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REVELAÇÃO

PROGRESSIVA NO
PERÍODO DO
REINADO DE DAVI E
SALOMÃO
I. COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS

O registro histórico relativo às experiências de Davi


durante o tempo entre sua primeira unção (1Sm 16.1-
13) e sua segunda unção quando ele se tornou rei de
verdade sobre todo o Israel (2Sm 2.1-5) não inclui uma
referência a Deus falando diretamente com Davi ou por
um profeta.
Há referência de Deus falando com Davi quando este
procurou “a face do Senhor” em relação à matança
dos gibeonitas feita por Saul (2Sm 21.1).Há, porém, a
declaração de que Deus estava com Davi (ISm
18.12). Davi estava consciente disto porque ele disse
com segurança: “tão certo como vive o Senhor, que
remiu a minha alma de toda a angústia” (2Sm 4.9).
Davi demonstrou que a presença de Deus na
cidade real, especificamente na tenda que
ele tinha erguido, era de grande importância
para ele. Isso deu a ele a oportunidade para
oferecer sacrifícios, abençoar publicamente o
nome de Senhor dos Exércitos que o tinha
chamado, protegido e ungido como rei sobre
o povo da aliança.
A frase bêsâm yèhwâh sèbâ’ôt enfatizou a
verdade que Deus, o Senhor da aliança, era
verdadeiramente o todo-poderoso que
reinava sobre todos.
II. REVELAÇÃO A DAVI
A. Pelo Profeta Natã
1. Relativo à Casa Real e ao Reino

Natã é apresentado como um profeta na época


do reinado de Davi. Davi falou com ele a respeito
de seu problema. Ele morava em um palácio,
mas a arca de Deus, símbolo da presença divina,
estava em uma tenda. Natã o encorajou a fazer o
que ele estava pensando. Esta não era a palavra
de Deus a Davi.
Natã foi instruído a relatar para Davi qual era o
plano de Deus (2Sm 7.1-4). Antes que os planos
fossem mencionados, Deus lembrou a Davi,
pelo profeta, que ele nunca tinha pedido uma
casa de cedro. Deus tinha estado com seu
povo onde quer que ele estivesse em suas
viagens. Davi também foi lembrado de que
Deus o tinha tirado do pasto com ovelhas para
ser líder de seu povo (7.5-8).
Então, foi prometido a Davi que seu nome seria
grande (7.9). Isto também tinha sido prometido
a Abraão (Gn 15.2). Na realidade, a promessa
a Abraão seria realizada numa extensão maior
que antes. Davi, da tribo de Judá a quem se
referia como aquele por quem o Regente viria
(Gn 49.8- 12), seria um agente na revelação
progressiva e realização do plano de Deus
relativo à semente da mulher (Gn 3.15).
A promessa a Davi especificou como Deus
proveria um futuro para seu povo da aliança.
Deus estabeleceria uma casa, uma família real,
para Davi. Isso significa que Deus estabeleceria
um reino sobre o qual o descendente de Davi
reinaria. E este descendente construiria uma
casa terrestre (templo) como evidência de que
ele realmente era o escolhido.
2. Relativo ao seu Pecado

O relato da relação adúltera de Davi com


Bateseba e do conluio para matar seu marido
é bem conhecido (2Sm 11). Davi, homem
segundo o coração de Deus, era um pecador
que desafiou a vontade de Deus. Natã foi
enviado novamente a Davi. Ele levou Davi a
confessar seu pecado (12.13; SI 51). Ele
recebeu a garantia de que o pecado dele fora
perdoado.
Davi, porém, recebendo um perdão gracioso,
não obstante, teve que experimentar as
consequências do seu pecado. Sua criança
com Bateseba morreria (12.13b). Deus
também revelou a Davi que como resultado
do seu pecado a calamidade viria sobre sua
casa (12.11,12). E com o tempo Davi de fato
experimentou tragédias na sua própria família.
Os relatos de Amnom (13.1-9) e Absalão (2Sm
13.23-15.12) e futuramente Adonias (1Reis 1.5-
10;32-52) que se consagrou rei em Israel sem a
permissão do pai, que já havia estabelecido sua
sucessão com Salomão.
3. Pelo Profeta Gade

A situação histórica na qual Gade foi ordenado


a revelar para Davi a vontade de Deus foi
depois que Davi havia feito um censo do povo
da aliança. Gade informou que Deus deu para
Davi três opções - todas as quais eram para
trazer juízo sobre Israel (2Sm 24.1-12) e sua
prontidão para parar uma pestilência quando
Davi construiu um altar e sacrificou.
III. OS SALMOS DE DAVI

É bem conhecido que os Salmos são respostas


de poetas crentes às revelações prévias ou
precedentes. Os salmistas indicaram que eles
conheciam e criam no que Deus tinha
revelado em palavra e ação. Porém, há várias
referências a garantias dos salmistas de que
Deus tinha falado.
O salmo dois (2) registra que Deus em ira
reprova os ímpios escarnecedores. Ele é
citado dizendo que estabeleceu seu rei - seu
filho - que governará e destruirá seus
oponentes. Deus é citado dizendo que
levantará e protegerá seu povo daqueles que
o difama (Sl 12.5). Em vários salmos a
revelação não verbal de Deus é chamada de
sua voz na natureza (29.3- 9).
Davi exalta a Deus pela instrução a respeito da
orientação divina (32.8). Consequentemente,
ele revela seu amor (37.28) e proporciona
auxílio e libertação (37.40; 54.4). Deus é
exaltado porque ele se revelou como refúgio e
força e fortaleza do homem (46.1-11). Asafe
cantou que o Poderoso, Deus, fala e chama a
terra e os céus a proclamarem sua justiça
(50.1-7).
Uma revisão dos Salmos lembra ao leitor que
os salmistas sabiam que o que Deus tinha
revelado no passado era para seu tempo
presente e para o futuro. Não devemos
esquecer que Davi sabia que o soberano
Senhor o tinha entronizado e tinha falado
positivamente em relação a Davi que o
descendente deste sentaria à mão direita de
Deus (110.1-4).
Um refrão, expressado de várias maneiras, é
considerado como resumido nas palavras do
Salmo cento e trinta e cinco (135), versículos
treze e catorze (13, 14). “O teu nome, Senhor,
subsiste para sempre; a tua memória, Senhor,
passará de geração em geração. Pois o
Senhor julga ao seu povo e se compadece
dos seus servos.”
IV. REVELAÇÃO A SALOMÃO

A. Salomão se torna Rei por Decreto Real

Quando Davi ficou velho e fraco e incapaz de


reinar com eficácia, a questão da sucessão ao
trono ficou seriamente problemática. Os filhos
mais velhos de Davi, Absalão e Amnon, foram
mortos quando tentaram ocupar o trono como
sucessores de Davi. Mais 13 filhos nasceram a ele
em Jerusalém, Salomão foi o quarto (1Cr 14.4).
Davi, no leito de sua morte, por um decreto
real, fez Salomão seu sucessor. Adonias, o filho
mais velho vivo, tinha se considerado o
herdeiro do trono. Nas passagens que
registram a transição de Davi para Salomão
(1Rs 1.1- 24, 1Cr 29.21-25), não há nenhuma
referência a Deus falando diretamente a um
profeta, ou por este, que Salomão devia
suceder Davi.
B. A respeito da Sabedoria

Salomão tinha sido ungido o rei sobre o reino


em expansão crescente. Estendia-se da terra
de Edom e da fronteira do Egito no sul (2Sm
8.14) à região distante do norte, o rio Eufrates
(2Cr 9.26). Logo depois que Salomão começou
a reinar, Deus falou com ele em um sonho.
Foi lhe oferecido uma escolha; ele não pediu vitórias
nem riquezas, mas um coração com discernimento
para governar o povo de Deus e para julgar
corretamente (1Rs 3.5-15). As Escrituras registram que
isso agradou a Deus. Ele então prometeu a Salomão
um coração sábio e perspicaz e prometeu riquezas e
honra a ele (1Rs 3.10-13). Salomão também recebeu
a promessa de vida longa. Deus acrescentou que se
esperava que o rei fosse fiel no seu caminhar com
Deus e obedecesse a todos os seus mandamentos e
estatutos (3.14).
As Escrituras registram que Salomão se tornou
um homem sábio de renome mundial.
Alcançou todas as áreas da vida. Seus
provérbios e cânticos demonstram isso (1Rs
4.32-34), como faz os livros de Provérbios e
Eclesiastes.
C. A respeito de Esplendor

Ele pôde assim construir o templo para Deus e


um palácio para ele. Depois que o templo foi
completamente mobiliado com as mobílias
mais bonitas e duráveis disponíveis em toda a
área cultural, ele trouxe a “Arca da aliança do
Senhor” para o templo (1Rs 8.1).
D. Relativo a guarda da Aliança

A Escritura registra que Deus apareceu a


Salomão uma segunda vez (1Rs 9.1-9). A
aliança renovada com Davi tinha sido renovada
com Salomão (3.5-15). Desta segunda vez Deus
tinha uma mensagem de seis pontos que ele
mesmo disse.
1) Eu ouvi sua oração e terei meu coração no templo no qual você colocou
meu nome (9.3).

2) Você, sendo e permanecendo fiel, terá seu trono real estabelecido em


Israel para sempre.

3) Israel será cortado da terra entregue a eles caso você (Salomão) e seus
filhos não observem meus mandamentos e decretos e adorem a outros
deuses (9.6, 7a).

4) “Eu, isto é, Deus, rejeitarei este templo consagrado para Meu Nome”
(9.7b).

5) Então, Israel se tornará um provérbio e um objeto de ridículo (9.7c).

6) Então, o povo dirá que Deus trouxe desastre sobre eles por abraçarem e
servirem a outros deuses (9.9).
E. Relativo ao rompimento do Reino

Salomão não permaneceu fiel à aliança que


Deus tinha feito com Israel. Deus tinha proibido
os reis de Israel de adquirirem muitos cavalos
(Dt 17.16). Salomão acumulou carruagens e
doze mil cavalos (1Rs 10.26-29). Deus tinha
proibido os israelitas de se casarem com
mulheres estrangeiras (Dt 7.3; 1Rs 6.11, 12).
Salomão teve setecentas esposas de
nascimento real e trezentas concubinas. Estas
mulheres desviaram Salomão (1Rs 11.3) e o
coração dele não estava perfeito com o seu
Deus. Nesta posição de quebra da aliança,
Deus falou com Salomão dizendo que o reino
certamente seria tomado dele e dado aos seus
subordinados (11.11). Uma tribo, Judá,
permaneceria para os descendentes de
Salomão para a causa de Davi (11.12).
Deus revelou que seu plano e obra
progrediriam até mesmo no contexto de
deslealdade, desobediência e falsa adoração,
de ídolos. Nenhuma pessoa é essencial no
trabalho de Deus, embora Ele chame, nomeie e
empregue os portadores de sua imagem para
serem seus canais e instrumentos de serviço.
BIBLIOGRAFIA

1. Revelação do Antigo Testamento, Gerhard Von Groningen.


2. Teologia Bíblia, Gerhard Vos.
BONS ESTUDOS

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