Você está na página 1de 6

EBBC

ESCOLA BÍBLICA O BRASIL PARA CRISTO

1° Trimestre de 2023
Título: Davi - As vitórias e as derrotas de um homem de Deus
Comentarista: José Gonçalves
Lição 1: Davi e a sua vocação
TEXTO ÁUREO
"Porém, agora, não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si
um homem segundo o seu coração e já lhe tem ordenado o SENHOR que seja
chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou"
(1Sm 13.14).
VERDADE PRÁTICA
A vocação de Davi atendeu ao propósito divino de preservar o povo escolhido e a
linhagem real do Messias.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 3.1
A vocação celestial e os filhos de Deus
Terça - 2Tm 1.9
A vocação cristã é santa
Quarta - Tg 1.17
As vocações divinas procedem de Deus
Quinta - 1 Co 7.20-24
Diferentes vocações, um chamado
Sexta - Ef 1.18
A esperança da nossa vocação
Sábado - Fp 3.14
A soberana vocação
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Samuel 16.1,3,10-13.
1 - Então, disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o
rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem;
enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido
de um rei.
3 - E convidados Jessé ao sacrifício; e eu te farei saber o que hás de fazer, e
ungir-me-ás a quem eu te disser.
10 - Assim, fez passar Jessé os seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel
disse a Jessé: O Senhor não tem escolhido estes.
11 - Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os jovens? E disse: Ainda falta o
menor, e eis que apascenta as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Envia e
manda-o chamar, porquanto não nos assentaremos em roda da mesa até que
ele venha aqui.
12 - Então, mandou em busca dele e o trouxe (e era ruivo, e formoso de
semblante, e de boa presença). E disse ao Senhor: Levanta-te e unge-o, porquê
este mesmo é.
13 - Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e,
desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Então,
Samuel se levantou e se tornou Ramá.
INTERAÇÃO
Prezado professor, inicie a primeira aula deste trimestre apresentando o
tema geral das Lições Bíblicas e comente que as treze lições analisam a
chamada e os principais desafios enfrentados por um homem que foi pastor,
poeta, matador de gigantes, rei e participante da linhagem do Messias. Fale
também sobre o comentarista, pastor José Gonçalves - escritor, teólogo,
graduado em Filosofia; presidente do Conselho de Doutrina da Convenção
Estadual da Assembleia de Deus no Piauí (CEADEP) e vice presidente da
Comissão de Apologia da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil
(CGADB). O enriquecimento espiritual que lhe advirá do estudo de cada lição
será sentido em todas as áreas de sua vida, e seus alunos participarão dele.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
​ Compreender o que significou a vocação de Davi.
​ Explicar como se deu a chamada do filho de Jessé.
​ Conscientizar-se de que a chamada divina é uma concessão do Eterno

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, explique aos alunos que não era errado Israel desejar um rei, pois
Deus já havia mencionado esta possibilidade (Dt 17.14-10). O problema residia no
fato de que o povo estava rejeitando o Senhor como seu líder, porque queria ser
como as “outras nações”. Deus, em sua misericórdia, ordenou que Samuel
cuidadosamente explicasse ao povo os “prós” e “contras” de se ter um rei. Nesta
lição, sugerimos que você reproduza a tabela abaixo (onde constam os problemas
e as realizações da monarquia), e discuta com os alunos o que significou para
Israel ter um rei.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Vocação: Escolha, chamamento, inclinação.
Não há dúvida de que a história de Davi é uma das mais belas e instrutivas da
Bíblia. Somente ele é denominado nas Escrituras de o homem segundo o coração
de Deus (1Sm 13.14). O motivo dessa consideração deve-se ao fato de que Davi
sempre estava disposto a cumprir a vontade do Todo-Poderoso (At 13.22). Para
nós, que conhecemos a providência divina, sabemos que Davi surge como um
homem escolhido pelo Senhor para cumprimento de seus propósitos.
I. AS CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE DAVI FOI CHAMADO
1. Em meio a uma crise espiritual. De certa forma, a vocação ou o
chamado de Davi por parte de Deus externou-se a partir da rejeição de Saul pelo
Senhor (1 Sm 13.13,14; 15.26-28). É preciso lembrar-se que, antes de ter um rei, o
povo de Israel possuía uma liderança teocrática, formada por juízes escolhidos
por Deus, os quais defendiam suas causas (Jz 2.16-19). Não obstante, a vontade
de Israel manifestada publicamente naqueles dias (cf. 1Sm 8.1-22), foi
esquivar-se do sistema político da teocracia para se tornar uma monarquia como
as nações incrédulas vizinhas (1Sm 8.1-7, 19-22). A vontade do povo não era
apenas a de ter um rei, mas de se tornar "como as outras nações" (v.20). Não era,
portanto, apenas por uma simples mudança de regime que o povo estava
ansiando, mas por uma troca de governante. Aquela má escolha deixou o profeta
Samuel alarmado e triste (1Sm 8.6).
É nesse contexto que vemos, na história bíblica, surgir Saul (1Sm 9.1-27),
alguém que preenchia os requisitos e as expectativas do povo (1Sm 8.4-6). Muito
cedo em seu governo, Saul demonstra não ser um homem disposto a buscar a
direção de Deus para dirigir Israel (1Sm 13). Samuel logo observou se Saul um rei
carnal, fraco, desobediente e sem espiritualidade, e, portanto, desqualificado
como líder do povo eleito de Deus (1Sm 13.14; 15.26-28). O maior problema era
que um fracasso iminente do rei significava a derrocada de toda a nação. E isso,
infelizmente, não tardou a acontecer. Saul assemelhava-se a uma árvore, cujas
raízes foram cortadas, permanecendo com sua folhagem verde por algum tempo.
E é neste contexto que o Senhor buscou "para si um homem" que lhe agradasse e
que se tornaria príncipe sobre o seu povo (1Sm 13.14). E Davi era esse homem
escolhido (1Sm 16.12,13).
Hoje, assim como naquela época, a obra de Deus sofre, em certos lugares, por
desobediência de alguns que chegam a "ensinar" somente por obrigação e
vontade humana sem, contudo, ter a aprovação de Deus. Entretanto, não é
possível alguém permanecer à frente da obra de Deus e ir muito longe se os seus
fundamentos espirituais foram derrubados.
2. A gravidade da crise. Diante de uma crise de tal gravidade que se
abateu sobre a liderança do povo de Deus, Samuel chorava não somente pela
queda de Saul, mas também se preocupava com a lacuna gerada por sua rejeição
definitiva. Deus, que controla as situações, declarou a Samuel que já havia se
provido de um rei (1Sm 16.1).
Em toda a história bíblica, é possível verificar esta forma de Deus tratar com
o seu povo. Durante a peregrinação no deserto, vemos como o Senhor não aceitou
a desobediência de Moisés, impedindo sua entrada na Terra Prometida (Nm
20.11,12; Dt 32.51,52). Mesmo não permitindo que Moisés em sua rebeldia
continuasse a governar o seu povo e entrasse em Canaã, o Todo-Poderoso não
desamparou a sua Tribo Nômade, pois já havia provido outro líder para
finalmente introduzi-la na Terra Prometida (Dt 1.37,38).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A vocação ou o chamado de Davi, por parte de Deus, externou-se a partir da
rejeição de Saul pelo Senhor.
II. A NATUREZA DA VOCAÇÃO DE DAVI
1. Um desígnio divino. No ensino revelado na Palavra de Deus, a vocação
divina é um fato declarado e demonstrado entre o povo de Deus. Ele chama a
quem quer, quando quer e capacita como quer e para o que quer. Essa verdade é
demonstrada na vida do sucessor de Saul. Quando lemos o Salmo 89.20: "Achei a
Davi, meu servo; com o meu santo óleo ou ungi", vemos claramente que Davi foi
escolhido por Deus. Ele foi chamado ou "recebeu uma vocação" da parte do
Senhor.
Em um contexto maior, é importante entender que o Messias prometido ao
povo de Deus seria um descendente da tribo de Judá e, portanto, Davi é parte
direta do cumprimento das promessas divinas a Israel (Is 11.1,2; Jr 23.5,6; At
2.29,30; Rm 1.3). O primeiro versículo do Novo Testamento (Mt 1.1) enuncia o
cumprimento desta profecia messiânica. No último livro da Bíblia, o próprio
Senhor Jesus, o Messias prometido declara: "[...] Eu sou a Raiz e a Geração de
Davi" (Ap 22.16). Tais textos são uma evidência do cumprimento da Aliança
Davídica: "Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de
ti; teu trono será firme para sempre" (2 Sm 7.16).
2. A resposta humana. Um dos princípios da vocação divina é a soberania
de Deus (1Cr 28.4,5). Todavia, isso não significa que o Eterno não leve em conta a
responsabilidade humana na realização de seus propósitos (1Cr 28.6,7).
Saul subiu ao trono em resposta à pretensão do povo (1Sm 8.4-6), que, após
ouvir a "descrição" divina do perfil do rei (1Sm 8.9-18), respondeu
categoricamente: "Não, mas haverá sobre nós um rei. E nós também seremos
como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e
fará as nossas guerras" (vv.19b,20). Assim, de acordo com o discurso do apóstolo
Paulo na sinagoga de Antioquia, o Eterno deu Saul em resposta ao injusto clamor
do povo e segundo o que eles idealizaram (At 13.21). Em seguida, Paulo declara
que Deus "levantou como rei a Davi" (At 13.22). Enquanto Davi foi levantado em
decorrência da vontade divina (1Sm 13.13; 15.26-28; 16.1), Saul foi dado por Deus
segundo o desejo de Israel de ter alguém com o perfil desse rei (1 Sm 9.14-20;
10.17-27).
Isso mostra que a escolha divina de homens para o seu serviço leva também
em conta a liberdade humana e não a invalida. Saul não estava predestinado ao
fracasso (1 Sm 13.13), tampouco Davi estava destinado ao sucesso continuamente
(1Rs 11.38). Contrastando a vida de ambos, observamos que os dois foram
ungidos da parte de Deus por Samuel sob iguais condições de conduzirem o reino
de Israel. Mas a forma como cada um procedeu ante a esse chamado foi muito
diferente.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Um dos princípios da vocação divina é a soberania de Deus. Todavia, isso não
significa que o Eterno não leve em conta a responsabilidade humana na
realização de seus propósitos.
III. O PROPÓSITO DA VOCAÇÃO DE DAVI
1. Abençoar a nação judaica. Para entendermos o contexto da chamada
de Davi, devemos levar em conta o caráter profético da nação hebraica: "Agora,
pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então,
sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é
minha" (Êx 19.5). Apesar de estar atualmente sob provação divina e temporária
por causa de sua incredulidade, Israel continua a ser uma nação profética (Rm
11.15-26). Deus escolheu Israel dentre os demais povos para que, através desta
nação, tivesse lugar o seu maravilhoso plano de salvação para a humanidade
inteira. Davi estava consciente disso ao exclamar: "E quem há como o teu povo,
como Israel, gente única na terra, a quem Deus foi resgatar para seu povo?" (2Sm
7.23a). Sob a Nova Aliança feita pelo sangue precioso do Filho de Deus (Lc
22.20), o Pai também tem um propósito especial com a sua Igreja, chamada de
"Israel de Deus" (Gl 6.16; 1Pe 2.9,10).
2. Abençoar a humanidade. Davi foi uma bênção para o seu povo porque
estabeleceu um poderoso reino firmado em Deus e também deixou uma imensa
riqueza espiritual e cultural, contida nos seus muitos maravilhosos Salmos (2Sm
23.1,2). Além de rei de Israel, Davi foi também profeta de Deus (At 2.29,30; 2Sm
23.2). Cristo Jesus, o legítimo herdeiro de Davi, abençoaria a humanidade com o
seu reinado e domínio em todos os sentidos (Lc 1.32). Ele é Rei e brevemente
reinará em dimensões nunca conhecidas entre os homens (Jr 23.5,6).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A vocação de Davi abrangia não somente a nação judaica, mas também a
humanidade inteira, uma vez que Deus escolheu Israel dentre os demais povos, a
fim de que por meio dele realizasse o seu maravilhoso plano de salvação.
CONCLUSÃO
Vimos, pois, que a vocação de Davi fez parte da vontade de Deus, que na sua
soberania e presciência escolhe a quem quer para a realização dos seus desígnios.
Nada está fora do seu controle e nada acontece sem a sua permissão. Mesmo em
meio às crises e reveses da vida, Ele continua sendo Senhor da história.
REFLEXÃO
"A Igreja é beneficiária das recompensas espirituais da Nova Aliança".
Thomas Ice
VOCABULÁRIO
Nova Aliança: Ou Novo Testamento é o pacto que Deus estabeleceu com a
humanidade mediante o sangue de Cristo vertido no Calvário (1Co 11.25).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PURKISER, W. T. Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2: Josué a Ester. RJ:
CPAD, 2005.
LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. RJ: CPAD, 2008.
EXERCÍCIOS
1. Qual foi a verdadeira intenção dos israelitas ao pedirem um rei ao Senhor?
R. A vontade do povo de Israel era esquivar-se de ser uma teocracia para se
tornar uma monarquia como as nações incrédulas vizinhas. A vontade do povo
não era apenas a de ter um rei, mas de se tornar "como as outras nações".
2. Qual a causa primária da rejeição de Saul?
R. A causa primária da rejeição de Saul foi a sua desobediência (1Sm 13.15)
3. Qual a natureza da vocação de Davi?
R. A natureza da vocação de Davi é divina, uma vez que o Messias prometido ao
povo de Deus seria um descendente da tribo de Judá e, portanto, de Davi.
4. Qual é o princípio da vocação divina?
R. É a soberania de Deus.
5. De que modo a vocação de Davi foi uma bênção para toda a humanidade?
R. Porque Cristo Jesus, o legítimo herdeiro de Davi, abençoaria a humanidade
com o seu reinado e domínio em todos os sentidos.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Escatológico
"A Aliança Davídica
A segunda aliança incondicional entre Deus e Israel foi mais especificamente
firmada com Davi. Ela está registrada em 2 Samuel 7.1-16. Esta aliança
pormenoriza a questão da 'semente' na aliança abraâmica. O Senhor prometeu
estabelecer o reinado, o lar e o trono de Davi para sempre (2 Sm 7.12-16). Estas
três palavras ('reino', 'casa' e 'trono') dizem respeito ao futuro político de Israel.
Nesta aliança, Deus promete de forma clara tornar Israel politicamente
independente para sempre. Ela garante a proteção de Israel como um povo e,
com o tempo, como uma nação. Deus haverá de cumprir essa promessa no
reinado do Messias, quando o Senhor Jesus Cristo, como o grande Filho de Davi,
governar no trono de Davi. Isso ainda não aconteceu, mas indica o futuro de
Israel como uma nação (Ez 36.1-12; Mq 4.1-5; Zc 14.1-21). Deixar de enxergar o
futuro de Israel como algo especial e exclusivo que Deus preparou para seu
próprio povo equivaleria a chamar o Criador de mentiroso e seria o mesmo que
considerá-lo infiel em suas palavras. Estas promessas e profecias claramente
mostram que: (1) Israel jamais possuiu toda a terra prometida por Deus; (2) Deus
prometeu não mudar o seu propósito; (3) Deus admitiu que Israel seria disperso
por entre as nações; (4) Deus traria o seu povo de volta para sua terra e os
reuniria como uma nação; e (5) Israel, no futuro, servirá ao Senhor sob o domínio
do Messias na Terra Prometida".
(LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. RJ: CPAD, 2008,
p.34).
APLICAÇÃO PESSOAL
"Quando Jessé chamou o seu filho mais velho, Eliabe, Samuel pensou que
certamente o jovem alto de postura nobre fosse o ungido do Senhor. Mas a ele
foi recordado que o Senhor não vê como vê o homem. [...] Esta é uma
observação importante que devemos recordar, porque somos rápidos para
julgar pelas aparências, quando elas podem ser muito esmagadoras. Depois que
a mesma coisa já havia acontecido com sete dos filhos de Jessé, Samuel
perguntou: Acabaram-se os jovens? (11). Ainda havia o menor, e eis que
apascenta as ovelhas - uma tarefa servil designada ao filho menos importante
ou aos empregados do dono da casa. Davi foi chamado, e quando chegou, viu-se
que era ruivo, e formoso de semblante (em hebraico "bonito aos olhos").
'O que Deus observa' é visto tanto negativa como positivamente em 1
Samuel 16.6-13. [...] O Senhor não procura: (1) semblantes formosos, 7; (2)
estatura física, 7; (3) idade ou maturidade, 11; (4) condição ou posição, 11. O
Senhor olha para o coração, 7; e derrama o teu Espírito sobre aqueles que Ele
aceita, 13".
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)

Você também pode gostar