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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Aluna: RENATA MARIA FERREIRA CALIL ELIAS


História dos Reinos e Povos Africanos (Teoria e Prática)
Professor: Cleber Karls História

1. A consolidação da narrativa da África como berço da humanidade


África é o nome dado a um continente de aproximadamente 30 milhões de quilômetros
quadrados, correspondendo a algo em torno de 20 por cento da terra do planeta, dividido
atualmente em 54 países, sendo o segundo continente mais populoso da terra.
Foi na África que se iniciou o processo da evolução humana. A partir do momento em
que os australopitecos se tornaram bípedes puderam percorrer distâncias maiores,
carregar objetos, assim como os próprios filhotes, e tudo isso contribuiu para a
conservação da espécie.
Ao longo da evolução, os hominídeos desenvolveram o movimento de pinça, o que
possibilitou aos mesmos segurarem e transportarem os objetos de forma mais adequada.
De posse dessas habilidades ele passou a fabricar alguns objetos também.
Com o desenvolvimento dessas habilidades – bipedismo e movimento de pinça – o
homo habilis, primeiro no gênero homo, foi capaz de explorar o meio a sua volta, pois
aumentara sua capacidade de locomoção e incorporara a capacidade de fabrico de
ferramentas, a partir do material de que dispunha: ossos e pedras.
Os homo habilis eram caçadores e para lograr êxito em suas caçadas articulavam-se em
grupos a fim de alcançar suas presas, o que pode constituir-se como uma das primeiras
tradições sociais.
Novos desafios foram sendo apresentados a esse gênero que necessitou desenvolver
novas habilidades, entre eles, a fala e a comunicação verbal, que possibilitou a
transmissão dos conhecimentos prévios aos membros do grupo que caçavam juntos.
Outra habilidade que teve um significado muito importante para os hominídeos, foi a
capacidade de manipulação do fogo, pois facilitou a cocção dos alimentos, e, portanto,
modificou a forma de se alimentar dos hominídeos, assim como passou a ser usado de
forma defensiva, na proteção contra animais, além de aquecer e auxiliar na fabricação
de objetos.
O homo sapiens se adaptou as diversas condições climáticas e geográficas existentes,
adaptando a cor de sua pele, seu nariz, sua gordura corporal de acordo com as
necessidades climáticas e geográficas dos lugares para onde migravam.
Os australopitecos, ancestrais da nossa espécie homo sapiens sapiens, surgiram na
África há aproximadamente três milhões e meio de anos atrás e migraram para a
Europa, a Ásia e mais tarde para as Américas. O processo de sedentarização através do
qual ocorreu a transição cultural do nomadismo para o sedentarismo ocorreu há
aproximadamente 8000 antes de Cristo, o que corrobora a afirmação de que a África é o
berço da humanidade.
2. A problematização da historiografia relativa à Antiguidade e a relevância
das sociedades africanas que habitaram o continente durante tal período
Observa-se relatos históricos e geográficos sobre a África desde a Antiguidade, com
descrições físicas, bem como sobre as sociedades existentes naquele continente, em
diversos autores do período, entre os quais, por exemplo, Hecateu de Mileto,
Heródoto de Halicarnasso, Aristóteles, entre outros.
A maior parte dos relatos da Antiguidade Mediterrânea referem-se à porção
continental norte e nordeste da África, banhadas pelo Mediterrâneo e pelo Mar
Vermelho, como Cartago, Egito e a Etiópia, que era a mais conhecida na época.
Os relatos desse período são frutos da observação pessoal desses autores ou de
terceiros, isto é, muitas vezes os autores na produção das narrativas históricas
usavam como base dados e observações alheias e muitas vezes divergentes. Vale
lembrar ainda que, muitas vezes, as narrativas mitológicas permeavam as narrativas
históricas.
As narrativas históricas produzidas na Idade Média relacionam a África ao
continente para onde teriam ido os amaldiçoados descendentes de Cam. Para os
teólogos essa maldição se estenderia não apenas aos descendentes de Cam – a
população – mas, a todo o continente africano.
A construção desse imaginário associando o continente e a população africana a
uma maldição pela Igreja Católica no Medievo contribuiu para uma depreciação da
cultura e das sociedades africanas.
Vale lembrar que, no Medievo, ao lado da produção histórica realizada pelos
teólogos há também a produção histórica e geográfica realizada pelos islâmicos
(norte da África) que tiveram contato com a população de outras partes do
continente, uma vez que havia laços comerciais entre eles.
3. Os processos históricos que levaram à consolidação do discurso de que o
continente africano serviu como local fornecedor de mão de obra para
suprir as lógicas dos escravismos árabe e europeu – baseados em ideias
mercadológicas e raciológicas
4. As repercussões continentais resultantes tanto das presenças dos
colonizadores muçulmanos e europeus, assim como, da migração forçada
das populações africanas, com destaque para sua representatividade na
formação sociocultural brasileira, visto que o Brasil foi um dos principais
destinos de tais populações

Referências:
ANDRADE, Ana Luiza Mello Santiago de. Primeiros Humanos na África. Disponível
em < https://www.infoescola.com/historia/primeiros-humanos-na-africa/ > Acesso em 04 jun.
2019.

NOZAIS, Jean-Pierre. The origin and dispersion of human parasitic diseases in the Old
World (Africa, Europe and Madagascar). Mem. Inst. Oswaldo Cruz,  Rio de Janeiro , 
v. 98, supl. 1, p. 13-19,  jan.  2003 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0074-02762003000900004&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 
04  jun.  2019.  http://dx.doi.org/10.1590/S0074-02762003000900004.

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