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Daniel Conegero
O rei Davi foi quem escreveu o Salmo 9. Mas não é possível determinar com
exatidão em que momento de sua vida isso aconteceu. O título do Salmo 9
também é um tanto quanto misterioso. O título informa que o salmo foi escrito por
Davi e que deveria ser entregue ao cantor-mor.
Mas o mesmo título ainda traz um termo hebraico que significa literalmente “a
morte para o filho”. Muitas conjecturas já foram feitas para tentar explicar essa
expressão, mas a grande verdade é que não se sabe ao certo o que ela tem a ver
com esse salmo.
Parece que a melhor interpretação é considerar que essa expressão se refere a uma
canção. Se isto estiver correto, então o Salmo 9 deveria ser cantado com a melodia
dessa canção misteriosa, mas que certamente era bem conhecida do mestre de
canto de Israel. Outra curiosidade sobre o Salmo 9 é sua relação com o Salmo 10. É
possível que originalmente ambos os salmos formassem um único salmo, ou talvez
se complementassem.
Os feitos maravilhosos de Deus apontam para sua soberania e para a forma com
que Ele governa todas as coisas providencialmente. E como diz aqui o salmista, o
crente deve estar engajado em contar a todos sobre os maravilhosos feitos de
Deus, pois em tudo o que Deus faz há motivos para que Ele seja glorificado.
O salmista prossegue dizendo que Deus é sua alegria e sua exaltação (Salmo 9:2).
Nesse ponto ele se refere a Deus como o “Altíssimo”, do hebraico El Elyon. Esse é o
mesmo nome divino que foi honrado pelo patriarca Abraão (Gênesis 14).
A partir do verso 3 o salmista fala da vitória garantida por Deus. Os tempos verbais
desses versos no hebraico estão no passado. Mas a maioria dos estudiosos
concorda que eles não descrevem acontecimentos passados, mas falam da
esperança futura do salmista na infalível proteção do Senhor. Em outras palavras,
tamanha era a confiança do salmista em Deus que ele fala de acontecimentos
futuros como se já estivessem no passado (Salmo 9:3-6).
Nesses versos Davi aponta para Deus como o justo juiz que julga retamente a causa
daquele que lhe pertence. Nesse sentido o salmista fala sobre o fim desastroso dos
ímpios. Ele diz que os ímpios são destruídos e seus nomes, apagados. Suas ruínas
são perpétuas (Salmo 9:5,6).
Por tudo isso o povo de Deus pode confiar n’Ele. Com toda razão o salmista
declara: “O Senhor é também alto refúgio para o oprimido; refúgio nas horas de
tribulação” (Salmo 9:9). Os crentes são confortados na certeza de que o Senhor
jamais abandona os que O buscam. Ele não ignora o clamor dos oprimidos (Salmo
9:10-12).
Por fim, o salmista conclui o Salmo 9 mais uma vez afirmando que Deus não se
esquece do seu povo (Salmo 9:18-20). Deus é Aquele que luta as batalhas daqueles
que são seus. Embora os ímpios se achem invencíveis, na verdade eles não passam
de mortais, ou seja, homens fracos e frágeis. Então nas palavras finais do Salmo 9
Davi vislumbra o dia em que Deus colocará os homens iníquos em seu devido
lugar, e lhes farão entender que eles não passam de pó (Salmo 9:19,20).