ele alimenta o seu rebanho entre
os lírios.
9 Quem é este que se parece com a alva, formoso como a lua, formidável como o
sol, terrível como um exército em ordem de batalha?
10 Desci ao jardim das nogueiras para ver os frutos do vale, para ver se a videira
florira, se as romãs haviam florescido. Dar-te-ei, ali, os meus seios.
11 Minha alma não o sabia. Tornei-me como os carros de Aminadabe.
1 Teus passos são formosos em tuas sandálias, ó filha do príncipe! Os contornos das
tuas coxas são como correntes, trabalho de artesão.
2 O teu umbigo é como uma taça emborcada à qual não falta licor; o teu ventre é
como um monte de trigo cercado de lírios.
3 Os teus seios são como dois filhotes, gêmeos, da gazela.
4 Teu pescoço é como uma torre de marfim; teus olhos são como as piscinas em
Hesbom, às portas de Bate-Rabim; o teu nariz é como a torre do Líbano olhando na
direção de Damasco.
5 Sobre ti a tua cabeça é como o Carmelo, e os cachos de teu cabelo como a
escarlata. O rei está aprisionado nas galerias.
6 Quão bela e quão doce tu és, meu amor!
7 Esta é a tua grandeza, nas tuas delícias: foste feita como a palmeira, e os teus
seios como os seus cachos.
8 Eu disse: Subirei à palmeira, pegarei de seus altos ramos! Agora, serão os teus
seios como os cachos da vide, o cheiro do teu nariz como o de maçãs,
9 e a tua garganta como um bom vinho.
Vinho que agrada ao meu espôso, escorrendo pelos meus lábios e dentes.
10 Eu sou do meu espôso, e o seu desejo é para mim.
11 Vem, meu espôso, saiamos ao campo; alojemo-nos nas aldeias.
12 Vamos, cedo, para as vinhas. Veremos se a videira floriu, se as flores apareceram,
se as romãs já floresceram; dar-te-ei, lá, os meus seios.
13 As mandrágoras exalaram um perfume e às nossas portas há todo o tipo de
frutos excelentes, novos e velhos. Ó meu espôso, guardei-os para ti!
1 Quem dera, ó meu espôso, fosses tu, também, aquele que mamou nos seios de
minha mãe! Quando eu te encontrasse na rua beijar-te-ia; sim, e o outros não me
desprezariam.
2 Deter-te-ia, e te introduziria na casa de minha mãe, no quarto daquela que me
concebeu. Dar-te-ia a beber vinho aromático, o mosto das minhas romãs.
3 Sua mão esquerda estaria debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me
abraçaria.
4 Tenho vos conjurado, ó filhas de Jerusalém, pelas virtudes do campo, que não
levanteis nem desperteis o meu amado até que queira.
5 Quem é esta que surge toda de branco, inclinando-se sobre o seu espôso?
Fiz-te despertar, debaixo de uma macieira. Lá, a tua mãe te trouxe à luz; lá, aquela
que te carregou no ventre deu-te à luz.
6 Põe-me como um selo sobre o teu coração, como um selo sobre o teu braço,
porque o amor é forte como a morte, e o ciúme cruel como a sepultura. Suas
colunas são colunas de incêndio, são como as chamas do mesmo.
7 Muita água não será capaz de apagar o amor, e os rios não poderão afogá-lo. Se
alguém oferecesse todos os seus bens em troca do amor, os homens o
desprezariam completamente.
8 Nossa irmã é pequena e ainda não tem seios. O que faremos por nossa irmã, no
dia em que for pedida em casamento?
9 Se ela for um muro, construiremos sobre ela baluartes de prata; porém, se for
uma porta iremos esculpir para ela painéis de cedro.
10 Eu sou um muro, e os meus seios como as suas torres. Eu era, aos seus olhos,
como aquela que encontrou a paz.
11 Teve Salomão uma vinha em Baal-Hamon; entregou ele a sua vinha a uns guardas;
cada um deveria trazer, pelo seu fruto, mil peças de prata.
12 A minha vinha, sim, a minha própria vinha, está diante de mim; Salomão terá as
suas mil peças e, os que guardam o seu fruto, duzentas.
13 Tu que habitas nos jardins, os companheiros ouvem a tua voz; faz-me ouvi-la,
também.
14 Vem, de longe, meu espôso; sê como uma corça ou um cervo nas montanhas de
especiarias.
ISAÍAS
Isaías - Capítulo 1
1 A visão que Isaías, filho de Amós, viu, a qual ele teve contra Judá e contra
Jerusalém, no reinado de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, que reinaram em Judá.
2 Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porquanto o Senhor falou, dizendo: Eu gerei e
criei filhos, mas eles se rebelaram contra mim.
3 O boi conhece o seu dono, e o jumento a manjedoura do seu senhor, porém Israel
não me conhece, e as pessoas não me levam em consideração.
4 Ah, nação pecadora, povo cheio de pecados, semente maligna, filhos sem lei!
Tendes abandonado o Senhor e provocado o Santo de Israel.
5 Por que deveríeis ser feridos ainda mais, transgredindo cada vez mais? Toda a
cabeça está dolorida, e todo o coração triste.
6 Dos pés à cabeça não há nada são neles. Nem ferida, nem machucado, nem úlcera
supurada estão sarados; e não se pode aplicar um emplastro, nem óleo, nem
ataduras.
7 A vossa terra está assolada, as vossas cidades abrasadas pelo fogo. Vossa terra os
estranhos a devoram em vossa presença, e está desolada, subvertida por nações
estranhas.
8 A filha de Sião será abandonada como uma tenda em um vinhedo, como um
celeiro de frutos em um pepinal, como uma cidade sitiada;
9 ainda, se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência teríamos
sido como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra.
10 Ouvi a palavra do Senhor, vós poderosos de Sodoma; atendei à lei de Deus, vós
povo de Gomorra!
11 De que vale para mim a abundância de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou
farto de holocaustos de carneiros, e não me agrado da gordura dos cordeiros e do
sangue de touros e bodes;
12 nem deveis vós aparecer com estas coisas diante de mim. Pois quem tem exigido
estas coisas de vossas mãos? Não mais pisareis em meu tribunal.
13 Ainda que trouxerdes flor de farinha será em vão. O incenso é para mim
abominação; Eu não suporto as vossas luas novas e os vossos sábados, nem o vosso
grande dia;
14 o vosso jejum e descanso do trabalho, também as vossas luas novas e as vossas
festas, a minha alma os odeia. Tornastes-vos odiosos para mim. Não mais perdoarei
os vossos pecados.
15 Quando estenderdes as mãos, eu irei desviar de vós os meus olhos, e quando
fizerdes muitas súplicas não vos darei ouvidos; pois as vossas mãos estão cheias de
sangue.
16 Lavai-vos, ficai limpos; removei as iniquidades de vossas almas, diante dos meus
olhos; cessai de vossas iniquidades.
17 Aprendei a fazer o bem; buscai o juízo, livrai o que está injustamente sofrendo,
defendei a causa do órfão e obtende justiça para a viúva.
18 Então, vinde, argui-me, diz o Senhor, e ainda que os vossos pecados sejam como
a púrpura fá-los-ei brancos como a neve; embora eles sejam como a escarlata, irei
fazê-los brancos como a lã.
19 Se estiverdes dispostos, ouvindo-me, comereis o bem desta terra.
20 Contudo, se não estiverdes dispostos nem me ouvirdes uma espada há de
devorar-vos, porque a boca do Senhor o disse.
21 Como tem a cidade fiel, Sião, uma vez cheio de juízo, se tornado uma prostituta!
Cidade na qual a justiça habitava, e onde há, agora, homicidas.
22 Tua prata nada vale; teus comerciantes de vinho misturam o vinho com água;
23 os teus príncipes são rebeldes, companheiros de ladrões, amando os subornos,
indo atrás de recompensas, nunca pedindo pelos órfãos e não atendendo a causa
das viúvas.
24 Portanto, assim diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos: Ai dos valentes de Israel!
porquanto a minha ira não cessará contra os meus adversários, e executarei juízo
sobre os meus inimigos.
25 Colocarei a minha mão sobre ti, limpar-te-ei completamente e irei destruir o
rebelde, tirando de ti todos os transgressores.
26 Estabelecerei os teus juízes, como antes, e os teus conselheiros, como no
princípio; então serás chamada cidade de justiça, cidade-mãe fiel de Sião,
27 porque os seus cativos serão salvos pela justiça, e com misericórdia.
28 Os transgressores e os pecadores serão esmagados juntamente, e os que
deixarem ao Senhor totalmente consumidos.
29 Porquanto se envergonharão de seus ídolos, nos quais se deleitavam, e sentir-se-
ão envergonhados dos jardins que cobiçavam.
30 Pois serão como a árvore de terebinto que perdeu as suas folhas, e como o
jardim que não tem água.
31 A sua força será como um fio de estopa, e as suas obras como faíscas; os
transgressores e os pecadores serão queimados juntos, não havendo quem os
apague.
Isaías - Capítulo 2
Isaías - Capítulo 3
1 Eis que agora o Senhor, o Senhor dos Exércitos, tirará de Jerusalém e de Judá o
homem e a mulher poderosos, o suprimento de pão e o suprimento de água,
2 o grande e poderoso homem, o guerreiro e o juiz, o profeta, o conselheiro, o
ancião,
3 o capitão de cinquenta; como também o honorável conselheiro, o artífice sábio e
o ouvinte inteligente.
4 Farei de jovens os seus príncipes, e escarnecedores terão domínio sobre eles.
5 Então, o povo se levantará, um homem sobre outro homem; e cada um será
contra o seu próximo. A criança deverá insultar o homem mais velho, e o vil ao seu
senhor.
6 Portanto, um homem irá lançar mão de seu irmão, alguém da casa de seu pai,
dizendo-lhe: Tu tens roupa, sê nosso governador, e que o meu alimento seja da tua
responsabilidade.
7 Porém, respondendo ele, naquele dia, dirá: Eu não serei teu governador, pois não
tenho pão na minha casa nem vestes; e não irei ser o governante deste povo.
8 Porque Jerusalém está arruinada e Judá caiu, e as suas línguas falaram com
iniquidade, desobedientes, como tem sido, para com o Senhor.
9 Agora, pois, a sua glória foi abatida e a vergonha de seu semblante lhes tem
confrontado; todavia eles têm proclamado o seu pecado, como Sodoma, tornando-
o manifesto.
10 Ai de sua alma, pois criaram um mal conselho contra si mesmos, dizendo: Vamos
prender o justo, pois ele nos é pesado! Portanto, comerão dos frutos de suas obras.
11 Ai do transgressor! Males lhe sobrevirão, de acordo com as obras das suas mãos.
12 Ó meu povo, vossos exatores vos roubaram, e os que vos extorquem reinam
sobre vós. Ó meu povo, aqueles que vos declaram abençoados vos enganam,
pervertendo o caminho de vossos pés.
13 Porém agora o Senhor levantar-se-á para o julgamento, e entrará em juízo com o
seu povo.
14 O Senhor mesmo entrará em juízo contra os anciãos do povo e com os seus
governantes: Por que tendes incendiado a minha vinha, e por que está o espólio do
pobre em vossas casas?
15 Por que enganais o meu povo, envergonhando a face dos pobres?
16 Assim diz o Senhor: Porquanto as filhas de Sião são altivas e tem andado com o
pescoço esticado, com piscar de olhos e movimento dos pés; arrastando as caudas
de suas vestes e ao mesmo tempo troteando com os pés,
17 por este motivo o Senhor irá humilhar as principais filhas de Sião, e o Senhor irá
expor as suas formas, naquele dia;
18 o Senhor irá tirar a glória da sua roupa, os cachos e as franjas, as luas crescentes,
19 os colares, os ornamentos de seus rostos
20 e toda a variedade de gloriosos enfeites; os braceletes, as pulseiras, as obras
entretecidas, os anéis dos dedos, os ornamentos para a mão direita,
21 22 23 os brincos, as vestes com bordas vermelhas e as com motivos de púrpura,
os xales para serem usados em casa, os vestidos transparentes espartanos e
aqueles feitos com linho fino, os púrpuras e os vermelhos, o linho fino entrelaçado
com ouro e púrpura, as coberturas leves para os sofás.
24 E haverá, em vez de um doce cheiro, poeira; em vez de um cinto, cingir-te-ás com
uma corda; em vez de um ornamento de ouro para a tua cabeça terás a calvície por
conta de tuas obras; em vez de uma túnica com um motivo escarlate cingir-te-ás de
saco.
25 Teu mais belo filho, aquele a quem amas, cairá à espada; teus homens poderosos
cairão à espada e serão abatidos.
26 Os baús de teus ornamentos lamentar-se-ão, e serás deixada sozinha, nivelada
com o chão.
Isaías - Capítulo 4
Isaías - Capítulo 5
Isaías - Capítulo 6
1 E sucedeu, no ano em que o rei Uzias morreu, que eu vi o Senhor assentado num
trono alto e exaltado, e a casa estava cheia da sua glória.
2 Serafins o rodeavam. Cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o seu rosto,
com duas cobriam os seus pés e com duas voavam.
3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos
Exércitos! Toda a terra está cheia da sua glória!
4 Balançou o lintel à voz que proferiram, e a casa se encheu de fumaça.
5 Então, eu disse: Ai de mim, pois senti uma agulhada no meu coração! pois, sendo
apenas um homem e tendo lábios impuros, também habito no meio de um povo
com impuros lábios, e vi, com os meus próprios olhos, o Rei, o Senhor dos Exércitos!
6 E foi enviado para mim um dos serafins, o qual tinha na sua mão uma brasa que
ele havia tirado do altar com uma tenaz.
7 Ele tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios e irá remover as
tuas iniquidades, e limpar os teus pecados.
8 Então, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir a este
povo? E eu disse: Eis-me aqui, envia-me. E Ele disse: Vai, e dize a este povo:
9 Ouvireis, veradeiramente, contudo não entendereis; e vereis, de fato, porém não
percebereis.
10 Porque o coração deste povo tornou-se endurecido. Os seus ouvidos estão
surdos para ouvir e os seus olhos se fecharam; para que não vejam com os olhos,
ouçam com os ouvidos e entendam com o coração; e se convertam, e eu os cure.
11 Então, eu disse: Até quando, ó Senhor? E Ele respondeu: Enquanto as cidades
ficarem abandonadas, por motivo de não serem habitadas, e as casas, por motivo
de não haverem homens. E a terra ficará desolada.
12 Depois disto, Deus irá remover os homens para longe, e os que forem deixados
sobre a terra serão multiplicados.
13 Contudo, ainda restará sobre ela uma décima parte; e, novamente, isto será por
despojo, como uma árvore de terebinto, como uma bolota quando sai para fora de
sua casca.
Isaías - Capítulo 7
1 E sucedeu, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que subiram
Rezim, rei de Arã, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, contra Jerusalém, para
pelejar contra ela; porém, não puderam tomá-la.
2 E uma mensagem foi enviada para a casa de Davi, dizendo: Arã conspirou com
Efraim. Então, a sua alma ficou perturbada, assim como a alma de seu povo, tal
como na floresta uma árvore é sacudida pelo vento.
3 E disse o Senhor a Isaías: Sai para encontrar Acaz, tu e o teu filho Jezube, que foi
deixado, para o tanque do caminho elevado do campo do Lavandeiro,
4 e lhe dirás: Tem cuidado para ficares tranquilo; não temas nem deixes que a tua
alma desanime por causa destes dois tições fumegantes; pois, quando a minha ira
cessar, eu irei curar novamente.
5 E quanto ao filho de Arã e ao filho de Remalias, porquanto eles formaram um mau
conselho, dizendo:
6 Subiremos contra Judá e, tendo acertado com eles, faremos com que se voltem
para o nosso lado, e com que o filho de Tabeel reine ali.
7 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Esse conselho não subsistirá, nem irá suceder.
8 Porém, a cabeça da Síria é Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim; e, ainda,
dentro de sessenta e cinco anos, o reino de Efraim cessará de ser um povo.
9 Entretanto, a cabeça de Efraim é Samaria, e o cabeça de Samaria o filho de
Remalias. Todavia, se não o acreditardes, tampouco o haveis de entender.
10 E novamente o Senhor falou com Acaz, dizendo:
11 Pede para ti um sinal do Senhor, teu Deus, nas profundezas ou nas alturas.
12 Porém Acaz disse: Não pedirei nem tentarei ao Senhor.
13 Então, ele disse: Ouvi agora, ó casa de Davi: é uma coisa pequena para vós o
competirdes com os homens? Como, pois, contendereis contra o Senhor?
14 Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá no
seu útero, dando à luz a um filho, e por-lhe-eis o nome de Emanuel.
15 Manteiga e mel ele comerá antes que saiba tanto preferir o mal como escolher o
bem.
16 Pois antes que o menino conheça o bem ou o mal, ele recusará o mal para
escolher o bem. E a terra será desamparada, tal como temes, por causa dos dois
reis.
17 Contudo, Deus fará vir sobre ti, sobre o teu povo e sobre a casa de teu pai, dias
tais que nunca vieram desde o dia em que Efraim expulsou de Judá ao rei da Assíria.
18 E sucederá, naquele dia, que o Senhor assobiará para as moscas, estes insetos
que governam sobre uma parte do rio do Egito, e às abelhas que estão na terra da
Assíria.
19 Então, todos entrarão nas fendas da terra e nos buracos das rochas, nas cavernas
e em cada ravina.
20 Naquele dia, o Senhor virá barbear com a navalha contratada do rei da Assíria,
para além do rio, a cabeça e os cabelos dos pés, e também irá remover a barba.
21 E sucederá, naquele dia, que um homem deverá criar apenas uma novilha e duas
ovelhas.
22 Mas virá a acontecer, pela grande quantidade de leite disponível para beber, que
todo aquele que for deixado sobre a terra também comerá manteiga e mel.
23 E sucederá, naquele dia, em todos os lugares onde houverem mil vides do valor
de mil siclos, que tornar-se-ão terra seca e espinhos.
24 Os homens entrarão ali com arco e flecha, pois toda esta terra será um solo
estéril com espinhos.
25 E todo o monte será, certamente, arado. Nenhum temor de lá se aproximará,
porquanto entre o solo árido e os espinhos o gado deverá alimentar-se, e os bois
irão trilhar.
Isaías - Capítulo 8
Isaías - Capítulo 9
Isaías - Capítulo 10
Isaías - Capítulo 11
1 Naquele dia, dirás: Eu te abençoarei, ó Senhor! Porque te iraste contra mim, porém
desviaste a tua ira e tiveste pena de mim.
2 Eis que o meu Deus é o meu Salvador; confiarei nEle, e não temerei, porquanto o
Senhor é a minha glória e o meu louvor, e tornou-se a minha salvação.
3 Tirai, pois, com alegria, água das fontes da salvação.
4 Naquele dia, dirás: Cantai ao Senhor, invocai o seu nome em voz alta, proclamai os
seus feitos gloriosos entre os gentios; dizei que o seu nome é exaltado.
5 Cantai louvores ao nome do Senhor, porque ele tem feito grandes coisas. Declarai
isso em toda a terra.
6 Exaltai e alegrai-vos, vós os que habitais em Sião, pois o Santo de Israel é exaltado
no meio dela.
Isaías - Capítulo 13
Isaías - Capítulo 14
Isaías - Capítulo 15
1 Palavra contra a terra de Moabe. À noite, a terra de Moabe será destruída; porque,
à noite, será destruído o muro da terra de Moabe.
2 Lamentai por vós, pois até mesmo Dibom, onde o vosso altar está, será destruído.
Para ali subireis, para chorar por Nebo da terra de Moabe. Uivai! Calvície haverá em
cada cabeça, e todos os braços serão feridos.
3 Cingi-vos de sacos nas suas ruas e lamentai sobre os seus telhados, em suas praças
e em seus caminhos. Uivai todos vós, com choro.
4 Pois Hesbom e Eleale tem chorado; a sua voz foi ouvida até Jaaz. Portanto, os
lombos da região de Moabe clamam. Sua alma o saberá.
5 O coração da região de Moabe chora dentro dela, em direção à Zoar; como uma
novilha de três anos ela é e, na subida de Luíte. Irão eles chorando pelo caminho de
Horonaim. Ela chora, destruição e tremor.
6 As águas de Ninrim ficarão desertas e o seu pasto faltará, pois não haverá erva
verde.
7 Será Moabe liberto? Porque eu trarei os árabes sobre o vale, e eles o tomarão.
8 Pois o pranto atingiu a fronteira da região de Moabe, até Eglaim. Seu uivo será
ouvido tão longe como o poço de Elim,
9 e as águas de Dimon deverão ser preenchidas com sangue. Porquanto eu trago os
árabes sobre Dimom, e tirarei a semente de Moabe, de Ariel e do restante da terra.
Isaías - Capítulo 16
1 Enviarei como se fossem répteis sobre a terra. Não é o monte da filha de Sião uma
rocha desolada?
2 Pois serás como um filhote de pássaro, arrebatado de um pássaro que já voou;
assim serás, filha de Moabe, e também tu, ó Arnom!
3 Toma conselho de longe, e não cesses de fazer, para ti, um abrigo da dor. Eles
fogem em trevas ao meio-dia, e estão espantados. Cuida-te para que não sejas
levado cativo.
4 Os fugitivos de Moabe hospedar-se-ão contigo. Sereis, para eles, um abrigo da
face do perseguidor; pois a aliança foi retirada e o governante opressor
desapareceu da face da terra.
5 Porque um trono será estabelecido com misericórdia, e sobre ele assentar-se-á um
que estará com a verdade, no tabernáculo de Davi, julgando e sinceramente
buscando juízos, e apressando a justiça.
6 Ouvimos da soberba de Moabe. É ele muito orgulhoso. Porém, eu tenho cortado o
seu orgulho. A tua adivinhação não deverá ser assim; não, não assim.
7 Moabe uivará, pois andam todos pranteando na terra de Moabe. Deverás,
entretanto, ter cuidado com os que habitam em Sete, e não serás apanhado.
8 As planícies de Hesbom lamentar-se-ão, a vinha de Sibma. Engolindo as nações,
pisoteai as suas vides até Jazer. Não havereis de vir juntos, porém vagueareis no
deserto. Os que foram enviados estão abandonados, por terem ido para o mar.
9 Por isso, chorarei como com o pranto de Jazer pela vinha de Sibma. Hesbom e
Eleale tem derrubado as tuas árvores. Irei pisar a tua colheita e os teus vinhedos, e
todas as tuas plantas deverão cair.
10 Alegria e regozijo serão tirados das vinhas; não se pisarão as uvas nos lagares,
pois a vindima cessou.
11 Portanto, minhas entranhas soam como uma harpa por Moabe, e tens feito o
meu interior como um muro.
12 E será para a sua vergonha (pois Moabe cansa-se nos altares,) que ele estará com
os seus ídolos para orar, mas não serão capazes, de maneira alguma, de livrá-lo.
13 Esta é a palavra que o Senhor disse contra Moabe, quando ele falou.
14 Agora, pois, eu digo: em três anos, tais como os de um jornaleiro, a glória de
Moabe será desonrada com toda a sua grande riqueza.Serão deixados poucos em
número, e não mais serão honrados.
Isaías - Capítulo 17
1 Palavra contra Damasco. Eis que Damasco será tirada dentre as cidades, tornando-
se uma ruína.
2 Será abandonada para sempre, tornar-se-á um lugar de descanso para os
rebanhos; porém, não haverá ninguém para ir atrás deles.
3 Deixará ela de ser uma fortaleza para Efraim, para lá ele abrigar-se, porque não
haverá mais um reino em Damasco ou um remanescente para os sírios. Porquanto
não és melhor do que os filhos de Israel ou do que a sua glória. Assim diz o Senhor
dos Exércitos.
4 Haverá, nesse dia, um ofuscamento da glória de Jacó, e as riquezas da sua glória
serão abaladas.
5 Será como se alguém estivesse colhendo canas de trigo e arrancando o grão das
espigas; será como se alguém colhesse espigas em um vale rico,
6 havendo nele somente restolhos; ou como se os frutos de uma oliveira fossem
apenas dois ou três no galho mais alto, e quatro ou cinco devessem ser deixados em
seus ramos. Assim diz o Senhor, o Deus de Israel.
7 Naquele dia o homem confiará naquele que o fez, e os seus olhos se voltarão para
o Santo de Israel.
8 Não mais deverão eles confiarem, de maneira alguma, em seus altares nem nas
obras das suas mãos, que os seus próprios dedos fizeram; não irão mais olhar para
as árvores nem para as suas abominações.
9 Naquele dia as tuas cidades serão desertas, tal como os amorreus e os heveus
deixaram desertas as suas, por causa dos filhos de Israel, e tornar-se-ão ermas.
10 Porquanto abandonaste a Deus, o teu Salvador, e não te lembraste do Senhor,
que te ajuda. Por isso, plantarás uma planta falsa e uma falsa semente.
11 No dia em que a plantares, hás de ser enganado; se a semeares na parte da
manhã, a semente brotará para a colheita somente no dia em que houveres de
receber uma herança. Pois, como um pai, deixarás uma herança para teus filhos.
12 Ai da multidão de muitas nações, que é como o mar quando se levanta! Desta
maneira sereis confundidos, pois a força de muitas nações soará como a água;
13 muitas nações, como uma grande quantidade de água, como quando a água
corre violentamente. Eles te expulsarão e perseguir-te-ão longe, como o pó da
palha, quando os homens a espalham diante do vento, e como uma tempestade
fazendo rodopiar o pó que sai da roda do moinho.
14 Vindo o anoitecer, haverá tristeza e, antes da manhã, ela não mais existirá. Esta é
a porção dos que vos despojaram e a herança daqueles que roubaram a vossa
herança.
Isaías - Capítulo 18
1 Ai de vós, ó terra de navios, cujas asas se estendem além dos rios da Etiópia!
2 Ele envia mensageiros pelo mar e cartas de papel pela água; mensageiros velozes
deverão ir à uma nação altiva, à um povo estranho e agressivo. Quem está além
dela? Uma nação esquecida e pisoteada.
3 Agora, todos os rios da terra terão moradores como um país habitado; sua terra
será como quando um sinal é dado de uma montanha, o qual será audível tal qual o
som de uma trombeta.
4 Porque assim me diz o Senhor: Haverá segurança na minha cidade como a luz do
quente meio-dia, e será como uma nuvem de orvalho no dia da colheita.
5 Antes do tempo da colheita, quando a flor estiver completamente formada,
quando as uvas verdes tiverem brotado a sua flor, quando tiverem florescido, então
se tirarão os pequenos cachos com foices; tirar-se-ão os ramos pequenos, cortando-
os.
6 Ele os deixará, ajuntados, para as aves do céu e para as feras da terra; as aves do
céu reunir-se-ão sobre eles, e todos os animais da terra virão sobre eles.
7 Naquele tempo serão trazidos presentes para o Senhor dos Exércitos através de
um povo humilde e despojado, e de um povo grande, desde agora e para sempre.
Uma nação esperançosa e, contudo, pisoteada, a qual habita em uma parte de um
rio da sua terra, irá trazê-los para o lugar onde está o nome do Senhor dos
Exércitos, o monte Sião.
Isaías - Capítulo 19
1 A visão do Egito. Eis que o Senhor se assenta em uma nuvem ligeira e entra no
Egito. Os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o seu coração, dentro deles,
desmaiará.
2 Os egípcios se levantarão contra os egípcios. Um homem irá lutar contra o seu
irmão e contra o seu próximo; cidade contra cidade, lei contra a lei.
3 O espírito dos egípcios será perturbado dentro deles. Frustrarei o seu conselho, e
eles irão interrogar aos seus deuses e as suas imagens, aqueles que falam desde a
terra e aqueles que têm dentro de si um espírito de adivinhação.
4 Entregarei o Egito nas mãos de homens, de senhores cruéis, e reis cruéis
governarão sobre eles. Assim diz o Senhor dos Exércitos.
5 Os egípcios irão beber da água que está no mar, pois o rio esvaziar-se-á, até secar.
6 Secarão os ribeiros e os canais do rio. Cada reservatório de água ficará seco, como
também cada pântano de junco e papiro,
7 e toda a forragem verde nas margens do rio, tudo o que é semeado à beira do rio,
será queimado e ressecado pelo vento.
8 Os pescadores gemerão, e todo aquele que lança o anzol no rio também gemerá.
Os que lançam as redes e os pescadores se lamentarão.
9 Vergonha virá sobre aqueles que trabalham com linho e sobre os que fabricam
roupas de linho fino.
10 Os que para eles trabalham sofrerão, e todo aquele que fabrica a cerveja deverá
ficar entristecido, sentindo dor em sua alma.
11 Os príncipes de Zoã serão tidos por tolos; quanto aos sábios conselheiros do rei, o
seu conselho deverá ser transformado em loucura. Como haveis de dizer ao rei:
Somos filhos de homens sábios, filhos de antigos reis?
12 Onde estão agora os teus sábios? Que eles te declarem, agora, dizendo o que o
Senhor dos exércitos determinou contra o Egito.
13 Os príncipes de Zoã falharam, e os príncipes de Mênfis levantaram-se, com
orgulho, fazendo com que as tribos do Egito passassem a vagar;
14 pois o Senhor lhes tem preparado um espírito de erro, e eles fizeram errar o Egito
em todas as suas obras, como um que, estando bêbado, cambaleia e também
vomita.
15 Não haverá trabalho para os egípcios, aquele que faz a cabeça ou cauda, o início
ou o fim.
16 Naquele dia os egípcios serão como mulheres, amedrontados e a tremer por
causa da mão do Senhor dos Exércitos, que trará sobre eles.
17 Então, a terra dos judeus será um terror para os egípcios. Qualquer que para eles
a mencionar os fará sentirem temor, por causa do propósito que o Senhor dos
exércitos determinou contra eles.
18 Naquele dia haverá cinco cidades no Egito falando a língua de Canaã e jurando
pelo nome do Senhor dos exércitos. Uma delas será chamada de cidade de
Asdeque.
19 Naquele dia, haverá um altar ao Senhor na terra dos egípcios, e um pilar para o
Senhor em sua fronteira.
20 Será isto um sinal ao Senhor, para sempre, na terra do Egito, porque irão clamar
ao Senhor por causa dos que os afligem, e ele lhes enviará um homem que irá salvá-
los; ele os julgará e salvará.
21 Então, o Senhor se dará a conhecer aos egípcios, e eles conhecerão ao Senhor,
naquele dia; oferecerão sacrifícios, prometerão votos ao Senhor e pagá-los-ão.
22 Ferirá o Senhor aos egípcios com um golpe, mas, depois, os curará
completamente. Eles voltarão para o Senhor, que irá ouvi-los e curá-los totalmente.
23 Naquele dia haverá um caminho do Egito para a Assíria. Os assírios entrarão no
Egito, e os egípcios irão aos assírios; porém, os egípcios servirão aos assírios.
24 Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, abençoado na
terra que o Senhor dos Exércitos tem abençoado,
25 e dizendo: Bendito seja o meu povo que está no Egito e entre os assírios, e Israel,
minha herança.
Isaías - Capítulo 20
1 No ano em que Tartã veio à Azoto, tendo sido enviado por Sargom, rei da Assíria, e
guerreou contra Asdode, tomando-a,
2 o Senhor falou a Isaías, filho de Amoz, dizendo-lhe: Vai, tira o saco que está em
teus lombos e solta as sandálias de teus pés. Faze assim, indo nu e descalço.
3 E disse o Senhor: Como o meu servo Isaías andou nu e descalço por três anos,
haverão três anos de sinais e maravilhas para os egípcios e os etíopes;
4 porque assim levará o rei da Assíria os cativos do Egito e os etíopes, tanto jovens
como velhos, nus e descalços, com a vergonha do Egito exposta.
5 Então, os egípcios, tendo sido derrotados, envergonhar-se-ão dos etíopes, em
quem haviam confiado, pois eram a sua glória.
6 E os que habitam nesta ilha dirão, naquele dia: Eis que nós confiamos em fugir
para eles, que não puderam salvar-se do rei da Assíria. Como, então, seremos
salvos?
Isaías - Capítulo 21
Isaías - Capítulo 22
1 Palavra do vale de Sião. O que aconteceu-vos, que agora estais todos subindo aos
telhados que não vos podem ajudar?
2 A cidade está cheia de homens gritando. Teu mortos não foram mortos com
espadas, nem são os teus mortos aqueles que morreram na batalha.
3 Todos os teus príncipes fugiram, os teus cativos estão fortemente presos e os
homens poderosos que há em ti fugiram para longe.
4 Por esse motivo, eu disse: Deixai-me em paz, e chorarei amargamente. Não vos
esforceis para consolar-me pela ruína da filha do meu povo.
5 Porque este é um dia de alvoroço, de destruição e de atropelamento, e há
perplexidade enviada do Senhor dos Exércitos. Eles vagueiam no vale de Sião,
vagueiam nas montanhas, desde o menor até o maior.
6 Os elamitas tomaram as suas aljavas; homens montavam cavalos, e houve uma
reunião para a batalha.
7 E será que os teus vales escolhidos deverão ser preenchido com carros, e
cavaleiros irão bloquear as tuas portas.
8 Eles escancararão as portas de Judá e olharão, nesse dia, para as casas escolhidas
da cidade,
9 e irão descobrir as câmaras secretas das casas da cidadela de Davi. Viram, porém,
que eles eram muitos, e que alguém havia desviado a água da antiga piscina para a
cidade,
10 e que tinham derrubado as casas de Jerusalém para fortalecer os muros da
cidade.
11 Então, procurastes para vós mesmos água dentre os dois muros, na piscina
antiga, mas não olhastes para aquele que a fez desde o início e não considerastes
naquele que a criou.
12 E o Senhor, o Senhor dos Exércitos, fez uma conclamação, naquele dia, para
chorar e lamentar, para a calvície e para cingir o cilício.
13 Entretanto, eles se engajaram em gozo e alegria, matando bezerros e ovelhas
para comerem carne e beberem vinho, dizendo: Vamos comer e beber, porque
amanhã morreremos.
14 Estas coisas são reveladas aos ouvidos do Senhor dos exércitos; portanto, este
pecado não vos será perdoado, até que morrais.
15 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Vai para a câmara, para Sebna, o tesoureiro, e
diz-lhe: Por que estás aqui?
16 O que tens feito, que tens aqui lavrado um sepulcro para ti mesmo, fazendo-te
um sepulcro no alto e esculpindo para ti uma habitação na rocha?
17 Eis que o Senhor dos Exércitos o lança fora, e destruirá totalmente o tal homem.
Tirar-te-á a túnica e´a coroa gloriosa,
18 lançando-te em uma grande e imensurável terra, e ali morrerás. Ele irá
envergonhar o teu formoso carro, e a casa de teu príncipe será pisada.
19 Serás removido da tua mordomia e do teu lugar.
20 E sucederá, naquele dia, que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias.
21 Porei sobre ele o teu manto, e dar-lhe-ei a tua coroa junto com o teu poder;
entregarei a tua mordomia em suas mãos, e ele será como um pai para os que
habitam em Jerusalém e para os que habitam em Judá.
22 Dar-lhe-ei a glória de Davi. Governará, e não haverá ninguém para falar contra ele.
Eu lhe darei a chave da casa de Davi, a qual estará sobre o seu ombro. Ele abrirá, e
não haverá ninguém para fechar; ele fechará, e não haverá ninguém para abrir.
23 Farei com que seja governante num lugar firme, e ele será como um trono de
honra da casa de seu pai.
24 Todo aquele que é glorioso na casa de seu pai confiará nele, desde o menor até o
maior. Ser-lhe-ão dependentes, naquele dia.
25 Assim diz o Senhor dos exércitos: O homem que está assente em lugar firme será
removido e levado embora, e cairá. E a glória que está sobre ele será totalmente
destruída, porque o Senhor o disse.
Isaías - Capítulo 23
1 Palavra a respeito de Tiro. Uivai, navios de Cartago, pois ela pereceu e os homens
já não chegam da terra dos cipriotas. Foi levada em cativeiro.
2 A quem se tornaram semelhantes os habitantes desta ilha, os mercadores da
Fenícia indo pelo mar
3 nas grandes águas, uma geração de comerciantes? Como quando a colheita é
recolhida, assim são estes comerciantes para com as nações.
4 Envergonha-te, ó Sidom! O mar tem dito, sim, a força do mar disse: Eu não tive
dores de parto nem dei à luz, não criei os jovens, nem as virgens eu eduquei.
5 Igualmente, quando tal coisa for ouvida no Egito a tristeza deverá apossar-se
deles, por causa de Tiro.
6 Retirai-vos para Cartago; uivai, vós os que habitais nesta ilha.
7 Não era este o seu orgulho, desde o início, antes que fosse abandonada?
8 Quem criou este desígnio contra Tiro? É ela inferior? Não terá forças? Seus
mercadores eram os príncipes gloriosos da terra.
9 O Senhor dos exércitos determinou deitar abaixo todo o orgulho dos mais
gloriosos, e conduzir à desgraça cada coisa gloriosa sobre a terra.
10 Prepara a tua terra, pois os navios não mais sairão de Cartago;
11 não mais prevalece, no mar, a tua mão que perturbou reis. O Senhor dos exércitos
deu ordem a respeito de Canaã, para destruir a sua força.
12 E se dirá: Não mais continuareis a insultar e ferir a filha de Sidom. Se fores para os
cipriotas, nem lá terás descanso;
13 mas se partires para a terra dos caldeus, também esta foi arrasada pelos assírios,
pois o seu muro está derrubado.
14 Uivai, navios de Cartago! pois a vossa fortaleza está destruída.
15 E sucederá, naquele dia, que Tiro ficará abandonada por setenta anos, como o
tempo de um rei, como o tempo de um homem. E virá a suceder, depois dos setenta
anos, que Tiro será como a canção de uma prostituta.
16 Toma a harpa, vai ao redor, ó cidade, ó prostituta entregue ao esquecimento!
Toca bem na harpa, entoa muitas canções para que venhas a ser lembrada.
17 E será que, passados os setenta anos, Deus visitará a Tiro e ela deverá ser
novamente restaurada ao seu estado antigo; tornar-se-á um mercado para todos os
reinos do mundo na face da terra.
18 O seu comércio e o seu ganho serão consagrados ao Senhor; não será ajuntado
para eles, mas para aqueles que habitam perante o Senhor, todo o seu comércio.
Para comer, beber e estar saciado, para uma aliança e um memorial diante do
Senhor.
Isaías - Capítulo 24
1 Eis que o Senhor está prestes a devastar o mundo; torna-lo-á em deserto e fará
desolada a sua superfície, espalhando os que nela habitam.
2 As pessoas comuns serão como o sacerdote, o servo será como o senhor e a
empregada doméstica como a sua patroa; o comprador será como o vendedor, o
que toma emprestado como o que empresta, e o devedor como o seu credor.
3 A terra será completamente devastada; a terra será completamente arrasada, pois
a boca do Senhor tem dito estas coisas.
4 A terra está de luto, o mundo está arruinado, porque os grandes da terra estão
enlutados.
5 Ela pecou por causa de seus habitantes, pois eles tem transgredido a lei e mudado
as ordenanças, até mesmo a aliança eterna.
6 Portanto, uma maldição consumirá a terra porque os seus habitantes tem pecado.
Por causa disto, os moradores da terra serão pobres, e poucos homens serão
deixados.
7 O vinho prantetará, a vinha se lamentará; todos os de coração alegre suspirarão.
8 Cessou a alegria dos tamboris, o som da harpa descansou.
9 Eles se sentem envergonhados, pois não têm bebido vinho; a bebida forte tornou-
se amarga para os que a bebem.
10 Toda a cidade tornou-se desolada. Cada um trancará a sua casa, para que
ninguém possa entrar.
11 Há um uivo por vinho em todos os lugares; todo o prazer da terra cessou, todo o
prazer da terra foi embora.
12 As cidades ficarão desoladas, e as casas que forem abandonadas tornar-se-ão em
ruínas.
13 Tudo isso acontecerá na terra, no meio das nações, como se alguém fosse varejar
uma oliveira de modo a deixá-la despojada, porém, acabada a colheita,
14 irão todos prantear em voz alta. Os que forem deixados na terra se alegrarão
juntos na glória do Senhor, mas a água do mar será agitada.
15 Por isso, a glória do Senhor estará nas ilhas do mar. O nome do Senhor será
glorioso.
16 Ó Senhor, Deus de Israel, desde os confins da terra ouvimos coisas maravilhosas,
e há esperança para os justos; eles, porém, dirão: Ai dos desprezadores, os quais
desprezam a lei!
17 Temor, um poço e um laço vêm sobre vós que habitais a terra.
18 E sucederá que aquele que foge do terror cairá na cova; e aquele que sai da cova
será apanhado pela rede. Pois janelas foram abertas no céu, e os fundamentos da
terra serão abalados.
19 A terra será totalmente confundida, a terra será deixada completamente
perplexa;
20 ela cambaleia como um bêbado e como um oprimido pelo vinho. A terra será
abalada como um celeiro. A iniquidade prevaleceu sobre ela; cairá, e não será capaz
de levantar-se.
21 Deus há de trazer a sua mão sobre o exército dos céus e sobre os reis da terra.
22 As suas multidões serão reunidas em prisões, e encerrá-los-ão em uma fortaleza;
depois de muitas gerações eles serão visitados.
23 O tijolo apodrecerá e o muro cairá, porque o Senhor reinará de Sião e de
Jerusalém, e será glorificado diante de seus anciãos.
Isaías - Capítulo 25
1 Ó Senhor Deus, glorificar-te-ei, cantarei ao teu nome, pois fizeste coisas
maravilhosas! Tens feito um conselho antigo e fiel. Amém.
2 Porquanto tens transformado cidades num montão de ruínas, cidades fortes cujas
fundações não poderiam desabar. A cidade dos homens ímpios não deverá
permanecer para sempre.
3 Por este motivo os pobres te abençoarão, e a cidade dos homens oprimidos te
abençoará,
4 porque tens sido um ajudante para cada cidade humilde e um abrigo para os que
estavam desanimados por causa da pobreza; Tu os livrarás dos homens perversos.
Tens sido um refúgio para os sedentos, e uma brisa refrescante para os que estão
feridos .
5 Éramos como homens sedentos e assustados em Sião por causa dos homens
ímpios a quem nos entregaste.
6 Todavia, o Senhor dos Exércitos fará uma festa para todas as nações. Nesse
monte beberão alegria, beberão vinho;
7 ungir-se-ão com óleo, nesta montanha. Proclama todas estas coisas para as
nações, pois esse é o conselho de Deus sobre todas as nações.
8 A morte prevaleceu e os homens foram engolidos; porém, mais uma vez, o Senhor
Deus tirou toda lágrima de cada rosto. Ele mesmo tirou o opróbrio do seu povo em
toda a terra; porque a boca do Senhor o disse.
9 E dirão, naquele dia: Eis o nosso Deus, em quem temos confiança. Ele nos salvará.
Este é o Senhor; nós esperamos nele, por isto temos exultado e nos alegraremos
pela nossa salvação.
10 Deus dará descanso neste monte; entretanto, o país de Moabe será trilhado, tal
como eles trilham o chão com seus carros.
11 Estenderá ele as suas mãos, assim como quando abate o homem para destruí-lo;
destruirá o seu orgulho em relação àquilo que fizeram as suas mãos.
12 Ele trará para baixo a altura do refúgio no muro, que descerá até o chão.
Isaías - Capítulo 26
1 Naquele dia, cantarão essa música na terra de Judá: Eis uma cidade forte. Ele fará
da salvação o seu muro e o seu baluarte.
2 Abri as portas, deixai entrar a nação que guarda a justiça e a fidelidade,
3 praticando a verdade e mantendo a paz. Pois em ti, ó Senhor,
4 eles tem firmado a sua confiança para sempre, grande e eterno Deus
5 que tens humilhado e derrubado os que habitam no alto. Tu tens derrubado
cidades fortes, trazendo-as para o chão,
6 e os pés do manso e do humilde as pisarão.
7 O caminho dos justos é endireitado. A vereda dos justos também está preparada,
8 pois o caminho do Senhor é de julgamento. Nós esperamos em teu nome e na
lembrança que temos de ti,
9 por quem a nossa alma anseia. Meu espírito te procura desde cedo pela manhã, ó
Deus; os teus mandamentos são uma luz sobre a terra. Aprendei a justiça, vós, os
que habitais sobre a terra.
10 Porque o ímpio é levado para baixo; aquele que não aprende a justiça na terra
também não deverá ser capaz de praticar a verdade. Que o ímpio seja tirado, para
que não veja a glória do Senhor.
11 Ó Senhor, teu braço é exaltado, contudo eles não o sabiam; porém, quando o
souberem, serão envergonhados. Ciúmes se apoderarão de uma nação inculta, e o
fogo irá devorar os adversários.
12 Ó Senhor, nosso Deus, dai-nos a paz; pois tens concedido, a nós, todas as coisas.
13 Ó Senhor, nosso Deus, toma posse de nós. Senhor, não sabemos de nenhum
outro além de ti. Chamamos o teu nome.
14 Os mortos, porém, não verão a vida nem os médicos poderão, por qualquer
meio, ressuscitá-los. Pois trouxeste furor sobre eles matando-os, e tens tirado cada
homem deles. Traze ainda mais males sobre eles, ó Senhor!
15 Traze mais males sobre os gloriosos da terra.
16 Senhor, na angústia lembrei-me de ti. A tua correção acarretou para nós uma
pequena aflição;
17 como uma mulher em trabalho de parto aproxima-se de sua libertação e grita em
suas dores, assim fomos nós para com o teu amado.
18 Concebemos, ó Senhor, por causa do teu temor e estivemos em dores, trazendo
à luz o sopro da tua salvação, que temos espalhado sobre a terra. Não cairemos,
entretanto, todos os que habitam sobre a terra deverão cair.
19 Os mortos se levantarão, os que estão nos sepulcros serão ressuscitados e os que
estão na terra se alegrarão, porquanto o teu orvalho é cura para eles. A terra dos
ímpios, porém, perecerá.
20 Vai, povo meu, entra nas tuas câmaras, fecha as tuas portas; esconde-te por um
pouco de tempo, até que a ira do Senhor tenha passado.
21 Pois eis que o Senhor está trazendo ira, desde o seu lugar santo, sobre os
moradores da terra. A terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá os seus
mortos.
Isaías - Capítulo 27
1 Naquele dia, Deus há de trazer a sua espada sagrada, grande e forte, sobre o
dragão, a serpente que foge; sobre o dragão, a serpente sinuosa. Destruirá ele o
dragão.
2 Naquele dia haverá uma vinha agradável, e um desejo de entoar uma canção sobre
ela.
3 Sou uma cidade forte, uma cidade sitiada. Em vão a regarei, pois será tomada a
noite, e, durante o dia, o muro cairá.
4 Não há quem tenha cuidado dela. Quem me colocará para cuidar do que brota no
campo? Por causa do inimigo eu a pus de lado. Portanto, desta maneira o Senhor
tem feito tudo o que ele nomeou.
5 Estou queimada, completamente. Os que habitam nela clamarão: Façamos as
pazes com ele, façamos as pazes!
6 Os que estão chegando são os filhos de Jacó. Israel irá brotar e florescer, e o
mundo será preenchido com o seu fruto.
7 Deverá ser da mesma forma ferido aquele que feriu? como matou, assim deverá
ele ser morto?
8 Lutando e repreendendo ele os despedirá. Não meditaste com um espírito
contrário, para matá-los com um espírito irado?
9 Portanto, a iniquidade de Jacó será tirada. E esta é a sua bênção, quando eu tiver
tirado o seu pecado, quando eles houverem despedaçado a todas as pedras dos
altares fazendo-as como pó fino, e as suas árvores não permanecerem, e os seus
ídolos forem exterminados, como um denso matagal, ao longe.
10 O rebanho que ali habitava permanecerá como um rebanho abandonado. O solo
irá servir, por um longo tempo, para o pasto, e ali os rebanhos deitar-se-ão para
descansar.
11 Depois de um tempo não haverá mais nela nenhuma coisa verde, pois a grama se
ressecará. Vinde, ó mulheres que vêm de uma visão! Este é um povo sem
entendimento, por isto aquele que o fez não se apiedará deles, e aquele que o
formou não lhes terá misericórdia.
12 E sucederá que, naquele dia, Deus irá separar os homens, do canal do rio até o
ribeiro do Egito. Entretanto, reuni vós, um a um, os filhos de Israel.
13 E sucederá, naquele dia, que eles tocarão a grande trombeta e os perdidos que
estão na terra dos assírios virão, assim como os que estão perdidos no Egito, e
adorarão ao Senhor no monte santo, em Jerusalém.
Isaías - Capítulo 28
Isaías - Capítulo 29
1 Ai da cidade de Ariel, a qual Davi sitiou. Colhei vossos frutos, ano após ano. Comei,
porque haveis de comer junto com Moabe.
2 Portanto, eu, gravemente, afligirei a Ariel; a sua força e a sua riqueza serão
minhas.
3 Cercar-te-ei, como Davi, levantando um monte contra ti; e porei baluartes ao teu
redor.
4 Tuas palavras serão trazidas para baixo e afundar-se-ão na terra, e a tua voz será
como a dos que falam da terra; a tua voz será levada para o chão.
5 Porém, a riqueza dos ímpios será como a poeira levantada por uma roda, e a
multidão dos que te oprimem como a palha que voa. Tudo isto acontecerá de
repente, em um momento,
6 da parte do Senhor dos Exércitos, porque haverá uma visitação com trovões,
terremotos, um barulho muito alto, uma tempestade vertiginosa e uma chama de
fogo devoradora.
7 Então, as riquezas de todas as nações reunidas, todas as que tem lutado contra
Ariel, que fazem guerra contra Jerusalém e estão reunidas contra ela, assim como a
dos que a afligem, serão como alguém que sonha em seu sono, à noite .
8 Tal como os homens bebem e comem durante o sono e, quando despertam, o
sonho é vão; como um homem sedento que sonha estar bebendo, mas quando
acorda ainda está com sede, pois a sua alma desejou em vão: assim será com a
riqueza de todas as nações, de todos quantos lutaram contra o monte Sião.
9 Desmaiai e sede surpreendidos, e sede dominados, não de bebida forte nem pelo
vinho,
10 pois o Senhor vos deu a beber um espírito de profundo sono. Ele fechará os
vossos olhos e os olhos de vossos profetas e governantes, que vêem coisas ocultas.
11 Todas estas coisas vos serão como as palavras deste livro selado, o qual se dará a
um homem culto, dizendo-lhe: Lê isto. E ele irá, então, dizer: Não posso lê-lo,
porque está selado!
12 Também será entregue, este livro, nas mãos de um homem que é inculto, e
alguém lhe dirá: Leia isto. E ele responderá: Não sei ler.
13 Mas o Senhor disse: Este povo aproxima-se de mim com a sua boca e me honra
com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram,
ensinando os preceitos e as doutrinas dos homens.
14 Portanto, eis que continuarei a remover para longe este povo. Eu os removerei;
destruirei a sabedoria dos sábios, e irei ocultar o entendimento dos entendidos.
15 Ai dos que aprofundam o seu conselho, mas não pelo Senhor. Ai daqueles que
tomam conselho secreto, cujas obras são feitas nas trevas, e dizem: Quem nos viu?
quem nos reconhecerá, ou aquilo que fazemos?
16 Porventura não sereis contados como o barro do oleiro? Porventura, a coisa
formada dirá ao que a formou: Não me formaste. Ou a obra para o que a fez: Não
me fizeste sabiamente.
17 Não se passará ainda um pouco, e o Líbano deverá será feito como as montanhas
do Carmelo, e o Carmelo tido como uma floresta?
18 Naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, os que estão em trevas e os
que estão na névoa. Os olhos dos cegos irão vê-lo,
19 o pobre se regozijará com alegria por causa do Senhor, e aquele que não tem
nenhuma esperança entre os homens será preenchido com alegria.
20 O homem sem lei tornou-se em nada, o orgulhoso pereceu, os que transgridem
maliciosamente foram totalmente destruídos,
21 assim como aqueles que levam os homens a pecar pela sua palavra; e os homens
farão com que todos os que reprovam nas portas sejam uma ofensa, porquanto eles
têm, injustamente, desviado os justos.
22 Portanto, assim diz o Senhor acerca da casa de Jacó, a quem ele separou de
Abraão: Jacó não será mais envergonhado, nem mudará mais, ele, o seu semblante.
23 Porém, quando os seus filhos tiverem visto as minhas obras santificarão o meu
nome, por minha causa; santificarão ao Santo de Jacó e temerão ao Deus de Israel.
24 Os que erram no espírito irão compreender, os murmuradores aprenderão a
obediência e as línguas balbuciantes deverão aprender a falar de paz.
Isaías - Capítulo 30
1 Ai dos filhos apóstatas! diz o Senhor. Vós tendes formado conselhos, mas não por
mim; e alianças, porém não pelo meu Espírito, para adicionar pecados à pecados,
2 assim como aqueles que descem para o Egito sem interrogar-me, para serem
ajudados por Faraó e protegidos pelos egípcios.
3 Pois a proteção de Faraó vos será por uma desgraça, e haverá um opróbrio para os
que confiam no Egito;
4 porquanto há príncipes em Zoã, mensageiros do mal.
5 Em vão hão de esforçar-se indo atrás de um povo que de nada lhes aproveitará,
todavia ser-lhes-á por vergonha e opróbrio.
6 A visão dos quadrúpedes no deserto. Em aflição e angústia, onde vivem o leão e o
seu filhote, no lugar de onde vem as áspides e as jovens víboras voadoras, lá estarão
aqueles que conduzem a sua riqueza sobre burros e camelos para uma nação que
de nada lhes aproveitará.
7 Os egípcios irão ajudá-los, mas será isto totalmente em vão. Dizei-lhes: Este vosso
consolo é inútil.
8 Agora, então, assentai-vos e escrevei estas palavras em uma placa e em um livro,
pois estas coisas vos serão para muitos dias; e, ainda, para sempre.
9 Porque o povo é desobediente, crianças enganadoras que não irão ouvir a lei de
Deus
10 e que dizem aos profetas: Não façais um relato para nós. E para os que vêem
visões: Não as conteis para nós; tão somente conteis e dizei-nos um novo engano,
11 desviando-nos desta senda. Afastai de nós este caminho, e removei de nós o
oráculo de Israel!
12 Por causa disto, assim diz o Santo de Israel: Porquanto vos recusastes a obedecer
essas palavras e confiaste em mentiras; porquanto murmurastes, e estivestes
confiantes a este respeito;
13 que este pecado seja para vós, portanto, como um muro caindo de repente,
quando uma cidade forte é tomada, e da qual a queda está muito próxima.
14 E a sua queda será semelhante a quando um vaso de barro é quebrado, como
pequenos fragmentos de um jarro, dentre os quais não irias encontrar um caco com
o qual poderias apanhar o fogo, e com o qual tirarias um pouco de água.
15 Assim diz o Senhor, o Santo Senhor de Israel: Quando te arrependeres e
clamares, então serás salvo e irás conhecer onde estavas, quando tiveste confiança
em vaidades. Naquele tempo, a tua força se desvaneceu. Contudo, não ouvireis.
16 Vós, porém, dizeis: Fugiremos sobre cavalos!. Portanto, fugireis; e: Seremos
auxiliados por condutores velozes! Portanto, aqueles que vos perseguirem hão de
ser velozes.
17 Mil fugirão por causa da voz de um, e muitos mais fugirão por conta da voz de
cinco, até que sejais deixados como um poste em cima de um monte, e como aquele
que carrega um estandarte sobre uma colina.
18 Contudo o Senhor ainda esperará para que possa apiedar-se de vós, para que seja
exaltado e tenha misericórdia de vós, porque o Senhor teu Deus é também juiz.
Bem-aventurados os que se apoiam nele.
19 Porquanto o povo santo habitará em Sião, e quando Jerusalém chorar
amargamente, dizendo: Tem piedade de mim! ele terá piedade de ti, quando ouvir a
voz do teu clamor. Dar-te-á ouvidos.
20 Ainda que o Senhor der-vos o pão da aflição e a água escassa aqueles que te
enganam não mais se aproximarão de ti; pois os teus olhos verão os que te
enganam,
21 e os teus ouvidos ouvirão as palavras daqueles que vão a tua procura para
conduzir-te ao erro, dizendo: Este é o caminho, andemos nele indo para a direita ou
para a esquerda!
22 Contaminarás os ídolos recobertos de metal e moerás a pó os banhados em ouro;
irás espalhá-los como a água da limpeza de uma mulher menstruada, lançando-os
fora como esterco.
23 Então, haverá chuva para a semente da tua terra, o pão do cereal da tua terra
será abundante e rico, e o teu gado alimentar-se-á, naquele dia, em um lugar fértil e
espaçoso.
24 Teus touros e teus bois que lavram a terra comerão palha misturada com cevada
peneirada.
25 Haverá em todo monte alto e em todo outeiro elevado água corrente, naquele
dia em que muitos perecerão, e quando as torres irão desabar.
26 A luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior no dia em que
o Senhor curar a ferida de seu povo, quando ele curar a dor da tua ferida.
27 Eis que o nome do Senhor vem, depois de muito tempo, como ira ardente. A
palavra de seus lábios é gloriosa, uma palavra cheia de furor, e o ardor de sua ira
devorará como o fogo;
28 sua respiração, como água correndo em um vale, alcançará até o pescoço e
dividir-se-á, para confundir as nações em seu erro vão. O erro irá persegui-los e
alcançá-los.
29 Regozijar-vos-eis, sempre, indo continuamente aos meus lugares santos, como
os que guardam uma festa? Devereis ir, com flauta, como os que se alegram, ao
monte do Senhor, o Deus de Israel?
30 Então, o Senhor fará ouvir a sua voz gloriosa, e o furor de seu braço mostrar-se-á
com indignação, ira e fogo devorador. Ele resplandecerá terrivelmente, e a sua ira
será como uma queda violenta de chuva e granizo.
31 Pois com a voz do Senhor os assírios serão derrubados, e com o golpe no qual os
ferirá.
32 Isto haverá de acometê-los de todos os lados, de maneira que aqueles dos quais
esperavam ajuda, nos quais confiavam, ao contrário farão guerra contra eles com
tambores e com harpa.
33 Porque hás de ser chamado antes do teu tempo. Tem ele te destinado para
reinar? Não preparou Deus para ti uma vala profunda, madeira empilhada, fogo e
muita madeira? Pois a ira do Senhor será como uma trincheira acendida com
enxofre.
Isaías - Capítulo 31
1 Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro, que confiam em cavalos; que
confiam em carros, porque são muitos, e em cavalos, porque são uma grande
multidão, mas não tem confiado no Santo de Israel e não buscam ao Senhor.
2 Tem Ele, portanto, sabiamente trazido males sobre eles, e a sua palavra não será
frustrada. Levantar-e-á contra as casas dos homens maus e contra a sua esperança
vã
3 um egípcio, um homem e não Deus, e cavalos feitos de carne. Mas não há, para
eles nenhuma ajuda. Contudo, o Senhor porá a mão sobre eles e os seus ajudantes
falharão; todos perecerão, juntos.
4 Porquanto, assim diz-me o Senhor: Tal como um leão que ruge, ou como o
leãozinho uivando sobre a sua presa até que as montanhas são preenchidas com a
sua voz e os animais ficam horrorizados, tremendo diante do ardor da sua ira, assim
o Senhor dos exércitos descerá para pelejar sobre o monte Sião, sobre as suas
montanhas;
5 como pássaros voando, assim o Senhor dos exércitos irá proteger. Ele defenderá
Jerusalém, resgatá-la-á, salvará e libertará.
6 Arrependei-vos, filhos de Israel, vós que estais planejando um conselho profundo
e pecaminoso.
7 Pois, naquele dia, o homem renunciará aos seus ídolos de prata e aos seus ídolos
de ouro, que as suas mãos fizeram.
8 O assírio cairá. Não o consumirá a espada de um grande homem, nem mesmo a
espada de um homem comum; nem haverá de fugir, ele, da face da espada, porém,
os jovens serão subjugados.
9 Porque serão cercados de rochas como uma trincheira, e deverão ser derrotados.
Qualquer que fugir será apanhado. Assim diz o Senhor: Abençoado é aquele que
tem uma semente em Sião, e amigos em Jerusalém.
Isaías - Capítulo 32
1 Porque eis que um rei justo reinará, e príncipes governarão com julgamento.
2 Um homem deverá esconder as suas palavras, e ficarão escondidas como em água
corrente; ele aparecerá em Sião como um rio correndo, glorioso, em uma terra
sedenta.
3 Não mais terão eles confiança nos homens, porém inclinarão os seus ouvidos para
ouvir.
4 O coração dos fracos apresentar-se-á para escutar, e as línguas balbuciantes
aprenderão a falar de paz.
5 Nunca mais pedirão a um tolo para governar, e os teus servos não deverão mais
dizer: Fica em silêncio!
6 Porque o tolo profere palavras vazias, e o seu coração medita vaidades para
realizar maldades e falar coisas erradas contra o Senhor, para dispersar as almas
famintas e fazer com que as almas sedentas permaneçam ansiosas.
7 Pois o conselho dos ímpios intenta a iniquidade para destruir os mansos com
palavras injustas e arruinar a causa dos pobres em juízo.
8 Porém, o piedoso devisará medidas sábias, cujo conselho será firme.
9 Levantai-vos, mulheres ricas, e ouvi a minha voz; ó filhas confiantes, escutai as
minhas palavras.
10 Lembrai-vos, pois virá um ano cheio de dor, porém com esperança. A vindima foi
cortada; ela deixou de existir, de maneira nenhuma retornará.
11 Maravilhai-vos, atormentai-vos, ó confiantes! despi-vos, ponde-vos nuas, cingi os
vossos lombos
12 e batei nos seios por causa do campo agradável e do fruto da videira.
13 Quanto à terra do meu povo, o espinho e a erva espalhar-se-ão sobre ela, e a
alegria será removida de cada casa;
14 quanto à cidade rica, as casas estarão desertas; abandonarão eles as riquezas da
cidade e as casas agradáveis. As aldeias serão cavernas para sempre, serão para
alegria dos asnos selvagens e pastagens dos pastores
15 até que o Espírito venha sobre ti, do alto, e o Carmelo torne-se em deserto. O
Carmelo será reputado por uma floresta.
16 Naquele tempo, o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no Carmelo.
17 As obras de justiça serão paz, a justiça irá trazer descanso e os justos estarão
confiantes para sempre.
18 O seu povo habitará numa cidade de paz, habitarão nela com confiança e
descansarão com a riqueza.
19 Se o granizo desabar não há de vir sobre vós. Os que habitam nas florestas
estarão confiantes como os que habitam na planície.
20 Bem-aventurados os que semeiam por todos os lugares onde há água, onde
pisam o boi e o jumento.
Isaías - Capítulo 33
1 Ai daqueles que vos afligem sem que ninguém os tenha afligido, e daquele que
trata perfidamente convosco sem que o tenham tratado perfidamente. Os que
agem perfidamente serão tomados e entregues. Como uma mariposa em uma peça
de roupa, assim eles deverão ser destruídos.
2 Senhor, tem piedade de nós, porquanto temos confiado em ti. A semente da
rebeldia está destinada à destruição, mas a nossa libertação deu-se em um
momento de aflição.
3 Por causa do terrível som as nações ficaram consternadas, por medo de ti. As
nações estão dispersas.
4 Agora serão os despojos de vossos pequenos e de vossos grandes recolhidos; tal
como quando se ajuntam gafanhotos, assim zombarão de vós.
5 O Deus que habita nas alturas é santo; Sião está cheia de juízo e justiça.
6 Serão eles entregues à lei. A nossa salvação é o nosso tesouro. Há sabedoria,
conhecimento e piedade para com o Senhor. Estes são os tesouros da justiça.
7 Eis que, agora, deverão estes estarem aterrorizados, com medo de vós. Aqueles a
quem anteriormente temíeis gritarão por causa de vós; mensageiros serão
enviados, amargamente chorando, suplicando pela paz,
8 pois os caminhos destes serão feitos desolados. Será extinguido o terror das
nações, e a sua aliança será desfeita. Não mais os considerareis como homens, de
maneira alguma.
9 A terra pranteia. O Líbano está envergonhado; Sarom tornou-se pântanos; a
Galileia será deixada nua, e também o Carmelo.
10 Agora me levantarei, diz o Senhor, agora serei glorificado, e serei exaltado.
11 Agora o vereis, agora o percebereis; a força de vossa respiração será vã. Fogo vos
devorará.
12 As nações serão queimadas como um espinho no campo, o qual é lançado fora e
consumido pelo fogo.
13 Aqueles que estão longe deverão ouvir o que tenho feito, e os que se
aproximarem conhecerão a minha força.
14 Os pecadores de Sião se afastaram; tremor apoderou-se dos ímpios. Quem irá
anunciar o fogo que acendeu-se? Quem irá contar do lugar eterno?
15 Aquele que anda em justiça, falando retamente, odiando a transgressão e a
iniquidade, apartando as suas mãos dos presentes, tapando os seus ouvidos para
não ouvir o julgamento de sangue e fechando os seus olhos para não ver a injustiça.
16 Habitará ele na alta caverna de uma rocha forte; pão lhe será dado, e a sua água
será certa.
17 Vereis um rei com a sua glória; vossos olhos verão uma terra longínqua.
18 Vossa alma meditará no terror: Onde estão os escribas? Onde estão os
conselheiros, onde está aquele que enumera os que estão crescendo,
19 tanto as pequenas como as grandes pessoas, com as quais não teve conselho?
Nem tendes compreendido a um povo de fala obscura. De modo que um povo
desprezado não pode ouvir, não havendo compreensão para o que ouve.
20 Eis a cidade de Sião, o nosso refúgio! Teus olhos verão Jerusalém, a cidade rica,
tabernáculos que não serão abalados. Não serão os pinos do seu tabernáculo
movidos para sempre, nem as suas cordas serão rebentadas,
21 pois o nome do Senhor é grande para vós. Possuireis um lugar, rios e canais
largos e espaçosos. Homens não irão por esse caminho, nem um navio com remos
passará por ele.
22 Porque o meu Deus é grande, o Senhor, nosso juiz, não passará, em vão, por
mim. O Senhor é o nosso príncipe, o Senhor é o nosso rei. O Senhor, ele nos salvará!
23 Tuas cordas se arrebentaram pois não tinham força; teu mastro não se manteve,
não se estenderão as velas nem se dará um sinal até que ele seja entregue à
pilhagem, pois inumeráveis homens coxos irão tomar o despojo.
24 Mas o povo que habita entre eles não irá, de maneira nenhuma, dizer: Estou
sofrendo; porquanto o seu pecado lhe será perdoado.
Isaías - Capítulo 34
1 Chegai-vos, nações, e escutai, vós príncipes; ouça a terra e os que nela estão, o
mundo e as pessoas que nele há.
2 Porque a ira do Senhor está sobre todas as nações, e o seu furor contra a multidão
inumerável, para destruí-los e entregá-los ao abate.
3 Os seus mortos serão lançados fora, os seus cadáveres. Seu mau cheiro subirá e as
montanhas ficarão encharcadas com o seu sangue.
4 Os poderes dos céus se dissolverão; o céu se enrolará como um pergaminho e
todas as estrelas cairão como folhas de uma videira, como caem as folhas de uma
figueira.
5 Minha espada foi embriagada no céu. Eis que descerá sobre Edom e, com
julgamento, sobre as pessoas condenadas à destruição.
6 A espada do Senhor está cheia de sangue e saturada de gordura, com o sangue de
cabritos e cordeiros e com a gordura de bodes e carneiros, porque o Senhor tem um
sacrifício em Bozra, e grande matança em Edom.
7 Os poderosos cairão com eles, com os carneiros e os touros; a terra deverá ser
impregnada de sangue e enchida com a sua gordura,
8 pois este é o dia do julgamento do Senhor e o ano da recompensa de Sião, com
julgamento.
9 Seus vales serão transformados em breu e a sua terra em enxofre; sua terra virá a
ser como breu queimando noite e dia,
10 o qual nunca se apagará, nem a sua fumaça deixará de subir. Ela será assolada ao
longo de suas gerações.
11 Por um longo tempo aves e ouriços, íbis e corvos habitarão nela. O cordel de
medir da desolação será esticado sobre ela, e os sátiros nela morarão.
12 Os seus príncipes não mais existirão, pois os seus reis e os seus grandes homens
deverão ser destruídos.
13 Espinhos brotarão em suas cidades e em sua fortalezas, as quais serão moradas
de monstros e um tribunal de avestruzes.
14 Os demônios se reunirão com os sátiros, clamando uns para os outros. Ali os
sátiros irão descansar, tendo encontrado para si um lugar de descanso.
15 Ali o ouriço fará o seu ninho, e a terra preservará com segurança os seus filhotes;
ali se encontrarão os cervos, olhando um para a face do outro.
16 Passaram eles em número completo, e nem um deles faltou; não buscaram uns
aos outros, porquanto o Senhor lhes ordenou, e o seu Espírito os tem ajuntado.
17 Ele lançou-lhes as sortes, e a sua mão tem repartido o seu pasto, dizendo:
Herdarão a terra para sempre. E descansarão nela por todas as suas gerações.
Isaías - Capítulo 35
Isaías - Capítulo 36
Isaías - Capítulo 37
1 E sucedeu, quando o rei Ezequias ouviu isto, que ele rasgou as suas vestes e pôs-se
de saco, subindo à casa do Senhor.
2 E enviou Eliaquim, o mordomo, Sebna, o escrivão, e os anciãos dos sacerdotes,
vestidos de saco, a Isaías, filho de Amoz, o profeta. E eles disseram-lhe: Assim diz
Ezequias:
3 Este dia é um dia de aflição, censura, repreensão e ira; pois as dores vieram sobre
a mulher de parto, contudo ela não tem força para dar à luz.
4 O Senhor teu Deus ouça as palavras de Rabsaqué, que o rei da Assíria enviou para
afrontar o Deus vivo, para afrontá-lo com as palavras que o Senhor, teu Deus, tem
escutado. Tu, pois, ora a teu Senhor por estes que foram deixados!
5 Deste modo, os servos do rei Ezequias falaram a Isaías.
6 E Isaías lhes disse: Falareis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas as
palavras que ouviste, com as quais os embaixadores do rei da Assíria me
afrontaram.
7 Eis que enviarei um grande barulho sobre ele, e ele ouvirá um relatório,
regressando ao seu país, e caindo à espada na sua própria terra.
8 Então, Rabsaqué voltou e encontrou o rei da Assíria sitiando Libna; porque ouvira
que se havia retirado de Laquis.
9 E Tiraca, rei dos etíopes, saiu para atacá-lo. Quando ouviu isso ele voltou-se, e
enviou mensageiros a Ezequias, dizendo:
10 Assim direis a Ezequias, rei de Judá: Não deixes que Deus, em quem confias, te
engane dizendo: Jerusalém não será entregue na mão do rei da Assíria.
11 Não ouviste o que os reis da Assíria têm feito, como eles destruíram a toda a
terra? E serás liberto?
12 Porventura os deuses das nações que meus pais destruíram os livraram, tanto
Gozã como Harã e Rezefe, que estão na terra de Telassar?
13 Onde estão os reis de Hamate? onde está o rei da Arpade? onde está o rei da
cidade de Sefarvaim, e o de Hena e Iva?
14 Ezequias recebeu a carta dos mensageiros, leu-a e foi até a casa do Senhor,
abrindo-a diante do Senhor.
15 Então, Ezequias orou ao Senhor, dizendo:
16 Ó Senhor dos exércitos, Deus de Israel, que te assentas sobre os querubins; só Tu
és o Deus de todos os reinos do mundo. Tu fizeste os céus e a terra.
17 Inclina o teu ouvido, ó Senhor; ouve, ó Senhor! Abre os teus olhos, ó Senhor;
olha, ó Senhor, e vê as palavras de Senaqueribe, as quais ele enviou para afrontar o
Deus vivo.
18 Porque, em verdade, Senhor, os reis da Assíria assolaram a todo o mundo e aos
seus países,
19 e tem lançado os seus ídolos no fogo, pois não eram deuses mas obra de mãos de
homens, madeira e pedra; e lançaram-nos fora.
20 Porém agora, ó Senhor, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os
reinos da terra saibam que só tu és Deus!
21 Então, Isaías, filho de Amoz, foi enviado a Ezequias, falando-lhe: Assim diz o
Senhor, o Deus de Israel: Ouvi a tua oração que me fizeste a respeito de
Senaqueribe, rei da Assíria.
22 E esta é a palavra que Deus falou a respeito dele: A virgem filha de Sião
menospreza-te e zomba de ti; a filha de Jerusalém tem balançado a sua cabeça por
detrás de ti.
23 A quem afrontaste e provocaste? Contra quem levantaste a tua voz? Não tens tu
erguido os teus olhos para o alto, contra o Santo de Israel?
24 Porquanto afrontaste o Senhor por mensageiros, e disseste: Com multidão de
carros tenho subido à altura das montanhas, e para os lados do Líbano; tenho
cortado a extremidade de seus cedros e a beleza de seus ciprestes. Entrei na altura
da região florestal,
25 construí uma ponte e sequei as águas, cada açude de águas.
26 Não ouviste das coisas que eu fiz desde tempos antigos? Planejei estas coisas
desde os primeiros tempos; porém, agora, tenho manifestado o meu propósito de
fazer desoladas as nações em suas fortalezas, e os que habitam nas cidades fortes.
27 Eu enfraqueci as suas mãos, e eles secaram; tornaram-se como erva seca nos
telhados e como o capim.
28 Entretanto, agora, eis que eu conheço o teu repousar, o teu sair e o teu entrar,
29 e a tua ira com a qual te tens enfurecido. E o teu rancor chegou até mim.
Portanto, porei um anzol no teu nariz e um freio na tua boca, e far-te-ei voltar pelo
caminho por onde vieste.
30 Será este um sinal para ti: come, neste ano, o que tens semeado, e no segundo
ano o que tiver sido deixado; no terceiro ano semeia e colhe, planta vinhas e come
do fruto delas.
31 Os que forem deixados em Judá lançarão raízes para baixo e darão fruto para
cima.
32 Pois para fora de Jerusalém sairá um restante, os salvos do monte Sião. O zelo do
Senhor dos Exércitos realizará isso.
33 Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Ele não entrará nesta
cidade. Não levantará uma arma contra ela, não irá trazer um escudo contra ela nem
fará uma tranqueira ao seu redor.
34 Entretanto, da maneira pela qual ele veio da mesma maneira deverá retornar, e
não entrará nesta cidade. Assim diz o Senhor:
35 Eu protegerei esta cidade a fim de salvá-la, para o meu próprio bem e por amor
do meu servo Davi..
36 Então, o anjo do Senhor saiu e matou, do arraial dos assírios, a cento e oitenta e
cinco mil. Eles se levantaram pela manhã e encontraram todos esses corpos mortos.
37 E Senaqueribe, rei da Assíria, voltou-se e partiu, habitando em Nínive.
38 Todavia, quando ele estava adorando Nisroque, deus do seu país, na sua casa,
Adrameleque e Sarezer, seus filhos, feriram-no com espadas, fugindo para a
Armênia. E Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.
Isaías - Capítulo 38
1 E sucedeu, naquele tempo, que Ezequias esteve doente para morrer. E o profeta
Isaías, filho de Amoz, veio a ele, dizendo-lhe: Assim diz o Senhor: Dá ordens relativas
a tua casa porque morrerás, e não viverás.
2 Então, Ezequias virou o seu rosto para a parede e orou ao Senhor, dizendo:
3 Lembra-te, Senhor, de como tenho andado diante de ti em verdade, com um
coração fiel, e de que tenho feito o que é do teu agrado. E Ezequias chorou
amargamente.
4 E a palavra do Senhor veio a Isaías, dizendo: Vai, e dize a Ezequias:
5 Assim diz o Senhor, o Deus de teu pai Davi: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas.
Eis que irei acrescentar ao tempo teu quinze anos.
6 Eu te livrarei e a esta cidade das mãos do rei da Assíria, e defenderei esta cidade.
7 Isto vos será por sinal do Senhor, de que Deus irá fazer tal coisa:
8 eis que virarei ao contrário a sombra dos graus do relógio que está na casa de teu
pai, no qual o sol já declinou dez graus; farei com que o sol volte estes dez graus.
Desta forma, o sol recuou os dez graus em que a sombra já tinha ido para baixo.
9 A oração de Ezequias rei de Judá, depois de ter estado doente e de haver se
recuperado de sua doença:
10 Disse eu, no fim de meus dias: Hei de entrar pelas portas da sepultura. Partirei
com o restante de meus anos.
11 Porquanto disse: Nunca mais verei a salvação de Deus na terra dos viventes, nem
a salvação de Israel sobre a terra; nunca mais verei homem algum.
12 A minha vida não se encontra mais entre a de meus familiares, pois parti com o
restante da minha vida. Ela se foi, desviou-se de mim como aquele que tendo
armado uma tenda derruba-a novamente. Minha respiração estava comigo como a
trama do tecelão quando aquele que tece se aproxima para cortar o fio.
13 Neste mesmo dia fui entregue, como a um leão, até a manhã; então, ele quebrou
todos os meus ossos, pois lhe fui entregue desde o dia até a noite.
14 Como a andorinha assim gemia eu, e como uma pomba assim eu me lamentava,
porquanto os meus olhos já se cansavam de olhar para o alto do céu, para o Senhor
que me livrou e tirou a tristeza da minha alma.
16 Sim, ó Senhor! Pois te foi contado a respeito disto, e tu renovaste o meu fôlego.
Estou consolado, e viverei.
17 Pois escolheste a minha alma para que não pereça, e lançaste todos os meus
pecados para trás de mim.
18 Porque os que estão na sepultura não te louvarão. Não te abençoarão os mortos
nem os que estão no inferno esperarão na tua misericórdia.
19 Os vivos te abençoarão, assim como eu. Porquanto, a partir de hoje, irei gerar
filhos que declararão a tua justiça,
20 ó Deus da minha salvação! Não cessarei de louvar-te com o saltério por todos os
dias da minha vida, diante da casa de Deus.
21 Ora, Isaías dissera a Ezequias: Toma uma pasta de figos e esmaga-a, aplicando-a
como um emplasto, e ficarás curado.
22Também Ezequias dissera: Este é um sinal, para mim, de que hei de subir à casa do
Senhor.
Isaías - Capítulo 39
1 Naquele tempo Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei de Babilônia, enviou cartas,
embaixadores e presentes a Ezequias, porque tinha ouvido dizer que ele havia
estado doente até a morte e se havia recuperado.
2 Ezequias alegrou-se com a sua vinda e mostrou-lhes a casa de suas especiarias, e a
da prata, do ouro, da mirra, do incenso e do bálsamo; todas as casas de seus
tesouros e tudo o que ele tinha em seus armazéns. Não houve nada em sua casa
nem em todo o seu domínio, que Ezequias não lhes mostrasse.
3 Então, o profeta Isaías veio ao rei Ezequias, e interrogou-o: O que dizem estes
homens? e donde vieram a ti? E Ezequias respondeu-lhe: Vieram a mim de uma terra
longínqua, da Babilônia.
4 E Isaías disse: Que foi que viram em tua casa? E Ezequias respondeu: Têm visto
eles tudo o que há em minha casa, e nada há em minha casa que eles não tenham
visto. Sim, assim como os bens em meus tesouros.
5 E disse-lhe Isaías: Ouve a palavra do Senhor dos exércitos:
6 Eis que virão dias quando eles tomarão todas as coisas que estão em tua casa, e
tudo o que os teus pais reuniram até o dia de hoje deverá ir para Babilônia; Nada
será deixado. Disse Deus, ainda,
7 que eles tomarão dos teus filhos, que tu gerares, e farão deles eunucos no palácio
do rei dos babilônios.
8 Então, Ezequias disse para Isaías: Boa é a palavra do Senhor, que ele falou. Que
haja, eu peço, paz e justiça em meus dias.
Isaías - Capítulo 40
Isaías - Capítulo 41
1 Fazei-me uma festa, ó ilhas! Pois os príncipes renovarão as suas forças. Que eles se
aproximem e falem, juntos; que declarem, então, o julgamento.
2 Quem suscitou a justiça desde o oriente, chamando-a a seus pés, para que a envie?
Quem nomeará um adversário contra os gentios, desanimará os reis e enterrará as
suas espadas na terra, lançando fora os seus arcos e flechas, como gravetos?
3 Ele irá persegui-los. O caminho dos seus pés estender-se-á em paz.
4 Quem operou e fez estas coisas? Conclamou-as ele, desde as gerações passadas;
eu, Deus, o primeiro e eterno Eu Sou.
5 As nações o viram, e temeram; os confins da terra se aproximaram, vieram juntos,
6 cada um para julgar o seu vizinho e para ajudar o seu irmão. Mas alguém dirá:
7 O artífice animou-se, e o latoeiro que fere com o martelo e também forja. E irão,
algumas vezes, dizer: Esta é uma peça bem encaixada, pois a fixaram com pregos.
Assentá-los-ão, e ela não poderá ser movida.
8 Mas tu, ó Israel, servo meu, Jacó, a quem escolhi, descendência de Abraão, a
quem eu amei,
9 a quem tomei desde os confins da terra, chamando-te dos seus lugares altos e
dizendo-te: Tu és o meu servo. Eu te escolhi e nunca te abandonei;
10 não temas, porque eu sou contigo; não te desesperes, porque eu sou o teu Deus,
que te fortaleceu. Ajudei-te e estabeleci com a justiça da minha destra.
11 Eis que todos os teus adversários serão envergonhados e confundidos, porquanto
eles serão como se não fossem; e todos os teus adversários perecerão.
12 Irás procurá-los, porém não encontrarás os homens que, insolentemente,
enfureceram-se contra ti; porque eles serão como se nunca tivessem sido, e os que
fazem guerra contra ti não mais existirão.
13 Pois eu sou o teu Deus, que segura na tua mão direita e te diz:
14 Não temas, Jacó, e tu Israel, ainda que sois poucos em número. Eu tenho te
ajudado diz o teu Deus, aquele que te redime, ó Israel.
15 Eis que eu te fiz como as rodas novas e cortantes, como as lâminas, de um carro.
Debulharás as montanhas e baterás as colinas a pó, fazendo-as como palha.
16 Tu as padejarás e o vento as levará; uma tempestade as espalhará. Tu, porém,
alegrar-te-ás com os santos de Israel.
17 Os pobres e os necessitados exultarão, pois quando forem procurar água e, não a
encontrando, a sua língua ressecar-se por causa da sede, eu, o Senhor Deus, eu, o
Deus de Israel, irei ouvir e não os abandonarei.
18 Entretanto, abrirei rios nas montanhas e fontes no meio das planícies. Farei do
deserto açudes de água, e de uma terra sedenta mananciais.
19 Plantarei na terra seca o cedro, a acácia, a murta, o cipreste e o álamo branco,
20 para que vejam e saibam, para que percebam e juntamente compreendam que a
mão do Senhor tem feito essas obras, e o Santo de Israel as revelou.
21 Seu julgamento se aproxima, diz o Senhor Deus. Seus conselheiros já se
aproximaram, diz o rei de Jacó.
22 Que eles se aproximem e vos anunciem as coisas que devem acontecer. Ou que
eles nos digam as coisas que eram no passado, e iremos aplicar o nosso
entendimento para conhecermos as últimas e futuras coisas.
23 Dizei-nos, declarai-nos as coisas que sobrevirão nos últimos tempos, e saberemos
que sois deuses. Fazei o bem ou o mal, e iremos maravilhar-nos e ver, ao mesmo
tempo,
24 de onde sois e de onde são as vossas obras. Porquanto eles vos escolheram, uma
abominação da terra.
25 Eu, porém, levantei aquele que vem do norte, o que vem desde o nascente do
sol. Serão eles chamados pelo meu nome. Que venham os príncipes, e como o barro
do oleiro, tal como o oleiro pisa o barro, assim sereis pisados.
26 Pois quem irá declarar as coisas que são desde o início, para que possamos
conhecer também as primeiras coisas e dizer que elas são verdadeiras? Não há
ninguém que fale de antemão, e ninguém que ouça as suas palavras.
27 Darei a Sião o domínio, e consolarei a Jerusalém pelo caminho.
28 Pois dentre as nações eis que não havia nenhuma e dentre os seus ídolos não
havia nenhum para declarar qualquer coisa. Se eu lhes perguntasse: Donde sois?
eles não me poderiam responder.
29 Porque são assim os seus fabricantes, como vedes, aqueles que vos fazem errar
em vão.
Isaías - Capítulo 42
Isaías - Capítulo 43
1 E agora, assim diz o Senhor Deus que te criou, ó Jacó, aquele que te formou, ó
Israel: Não temas, porque eu te remi. Chamo-te pelo teu nome, pois tu és meu.
2 Se passares pela água eu estarei contigo, e os rios não te submergirão; se passares
pelo fogo não serás queimado. A chama não arderá em ti.
3 Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, que te salva. Fiz do Egito e da
Etiópia o teu resgate, e tenho dado Sebá por ti,
4 pois te tornaste precioso aos meus olhos, tornaste-te glorioso, e eu te tenho
amado. Darei homens por ti e príncipes pela tua vida.
5 Não temas, porque eu sou contigo.Trarei a tua descendência desde o Oriente, e
ajuntar-te-ei desde o Ocidente.
6 Direi ao Norte: Traz. E ao Sul: Não retenhas. Trazei meus filhos de terras
longínquas, e as minhas filhas das extremidades da terra,
7 todos os que são chamados pelo meu nome. Pois o tenho preparado para a minha
glória. Eu o tenho formado, eu o fiz,
8 e eu trouxe as pessoas cegas. Porque os seus olhos estão todos cegos, e os que
têm ouvidos estão surdos.
9 Todas as nações estarão congregadas, e os príncipes delas serão ajuntados. Quem
irá declarar essas coisas? Quem vos anunciará as coisas que são desde o início? Que
eles apresentem as suas testemunhas, e sejam justificados; que ouçam, e declarem
a verdade.
10 Sede as minhas testemunhas, pois também eu sou testemunha disso, diz o
Senhor Deus, e o meu servo, a quem escolhi, para que saibais e acrediteis, e
entendais que Eu Sou. Antes de mim não havia outro Deus, e depois de mim
também não haverá.
11 Eu sou Deus, e fora de mim não há Salvador.
12 Eu anunciei, e eu também salvei. Repreendi, e não havia nenhum deus estranho
entre vós. Vós sois as minhas testemunhas, e eu sou o Senhor Deus
13 desde o início, e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos. Se eu
fizer algo, quem irá desfazê-lo?
14 Assim diz o Senhor Deus que vos redime, o Santo de Israel: Por amor de vós eu
enviarei inimigos à Babilônia, e conturbarei a todos os que fugirem. Os caldeus
serão aprisionados em navios.
15 Eu sou o Senhor Deus, o Santo, que destinei a Israel o seu rei.
16 Assim diz o Senhor, que faz um caminho no mar e uma vereda nas águas
poderosas,
17 que tem trazido carros e cavalos, e uma poderosa multidão. Eles, porém,
abateram-se e não mais se levantarão; estão extintos, como um pavio apagado.
18 Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis nas coisas antigas.
19 Eis que eu farei coisas novas, as quais irão vir à luz agora, e as conhecereis. Irei
fazer um caminho no deserto e rios na terra seca.
20 Os animais do campo me abençoarão, as corujas e os filhotes de avestruzes, pois
tenho feito brotar a água no deserto e rios na terra seca, para dar de beber à minha
raça escolhida,
21 ao meu povo, a quem tenho preservado para declarar os meus louvores.
22 Não te tenho convocado, ó Jacó, nem te fiz cansado, ó Israel.
23 Não me trouxeste as ovelhas do teu holocausto. Não me tens glorificado com os
teus sacrifícios. Não te fiz, eu, servir-me com sacrifícios, nem te tenho
sobrecarregado com incenso.
24 Não tens comprado para mim vítimas por prata, nem tampouco desejei a
gordura dos teus sacrifícios. Entretanto, apareceste diante de mim em teus pecados
e em tuas iniquidades.
25 Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e os
teus pecados. Deles não mais me lembrarei.
26 Todavia, lembra-te, tu mesmo, e entremos juntos em juízo. Confessa primeiro as
tuas transgressões, para que possas justificar-te.
27 Pois vossos pais, antigamente, e os vossos príncipes, rebelaram-se contra mim.
28 E os príncipes profanaram os meus santuários. Então, eu entreguei Jacó aos seus
inimigos para destruí-lo, e entreguei Israel ao opróbrio.
Isaías - Capítulo 44
Isaías - Capítulo 45
1 Assim diz o Senhor Deus ao meu ungido, a Ciro, cuja mão direita eu sustentei para
que as nações lhe fossem obedientes: Irei quebrar a força dos reis; abrirei portas
diante dele, e as cidades não lhe ficarão fechadas.
2 Eu irei adiante de ti e nivelarei as montanhas; farei em pedaços as portas de
bronze e partirei as trancas de ferro.
3 Dar-te-ei os tesouros das trevas e abrirei para ti os tesouros escondidos, invisíveis,
para que saibas que eu sou o Senhor teu Deus, que te chamo pelo nome. Eu sou o
Deus de Israel.
4 Por amor de meu servo Jacó e de Israel, meu eleito, chamar-te-ei pelo teu nome, e
aceitar-te-ei. Todavia, tu não me conheces.
5 Pois eu sou o Senhor Deus, e não há outro Deus além de mim. Eu te fortaleço,
ainda que não me conheces.
6 Saibam os que vêm do leste, e também os que vêm do oeste, que não há outro
Deus além de mim. Eu sou o Senhor Deus, e não há outro.
7 Eu sou o que preparou a luz e formou as trevas; eu sou aquele que faz a paz e cria
o mal; Eu sou o Senhor Deus, que faz todas estas coisas.
8 Que os céus, acima, se alegrem, e que as nuvens façam chover a justiça; que a
terra brote e floresça com a misericórdia, trazendo, igualmente, a justiça. Eu sou o
Senhor que te criou.
9 Que coisa excelente tenho eu preparado como o barro do oleiro? Não tem o
lavrador arado a terra durante todo o dia? Porventura, dirá o barro ao oleiro: Que
fazes, tu que não tens trabalhado, como se não tivesses mãos? Porventura irá a
coisa formada contender com aquele que a formou?
10 Como se alguém dissesse a seu pai: Porque me geraste? e a sua mãe: Por que
estás dando à luz?
11 Portanto, assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel, que formou as coisas que
estão por vir: Interroga-me acerca de meus filhos, e dá ordens acerca da obra das
minhas mãos.
12 Eu fiz a terra, e, nela, o homem; eu, com a minha mão, criei o céu. Tenho dado
mandamento à todas as estrelas.
13 Eu o despertei para ser um rei com justiça, e todos os seus caminhos são retos.
Ele edificará a minha cidade e mudará o cativeiro do meu povo, não por resgates
nem por recompensas, diz o Senhor dos Exércitos.
14 Assim diz o Senhor dos Exércitos: O Egito tem trabalhado para ti. As mercadorias
da Etiópia e os sabeus, homens de alta estatura, virão a ser teus, pertencer-te-ão
como servos; eles seguirão, após ti, presos em grilhões; passarão ao teu poder,
prestar-te-ão homenagem e suplicar-te-ão, porque Deus está em ti. Não há outro
Deus além de ti, ó Senhor!
15 Pois tu és Deus, ainda que não o saibamos; o Deus de Israel, o Salvador.
16 Todos os que se opõem a ele serão envergonhados e confundidos, e andarão
cabisbaixos. Vós ilhas, celebrai-me uma festa.
17 Israel será salvo pelo Senhor com uma salvação eterna; não serão envergonhados
nem confundidos, para sempre.
18 Assim diz o Senhor que fez o céu, o Deus que criou a terra e a estabeleceu. Ele
marcou-a, não a fez em vão, porém, formou-a para ser habitada: Eu sou o Senhor, e
não há outro.
19 Não falei em segredo, nem em algum lugar escuro da terra. Não disse eu à
descendência de Jacó: Buscai vaidades.. Eu, eu mesmo, sou o Senhor, falando a
justiça e proclamando a verdade.
20 Ajuntai-vos e vinde; consultai juntamente, vós que fugis das nações. Os que
carregam a madeira, sua imagem de escultura, não tem nenhum conhecimento,
nem os que oram a deuses que não salvam.
21 Se eles puderem falar, que se aproximem, para que conheçam, juntos, quem fez
essas coisas serem ouvidas desde o princípio. Ser-lhes-ia dito, então: Eu sou Deus e
não há outro ao meu lado. Um Deus justo e Salvador. Não há ninguém além de mim.
22 Convertei-vos a mim e sereis salvos, vós, os que tendes vindo da extremidade do
mundo. Eu sou Deus, e não há outro.
23 Por mim mesmo, eu juro: justiça, certamente, procederá da minha boca; minhas
palavras não hão de ser frustradas. Para mim todo joelho se dobrará, e toda língua
jurará por Deus,
24 dizendo: A justiça e a glória virão a ele, e todos aqueles que dele se afastam serão
envergonhados.
25 Pelo Senhor eles serão justificados, e, em Deus, toda a descendência dos filhos
de Israel será glorificada.
Isaías - Capítulo 46
1 Bel caiu, Nebo foi feito em pedaços, e as suas imagens esculpidas foram atiradas
para os animais selvagens e para o gado. Vós as colocais como um fardo para os
cansados, exaustos e famintos, e para o homem indefeso,
2 que não será capaz de salvar-se da guerra. Pois eles mesmos são levados cativos.
3 Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o restante de Israel, que sois sustentados por mim
desde o ventre e ensinados por mim desde a infância até a velhice:
4 Eu Sou, e mesmo quando houverdes envelhecido, Eu Sou. Eu vos sustento, eu vos
fiz. Eu vos darei alivio, tomar-vos-ei e salvarei.
5 A quem me tendes comparado? Vede, considerai, vós que ides sem rumo.
6 Aqueles que tiram ouro da sua bolsa e fornecem a prata por peso irão pesá-los em
uma balança, contratarão um ourives e farão, para si, ídolos; encurvar-se-ão e os
adorarão.
7 Eles o poem sobre os ombros, e vão. Assentam-no em seu lugar e ele ali
permanece, pois não pode mover-se, e qualquer que a ele clamar não será ouvido.
Ele não pode livrá-lo dos seus problemas.
8 Lembrai-vos destas coisas, e gemei. Arrependei-se, vós, que estais desviados;
arrependei-vos em vosso coração.
9 Lembrai-vos das coisas passadas, das coisas que houveram na antiguidade, que eu
sou Deus e não há outro além de mim,
10 anunciando de antemão os eventos dos últimos dias, antes de eles acontecerem,
e eles se realizam todos. Porquanto eu disse: Todo o meu conselho deverá ficar de
pé, e irei cumprir todas as coisas que tenho planejado,
11 chamando a ave de rapina do Oriente, de uma terra longínqua, para realizar as
coisas que tenho planejado. Eu tenho falado, e o trouxe; eu o tenho criado e feito;
eu o trouxe, fazendo prosperar o seu caminho.
12 Ouvi-me, vós, insensatos, que estais longe da justiça!
13 Eu trouxe a minha justiça, e não me demorarei com a minha salvação. Pois tenho
dado a salvação em Sião à Israel, para a sua glória.
Isaías - Capítulo 47
Isaías - Capítulo 48
1 Ouvi essas palavras, ó casa de Jacó, vós que sois chamados pelo nome de Israel e
que procedestes de Judá, que jurais pelo nome do Senhor Deus de Israel fazendo
menção dele, porém não com a verdade nem com a justiça;
2 tomando, também, o nome da cidade santa e firmando-se no Deus de Israel. O
Senhor dos exércitos é o seu nome. As coisas anteriores eu já tenho declarado,
3 e as que saíram da minha boca tornaram-se conhecidas. Eu agi, de repente, e os
eventos aconteceram.
4 Conheço que és teimoso, que a tua cerviz é um nervo de ferro, e a tua testa de
bronze.
5 Declarei-te, desde antigamente, as coisas que deveriam ser, antes que elas te
sucedessem. Eu as fiz conhecidas a ti, para que não viesses a dizer: Meus ídolos
fizeram isso por mim; e para que não dissesses: Minhas imagens esculpidas e de
fundição me têm ordenado isto.
6 Tendes ouvido tudo isso, porém, não o conhecestes. Dei-vos a conhecer as coisas
que irão acontecer a partir de agora, as quais não declarastes.
7 Agora elas vieram a acontecer, e não antes; nem tu ouviste delas em dias
anteriores. Não digas, portanto: Sim, eu já sabia.
8 Tu não o tens conhecido nem compreendido, nem desde o início eu abri os teus
ouvidos, porque sabia que irias, certamente, agir aleivosamente e serias chamado
de transgressor desde o ventre.
9 Por amor de mim revelar-te-ei a minha ira e irei trazer diante de ti os meus atos
gloriosos, para que eu não te destrua totalmente.
10 Eis que te tenho vendido, mas não por prata; entretanto, resgatei-te da fornalha
da aflição.
11 Por amor de mim irei fazer isso para ti, porque o meu nome é profanado. Pois não
irei dar a minha glória a outro.
12 Ouve-me, ó Jacó, e Israel, a quem chamo! Eu sou o primeiro, e durarei para
sempre.
13 A minha mão também fundou a terra, e a minha destra fixou o céu. Eu os
chamarei e eles apresentar-se-ão, juntos.
14 Serão todos ajuntados, e ouvirão. Quem vos disse essas coisas? Por amor a ti
cumpri o teu desejo em Babilônia, para abolir a semente dos caldeus.
15 Eu tenho falado. Eu o chamei, e eu o trouxe, fazendo o seu caminho próspero.
16 Chegai-vos a mim e ouvi estas palavras. Não falei em segredo, desde o princípio.
Quando tudo aconteceu eu estava lá, e agora o Senhor, o Senhor mesmo e o seu
Espírito, me enviaram.
17 Assim diz o Senhor que te livra, o Santo de Israel: Eu sou teu Deus, eu te tenho
mostrado como encontrar o caminho em que deves andar.
18 Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então teria sido a tua paz
como um rio, e a tua justiça como as ondas do mar.
19 Ainda mais, a tua descendência teria sido como a areia, e os filhos do teu ventre
como o pó da terra. Nem serias tu, agora, de maneira alguma totalmente destruído,
nem o teu nome iria perecer diante de mim.
20 Saí da Babilônia, vós que fugis dos caldeus! Proferi-o em alta voz, uma voz de
alegria, e que isto seja conhecido. Proclamai-o até aos confins da terra. Dizei: O
Senhor livrou a seu servo Jacó.
21 Se vier a ter sede, ele os levará através do deserto; tirará água para eles da rocha.
A rocha será fendida, a água fluirá e o meu povo beberá.
22 Não há nenhuma alegria, diz o Senhor, para os ímpios.
Isaías - Capítulo 49
1 Ouvi-me, ó ilhas, e atendei, vós gentios. Depois de muito tempo, isso virá a
suceder, diz o Senhor. Desde o ventre de minha mãe ele chamou o meu nome
2 e fez a minha boca como uma espada afiada, escondendo-me sob a sombra da sua
mão. Ele me fez como uma flecha escolhida, guardando-me na sua aljava,
3 e disse-me: Tu és o meu servo, ó Israel; em ti hei de ser glorificado.
4 Então, eu disse: Tenho trabalhado em vão, tenho dissipado a minha força com a
vaidade, e por nada; portanto, o meu juízo está com o Senhor, e o meu trabalho
diante do meu Deus.
5 Mas, agora, assim diz o Senhor que me formou desde o ventre para ser o seu
servo, para reunir Jacó a ele e para trazer a Israel (pois serei reunido e glorificado
perante o Senhor, e o meu Deus será a minha força);
6 e ele me disse: Grande coisa é para ti o seres chamado meu servo, para
estabelecer as tribos de Jacó e para fazer retornar a dispersão de Israel. Eis que eu
te tenho dado para ser a aliança de um povo, uma luz para os gentios; para que
sejas a minha salvação até a extremidade da terra.
7 Assim diz o Senhor que te livra, o Deus de Israel: Santificai aquele que despreza a
sua vida, ao que é abominado pelas nações que servem aos príncipes. Reis o
contemplarão e príncipes se levantarão para adorá-lo, por amor do Senhor; porque
o Santo de Israel é fiel, e eu te escolhi.
8 Assim diz o Senhor: No tempo aceitável eu te ouvi, e no dia da salvação te socorri.
Eu te formei e dei-te por pacto das nações, para firmar a terra e receber em herança
as herdades do deserto,
9 dizendo aos que estão em cadeias: Saí!; e ordenando aos que estão em trevas
apresentarem-se. Eles serão alimentados em todos os caminhos, e em todas as
veredas haverá o seu pasto;
10 nunca terão fome nem sede, nem o calor ou o sol irão feri-los, porém aquele que
lhes tem misericórdia deverá confortá-los, e conduzi-los-á para as fontes de águas.
11 Farei de todos os montes um caminho, e de todos os caminhos um pasto para
eles.
12 Eis que estes virão de longe, e aqueles do norte e do ocidente; e outros, ainda, da
terra dos persas.
13 Alegrai-vos, ó céus, e que a terra se regozije. Que as montanhas irrompam com
alegria, pois o Senhor teve misericórdia de seu povo, confortando os humildes dele.
14 Todavia Sião disse: O Senhor abandonou-me; o Senhor se esqueceu de mim.
15 Deveria uma mulher esquecer-se dos próprios filhos, de modo a não se
compadecer da prole do seu ventre? Entretanto, se uma mulher se esquecer destes,
ainda assim eu não me esquecerei de ti, diz o Senhor.
16 Eis que eu gravei os teus muros em minhas mãos, e estás continuamente diante
de mim.
17 Em breve serás construída por aqueles que te destruiram, e os que te fizeram
desolada sairão de ti.
18 Levanta os teus olhos e olha ao redor, contempla em todos eles. Eis que estão
reunidos, e vieram à ti. Como eu vivo, diz o Senhor, vestir-te-ás com todos eles
como de um ornamento, e os colocarás como uma noiva coloca os seus adornos.
19 Porque o teu deserto e os lugares desfigurados e em ruínas serão agora estreitos
demais para os seus moradores, e os que te devoravam irão ser removidos para
longe de ti.
20 Porque os teus filhos, que tinhas perdido, dirão aos teus ouvidos: Este lugar é
estreito demais para mim. Abre-me espaço, para que eu habite.
21 E dirás no teu coração: Quem me gerou estes? Pois eu não tinha filhos e era viúva.
Quem criou estes para mim? Pois fui deixada sozinha. De onde, pois, vieram estes
para mim?
22 Assim diz o Senhor, o Senhor: Eis que levantarei a minha mão para as nações,
arvorarei meu sinal para as ilhas, e eles trarão os teus filhos nos braços e as tuas
filhas em seus ombros.
23 Reis serão os teus aios, e as suas rainhas as tuas damas de honra. Ajoelhar-se-ão
diante de ti sobre a face da terra, e lamberão o pó dos teus pés. Saberás que eu sou
o Senhor, e saberás que os que esperam em mim não serão confundidos.
24 Tomará, alguém, despojos de um gigante? E se alguém levar um homem
injustamente preso não deverá ele ser liberto?
25 Portanto, assim diz o Senhor: Se alguém tomar um gigante cativo, também
tomará dele os despojos, e o que os toma de um homem poderoso deverá ser
liberto. Pois defenderei a tua causa, e irei livrar os teus filhos.
26 Os que te afligem comerão a sua própria carne, beberão o seu próprio sangue
como vinho novo, e embriagar-se-ão. Então, toda a carne conhecerá que eu sou o
Senhor que te liberta, aquele que sustenta a força de Jacó.
Isaías - Capítulo 50
1 Assim diz o Senhor: De que tipo é a carta de divórcio pela qual repudiei a vossa
mãe? Ou quem é o credor para quem vos tenho vendido? Eis que sois vendidos
pelos vossos pecados, e por causa de vossas maldades mandei embora a vossa mãe.
2 Por que vim, se não havia homem algum? Por que chamei, se não havia ninguém
para ouvir? Não é a minha mão forte para resgatar? Não posso, eu, livrar? Eis que
por minha repreensão secarei o mar e farei dos rios um deserto. Seus peixes secar-
se-ão, porquanto não há água, e morrerão de sede.
3 Vestirei o céu com a escuridão e irei fazer da sua cobertura um pano de saco.
4 O Senhor Deus deu-me uma língua de instrução, para entender quando é
apropriado falar uma palavra. Ele nomeou-me desde cedo, deu-me um ouvido para
ouvir,
5 e a instrução do Senhor, do Senhor mesmo, abre os meus ouvidos; portanto, eu
não desobedeço nem contendo.
6 Dei as minhas costas para os flagelos e as minhas faces aos golpes; não desviei o
meu rosto da vergonha das cuspidas.
7 O Senhor Deus, todavia, tornou-se o meu auxílio; por isto, não tive vergonha e fiz
o meu rosto como uma rocha sólida. Sei que nunca mais serei envergonhado,
8 pois o que me tem justificado está próximo. Quem é aquele que contende
comigo? Que se levante, também, contra mim. Sim, quem é aquele que contende
comigo? Que ele se chegue para mim.
9 Eis que o Senhor, o Senhor mesmo, me ajuda. Quem me ferirá? Eis que todos vós
envelhecereis como um vestido, e a traça vos devorará.
10 Quem há dentre vós que teme ao Senhor? Que ele ouça a voz do seu servo. Vós
que andais nas trevas, desprovidos de luz, confiai no nome do Senhor e sustentai-
vos em Deus.
11 Eis que todos vós acendeis um fogo e alimentais uma chama. Andai, pois, à luz do
vosso fogo e da chama que vós mesmos acendestes. Por minha causa isso vos
aconteceu. Portanto, havereis de deitar-vos em tristeza.
Isaías - Capítulo 51
1 Ouvi-me vós, os que seguis a justiça e buscais o Senhor! Olhai para a rocha sólida
da qual fostes cortados, e para a caverna do poço do qual fostes escavados.
2 Olhai para Abraão, vosso pai; para Sara, que vos deu à luz. Porquanto ele estava
sozinho quando eu o chamei; e o abençoei, amei e multipliquei.
3 Agora irei consolar-te, ó Sião! pois tenho consolado a todos os seus lugares
desertos. Eu farei de seus lugares desertos um jardim, e de seus lugares no ocidente
uma semelhança do jardim do Senhor. Encontrarão nela alegria e júbilo, ações de
graças e voz de louvor.
4 Ouvi-me, ouvi-me, meu povo; e vós, reis, ouvi-me! Pois uma lei procede de mim, e
o meu julgamento iluminará as nações.
5 A minha justiça se acerca, rapidamente; a minha salvação surgirá como a luz, e nos
meus braços os gentios confiarão. As ilhas me aguardarão, e no meu braço
esperarão.
6 Levantai os vossos olhos para o céu, e olhai para a terra embaixo, porque o céu
escureceu-se como fumaça. A terra se envelhecerá como um vestido, e os seus
moradores morrerão, semelhantemente; porém, a minha justiça não falhará.
7 Ouvi-me, vós que conheceis o juízo, vós que sois o povo em cujo coração está a
minha lei. Não temais o opróbrio dos homens, e não vos deixeis abater por seu
desprezo,
8 pois, tal como uma peça de roupa deverá ser consumida pelo tempo, e tal como a
lã será devorada pela traça, assim eles serão consumidos. Porém, a minha justiça
durará para sempre, e a minha salvação para todas as gerações.
9 Desperta, desperta, ó Jerusalém, e veste-te da força do teu braço; desperta como
nos primeiros tempos, como a antiga geração.
10 Não és tu aquele que secou o mar, a água e a abundância do abismo? Que fez do
fundo do mar um caminho de passagem para os que foram libertos e redimidos?
11 Portanto, com a ajuda do Senhor eles retornarão e virão para Sião com alegria e
exultação eterna; pois o louvor e a alegria estarão sobre a sua cabeça. A dor, o
sofrimento e o gemido fugiram.
12 Eu, eu mesmo, sou o que te conforta. Considera quem és, tu que tens medo do
homem mortal, do filho do homem que está ressecado como a erva,
13 e te esqueceste do Deus que te criou, daquele que fez o céu e fundou a terra.
Estiveste continuamente com medo por causa da ira daquele que te afligia.
Contudo, ainda que ele formava conselhos para te subjugar, onde está, agora, o
furor do que te afligia?
14 Portanto, na tua salvação ele não irá deter-se, nem se atrasará;
15 porque eu sou o teu Deus, que subverte o mar e faz rugirem as suas ondas. O
Senhor dos Exércitos é o meu nome.
16 Porei as minhas palavras na tua boca e abrigar-te-ei sob a sombra da minha mão,
com a qual fixei o céu e fundei a terra. Então, o Senhor dirá à Sião: Tu és o meu
povo.
17 Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, tu que bebeste da mão do Senhor o
cálice do seu furor. Pois tens bebido e esvaziado o copo da calamidade, a taça da ira,
18 e não havia ninguém para confortar-te a respeito de todos os filhos a quem
geraste; não havia ninguém para tomar-te pela mão, nem mesmo a de todas as
crianças a quem tens criado.
19 Uma vez que essas coisas são contra ti, quem irá simpatizar contigo na tua dor,
ruína, destruição, fome e espada? Quem te consolará?
20 Teus filhos são os perplexos que adormecem em todas as ruas, como uma
beterraba meio cozida; são aqueles que estão cheios da ira do Senhor, levados ao
desmaio pelo Senhor Deus.
21 Ouvi, pois, ó aflita e embriagada, mas não de vinho.
22 Assim diz o Senhor Deus, que julga o seu povo: Eis que eu tiro da tua mão a taça
de calamidade, o cálice do meu furor. Portanto tu, dele, não beberás mais.
23 Irei dá-lo nas mãos dos que te feriram e dos que te afligiram; nas mãos daqueles
que disseram à tua alma: Abaixa-te, para que possamos passar sobre ti. E puseste
teu corpo ao nível do solo para que eles pudessem atravessar, incólumes.
Isaías - Capítulo 52
1 Desperta, desperta, Sião. Veste-te da tua fortaleza, ó Sião, e veste-te da tua glória,
ó Jerusalém, cidade santa. Não haverá mais de passar por ti nem o incircunciso nem
o imundo.
2 Sacode a poeira e levanta-te; assenta-te, Jerusalém. Arranca a cadeia do teu
pescoço, filha cativa de Sião.
3 Porque assim diz o Senhor: Vós tendes sido vendidos por nada, e com prata não
fostes resgatados.
4 Assim diz o Senhor: Meu povo desceu, antigamente, ao Egito para peregrinar ali, e
foram levados à força para os assírios.
5 Agora, portanto, por que estais aqui? Pois assim diz o Senhor: Ainda que o meu
povo foi tomado por nada, maravilhai-vos e uivai.. Diz o Senhor: Por causa de vós o
meu nome é continuamente blasfemado entre os gentios.
6 Mas o meu povo conhecerá o meu nome naquele dia, porque eu sou aquele que
fala. Estou presente
7 como uma bela estação sobre as montanhas, como os pés daquele que prega o
evangelho da paz, como o que anuncia boas novas. Publicarei a tua salvação,
dizendo: Ó Sião, o teu Deus reinará.
8 A voz dos que te guardam é exaltada, e a uma só voz eles se alegrarão, porque os
seus olhos olharão uns para os outros quando o Senhor tiver misericórdia de Sião.
9 Que os lugares arruinados de Jerusalém irrompam em alegria, todos juntos,
porquanto o Senhor teve misericórdia dela, e libertou a Jerusalém.
10 O Senhor desvelará o seu santo braço à vista de todas as nações, e os confins da
terra verão a salvação que vem de nosso Deus.
11 Retirai-vos, retirai-vos, saí dali e não toqueis coisa imunda. Saí do meio dela,
apartai-vos, vós que carregais os vasos do Senhor.
12 Pois não saireis com grande estrondo nem ireis voando, porque o Senhor deverá
ir primeiro, adiante de vós, e o Deus de Israel guardará a vossa retaguarda.
13 Eis que o meu servo terá entendimento, será exaltado e glorificado
sobremaneira.
14 Ainda que muitos irão surpreender-se com ele, ainda assim haverá de estar o teu
rosto sem a glória dos homens, e a sua aparência não deverá ser honrada pelos
filhos dos homens.
15 Portanto, irão muitas nações maravilhar-se com ele. Reis guardarão silêncio, pois
aqueles a quem nenhum relatório foi levado a seu respeito irão ver, e os que não o
ouviram, considerarão.
Isaías - Capítulo 53
1 Ó Senhor, quem creu em nossa pregação? E para quem tem sido o braço do
Senhor revelado?
2 Trouxemos o relato de uma criança diante dele, a qual é como a raiz de uma terra
seca. Não tinha ele aparência nem esplendor. Nós o vimos, porém não possuia
aspecto atraente nem formosura.
3 Todavia, a sua forma era ignóbil e inferior à dos filhos dos homens. Era, ele, um
homem de dores e familiarizado com o seu próprio padecer. Seu rosto não era visto.
Era desonrado e tido em nenhuma estima.
4 Mas ele carregou os nossos pecados, e foi afligido em nosso lugar. E o
considerávamos em apuros, sofrimento e aflição.
5 Ele foi ferido por causa dos nossos pecados e maltratado por causa das nossas
iniquidades. O castigo pelo qual temos a paz estava sobre ele, e pelos seus
ferimentos fomos sarados.
6 Todos nós, como ovelhas, nos desviamos; cada um se extraviou em seu caminho,
porém o Senhor o entregou por nossos pecados.
7 Ele, por causa de sua aflição, não abriu a boca. Foi levado como uma ovelha ao
matadouro; como um cordeiro mudo diante do tosquiador ele não abriu a sua boca.
8 Na sua humilhação, seu julgamento lhe foi arrebatado. Quem declarará a sua
linhagem? pois a sua vida é tirada da terra. Por causa das iniquidades do meu povo
ele foi levado à morte.
9 Eu, todavia, darei o ímpio por seu sepultamento e o rico por sua morte, pois ele
não praticou iniquidade alguma nem malícia havia em sua boca.
10 Agradar-se-á o Senhor em purgá-lo de seu flagelo. Se puderdes dar uma oferta
pelo pecado vossa alma verá uma descendência prolongada.
11 O Senhor também terá prazer em amenizar o trabalho de sua alma para mostrar-
lhe a luz, para dotá-lo de compreensão e para justificar o justo que a muitos serve
com perfeição; pois ele levará os seus pecados.
12 Portanto, ele herdará a muitos e repartirá os despojos dos poderosos. Pois a sua
alma foi entregue à morte, e foi contado com os transgressores. Ele carregou os
pecados de muitos, e foi entregue por causa das suas iniquidades.
Isaías - Capítulo 54
1 Alegra-te, estéril que não dás à luz; vai e clama, tu que não estás em trabalho de
parto. Porque mais são os filhos da desolada do que os daquela que tem marido.
Porquanto, o Senhor disse:
2 Aumenta o lugar da tua tenda e das tuas cortinas. Fixa os pinos, não poupes,
alonga as tuas cordas e firma bem os teus pinos.
3 Espalha a tua tenda para a direita e ainda para a esquerda, pois a tua posteridade
possuirá as nações, e farás as cidades assoladas serem habitadas.
4 Não temas por teres sido confundida nem te envergonhes porque foste
recriminada, pois esquecer-te-ás da tua vergonha, e não mais hás de te lembrar das
recriminações da tua viuvez.
5 Porque o Senhor é quem te fez. O Senhor dos exércitos é o seu nome. Aquele que
te liberta, ele é o Deus de Israel, e será assim chamado por toda a terra.
6 O Senhor não buscou-te como a uma mulher abandonada e de coração abatido,
nem como a uma mulher odiada desde a sua juventude, diz o teu Deus.
7 Por um pouco de tempo eu te abandonei, mas com grande compaixão terei
piedade de ti;
8 num ímpeto de indignação afastei de ti a minha face, mas com misericórdia eterna
terei compaixão de ti, diz o Senhor que te liberta.
9 Desde o tempo das águas de Noé este é o meu propósito, conforme jurei a ele
naquele momento, dizendo da terra: Nunca mais me irarei contra ti, nem quando
fores repreendida
10 as montanhas se abaterão, nem serão removidos os teus montes. Desta maneira
a minha begnidade não te desamparará nem a aliança da tua paz haverá de ser, de
modo algum, removida, porque o Senhor que se compadece de ti o disse.
11 Aflita e rejeitada, tu não tens sido consolada. Eis que irei preparar carbúnculo para
as tuas pedras e safira para as tuas fundações;
12 farei de jaspe os teus alicerces, as tuas portas de cristal e a tua muralha de pedras
preciosas;
13 farei com que todos os teus filhos sejam ensinados por Deus, dar-lhes-ei uma
grande paz,
14 e serás edificada na justiça. Abstém-te da injustiça e não temerás, e o tremor não
se aproximará de ti.
15 Estranhos virão procurar-te através de mim, hospedar-se-ão contigo e correrão
para o teu refúgio.
16 Eis que eu te criei não como o latoeiro que assopra as brasas, fazendo vaso
próprio para uma obra. Eu, porém, criei-te não para a ruína, para que devesse
destruir-te.
17 Não permitirei que nenhuma arma forjada contra ti prospere, e todas as vozes
que se levantarem contra ti em juízo tu as vencerás; pois os teus adversários serão
condenados. Há uma herança para os que servem ao Senhor, e vós sereis justos
diante de mim, diz o Senhor.
Isaías - Capítulo 55
1 Vós, os que estais sedentos, ide para as águas, e todos vós que não tendes
dinheiro, ide e comprai; comei e bebei, sem dinheiro ou preço, vinho e gordura.
2 Por que razão valorizais ao preço de dinheiro e dais o vosso trabalho por aquilo
que não satisfaz? Ouvi-me, e comereis o que é bom, e a vossa alma banquetear-se-á
de coisas boas.
3 Prestai atenção com os vossos ouvidos, e segui os meus caminhos; ouvi-me, e a
vossa alma viverá em prosperidade; Farei convosco uma aliança eterna, as
misericórdias certas de Davi.
4 Eis que eu o fiz um testemunho entre as nações, um príncipe e governador dos
gentios.
5 Nações que não te conhecem chamarão por ti, e povos que não estão
familiarizados contigo fugirão para o teu refúgio, por amor do Senhor teu Deus, o
Santo de Israel. Porque ele te glorificou.
6 Buscai ao Senhor e, quando o encontrardes, invocai-o; fazei isto quando ele de vós
aproximar-se.
7 Deixe o ímpio os seus caminhos, e o transgressor os seus conselhos; volte-se para
o Senhor e encontrará misericórdia, porquanto ele irá perdoar, abundantemente, os
seus pecados.
8 Pois os meus conselhos não são como os vossos conselhos, nem os meus
caminhos como os vossos caminhos, diz o Senhor.
9 Porém, como o céu está distante da terra, assim está o meu caminho distante dos
vossos caminhos, e os vossos pensamentos da minha mente.
10 Porque assim como a chuva ou a neve descerão do céu e não deverão retornar
até que tenham saturado a terra, e ela venha a produzir e a brotar, dando semente
ao semeador e pão para comer,
11 assim será com a minha palavra, toda aquela que proceder da minha boca. Não irá
ela, de maneira alguma, retornar até que todas as coisas que eu quis tenham sido
realizadas. Irei fazer os teus caminhos prósperos, e cumprir os meus mandamentos.
12 Pois saireis com exultação e sereis ensinados com alegria; as montanhas e os
outeiros exultarão para receber-vos com regozijo, e todas as árvores do campo
aplaudirão com os seus ramos.
13 Em vez do espinheiro crescerá o cipreste, e em lugar da urtiga crescerá a murta.
O Senhor será por um nome e por um sinal eterno, e não falhará.
Isaías - Capítulo 56
1 Assim diz o Senhor: Mantende a retidão e fazei justiça, porque a minha salvação
está prestes a vir, e a minha misericórdia prestes a ser revelada.
2 Bem-aventurado o homem que faz essas coisas, que a elas se apega, que se
abstém de profanar os sábados e guarda as suas mãos de fazerem injustiça.
3 Não diga o estranho que se junta ao Senhor: Certamente o Senhor me separará do
seu povo, e não diga o eunuco: Sou uma árvore seca.
4 Assim diz o Senhor a respeito dos eunucos, tantos quantos guardam os meus
sábados, e escolhem as coisas nas quais sinto prazer, e abraçam o meu pacto:
5 Dar-lhes-ei em minha casa e dentro dos meus muros um lugar de honra, melhor do
que o de filhos e filhas; dar-lhes-ei um nome eterno, que não falhará.
6 E dá-lo-ei, também, para os estranhos que se ligam ao Senhor, para servi-lo e para
amarem o nome do Senhor, para ser-lhe por servos e servas; e, ainda, para todos os
que se guardam de profanar os meus sábados e abraçam o meu pacto.
7 Irei trazê-los ao meu santo monte, e alegrá-los-ei na minha casa de oração. Os seus
holocaustos e os seus sacrifícios serão admitidos no meu altar, porque a minha casa
será chamada casa de oração para todas as nações,
8 diz o Senhor, que reúne os dispersos de Israel. Porque eu ajuntarei a ele uma
congregação.
9 Todos vós, animais do campo, vinde e devorai, todos vós animais da floresta.
10 Vede como eles estão todos cegos. Nada compreenderam, são cães mudos que
não irão latir. Sonhando com descanso, gostam de dormir.
11 Sim, eles são cães insaciáveis que não sabem o que é estarem satisfeitos; são
malignos, não tendo entendimento. Seguiram todos os seus próprios caminhos,
cada um segundo a sua vontade.
Isaías - Capítulo 57
1 Vede como tem perecido o homem justo, sem que ninguém se importe; como são
tirados os homens justos, e ninguém o entende. Pois o justo foi removido do
caminho da injustiça.
2 Seu sepulcro estará em paz. Ele foi tirado para fora do caminho.
3 Contudo, chegai-vos para cá, ó filhos sem lei, semente de adúlteros e da
prostituta.
4 Por que fazeis tumultos? Contra quem tendes aberto a vossa boca, e contra quem
soltastes a vossa língua? Não sois vós filhos da perdição? Uma semente sem lei,
5 que invocais os ídolos debaixo de árvores frondosas, matando os vossos filhos nos
vales entre as rochas?
6 Esta é a tua porção e esta é a tua sorte. Para eles tens derramado libações, e para
eles tens feito ofertas de cereais. Não deveria eu, portanto, estar irado por causa
destas coisas?
7 Em um monte altaneiro e elevado encontra-se a tua cama, e para lá fizeste subir as
tuas ofertas de manjares.
8 Por trás das umbreiras da tua porta colocaste os teus memoriais. Imaginaste que
afastando-te de mim irias ter um ganho? Pois amaste aqueles que se deitaram
contigo,
9 e multiplicaste a tua prostituição com eles; aumentaste o número daqueles que
estavam longe de ti, enviando embaixadores além das tuas fronteiras. E tens
rebaixado a ti mesmo até o inferno.
10 Tens estado fatigado com os teus muitos estratagemas. No entanto, não
disseste: Cessarei de fortalecer-me. Porquanto fizeste estas coisas, porém não me
suplicaste.
11 Por causa do pavor de quem tens temido e mentido contra mim? Pois de mim não
te lembraste nem de mim tiveste consideração, e comigo não te importaste. Sim,
pois quando te tenho visto ou passado diante de ti, tu não me tens temido.
12 Eu publicarei a minha justiça, e os teus pecados que não te aproveitarão.
13 Quando gritares, que eles, então, te livrem na tua aflição, porque a todos eles o
vento arrebatará, e a tempestade os levará; entretanto, os que se apegam a mim
possuirão a terra e herdarão o meu santo monte.
14 E dir-se-á: Limpai os caminhos à sua frente, removei as pedras de tropeço do
caminho do meu povo.
15 Assim diz o Altíssimo, o que habita nas alturas para sempre: Santo entre os
santos é o seu nome, o Altíssimo descansando nos seus santos, acrescentando
paciência aos fracos de coração e dando vida aos de coração partido.
16 Não irei vingar-me de vós para sempre, nem estarei para sempre irado convosco.
O meu Espírito procederá de mim, pois tenho criado todo o fôlego.
17 Por causa do pecado, por um pouco de tempo eu o entristeci, feri-o e voltei dele
o meu rosto; então, ele se abateu e foi, triste, nos seus caminhos.
18 Tenho visto as suas veredas e o curei, confortando-o e dando-lhe a verdadeira
consolação,
19 paz sobre paz para os que estão longe e para os que estão perto. Pois o Senhor
disse: Eu irei curá-los.
20 Os ímpios, porém, serão lançados fora como ondas turbulentas, e não serão
capazes de descansar.
21 Não há alegria para os ímpios, disse Deus.
Isaías - Capítulo 58
1 Grita em voz alta, e não te poupes; levanta a tua voz como a da trombeta e
anuncia ao meu povo os seus pecados, e à casa de Jacó as suas iniquidades.
2 Eles me procuram dia a dia, desejando conhecer os meus caminhos, como um
povo que tem praticado a justiça, e não tem abandonado a ordenança do seu Deus.
Eles agora me pedem julgamento justo, e desejam aproximar-se de Deus,
3 dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas? por que temos afligido as nossas
almas, porém, não o vês? Entretanto, nos dias de vosso jejum buscastes os vossos
prazeres, e todos aqueles que estão sob o vosso poder vós os feristes.
4 Se jejuais para brigas e contendas, e feris o humilde com os vossos punhos, por
que mantendes, ainda, um jejum para mim, como neste dia, de modo que possa ser
ouvido o clamor da vossa voz?
5 Não escolhi este jejum nem um tal dia para um homem afligir a sua alma. Mesmo
que viesses a curvar o teu pescoço como um junco, estendendo debaixo de ti pano
de saco e cinza, nem assim poderíeis chamá-lo de jejum aceitável.
6 Eu não escolhi esse jejum, diz o Senhor; todavia, desfaz todos os ônus da
iniquidade, desata os nós das negociações duras, despede livre o ferido e cancela
toda a conta injusta;
7 reparte o teu pão com o faminto e leva os pobres que estão desabrigados para a
tua casa; se vires alguém nu veste-o, e não desconsideres os teus parentes.
8 Então, romperá a tua luz como a do amanhecer, a tua cura apressadamente
brotará, a tua justiça irá adiante de ti e a glória de Deus te envolverá.
9 Clamarás, e Deus dar-te-á ouvidos; estarás ainda a falar, e ele dirá: Eis-me aqui. Se
removeres de ti as cadeias, o estender de mãos acusadoras e as murmurações;
10 se deres, de coração, pão a quem tem fome e satisfizeres a alma aflita, então a
tua luz brotará nas trevas e a tua escuridão será como o meio-dia;
11 o teu Deus estará contigo continuamente, e serás satisfeito de acordo com os
desejos de tua alma; encher-se-ão de gordura os teus ossos e serás como um jardim
regado, como uma fonte de onde a água não cessa de correr;
12 teus antigos lugares desolados e desertos serão edificados, e as tuas fundações
irão durar por todas as gerações; serás chamado reparador de brechas, e farás com
que os teus caminhos sejam de paz.
13 Se desviares o teu pé de profanar o sábado, de modo a não fazeres a tua vontade
nos dias santos, porém chamando deleitosos os sábados, santos para Deus; se não
levantares o teu pé para ir ao trabalho, nem proceder da tua boca uma palavra
irada,
14 então tu terás confiança no Senhor e ele te fará subir aos bons lugares da terra, e
sustentar-e-á com a herança de Jacó, teu pai. Porque a boca do Senhor o disse.
Isaías - Capítulo 59
1 Não terá a mão do Senhor poder para salvar? Ou terá ele feito surdo o seu ouvido,
para que não devesse ouvir?
2 Não, mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e Deus, e por causa de
vossos pecados é que ele virou o seu rosto de vós, para não ter-vos misericórdia.
3 Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue e os vossos dedos de
pecados; vossos lábios também falaram iniquidades, e a vossa língua medita a
injustiça.
4 Nenhum fala com justiça, e não há juízo verdadeiro. Eles confiam na vaidade e
falam palavras vazias, pois concebem o mal e dão à luz a iniquidade.
5 Chocaram, eles, ovos de serpentes, e teceram teias de aranha. Aquele que quis
comer dos ovos delas, depois de haver partido um ovo apodrecido encontrou
também nele um basilisco.
6 Sua teia não irá tornar-se uma peça de roupa, nem se vestirão eles com as suas
obras; porque as suas obras são obras de iniquidade.
7 Os seus pés correm para o mal, velozes para derramar sangue; seus pensamentos,
igualmente, são pensamentos de morte. Há destruição e miséria em seus passos.
8 A vereda da paz eles não conhecem, nem há justiça nos seus caminhos, pois
aqueles pelos quais andam são tortos, e eles não tem conhecimento da paz.
9 Portanto, o juízo tem se afastado deles, e a justiça não os alcançará. Enquanto
esperavam a luz, desceu sobre eles a escuridão; enquanto aguardavam pelo
resplendor, caminharam em perplexidade.
10 Eles cairão da muralha, como cegos, e procurarão por ela tateando, como se não
tivessem olhos; sentir-se-ão, ao meio-dia, como à meia-noite, e gemerão da maneira
que homens morrendo gemem.
11 Eles prosseguirão, juntos, como um urso ou uma pomba. Esperamos pelo
julgamento, porém não há salvação, que se foi para longe de nós.
12 Porquanto a nossa iniquidade é grande diante de ti, e os nossos pecados se
levantaram contra nós; pois as nossas iniquidades estão em nós, e conhecemos a
injustiça de nossos atos.
13 Pecamos e tratamos com falsidade, rebelando-nos contra o nosso Deus; temos
falado palavras injustas e sido desobedientes; concebemos e proferimos, a partir de
nosso coração, palavras injustas.
14 Temos feito o juízo retroceder, e a justiça se afastou para longe. Portanto, a
verdade é consumida nas suas estradas, e eles não podem andar por um caminho
reto.
15 A verdade foi removida, e desviaram a sua mente do entendimento. O Senhor o
viu, e desagradou-lhe que não houvesse julgamento.
16 Ele olhou, mas não havia homem algum; observou, e não havia ninguém para
ajudá-lo. Pelo que ele mesmo os defendeu com o seu braço, e estabeleceu-os com a
sua misericórdia;
17 revestiu-se de justiça como de uma couraça, colocando o capacete da salvação na
sua cabeça; vestiu-se com as vestes de vingança e com o seu manto,
18 como aquele que vai dar uma retribuição, um opróbrio para os seus adversários.
19 Então, aqueles do oeste hão de temer o nome do Senhor, e os que vêm do nascer
do sol o seu nome glorioso, porque a ira do Senhor virá como um rio caudaloso, e
com fúria.
20 Virá o libertador por causa de Sião, e desviará de Jacó as impiedades.
21 E esta será a minha aliança com eles, diz o Senhor: Meu Espírito que está sobre ti,
e as palavras que pus na tua boca, nunca dela se apartarão, nem da da tua
descendência, porque o Senhor o disse, desde agora e para sempre.
Isaías - Capítulo 60
1 Ilumina-te, ilumina-te, ó Jerusalém, pois a tua luz tem vindo, e a glória do Senhor
vai nascendo sobre ti.
2 Eis que as trevas cobrirão a terra e haverá escuridão sobre as nações, mas o
Senhor manifestar-se-á sobre ti, e a sua glória se verá sobre ti.
3 Os reis andarão na tua luz e as nações em teu resplendor.
4 Levanta os teus olhos e olha ao redor: eis que os teus filhos estão reunidos. Todos
os teus filhos vêm de longe, e as tuas filhas serão trazidas aos ombros dos homens.
5 Então o verás e temerás, e surpreender-te-ás no teu coração; pois a riqueza do
mar virá de todos os lados para ti, das nações e dos povos; rebanhos de camelos
virão para ti,
6 e os dromedáriosos de Midiã e Efá te cobrirão; virão todos de Sabá trazendo ouro;
irão trazer incenso e proclamar a salvação do Senhor.
7 Todos os rebanhos de Quedar se congregarão, e os carneiros de Nebaiote
também virão; sacrifícios aceitáveis deverão ser apresentadas em meu altar, e a
minha casa de oração será glorificada.
8 Quem são estes que vem voando como nuvens, e como pombas com os seus
filhotes, para mim?
9 As ilhas tem esperado por mim, e os navios de Társis estão entre os primeiros para
trazerem os teus filhos de longe, e a sua prata e o seu ouro com eles, por causa do
santo nome do Senhor, e porque o Santo de Israel é glorificado.
10 Estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis esperarão em ti. Por causa
da minha ira eu te feri; entretanto, amei-te em razão de minha misericórdia.
11 As tuas portas estarão abertas de contínuo, não se fecharão de dia nem de noite
para se trazer a ti o poder dos gentios, e os seus reis como cativos.
12 Pois as nações e os reis que não te servirem perecerão, e essas nações serão
feitas completamente desoladas.
13 A glória do Líbano virá para ti com o cipreste e o pinho, e também o cedro, para
glorificar o meu santuário.
14 Os filhos dos que te afligiram e dos que te provocaram virão a ti, com temor. E
serás chamada Sião, a cidade do Santo de Israel.
15 Pois te tornaste desolada e odiada, e não havia quem te ajudasse; portanto, farei
de ti um regozijo perpétuo, uma alegria para muitas gerações.
16 Sugarás o leite das nações e comerás a riqueza dos reis; e saberás que eu sou o
Senhor que te salva e que te livra, o Santo de Israel.
17 No lugar do bronze trarei para ti o ouro, e no lugar do ferro trarei a prata; em vez
de madeira eu te trarei bronze, e em vez de pedras, ferro; farei os teus príncipes
serem pacíficos, e os teus superintendentes justos.
18 Não mais se ouvirá falar de injustiça na tua terra, nem de destruição ou miséria
nos teus termos; porém, os teus muros serão chamados Salvação, e os teus portões
Louvor.
19 Nunca mais confiarás no sol para iluminar o teu dia, nem o nascer da lua iluminará
a tua noite, mas o Senhor será a tua luz eterna, e Deus a tua glória.
20 Pois o sol não mais se deitará, nem a lua será eclipsada; porquanto o Senhor será
a tua luz perpétua e os dias do teu luto estarão findos.
21 Todos os do teu povo serão justos; eles herdarão a terra para sempre,
preservando o que for plantado, as obras das suas mãos, para a sua glória.
22 O pequeno virá a ser mil, e o último uma grande nação. Eu, o Senhor, irei reuni-los
no devido tempo.
Isaías - Capítulo 61
1 O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu. Enviou-me ele para
pregar boas novas aos pobres, para curar os quebrantados de coração, para
proclamar liberdade aos cativos e restauração de vista aos cegos;
2 para declarar o ano aceitável do Senhor e o dia da retribuição; para confortar
todos os que choram;
3 para que seja dado aos que pranteiam em Sião uma grinalda em vez de cinza, óleo
de alegria para os enlutados e veste de glória no lugar de espírito angustiado. E
serão chamados gerações de justiça, plantação do Senhor, para a sua glória.
4 Eles edificarão as antigas ruínas, levantarão aquelas que foram antes desoladas e
renovarão as cidades do deserto, até mesmo aquelas que tinham sido assoladas por
muitas gerações.
5 Estrangeiros virão e apascentarão as tuas ovelhas; estrangeiros serão os teus
lavradores e vinhateiros.
6 Vós, porém, sereis chamados sacerdotes do Senhor, ministros de Deus. Comereis
a força das nações e sereis admirados por causa da vossa riqueza.
7 Pois eles irão herdar a terra uma segunda vez, e alegria eterna haverá sobre as
suas cabeças.
8 Porque eu sou o Senhor, que ama a justiça e odeia a iniquidade dos roubos.
Entregarei a recompensa de seu trabalho para o justo, e farei com eles uma aliança
eterna.
9 A sua posteridade será conhecida entre as nações, e os seus descendentes entre
os povos; todo aquele que os ver tomará deles conhecimento, verá que são uma
semente abençoada por Deus.
10 Regozijar-se-ão eles, grandemente, no Senhor. Que a minha alma se alegre no
Senhor, pois ele me vestiu com as vestes de salvação e com as vestes de alegria. Ele
colocou em mim um turbante, como em um noivo, e adornou-me com ornamentos
como a uma noiva.
11 Como a terra fazendo brotar as suas flores e um jardim as suas sementes, assim o
Senhor, o Senhor mesmo, fará brotar a justiça e a exultação diante de todas as
nações.
Isaías - Capítulo 62
1 Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não descansarei até que
saia a sua justiça como a luz, e a minha salvação queime como uma tocha.
2 As nações verão a tua justiça, e os reis a tua glória; chamar-te-ás por um nome
novo, o qual o Senhor designará.
3 Serás uma coroa de adorno na mão do Senhor, um diadema real na mão do teu
Deus.
4 Não mais serás chamada Abandonada, e a tua terra não mais será denominada
Desolada; porque hás de chamar-te Meu Prazer, e a tua terra se denominará
Habitada, porquanto o Senhor tomou prazer em ti, e a tua terra será desposada.
5 Como um jovem vivendo com uma virgem, assim teus filhos habitarão em ti; e
acontecerá que tal como um noivo deleitar-se-á com a sua noiva, igualmente o
Senhor se deleitará contigo.
6 Em teus muros, ó Jerusalém, pus guardas durante todo o dia e toda a noite, os
quais não deixarão, nunca, de fazer menção do Senhor.
7 Porque não haverá ninguém como tu quando ele te estabelecer, fazendo de
Jerusalém um louvor na terra.
8 Pois o Senhor jurou por sua glória, e com a força do seu braço: Não mais
entregarei o teu cereal e as tuas provisões aos teus inimigos, nem estranhos
beberão o teu vinho, pelo qual tens trabalhado.
9 Mas aqueles que as ajuntaram deverão comê-las, e louvarão ao Senhor; e os que
colheram as uvas beberão delas no meu santo átrio.
10 Passa pelos meus portões e prepara um caminho para o meu povo; lança as
pedras para fora do caminho; levanta um estandarte para os gentios.
11 Pois eis que o Senhor proclamou até as extremidades da terra: Dizei à filha de
Sião: Eis que o teu Salvador veio a ti, tendo diante dele a sua recompensa e a sua
obra.
12 Chamá-lo-ão povo santo, remidos do Senhor; serás chamada Cidade Procurada, e
não mais Abandonada.
Isaías - Capítulo 63
1 Quem é este que veio de Edom, de Bozra com vestes vermelhas? Tão agradável no
seu traje, com poderosa força? Falo de justiça e do juízo salvador.
2 Por que razão estão vermelhas as tuas vestes, e o teu traje como se recém tirado
de um lagar pisado?
3 Estou coberto de uvas pisadas, e das nações não há um só homem comigo; eu as
esmaguei no meu furor, fi-las em pedaços, como pó, derramando o seu sangue na
terra.
4 Porque o dia da recompensa veio sobre eles, e o ano da redenção está próximo.
5 Olhei e não havia quem ajudasse; observei, e ninguém estava de pé; portanto o
meu braço os livrou, e a minha ira se fez presente.
6 Eu as esmaguei na minha ira, derramando o seu sangue na terra.
7 Lembrei-me da misericórdia do Senhor, dos louvores do Senhor em todas as coisas
nas quais ele nos recompensa. O Senhor é um bom juiz para a casa de Israel; ele nos
trata segundo a sua misericórdia e de acordo com a abundância de sua justiça.
8 Disse ele: Não é este o meu povo? Seus filhos não irão, certamente, serem
rebeldes. Portanto, tornou-se para eles uma libertação
9 de toda a sua angústia. Não um embaixador nem um mensageiro, mas ele próprio
os salvou, porquanto os amava, poupando-os. Ele mesmo os redimiu, tomando-os e
soerguendo-os, desde a antiguidade.
10 Contudo, eles desobedeceram e provocaram o seu Espírito Santo; por causa disto
tornou-se um inimigo, contendendo, ele mesmo, contra eles.
11 Lembrou-se porém dos dias antigos, e disse: Onde está aquele que fez subir do
mar o pastor das ovelhas? Onde está o que pôs neles o Espírito Santo?
12 Aquele que conduziu Moisés com a sua mão direita, com o braço de sua glória?
Ele obrigou a água a dividir-se diante deles, fazendo para si um nome eterno.
13 Guiou-os pelos abismos, como a um cavalo no deserto, e eles não desmaiaram;
14 conduziu-os como gado através de uma planície. O Espírito desceu, vindo do
Senhor, e os guiou. Assim conduziste o teu povo, para te fazeres um glorioso nome.
15 Volta-te do céu, e olha desde a tua santa habitação e da tua glória. Onde está o
teu zelo e a tua força? Onde a abundância da tua benignidade e da tua compaixão,
que tens te retirado de nós?
16 Pois tu és o nosso Pai. Ainda que Abraão não nos conhecesse, e Israel também
não nos reconhecesse, mesmo assim tu, ó Senhor, nosso Pai, liberta-nos. Teu nome
tem estado sobre nós desde o início.
17 Por que nos fizestes desviar, ó Senhor, do caminho, e endureceste o nosso
coração para que não temêssemos a ti? Volta-te, por amor de teus servos, por causa
das tribos da tua herança,
18 para que possamos herdar uma pequena parte do teu santo monte.
19 Pois temos sido feitos como no início, quando não reinavas sobre nós e o teu
nome não era invocado sobre nós.
Isaías - Capítulo 64
Isaías - Capítulo 65
1 Manifestei-me aos que não perguntavam por mim; fui achado pelos que não me
buscavam. Disse eu: Eis-me aqui, para uma nação que não chamou pelo meu nome.
2 Estendi as minhas mãos o dia todo a um povo rebelde e contestador, àqueles que
andavam de uma forma que não era correta, indo, entretanto, após os seus
pecados.
3 Este é o povo que me provoca continuamente, na minha presença; oferecem
sacrifícios em jardins e queimam incenso sobre altares de tijolos para demônios que
não existem;
4 deitam-se para dormir nos túmulos e nas cavernas para terem sonhos, estes
mesmos que comem carne de porco e o caldo de seus sacrifícios; todos os seus
vasos estão contaminados.
5 Eles dizem: Aparta-te de mim, não te chegues para mim, porque sou puro. Esta é a
fumaça da minha ira, e um fogo arde junto dela, continuamente.
6 Eis que tudo isto está escrito diante de mim. Não ficarei em silêncio até que tenha
recompensado no seu seio,
7 diz o Senhor, os seus pecados e os pecados de seus pais, os quais queimaram
incenso nos montes e me afrontaram nas colinas. Eu retribuirei as suas obras
antigas no seu próprio seio.
8 Assim diz o Senhor: Tal como um bago de uva que será encontrado no cacho, e,
do qual, dir-se-á: Não o destruas, pois há nele uma bênção, assim, igualmente, farei
por causa daquele que me serve. Por sua causa, não irei destruí-los à todos.
9 Conduzirei a semente que veio de Jacó e de Judá, e eles herdarão o meu santo
monte; os meus eleitos e os meus servos herdarão a terra e nela habitarão.
10 Haverá rebanhos nas florestas, e o vale de Acor será um lugar de descanso do
gado de meu povo, todos os que houverem me procurado.
11 Mas quanto a vós, que me abandonastes e esquecestes o meu santo monte, que
preparais uma mesa para o diabo e encheis a libação da deusa Sorte,
12 eu vos entregarei ao fio da espada e caireis, todos, pelo abate. Porquanto eu vos
chamei, e não ouvistes; falei, e vos recusastes a ouvir, fazendo o que era mal aos
meus olhos e escolhendo as coisas nas quais eu não tinha prazer.
13 Portanto, assim diz o Senhor: Eis que os meus servos comerão, mas vós sentireis
fome; eis que os meus servos beberão, porém vós tereis sede; eis que os meus
servos se alegrarão; vós, contudo, envergonhar-vos-eis;
14 eis que os meus servos exultarão de alegria, mas vós chorareis pela tristeza de
vosso coração, e uivareis por causa da aflição de vosso espírito.
15 Pois fareis do vosso nome um opróbrio para os meus escolhidos, e o Senhor vos
destruirá; os meus servos, contudo, serão chamados por um novo nome,
16 o qual será abençoado na terra; porque eles bendirão ao verdadeiro Deus, e os
que juram sobre a terra jurarão pelo Deus verdadeiro. E esquecerão da sua antiga
aflição, ela não mais entrará em sua mente.
17 Porquanto haverá um novo céu e uma nova terra, e não mais se lembrarão, de
maneira alguma, dos primeiros, nem se achararão eles, nunca mais, em suas
mentes.
18 Mas eles irão encontrar, naqueles, a sua alegria e o seu júbilo. Pois eis que eu
farei de Jerusalém uma alegria, e do meu povo um regozijo.
19 Exultarei em Jerusalém e encontrarei alegria no meu povo. Não mais se ouvirá
nela voz soluçante ou de choro.
20 Não haverá mais nela uma criança que morre prematuramente ou um velho que
não irá completar o seu tempo. Pois jovem será aquele de cem anos de idade, e o
pecador que morrer aos cem anos de idade também deverá ser amaldiçoado.
21 Edificarão casas e habitarão nelas; plantarão vinhas, e comer-se-á do seu fruto.
22 De maneira alguma eles construirão para que outros habitem; de maneira alguma
plantarão para que outros comam. Porque como os dias da árvore da vida serão os
dias do meu povo. Por um longo tempo eles gozarão dos frutos do seu trabalho.
23 Meu escolhidos não deverão labutar em vão, nem haverão mais de gerar filhos
para serem amaldiçoados; pois serão uma semente abençoada por Deus, e os seus
descendentes estarão com eles.
24 E sucederá que, antes de clamarem, eu os ouvirei; estando eles ainda falando, irei
dizer: O que desejais?
25 Então, os lobos e os cordeiros pastarão juntos, o leão comerá palha tal como o
boi e a serpente terá terra por seu pão. Não mais ferirão nem destruirão no meu
santo monte, diz o Senhor.
Isaías - Capítulo 66
1 Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que
tipo de casa me havereis construir? e de que tipo há de ser o lugar do meu repouso?
2 Porque todas estas coisas são minhas, diz o Senhor. E por quem terei
consideração, senão pelos humildes e mansos, e pelo homem que treme da minha
palavra?
3 Contudo, o transgressor que para mim sacrifica um bezerro é como aquele que
mata um cão; e o que oferece flor de farinha é como o que oferece sangue de
porco; o que oferece incenso para um memorial é como aquele que blasfema. Eles,
no entanto, escolheram os seus próprios caminhos, e a sua alma se agradou das
suas abominações.
4 Também eu olharei para as suas zombarias e retribuirei os seus pecados sobre
eles. Porquanto chamei-os, contudo, não me deram ouvidos; falei e eles não
ouviram, mas fizeram o mal diante de mim e escolheram as coisas nas quais eu não
tinha prazer.
5 Ouvi a palavra do Senhor, vós, os que tremeis diante da sua palavra. Falai, irmãos
nossos, para aqueles que vos odeiam e abominam, que o nome do Senhor deve ser
glorificado e a sua alegria ser manifesta. Todavia, eles serão confundidos.
6 Ouviu-se um grito na cidade, uma voz vinda do templo, a voz do Senhor dando o
pago aos seus adversários.
7 Antes que a mulher grávida tivesse dado à luz, antes dos seus trabalhos de parto
acontecerem, sem nem mesmo passar por eles, ela deu à luz a um varão.
8 Quem jamais ouviu tal coisa? quem tem visto algo semelhante? Haverá a terra
chegado aos seus trabalhos de parto em um só dia? Nasceu uma nação de uma só
vez para que Sião, desta maneira, tenha dores de parto, dando à luz a seus filhos?
9 No entanto, eu fiz com que tal coisa fosse possível, ainda que não te lembraste de
mim, diz o Senhor. Acaso não fui eu que fiz a mulher estéril e a que gera? diz o teu
Deus.
10 Alegra-te, ó Jerusalém! e vós todos os que a amais mantende nela uma
assembléia geral. Exultai nela, vós todos os que agora pranteais sobre ela,
11 pois sugareis e ficareis satisfeito com o seio de sua consolação; ordenhareis, e
deliciar-vos-eis com a chegada de sua glória.
12 Pois assim diz o Senhor: Eis que eu faço voltar-se em sua direção como um rio de
paz, e como uma torrente trazendo sobre eles, numa inundação, a glória dos
gentios. Seus filhos serão transportados sobre os ombros deles e consolados nos
seus joelhos.
13 Tal como uma mãe conforta seu filho, assim também eu vos consolarei; e sereis
consolados em Jerusalém.
14 Vê-lo-eis, e o vosso coração se alegrará; vossos ossos irão crescer como a erva. A
mão do Senhor será notória aos que o temem, e ele admoestará aos desobedientes.
15 Pois eis que o Senhor virá como fogo, e os seus carros como uma tempestade,
para executar a sua vingança com ira, e a sua repreensão com chamas de fogo.
16 Porque com o fogo do Senhor toda a terra será julgada, e toda a carne com a sua
espada. Muitos serão mortos pelo Senhor.
17 Aqueles que se santificam e purificam para entrar nos jardins, comendo carne de
porco nos pórticos, e coisas abomináveis, e rato, juntamente serão consumidos, diz
o Senhor.
18 Eu conheço as suas obras e a sua imaginação. Irei reunir todas as nações e
línguas, elas virão e verão a minha glória.
19 Colocarei um sinal sobre eles, e enviarei os que escaparam deles para as nações:
para Társis, Pul, Lude, Meseque, Tubal, Grécia, e também para as ilhas mais
distantes, ao encontro daqueles que não ouviram o meu nome nem viram a minha
glória. E anunciarão a minha glória entre os gentios.
20 Trarão eles os vossos irmãos, dentre todas as nações, como um presente para o
Senhor, com cavalos e carros e em liteiras puxadas por mulas com toldos, para a
cidade santa de Jerusalém, diz o Senhor, como quando os filhos de Israel trazem os
seus sacrifícios para mim com salmos, para a casa do Senhor.
21 E tomarei deles sacerdotes e levitas, diz o Senhor.
22 Porquanto, tal como o novo céu e a nova terra que eu faço permanecem diante
de mim, diz o Senhor, assim durará a vossa posteridade e o vosso nome continuará.
23 E virá a acontecer que, de mês a mês e de sábado a sábado virá toda a carne a
adorar perante mim, em Jerusalém, diz o Senhor.
24 Eles sairão, e verão os cadáveres dos homens que transgrediram contra mim.
Porque o seu verme nunca morrerá, e o seu fogo jamais se apagará. E serão, eles,
um espetáculo para toda a carne.
JEREMIAS
Jeremias - Capítulo 1
1 Palavra de Deus que veio a Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes, o qual
habitava em Anatote, na terra de Benjamim;
2 e veio a ele esta palavra de Deus nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no
décimo-terceiro ano do seu reinado,
3 e também nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, até o décimo-primeiro
ano de Zedequias, rei de Judá, e ainda até o cativeiro de Jerusalém, no quinto mês.
4 Veio, pois, a palavra do Senhor a ele, dizendo:
5 Antes que te formasse no ventre, eu te conheci; e antes que saísses do ventre
santifiquei-te, nomeando-te um profeta para as nações.
6 Então, eu disse: Senhor, tu que és o supremo Senhor, eis que eu não sei falar, pois
sou uma criança.
7 E o Senhor me disse: Não digas eu sou uma criança, porque hás de ir a todos
aqueles a quem eu te enviar, e de acordo com todas as palavras as quais te ordeno,
assim falarás.
8 Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor.
9 Então, o Senhor estendeu a mão para mim, tocando-me na boca; e o Senhor me
disse: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca.
10 Constituí-te, neste dia, sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, para
derrubares, para destruíres, para reconstruíres e para plantares.
11 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo: Que vês? Respondi: Uma vara de
amendoeira.
12 E o Senhor me disse: Viste bem. Porque tenho vigiado sobre as minhas palavras,
para realizá-las.
13 E a palavra do Senhor veio a mim, pela segunda vez, dizendo: Que vês? Respondi:
Um caldeirão no fogo; e a sua boca está inclinada em direção ao norte.
14 E o Senhor me disse: Do norte males virão, como uma chama fluindo, sobre todos
os habitantes da terra.
15 Pois eis que eu conclamo todos os reinos da terra do norte, diz o Senhor; eles
virão e assentarão, cada um, o seu trono à entrada das portas de Jerusalém, contra
todos os muros ao seu redor e contra todas as cidades de Judá.
16 Falarei com eles em juízo a respeito de toda a sua iniquidade. Porquanto, a mim
me deixaram e sacrificaram a deuses estranhos, e adoraram as obras das suas mãos.
17 Cinge os teus lombos, levanta-te e fala todas as palavras que eu te ordeno; não
sintas temor de seus rostos nem te assustes diante deles, porque eu sou contigo
para te livrar, diz o Senhor.
18 Eis que Eu te ponho, hoje, como cidade fortificada e como um muro de bronze,
forte contra todos os reis de Judá, contra os seus príncipes e contra os povos da
terra.
19 Eles pelejarão contra ti, porém, não prevalecerão, de maneira alguma, a teu
respeito; porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor.
Jeremias - Capítulo 2
Jeremias - Capítulo 4
1 Se Israel quiser voltar para mim, diz o Senhor, ele poderá retornar. Se remover as
abominações de sua boca, sentindo temor diante de mim, e jurar dizendo
2 o Senhor vive, em verdade, justiça e retidão, então por causa dele serão
abençoadas as nações, por sua causa deverão louvar a Deus em Jerusalém.
3 Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e aos habitantes de Jerusalém:
Lavrai para vós um campo novo, e não semeeis mais entre os espinhos.
4 Circuncidai-vos para o vosso Deus; circuncidai a dureza dos vossos corações, ó
homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que o meu furor não queime como
fogo sem haver quem o apague, por causa da maldade de vossas obras.
5 Anunciai em Judá e fazei com que seja ouvido em Jerusalém, dizendo: Soai a
trombeta na terra. Gritai em voz alta: Reuni-vos, e entremos nas cidades
fortificadas.
6 Ajuntai as vossas mercadorias e fugi para Sião. Não permaneçais, porque trarei
males do norte e uma grande destruição.
7 O leão vai subindo de seu covil, levantou-se para a destruição das nações, saiu do
seu lugar para fazer a terra desolada. As cidades serão destruídas, de modo a
ficarem sem habitantes.
8 Por causa destas coisas, cingi-vos de vestidos de sacos, lamentai e uivai. Porque a
ira do Senhor não se desviou de vós.
9 E sucederá, naquele dia, diz o Senhor, que o coração do rei irá desfalecer, assim
como o coração dos príncipes; os sacerdotes serão surpreendidos e os profetas
ficarão estupefatos.
10 Então, eu disse: Senhor soberano, em verdade tu tens enganado a este povo e a
Jerusalém, dizendo: Haverá paz. Pois eis que a espada atingiu até mesmo a sua
alma.
11 Naquele tempo, dir-se-á a este povo e a Jerusalém: Há no deserto um espírito de
erro. O caminho da filha do meu povo não é de pureza nem de santidade.
12 Todavia, um espírito de vingança completa virá sobre mim. Eu, agora, declaro os
meus juízos contra eles.
13 Eis que vem subindo como uma nuvem, e os seus carros como uma tempestade.
Os seus cavalos são mais ligeiros do que as águias. Ai de nós! pois tornamo-nos
miseráveis.
14 Limpa o teu coração da maldade, ó Jerusalém, para que sejas salva. Por quanto
tempo, ainda, abrigarás os teus maus pensamentos dentro de ti?
15 Porque uma voz virá de Dã, fazendo uma proclamação, e do monte de Efraim
virão novas de grandes problemas.
16 Lembrai-vos das nações: Eis que estão vindo! Proclamai-o em Jerusalém, que os
exércitos estão se aproximando, vindos de uma terra longínqua, e tem proferido a
sua voz contra as cidades de Judá.
17 Como guardadores de um campo eles a cercaram. Porquanto tu, diz o Senhor, me
tens negligenciado,
18 teus caminhos e as tuas obras trouxeram essas coisas sobre ti. Esta é a tua
maldade. Eis que ela é amarga e tem chegado ao teu coração.
19 Estou com dores em minhas entranhas. Minhas entranhas! Os poderes sensíveis
do meu coração! A minha alma está em grande comoção, o meu coração está
partido. Não ficarei calado, pois eis que a minha alma ouviu o som de uma trombeta,
um grito de guerra e de aflição, convidando à destruição.
20 Pois toda a terra está angustiada. De repente, o meu tabernáculo foi angustiado
e as minhas cortinas rasgadas em pedaços.
21 Até quando verei os fugitivos e ouvirei o som da trombeta?
22 Porquanto os príncipes de meu povo não me conhecem, são filhos néscios e
ignorantes; são sábios somente para fazer o mal. Entretanto, a maneira de fazer o
bem eles não conheceram.
23 Olhei para a terra, e eis que ela não era; para o céu, e não havia luz nele.
24 Olhei para os montes, e eles tremiam, e enxerguei todas as colinas em comoção.
25 Olhei, e eis que não havia homem algum, e todas as aves do céu estavam
aterrorizadas.
26 Olhei e eis que o Carmelo era um deserto, e as cidades, todas, estavam
queimados com fogo na presença do Senhor, e na presença de sua ira foram
totalmente destruídas.
27 Assim diz o Senhor: Toda a terra ficará assolada. Contudo, não irei trazer uma
destruição final.
28 Que a terra se lamente por estas coisas, e que o céu, acima, se escureça!
Porquanto falei, e não me arrependerei; determinei e não irei voltar atrás.
29 Toda a terra tem recuado por causa do barulho do cavaleiro e por causa do
vergar do arco. Eles têm ido para as cavernas e se escondido nos bosques, e
subiram em cima das rochas. Todas as cidades foram abandonadas, homem algum
habita nelas.
30 Entretanto, tu, o que farás? Ainda que vistas a ti mesmo de púrpura e adornes-te
com ornamentos de ouro, ainda que enfeites os teus olhos com pinturas, tua beleza
será em vão. Os teus amantes te rejeitaram, eis que eles buscam a tua vida.
31 Pois tenho ouvido o teu gemido como a voz de uma mulher em trabalho de
parto, como a daquela que traz à luz o seu primeiro filho. A voz da filha de Sião
falhará por sua fraqueza, e ela deverá perder a força de suas mãos, dizendo: Ai de
mim! pois a minha alma desfalece por causa da matança.
Jeremias - Capítulo 5
1 Andai pelas ruas de Jerusalém ao redor, e vede, e procurai saber; buscai em suas
praças para ver se ireis encontrar alguém, se há qualquer um que pratica a justiça e
busca a fidelidade. E eu irei perdoá-los, diz o Senhor.
2 O Senhor vive, dizem eles. Não juram eles, portanto, em falso?
3 Ó Senhor, os teus olhos estão sobre a fidelidade. Tu os açoitaste, mas não lhes
doeu; consumiste-os, porém, não quiseram receber a correção. Têm, eles, as suas
faces mais duras do que uma rocha, e não iriam arrepender-se.
4 Então, eu disse: Pode ser que seja assim porque eles são pobres e estão
enfraquecidos. Por isto, não conhecem o caminho do Senhor, ou o juízo de Deus.
5 Irei aos homens ricos e falarei com eles, porquanto conhecem o caminho do
Senhor e o juízo de Deus. Entretanto, eis que com uma só mente eles quebraram o
jugo e romperam as correntes.
6 Por este motivo, um leão da floresta irá feri-los, um lobo os destruirá e as suas
casas, e um leopardo estará de vigia contra as suas cidades. Todo aquele que delas
sair será caçado, pois multiplicaram a sua impiedade, fortaleceram-se na sua revolta.
7 Como eu iria perdoar-te por estas coisas? Os teus filhos me deixaram e juraram
pelos que não são deuses. No entanto, eu os alimentava fartamente. Mas
cometeram adultério, e alojaram-se em casas de meretrizes.
8 Tornaram-se semelhantes a cavalos devassos, relinchando, cada um deles, à
mulher do seu próximo.
9 Não hei de visitá-los por estas coisas? diz o Senhor. E não me vingarei de uma
nação tal como esta?
10 Sobe para cima de suas ameias, e fende-as. Porém, não faças uma destruição
completa. Deixa em pé os seus contrafortes, porque são do Senhor.
11 Porquanto a casa de Israel, verdadeiramente, portou-se aleivosamente contra
mim, diz o Senhor; e a casa de Judá também
12 tem mentido para o seu Senhor. Pois eles disseram: Tal coisas não são assim.
Nenhum mal nos sobrevirá, e não veremos espada nem fome.
13 Nossos profetas tornaram-se vento, e a palavra do Senhor não estava neles.
14 Portanto, assim diz o Senhor Todo-Poderoso: Visto que tendes falado esta
palavra, eis que tenho transformado as minhas palavras na tua boca em fogo, e a
este povo em lenha, e serão consumidos.
15 Eis que trarei sobre vós uma nação vinda de longe, ó casa de Israel, diz o Senhor,
uma nação cujo som de sua língua não entendereis.
16 São, todos eles, homens poderosos;
17 devoram a vossa colheita e o vosso pão, e hão de devorar os vossos filhos e
filhas; eles devorarão as vossas ovelhas e os vossos bezerros, os vossos vinhedos, as
vossas plantações de figueiras e os vossos olivais. E irão destruir totalmente, pela
espada, as cidades fortes nas quais confiastes.
18 Mas sucederá que, naqueles dias, diz o Senhor teu Deus, eu não vos destruirei de
todo.
19 E virá a acontecer, quando te disserem: Por que o Senhor nosso Deus fez todas
estas coisas? que lhes dirás: Porquanto servistes a deuses estranhos na vossa terra,
da mesma forma servireis aos estrangeiros em terra que não é a vossa.
20 Anunciai essas coisas para a casa de Jacó, e sejam elas ouvidas na casa de Judá.
21 Ouvi agora estas coisas, ó povo louco e insensato, que têm olhos e não vê, que
tem ouvidos e não ouve:
22 Não devereis ter medo de mim? diz o Senhor. Não temereis diante de mim, que
pus a areia por um limite ao mar, por estatuto perpétuo, para que ele não deva
ultrapassá-la? Sim, ele se enfurecerá, porém não prevalecerá; suas ondas rugirão,
mas não passarão por ela.
23 Entretanto, este povo tem um coração desobediente e rebelde; eles se
desviaram e voltaram para trás,
24 e não disseram no seu coração: Temamos, agora, ao Senhor nosso Deus que nos
dá a chuva temporã e a serôdia, de acordo com a época de cumprimento da
ordenança da colheita, e a tem preservado para nós.
25 Vossas transgressões removeram estas coisas, e os vossos pecados afastaram de
vós as coisas boas.
26 No meio do meu povo foram encontrados homens ímpios. Fizeram eles
armadilhas para destruir os homens, e os apanharam.
27 Como um laço que foi estendido fica cheio de pássaros, assim as suas casas estão
cheias de dolo. Por causa disso, cresceram muito e tornaram-se ricos.
28 Eles transgrediram a regra de julgamento. Não julgaram a causa do órfão, nem
tem julgado a causa da viúva.
29 Não hei de visitá-los por estas coisas? diz o Senhor; e não me vingarei de uma
nação tal como esta?
30 Fatos chocantes e horríveis têm sido feitos sobre a terra.
31 Os profetas profetizaram injustamente, os sacerdotes bateram palmas e o meu
povo tem amado que seja assim. Entretanto, o que fareis com respeito ao vosso
futuro?
Jeremias - Capítulo 6
Jeremias - Capítulo 7
Jeremias - Capítulo 8
1 Naquele tempo, diz o Senhor, tirarão os ossos dos reis de Judá, os ossos dos seus
príncipes, os ossos dos sacerdotes, os ossos dos profetas e os ossos dos habitantes
de Jerusalém das suas sepulturas,
2 e serão expostos para o sol, a lua e as estrelas, e para todo o exército do céu que
eles amaram e ao qual serviram, após quem andaram e ao qual se apegaram,
adorando-os. Eles não deverão ser lamentados nem enterrados, mas ficarão como
um exemplo sobre a face da terra,
3 porque preferiram a morte à vida, tal como os restantes que ficarem desta raça
em todos os lugares para onde eu os expulsar.
4 Pois assim diz o Senhor: Não deverá aquele que cai levantar-se novamente? Ou
aquele que se afasta não irá retornar?
5 Por que então este meu povo afastou-se com uma revolta desavergonhada,
fortalecendo-se na sua obstinação e recusando-se a voltar?
6 Atentai, peço-vos, e ouvi, porquanto eles não irão falar assim. Ninguém há que se
arrependa da sua maldade, dizendo: Que fiz eu? O corredor falhou em sua carreira,
como um cavalo cansado em seu relinchar.
7 Até a cegonha no céu conhece o seu tempo, e também a rola e a andorinha
selvagem; os pardais observam os tempos de sua arribação. Entretanto, este meu
povo não conhece os juízos do Senhor.
8 Como direis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Em vão os escribas
usaram de uma falsa pena.
9 Os sábios são envergonhados, alarmados e presos, porque rejeitaram a palavra do
Senhor. Que sabedoria há neles?
10 Portanto, darei suas mulheres a outros e os seus campos a novos herdeiros, e
eles colherão os seus frutos, diz o Senhor.
11 12 13 Não há uvas na videira nem figos na figueira, e as folhas caíram.
14 Por que nos assentamos ainda? Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortes. Mas
seremos lançados para fora delas, porque Deus nos expulsa e faz-nos beber água de
fel, por havermos pecado diante dele.
15 Reunimo-nos pela paz, mas não havia prosperidade; por um tempo de cura, mas
eis a ansiedade.
16 Ouviremos o relinchar de seus cavalos velozes, desde Dã; toda a terra tremerá ao
som do relinchar dos cavalos. Eles virão, devorarão a terra e a sua plenitude, a
cidade e os que habitam nela.
17 Porque eis que eu envio contra vós serpentes mortais, que não podem ser
encantadas, e elas vos morderão
18 mortalmente, causando dor ao vosso coração angustiado.
19 Eis que há um som do clamor da filha do meu povo, vindo de uma terra
longínqua: Não está o Senhor em Sião? Não há lá um rei? Porquanto eles me
provocaram com as suas imagens esculpidas, com vaidades estranhas.
20 O verão se foi, a colheita findou, e nós não estamos salvos.
21 Por causa da ferida da filha do meu povo eu tenho sido entristecido; na minha
perplexidade dores apoderaram-se de mim, como de uma mulher em trabalho de
parto.
22 Não há bálsamo em Gileade, ou não haverá, lá, médico? Por que não aconteceu a
cura da filha do meu povo?
Jeremias - Capítulo 9
1 Quem dará água para a minha cabeça, e uma fonte de lágrimas aos meus olhos?
Então, eu iria chorar por este meu povo de dia e de noite, pelos mortos da filha do
meu povo.
2 Quem me daria um abrigo, bem longe, no deserto, para que eu pudesse deixar o
meu povo, afastando-me deles? Pois todos eles cometem adultério, são uma
assembléia de aleivosos.
3 Eles curvaram a sua língua como um arco; falsidade e não fidelidade tem
prevalecido sobre a terra, pois transitaram de mal a mal e não me conhecem, diz o
Senhor.
4 Acautelai-vos, cada um, do seu próximo, e não tenhais confiança em vossos
irmãos, pois todos eles irão, certamente, enganar; e todo amigo agirá
astuciosamente.
5 Cada um irá zombar de seu amigo. Não irão, eles, falar a verdade, pois a sua língua
aprendeu a proferir falsidades; cometeram a iniquidade e não cessaram, de modo a
se arrependerem.
6 Há usura ajuntada a usura, e engano sobre engano. Eles não me conhecem, diz o
Senhor.
7 Portanto, assim diz o Senhor: Eis que irei experimentá-los com fogo, provando-os;
assim eu farei, por causa da maldade da filha do meu povo.
8 Sua língua é uma seta que fere; as palavras de sua boca são enganosas. Um fala de
paz com o seu vizinho, mas em si mesmo esconde a inimizade.
9 Não deverei eu visitá-los, por todas estas coisas? diz o Senhor. E não irei vingar-me
de um povo como este?
10 Levantai uma lamentação por causa dos montes, e um lamento fúnebre por
causa dos caminhos do deserto, pois estão desolados pela falta de homens; não
mais ouviram o som de vida, das aves do céu e do gado. Estão todos maravilhados,
pois eles sumiram.
11 Irei remover os moradores de Jerusalém; torná-la-ei uma morada de dragões. Eu
totalmente desolarei as cidades de Judá, de modo que não será habitada.
12 Quem é o homem sábio, que entende isto? Aquele a quem a palavra da boca do
Senhor é dirigida, que ele vos diga por qual motivo a terra foi destruída, devastada
pelo fogo como um deserto, de modo que ninguém passa por ela.
13 E o Senhor disse-me: Porquanto deixaram a minha lei que lhes pus diante, e não
deram ouvidos à minha voz,
14 mas foram após os desejos do seu coração maligno e após os ídolos que seus pais
lhes ensinaram a adorar.
15 Portanto, assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eis que irei alimentá-los com
problemas e os levarei a beber água de fel :
16 espalhá-los-ei entre as nações que nem eles nem os seus pais conheceram, e
enviarei a espada sobre eles, até que os tenha consumido.
17 Assim diz o Senhor: Chamais as carpideiras, e que elas venham; enviai
mensageiros às mulheres sábias, e deixai-as expressarem a sua voz;
18 façam elas uma lamentação sobre ti, os seus olhos derramem lágrimas e as suas
pálpebras vertam água.
19 Porquanto uma voz de pranto se ouviu de Sião: Como tornamo-nos miseráveis!
Estamos demasiado envergonhados por temos deixado a terra e abandonado os
nossos tabernáculos!
20 Ouvi, pois, vós, mulheres, a palavra de Deus, e vossos ouvidos recebam as
palavras de sua boca. Ensinai às vossas filhas uma lamentação, e cada mulher a seu
vizinho um canto fúnebre.
21 Porque a morte subiu pelas janelas, entrou em nossa terra para destruir os bebês
dentro das casas e os jovens nas ruas.
22 Os cadáveres dos homens servirão como um exemplo na face do campo da vossa
terra, como a erva depois de cortada, e não haverá ninguém para recolhê-los.
23 Assim diz o Senhor: Não se orgulhe o homem sábio na sua sabedoria, o forte não
tenha orgulho em sua força nem o rico em sua riqueza;
24 porém, o que se gloriar, glorie-se nisso, a compreensão e o entendimento de que
eu sou o Senhor que exerço misericórdia, juízo e justiça sobre a terra, porque nestas
coisas está o meu prazer, diz o Senhor.
25 Eis que vêm dias, diz o Senhor, quando irei visitar em todos os circuncidados a
sua incircuncisão.
26 No Egito, na Idumeia, em Edom, nos filhos de Amom e nos filhos de Moabe, e em
todos os que raspam os lados de seu rosto em redor, até mesmo nos que habitam
no deserto. Pois são todos os gentios incircuncisos na sua carne, e os da casa de
Israel são incircuncisos em seus corações.
Jeremias - Capítulo 10
Jeremias - Capítulo 11
Jeremias - Capítulo 12
1 Justo és, ó Senhor, para que eu possa apresentar a minha defesa para ti. Sim, falar-
te-ei de justiça. Por qual motivo o caminho dos ímpios prospera? por que estão
florescendo todos os que lidam mui perfidamente?
2 Tu os plantaste e eles criaram raízes; geraram filhos e tornaram-se frutíferos. Estás
próximo de sua boca, porém longe do seu coração.
3 Porém tu, Senhor, me conheces; provaste o meu coração diante de ti. Purifica-os
para o dia do seu abate.
4 Até quando lamentará a terra e a erva do campo murchará por causa da maldade
dos que nela habitam? Os animais e os pássaros estão totalmente destruídos,
porquanto o povo disse: Deus não verá nossos caminhos.
5 Se correm os teus pés, fazem-te desfalecer. Como irás, então, preparar-te para
montar em cavalos? Tens sido, por acaso, confiante na terra de tua paz? O que farás,
portanto, no bramido do Jordão?
6 Porque até os teus irmãos e a casa de teu pai, até mesmo estes, se houveram
aleivosamente contigo; eles levantaram a sua voz e estão reunidos para te
perseguirem. Não ponhas neles a tua confiança, ainda que te falem palavras justas.
7 Tenho abandonado a minha casa, deixei a minha herança; entreguei o meu amado
nas mãos de seus inimigos.
8 Minha herança tornou-se para mim como um leão numa floresta; ela soltou sua
voz contra mim, pelo que a detestei.
9 Não é a minha herança para mim como a caverna de uma hiena? Não há uma
caverna encobrindo-a? Ide, reuni todas as feras do campo, e que venham para
devorá-la.
10 Muitos pastores destruíram a minha vinha, profanaram o meu quinhão e fizeram
da minha porção desejável um deserto sem trilhas;
11 foi transformada numa completa ruína. Por minha causa toda a terra foi
completamente arruinada, porque não há ninguém que se importe.
12 Os saqueadores estão vindo à cada passagem do deserto, porque a espada do
Senhor devora desde uma extremidade da terra à outra. Nenhuma carne tem
qualquer paz.
13 Semeiam trigo e colhem espinhos. Suas porções de nada lhes aproveitarão.
Tende vergonha da vossa arrogância, por causa do opróbrio diante do Senhor!
14 Pois assim diz o Senhor acerca de todos os maus vizinhos que tocam na minha
herança, a qual eu dividi para o meu povo Israel: Atraí-los-ei para longe da sua terra,
e arrancarei Judá do meio deles.
15 E sucederá, depois que os tirar para fora, que eu irei voltar e terei misericórdia
deles, fazendo com que habitem cada um na sua herança e cada um na sua terra.
16 E será que, se de fato eles aprenderem o caminho do meu povo, jurando pelo
meu nome e dizendo: Vive o Senhor, da mesma maneira como ensinaram o meu
povo a jurar por Baal, então deverá aquela nação ser edificada no meio do meu
povo.
17 Porém, se eles não se arrependerem, eu desarraigarei essa nação com ruína e
destruição.
Jeremias - Capítulo 13
1 Assim diz o Senhor: Vai, adquire para ti um cinto de linho e poe-no sobre os teus
lombos. Entretanto, que ele não seja colocado na água.
2 Assim, adquiri o cinto, conforme a palavra do Senhor, colocando-o sobre os meus
lombos.
3 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
4 Toma o cinto que está sobre os teus lombos e ergue-te-te, vai ao Eufrates e
esconde-o, ali, na fenda duma rocha.
5 Então, eu fui e escondi-o junto ao Eufrates, como o Senhor me ordenara.
6 E aconteceu, depois de muitos dias, que o Senhor me disse: Levanta-te, vai ao
Eufrates e toma dali o cinto que te ordenei que escondesses naquele lugar.
7 Fui, portanto, ao Eufrates, escavei e tomei o cinto do lugar onde o havia
enterrado, e eis que ele estava podre, não servindo, absolutamente, para nada.
8 Então, a palavra do Senhor veio a mim, dizendo: Assim diz o Senhor:
9 Deste modo farei apodrecer a soberba de Judá e a soberba de Jerusalém,
10 o grande orgulho dos homens que não ouvem as minhas palavras e tem ido atrás
de deuses estranhos para os servirem e para adorá-los. Tornar-se-ão, eles, como
este cinto que não pode ser usado para nada.
11 Porque assim como um cinto une-se aos lombos do homem, assim também eu
farei unir-se a mim a casa de Israel e toda a casa de Judá, para que o meu povo seja
para a minha fama, louvor e honra. Contudo, eles não me deram ouvidos.
12 Portanto, dirás a este povo: Todo odre se encherá de vinho. E virá a suceder, se
eles disserem para ti: Não sabemos nós, com certeza, que todo odre se encherá de
vinho? Que lhes dirás:
13 Assim diz o Senhor: Eis que eu irei encher os habitantes desta terra e os seus reis,
os filhos de Davi que estão assentados sobre o seu trono, e os sacerdotes, e os
profetas, assim como Judá e todo o moradores de Jerusalém, de bebida forte.
14 E os espalharei, separando um homem de seu irmão, de seus pais e de seus filhos.
Não terei compaixão, diz o Senhor, e não os pouparei nem terei pena para salvá-los
da destruição.
15 Escutai, dai ouvidos e não sede orgulhosos, porquanto o Senhor o disse.
16 Dai glória ao Senhor, vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que
tropecem vossos pés nos montes tenebrosos. Pois esperais pela luz, mas eis que a
sombra da morte vem. Entretanto, eles serão levados para as trevas.
17 Porém, se não derdes ouvidos vossa alma chorará em segredo por causa do
orgulho que tendes, e os vossos olhos derramarão lágrimas, porque o rebanho do
Senhor estará extremamente ferido.
18 Dizei ao rei e aos príncipes: Humilhai-vos e assentai-vos, pois a coroa de glória foi
removida da vossa cabeça.
19 As cidades ao sul foram fechadas e não há ninguém para abri-las; Judá foi levado
para o cativeiro. Todos eles foram, completamente, removidos.
20 Levanta os teus olhos, ó Jerusalém, e vê os que vêm do norte. Onde está o
rebanho que te foi dado, as ovelhas da tua glória?
21 O que irás dizer-lhes quando te visitarem? Porquanto lhes ensinastes lições para
as usarem contra ti mesmo? Não irão dores apoderar-se de ti como de uma mulher
em trabalho de parto?
22 E se disseres em teu coração: Por que tem essas coisas me acontecido? Por causa
da abundância da tua iniquidade os teus vestidos foram levantados, para que os
teus calcanhares estivessem expostos.
23 Se o etíope mudar a cor da sua pele ou o leopardo as suas manchas, então
podereis fazer o bem tendo aprendido o mal.
24 Por isto os espalhei como gravetos levados pelo vento para o deserto.
25 Assim será a tua sorte e a recompensa da tua desobediência contra mim, diz o
Senhor. Conforme te esqueceste de mim e confiaste em mentiras,
26 também eu irei levantar os teus vestidos sobre o teu rosto, e a tua vergonha
deverá ser vista,
27 tal como o teu adultério, o teu relinchar e a frouxidão da tua prostituição. Nas
colinas e nos campos eu tenho visto as tuas abominações. Ai de ti, ó Jerusalém,
porquanto não foste purificada para seguir após mim! Por quanto tempo, ainda,
deverá ser assim?
Jeremias - Capítulo 14
Jeremias - Capítulo 15
Jeremias - Capítulo 16
Jeremias - Capítulo 17
1 Maldito o homem que confia no homem, para apoiar o seu braço de carne sobre
ele, enquanto o seu coração se afasta do Senhor.
6 Ele será como a tamargueira no deserto selvagem. Não verá vir bem algum,
porém, deverá habitar em lugares áridos e desérticos, na terra salgada e que não é
habitada.
7 Bendito, entretanto, é o homem que confia no Senhor e cuja esperança é posta no
Senhor,
8 pois será como a árvore verdejante junto as águas e lançará as suas raízes em
direção a um lugar úmido. Não irá recear quando vier o calor, pois haverá sobre ele
ramos umbrosos; não deverá temer em um ano de seca nem deixará de dar frutos.
9 O coração é profundo além de todas as coisas, e assim é o homem. Quem poderá
conhecê-lo?
10 Eu, o Senhor julgo os corações e provo os pensamentos, para retribuir a cada um
segundo os seus caminhos e de acordo com os frutos de suas maquinações.
11 A perdiz profere a sua voz. Ela reúne os ovos que não pôs. Assim é o homem que
ganha as suas riquezas injustamente. No meio de seus dias elas o deixarão, e no fim
de sua vida tornar-se-á um insensato.
12 Um trono exaltado de glória é o nosso santuário.
13 Ó Senhor, esperança de Israel, que todos os que te abandonaram fiquem
envergonhados, que aqueles que se revoltaram contra ti tenham seus nomes
escritos sobre a areia, porquanto abandonaram a fonte da vida, o Senhor.
14 Cura-me, ó Senhor, e serei curado; salva-me e serei salvo. Pois tu és o meu
orgulho.
15 Eis que eles me dizem: Onde está a palavra do Senhor? Trazei-a para nós.
16 Eu, porém, não me tenho cansado de seguir-te, nem tampouco desejei os
caminhos do homem, tu o sabes. As palavras que saem dos meus lábios estão
sempre diante da tua face.
17 Não sejas para mim um estranho, mas poupa-me no dia mau.
18 Que aqueles que me perseguem se envergonhem; eu, entretanto, não seja
envergonhado. Que eles se assustem, mas não seja eu assustado. Traze sobre eles o
dia do mal, esmaga-os com redobrada destruição.
19 Assim diz o Senhor: Vai, e põe-te nas portas dos filhos do teu povo, pelas quais os
reis de Judá entram e pelas quais eles saem, e em todas as portas de Jerusalém,
20 e dize-lhes: Ouvi a palavra do Senhor, vós, reis de Judá, toda a Judeia e toda
Jerusalém, todos vós que entrais por estas portas.
21 Assim diz o Senhor: Acautelai-vos pelas vossas almas; não tomeis cargas no dia de
sábado e não entreis pelas portas de Jerusalém.
22 Não tireis nenhuma carga para fora de vossas casas no dia de sábado, e nele não
façais nenhum trabalho. Santificai o dia de sábado, conforme ordenei a vossos pais.
23 Porém eles não escutaram nem inclinaram os seus ouvidos, mas endureceram a
sua cerviz mais do que seus pais fizeram, de modo a não ouvirem-me, para que não
recebessem a correção.
24 Mas sucederá, se vós me ouvirdes, diz o Senhor, para não transportardes
nenhuma carga através das portas desta cidade no dia de sábado e para o
santificardes, de modo a não executar nele nenhum trabalho,
25 que entrarão pelas portas desta cidade reis e príncipes, assentados no trono de
Davi e montados em seus carros e cavalos. Eles e os seus príncipes, os homens de
Judá e os moradores de Jerusalém. E esta cidade será habitada para sempre.
26 Homens sairão das cidades de Judá, dos arredores de Jerusalém, da terra de
Benjamim, das planícies, das regiões montanhosas e do sul trazendo holocaustos e
sacrifícios, aromas, maná e incenso; trazendo louvor à casa do Senhor.
27 Todavia acontecerá, se não derdes ouvidos a mim para santificar o dia de sábado,
para não levar nenhuma carga nem entrar com ela pelas portas de Jerusalém no dia
de sábado que, então, acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá as ruas de
Jerusalém, e não se apagará.
Jeremias - Capítulo 18
1 A palavra que veio do Senhor a Jeremias,
2 dizendo: Ergue-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras.
3 Então, eu fui até a casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo um vaso sobre as
pedras.
4 Porquanto o vaso que ele estava fazendo com as suas mãos caiu, fez ele outro
vaso, conforme lhe pareceu bem fazê-lo.
5 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
6 Não serei capaz, ó casa de Israel, de fazer convosco conforme fez este oleiro? Eis
que, como o barro do oleiro assim sois vós nas minhas mãos.
7 Se eu pronunciar um decreto contra uma nação ou contra um reino, para cortá-los
e destruí-los,
8 e aquela nação se converter de todos os seus pecados, então eu me arrependerei
do mal que propus fazer contra eles;
9 e se eu pronunciar um decreto contra uma nação ou contra um reino, para
reconstruir e para plantar,
10 e eles fizerem o mal diante de mim, de modo a não darem ouvidos a minha voz,
então arrepender-me-ei do bem o qual falei que iria fazer-lhes.
11 Agora, pois, assim diz aos homens de Judá e aos habitantes de Jerusalém: Eis que
eu preparo males contra vós, e diviso contra vós um plano. Arrependei-vos, cada
um, de seu mau caminho, mudando as vossas práticas.
12 Mas eles disseram: Iremos portar-nos como homens; iremos buscar os nossos
caminhos perversos e executar, cada um, os desejos de seu mau coração.
13 Portanto, assim diz o Senhor: Indague-se, agora, entre as nações: quem ouviu tais
coisas horríveis como as que fez a virgem de Israel?
14 Deixarão os córregos refrescantes de fluir da rocha, ou faltará a neve do Líbano?
Deverá a água, violentamente impelida pelo vento, voltar para trás?
15 Entretanto, o meu povo se esqueceu de mim. Ofereceram incenso em vão e
erraram em seus caminhos, deixando as trilhas antigas para entrarem em caminhos
intransitáveis,
16 para fazerem da sua terra uma desolação e motivo de perpétuos assobios. Todo
aquele que passar por ela se espantará e meneará a cabeça.
17 Eu os espalharei diante de seus inimigos, como um vento oriental. Mostrar-lhes-ei
o dia da sua ruína.
18 Então, disseram: Vinde, e elaboremos um plano contra Jeremias. Pois a lei não
haverá de faltar, vinda do sacerdote, nem o conselho do sábio, nem a palavra do
profeta. Vinde, vamos feri-lo com a nossa língua, e ouviremos o que ele tem a dizer.
19 Ouve-me, ó Senhor; ouve a voz da minha súplica,
20 porque o mal é dado em paga do bem. Eles têm forjado palavras contra a minha
alma, ocultando o castigo que reservavam para mim. Lembra-te de que eu estava
diante de ti para falar a favor deles, para desviar deles a tua ira.
21 Entrega, portanto, seus filhos à fome e ajunta-os para o poder da espada; que as
suas mulheres fiquem viúvas, sem filhos; sejam os seus maridos cortados pela morte
e caiam os seus jovens à espada na guerra.
22 Ouça-se um grito em suas casas, pois trarás sobre eles assaltantes, de repente.
Porquanto elaboraram um plano para tomar-me, e para mim esconderam
armadilhas.
23 Mas tu, ó Senhor, conheces todo o seu conselho mortal contra mim. Não tenhas
por inocentes as suas iniquidades nem apagues os seus pecados de diante de ti. Que
a sua fraqueza apareça à tua frente. Lida com eles no tempo da tua ira.
Jeremias - Capítulo 19
1 Então, disse-me o Senhor: Vai, apanha um vaso de barro, o trabalho do oleiro, e dá-
lo-ás a alguns dos anciãos do povo e dos sacerdotes;
2 e sairás para a sepultura do filho de Hinom, a qual está na entrada da porta do
Oleiro. E irás ler, naquele lugar, todas as palavras que eu te direi.
3 E dir-lhes-ás: Ouvi a palavra do Senhor, vós, reis de Judá e homens de Judá,
moradores de Jerusalém e todos vós que entrais por estas portas. Assim diz o
Senhor, Deus de Israel: Eis que eu trarei um mal sobre este lugar, de modo que os
ouvidos de todo aquele que o ouvir formigarão.
4 Porquanto me deixaram e profanaram a este lugar, queimando incenso nele a
deuses estranhos que eles e seus pais não conheceram. Os reis de Judá encheram
este lugar com sangue inocente,
5 construindo lugares altos para Baal, a fim de queimarem os seus filhos no fogo,
coisas estas que eu não ordenei, nem tampouco meditei-as em meu coração.
6 Portanto eis que vêm os dias, diz o Senhor, nos quais este lugar não se chamará
mais a Queda, e a sepultura do filho de Hinom, mas a sepultura dos Abatidos.
7 Eu destruirei o conselho de Judá e o conselho de Jerusalém, neste lugar; derrubá-
los-ei com a espada diante de seus inimigos, e pela mão dos que procuram a sua
morte, e darei os seus cadáveres para servirem de alimento às aves do céu e às feras
da terra.
8 Farei desta cidade uma desolação e torná-la-ei objeto de assobio. Todo aquele que
por ela passar zombará e assobiará, por causa de toda a sua praga.
9 Eles comerão a carne de seus filhos e a carne de suas filhas; comerá cada um a
carne do seu próximo no bloqueio e no cerco com que seus inimigos a cercarão.
10 Então, tu quebrarás o vaso à vista dos homens que saem contigo,
11 e lhes dirás: Assim diz o Senhor: Deste modo, quebrarei em pedaços a este povo e
a esta cidade; do mesmo modo como um vaso de barro é quebrado em pedaços
que não podem ser novamente juntados.
12 Assim farei, diz o Senhor, a este lugar e aos seus moradores, para que esta cidade
seja abandonada como uma que está caindo em ruínas.
13 Então, as casas de Jerusalém e as casas dos reis de Judá serão como um lugar em
ruínas, por causa de suas imundícies, as casas nas quais queimavam incenso sobre
os seus telhados para todo o exército dos céus, e derramavam libações a deuses
estranhos.
14 E Jeremias veio do local da Queda, para onde o Senhor o havia enviado a
profetizar. Ficou ele em pé no pátio da casa do Senhor, e disse a todo o povo: Assim
diz o Senhor:
15 Eis que eu trarei sobre esta cidade, sobre todas as cidades que lhe pertencem e
sobre as suas aldeias todos os males que falei contra ela; porquanto endureceram a
sua cerviz para não darem ouvidos aos meus mandamentos.
Jeremias - Capítulo 20
1 Ora, Pasur, filho de Imer, o sacerdote, o qual também havia sido nomeado chefe
da casa do Senhor, ouviu Jeremias profetizar estas palavras.
2 Então, ele o feriu, e o lançaram na cisterna que estava junto à porta da casa
superior, que era separada e estava ao lado da casa do Senhor.
3 Depois disto, Pasur tirou Jeremias da cisterna; e ele lhe disse: O Senhor não mais
chama o teu nome Pasur, mas Exílio.
4 Porque assim diz o Senhor: Eis que eu te entregarei ao cativeiro com todos os teus
amigos. Eles cairão pela espada de seus inimigos, e teus olhos o verão. Eu te
entregarei e todo o Judá nas mãos do rei de Babilônia, e eles irão levá-los cativos, e
os cortarão em pedaços com as suas espadas.
5 Entregarei toda a força desta cidade, todas as suas obras e todos os tesouros do
rei de Judá nas mãos de seus inimigos, e eles irão levá-los para a Babilônia.
6 Tu e todos os que habitam em tua casa ireis para o cativeiro, e morrerás na
Babilônia. E, lá, tu e todos os teus amigos serão sepultados, aqueles para quem
profetizaste mentiras.
7 Tu me enganaste, ó Senhor, e eu tenho sido enganado. Tens sido forte e tens
prevalecido. Tornei-me alvo de chacota e sou constantemente ridicularizado, todos
os dias.
8 Portanto, rir-me-ei com o meu discurso amargo, clamando rebelião e miséria. A
palavra do Senhor tornou-se um opróbrio para mim e um escárnio por todos os
meus dias.
9 Então, eu disse: Não mais mencionarei o nome do Senhor; nunca mais falarei em
seu nome. Porém isto tornou-se um fogo ardendo em chamas nos meus ossos.
Estou totalmente enfraquecido, por todos os lados, e não posso mais suportá-lo.
10 Porque ouvi o escárnio de muitos, reunidos ao meu redor, dizendo: Façamos uma
conspiração e vamos, juntos, conspirar contra ele, até mesmo todos os seus amigos.
Vigiemos suas intenções a fim de ver se poderá ser enganado, para prevalecermos
contra ele. E vingar-nos-emos dele!
11 Todavia o Senhor está comigo como um poderoso homem de guerra. Portanto,
perseguiram-me mas não conseguiram encontrar qualquer coisa contra mim. Foram
muito confundidos, porque não conheceram a sua desgraça, que jamais será
esquecida.
12 Ó Senhor, que provas as obras justas, conhecendo as entranhas e os corações!
Que eu veja a tua vingança sobre eles, pois a ti revelei a minha causa.
13 Cantai ao Senhor, cantai louvores a ele, pois livrou a alma do necessitado da mão
dos malfeitores.
14 Maldito o dia em que nasci, o dia em que a minha mãe me deu à luz. Que ele não
seja abençoado.
15 Maldito o homem que deu as boas-novas ao meu pai, dizendo: Uma criança, um
menino, nasceu para ti!
16 Que aquele homem se regozije como as cidades que o Senhor destruiu na sua ira,
sem arrepender-se. Ouça ele um choro pela manhã e grande lamentação ao meio-
dia.
17 Por que não me matou ele no seu ventre, tornando-se a minha mãe o meu
túmulo, acolhendo-me o seu ventre para sempre?
18 Por que saí da madre para ver problemas e angústias, e os meus dias são
consumidos em vergonha?
Jeremias - Capítulo 21
1 Palavra que veio do Senhor a Jeremias, quando o rei Zedequias enviou a ele Pasur,
o filho de Malquias, e Sofonias, filho de Maaséias, o sacerdote, dizendo:
2 Interroga ao Senhor a nosso respeito, porque o rei de Babilônia se levantou contra
nós, para ver se o Senhor fará de acordo com todas as suas maravilhas, e o rei se
apartará de nós.
3 E Jeremias lhes disse: Desta forma direis a Zedequias, rei de Judá:
4 Assim diz o Senhor: Eis que virarei contra vós mesmos as armas de guerra com
que haveis de pelejar contra os caldeus que vos estão sitiando de fora do muro, e
reuni-los-ei no meio desta cidade.
5 Lutarei contra vós com mão estendida e braço forte, com furor e ira,
6 e ferirei a todos os habitantes desta cidade, homens e gado, com grave
pestilência; e eles morrerão.
7 E, depois disso, diz o Senhor, entregarei a Zedequias, rei de Judá, e aos seus
servos, e ao povo que restou na cidade, da peste, da fome e da espada, nas mãos
dos seus inimigos que buscam suas vidas, e eles os farão em pedaços com o fio da
espada. Eu não irei poupá-los e não terei compaixão deles.
8 E dirás a este povo: Assim diz o Senhor: Eis que eu ponho diante de vós o caminho
da vida e o caminho da morte.
9 O que ficar nesta cidade morrerá pela espada e pela fome, porém o que sair para
passar-se aos caldeus, os quais vos estão sitiando, viverá e a sua vida lhe será por
despojo. Este, tão somente, viverá .
10 Porque pus o meu rosto contra esta cidade para o mal e não para o bem. Ela será
entregue nas mãos do rei de Babilônia, e ele a consumirá com fogo.
11 Ó casa do rei de Judá, ouvi a palavra do Senhor!
12 Ó casa de Davi, assim diz o Senhor: Julgai já pela manhã e agi corretamente,
resgatando o oprimido da mão daquele que o trata com injustiça, para que a minha
ira não se acenda como fogo e queime sem haver quem a apague.
13 Eis que eu estou contra ti, tu que habitas no vale de Sor, no país da planície, e
contra aqueles que dizem: Quem nos causará temor? Quem entrará em nossa
habitação?
14 Pois eu irei acender um fogo no seu bosque, que consumirá todas as coisas em
seu redor.
Jeremias - Capítulo 22
1 Assim diz o Senhor: Vai, desce à casa do rei de Judá e anuncia-lhe, ali, esta palavra,
2 dizendo: Ouvi a palavra do Senhor, ó rei de Judá, que te assentas no trono de Davi,
tu e a tua casa, e o teu povo, e os que entram por estas portas.
3 Assim diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça, resgatai o espoliado da mão daquele
que lhe faz mal, e não oprimais o estrangeiro, o órfão e a viúva; não pequeis nem
derrameis nenhum sangue inocente neste lugar.
4 Se realmente cumprirdes essa palavra, então entrarão pelas portas desta casa reis
que se assentem no trono de Davi, sobre carros e montados em cavalos, eles, seus
servos e o seu povo.
5 Porém, se não cumprirdes estas palavras, por mim mesmo jurei, diz o Senhor, que
desta casa deverá ser feita uma desolação.
6 Porque assim diz o Senhor acerca da casa do rei de Judá: Tu és para mim Gileade e
a cabeça do Líbano, mas por certo que farei de ti um deserto e cidades que não
serão habitadas.
7 Trarei sobre ti homens destruidores com os seus machados. Eles cortarão os teus
cedros escolhidos, e lançá-los-ão no fogo.
8 As nações passarão por esta cidade, e cada um deles deverá dizer ao seu
companheiro: Por que fez o Senhor assim com esta grande cidade?
9 E responderão: Porquanto deixaram o pacto do Senhor seu Deus e adoraram a
outros deuses, e os serviram.
10 Não choreis pelo que morre nem por ele lamenteis; chorai amargamente por
aquele que vai embora, porque não voltará nem verá mais a sua terra natal.
11 Pois assim diz o Senhor a respeito de Salum, filho de Josias, que reina no lugar de
Josias, seu pai, o qual já tem saído deste lugar: Ele não voltará mais para cá,
12 porém, naquele lugar para onde os tenho levado cativos ali morrerá, e não verá
mais esta terra,
13 assim como todo aquele que constrói a sua casa mas não com justiça, e os seus
aposentos superiores mas não com julgamento; que faz o seu vizinho trabalhar para
ele em troca de nada e de modo algum dá a ele o seu pago.
14 Tens construído para ti mesmo uma casa bem proporcionada, com câmaras
espaçosas, equipada com janelas, forrada com cedro e pintada de vermelhão.
15 Reinarás tu, porquanto tens feito provocações, juntamente com o teu pai Acaz?
Todavia, eles não comem nem bebem. Melhor é para ti praticares o juízo e a justiça.
16 Eles, porém, não compreenderam, não julgaram a causa do aflito nem a causa
dos pobres. Porventura não é assim porque não me conheces? diz o Senhor.
17 Eis que os teus olhos não são bons nem o teu coração, porquanto eles vão atrás
da tua ganância e do sangue inocente para derramá-lo, e atrás de atos de injustiça e
de abate para cometê-los.
18 Portanto, assim diz o Senhor a respeito de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá, à
respeito deste homem: Por ele não se lamentarão, dizendo: Ah, irmão! Nem
chorarão por ele, de maneira alguma, dizendo: Ai, Senhor!
19 Será ele enterrado com o enterro de um asno; arrastá-lo-ão sem cuidado e o
lançarão fora dos portões de Jerusalém.
20 Sobe ao Líbano e chora; profere a tua voz em Basã, e clama em alta voz para a
extremidade do mar, pois todos os teus amantes estão destruídos.
21 Eu te falei quando da tua transgressão, mas disseste: Não escutarei. Este tem sido
o teu caminho desde a tua mocidade. Tu não deste ouvidos à minha voz.
22 O vento tenderá todos os teus pastores, e os teus amantes irão em cativeiro;
então, serás envergonhada e confundida por causa de todos os teus amantes.
23 Ó tu, que habitas no Líbano, fazendo o teu ninho nos cedros! Gemerás forte
quando as dores, como de mulher de parto, vierem sobre ti.
24 Como eu vivo, diz o Senhor, ainda que Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá,
fosse de fato o selo da minha mão direita, dali eu o arrancaria!
25 Entregar-te-ei, ó rei, nas mãos dos que procuram a tua vida, dos quais sentes
temor, nas mãos dos caldeus;
26 lançar-te-ei, a ti e a tua mãe que te deu à luz, em uma terra onde não nasceste, e
ali morrerás.
27 Contudo eles não deverão retornar, de modo algum, à terra que tanto desejam
em suas almas.
28 Jeconias está desonrado como um vaso inútil, pois foi lançado fora e atirado em
uma terra que não conhecia.
29 Terra, terra, ouve a palavra do Senhor!
30 Registrai este homem como um pária, pois nenhum dos seus descendentes
crescerá para assentar-se no trono de Davi, ou, como um príncipe, em Judá.
Jeremias - Capítulo 23
Jeremias - Capítulo 24
Jeremias - Capítulo 25
1 A palavra que veio a Jeremias acerca de todo o povo de Judá, no quarto ano de
Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá,
2 a qual ele falou a todo o povo de Judá e aos moradores de Jerusalém, dizendo:
3 Desde o décimo-terceiro ano de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até este
mesmo dia, por vinte e três anos, tenho falado convosco, levantando cedo e
anunciando.
4 E enviei-vos meus servos, os profetas, desde cedo (mas não ouvistes nem
prestastes atenção com os vossos ouvidos), dizendo:
5 Convertei-vos, cada um, do seu mau caminho e das suas práticas malignas, e
ficareis na terra que vos dei e a vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre.
6 Não andeis após outros deuses para os servir e adorar, provocando-me pelas
obras de vossas mãos, para fazer-vos mal.
7 Vós, porém, não me destes ouvidos.
8 Portanto, assim diz o Senhor: Uma vez que não crestes nas minhas palavras,
9 eis que eu enviarei mensageiros, e tomarei uma tribo do norte; trá-los-ei sobre
esta terra e sobre os seus moradores, e sobre todas as nações ao redor dela; e os
arrasarei completamente, fazendo deles uma desolação, um assobio e um opróbrio
eterno.
10 Irei destruir, dentre eles, a voz de gozo e a voz de alegria, a voz do noivo e a voz
da noiva, o cheiro do unguento e a luz do candeeiro.
11 A terra inteira se tornará em desolação, e eles servirão entre os gentios por
setenta anos.
12 E quando os setenta anos se cumprirem tomarei vingança sobre aquela nação,
fazendo deles uma desolação perpétua.
13 Trarei sobre aquela terra todas as minhas palavras que tenho proferido contra
ela, todas as coisas que estão escritas neste livro.
14, 15 Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Toma, da minha mão, o copo deste vinho
sem mistura, e farás com que bebam dele todas as nações a quem eu te enviar.
16 Pois beberão e vomitarão, e ficarão enlouquecidos por causa da espada que
enviarei para o meio deles.
17 Então, tomei o cálice da mão do Senhor e fiz com que as nações, às quais o
Senhor me enviara, bebessem dele:
18 Jerusalém e as cidades de Judá, com os reis de Judá e os seus príncipes, para
fazer deles um lugar deserto, uma desolação e motivo de assobios;
19 Faraó, rei do Egito, e os seus servos, seus nobres e todo o seu povo;
20 e todo o povo misto, e os reis dos filisteus, todos, bem como Ascalom, Gaza,
Ecrom e o restante de Azoto;
21 e Edom, e a terra de Moabe, e os filhos de Amom,
22 e os reis de Tiro, e os de Sidom, e os reis do país além do mar;
23 e Dedã, Tema e Ros, com todo aquele que tem o seu rosto raspado, ao redor;
24 e todo o povo misto habitando no deserto,
25 e todos os reis de Elão, e todos os reis dos persas,
26 e todos os reis do norte, os de longe e os de perto, cada um com o seu irmão. E
todos os reinos que estão sobre a face da terra.
27 E lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos: Bebei, ficai bêbados, pois
vomitareis, caireis e de modo algum vos levantareis, por causa da espada que eu
enviarei.
28 E será que quando eles se recusarem a tomar o copo da tua mão para beber, que
lhes dirás: Assim diz o Senhor: Vós, certamente, bebereis.
29 Porquanto estou começando a afligir a cidade sobre a qual o meu nome é
invocado, e vós de modo algum sereis tidos por inocentes; porque eu estou
chamando a espada contra todos os que habitam sobre a terra.
30 Mas tu, profetiza contra eles estas palavras, dizendo: O Senhor fala do alto do
seu santuário, levanta ele a sua voz; pronunciará, de seu lugar, uma declaração, e
todos estes deverão atender-lhe, como homens que colhem as uvas. Destruição
está vindo contra todos os que habitam sobre a terra,
31 até mesmo sobre as extremidades da terra; pois o Senhor tem uma contenda
com as nações; ele está contendendo com toda a carne, e os ímpios serão dados à
espada, diz o Senhor.
32 Assim diz o Senhor: Eis que males estão vindo de nação para nação, e grande
tempestade sai da extremidade da terra.
33 Os mortos da parte do Senhor estarão, no dia do Senhor, de uma extremidade da
terra até a sua outra extremidade; não serão sepultados, mas ficarão como esterco
sobre a face da terra.
34 Uivai, ó pastores, e clamai; lamentai-vos, carneiros do rebanho, pois os vossos
dias foram concluídos para o abate, e caireis como carneiros escolhidos.
35 Não haverá fuga para os pastores, nem segurança para os carneiros do rebanho.
36 Ouve-se um clamor dos pastores, e um gemido das ovelhas e dos carneiros,
porque o Senhor destruiu as suas pastagens.
37 As moradas pacíficas que ainda permanecem deverão ser destruídas diante do
furor da minha cólera.
38 Ele abandonou o seu covil, como um leão, pois a sua terra tornou-se desolada
diante da grande espada.
Jeremias - Capítulo 26
Jeremias - Capítulo 27
1, 2 Assim diz o Senhor: Faz para ti mesmo laços e jugos, e pôe-os no teu pescoço;
3 e os enviarás ao rei de Edom, ao rei de Moabe, ao rei dos filhos de Amom, ao rei
de Tiro e ao rei de Sidom, pelas mãos de seus mensageiros que vêm ao encontro de
Zedequias, rei de Judá, em Jerusalém.
4 E os encarregarás de dizer aos seus senhores: Assim diz o Senhor, Deus de Israel:
Desta forma direis a vossos senhores:
5 Eu fiz a terra com o meu grande poder e com o meu braço erguido, e irei dá-la a
quem parecer bem aos meus olhos.
6 E dei a terra a Nabucodonosor, rei da Babilônia, para servi-lo, fazendo com que os
animais do campo trabalhassem para ele.
7 8 Portanto a nação e o reino, todo aquele não colocar o seu pescoço sob o jugo do
rei de Babilônia, eu irei visitá-los com a espada e a fome, diz o Senhor, até que sejam
consumidos pela sua mão.
9 Não escuteis vossos falsos profetas, nem aqueles que vos adivinham coisas e os
que preveem eventos de sonhos para vós; não atenteis para os seus augúrios nem
para os seus feiticeiros, que vos dizem: Não devereis, de maneira alguma, servir ao
rei da Babilônia;
10 porquanto vos profetizam mentiras, a fim de remover-vos para longe de vossa
terra.
11 Entretanto, a nação que colocar o seu pescoço sob o jugo do rei de Babilônia,
servindo-o, eu a deixarei ficar em cima de sua própria terra, e ela irá servi-lo
habitando nela.
12 Também falei com Zedequias, rei de Judá, conforme todas estas palavras,
dizendo-lhe: Coloca o teu pescoço debaixo do jugo, servindo ao rei de Babilônia.
13 14 porquanto eles vos profetizam com palavras injustas,
15 pois não os enviei, diz o Senhor, e eles vos profetizam em meu nome
injustamente, para que eu possa destruí-los; e vós perecereis junto com os vossos
profetas que injustamente profetizam mentiras para vós.
16 E falei convosco e com todo este povo, e para os sacerdotes, dizendo: Assim diz
o Senhor: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que vos profetizam, dizendo:
Eis que os utensílios da casa do Senhor voltarão de Babilônia; porquanto vos
profetizam com palavras injustas.
17 Eu não os enviei.
18 Se eles são profetas, e se a palavra do Senhor está com eles, que me procurem,
pois assim o Senhor o tem dito.
19 Mas quanto aos restantes vasos
20 que o rei de Babilônia não tomou quando levou Jeconias, prisioneiro, de
Jerusalém,
21, 22 eles deverão ir para a Babilônia, diz o Senhor.
Jeremias - Capítulo 28
1 E sucedeu, no quarto ano de Zedequias, rei de Judá, no mês quinto, que Hananias,
o falso profeta, filho de Azur, de Gibeom, falou-me na casa do Senhor, à vista dos
sacerdotes e de todo o povo, dizendo:
2 Assim diz o Senhor: Eu quebrei o jugo do rei de Babilônia.
3 No entanto, ainda dois anos inteiros e irei fazer voltar a este lugar os utensílios da
casa do Senhor,
4 juntamente com Jeconias e os cativos de Judá; porque hei de quebrar o jugo do
rei de Babilônia.
5 Então, Jeremias falou com Hananias, à vista de todo o povo e diante dos olhos dos
sacerdotes que estavam na casa do Senhor;
6 e Jeremias disse: Que o Senhor, de fato, faça deste modo; que ele confirme a tua
palavra, a qual profetizaste, para devolver os utensílios da casa do Senhor, e todos
os do cativeiro, de Babilônia para este lugar.
7 Contudo, ouve a palavra do Senhor, que eu falo aos teus ouvidos e aos ouvidos de
todo o povo!
8 Os profetas que foram antes de mim e de ti, desde a antiguidade, também
profetizaram para muitas nações, e contra grandes reinos, e a respeito de guerra.
9 Quanto ao profeta que profetizou a respeito de paz, quando a tal palavra vier a
acontecer eles saberão do profeta que o Senhor enviou-o, em verdade.
10 Então, Ananias tirou os jugos do pescoço de Jeremias, à vista de todo o povo, e
os esmiuçou.
11 E Ananias falou na presença de todo o povo, dizendo: Assim diz o Senhor: De
igual modo quebrarei o jugo do rei de Babilônia, tirando-o do pescoço de todas as
nações. E Jeremias seguiu seu caminho.
12 Então, a palavra do Senhor veio a Jeremias, depois que Ananias tinha quebrado
os jugos do seu pescoço, dizendo:
13 Vai, e fala a Ananias, e diz-lhe: Assim diz o Senhor: Tu quebraste jugos de madeira,
contudo eu irei fazer, em vez deles, jugos de ferro.
14 Pois, assim diz o Senhor: Eu pus um jugo de ferro sobre o pescoço de todas as
nações, para que sirvam ao rei da Babilônia.
15 E Jeremias disse a Ananias: O Senhor não te enviou; porém, fizeste com que este
povo confiasse na injustiça.
16 Portanto, assim diz o Senhor: Eis que te lançarei fora da face da terra. Neste
mesmo ano, morrerás.
17 E, assim, ele morreu, no sétimo mês.
Jeremias - Capítulo 29
1 Estas são as palavras do livro que Jeremias enviou de Jerusalém aos anciãos do
cativeiro, como também aos sacerdotes e aos falsos profetas, uma epístola para os
que estavam no cativeiro em Babilônia, e para todas as pessoas
2 (após a saída de Jeconias, o rei, da rainha, dos eunucos, de todos os livres, dos
escravos e dos artífices, de Jerusalém)
3 pela mão de Eleasá, filho de Safã, e de Gemarias, filho de Hilquias, a quem
Zedequias, rei de Judá, enviara para a Babilônia, ao rei de Babilônia, dizendo:
4 Assim diz o Senhor Deus de Israel acerca dos cativos que eu fiz serem levados de
Jerusalém:
5 Edificai casas e habitai nelas; plantai jardins e comei dos seus frutos;
6 tomai mulheres e gerai filhos e filhas; tomai mulheres para vossos filhos, e dai
vossas filhas aos seus maridos; multiplicai-vos, e não vos diminuais.
7 Procurai a paz da terra para a qual eu vos envio cativos; devereis orai ao Senhor
pelo seu povo, pois na sua paz vós também tereis paz.
8 Pois assim diz o Senhor: Não deixeis que os falsos profetas que estão entre vós
vos persuadam, nem deixeis que os vossos adivinhos vos enganem; não deis
ouvidos aos seus sonhos, que são os mesmos que vós também sonhais.
9 Porque eles vos profetizam palavras injustas em meu nome, e eu não os tenho
mandado.
10 Pois assim diz o Senhor: Quando setenta anos estiverem próximos de
completarem-se em Babilônia eu vos visitarei e confirmarei as minhas palavras
convosco, para trazer de volta para este lugar o vosso povo.
11 Irei projetar para vós um desígnio de paz e não de mal, para vos conferir estas
boas coisas.
12 Orai para mim, e irei ouvir-vos; procurai-me com zelo, e me achareis,
13 porque haveis de procurar-me com todo o vosso coração.
14 Pois irei aparecer para vós,
15 ainda que dissestes: O Senhor designou para nós profetas em Babilônia.
21 Assim diz o Senhor a respeito de Acabe e a respeito de Zedequias: Eis que os
entregarei nas mãos do rei de Babilônia, e irei feri-los na vossa frente.
22 E farão deles uma maldição entre todos os exilados de Judá na Babilônia,
dizendo: O Senhor faça para ti como ele fez com Zedequias, e como fez com Acabe,
a quem o rei de Babilônia assou no fogo,
23 por causa da iniquidade que fizeram em Israel. Pois cometeram adultério com as
esposas de seus concidadãos, e falaram uma palavra em meu nome a qual não lhes
ordenei falar; mas eu sou disso testemunha, diz o Senhor.
24 E para Semaías, o neelamita, dirás:
25 Eu não te enviei em meu nome. E a Sofonias, o sacerdote, filho de Maaséias, dize:
26 O Senhor fez-te sacerdote no lugar de Joiada, o sacerdote, para reinar na casa do
Senhor sobre todos os profetas e sobre todos os loucos; e os porás na prisão e no
tronco.
27 E agora, por que tendes injuriado, juntos, a Jeremias de Anatote, que profetizou
para vós?
28 Não tem ele enviado mensageiros para este fim? Pois, neste mesmo mês, enviou
mensageiros à Babilônia, dizendo: Falta ainda muito tempo. Edificai casas, e habitai
nelas; plantai jardins e comei dos seus frutos.
29 E Sofonias leu o livro aos ouvidos de Jeremias.
30 Então, a palavra do Senhor veio a Jeremias, dizendo:
31 Envia uma mensagem aos do cativeiro, e diz-lhes: Assim diz o Senhor acerca de
Semaías, o neelamita, uma vez que Semaías vos profetizou, porém eu não o enviei,
e ele fez com que confiásseis na injustiça;
32 portando, assim diz o Senhor: Eis que irei visitar Semaías e a sua família, e não
haverá deles um só homem no meio de vós para ver o bem que eu irei fazer
convosco. Eles não o verão.
Jeremias - Capítulo 30
Jeremias - Capítulo 31
1 Naquele tempo, diz o Senhor, serei Deus para a família de Israel, e eles serão o
meu povo.
2 Assim diz o Senhor: Eu o encontrei, mui quente, no deserto, como os que foram
mortos à espada. Ide-vos, e não destruí a Israel!
3 O Senhor apareceu-lhe de longe, dizendo: Amei-te com um amor eterno, por isso
te atraí com compaixão.
4 Portanto edificar-te-ei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda tomarás teu
tamborim e irás adiante com o ajuntamento dos que se alegram.
5 Pois tendes plantado vinhas nos montes de Samaria. Plantai, e louvai!
6 Virá o dia em que aqueles que pleiteiam nos montes de Efraim clamarão, dizendo:
Levantai-vos e subamos a Sião, ao Senhor teu Deus!
7 Porque assim diz o Senhor a Jacó: Alegrai-vos e exultai sobre a cabeça das nações;
fazei uma proclamação e louvai, dizendo: O Senhor livrou o seu povo, o restante de
Israel.
8 Eis que eu irei trazê-los desde o norte; reuni-los-ei desde os confins da terra para a
festa da Páscoa, povo tal que deverá ser uma grande multidão. E voltarão para cá.
9 Saíram eles com choro, mas irei trazê-los de volta com consolação, guiando-os
para alojarem-se à beira de ribeiros de águas, por um caminho direito; e eles não
deverão errar nele, porquanto tornei-me um pai para Israel, e Efraim é o o meu
primogênito.
10 Ouvi a palavra do Senhor, vós, nações, proclamando-a nas ilhas mais longínquas.
Dizei: O que espalhou a Israel também irá reuni-lo, e sustentá-lo-á como aquele que
alimenta o seu rebanho.
11 Pois o Senhor resgatou a Jacó, salvou-o da mão dos que eram mais fortes do que
ele.
12 Virão e se alegrarão no monte de Sião; virão para as boas coisas do Senhor, para
uma terra de trigo, vinho, frutas, gado e ovelhas; a sua alma será como uma árvore
frutífera, e eles não terão fome jamais.
13 Então, as virgens se alegrarão na assembléia dos jovens, e os homens idosos se
regozijarão; tornarei o seu pranto em alegria, fá-los-ei felizes.
14 Alargarei e farei regozijar com o vinho a alma dos sacerdotes, os filhos de Levi, e
o meu povo se fartará dos meus bens. Assim diz o Senhor.
15 Uma voz se ouviu em Ramá, de lamentação, choro e pranto: Raquel não cessa de
chorar por seus filhos, porque eles já não existem.
16 Assim diz o Senhor: Que a tua voz cesse de chorar, e os teus olhos de verterem
lágrimas, pois há uma recompensa para as tuas obras, e eles voltarão da terra dos
teus inimigos.
17 Haverá um lar permanente para os teus filhos.
18 Ouvi o som de Efraim, lamentando-se e dizendo: Tu me corrigiste, e fui castigado.
Porque eu, como um bezerro, não sou de bom grado ensinado. Faz-me converter, e
serei convertido; porquanto tu és o Senhor, meu Deus.
19 Porque, depois de meu cativeiro, arrependi-me; depois que o soube, gemi pelo
dia da vergonha, e fiz ver-te que eu trazia o opróbrio da minha mocidade.
20 Efraim é um filho amado, uma criança que me agrada, pois as minhas palavras
estão nele; eu, certamente, irei lembrar-me dele. Portanto, apressei-me para ajudá-
lo. Deveras dele me compadecerei, diz o Senhor.
21 Prepara-te, ó Sião; executa a vingança. Olha para os teus caminhos, volta, ó
virgem de Israel, pelo caminho por onde andaste; retorna, com lamentação, para as
tuas cidades.
22 Até quando, ó filha desonrada, desviar-te-ás? Porque o Senhor criou segurança
para um novo plantio, e os homens andarão em paz.
23 Pois assim diz o Senhor: Eles ainda falarão esta palavra na terra de Judá e nas
suas cidades, quando eu mudar o seu cativeiro: Bendito seja o Senhor na sua justa
montanha sagrada!
24 Haverá moradores nas cidades de Judá e em toda a sua terra, habitando junto
com o lavrador, e o pastor sairá com o seu rebanho.
25 Pois tenho saciado cada alma sedenta e preenchido toda alma faminta.
26 Portanto, acordei e olhei; e o meu sono fora doce para mim.
27 Eis que vêm os dias, diz o Senhor, quando irei semear a casa de Israel e a casa de
Judá com a semente do homem e a semente do animal.
28 E sucederá que, como eu olhei para eles para derrubar e afligir, assim velarei
sobre eles para edificar e plantar, diz o Senhor.
29 Naqueles dias eles, com certeza, não irão dizer: Os pais comeram uvas verdes e
os dentes dos filhos insensibilizaram-se.
30 Porém, cada um morrerá no seu próprio pecado, e os dentes daquele que come
uvas verdes é que ficarão insensibilizados.
31 Eis que vêm os dias, diz o Senhor, nos quais farei um pacto novo com a casa de
Israel e com a casa de Judá,
32 não conforme o pacto que fiz com vossos pais no dia em que os tomei pela mão
para os tirar da terra do Egito; pois eles não permaneceram no meu pacto, e eu não
tive por eles consideração, diz o Senhor.
33 Porque esta é a minha aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias,
diz o Senhor: Irei, certamente, pôr as minhas leis no seu entendimento, e gravá-las-
ei no seu coração. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
34 E não mais ensinarão, cada um deles, de nenhuma maneira, ao seu concidadão, e
cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor. Porque todos me conhecerão,
desde o menor deles até o seu maior. Porquanto eu serei misericordioso para com
as suas iniquidades, e de seus pecados não me lembrarei mais.
35 Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, a lua e as estrelas para luz da
noite, e faz surgir um rugido no mar, de modo que bramem as suas ondas (o Senhor
dos exércitos é o seu nome):
36 Se estas ordenanças cessarem diante de mim, diz o Senhor, então a família de
Israel deixará de ser uma nação diante de mim, para sempre.
37 Ainda que o céu seja levantado a uma altura maior, diz o Senhor, e ainda que o
chão da terra seja afundado mais para abaixo, ainda assim eu não rejeitarei a família
de Israel, diz o Senhor, por tudo o que eles têm feito.
38 Eis que vêm os dias, diz o Senhor, quando a cidade será reedificada para o
Senhor, desde a torre de Hananeel à porta da Esquina,
39 e a sua medida estender-se-á para a frente, alcançando as colinas de Garebe,
sendo rodeada de um muro circular de pedras escolhidas.
40 E toda a Asaremote, até Naal-Cedrom, e alcançando a esquina da porta dos
Cavalos, para o leste, será santificada para o Senhor. Não cairá jamais, e não será
destruída para sempre.
Jeremias - Capítulo 32
1 A palavra que veio do Senhor a Jeremias no décimo ano do rei Zedequias, que é o
décimo oitavo ano do rei Nabucodonosor, rei da Babilônia.
2 O exército do rei da Babilônia tinha levantado um baluarte contra Jerusalém, e
Jeremias era mantido no pátio da guarda, o qual está na casa do rei,
3 aonde o rei Zedequias o havia encarcerado, dizendo: Por que profetizas tu, e
dizes: Assim diz o Senhor: Eis que eu entrego esta cidade nas mãos do rei de
Babilônia, e ele a tomará,
4 e Zedequias de modo algum será libertado da mão dos caldeus, pois ele,
certamente, será entregue nas mãos do rei da Babilônia. Sua boca falará com a boca
dele, e os seus olhos irão olhar para os seus olhos.
5 Pois Zedequias deverá ir para a Babilônia, e habitar ali?
6 Então, a palavra do Senhor veio a Jeremias, dizendo:
7 Eis que Hananeel, filho de Salum, teu tio, está vindo a ti, e diz: Compra o meu
campo que está em Anatote, pois tens o direito de comprá-lo.
8 E Hananeel, filho de Salum, irmão de meu pai, veio até mim no pátio da prisão, e
disse-me: Compra o meu campo que está na terra de Benjamim, em Anatote, pois
tens o direito de comprá-lo, uma vez que és o mais velho. Então, eu soube que esta
era a palavra do Senhor.
9 Portanto, comprei o campo de Hananeel, filho do irmão de meu pai, pesando-lhe
dezessete siclos de prata.
10 E escrevi-o numa escritura, selando-a. Tomei o depoimento de testemunhas e
pesei-lhe o dinheiro na balança.
11 Então, tomei a escritura de compra, que fora selada,
12 e dei-a a Baruque, filho de Nerias, filho de Maaséias, aos olhos de Hananeel, filho
de meu tio, e à vista dos homens que estavam ali e que assinaram na escritura da
compra, e à vista dos judeus que estavam no pátio da prisão.
13 E dei ordem a Baruque, na presença deles, dizendo: Assim diz o Senhor dos
exércitos:
14 Toma esta escritura de compra e a escritura que foi lida; coloca-as em um vaso de
barro, e que permaneçam ali por muitos dias.
15 Pois assim diz o Senhor: Ainda serão comprados campos, casas e vinhas nesta
terra.
16 Então, orei ao Senhor, depois que eu tinha dado a escritura de compra a Baruque,
filho de Nerias, dizendo:
17 Vive, ó Senhor, para sempre! Tu fizeste os céus e a terra com o teu grande poder,
e com o teu braço alto e sublime. Nada pode ser escondido de ti.
18 Usas de misericórdia para com milhares, e recompensas os pecados dos pais no
seio de seus filhos, depois deles. Grande e forte Deus,
19 Senhor do grande conselho e poderoso em obras, grande Deus Todo-Poderoso,
Senhor de grande nome! Os teus olhos estão sobre os caminhos dos filhos dos
homens, para dar a cada um segundo o seu caminho.
20 Tens forjado sinais e maravilhas na terra do Egito, até o dia de hoje, e em Israel e
entre os moradores da terra, fazendo para ti um nome, como hoje se vê;
21 e trouxeste para fora da terra do Egito o teu povo Israel, com sinais e maravilhas,
com mão forte e braço estendido, e com grandes visões;
22 e lhes deste esta terra, que juraste dar a seus pais, terra que mana leite e mel.
23 Então, eles entraram, e a tomaram. Porém, não obedeceram à tua voz e não
andaram nos teus juízos; não cumpriram nenhuma das coisas que lhes ordenaste,
fazendo com que todas essas calamidades lhes sobreviessem.
24 Eis que uma multidão vem contra esta cidade para tomá-la. E a cidade está
entregue na mão dos caldeus, que pelejam contra ela pela força da espada e da
fome. Como tens falado, assim deve acontecer.
25 Todavia disseste-me: Compra, para ti, o campo por dinheiro. Portanto, eu o
escrevi num livro, e fechei-o, tomando o depoimento de testemunhas; mas a cidade
está entregue na mão dos caldeus.
26 Então, a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
27 Eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne. Nada pode ser escondido de mim!
28 Portanto, assim diz o Senhor, Deus de Israel: Esta cidade, certamente, será
entregue nas mãos do rei da Babilônia, e ele a tomará.
29 Os caldeus virão para fazerem guerra contra esta cidade. Eles a queimarão a
fogo, queimarão as casas em que se queimava incenso, nos telhados das mesmas,
para Baal, derramando libações a outros deuses, para me provocarem.
30 Porque os filhos de Israel e os filhos de Judá tão somente fizeram mal aos meus
olhos, desde a sua mocidade.
31 Portanto, esta cidade tornou-se odiosa à minha ira e ao meu furor, desde o dia
em que a edificaram e até este dia, para que eu a remova da minha presença,
32 por causa de toda a maldade dos filhos de Israel e Judá que eles fizeram para me
provocarem, eles e os seus reis, e os seus príncipes, e os seus sacerdotes, e os seus
profetas, os homens de Judá e os moradores de Jerusalém.
33 E viraram as suas costas para mim, mas não o rosto, ainda que eu os ensinava
desde o início da manhã. Mas eles não mais deram ouvidos para receber as
instruções.
34 Puseram as suas corrupções na casa em que meu nome foi chamado, por causa
de suas imundícies,
35 e construíram a Baal os altares que estão no vale do filho de Hinom, para
oferecerem ali seus filhos e suas filhas aos rei Moloque, coisa que nunca lhes
ordenei, nem veio à minha mente que praticassem tal abominação, para fazer com
que Judá pecasse.
36 Agora, por tudo isso, assim tem dito o Senhor Deus de Israel acerca desta cidade,
da qual tu dizes que será entregue nas mãos do rei de Babilônia pela espada, pela
fome e pelo exílio:
37 Eis que eu os congregarei de todas as terras para onde os espalhei na minha ira,
na minha indignação e grande furor, e irei trazê-los de volta para este lugar, fazendo
com que habitem nele, seguramente.
38 Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 Dar-lhes-ei um outro caminho e um outro coração para me temerem
continuamente, o que será para o seu bem e para o bem de seus filhos depois deles.
40 Farei com eles uma aliança eterna que de modo algum irei afastar deles, e porei o
meu temor nos seus corações para que nunca se apartem de mim.
41 Eu os visitarei para fazer-lhes bem, e os plantarei nesta terra em fidelidade, com
todo o meu coração e com toda a minha alma.
42 Pois assim diz o Senhor: como eu trouxe sobre este povo todos estes grandes
males, assim também trarei sobre eles todas as coisas boas que lhes pronunciei.
43 Ainda serão comprados campos na terra da qual tu dizes que será destituída de
homens e animais, e que eles serão entregues nas mãos dos caldeus.
44 Portanto, eles ainda irão comprar campos por dinheiro. E tu escreverás um livro,
selando-o, e tomarás o depoimento de testemunhas na terra de Benjamim, ao redor
de Jerusalém, nas cidades de Judá, nas cidades da montanha, nas cidades da
planície e nas cidades do sul. Porque mudarei o seu cativeiro.
Jeremias - Capítulo 33
1 E a palavra do Senhor veio a Jeremias pela segunda vez, quando ele ainda estava
preso no átrio da guarda, dizendo:
2 Assim diz o Senhor, que fez a terra e formou-a, para a estabelecer. O Senhor é o
seu nome.
3 Invoca-me, e eu te responderei, e irei declarar-te coisas grandes e ocultas, que não
sabes.
4 Porque assim diz o Senhor a respeito das casas desta cidade e a respeito das casas
do rei de Judá, que foram desmanchadas para construir montes e fortificações,
5 para lutar contra os caldeus e para preenchê-las com os cadáveres de homens a
quem feri na minha ira e no meu furor, afastando deles o meu rosto, por toda a sua
maldade:
6 Eis que eu trarei sobre esta cidade cura e restauração. Mostrar-me-ei a eles, e a
sararei, trazendo-lhes paz e segurança.
7 Mudarei o cativeiro de Judá e o cativeiro de Israel, e os edificarei como antes.
8 Purificá-los-ei de todas as suas iniquidades com que pecaram contra mim, e não
me lembrarei dos seus pecados, com os quais pecaram rebelando-se contra mim.
9 Também isto redundará em alegria, louvor e glória a todos os povos da terra que
ouvirem acerca de todo o bem que hei de fazer-lhes. Então, temerão e serão
movidos por todas as coisas boas e por toda a paz que eu trarei sobre eles.
10 Assim diz o Senhor: Deverá ainda ser ouvido neste lugar do qual dizeis que está
destituído de homens e de gado, nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém,
lugares que têm sido feitos desolados por falta de homens e gado,
11 a voz de contentamento e a voz de alegria, a voz do noivo e a voz da noiva, e a
voz dos homens, dizendo: Dai graças ao Senhor Todo-Poderoso, porque o Senhor é
bom, porque a sua benignidade dura para frente sempre! E eles trarão presentes
para a casa do Senhor. Porquanto tornarei a trazer de volta a todos os exilados da
terra, como era antes, diz o Senhor.
12 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda deverá haver neste lugar que está
deserto por falta de homens e animais, e em todas as suas cidades, lugares de
descanso para os pastores, aonde repousem os seus rebanhos.
13 Nas cidades da região montanhosa, nas cidades do vale, nas cidades do sul, na
terra de Benjamim, nas cidades ao redor de Jerusalém e nas cidades de Judá
rebanhos ainda haverão de passar sob a mão do que os enumera, diz o Senhor.
Jeremias - Capítulo 34
Jeremias - Capítulo 35
1 Palavra que veio a Jeremias, da parte do Senhor, nos dias de Jeoaquim, rei de
Judá, dizendo:
2 Vai à casa dos recabitas e traze-os para a casa do Senhor, para um dos átrios, e dá-
lhes vinho a beber.
3 Então, eu trouxe a Jazanias, filho de Jeremias, filho de Habazinias, com seus
irmãos e seus filhos, e toda a família dos recabitas,
4 introduzindo-os na casa do Senhor, na câmara dos filhos de Hanã, filho de
Hananias, filho de Gigdalias, homem de Deus que habita perto da casa dos príncipes
que estão sobre a casa de Maaséias, filho de Salum, guarda do átrio.
5 Pus diante deles uma jarra de vinho e copos, e disse-lhes: Bebei vinho.
6 Porém, eles disseram: De maneira alguma beberemos vinho, pois nosso pai
Jonadabe, filho de Recabe, ordenou-nos, dizendo: Vós de maneira alguma bebereis
vinho, nem vós nem vossos filhos, para sempre;
7 nem, de maneira alguma, construireis casas, nem semeareis qualquer semente,
nem tereis uma vinha. Porque haveis de habitar em tendas todos os vossos dias,
para que vivais muitos dias sobre a terra na qual peregrinais.
8 E demos ouvidos à voz de Jonadabe, nosso pai, de modo a não bebermos vinho
em todos os nossos dias, nós e nossas esposas, nossos filhos e nossas filhas;
9 e para não construirmos nenhuma casa para nela habitar, e para não termos
nenhuma vinha, nem campo, nem semente;
10 mas temos habitado em tendas, e temos ouvido e feito de acordo com tudo o
que Jonadabe, nosso pai, nos ordenou.
11 Mas sucedeu, quando Nabucodonosor veio contra a terra, que dissemos que
iríamos entrar, e refugiamo-nos em Jerusalém por medo do exército dos caldeus e
por medo do exército dos assírios; e habitamos ali.
12 Então, a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
13 Assim diz o Senhor: Vai, e dize aos homens de Judá, aos que habitam em
Jerusalém: Não ireis receber a correção, para escutardes as minhas palavras?
14 Os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram a palavra que ele lhes
ordenou para que não bebessem vinho, e não o beberam. Entretanto, eu tenho
falado convosco desde cedo, porém vós não me ouvistes.
15 E eu vos enviei os meus servos, os profetas, dizendo: Convertei-vos cada um do
seu mau caminho, mudando as vossas práticas, e não indo após outros deuses para
os servir. Pois assim fazendo habitareis na terra que vos dei e a vossos pais.
Contudo, vós não inclinastes os ouvidos, e não escutastes.
16 Os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o mandamento de seu pai,
mas este povo não me ouviu.
17 Portanto, assim diz o Senhor: Eis que trarei sobre Judá e sobre os habitantes de
Jerusalém todos os males que pronunciei contra eles.
18 Por causa disso, assim diz o Senhor: Uma vez que os filhos de Jonadabe, filho de
Recabe, deram ouvidos ao comando de seu pai para fazer o que ele lhes ordenara,
19 nunca deverá estar faltando um homem dos filhos de Jonadabe, filho de Recabe,
diante da minha face, enquanto a terra continuar.
Jeremias - Capítulo 36
1 No quarto ano de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, a palavra do Senhor veio a
mim, dizendo:
2 Toma o rolo de um livro e escreve nele todas as palavras que eu te falei contra
Jerusalém, contra Judá e contra todas as nações, desde o dia em que te falei, desde
os dias de Josias, rei de Judá, até este dia.
3 Talvez a casa de Judá irá ouvir todos os males que intento fazer-lhes, para que se
convertam do seu mau caminho; e, por causa disto, eu serei misericordioso para
com as suas iniquidades e os seus pecados.
4 Então, Jeremias chamou Baruque, filho de Nerias, e ele escreveu, ouvindo-as da
boca de Jeremias, todas as palavras do Senhor, que ele lhe tinha falado, no rolo de
um livro.
5 E Jeremias deu ordem a Baruque, dizendo: Eu estou na prisão, não posso entrar na
casa do Senhor.
6 Por este motivo tu lerás neste rolo aos ouvidos do povo, na casa do Senhor, no dia
do jejum, e aos ouvidos de todo o Judá, de todos os que vem das suas cidades; para
eles as lerás.
7 Porventura, sua súplica virá perante o Senhor e eles irão se converter dos seus
maus caminhos, porque grande é o furor e a ira do Senhor que ele tem manifestado
contra este povo.
8 Então, fez Baruque de acordo com tudo o que Jeremias lhe ordenara, lendo no
livro as palavras do Senhor, na casa do Senhor.
9 E sucedeu, no oitavo ano do rei Joaquim, no nono mês, que todo o povo em
Jerusalém, como também a casa de Judá, apregoaram um jejum diante do Senhor.
10 E Baruque leu no livro, na casa do Senhor, na casa de Gemarias, filho de Safã, o
escriba, no átrio superior, à entrada da porta nova da casa do Senhor, as palavras
de Jeremias aos ouvidos de todo o povo.
11 Micaías, filho de Gemarias, filho de Safã, ouviu todas as palavras do Senhor, lidas
do livro,
12 e desceu à casa do rei e à câmara do escriba; e eis que estavam ali assentados
todos os príncipes: Elisama, o escriba, Delaías, filho de Semaías, Elnatã, filho de
Acbor, Gemarias, filho de Safã, e Zedequias, filho de Hananias; todos os príncipes.
13 E Micaías relatou-lhes todas as palavras que tinha ouvido Baruque ler aos ouvidos
do povo.
14 Então, todos os príncipes enviaram a Baruque, filho de Nerias, a Jeudi, filho de
Netanias, filho de Selemias, filho de Cusi, dizendo-lhe: Toma na tua mão o rolo em
que lês aos ouvidos do povo, e vem. E Baruque tomou o rolo, descendo para eles.
15 E eles lhe disseram: Lê de novo, em nossos ouvidos. E Baruque leu.
16 E sucedeu que, ouvindo eles todas as palavras, tomaram conselho cada um com o
seu próximo, e disseram: Relatemos ao rei, sem demora, todas estas palavras.
17 E interrogaram a Baruque, dizendo: Onde escreveste todas estas palavras?
18 E Baruque respondeu: Jeremias disse-me, de sua própria boca, todas estas
palavras e eu as escrevi em um livro.
19 Então disseram a Baruque: Vai e esconde-te, tu e Jeremias; e que nenhum
homem saiba onde estais.
20 E foram ter com o rei no átrio, entregando o rolo para que um deles o guardasse
na câmara de Elisama; e fizeram saber ao rei todas as palavras.
21 Então o rei enviou a Jeudi para trazer o rolo, e ele o trouxe da casa de Elisama; e
Jeudi leu aos ouvidos do rei e aos ouvidos de todos os príncipes que estavam ao
redor do rei.
22 Ora, o rei estava assentado na casa de inverno, e havia fogo na lareira à sua
frente.
23 E sucedeu, quando Jeudi tinha lido três ou quatro folhas, que ele cortou o livro
com um canivete, lançando-o no fogo que havia no braseiro, até que todo o rolo se
consumiu no fogo que estava sobre o braseiro.
24 Portanto, o rei e os seus servos que ouviram todas aquelas palavras não
buscaram ao Senhor, e não rasgaram as suas vestes.
25 Pelo contrário, Elnatã e Gemarias sugeriram ao rei que ele deveria queimar o rolo.
26 E o rei ordenou a Jerameel, o filho do rei, e a Seraías, filho de Azriel, prenderem
Baruque e Jeremias; porém, eles estavam escondidos.
27 Então, a palavra do Senhor veio a Jeremias, depois que o rei tinha queimado o
rolo com todas as palavras que Baruque escrevera da boca de Jeremias, dizendo-
lhe:
28 Toma, novamente, outro rolo e escreve nele todas as palavras que estavam no
rolo que o rei Jeoaquim queimou.
29 E lhe dirás: Assim diz o Senhor: Tu queimaste este rolo, dizendo: Por que
escreveste nele, e disseste que o rei de Babilônia certamente virá e destruirá esta
terra, e tanto o homem quanto o gado deverão desaparecer dela?
30 Portanto, assim diz o Senhor a respeito de Jeoaquim, rei de Judá; Ele não deverá
ter um homem para sentar-se no trono de Davi, e o seu cadáver será lançado fora,
no calor do dia e na geada da noite.
31 Visitá-lo-ei, e a sua família, e aos seus servos, trazendo sobre ele, sobre os
moradores de Jerusalém e sobre a terra de Judá todos os males que lhes anunciei, e
que não ouviram.
32 Então, Baruque tomou outro rolo e escreveu nele, da boca de Jeremias, todas as
palavras do livro que Jeoaquim tinha queimado; e houveram ainda mais palavras
adicionadas a ele, além das primeiras.
Jeremias - Capítulo 37
Jeremias - Capítulo 38
1 Sefatias, filho de Matã, Gedalias, filho de Pasur, e Jucal, filho de Semelias, ouviram
as palavras que Jeremias falara ao povo, dizendo:
2 Assim diz o Senhor: Aquele que ficar nesta cidade morrerá pela espada e pela
fome, mas o que se passar para os caldeus viverá; a sua alma lhe será dada como um
tesouro encontrado, e ele viverá.
3 Porque assim diz o Senhor: Esta cidade, certamente, será entregue nas mãos do
exército do rei de Babilônia, e eles a tomarão.
4 E disseram ao rei: Que este homem, pedimos-te, seja morto, porque ele
enfraquece as mãos dos homens de guerra que restam na cidade e as mãos de todo
o povo, falando-lhes com estas palavras. Porquanto este homem não profetiza a
paz a este povo, porém o mal.
5 Então, disse o rei: Eis que ele está em vossas mãos. Porque o rei não podia resistir-
lhes.
6 E lançaram-no na cisterna de Malquias, filho do rei, que estava no átrio da guarda,
deixando-o dentro do buraco. Entretanto, não havia água na cisterna, somente
lama. E ele estava na lama.
7 Ebede-Meleque, o etíope, ouviu (pois ele estava na casa do rei) que tinham metido
Jeremias na cisterna. E o rei estava na porta de Benjamim.
8 E foi até ele, falando com o rei e dizendo:
9 Tens agido mal nisto que fizeste, para matar de fome a esse homem. Pois não há
mais pão na cidade.
10 E o rei ordenou a Abede-Meleque, dizendo: Toma contigo, daqui, trinta homens,
vai e tira-o para fora da masmorra, para que não morra.
11 Então, Abede-Meleque ajuntou os homens e foi para a parte subterrânea da casa
do rei, tomando dali trapos e cordas velhas, e jogou-os para Jeremias, na cisterna.
12 E disse-lhe: Coloca-os sob as cordas. E Jeremias assim o fez.
13 E içaram-no com as cordas, tirando-o da cisterna; e Jeremias ficou no pátio da
prisão.
14 Então, o rei deu ordens, chamando-o à sua presença na casa de Haselisel, que
estava na casa do Senhor. E o rei lhe disse: Irei fazer-te uma pergunta; peço-te que
não escondas nada de mim.
15 E Jeremias disse ao rei: Se eu te responder, acaso não irás, certamente, matar-
me? Pois, se aconselhar-te, de modo algum me ouvirás!
16 Mas o rei jurou-lhe, dizendo: Vive o Senhor que nos deu esta alma, que não irei
matar-te nem te entregarei nas mãos destes homens.
17 Então, Jeremias disse-lhe: Assim diz o Senhor: Se quiseres, de fato, ir ao encontro
dos capitães do rei de Babilônia, viverá a tua alma e esta cidade não deverá,
certamente, ser queimada no fogo. E viverás, tu e a tua casa.
18 Porém, se não quiseres ir esta cidade será entregue nas mãos dos caldeus e eles a
queimarão a fogo; e, tu, de modo algum escaparás.
19 E disse o rei a Jeremias: Temo aos judeus que se passaram para os caldeus, se
vierem a entregar-me nas mãos deles; e, então, eles escarnecerão de mim.
20 Mas Jeremias disse-lhe: De modo algum eles te entregarão. Ouve a palavra do
Senhor que eu te falo, e será melhor para ti, e a tua alma viverá.
21 Porém, se não quiseres ir, esta é a palavra que o Senhor tem me mostrado:
22 Eis que todas as mulheres que ficaram na casa do rei de Judá serão levadas aos
príncipes do rei de Babilônia, e eles dirão: Os homens que estavam em paz contigo
te enganaram, e prevalecerão contra ti; eles farão com que o teu pé deslize e
tropece, pois voltaram as suas costas para ti.
23 Apanharão as tuas mulheres e os teus filhos e os levarão para os caldeus; e, tu, de
modo algum escaparás, pois serás tomado pela mão do rei da Babilônia; e esta
cidade será queimada.
24 Então, o rei lhe disse: Ninguém saiba qualquer uma destas palavras, e certamente
não morrerás.
25 Se os príncipes ouvirem que falei contigo, e vierem a ti, dizendo: Conta-nos, o
que te disse o rei? Não o escondas de nós, pois de modo algum te mataremos. O
que disse o rei para ti?
26 Então, lhes dirás: Eu trouxe a minha súplica perante a presença do rei a fim de
que ele não me mandasse de volta para a casa de Jônatas, porquanto eu iria morrer
ali.
27 E todos os príncipes vieram a Jeremias, e interrogaram-no. Então, ele declarou-
lhes todas as palavras que o rei lhe havia ordenado. E eles calaram-se, porque a
palavra do Senhor não fora ouvida.
28 E Jeremias permaneceu no pátio da guarda até o momento em que Jerusalém foi
tomada.
Jeremias - Capítulo 39
Jeremias - Capítulo 40
Jeremias - Capítulo 41
1 Ora, sucedeu que no sétimo mês Ismael, filho de Netanias, filho de Elisama, da
descendência real, veio, e dez homens com ele, a Gedalias em Mispa; e eles
comeram pão, juntos, naquele lugar.
2 E levantou-se Ismael com os dez homens que estavam com ele, e feriram a
Gedalias, a quem o rei de Babilônia tinha nomeado governador sobre a terra,
3 e a todos os judeus que estavam com ele em Mispa, e a todos os caldeus que se
encontravam lá.
4 E sucedeu no segundo dia depois de ter ferido a Gedalias, sem ninguém ainda o
conhecer,
5 que vieram uns homens de Siquém, de Silo e de Samaria. Oitenta homens com a
barba rapada e com suas vestes rasgadas, e batendo no peito. Traziam maná e
incenso em suas mãos, para levá-los à casa do Senhor.
6 Então, Ismael saiu-lhes ao encontro; e eles aproximaram-se, clamando. E disse-
lhes ele: Vinde a Gedalias.
7 E sucedeu que, quando tinham entrado no meio da cidade, matou-os, lançando-os
em um poço.
8 Mas achavam-se lá dez homens, os quais disseram a Ismael: Não nos mates,
porque temos escondidos no campo trigo e cevada, mel e azeite. Então, ele desistiu
e não os matou junto com seus irmãos.
9 E o poço no qual Ismael lançou todos a quem feriu é aquele grande poço que o rei
Asa fez por medo de Baasa, rei de Israel. A este, Ismael encheu de cadáveres.
10 E Ismael trouxe de volta todas as pessoas que haviam sido deixadas em Mispa, e
também a filha do rei, a quem o capitão da guarda havia confiado aos cuidados de
Gedalias, filho de Aicão; e foi-se embora, passando para os filhos de Amom.
11 Joanã, filho de Careá, e os líderes do exército que estavam com ele, ouviram a
respeito de todas as maldades que Ismael tinha feito,
12 e ajuntaram todo o seu exército, indo lutar contra ele; e encontraram-no perto
das muitas águas, em Gibeom.
13 Mas sucedeu, quando todo o povo que estava com Ismael viu a Joanã e aos
líderes do exército que vinham com ele
14 que eles se passaram para Joanã.
15 Ismael, entretanto, escapou com oito homens, indo para os filhos de Amom.
16 Então, Joanã e todos os líderes do exército que estavam com ele ajuntaram a
todo o resto do povo, a quem eles tomaram de volta de Ismael, homens poderosos
em guerra, junto com as mulheres, as demais propriedades e os eunucos, os quais
trouxeram de Gibeom.
17 E eles se foram e habitaram em Gerute-Quimã, que está ao lado de Belém, para
passarem ao Egito, por medo dos caldeus;
18 pois os temiam, porquanto Ismael tinha ferido a Gedalias, a quem o rei de
Babilônia tinha feito governador sobre a terra.
Jeremias - Capítulo 42
Jeremias - Capítulo 44
1 A palavra que veio a Jeremias para todos os judeus que moravam na terra do
Egito, e para aqueles que se estabeleceram em Migdol, em Tafnes e na terra de
Patros, dizendo:
2 Assim tem dito o Senhor, Deus de Israel: Tendes visto todos os males que eu
trouxe sobre Jerusalém e sobre as cidades de Judá; e eis que estão assoladas, sem
habitantes,
3 por causa de vossa maldade, de tudo o que ela fez para me provocar, indo
queimar incenso a outros deuses a quem vós não conhecíeis.
4 Ainda vos enviei meus servos, os profetas, desde cedo pela manhã, e ordenei-lhes,
dizendo: Não façais esta coisa abominável que odeio.
5 Porém, eles não me escutaram e não inclinaram os seus ouvidos para se
converterem da sua maldade, para não queimarem incenso a outros deuses.
6 Então, a minha ira e o meu furor caíram sobre eles, acendendo-se nas portas de
Judá e nas ruas de Jerusalém; e elas tornaram-se uma desolação e um deserto,
como se vê neste dia.
7 E agora, assim o diz o Senhor Todo-Poderoso: Por que estais a cometer esses
grandes males contra as vossas almas, para eliminar de vós, do meio de Judá, o
homem e a mulher, a criança e o que mama, a fim de que nenhum de vós seja
deixado?
8 provocando-me com as obras de vossas mãos, indo queimar incenso a outros
deuses na terra do Egito na qual entrais para habitar, para que sejais cortados e para
que vos torneis uma maldição e um opróbrio entre todas as as nações da terra?
9 Tendes já esquecido dos pecados de vossos pais, dos pecados dos reis de Judá,
dos pecados dos seus príncipes e dos pecados de vossas mulheres, os quais
cometiam na terra de Judá e nas ruas de Jerusalém?
10 Todavia, não cessaram de cometê-los até hoje, e não têm guardado os meus
preceitos que eu tinha posto diante de vossos pais.
11 Portanto, assim diz o Senhor: Eis que eu voltarei o meu rosto contra vós
12 para destruir todo o resto que está no Egito. Eles cairão à espada e pela fome, e
serão consumidos, os pequenos e os grandes, tornando-se objeto de opróbrio,
destruição e maldição.
13 Visitarei os que habitam na terra do Egito da forma como castiguei a Jerusalém,
com a espada e com a fome,
14 e não haverá de restar um só do remanescente de Judá, dos que permanecem na
terra do Egito, para voltar à terra de Judá, à qual eles esperam retornar, em seus
corações. Eles não deverão voltar, mas tão somente os que escaparem.
15 Então, todos os homens sabedores que as suas mulheres queimavam incenso, e
todas as mulheres, uma grande multidão, todas aquelas pessoas que moravam na
terra do Egito, em Patros, responderam a Jeremias, dizendo:
16 Quanto à palavra que disseste a nós em nome do Senhor, não te daremos
ouvidos.
17 Porquanto nós, certamente, cumpriremos toda a palavra que procede da nossa
boca para queimarmos incenso à rainha dos céus e para derramar-lhe libações,
como nós e os nossos pais temos feito, e os nossos reis e príncipes nas cidades de
Judá e nas ruas de Jerusalém, e por isso estavam fartos de pão, tudo lhes ia bem e
não viam males.
18 Entretanto, desde que cessamos de queimar incenso à rainha dos céus todos nós
fomos humilhados, e temos sido consumidos pela espada e pela fome.
19 Enquanto queimávamos incenso à rainha dos céus e lhe derramávamos libações,
acaso fizemos bolos para ela, e derramamos-lhe libações, sem os nossos maridos?
20 Então, Jeremias respondeu a todas as pessoas, aos homens poderosos e às suas
mulheres, e à todas as pessoas que lhe falaram estas palavras, dizendo:
21 Por acaso não se lembra o Senhor do incenso que vós queimáveis nas cidades de
Judá e nas ruas de Jerusalém, vós e os vossos pais, vossos reis e os vossos príncipes,
com os povos da terra? Não veio isto ao seu coração?
22 E o Senhor não podia mais suportar-vos, por causa da maldade de vossas obras e
por causa das vossas abominações, que tendes feito. Por este motivo a vossa terra
tornou-se em desolação e ruína, e em uma maldição, como hoje se vê,
23 por causa das vossas queimas de incenso e por causa das coisas nas quais tendes
pecado contra o Senhor; pois não ouvistes a voz do Senhor e não andastes nos seus
juízos, na sua lei e nos seus testemunhos. Por estes motivos é que tais males vêm
sobre vós.
24 E Jeremias disse ao povo e às mulheres: Ouvi a palavra do Senhor.
25 Assim tem dito o Senhor, Deus de Israel: Vós, mulheres, tendes falado com a
vossa boca e o cumpristes com as vossas mãos, dizendo: Certamente cumpriremos
os nossos votos que fizemos, de queimar incenso à rainha dos céus e de derramar-
lhe libações. Perfeitamente guardastes os vossos votos e, de fato, os cumpristes.
26 Ouvi, pois, a palavra do Senhor, todos vós judeus que habitais na terra do Egito:
Eis que eu tenho jurado pelo meu grande nome, diz o Senhor, e o meu nome já não
deverá estar na boca de todos os judeus para dizerem: O Senhor vive! em toda a
terra do Egito.
27 Pois tenho atentado para eles a fim de prejudicá-los e não para fazer-lhes o bem,
e todos os judeus que habitam na terra do Egito perecerão pela espada e pela fome,
até que sejam totalmente consumidos.
28 Os que escaparem da espada voltarão para a terra de Judá, poucos em número, e
o resto de Judá, o que continuar na terra do Egito para habitar ali, conhecerá a
palavra que subsistirá.
29 E este vos será um sinal de que eu irei visitar-vos para o mal:
30 Assim diz o Senhor. Eis que eu entregarei Hofra, rei do Egito nas mãos de seu
inimigo, nas mãos de um que procura a sua vida, da mesma maneira como entreguei
a Zedequias, rei de Judá, nas mãos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, seu inimigo
que procurava a sua morte.
Jeremias - Capítulo 45
1 Palavra que Jeremias, o profeta, falou a Baruque, filho de Nerias, quando ele
escreveu estas palavras, vindas da boca de Jeremias, num livro, no quarto ano de
Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá.
2 Assim tem o Senhor dito a ti, ó Baruque.
3 Considerando que disseste: Ah! ai de mim! Pois o Senhor fez vir uma aflição grave
sobre mim; Deitei-me em gemidos, mas não encontrei nenhum descanso!
4 Dize-lhe, portanto: Assim diz o Senhor: Eis que eu derrubo os que levantei, e
arranco aqueles que plantei.
5 E tu, hás de procurar grandes coisas para ti? Não as procures. Pois eis que eu trarei
mal sobre toda a carne, diz o Senhor; entretanto, dar-te-ei a tua vida por despojo em
todos os lugares para onde fores.
Jeremias - Capítulo 46
Jeremias - Capítulo 47
Jeremias - Capítulo 48
1 Assim o Senhor tem dito a respeito de Moabe: Ai de Nebo! Pois ele desapareceu.
Quiriataim é tomada; Hamate e Hagate estão envergonhadas.
2 Não há mais qualquer cura para Moabe nem gloriar-se em Hesbom, pois o Senhor
tramou males contra ela. Nós a temos cortado de ser uma nação, e será
completamente silenciada. Após ti sairá uma espada.
3 Há uma voz de homens gritando de Horonaim: Destruição e grande ruína!
4 Moabe está arruinada, proclamai-o até Zagora.
5 Luíte está inundado de lágrimas; subirão chorando pelo caminho de Horonaim.
Ouvistes um grito de destruição.
6 Fugi, salvai vossas vidas, e sereis como um jumento selvagem no deserto.
7 Porquanto confiaste na tua fortaleza, por causa disto serás tomada. Camos sairá
para o cativeiro com os seus sacerdotes e os seus príncipes, juntamente.
8 A destruição virá sobre cada cidade, de modo algum escaparão; também o vale
perecerá, e a terra da planície será completamente destruída, conforme o Senhor
falou.
9 Ponde marcas sobre Moabe, pois ela deverá ser ferida com uma praga, e todas as
suas cidades se tornarão em desolação. Onde haverá um lugar de habitação para
ela?
10 Maldito o homem que faz as obras do Senhor negligentemente, retendo a sua
espada do sangue!
11 Moabe tem estado sossegado desde criança, confiado na sua glória; nunca
transferiu seu licor de vaso para vaso, não tendo ido para o exílio. Por causa disso
conservou o seu sabor, e o seu aroma não saiu dele.
12 Portanto, eis que os seus dias vêm, diz o Senhor, quando irei enviar-lhe maus
líderes que o levarão a desviar-se, fazendo em pedaços, completamente, os seus
bens, e cortarão em pedaços os seus chifres.
13 Moabe terá vergonha de Camos, como a casa de Israel envergonhou-se de Betel,
sua esperança, tendo confiado nela.
14 Como direis: Somos poderosos, homens fortes para a guerra?
15 Moabe está arruinada, a sua cidade e os seus jovens escolhidos tem ido para o
abate.
16 O dia de Moabe está próximo, o dia da retribuição de sua iniquidade aproxima-se
rapidamente.
17 Agitai a cabeça para ela, vós todos os que estais ao seu redor; proferi, todos vós,
o seu nome, dizendo: Como foi feito em pedaços o cetro glorioso, a vara da
magnificência!
18 Desce da tua glória e assenta-te na umidade. Dibom será quebrada, porque
Moabe está destruída. Subiu um contra ti, para assolar a tua fortaleza.
19 Fica no caminho e olha, tu que habitas em Aroer; pergunta ao que está fugindo, e
para aquele que escapa, dizendo: O que aconteceu?
20 Envergonha-se Moabe, porque está despedaçada. Uivai e chorai. Apregoai em
Arnom que Moabe desapareceu.
21 Julgamento é vindo sobre a terra de Misor, sobre Holom, Jaza e Mefaate;
22 sobre Dibom, Nebo e a casa de Diblataim;
23 sobre Quiriataim, sobre a casa de Gamul e sobre a casa de Meom,
24 sobre Queriote e Bozra, e sobre todas as cidades de Moabe, as de longe e as de
perto.
25 O poder de Moabe está quebrado, o seu braço é esmagado.
26 Embebedai-o, pois engrandeceu-se contra o Senhor. Moabe baterá palmas com
as mãos, e será também, ele próprio, alvo de chacota.
27 Porque, certamente, Israel foi para ti motivo de riso, e foi encontrado entre os
teus roubos, porquanto tens lutado contra ele.
28 Os habitantes de Moabe deixaram as suas cidades e habitaram nas rochas; eles
se tornaram como as pombas aninhada pelas rochas, na boca de uma caverna.
29 Tenho ouvido do orgulho de Moabe; tem ele aumentado muito a sua altivez e a
sua arrogância, e o seu coração elevou-se.
30 Mas eu conheço as suas obras. Não lhes são elas suficientes? Não tem ele agido
desta maneira?
31 Vós, portanto, uivai por Moabe de todos os lados, clamai contra os homens que
se tosquiam em um lugar sombrio. Chorarei por ti,
32 ó vide de Sibma, como com o pranto de Jazer. Os teus ramos passaram o mar,
chegaram às cidades de Jazer; destruição veio sobre os teus frutos e sobre os teus
vindimadores.
33 A alegria e o regozijo foram totalmente varridos da terra de Moabe. Embora
houvesse vinho em teus lagares, durante a manhã eles não os pisaram, nem à noite
levantaram o grito de alegria.
34 Com um grito, de Hesbom à Eleale, as suas cidades fizeram ouvir a sua voz, de
Zoar até Horonaim; levantaram a sua voz como uma novilha de três anos, pois até
as águas do Ninrin se secarão.
35 Eu irei destruir a Moabe, diz o Senhor, quando ele se aproximar do altar para
queimar incenso aos seus deuses.
36 Portanto o coração de Moabe soará como uma flauta, e como um flauta irá soar
o meu coração pelos homens tosquiados; porque tudo aquilo que todo homem tem
adquirido se perdeu.
37 Todos eles terão as suas cabeças completamente raspadas, e toda a barba será
tosquiada; as mãos baterão nos seios, e em todos os lombos deverá haver pano de
saco.
38 Em todos os telhados de Moabe e nas suas ruas haverá luto, porquanto eu o
tenho quebrado, diz o Senhor, como um vaso imprestável.
39 Como ele mudou! como tem Moabe virado as suas costas! Moabe está
envergonhado, tornou-se alvo de chacota e um objeto de ódio para todos os que
estão ao seu redor.
40 Pois assim diz o Senhor:
41 Quiriataim é tomada e as fortalezas foram ocupadas em conjunto.
42 Moabe cessará de ser uma multidão, porque se engrandeceu contra o Senhor.
43 Armadilha, medo e cova vêm sobre ti, ó morador de Moabe!
44 Aquele que foge do terror cairá na cova, e o que subir da cova deverá ser
apanhado pelo laço. Pois eu trarei essas coisas sobre Moabe no ano da sua
visitação.
Jeremias - Capítulo 49
1 A respeito dos filhos de Amom, assim diz o Senhor: Não haverá filhos em Israel?
não têm eles ninguém para sucedê-los? Por que tem Milcol herdado a Gileade, e por
que deveria o seu povo habitar em suas cidades?
2 Portanto, eis que vêm os dias, diz o Senhor, quando farei com que seja ouvido em
Rabá um tumulto de guerras. Tornar-se-ão um lugar deserto e em ruínas, e os seus
altares serão queimados pelo fogo. Então, Israel sucederá ao seu domínio.
3 Uiva, ó Hesbom, porque Ai pereceu; clamai, ó filhas de Rabá, cingi-vos de pano de
saco e lamentai, pois Milcom deverá ir para o exílio, os seus sacerdotes e os seus
príncipes, juntamente.
4 Por que exultas nas planícies dos enaquins, tu, filha arrogante, que confias nos
teus tesouros, que dizes: Quem virá a mim?
5 Eis que eu trarei terror sobre ti, diz o Senhor, de todo o país ao redor de ti; sereis
dispersos, cada um para à sua frente, e não haverá ninguém para recolher-vos.
6, 7 Com respeito à Iduméia, assim diz o Senhor: Não há mais sabedoria em Temã; o
conselho dos sábios pereceu, sua sabedoria é ida
8 e o seu lugar foi confundido. Cavai fundo por uma morada, vós os que habitais em
Dedã, pois tem ela agido gravosamente. Portanto eu trouxe males sobre ela, no
momento em que a visitei.
9 Pois vindimadores são chegados, que não te deixarão um resto; como ladrões, de
noite, eles porão a mão sobre os teus bens.
10 Porquanto tenho despojado a Esaú, descobrindo os seus esconderijos. Não têm
eles poder para esconder-se; pereceram cada um pela mão de seu irmão e de seu
vizinho, e não é possível
11 ao teu pai permanecer vivo. Eu, porém, viverei, e as viúvas confiarão em mim.
12 Pois assim diz o Senhor: Os que não foram nomeados para beber o cálice
beberam dele. Portanto, tu, de modo algum serás poupado.
13 Porque por mim mesmo jurei, diz o Senhor, que serás no meio dela uma terra
intransitável, de opróbrio e de maldição; e todas as suas cidades ficarão desertas
para sempre.
14 Tenho ouvido um relatório do Senhor, pois ele enviou mensageiros às nações,
dizendo: Ajuntai-vos e vinde contra ela; erguei-vos para a guerra.
15 Eu te fiz pequeno entre as nações, totalmente desprezível entre os homens.
16 Tua insolência levantou-se contra ti, o ardor do teu coração arrebentou as fendas
das rochas, tendo se apropriado da força de um monte elevado. Pois tal como uma
águia ele pôs o seu ninho no alto. Contudo, de lá eu te derrubarei,
17 e Edom será um deserto: todo aquele que passar por ele assobiará.
18 Como Sodoma e Gomorra foram derrubadas, e os que peregrinavam nelas, diz o
Senhor Todo-Poderoso, não habitará ninguém ali, nem filho de homem morará
naquele lugar.
19 Eis que vem subindo como um leão, do meio do Jordão, para o lugar de Edom;
porquanto eu, sem tardança, irei trazê-lo dali. E vós, disponde os jovens contra ele.
Pois quem é como eu? E quem poderá resistir-me? Quem é esse pastor quem irá me
enfrentar?
20 Portanto, ouvi o conselho do Senhor que ele formou contra Edom, e o seu
desígnio, que intentou contra os moradores de Temã: certamente, o menor dos
carneiros será arrebatado; certamente a sua habitação será por eles assolada.
21 Porque ao som da sua queda a terra fica com medo, e o grito do mar não é
ouvido.
22 Eis que ele olhará para ela como uma águia, estendendo as suas asas sobre as
suas fortalezas. O coração dos valentes de Edom será, naquele dia, como o coração
de uma mulher em dores de parto.
23 A respeito de Damasco. Hamate está envergonhada, juntamente com Arpade.
Eles ouviram más notícias. Foram surpreendidos e estão irados; não poderão, de
modo algum, descansar.
24 Damasco está totalmente enfraquecida e é posta em fuga; tremor apoderou-se
dela.
25 Por que ela não deixou a minha cidade, e amaram eles as suas vilas?
26 Pelo que os jovens cairão em tuas ruas, e todos os teus guerreiros irão sucumbir,
diz o Senhor.
27 Acenderei um fogo no muro de Damasco, o qual consumirá as ruas do filho de
Hadade.
28 A respeito de Quedar, a rainha do palácio, a quem Nabucodonosor, rei da
Babilônia, feriu. Assim diz o Senhor: Levantai-vos e subi contra Quedar, e completai
a sorte dos filhos do Oriente.
29 Tomarão as suas tendas e as suas ovelhas, tomarão para si as suas vestes e toda
a bagagem com os seus camelos. Convocai destruição contra eles, por todos os
lados.
30 Fugi, cavai muito fundo em busca de uma morada, vós que habitais no palácio.
Porque o rei de Babilônia formou um conselho e inventou um desígnio contra vós.
31 Levanta-te e vai contra uma nação povoada e que habita à vontade, que não têm
portas nem ferrolhos, nem trancas, e que habita sozinha.
32 Os seus camelos serão roubados e a multidão do seu gado deverá ser destruída;
espalhá-los-ei como palha por todos os ventos, e terão o seu cabelo cortado nas
têmporas; trarei a sua derrocada de todos os lados, diz o Senhor.
33 Seu palácio virá a ser um lugar de descanso para os avestruzes, desolado para
sempre; não haverá ninguém ali, nem filho do homem nele habitará.
34 As profecias de Jeremias contra as nações de Elão.
35 Assim diz o Senhor: O arco de Elão é quebrado, as primícias de seu poder.
36 Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro cantos dos céus, e irei dispersá-los
na direção de todos estes ventos; não haverá nação à qual eles não virão, os
desterrados de Elão.
37 Fá-los-ei sentirem temor diante de seus inimigos, aqueles que buscam as suas
vidas, e trarei males sobre eles, de acordo com a minha grande ira. Enviarei a minha
espada após eles até que os tenha destruido totalmente,
38 e porei o meu trono em Elão, enviando dali reis e príncipes.
39 Porém, virá a suceder, no fim dos dias, que eu irei mudar o cativeiro de Elão, diz o
Senhor.
Jeremias - Capítulo 50
Jeremias - Capítulo 51
1 Assim diz o Senhor: Eis que eu despertarei contra Babilônia, e contra os caldeus
que nela habitam, um vento ardente e mortal.
2 Enviarei saqueadores contra Babilônia e eles a destruirão, devastando as suas
terras. Ai de Babilônia e de suas circunvizinhanças, no dia da sua aflição!
3 Que o arqueiro vergue o seu arco, e aquele que tem armadura vista-a. Não
poupeis aos seus jovens, e destruí completamente ao seu exército.
4 Os homens que forem mortos cairão na terra dos caldeus, e os trespassados
cairão fora dela.
5 Porque Israel e Judá não foram abandonados do seu Deus, do Senhor dos
exércitos, ainda que a sua terra estava cheia de iniquidade contra as coisas sagradas
de Israel.
6 Fugi do meio de Babilônia, livrando, cada um, a sua alma, e não sejais derrubados
na sua punição, pois este é o momento da vingança do Senhor. Ele está dando-lhe
uma recompensa.
7 Babilônia tem sido um copo de ouro na mão do Senhor para fazer com que toda a
terra se embriague. As nações têm bebido do seu vinho, por conseguinte ficaram
agitadas.
8 Babilônia caiu, de repente, e está feita em pedaços. Lamentai por ela; tomai
bálsamo para a sua ferida mortal a fim de ver se, por qualquer meio, ela poderá ser
curada.
9 Tentamos curar Babilônia, entretanto ela não foi curada. Vamos, pois, abandoná-
la, e partamos, cada um para a sua própria terra; pois o seu julgamento chegou ao
céu, elevou-se até as estrelas.
10 O Senhor trouxe à luz o seu julgamento. Vinde e anunciemos em Sião a obra do
Senhor, nosso Deus.
11 Preparai as setas! Enchei as aljavas! O Senhor suscitou o espírito do rei dos medos,
porquanto a sua ira é contra a Babilônia para destruí-la totalmente; pois é a
vingança do Senhor. Esta é a vingança de seu povo.
12 Levantai um estandarte sobre os muros de Babilônia, preparai as aljavas,
despertai os guardas e aprontai as armas, porque o Senhor começou a sua obra e
vai executar o que ele tem falado contra os moradores de Babilônia,
13 aqueles que habitam em muitas águas e em meio à abundância de seus tesouros.
O teu final chegou, em verdade, às tuas entranhas.
14 Pois o Senhor jurou pelo seu braço, dizendo: Encher-te-ei com homens como
gafanhotos; e os que vem descendo clamarão contra ti.
15 O Senhor fez a terra pelo seu poder, preparando o mundo com a sua sabedoria, e
com a sua inteligência ele estendeu os céus.
16 Com a sua voz ele faz um som de água no céu, e traz nuvens a partir da
extremidade da terra; faz os relâmpagos para a chuva, e traz a luz dos seus
depósitos.
17 Todo homem perdeu completamente a compreensão; todo ourives é
envergonhado por causa de suas imagens de escultura, porquanto esculpiram falsos
deuses. Não há espírito nenhum neles,
18 são obras vãs, objetos de desprezo. No tempo da sua visitação virão a perecer.
19 Não são estes como a porção de Jacó, pois aquele que formou todas as coisas,
ele é a sua herança; o Senhor é o seu nome.
20 Tu espalhaste por mim as armas de guerra, portanto espalharei nações por ti, e
destruirei reis por meio de ti.
21 Por ti eu espalharei o cavalo e o seu cavaleiro e, por ti, espalharei carros e os que
neles andam;
22 por ti espalharei o jovem e a donzela e, por ti, espalharei o homem e a mulher;
23 por ti eu espalharei o pastor e o seu rebanho e, por ti, espalharei o lavrador e a
sua criação; por ti espalharei os líderes e os capitães.
24 E retribuirei à Babilônia e aos caldeus que nela habitam todas as suas maldades
que fizeram à Sião, diante de seus olhos, diz o Senhor.
25 Eis que eu estou contra ti, montanha em ruínas, que destróis toda a terra.
Estenderei a minha mão contra ti, revolver-te-ei em cima das rochas e farei de ti um
monte incendiado.
26 Não tomarão de ti pedra para esquina nem pedra para uma fundação, porque
serás uma desolação para sempre, diz o Senhor.
27 Levantai um estandarte na terra, tocai a trombeta entre as nações, consagrai as
nações contra ela; levantai reis contra ela por mim e pelo povo de Asquenaz;
ordenai-vos contra as suas máquinas de guerra; levantai contra ela cavalos como
uma multidão de gafanhotos.
28 Trazei nações contra ela, o rei dos medos e de toda a terra, seus governantes e
todos os seus capitães.
29 A terra tremeu e ficou perturbada porquanto o propósito do Senhor tem se
levantado contra Babilônia, para fazer da terra de Babilônia uma desolação e torná-
la inabitável.
30 O guerreiro de Babilônia desistiu de lutar. Assentar-se-ão lá, no seu sítio. Seu
poder está quebrado, eles se tornaram como mulheres; suas tendas foram
incendiadas, suas trancas foram quebradas.
31 Um se apressará, correndo ao encontro de outro que corre, e um partirá com
novas para encontrar outro também trazendo novas, para levá-las ao rei de
Babilônia, anunciando que a sua cidade está tomada.
32 No final de seus vaus eles foram apanhados. Suas cisternas foram queimadas no
fogo e seus guerreiros estão fugindo.
33 Pois assim diz o Senhor: As casas do rei de Babilônia serão trilhadas como a terra
na estação apropriada. Ainda um pouco, e a sua colheita virá.
34 Ele me devorou, dilacerando-me; uma escuridão rarefeita veio sobre mim.
Nabucodonosor, rei de Babilônia, engoliu-me tal como um dragão, enchendo o seu
estômago com as minhas iguarias.
35 Os meus problemas e as minhas angústias expulsaram-me para a Babilônia, dirá
aquele que habita em Sião. Meu sangue estará sobre os caldeus que ali habitam,
dirá Jerusalém.
36 Portanto, assim diz o Senhor: Eis que eu julgarei o teu adversário e tomarei
vingança por ti; farei desaparecer o seu mar e secar a sua fonte.
37 Babilônia tornar-se-á uma desolação, e não será habitada.
38 Pois eles se levantaram, juntos, como leões e como filhotes de leões.
39 Em sua sede irei trazer-lhes uma inundação; fá-los-ei bêbados para que fiquem
petrificados e durmam um sono eterno, e não mais acordem, diz o Senhor.
40 Derruba-os como cordeiros para o abate, como carneiros com as suas crias.
41 Como foi o orgulho de toda a terra tomado e seguro em uma armadilha! Como se
tornou Babilônia objeto de espanto entre as nações!
42 O mar subiu sobre Babilônia com o som de suas ondas, e ela está coberta.
43 Suas cidades se tornaram como uma terra seca e sem trilhas; nem um só homem
habitará nela, nem um só filho de homem nela se alojará.
44 Tomarei vingança contra Babilônia, tirarei da sua boca o que ela engoliu; nunca
mais as nações se ajuntarão à ela.
45 46 47 48 49 Na Babilônia os homens mortos de toda a terra cairão.
50 Saí da terra, vós que escapais, e não permaneçais; vós os que estais longe,
lembrai-vos do Senhor. Suba Jerusalém à vossa mente.
51 Estamos envergonhados, porque ouvimos o nosso opróbrio; a vergonha cobriu o
nosso rosto. Estrangeiros estão vindo para o nosso santuário, para a casa do
Senhor.
52 Portanto, eis que vêm os dias, diz o Senhor, quando eu tomarei vingança sobre as
suas imagens de escultura, e os homens que morrerem cairão em toda a sua terra.
53 Pois ainda que Babilônia subisse tão alto quanto o céu, e ainda que ela
fortalecesse seus muros com o seu poder, de mim viriam os que hão de destruí-la,
diz o Senhor.
54 Ouviu-se o som de um grito em Babilônia, e grande destruição na terra dos
caldeus,
55 porque o Senhor destruiu totalmente a Babilônia, e fez perecer a sua poderosa
voz que soava como muitas águas; Ele destinou a sua voz à destruição.
56 Pois aflição virá sobre a Babilônia. Seus guerreiros são tomados, os arcos deles
são inúteis, porque Deus lhes deu o pago.
57 O Senhor dar-lhe-á a recompensa, e fará os seus líderes, os seus sábios e os seus
capitães completamente bêbados. Assim diz o Rei. O Senhor dos Exércitos é o seu
nome.
58 Assim diz o Senhor: O muro de Babilônia foi feito amplo, mas deverá ser
completamente demolido, e as suas portas elevadas serão queimadas no fogo. Os
povos não trabalharão debalde, nem as nações fracassarão em seus desígnios.
59 Palavra que o Senhor ordenou a Jeremias, o profeta, para que a falasse a Seraías,
filho de Nerias, filho de Maaséias, quando ele foi enviado por Zedequias, rei de Judá,
à Babilônia, no quarto ano do seu reinado. E Seraías estava sobre os os tributos.
60 Jeremias, então, escreveu em um livro todos os males que deveriam vir sobre a
Babilônia, todas estas palavras que estão escritas acerca dela.
61 E Jeremias disse a Seraías: Quando vieres para a Babilônia, e quando olhares e
leres todas estas palavras,
62 então dirás: Ó Senhor Deus, tu falaste contra este lugar para destruí-lo, para que
não haja ninguém que nele habite, nem homem nem animal. Por este motivo tornar-
se-á uma desolação, para sempre!
63 E sucederá, quando tiveres terminado de ler este livro, que amarrarás nele uma
pedra, lançando-o no meio do Eufrates,
64 e dirás: Assim será submergida Babilônia, e não virá à tona, por causa dos males
que eu irei trazer sobre ela.
Jeremias - Capítulo 52
1 Era este o vigésimo primeiro ano de Zedequias, quando ele começou a reinar; e
reinou onze anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias,
de Libna.
2, 3, 4 E sucedeu, ao nono ano do seu reinado, no nono mês, no décimo dia do mês,
que Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio com todo o seu exército contra
Jerusalém; fizeram eles uma barreira em volta dela, e construíram uma muralha ao
seu redor, com grandes pedras.
5 Deste modo esteve cercada a cidade até o décimo primeiro ano do rei Zedequias,
6 até o nono dia do mês, quando a fome prevalecia na cidade e não havia mais pão
para o povo da terra.
7 Então, a cidade foi arrombada e todos os homens de guerra saíram, de noite, pelo
caminho da porta, entre a muralha e os muros que estavam junto ao jardim do rei,
estando os caldeus ao redor da cidade. E eles se foram pelo caminho que conduz ao
deserto.
8 Mas o exército dos caldeus perseguiu o rei, alcançando-o no país além de Jericó, e
todos os seus servos se dispersaram, abandonando-o.
9 Eles prenderam o rei e o levaram ao rei de Babilônia, à Ribla, e ele o julgou.
10 O rei de Babilônia matou os filhos de Zedequias diante de seus olhos, e matou a
todos os príncipes de Judá, em Ribla.
11 Arrancou ele os olhos a Zedequias e prendeu-o com cadeias. E o rei de Babilônia o
levou para lá, pondo-o no cárcere até o dia em que morreu.
12 E no quinto mês, no décimo dia do mês, Nebuzaradã, o capitão da guarda que
servia ao rei de Babilônia, veio a Jerusalém
13 e queimou a casa do Senhor e a casa do rei; e a todas as casas da cidade, a cada
casa grande, ele queimou com fogo.
14 E o exército dos caldeus que estava com o capitão da guarda derrubou a todos os
muros de Jerusalém em redor.
15 16 Contudo, o capitão da guarda deixou um resto do povo para serem vinhateiros
e lavradores.
17 E os caldeus despedaçaram as colunas de bronze que estavam na casa do Senhor,
como também as bases e o mar de bronze que lá se encontravam, e tomaram o seu
cobre, levando-o para a Babilônia.
18 Também o rebordo, as taças, os ganchos de carne, e todos os utensílios de
bronze com que se ministrava,
19 e as bacias, os apagadores, os funis de óleo, os candelabros, os incensários e os
copos de ouro e de prata, o capitão da guarda levou.
20 E também os dois pilares, e o mar, e os doze bois de bronze na base do mar,
coisas que o rei Salomão fizera para a casa do Senhor, e das quais o bronze não
tinha peso.
21 Quanto às colunas, a altura de cada uma delas era de trinta e cinco côvados, e um
fio de doze côvados cercava-a. A sua espessura era de quatro dedos.
22 Havia um capitel de bronze em cima delas, cujo comprimento era de cinco
côvados; esta era a sua altura. E havia no capitel ao redor uma obra de rede e
romãs, tudo de bronze. Correspondentemente, o segundo pilar tinha oito romãs à
cada côvado, em seus doze côvados.
23 As romãs eram noventa e seis, aos lados; as romãs todas, sobre a rede ao redor,
eram cem.
24 O capitão da guarda tomou o sumo sacerdote, e o segundo sacerdote, e os que
guardavam o caminho;
25 tomou também um eunuco que estava sobre a gente de guerra, e sete homens
de renome que se achavam na presença do rei e que foram encontrados na cidade,
e o escrivão do exército, que fazia a parte de um escriba para o povo da terra, e
sessenta homens do povo da terra que se encontravam na cidade.
26 E Nebuzaradã, capitão da guarda do rei, levou-os, trazendo-os para o rei de
Babilônia, à Ribla.
27 E o rei de Babilônia os feriu em Ribla, na terra de Hamate.
28 29 30 31 E aconteceu no trigésimo sétimo ano depois que Joaquim, rei de Judá,
foi levado cativo, no décimo segundo mês, no vigésimo quarto dia do mês, que Evil-
Merodaque, rei de Babilônia, no ano em que começou a reinar, ergueu a cabeça de
Joaquim, rei de Judá, fazendo-o barbear-se e sair da casa onde fora mantido;
32 e falou-lhe benignamente, pondo o seu trono acima dos reis que estavam com
ele em Babilônia,
33 e mudando as suas vestes de prisão. E ele comeu pão continuamente, diante
dele, todos os dias que viveu.
34 A sua porção, a qual lhe havia sido designada, foi-lhe dada continuamente pelo
rei de Babilônia, diariamente, até o dia em que morreu.
LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
E sucedeu, depois que Israel foi levado cativo e Jerusalém assolada, que Jeremias se
assentou, chorando, e lamentou com esta lamentação sobre Jerusalém. E ele disse:
1 Álef. Como se assenta solitária a cidade que estava cheia de gente! Tornou-se ela
como uma viúva; ela, que era elevada entre as nações e princesa entre as províncias,
tornou-se tributária.
2 Bet. Chora amargamente de noite e as lágrimas lhe correm pelas faces, mas
ninguém há, de todos os seus amantes, para confortá-la; todos os que eram seus
amigos houveram-se aleivosamente com ela, tornaram-se seus inimigos.
3 Guímel. Judá passou-se ao cativeiro, por causa de sua aflição e por causa da
abundância da sua servidão. Ela habita entre as nações, não encontrou descanso;
todos os seus perseguidores a ultrapassaram, entre aqueles que a angustiavam.
4 Dálet. Os caminhos de Sião pranteiam, porque não há ninguém que venha para a
festa; todas as suas portas estão arruinadas; os seus sacerdotes gemem, as suas
virgens são levadas cativas e ela mesma encontra-se amargurada.
5 He. Seus opressores a dominam e os seus inimigos prosperam, porquanto o
Senhor a afligiu por causa da multidão de seus pecados. Os seus filhinhos foram
para o cativeiro diante da face do opressor.
6 Vav. Toda a beleza foi tirada à filha de Sião. Seus príncipes tornaram-se como
carneiros sem pasto e se foram, enfraquecidos, diante da face do perseguidor.
7 Záyin. Jerusalém lembrou-se dos dias da sua aflição e da sua rejeição; pensou em
todas as suas coisas desejáveis que tivera desde os tempos antigos, e em quando
caía o seu povo nas mãos dos opressores não havendo ninguém para ajudá-la. E
quando seus inimigos o viram, riram da sua habitação.
8 Het. Jerusalém tem cometido grande pecado, portanto tem entrado em
tribulação; todos os que costumavam honrá-la afligiram-na, pois têm visto a sua
vergonha: sim, ela mesma gemeu e voltou-se para trás.
9 Tet. Sua imundícia está aos seus seus pés. Ela não se lembra mais do seu último
fim, deixou de jactar-se, pois não há ninguém para consolá-la. Vê, ó Senhor, a minha
aflição, porque o inimigo se tem engrandecido.
10 Yod. O opressor estendeu a sua mão para todas as suas coisas desejáveis.
Porquanto ela viu os gentios adentrarem no seu santuário, aqueles a respeito dos
quais mandaste que não entrassem na tua congregação.
11 Kaf. Todo o seu povo geme, buscando pão; deram as coisas desejáveis que
tinham por carne, para restaurar a sua alma: Vê, Senhor, e atenta, pois ela se tornou
desonrada.
12 Lâmed. Todos vós que passais pelo caminho, voltai-vos e vede se há dor igual à
minha dor, a qual me tem sobrevindo. O Senhor, que fala através de mim, afligiu-me
no dia da sua ira.
13 Mem. Ele enviou fogo de sua elevada habitação, fazendo-o chegar aos meus
ossos; Estendeu uma rede aos meus pés, fez-me voltar para trás, tornou-me
desolada, fazendo-me lamentar todo o dia.
14 Nun. Ele tem prestado atenção aos meus pecados. Estão eles entrelaçados sobre
minhas mãos, subiram até o meu pescoço. A minha força faltou, pois o Senhor
encheu de dores as minhas mãos e não serei capaz de manter-me em pé.
15 Sâmek. O Senhor tem tirado todos os meus homens fortes do meio de mim. Ele
convocou contra mim um tempo para esmagar os meus homens escolhidos. O
Senhor pisou num lagar a virgem filha de Judá. Por estas coisas eu choro.
16 Áyin. Os meus olhos tem derramado água, porque aquele que deveria confortar-
me, aquele que deveria restaurar a minha alma foi removido para longe de mim.
Meus filhos foram destruídos, pois o inimigo prevaleceu.
17 Pe. Sião estende a sua mão e não há ninguém para consolá-la. O Senhor deu
ordens acerca de Jacó, seus opressores estão ao seu redor; Jerusalém tornou-se,
entre eles, como uma mulher imunda.
18 Tsáde. O Senhor é justo, pois eu tenho provocado a sua palavra. Ouvi, peço-vos,
todos os povos, e vede a minha dor. As minhas virgens e os meus jovens foram
levados para o cativeiro.
19 Kof. Chamei os meus amantes, mas eles me enganaram; os meus sacerdotes e os
meus anciãos não se encontram mais na cidade, pois procuraram carne para que
pudessem restaurar a sua alma e não a encontraram.
20 Resh. Olha, ó Senhor, pois estou aflito. Meu íntimo está perturbado, e o meu
coração transtornado dentro de mim, pois tenho me rebelado grandemente. Fora, a
espada me enluta, assim como a morte em casa.
21 Shin. Ouvi, peço-vos, pois estou a gemer. Não há quem me console; todos os
meus inimigos souberam de minhas aflições e alegraram-se, porque tu o fizeste.
Todavia tens designado o dia, tens apontado o tempo. Eles se tornarão como eu.
22 Tau. Suba toda a sua maldade à tua face. Remove-os, assim como eles ajuntaram
todos os meus pecados; pois os meus gemidos são muitos, e o meu coração se
entristece.
1 Álefe. Como tem o Senhor escurecido, na sua ira, a filha de Sião! Lançou a glória de
Israel do céu para a terra, e não se lembrou do escabelo de seus pés.
2 Bet. No dia da sua ira o Senhor a afligiu como no mar, e não a poupou. Ele
derribou, no seu furor, todas as belas coisas de Jacó; trouxe para o chão as
fortalezas da filha de Judá, profanando os seus reis e príncipes.
3 Guímel. Ele quebrantou, em sua ira, toda a força de Israel; fez desviar-se a sua mão
direita da face do inimigo, acendendo uma chama em Jacó, como a de um fogo que
devorou todas as coisas ao redor.
4 Dálet. Ele armou o seu arco como um inimigo; tem ele fortalecido a sua destra
como adversário, destruindo todas as coisas desejáveis aos meus olhos na tenda da
filha de Sião, e derramou a sua ira como fogo.
5 He. O Senhor se tornou como um inimigo. Ele tem afundado Israel como no mar,
tem derribado os seus palácios; destruiu as suas fortalezas, multiplicou os seus
aflitos e humilhou a filha de Judá.
6 Vav. Ele espalhou o seu tabernáculo como uma videira, e maculou o lugar da sua
congregação. O Senhor se esqueceu da festa e do sábado que nomeou em Sião, e
na indignação da sua ira tem rejeitado o rei, o sacerdote e o príncipe.
7 Záyin. O Senhor rejeitou o seu altar, ele rejeitou o seu santuário; quebrou, pela
mão do inimigo, a parede de seus palácios. Tem eles proferido a sua voz na casa do
Senhor, como num dia de festa.
8 Het. Ele voltou-se para destruir o muro da filha de Sião; estendeu a linha de
medição, e não desviou a sua mão de afligi-la. Por isso o baluarte lamentou-se, e o
muro foi enfraquecido junto com ele.
9 Tet. As suas portas estão caídas por terra. Ele tem destruído e despedaçado as
suas trancas, e o seu rei e o seu príncipe entre os gentios. Não há lei; sim, não há,
pois seus profetas não viram nenhuma visão do Senhor.
10 Yod. Os anciãos da filha de Sião já se assentaram no chão; eles têm guardado
silêncio, lançaram pó sobre as suas cabeças e cingiram-se com pano de saco.
Lançaram ao chão as principais virgens em Jerusalém.
11 Kaf. Meus olhos não tem mais lágrimas, meu coração está perturbado; a minha
glória é lançada no chão por causa da destruição da filha do meu povo, enquanto
desmaiam a criança e o que mama pelas ruas da cidade.
12 Lâmed. Eles disseram às suas mães: Onde está o trigo e o vinho? enquanto
desmaiavam como homens feridos pelas ruas da cidade, enquanto as suas almas
eram derramadas no seio de suas mães.
13 Mem. O que devo testemunhar-te, ou a quem devo comparar-te, ó filha de
Jerusalém? Quem deverá guardar-te e consolar-te, ó virgem filha de Sião? Pois o
cálice de tua destruição é alargado. Quem irá curar-te?
14 Nun. Os teus profetas enxergaram para ti vaidade e loucura, e não manifestaram
a tua iniquidade para mudar o teu cativeiro; trouxeram, entretanto, para ti encargos
vãos e visões inúteis.
15 Sámek. Todos o que vão pelo caminho já bateram palmas sobre ti, assobiaram e
menearam a cabeça sobre a filha de Jerusalém. É esta a cidade, dizem eles, a coroa
da alegria de toda a terra?
16 Áyin. Todos os teus inimigos abriram as suas bocas contra ti, assobiaram e
rangeram os dentes, dizendo: Nós a engolimos; este é o dia que esperávamos.
Encontramo-lo, e já o vimos.
17 Pe. O Senhor fez o que intentou. Ele realizou a sua palavra, as coisas que ordenou
desde os dias antigos. Ele tem lançado ao chão, e não poupou: fez com que o
inimigo se alegrasse em ti, e exaltou o chifre do que te afligia.
18 Tsáde. Seu coração clama pelo Senhor. Vós, muros de Sião, derramai lágrimas
como torrentes, dia e noite, sem descanso; não deixeis descansar a menina dos
vossos olhos.
19 Kof. Levanta-te, alegra-te no meio da noite, no início da tua vigília. Derrama o teu
coração como águas diante do Senhor; estende a tua mão para Ele pela vida dos
teus filhos que desfalecem de fome sobre todas as ruas.
20 Resh. Vê, ó Senhor, para onde nos tens trazido. Hão de as mulheres comer o
fruto do seu ventre? O cozinheiro faz uma pergunta: Devem os bebês que ainda
sugam os seios serem mortos? Irás matar o sacerdote e o profeta no santuário do
Senhor?
21 Shin. A criança e o velho deitaram-se na rua. As minhas virgens e os meus jovens
foram levados para o cativeiro. Tu os mataste com a espada e com a fome; no dia da
tua ira os mutilastes, não os tens poupado.
22 Tau. Ele chamou para um dia solene os que comigo peregrinavam, todavia não
houve, no dia da ira do Senhor, qualquer um que tivesse escapado ou que tivesse
sido deixado. Pois eu tenho fortalecido e multiplicado todos os meus inimigos.
1 Álef. Eu sou o homem que vê a pobreza, por causa da vara da sua ira sobre mim.
2 Ele me tomou, levou-me para a escuridão e não para a luz.
3 Sim, contra mim ele tem estendido a sua mão, todo o dia.
4 Ele fez envelhecer a minha carne e a minha pele, e tem quebrado os meus ossos.
5 Bet. Ele tem construído contra mim, pondo um cerco à minha cabeça e trazendo-
me dores.
6 Assentou-me em lugares tenebrosos, como os que estavam mortos há muito
tempo.
7 Ele tem edificado contra mim e não posso sair; fez pesadas as minhas cadeias de
bronze.
8 Guímel. Sim, ainda que eu choro e clamo, ele exclui a minha oração.
9 Dálet. Ele fechou os meus caminhos, cercou as minhas veredas.
10 Tem-me conturbado, como uma ursa de emboscada; Ele é, para mim, como um
leão em seus esconderijos.
11 Perseguiu-me depois que parti, fazendo-me parar; deixou-me completamente
assolado.
12 He. Ele armou o seu arco e me pôs como alvo à flecha.
13 Ele fez com que as flechas da sua aljava entrassem nos meus rins.
14 Tornei-me um motivo de riso para todo o meu povo, e a sua canção todo o dia.
15 Vav. Ele me encheu de amargura, encharcou-me com fel.
16 Quebrou os meus dentes com cascalho, e tem me alimentado com cinzas.
17 Ainda, ele afastou a minha alma da paz. Esqueci-me da prosperidade.
18 Portanto, a minha glória pereceu, e a minha esperança no Senhor.
19 Záyin. Lembro-me da minha pobreza; por causa da perseguição minha amargura
e meu fel serão lembrados,
20 e a minha alma meditará dentro de mim.
21 Porei isto em meu coração, e o suportarei.
22 Het. Por causa das misericórdias do Senhor ele não falhou comigo, pois as suas
misericórdias não se esgotaram. Apieda-te de nós, ó Senhor, desde o princípio do
mês, para que não sejamos levados a um fim! Pois as suas misericórdias não se
esgotaram.
23 Elas se renovam a cada manhã. Grande é a tua fidelidade.
24 O Senhor é o meu quinhão, assim diz a minha alma. Portanto, esperarei nele.
25 Tet. O Senhor é bom para os que esperam por ele. A alma que o procura
26 faz bem; aguardará, calmamente, esperando a salvação do Senhor.
27 É bom para um homem quando ele suporta o jugo na sua mocidade.
28 Assentar-se-á sozinho e ficará em silêncio, porque o tem carregado sobre si.
29 30 Yod. Ele irá dar a sua face ao que o fere; fartar-se-á de opróbrios,
31 pois o Senhor não o rejeitará para sempre.
32 Kaf. Aquele que derrubou terá piedade, segundo a abundância da sua
misericórdia.
33 Ele não falou com ira em seu coração, embora tenha derrubado os filhos do
homem.
34 Lâmed. Para colocar debaixo dos pés a todos os prisioneiros da terra,
35 para perverter o julgamento de um homem perante a face do Altíssimo,
36 para condenar um homem injustamente em seu julgamento, o Senhor não tem
dado mandamento.
37 Quem tem falado assim, e isso veio a acontecer? o Senhor não o ordenou.
38 Da boca do Altíssimo não sairá o mal e o bem.
39 Mem. Por que deveria um homem enquanto está vivo queixar-se do seu pecado?
40 Nun. Nosso caminho foi vasculhado e examinado, e iremos voltar para o Senhor.
41 Levantemos os nossos corações, junto com as nossas mãos, para o Sublime no
céu.
42 Pecamos, transgredimos, e tu não nos perdoaste.
43 Sâmek. Tu nos visitaste com ira, e nos expulsaste; mataste, não tiveste piedade.
44 Tens velado a ti mesmo com uma nuvem por causa da nossa oração, para que
não eu pudesse ver e fosse lançado fora.
45 Áyn. Tu nos puseste sozinhos no meio das nações.
46 Todos os nossos inimigos abrem as suas bocas contra nós.
47 O medo e a ira virão sobre nós, assolação e destruição.
48 Os meus olhos se derramarão em torrentes de água pela destruição da filha do
meu povo.
49 Pe. Os meus olhos estão afogados em lágrimas. Não ficarei em silêncio, não irei
descansar
50 até que o Senhor atente e veja, desde o céu;
51 meus olhos afligirão a minha alma por causa das filhas da cidade.
52 Tsáde. Perseguidores caçaram-me como a um pardal; todos os meus inimigos
lançaram a minha alma em um poço, sem motivo,
53 colocando uma pedra sobre mim.
54 Águas correram sobre a minha cabeça. Eu disse: Estou cortado dos vivos.
55 Kof. Invoquei o teu nome, ó Senhor, da mais profunda masmorra,
56 e tu ouviste a minha voz. Não cerres os teus ouvidos à minha súplica.
57 Aproximaste-te para ajudar-me; no dia em que eu te chamei tu disseste: Não
temas.
58 Resh. Ó Senhor, tens pleiteado as causas da minha alma; redimiste a minha vida.
59 Viste, Senhor, os meus problemas; julgaste a minha causa.
60 Viste toda a sua vingança, enxergaste todos os seus desígnios contra mim.
61 Shin. Ouviste a sua reprovação e todos os seus planos a meu respeito,
62 os lábios dos que se levantaram para atacar-me, e as suas tramas contra mim, o
dia todo,
63 o seu assentar e o seu levantar. Olha para os seus olhos.
64 Tu lhes darás uma recompensa, Senhor, de acordo com as obras das suas mãos.
65 Tau. Encobri-los-ás, por causa da dor do meu coração.
66 Tu os perseguirás com ira, e irás consumi-los de debaixo do céu, ó Senhor.
1 Álef. Como está manchado o ouro, e a fina prata mudada! As pedras sagradas
foram espalhadas sobre todas as ruas.
2 Bet. Os preciosos filhos de Sião, que foram igualados no valor ao ouro, como são
considerados vasos de barro, obras das mãos do oleiro!
3 Guímel. Sim, as serpentes têm apresentado os seios dando de mamar aos seus
filhotes; no entanto, as filhas de meu povo são incuravelmente cruéis, como uma
avestruz no deserto.
4 Dálet. A língua dos bebês apega-se ao céu de sua boca, por causa da sede: as
crianças pequenas pedem pão, e não há ninguém que o parta para elas.
5 He. Os que se alimentavam de guloseimas desfalecem nas ruas; os que eram
amamentados vestidos em escarlata estão cobertos com esterco.
6 Vav. A iniquidade da filha do meu povo multiplicou-se para além das iniquidades
de Sodoma, cidade que foi derrubada de repente, sem que ninguém tivesse
empregado contra ela as mãos.
7 Záyin. Os seus nobres eram feitos mais puros do que a neve, mais brancos do que
o leite; eram purificados como pelo fogo, e o seu polimento era superior ao da
pedra de safira.
8 Het. Seu rosto tornou-se mais negro do que o fumo. Eles não são reconhecidos
nas ruas. A sua pele tem se apegado aos ossos; eles se secaram, tornaram-se como
um graveto.
9 Tet. Os mortos à espada tiveram melhor sorte do que os mortos pela fome, pois
estes partiram trespassados pela falta dos frutos dos campos.
10 Yod. As mãos das mulheres de coração terno cozeram os próprios filhos;
tornaram-se, aqueles, alimento para elas na destruição da filha do meu povo.
11 Kaf. O Senhor tem levado a cabo a sua ira. Ele derramou a sua ira, acendendo um
fogo em Sião, o qual devorou os seus fundamentos.
12 Lámed. Os reis da terra, todos os que habitam no mundo, não acreditavam que
um inimigo e opressor pudesse entrar pelas portas de Jerusalém.
13 Mem. Foi por causa dos pecados dos seus profetas e das iniquidades dos seus
sacerdotes, que derramaram sangue justo no meio dela,
14 Nun. Seus vigias cambalearam nas ruas, estão contaminados com sangue em sua
fraqueza; tocaram suas vestimentas manchadas com ele.
15 Sámek. Retirai-vos dos imundos. Dizei-lhes: Afastai-vos, afastai-vos, não os
toqueis. Pois eles estão ardendo, sim, andam cambaleando. Dizei entre as nações:
Nunca mais morarão lá.
16 Áyin. A presença do Senhor era a sua porção, entretanto, não tornará a olhar
para eles, pois não consideraram a pessoa dos sacerdotes nem tiveram pena dos
profetas.
17 Pe. Enquanto ainda vivíamos os nossos olhos falharam, enquanto procurávamos
em vão por ajuda. Olhamos para uma nação que não podia salvar.
18 Tsáde. Fomos atrás de nossos pequeninos, para que não andassem pelas nossas
ruas. Nosso tempo tem se aproximado, nossos dias são cumpridos. O nosso tempo
é chegado.
19 Kof. Os nossos perseguidores foram mais ligeiros do que as águias do céu,
voaram sobre as montanhas; no deserto armaram ciladas para nós.
20 Resh. O fôlego da nossas narinas, nosso Senhor ungido, foi preso nos seus laços
destrutivos, aquele de quem dizíamos: Em sua sombra viveremos entre os gentios.
21 Shin. Alegra-te e exulta, ó filha de Edom, que habitas na terra! O cálice do Senhor
ainda passará para ti. Serás embriagada, e o derramarás.
22 Tau. Ó filha de Sião, a tua iniquidade chegou ao fim. Nunca mais ele te levará em
cativeiro. Ele visitou as tuas iniquidades, ó filha de Edom, descobriu os teus pecados.
EZEQUIEL
Ezequiel - Capítulo 1
1 Aconteceu no trigésimo ano, no quarto mês, no quinto dia do mês, que eu estava
entre os que foram para o cativeiro, junto ao rio Quebar. Os céus se abriram, e eu
tive visões de Deus.
2 No quinto dia do mês, e era este o quinto ano do cativeiro do rei Joaquim,
3 veio a palavra do Senhor a Ezequiel, o sacerdote, filho de Buzi, na terra dos
caldeus, junto ao rio Quebar; e a mão do Senhor estava sobre mim.
4 Olhei, e eis que um vento arrasador vinha do norte, com uma grande nuvem nele.
Havia um resplendor ao redor dela, e reluzente fogo; e, em meio a isso, como se
fosse uma aparência de âmbar no meio do fogo, a qual brilhava.
5 E, no seu meio, como se fosse a semelhança de quatro criaturas viventes. E era
esta a sua aparência: tinham, sobre eles, a semelhança de um homem.
6 Cada um deles tinha quatro faces, e cada um quatro asas.
7 As suas pernas eram retas, e os seus pés tinham asas. Deles saiam faíscas como de
reluzente bronze, e as suas asas eram leves.
8 A mão de um homem estava sob as suas asas, aos quatro lados.
9 Os rostos dos quatro não se viravam quando andavam; eles iam, todos, para a sua
frente.
10 A semelhança dos seus rostos era a do rosto de um homem. Também tinham, os
quatro, um rosto de leão ao lado direito, um rosto de bezerro ao lado esquerdo, e
também um rosto de águia, todos os quatro.
11 Os quatro tinham as suas asas estendidas acima; cada um tinha duas delas unidas
as do outro, e duas que cobriam os seus corpos.
12 Cada qual andava para adiante: onde quer que o espírito estava indo, iam eles, e
não se voltavam.
13 Havia no meio das criaturas viventes uma aparência como de brasas de fogo, tal
como uma aparência de tochas revolvendo-se entre as criaturas viventes, com o
brilho do fogo; e do fogo saiam relâmpagos.
14 15 Então, olhei, e eis que os quatro tinham, cada um, uma roda no chão, perto das
criaturas viventes.
16 O aspecto das rodas era como o do berilo, e as quatro tinham uma mesma
semelhança. A sua estrutura era como se estivera uma roda dentro de outra roda.
17 Eles moviam-se para os seus quatro lados. Não se viravam quando andavam,
18 nem as suas costas voltavam-se, e eram altos. Olhei para eles, e as costas dos
quatro estavam cheias de olhos ao redor.
19 Quando as criaturas viventes andavam, andavam as rodas ao lado deles; e
quando as criaturas viventes elevavam-se da terra, as rodas também eram elevadas.
20 Para onde a nuvem fosse, estava o espírito pronto para ir: as rodas iam e
elevavam-se com eles, porque o espírito de vida estava nas rodas.
21 Quando eles andavam, andavam as rodas; e quando paravam, paravam as rodas;
e quando eles elevavam-se da terra, eram também elas elevadas junto com deles,
porque o espírito de vida estava nas rodas.
22 A semelhança por cima das cabeças das criaturas viventes era como um
firmamento, como a semelhança de cristal espalhando-se sobre as suas asas, no
alto.
23 Suas asas espalhavam-se debaixo do firmamento, tocando um a do outro; e duas
asas para cada um, cobrindo seus corpos.
24 Ouvi o ruído das suas asas quando eles iam, como o som de muitas águas; e
quando eles paravam suas asas eram abaixadas.
25 E eis uma voz vinda de cima do firmamento
26 que estava sobre as suas cabeças. Havia nele como a aparência de uma pedra de
safira, e a semelhança de um trono em cima dela. Sobre a semelhança do trono
havia uma semelhança como a de um homem, no alto.
27 E vi como que se fosse uma aparência de âmbar desde os lombos e para cima, e
desde os lombos para baixo vi uma semelhança de fogo, e o seu resplendor, que
estava ao redor.
28 Como o aspecto do arco-íris que aparece nas nuvens em um dia da chuva assim
era a forma do resplendor ao redor.
Ezequiel - Capítulo 2
1 Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor. Vendo-o, caí sobre o meu
rosto, e ouvi a voz de alguém falando. E ele disse-me: Filho do homem, põe-te em
pé e falarei contigo.
2 Então, o Espírito veio sobre mim, tomando-me, e me levantou, pondo-me de pé; e
o ouvi falando comigo.
3 E Ele disse-me: Filho do homem, eu te envio diante da casa de Israel, diante dos
que me provocam. Eles me tem provocado, eles e seus pais, até este dia.
4 E tu, dize-lhes: Assim diz o Senhor.
5 Se, em seguida, eles quiserem ouvir ou sentirem medo (porque é casa rebelde),
ainda assim saberão que és um profeta no meio deles.
6 Mas tu, ó filho do homem, não os temas nem te assustes com o seu semblante
(por que eles irão ficar enlouquecidos e se levantarão contra ti, ao teu redor; pois
habitas no meio de escorpiões); não tenhas medo de suas palavras nem te assustes
com os seus semblantes, porque é casa rebelde.
7 E lhes dirás as minhas palavras, quer eles ouçam quer sintam medo, pois é uma
casa rebelde.
8 E tu, ó filho do homem, escuta aquele que te fala. Não sejas rebelde como a casa
rebelde; abre a tua boca, e come o que eu te dou.
9 Então, olhei, e eis uma mão estendendo-se para mim, havendo nela o rolo de um
livro.
10 Ele o desenrolou diante de mim, e a sua frente e o seu verso estavam cobertos de
escritos. E, nele, estavam escritos lamentações, canções tristes e ais.
Ezequiel - Capítulo 3
1 E disse-me: Filho do homem, come este rolo, e vai e fala com os filhos de Israel.
2 Então, ele abriu minha boca e me deu a comer o volume. E disse-me: Filho do
homem,
3 tua boca o comerá e o teu ventre deverá ser preenchido com este rolo que te é
dado. Então, eu o comi. E era, na minha boca, doce como o mel.
4 E disse-me: Filho do homem, vai, entra na casa de Israel e fala as minhas palavras.
5 Porque não és enviado a um povo de fala difícil, mas à casa de Israel;
6 nem a muitos povos de outro discurso e outras línguas, nem de linguagem dura,
cujas palavras não podes entender; ainda que se eu te houvera enviado para tais,
dar-te-iam ouvidos.
7 Porém, a casa de Israel não estará disposta a dar-te ouvidos, e não irão escutar-
me. Pois todos os da casa de Israel são teimosos e de coração duro.
8 Eis que eu tenho feito forte o teu rosto contra os seus rostos, e fortaleço o teu
poder contra o seu poder.
9 Será ele, continuamente, mais forte do que uma rocha. Não tenhas medo nem te
espantes diante deles, porque é casa rebelde.
10 E disse-me: Filho do homem, recebe no teu coração todas as palavras que eu
tenho dito para ti, ouvindo-as com os teus ouvidos,
11 e vai ao cativeiro, aos filhos do teu povo, e fala com eles, dizendo-lhes: Assim diz o
Senhor; quer eles ouçam ou deixem de ouvir.
12 Então, o Espírito me levou para o alto, e ouvi por detrás de mim uma voz como de
um grande terremoto, que dizia: Bendita seja a glória do Senhor desde o seu lugar!
13 E percebi o tatalar das asas das criaturas viventes batendo umas nas outras, e o
som das rodas estava perto deles, assim como o som do terremoto.
14 Então, o Espírito me levantou, levando-me para cima. E eu fui, na excitação do
meu espírito; e a mão do Senhor era forte sobre mim.
15 Passei pelo ar, vindo aos do cativeiro, virando-me para os que moravam junto ao
rio Quebar, para os que lá estavam. E assentei-me ali por sete dias, sabendo tudo o
que se passava com eles.
16 E, depois dos sete dias, a palavra do Senhor veio a mim, dizendo: Filho do
homem,
17 eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel. Ouvirás a palavra da minha boca e os
ameaçarás por mim.
18 Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; mas tu não o avisares, para dar
aviso ao ímpio, para que ele se converta dos seus caminhos e possa viver, então
esse ímpio morrerá na sua iniquidade; porém, o seu sangue eu o requererei da tua
mão.
19 Entretanto, se avisares o ímpio e ele não se converter da sua impiedade e do seu
caminho, o tal ímpio morrerá na sua iniquidade, todavia tu livrarás a tua alma.
20 E quando o justo se afastar da sua justiça, cometendo transgressão, e eu castigá-
lo, ele morrerá, porquanto não o avisaste; ele deverá mesmo morrer em seus
pecados, pois a sua justiça não será lembrada; porém, o seu sangue eu o requererei
da tua mão.
21 Entretanto, avisando tu o justo para não peque, e ele não pecar, este justo,
certamente, viverá, porquanto o avisaste. E livrarás a tua própria alma.
22 E a mão do Senhor veio sobre mim. E ele me disse: Levanta-te, sai para o vale, e lá
ouvirás uma palavra.
23 Então, levantei-e e saí para o vale, e eis que a glória do Senhor estava ali, de
acordo com a visão e de acordo com a glória do Senhor que eu vira junto ao rio
Quebar. E caí com o meu rosto em terra.
24 Depois disso, o Espírito veio sobre mim e pôs-me de pé, falando comigo; e me
disse: Entra, e encerra-te na tua casa.
25 Porquanto, ó filho do homem, eis que as cadeias estão preparadas para ti; eles te
prenderão com elas e não poderás soltar-te.
26 Também irei prender a tua língua e ficarás mudo, e não serás mais para eles um
reprovador; porque é casa rebelde.
27 Porém, quando eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes dirás: Assim diz o
Senhor. Aquele que quer ouvir, ouça; e aquele que quer ser desobediente, seja
desobediente. Porque é casa rebelde.
Ezequiel - Capítulo 4
1 Mas tu, ó filho do homem, toma um tijolo. Pô-lo-ás diante de ti, e retratarás nele a
cidade, a cidade de Jerusalém.
2 Cercá-la-ás e construirás obras contra ela, levantarás tranqueiras e porás
acampamentos contra ela, e máquinas de guerra ao seu redor.
3 Tomarás para ti uma panela de ferro, colocando-a como um muro de ferro entre ti
e a cidade; e virarás o teu rosto contra ela. Ela estará em um sítio, e tu a sitiarás.
Será este um sinal para os filhos de Israel.
4 Deitar-te-ás sobre o teu lado esquerdo, pondo a iniquidade da casa de Israel sobre
ele, por cento e cinquenta dias, durante os quais tu te deitarás sobre ele e levarás as
suas iniquidades.
5 Pois tenho te dado as suas duas iniquidades por um número de dias, por cento e
noventa dias. E suportarás a iniquidade da casa de Israel.
6 E tu os completarás. Então, deitar-te-ás sobre o teu lado direito e levarás a
iniquidade da casa de Judá por quarenta dias, um dia por cada ano.
7 E virarás o teu rosto para o cerco de Jerusalém, e fortalecerás o teu braço, e
profetizarás contra ela.
8 Eis que tenho preparado cadeias para ti, e não poderás virar-te de um lado para o
outro, até que os dias de teu cerco se tenham completado.
9 Toma também, para ti, trigo, cevada, favas, lentilhas, painço e milho. Lança-os em
uma vasilha de barro e faze deles pães para ti mesmo; e comerás deles por cento e
noventa dias, de acordo com o número de dias durante os quais dormires sobre o
teu lado.
10 Comerás o teu alimento por peso, vinte siclos à cada dia; de tempo em tempo hás
de comê-los.
11 E beberás água por medida, de tempo em tempo beberás a sexta parte de um
him.
12 Comê-los-ás como um bolo de cevada. Tu os assarás diante de seus olhos em
excremento de homem.
13 E dirás: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Desta forma, os filhos de Israel
comerão coisas impuras entre os gentios.
14 Então, eu disse: Não assim, Senhor, Deus de Israel. Certamente a minha alma não
foi contaminada com qualquer impureza, nem tenho comido o que morreu de si
mesmo ou o que foi despedaçado por feras, desde o meu nascimento até agora.
Nem tem qualquer carne corrupta entrado em minha boca.
15 E ele disse-me: Eis que tenho dado a ti esterco de bois em lugar de excremento
de homem, e prepararás teus pães em cima dele.
16 Disse-me, ainda: Filho do homem, eis que tirarei o sustento de pão em Jerusalém.
Comerão o seu pão por peso e em falta, e beberão a sua água por medida, e estarão
num estado de ruína,
17 para que lhes falte o pão e a água. Um homem e o seu irmão serão levados à
ruína, e definharão em suas iniquidades.
Ezequiel - Capítulo 5
1 E tu, ó filho do homem, toma uma espada mais afiada do que navalha de barbeiro;
toma-a e traze-a sobre a tua cabeça e a tua barba; tomarás, também, uma balança, e
separarás o cabelo.
2 Uma quarta parte queimarás no fogo, no meio da cidade, no cumprimento dos
dias do cerco. Esta parte queimarás dentro da cidade. Uma outra quarta parte tu a
cortarás com uma espada, em redor dela, e uma outra quarta parte dispersarás ao
vento. Pois desembainharei uma espada atrás deles.
3 Tomarás alguns cabelos, e envolvê-los-ás na dobra do teu vestuário.
4 E tomarás deles, novamente, e lançá-los-ás no meio do fogo, queimando-os. Pois
dali sairá fogo. E falarás para toda a casa de Israel:
5 Assim diz o Senhor: Esta é Jerusalém. Coloquei-a, e os países ao seu redor, no
meio das nações.
6 E proclamarás as minhas ordenanças para o iníquo daquelas nações, e os meus
estatutos ao pecador dos países ao redor dela. Porque rejeitaram os meus juízos, e
não andaram nos meus estatutos.
7 Pois assim diz o Senhor: Porquanto a ocasião para o pecado foi por vós tomada
das nações ao vosso redor, e não tendes andado nos meus estatutos nem
guardastes as minhas ordenanças, ou melhor, não tendes nem mesmo feito de
acordo com as ordenanças das nações que estão ao redor de vós; portanto assim
diz o Senhor:
8 Eis que eu estou contra ti, e executarei juízo no meio de ti aos olhos das nações.
9 Farei em ti coisas que ainda não fiz, as quais não irei fazer de novo, por todas as
tuas abominações.
10 Os pais comerão a seus filhos no meio de ti, e os filhos comerão a seus pais.
Executarei em ti juízos, e espalharei os que te forem deixados a todos os ventos.
11 Portanto, como eu vivo, diz o Senhor, certamente, porquanto contaminaste as
minhas coisas santas com todas as tuas abominações, também eu te rejeitarei. O
meu olho não te poupará, e não terei piedade.
12 Uma quarta parte de ti será cortada pela peste, e uma outra quarta parte de ti
será consumido no teu meio, pela fome; e quanto a outra quarta parte de ti, eu os
espalharei a todos os ventos; e uma outra quarta parte de ti cairá à espada ao teu
redor. Pois desembainharei uma espada atrás deles.
13 A minha indignação e a minha ira se cumprirão sobre eles, e saberás que eu, o
Senhor, o disse, no meu zelo, quando cumprir a minha ira contra eles.
14 Farei de ti uma desolação, e as tuas filhas ao redor de ti, aos olhos de cada um
que passa.
15 Serás lamentada e miserável entre as nações que te cercam, quando eu executar
juízos contra ti com a vingança da minha ira. Eu, o Senhor, o disse.
16 E quando eu enviar contra eles dardos de fome, então serão consumidos, e irei
tirar o seu sustento de pão.
17 Portanto, farei brotar contra ti a fome e bestas malignas, e contra ti tomarei
vingança; a peste e o sangue passarão por cima de ti, e trarei sobre ti a espada, ao
teu redor. Eu, o Senhor, o disse.
Ezequiel - Capítulo 6
Ezequiel - Capítulo 7
1 Depois disso, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Também tu, ó filho do
homem, diz:
2 Assim diz o Senhor: Um fim vem para a terra de Israel. Vem, o fim, sobre os quatro
cantos da terra.
3 Chegou o fim sobre ti,
7 ó habitante da terra! é chegada a hora, o dia já se aproxima, não com grande
estrondo nem com dores de parto.
8 Agora, dentro de pouco tempo, irei derramar a minha ira sobre ti; cumprirei o meu
furor em ti, julgar-te-ei pelos teus caminhos e recompensarei sobre ti todas as tuas
abominações.
9 Os meus olhos não pouparão nem terei qualquer misericórdia, porque retribuirei
os teus caminhos e as tuas abominações estarão no meio de ti. E saberás que eu sou
o Senhor, aquele que te fere.
7 Ora, o fim vem sobre ti. Enviarei julgamento contra ti, tomarei vingança sobre os
teus caminhos e retribuirei todas as tuas abominações sobre ti mesmo.
4 Os meus olhos não pouparão nem terei qualquer misericórdia, porquanto eu farei
recair o teu caminho sobre ti, e as tuas abominações estarão no meio de ti. E
saberás que eu sou o Senhor.
5 Porque assim diz o Senhor: Eis que o fim vem.
10 Eis o dia do Senhor! Embora a haste tenha florescido,
11 o orgulho brotou. Portanto, será quebrada a vara do maligno, mas não com
grande estrondo, nem apressadamente.
12 O tempo é chegado, eis o dia. Não se alegre o comprador nem se entristeça o que
vende.
13 Pois o comprador nunca mais retornará o que comprou ao que lhe vendeu, nem
um homem se apegará, com olhos esperançosos, à sua vida.
14 Soai a trombeta e promulgai uma sentença para todos, juntamente.
15 Fora, haverá guerra, com a espada, e dentro a fome e a peste; o que estiver no
campo morrerá à espada. A fome e a peste destruirão os que estão na cidade.
16 Porém, os que deles escaparem estarão sobre os montes. E irei matar todo o
resto, cada um deles, por suas iniquidades.
17 Todas as mãos serão completamente enfraquecidas, e todas as coxas serão
contaminadas pela umidade.
18 Cingir-se-ão de saco, e o espanto os cobrirá; a vergonha estará sobre eles, sobre
cada rosto, e haverá calva sobre toda cabeça.
19 A prata será lançada fora nas ruas, e o seu ouro irá ser desprezado. A sua alma
não se fartará e as suas barrigas não deverão ser preenchidas, pois este é o castigo
das suas iniquidades.
20 Quanto aos seus ornamentos escolhidos, empregaram-nos por orgulho e fizeram
deles imagens das suas abominações. Portanto, os tenho feito impuros para eles.
21 Entregá-los-ei nas mãos de estranhos, fazendo deles uma presa, e para as pragas
da terra por despojo. E os profanarão.
22 Desviarei deles o meu rosto e irão macular o meu ministério, entrando a ele de
maneira descuidada, profanando-o.
23 E obrarão a impureza, porquanto a terra está cheia de nações estranhas e a
cidade cheia de iniquidade.
24 Eu farei cessar a ostentação de sua força, e as suas coisas sagradas serão feitas
imundas.
25 Apesar da propiciação que haverá, e de buscar-se a paz, contudo ela não
chegará.
26 Haverá aflição sobre aflição, e mensagem após mensagem. Procurar-se-á a visão
do profeta, entretanto perecerá a lei do sacerdote, e dos anciãos o conselho.
27 O príncipe se vestirá com desolação, e as mãos do povo da terra serão
enfraquecidas. Tratarei com eles conforme os seus caminhos e de acordo com os
seus juízos irei puni-los. E saberão que eu sou o Senhor.
Ezequiel - Capítulo 8
1 E sucedeu que, no sexto ano, no quinto mês, no quinto dia do mês, eu estava
assentado em minha casa, e os anciãos de Judá assentados diante de mim, quando
a mão do Senhor veio sobre mim.
2 Olhei, e eis a semelhança de um homem: dos seus lombos para baixo havia fogo, e
dos seus lombos para cima havia como uma aparência de âmbar.
3 Ele estendeu para mim a semelhança de uma mão, tomando-me pela coroa da
minha cabeça; e o Espírito me levantou entre a terra e o céu, trazendo-me para
Jerusalém em uma visão de Deus, para o vestíbulo da porta que olha para o norte,
onde estava a coluna do Comprador.
4 E eis que a glória do Senhor Deus de Israel estava ali, conforme a semelhança que
eu tinha visto no vale.
5 E disse-me: Filho do homem, levanta os teus olhos para o norte. Então, eu levantei
os meus olhos para o norte. E eis que eu olhava a partir do norte em direção ao
portão oriental.
6 E ele disse-me: Filho do homem, viste o que estes fazem? Pois cometem grandes
abominações aqui, afastando-me de meu santuário. E verás ainda maiores
iniquidades.
7 Então. ele me levou ao vestíbulo do átrio,
8 e disse-me: Filho do homem, escava. Então, eu escavei. E eis uma porta.
9 E ele me disse: Entra, e vê as iniquidades que eles praticam aqui.
10 Portanto, eu entrei e olhei. E vi abominações vãs, e todos os ídolos da casa de
Israel retratados ao seu redor.
11 Setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jaazanias, filho de Safã,
estavam na sua presença, no meio deles, cada um deles trazendo o seu incensário
na sua mão; e a fumaça do incenso subia.
12 E ele me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem,
cada um deles, em sua câmara secreta? porque eles disseram: O Senhor não vê; o
Senhor abandonou a terra.
13 E disse-me: Verás ainda maiores iniquidades que estes fazem.
14 Então, levou-me para ao pórtico da casa do Senhor, que olha para o norte, e eis
que havia mulheres sentadas lá, lamentando por Tamuz.
15 E ele disse-me: Filho do homem, tu o viste. Mas ainda verás práticas malignas
maiores do que estas.
16 E levou-me para o átrio interior da casa do Senhor. E na entrada do templo do
Senhor, entre o pórtico e o altar, havia cerca de vinte homens com as suas costas
voltadas para o templo do Senhor e as suas faces direcionadas para o lado oposto; e
estes estavam adorando o sol.
17 E disse-me: Filho do homem, tu o tens visto. É isto uma pequena coisa para a casa
de Judá, estar a praticar as iniquidades que eles tem praticado aqui? porque eles
tem enchido a terra com iniquidade, e eis que são como os escarnecedores.
18 Tratarei com eles, portanto, em ira; o meu olho não poupará nem terei qualquer
misericórdia.
Ezequiel - Capítulo 9
1 Então, ele clamou aos meus ouvidos com uma grande voz, dizendo: O julgamento
da cidade está próximo! E cada um deles tinha as armas de destruição em sua mão.
2 Eis que vinham seis homens a caminho da porta superior que olha para o norte,
cada um com o seu machado em sua mão. Havia um homem no meio deles, vestido
com uma longa túnica indo até os seus pés, e um cinto de safira estava em seus
lombos. Eles vieram, e pararam perto do altar de bronze.
3 Então, a glória do Deus de Israel que estava sobre eles subiu dos querubins para o
pórtico da casa. E chamou o homem que estava vestido com a túnica longa e que
tinha o cinto em seus lombos.
4 E disse-lhe: Passa pelo meio de Jerusalém e marca com um sinal as testas dos
homens que gemem e lamentam por todas as maldades que são feitas no meio
deles.
5 E disse aos primeiros, ouvindo-o eu: Ide atrás dele para a cidade, e feri. Que os
vossos olhos não poupem a ninguém, e não tenhais piedade.
6 Matai a todos, velhos, jovens e virgens, e as crianças e as mulheres. Tão somente
não vos aproximeis de qualquer um sobre quem estiver o sinal. Começai pelo meu
santuário. Então, eles começaram pelos homens mais velhos que estavam dentro da
casa.
7 E também disse-lhes: Profanai a casa e, saindo, enchei os caminhos de cadáveres,
ferindo-os.
8 E aconteceu, quando eles os estavam ferindo, que eu caí sobre o meu rosto e
clamei, dizendo: Ah, Senhor! Irás destruir o restante de Israel, derramando a tua
indignação sobre Jerusalém?
9 Então, ele me disse: A culpa da casa de Israel e Judá tornou-se muito muito
grande, porquanto a terra está cheia de muitas nações e a cidade está repleta de
maldade e impureza. Pois eles disseram: O Senhor abandonou a terra; o Senhor não
olha para ela.
10 Por isso, o meu olho não poupará nem terei qualquer misericórdia. Retribuirei
seus caminhos sobre as suas cabeças.
11 E eis que o homem vestido com a túnica longa e cingido com o cinto em volta dos
rins, respondendo, disse: Fiz como mandaste!
Ezequiel - Capítulo 10
1 Olhei, e eis que sobre o firmamento por cima da cabeça dos querubins havia uma
semelhança de trono, sobre eles, como uma pedra de safira.
2 E ele disse ao homem vestido com a túnica longa: Vai por entre as rodas sob os
querubins e enche as tuas mãos de brasas acesas que estão dentre os querubins,
espalhando-as sobre a cidade. E ele entrou, à minha vista.
3 Os querubins estavam no lado direito da casa, quando o homem entrou. E uma
nuvem encheu o átrio interior.
4 Então, a glória do Senhor se retirou dos querubins para o átrio da casa. Uma
nuvem encheu a casa, e o átrio ficou cheio do resplendor da glória do Senhor.
5 O ruído das asas dos querubins se ouvia até o átrio exterior, como a voz do Deus
Todo-Poderoso falando.
6 E aconteceu, quando ele deu uma ordem ao homem vestido com o manto
sagrado, dizendo: Toma fogo dentre as rodas que estão entre os querubins; que ele
entrou, e parou perto das rodas.
7 Estendendo a mão no meio do fogo que estava entre os querubins tomou dele, e
o pôs nas mãos do homem vestido com o manto sagrado. E ele o apanhou, e saiu.
8 Então, eu vi os querubins com a semelhança de mãos de homens debaixo das suas
asas.
9 Olhei, e eis quatro rodas que estavam com os querubins, uma roda junto a cada
querubim; e o aspecto das rodas era como o de uma pedra de carbúnculo.
10 Quanto à sua aparência, todas as quatro eram semelhantes, como se houvesse
uma roda no meio de outra roda.
11 Quando iam, iam para os seus quatro lados. Não se viravam quando andavam:
para o lado onde a primeira ia todas iam. E não se viravam quando andavam.
12 As suas costas, as suas mãos, as suas asas, e também as rodas, estavam cheias de
olhos. E ao redor das quatro rodas.
13 Estas rodas foram chamadas Guelguel, ouvindo-o eu.
14 15 Os querubins eram as mesmas criaturas viventes que eu vira junto ao rio
Quebar.
16 Quando os querubins andavam as rodas também andavam, ficando perto deles; e
quando os querubins levantavam as suas asas para se elevarem da terra as rodas
não se viravam.
17 Quando eles paravam as rodas paravam, e quando eles se elevavam as rodas se
elevavam com eles. Porque o espírito do ser vivente estava nelas.
18 Então, a glória do Senhor se retirou da casa, pondo-se sobre os querubins.
19 E os querubins levantaram as suas asas, elevando-se da terra à minha vista.
Quando avançaram, as rodas também foram, ao lado deles, e puseram-se à entrada
da porta da frente da casa do Senhor. E a glória do Deus de Israel estava sobre eles,
acima.
20 Esta é a mesma criatura vivente que vi sob o Deus de Israel, junto ao rio Quebar.
E eu sabia que eram querubins.
21 Cada um tinha quatro rostos e cada um tinha oito asas, e debaixo das suas asas
havia uma semelhança de mãos de homens.
22 E, quanto a aparência dos seus rostos, eram os mesmos rostos que eu tinha visto
sob a glória do Deus de Israel, junto ao rio Quebar. E eles iam, todos, para a sua
frente.
Ezequiel - Capítulo 11
Ezequiel - Capítulo 13
Ezequiel - Capítulo 14
1 Vieram até mim alguns homens do povo de Israel, dos anciãos, e assentaram-se
diante de mim.
2 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
3 Filho do homem, estes homens têm concebido os seus propósitos em seus
corações, havendo colocado diante de seus rostos o castigo das suas iniquidades.
Irei eu, em verdade, responder-lhes?
4 Portanto, fala com eles, e dize-lhes: Assim diz o Senhor: Qualquer homem da casa
de Israel que conceber seus propósitos em seu coração, e colocar diante de seu
rosto o castigo da sua iniquidade, vindo ele ao profeta, eu, o Senhor, lhe
responderei de conformidade com as coisas em que sua mente está envolvida
5 para que faça desviar-se a casa de Israel, de acordo com seus corações que eles
alienaram de mim em seus pensamentos.
6 Portanto, dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Convertei-vos, convertei-
vos das vossas práticas malignas e de todos os vossos pecados, voltando para trás o
vosso rosto, outra vez.
7 Porque qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam
em Israel, que afastar-se de mim e conceber imaginações em seu coração,
colocando diante do seu rosto o castigo da sua iniquidade e vier ao profeta para
perguntar a meu respeito, eu, o Senhor, lhe responderei de acordo com as coisas
nas quais está envolvido.
8 Porei a minha face contra aquele homem, fá-lo-ei desolado e em ruínas e
exterminá-lo-ei do meio do meu povo. E sabereis que eu sou o Senhor.
9 Se um profeta vier a ser causa de erro com a sua fala, eu, o Senhor, fiz com que o
profeta errasse. Estenderei a minha mão contra ele, e o destruirei totalmente,
tirando-o do meio do meu povo Israel.
10 E levarão a sua iniquidade, ambos. De acordo com a ofensa daquele que consulta,
do mesmo modo sucederá ao profeta, de acordo com a sua transgressão,
11 para que a casa de Israel não mais se extravie de mim e para que não mais se
contaminem com qualquer uma das suas transgressões: Assim, eles serão o meu
povo e eu serei o seu Deus, diz o Senhor.
12 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
13 Filho do homem, se uma terra pecar contra mim, cometendo transgressão,
estenderei a minha mão contra ela e irei tirar o seu sustento de pão, e enviarei
contra ela a fome, eliminando dela os homens e os animais.
14 E ainda que esses três homens, Noé, Daniel e Jó, viessem a estar no meio dela,
eles, tão somente, deveriam ser salvos pela sua justiça, diz o Senhor.
15 Se, além disso, eu trouxer feras sobre a terra tomando vingança sobre ela, e
tornar-se arruinada, não havendo ninguém para passar através dela por medo dos
animais selvagens,
16 ainda que esses três homens viessem a estar no meio dela, como eu vivo, diz o
Senhor, nem os seus filhos nem as suas filhas seriam salvos, mas estes tão somente
deveriam ser salvos, e a terra seria destruída.
17 Ou, além disso, se eu trouxer a espada sobre aquela terra, dizendo: Que a espada
passe pela terra; e eliminar dela o homem e o animal,
18 ainda que esses três homens viessem a estar no meio dela, tão certo como eu
vivo, diz o Senhor, eles não deveriam livrar seus filhos ou suas filhas, mas tão
somente eles seriam salvos.
19 Ou se, ainda mais, eu devesse enviar a peste sobre aquela terra, e derramasse o
meu furor sobre ela com sangue para eliminar dela homens e animais;
20 e viessem Noé, Daniel e Jó a estar no meio dela; como eu vivo, diz o Senhor, não
lhes seriam deixados nem filhos nem filhas. Tão somente eles, pela sua justiça,
livrariam as suas almas.
21 Assim diz o Senhor: E se eu também enviar sobre Jerusalém os meus quatro maus
juízos, a fome, as feras, a espada e a peste, para eliminar dela homens e animais?
22 Contudo, ainda haverá homens deixados nela, os que escaparem, os quais
conduzirão adiante deles filhos e filhas. Eis que eles virão a vós, e conhecereis os
seus caminhos e os seus pensamentos. Vós lamentareis os males que eu trouxe
sobre Jerusalém, todos os males que eu tiver trazido sobre ela.
23 E sereis consolados, porque vereis o seu caminho e os seus pensamentos, e
sabereis que não tenho feito em vão tudo quanto tenho feito nela, diz o Senhor.
Ezequiel - Capítulo 15
Ezequiel - Capítulo 16
Ezequiel - Capítulo 17
1 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
2 Filho do homem, relata um conto, profere uma alegoria à casa de Israel.
3 E lhes dirás: Assim diz o Senhor: Uma grande águia, de enormes asas, espalhando-
as bem longe, com muitas garras, decidiu entrar no Líbano. Tomou os ramos
escolhidos de um cedro,
4 arrancou as extremidades dos galhos mais macios e os trouxe para a terra de
Canaã, colocando-os em uma cidade murada.
5 E tomou muda da terra, plantando-a em um campo onde havia muita água,
colocando-a num local bem visível.
6 Ela brotou, tornou-se uma videira fraca e pequena, de modo que os seus ramos
apareceram sobre ela; e as suas raízes estavam debaixo dela. E assim ela tornou-se
uma videira, e produziu brotos, e estendeu os seus tentáculos.
7 E havia uma outra grande águia, de enormes asas e muitas garras. E eis que aquela
videira se inclinou, voltando-se para ela, e as suas raízes foram em sua direção; e ela
enviou os seus ramos para ela, para que pudesse regá-la, para que crescesse.
8 Vive ela em um campo fértil, com muita água, para produzir brotos e frutos, e para
que possa tornar-se uma grande videira.
9 Portanto, dize: Assim diz o Senhor: Prosperará ela? Não irão as raízes de seu caule
tenro e os seus frutos serem de todo arruinados? Sim, todos os seus renovos
secarão sem que um braço poderoso, ou muitas pessoas, a firam em suas raízes.
10 Mas eis que ela prospera. Prosperará, verdadeiramente? Não irá murchar tão
logo o vento leste vier a tocá-la? Secar-se-á, desde as suas raízes.
11 Depois disto, a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
12 Filho do homem, diz agora à casa rebelde: Não sabeis o que significam essas
coisas? Dize-lhes: Quando vier o rei de Babilônia contra Jerusalém, então ele tomará
o seu rei e os seus príncipes, e irá levá-los para a sua casa, para a Babilônia.
13 Ele tomará um da descendência real e fará um pacto com ele; prendê-lo-á com
um juramento. E ele tomará os príncipes da terra,
14 para que o reino se torne um reino enfraquecido, que não possa, nunca mais,
levantar-se para guardar a sua aliança e estabelecê-la.
15 E se ele vier a revoltar-se contra ele, enviando os seus mensageiros ao Egito para
que lhe mandem cavalos e muita gente, deverá prosperar? Aquele que se porta
como um adversário deverá ser preservado? Será guardado aquele que transgride a
aliança?
16 Como eu vivo, diz o Senhor, em verdade, no lugar onde estiver o rei que o fez
reinar, aquele que desonrou meu juramento e quebrou a minha aliança morrerá ali,
com ele, no meio de Babilônia.
17 Faraó fará guerra contra ele, e não com um poderoso exército ou grande
multidão, levantando uma tranqueira e construindo baluartes, para exterminar as
almas,
18 visto que ele profanou o juramento, de modo a quebrar o pacto, quando eu
travar a sua mão. Porquanto ele fez todas essas coisas, não escapará.
19 Portanto, dize: Assim diz o Senhor: Vivo eu, que o meu juramento, o qual ele
profanou, e a minha aliança que transgrediu, eu mesmo farei recair sobre a sua
cabeça.
20 Espalharei uma rede sobre ele, e deverá ser preso em sua armadilha.
21 Em todas as suas batalhas eles cairão pela espada, e espalharei o seu
remanescente a todos os ventos. E sabereis que eu, o Senhor, o disse.
22 Pois assim diz o Senhor: Tomarei os ramos escolhidos do cedro, do seu topo;
cortarei os seus corações e os plantarei sobre um monte alto:
23 Pendurá-lo-ei em um monte alto de Israel. Sim, eu irei plantá-lo e ele deverá
produzir brotos; e dará fruto, e será um grande cedro. E todas as aves deverão
descansar debaixo dele, todas as aves se aninharão sob a sua sombra. Seus ramos
serão restaurados.
24 E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor, que abate a árvore
alta e exalta a que é baixa; que faz murchar a árvore verde, e faz com que a árvore
seca floresça. Eu, o Senhor, o tenho dito e irei cumpri-lo.
Ezequiel - Capítulo 18
Ezequiel - Capítulo 19
Ezequiel - Capítulo 20
1 E sucedeu que, no sétimo ano, no décimo quinto dia do mês, vieram uns homens
dos anciãos da casa de Israel para consultar ao Senhor, e assentaram-se diante de
mim.
2 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
3 Filho do homem, fala aos anciãos da casa de Israel, e dize-lhes: Assim diz o Senhor.
Viestes para consultar-me? Tão certo como eu vivo, não serei consultado por vós,
diz o Senhor.
4 Não tomarei eu vingança completa deles, filho do homem? Testemunha-lhes das
iniquidades de seus pais,
5 e dize-lhes: Assim diz o Senhor: Desde o dia em que escolhi a casa de Israel,
tornando-me conhecido à descendência da casa de Jacó, eu dei-me a conhecer a
eles na terra do Egito, e ajudei-os com a minha mão, dizendo: Eu sou o Senhor vosso
Deus.
6 Naquele dia eu os ajudei com a minha mão, para tirá-los da terra do Egito e para
levá-los para a terra que lhes preparei, terra que mana leite e mel, abundante além
de todas as terras.
7 E eu lhes disse: Que cada um jogue fora as abominações que estão diante dos seus
olhos, e não vos contamineis mais com os ídolos do Egito. Eu sou o Senhor vosso
Deus.
8 Porém eles se rebelaram contra mim, e não quiseram ouvir-me. Não jogaram fora
as abominações que estavam diante de seus olhos e não abandonaram os ídolos do
Egito. Portanto, eu disse que iria derramar-lhes o meu furor, para cumprir a minha
ira contra eles, no meio do Egito.
9 E eu agi para que o meu nome não devesse ser de todo profanado aos olhos das
nações no meio das quais estão, entre os quais me dei a conhecer a eles, à sua vista,
tirando-os da terra do Egito .
10 Levei-os para o deserto,
11 e dei-lhes os meus mandamentos, fazendo-lhes conhecer as minhas ordenanças,
tudo aquilo que se um homem cumprir viverá por isto.
12 E dei-lhes os meus sábados, para que fossem um sinal entre mim e eles, para que
conhecessem que eu sou o Senhor que os santifica.
13 E eu disse para a casa de Israel, no deserto: Andai em meus mandamentos. Eles,
contudo, não andaram neles, rejeitando as minhas ordenanças, pelas quais o
homem que as cumprir viverá por elas, e gravosamente profanaram os meus
sábados. Então, eu disse que iria derramar sobre eles o meu furor, no deserto, para
os consumir.
14 Entretanto, agi para que o meu nome não devesse ser de todo profanado diante
dos gentios, ante cujos olhos os fiz sair.
15 E levantei a minha mão contra eles no deserto, de uma vez por todas, para que
não mais os trouxesse à terra que lhes dei, terra que mana leite e mel e que é mais
doce do que todas as terras;
16 porquanto rejeitaram as minhas ordenanças e não andaram nos meus
mandamentos, mas profanaram os meus sábados indo atrás das imaginações de
seus corações.
17 No entanto os meus olhos os pouparam, para não destruí-los totalmente. Pois eu
não queria dar fim deles no deserto.
18 E disse eu a seus filhos, no deserto: Não andeis nos costumes de vossos pais e
não guardeis os seus preceitos; não tenhais comunhão com as suas práticas nem
vos contamineis com elas.
19 Eu sou o Senhor vosso Deus. Andai nos meus mandamentos e guardai os meus
juízos, cumprindo-os.
20 Santificai os meus sábados, para que sejam um sinal entre mim e vós, e para que
saibais que eu sou o Senhor vosso Deus.
21 Entretanto, eles me provocaram. Os seus filhos não andaram conforme os meus
mandamentos e não tiveram cuidado das minhas ordenanças para praticá-las, pelas
quais o homem que as cumprir viverá por elas, mas profanaram os meus sábados.
Então, eu disse que iria derramar-lhes o meu furor no deserto, para cumprir contra
eles a minha ira.
22 Mas agi para que o meu nome não fosse completamente profanado perante os
gentios; e os tirei para fora, aos seus olhos.
23 E levantei a minha mão contra eles no deserto, jurando que os espalharia entre as
nações e dispersá-los-ia nos países,
24 porque não mantiveram as minhas ordenanças, rejeitaram os meus
mandamentos e profanaram os meus sábados, indo, os seus olhos, após as
imaginações de seus pais.
25 Nesse tempo, lhes dei mandamentos que não eram bons e ordenanças pelas
quais não poderiam viver.
26 E eu irei contaminá-los por seus próprios decretos, quando encontrar-me com
cada um que abre o ventre, para que possa destruí-los.
27 Portanto, ó filho do homem, fala à casa de Israel, e dize-lhes: Assim diz o Senhor:
Até agora vossos pais me provocaram com suas ofensas, nas quais transgrediram
contra mim.
28 Ainda que eu os trouxe para a terra a respeito da qual levantei a minha mão para
dar-lhes, contudo eles olharam para todo outeiro alto e para cada árvore frondosa,
e ali sacrificaram aos seus deuses, e ofereceram ali um aroma suave, derramando as
suas libações.
29 Então, eu disse-lhes: O que é Abama, que tendes ido para lá? E chamaram o seu
nome Abama, até o dia de hoje.
30 Portanto, dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor: Vós vos manchastes com as
iniquidades de vossos pais, indo prostituir-se com as suas abominações,
31 e vos contaminastes com as primícias de seus dons nas ofertas com que fostes
poluir-vos em todas as vossas imaginações, até o dia de hoje. Deveria eu responder-
vos, ó casa de Israel? Como eu vivo, diz o Senhor, não vos responderei, nem isso virá
ao vosso espírito.
32 E não sucederá como dizeis: Seremos como as nações e como as tribos da terra,
para adorarmos as árvores e as pedras.
33 Portanto, como eu vivo, diz o Senhor, reinarei sobre vós com mão forte, com
braço estendido e com indignação derramada.
34 Eu vos tirarei dentre as nações e irei conduzir-vos para fora das terras pelas quais
fostes dispersos, com mão forte, com braço estendido e com indignação
derramada.
35 Levar-vos-ei para o deserto das nações e entrarei em juízo convosco, lá, face à
face.
36 Como entrei em juízo com vossos pais no deserto da terra do Egito, assim eu vos
julgarei, diz o Senhor.
37 Far-vos-ei passar debaixo da minha vara, enumerando-vos.
38 Separarei do meio de vós os ímpios e os rebeldes; Conduzi-los-ei para fora do seu
local de peregrinação, e não entrarão na terra de Israel. Então, sabereis que eu sou
o Senhor, o Senhor.
39 E quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor, o Senhor: Afastai, cada um
de vós, as suas más práticas. Daqui em diante, se me ouvirdes, não mais profanareis
meu santo nome com as vossas ofertas e com os vossos ídolos.
40 Pois no meu santo monte, naquele alto monte, diz o Senhor, o Senhor, deverá
toda a casa de Israel servir-me, para sempre. Ali vos aceitarei e terei consideração
pelas vossas primícias e pelas primícias das vossas ofertas, em todas as vossas
coisas consagradas.
41 Pois irei aceitar-vos como um aroma suave quando eu vos tirar dentre as nações,
levando-vos para fora das terras nas quais fostes espalhados. E serei santificado no
meio de vós, aos olhos das nações.
42 E sabereis que eu sou o Senhor, quando trouxer-vos para a terra de Israel, para a
terra a respeito da qual levantei a minha mão para dá-la a vossos pais.
43 Vós, pois, ali vos lembrareis dos vossos caminhos e dos vossos ídolos, com os
quais fostes impuros, e ireis lamentar-vos por toda a vossa maldade.
44 E sabereis que eu sou o Senhor quando fizer assim convosco, para que o meu
nome não possa ser mais profanado em vossos maus caminhos e em vossos feitos
corruptos, diz o Senhor.
45 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
46 Filho do homem, dirige o teu rosto contra Temã, olha para Parã e profetiza
contra a grande floresta do Sul;
47 e dize à floresta do Sul: Ouvi a palavra do Senhor! Assim diz o Senhor, o Senhor:
Eis que irei acender um fogo em ti, o qual consumirá em ti toda a árvore verde e
toda a árvore seca. A chama que irá acender-se não se apagará, e cada rosto deverá
ser queimado por ela, desde o sul até o norte.
48 E saberá toda a carne que eu, o Senhor, o acendi; não se apagará.
49 Então, eu disse: Não é assim, ó Senhor Deus! Pois eles dizem para mim: Não é,
isso que se fala, tão somente uma parábola?
Ezequiel - Capítulo 21
Ezequiel - Capítulo 22
Ezequiel - Capítulo 23
1 E a palavra do Senhor veio a mim, no nono ano, no décimo mês, no décimo dia do
mês, dizendo:
2 Filho do homem, escreve para ti mesmo, diariamente, a contar deste dia em que o
rei de Babilônia se pôs contra Jerusalém, desde o dia de hoje.
3 Profere uma alegoria à casa rebelde, e dize-lhes: Assim diz o Senhor: Põe no fogo
o caldeirão e despeja água nele;
4 e coloca os pedaços nele, cada peça principal, a perna e o ombro retirados dos
ossos,
5 obtidos de animais escolhidos, e coze os ossos sob eles; seus ossos serão fervidos
e cozidos no meio deles.
6 Portanto, assim diz o Senhor: Ó cidade sanguinária, caldeirão em que há escória
que dele não saiu, a qual fez subir pouco à pouco. Contudo, ninguém a retirou.
7 O seu sangue está no meio dela, portanto eu o pus em cima de uma pedra lisa.
Não o derramei sobre a terra, de modo que o encobrisse,
8 para que subisse a minha ira, para tomar vingança completa. E eu pus o seu
sangue sobre uma rocha lisa, de modo a não encobri-lo.
9 Portanto, assim diz o Senhor: Também farei grande o tição,
10 multiplicarei a madeira e acenderei o fogo, para que a carne possa ser consumida
e o seu caldo evapore completamente;
11 a fim de que ela possa ficar em cima das brasas, sendo o bronze aquecido até o
fim, fundindo-se no meio de sua imundícia, e a sua escória possa ser consumida,
12 e a sua escuma abundante não suba dela.
13 Sua escuma tornar-se-á vergonhosa, porquanto te tens contaminado. Serás,
acaso, purificada, antes de eu extravasar completamente a minha ira?
14 Eu, o Senhor, o disse e haverá de ser, pois irei cumpri-lo. Não me demorarei nem
terei qualquer misericórdia. Eu te julgarei, diz o Senhor, de acordo com os teus
caminhos e com os teus ídolos; julgar-te-ei de acordo os teus derramamento de
sangue, conforme os teus ídolos te julgarei, tu, imunda, notória e grande
provocadora.
15 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
16 Filho do homem, eis que eu tomarei de ti o desejo dos teus olhos, através de
violência. Tu não lamentarás, nem mesmo irás chorar.
17 Gemerás pelo sangue e terás luto sobre os teus lombos; o teu cabelo não deverá
ser trançado sobre a tua cabeça, e as tuas sandálias estarão sobre os teus pés; tu,
de modo algum, serás consolado por seus lábios, e não comerás o pão dos homens.
18 E falei ao povo pela manhã, como ele me ordenara a noite. Fiz, pela manhã,
conforme me fora ordenado.
19 E o povo me disse: Porventura não nos dirás o que são essas coisas que fazes?
20 Então, eu lhes falei: A palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
21 Dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor: Eis que irei profanar o meu santuário, o
orgulho de vossa força, o desejo dos vossos olhos, a respeito do qual as vossas
almas se afligem. Vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à espada.
22 E fareis como eu fiz: não sereis confortados por sua boca, e não comereis o pão
dos homens.
23 Vosso turbante estará sobre a vossa cabeça, e os vossos sapatos nos vossos pés.
Nem vós, de maneira alguma, lamentareis ou chorareis, porém, definhareis em
vossas iniquidades, e consolará cada um a seu irmão.
24 Ezequiel vos será por sinal. De acordo com tudo o que ele tem feito vós fareis,
quando estas coisas acontecerem; e sabereis que eu sou o Senhor.
25 E tu, ó filho do homem, não sucederá que no dia em que eu tomar deles a sua
força, o orgulho da sua vanglória, os desejos dos seus olhos e a soberba da sua
alma, seus filhos e suas filhas,
26 que, naquele dia, todo aquele que escapar virá à ti para relatar estas coisas aos
teus ouvidos?
27 Nesse dia tua boca se abrirá para todo aquele que escapa; falarás, e já não
estarás mudo. Ser-lhes-ás por um sinal, e eles saberão que eu sou o Senhor.
Ezequiel - Capítulo 25
Ezequiel - Capítulo 26
1 E sucedeu que, no ano undécimo, no primeiro dia do mês, a palavra do Senhor veio
a mim, dizendo:
2 Filho do homem, por que disse Tiro contra Jerusalém: Ah, ela está esmagada! As
nações estão destruídas, ela se voltou para mim. Ela, que estava cheia, agora está
desolada.
3 Portanto, assim diz o Senhor: Eis que eu sou contra ti, ó Tiro, e irei trazer muitas
nações contra ti, como o mar vem com as suas ondas.
4 Elas derrubarão os muros de Tiro, derrubarão as suas torres. Rasparei o seu pó de
cima dela, para fazer dela uma rocha nua.
5 Ela virá a ser, no meio do mar, um lugar para a reparação de redes, pois eu o falei,
diz o Senhor; tornar-se-á um despojo para as nações.
6 Também as suas filhas, que estão no campo, serão mortas à espada, e saberão
que eu sou o Senhor.
7 Porque assim diz o Senhor: Eis que eu trarei contra ti, ó Tiro, Nabucodonosor, rei
da Babilônia, desde o norte. Ele é um rei de reis, com cavalos, carros, cavaleiros e
uma multidão de muitas nações.
8 Matará tuas filhas, que estão no campo, com a espada, e estabelecerá um cerco
contra ti; construirá fortalezas em redor de ti, levantará baluartes e obras de guerra,
e disporá as suas lanças contra ti.
9 Ele derrubará, com as suas espadas, teus muros e tuas torres.
10 Por causa da multidão de seus cavalos seu pó te cobrirá, e por causa do som de
seus cavaleiros e das rodas dos seus carros os muros estremecerão quando ele
entrar pelas tuas portas, como alguém que entra em uma cidade vindo da planície.
11 Com as patas dos seus cavalos ele socará todas as tuas ruas. Teu povo ele matará
à espada, e lançará ao chão o sustentáculo da tua força.
12 Ele se abaterá sobre o teu poder, saqueará os teus bens, derrubará os teus muros
e despedaçará as tuas casas agradáveis. E lançará as tuas pedras, as tuas madeiras e
o teu pó no meio do mar.
13 Ele destruirá a multidão dos teus músicos, e o som dos teus alaúdes nunca mais
será ouvido.
14 Farei de ti uma rocha nua, tornar-te-ás um lugar para se estender redes; nunca
mais serás edificada, porque eu, o Senhor, o falei, diz o Senhor.
15 Pois assim diz o Senhor Deus para Tiro: Não tremerão as ilhas com o estrondo da
tua queda, enquanto os feridos estiverem gemendo, quando eles tiverem
desembainhado uma espada no meio de ti?
16 Todos os príncipes das nações do mar descerão dos seus tronos, arrancarão as
suas coroas de suas cabeças e tirarão as suas vestes bordadas; ficarão totalmente
atônitos; assentar-se-ão no chão, temendo pela sua própria destruição, e gemerão
sobre ti.
17 Então, eles levantarão uma lamentação sobre ti, dizendo-te: Como foste
destruída no mar, cidade renomada, que levavas o terror a todos os teus habitantes!
18 E as ilhas se assustarão com o dia da tua queda.
19 Pois assim diz o Senhor Deus: Quando eu tornar a cidade assolada como as
cidades que não são habitadas, quando fizer subirem as profundezas sobre ti
20 e as muitas águas te encobrirem, então eu te farei descer ao encontro dos que
descem à cova, ao povo antigo, e farei com que a tua habitação seja nas
profundezas da terra, como em desolação perpétua, junto com os que descem à
cova, para que não possas mais ser habitada nem jamais te levantes sobre a terra
dos vivos.
21 Farei de ti uma destruição, e não mais serás para sempre, diz o Senhor Deus.
Ezequiel - Capítulo 27
Ezequiel - Capítulo 28
1 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
2 E tu, ó filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor: Porquanto o
teu coração foi exaltado, e disseste: Eu sou Deus, tenho habitado na morada de
Deus, no coração do mar; todavia tu és homem e não Deus, ainda que consideras o
teu coração como o coração de Deus.
3 És tu mais sábio do que Daniel? Não tem os sábios te instruído com os seus
conhecimentos?
4 Porventura adquiriste poder para ti pela tua própria sabedoria ou prudência, e por
estes ajuntaste ouro e prata nos teus tesouros?
5 Pelo teu conhecimento abundante e pelo teu comércio tens multiplicado o teu
poder; e o teu coração foi exaltado pelo teu poder.
6 Portanto, assim diz o Senhor: Desde que estimas o teu coração como o coração de
Deus,
7 por causa disso, eis que eu trarei sobre ti terríveis estranhos dentre as nações. Eles
sacarão as suas espadas contra ti e contra a formosura da tua ciência,
8 e irão derribar a tua beleza, destruindo-a. Eles te farão descer, e morrerás da
morte dos mortos no coração do mar.
9 Irás ainda dizer, verdadeiramente: Eu sou Deus! diante daqueles que te matam?
porquanto tu és homem, e não Deus.
10 E perecerás pelas mãos de estranhos, entre a multidão de incircuncisos, porque
eu o falei, diz o Senhor.
11 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
12 Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o príncipe de Tiro, e dize-lhe:
Assim diz o Senhor Deus: És tu um selo de semelhança, e uma coroa de beleza.
13 Estavas no deleite do paraíso de Deus. Tinhas colocado sobre ti cada pedra
preciosa: o sárdio, o topázio, a esmeralda, o carbúnculo, a safira, o jaspe, a prata, o
ouro, o jacinto, a ágata, a ametista, o crisólito, o berilo e o ônix. E encheste os teus
tesouros e os teus depósitos com o ouro.
14 Desde o dia em que foste criado estiveste com o querubim. Eu te pus no monte
santo de Deus; estavas no meio das pedras de fogo.
15 Eras irrepreensível nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado; até que
se achou iniquidade em ti.
16 Da abundância da tua mercadoria encheste os teus celeiros com a iniquidade, e
pecaste; por isso foste derrubado, ferido, do monte de Deus, e o querubim fez-te
sair do meio das pedras de fogo.
17 Teu coração foi exaltado por causa da tua formosura; teu conhecimento foi
corrompido pela tua beleza. Por causa da multidão de teus pecados lancei-te ao
chão; fiz-te ser exposto à vergonha, diante dos reis.
18 Por causa da multidão de teus pecados e das iniquidades de teus negócios, eu
profanei as tuas coisas sagradas; Farei sair fogo do meio de ti, o qual te consumirá. E
eu farei de ti cinzas sobre a face de tua terra, aos olhos de todos os que te vêem.
19 Todos os que te conhecem entre os povos gemerão sobre ti, pois tens ido à
perdição e não existes mais.
20 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
21 Filho do homem, dirige o teu rosto contra Sidom, e profetiza contra ela,
22 dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que eu sou contra ti, ó Sidom! Serei glorificado
no meio de ti, e saberás que eu sou o Senhor, quando tiver feito em ti juízos. E serei
santificado em ti.
23 Sangue e morte haverá em tuas ruas, e homens feridos por espadas cairão em ti,
por todos os teus lados; e saberão que eu sou o Senhor.
24 Não haverá mais na casa de Israel um espinho de amargura nem uma picada de
sarça vinda dos que estão ao redor deles, de todos que os desonraram; e saberão
que eu sou o Senhor.
25 Assim diz o Senhor Deus: Ainda mais, irei reunir Israel de entre as nações pelas
quais foram espalhados, e serei santificado entre eles, diante dos povos e das
nações; e habitarão na sua terra, que dei ao meu servo Jacó.
26 Sim, eles habitarão nela com segurança, edificarão casas, plantarão vinhas e
habitarão seguros quando eu executar juízo sobre todos os que os desonraram, e
sobre todos aqueles que estão ao seu redor. E saberão que eu sou o Senhor seu
Deus, o Deus de seus pais.
Ezequiel - Capítulo 29
Ezequiel - Capítulo 31
Ezequiel - Capítulo 32
Ezequiel - Capítulo 33
Ezequiel - Capítulo 34
Ezequiel - Capítulo 35
Ezequiel - Capítulo 36
1 E tu, ó filho do homem, profetiza aos montes de Israel. E dize aos montes de Israel:
Ouvi a palavra do Senhor!
2 Assim diz o Senhor Deus: Visto que disse o inimigo contra vós: Ah, as antigas
ruínas se tornaram uma possessão para nós!
3 Portanto, profetiza e dize: Assim diz o Senhor Deus: Porque fostes desonrados e
odiados por aqueles ao vosso redor, a ponto de tornar-vos uma possessão para o
restante das nações, e vos tornastes um provérbio e um motivo de opróbrio entre
as nações;
4 portanto, ó montes de Israel, ouvi a palavra do Senhor! Assim diz o Senhor aos
montes e aos outeiros, às correntes e aos vales, aos lugares que foram feitos
desolados e destruídos e às cidades que foram abandonadas para tornarem-se
presa e serem pisoteadas pelas nações que foram deixadas ao seu redor;
5 assim diz o Senhor: Em verdade, no fogo da minha ira falei contra o resto das
nações e contra todo o Edom, porquanto eles se apropriaram de minha terra para si
mesmos, como uma possessão, alegrando-se com isto e desprezando a vida dos
seus habitantes para destruí-la por pilhagem.
6 Portanto, profetiza sobre a terra de Israel, e dize aos montes, aos outeiros, aos
vales e as florestas: Assim diz o Senhor: Eis que vos tenho falado no meu zelo e no
meu furor, pois levastes sobre vós as censuras dos gentios.
7 Portanto, levantarei a minha mão contra as nações que estão ao redor de vós. Elas
levarão o seu opróbrio.
8 Todavia, as vossa uvas e os vossos frutos, ó montes de Israel, meu povo deverá
comer. Pois eles estão esperando para vir.
9 Porque eis que eu sou por vós; terei consideração por vós, e sereis lavrados e
semeados.
10 Multiplicarei homens sobre vós, toda a casa de Israel; sim, toda ela. As cidades
serão habitadas, e a terra assolada terá construções sobre si.
11 E multiplicarei homens e gado sobre vós; far-vos-ei ser habitados como dantes, e
irei tratar-vos bem, como em vossos tempos antigos. E sabereis que eu sou o
Senhor.
12 Multiplicarei homens sobre vós, o meu povo de Israel. Eles vos herdarão, e lhes
sereis por herança; ser-lhes-eis por uma possessão.
13 Assim diz o Senhor Deus: Porquanto disseram-te: És terra que devora homens, e
que tens despojado a tua nação.
14 Portanto, não mais devorarás homens e nunca mais despojarás a tua nação, diz o
Senhor Deus.
15 Ali nunca mais será ouvido, contra vós, o opróbrio das nações, e não mais
suportareis os ultrajes dos povos, diz o Senhor Deus.
16 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
17 Filho do homem, a casa de Israel habitava na sua terra, e eles a contaminaram
com os seus caminhos, com os seus ídolos e com as suas imundícies. O seu caminho
estava diante de mim como a imundícia de uma mulher menstruada.
18 Então, eu derramei o meu furor sobre eles
19 e os dispersei entre as nações, espalhando-os totalmente pelas terras; eu os
julguei de acordo com o seu caminho e de acordo com o seu pecado.
20 Entraram eles nas nações para as quais foram, e profanaram o meu santo nome,
enquanto se dizia deles: Estes são o povo do Senhor, os quais saíram da sua terra.
21 Eu. porém, os tenho poupado, por causa do meu santo nome que a casa de Israel
profanou entre as nações para as quais eles foram.
22 Portanto, dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor: Não fiz isto, ó casa de Israel,
por vossa causa, mas por causa do meu santo nome que tendes profanado entre as
nações, para as quais fostes.
23 E eu santificarei o meu grande nome que foi profanado entre as nações, que vós
profanastes no meio delas, e as nações saberão que eu sou o Senhor quando for
santificado entre vós, diante dos seus olhos.
24 Tomar-vos-ei dentre as nações, congregando-vos de todas as terras, e vos trarei
para a vossa terra;
25 espargirei água pura sobre vós, e sereis purgados de todas as vossas imundícies e
de todos os vossos ídolos. Eu mesmo vos purificarei.
26 Dar-vos-ei um coração novo, e porei um espírito novo em vós; tirarei o coração
de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne.
27 Porei o meu Espírito em vós, farei que andeis nos meus estatutos e guardeis as
minhas ordenanças, praticando-as.
28 Vós, pois, habitareis sobre a terra que dei a vossos pais. Sereis o meu povo, e eu
serei o vosso Deus.
29 Livrar-vos-ei de todas as vossas imundícies. Mandarei vir o trigo e o multiplicarei,
e não mais trarei a fome sobre vós.
30 E multiplicarei o fruto das árvores e os produtos do campo, para que não leveis o
opróbrio da fome entre as nações.
31 Lembrar-vos-eis dos vossos maus caminhos e das vossas práticas, que não eram
boas, e sereis odiosos aos vossos próprios olhos por causa das vossas transgressões
e das vossas abominações.
32 Não é por amor de vós que eu faço isto, diz o Senhor Deus, como é bem
conhecido de vós. Senti-vos, pois, envergonhados e confundidos por causa dos
vossos caminhos, ó casa de Israel!
33 Assim diz o Senhor Deus: No dia em que eu vos purificar de todas as vossas
iniquidades também farei com que as cidades sejam habitadas. Os lugares
devastados serão edificados
34 e a terra assolada será cultivada, ainda que estava assolada aos olhos de cada um
que passava por ela.
35 E dirão: Esta terra desolada tornou-se como um jardim de delícias, e as cidades
baldias, assoladas e destruídas, estão habitadas.
36 Então, as nações, todas aquelas que forem deixadas ao redor de vós, saberão
que eu, o Senhor, construí as cidades arruinadas e plantei os terrenos abandonados.
Eu, o Senhor, o disse e o farei.
37 Assim diz o Senhor Deus: Ainda, para este fim, eu serei procurado pela casa de
Israel, para os estabelecer. E irei multiplicá-los, tanto homens como ovelhas.
38 Como ovelhas santas, como as ovelhas de Jerusalém nas suas festas, assim as
cidades desertas se encherão de rebanhos de homens. E saberão que eu sou o
Senhor.
Ezequiel - Capítulo 37
1 Então, a mão do Senhor veio sobre mim, e o Senhor me levou, pelo Espírito,
pondo-me no meio de uma planície. E ela estava cheia de ossos humanos.
2 E conduziu-me ao redor deles, em todas as direções. E eis que eram muito
numerosos sobre a face da planície, e estavam mui secos.
3 E disse-me: Filho do homem, irão viver estes ossos? E respondi-lhe: Senhor Deus,
tu o sabes.
4 E ele me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Vós ossos secos, ouvi a
palavra do Senhor!
5 Assim diz o Senhor a estes ossos: Eis que trarei sobre vós o fôlego de vida.
6 Porei nervos sobre vós, farei crescer carne sobre vós, irei espalhar pele sobre vós,
e em vós colocarei o meu Espírito. E vivereis, e sabereis que eu sou o Senhor.
7 Então, profetizei como o Senhor me ordenara. E sucedeu, enquanto eu
profetizava, que houve um rebuliço e os ossos aproximaram-se, cada um, da sua
junta.
8 Olhei, e eis que tendões e carne cresceram sobre eles, e a pele veio sobre eles;
contudo, não havia neles o fôlego.
9 E ele me disse: Profetiza ao vento, profetiza, ó filho do homem, e dize ao vento:
Assim diz o Senhor: Vem dos quatro ventos e assopra sobre estes mortos, e fá-los
viverem.
10 Então, profetizei como ele me ordenara. E o espírito entrou neles, e viveram; e
puseram-se em pé, uma grande congregação.
11 E o Senhor me falou, dizendo: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de
Israel. Mas eles dizem: Os nossos ossos se tornaram secos, nossa esperança
pereceu, estamos desgastados.
12 Portanto, profetiza e dize: Assim diz o Senhor: Eis que eu abrirei as vossas
sepulturas, fazendo-vos subir delas, e vos trarei à terra de Israel.
13 E sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir as vossas sepulturas para que
possa fazer subir delas o meu povo.
14 Porei o meu Espírito dentro de vós e vivereis, e estabelecer-vos-ei na vossa
própria terra; e sabereis que eu sou o Senhor. Eu o falei, e irei cumpri-lo, diz o
Senhor.
15 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
16 Filho do homem, toma para ti uma vara e escreve nela: Judá e os filhos de Israel,
seus companheiros. E tomarás para ti outra vara, e escreverás nela: José, a vara de
Efraim, e todos os filhos de Israel que lhe pertencem.
17 E as levarás contigo, juntas, de modo que estejam ligadas em só uma vara. E elas
estarão na tua mão.
18 E será que, quando os filhos do teu povo te disserem: Porventura não irás falar-
nos o que queres dizer com estas coisas?
19 que lhes dirás: Assim diz o Senhor: Eis que eu tomarei a tribo de José, que estava
na mão de Efraim, e as tribos de Israel que lhe pertencem, e irei adicioná-los à tribo
de Judá, e elas se tornarão uma só vara na mão de Judá.
20 E as varas em que fizeste a gravação estarão na tua mão, em sua presença.
21 Mas tu, dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que irei tirar toda a casa de Israel
do meio das nações para o meio das quais eles foram, e os congregarei de todos os
que estão ao seu redor. E eu irei trazê-los para a terra de Israel.
22 Farei deles uma nação na minha terra, nas montanhas de Israel. Eles terão um só
príncipe, não haverá mais duas nações nem estarão mais divididos, de maneira
alguma, em dois reinos,
23 para que não mais se contaminem com os seus ídolos. Livrá-los-ei de todas as
suas transgressões nas quais pecaram, e os purificarei. Eles serão o meu povo, e eu,
o Senhor, serei o seu Deus.
24 O meu servo Davi será príncipe no meio deles, e haverá um só pastor para todos
eles, pois andarão em meus estatutos e guardarão os meus juízos, e os cumprirão.
25 Habitarão na sua terra, a qual dei ao meu servo Jacó, onde seus pais moravam;
habitarão nela, e Davi, meu servo, será seu príncipe, eternamente.
26 Farei com eles um pacto de paz. Haverá uma aliança eterna com eles, e eu
estabelecerei o meu santuário no meio deles para sempre.
27 O meu tabernáculo estará entre eles; eu serei o seu Deus e eles serão o meu
povo.
28 Então, as nações saberão que eu sou o Senhor que os santifica, quando o meu
santuário estiver no meio deles, para sempre.
Ezequiel - Capítulo 38
Ezequiel - Capítulo 39
1 E tu, ó filho do homem, profetiza contra Gogue, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Eis
que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe de Rôs, Meseque e Tubal.
2 Ajuntar-te-ei e te conduzirei, levantando-te na extremidade do norte, e te farei
subir aos montes de Israel .
3 Eu irei destruir o arco da tua mão esquerda e as flechas da tua mão direita, e
lançar-te-ei para baixo, sobre as montanhas de Israel;
4 tu cairás, e tudo o que te pertence, e as nações que estão contigo serão entregues
à multidões de aves, a todos os pássaros. E eu te tenho dado, também, à todas as
feras do campo para seres devorado.
5 Tu cairás sobre a face do campo, pois eu o falei, diz o Senhor.
6 Enviarei um fogo sobre Gogue, e as ilhas serão habitadas em segurança; e saberão
que eu sou o Senhor.
7 O meu santo nome será conhecido no meio do meu povo de Israel, e não mais
deverá mais ser profanado o meu santo nome. E as nações saberão que eu sou o
Senhor, o Santo em Israel.
8 Eis que vem, e conhecerás que será assim, diz o Senhor Deus. Este é o dia sobre o
qual eu já falei.
9 Então, os que habitam as cidades de Israel sairão e farão uma fogueira com as
armas, com os escudos e os paveses, com os arcos e as flechas, com os bastões de
mão e os dardos, e manterão o fogo queimando com eles por sete anos.
10 Não tirarão mais qualquer lenha do campo, nem cortarão madeira das florestas,
mas queimarão as armas com fogo. Saquearão aos que os saquearam e despojarão
aos que os despojaram, diz o Senhor.
11 E sucederá naquele dia que darei a Gogue um lugar de renome, um túmulo em
Israel, um local de sepultamento próximo do mar. Construí-lo-ão ao redor da saída
do vale, e lá deverão enterrar a Gogue e a toda a sua multidão. E o lugar será então
chamado o Cemitério de Gogue.
12 A casa de Israel deverá enterrá-los, para que a terra possa ser limpa, no espaço de
sete meses.
13 Sim, todo o povo da terra os sepultará, e será para eles um lugar de renome no
dia em que eu for glorificado, diz o Senhor.
14 Eles deverão nomear homens para passarem continuamente pela terra, para
enterrar aqueles que forem deixados na face dela, purificando-a após o espaço de
sete meses. E eles deverão procurá-los.
15 Todo aquele que passar pela terra, vendo um osso de homem deverá colocar
uma marca junto dele, até que os sepultadores o tenham enterrado no vale, no
cemitério de Gogue.
16 Porquanto o nome da cidade será Cemitério. E assim a terra será purificada.
17 E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor: Dize à todas as aves e à todas as feras
do campo: Reuni-vos e vinde; ajuntai-vos de todos os lugares ao redor para o meu
sacrifício que eu preparei para vós, sacrifício grande nos montes de Israel. E
comereis carne e bebereis sangue.
18 Comereis a carne de homens poderosos, e haveis de beber o sangue dos
príncipes da terra, de carneiros, cabras e bezerros, todos eles bezerros cevados.
19 Comereis a gordura até vos saciardes, e bebereis vinho até vos embriagardes, do
meu sacrifício que eu preparei para vós.
20 E ficareis fartos na minha mesa comendo cavalo e cavaleiro, e todo homem
poderoso, e cada guerreiro, diz o Senhor.
21 Eu estabelecerei a minha glória entre vós, e todas as nações verão o meu juízo
que tenho feito, e a minha mão que tenho trazido sobre eles.
22 E a casa de Israel saberá que eu sou o Senhor, o seu Deus, deste dia em diante.
23 Todas as nações saberão que os da casa de Israel foram levados cativos por
causa de seus pecados, porquanto se rebelaram contra mim, e eu escondi o meu
rosto deles, entregando-os nas mãos de seus inimigos; e todos eles caíram pela
espada.
24 De acordo com as suas imundícies e de acordo com as suas transgressões eu lidei
com eles, e escondi deles o meu rosto.
25 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eu irei mudar, neste dia, o cativeiro de Jacó e
terei misericórdia da casa de Israel; e terei zelos, por causa do meu santo nome.
26 Eles levarão o seu opróbrio e a sua iniquidade que cometeram quando
habitavam, em paz, na sua terra. Entretanto, não haverá ninguém para aterrorizá-
los
27 quando eu os tornar a trazer de entre as nações, congregando-os dentre as
terras das nações. Serei santificado no meio deles, na presença das nações.
28 E saberão que eu sou o Senhor seu Deus quando tiver sido manifesto a eles,
entre as nações.
29 E não mais irei esconder deles o meu rosto, porquanto derramei o meu furor
sobre a casa de Israel, diz o Senhor Deus.
Ezequiel - Capítulo 40
1 E sucedeu que no ano vinte e cinco do nosso cativeiro, no primeiro mês, no décimo
dia do mês, no décimo quarto ano após a tomada da cidade, naquele mesmo dia, a
mão do Senhor esteve sobre mim. E trouxe-me,
2 em uma visão de Deus, para a terra de Israel, pondo-me sobre um monte muito
alto, sobre o qual havia como que a estrutura de uma cidade diante de mim.
3 E levou-me para lá, e eis que estava ali um homem, cuja aparência tinha o brilho do
bronze, e em sua mão havia um cordel de construtor e uma cana de medir; e ele
estava parado no portão.
4 E o homem disse-me: Olha com os teus olhos para aquilo que vês, filho do homem,
ouve com os teus ouvidos e põe no teu coração todas as coisas que eu te mostrarei;
pois foste trazido aqui para que eu possa mostrar-te isto. E mostrarás todas as
coisas que vês à casa de Israel.
5 Eis que havia um muro em redor da casa, por fora dela, e na mão do homem
estava uma cana, a medida da qual era de seis côvados e um palmo. E ele mediu
através do muro frontal. Sua largura era igual à da cana, e a sua altura também
igual.
6 Entrou ele por sete degraus para a porta que olha para o oriente, e mediu através
do vestíbulo da porta, que era igual à medida da cana.
7 Cada câmara era igual em comprimento à cana, e igual, também, em largura. O
pórtico entre as câmaras media seis côvados. A segunda câmara era igual em
largura á cana, e igual também em comprimento; e o seu pórtico era de cinco
côvados.
8 E a terceira câmara era de comprimento igual ao da cana, e igual também em
largura.
9 O pórtico da entrada (perto do vestíbulo da porta) era de oito côvados, e as suas
colunas eram de dois côvados; e o vestíbulo da porta estava por dentro.
10 E as câmaras da porta, câmara em frente à câmara, eram três de um lado e três
do outro lado, havendo uma só medida para as três. E havia uma mesma medida
para os pórticos deste lado e para os do outro lado.
11 E ele mediu a largura da porta da entrada, dez côvados; e o comprimento da
entrada, treze côvados.
12 O espaço diante das câmaras reduzia-se a um côvado à frente das câmaras, de um
lado e de outro lado. A câmara de um lado tinha seis côvados, e seis côvados a do
outro lado.
13 E mediu desde a porta na parede de uma câmara até a porta na parede da outra
câmara. A largura era de vinte e cinco côvados, de uma porta à outra porta.
14 E o espaço aberto do vestíbulo da porta, fora, era de sessenta côvados para as
câmaras em redor da porta.
15 Desde o espaço aberto da porta exterior até o espaço aberto do vestíbulo da
porta interior havia cinquenta côvados.
16 Havia também janelas secretas para as câmaras e para os pórticos que se
encontravam para dentro da porta do pátio em redor, e da mesma maneira janelas
para os pórticos que se encontravam em redor, para dentro; e, nos pórticos, havia
palmeiras de um lado e do outro lado.
17 Levou-me ele para o átrio exterior, e eis que havia câmaras e peristilos ao redor
do átrio, trinta câmaras dentro dos intervalos das colunas.
18 E os pórticos ficavam atrás das portas. O peristilo menor era de acordo com o
comprimento das portas.
19 E ele mediu a largura do átrio, a partir do espaço aberto da porta exterior, de seu
lado interno, até o espaço aberto da porta que olha para fora; de cem côvados era a
distância até a localização da porta que olha para o oriente. Então ele me trouxe
para o norte,
20 e eis uma porta olhando para o norte, na direção do átrio exterior; e mediu-a,
tanto no comprimento como na largura,
21 e as suas câmaras, três dum lado e três do outro lado; e as colunas, os pórticos e
as palmeiras das mesmas estavam de acordo com as medidas da porta que olha
para o oriente. O seu comprimento era de cinquenta côvados, e a sua largura era de
vinte e cinco côvados.
22 E as suas janelas, e os seus pórticos, e as suas palmeiras, estavam de acordo com
as dimensões da porta olhando para o leste. Subia-se a ela por sete degraus, e os
seus pórticos estavam por dentro.
23 E havia uma porta para o átrio exterior, olhando para a porta do norte, à maneira
da porta olhando para o oriente. Ele mediu o átrio de porta a porta, cem côvados.
24 Levou-me, então, para o lado do sul, e eis uma porta olhando nesta direção.
Mediu-a, e as suas câmaras, as suas colunas e os seus pórticos estavam todos de
acordo com as mesmas dimensões.
25 E as suas janelas e os seus pórticos ao redor eram de acordo com as janelas do
pórtico. O comprimento, igualmente, era de cinquenta côvados, e a sua largura de
vinte e cinco côvados.
26 Haviam sete degraus, e pórticos interiores, e haviam palmeiras nas colunas, uma
de um lado e uma do outro lado.
27 E havia uma porta em frente à porta do átrio interior, olhando para o sul. Mediu
ele o átrio, de porta a porta, cem côvados de largura em direção ao sul.
28 E levou-me para o átrio interior da porta do sul, e mediu a porta de acordo com
estas mesmas medidas.
29 E as câmaras, as colunas
30 e os pórticos eram de acordo com estas mesmas medidas. Havia, também,
janelas para ela e para os pórticos em redor. O seu comprimento era de cinquenta
côvados, e a sua largura de vinte e cinco côvados,
31 desde o pórtico até o átrio exterior. Haviam palmeiras em suas colunas, e oito
degraus.
32 E levou-me pela porta que olha para o oriente, medindo-a conforme estas
medidas.
33 As câmaras, as colunas e os pórticos eram de acordo com estas mesmas
medidas; e havia também janelas para ela, e pórticos em redor. O seu comprimento
era de cinquenta côvados, e a sua largura de vinte e cinco côvados.
34 E haviam pórticos que se abriam para o átrio interior, e palmeiras nas colunas,
deste lado e do outro lado; e havia nela oito degraus.
35 E levou-me pela porta do norte, e mediu-a conforme estas mesmas medidas,
36 e as suas câmaras, as suas colunas e os seus pórticos. E tinha janelas em redor, e
os seus pórticos. O seu comprimento era de cinquenta côvados, e a sua largura de
vinte e cinco côvados.
37 Os seus pórticos estavam no átrio interior, e havia palmeiras para as colunas,
deste lado e daquele lado; e havia nela oito degraus.
38 As suas câmaras, as suas entradas e os seus pórticos, na segunda porta, serviam
como um dreno,
39 para que matassem nela as ofertas pelo pecado e as ofertas pela culpa.
40 E por trás do dreno para os holocaustos na porta norte, duas mesas para o
oriente, atrás da segunda porta; e atrás do vestíbulo da porta, duas mesas também
para o oriente.
41 Quatro de um lado e quatro do outro lado, junto à porta; sobre elas matavam as
vítimas, na frente das oito mesas de sacrifícios.
42 E havia quatro mesas de pedras lavradas para os holocaustos. A largura delas era
de um côvado e meio, o seu comprimento de dois côvados e meio, e a sua altura era
de um côvado. Sobre elas deveriam ser colocados os instrumentos com os quais
matavam os holocaustos e as vítimas.
43 E elas deveriam ter, por dentro, uma borda de pedra talhada em redor, da
largura de um palmo; e sobre as mesas, no alto, telas para protegerem-nas da chuva
e do calor.
44 Levou-me ele para o átrio interior, e eis que havia duas câmaras no átrio interior,
uma atrás da porta, olhando para o norte e levando para o sul, e outra atrás da
porta, olhando para o sul mas conduzindo para o norte.
45 E ele me disse: Esta câmara que olha para o sul é para os sacerdotes que estão
encarregados do serviço da casa.
46 Mas a câmara que olha para o norte é para os sacerdotes que estão
encarregados do serviço do altar. Estes são os filhos de Zadoque, os da tribo de Levi
que se aproximam do Senhor para servi-lo.
47 E mediu o átrio, cujo comprimento era de cem côvados, e cuja largura era
também de cem côvados, nos seus quatro lados; e o altar em frente da casa.
48 E levou-me para o pórtico da casa. E mediu as ombreiras do pórtico: a sua largura
era de cinco côvados de um lado e cinco côvados do outro lado. A largura da porta
era de catorze côvados, e as peças laterais da porta do pórtico eram de três
côvados de um lado e de três côvados do outro lado.
49 O comprimento do pórtico era de vinte côvados, e a sua largura de doze
côvados. Subia-se a ele por dez degraus, e havia colunas para o pórtico, uma de um
lado e outra de outro lado.
Ezequiel - Capítulo 41
1 E levou-me para dentro do templo, cujo umbral ele mediu; seis côvados de largura
de um lado, e seis côvados de largura do outro lado.
2 A largura da entrada era de dez côvados, e as peças laterais da porta da entrada,
cinco côvados de um lado e cinco côvados do outro; e mediu o comprimento do
mesmo, de quarenta côvados; e a sua largura, de vinte côvados.
3 Então, ele foi para o átrio interior, e mediu a coluna da entrada, dois côvados; e a
entrada, seis côvados; e as peças laterais da porta, sete côvados de um lado e sete
côvados do outro lado.
4 Também mediu o seu comprimento, de quarenta côvados, e a largura, de vinte
côvados, diante do templo, e disse: Este é o lugar santíssimo.
5 E mediu a parede da casa, seis côvados, e a largura de cada lado, quatro côvados
em redor.
6 Os lados, um lado sobre o outro, eram trinta vezes três, aumentando, lateral
contra lateral; e havia um espaço na parede da casa, aos lados em redor, para que
aqueles que os utilizassem pudessem olhar, e para que não se apoiassem nas
paredes da casa.
7 A largura da parte superior dos lados fora feita de acordo com a projeção para
fora da parede, contra a saliência do andar superior em redor da casa, para ser mais
larga acima e para que os homens pudessem subir para as câmaras médias daquelas
abaixo, e das médias para o terceiro andar.
8 E quanto à altura da casa ao redor, cada espaço entre os lados era igual a uma
cana de seis côvados.
9 A largura da parede de cada lado, por fora, era de cinco côvados, e o espaço que
fora deixado entre os lados da casa
10 e entre as câmaras tinha a largura de vinte côvados, ao redor da casa.
11 As entradas das câmaras estavam voltadas para o espaço deixado por aquela
porta que olhava para o norte, e para a porta que olhava para o sul; e a largura do
espaço aberto restante era de cinco côvados de extensão, ao redor.
12 A edificação divisória em frente ao espaço restante, para o oeste, era de setenta
côvados de largura; a largura da parede da edificação divisória era de cinco côvados
em redor, e o seu comprimento era de noventa côvados.
13 Mediu ele ao lado da casa um comprimento de cem côvados; e o espaço restante,
a edificação divisória e as suas paredes eram do comprimento de cem côvados.
14 E a largura na frente da casa, e os espaços restantes antes dela, eram de cem
côvados.
15 Também mediu o tamanho da construção em frente ao espaço deixado nas
partes de trás da casa, e os espaços deixados de um lado e do outro lado; e tinham
o comprimento de cem côvados. O templo, até os seus cantos, e o pórtico exterior
eram forrados.
16 As janelas tinham treliças, dando luz ao redor dos três andares, podendo-se olhar
através delas. A casa e as partes adjacentes eram apaineladas ao redor, assim como
o chão, e do chão até às janelas. Destas, as persianas dobravam-se para trás, em três
partes, para que se pudesse olhar por elas.
17 Desde a entrada até a saída, e sobre todo o muro em redor, do lado interno e do
externo, por dentro e por fora,
18 foram esculpidos querubins, e palmeiras entre os querubins. E cada querubim
tinha dois rostos.
19 O rosto de um homem olhava em direção a uma palmeira, deste lado e daquele
lado, e o rosto de um leão olhava em direção a outra palmeira, deste lado e daquele
lado. A casa era totalmente esculpida;
20 do piso ao teto havia querubins e palmeiras esculpidos.
21 As ombreiras do lugar santo e do templo eram quadradas; na frente do santuário
havia algo cuja aparência era como a semelhança
22 de um altar de madeira. Sua altura era de três côvados, o comprimento de dois
côvados, e a largura de dois côvados; ele tinha chifres, e a sua base e os seus lados
eram de madeira. E ele me disse: Esta é a mesa que está perante a face do Senhor.
23 O templo tinha duas portas, e o santuário duas portas, com duas folhas que
giravam, para cada uma delas;
24 duas folhas para uma porta, e duas folhas para a outra porta.
25 Havia sobre elas uma obra esculpida, e querubins, e também palmeiras nas
portas do templo, de acordo com a obra esculpida do santuário; e havia grossas
traves de madeira na frente do vestíbulo, por fora.
26 E havia também janelas secretas. E ele mediu de um lado ao outro, até o telhado
do pórtico; e os lados da casa estavam completamente revestidos.
Ezequiel - Capítulo 42
1 E levou-me para o átrio, fora, para o leste, e em frente ao portão norte. Ele me fez
entrar, e eis que haviam cinco câmaras perto do espaço vazio e da divisão olhando
para o norte
2 de cem côvados de comprimento em direção ao norte e da largura de cinquenta,
3 ornamentadas de acordo com as portas do átrio interior e organizadas de acordo
com os peristilos do átrio exterior, umas ao fundo das outras, com colunatas triplas.
4 Diante das câmaras havia um passeio de dez côvados de largura, o comprimento
chegando a cem côvados. E as suas portas olhavam para o norte.
5 Os passeios superiores eram da mesma maneira, porque o peristilo projetava-se a
partir deles, da série de colunas abaixo e do espaço entre elas; portanto, havia um
peristilo e um espaço no meio, semelhantes, e colunatas semelhantes.
6 Porque eles eram triplos, e as câmaras superiores não tinham colunas como as
colunas dos átrios, pois elas se projetavam desde as mais baixas e desde as do meio,
vindas do chão.
7 E a abertura para fora, como era com as câmaras do átrio exterior olhando para a
frente das câmaras do norte; o seu comprimento era de cinquenta côvados.
8 Pois o comprimento das câmaras que olhavam para o átrio interior era de
cinquenta côvados, e umas ficavam ao fundo das outras; o todo era de cem
côvados.
9 E as portas nessas câmaras, para a saída em direção ao leste, de modo que alguém
poderia passar por elas vindo do átrio exterior
10 pela abertura do caminho, na esquina; e as partes do sul estavam direcionadas
para o sul, em direção ao espaço restante e à divisão; e assim eram as câmaras.
11 E o passeio estava em frente delas, de acordo com as medidas das câmaras para o
norte, de acordo com o comprimento delas e de acordo com a sua largura, e de
acordo com todas as suas aberturas, com todas as suas esquinas, com as suas
aberturas e com as suas portas.
12 Conforme as medidas das portas das câmaras para o sul eram as portas na
entrada do caminho, como uma abertura da largura de uma cana, para entrar a luz,
olhando para o leste, podendo se entrar por elas.
13 E ele me disse: As câmaras para o norte e as câmaras para o sul, em frente aos
espaços vazios, estas são as câmaras do santuário em que os sacerdotes, os filhos
de Zadoque, ao se aproximarem do Senhor, comerão as coisas santíssimas. Ali eles
porão as coisas mais santas, a oferta de manjares, as ofertas pelo pecado e as
ofertas pela culpa; porque o lugar é santo.
14 Ninguém ali entrará exceto os sacerdotes, e eles não sairão do santuário para o
átrio exterior, para que todos aqueles que se aproximam de mim possam ser
continuamente santos e não encostem as suas roupas, com as quais ministram, em
algo corrompido; porque são santificadas. E vestir-se-ão de outras vestes sempre
que entrarem em contato com as demais pessoas.
15 E assim a medição da casa, por dentro, foi completada. E levou-me ele para fora
pelo caminho da porta que olha para o oriente, medindo o plano da casa em redor,
ordenadamente.
16 Postou-se atrás da porta olhando para o oriente e mediu quinhentas canas com a
cana de medir.
17 E voltou-se para o norte, e mediu na frente do lado norte quinhentas canas com a
cana de medir.
18 E voltou-se para o ocidente, e mediu na frente do lado oeste quinhentas canas
com a cana de medir.
19 E voltou-se para o sul, e mediu na frente do lado sul quinhentas canas com a
cana de medir.
20 Os quatro lados ele mediu, com a mesma cana, delimitando do lado de fora da
casa e do contorno das partes ao redor um espaço de quinhentas canas para o
leste, e uma largura de quinhentas canas, para fazerem uma divisão entre o
santuário e o muro exterior que pertencia ao projeto da casa.
Ezequiel - Capítulo 43
1 Depois disso, ele me levou à porta olhando para o leste, e fez-me avançar.
2 E eis que a glória do Deus de Israel vinha pelo caminho oriental; e havia como a
voz de um exército, como o som de uma multidão redobrando seus gritos, e a terra
brilhava como a luz, por causa da glória em redor.
3 E a visão que vi era como o da visão que eu vira quando fui para ungir a cidade; e a
visão do carro que vi era como o da visão que eu vira no rio Quebar. E caí com o
rosto em terra.
4 E a glória do Senhor entrou na casa, pelo caminho da porta olhando para o leste.
5 O Espírito pegou-me, levando-me ao átrio interior; e eis que a casa do Senhor
estava cheia de glória.
6 Fiquei parado, e eis que havia uma voz vinda de fora da casa, de alguém que falava
comigo; e um homem postou-se perto de mim.
7 E ele me disse: Filho do homem, viste o lugar do meu trono e o lugar das plantas
dos meus pés, no qual o meu nome habitará no meio da casa de Israel, para sempre.
E a casa de Israel nunca mais profanará o meu santo nome, eles e os seus príncipes,
com a sua prostituição nem com os assassinatos de seus príncipes, no meio deles,
8 quando estabelecerem o meu limiar junto aos seus limiares, e as minhas ombreiras
próximas às suas ombreiras, e quando eles levantarem o meu muro, de modo a
aproximar-me deles. Pois eles profanaram o meu santo nome com as suas
iniquidades, as quais forjaram, e eu os destruí na minha ira, abatendo-os.
9 E agora, que eles afastem de mim a sua prostituição e os assassinatos de seus
príncipes, e habitarei no meio deles para sempre.
10 E tu, ó filho do homem, mostra este templo à casa de Israel para que cessem de
seus pecados; mostra-lhes o seu aspecto e a disposição do mesmo.
11 E levarão o seu castigo por todas as coisas que fizeram. E hás de descrever-lhes a
casa, as suas entradas e o plano dela, e todas as suas ordenanças; e far-lhes-ás
conhecer todos os regulamentos da mesma, descrevê-los-ás diante deles, e eles
deverão guardar todos os meus mandamentos e todos os meus juízos e cumpri-los.
12 E lhes mostrarás o plano da casa no topo da montanha. Todos os seus limites em
redor serão santíssimos.
13 E são estas as medidas do altar, pela medida do côvado de um côvado e um
palmo. A sua parte inferior será de um côvado de profundidade, e de um côvado
será a largura; e a borda do contorno ao seu redor será de um palmo. E esta será a
altura do altar
14 a partir do fundo, do início da parte jnferior até a saliência inferior: desde baixo
haverá dois côvados, e a largura será de um côvado; e da pequena saliência até a
grande saliência, quatro côvados; e a largura será de um côvado.
15 E o altar, de quatro côvados; e do altar à altura dos chifres, um côvado.
16 O altar deverá ser do comprimento de doze côvados, e de doze côvados a sua
largura; quadrado, em seus quatro lados.
17 E o propiciatório, catorze côvados de comprimento por catorze côvados de
largura, em seus quatro lados; e haverá uma borda em redor dele, cercando-o, da
metade de um côvado. A base será de um côvado, em redor; e os seus degraus
olharão para o leste.
18 E disse-me: Filho do homem, assim diz o Senhor, Deus de Israel: Estes são os
estatutos do altar, no dia em que for feito, para oferecer sobre ele os holocaustos e
para derramar sangue sobre ele.
19 E tu, aponta aos sacerdotes os levitas da linhagem da Zadoque, que se
aproximam de mim, diz o Senhor Deus, a fim de me oferecerem um bezerro do
rebanho para o sacrifício pelo pecado.
20 E tomarão do seu sangue, e deverão colocá-lo nas quatro pontas do altar, sobre
os quatro cantos do propiciatório e sobre a sua base ao redor; e farão expiação por
ele.
21 E tomarão o bezerro da oferta pelo pecado, o qual deverá ser consumido pelo
fogo em um lugar afastado da casa, fora do santuário.
22 E, no segundo dia, tomarão dois cabritos sem defeito, como oferta pelo pecado.
E farão expiação pelo altar da maneira como fizeram a expiação com o bezerro.
23 E depois de terem terminado a expiação trarão um novilho sem defeito, do
rebanho, e um carneiro sem defeito, do rebanho.
24 E oferecê-los-eis perante o Senhor. Os sacerdotes polvilharão sal sobre eles e os
oferecerão como um holocausto ao Senhor.
25 Sete dias oferecerás um cabrito, diariamente, para oferta pelo pecado, e um
bezerro do rebanho, e um carneiro do rebanho. Eles deverão sacrificá-los, sem
mácula, por sete dias.
26 E farão expiação pelo altar, purificarando-o. E eles deverão consagrar-se.
27 E virá a acontecer, do oitavo dia em diante, que os sacerdotes deverão oferecer
os seus holocaustos sobre o altar, e as suas ofertas pacíficas. E eu vos aceitarei, diz
o Senhor.
Ezequiel - Capítulo 44
1 Então, ele me fez voltar pelo caminho da porta exterior do santuário, que olha
para o oriente; e ela estava fechada.
2 E o Senhor me disse: Esta porta ficará fechada, não deverá ser aberta, e ninguém
passará por ela. Porque o Senhor Deus de Israel entrará por ela, portanto deverá
permanecer fechada.
3 Com respeito ao príncipe, ele deverá sentar-se nela para comer o pão diante do
Senhor; entrará pelo caminho do vestíbulo da porta e sairá pelo caminho da mesma.
4 E ele me levou pelo caminho da porta que olha para o norte, em frente à casa;
olhei, e eis que a casa estava cheia da glória do Senhor. E caí sobre o meu rosto.
5 E o Senhor disse-me: Filho do homem, atenta com o teu coração, vê com os teus
olhos e ouve com os teus ouvidos tudo quanto eu te digo, de acordo com todas as
ordenanças da casa do Senhor e com todos os seus regulamentos; e atentarás bem
à entrada da casa, de acordo com todos as suas saídas, e à todas as coisas santas.
6 E dirás à casa rebelde, à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Basta-vos de ter
cometido todas as vossas iniquidades, ó casa de Israel!
7 Pois trouxestes estrangeiros, incircuncisos de coração e incircuncisos de carne,
para estarem no meu santuário e para o profanarem, quando oferecestes pão,
carne e sangue. Pois transgredistes a minha aliança com todas as vossas
iniquidades,
8 e designastes estrangeiros para manter os encargos em meu santuário.
9 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Nenhum estrangeiro, incircunciso de coração
ou incircunciso de carne, entrará no meu santuário, de todos os filhos dos
estrangeiros que estão no meio da casa de Israel.
10 Entretanto, quanto aos levitas que se afastaram para longe de mim quando Israel
se extraviou da minha presença, indo atrás de suas imaginações, eles levarão a sua
iniquidade.
11 Contudo, ainda ministrarão no meu santuário, sendo porteiros às portas da casa,
e servindo-a; eles matarão as vítimas e os holocaustos para o povo, e estarão
perante eles, para ministrar.
12 Porque ministraram-lhes diante dos seus ídolos, e isto tornou-se para a casa de
Israel um castigo da sua iniquidade. Por este motivo eu levantei a minha mão contra
eles, diz o Senhor Deus.
13 E não se aproximarão de mim para me servirem no ofício de sacerdotes, e não se
aproximarão das coisas sagradas dos filhos de Israel nem de meu Santo dos Santos;
mas levarão o seu opróbrio, pelo erro que cometeram.
14 Contudo, deverão trazê-los para manter os encargos da casa, para todo o serviço
dela e para tudo o que deverão fazer.
15 Os sacerdotes, os levitas, filhos de Zadoque, que mantiveram os encargos de meu
santuário quando a casa de Israel se extraviou de mim, estes deverão aproximar-se
mim para me servirem e estarão diante de minha face para oferecerem-me
sacrifícios, a gordura e o sangue, diz o Senhor Deus.
16 Estes entrarão no meu santuário e deverão aproximar-se da minha mesa, para me
servirem; e guardarão os meus encargos.
17 E sucederá quando entrarem pelas portas do átrio interior que se vestirão de
mantos de linho. Pois eles não deverão colocar roupas de lã quando ministrarem na
porta do átrio interior.
18 E terão mitras de linho sobre as suas cabeças, e calções de linho sobre os seus
lombos. Todavia, não se cingirão apertadamente.
19 E quando saírem ao átrio exterior, indo para o povo, eles deverão tirar as suas
vestes com as quais ministram, e as porão nas câmaras do santuário, vestindo-se de
outras vestes, para que não santifiquem o povo com as suas vestes.
20 Não rasparão a cabeça nem deverão arrancar-lhe os cabelos, mas deverão cobrir
as suas cabeças, cuidadosamente.
21 Nenhum sacerdote beberá qualquer vinho quando vierem para o átrio interior.
22 E não tomarão para si uma esposa que é viúva ou aquela que é repudiada, mas
uma virgem da descendência de Israel. Contudo, se acontecer de ser ela a viúva de
um sacerdote, deverão tomá-la.
23 E ensinarão ao meu povo a distinguir entre o santo e o profano, dando-lhes a
conhecer a diferença entre o imundo e o limpo.
24 São eles os que deverão presidir a um julgamento de sangue, para decidi-lo; eles
deverão observar corretamente os meus juízos, julgar os meus julgamentos e
guardar os meus estatutos e os mandamentos em todas as minhas festas. E
santificarão os meus sábados.
25 Não entrarão eles onde estiver o corpo de um homem morto, para se
contaminarem. Um sacerdote poderá contaminar-se somente por um pai ou por
uma mãe, por um filho ou por uma filha, por um irmão ou por sua irmã que não se
tenha casado.
26 E depois que ele for purificado, que conte para si mesmo sete dias.
27 Em qualquer dia em que entrarem no átrio interior para ministrar no lugar santo
eles trarão uma propiciação, diz o Senhor Deus.
28 E isto será para eles por herança: eu serei a sua herança, e não lhes será dada
possessão entre os filhos de Israel; porquanto eu sou a sua possessão.
29 Eles comerão as ofertas de manjares, as ofertas pelo pecado e as ofertas pela
culpa; e toda oferta especial em Israel será deles.
30 E dos primeiros frutos de todas as coisas, dos primogênitos de todos os animais
e de todas as ofertas, de todos os seus primeiros frutos, haverá uma porção para os
sacerdotes. Também dareis as vossas primícias para o sacerdote, a fim de que ele
possa trazer a sua bênção sobre as vossas casas.
31 E os sacerdotes não comerão nenhuma ave ou animal dos que morrem por si
mesmos, ou que tenha sido tomado de animais selvagens.
Ezequiel - Capítulo 45
1 E quando estiverdes a medir a terra por herança haveis de separar dela primícias
para o Senhor, um espaço sagrado na terra, do comprimento de vinte e cinco mil
canas e da largura de vinte mil canas. Ele será santo em todas as suas fronteiras ao
redor.
2 E haverá nele um santuário de quinhentas canas de comprimento por quinhentas
de largura, em quadrado; e, para além deste, haverá um espaço vazio de cinquenta
côvados, em redor.
3 Dessa medida deverás medir um comprimento de vinte e cinco mil canas e uma
largura de dez mil; e ali estará o Santo dos Santos.
4 Da terra, uma parte deverá ser destinada para os sacerdotes que ministram no
lugar santo, o qual pertencerá àqueles que se aproximam para ministrar ao Senhor;
e ser-lhes-á um lugar para casas separadas, para seu ofício sagrado.
5 O comprimento será de vinte e cinco mil canas, e a largura de dez mil; e os levitas
que ministram na casa terão cidades para habitar, por herança.
6 E dareis, para a possessão da cidade, cinco mil de largura, e de comprimento vinte
e cinco mil. De conformidade com a regra das primícias da porção santa, hão de ser
para toda a casa de Israel.
7 O príncipe terá uma parte desta, uma porção conforme as primícias do santuário e
a possessão da cidade, em frente as primícias do santuário, em frente a possessão
da cidade, para o ocidente, e da parte ocidental indo para o oriente. O seu
comprimento deverá ser igual a uma das partes nas fronteiras ocidentais; e o
comprimento será o mesmo nas fronteiras orientais da terra.
8 Ele deverá mantê-lo como uma possessão em Israel, e os príncipes de Israel não
mais oprimirão o meu povo. Porém a casa de Israel herdará a terra, conforme as
suas tribos.
9 Assim diz o Senhor Deus: Basta-vos, ó príncipes de Israel! Removei a injustiça e a
miséria, executando o juízo e a justiça. Tirai a opressão do meu povo, diz o Senhor
Deus.
10 Tereis uma balança justa e uma medida justa, e um efa somente para medida.
11 E, da mesma maneira, haverá um só efa e um só bato; a décima parte do ômer
será o efa, e a décima parte do ômer o bato; serão proporcionais para o ômer.
12 Os ciclos serão de vinte geras. Cinco siclos serão cinco siclos e dez siclos serão
dez siclos. E a vossa mina será de cinquenta siclos.
13 E estes são os primeiros frutos que ireis oferecer: a sexta parte do bato de um
ômer de trigo e a sexta parte do efa de um ômer de cevada.
14 E dareis, de acordo com a medida designada de óleo, um bato de óleo em cada
dez batos; pois dez batos são um ômer.
15 E uma ovelha do rebanho de cada dez, como uma oferenda de todas as tribos de
Israel, para sacrifícios e para holocaustos; e as ofertas pacíficas para fazer expiação
por vós, diz o Senhor Deus.
16 E todo o povo deve dar estas primícias ao príncipe de Israel.
17 Pelo príncipe serão oferecidos os holocaustos, as ofertas de cereais e as libações
nas festas, nas luas novas e nos sábados; e em todas as festas da casa de Israel ele
deverá oferecer as ofertas pelo pecado, a oferta de manjares, os holocaustos e as
ofertas pacíficas, para fazer expiação pela casa de Israel.
18 Assim diz o Senhor Deus: No primeiro mês, no primeiro dia do mês, tomareis um
bezerro sem defeito, do rebanho, para fazer expiação pelo lugar santo.
19 O sacerdote tomará do sangue da expiação e o porá sobre os limites da casa, e
nos quatro cantos do templo, e sobre o altar, e sobre os limiares da porta do átrio
interior.
20 E assim farás no sétimo mês: no primeiro dia do mês tomarás uma contribuição
de cada um. E fareis expiação pela casa.
21 E no primeiro mês, no dia catorze do mês, tereis a festa da Páscoa. Por sete dias
comereis pães ázimos.
22 O príncipe oferecerá, naquele dia, um bezerro para a oferta pelo pecado, por si
mesmo e pela casa, e por todas as pessoas da terra.
23 E para os sete dias da festa ele oferecerá holocaustos ao Senhor: sete bezerros e
sete carneiros sem mancha, a cada dia, durante os sete dias; e um bode a cada dia
como oferta pelo pecado, e uma oferta de manjares.
24 E prepara um bolo para cada bezerro e um bolo para cada carneiro, e um him de
azeite para cada bolo.
25 E no sétimo mês, no décimo quinto dia do mês, farás o sacrifício da festa da
mesma maneira, por sete dias, conforme eles sacrificaram as ofertas pelo pecado,
os holocaustos, a oferta voluntária e o azeite.
Ezequiel - Capítulo 46
1 Assim diz o Senhor Deus: A porta que está no átrio interior, que olha para o
oriente, estará fechada durante os seis dias de trabalho; todavia, deverá ser aberta
no dia de sábado, e também no dia da lua nova.
2 O príncipe entrará pelo caminho do vestíbulo da porta interior, e permanecerá na
entrada da porta. Os sacerdotes deverão preparar os seus holocaustos e sacrifícios
pacíficos, e ele adorará junto à entrada da porta. Então, ele sairá; mas a porta não se
fechará até a tarde.
3 E o povo da terra adorará à entrada desta porta, tanto nos sábados como nas luas
novas, diante do Senhor.
4 E o príncipe oferecerá sobre ela holocaustos ao Senhor no dia de sábado: seis
cordeiros sem mancha e um carneiro sem mancha,
5 e uma oferta voluntária de manjares para o carneiro, e uma oferta de manjares
para os cordeiros, como oferta da sua mão; e um him de azeite para cada oferta de
manjares.
6 E no dia da lua nova um bezerro sem mancha, e seis cordeiros; e também um
carneiro sem mancha,
7 e uma oferta de manjares para o carneiro e uma oferta de manjares para o
bezerro, como oferta voluntária, e para os cordeiros, conforme o que puder
fornecer. E um him de azeite para cada oferta de manjares.
8 E quando o príncipe entrar ele deverá entrar pelo caminho do vestíbulo da porta,
e sairá pelo mesmo caminho.
9 E sempre que o povo da terra entrar perante o Senhor, nas festas, todo aquele
que entrar pelo caminho da porta do norte para adorar sairá pelo caminho da porta
do sul; e aquele que entrar pelo caminho da porta do sul sairá pelo caminho da
porta do norte. Ele não voltará através da porta pela qual entrou, mas seguirá em
frente.
10 O príncipe entrará com eles, no meio deles, quando entrarem; e ao saírem ele
também sairá.
11 E nas festas e nas assembleias gerais a oferta voluntária deverá ser uma oferta de
manjares para o bezerro, e também uma oferta de manjares para o carneiro e para
os cordeiros, aquilo que puder fornecer; e um him de azeite para a oferta de
manjares.
12 Se o príncipe preparar como oferta voluntária um holocausto de sacrifício
pacífico ao Senhor, ele deverá abrir para si a porta que olha para o oriente e
oferecerá o seu holocausto e a suas ofertas pacíficas como faz no dia de sábado.
Então, ele deverá sair e fechar as portas depois que tiver saído.
13 E haverá de preparar, diariamente, como um holocausto ao Senhor, um cordeiro
de um ano sem defeito. Na parte da manhã ele o preparará.
14 E deverá preparar uma oferta voluntária junto com ele, na parte da manhã: a
sexta parte de uma medida de farinha e a terça parte de um him de azeite para
misturar com a flor de farinha, como uma oferta voluntária ao Senhor, por estatuto
perpétuo.
15 Vós preparareis o cordeiro, a oferta voluntária e o azeite na parte da manhã, para
um perpétuo holocausto.
16 Assim diz o Senhor Deus: Se o príncipe der de sua herança um presente a um de
seus filhos, este será para seus filhos uma possessão por herança.
17 Entretanto, se ele der um presente a um de seus servos, então este deverá
permanecer com ele até o ano de libertação e, então, ele o retornará ao príncipe.
Entretanto, quanto a herança de seus filhos, a posse continuará com eles.
18 E o príncipe não tirará da herança do povo, de maneira alguma, para oprimi-los.
Ele dará uma herança aos seus filhos de sua própria possessão, para que o meu
povo não seja espalhado, cada um, da sua possessão.
19 E levou-me ele para a entrada do lugar atrás da porta, dentro da câmara do
santuário pertencente aos sacerdotes, que olha para o norte; e eis que era um lugar
separado.
20 E ele me disse: Este é o lugar onde os sacerdotes cozerão a oferta pela culpa e as
ofertas pelo pecado, e ali se assará a oferta de manjares, sempre, para não levá-las
ao átrio exterior, e assim santifiquem o povo.
21 E levou-me para o átrio exterior, fazendo-me dar uma volta pelos quatro lados do
átrio; e eis que havia um átrio em cada um dos cantos do átrio,
22 em cada canto um átrio, para todos os quatro cantos um átrio; e cada pequeno
átrio pertencente ao átrio tinha de comprimento quarenta côvados e de largura
trinta côvados; havia uma mesma medida para os quatro.
23 E havia câmaras em redor deles, ao redor dos quatro, e cozinhas montadas sob
as câmaras em redor.
24 E ele disse-me: Estas são as cozinhas onde aqueles que servem a casa cozerão os
sacrifícios do povo.
Ezequiel - Capítulo 47
1 Levou-me ele à entrada da casa, e eis que jorrava água de debaixo do pórtico, para
o leste, para a frente da casa, olhando para o leste; e a água descia pelo lado direito,
ao sul do altar.
2 E ele me levou para fora pelo caminho da porta do norte, fazendo-me dar uma
volta pelo caminho de fora até a porta do átrio que olha para o oriente; e eis que a
água descia pelo lado direito,
3 na mesma direção em que um homem saia, para o lado oposto. Havia na sua mão
um cordel de medir, e ele mediu mil côvados com a medida, e passou através da
água, água como de uma fonte.
4 E outra vez mediu mil côvados e passou pelas águas, e as águas subiam até as suas
coxas; e mais uma vez mediu mil côvados e passou pelas águas, que iam até os
lombos;
5 e outra vez mediu mil côvados, e ele já não podia mais atravessar, porque as águas
tornaram-se como as de uma torrente pela qual os homens não podem passar.
6 E ele me disse: Viste isto, filho do homem? Então me levou, conduzindo-me para a
beira do rio,
7 conforme eu voltava; e eis que, à beira do rio, haviam muitas árvores de um e de
outro lado.
8 E disse-me: Esta é a água que sai para a Galileia, que se situa em direção ao leste,
descendo para a Arábia e alcançando o mar Morto, para nele desaguar; e deverá
curar as suas águas .
9 E virá a suceder que todo o animal dentre as criaturas que vivem e movem-se,
tudo aquilo que o rio alcançar, viverá. E haverá lá uma grande quantidade de peixes.
Pois essa água deverá ir para lá, e os curará, e eles viverão. Tudo que estiver ao
alcance do rio viverá.
10 E haverá pescadores lá. De En-Gedi até En-Eglaim deverá ser um lugar para se
estenderem redes. Será um lugar diferente, e os peixes dele serão como os peixes
do mar grande, em enorme quantidade.
11 Entretanto, na saída da água e ao seu redor, e onde ele transborda dos seus
bancos, estes lugares não serão curados, mas serão deixados para o sal.
12 E todas as árvores de frutos crescerão à beira do rio, em ambas as suas margens;
eles não irão decair delas, nem o seu fruto falhará. E deverão trazer as primícias da
sua colheita temporã, pois para ali fluem as águas que saem do santuário. O seu
fruto servirá para alimento, e a sua folha de remédio.
13 Assim diz o Senhor Deus: Vós herdareis estas fronteiras da terra. Serão elas
dadas, por sorteio, para as doze tribos dos filhos de Israel.
14 E vós a herdareis, cada um de acordo com a porção de seu irmão, a terra a
respeito da qual eu levantei a minha mão para dá-la a vossos pais. Esta terra vos
cairá por sorteio.
15 E estas são as fronteiras da terra que ficam ao norte, desde o mar grande, que
vem para baixo, até a entrada de Zedade:
16 Berota, Sibraim, entre as costas de Damasco e as costas de Hamate, e Hazar-
Haticom, lugares que estão acima da fronteira de Haurã.
17 Estas são as fronteiras desde o mar, a partir de Hazar-Enom, das costas de
Damasco e do norte.
18 E para as fronteiras do leste, entre Haurã e Damasco, e entre a terra de Gileade e
a terra de Israel, o Jordão é a divisa desde o mar; a leste da cidade das Palmeiras
será a fronteira leste.
19 E as costas do sul e sudoeste são desde Tamar, a cidade das Palmeiras, até as
águas de Meribá-Cades, avançando para o mar Grande. Esta é a parte sul e
sudoeste.
20 Esta parte do mar Grande forma uma fronteira até que se chega em frente à
entrada de Hamate, tão longe como esta entrada. Estas são as partes a oeste de
Hamate.
21 Desta forma dividir-lhes-eis esta terra, para as tribos de Israel.
22 Lançareis sortes sobre ela, para vós mesmos e para os estrangeiros que habitam
no meio de vós, e que tem gerado filhos no meio de vós. Eles serão para vós como
nativos entre os filhos de Israel. Comerão convosco na vossa herança, no meio das
tribos de Israel,
23 e estarão na tribo dos prosélitos, entre os prosélitos que estão junto deles. Dar-
lhes-eis, ali, uma herança, diz o Senhor Deus.
Ezequiel - Capítulo 48
1 E são estes os nomes das tribos do extremo norte, no lado da descida que se dirige
à entrada de Hamate, até Hazar-Enom, o termo de Damasco para o norte, ao lado
de Hamate; terão eles as partes orientais e até o mar, uma porção para Dã.
2 E a partir das fronteiras de Dã, desde as partes orientais até o mar, para Aser, uma
porção;
3 e a partir das fronteiras de Aser, desde as partes orientais até o mar, para Naftali,
uma porção;
4 e a partir das fronteiras de Naftali, desde as partes orientais até o mar, para
Manassés, uma porção;
5 e a partir das fronteiras de Manassés, desde as partes orientais até o mar, para
Efraim, uma porção;
6 e a partir das fronteiras de Efraim, desde as partes orientais até o mar, para
Rúben, uma porção;
7 e a partir das fronteiras de Rúben, desde as partes orientais até o mar, para Judá,
uma porção;
8 E a partir das fronteiras de Judá, desde as partes orientais até o mar, é a oferta de
primícias. Na sua largura vinte e cinco mil canas, e no comprimento a medida de
uma das porções, desde o leste até a parte ocidental. E o santuário deverá estar no
meio dela.
9 Quanto às primícias que oferecerão ao Senhor, estas deverão ser do comprimento
de vinte e cinco mil canas e da largura de vinte e cinco mil.
10 Desses serão as primícias das coisas sagradas para os sacerdotes: para o norte,
vinte e cinco mil canas, para o oeste, dez mil, para o oriente dez mil, e para o sul,
vinte e cinco mil; e a montanha do santuário deverá estar no meio deles.
11 Será para os sacerdotes, para os filhos consagrados de Zadoque que guardam os
encargos da casa, os quais não erraram de acordo com o erro dos filhos de Israel,
como erraram os levitas.
12 E as primícias deverão ser dadas a eles, dos primeiros frutos da terra, a porção
mais santa das fronteiras dos levitas.
13 Mas os levitas terão a sua parte junto às fronteiras dos sacerdotes, do
comprimento de vinte e cinco mil canas e da largura de dez mil. O comprimento
total será de vinte e cinco mil canas, e a largura de vinte mil.
14 Nenhuma parte dela será vendida nem medida como para venda, nem os
primeiros frutos da terra serão colhidos, porquanto são santos ao Senhor.
15 Mas a respeito das cinco mil canas que permanecem da largura das vinte e cinco
mil, serão elas para um subúrbio da cidade, para habitação e para um espaço diante
dela; e a cidade estará no meio delas.
16 E estas serão as suas dimensões: do lado do norte quatro mil e quinhentas canas,
do lado do sul quatro mil e quinhentas, do lado oriental quatro mil e quinhentas, e
do lado ocidental, igualmente, quatro mil e quinhentas.
17 Haverá um espaço para a cidade, ao norte, duzentos e cinquenta canas; e ao sul,
duzentos e cinquenta; e ao leste, duzentos e cinquenta; e ao oeste, igualmente,
duzentos e cinquenta.
18 E o restante do comprimento, ao lado das primícias da porção santa, será de dez
mil canas para o oriente e de dez mil para o ocidente; e estes serão os primeiros
frutos do santuário. E os seus frutos serão para o pão dos que trabalham na cidade.
19 E os que trabalham na cidade serão trabalhadores vindos de todas as tribos de
Israel.
20 A oferta inteira compreenderá um quadrado de vinte e cinco mil por vinte e cinco
mil canas. Devereis separar desta as primícias do santuário, a partir da possessão da
cidade.
21 E o príncipe terá o restante, de um lado e do outro lado das primícias do
santuário. Também haverá uma possessão da cidade, de vinte e cinco mil canas de
comprimento, junto às fronteiras leste e oeste, e de vinte e cinco mil junto às
fronteiras ocidentais, ao lado das porções do príncipe; e as primícias das coisas
sagradas e do santuário da casa estarão no meio dela.
22 E a partir da possessão dos levitas, e a partir da possessão da cidade, no meio da
possessão dos príncipes, estarão. E entre as fronteiras de Judá e as fronteiras de
Benjamin estará a porção dos príncipes.
23 E quanto ao restante das tribos, das regiões orientais até o ocidente, Benjamim
terá uma porção.
24 e a partir das fronteiras de Benjamin, desde as partes orientais até o mar, para
Simeão, uma porção;
25 e a partir das fronteiras de Simeão, desde as partes orientais até o mar, para
Issacar, uma porção;
26 e a partir das fronteiras de Issacar, desde as partes orientais até o mar, para
Zebulom, uma porção;
27 e a partir das fronteiras de Zebulom, desde as partes orientais até o mar, para
Gade, uma porção;
28 e a partir das fronteiras de Gade até as partes do sudoeste, suas fronteiras serão
desde Tamar até as águas de Meribá-Cades, por herança, e até o mar Grande.
29 Esta é a terra que haveis de dividir por sorte às tribos de Israel, e estas são as
suas porções, diz o Senhor Deus.
30 E são estas as saídas da cidade, em direção ao norte, da medida de quatro mil e
quinhentas canas:
31 As saídas da cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel. Três portas
para o norte: a porta de Rúben, a porta de Judá e a porta de Levi;
32 e, ao oriente, quatro mil e quinhentas canas, e três portas: a porta de José, a
porta de Benjamim e a porta de Dã;
33 e, ao sul, quatro mil e quinhentas canas, e três portas; a porta de Simeão, a porta
de Issacar e a porta de Zebulom;
34 e, ao ocidente, quatro mil e quinhentas canas, e três portas: a porta de Gade, a
porta de Aser e a porta de Naftali.
35 Ao redor dela, dezoito mil canas. E o nome da cidade, desde o dia em que ela for
completada, deverá ser o Senhor está ali.
DANIEL
Daniel - Capítulo 1
Daniel - Capítulo 2
Daniel - Capítulo 3
1 Em seu décimo oitavo ano o rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro. Sua
altura era de sessenta côvados e a sua largura de seis côvados. Levantou-a no
campo de Dura, na província de Babilônia.
2 E ele enviou mensageiros para reunir os governadores, os capitães, os principais
das províncias, os chefes, os príncipes, os que detinham autoridade e todos os
oficiais dos distritos para que viessem à consagração da imagem.
3 Então, os principais das províncias, os governadores, os capitães, os chefes, os
grandes príncipes, os que detinham autoridade e todos os oficiais dos distritos
foram ajuntados para a consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha
levantado; e puseram-se diante da imagem.
4 Em seguida, um arauto clamou em alta voz, dizendo: Ordena-se a vós outros, ó
povos, tribos e línguas,
5 que no momento de ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara,
do saltério e de toda a espécie de música, haveis de ajoelhar-vos e adorar a imagem
de ouro que o rei Nabucodonosor levantou.
6 E qualquer que não se prostrar e adorar, na mesma hora será lançado dentro da
fornalha de fogo ardente.
7 E sucedeu, quando as nações ouviram o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da
cítara, do saltério e de todos os tipos de música, que todas as nações, tribos e
línguas ajoelharam-se e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tinha
levantado.
8 Então, vieram alguns da parte dos caldeus e acusaram os judeus diante do rei,
dizendo:
9 Ó rei, vive para sempre!
10 Tu, ó rei, fizeste um decreto para que todo homem que ouvisse o som da
trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério e de todos os tipos de música,
11 o qual não se ajoelhasse e adorasse a imagem de ouro, deveria ser lançado na
fornalha de fogo ardente.
12 Há uns homens judeus que constituíste sobre os negócios da província de
Babilônia, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que não obedeceram ao teu decreto,
ó rei! Não servem aos teus deuses e não adoram a estátua de ouro que levantaste.
13 Então, Nabucodonosor, tomado de ira e furioso, mandou trazer a Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego. E foram trazidos perante o rei.
14 E Nabucodonosor falou-lhes, dizendo: É verdade, Sadraque, Mesaque e Abede-
Nego, que vós não servis aos meus deuses e não adorais a imagem de ouro que
levantei?
15 Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da
harpa, da cítara, do saltério, da gaita-de-foles e de todo tipo de música, ajoelhai-vos
e adorai a imagem de ouro que tenho feito; entretanto, se não a adorardes, na
mesma hora sereis lançados dentro da fornalha de fogo ardente. E quem é o Deus
que vos poderá livrar das minhas mãos?
16 E responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, dizendo ao rei
Nabucodonosor: Não temos necessidade de responder-te sobre este assunto,
17 porque o nosso Deus, a quem nós servimos, está nos céus, capaz de livrar-nos da
fornalha de fogo ardente. E ele nos livrará das tuas mãos, ó rei!
18 Mas, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem
adoraremos a imagem que tens levantado.
19 Então, Nabucodonosor encheu-se de ira, e a forma do seu rosto mudou para com
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E ele deu ordens para aquecerem a fornalha
sete vezes mais do que o habitual, para que queimasse completamente.
20 E mandou homens poderosos amarrarem Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e
lançá-los na fornalha de fogo ardente.
21 Depois disto, aqueles homens foram atados com os seus mantos, túnicas e
chapéus, sendo lançados dentro da fornalha de fogo ardente,
22 porquanto a palavra do rei prevaleceu. E o forno fora aceso extremamente
quente.
23 E aqueles três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, caíram atados dentro
da fornalha de fogo ardente. E andaram no meio das chamas, cantando louvores a
Deus e abençoando ao Senhor.
24 Nabucodonosor ouviu-os cantando louvores e, então, ele se maravilhou e
levantou-se depressa, dizendo aos seus nobres: Não lançamos nós três homens
atados no meio do fogo? E responderam eles ao rei: Sim, ó rei!
25 E disse o rei: Contudo, eis que eu vejo quatro homens soltos e andando no meio
do fogo, e nenhum dano lhes sucedeu! E o aspecto do quarto é semelhante ao Filho
de Deus.
26 Então Nabucodonosor aproximou-se da porta da fornalha de fogo ardente, e
disse: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, adiantem-se e
venham para cá! E Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do fogo.
27 Logo se ajuntaram os sátrapas, os capitães, os chefes de províncias, os príncipes
reais e olharam para os homens. E perceberam que o fogo não tivera poder contra
seus corpos, os cabelos da sua cabeça não estavam queimados e as suas túnicas não
haviam sido chamuscadas, nem cheiro de fogo havia neles.
28 E o rei Nabucodonosor falou, dizendo: Bendito seja o Deus de Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, porquanto
confiavam nele; pois eles desobedeceram a palavra do rei e entregaram os seus
corpos para serem queimados, para que não servissem nem adorassem algum outro
deus, senão o seu Deus.
29 Por este motivo, publicarei eu um decreto: cada povo, tribo ou língua que
proferir maldição contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego deverá ser
destruído, e as suas casas serão saqueadas. Porque não há outro Deus que seja
capaz de livrar assim.
30 Então, o rei promoveu Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província de
Babilônia, e fê-los prosperar dando-lhes autoridade para governar sobre todos os
judeus que estavam em seu reino.
31 O rei Nabucodonosor a todas as nações, tribos, e línguas, que moram em toda a
terra: Paz vos seja multiplicada.
32 Pareceu-me bem declarar os sinais e as maravilhas que o Deus altíssimo operou
comigo.
33 Quão grandes e poderosos são eles! O seu reino é um reino eterno, e o seu poder
se estende por todas as gerações.
Daniel - Capítulo 4
1 O rei Belsazar fez uma grande ceia para os seus mil nobres; e havia vinho diante
dos mil.
2 E Belsazar deu ordens, enquanto bebia o vinho, para que trouxessem os vasos de
ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tinha trazido do templo de Jerusalém,
para que o rei, seus nobres, suas amantes e concubinas pudessem beber deles.
3 Assim, os vasos de ouro e prata que Nabucodonosor havia tirado do templo de
Deus em Jerusalém foram trazidos e o rei, seus nobres, suas amantes e concubinas
beberam deles.
4 Beberam vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze e de
ferro, de madeira e de pedra.
5 Na mesma hora apareceram uns dedos de mão de homem que escreviam na
frente da lâmpada, no reboco da parede da casa do rei. E o rei via os dedos da mão
que estava escrevendo.
6 Então, o semblante do rei mudou e os seus pensamentos o perturbaram; as juntas
dos seus lombos se relaxaram e os seus joelhos batiam um de encontro ao outro.
7 E o rei clamou em alta voz para trazerem os magos, os caldeus e os adivinhadores.
E disse aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler esta escritura e fazer-me saber a
sua interpretação será vestido de púrpura e haverá uma corrente de ouro em seu
pescoço. Também ele será o terceiro governante no meu reino.
8 Logo, entraram todos os homens sábios do rei, mas não puderam ler o escrito
nem fazer saber a interpretação dele ao rei.
9 O rei Belsazar ficou perturbado, mudando-se-lhe semblante, e os seus nobres
ficaram preocupados por causa dele.
10 Então, a rainha entrou na casa do banquete, e disse: Ó rei, vive para sempre! Não
deixes que os teus pensamentos te perturbem, e não esteja alterado o teu
semblante.
11 Existe um homem em teu reino no qual há o Espírito de Deus. Nos dias de teu pai,
luz e sabedoria foram encontrados nele, e o rei Nabucodonosor, teu pai, o fez chefe
dos encantadores, magos, caldeus e adivinhadores,
12 porquanto há nele um espírito excelente, senso e entendimento, interpretando
sonhos como só ele o faz, respondendo a perguntas complicadas e resolvendo
difíceis questões. Este é Daniel, e o rei lhe deu o nome de Beltessazar. Agora,
portanto, que ele seja chamado e dirá a interpretação da escrita.
13 Então, Daniel foi introduzido à presença do rei. E disse o rei a Daniel: És tu Daniel,
um dos filhos do cativeiro de Judá que o rei, meu pai, trouxe?
14 Tenho ouvido a teu respeito, que o Espírito de Deus está em ti e que a luz, o
entendimento e a excelente sabedoria foram encontrados em ti.
15 E agora, os homens sábios, mágicos e adivinhos, vieram diante de mim para ler
esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, mas não puderam dizer-me o
significado.
16 E tenho ouvido de ti que és capaz de fazer interpretações. Agora, pois, se
puderes ler o escrito e fazer-me saber a sua interpretação serás vestido de púrpura,
haverá uma corrente de ouro sobre o teu pescoço e serás o terceiro governante no
meu reino!
17 E Daniel falou, diante do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e entrega para
outro os prêmios da tua casa. Entretanto, irei ler o escrito e dar a conhecer-te a sua
interpretação.
18 Ó rei, o Deus Altíssimo deu a Nabucodonosor, teu pai, um reino e majestade, e
honra e glória;
19 e por causa da majestade que ele lhe deu todas as nações, tribos, e línguas
tremiam e temiam diante dele; a quem queria matar ele matou; a quem queria ferir
feriu; a quem queria exaltar exaltou; e a quem queria humilhar ele humilhou.
20 Todavia, quando o seu coração se elevou e o seu espírito se atreveu para agir
arrogantemente foi ele derrubado do seu trono real e a sua honra lhe foi tirada.
21 E foi expulso de diante dos homens. Ao seu coração foi dada a natureza de
animais selvagens e a sua morada foi com os jumentos monteses; alimentaram-no
com erva como a um boi e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que
conheceu que Deus, o Altíssimo, é o Senhor do reino dos homens e o dará a quem
lhe agradar.
22 Tu, por conseguinte, sendo seu filho, ó Belsazar, não humilhaste o teu coração
diante de Deus. Não sabias tu todas essas coisas?
23 Entretanto, tens te exaltado contra o Senhor, Deus do céu. Trouxeram diante de
ti os vasos da casa dele e tu, os teus nobres, as tuas amantes e as tuas concubinas
bebestes vinho deles; e tens louvado aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de
ferro, de madeira e de pedra que não vêem, não ouvem e não sabem; porém a
Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, não tens glorificado.
24 Portanto, de sua presença foi enviada esta mão, e ele mesmo ordenou a escrita.
25 É esta a escrita que foi ordenada: MENE, TEQUEL, PARSIM.
26 E esta é a interpretação da frase: MENE: Deus tem medido teu reino, e deu-lhe
fim..
27 TEQUEL: Foi ele pesado na balança e achado em falta.
28 PARSIM: Teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas.
29 Então, Belsazar deu ordem e vestiram a Daniel de púrpura, colocando uma
corrente de ouro em seu pescoço; e proclamaram a seu respeito que era o terceiro
governante no reino.
30 Nesta mesma noite foi Belsazar, rei dos caldeus, morto.
31 E Dario, o medo, sucedeu-o no reino, tendo sessenta e dois anos de idade.
Daniel - Capítulo 6
1 Pareceu bem a Dario, e ele constituiu sobre o seu reino a cento e vinte sátrapas,
para estarem em todo o seu reino.
2 E sobre eles três governadores, dos quais um era Daniel. E os sátrapas deveriam
prestar-lhes contas, para que o rei não fosse incomodado.
3 Daniel estava sobre eles, pois havia nele um espírito excelente; e o rei o pôs sobre
todo o seu reino.
4 Contudo, os governadores e sátrapas procuravam achar ocasião contra Daniel.
Porém não acharam contra ele nenhuma, nem culpa nem erro, porque era fiel.
5 E os governadores disseram: Nunca acharemos ocasião contra Daniel, exceto nas
ordenanças do seu Deus.
6 Então, os governadores e sátrapas foram ao rei, e disseram-lhe: Ó rei Dario, vive
para sempre!
7 Todos os que presidem no teu reino, os capitães e príncipes, chefes e governantes
locais, tomaram juntamente conselho para estabelecer por um estatuto real e
confirmar por decreto que todo aquele que fizer uma petição a qualquer deus ou
homem por trinta dias, salvo a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.
8 Agora, pois, ó rei, confirma a proibição e publica um mandado para que o decreto
dos persas e medos não seja alterado.
9 Então, o rei Dario ordenou que o decreto fosse escrito.
10 Quando Daniel soube que o decreto fora ordenado ele entrou em sua casa. As
janelas estavam abertas, em seus aposentos, para Jerusalém, e três vezes no dia ele
ajoelhava-se e orava, dando graças diante do seu Deus, como costumava fazer
antes.
11 Mas estes homens o observavam, e acharam Daniel orando e suplicando ao seu
Deus.
12 Então eles vieram e disseram ao rei: Ó rei, não tens tu feito um decreto pelo qual
todo o homem que fizesse uma petição a qualquer deus ou homem por trinta dias,
além de ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? E disse o rei: A palavra é
verdadeira, e o decreto dos medos e persas não será alterado.
13 E eles responderam, e disseram na presença do rei: Daniel, dos filhos dos cativos
de Judá, não submeteu-se ao teu decreto, pois três vezes no dia ele faz as suas
solicitações ao seu Deus.
14 O rei, quando ouviu isto, ficou sobremodo triste por causa de Daniel e esforçou-
se muito para livrá-lo; e trabalhou até à noite para livrá-lo.
15 Porém, aqueles homens disseram ao rei: Sabe, ó rei, que a lei dos medos e dos
persas diz que não devemos mudar qualquer decreto que o rei venha a fazer.
16 Então, o rei deu ordem, e trouxeram a Daniel, lançando-o na cova dos leões. E o
rei disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará!
17 E trouxeram uma pedra, colocando-a sobre a boca da cova. E o rei a selou com o
seu anel e com o anel dos seus nobres, para que o caso não pudesse ser alterado
com respeito a Daniel.
18 Então, o rei foi para sua casa, deitando-se em jejum; e não trouxeram-lhe de
comer. E o seu sono se apartou dele. Entretanto, Deus fechou a boca dos leões e
eles não molestaram a Daniel.
19 Levantou-se o rei de madrugada e veio, apressadamente, à cova dos leões.
20 E quando chegou perto da cova clamou com grande voz, dizendo: Daniel, servo
do Deus vivo! tem o teu Deus, a quem tu continuamente serves, sido capaz de livrar-
te boca do leão?
21 E Daniel disse ao rei: Ó rei, vive para sempre!
22 O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, e eles não me fizeram
mal, pois retidão foi achada em mim diante dele. E, além disso, diante de ti, ó rei,
não tenho cometido nenhum delito.
23 Então, o rei ficou muito contente por ele, mandando tirar Daniel da cova. Daniel
foi tirado para fora da cova, e não se achou nenhum dano nele, porquanto
acreditava em seu Deus.
24 E o rei deu ordem, e trouxeram os homens que tinham acusado Daniel, os quais
foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas esposas. Não haviam eles
chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e completamente
fizeram em pedaços a todos os seus ossos.
25 Então, o rei Dario escreveu a todos os povos, tribos e línguas que moravam em
toda a terra, dizendo: Paz vos seja multiplicada.
26 Este decreto foi estabelecido por mim em todo o domínio do meu reino para que
os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque ele é o Deus vivo e
eterno; o seu reino não será destruído e o seu domínio é para sempre .
27 Ele ajuda e liberta. Sinais e prodígios opera no céu e sobre a terra aquele que
livrou a Daniel do poder dos leões.
28 E Daniel prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa.
Daniel - Capítulo 7
1 No primeiro ano de Belsazar, rei dos caldeus, Daniel teve um sonho e visões da sua
cabeça, quando estava na sua cama. E descreveu o sonho:
2 Eu, Daniel, olhei e eis que os quatro ventos do céu sopravam violentamente no
grande mar.
3 Então, saíram quatro grandes animais do mar, diferentes uns dos outros.
4 O primeiro era como uma leoa, e as suas asas eram como as de uma águia. Olhei,
até que as suas asas foram arrancadas, e ela foi levantada da terra, ficando sob pés
humanos; e um coração de homem lhe foi dado.
5 Eis, então, um segundo animal, semelhante a um urso, o qual se apoiava em um
dos lados, havendo três costelas na sua boca, entre os seus dentes. E disseram-lhe:
Levanta-te, devora muita carne!
6 Depois deste eu olhei, e eis um outro animal selvagem semelhante a um leopardo,
o qual tinha quatro asas de pássaro sobre si. Tinha, a fera, quatro cabeças, e lhe foi
dado poder.
7 Depois deste eu olhei, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e muito forte;
os seus dentes eram de ferro, devorando e fazendo em migalhas, e pisoteando o
restante com os seus pés. Era, este, completamente diferente dos animais que
apareceram antes dele, e tinha dez chifres.
8 Observei seus chifres, e eis que outro chifre pequeno surgiu no meio deles, e
diante dele três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que havia olhos como
os de um homem neste chifre, e uma boca que falava grandes coisas.
9 Continuei olhando, até que tronos foram postos e um Ancião de dias se assentou.
As suas vestes eram brancas como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lã;
seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente.
10 Um rio de fogo precipitava-se diante dele. Milhares de milhares o serviam, e dez
milhares de miríades estavam junto dele. O julgamento começou, e os livros foram
abertos.
11 Estive olhando, então, por causa da voz das grandes palavras que esse chifre
proferia, até que o animal selvagem foi morto e destruído, e o seu corpo entregue
para ser queimado pelo fogo.
12 E o domínio do restante dos animais selvagens foi tirado. Mas um prolongamento
de vida foi-lhes dado, por um certo tempo.
13 Olhei na visão noturna, e eis que veio com as nuvens do céu um como o Filho do
Homem, dirigindo-se ao Ancião de dias. E foi trazido para perto dele.
14 E foi-lhe dado o domínio, a honra e o reino; e todas as nações, tribos e línguas o
servirão. O seu domínio é um domínio eterno que não passará, e o seu reino não
será jamais destruído.
15 Quanto a mim, Daniel, meu espírito em meu corpo estremeceu e as visões da
minha cabeça me perturbaram.
16 Então, aproximei-me de um dos que estavam próximos e procurei saber dele a
verdade de todas essas coisas. E ele me contou a verdade, fazendo-me saber a
interpretação destas coisas:
17 Estes quatro animais são quatro reinos que se levantarão na terra,
18 e que serão tirados; mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão
para todo o sempre.
19 Então, perguntei, acuradamente, a respeito do quarto animal, pois ele diferia de
todos os outros animais, sendo mui terrível. Os seus dentes eram de ferro e as suas
garras de bronze, devorando e fazendo totalmente em pedaços, e pisoteando o
restante com os seus pés.
20 E perguntei a respeito dos dez chifres que tinha na sua cabeça, e do outro que
subiu, arrancando alguns dos primeiros, o qual tinha olhos e uma boca que falava
grandes coisas, sendo a sua aparência mais ousada do que a dos outros.
21 Vi também que esse chifre fazia guerra contra os santos, prevalecendo contra
eles,
22 até que o Ancião de dias veio e concedeu o juízo aos santos do Altíssimo. Chegou
o tempo, e os santos possuíram o reino.
23 E ele disse: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual deverá
sobressair a todos os outros reinos e devorará a toda a terra, atropelando e
destruindo.
24 Os seus dez chifres são dez reis que se levantarão. E depois deles se levantará
outro, que deverá ultrapassar a todos os anteriores em maldade, e abaterá a três
reis.
25 Proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo. Cuidará
em mudar os tempos e a lei, e o poder será entregue na sua mão por um tempo,
dois tempos e metade de um tempo.
26 Mas o tribunal assentou-se, e eles tiraram o seu domínio para aboli-lo e destruí-lo
completamente.
27 Então, o reino, o poder e a grandeza dos reis que estão debaixo de todo o céu foi
dada aos santos do Altíssimo. O seu reino é um reino eterno, e todos os domínios o
servirão e obedecerão.
28 Aqui, o fim do assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos me
perturbaram muito, e o meu semblante mudou-se. Mas guardei o assunto no meu
coração.
Daniel - Capítulo 8
1 No terceiro ano do reinado do rei Belsazar, uma visão apareceu para mim, Daniel,
depois daquela que me apareceu no princípio.
2 Estava eu em Susã, no palácio que está na terra de Elão, encontrando-me na
margem do rio Ulai.
3 Levantei os meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava em pé diante do Ulai.
Tinha ele grandes chifres, e um era mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por
último.
4 Vi o carneiro dando marradas para o oeste, para o norte e para o sul; nenhum
animal podia estar diante dele e não havia quem pudesse livrar-se do seu poder,
mas ele fazia conforme a sua vontade, engrandecendo-se.
5 Estava eu considerando nisto, e eis que um bode vinha do sudoeste sobre a face
de toda a terra, contudo não tocava a terra; e aquele bode tinha um chifre entre os
olhos.
6 E veio em direção ao carneiro que tinha os chifres, o qual eu tinha visto em pé
diante do Ulai, correndo para ele com a violência de sua força.
7 Vi-o chegando perto do carneiro, enfurecido contra ele. E feriu o carneiro,
quebrando seus dois chifres; e não havia força no carneiro para resistir-lhe, mas
lançou-o no chão e pisou em cima dele; e não houve quem pudesse livrar o carneiro
da sua mão.
8 Então, o bode cresceu muito. E, quando ele estava fortalecido, o seu grande chifre
foi quebrado e outros quatro chifres se levantaram em seu lugar, para os quatro
ventos do céu.
9 De um deles saiu um chifre forte, o qual ficou muito grande na direção do sul, do
oriente e do norte,
10 engrandecendo-se contra as estrelas do céu; e derrubou por terra algumas delas,
pisoteando-as,
11 até o comandante-em-chefe libertar o cativeiro. Fez ele com que o monte eterno
fosse sacudido e removido o seu lugar, e que o seu sacrifício fosse lançado ao chão;
e prosperou. E o lugar santo foi desolado;
12 uma oferta pecaminosa foi dada como sacrifício, e a justiça foi lançada ao chão. E
ele o fez, e prosperou.
13 Então, ouvi um santo que falava. E outro santo disse àquele que falava: Até
quando durará a visão, a remoção do sacrifício e a introdução do pecado da
desolação? E por quanto tempo o santuário será pisoteado?
14 E respondeu-lhe ele: As tardes e as manhãs deverão ser dois mil e quatrocentos
dias; e, então, o santuário será purificado.
15 E aconteceu que quando eu, Daniel, tive aquela visão e procurei entendê-la, eis
que se apresentou diante de mim como a aparência de um homem.
16 E ouvi uma voz de homem entre as margens do Ulai. E ele clamou, dizendo:
Gabriel, faze com que este homem entenda a visão.
17 Então, ele veio, ficando perto de onde eu estava; e, quando ele se aproximou,
fiquei cheio de temor, caindo sobre o meu rosto. Mas ele me disse: Entende, filho
do homem, porque a visão é ainda para o tempo determinado.
18 E, enquanto ele falava comigo, caí com o rosto em terra; mas ele me tocou,
pondo-me sobre os meus pés.
19 E disse-me: Eis que eu te faço saber as coisas que hão de acontecer no término da
ira. Pois a visão é para o tempo determinado.
20 Aquele carneiro que viste, o qual tinha os chifres, é o rei dos medos e persas.
21 O bode é o rei dos gregos, e o grande chifre que tinha entre os olhos, este é o
primeiro rei.
22 E quanto àquele que foi quebrado, em cujo lugar se levantaram quatro chifres,
quatro reis se levantarão daquela nação, mas não com a sua mesma força.
23 E no fim dos seus reinados, quando os seus pecados estiverem se completando,
haverá de surgir um rei de aparência ousada e entendedor de enigmas.
24 O seu poder será grande e destruirá maravilhosamente, e prosperará fazendo
grandes coisas, destruindo homens poderosos e o povo santo.
25 O jugo das suas cadeias prosperará, pois haverá artifícios em suas mãos. E se
engrandecerá em seu coração. Por seus artifícios destruirá a muitos, e levantar-se-á
para a destruição de muitos, esmagando-os como ovos na sua mão.
26 Todavia, a visão da tarde e da manhã, que foi mostrada, é verdadeira. Tu, porém,
sela a visão; pois é, ainda, para muitos dias.
27 Então, eu, Daniel, adormeci e estive doente. E levantei-me, indo tratar dos
negócios do rei. E perguntava-me a respeito da visão, mas não havia ninguém que a
entendesse.
Daniel - Capítulo 9
1 No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual reinou
sobre o reino dos caldeus,
2 eu, Daniel, entendi pelos livros o número de anos dados pela palavra do Senhor ao
profeta Jeremias, ou seja, setenta anos para a completude da desolação de
Jerusalém.
3 Então, eu voltei o meu rosto em direção ao Senhor Deus para buscá-lo
diligentemente pela oração e súplicas, com jejum e pano de saco.
4 E orei ao Senhor meu Deus, fazendo confissão, dizendo: Ó Senhor, grande e
maravilhoso Deus, que manténs a tua aliança e a tua misericórdia para com os que
te amam e para com os que guardam os teus mandamentos! Temos pecado,
5 temos praticado a iniquidade; nós transgredimos, afastando-nos e nos desviando
dos teus mandamentos e dos teus juízos,
6 e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, os quais falaram em teu nome
aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, como também a todo o
povo da terra.
7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, e a nós a vergonha de nosso rosto, como hoje se
vê; aos homens de Judá, aos moradores de Jerusalém e a todo o Israel, aos que
estão perto como aos que estão longe, em toda a terra, onde quer que tu os
espalhaste por causa do pecado que cometeram.
8 Em ti, ó Senhor, está a nossa justiça, e a nós pertence a vergonha de nosso rosto,
a nossos reis, a nossos príncipes e a nossos pais, porquanto pecamos.
9 A ti, Senhor nosso Deus, pertencem as misericórdias e o perdão, ainda que nos
apartamos de ti.
10 Não demos ouvidos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, as
quais ele nos deu por intermédio das mãos de seus servos, os profetas.
11 Também todo o Israel transgrediu a tua lei, e recusaram-se a ouvir a tua voz. Por
isso a maldição se abateu sobre nós, o juramento que está escrito na lei de Moisés,
servo de Deus; porque pecamos contra ele.
12 Então, ele confirmou a sua palavra, a qual falou contra nós e contra os nossos
juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós grandes males, tais como não tem
acontecido semelhantes debaixo de todo o céu, de acordo com tudo o que
aconteceu em Jerusalém.
13 Conforme está escrito na lei de Moisés, todos estes males tem vindo sobre nós.
Ainda não temos, porém, suplicado ao Senhor, nosso Deus, para nos afastarmos das
nossas iniquidades e ter entendimento em toda a sua verdade.
14 O Senhor também tem observado isto, trazendo estes males sobre nós, porque o
Senhor nosso Deus é justo em toda a obra que tem executado. Porém, não deram
ouvidos à sua voz.
15 E agora, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão
poderosa e fizeste para ti mesmo um nome, como hoje se vê: nós pecamos, nós
transgredimos!
16 Ó Senhor, a tua misericórdia é sobre tudo. Desvia, peço-te, a tua ira e a tua cólera
da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque temos pecado e, por causa
das nossas iniquidades e das dos nossos pais Jerusalém e o teu povo tornaram-se
um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17 Agora, ó Senhor, nosso Deus, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas,
fazendo brilhar o teu rosto sobre o teu santuário assolado. Por tua causa, ó Senhor!
18 Inclina o teu ouvido, ó meu Deus, e ouve; abre os teus olhos e vê a nossa
desolação e a da tua cidade, na qual o teu nome é invocado. Pois não trazemos o
nosso caso lamentável diante de ti sobre a base da nossa justiça, mas na das tuas
múltiplas misericórdias, ó Senhor!
19 Ouve, ó Senhor; sê propício, ó Senhor; atende, ó Senhor. Não te demores, ó meu
Deus, por tua causa, porque o teu nome é invocado sobre a tua cidade e sobre o teu
povo.
20 Enquanto eu estava ainda falando, orando e confessando meus pecados e os
pecados de meu povo Israel, e trazendo o meu caso lamentável diante do Senhor,
meu Deus, a respeito da montanha sagrada;
21 sim, enquanto eu estava ainda falando em oração, eis que o homem Gabriel, que
eu tinha visto na minha visão, no início, veio voando e tocou-me, à hora do sacrifício
da tarde.
22 Ele me instruiu e falou comigo, dizendo: Daniel, saí agora para para dar-te
compreensão.
23 No início de tua súplica a palavra saiu, e eu vim para falar-te, porque és um
homem mui amado. Portanto, considera a questão e entende a visão:
24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a cidade santa
para dar fim ao pecado e selar as transgressões, para apagar as iniquidades,
fazendo expiação por elas, para trazer a justiça eterna e levar à um fim a visão e a
profecia, e para ungir o Santo dos Santos.
25 Tu, porém, o saberás e compreenderás que desde a saída da ordem para a
resposta e a construção de Jerusalém até o Cristo, o príncipe, haverão sete semanas
e sessenta e duas semanas. Retornará o tempo, e as ruas e os muros serão
construídos. E os tempos se cumprirão.
26 Depois de sessenta e duas semanas o ungido será retirado, sem que haja contra
ele juizo. O rei das nações destruirá a cidade, depois do Cristo, mas o seu fim
chegará com grande ira; como um dilúvio chegará, e até o fim da curta guerra ele
destinará a cidade para ser desolada.
26 And after the sixty-two weeks, the anointed one shall be destroyed, and there is
no judgment in him: and he shall destroy the city and the sanctuary with the prince
that is coming: they shall be cut off with a flood, and to the end of the war which is
rapidly completed he shall appoint [the city] to desolations.
27 Fortalecer-se-á a aliança com muitos, e outra vez retornará; e a cidade será
reconstruída em sua largueza e comprimento, no fim dos tempos. Por uma semana
ele fará aliança com muitos, contudo no meio da semana meu sacrifício e oferta de
libações serão retirados; e no templo encontrar-se-á a abominação das desolações.
Mas no final do tempo um fim será dado à desolação.
Daniel - Capítulo 10
1 No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, algo foi revelado a Daniel, cujo nome fora
chamado Beltessazar. A coisa era verdadeira, e grande poder e compreensão da
visão foi dada para ele.
2 Naqueles dias eu, Daniel, estive pranteando por três semanas inteiras.
3 Não comi pão agradável nem carne nem vinho entraram na minha boca, e não me
ungi com óleo até as três semanas inteiras haverem sido completadas.
4 No dia vinte e quatro do primeiro mês estava eu perto do grande rio Tigre, o qual
é Hidequel.
5 Levantei os meus olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho; e os seus
lombos estavam cingidos com ouro de Ufaz.
6 Seu corpo era como o berilo e o seu rosto tinha a aparência de um relâmpago; os
seus olhos eram como tochas de fogo, os seus braços e pernas tinham um brilho
semelhante ao do bronze. A voz das suas palavras era como a voz de uma multidão.
7 Somente eu, Daniel, tive a visão, mas os homens que estavam comigo não a viram;
contudo um grande espanto caiu sobre eles e fugiram, amedrontados.
8 Fiquei, pois, eu só a contemplar aquela grande visão, e não havia mais forças em
mim; a minha glória tornou-se em corrupção, e não tive mais poder algum.
9 Entretanto, ouvi a voz das suas palavras. E quando o ouvi senti um aperto no
coração, caindo com o meu rosto em terra.
10 E eis que uma mão me tocou, pondo-me de joelhos.
11 E ele me disse: Daniel, homem mui amado, entende as palavras as quais te digo e
põe-te de pé, porquanto fui, agora, enviado a ti. E tendo ele falado comigo esta
palavra pus-me em pé, tremendo.
12 E disse-me ele: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que puseste o
teu coração a compreender e a afligir-te perante o Senhor, teu Deus, tuas palavras
foram ouvidas; e eu vim por causa destas tuas palavras.
13 Todavia, o príncipe do reino da Pérsia resistiu-me por vinte e um dias. Mas eis que
Miguel, um dos príncipes, veio para ajudar-me, e eu o deixei ali com o chefe do reino
dos persas,
14 vindo para informar-te de tudo o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias.
Porque a visão é ainda para muitos dias.
15 E quando ele falou comigo de acordo com essas palavras virei o rosto para o
chão, sentindo um aperto no meu coração.
16 Mas eis que algo semelhante a um filho do homem tocou-me os lábios; então,
abri a minha boca e falei, dizendo ao que estava diante de mim: Ó meu Senhor, por
causa da tua visão minhas entranhas se reviraram dentro de mim, e não tenho
forças.
17 Como poderá o teu servo, ó meu Senhor, falar com o meu senhor? Pois, quanto a
mim, desde agora força nenhuma me resta, e não há mais fôlego em mim.
18 E tocou-me, outra vez, como se fosse a aparência de um homem, fortalecendo-
me;
19 e disse-me: Não temas, homem muito amado! Paz seja contigo. Age como um
homem, e sê forte. E quando ele falou comigo recebi força, e disse: Que o meu
senhor fale, porquanto me fortaleceste.
20 E ele disse: Sabes por que vim a ti? Agora, contudo, retornarei para lutar com o
príncipe dos persas. Pois, quando eu estava entrando, o príncipe dos gregos veio.
21 Mas direi a ti o que está ordenado na escritura da verdade. E ninguém há que
esteja ao meu lado para lutar contra aqueles a não ser Miguel, vosso príncipe.
Daniel - Capítulo 11
Daniel - Capítulo 12
1 Naquele tempo Miguel, o grande príncipe, se levantará, aquele que está sobre os
filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, tribulação tal como nunca
aconteceu desde o tempo em que houve uma nação sobre a terra até aquele
momento. Naquele tempo o teu povo será liberto, todo aquele que está escrito no
livro.
2 Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna,
outros para a reprovação e vergonha eternas.
3 Os sábios resplandecerão como os grandes luminares do firmamento, e dos
muitos justos, os que prevalecem nas minhas palavras, como as estrelas, para
sempre e sempre.
4 Mas tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro para o tempo do fim, até
que muitos sejam ensinados e o conhecimento aumente.
5 Então, eu, Daniel, olhei, e eis que dois outros estavam de pé, um de um lado da
margem do rio, e o outro do outro lado.
6 E um deles perguntou ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do
rio: Quando se dará o cumprimento das maravilhas que mencionaste?
7 Ouvi falar, em seguida, o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do
rio. Levantou ele a sua mão direita e a sua esquerda para o céu, e jurou por aquele
que vive para sempre que isto deveria ser por um tempo e tempos e metade de um
tempo. Quando a dispersão estiver encerrada eles entenderão todas essas coisas.
8 Eu ouvi, contudo não entendi; então, disse: Senhor, qual será o fim destas coisas?
9 E ele me respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas
até o tempo do fim.
10 Muitos deverão ser testados e completamente embranquecidos, provados pelo
fogo e santificados. Todavia, os transgressores irão transgredir, e nenhum deles
entenderá. Os sábios, no entanto, entenderão.
11 Desde o tempo da remoção do sacrifício perpétuo, quando será estabelecida a
abominação da desolação, haverá ainda mil duzentos e noventa dias.
12 Bem-aventurado é aquele que espera e chega aos mil trezentos e trinta e cinco
dias.
13 Mas tu, vai e descansa, pois há ainda dias e estações para o cumprimento do fim;
e estabelecer-te-ás na tua herança, no final dos dias.
1 Então, Azarias levantou-se e orou, desta maneira. Abrindo a sua boca no meio do
fogo, ele disse:
2 Bem-aventurado és Tu, ó Senhor, Deus de nossos pais. Teu nome é digno de ser
louvado e glorificado para sempre,
3 porque és justo em todas as coisas que tens operado para conosco. Sim,
verdadeiras são todas as tuas obras; teus caminhos são retos e todos os teus juízos
são verdade.
4 Em todas as coisas que fizeste sobre nós e Jerusalém, a cidade santa de nossos
pais, tens agido com verdadeira justiça, porque de acordo com a verdade e o juízo é
que tens trazido todas essas coisas sobre nós, por causa dos nossos pecados.
5 Porque pecamos e cometemos iniquidade, afastando-nos de ti.
6 Em todas as coisas nos temos rebelado, e não obedecemos aos teus
mandamentos nem os mantivemos, tampouco temos feito como nos ordenaste,
para que tudo possa ir bem conosco.
7 Pois tudo o que trouxeste sobre nós, e cada coisa que fizeste para nós, tu o fizeste
em juízo verdadeiro.
8 Entregaste-nos nas mãos dos inimigos sem lei, os mais odiosos inimigos de Deus, e
a um rei injusto, o mais perverso em todo o mundo.
9 Agora, pois, não podemos abrir a nossa boca e tornamo-nos uma vergonha e um
opróbrio para os teus servos e para todos os que te adoram.
10 Contudo, não nos entregues totalmente, por causa do teu nome, nem invalides o
teu pacto;
11 não deixes a tua misericórdia afastar-se de nós, por causa do teu amado, Abraão,
por causa do teu servo, Isaque, e por causa do teu santo Israel
12 com quem falaste e para quem prometeste que irias multiplicar a sua
descendência como as estrelas do céu e como a areia que se encontra na praia do
mar.
13 Pois que nós, ó Senhor, tornamo-nos menores do que qualquer nação e somos
mantidos em servidão, neste dia, em todo o mundo, por causa de nossos pecados.
14 E não há neste momento príncipe, profeta ou líder, nem holocausto, sacrifício,
oblação, incenso ou lugar para sacrificar diante de ti e encontrar misericórdia.
15 No entanto, em um coração contrito e com um espírito humilde seremos aceitos.
16 Tal como holocaustos de carneiros e bois, e de dez milhares de cordeiros gordos,
assim seja aceito o nosso sacrifício aos teus olhos neste dia, e concede que
possamos inteiramente seguir-te, porquanto não será confundido aquele que
colocar a sua confiança em ti.
17 Agora, pois, iremos seguir-te com todo o nosso coração, temeremos a ti e
buscaremos a tua face.
18 Não nos deixes ser envergonhados, mas lida conosco segundo a tua benignidade
e segundo a multidão das tuas misericórdias.
19 Livra-nos, ainda, de acordo com as tuas obras maravilhosas, e dá glória ao teu
nome, ó Senhor. E que todos os que ferem os teus servos se envergonhem,
20 sejam confundidos em toda a sua força e poder, e a sua força seja quebrada.
21 Saibam eles que tu és Deus, o único Deus, glorioso em todo o mundo!
22 Entretanto, os servos do rei que os haviam lançado abaixo não cessavam de fazer
o forno mais quente com resina, breu, estopa e lenha,
23 de modo que a chama fluiu acima do forno por quarenta e nove côvados.
24 Ultrapassou ela o forno, queimando os caldeus que encontrou sobre ele.
25 Porém o anjo do Senhor desceu para o forno, para junto de Azarias e seus
companheiros, abatendo a chama do fogo dentro dele,
26 e fazendo surgir no meio do forno um vento úmido e assobiante, de modo que o
fogo não lhes alcançou nem um pouco, tampouco os feriu ou perturbou.
27 Então, os três, com uma só boca louvaram, glorificaram e abençoaram a Deus na
fornalha, dizendo:
28 Bendito és tu, ó Senhor Deus de nossos pais, e digno de ser louvado e exaltado
acima de tudo, para sempre.
29 Bem-aventurado é o teu glorioso e santo nome, e digno de ser louvado e
exaltado acima de tudo, para sempre.
30 Bendito és tu no templo da tua santa glória, e digno de ser louvado e glorificado
acima de tudo, para sempre.
31 Bem-aventurado és tu que vês as profundezas, assentado sobre os querubins, e
digno de ser louvado e exaltado acima de tudo, para sempre.
32 Bendito és tu no trono glorioso do teu reino, e digno de ser louvado e glorificado
acima de tudo, para sempre.
33 Bem-aventurado és no firmamento dos céus, e digno de ser louvado e glorificado
acima de tudo, para sempre.
34 Ó vós, todas as obras do Senhor, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima
de tudo, para sempre;
35 Ó céus, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para sempre.
36 Ó anjos do Senhor, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
37 Ó vós, conjunto das águas que estais sobre os céus, bendizei ao Senhor. Louvai-o
e exaltai-o acima de tudo, para sempre.
38 Ó vós, todos os poderes do Senhor, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o
acima de tudo, para sempre.
39 Ó vós, sol e lua, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
40 Ó vós, estrelas do céu, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo,
para sempre.
41 Ó vós, cada chuva e orvalho, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de
tudo, para sempre.
42 O vós, todos os ventos, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo,
para sempre,
43 Ó vós, fogo e calor, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
44 Ó vós, inverno e verão, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo,
para sempre.
45 Ó vós, orvalhos e tempestades de neve, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o
acima de tudo, para sempre.
46 Ó vós, noites e dias, bendizei ao Senhor. Bendizei-o e exaltai-o acima de tudo,
para sempre.
47 Ó vós, luz e trevas, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
48 Ó vós, gelo e frio, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
49 Ó vós, geada e neve, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
50 Ó vós, relâmpagos e nuvens, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de
tudo, para sempre.
51 Ó que a terra abençoe ao Senhor! Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
52 Ó vós, montes e outeiros, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo,
para sempre.
53 Ó vós, tudo que cresce sobre a terra, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o
acima de tudo, para sempre.
54 Ó vós, montanhas, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
55 Ó vós, mares e rios, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
56 Ó vós, baleias e tudo o que se move nas águas, bendizei ao Senhor. Louvai-o e
exaltai-o acima de tudo, para sempre.
57 Ó todas vós, aves do céu, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo,
para sempre.
58 Ó todos vós, animais e gado, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de
tudo, para sempre.
59 Ó vós, filhos dos homens, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo,
para sempre.
60 Ó vós, Israel, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo, para
sempre.
61 Ó vós, sacerdotes do Senhor, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de
tudo, para sempre.
62 Ó vós, servos do Senhor, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima de tudo,
para sempre.
63 Ó vós, espíritos e almas dos justos, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima
de tudo, para sempre.
64 Ó vós, homens santos e humildes de coração, bendizei ao Senhor. Louvai-o e
exaltai-o acima de tudo, para sempre.
65 Ó vós, Hananias, Azarias e Misael, bendizei ao Senhor. Louvai-o e exaltai-o acima
de tudo, para sempre, porque ele nos tirou do inferno e nos salvou das mãos da
morte, livrando-nos do meio da fornalha e da chama ardente; do meio do fogo ele
nos livrou.
66 Dai graças ao Senhor, porque ele é misericordioso, porque a sua benignidade
dura para sempre.
67 Ó todos vós que adorais ao Senhor, bendizei o Deus dos deuses! Louvai-o e dai-
lhe graças, porque a sua benignidade dura para sempre.
A História de Suzana
1 Morava na Babilônia um homem chamado Joaquim,
2 o qual tomou uma esposa cujo nome era Susana, filha de Hilquias, mulher muito
bela e temente a Deus.
3 Seus pais também eram justos, e haviam ensinado a sua filha de acordo com a lei
de Moisés.
4 Era Joaquim um homem muito rico, tendo um belo jardim junto à sua casa. Para
ele recorriam os judeus, porque era o mais nobre de todos eles.
5 Num certo ano foram nomeados dois dos anciãos do povo para serem juízes,
conforme o Senhor já falara a respeito, que a maldade procede de Babilônia, de
juízes antigos que parecem governar o povo.
6 Permaneciam eles muito tempo na casa de Joaquim, e todos os que tinham
qualquer processo com a lei vinham-lhes ao encontro.
7 Ora, quando o povo se afastava, ao meio-dia, Susana ia para o jardim de seu
marido, para caminhar.
8 Os dois anciãos a viam indo, todos os dias, para caminhar. E o seu desejo foi
inflamado em direção a ela.
9 Então, eles perverteram a sua própria mente e desviaram os seus olhos, de modo
que já não podiam olhar para o céu nem lembravam dos julgamentos.
10 E ainda que ambos haviam sido feridos pelo amor, não ousavam demonstrar a
sua dor um para o outro,
11 pois tinham vergonha de declarar o seu desejo, desejando relacionar-se com ela.
12 No entanto eles vigiavam diligentemente, dia à dia, para vê-la.
13 E um deles disse para o outro: Vamos, agora, voltar para casa, pois é hora do
jantar.
14 Então, quando foram embora, eles se separaram um do outro e, voltando-se,
tornaram para o mesmo lugar. E depois de haverem perguntado um ao outro a
causa disto, reconheceram a sua sensualidade. E combinaram uma ocasião para
estarem os dois juntos, quando poderiam encontrá-la sozinha.
15 Passou-se o tempo, enquanto eles aguardavam um momento oportuno, até que
ela entrou, como sempre, com apenas duas servas, desejando banhar-se no jardim;
pois o tempo estava quente.
16 E não havia mais ninguém lá, salvo os dois anciãos que se tinham escondido e
observavam.
17 E disse ela às suas servas: Trazei-me óleo e sabonete, e fechai as portas do jardim
para que eu possa banhar-me.
18 Então, fizeram o que ela mandara, fechando as portas do jardim e saindo por
portas escondidas para buscar as coisas que ela lhes havia ordenado. Entretanto,
não enxergaram os anciãos, pois estavam escondidos.
19 Ora, quando as servas saíram, os dois anciãos levantaram-se e correram para ela,
dizendo-lhe:
20 Eis que as portas do jardim estão fechadas e ninguém pode ver-nos, e estamos
enamorados de ti; consente, portanto, e deita-te conosco!
21 Se não o fizeres iremos testemunhar contra ti dizendo que um jovem estava
contigo e, por este motivo, enviaste as tuas servas para longe de ti.
22 Então, Suzana suspirou, e disse: Estou angustiada por todos os lados. Pois se fizer
isso, é morte para mim. Porém, se eu não o fizer, não poderei escapar de vossas
mãos.
23 É melhor para mim cair em vossas mãos, e não fazê-lo, do que ter pecado aos
olhos do Senhor.
24 Com isso, Suzana clamou com grande voz. E os dois anciãos gritaram contra ela.
25 E um deles desatou a correr, abrindo a porta do jardim.
26 Assim que os criados da casa ouviram o grito no jardim eles correram para a
porta escondida, para ver o que havia acontecido com ela.
27 Todavia, quando os anciãos contaram a sua história, os servos ficaram
sobremaneira envergonhados, porque nunca relato semelhante havia sido feito a
respeito de Suzana.
28 E sucedeu, no dia seguinte, quando as pessoas estavam reunidas com o seu
marido Joaquim, que os dois anciãos vieram também, cheios de imaginação
maliciosa contra Suzana, para colocá-la à morte.
29 E disseram, diante do povo: Mandai buscar Suzana, filha de Hilquias, esposa de
Joaquim! E mandaram buscá-la.
30 Então, ela veio com seu pai e sua mãe, seus filhos e todos os seus parentes.
31 Suzana era uma mulher muito delicada e bela de se contemplar,
32 e aqueles homens malvados ordenaram-lhe descobrir o seu rosto (pois estava
coberta) para que pudessem extasiar-se com a sua beleza.
33 Logo, os seus amigos e todos os que a viram choraram.
34 Então, os dois anciãos se levantaram no meio do povo, e puseram as mãos sobre
as suas cabeças.
35 No entanto, ela, chorando, olhou para o céu, pois o seu coração confiava no
Senhor.
36 E os anciãos disseram: Eis que entramos no jardim sozinhos, e esta mulher
entrou, depois, com duas servas, fechando as portas do jardim e mandando embora
as suas servas.
37 E um jovem que estava escondido veio ao encontro dela, deitando-se com ela.
38 Então, nós, que nos encontrávamos em um canto do jardim, vendo essa maldade
corremos para eles.
39 Porém, quando os vimos juntos, ao homem não conseguimos segurar, porque
era mais forte do que nós, e abrindo a porta correu para fora.
40 Tendo apanhado essa mulher, perguntamos-lhe quem era o jovem que lá estava,
mas ela não nos quis dizer. Essas coisas vos testemunhamos.
41 E a assembléia acreditou neles, por serem eles os anciãos e juízes do povo. Assim,
eles a condenaram à morte.
42 Então, Suzana clamou com grande voz, e disse: Ó eterno Deus, que conheces
todos os segredos e sabes todas as coisas antes que aconteçam!
43 Tu conheces que eles deram falso testemunho contra mim, e eis que devo
morrer, apesar de que nunca fiz coisas tais como as que estes homens,
maliciosamente, inventaram contra mim!
44 E o Senhor ouviu a sua voz.
45 Por conseguinte, quando ela estava sendo levada para ser condenada à morte o
Senhor despertou o espírito santo de um jovem que se chamava Daniel,
46 o qual gritou em alta voz, dizendo: Estou limpo do sangue desta mulher!
47 Imediatamente, todo o povo voltou-se em sua direção, e falaram: Que significam
estas palavras que disseste?
48 Então, ele, ficando em pé no meio deles, disse: Estai vós tão tolos, ó filhos de
Israel, que sem exame ou conhecimento da verdade condenastes uma filha de
Israel?
49 Voltai, novamente, ao lugar de julgamento. Pois que apresentaram falso
testemunho contra ela.
50 Então, todas as pessoas voltaram às pressas, e os anciãos disseram-lhe: Vem,
assenta-te no meio de nós e mostra-nos isto, pois parece que Deus te concedeu a
honra de um presbítero!
51 E Daniel falou-lhes: Colocai estes dois afastados um do outro, e irei interrogá-los.
52 E quando eles foram separados um do outro, ele chamou um deles, e disse-lhe: Ó
tu, que és velho na maldade, agora os teus pecados, os quais tens cometido desde
outrora, estão vindo à luz!
53 Pois pronunciaste falso julgamento, condenaste o inocente e deixaste ir, livres,
os culpados, ainda que o Senhor diz: O inocente e o justo tu não os matarás.
54 Agora, pois, se tu a viste, dize-me, sob qual árvore os viste juntos? E ele
respondeu: Sob uma aroeira!
55 E Daniel disse: Muito bem. Tu mentiste contra a tua própria cabeça, pois já agora
o anjo de Deus recebeu a sentença de dele para cortar-te em dois!
56 Então, ele o colocou de lado e mandou trazer o outro, dizendo-lhe: Ó
descendência de Canaã e não de Judá, a beleza enganou-te e o desejo perverteu o
teu coração.
57 Assim tendes lidado com as filhas de Israel, e elas, por medo coabitaram
convosco! Porém, a filha de Judá não iria consentir com a vossa maldade.
58 Agora, pois, dize-me, sob qual árvore os viste juntos? E ele respondeu: Debaixo
de uma azinheira!
59 Então, Daniel disse-lhe: Muito bem. Também tu mentiste contra a tua própria
cabeça, pois o anjo de Deus espera com a sua espada para cortar-te em dois e
destruir-te!
60 Com isso toda a congregação gritou em alta voz e louvou a Deus que livra
aqueles que nele confiam.
61 E levantaram-se contra os dois anciãos, porquanto Daniel os tinha condenado por
falso testemunho, pela sua própria boca.
62 E, de acordo com a lei de Moisés, fizeram-lhes da maneira que eles,
maliciosamente, pretendiam fazer ao seu próximo. E puseram-nos à morte. Desta
forma o sangue inocente foi liberto, naquele dia.
63 Portanto, Hilquias e sua mulher louvaram a Deus por sua filha Suzana, com
Joaquim, seu marido, e toda a sua parentela, porque não havia sido encontrada nela
desonestidade alguma.
64 E daquele dia em diante Daniel foi tido em grande reputação aos olhos do povo.
Bel e o dragão
1 O Rei Astiages foi congregado aos seu pais, e Ciro da Pérsia herdou o seu reino.
2 E Daniel falou com o rei, sendo honrado por ele acima de todos os seus amigos.
3 Tinham os babilônios um ídolo chamado Bel, e eram gastos com ele, todos os dias,
doze grandes medidas de flor de farinha, quarenta ovelhas e seis odres de vinho.
4 O rei o adorava e entrava diariamente para reverenciá-lo, mas Daniel adorava ao
seu próprio Deus. E o rei disse-lhe: Por que não adoras a Bel?
5 E respondeu ele, dizendo: Porque não posso adorar a ídolos feitos por mãos
humanas, mas tão somente ao Deus vivo, o qual criou o céu e a terra e tem
soberania sobre toda a carne.
6 Então, disse-lhe o rei: Pensas tu que Bel não é um Deus vivo? Não vês o quanto ele
come e bebe todos os dias?
7 Daniel sorriu, e disse: Ó rei, não te enganes, porque aquilo não é senão barro por
dentro e bronze externamente, e nunca comeu nem bebeu qualquer coisa.
8 Então, o rei se indignou e apelou para os seus sacerdotes, dizendo-lhes: Se vós
não me disserdes quem é que devora essas coisas havereis de morrer!
9 Porém, se puderdes certificar-me que é Bel quem as devora, então Daniel
morrerá, porque tem falado blasfêmias contra Bel. E Daniel disse ao rei: Seja de
acordo com a tua palavra.
10 Ora, os sacerdotes de Bel eram setenta, junto com as suas esposas e filhos. E o rei
foi com Daniel ao templo de Bel.
11 Os sacerdotes de Bel, então, disseram: Eis que nós sairemos, mas tu, ó rei, dispõe
a carne e o vinho, e fecha a porta imediatamente, selando-a com o teu próprio
sinete.
12 Amanhã, quando vieres, se encontrares que Bel não comeu tudo sofreremos a
morte; ou, do contrário, será Daniel que a sofrerá, o qual fala falsamente contra
nós.
13 E eles pouco ficaram preocupados, pois debaixo da mesa se tinha feito uma
entrada secreta pela qual eles entravam continuamente e consumiam essas coisas.
14 Logo, quando eles saíram, o rei colocou as carnes diante de Bel. Mas Daniel deu
ordem aos seus servos para trazerem cinzas, e eles as espalharam por todo o
templo, na presença do rei somente. Saíram, então, e fecharam a porta, selando-a
com o selo do rei. E assim eles partiram.
15 Ora, no meio da noite vieram os sacerdotes com as suas mulheres e filhos,
conforme estavam acostumados a fazer, e comeram e beberam tudo.
16 Pela manhã, bem cedo, o rei se levantou, e Daniel também.
17 E disse o rei a Daniel: O selo está inviolado? E ele disse: Sim, ó rei, está inviolado.
18 Porém, tão logo ele abriu a porta o rei olhou para a mesa e clamou com grande
voz, dizendo: Grande és tu, ó Bel, e não há em ti dolo algum!
19 Então, Daniel riu e reteve o rei para que ele não entrasse imediatamente,
dizendo-lhe: Olha agora o pavimento, e nota bem de quem são estas pegadas!
20 E disse o rei: Vejo pegadas de homens, mulheres e crianças. Depois disto, o rei
ficou muito irado,
21 e tomou os sacerdotes, com suas mulheres e filhos, os quais lhe mostraram as
portas secretas por onde eles entravam e consumiam as coisas que estavam em
cima da mesa.
22 Então, o rei os matou, entregando Bel em poder de Daniel, para que ele e o seu
templo fossem destruídos.
23 Entretanto, no mesmo lugar havia um grande dragão que os habitantes de
Babilônia adoravam.
24 E disse o rei a Daniel: Irás dizer-me que também este é de bronze? Eis que ele
vive, e come e bebe! Não poderás dizer que ele não é um deus vivo. Portanto,
adora-o.
25 E Daniel falou ao rei, dizendo: Adorarei ao Senhor meu Deus, porque ele é o Deus
vivo.
26 Mas permita-me, ó rei, e irei matar este dragão sem espada ou qualquer pessoa
para ajudar-me! E o rei disse-lhe: Dou-te permissão.
27 Então, Daniel tomou breu, gordura e cabelos e os ferveu juntos, fazendo
pequenas porções do resultado, as quais colocou na boca do dragão. E, assim, o
dragão estourou, e Daniel disse: Eis que estes são os deuses que vós adorais!
28 Quando os habitantes da Babilônia ouviram isso eles se indignaram muito e
conspiraram contra o rei, dizendo: O rei tornou-se judeu! Ele destruiu a Bel, feriu o
dragão e condenou os sacerdotes à morte.
29 Então, eles vieram ao rei, e disseram-lhe: Entrega-nos Daniel, senão iremos
destruir a ti e a tua casa!
30 Ora, quando o rei viu que o pressionavam muito, sentindo-se constrangido,
entregou-lhes Daniel.
31 E eles o lançaram na cova dos leões, onde ele ficou durante seis dias.
32 Havia na cova sete leões e eles costumavam dar-lhes, todos os dias, duas
carcaças e duas ovelhas, as quais naquela ocasião não lhes foram dadas para que
devorassem logo a Daniel.
33 Ora, havia entre os judeus um profeta chamado Habacuque, o qual havia feito
um guisado; e, colocando pedaços de pão em uma tigela, estava indo para o campo,
para levá-los aos ceifeiros.
34 Mas o anjo do Senhor disse a Habacuque: Vai, e leva o jantar que tens para a
Babilônia, para Daniel, que está na cova dos leões.
35 E Habacuque disse: Senhor, eu nunca vi a Babilônia, nem sei onde é esta cova!
36 Então, o anjo do Senhor tomou-o pela cabeça, pegando no seu cabelo, e através
da força de seu espírito colocou-o em Babilônia, sobre a cova.
37 E Habacuque clamou, dizendo: Ó Daniel, Daniel, toma o teu jantar, que Deus te
enviou!
38 E Daniel disse: Tens lembrado de mim, ó Deus, e não desamparaste os que te
buscam e amam!
39 Então, Daniel se levantou e comeu, e o anjo do Senhor pôs novamente
Habacuque em seu próprio lugar, no mesmo instante.
40 Ao sétimo dia o rei saiu para lamentar a Daniel, mas quando ele veio para a cova,
olhou e eis que Daniel estava assentado.
41 Então, gritou o rei com grande voz, dizendo: Grande és tu, ó Senhor, Deus de
Daniel, e não há outro além de ti!
42 E tirou-o para fora, lançando na cova aqueles que haviam sido a causa de sua
destruição. E eles foram devorados, imediatamente, diante de sua face.
OSÉIAS
Oséias - Capítulo 1
1 A palavra do Senhor que veio a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão,
Acaz e Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.
2 Princípio da palavra do Senhor para Oséias. E o Senhor disse a Oséias: Vai, toma
para ti uma esposa de prostituições e tem com ela filhos de prostituição, porque a
terra, certamente, prostituir-se-á, apartando-se do Senhor.
3 Então, ele foi e tomou a Gômer, filha de Diblaim; e ela concebeu, dando-lhe um
filho.
4 E o Senhor lhe disse: Põe-lhe o nome de Jezreel. Porquanto, daqui a pouco tempo,
eu irei vingar o sangue de Jezreel sobre a casa de Judá, e farei cessar o reino da casa
de Israel.
5 E será que, naquele dia, eu quebrarei o arco de Israel no vale de Jezreel.
6 E tornou ela a conceber, dando à luz uma filha. E ele disse-lhe: Põe-lhe o nome de
Desfavorecida; porquanto eu não mais terei misericórdia da casa de Israel, mas,
certamente, por-me-ei em ordem de batalha contra eles.
7 Entretanto, eu irei ter misericórdia da casa de Judá e os salvarei, pelo Senhor seu
Deus; mas não irei salvá-los com arco, nem com espada, nem com guerra, nem com
cavalos nem com cavaleiros.
8 Desmamou ela a Desfavorecida, e concebeu novamente, dando à luz um filho.
9 E ele lhe disse: Põe-lhe o nome de Não-Meu-Povo, porquanto vós não sois meu
povo, e eu não sou o vosso Deus.
10 Todavia, o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode
ser medida nem contada; e virá a suceder que no lugar em que lhes foi dito: Vós não
sois meu povo, ali eles serão chamados filhos do Deus vivo.
11 E os filhos de Judá serão reunidos, junto dos filhos de Israel, constituindo sobre si
uma só cabeça, e subirão da terra; pois grande será o dia de Jezreel.
Oséias - Capítulo 2
Oséias - Capítulo 3
1 E o Senhor me disse: Vai, outra vez, e ama uma mulher que ama as coisas más,
adúltera, tal como o Senhor ama os filhos de Israel, porém eles têm respeito a
outros deuses e amam os bolos de passas de uvas.
2 Então, eu a contratei para mim por quinze peças de prata, um ômer de cevada e
um frasco de vinho.
3 E disse-lhe: Tu esperarás por mim muitos dias, e não te prostituirás, nem serás de
outro homem; e eu serei teu.
4 Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei e sem príncipe, sem
sacrifício e sem altar, sem sacerdócio e sem manifestações.
5 Mas, depois, tornarão os filhos de Israel e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi,
seu rei; e maravilhar-se-ão com o Senhor e com a sua bondade, nos últimos dias.
Oséias - Capítulo 4
1 Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel, porquanto o Senhor tem uma
contenda com os habitantes da terra. Porque não há verdade nem benignidade,
nem conhecimento de Deus na terra.
2 Praguejamento, mentira, assassinato, roubo e adultério são abundantes na terra.
E eles misturam sangue com sangue.
3 Por isso a terra se lamentará e desfalecerá com todos os que habitam nela, com as
feras do campo, com os répteis da terra e com as aves do céu; e até os peixes do
mar faltarão.
4 E que ninguém contenda, nem repreenda a outrem, pois o meu povo é como um
sacerdote contra o qual se fala.
5 Portanto, cairão de dia, e o profeta que está contigo também cairá. Comparei tua
mãe à noite,
6 pois é como se o meu povo não tivesse conhecimento. Porquanto rejeitaste o
conhecimento, também eu te rejeitarei para que não ministres como sacerdote
diante de mim; porquanto te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me
esquecerei dos teus filhos.
7 De acordo com a sua multidão, assim pecaram contra mim. Por causa disto,
mudarei a sua honra em vergonha.
8 Eles devorarão os pecados de meu povo, e irão assentar seus corações em suas
iniquidades.
9 O sacerdote é tal como o povo. Vingarei neles os seus caminhos, e retribuir-lhes-ei
os seus conselhos.
10 Comerão, e não ficarão satisfeitos. Pois eles foram prostituir-se, e não deverão,
de modo algum, prosperar; porquanto deixaram de atentar para o Senhor.
11 O coração do meu povo tem, prazerosamente, se envolvido em prostituição,
vinho e bebida forte.
12 Pediram conselhos por meio de sinais, e eles lhes responderam por seus bordões;
desviaram-se em um espírito de prostituição, e foram prostituir-se, desviando-se
maldosamente de seu Deus.
13 Sacrificaram eles nos topos das montanhas, e nas colinas têm sacrificado debaixo
de carvalhos e de álamos e debaixo de toda árvore frondosa, porquanto a sua
sombra era agradável. Por isso as vossas filhas se prostituirão, e as vossas noras
cometerão adultério.
14 Contudo eu não irei visitar as vossas filhas quando elas se prostituírem, nem as
vossas noras quando adulterarem. Porque eles mesmos se misturaram com as
meretrizes e sacrificaram com mulheres poluídas. E as pessoas sem entendimento
envolveram-se com tais prostitutas.
15 Porém tu, ó Israel, não sejas ignorante, e não vades, homens de Judá, à Gilgal;
não subais à casa de Áven e não jureis pelo Senhor vivo.
16 Pois Israel estava enlouquecida como uma novilha sem juízo, porém agora o
Senhor os apascentará como a um cordeiro, num lugar espaçoso.
17 Efraim juntou-se com os ídolos, lançando pedras de tropeço em seu próprio
caminho.
18 Ele escolheu os cananeus. Prostituíram-se sem medida, amaram a desonra, por
causa de sua insolência.
19 És tu como uma rajada de vento em suas asas, e eles se envergonharão por causa
dos seus altares.
Oséias - Capítulo 5
1 Ouvi essas coisas, vós sacerdotes. Atendei, ó casa de Israel; escutai, ó casa do rei!
Pois a controvérsia é convosco, porquanto vos tornastes como um laço em Mispa, e
como uma rede estendida sobre o Tabor,
2 fixada por aqueles que vão em busca da presa. Mas eu irei corrigir-vos.
3 Eu conheço a Efraim, e Israel não está longe de mim. Efraim, agora, passou a
prostituir-se grandemente, e Israel está contaminado.
4 Eles não têm forjado os seus conselhos a fim de voltarem para o seu Deus, porque
o espírito da prostituição está neles, e não chegaram a conhecer ao Senhor.
5 A soberba de Israel será humilhada diante de sua face. Israel e Efraim cairão em
suas iniquidades, e Judá cairá juntamente com eles.
6 Eles irão, como ovelhas e bezerros, diligentemente buscar ao Senhor, mas não
deverão encontrá-lo, pois retirou-se deles,
7 porquanto deixaram ao Senhor; porque filhos bastardos lhes nasceram. Agora o
gafanhoto irá devorá-los, e também as suas heranças.
8 Tocai a trombeta nos montes, soai em grande voz nas alturas. Proclamai na casa
de Áven: Benjamin está surpreso;
9 Efraim tornou-se em nada nos dias da sua reprovação. Nas tribos de Israel tenho
mostrado feitos fiéis.
10 Os príncipes de Judá tornaram-se como aqueles que removem os limites. Eu
derramarei, portanto, sobre eles a minha indignação, como água.
11 O adversário de Efraim completamente prevaleceu contra ele. Pisoteou ele com
seu pé no julgamento, começando a ir atrás de vaidades.
12 Portanto, tornar-me-ei uma consternação para Efraim, e um aguilhão para a casa
de Judá.
13 Efraim viu a sua enfermidade, e Judá a sua dor. Por este motivo, Efraim foi aos
assírios, enviando embaixadores ao rei Jarim. Entretanto, ele não poderá curá-lo, e a
vossa dor de modo algum vos deixará.
14 Pois eu sou como uma pantera para Efraim, e como um leão para a casa de Judá.
Dilacerarei, e ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre.
15 Partirei, voltarei ao meu lugar, até que sejam reduzidos a nada. E, depois disso,
eles irão buscar a minha face.
Oséias - Capítulo 6
1 Em sua aflição eles me buscarão, cedo, dizendo: Vamos, voltemos para o Senhor,
nosso Deus, pois ele nos despedaçou, e nos sarará;
2 ele é quem nos feriu, e também nos ligará;
3 depois de dois dias nos curará, e ao terceiro dia nos levantaremos para viver
diante dele, e o conheceremos.
4 Prossigamos em conhecer ao Senhor. Encontrá-lo-emos, pronto como a manhã, e
ele virá para nós como a chuva temporã e a serôdia vem para a terra.
5 Que farei a ti, ó Efraim? O que deverei fazer-te, ó Judá? Porquanto a tua
misericórdia é como a nuvem da manhã, e como o orvalho que cedo passa.
6 Por este motivo eu tenho ceifado os teus profetas. Eu os matei com a palavra da
minha boca. Mas o meu julgamento sairá como a luz.
7 Pois prefiro misericórdia ao invés de sacrifícios, e o conhecimento de Deus mais do
que holocaustos.
8 Eles, entretanto, são como o homem que transgride um pacto,
9 e a cidade de Gileade me desprezava, produzindo vaidades e águas turbulentas.
10 A tua força é como a de um ladrão. Os sacerdotes esconderam o caminho, eles
assassinaram o povo de Siquém, pois tem forjado a iniquidade na casa de Israel.
11 Tenho visto coisas horríveis lá, a prostituição de Efraim. Israel e Judá estão
contaminados.
12 Como uvas ceifadas tu serás, quando eu mudar o cativeiro do meu povo.
Oséias - Capítulo 7
1 Quando eu sarar a Israel, então a iniquidade de Efraim se manifestará, e as
maldades de Samaria; porquanto eles tem forjado a falsidade. Contudo, um ladrão
virá ao seu encontro, um roubador estará em seu caminho.
2 Eles, porém, se ajuntam como homens que cantarolam em seus corações.
Recordo-me de toda a sua maldade, pois os seus próprios conselhos cercaram-nos,
subiram diante do meu rosto.
3 Eles alegraram reis com a sua maldade, e príncipes com as suas mentiras.
4 Todos eles são adúlteros, como um forno incandescente, com a sua chama quente
para o cozimento, pois a massa já foi sovada e já está levedada.
5 Nos dias de nossos reis os príncipes começaram a ser inflamados com o vinho;
estenderam a sua mão com companheiros pestilentos.
6 Por isso seus corações estão inflamados como um forno, enquanto eles derramam
o seu furor, por toda a noite. Efraim está satisfeito com o seu sono. A manhã é
vinda, e ele está inflamado como uma chama de fogo ardente.
7 Eles estão todos aquecidos como um forno o qual tem devorado os seus juízes;
todos os seus reis estão prostrados. Não havia, entre eles, um que tivesse chamado
por mim.
8 Efraim está misturado entre o seu povo; Efraim tornou-se um bolo que não foi
virado.
9 Estrangeiros devoraram a sua força, e ele não o soube; cabelos grisalhos vieram
sobre ele, e ele não o conheceu.
10 Portanto, a soberba de Israel será abatida diante da sua face. Todavia eles não
voltaram para o Senhor seu Deus, nem o buscaram diligentemente, por tudo isso.
11 Efraim era como uma pomba insensata, desprovida de coração. Clamou ele ao
Egito, e foram-se para os assírios.
12 Sempre que eles forem, eu irei lançar a minha rede sobre eles; irei trazê-los para
baixo, como as aves do céu; castigá-los-ei com o rumor da sua aflição, que já vem.
13 Ai deles! pois se foram, afastando-se de mim. São covardes, os quais tem pecado
contra mim. Ainda que eu os tenho redimido, contudo eles falaram mentiras a meu
respeito.
14 Seus corações não clamaram por mim, mas eles uivaram em suas camas,
ansiando por azeite e vinho.
15 Foram, eles, instruídos por mim, e eu fortaleci os braços. Entretanto, eles criaram
males contra mim.
16 Voltaram-se para aquilo que não é, tornaram-se como um arco torto. Seus
príncipes cairão à espada por causa da sua língua desenfreada. Isto virá a suceder
quando eles forem menosprezados na terra do Egito.
Oséias - Capítulo 8
1 Ele virá para o meio deles, contra a terra, como uma águia contra a casa do
Senhor, porque transgrediram a minha aliança e pecaram contra a minha lei.
2 Logo eles clamarão por mim, dizendo: Ó Deus, nós te conhecemos!
3 Porquanto Israel tem se afastado das coisas boas; têm eles buscado a um inimigo.
4 Fizeram reis para si, mas não da minha parte; têm governado, mas a mim não o
deram a conhecer. Da sua prata e do seu ouro fizeram imagens para si mesmos,
para que fossem destruídos.
5 Lança fora o teu bezerro, ó Samaria! A minha ira acendeu-se contra eles. Por
quanto tempo ainda não serão capazes de purificar-se, em Israel?
6 Ainda que o artífice o fez, ele não é Deus. Pois o teu bezerro, ó Samaria, é um
enganador.
7 Porquanto eles semearam sementes ferruginosas, e a sua destruição os esperará,
um feixe de cereal que será insuficiente para se fazer uma refeição. E ainda que
venha a produzir muito, estranhos o devorarão.
8 Israel foi devorado. Agora ele se tornou, entre as nações, como um vaso sem
valor.
9 Porque eles têm subido para os assírios. Efraim fortaleceu-se contra si mesmo.
Amavam, eles, os presentes.
10 Por este motivo deverão ser entregues para as nações. Agora, contudo, irei
ajuntá-los, e eles deixarão, por um tempo, de ungir rei e príncipes.
11 Porque Efraim tem multiplicado altares, e os seus amados altares tornaram-se em
pecados para ele.
12 Escrevi-lhes uma infinidade de preceitos, entretanto os seus estatutos são
considerados coisas estranhas, assim como os seus amados altares.
13 Porquanto, se eles oferecerem um sacrifício e comerem carne o senhor não irá
aceitá-los. Agora ele irá lembrar-se de suas iniquidades e tomará vingança contra os
seus pecados. Eis que eles voltaram para o Egito, e comerão comida imunda entre
os assírios .
14 Israel esqueceu-se daquele que o fez; eles construíram palácios, e Judá
multiplicou cidades fortificadas. Entretanto, eu enviarei fogo contra as suas cidades,
o qual consumirá os seus fundamentos.
Oséias - Capítulo 9
1 Não te alegres, ó Israel, nem te regozijes como as outras nações, pois tens ido
prostituir-te, afastando-te do teu Deus; amaste as oferendas sobre cada eira.
2 A eira e o lagar não os reconheceram, e o vinho decepcionou-os.
3 Eles não habitaram na terra do Senhor. Efraim habitou no Egito, portanto eles
comerão comida imunda entre os assírios.
4 Eles não ofereceram vinho ao Senhor, nem os seus sacrifícios tem sido doces para
ele, mas lhes são como um pão de luto. Todo aquele que comê-lo será imundo. Por
este motivo, o seu pão será para as suas almas, porém não entrará na casa do
Senhor.
5 Que fareis vós no dia da assembléia geral, e no dia da festa do Senhor?
6 Eis que eles saem da aflição do Egito e já Mênfis deverá recebê-los; e Micmás os
enterrará. Quanto a sua prata, a destruição a herdará; espinhos crescerão nas suas
tendas.
7 Chegaram os dias de vingança, os dias da tua recompensa são vindos; Israel será
afligido como um profeta enlouquecido, como um homem perturbado. Por causa da
multidão das tuas iniquidades a tua loucura abundou.
8 O vigia de Efraim estava ao lado de Deus, mas o profeta é como um laço frouxo
em todos os seus caminhos, porquanto eles estabeleceram a loucura na casa de
Deus.
9 Eles já se corromperam, de acordo com os seus dias em Gibeá, e ele irá lembrar-se
de suas iniquidades, tomará vingança contra os seus pecados.
10 Achei a Israel como uvas no deserto e vi a seus pais como as primícias de uma
figueira. No entanto, eles foram ter com Baal-Peor, e tem sido vergonhosamente
alienados; semelhante às abominações tornou-se a pessoa amada.
11 Efraim tem voado para longe como um pássaro. Esqueceu-se das suas glórias
desde o nascimento, e dos seus trabalhos de parto, e da sua geração.
12 Ainda que devessem criar os seus filhos eles seriam, contudo, totalmente
despojados. Portanto, também haverá um ai para eles, embora a minha carne seja a
mesma deles.
13 Efraim, tal como eu o vi, deu os seus filhos por presa. Sim, Efraim estava pronto
para conduzir os seus filhos para o abate.
14 Dá-lhes, ó Senhor! Que lhes darás? Uma madre que aborte, e seios ressecados.
15 Toda a sua malícia se acha em Gilgal, por isto, ali, os odiei; por causa da maldade
das suas práticas irei lançá-los fora da minha casa. Eu não irei amá-los mais. Todos os
seus príncipes são rebeldes.
16 Efraim está doente, secou-se em suas raízes; de maneira alguma produzirá frutos.
Ainda que deva gerar filhos, eu matarei os frutos desejados do seu ventre.
17 Deus irá rejeitá-los, porquanto não lhe deram ouvidos, e andarão errantes entre
as nações.
Oséias - Capítulo 10
1 Israel é uma videira de ramos formosos, seu fruto é abundante; de acordo com a
multidão dos seus frutos ela tem multiplicado os seus altares; de acordo com a
riqueza de sua terra levantou os seus pilares.
2 Dividiram eles os seus corações, portanto, deverão ser, agora, totalmente
destruídos; os seus altares serão derrubados e as suas colunas lamentarão.
3 Pois dirão: Não temos rei, porque não tememos ao Senhor. E o que poderia fazer
um rei por nós?
4 Falando falsas promessas com as suas palavras ele fará um pacto, e o julgamento
deverá brotar como a erva daninha sobre o solo do campo.
5 Os moradores de Samaria irão morar perto do bezerro da casa de Áven,
porquanto o seu povo estava de luto por ele. E tanto quanto o provocaram
lamentar-se-ão pela sua glória, pois afastou-se deles.
6 Prometendo-o para os assírios, eles o levaram de presente para o rei Jarim.
Efraim, portanto, receberá um presente, e Israel será envergonhado do seu
conselho.
7 Samaria rejeitou o seu rei, como um galho que vem à superfície da água,
8 e os altares de Àven, os pecados de Israel, serão tirados. Espinhos e cardos
crescerão sobre os seus altares, e dirão aos montes: Cobri-nos! e às colinas: caí
sobre nós!
9 Desde que os montes existem Israel tem pecado, e ali permaneceram; a guerra
que será travada contra os filhos da iniquidade não os alcançará nos montes.
10 A fim de castigá-los as nações serão reunidas contra eles, quando forem
castigados por seu duplo pecado.
11 Efraim é uma novilha que foi ensinada a amar a vitória, mas eu virei sobre a
formosura de seu pescoço. Montarei em Efraim, passarei sobre Judá em silêncio, e
Jacó prevalecerá com ele.
12 Semeai para vós em justiça, ceifai o fruto da vida; acendei para vós a luz do
conhecimento; buscai o Senhor, até que os frutos da justiça venham para vós.
13 Por que tendes passado sobre a impiedade em silêncio, e colhido dos seus
pecados? Tendes vos alimentado de falsos frutos, pois confiastes em vossos
pecados e na abundância do vosso poder.
14 Portanto se levantará a destruição entre o teu povo, e todas as tuas fortalezas
serão arruinadas, como quando o príncipe Salman assaltou a Bete-Arbel, nos dias de
batalha. Eles esmagaram a mãe no chão, sobre os seus filhos,
15 Assim eu irei fazer convosco, ó casa de Israel, por causa da injustiça dos vossos
pecados.
Oséias - Capítulo 11
1 No início da manhã foram eles lançados fora, o rei de Israel foi lançado fora. Pois
Israel é uma criança, por isto eu o amei, e do Egito chamei os seus filhos.
2 Enquanto eu chamava por eles, neste mesmo tempo eles saíam da minha
presença. Sacrificavam a baalins e queimavam incenso às imagens de escultura.
3 No entanto, liguei os pés de Efraim e levei-o em meu braço. Contudo eles não
sabiam que eu os curava.
4 Quando os homens eram destruídos, atraí-os com as cordas do meu amor. Eu
serei para eles como um homem que fere a outro em sua face, ter-lhes-ei
consideração, todavia irei prevalecer contra eles.
5 Efraim habitou no Egito, e quanto ao assírio, ele era seu rei, porquanto não iria
retornar.
6 Nas suas cidades não prevaleceu ele com a espada, e cessou de guerrear com as
suas mãos. Porquanto eles comerão o fruto de seus próprios enganos.
7 Seu povo apegar-se-á, extremamente, à sua habitação; Deus, entretanto, estará
zangado com as suas suas coisas preciosas, e não irá exaltá-lo.
8 Como lidaria eu contigo, ó Efraim? Como te protegeria, ó Israel? O que farei
contigo? Far-te-ei como a Admá e como a Zeboim. Meu coração está comovido, meu
arrependimento foi grandemente despertado.
9 Eu não irei agir de acordo com a fúria da minha ira, não abandonarei Efraim para
que seja totalmente destruído. Porque eu sou Deus, e não homem, o Santo no meio
de ti. Portanto, não irei contra a cidade.
10 Andarei após o Senhor. Ele levanta a sua voz como um leão. Porque ele rugirá, e
os filhos das águas se espantarão.
11 Espantar-se-ão e voarão como um passarinho os do Egito, e como uma pomba os
da terra da Assíria. E eu irei restaurá-los às suas casas, diz o Senhor.
12 Efraim cercou-me de mentiras, e a casa de Israel e Judá com a impiedade;
entretanto, agora Deus os conhece, e eles serão chamados povo santo de Deus.
Oséias - Capítulo 12
1 Efraim, todavia, é um espírito maligno; ele perseguiu o vento oriental todo o dia.
Multiplicou ele coisas vazias e vãs, fazendo uma aliança com a Assíria. E o azeite tem
ido, como tráfico, para o Egito.
2 O Senhor tem uma contenda com Judá, para dar punição a Jacó. Segundo os seus
caminhos e segundo as suas práticas ele irá recompensá-lo.
3 Ele agarrou seu irmão pelo calcanhar, no útero, e em seus trabalhos era poderoso
para com Deus.
4 Prevaleceu ele contra o anjo, pois era muito forte. Eles choraram, suplicando-me.
Encontraram-me na casa de Áven, e lá uma palavra lhes foi dita.
5 Mas o Senhor Deus Todo-Poderoso será o seu memorial.
6 Tu, pois, te tornarás a teu Deus. Guarda a benevolência e a justiça, e aproxima-te
de teu Deus, continuamente.
7 Quanto a Canaã, em sua mão há uma balança de injustiça. Ele gostava de tiranizar.
8 Diz Efraim: Apesar de tudo, sou rico e encontrei refrigério para mim. Contudo
nenhum de seus trabalhos lhe aproveitará, em virtude dos pecados que cometeu.
9 Eu, o Senhor teu Deus, te fiz subir da terra do Egito. Ainda te farei habitar em
tendas, como nos dias da festa,
10 e falarei aos profetas. pois multipliquei as visões, e por meio dos profetas fiz-me
representar.
11 Gileade não existe, e os chefes de Gilgal, quando sacrificavam, cometiam
falsidades, e os seus altares eram somente monturos no chão do campo.
12 Jacó fugiu para a planície da Síria, e Israel serviu e esperou por uma mulher.
13 O Senhor tirou Israel da terra do Egito por meio de um profeta, e por um profeta
foi ele preservado.
14 Efraim estava irado e exaltado; portanto, o seu sangue será derramado sobre ele,
e o Senhor fará cair sobre ele o seu opróbrio.
Oséias - Capítulo 13
Oséias - Capítulo 14
1 Samaria será exterminada, pois tem resistido ao seu Deus. Eles cairão à espada, as
suas crianças de peito serão arrojadas contra o chão e as suas mulheres grávidas
fendidas.
2 Volta, ó Israel, ao Senhor teu Deus, pois as pessoas caíram por tuas iniquidades.
3 Tende convosco palavras de arrependimento, e voltai para o Senhor, vosso Deus.
Falai com ele, para não receberdes a recompensa da injustiça e para que possais
receber coisas boas. Render-lhe-emos, em troca, o fruto de nossos lábios.
4 Assur nunca nos salvará. Não iremos montar em cavalos, nem mais iremos dizer às
obras de nossas mãos: Nossos deuses! Aquele, pois, que está em ti apiedar-se-á do
órfão.
5 Restaurarei as suas habitações e irei amá-los verdadeiramente, porquanto ele
afastou de si a minha ira,
6 e eu serei como o orvalho para Israel: ele florescerá como o lírio e lançará as suas
raízes como o Líbano;
7 seus ramos se estenderão, ele será como uma oliveira frutífera, e a sua fragrância
como a do Líbano.
8 Voltarão eles e habitarão à sua sombra; viverão e ficarão satisfeitos com o cereal,
e florescerão como a videira. Seu memorial será para Efraim como o vinho do
Líbano.
9 O que tem ele a ver com os ídolos? Eu o tenho afligido, mas irei fortalecê-lo. Sou
como uma árvore de zimbro frondosa. Em mim é encontrado o teu fruto.
10 Quem é sábio para entender essas coisas? ou prudente, para conhecê-las? Pois os
caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão por eles; o ímpio, entretanto,
neles cairá.
JOEL
Joel - Capítulo 1
Joel - Capítulo 2
1 Soai a trombeta em Sião, fazei uma proclamação no meu santo monte; e que
todos os moradores da terra sejam confundidos, porque o dia do Senhor está perto;
2 porquanto um dia de trevas e de escuridão se aproxima, um dia de nuvens e
névoa. Um povo numeroso e forte será espalhado sobre os montes, como a manhã.
Não houve, desde o início, um como ele, e depois dele não haverá outro, mesmo
para os anos de muitas gerações.
3 Diante dele há um fogo que consome, e atrás dele uma chama acesa; a terra
diante dele é como um paraíso de delícias, e atrás dele uma planície desolada. E
nenhum deles escapará.
4 A sua aparência é como a de cavalos, e como cavaleiros assim eles perseguirão.
5 Como o som de carros sobre os cumes dos montes irão eles saltando; como o som
de uma chama de fogo que consome o restolho, e como um povo numeroso e forte,
pondo-se em ordem de batalha.
6 Diante deles o povo será esmagado, cada rosto tornar-se-á como a escuridão de
um caldeirão.
7 Como guerreiros eles correrão, e como homens de guerra subirão pelos muros;
cada um irá deslocar-se em seu caminho retamente, e não se desviarão de suas
fileiras;
8 nenhum deles ficará afastado de seu companheiro. Irão eles em frente sob o peso
de suas armas, vergados sob elas, contudo de modo algum serão destruídos.
9 Eles tomarão a cidade, subirão pelos muros e em cima das casas, e entrarão pelas
janelas como ladrões.
10 Diante deles a terra se confundirá e o céu será abalado; o sol e a lua se
escurecerão, e as estrelas retirarão a sua luz.
11 Então, o Senhor levantará a sua voz diante do seu exército. Pois o seu
acampamento é muitíssimo grande, e poderosa a execução de suas palavras.
Porque o dia do Senhor é grande e mui glorioso, e quem será capaz de resistir-lhe?
12 Agora, portanto, diz o Senhor, vosso Deus, voltai-vos para mim de todo o vosso
coração, com jejuns, com choro e com pranto;
13 rasgai o vosso coração e não as vossas vestes, e voltai-vos para o Senhor vosso
Deus, porque ele é misericordioso e compassivo, longânimo e grande em
benignidade, e se arrepende do mal.
14 Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção,
uma oferta de manjares e uma libação para o Senhor, vosso Deus?
15 Soai a trombeta em Sião, santificai um jejum, proclamai um serviço solene;
16 reuni o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os bebês que
ainda mamam. Saia o noivo da sua recâmara e a noiva do seu aposento.
17 Entre o pórtico e o altar, os sacerdotes que ministram ao Senhor chorem e digam:
Poupa ao teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que
os gentios o dominem, para que não digam entre as nações: Onde está o seu Deus?
18 Entretanto, o Senhor era zeloso de sua terra e poupou o seu povo.
19 E o Senhor, respondendo, disse-lhes: Eis que vos envio o trigo, o mosto e o
azeite, e ficareis satisfeitos com eles. E eu não mais farei de vós um opróbrio entre
os gentios.
20 Afastarei de vós o adversário do norte, lançando-o em uma terra seca; afundarei
o seu rosto no mar oriental e as suas costas no mar ocidental. O seu mau cheiro
subirá, e o seu fedor elevar-se-á, porquanto ele tem feito grandes coisas.
21 Anima-te, ó terra; alegra-te e sê feliz, porque o Senhor tem feito grandes coisas.
22 Animai-vos, vós, animais do campo, pois as planícies do deserto têm brotado;
pois as árvores deram o seu fruto, a figueira e a videira entregaram o seu vigor.
23 Alegrai-vos e exultai, vós, filhos de Sião, no Senhor vosso Deus, porque ele vos
deu comida em abundância, e fará chover sobre vós as primeiras e as últimas
chuvas, como antes.
24 As eiras se encherão de cereal, e as prensas transbordarão de mosto e de azeite.
25 Eu restituirei para vós os anos que o gafanhoto, a lagarta, o pulgão e o
gafanhoto-cortador tem consumido, o meu grande exército que enviei contra vós.
26 Comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor vosso
Deus por causa das coisas que ele operou maravilhosamente convosco. E o meu
povo nunca mais será envergonhado, para sempre.
27 Sabereis que eu estou no meio de Israel, que eu sou o Senhor vosso Deus, e que
não há outro além de mim. E o meu povo nunca mais será envergonhado, para
sempre.
28 E sucederá, depois disto, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne;
vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão e vossos jovens
terão visões;
29 e sobre os meus servos e sobre as minhas servas, naqueles dias, derramarei do
meu Espírito.
30 Mostrarei prodígios no céu, e, na terra, sangue, fogo e vapor de fumaça.
31 O sol se converterá em trevas e a lua em sangue antes que venha o grande e
glorioso dia do Senhor.
32 E virá a acontecer que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
Pois no monte Sião e em Jerusalém estará todo o que foi salvo, como o Senhor o
disse, e aqueles a quem as boas novas foram pregadas, a quem o Senhor chamou.
Joel - Capítulo 3
1 Pois eis que naqueles dias e naquele tempo, quando eu tiver mudado o cativeiro
de Judá e de Jerusalém,
2 congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá, e contenderei
com elas pelo meu povo e pela minha herança, Israel, que foram dispersos entre os
gentios; pois estas nações têm dividido a minha terra
3 e lançaram sortes sobre o meu povo, entregando seus filhos para meretrizes, e
venderam suas filhas por vinho, o qual tem bebido.
4 E o que tendes vós comigo, Tiro e Sidom, e toda a Galiléia dos gentios? Acaso
destes-me uma recompensa? Ou não concebestes maldade contra mim? Sem
demora, retribuirei o vosso feito sobre a vossa cabeça.
5 Visto como levastes a minha prata e o meu ouro, carregando com os meus
ornamentos escolhidos para os vossos templos,
6 e tendes vendido os filhos de Judá e os filhos de Jerusalém para os filhos dos
gregos, para que pudésseis expulsá-los de suas fronteiras;
7 portanto, eis que eu os farei subir do lugar para onde os vendestes, e retribuirei o
vosso feito sobre a vossa cabeça.
8 E venderei vossos filhos e vossas filhas aos filhos de Judá, pondo-os em suas
mãos, e eles os venderão em cativeiro à uma nação muito distante. Porque o Senhor
o disse.
9 Proclamai essas coisas entre os gentios; declarai guerra, despertai os guerreiros,
aproximai-vos e subi, todos os homens de guerra.
10 Transformai vossos arados em espadas e as vossas foices em lanças. Diga o fraco:
Eu sou forte.
11 Ajuntai-vos e entrai, todas as nações em redor, e reuni-vos lá. Que o fraco se
transforme num guerreiro.
12 Que eles sejam despertos, que todas as nações venham ao vale de Josafá, pois ali
me assentarei para julgar todos os gentios em redor.
13 Trazei foices, pois chegou a vindima; entrai, pisai as uvas, porque o lagar está
cheio; fazei com que transbordem as cubas, porque a sua malícia é multiplicada.
14 Barulhos já ressoaram no vale do Juízo, porque o dia do Senhor está perto, no
vale do Juízo.
15 O sol e a lua se escurecerão e as estrelas retirarão a sua luz.
16 O Senhor gritará de Sião, levantará a sua voz de Jerusalém. Os céus e a terra
serão abalados, mas o Senhor poupará o seu povo e fortalecerá os filhos de Israel.
17 E sabereis que eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em Sião, meu santo
monte. Jerusalém será santa, e os estranhos não deverão mais passar através dela.
18 E sucederá, naquele dia, que as montanhas destilarão um doce vinho, os outeiros
manarão leite e todas as fontes de Judá estarão cheias de águas. E uma fonte sairá
da casa do Senhor, para regar o vale das Bandeiras.
19 O Egito se tornará uma desolação, e Edom será uma planície desolada, por causa
das coisas ruins que fizeram aos filhos de Judá; porquanto derramaram sangue
justo em suas terras.
20 Judá, porém, será habitada para sempre, e Jerusalém de geração em geração.
21 Farei uma inquisição por seu sangue, e não o deixarei impune. E o Senhor
habitará em Sião.
AMÓS
Amós - Capítulo 1
1 As palavras de Amós, que vieram para ele em Acarim de Tecoa, o que ele viu a
respeito de Jerusalém, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho
de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
2 E ele disse: O Senhor falou de Sião, e levantou a sua voz de Jerusalém; as
pastagens dos pastores lamentaram e o cume do Carmelo se secou.
3 E disse o Senhor: Por três transgressões de Damasco, e por quatro, não me
desviarei deles. Porquanto serraram com serras de ferro as grávidas dos gileaditas.
4 Enviarei um fogo sobre a casa de Hazael, e ele consumirá os fundamentos do filho
de Hadade.
5 Quebrarei em pedaços as trancas de Damasco; destruirei os habitantes da planície
de Áven e irei cortar em pedaços a tribo dos homens de Harã. E as pessoas insignes
da Síria serão levadas em cativeiro, diz o Senhor.
6 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Gaza, e por quatro, não me
desviarei deles. Porquanto levaram os cativos que pertenciam a Salomão, para
silenciá-los em Edom.
7 Farei brotar um incêndio nos muros de Gaza, e ele consumirá os seus
fundamentos.
8 Destruirei os habitantes de Azoto, e uma tribo será cortada de Ascalom;
estenderei a minha mão contra Ecrom, e o restante dos filisteus perecerá, diz o
Senhor.
9 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Tiro, sim, por quatro, não me
desviarei deles. Porquanto levaram os cativos de Salomão para Edom, e não se
lembraram da aliança dos irmãos.
10 Farei brotar um fogo contra os muros de Tiro, e ele consumirá os seus
fundamentos.
11 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Edom, e por quatro, não me
desviarei deles. Porquanto perseguiu seu irmão à espada, destruiu a mãe de sobre a
terra e convocou a sua ira como um testemunho, mantendo a sua fúria até o fim.
12 Farei brotar um fogo em Temã, e ele consumirá os fundamentos de seus muros.
13 Assim diz o Senhor: Por três transgressões dos filhos de Amom, e por quatro, não
me desviarei dele. Porquanto rasgaram as mulheres grávidas dos gileaditas, para
que pudessem ampliar as suas fronteiras.
14 Porei fogo nos muros de Rabá, e ele consumirá os seus fundamentos, com
alarido, no dia da guerra; e ela será abalada nos dias de sua destruição.
15 Seus reis irão para o cativeiro, e os seus sacerdotes e os seus governantes
juntamente, diz o Senhor.
Amós - Capitulo 2
1 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não me
desviarei dele. Porquanto queimou os ossos do rei de Edom até as cinzas.
2 Todavia farei brotar um incêndio em Moabe, e ele consumirá os alicerces de suas
cidades. E Moabe perecerá, enfraquecida, com alarido e com o som de uma
trombeta.
3 Irei eliminar dela o juiz, e matarei todos os seus príncipes com ele, diz o Senhor.
4 Assim diz o Senhor: Por três transgressões dos filhos de Judá, e por quatro, não
me desviarei deles. Porquanto rejeitaram a lei do Senhor, e não guardaram os seus
juízos; e os seus ídolos vãos, que eles fizeram e que seus pais seguiram, os fizeram
errar.
5 Enviarei um fogo sobre Judá, e ele consumirá os alicerces de Jerusalém.
6 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Israel, e por quatro, não me
desviarei deles. Porquanto vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por
sandálias,
7 para terem com que pisar o pó da terra. Tem eles batido sobre a cabeça dos
pobres, e pervertido o caminho da humilde; um filho e seu pai tem ido para a
mesma jovem, para profanarem o nome do seu Deus.
8 Eles amarram as suas roupas com os cordões dos quais haviam feito as cortinas
que estão próximas do altar, e têm bebido vinho ganho por extorsão, na casa do
seu Deus.
9 Todavia eu destruí o amorreu de diante deles, cuja altura era como a altura de um
cedro, e que era forte como um carvalho; eu sequei o seu fruto por cima e as suas
raízes por baixo.
10 E eu vos fiz subir da terra do Egito, conduzindo-vos no deserto por cerca de
quarenta anos, para que pudésseis herdar a terra dos amorreus.
11 E tomei de vossos filhos para profetas, e dos vossos jovens, para consagrá-los.
Não são essas coisas assim, filhos de Israel? diz o Senhor.
12 Contudo, vós destes aos consagrados vinho para beber, e ordenastes aos
profetas, dizendo: Não profetizeis.
13 Portanto, eis que eu passo por cima de vós, tal como passa uma carroça cheia de
palha.
14 A velocidade faltará ao que corre; o forte não conservará a sua força e o
guerreiro não poderá salvar a sua vida;
15 o arqueiro não poderá resistir; aquele que é ligeiro de pés de modo nenhum
escapará e o cavaleiro não poderá salvar a sua vida.
16 E o poderoso não terá nenhuma confiança no seu poder; nu fugirá naquele dia,
diz o Senhor.
Amós - Capítulo 3
1 Ouvi esta palavra, ó casa de Israel, que o Senhor falou a respeito de vós, e contra
toda a família que fiz subir da terra do Egito, dizendo:
2 A vós, particularmente, tenho eu conhecido de todas as famílias da terra. Por isso
tomarei vingança sobre vós, por todos os vossos pecados.
3 Irão dois andar juntos, em tudo, se eles não conhecerem um ao outro?
4 Rugirá um leão da sua ramada, se não tiver presa? Levantará um leãozinho a sua
voz, de seu covil, se nada tiver apanhado?
5 Cairá um pássaro sobre a terra sem haver um caçador? Subirá uma armadilha da
terra sem ter capturado alguma coisa?
6 A trombeta soará na cidade sem que o povo se assuste? Sucederá algum mal em
uma cidade, que o Senhor não o tenha feito?
7 Pois o Senhor Deus não fará coisa alguma sem revelar as suas instruções aos seus
servos, os profetas.
8 O leão bramará, e quem não irá ficar assustado? O Senhor Deus falou, e quem não
profetizará?
9 Proclamai-o para as regiões dos assírios e para as regiões do Egito, dizendo:
Ajuntai-vos sobre o monte de Samaria e vede muitas coisas maravilhosas em meio a
ela, e a opressão que está nela.
10 Contudo, ela não sabia das coisas que viriam contra ela, diz o Senhor, nem
mesmo o sabiam aqueles que entesouram mal e miséria em seus castelos.
11 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Ó Tiro, tua terra será feita desolada ao redor
de ti; ele removerá a tua força, e os teus castelos serão saqueados.
12 Assim diz o Senhor: Como um pastor livra da boca do leão as duas pernas ou um
pedacinho da orelha, assim serão tirados os filhos de Israel que habitam em
Samaria, na presença de uma tribo estrangeira, e em Damasco.
13 Ouvi, ó sacerdotes, e testemunhai à casa de Jacó, diz o Senhor Deus Todo-
Poderoso.
14 Pois no dia em que eu tomar vingança dos pecados de Israel, também tomarei
vingança contra os altares de Betel. As pontas do altar serão quebradas e cairão por
terra.
15 E esmagarei e ferirei a torre sobre a casa de verão. As casas de marfim serão
destruídas, e muitas outras casas também, diz o Senhor.
Amós - Capítulo 4
1 Ouvi esta palavra, vós, novilhas da terra de Basã que estais no monte de Samaria,
que oprimis os pobres e pisoteais os necessitados, que dizeis a vossos senhores:
Dai-nos, para que possamos beber!
2 O Senhor jurou pela sua santidade: Eis que vêm sobre vós os dias em que vos
levarão pela força das armas, e destruidores terríveis lançarão aqueles que
estiverem convosco em caldeirões ferventes.
3 Sereis levados nus, um na presença um do outro, e sereis lançados para baixo na
montanha Harmom, diz o Senhor.
4 Vós entrastes em Betel e pecastes, e multiplicastes o vosso pecado em Gilgal;
trouxestes as vossas ofertas de cereais pela manhã, e os vossos dízimos de três em
três dias.
5 E leram a lei nas ruas, e exigiram profissões de fé públicas. Proclamai em voz alta
que os filhos de Israel tem amado estas coisas, diz o Senhor.
6 Portanto, eu vos deixei de dentes limpos em todas as vossas cidades, e com falta
de pão em todos os vossos lugares. Contudo, não voltastes para mim, diz o Senhor.
7 Também retive de vós a chuva três meses antes da colheita, e fiz chover sobre
uma cidade enquanto sobre outra cidade não houve chuva. Uma parte foi regada de
chuvas, e a parte em que eu não fiz chover secou-se completamente.
8 Os habitantes de duas ou três cidades foram à outra cidade para beberem água,
mas não ficaram satisfeitos. E vós, ainda assim, não voltastes para mim, diz o
Senhor.
9 E feri-vos com ressecamento e com ferrugem. Então, multiplicastes os vosso
jardins, vinhas e plantações de figueiras, mas o gafanhoto devorou os vossos olivais.
Contudo, nem mesmo assim vos convertestes a mim, diz o Senhor.
10 E enviei a peste entre vós, pelo caminho do Egito. Os vossos jovens matei à
espada juntamente com os vossos cavalos que foram levados cativos; e na minha ira
contra vós eu ateei fogo aos vossos acampamentos. Contudo, nem mesmo assim
vos convertestes a mim, diz o Senhor.
11 Eu vos subverti, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como
um tição tirado do fogo. Contudo, nem mesmo assim vos convertestes a mim, diz o
Senhor.
12 Portanto, assim farei a ti, ó Israel. Sim, porquanto irei fazer assim contigo,
prepara-te para clamar ao teu Deus, ó Israel.
13 Pois eis que eu sou o que fortalece o trovão, que cria o vento e proclama aos
homens o seu Cristo, formando a manhã e as trevas e pisando sobre as alturas da
terra. O Senhor Deus Todo Poderoso é o seu nome.
Amós - Capítulo 5
1 Ouvi esta palavra do Senhor, uma lamentação, a qual levanto contra vós. A casa de
Israel caiu; ela não mais se levantará.
2 A virgem de Israel caiu sobre a sua terra; não há ninguém que a levante.
3 Portanto, assim diz o Senhor Deus: A cidade da qual saíram mil, nesta serão
deixados cem; e aquela da qual saiu uma centena, nesta serão deixados dez para a
casa de Israel.
4 Pois assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me, e vivereis.
5 Porém não busqueis a Betel nem andeis em Gilgal, e não atravesseis para o poço
do Juramento. Pois Gilgal, certamente, irá ao cativeiro, e Betel será como aquele
que não é.
6 Buscai ao Senhor e vivereis, para que a casa de José não se acenda como um fogo,
o qual a devorará; e não haverá ninguém para apagá-lo, da casa de Israel.
7 Ele é o que executa o julgamento em cima nas alturas, e tem estabelecido a sua
justiça sobre a terra;
8 que faz todas as coisas, e as muda; que transforma as trevas em manhã, e faz o
dia escurecer, tornando-se em noite; que chama pela água do mar, derramando-a
sobre a face da terra. O Senhor é o seu nome.
9 Ele é que traz ruína para o forte, e angústia sobre a fortaleza.
10 Eles odiavam aquele que reprovava nas portas, e abominavam o discurso
sagrado.
11 Portanto, porque tendes ferido os pobres com os vossos punhos, e deles
recebestes presentes escolhidos: vós tendes construído casas de pedras polidas,
porém não as habitareis; tendes plantado vinhas desejáveis mas não bebereis do
seu vinho.
12 Pois eu conheço as vossas muitas transgressões e os vossos pecados são
grandes, pisando nos justos, aceitando subornos e pervertendo o julgamento dos
pobres nas portas.
13 Logo, o que for prudente se manterá em silêncio naquele momento, pois é um
momento de males.
14 Buscai o bem e não o mal, para que vivais. E, deste modo, o Senhor Deus Todo-
Poderoso estará convosco, como dizeis:
15 Temos odiado o mal e amado o bem. Restaurai, portanto, o juízo nas portas para
que o Senhor Deus Todo-Poderoso possa ter misericórdia do restante de José.
16 Pois assim diz o Senhor Deus Todo-Poderoso: Em todas as ruas haverá
lamentações, e em todos os caminhos se dirá: Ai, ai! O lavrador deverá ser chamado
para luto e lamentação, e também aqueles que são hábeis em prantear.
17 E haverá lamentações em todos os caminhos, porque passarei pelo meio de ti, diz
o Senhor.
18 Ai de vós que desejais o dia do Senhor! O que significa este dia do Senhor para
vós? considerando que é trevas e não luz.
19 É ele como se um homem estivesse fugindo da face de um leão, e um urso o
encontrasse; como se ele entrasse em sua própria casa, e, ao apoiar-se com as mãos
na parede, uma serpente o mordesse.
20 Não é o dia do Senhor trevas e não luz? Não é este um dia de melancolia,
desprovido de brilho?
21 Odeio, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas ofertas de cereais
e nas vossas assembleias solenes.
22 Portanto, se me trouxerdes os vossos holocaustos e as vossas ofertas de
manjares eu não irei aceitá-los, nem terei consideração pelas vossas grandiosas
ofertas pacíficas.
23 Desvia de mim o som das tuas músicas, porque não ouvirei a música dos teus
instrumentos;
24 porém, escorra o juízo como água, e a retidão como uma torrente intransponível.
25 Tendes oferecido para mim vítimas e sacrifícios, ó casa de Israel, por quarenta
anos, no deserto?
26 Sim, vós levantastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do vosso deus Quium,
as imagens daqueles que fizestes para vós mesmos.
27 Portanto eu te levarei para além de Damasco, diz o Senhor. O Deus Todo-
Poderoso é o seu nome.
Amós - Capítulo 6
1 Ai daqueles que aviltaram a Sião, e que puseram a sua confiança no monte de
Samaria! Eles recolheram a colheita dos chefes das nações, e confiaram em si
mesmos.
2 Ó casa de Israel, passai pelo meio de vós, e vede, e passai daí para Hamate. E, daí,
descei para Gate dos filisteus, principal de todos estes reinos, e vede se as suas
costas são maiores do que as vossas costas.
3 Vós que estais vos aproximando do dia do mal, que estais vos aproximando e
adotando falsos sábados;
4 que dormis em camas de marfim e viveis em delícias em vossos leitos; que comeis
os cordeiros do rebanho e os bezerros que mamam, tirando-os dos cevadouros;
5 que vos sobressaís no som de instrumentos musicais, considerando-os como
permanentes e não como prazeres fugazes;
6 que bebeis vinho filtrado e vos ungis com o melhor unguento, e nada tendes
sofrido por ocasião da calamidade de José.
7 Portanto, agora, eles se desviarão do domínio dos príncipes para o cativeiro, e o
relinchar dos cavalos será extirpado de Efraim.
8 Pois o Senhor jurou por si mesmo, dizendo: Porque abomino todo o orgulho de
Jacó, e também odeio os seus castelos, portanto eu irei eliminar a sua cidade com
todos os que nela habitam.
9 E sucederá que se houverem dez homens, de resto, em uma casa, hão de morrer.
10 Mas um remanescente deverá ser deixado. Seus parentes deverão tomá-lo, e
esforçar-se-ão, tenazmente, para retirar os seus ossos da casa. E um deles irá dizer
ao chefe da casa: Há lá, ainda, alguém mais contigo?
11 E ele responderá: Ninguém mais. Então, o outro lhe dirá: Cala-te, para que não
cites o nome do Senhor.
12 Pois eis que o Senhor dá uma ordem, e ferirá a casa grande com brechas, e a casa
pequena com rasgos.
13 Correrão cavalos sobre as rochas? Refrear-se-ão de relinchar para as éguas? Mas
vós haveis tornado o juízo em veneno, e o fruto da justiça em amargura,
14 vós que vos regozijais com a vaidade, que dizeis: Não é por nossa própria força
que temos adquirido chifres?
15 Pois eis que, ó casa de Israel! eu levantarei contra vós uma nação, diz o Senhor
dos exércitos, e afligir-vos-á, de modo que não entrareis em Hamá e não ireis até o
ribeiro do deserto.
Amós - Capítulo 7
Amós - Capítulo 8
Amós - Capítulo 9
OBADIAS
Obadias - Capítulo 1
1 A visão de Obadias. Assim diz o Senhor Deus para Edom: Tenho ouvido um relato
do Senhor; ele enviou uma mensagem para as nações.
2 Levantai-vos, e subamos contra ela para a guerra.
3 Eis que te fiz pequeno entre as nações. Serás muito desonrado. A soberba do teu
coração te tem exaltado, residindo, como estás, nas fendas das rochas, como um
que exalta a sua habitação, dizendo no seu coração: Quem me derrubará em terra?
4 Ainda que te eleves como a águia, e ainda que faças o teu ninho entre as estrelas,
dali te derrubarei, diz o Senhor.
5 Se ladrões viessem a ti, ou assaltantes à noite, de que terias sido despojado? Não
teriam eles roubado apenas o suficiente para si mesmos? E se vindimadores viessem
a ti, não deixariam um rabisco?
6 Como foi Esaú vasculhado, como foram descobertas as suas coisas escondidas!
7 Eles te fizeram ir para os teus limites. Todos os homens de tua aliança te
resistiram; teus aliados prevaleceram contra ti, construíram armadilhas debaixo de
ti. Não há neles entendimento.
8 Naquele dia, diz o Senhor, destruirei os sábios de Edom e removerei o
entendimento do monte de Esaú.
9 E os teus guerreiros de Temã estarão atemorizados, para que o homem possa ser
eliminado do monte de Esaú.
10 Por causa da matança e do pecado cometido contra o teu irmão Jacó a vergonha
te cobrirá e serás exterminado, para sempre.
11 Desde o dia em que te puseste em oposição a ele, nos dias em que os
estrangeiros estavam levando cativo o seu exército e os estranhos entravam pelas
suas portas, quando lançavam sortes sobre Jerusalém, tu eras também como um
deles.
12 Contudo, não devias ter olhado com prazer sobre o dia de teu irmão, no dia dos
estranhos, nem alegrar-te contra os filhos de Judá no dia da sua ruína. Não deverias
ter te ostentado no dia da sua aflição.
13 Não deverias ter ido para as portas do povo no dia da sua calamidade. Nem,
ainda, deverias ter olhado para o seu ajuntamento no dia da sua ruína, nem atacado
o seu exército no dia em que estavam perecendo.
14 Não deverias ter te postado na saída de suas passagens para destruir
completamente aqueles que estavam a fugir; nem deverias ter feito calar os seus
fugitivos no dia da sua aflição.
15 Porquanto o dia do Senhor está perto, sobre todos os gentios. Como tu fizeste,
assim será feito a ti. A tua recompensa será devolvida na tua cabeça.
16 Porque assim como bebeste sobre o meu santo monte, da mesma forma todas as
nações irão beber do vinho; beberão, e cairão, e serão como se não fossem.
17 Mas no monte Sião haverá livramento, haverá nele um santuário. E a casa de Jacó
deverá herdar aqueles que os tomaram por herança.
18 A casa de Jacó será fogo, e a casa de José uma chama, e a casa de Esaú servirá de
restolho. Israel lançará a sua chama adiante contra eles e os devorará. E não haverá
um só campo de cereal deixado para a casa de Esaú; porque o Senhor o disse.
19 Os que habitam no sul herdarão o monte de Esaú, e os da planície os filisteus.
Eles herdarão a região montanhosa de Efraim, a planície deSamaria, Benjamim e a
terra de Gileade.
20 E este será o domínio do cativeiro dos filhos de Israel: a terra dos cananeus, até
Sarepta. E os cativos de Jerusalém herdarão até Efrata. Eles herdarão as cidades do
sul.
21 Os que escaparem subirão do monte Sião para vingar-se do monte de Esaú. E o
reino será do Senhor.
JONAS
Jonas - Capítulo 1
Jonas - Capítulo 2
1 Ora, o Senhor tinha ordenado a grande baleia para que engolisse Jonas. E Jonas
esteve no ventre da baleia três dias e três noites.
2 Então, Jonas orou ao Senhor, seu Deus, do ventre da baleia,
3 dizendo: Clamei eu, na minha angústia, ao Senhor meu Deus, e ele me ouviu; ouviu
ao meu clamor, do ventre do inferno. Tu ouviste a minha voz.
4 Lançaste-me nas profundezas do coração do mar, e as inundações me cercaram
com todas as tuas ondas, e as tuas vagas passaram sobre mim.
5 Então, eu disse: Lançado estou de tua presença. Irei eu, na verdade, olhar ainda
para o teu santo templo?
6 A água derramou-se em torno de mim, chegando-me até a alma. As maiores
profundidades me cercaram, a minha cabeça desceu
7 às fendas das montanhas. Eu fui para baixo da terra, cujas trancas são barreiras
eternas. Contudo, ó Senhor meu Deus, que a minha vida arruinada seja restaurada!
8 Quando a minha alma estava desfalecendo eu me lembrei do Senhor; e a minha
oração chegou a ti, no teu santo templo.
9 Os que seguem vaidades e mentiras afastaram de si a misericórdia.
10 Eu, porém, oferecer-te-ei um sacrifício com voz de louvor e agradecimento; tudo
aquilo que jurei a ti pagarei, ó Senhor da minha salvação.
11 E o Senhor ordenou a baleia, que lançou Jonas na terra seca.
Jonas - Capítulo 3
Jonas - Capítulo 4
MIQUÉIAS
Miquéias - Capítulo 1
1 E a palavra do Senhor veio a Miquéias, filho de Morasti, nos dias de Jotão, Acaz e
Ezequias, reis de Judá, a respeito de tudo o que ele viu concernente a Samaria e
Jerusalém:
2 Ouvi essas palavras, ó povo, e que a terra preste atenção, e tudo o que há nela, e o
Senhor Deus estará no meio de vós para testemunho, o Senhor, desde a sua santa
morada.
3 Porque eis que o Senhor vem do seu lugar. Descerá, e andará sobre as alturas da
terra.
4 As montanhas serão abaladas debaixo dele, os vales se derreterão como cera
diante do fogo e como água descendo por um declive.
5 Todas estas calamidades vem por causa da transgressão de Jacó, e pelo pecado da
casa de Israel. Qual é a transgressão de Jacó? Não é Samaria? E qual é o pecado da
casa de Judá? Não é Jerusalém?
6 Por este motivo farei de Samaria um celeiro para guardar os frutos do campo, e
plantarei nela uma vinha; demolirei completamente as suas pedras e irei expor os
seus fundamentos.
7 Eles irão cortar em pedaços todas as suas imagens esculpidas, e tudo por que ela
recebeu paga queimarão a fogo. E eu destruirei todos os seus ídolos, porquanto ela
ajuntou das pagas de sua prostituição, e das pagas de sua fornicação acumulou
riquezas.
8 Pelo que se lamentará e uivará, andará com os pés descalços e estará nua. Irá ela
fazer uma lamentação como a de serpentes, e pranto como o das filhas de sereias.
9 Para ela a praga tornou-se mui grave, pois chegou até Judá, e chegou até a porta
do meu povo, à Jerusalém.
10 Vós, os que estais em Gate, não vos exalteis; e vós, enaquins, não reconstruí das
ruínas que sobraram da casa de escárnio. Espalhai pó no lugar de vosso riso.
11 Ó habitante de Sinar, que habitas em cidades agradáveis, não vás chorar pela casa
ao lado da tua, porquanto ela só deverá receber de vós o golpe da tristeza.
12 Quem suspira pelo bem daquela que habita em tristeza? Pois calamidades
desceram da parte do Senhor sobre as portas de Jerusalém,
13 um ruído de carros e cavaleiros. Quanto aos habitantes de Laquis, ela é o
princípio do pecado para a filha de Sião, porque nela se acharam as transgressões
de Israel.
14 Portanto, ele fará com que homens sejam enviados à herança de Gate, às suas
vãs casas, porque elas se tornaram vaidade para os reis de Israel,
15 até que eles façam vir os herdeiros, ó moradora de Laquis, a herança que chega
até Adulão, sim, a glória da filha de Israel.
16 Raspa os teus cabelos, faz-te calva para os teus filhos delicados; aumenta a tua
calva como a de uma águia, porque o teu povo é levado cativo de ti.
Miquéias - Capítulo 2
Miquéias - Capítulo 3
1 Mas ele dirá: Ouvi agora estas palavras, vós, chefes da casa de Jacó, e vós,
remanescentes da casa de Israel. Não vieram estas palavras para conhecerdes a
justiça?
2 Vós que odiais o bem e procurais o mal; que arrancais as peles deles, e a sua carne
de cima dos seus ossos,
3 quando devorais a carne do meu povo e os despojais de suas peles e quebrais os
seus ossos, repartindo-os como pedaços para o caldeirão e como carne para o pote.
4 Portanto, clamarão ao Senhor mas ele não lhes dará ouvidos, e deverá afastar
deles o seu rosto naquele tempo, pois têm feito mal em suas práticas, contra si
mesmos;
5 assim diz o Senhor acerca dos profetas que levam o meu povo a desviar-se, que
abocanham com os seus dentes e proclamam a paz com eles, e quando nada foi
colocado em sua boca apregoam contra eles a guerra.
6 Portanto, haverá noite para vós em vez de uma visão, e trevas em vez de profecia;
o sol por-se-á sobre os profetas, e o dia será escuro sobre eles.
7 Os videntes de visões noturnas serão confundidos, e os profetas serão motivo de
zombaria. E todo o povo falará contra eles, porquanto não haverá ninguém para
ouvi-los.
8 Certamente irei fortalecer-me com o Espírito do Senhor, assim como de justiça e
de poder, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado.
9 Ouvi agora estas palavras, vós chefes da casa de Jacó e o restante da casa de
Israel, que odiais o juízo e perverteis toda a justiça;
10 vós que construís a Sião com sangue, e a Jerusalém com iniquidade;
11 cujos chefes tem concedido o julgamento por presentes, dos quais os sacerdotes
tem respondido por paga e os profetas têm adivinhado por prata. Todavia eles
descansaram no Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal
nos sobrevirá.
12 Portanto, por conta deles, Sião será lavrada como um campo, Jerusalém tornar-
se-á um celeiro de frutos, e o monte desta casa como um bosque da floresta.
Miquéias - Capítulo 4
Miquéias - Capítulo 5
1 Agora, a filha de Sião será completamente cercada; pois ele pôs cerco contra nós.
Ferirão as tribos de Israel com um cetro no seu queixo.
2 Mas tu, Belém, casa de Efrata, és pequena em número para seres contada entre os
milhares de Judá; contudo de ti um sairá para mim, para ser o governante de Israel.
E as suas origens foram desde o início, desde a eternidade.
3 Portanto, ele o fará aguardar até que o tempo chegue daquela que está em dores.
Dará ela à luz, e, então, o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel.
4 O Senhor se manterá firme e o verá, e alimentará o seu rebanho com poder; e eles
habitarão na glória do nome do Senhor seu Deus, porquanto agora serão
aumentados até os confins da terra.
5 Ela terá paz quando Assur entrar em sua terra, quando ele subir sobre seu país,
pois serão levantados contra ele sete pastores e oito ataques de homens.
6 Eles tenderão a Assíria à espada, e a terra de Ninrode com a sua trincheira;
portanto ele te livrará da Assíria, quando vier sobre a tua terra e quando invadir os
teus limites.
7 Então, o restante de Jacó estará entre as nações, no meio de muitos povos, como
orvalho que cai do Senhor, e como cordeiros no pasto aos quais ninguém poderá
ajuntar nem resistir, entre os filhos dos homens.
8 O restante de Jacó estará entre as nações, no meio de muitos povos, como um
leão da floresta entre o gado, e como um leãozinho entre os rebanhos de ovelhas,
como quando ele passa, selecionando e arrebatando a sua presa, sem haver
ninguém que possa livrar.
9 A tua mão se levantou contra os que te afligem, e todos os teus inimigos serão
totalmente destruídos.
10 E sucederá, naquele dia, diz o Senhor, que eu destruirei totalmente os cavalos do
meio de ti, e destruirei os teus carros;
11 eu destruirei as cidades da tua terra e demolirei todas as tuas fortalezas:
12 destruirei completamente as tuas feitiçarias nas tuas mãos, e já não haverá
adivinhos em ti;
13 destruirei as tuas imagens de escultura e as tuas estátuas no meio de ti, e nunca
mais adorarás as obras de tuas mãos.
14 Eu irei cortar os bosques no meio de ti, e eliminarei as tuas cidades.
15 E tomarei vingança sobre as nações, com ira e furor, porquanto não ouviram.
Miquéias - Capítulo 6
1 Ouvi agora uma palavra: O Senhor Deus disse: Levanta-te, pleiteia com os montes,
e ouçam os outeiros a tua voz.
2 Ouvi, montes, a controvérsia do Senhor; e vós, vales, até os fundamentos da terra.
Porquanto o Senhor tem uma demanda com o seu povo, e irá pleitear com Israel.
3 Ó povo meu, que fiz eu para ti? Em que te tenho entristecido? Ou em que te tenho
afligido? Responde-me.
4 Porque eu te trouxe para fora da terra do Egito, e te remi da casa da servidão,
enviando diante de ti Moisés, Arão e Miriã.
5 Povo meu, lembra-te agora do conselho que Balaque, rei de Moabe, tomou contra
ti, e do que Balaão, filho de Beor, respondeu-lhe, desde os juncos até Gilgal. Que a
justiça de Deus será conhecida.
6 De que maneira poderia eu chegar-me ao Senhor, e alcançar o favor de meu Deus
Altíssimo? Hei de alcançá-lo por meio de holocaustos, com bezerros de um ano?
7 Aceitará o Senhor milhares de carneiros, ou dez milhares de cabras engordadas?
Deveria eu ofertar o meu primogênito pela minha impiedade, o fruto do meu corpo
pelo pecado da minha alma?
8 Não te foi dito, ó homem, o que é bom? O que o Senhor pede de ti, senão que
pratiques a justiça e ames a misericórdia, e estejas pronto para caminhar com o
Senhor teu Deus?
9 A voz do Senhor será proclamada na cidade, e ele salvará aqueles que temem o
seu nome. Ouvi, ó tribo! Entretanto, quem ordenará a cidade?
10 Porventura não há fogo, e a casa do ímpio não amontoa tesouros falsos, com o
orgulho da injustiça?
11 Porventura os ímpios serão justificados pelas suas balanças desequilibradas, ou
pelos pesos enganosos que há no saco,
12 pelos quais eles tem acumulado as suas riquezas ímpias e os que habitam na
cidade tem proferido falsidades, exaltando-se a sua língua na sua boca?
13 Por este motivo, estou começando a ferir-te. Eu irei destruir-te em teus pecados.
14 Tu comerás e não ficarás satisfeito, e haverá escuridão sobre ti. Ele se apartará de
ti, e tu não escaparás; mas todo aquele que escapar será entregue à espada.
15 Tu semearás, mas não colherás; esmagarás a azeitona, todavia não te ungirás
com o seu óleo; produzirás vinho, porém não beberás do vinho. E as ordenanças do
meu povo serão totalmente abolidas.
16 Porquanto guardaste as estátuas de Onri, e andaste em todas as obras da casa de
Acabe; e tendes andado nos seus caminhos, para que eu possa entregar-te à
destruição, e os que habitam a cidade ao escárnio. E levareis sobre vós o opróbrio
das nações.
Miquéias - Capítulo 7
1 Ai de mim, pois tornei-me como aquele que ajunta palha na ceifa e como aquele
que recolhe os rabiscos na vindima, quando não já há cacho algum, para que possa
comer as frutas temporãs maduras. Ai da minha alma!
2 Pois o piedoso pereceu da terra, e não há entre os homens quem ordene
retamente o seu caminho. Todos eles contendem até o sangue; gravemente
afligem, cada um, ao seu próximo.
3 Eles preparam as suas mãos para o mal; o príncipe pede uma recompensa, e o juiz
fala palavras lisonjeiras. Tal é o desejo da sua alma.
4 Portanto irei tirar os seus bens como uma traça devoradora, e como alguém que
castiga pela regra mais dura, em um dia de visitação. Ai, ai, os teus tempos de
vingança são chegados; agora, virão as tuas lamentações.
5 Não acredites nos teus amigos nem confies em guias; tem cuidado de tua mulher,
de modo a não lhe confiares nada.
6 Pois o filho desonra a seu pai, a filha se levantará contra a sua mãe, a nora contra a
sua sogra, e aqueles de sua própria casa serão os inimigos de um homem.
7 Eu, porém, olharei para o Senhor; esperarei em Deus, meu Salvador. Meu Deus me
ouvirá.
8 Não te alegres contra mim, ó meu inimigo! porquanto, apesar de ter caído, ainda
me levantarei; ainda que eu me assente nas trevas, o Senhor será a minha luz.
9 Sofrerei a indignação do Senhor, pois pequei contra ele, até que favoreça a minha
causa; ele também sustentará o meu direito, irá trazer-me para a luz e verei a sua
justiça.
10 Aquela que é a minha inimiga verá isso, e cobrir-se-á com vergonha, aquela que
diz: Onde está o Senhor teu Deus? Os meus olhos a verão. agora ela será pisada a
como lama das ruas.
11 Este é o dia da reconstrução. Neste dia, será completa a tua destruição; tal dia irá
abolir totalmente as tuas ordenanças.
12 As tuas cidades serão arrasadas e repartidas entre os assírios; as tuas cidades
fortificadas serão separadas desde Tiro até o rio, de mar à mar, e de montanha à
montanha.
13 E a terra será de todo assolada, juntamente com os que a habitam, por causa do
fruto das suas obras.
14 Tende o teu povo com a tua vara, as ovelhas da tua herança, aqueles que habitam
à vontade no bosque, no meio do Carmelo. Eles se alimentarão na terra de Basã e na
terra de Gileade, como nos dias antigos.
15 Como nos dias da tua saída do Egito, verás coisas maravilhosas.
16 As nações o verão, e confundir-se-ão com toda a sua força; porão as mãos sobre
a boca, e os seus ouvidos estarão surdos.
17 Elas lamberão o pó como as serpentes que rastejam sobre a terra, e serão
confundidas em suas tocas. Surpreender-se-ão com o Senhor, nosso Deus, e terão
temor de ti.
18 Quem é Deus semelhante a ti, cancelando iniquidades, e esquecendo-te dos
pecados do restante da tua herança? Pois Ele não manteve a sua ira para um
testemunho, mas tem se deleitado na benignidade.
19 Ele se voltará e terá misericórdia de nós; Ele afundará nossas iniquidades, e elas
serão lançadas nas profundezas do mar, com todos os nossos pecados.
20 Ele concederá bênçãos, verdadeiramente, a Jacó, e misericórdia a Abraão, como
juraste a nossos pais, de acordo com os dias passados?
NAUM
Naum - Capítulo 1
Naum - Capítulo 2
1 Está tudo terminado para ele, já foi removido. Um que foi livrado da aflição surgiu,
ofegante, na tua presença: Vigia o caminho, fortalece os teus lombos, sê deveras
valente na tua força.
2 Pois o Senhor desviou o orgulho de Jacó, assim como o de Israel, porquanto eles
os têm de todo rejeitado, e destruíram os seus ramos.
3 Foram destruídos os braços de seu poder entre os homens, dos homens
poderosos vestidos de fogo. As rédeas de seus carros serão destruídas no dia da sua
preparação, os cavaleiros serão lançados em confusão pelos caminhos
4 e os carros se chocarão e enredar-se-ão nas largas avenidas. Sua aparência é como
a de tochas de fogo, semelhante a de relâmpagos reluzentes.
5 Os homens poderosos considerarão, e fugirão, de dia, e serão fracos quando
estiverem indo; apressar-se-ão para os seus muros e prepararão as suas defesas.
6 As portas das cidades foram abertas, os palácios têm caído em ruínas,
7 e a sua fundação foi exposta. Ela subiu e as suas servas foram levadas como
pombas, gemendo em seus corações.
8 Quanto à Nínive, as suas águas serão como uma poça d'água, as quais fugiram,
não permaneceram; e não havia ninguém que olhasse para trás.
9 Eles saquearam a prata, saquearam o ouro, e não houve fim de se adornarem;
estavam carregados deles em todos os seus vasos desejáveis.
10 Há um empurrar e um sacudir, um alvoroço e um derreter do coração, um
afrouxar dos joelhos e dores em todos os lombos. Os rostos de todos são como um
pote escurecido.
11 Onde está a morada dos leões e o pasto dos filhotes? Onde irá o leão, onde
entrará o filhote de leão, que não haverá ninguém para assustá-lo?
12 O leão toma presa suficiente para seus filhotes, e a estraçalha para seus
leõezinhos, enchendo o seu covil com presas e a sua morada de despojos.
13 Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos. Queimarei a tua multidão
na fumaça, e a espada devorará os teus leões. Eu arrancarei a tua presa da face da
terra, e dos teus atos não mais se ouvirá falar.
Naum- Capítulo 3
1 Ó cidade de sangue, completamente falsa, cheia de injustiça, cuja presa não será
entregue!
2 Houve-se o barulho dos chicotes e o ruído das rodas, do cavalo perseguindo e do
carro saltando,
3 do cavaleiro montado, da espada reluzente, das armas brilhantes, de uma
multidão de mortos e de uma queda estrondosa. Não havia fim para as suas nações,
contudo elas se enfraquecerão em seus corpos
4 por causa da abundância da sua fornicação. É ela uma prostituta, bela e
encantadora, hábil em bruxarias, que vende as nações por sua prostituição e os
povos por suas feitiçarias.
5 Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor Deus Todo-Poderoso. Levantarei os teus
vestidos, na tua presença. Mostrarei as nações a tua vergonha, e aos reinos a tua
desgraça.
6 Lançarei sobre ti imundícias, de acordo com os teus caminhos impuros, fazendo
de ti um exemplo público.
7 E será que todo aquele que te ver, ao descer de ti, dirá: Pobre Nínive! Quem fará
lamentação por ela? Onde irei buscar-lhe conforto?
8 Prepara para ti uma porção, afina as cordas, prepara uma porção também para
Amom. Aquela que habita entre os rios e a água está ao seu redor, cujo domínio é o
mar e cujas muralhas são de água.
9 A Etiópia é a sua força, e também o Egito. E não havia limite da fuga de seus
inimigos. Também os líbios se tornaram seus ajudadores.
10 No entanto, ela deverá ir como um prisioneiro em cativeiro. Eles esmagarão seus
bebês contra o solo, no topo de todos os seus caminhos; lançarão sortes sobre os
seus gloriosos bens, e todos os seus nobres serão presos em correntes.
11 Serás embriagada, e esquecida, e procurarás força para ti mesma, por causa dos
teus inimigos.
12 Todas as tuas fortalezas são como figueiras com observadores pendurados. Se
forem sacudidas, cairão eles na boca do devorador.
13 Eis que o teu povo, que está em ti, é como mulheres; as portas da tua terra
certamente serão abertas para os teus inimigos, e o fogo devorará as tuas trancas.
14 Tira água para um cerco e faz seguras as tua fortalezas. Entra no barro, e sê
pisada com a palha; faz as fortificações mais fortes do que o tijolo.
15 O fogo te consumirá e a espada te destruirá totalmente; consumir-te-á como o
gafanhoto, e serás esmagada como uma lagarta.
16 Tu multiplicaste as tuas mercadorias para além das estrelas do céu, mas a lagarta
as tem atacado e voado para longe.
17 Tua multidão mista, de repente, retirou-se como o gafanhoto, como o gafanhoto
no cimo de uma cerca em um dia gelado. O sol surge e ele voa, e não conhece mais
o seu lugar. Ai deles!
18 Os teus pastores dormiam, e o rei assírio derrubou os teus valentes. Teu povo
partiu para as montanhas, e não havia ninguém para acolhê-los.
19 Não há cura para a tua ferida; tua ferida tornou-se incurável. Todos os que
ouvirem a teu respeito baterão palmas contra ti. Porquanto, sobre quem não tem
passado, continuamente, a tua malícia?
HABACUQUE
Habacuque - Capítulo 1
Habacuque - Capítulo 2
1 Estarei em minha vigília, subirei na rocha e ficarei olhando para ver o que ele irá
dizer-me, e o que responderei quando for arguido.
2 Então, o Senhor falou comigo, dizendo: Escreve a visão, escreve-a claramente em
uma tábua, para que aquele que lê possa entender.
3 Porque a visão é ainda por um tempo, e cumprir-se-á no final, e não em vão. Ainda
que se demore, esperai por ele; pois certamente virá, e não tardará.
4 Se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele; o justo, porém, viverá pela minha
fé.
5 Todavia o homem arrogante e escarnecedor, o que é prepotente, não levará nada
ao seu fim; aquele que ampliou o seu desejo como a sepultura e como a morte, este
nunca estará satisfeito. Atrairá para si todas as nações, e receberá em si mesmo
todos os povos.
6 Não proferirão, todos estes, uma parábola contra ele? e não lhe citarão um
provérbio? E dirão: Ai daquele que multiplica para si mesmo posses que não lhe
pertencem! Por quanto tempo? Ai daquele que carrega fortemente o seu próprio
jugo.
7 Porque de repente se levantarão aqueles que o abocanharão; os que conspiram
contra ti ressuscitarão, e serás uma pilhagem para eles.
8 Porquanto destruiste muitas nações, todas as que forem deixadas te despojarão a
ti, por causa do sangue dos homens, dos pecados da terra e da cidade, e de todos
os que habitam nela.
9 Ai daquele que cobiça maldosamente para sua casa, a fim de que possa pôr o seu
ninho no alto, pensando em livrar-se do poder do mal.
10 Tens concebido vergonha para a tua casa, tens destruído completamente a
muitas nações. A tua alma pecou.
11 Porque a pedra clamará da parede, e o besouro falará da madeira.
12 Ai daquele que constrói uma cidade com sangue, e a estabelece com iniquidade.
13 Não vem essas coisas do Senhor Todo-Poderoso? Certamente muitas pessoas
tem se exaurido no fogo, e muitas nações já desfaleceram.
14 Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, que a cobrirá
como água.
15 Ai daquele que dá de beber ao seu próximo as borras grossas do vinho,
embriagando-o para que possa contemplar as suas partes íntimas.
16 Bebe também tu da tua porção de desgraça, em vez de glória. Agita-te, ó
coração, e treme. O cálice da mão direita do Senhor voltar-se-á contra ti, e a desonra
virá sobre a tua glória.
17 Porque a impiedade do Líbano te cobrirá, e a angústia das feras far-te-á
desfalecer, por causa do sangue dos homens, dos pecados da terra e da cidade, e de
todos os que habitam nela.
18 O que aproveita à imagem de escultura que a tenham gravado? Alguém faz dela
um trabalho de fundição, uma imagem falsa; pois o fabricante tem confiado em sua
obra, fazendo ídolos mudos.
19 Ai daquele que diz à madeira: Desperta, levanta-te! e à pedra: Sê exaltada!
considerando que se trata de uma imagem, uma fundição de ouro e de prata, e não
há fôlego na mesma.
20 Mas o Senhor está no seu santo templo. Que toda a terra tema diante dele.
Habacuque - Capítulo 3
SOFONIAS
Sofonias - Capítulo 1
1 A palavra do Senhor que veio a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de
Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá.
2 Que a face da terra seja profundamente consumida, diz o Senhor.
3 Que o homem e o gado sejam cortados e que as aves do céu e os peixes do mar
sejam exterminados. Os ímpios desfalecerão, e tirarei os transgressores da face da
terra, diz o Senhor.
4 Também estenderei a minha mão contra Judá e contra todos os habitantes de
Jerusalém, e removerei os nomes de Baal deste lugar, assim como os nomes dos
sacerdotes
5 e dos que adoram o exército do céu sobre os telhados; e o dos que adoram e
juram pelo Senhor e também juram por seu rei;
6 e o dos que se desviam do Senhor, que não buscam a Deus nem se apegam a ele.
7 Temei antes ao Senhor Deus, porque o dia do Senhor está perto; pois ele tem
preparado o seu sacrifício, e já santificou os seus convidados.
8 E acontecerá, no dia do sacrifício do Senhor, que tomarei vingança sobre os
príncipes e sobre a casa do rei, e sobre todos os que usam trajes estrangeiros.
9 Tomarei vingança, abertamente, nos pórticos, naquele dia, sobre os homens que
enchem a casa do Senhor seu Deus com a impiedade e o engano.
10 E haverá, naquele dia, diz o Senhor, o som de um grito vindo do portão, de
homens assassinando, e um uivo desde a segunda porta, e um grande
quebrantamento desde os outeiros.
11 Lamentai, vós os que habitais a cidade que foi quebrada, pois todas as pessoas
tornaram-se como Canaã, e todos os que foram exaltados pela prata foram
completamente destruídos.
12 E sucederá, naquele dia, que eu irei vasculhar Jerusalém com uma vela, e vingar-
me-ei dos homens que desprezam as coisas que lhes são confiadas. Entretanto, eles
dizem em seus corações: O Senhor não irá fazer nenhum bem nem fará ele mal
algum.
13 Todavia o seu poder será por despojo e as suas casas para total desolação.
Edificarão casas, mas não habitarão nelas; plantarão vinhas mas não beberão o seu
vinho.
14 Pois o grande dia do Senhor está perto, sim, está perto e vem mui rápido; o som
do dia do Senhor é amargo e áspero.
15 Um poderoso dia de indignação é aquele dia, um dia de aflição e de angústia, dia
de desolação e destruição, dia de escuridão e trevas, dia de nuvens e vapor;
16 dia de trombeta e de clamor contra as cidades fortes e contra as torres altas.
17 Afligirei grandemente os homens e eles andarão como cegos, porque pecaram
contra o Senhor. Portanto, ele irá derramar o seu sangue como pó, e a sua carne
como esterco.
18 A sua prata e o seu ouro não serão, de modo algum, capazes de salvá-los no dia
da ira do Senhor, porém toda a terra será consumida pelo fogo do seu zelo. Pois ele
irá trazer uma rápida destruição sobre todos os que habitam a terra.
Sofonias - Capítulo 2
Sofonias - Capítulo 3
1 Esta é a cidade desdenhosa, que habita em segurança, que diz em seu coração: Eu
sou, e não há mais nenhuma para ser depois de mim! Como tornou-se ela desolada,
uma habitação de feras! Todo aquele que passar por ela assobiará e agitará as mãos.
Ai da cidade gloriosa e resgatada!
2 A pomba não deu ouvidos à voz; não recebeu a correção e não confiou no Senhor.
Ela não se aproximou do seu Deus.
3 Os seus príncipes no meio dela são como leões rugindo, os seus juízes como os
lobos da Arábia; contudo, eles não permaneceram até o dia seguinte.
4 Seus profetas são homens fátuos e desprezíveis; os seus sacerdotes tem
profanado as coisas sagradas, e pecaminosamente transgrediram a lei.
5 Mas o Senhor é justo no meio dela, portanto ele não irá, jamais, fazer uma coisa
injusta; manhã após manhã irá trazer o seu juízo à luz. Ele não está escondido, não
aceita a injustiça por extorsão nem por contenda.
6 Eu derrubei o orgulhoso com grande destruição; suas esquinas estão destruídas.
Fiz abandonados os seus caminhos, de modo que ninguém deverá passar por eles;
suas cidades chegaram ao fim, em razão de nenhum homem viver ou habitar nelas.
7 Eu disse: Tão somente guardai o meu temor e recebei a correção, e não sereis
cortados da face da terra em toda a vingança que eu trouxer sobre ela. Aprontai-
vos, levantai cedo. Contudo, a totalidade da sua produção está arruinada.
8 Portanto esperai-me, diz o Senhor, até o dia em que eu me levantar para
testemunho. Porque o meu julgamento será dado no ajuntamento das nações, para
chamar a mim reis, a fim de derramar sobre todos eles a minha ira. Pois toda a terra
será consumida pelo fogo do meu zelo.
9 Então, darei aos povos uma língua, para aquela geração, para que todos invoquem
o nome do Senhor e para servi-lo sob um mesmo jugo.
10 Desde os limites dos rios da Etiópia receberei os meu dispersos; eles irão
oferecer-me sacrifícios.
11 Naquele dia não te envergonharás de todas as tuas práticas, com as quais tens
transgredido contra mim; porquanto, naquele dia eu removerei de ti o teu orgulho
desdenhoso, e nunca mais te engrandecerás no meu santo monte.
12 Contudo, deixarei em ti um povo manso humilde,
13 e o restante de Israel temerá o nome do Senhor, e não fará mais nenhuma
iniquidade nem falará vaidades; nem, tampouco, uma língua enganadora será
encontrada em sua boca, porque serão apascentados, deitar-se-ão e não haverá
ninguém para aterrorizá-los.
14 Alegra-te, ó filha de Sião; clama bem alto, ó Israel. Alegra-te e regozija-te com
todo o teu coração, ó filha de Jerusalém!
15 O Senhor levou as tuas iniquidades, ele te resgatou das mãos de teus inimigos; o
Senhor, o Rei de Israel, está no meio de ti. Já não verás mal algum.
16 Naquele tempo, o Senhor dirá a Jerusalém: Tem bom ânimo, Sião; não deixes que
se enfraqueçam as tuas mãos.
17 O Senhor teu Deus está no meio de ti; o Poderoso te salvará. Ele trará alegria
sobre ti, e renovar-te-á com o seu amor. Ele se deleitará em ti com alegria, como em
um dia de festa.
18 E irei reunir os teus aflitos. Ai de mim! quem lançou uma censura contra ela?
19 Eis que eu irei operar no meio de ti, por tua causa, naquele tempo, diz o Senhor.
Irei salvar a que fora oprimida e receberei a que era antes rejeitada. E farei deles um
louvor e honra em toda a terra.
20 Os vossos inimigos serão envergonhados naquele tempo, quando eu lidar bem
convosco, e no momento em que vos receber. Porquanto vos farei honrados e um
louvor entre todos os povos da terra, quando eu mudar o vosso cativeiro diante de
vós, diz o Senhor.
AGEU
Ageu - Capítulo 1
1 No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, a palavra do
Senhor veio por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Fala a Zorobabel, filho de
Salatiel, de tribo de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:
2 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Este povo diz: O tempo ainda não veio para
construir a casa do Senhor.
3 Então a palavra do Senhor veio por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
4 É hora de vós morardes em casas apaineladas, enquanto que a nossa casa está
desolada?
5 E agora, assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos, peço-
vos.
6 Tendes semeado muito, mas colhestes pouco; tendes comido, contudo não
ficastes satisfeitos; tendes bebido, mas não fostes saciados com a bebida; vesti-vos,
porém não tendes estado aquecidos; e aquele que recebe salário guardou-o em um
saco furado.
7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos.
8 Ide até a montanha e cortai madeira. Construí a casa, e eu terei prazer nela, e serei
glorificado, diz o Senhor.
9 Vós tendes esperado muito, mas eis que veio pouco; e o que veio foi trazido para
a casa, porém eu o dissipei. Portanto, assim diz o Senhor dos Exércitos: Porque a
minha casa está desolada, e vós carregais tudo para a vossa própria casa,
10 por causa disso o céu reterá o seu orvalho e a terra esconderá a sua produção.
11 E trarei a espada sobre a terra, sobre os montes, sobre o trigo, sobre o vinho,
sobre o azeite e sobre tudo o que a terra produz; e sobre os homens, sobre o gado
e sobre todas as obras das suas mãos.
12 E Zorobabel, filho de Salatiel, da tribo de Judá, e Josué, filho de Jozadaque, o
sumo sacerdote, e todo o resto do povo ouviram a voz do Senhor, seu Deus, e as
palavras do profeta Ageu, conforme o Senhor seu Deus o tinha enviado para eles; e
o povo temeu diante do Senhor.
13 E Ageu, mensageiro do Senhor, falou conforme a mensagem do Senhor para o
povo, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor.
14 Então, o Senhor suscitou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, da tribo de
Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do
restante de todo o povo; e entraram e trabalharam na casa do Senhor dos
exércitos, seu Deus,
15 no vigésimo quarto dia do sexto mês, no segundo ano do rei Dario.
Ageu - Capítulo 2
1 2 No sétimo mês, no vigésimo primeiro dia do mês, o Senhor falou pelo profeta
Ageu, dizendo:
3 Fala agora a Zorobabel, filho de Salatiel, da tribo de Judá, e a Josué, filho de
Jozadaque, o sumo sacerdote, e a todo o resto do povo, dizendo:
4 Quem dentre vós viu esta casa na sua primeira glória? Como, pois, olhais agora
para ela como se fosse nada diante de vossos olhos?
5 Contudo, agora, sê forte, ó Zorobabel, diz o Senhor; e esforça-te, ó Josué, filho de
Jozadaque, o sumo sacerdote. E todo o povo da terra se fortaleça, diz o Senhor,
para trabalhar, porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos,
6 e o meu Espírito permanece no meio de vós. Tende bom ânimo,
7 porque assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda uma vez hei de abalar o céu, a
terra e o mar, e a toda porção seca;
8 farei estremecerem as nações, e as porções escolhidas de todas as nações virão; e
encherei de glória esta casa, diz o Senhor Todo-Poderoso.
9 Minha é a prata e meu é o ouro, diz o Senhor Todo-Poderoso.
10 Portanto a glória desta casa será grande, a da última maior do que a da primeira,
diz o Senhor dos Exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor Todo-Poderoso,
paz de alma em possessão de todo aquele que constrói para levantar este templo.
11 No vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, a palavra do
Senhor veio a Ageu, o profeta, dizendo:
12 Assim diz o Senhor Todo-Poderoso: Pergunta, agora, ao sacerdote a respeito da
lei, dizendo:
13 Se um homem trouxer carne santa na orla do seu manto, e a aba de suas vestes
vier a tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer tipo
de mantimento, torná-los-á santos? E os sacerdotes responderam: Não.
14 E Ageu disse: Se uma pessoa contaminada, impura em razão de um corpo morto,
tocar nalguma destas coisas, será esta contaminada? E os sacerdotes responderam:
Será contaminada.
15 Então, Ageu respondeu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante
de mim, diz o Senhor; e assim são todas as obras das suas mãos. Qualquer que tocá-
los será imundo; serão aflitos por causa de suas obras. Pois tendes odiado aquele
que reprova nas portas.
16 Agora, portanto, considerai, eu vos peço, desde este dia ou dantes, antes mesmo
de se haver colocado uma pedra sobre outra pedra no templo do Senhor, que tipo
de homens vós éreis.
17 Quando lançais no depósito vinte medidas de cevada, eis que aparecem somente
dez medidas; e quando ides para a cuba pensando em tirar cinquenta medidas, eis
que há somente vinte.
18 Eu vos feri com a esterilidade e com o crestamento, e a todas as obras de vossas
mãos feri com o granizo. Contudo, vós não voltastes para mim, diz o Senhor.
19 Disponde agora os vossos corações para considerar, a partir deste dia, desde o
vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que a fundação do templo do
Senhor foi colocada.
20 Considerai, em vossos corações, se algo há para ser visto na eira, e se, ainda, a
videira, a figueira, a romãzeira e as oliveiras que não produzem frutos estão
convosco. Pois desde este dia eu vos abençoo.
21 E a palavra do Senhor veio pela segunda vez para Ageu, o profeta, no dia vinte e
quatro do mês, dizendo:
22 Fala a Zorobabel, filho de Salatiel, da tribo de Judá: Farei tremer o céu, a terra, o
mar e a porção seca;
23 derrubarei os tronos dos reis, e destruirei o poder dos reis das nações; eu irei
derrubar carros e cavaleiros. Os cavalos e os seus cavaleiros cairão, cada um pela
espada que luta contra o seu irmão.
24 Naquele dia, diz o Senhor Todo-Poderoso, tomar-te-ei, ó Zorobabel, filho de
Salatiel, servo meu, diz o Senhor, e te farei como um selo; porque eu te escolhi, diz
o Senhor Todo-Poderoso.
ZACARIAS
Zacarias - Capítulo 1
Zacarias - Capítulo 2
1 Levantei os meus olhos, e vi, e eis um homem em cuja mão havia um cordel de
medir.
2 E perguntei-lhe: Para onde vais? E ele me respondeu: Para medir Jerusalém, a fim
de ver qual é a largura da mesma, e qual é o seu comprimento.
3 E eis que o anjo que falara comigo parou, e outro anjo saiu-lhe ao encontro,
4 e falou com ele, dizendo: Apressa-te e fala com aquele jovem, e diz-lhe: Jerusalém
será totalmente habitada, por causa da multidão de homens e de gado no meio
dela.
5 E eu serei para ela, diz o Senhor, um muro de fogo em redor; e serei uma glória no
meio dela.
6 Eh! Eh! Fugi agora da terra do norte, diz o Senhor. Pois eu vos congregarei dos
quatro ventos do céu, diz o Senhor,
7 diz o Senhor para Sião. Libertai-vos, vós que habitais com a filha de Babilônia.
8 Pois assim diz o Senhor dos exércitos: Para conquistar a glória ele me tem enviado
às nações que vos despojaram; porque aquele que toca em vós é como o que toca a
menina dos seus olhos.
9 Eis que eu trago a minha mão sobre eles, e tornar-se-ão em despojo para os que
os servem. E vós sabereis que o Senhor dos Exércitos me enviou.
10 Alegra-te e exulta, ó filha de Sião, porque eis que eu venho, e habitarei no meio
de ti, diz o Senhor.
11 Muitas nações fugirão para o refúgio do Senhor naquele dia, e serão um povo
com ele; e habitarão no meio de ti. E saberás que o Senhor dos Exércitos me enviou
a ti.
12 O Senhor herdará Judá como a sua porção na terra santa, e ainda irá escolher
Jerusalém.
13 Que toda a carne tema diante do Senhor, porque ele se levantou das suas santas
nuvens.
Zacarias - Capítulo 3
Zacarias - Capítulo 4
1 Então, o anjo que falava comigo voltou e despertou-me, como quando um homem
é despertado do seu sono.
2 E ele me disse: Que vês? E eu disse: Tenho visto, e eis um castiçal todo de ouro
com um vaso de azeite em cima, e sete lâmpadas sobre si, e sete funis de óleo para
as lâmpadas em cima dele.
3 E sobre ele duas oliveiras, uma à direita do vaso, e outra à sua esquerda.
4 Então, eu perguntei ao anjo que falava comigo, e disse-lhe: O que são essas coisas,
meu senhor?
5 E o anjo que falava comigo, respondeu-me, e disse: Não sabes tu o que são essas
coisas? E eu falei: Não, meu senhor.
6 E ele respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, a qual diz:
Não por grande poder, nem por força, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor Todo-
Poderoso.
7 Quem és tu, grande montanha que estás diante de Zorobabel, que devas
prosperar? Pois eis que eu irei trazer a pedra da herança, cuja graça será igual à
minha propria graça.
8 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
9 As mãos de Zorobabel têm lançado os alicerces desta casa, e elas também a
acabarão; e saberás que o Senhor dos Exércitos me enviou a ti.
10 Ora, quem despreza os pequenos dias? Certamente eles se alegrarão vendo o
prumo de estanho na mão de Zorobabel, esses que são os sete olhos olhando sobre
toda a terra.
11 E eu perguntei, e disse-lhe: Que são estas duas oliveiras à direita e à esquerda do
castiçal?
12 E perguntei pela segunda vez, e disse-lhe: O que são os dois ramos de oliveiras ao
lado dos dois tubos de ouro que se comunicam com os funis de óleo dourados?
13 E ele me disse: Não sabes tu o que isso significa? E eu respondi: Não, meu senhor.
14 E ele me disse: Estes são os dois ungidos que assistem junto ao Senhor de toda a
terra.
Zacarias - Capítulo 5
Zacarias - Capítulo 6
1 Então, voltei-me, e levantei os meus olhos, e vi; e eis quatro carros que saíam de
entre duas montanhas. E as montanhas eram de bronze.
2 No primeiro carro estavam cavalos vermelhos, e, no segundo, cavalos pretos;
3 no terceiro carro estavam cavalos brancos, e, no quarto, cavalos malhados e
cinzentos.
4 E eu perguntei, dirigindo-me ao anjo que falava comigo: Quem são estes, meu
senhor?
5 E o anjo que falava comigo respondeu, e disse-me: Estes são os quatro ventos do
céu, e eles estão saindo para estar diante do Senhor de toda a terra.
6 Quanto ao carro em que estavam os cavalos pretos, saíram eles para a terra do
norte, e os brancos saíram atrás deles; e os malhados saíram para a terra do sul.
7 Então, os cinzentos saíram, avançando para ir e rodear a terra. E disse-lhes ele: Ide,
e rodeai a terra. E rodearam a terra.
8 E ele clamou e falou comigo, dizendo: Eis que estes saem para a terra do norte,
fazendo repousar a minha ira na terra do norte.
9 E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
10 Toma um tributo dos principais dos homens do cativeiro, e dos homens valiosos
do mesmo, e dos que têm entendido. E entrarás, naquele dia, na casa de Josias,
filho de Sofonias, que saiu da Babilônia.
11 Tomarás prata e ouro e farás coroas, e as porás sobre a cabeça de Josué, filho de
Jozadaque, o sumo sacerdote;
12 e lhe dirás: Assim diz o Senhor Todo-Poderoso: Eis o homem cujo nome é Renovo!
Ele brotará do seu tronco, e edificará a casa do Senhor.
13 Irá ele receber o poder, e se assentará e dominará no seu trono; haverá um
sacerdote à sua mão direita, e um conselho de paz estará entre os dois.
14 As coroas serão para os que esperam pacientemente, para os homens valiosos do
cativeiro e para os que tem entendido; e para graça do filho de Sofonias, e para um
salmo na casa do Senhor.
15 Os que estão longe virão, e ajudarão a edificar o templo do Senhor; e sabereis
que o Senhor dos Exércitos me enviou a vós. Isso virá a acontecer se diligentemente
ouvirdes a voz do Senhor, vosso Deus.
Zacarias - Capítulo 7
1 E sucedeu que, no quarto ano do rei Dario, a palavra do Senhor veio a Zacarias, no
quarto dia do nono mês que é quisleu.
2 E Sarezer e Arbezer, com os seus homens, foram enviados pelo rei a Betel, para
fazerem propiciação ao Senhor,
3 falando aos sacerdotes que estavam na casa do Senhor dos Exércitos e aos
profetas, dizendo: A santa oferta veio para cá no quinto mês, como já tem sido feito
há muitos anos.
4 E a palavra do Senhor dos exércitos veio a mim, dizendo:
5 Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, e diz-lhes: Ainda que vós jejuais e
lamentais no quinto ou sétimo mês (sim, eis que já por setenta anos) tendes, acaso,
jejuado para mim?
6 E se comeis ou bebeis, não comeis e bebeis para vós mesmos?
7 Não eram estas as palavras que o Senhor falou por intermédio dos profetas
antigos, quando Jerusalém estava habitada e próspera, com as suas cidades ao
redor, e a região montanhosa e o país baixo estavam também habitados?
8 E a palavra do Senhor veio a Zacarias, dizendo:
9 Assim diz o Senhor dos exércitos: Fazei julgamento justo e tratai misericordiosa e
compassivamente, cada um, com o seu irmão;
10 não oprimais a viúva nem o órfão, o estrangeiro ou o pobre; e que nenhum de
vós guarde em seu coração a injuria do seu irmão.
11 Contudo, eles se recusaram a atender e, loucamente, viraram as costas, e fizeram
pesados os seus ouvidos para que não ouvissem.
12 Fizeram eles o seu coração desobediente, de modo a não dar ouvidos à minha lei
nem as palavras que o Senhor Todo-Poderoso enviou pelo seu Espírito, mediante os
profetas antigos. Por causa disso houve grande ira do Senhor dos Exércitos.
13 E sucederá que, assim como ele falou e não ouviram, também eles deverão
chorar mas eu não ouvirei, diz o Senhor Todo-Poderoso.
14 E irei espalhá-los entre todas as nações que não conhecem; a terra, atrás deles,
deverá ser feita totalmente destituída de qualquer um indo ou retornando por ela.
Sim, pois eles fizeram da terra escolhida uma desolação.
Zacarias - Capítulo 8
Zacarias - Capítulo 9
Zacarias - Capítulo 10
1 Pedi vós ao Senhor chuva na estação, as primeiras e as últimas. O Senhor tem dado
claros sinais, e lhes dará chuvas abundantes, e à cada erva no campo.
2 Pois os que falam tem proferido coisas graves, e os adivinhos tem tido visões
falsas; contaram falsos sonhos, entregando vão conforto. Por isto eles se perderam
como ovelhas, e foram humilhados, porquanto não havia cura.
3 A minha ira se acendeu contra os pastores, e eu irei visitar os cordeiros. O Senhor
Deus Todo-Poderoso visitará o seu rebanho, a casa de Judá, e fará dela o seu cavalo
glorioso na guerra.
4 Por meio dela ele verá, e definirá em ordem a batalha; dela virá o arco, com ira, e
dela virão, juntos, todos os chefes.
5 Eles serão como guerreiros pisando a lama nos caminhos da guerra, e definirão em
ordem a batalha, porque o Senhor está com eles; e os cavaleiros montados em
cavalos serão envergonhados.
6 Fortalecerei a casa de Judá e salvarei a casa de José, e os estabelecerei; porque eu
os amei, e eles serão como se não os tivera rejeitado. Porque eu sou o Senhor seu
Deus, e os ouvirei.
7 Serão eles semelhantes aos guerreiros de Efraim, e o seu coração se alegrará
como pelo vinho; também os seus filhos o verão, e se alegrarão. E o seu coração se
regozijará no Senhor.
8 Far-lhes-ei um sinal, e os ajuntarei. Pois irei resgatá-los, e eles serão multiplicados
de acordo com o seu número antigo.
9 Semeá-los-ei entre os povos, e os que estão longe lembrar-se-ão de mim. Eles
nutrirão os seus filhos, os quais retornarão.
10 Eu os farei voltar da terra do Egito e irei congregá-los dentre os assírios. Irei trazê-
los para a terra de Gileade e para o Líbano; nem um só deles ficará para trás.
11 Passarão eles pelo mar estreito, ferirão as ondas do mar e todas as profundezas
dos rios se secarão; o orgulho todo da Assíria será tirado, e o cetro do Egito
removido.
12 Eu os fortalecerei no Senhor, seu Deus, e eles se orgulharão em seu nome, diz o
Senhor.
Zacarias - Capítulo 11
Zacarias - Capítulo 12
1 Sentença da palavra do Senhor contra Israel. Diz o Senhor que estende o céu e
estabelece as bases da terra, e que formou o espírito do homem dentro dele:
2 Eis que eu farei de Jerusalém um tremor de ombreiras para todas as nações em
redor, e na Judeia haverá um cerco contra Jerusalém.
3 E sucederá, naquele dia, que farei de Jerusalém uma pedra de tropeço para todas
as nações. Todo aquele que pisar nela irá xingá-la, e todas as nações da terra reunir-
se-ão contra ela.
4 Naquele dia, diz o Senhor Todo-Poderoso, ferirei de espanto a todos os cavalos, e
aos seus cavaleiros com loucura. Contudo abrirei os meus olhos sobre a casa de
Judá, e ferirei a todos os cavalos das nações com cegueira.
5 E os capitães de milhares de Judá dirão em seu coração: Veremos, por nós
mesmos, os habitantes de Jerusalém com o Senhor dos Exércitos, seu Deus.
6 Naquele dia porei os chefes de milhares de Judá como um tição entre a madeira, e
como uma tocha de fogo na palha; eles devorarão, à direita e à esquerda, todas as
nações em redor. E Jerusalém habitará novamente à vontade, em seu próprio lugar,
em Jerusalém mesmo.
7 O Senhor salvará as tendas de Judá, como no início, para que a soberba da casa de
Davi e o orgulho dos habitantes de Jerusalém não se engrandeçam contra Judá.
8 E sucederá, naquele dia, que o Senhor defenderá os habitantes de Jerusalém. O
fraco dentre eles naquele dia será como Davi, e a casa de Davi como a casa de Deus,
como o anjo do Senhor adiante deles.
9 E sucederá, naquele dia, que buscarei destruir todas as nações que vieram contra
Jerusalém.
10 Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o espírito de
graça e compaixão, e olharão para mim, porquanto me zombaram. E farão
lamentação por ele, como por um amigo amado, e prantearão intensamente, como
por um filho primogênito.
11 Naquele dia o pranto em Jerusalém deverá ser muito grande, como o pranto pelo
bosque das romãzeiras cortadas na planície.
12 A terra se lamentará em famílias separadas: a família da casa de Davi à parte, e as
suas mulheres à parte; a família da casa de Natã à parte, e as suas mulheres à parte;
13 a família da casa de Levi à parte, e as suas mulheres à parte; a família da casa de
Simeão á parte, e as suas mulheres à parte;
14 todas as famílias que forem deixadas, cada família à parte, e as suas mulheres à
parte.
Zacarias - Capítulo 13
1 Naquele dia todos os lugares serão abertos para a casa de Davi e para os
habitantes de Jerusalém, para remoção e para separação.
2 E sucederá naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, que irei destruir
completamente os nomes dos ídolos de sobre a terra, e não haverá mais qualquer
lembrança deles. E removerei os falsos profetas, e o espírito do mal da terra.
3 E acontecerá, se um homem ainda profetizar, que seu pai e sua mãe que lhe deu à
luz deverão dizer-lhe: Não viverás, pois tens falado mentiras no nome do Senhor. E
seu pai e sua mãe que lhe deu à luz lançarão mão dele enquanto ainda estiver
profetizando.
4 E sucederá, naquele dia, que os profetas se envergonharão, cada um, da sua visão
quando profetizarem, e vestir-se-ão com um manto de pelos, porquanto mentiram.
5 E um deles dirá: Eu não sou profeta, sou tão somente um lavrador da terra; pois
um homem criou-me assim, desde a minha mocidade.
6 E irão perguntar-lhe: Que feridas são essas em tuas mãos? E ele responderá: São
aquelas com que fui ferido em minha casa amada.
7 Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que habita comigo,
diz o Senhor Todo-Poderoso; fere os pastores, e separa as ovelhas. Mas eu irei
trazer a minha mão sobre os pequeninos.
8 E virá a suceder que em toda a terra, diz o Senhor, duas partes dela serão cortadas
e perecerão; mas a terceira parte restará nela.
9 E farei passar esta terceira parte pelo fogo, experimentá-los-ei como se refina a
prata, e irei prová-los como o ouro é provado. Eles invocarão o meu nome, e eu os
ouvirei, e direi: Este é o meu povo. E eles dirão: O Senhor é o meu Deus.
Zacarias - Capítulo 14
1 Eis que os dias do Senhor já vem, e os teus despojos serão repartidos no meio de
ti.
2 Reunirei todos os gentios em Jerusalém para a guerra, e a cidade será tomada; as
casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas. Metade da cidade sairá para o
cativeiro, mas o restante do meu povo não será totalmente eliminado dela.
3 O Senhor sairá e pelejará contra estas nações, como quando ele pelejou no dia da
guerra.
4 Os seus pés estarão, naquele dia, sobre o monte das Oliveiras, que está defronte
de Jerusalém, para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, do
oriente para o ocidente, uma grande divisão. Metade do monte se apartará para o
norte, e outra metade para o sul.
5 O vale dos meus montes será fechado, o vale dos montes unir-se-á ao Azal e estará
bloqueado, como uma vez esteve bloqueado nos dias do terremoto, nos dias de
Uzias, rei de Judá. Então, o Senhor meu Deus virá, e todos os santos com ele.
6 E acontecerá, naquele dia, que não haverá luz,
7 mas será um dia de frio e geada, um dia conhecido do Senhor; não será dia nem
noite. Porém, ao entardecer haverá luz.
8 Naquele dia águas vivas sairão de Jerusalém, metade delas para o mar oriental e a
outra metade para o mar ocidental; e assim será, no verão e na primavera.
9 E o Senhor será rei sobre toda a terra. Naquele dia haverá um só Senhor, e o seu
nome será um só.
10 Toda a terra em redor se tornará em planície, de Geba até Rimom, ao sul de
Jerusalém, com Ramá permanecendo em seu lugar. Desde a porta de Benjamim até
ao lugar da primeira porta, até a porta da Esquina, e desde a torre de Hananeel até
os lagares do rei.
11 Habitarão eles na cidade, e não haverá mais nenhuma maldição. E Jerusalém
habitará em segurança.
12 E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos, a todos quantos
lutaram contra Jerusalém: a sua carne será consumida enquanto eles ainda
estiverem de pé; os seus olhos se derreterão saindo para fora de suas cavidades, e a
sua língua se lhes apodrecerá na boca.
13 Haverá naquele dia um grande pânico do Senhor vindo sobre eles, e pegará, cada
homem, da mão do seu próximo, e a sua mão se apoiará na mão do seu
companheiro.
14 Também Judá lutará em Jerusalém, e Deus lhes ajuntará a riqueza de todas as
nações ao seu redor: ouro, prata e vestes em grande abundância.
15 E a praga dos cavalos, mulas, camelos e jumentos, e de todos os animais que
estiverem nos campos, será de acordo com aquela mesma praga.
16 E acontecerá que toda aquela que restar de todas as nações que vieram contra
Jerusalém deverá subir, a cada ano, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e
para celebrar a festa dos tabernáculos.
17 E virá a suceder que todas aquelas de todas as famílias da terra que não vierem á
Jerusalém para adorar o Rei, o Senhor Todo-Poderoso, deverão ter o mesmo
destino daqueles.
18 Se a família do Egito não subir, e não vier, então sobre eles estará a praga com
que o Senhor ferirá a todos os povos, aqueles que não vierem para celebrar a festa
dos tabernáculos.
19 Este será o castigo do Egito e o de todas as nações, de todos os que não subirem
para celebrar a festa dos tabernáculos.
20 Naquele dia, estará escrito sobre o freio de todos os cavalos: Santidade ao
Senhor Todo-Poderoso. E as panelas na casa do Senhor serão como as bacias diante
do altar.
21 Todos as panelas em Jerusalém e em Judá serão consagrados ao Senhor dos
Exércitos, e todos os que sacrificarem virão e tomarão delas, e cozerão nelas a
carne. Naquele dia, não estará mais o cananeu na casa do Senhor Todo-Poderoso.
MALAQUIAS
Malaquias - Capítulo 1
Malaquias - Capítulo 2
Malaquias - Capítulo 3
1 Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele examinará o caminho diante de mim; e o
Senhor, a quem vós buscais, de repente virá ao seu templo, o Anjo da Aliança, em
quem vós tendes prazer. Eis que ele vem, diz o Senhor Todo-Poderoso.
2 E quem permanecerá no dia da sua vinda? ou quem irá suportar quando ele surgir?
Pois está vindo como o fogo de uma fornalha, e como a potassa de lavandeiros.
3 Ele se assentará para derreter e purificar, como se fosse a prata, e como se fosse o
ouro; purificará os filhos de Levi, refinando-os como ouro e prata, e eles oferecerão
ao Senhor ofertas justas.
4 O sacrifício de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, de acordo com os
dias passados e com os anos anteriores.
5 Eu me acercarei de ti em juízo e serei uma testemunha veloz contra as que
praticam bruxarias, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente pelo meu
nome, contra os que retém o salário do jornaleiro, oprimem a viúva, afligem os
órfãos e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor Todo-
Poderoso.
6 Pois eu sou o Senhor, teu Deus, e não tenho mudado.
7 Porém vós, filhos de Jacó, não vos abstivestes das iniquidades de vossos pais.
Torcestes meus estatutos, e não os guardastes. Tornai-vos para mim, e eu me
tornarei para vós, diz o Senhor Todo-Poderoso. Mas vós dizeis: Em que havemos de
voltar?
8 Insultará um homem a Deus? porque vós me insultais. Mas vós dizeis: Em que te
havemos insultado? Em que os dízimos e as primícias ainda estão convosco;
9 e vós, certamente, desviais o olhar de mim, e me insultais.
10 O ano acabou e vós trouxestes tudo o que foi produzido para os armazéns.
Contudo, haverá o saque dos mesmos, no lugar onde estão. Voltai agora, por causa
disto, diz o Senhor dos Exércitos, e vede se eu não irei abrir para vós as torrentes do
céu, derramando a minha bênção sobre vós até que estejais satisfeitos.
11 Dar-vos-ei comida, e não irei destruir o fruto da vossa terra; e a vossa vide no
campo não falhará, diz o Senhor Todo-Poderoso,
12 e todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porquanto sereis uma terra
desejável, diz o Senhor Todo-Poderoso.
13 Vós tendes falado uma palavra dura contra mim, diz o Senhor. Todavia, vós dizeis:
Em que temos falado contra ti?
14 Pois vós dissestes: Aquele que serve a Deus trabalha em vão. E o que ganhamos
em termos mantido os seus juízos, e em termos andado como suplicantes diante da
face do Senhor Todo-Poderoso?
15 Portanto, agora, consideramos abençoados os estrangeiros, e todos aqueles que
agem contra a lei são edificados; pois eles têm resistido a Deus e, contudo, foram
libertos.
16 Então, aqueles que temiam ao Senhor falavam, cada um, ao seu próximo. E o
Senhor atentou, e o ouviu; e ele escreveu um livro, um memorial diante dele para
aqueles que temiam ao Senhor e reverenciavam o seu nome.
17 Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos, no dia que eu apontarei, como uma
possessão peculiar. Eu os escolherei, como um homem escolhe a seu filho que o
serve.
18 Então, retornareis e ireis discernir entre o justo e o ímpio, entre o que serve a
Deus e o que não o serve.
Malaquias - Capítulo 4
1 Pois eis que o dia do Senhor vem, ardendo como um forno, e irá consumi-los;
todos os estranhos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; o dia
que está chegando os lançará no fogo, diz o Senhor Todo-Poderoso, e não será
deixado deles raiz ou ramo.
2 Todavia para vós, que temeis o meu nome, o sol da justiça nascerá, e a cura estará
em suas asas. Vós saireis e saltareis como bezerros soltos das amarras.
3 Vós pisareis os ímpios, porque se farão cinzas debaixo de vossos pés, no dia que
eu nomear, diz o Senhor Todo-Poderoso.
4 Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, de acordo com as coisas que lhe ordenei
em Horebe, concernente a todo o Israel, os mandamentos e os preceitos.
5 E eis que eu vos enviarei Elias, o tesbita, antes que venha o grande e glorioso dia
do Senhor, e a sua manifestação,
6 aquele que fará voltar-se, outra vez, o coração do pai para o filho, e o coração de
um homem para o seu próximo, a fim de que eu não venha e fira a terra
gravemente.