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1.

INTRODUÇÃO

Neste presente trabalho irei abordar sobre Surgimento da História da África,


geograficamente, teve início com a divisão da Pangeia há 300 milhões de anos. O super
continente deu origem a dois blocos: Laurásia (América do Norte e Eurásia) e Gondwna
(América do Sul, África, Índia, Austrália e as ilhas do Pacífico Sul).A semelhança entre
o Brasil e o continente africano começou a partir desse episódio. As similaridades são
encontradas nas formações rochosas, fósseis de animais e rastros de vegetação. O recorte
litorâneo dos locais também chama atenção, o encaixe é como de um quebra-cabeças.
Actualmente formado por 53 países, a África faz divisão a oeste, pelo oceano Atlântico; a leste,
pelo oceano Índico; ao norte, pelo mar Mediterrâneo; e a nordeste, pelo mar Vermelho.
Distribuindo-se pelos quatro hemisférios do planeta

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2. SURGIMENTO DA HISTÓRIA DA ÁFRICA

2.1 História da África na Pré-história


Charles Darwin (1809 – 1822) foi o primeiro cientista a sugerir que na África surgiram os
primeiros humanos. As provas do desenvolvimento do homem no continente são inconclusas,
mas nas últimas décadas as descobertas de novos fósseis, juntamente com o avanço da ciência,
têm comprovado a hipótese.
Descobertas científicas atestam a presença do Homo sapiens (espécie humana) no continente há
mais de 100 mil anos. Mas antes de chegar a essa conclusão, diversos estudos foram realizados,
inclusive o anatomista, Raymond Dart, em 1924, destacou-se por identificar uma nova espécie de
hominídeo, o Australopithecus africanus.

Os hominídeos (ancestrais dos homens) juntamente com os primatas (que originaram os


macacos) têm um ancestral comum de acordo com a teoria da evolução. O gênero do
hominídeo Australopithecus se dividiu em diversas espécies como: africanus, anamensis e
afarensis. Da espécie Australopithecus afarensis, o fóssil de Lucy foi uma grande descoberta
realizada por Yvens Coppens, em 1974, na Etiópia. Lucy, por muito tempo levou o título de
“Mãe da Humanidade”, porém, já não é vista como a ancestral direta do homem, mas como uma
prima distante.

A descoberta do esqueleto de Lucy foi essencial para o

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As diversas pesquisas realizadas com o fóssil da Lucy identificaram que ela possuía
crânio, mandíbulas, dentes e longos braços similares ao de um macaco, mas andava ereta como
humanos. Outros fósseis foram encontrados ao longo dos anos na África. As descobertas também
se estenderam às armas feitas de ossos e chifres, pinturas rupestres e moradias, o que
complementou os estudos sobre a História da África.

Por incrível que pareça, o deserto do Saara era habitado por muitos animais e com
abundantes vegetações. Esse era o cenário de 5 mil e 10 mil anos atrás, em um período que era
chamado de "Saara verde" ou "Saara úmido". Durante esse período tiveram início a actividade
agrícola e trabalho de domesticação de animais. Há 2.000 anos a.C., os agricultores passaram a
realizar o cultivo de arroz e alguns tipos de inhame. Já os agricultores da parte meridional deram
início a pecuária.

Na Idade do Bronze (1300-700 a.C) e na Idade do Ferro (1200 anos a.C) houve o
desenvolvimento das cidades e das actividades comerciais marítimas no Norte da África.
Invenções como o bronze e a escrita penetraram no Norte do continente pelo Oriente Médio, já
parte meridional do Saara não foi contemplada.

2.2 A África no imaginário europeu

Já na Idade Antiga, precisamente na Antiguidade Clássica, as obras de viajantes e


geógrafos europeus contribuíram para construção de uma imagem deturpada da História da
África. Resultado de observações rasas e interpretações religiosas. Para os europeus da época, os
africanos representavam os “Outros”. As quais tinham-se um distanciamento, estranhamento e
por vezes, sentimento de superioridade, pautadas por uma visão etnocêntrica.

Os textos antigos só faziam menção à região setentrional e centro-meridional (África


Subsaariana) não era conhecida, limitando a História da África. De acordo com o historiador
Mudimbe, o norte da África era divido em três partes: Lybia, Egito e Aethiopia. A Aethiopia foi
conhecida como “A terra de homens escuros”. Derivação da palavra grega Aethiops, referência

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ao filho do deus Vulcano, e que passou a designar os “homens de pele escura”. De acordo com
Oliveira (2008), interpretações cristãs contribuíram na construção de ideário negativo sobre a
África. Por exemplo, as pinturas da Antiguidade relatavam o inferno como um local de calor
insuportável e habitado por monstros de cor escura. Uma clara referência a Aethiopia.

2.3 Imperialismo na África

Na segunda metade do século teve início o Imperialismo na África. Caracterizado pela


repartição, exploração e colonização do continente africano entre as potências europeias. O
marco do imperialismo aconteceu com a Conferência de Berlim, realizada entre Novembro de
1884 e fevereiro de 1885.

Teoricamente, o evento foi realizado com objectivo de manter o comércio e reafirmar o


compromisso em dar fim a escravidão no continente. Participaram da Conferência representantes
de 13 países da Europa, dos Estados Unidos e do Império Otomano. Os africanos não foram
convidados.

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3. CONCLUSÃO

Cheguei a conclusão que a História da África, geograficamente, teve início com a divisão
da Pangeia há 300 milhões de anos. O supercontinente deu origem a dois blocos: Laurásia
(América do Norte e Eurásia) e Gondwna (América do Sul, África, Índia, Austrália e as ilhas do
Pacífico Sul) Reconhecer a presença africana amplia a nossa concepção de mundo e permite
perceber aspectos das relações entre povos e regiões do planeta ao longo do tempo por nós ainda
pouco conhecidos e compreendidos

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4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

APPIAH, Kwame A., A Casa de Meu Pai. A África na Filosofia da Cultura, Rio de Janeiro:
Contraponto, 1997.

BATES, Robert H., MUDIME, V. Y., O´BARR, Jean Africa and the Disciplines: the
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BIRMINGHAM, David. A África Central até 1870. Luanda: ENDIPU, 1992.

CAPELA, José, O imposto da palhota e a introdução do modo de produção capitalista nas


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CAPELA, José, O tráfico de escravos nos portos de Moçambique. Porto: Afrontamento, 2002.

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Editorial Estampa, 1998.

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