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Escatologia – Onde estamos?

(Profecias cumpridas
de Israel) – Parte 1/2
 30 de Maio de 2014  Dionei Cleber Vieira  Escatologia
Sempre que converso sobre o assunto relacionado ao fim dos tempos mencionado na Bíblia, costumo
ouvir as seguintes indagações: “estamos mesmo no fim dos tempos, quais as evidências?“,
“Quão próximo estamos dos eventos do Apocalipse relacionados à volta de Cristo?“, “As
profecias estão mesmo se cumprindo?“, enfim, a lista é longa. Para responder a pelo menos essas
perguntas e algumas outras relacionadas vamos, nesta primeira parte do artigo, estudar alguns
eventos históricos e profecias cumpridas relacionadas a Israel que muitos estudiosos até o século 19
imaginavam que viriam a se cumprir somente após a segunda vinda de Cristo, mas como eles não
imaginavam que Israel voltaria a ser uma nação, tinham então uma visão limitada das realizações de
várias profecias. Por isso aconselho o uso das regras de interpretação e estudo que mencionei no
meu post anterior sobre essa série (veja aqui).
Como vamos ver, centenas de profecias relacionadas a Israel já se cumpriram até a data atual, o que
por si só já é um fato extraordinário se você considerar que muitas dessas profecias foram escritas
há vários milênios. O cumprimento delas também é um xeque (na minha opinião seria um xeque-
mate) à famosa e infame teologia da substituição no sentido de que essa teologia acredita ter sido
Israel abolida das promessas feitas por Deus e que as mesmas tinham sido repassadas integralmente
à igreja, mas como veremos isso não é bem assim. Para um estudo desse assunto em maiores
detalhes, recomendo aos interessados adquirirem o livro “Estamos vivendo no Fim dos Tempos?” do
Dr. Roger Liebi (Actual edições), é um compêndio excelente sobre as profecias cumpridas, com uma
tabela de mais de 175 profecias relacionadas e analisadas em detalhes. Neste artigo irei utilizar parte
do material desse livro adaptando para uma versão mais resumida, focada em detalhes importantes
que me serão úteis quando fizermos outras abordagens dessa série em posts futuros. Também usarei
materiais colhidos em minhas pesquisas de outras fontes, caso desejem mais detalhes solicitem pelos
comentários que posso indica-las.
Antes de partir para épocas mais recentes, vamos voltar à época de Cristo para uma rápida análise
sobre a dispersão dos Judeus. Deus havia avisado ao povo de Israel sobre as consequências de sua
desobediência em Levítico 26.31-33 “Reduzirei as vossas cidades a deserto, e assolarei os
vossos santuários, e não aspirarei o vosso aroma agradável. Assolarei a terra, e se espantarão
disso os vossos inimigos que nela morarem. Espalhar-vos-ei por entre as nações e
desembainharei a espada atrás de vós; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão
desertas.”; Moisés também profetizou em Deuteronômio 28.64-67 “O SENHOR vos espalhará
entre todos os povos, de uma até à outra extremidade da terra. Servirás ali a outros deuses que
não conheceste, nem tu, nem teus pais; servirás à madeira e à pedra. Nem ainda entre estas
nações descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso, porquanto o SENHOR ali te dará
coração tremente, olhos mortiços e desmaio de alma. A tua vida estará suspensa como por um
fio diante de ti; terás pavor de noite e de dia e não crerás na tua vida. Pela manhã dirás:Ah!
Quem me dera ver a noite! E, à noitinha, dirás:Ah! Quem me dera ver a manhã! Isso pelo pavor
que sentirás no coração e pelo espetáculo que terás diante dos olhos.“.
Considerando a primeira vinda de Cristo, passando pela destruição do templo em 70 d.C. até a
exterminação definitiva do Estado judeu pelo império Romano, de 132-135 d.C., podemos considerar
esse total de 135 anos como o período onde o o povo judeu perdeu a sua nação devido ao julgamento
de Deus. Por um longo período desde o século 2 até o século 19, a região da terra de Israel foi sendo
esvaziada dos seus habitantes até chegar a um número mínimo estimado de 6.700 habitantes,
cumprindo-se assim a profecia de Isaías 6.11-13 “Então, disse eu:até quando, Senhor? Ele
respondeu:Até que sejam desoladas as cidades e fiquem sem habitantes, as casas fiquem sem
moradores, e a terra seja de todo assolada, e o SENHOR afaste dela os homens, e no meio da
terra seja grande o desamparo. Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser destruída.
Como terebinto e como carvalho, dos quais, depois de derribados, ainda fica o toco, assim a
santa semente é o seu toco.“. Em 1867, o escritor Mark Twain, ao visitar a região, escreve no seu
livro “Innocents abroad” publicado em 1869 o seguinte trecho: “De todas as regiões melancólicas,
creio que a mais desolada é a Palestina. As montanhas estão devastadas, sem colorido e não
possuem nenhum atrativo pitoresco. Os vales são uma devastação só com alguns arbustos
mirrados em suas margens e despertam um sentimento de luto e desespero.“, o texto continua
descrevendo a desolação completa no capítulo LVI. Antes disso em 1864, H.B. Tristam descreveu a
região assim: “… nenhum sinal de habitantes, mesmo ali onde poderia haver construções …
Monotonia da estagnação desprovida de qualquer vida ou movimento.“. As profecias da
desolação de Israel cumpriram-se à risca, infelizmente neste espaço não tenho como abarcar tudo o
que se pode descrever dessa época até os dias atuais, ficará para um post futuro.
A partir de 1882, o vento da sorte do povo judeu começou a virar. Por volta do ano 600 a.C., Jeremias
anunciou o retorno dos judeus espalhados através do mundo. Este acontecimento seria tão
significativo que deveria ser anunciado para todas as nações: “Ouvi a palavra do SENHOR, ó
nações, e anuncia¡ nas terras longínquas do mar; e dizei: Aquele que espalhou a Israel o
congregará… ” (Jeremias 31.10). O povo judeu seria novamente reunido! No versículo anterior de
Jeremias 31, porém, não está indicado o local onde o povo judeu seria reunido. O único fato
decorrente dessa passagem é que os seus componentes seriam novamente reunidos. Há muitas
outras referências que respondem essa questão sobre o local da terra em que o povo judeu seria
novamente congregado. Através do profeta Ezequiel, Deus anunciou, já no Século 6 a.C., que, no fim
dos tempos, os judeus voltariam à sua terra, isto é, à terra de Israel:

 Ezequiel 11.17: “Díze ainda: Assim diz o SENHOR Deus: Hei de ajuntá-los do meio dos
povos, e os recolherei das terras para onde foram lançados, e lhes darei a terra de
Israel“.
 Ezequiel 36.24: “Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países,
e vos trarei para a vossa terra“.
 Ezequiel 37.21: “Dize-lhes, pois: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu tomarei os filhos
de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e
os levarei para a sua própria terra“.

A profecia se cumpriu exatamente como fora anunciada há milênios, no Salmo 126. Não houve
somente uma grande onda imigratória. A história toda se divide em diversas fases. Nos relatos da
história moderna, o desenrolar do retorno é dividido em diversas “ondas de imigração”
(Hebraico: Aliyoth). Segue-se uma relação geral de todas as fases de Aliyoth até hoje” (obs.:
números aproximados):

 1° Aliá (ou Aliyah) (1882-1903) : 25.000 judeus vindos da Rússia; 1.000 judeus vindos do
Iêmen.
 2° Aliá (1904-1914): 40.000 judeus, principalmente da Rússia, mas também da Polônia.
 3° Aliá (1919-1923): 35.000, principalmente da Rússia (53%), mas também da Lituânia e
Romênia (36%). Os demais vieram do Leste Europeu, com exceção de 800 imigrantes
provenientes da Europa Ocidental.
 4° Aliá (1924-1931): 80.000 da Polônia (50%) e da União Soviética, Lituânia e Romênia (50%).
 5° Aliá (1932-1938): sob o governo de Hitler, 250.000 judeus, principalmente fugitivos de
Alemanha, Polônia e Europa Central.
 6° Aliá (1934-1947): 44 Os chamados imigrantes “ilegais”, antes, durante e após a 2a Guerra
Mundial, apesar das barreiras britânicas.
 Imigração em massa de todo o mundo (1948-2012): Retorno de 2.7 milhões de judeus de
130 países diferentes de todos os 5 continentes.
 1948-1957: Imigrações em massa dos países árabes ao redor de Israel: 650.000 judeus.
 1948-1970: Imigração em massa da Europa: 557.314 judeus. A maioria deles era vítima das
perseguições nazistas, que haviam perdido familiares e casas.
 1984-1985: “Operação Moísés”: 8.000 – 11.000 judeus etíopes vieram a Israel.
 1985: “Operação Sabá”: 1.000 judeus etíopes.
 1989: Imigração em massa da Rússia/ CEI: mais de 1 milhão.
 1991: “Operação Salomão”: 14.000 judeus etíopes voltam para casa.
 Ano a ano até hoje: Milhares retornam de todo o mundo.
Escatologia – Onde estamos? (Profecias cumpridas
de Israel) – Parte 2/2
 8 de junho de 2014  Dionei Cleber Vieira  Escatologia
Para concluir o post anterior (veja aqui), vamos ver mais detalhes sobre as profecias relacionadas a
Israel nos tempos recentes e atuais. Como o número de eventos importantes é grande, vou procurar
me ater a alguns mais interessantes e relevantes para os cenários futuros que vou abordar em posts
posteriores.
Na primeira parte deste post, escrevi sobre as várias “Aliá” (ondas de imigração) do povo judeu para
Israel vindos de todas as partes do mundo, conforme descrito nos versículos bíblicos relacionados,
são movimentos vindos dos quatro cantos da terra (norte, sul, leste e oeste) que podem ser vistos na
lista de profecias apresentadas no post anterior. Entre os diversos relatos interessantes sobre esses
movimentos imigratórios de retorno a Israel, vou me deter a alguns interessantes a seguir ( adaptados
do recomendado livro do Dr. Roger Liebi,  “Estamos vivendo no Fim dos Tempos?” ):
 
Retorno em navios
Para o retorno dos judeus, vindos de todo o mundo, os navios desempenharam um papel muito
importante. Centenas de milhares de judeus viajaram sobre o Mar Mediterrâneo até o porto da Terra
Prometida, vindos principalmente da África e da Europa. O Salmo 107 faz um resumo da história do
povo de Israel, desde a saída do Egito até o Reino Messiânico e os versículos 25-32 descrevem o
futuro retorno como uma viagem dramática para o lar, através do mar:
“25 Pois ele falou e fez levantar o vento tempestuoso, que elevou as ondas do mar 
26 Subiram até aos céus, desceram até aos abismos; no meio destas angústias, desfalecia-lhes
a alma. 
27 Andaram, e cambalearam como ébrios, e perderam todo tino. 
28 Então, na sua angústia, clamaram ao SENHOR, e ele os livrou das suas tribulações. 
29 Fez cessar a tormenta, e as ondas se acalmaram. 
30 Então, se alegraram com a bonança; e, assim, os levou ao desejado porto. 
31 Rendam graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos
homens! 
32 Exaltem-no também na assembleia do povo e o glorifiquem no conselho dos anciãos“.
 
Retorno por via aérea
Não foi somente através de navios que os judeus retornaram à terra de Israel. Outros milhares vieram
de todo o mundo, trazidos para casa por aviões. Nesse aspecto merece destaque a “Operação Asas
de Águia”, na qual toda uma comunidade de quase 50.000 judeus foi evacuada do Iêmen, no outono
de 1949. De aspecto dramático semelhante foi a “Operação Babilônia” na qual foram retirados mais
de 100.000 judeus do Iraque por via aérea.
A profecia do Antigo Testamento também indicava a volta para casa com aviões. No contexto de
Isaías 60 lemos sobre o futuro de Israel no vindouro Reino do Messias e sobre o retorno dos judeus
vindos de todo o mundo. No versículo 8 temos a pergunta usando figuras “Quem são estes que vêm
voando como nuvens e como pombas, ao seu pombal?“. No Judaísmo essa passagem era
conhecida desde a antiguidade. Sabia-se que, ao tempo do Messias, se voltaria à terra de Israel
voando pelos ares. Acreditava-se que haveria um milagre para o cumprimento da profecia de Isaías
60. Não foi necessário, no entanto, que houvesse um milagre sobrenatural. O retorno pelos ares dos
judeus, nos séculos 20 e 21, seria um acontecimento natural.
Sobre esse fato do retorno por via aérea, cabe uma curiosidade, Isaac Newton (1642-1727) foi um
conhecido e profundo estudioso da Bíblia e de suas profecias com várias interpretações suas
publicadas. Newton acreditava que os judeus voltariam a Israel em breve e escreveu sobre isso, ele
interpretou Naum 2.4, como uma previsão de que os homens se deslocariam rapidamente em um
futuro próximo com velocidades acima de 40 milhas por hora, em uma de suas interpretações das
profecias ele descreve que os judeus voltariam voando para Israel nos tempos do fim, o que na época
seria considerado loucura, tanto que Voltaire, um cientista de sua época, inimigo do cristianismo, o
criticou severamente por declarações como essas alegando que Newton estava ficando louco por
estudar tanto a fé cristã e seus textos sagrados. Voltaire escreveu: “Veja o que o cristianismo tolo
faz com homens outrora brilhantes, tal como Sir Isaac Newton! Será que ele não sabe que se
um homem viajar a mais de quarenta milhas por hora, esse homem sufocaria e seu coração iria
parar?“. Fico me perguntando, quem seria o tolo nessa história?! Não é o que muitos cientistas dizem
dos cristãos ainda hoje? A história se repete nos dias atuais, mas acredito que não são os cristãos os
tolos da história também em nossa época.
Abrindo um parênteses, considerando essa questão das aeronaves, cabe lembrarmos de Isaías 31.5
“Como pairam as aves, assim o SENHOR dos Exércitos amparará a Jerusalém; protegê-la-á e
salvá-la-á, poupá-la-á e livrá-la-á“, o que nos faz lembrar do papel da força aérea israelense na
defesa da nação de Israel.
 
A ressurreição do idioma hebraico (1881 – 1922)
Há 2.000 anos, o hebraico, um dialeto cananeu, era uma língua viva em Israel. Com a destruição de
Jerusalém no ano 70 d.C. e o previsível desaparecimento do Estado judeu, após a brutal derrota na
segunda revolta dos judeus no ano de 135 d.C., a língua hebraica caiu paulatinamente em desuso.
Ela ainda era utilizada para a leitura do Antigo Testamento nos cultos das sinagogas e para recitar
textos bíblicos. Na cultura dos rabinos o hebraico também continuou sendo utilizado, assim como
aconteceu com o latim, na Idade Média. O destino do hebraico foi tornar-se uma língua morta, a
exemplo do que aconteceu com tantas outras no mundo.
No período de 1881 a 1922, no entanto, após decorridos 1.600 anos, o idioma hebraico foi novamente
reavivado, graças aos esforços de Elieser Ben-Jehuda. Isso foi algo inédito para a história da
humanidade! Nunca antes um idioma, que estivera desaparecido por mais de 1.000 anos, foi outra vez
plenamente reativado como língua nacional. Isso, no entanto, era necessário para que Isaías 19.18
fosse cumprido:
“Naquele dia, haverá cinco cidades na terra do Egito que falarão a língua de Canaã…”
O capítulo 19 de Isaías traz uma profecia sobre o Egito, no fim dos tempos. No versículo 18, é predito
que a “língua de Canaã“, uma outra denominação para o hebraico, seria falada em 5 cidades do
Egito. Através dessa passagem, podia-se saber durante todo o período em que a língua hebraica
estava desaparecida que, no fim dos tempos, o hebraico seria novamente um idioma Vivo!
 
 
A União dos inimigos: a Liga Árabe
No dia 22 de março de 1945, foi fundada a Liga Árabe, uma organização internacional formada pelos
Estados árabes, cujos países membros fundadores foram: Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Iêmen do
Norte, Arábia Saudita e Síria.
Esses países estavam em estreita ligação com a Palestina governada pelo Mandato Britânico e o
principal objetivo era apoiar os árabes palestinos nos seus esforços de evitar, a qualquer preço, a
criação do Estado judeu naquele território. Como, apesar da ferrenha oposição exercida pelos árabes,
o Estado judeu foi proclamado em 1948, o objetivo inicial foi alterado quando esses países uniram
suas forças para apagar o Estado recém formado e aniquilar os cidadãos judeus.
O termo Liga tem origem no verbo latino “ligare“, que significa atar ou unir. O Dicionário de Duden
define a palavra Liga como aliança ou acordo. O Salmo 83.5 fala sobre isso, que os inimigos de Israel
fazem um acordo, ou uma aliança, para tentar extinguir Israel totalmente.
“Pois tramam concordemente e firmam aliança contra ti as tendas de Edom e os ismaelitas,
Moabe e os hagarenos, Gebal, Amam e Amaleque, a Filístia como os habitantes de Tiro;
também a Assíria se alia com eles, e se constituem braço forte aos filhos de Ló” (Salmo 83. 5-8).
Hoje a Liga Árabe é composta de 22 membros: o Egito (1945; de 1979 até 1989 suspendeu a
participação em virtude do acordo de paz celebrado com Israel); Argélia (1962); Barein (1971); Djibuti
(1977); Iraque (1945); Iêmen (Iêmen do Norte: 1945; Iêmen do Sul: I967-1990, desde 1990 ambos
estão unificados); Jordânia (1945); Qatar (1971); Comores ( 1971); Kuwait (1961); Líbano (1945);
Líbia (1953); Marrocos (1958); Mauritânia (1973); Omã (1971); Autoridade Palestina (1976, através da
OLP); Arábia Saudita (1945); Somália (1974); Sudão (1956); Síria (1945); Tunísia (1958); Emirados
Árabes Unidos (1971). Observadores: Turquia; Irã; Venezuela; Paquistão; Índia e Eritreia.
A passagem do Salmo 83.5-8 enumera os nomes dos membros desse acordo contra Israel. Asafe, o
compositor desse salmo, utilizou os nomes de povos e cidades conhecidos à sua época, isto é, por
volta de 1000 a.C.. Cada leitor pode orientar-se geograficamente com a utilização de algum Atlas
bíblico para conhecer essas regiões nos tempos atuais, vou citá-los, pois o conhecimento desses
povos e suas regiões serão importantes para os cenários dos tempos do fim que iremos estudar em
posts futuros (observe o Salmo 83.5-8 citado anteriormente).
Jordânia

 Edom era uma região do sul da atual Jordânia. Ali moravam os descendentes de Esaú, irmão
de Jacó.
 Moabe representava a região central da atual Jordânia, principalmente na outra margem do
Mar Vermelho. As origens dos moabitas remontam aos tempos de Ló, o sobrinho de Abraão.
Moabe, o filho de Ló, fruto de uma relação incestuosa, é o patriarca desse povo.
 Amom é a região onde habitavam os outros descendentes do outro filho de Ló, Ben-Ami. Ela se
localiza ao norte de Moabe. O nome Aman, de sua capital, é derivado do nome do povo
amonita. O Salmo 83.8 refere-se novamente a Amon e Moabe quando menciona os “filhos de
Ló“.

Vemos que os três nomes usados poeticamente no Salmo 83 como Edom, Moabe e Amom indicam a
região da atual Jordânia e este país. É um dos fundadores da Liga Árabe, desempenhou um papel
preponderante na primeira guerra de extinção contra Israel, em 1948.
Arábia Saudita e Iêmen do Norte
Os ismaelitas mencionados no Salmo 83.6 são os descendentes de Ismael, o filho de Abraão e Agar,
sua serva (ver Gn 16; 17.18). Ismael teve doze filhos: Nebaiote, Quedar, Abdeel, Mibsão, Misma,
Dumá, Massá, Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá. De acordo com o historiador judeu Flávio
Josefo (Séc. 1 d.C.), as tribos dos ismaelitas habitaram na península saudita, entre o Rio Eufrates e o
Mar Vermelho. Flávio esclarece ainda que os ismaelitas influenciaram nominalmente os árabes por
causa de seu domínio sobre eles. A miscigenação das tribos ismaelitas com os outros povos nômades
do deserto resultou em que Maomé e os árabes muçulmanos em geral adotassem Ismael como seu
patriarca. O Salmo 83, assim, nos indica o território da península saudita. Tanto a Arábia Saudita
como o Iêmen do Norte foram membros fundadores da Liga Árabe em 1945.
Síria
Também são mencionados os hagarenos no Salmo 83.6. Trata-se de uma tribo que tinha sua
habitação ao leste de Gileade, de acordo 1 Crônicas 5.10. Ao norte, estavam limitados pelas terras
dos gaditas, desde Basã até Salca, no sul, pela Síria (1 Cr 5.11). Em uma inscrição de Tiglate-Pereser
III (Séc. 8 a.C.) eles são mencionados em conjunto com os arameus (sírios). Assim, os hagarenos nos
encaminham à região da atual Síria, bem ao estilo poético do “pars pro toto” (a parte representa o
todo). A Síria também foi um dos fundadores da Liga Árabe.
Líbano
No Salmo 83.7 são mencionadas duas cidades: Gebal (do árabe Jibail) e Tiro. Também este é um
caso de “pars pro toto“. As duas localidades representam o Líbano, sendo Tiro para o sul e Gebal para
o norte. Líbano igualmente foi um dos membros fundadores da Liga Árabe.
Egito
Amaleque, mencionado no Salmo 83.7, se refere a um povo que morava na região desértica da
península egípcia do Sinai. Em 1 Samuel 15.7, lemos que eles habitavam na região que se estendia
desde Sur até Havilá. Sur está no oeste da península. Imediatamente após ter saído do Egito, o povo
de Israel chegou ao deserto de Sur (Êx 15.22) e logo teve um duro combate contra o povo de
Amaleque (Êx 17). A menção de Amaleque no Salmo 83 nos remete à Península do Sinai e, com isso,
ao território atual do Egito. Egito também é um dos sete membros fundadores da Liga Árabe.
Autoridade Palestina
A Filístia (hebraico: pelesheth) indica terra dos filisteus. Desde a antiguidade, o reduto dos filisteus era
a atual Faixa de Gaza e seus arredores. O Antigo Testamento menciona as cinco cidades principais
dos filisteus: Gaza, Asquelom, Gate, Ecrom e Asdode (1 Sm 6.17). Com a expressão Filístia do Salmo
83.7 temos uma clara referência à atual faixa de Gaza e, em sentido mais amplo, às demais áreas sob
governo dos palestinos. A propósito: Já nos tempos do Antigo Testamento, os filisteus haviam
expandido seus domínios nas terras de Israel durante um certo período. Na época do Rei Saul (Séc.
11 a.C.) encontramos os filisteus dominando áreas que pertencem ao atual território de Israel e à hoje
denominada Cisjordânia. Desde 1976, mediante representação da OLP, os palestinos são membros
da Liga Árabe. É interessante observar que os nomes palestino e filisteu têm semelhanças entre si.
Em latim a palavra “filisteus” foi interpretada como “palestini”, (Bíblia Vulgata – latim, Gn 26.14). Ainda
podemos notar que na língua árabe, filisteus recebe a palavra praticamente igual (na Bíblia árabe):
philastini.
Iraque
A Assíria também é mencionada no Salmo 83.8 que, à época dos reis de Israel assumiu dimensões
de potência mundial. O seu território pátrio, no entanto, com as significativas cidades de Nínive, Assur
e Kalach se localizava na região norte do atual Iraque. Dessa maneira, Asafe, o autor do Salmo 83, ao
mencionar a Assíria, nos leva à região do atual Iraque, este que também foi um dos membros
fundadores da Liga Árabe. Na guerra arrasadora contra Israel, de 1947-1949, a Jordânia
desempenhou um papel preponderante. O Iraque deu sua contribuição em apoio à Jordânia.
Exatamente isso é o que diz Salmo 83.8 “… também a Assíria se alia com eles e se constituem braço
forte aos filhos de Ló“.
 
É impressionante observar como essa junção de países da Liga Árabe se cumpriu à risca como
previsto a milhares de anos!
 
Vinhas, Pomares e Flores
Amós 9.14-15 contém ainda uma profecia sobre a implantação de vinhas na terra de Israel como
prova da mudança do destino dos judeus no futuro. Ela diz: “Mudarei a sorte do meu povo de Israel;
reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão, plantarão vinhas e beberão o seu vinho,
farão pomares e lhes comerão o fruto. Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já
não serão arrancados, diz o SENHOR, teu Deus“.
A viticultura era uma importante atividade agrícola em Israel, por isso temos tantas referências na
Bíblia sobre videiras, vinhas, plantações de vinhas, assim como vinha em flor, colheita, uvas, lagar,
mel de uvas, suco de uvas, vinho, etc. Após a conquista da terra santa pelos Islâmicos, após 636 d.C.,
a viticultura ficou desaparecida por mais de 1.200 anos. Somente após 1882, os judeus que
retornaram da primeira Aliá receberam apoio financeiro para produzirem vinhos Bordeaux.
Inicialmente as dificuldades foram imensas, solo com pedregulho e muito arenoso, os brotos das
videiras não suportavam o calor do sol, as primeiras vinhas foram dizimadas pela praga da
mosca Filoxera. No ano de 1900, o vinho do Carmelo foi distinguido com medalha de ouro na feira
mundial de Paris. Após a década de 1960 ocorreu uma verdadeira revolução na área da vinicultura e
os vinhos israelenses receberam a distinção com uma série de medalhas de ouro internacionais. A
moderna viticultura de Israel progrediu somente após terem sido introduzidas mudas de variedades
estrangeiras, cumprindo literalmente a profecia feita a 2.700 anos: Isaías 17.10 “… vocês cultivem as
melhores plantas, videiras importadas” (NVI).
Ainda lembrando de Amós 9.14, o texto fala sobre pomares e nas últimas décadas, o desenvolvimento
agrícola de Israel alcançou um nível entre os melhores do mundo. Desde a declaração do novo estado
de Israel, as áreas de cultivo foram triplicadas enquanto a produtividade foi aumentada em dezesseis
vezes. É uma variedade enorme de frutas , desde laranjas, mandarinas, toranjas; até produtos
exóticos para a região como mangas, bananas, caquis, kiwis, entre muitas outras.
Na última parte do livro de Ezequiel (capítulos 33-48), o profeta descreve como, ao final de um
processo de várias etapas, o povo e a terra de Israel seriam completamente restaurados. Em Ezequiel
36.34-35 “Lavrar-se-á a terra deserta, em vez de estar desolada aos olhos de todos os que
passam. Dir-se-á: Esta terra desolada ficou como o jardim do Éden; as cidades desertas,
desoladas e em ruínas estão fortificadas e habitadas.“, o profeta ilustra o jardim do Éden como
descritivo da terra, hoje a produção de flores soma cerca de 1,4 bilhões de plantas por ano e uma
parte significativa delas é exportada para todo o mundo. As flores respondem por 30% de toda
produção agrícola exportada.
 
Prosperidade Intelectual e Financeira
É muito difícil observar o que ocorre com Israel, que tem pouco mais de 60 anos desde sua
reintegração e comparar com países como o Brasil, um exemplo da prosperidade intelectual de Israel
é observando a quantidade de prêmios Nobel de cada país, Israel tem oficialmente cerca de 12
prêmios recebidos (não vou nem comparar com o Brasil), isso sem contar as centenas de laureados
que tinham ascendência judia, nomes famosos, como Albert Einstein, Sigmund Freud, Richard
Feynman. Embora representem menos de 0,5% da população mundial, os judeus receberam
20% de todos os prêmios Nobel.
Na Idade Média, os judeus europeus foram proibidos de exercer ofícios “nobres”, como a exploração
da terra e as campanhas militares. Confinados em guetos e sujeitos a impostos pesados durante mais
de 1.000 anos, tiveram de desenvolver a habilidade intelectual necessária para se dedicar ao
comércio e aos serviços. “O patrimônio intelectual dos judeus era a única coisa que ninguém poderia
lhes tirar”, afirma Robert Chazan, professor de estudos judaicos na Universidade de New York.
Quando os portões dos guetos começaram a se abrir no século XVIII, muitos judeus abandonaram a
prática da religião, mas mantiveram a tradicional ênfase no aprendizado. Investir na formação das
futuras gerações era o único modo de garantir a continuidade dos valores e do povo judeu, daí por
que ao longo de vários séculos tantas famílias não pouparam esforços em educar suas crianças.
Semearam educação, colhem prêmios Nobel.
Você sabia que dentre os 20 melhores violinistas da História, 15 são judeus? Hoje, Israel tem o maior
número de engenheiros per capita do mundo, 140 por 10 mil habitantes. É mais que o dobro de EUA e
Japão, segundo e terceiro colocados.” Palavras de Augusto Lopez-Claros, economista-chefe do
programa de competitividade global do Fórum Econômico Mundial. Estranhamente, não existe o Nobel
de Matemática. Por isso foi criado uma premiação especial para preencher essa lamentável lacuna.
A Medalha Fields é um prémio quadrianual atribuído pela União Internacional de Matemática (IMU),
no decurso do Congresso Internacional de Matemáticos (IMC), concedido a, no máximo, quatro
matemáticos. A condecoração foi criada com o legado do matemático canadense John Fields, em
1936. É geralmente considerada como a maior distinção no ramo da matemática, considerada como
um Nobel de Matemática. Até agora, OS JUDEUS SÃO 27% DOS GANHADORES DA MEDALHA
FIELDS.
Tudo isso mostra como se cumpre a profecia de Isaías 61.6; 60.16: “Mas vós sereis chamados
sacerdotes do SENHOR, e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis as riquezas das
nações e na sua glória vos gloriareis.“; “Mamarás o leite das nações e te alimentarás ao peito
dos reis; saberás que eu sou o SENHOR, o teu Salvador, o teu Redentor, o Poderoso de
Jacó.“. As profecias referentes a exaltação dos judeus entre as nações só serão cumpridas
integralmente quando Jesus Cristo estiver reinando na terra e os judeus se voltarem para Deus. O que
está acontecendo hoje é apenas uma fraca amostra (uma AMOSTRA GRÁTIS), pois apesar de
grandemente abençoados, a maioria dos judeus é incrédula e rebelde contra Deus.
 
Em um post futuro vou tratar questões mais recentes da história de Israel, devido ao seu impacto
profético e abordar o crescimento do antissemitismo (mesmo de pessoas que se dizem cristãs) no
mundo. A seguir vou deixar alguns vídeos sobre os incríveis milagres que ocorreram com os exércitos
de Israel durante as guerras que sofreu desde sua formação em 1948. São declarações incríveis,
sobre anjos nas colinas, mãos gigantes fazendo tanques pararem entre tantos outros relatos
magníficos, o que mostra o quanto Deus está comprometido em cumprir sua palavra. Ainda me
surpreendo ao descobrir que alguns cristãos não amam Israel e Jerusalém, seria como dizer que não
aprovam a escolha de Deus sobre este povo!
Também coloco abaixo a relação das profecias cumpridas de número 46 ao 120, fechando a lista já
apresentada no post anterior, lembrando que o livro do Dr. Roger Liebi apresenta mais de 175
profecias cumpridas, ou seja, mais de 50 além das que mostro aqui.
Que Deus lhe abençoe e ilumine seu rosto sobre você!
https://www.youtube.com/watch?v=xPQgWLpwBU0
https://youtu.be/7Im2pLolHS4
https://youtu.be/ox7VmTtBajE

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