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RUBEN YGUA

RUBEN YGUA
OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

EVOLUÇÃO

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

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RUBEN YGUA

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exclusiva responsabilidade do autor 3

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

Dedicado a minha familia...

RUBEN YGUA

Introdução

Nós complicamos demais o estudo do passado, dando maior


importância a pontos de

vista, interesses nacionalistas, religiosos e morais, que colocam o


fato histórico em segundo plano, subordinado ao interesse do
sistema que pretende nos educar.

É hora de simplificar e mostrar respeito pelos nossos antepassados,


esforçando-nos para saber o que realmente aconteceu no passado,
e não apenas o que o sistema pretende nos informar.
Depois de muitos anos estudando História, cheguei à conclusão de
que a melhor maneira de conhecer o passado é através de uma
Cronologia imparcial e objetiva, que se limita a colocar cada evento
em seu lugar exato no tempo, revelando a História sem
manipulações. ou meias verdades.

Esta Cronologia constitui o material de referência mais completo,


não apenas com fatos puramente políticos, como a fundação de
cidades, nascimentos de reinos e impérios, descobertas científicas e
geográficas, desastres naturais e epidemias, mas também
informações sobre os mais diferentes campos de atividade humana:
química, astronomia, geografia, matemática, etc.

Em paralelo, a cronologia é complementada por dados que não


pertencem a uma data específica, mas, para toda uma época, são
generalidades de cada sociedade, curiosidades, costumes, a
religião de cada civilização, invenções sem data exata, etc.

O resultado de todo este conjunto é uma das mais completas


cronologias existentes, periodicamente atualizadas com as mais
recentes descobertas arqueológicas e científicas.

Uma obra dessa magnitude não pôde ser publicada em um único


livro, por isso a dividi em várias coleções, e os originais em
espanhol estão sendo traduzidos para francês, italiano, inglês e
português.

A cronologia transcorre ano após ano, na medida do possível, desde


a pré-história até o presente.

Para aqueles que preferem um estudo mais profundo e detalhado,


preparei uma segunda cronologia, que transcorre dia a dia, cobrindo
de 1789 a 1946, dividida em quatro coleções.

Com vocês, a história da humanidade.

Ruben Ygua
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OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

49.500- 8000 aC.

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49.500- China: fóssil do Homem de Ordos, que apresenta


características mongolóides, especificamente na dentição. América:
Impacto de um asteróide em Odessa, Texas, Estados Unidos.

49.000- Estados Unidos: um asteróide impacta, abrindo uma cratera


de um quilômetro em Barringer, Arizona. Na Espanha, sítio
arqueológico Romaní Abric: restos fósseis de Neanderthal, fogueiras
e sinais de cozimento e consumo de cavalos e veados, ferramentas
de pedra e evidências de abrigos de madeira dentro da caverna.
Cueva del Sidrón, Espanha: restos fósseis de vários adultos e
crianças Neandertal.

48.000- Caverna dos Aviões, Espanha: vestígios de adornos


pessoais de Neandertal (conchas tingidas e caracóis). Caverna
Antón, Espanha: restos fósseis de Neanderthal, decorações
(conchas e caracóis) e ferramentas de pedra. França: erupção em
cadeia dos vulcões do Maciço Central, causando um grande
desastre ambiental, morrem numerosos neanderthais, além de
fauna e flora.

47.000- América: Em escavações na Cidade do México, perto das


pirâmides, foram encontradas amostras de pólen identificado como
pertencente ao milho.

46.000- Na Sibéria, Montanhas Altai:Homem de Denisova, uma


possível nova espécie de Homo, identificada através da análise de
DNA de restos ósseos, encontrada em um estrato que data entre
50.000
e 30.000 AC. Aparentemente, este hominídeo poderia descender do
Denisoviense da segunda migração da África em 89.000 AC, ou do
primeiro êxodo do Homo Erectus. Por outro lado, parece que as
espécies Denisovanos evoluíram independentemente e se
dispersaram amplamente no passado, já que estão geneticamente
relacionadas aos atuais humanos de Papua Nova Guiné (população
étnica Papua Nova Guiné), Austrália (indígenas australianos e ilhéus
do Estreito de Torres) e Melanésia (melanésios).

45.500- Rússia, rio Irtysh: fóssil do Homem de Ust'-Ishim, Homo


Sapiens descendente da segunda migração, sem relação com os
denisovianos nem com os sapiens que colonizaram pouco depois a
Europa, viveu da caça e coleta, mas principalmente da pesca fluvial.

45.000- França: Cultura Micoquiense: indústria lítica biface. Em


Monte Circeo, Itália: sinais da presença do Homem Neandertal.
Grupos de neandertais passam da Espanha para o Norte da África,
atraídos pelo bom clima e pela abundância de caça, introduzindo a
cultura musteriense. Bornéu: os sinais mais antigos da presença
humana. América: vestígios da presença humana em La Toca,
Brasil.

44.000- Itália, Grotta del Cavallo, Apúlia: os vestígios mais antigos


da presença do Homo Sapiens na Europa (a sua datação ainda é
muito debatida). Depósito de Axlor, País Basco, Espanha: pedra
com uma marca em forma de X, de origem Neanderthal. Segundo a
genealogia genética, neste período os primeiros Homo sapiens
chegam à Sibéria, onde encontram caça abundante.

43.500- Há uma queda nas temperaturas globais, esta oscilação


provoca a queda no nível do mar, que é reduzida em 70 metros, é
formado pela segunda vez a ponte terrestre de Beringia, ligando o
Alasca à Sibéria. Esta mudança climática provavelmente causou o
deslocamento de grandes rebanhos de mamíferos, seguidos para a
Europa e América por numerosos clãs de caçadores Homo Sapiens.
Na Europa Ocidental: grande extensão de pinheiros e azinheiras, a
deterioração climática provoca a substituição da massa florestal por
uma cobertura vegetal e arbustiva. O PERÍODO SUBPLUVIAL
MAKHADMA começa no Egito. Inglaterra, Kent Cavern: os mais
antigos fósseis de Homo Sapiens em solo inglês, (ainda em
discussão). Alemanha, na caverna de Geibenklösterle, Suábia: os
instrumentos musicais mais antigos da humanidade: flautas de osso
de pássaros e marfim. Em Willendorf, Áustria: os restos fósseis mais
antigos do Homo Sapiens na Europa, reconhecidos pela
comunidade científica: ferramentas 7

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de pedra e osso, adornos feitos de conchas, dentes de hienas,


veados e lobos, tintura ocre, pertencentes à Cultura Aurignaciana.
América: fósseis de Homo Sapiens encontrados em American Falls,
(EUA).

43.000- Grupos de Homo Sapiens colonizam Beringia, atraídos


pelas boas condições de vida e caça abundante. Culturas de
Alfontova e Dyuktai: clãs de caçadores de mamutes. Os Homo
Sapiens colonizan Bornéu. A cultura Ateriana no Norte de África.

42.500- Na Europa Ocidental, e particularmente na Península


Ibérica, o frio intensifica-se, a fauna característica é composta pelo
mamute e pelo rinoceronte lanoso, a proporção de árvores é baixa e
foi substituida por prados e estepes.

42.000- Cueva de Nerja, Espanha: pinturas de focas, a mais antiga


obra de arte do ser humano, discute-se se o seu autor foi o
Neanderthal ou o Homo Sapiens. Surge a cultura uluzziana do
Homem Neandertal: pontas de projétil, corante ocre, ferramentas
ósseas e ornamentos. No País Basco, Caverna Axlor: presença do
Neanderthal, restos animais e ferramentas de pedra. No Oriente
Próximo, surge a cultura amoudiana. No Lago Mungo, Austrália:
sinais do uso do ocre vermelho nos rituais funerários, fóssil do
Homem de Mungo.

41.000- Espanha: as pinturas mais antigas das cavernas de El


Castillo, criadas pelo Neanderthal. Na Suazilândia, África: minas de
Ngwenya, extração de hematita vermelha (ferro) para uso como
corante em rituais Homo Sapiens.

40.500- O primeiro Homo Sapiens entra na Europa, num primeiro


período o Homo Sapiens conviveu com o Homem Neandertal, que
ainda predominava no ambiente glacial europeu. No Vale Miniș, no
sudoeste dos Cárpatos: caverna de Peștera cu Oase, vários fósseis
de Homo Sapiens, apresentando características morfológicas que
combinam uma variedade de Homo arcaico, homem moderno
primitivo derivado, e possivelmente características Neandertalianas.
Assim, os espécimes apresentam uma série de características
derivadas do "homem moderno", como um queixo excepcional, a
ausência de um cavalete entre as sobrancelhas, um crânio alto e
arredondado. Mas, estas características estão associadas a vários
aspectos do crânio e da dentição, que os colocam fora da esfera de
variação dos homens modernos, como a grande face, uma grande
crista de osso atrás da orelha e grandes dentes que se tornam ainda
maiores no fundo. Esta descoberta sugere que os dois grupos se
cruzaram há milhares de anos. A datação por radiocarbono indica
que um dos crânios tem uma idade entre 35 000 e 40 000 anos, até
aos dias de hoje o mais antigo fóssil moderno da Europa. Esta
descoberta confirma que, à sua chegada à Europa, os homens
modernos se encontraram, relacionaram-se e cruzaram caminhos
com os homens de Neanderthal.

40.200- Campânia, Itália: erupção vulcânica de Campos Flegreos.

40.000- Gorham Cave, Gibraltar: gravuras rupestres de autoria


comprovada de Neanderthal. Egito: o período árido é substituído
pelo Subfluvial Makhadma: sinais abundantes de presença humana
no Nilo e desertos próximos. França, caverna de Cromagnon: são
encontrados os primeiros esqueletos do Homem Cromagnon,
datados entre 40.000 e 26.000. Em La Quina, França: Fósseis de
Neanderthal. Em Java: restos do Homem Solitário (Homo Erectus
ou Heidelbergensis?), sua antiguidade é disputada, podendo chegar
a 100.000 anos. Na caverna de Feldhof, Alemanha: os primeiros
fósseis do Homem Neandertal são encontrados. Sítio arqueológico
de Bobongara em Papua Nova Guiné: Homo Sapiens. Indonésia,
ilha de Sulawesi: pinturas rupestres. Em Le Moustier, França: os
vestígios mais antigos da presença do Homo Sapiens no país.
Estudos recentes provaram a presença de Neanderthales e Cro-
Magnons, convivendo de alguma forma, no centro e sul da Itália.
América: Gruta do Pendejo, (Novo México, EUA): osso com sinais 8

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de uso humano, (sua antiguidade é debatida e pode chegar a


50.000 a.C.), objetos de pedra com até 40.000 anos de idade e
cabelo humano datado de 20.000 anos.

Oceania: a colonização das ilhas mais próximas da Eurásia


teria começado há cerca de 50.000

anos, mas a expansão foi muito lenta e gradual, há cerca de


5.000 anos os povos australianos começaram uma expansão
efetiva através da Oceania, embora arquipélagos como o Havaí
e a Nova Zelândia ainda não fossem povoados por humanos há
2.000 ou 1.500 anos (isso exigiu o desenvolvimento de técnicas
navais adequadas e conhecimento náutico suficiente).

39.000- Espanha: arte rupestre (Neanderthal?) das cavernas de


Alxerri e Del Castillo. Em Ksar Akil, Líbano: fóssiles do Homo
Sapiens . Impacto de um asteróide em Haughton, Canadá.

38.500- As manifestações artísticas se difundem e multiplicam, com


sua máxima expressão nas pinturas rupestres, as vivendas são
cada vez mais estruturadas, observando como elas são usadas de
forma recorrente, e começa a proliferação de adornos pessoais e
enxovais domésticos. A tecnologia de entalhe de pedra evolui com a
introdução do uso de osso e madeira. As ferramentas produzidas
são muito variadas. Procuram-se as matérias-primas mais
adequadas e os produtos fabricados são levados para locais
distantes dos centros de produção. As técnicas de caça também
ficam mais sofisticadas. Os enterros já têm uma clara motivação
religiosa.
38.000- Europa: a cultura AURIGNACIANA substitui a Musteriense:
caracteriza-se por raspadores grossos, às vezes esculpidos em
pequenos blocos de pedra, e por folhas retocadas em uma ou duas
bordas, com raspadores na ponta em muitas ocasiões. As peças
com o dorso rebaixado desaparecem; as burinas são de tamanhos
diferentes com pontos fracos. As ferramentas ósseas são mais
abundantes: pontas, punções, etc. Os achados mais notáveis são
folhas de sílex curvas, raspadores para madeira e osso, ossos de
pássaro com buracos (que poderiam ser um instrumento musical),
vários objetos feitos de osso e marfim, ocre usado como corante,
brincos feitos com cervos, lobos, raposas e dentes de hiena, e
conchas perfuradas (talvez usadas como amuletos ou marcadores
tribais). América: bacia do rio Valsequillo, México: pegadas humanas
em cinzas vulcânicas. (Há controversias sobre a data.) 37.500-
Itália: grande erupção do super-volcão dos Campos Flégreos, na
Campânia; a nuvem de cinzas chega à Sibéria, afetando
profundamente a Europa. Vale do rio Ach, Alemanha: venus de
Hohle Fels, figura feminina esculpida no marfim de um mamute,
datado de 35.000 a 40.000 AC.

37.000- El Castillo, Espanha: arte rupestre conhecida como "El


panel de las manos" (O Painel das Mãos), possivelmente obra do
Neanderthal. Norte da África: cultura ateriana, indústria lítica de
pontos pedunculados, aplicada a armas e utensílios.

36.000- África do Sul: crânio de Hofmeir (H. Sapiens). Na Roménia,


sitio de Pestera Cu Oase: Homo Sapiens, ferramentas fósseis e de
pedra. Na Europa Ocidental, a CULTURA PERIGORDIENSE do
Neanderthal: toscas cabanas circulares, construídas com ossos de
mamute. A faca de Châtelperron com dorso curvo, raspadores
terminais que predominam nas laterais, desenvolvimento das
burinas, o dorso das facas mostra tendência a se tornar retilíneo.
TECNOLOGIA AURIGNACIANA
A tecnologia Aurignaciana substituiu desde 38 000 a.C.
aproximadamente, o Musteriense e em outros lugares o
Châtelperroniense, no início do Paleolítico Superior.
Desenvolveu-se há cerca de 40.000 anos.

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O Aurignaciano é caracterizado por uma indústria laminar


bidirecional: uma indústria de chapas grandes, algumas delas
grossas, e outra de lamelas de formato menor. Não é raro que
seja acompanhado por uma indústria de lascas grossas
esculpidas a partir de matérias-primas de menor qualidade,
como as ferramentas "rasas". Tipologicamente é possível
destacar a abundância de folhas, com retoques escamosos
largos e fortes, raspadores de carenagem, cinzéis facetados,
folhas de retoque semi-abrangentes.

Na indústria de ossos, destacam-se os cabos de ferramentas,


alisadores e pontas de caça, também conhecidos como
azagaias, dos quais existem três tipos:

1-Azagaias de base dividida.

2-Azagayas de base inteira.

3-Azagaias com base biselada, em chifre de osso ou de veado.

Punções, cinzéis, varas perfuradas e hastes biseladas também


foram encontrados nos locais.

Novas técnicas aparecem para elaborar as ferramentas sobre o


osso, como o polimento com arenito e outras formas de
abrasão. A indústria lítica era feita em sílex, se era escassa,
utilizava-se quartzo e quartzo.

Na Europa Ocidental as cavernas eram habitadas, enquanto na


Europa Central e Oriental elas habitam ao ar livre. O grande
número de restos faunísticos nos sítios Aurignacianos indica
uma economia baseada na caça. Desenvolveu-se uma arte do
mobiliário, na qual geralmente as representações são
zoomorfas, feitas em marfim, enfatizando as figuras de mamute.

35.500- Espanha, caverna de Eirós: o único lugar em que se


consegue estudar a transição entre os últimos Neandertais e o
primeiro Homo Sapiens. Japão: chegam os primeiros grupos de
caçadores.

Rússia, caverna de Ajshtyr: grupos de Homo Sapiens ocupam este


antigo refúgio dos clãs Neandertais.

35.000- África Oriental: começa um período de chuvas escassas, a


seca muda a paisagem, a savana substitui a floresta tropical, é o
Período Árido Postgambliense. Arte rupestre nas cavernas de
Chauvert Pont D'Arc, Cellier e La Grèze, França. Pinturas rupestres
de Altamira, Espanha: (Entre 35.000 e 15.000

a.C.) Na Alemanha, Hohle Fels cave: flauta de osso. No site de


Breitenbach, Alta Saxônia, Alemanha: local dedicado a trabalhos
exclusivos em marfim, os esqueletos de mamute eram muito
abundantes nesta região na época. Numerosas peças de marfim
foram encontradas decoradas com gravuras artísticas, como pontas
de lança e outros objetos, todos criados por Homo Sapiens. Na
Sibéria: cultura Dyuktai na bacia do rio Aldán, caracterizada por uma
indústria lítica com bifaces, pontas de projéteis e micro núcleos,
descoberta pela primeira vez na caverna Dyuktai, em Yakutia. Na
Suazilândia, África: osso de Lebombo, com marcas sugerindo
cálculos matemáticos. América: vestígios da presença humana em
Lewisville, (Texas, EUA).
34.000 - No norte dos Urais, perto do Círculo Polar, são encontradas
ferramentas de pedra, discute-se se seus autores seriam Homo
Sapiens ou Neanderthales que se refugiaram em regiões frias para
escapar da presença do Homo Sapiens, a datação desses objetos
líticos pode chegar a 31.000 AC. Cueva del Boquete de Zafarraya,
Espanha: Fósseis de Neanderthal, fogueiras e confirmação da
prática do canibalismo, restos de animais, principalmente cabras de
montanha. Na Geórgia: em uma caverna nas montanhas do
Cáucaso, foram encontradas as mais antigas fibras naturais
conhecidas, são fibras de linho selvagens trançadas e tingidas para
serem usadas como vestuário.

33.000- Sibéria: ossos de cães fossilizados confirmam que já estava


domesticado nesta época. Arcy-Sur-Cure, França: Fósseis do
Neanderthal. Na Ásia: aparece o Natunaornis gigoura, um pombo
com hábitos terrestres. América: México: em Chimalhuacan,
descoberta de restos humanos na colônia Embarcadero.

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Em algum momento desses milênios, o caçador nômade


domestica o CACHORRO, um importante aliado na luta pela
sobrevivência, caça e defesa do grupo.

32.500- Alemanha, Baden-Württemberg, na caverna de Hohlenstein-


Stadel: estatueta do Homem-Leão, revelando um possível culto
religioso do Homo Sapiens. No Japão, o Homem de Yamashita-Cho:
Homo Sapiens.

32.000- Europa Ocidental: a cultura perigordiana neanderthal evolui


para a GRAVETIENSE: desenvolveu-se durante uma fase climática
fria, onde predominavam renas e mamutes. Abrange a Península
Ibérica, França, Bélgica, Itália, Europa Central, Ucrânia e parte da
Rússia, uma grande unidade cultural na indústria da pedra, nas
estruturas vivas e nas esculturas femininas, chamadas venus, que
evocam representações femininas, com um tamanho médio de
cerca de 10 cm. Sua silhueta apresenta um exagero de atributos
femininos. As ferramentas ósseas são menos abundantes do que na
auriñaciense, embora os primeiros objetos ósseos decorados
tenham sido encontrados, assim como a queima de argila.

As estruturas de habitação são numerosas e muitas vezes de


grande complexidade, em poços circulares ou ovais, escavados no
solo congelado, delimitado por ossos de mamute. Uma ferramenta
característica é a chamada ponta de La Gravette, com um dorso
reto.

31.700- Buran Kaya, Crimeia: restos de Homo Sapiens, ferramentas


de pedra e marfim, e restos de animais. África: início da cultura
Stillbayana.

31.500- Goyet Cave, Bélgica: Ferramentas de pedra aurignaciana e


fóssil de um cão domesticado.

31.000- República Checa, Cavernas Mladec: fósseis de seis


híbridos de Neanderthal-Homo Sapiens.

Itália, Monte Circeo: Fóssil de Neandertal. Caverna Vindija, Croácia:


fósseis de Neanderthal e evidências de canibalismo. Impacto de um
asteróide em Iturralde, Bolívia.

30.500- Espanha: as pinturas rupestres mais antigas da Astúrias.


Fóssil do Homo Erectus na Indonésia. Em Gibraltar: Fósseis de
Neanderthal. Áustria: venus de Galgenberg, cultura aurignaciana.

Itália: como resultado da intensa atividade vulcânica, forma-se o


Monte Epomeo na ilha de Isquia.

30.000-OSCILAÇÃO DE PAUDORF: elevação da temperatura


global, aumentando o nível do mar, a água invade as zonas
costeiras, desaparece a ponte de Beringia entre o Alasca e a
Sibéria. Norte da África: o período de chuvas musterianas termina,
(Tinha se iniciado em 50.000), o Norte da África começa lentamente
a perder seu sistema fluvial, lagos e pântanos; no vale do Congo há
o início de um período frio e seco, reduzindo a vegetação e afetando
a vida animal. Na África Oriental começa o Período Makaliense, de
chuvas intensas, as florestas ressurgem deslocando a savana. Arte
parietal na caverna de Cosquert, França. Em Cromagnon, França: é
encontrado o primeiro fóssil de Homo Sapiens. República Checa: o
fóssil de um cão junto aos restos mortais humanos e objectos líticos,
o colar de dentes de mamute e a estatueta do Homem de Brno.
Espanha, Cova de la Barriada: fósseis do Homo Sapiens e de
animais, sinais do consumo de caracóis terrestres, fogueiras, argila
cozida, pontas de flechas ósseas e ferramentas de pedra. Data das
primeiras descobertas humanas em Monteverde, Chile (evidência
discutida).

29.800- Um novo tipo humano entra na Europa vindo da Anatólia ou


de alguma parte do Oriente Médio associado ao Haplogrupo H. Esta
linhagem mitocondrial é característica das populações
mediterrâneas. Este novo tipo de Homo Sapiens desloca uma
população Neanderthal que já estava em plena retirada talvez
devido ao período de clima temperado conhecido como Oscilação
de Paudorf.

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29.500- França: pinturas rupestres de Chauvet-Pont d'Arc. Japão:


as mais antigas ferramentas de pedra polida do mundo,
pertencentes à indústria neolítica, alguns estudiosos relacionam
esta evolução tecnológica com a Oscilação de Paudorf que pode ter
beneficiado os habitantes do Japão. África do Sul: Surge a Cultura
Wilton. Na África Central, surge a cultura Lupembiense, com
grandes peças bifaciais de aspecto arcaico, mas também pontas
lanceoladas de cuidadosa fabricação. Foi proposto que as
ferramentas Lumpembien, geralmente distribuídas no coração da
Bacia do Congo, deveriam ser uma adaptação funcional à vida na
floresta e que as peças poderiam ser ferramentas especializadas no
trabalho intensivo da madeira. As peças foliáceas lanceoladas mais
cuidadosas podem ser pontas de projétil. América: há evidências de
que novos grupos humanos entram no continente através de
Beringia, possivelmente acompanhando rebanhos em sua migração,
através de corredores livres de gelo, seguindo o curso dos rios ou
ao longo da costa.

29.000- Os primeiros grupos humanos chegam a Creta e outras


ilhas do Egeu. França: Vênus de Brassempouy, esculpido em
marfim. Na Europa Oriental, Itália, Balcãs e Rússia surge a cultura
Gravetiana, caracterizada pela abundância de buriles, por vezes
associados a raspadores, perfuradores ou lâminas truncadas. Por
outro lado, há menos raspadores e eles são geralmente planos.
Uma ferramenta característica é a chamada ponta Gravette, com um
dorso reto. Há também folhas lombares abaixadas e pontas de
azagaya ósseas. As estruturas habitacionais são numerosas e
muitas vezes de grande complexidade, em poços circulares ou
ovais, escavados em solo congelado, delimitado por ossos de
mamute. América: Uruguai, Córrego Vizcaíno: os mais antigos
vestígios da presença humana no país ainda são discutidos em
círculos científicos. El Cedral (SLP, México). Restos humanos e
artefatos líticos.

28.500- Na Península Ibérica o clima é muito húmido e quente. Na


Cantábria volta se formar uma floresta temperada, com abundância
de veados e rinocerontes. Caverna da Ciclovina, Romênia: Fósseis
de Homo Sapiens. República Checa, Dolni Vestonice: restos de
Homo Sapiens, colares de dente de lobo, restos de mamutes,
ferramentas de pedra, cabanas, sepulturas e fornos de argila.

28.000- França: Gruta de Lombrives: ferramentas de pedra e arte


rupestre. Sibéria: perto de Vladimir, assentamento de Sungir com
cinco sepulturas, em três das quais os cadáveres estão cobertos de
ocre vermelho, juntamente com conchas, dentes de animais e
contas, a mais antiga com 3.500 pérolas de marfim supostamente
ornamentando suas roupas e 25 pulseiras de marfim mamute em
seus braços. Um pingente vermelho com um ponto preto na lateral
pende de sua garganta. Outro dos túmulos, de uma criança,
apresenta os restos de um cinto decorado com dentes de raposa
polar, um pingente de marfim em forma de animal no peito e sob um
dos ombros uma escultura de eburnea representando um mamute,
assim como outro de cavalo e duas lanças. O terceiro túmulo
pertence a uma menina, e tem ao seu lado uma lança feita de uma
única presa de mamute lanoso, 2'40 mts. e 20 kgs. de peso, muito
grande para ser funcional, mais um disco de marfim com um buraco
no centro. As sepulturas são todas rasas, três dos cadáveres estão
deitados de costas e com as mãos sobre a pélvis, outro túmulo é
fechado com uma laje grande e o quinto aparece em condições
muito ruins, difíceis de avaliar. América: em Yukon, Canadá:
cavernas de Blue Fish, vestígios da presença humana, ferramentas
de ossos de mamute, alguns objetos datados de 40.000 anos, existe
controvérsia.

27.500- Pacífico: da Nova Guiné, os primeiros grupos humanos


chegam às Ilhas Salomão. Sibéria: no rio Yana, a 500 km do Círculo
Ártico, relativamente perto do Estreito de Bering, campo de caça
sazonal.

África: arte rupestre em Hunsber, Namíbia, perto do rio Orange.

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27.000- Egito entra no PERÍODO SECO DO NEO-NILO, que se


estende, com algumas interrupções de curtos períodos chuvosos,
até os dias atuais. República Checa: Venus de Dolni Vestonice,
esculpida em marfim. Gruta Cosquer, Mediterrâneo francês:
primeiros usos da caverna como santuário, arte parietal.

Nos Pirineus franceses: arte rupestre da Gruta das Gargantas.


Pacífico: na zona vulcânica de Taupo, Nova Zelândia, grande
erupção do Oruanui.

26.500- Na República Checa: o Homem de Predmost (Homo


Sapiens), com restos de cordas entrançadas e tecidos vegetais
semelhantes a chapéus, fitas, cintos, saias, ligaduras e telas. Em
Krems, Áustria, o cemitério mais antigo do país: três bebés
enterrados, cobertos com um pigmento vermelho, dois deles talvez
gémeos num único túmulo e debaixo da escápula de um mamute.

26.000- Em Marquay, França: Venus de Laussel, datada entre


27.000 e 20.000 AC. Os pigmeus negros aparecem nas Filipinas.
Em Java, o homo erectus de Ngandong é extinto.

25.000- Neste ponto já podemos falar de especialização na


atividade dos membros de cada clã humano, como conseqüência da
capacidade de um determinado indivíduo como o melhor caçador,
ou de sua capacidade de produzir melhores ferramentas líticas, ou
de desenvolver a arte em todas as suas facetas. Verdadeiros
artesãos aparecem, pessoas que conhecem as técnicas de
elaboração dos úteis e talvez também obtenham alguma
preeminência dentro do grupo, eles fabricam uma extensa gama de
projéteis e artefatos, entre os quais o primeiro propulsor, um gadget
que além de permitir um tiro mais potente minimiza os riscos. O
primeiro conhecido foi descoberto em França, feito com um chifre de
rena.

Há um notável desenvolvimento da pesca, que é praticada em


costas, rios e lagos, e inclui a pesca de marisco e a captura de
salmão, truta, pescada, lapas, winkles, mexilhões, ostras, amêijoas
e muitos outros.

O vestido é feito de couro, embora em alguns lugares sejam


utilizadas cordas e tecidos, as técnicas de construção são
diversificadas, os tipos de habitação são adaptados às condições
climáticas ou locais, muitos deles já com pisos de terra batida ou
pavimentada. Os buracos de preservação de alimentos estão agora
unidos por redes úteis, escadas e martelos de pedra para
mineração. Arte parietal das cavernas de Cussac e Pech Merle,
França. Vogelherd Cave, Alemanha: estatueta de marfim de um
mamute. Cavernas Bluefish, Sibéria: ferramentas de osso e pedra.
Grupos esquimós colonizam o vale do Indigirka, Sibéria.

Bolívia: sinais de presença humana no altiplano.


24.500- Caverna Lagar Velho, Portugal: a Criança de Lapedo (H.
Sapiens, ou possível híbrido de Neanderthal)

24.000- A Europa regionaliza as suas indústrias, mas as ligações


entre territórios são cada vez maiores. A cultura aurignaciana
espalhou-se pela Bélgica, Itália, Península Ibérica e Europa de
Leste, aqui com características próprias, enquanto os ritos
funerários são agora comuns em todo o continente, com cadáveres
flexionados ou deitados de cabeça para baixo, por vezes salpicados
de ocre vermelho, talvez como uma representação do sangue (para
devolver a vida) ou como um conservante de matéria orgânica.

A arte rupestre expandiu-se para o sul, e geralmente representa


animais terrestres e, em menor grau, marinhos, aves e répteis. Em
uma ocasião representaram-se pingüins, na Gruta de Cosquer,
muito poucas paisagens aparecem e quanto às figuras humanas,
uma assiduidade relativa, são esquemáticas, com atributos sexuais
muito marcados. Nas numerosas câmaras da Caverna de Pech
Merle e no Grotte Cussac de Dordogne há centenas de figuras
animais, além de algumas representações não figurativas. Um
pouco mais ao sul, na Espanha, a Cueva del Castillo na Cantábria, a
Cueva del Conde y Cueto de la Mina nas Astúrias, Santimamiñe,
Bolinkoba e outros em Euskadi e um bom número de sítios na costa
leste, com uma estrutura semelhante à dos franceses. A arte do
mobiliário é dominada por venus, feitas de pedra, marfim, chifre,
osso ou barro, também com sexo bem marcado. Estas esculturas
são uma manifestação 13

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

artística que inclui o fetichismo, isto é, que o sapiens não se


preocupa apenas com a estética, mas também com o além, o
sentido da vida e da morte: ele já é um homem moderno. Vênus de
Lespugue, França. O

Homo Sapiens coloniza o Japão (Ilha Ishigaki), e as Filipinas.


Extinção dos últimos grupos de homens de Neandertal, (Gibraltar,
Espanha, caverna de Gorham) - Ásia: fóssil do Homem de Tsochen,
o humano mais antigo de Taiwan. Na Europa abundam renas e
mamutes.

23.500- Katanga, Congo: arpão ósseo esculpido num dos lados com
um processamento semelhante ao do gravetiense europeu.
Austrália, arte rupestre da Gruta de Bradshaw: a data está em
discussão, representação de um barco com quatro indivíduos a
bordo usando remos, com o casco da popa e proa levantado, como
ainda hoje são construídos, sugerindo uma navegação marítima.

23.000- Fim da OSCILAÇÃO DE PAUDORF, as temperaturas


descem novamente, os invernos se prolongam e as neves avançam,
o nível dos mares se reduz em 100 metros, todas as plataformas
continentais emergem, a ponte terrestre Beringia entre América e
Ásia forma-se novamente. O frio da glaciação foi acompanhado, em
escala global, por uma maior aridez, devido à desaceleração do
ciclo hidrológico. Do estudo dos depósitos de pólen, da análise dos
paleossolos e sedimentos glaciares, pode-se deduzir que houve um
grande empobrecimento da biomassa terrestre. Por exemplo, na
Europa, grandes áreas de solo congelado, nas quais apenas uma
vegetação de tundra poderia crescer em suas latitudes médias.
Mesmo as terras ribeirinhas do norte do Mediterrâneo foram
ocupadas por vegetação seca de estepes. Uma fase árida começa
na África Oriental e continuará até 15.000 AC. Os desertos africanos
se estendem centenas de quilômetros mais ao sul do que hoje.
América: sinais da presença humana no lago Minchin, na Bolívia.

22.700- Muitas estatuetas são criadas na Rússia, como a Venus de


Voronezh, em marfim gigantesco, e as mais de quarenta em
Kostenki, uma área ao longo do rio Don habitada desde a chegada
do Homo Sapiens na Eurásia. Eles são figuras de marfim ou calcário
associados com osso e pedra ferramentas nos 28 sites que
compõem este site, na sua maioria foram descobertas casas
construídas com base em ossos de mamute, alguns de grande
porte, que servem como refúgio para grupos de caçadores e
coletores.
Descobriu-se uma casa comunal formada por três estruturas, unidas
por tiras de couro e cobertas de peles. Na frente das casas havia
sempre um poço coberto com ossos e peles de mamute para
conservar a comida, e em outros lugares havia fossos, colares de
dentes de raposa ártica e faixas de marfim para as cabeças.
Kostenki era um abrigo do frio, construído parcialmente subterrâneo
para proteger do clima, que pela sua latitude não deve variar muito
da área central da Sibéria, perto do Lago Baikal, no norte da
Mongólia, onde uma indústria do Paleolítico Superior surgiu com
características próprias, nos sites de Mal´ta, Bureta e Dyuktai
(juntamente com Irkutsk) Cultura Dyuktai. Mal´ta, era um
acampamento ao ar livre com cabanas, possivelmente um
assentamento permanente de caçadores, onde foi descoberto um
enterro de crianças, e numerosas indústrias líticas e de ossos. É um
acampamento importante, com casas geralmente semi-
subterrâneas, escavadas a uma profundidade entre 50 e 70 cms, ou
seja, apenas metade de sua estrutura se projeta acima do nível do
solo, às vezes na forma de pequenas paredes de pedra. Os
telhados são uma estrutura de postes e ossos, e entre estas
construções há duas excepcionalmente grandes, até 14 x 6 metros,
com várias chaminés. Talvez sejam abrigos contra o frio. Nem todas
as cabanas são assim construídas, existem algumas ao nível do
solo, geralmente de base rectangular, 3 x 4

mts. em média e também com fogo. No exterior há zonas de lixo, e


entre as manifestações artísticas destacam-se os objectos de
marfim, chifres e ossos esculpidos com representações de aves e
mulheres, estes com um modelo requintado do rosto, as orelhas
escondidas por um cabelo cuidadosamente cortado e uma figura
muito mais estilizada que o venus europeu. Mais a oeste, no Altai,
na Ásia Central, no pico da fronteira moderna entre a Mongólia e o
Cazaquistão, encontram-se também a indústria da pedra e dos
ossos do Paleolítico Superior, facas, raspadores, pingentes de
dentes de animais e agulhas de ossos 14

RUBEN YGUA
semelhantes ou relacionadas com Mal´ta, nos sítios de Dust
Kanskaya e Afontova Gora. Na Bureta as casas são diferentes,
redondas, com um estreito corredor de pedra no exterior,
provavelmente para parar a neve que se acumula na entrada.
Figurinhas femininas também são feitas aqui, vestidas com um terno
de couro muito apertado, costurado da cabeça aos pés.

22.500- Eslováquia: venus de Moravany. Portugal, Lagar Velho:


restos fósseis de um indivíduo híbrido Sapiens- Neanderthal. Em
França, o sítio de La Gravette, que dá nome à Gravetiense,
caracteriza-se por raspadores em lâmina, e na costa mediterrânea,
na fronteira francesa com a Itália, na Gruta do Cavillon e na Gruta
do Príncipe Florestan, grupos de cerca de 25 pessoas do chamado
Homem Grimaldi, de elevada estatura e com algumas
características particulares em relação a outros sapiens. Os grupos
de sapiens europeus são em geral mais numerosos do que no
passado, podendo atingir até 100 indivíduos e aglutinar várias
famílias, com habitat cada vez mais frequente em cabanas, algumas
com uma base de pedra, e na zona oriental muitas são semi-
subterrâneas.

22.000- Venus de Willendorf. (Áustria)- Caverna Tito Bustillo,


Astúrias: arte rupestre. África do Sul: os sinais mais antigos de uso
humano de venenos. Portugal: arte rupestre do vale do Côa. Japão:
Grande erupção da caldeira Aira em Kyushu. América: na Virgínia,
costa atlântica dos Estados Unidos, ferramentas de pedra (uma faca
de pedra) esculpidas com a mesma técnica usada na Europa
Ocidental, que sugere a migração de europeus para a América.
Brasil, caverna de Garrincho: um crânio humano, ferramentas de
pedra e numerosas lascas de sílex.

21.500-Com o início de uma nova fase fria da glaciação de Würm,


outro tipo de Homo Sapiens associado à cultura Solutrense aparece
na Europa, aparentemente vindo também do Oriente Médio, são
individuos muito grandes e robustos, fornecendo a linhagem U de
DNA e o haplogrupo R de Y-DNA. No Vale do Congo a fase seca e
fria termina, as temperaturas sobem e começa um período chuvoso.
Ucrânia: em Tambour, venus de Von Gagarino, esculpida em rocha
vulcânica. Itália: data provável da Vénus de Savignano.

21.000- Na América do Norte, a Laurentine Manto progride para


cobrir completamente o Canadá, a Groenlândia e o norte dos
Estados Unidos. O Alasca permaneceu quase sem gelo devido às
condições secas. A área coberta por gelo nesta área é estimada em
13-16 milhões de km2, até 4 km de espessura e contendo cerca de
30 milhões de km3, mais do que a Antártida atualmente. A vasta
região que se estende da Europa Oriental à Sibéria, passando pelo
Alasca e pelo Yukon, foi chamada de "estepe mamute". A
abundância de gramíneas, forbivas e lamiaceae criou um
ecossistema de estepes especialmente favorável para grandes
mamíferos como os mamíferos. A flora do Pleistoceno era
especialmente nutritiva porque o clima rigoroso forçou as plantas a
acumular fibras e carboidratos para sobreviver. Os caçadores
nômades se deslocaram ao longo dos corredores de gelo livre a
partir de suas posições Yukon, armados com suas ferramentas de
pedra, osso e marfim, que lhes dão supremacia sobre outros
animais, incluindo os grandes mamíferos que também atravessam a
nova passagem, povoando o continente. Rússia: no sítio
arqueológico de Avdeevo, numerosas ferramentas de pedra e osso,
socos, pás, diademas e pulseiras, muitas Vênus em diferentes fases
da gravidez e zoo e cabeças antropomórficas. O site está localizado
em uma área de estepe, uma fauna muito fria, mas abundante, de
enormes mamutes a lebres, de cavalos ao leão das cavernas e
pássaros sem fim, alguns de grande porte. As cabanas são semi-
subterrâneas e possuem espaços para fogueiras no interior.

15

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA


TECNOLOGIA SOLUTRENSE
O Solutrense aparece no oeste europeu, substituindo o
Aurignacense que se mantém no centro e no leste do
continente. Caracteriza-se por suas folhas com toques, feitos
por pressão, talvez com calor, desde a borda até o interior das
peças, o que deixa uma forma de escala. Esta metodologia é
utilizada principalmente em pontas de projétil, entre as quais se
destacam dois tipos, o louro e o salgueiro. A indústria óssea é
semelhante à Aurignacense exceto que é aqui e agora que
aparece a agulha de olho, de excelente acabamento, a azagaya
com achatamento central e, neste primeiro período, os punhais
de veado. Em outros sítios franceses, como Abri Pataud,
habitado desde o início do Paleolítico Superior, e Laugerie-
Haute, realiza-se uma indústria diferente mas muito original,
com grandes folhas retocadas, cinzéis e folhas com uma borda
muito fina, um trabalho com um excelente acabamento.

20.500- Na Europa mediterrânica, as zonas não cobertas por neve


perpétua, as cadeias montanhosas peninsulares e os planaltos são
estepes frias e inóspitas, quase desprovidas de vegetação; os
pinhais predominam nas zonas baixas; algumas florestas
temperadas (com carvalhos, fresnos, avelãs, amieiros, maples, etc.)
e florestas mediterrânicas (de carvalhos e sobreiros) são
conservadas em zonas favoráveis perto das costas, muitas
populações de mamíferos recuam para sul, para Espanha e os
Balcãs, mas também para a Ucrânia. Na Europa aparecem os
primeiros trenós, primeiro puxados por homens e depois por cães.
Na Espanha, cavernas de Altamira: figura de um cavalo
avermelhado datado com urânio-tório, e na Gruta do Castelo,
Puente Viesgo, um animal indeterminado é pintado de preto no
"Telhado das Mãos", e na Gruta de Maltravieso de Cáceres muitas
mãos são pintadas, mas também figuras geométricas, linhas e
motivos zoomórficos. Na Ligúria, Itália: Vênus de Grimaldi. No
Japão: grande erupção vulcânica da Caldeira Aira em Kyushu.
20.000- PERIODO MÁXIMO TARDIGLACIAL WÜRM: o gelo cobre
uma grande parte das Ilhas Britânicas e toda a Islândia. Durante o
Último Máximo Glacial o total de gelo acumulado nas geleiras e nos
mantos continentais atingiu seu maior volume. À medida que o gelo
se acumulava nos continentes, a água era retirada dos oceanos e
os níveis do mar caíam em conformidade. Quando o acúmulo de
gelo continental estava em seu ponto mais alto, os níveis do mar
estavam entre 120 e 140 metros abaixo do nível atual.

Assim, vastas extensões das plataformas continentais, hoje


submersas, foram expostas, de modo que os cursos baixos de
muitos rios então seguiram uma trajetória muito diferente e
poderiam ter uma saída muito longe do que têm hoje. Na Sibéria o
gelo represa os rios Obi e Yenisei, formando um grande lago glacial
no oeste da Sibéria. O gelo chega à Hungria e à Ásia até Pequim.
Durante este período, o território da atual Polônia permaneceu
desabitado. O ecossistema terrestre predominante foram as
planícies gramíneas, prados e savanas de salgueiro. As estepes
cobriam grande parte da zona subglacial na Eurásia.

As condições climáticas permitiram a diversidade de plantas que


suportavam muitas espécies diferentes de animais que normalmente
habitariam diferentes áreas. Nas regiões equatoriais, a precipitação
diminui em 90%, a vegetação é reduzida a nível de tundra, as
florestas praticamente desaparecem, substituídas por florestas
temperadas, exceto na Colômbia e América Central, onde a
precipitação mantém sua intensidade. Na região do Mar Vermelho,
Palestina, Mesopotâmia e Golfo Pérsico o clima é árido, vastos
desertos surgem. O Pampa, o Chaco e a Austrália também formam
enormes desertos. Na África, as dunas de areia aumentam, a
vegetação diminui para as regiões equatoriais. Na África tropical,
onde a queda de temperatura foi de cerca de 5ºC, as selvas do
Congo e da costa do Golfo da Guiné eram maioritariamente savanas
e havia apenas algumas manchas de selva fechada nas margens
dos rios e em algumas áreas costeiras favorecidas pela topografia.
Nos planaltos altos da África Oriental, os estudos de pólen também
indicam uma redução de 30% na precipitação, o que parece estar
em linha com as estimativas derivadas das flutuações nos níveis
dos lagos. Esta maior secura seria também devida a alterações na
circulação 16

RUBEN YGUA

atmosférica. Neste caso, a intensificação dos ventos secos do norte


da Eurásia à Península Arábica e à África Oriental. Estimativas
baseadas na descida do limite altitudinal superior da vegetação
arbórea e na descida altitudinal do limite das neves perpétuas de
Kilimanjaro indicam durante o Último Glacial Máximo um
arrefecimento mesmo entre 5ºC e 8ºC. O Mar Mediterrâneo atinge o
nível mais baixo do Quaternário, grandes territórios emergem. Sítio
arqueológico Ohalo II, próximo ao Mar da Galiléia: primeiros sinais
do consumo de uvas silvestres pelo homem. Na América do Norte
começa um período de fortes chuvas, formam-se numerosos lagos e
pântanos, o maior dos quais é o Lago Bonneville em Utah. Da
Espanha, grupos de Homo Sapiens migram para o norte da África,
onde floresce a cultura ibero-mauritana. Austrália, sudoeste de
Sydney: foram descobertas numerosas pegadas humanas num leito
seco perto dos lagos Willandra. Em Koonalda, pinturas rupestres
com marcas de mão e linhas geométricas. América: EUA, Maryland:
ferramentas líticas trabalhadas ao estilo europeu Solutrense. Peru:
Caverna Pikimachay: objetos líticos e ossos de animais, a mais
antiga evidência de presença humana no país.

19.500- A última glaciação do Pleistoceno, que também foi a mais


severa, termina. Começa uma mudança climática, marcada por uma
alternância de fases temperadas e frias. Estas alterações permitiram
a extensão das massas florestais na Eurásia e América do Norte,
mas também provocaram a formação de bandas largas de estepe
e/ou semi-deserto ao redor dos trópicos. Como conseqüência
dessas modificações, os grandes mamíferos que formaram a base
da dieta dos humanos do Paleolítico Superior extinguiram-se ou
emigraram: o mamute lanoso e o rinoceronte lanoso, entre outros,
desapareceram, e animais como a rena e o bisão migraram para o
norte. Por outro lado, animais com costumes menos gregários, cuja
caça era mais complexa, prosperaram: veados, javalis, corços,
corços, coelhos, e assim por diante. A fim de caçá-los, o homem
provavelmente usou cães, o primeiro animal que ele já tinha
domesticado no final do Paleolítico Superior na Europa Ocidental.
Pinturas rupestres de Lascaux e Tête du Lion, França. Na África, no
Lago Eduardo, próximo às cabeceiras do rio Nilo: osso de Ishango,
com marcas que sugerem compreensão e cálculos matemáticos.
Cultura Halfiense no Alto Nilo, Sudão: indústria lítica com técnica
Levallois. China, Caverna Xianrendong: a cerâmica mais antiga do
país.

América: durante a última glaciação há evidências de presença


humana em Tequixquiac, cavernas de Tulum e Taplacoya, (México),
Pittsburg (Estados Unidos), Cactus Hill, (EUA) e Paccaicasa, (Peru).
A glaciação extinguiu numerosas espécies de fauna no altiplano da
Bolívia, onde os seres humanos devem se adaptar a novas
condições de vida.

19.400- A evidência mais antiga do consumo de cereais na dieta do


Homo Sapiens, no sítio de Ohalo II, nas margens do recém-formado
Mar da Galiléia, na Palestina, encontrou-se mais de 90.000
sementes de diferentes espécies selvagens de cevada junto com
outras de trigo (triticum dicoccoides) e frutas, associadas com
ferramentas de pedra e ossos de animais. No povoado havia
também seis cabanas ovais de 5 a 12 m2, feitas de galhos e folhas,
com leitos de ervas no interior, e um túmulo de um indivíduo adulto
com feridas graves sofridas pouco antes da morte.

19.300- Na Europa, as regiões setentrionais começaram a ser


repovoadas com a retirada dos glaciares, nas regiões
mediterrânicas surge uma nova indústria lítica: a microlaminar, sem
indústria óssea, com menos cinzéis e mais raspadores e laminites
de dorso. Algumas espécies animais mantiveram sua presença de
forma mais ou menos contínua apesar das mudanças climáticas;
entre elas, destacam-se diferentes tipos de leopardos, leões, ursos,
lobos, hienas, cavalos, bisontes, javalis, veados e cabras.
19.000- Lentamente o nível do mar sobe ano após ano, é o primeiro
sinal do aumento das temperaturas globais, derretendo as camadas
de gelo. Estudos sedimentares na plataforma oceânica australiana e
no mar da Irlanda parecem indicar que a deglaciação começou
abruptamente por volta de 17

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

19.000 AC. A taxa de elevação do nível do mar deve ter atingido 50


mm/ano. Do estudo dos terraços de coral na ilha de Barbados, Tahiti
e Huon, na Nova Guiné, pode-se deduzir que a taxa de subida do
nível do mar durante a deglaciação foi de cerca de 12 mm/ano, ou
cerca de 120 metros em dez milénios. O

derretimento da maioria das calotas de gelo no hemisfério norte


começou entre 20.000 e 19.000 AC e terminou completamente por
volta de 8.000 AC, quando atingiu um volume e extensão bastante
semelhante ao atual. É provável, no entanto, que parte do gelo da
Antártida Ocidental tenha continuado a derreter até muito
recentemente. Talvez o recuo das plataformas de gelo costeiras que
atualmente se manifesta em algumas partes desse continente seja
uma continuação da deglaciação iniciada há vinte mil anos. Na
França, a elevação do nível do Mar Mediterrâneo cobre o santuário
do homem de Cromagnon na Gruta de Cosquer. CULTURA
SALPETRIENSE no sul da França. Arte parietal nas grutas de
Niaux, Font-de-Gaume e Cap Blanc, França.

18.500- Deserto de Azraq, Jordânia, sítio arqueológico de Karaneh:


os primeiros sinais de ocupação permanente de um local, sugerem
algum tipo de atividade sedentária, encontrou-se avançadas
ferramentas de caça, juntamente com restos de vegetais, ossos de
animais e conchas usadas como ornamentos. A Cultura Kubbani de
Wadi Kubbaniya surge no Sudão, perto de Assuão, em torno de
uma lagoa formada como resultado de inundações. A ocupação
destes lugares é provavelmente sazonal, foram encontradas pedras
de moagem, usadas para moer uma espécie de bolota abundante
na região, a lagoa é rica em peixes, especialmente o bagre africano
(galeichthys felis) um suporte de proteínas de grande importância
para os habitantes do local, que também caçam gazelas e antílopes.
A indústria é de ferramentas microlíticas, lascas e folhas, pontas e
punções. Na América do Sul, o aumento do nível do oceano começa
a cobrir as terras ribeirinhas do Rio da Prata e do Rio Paraná,
formando a ilha Ibicuy, no Mar Querandinense.

18.000- China: restos do Homem de Zhoukoudian (Homo Sapiens)


revela um grau de evolução de maior complexidade em relação a
outras culturas do sul do país. Indonésia, ilha de Flores: fóssil do
Homo Floresiensis. Arquipélago de Zanzibar: os mais antigos
vestígios da presença humana. Em Gobustan, Cáucaso, Azerbaijão:
período das pinturas rupestres mais antigas do local. Grécia:
primeiros sinais de presença humana na gruta de Franchti.
Hamamatsu, Japão: Os fósseis humanos mais antigos do
arquipélago, os Ainu, de origem mongolóide, que chegaram do
continente atrás da caça, aproveitando as pontes naturais criadas
pelo clima frio. É um povo de cabelos encaracolados e barba
grossa, vindo da China. Austrália: Restos de casas foram
descobertos junto com ossos e carvão vegetal na Tasmânia.

América: Cactus Hill, EUA: pontas de flecha, raspadores e lascas de


quartzo, cultura pré-Clovis.

17.500- Europa: a migração dos grandes mamíferos forçou os clãs


humanos a buscar novas formas de subsistência, a dieta foi muito
diversificada, incluindo então outros pequenos mamíferos e aves
como gansos, tordos, faisões, gansos, pombos, etc.. A coleta de
frutos e raízes se espalhou, e o consumo de caracóis e conchas
aumentou espetacularmente, como mostram as enormes conchas
da encosta atlântica européia e as conchas de caracóis das
cavernas pirenaicas. A pesca costeira também começou a se
desenvolver no mar aberto. A indústria lítica mostra uma clara
tendência à fabricação de pequenos utensílios adaptados a novas
situações e usos, muito especializados, as microlites. Estes foram
utilizados para a colheita de moluscos e para a sua abertura, como
pontas de flechas, em arpões, como raspadores, cinzéis, etc. As
armas mais abundantes eram arcos, feitos de madeira e tendões
animais, com setas que incorporavam em suas pontas microlitos de
várias formas geométricas: triângulos, trapézios, etc.

Também foram utilizadas flechas e arpões feitos inteiramente de


osso, chifre ou madeira. Mas D'Azil caverna, Pirineus franceses:
ossos de grandes mamíferos (mamute, ursos e rinocerontes
peludos), ferramentas de pedra e um propulsor magdaleniense.

18

RUBEN YGUA

17.400- Itália: após um processo que durou mais de 30.000 anos,


forma-se a ilha vulcânica de Procida no Golfo de Nápoles.

17.300- Numerosas representações parietais e um fragmento de


corda descoberto na caverna de Lascaux confirmam que a corda, o
laço simples, o laço em pértiga e a rede já eram conhecidos. A
lâmpada mais antiga também foi descoberta em Lascaux, é um
pedaço de arenito vermelho em forma de colher, 20,3 cm. de
comprimento, no recipiente seria depositado o combustível, talvez
gordura animal, e para a ignição possivelmente era usado um pavio
de zimbro.

17.000- Com as temperaturas globais subindo lentamente, enormes


e numerosos icebergs desprendem-se das geleiras para flutuar
arrastados pelas correntes oceânicas. O colapso do gelo no manto
Laurentino, que se derreteu no oceano e dessalinizou as águas do
Atlântico Norte, poderia modificar não só as correntes marinhas
termohalinas, mas também causar mudanças no fluxo de ventos de
média e alta latitude. O manto Laurentino sofreu repetidos períodos
de crescimento, ultrapassando a espessura do gelo em 3.000
metros nos tempos mais frios, seguidos de períodos de descarga
rápida, após os quais a altura da cúpula era reduzida em mais de
1.000 metros. Portugal: arte rupestre no vale do Côa.

Caverna de Valdavara, Galiza, Espanha: ferramentas de pedra,


colares de concha, um dente de bebé e ossos humanos e animais.
França: pinturas de touros no "Salon des Tores" e pinturas de aves
com cabeças de homens, bisontes e rinocerontes na caverna de
Lascaux. Grande parte do Egito é uma região de selva rica e fértil
devido às inundações do Nilo, onde os aldeões recolhem
regularmente trigo e cevada selvagens. América: Paccaicasa, Peru:
fósseis humanos e ferramentas de pedra.

16.500- França, caverna De Laugerie Basse: pinturas de mulheres


grávidas e veados. Arte rupestre na caverna Cosquer, em Cap
Margiou. China: primeiros usos da cerâmica, é a mais antiga do
mundo, todos os recipientes são muito porosos, grossos e cozidos a
baixas temperaturas, no sul da China estes recipientes foram
encontrados em muitas cavernas, em sua integridade datados do
final do Pleistoceno.

Como a melhor maneira de extrair a carne dos frutos do mar é


fervendo, acredita-se que os potes foram usados para cozinhar este
tipo de alimento além de outros, como o arroz.

16.000- Toda a bacia do Mediterrâneo tem um clima seco e frio,


coberto por vegetação de estepe. Na Austrália o tamanho das zonas
desérticas aumenta, os lagos do sul da Austrália secam, os
marsupiais gigantes se extinguem. Minatogawa, Japão: vestígios da
presença de Homo Sapiens. Sinais de presença humana em
Meadowcroft Rockshelter, EUA. Na Rússia: Venus de Yuliyevich. Na
América do Norte: desaparece o Lago Manix, em suas margens
viviam clãs caçadores dos quais foram encontrados numerosos
restos líticos. Novas ondas de caçadores entram no continente.
Colômbia: os primeiros grupos de caçadores-recolectores chegam
às terras altas orientais.

15.500- O sudoeste da Ásia, ao contrário dos territórios frios do


norte, é agora influenciado por zonas tropicais e experimenta uma
inversão climática em direção a maior calor e umidade. É o ponto de
partida de uma fase de desenvolvimento humano chamada
Mesolítico, um tempo de transição caracterizado pela diversidade
regional que levará à formação de novos tipos de sociedades, tanto
agrícolas como pecuárias.
A mudança em princípio não se deve tanto ao desenvolvimento
tecnológico como ao próprio clima, ao aumento das temperaturas
que provoca uma extensão das áreas com recursos e permite a
expansão de grupos de caçadores-recolectores para áreas não
colonizadas anteriormente. As ferramentas líticas mais significativas
do Mesolítico são a geometria, segmentos de círculos, trapézios e
triângulos, todos os microlites feitos de lâminas e retocados para
uso em uma infinidade de funções, como dentes para arpões,
azagaias, pontas de setas, etc., enquanto a indústria óssea em geral
perde suas manifestações 19

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

artísticas. No Norte de África e no Próximo Oriente também começa


um período húmido e temperado, os desertos lentamente reduzem
em tamanho favorecendo a vida animal e vegetal, nasce a
CULTURA KEBARIENSE, do Líbano a Nejev, caracterizada por
suas ferramentas líticas originais, em seus sítios arqueológicos
foram encontrados restos de gazelas, cabras, veados e moluscos
marinhos, acampamentos habitados aos quais eles retornam a cada
ano em determinada estação. No Sudão, a Cultura Gemayense
floresce, num afluente do Nilo, caracterizado por formas microlíticas
e geométricas muito peculiares. Sul da França, primeiros sinais de
ocupação de clãs de caça na Gruta de Bédeilhac. Austrália: Homo
Sapiens de Tandou. América: Em Buttermilk Creek (Texas) há mais
de 15.000 peças líticas esculpidas no que parece ser um
acampamento sazonal de caçadores e coletores.
PERIODO HOLOCENO
Duração: Desde 15.000 a.C. até ao presente. Os animais
evoluem para as formas atuais, aparecem os pássaros canoros.
No Holoceno o clima apresenta uma série de grandes
oscilações. A última era glacial terminou entre 15.000 e 13.000
AC. A temperatura tornou-se mais agradável, lentamente o gelo
retrocedeu, como conseqüência o derretimento causou a
elevação do nível do mar, os continentes adquiriram os
contornos atuais, este período tem sido chamado de Periodo
Climático Optimo do Holoceno, um aumento nas temperaturas
globais que atingiu 4° perto do Polo Norte, (Segundo um
estudo, o aquecimento do inverno foi de 3 a 9 °C, enquanto no
verão variou entre 2 º

e 6 °C no norte da Sibéria). Pesquisas indicam que o gelo


marinho do Ártico foi substancialmente menor durante esse
período em comparação com o presente. As atuais regiões
desérticas da Ásia Central estavam em grande parte florestadas
devido ao aumento das chuvas, e os cinturões quentes das
florestas temperadas na China e no Japão se estenderam para
o norte. Os sedimentos da África Ocidental também registraram
o "Período Úmido Africano", um intervalo entre 16 e 6

milênios atrás, quando a África estava muito mais úmida pelo


fortalecimento das monções africanas devido a mudanças na
radiação de verão como resultado de variações de longo prazo
na órbita da Terra ao redor do sol. O Lago Chade renasceu
alimentado pela água da chuva recebida do maciço de Tibesti,
atingindo um volume e extensão semelhantes aos do Mar
Cáspio moderno.

Da mesma forma, foram identificados dois períodos inter-


pluviais africanos, chamados Malakiano e Nakuriano,
mostrando uma redução na precipitação, o que afetou a vida
vegetal e animal.

Depois desse período, as temperaturas globais começaram um


lento declínio em um processo que durou até cerca de dois mil
anos atrás, quando o aumento das temperaturas globais
começou novamente, um processo que continua até hoje.

15.000- PERIODO HOLOCENO: o gelo continua a recuar, o clima é


temperado, a elevação do nível do mar prossegue devido ao degelo,
a corrente do mar no Golfo é restaurada e a ponte de Beringia é
definitivamente interrompida. As águas marítimas invadem um
grande lago de água doce no norte da Europa, formando o Mar
Báltico. Na Europa, são formadas florestas de novas espécies, tais
como pinheiro negro, bétula, azinheira e salgueiro. Aparecem os
pássaros canoros e os corvidos modernos.

França: pinturas de bisões em Le Tuc d'Audoubert, em Ariège.


Egipto: Homo Sapiens de Waddi Kubbaniya. Na região de Kom
Ombo: CULTURA SEBILIANA, com objetos líticos e as primeiras
burinas, derivadas da técnica levalloisiana. Na África Oriental e
Austral, a cultura magosiense, com uma indústria lítica original. Na
Europa, o mamute lanoso, o rinoceronte lanoso e o cavalo selvagem
entram em processo de extinção. América: Em Meadowcroft
Rockshelter, Pensilvânia, foram descobertos sinais da presença
humana, objetos líticos e traços de consumo de animais, como
veados, renas, ovos de aves e mexilhões, além de plantas como
milho, frutas, nozes e sementes. Muitas espécies de mamíferos
estão se extinguindo na América do Norte, incluindo camelídeos,
antas e iaques. No norte, na Gruta Azul do Peixe aparece uma nova
indústria lítica, agora de microlitros, folhas sulcadas de possível
origem siberiana. Na caverna Wilson Butte, em Idaho, há ossos
associados a ferramentas de pedra.

20

RUBEN YGUA
14.800- África: Homo Sapiens instala acampamentos estáveis nas
costas e zonas aquáticas do Magrebe, e no Egipto produz arte
rupestre no sítio de Qurta em Kom Ombo, a sul de Aswan. América:
em Monteverde, Chile: Os mais antigos sinais confirmados de
presença humana, ferramentas de pedra, assentamento composto
de até doze choupanas retangulares feitas de postes de madeira,
cobertas com peles de mastodonte, e o chão também coberto com
peles, com um espaço para uma fogueira, o uso de ervas medicinais
(o boldo) foi comprovado. Eram acampamentos base de grupos
nômades e no exterior havia uma espécie de praça central de 3 x 5
mts. Eram caçadores e coletores que faziam cordas vegetais, que
depois usavam na construção das cabanas e na elaboração de
artefatos, usando nós complexos. Eles também faziam pontas de
projétil, varetas para fazer furos, argamassas e ferramentas de
ossos, boleadoras e lanças usadas para a caça.

14.700- Europa: a mudança climática causa a extinção dos


megaloceros, do urso da caverna, da hiena da caverna e do antílope
Saiga, o cavalo selvagem só sobrevive em algumas regiões da Ásia.
A CULTURA MAGDALENIANA se difunde pela França, Suíça,
Espanha e Alemanha. Na Península Ibérica, a obra magdaleniana
mais famosa são as cavernas de Altamira, podem ser consideradas
como a primeira civilização européia ocidental, porque devido a um
aumento demográfico, ultrapassam os limites de seu foco original e
se estendem praticamente por todo o continente europeu. A
necessidade de matérias-primas líticas de boa qualidade é uma
razão importante para mover um grupo à sua procura, por vezes a
várias dezenas de quilómetros de distância. Utensílios de um sílex
especial chamado Urbasa, procedente da cadeia montanhosa do
mesmo nome, foram encontrados ao longo da costa cantábrica e
sudoeste de França, a 400 quilómetros de distância. Eles
enterraram seus mortos, mas poucas sepulturas são conhecidas,
geralmente são simples sepulturas rasas. Extensos acampamentos
ao ar livre foram encontrados, formados por tendas ou cabanas.
Esta tendência para o agrupamento é reforçada pelo fato de certos
sítios serem autênticas necrópoles. Era uma cultura de caçadores.
Sua base era a caça ao cavalo, enquanto na Europa Oriental o
mamute era a espécie mais cobiçada. Surge uma exploração
completa das espécies animais. O tipo humano desta cultura é o
Cro-magnon ou Homo sapiens.

A ORIGEM DO NOME DO EGITO

O nome primitivo de Egito era KEMET, que significa "terra


preta" devido ao fértil lodo preto depositado pela enchente do
Nilo. Isto diferenciou o território do deserto, que era conhecido
como "Terra Vermelha". No futuro idioma copta, o país era
conhecido como KIMI, e seus vizinhos do Oriente Próximo o
conheciam como KHEMIA. No período pré-farônico, o Baixo
Egito era chamado de TAMEHEHEW, terra do norte, e o Alto
Egito era TASHEMEAW, terra de sedge, uma planta aromática.
Os antigos Micênicos chamavam-lhe HAKPHTAH, "lar de Ptá",
que era o nome de Memphis, a capital do país unificado. Com o
passar do tempo, esse termo foi sendo alterado, até que surgiu
AIGYPTAH, de onde deriva seu nome moderno, Egito.

14.500- PERIODO DRYAS ANTIGO- aparentemente durou entre


200 e 500 anos, não sabemos as causas e a extensão do
fenômeno, as temperaturas caíram drasticamente, há sinais do
avanço dos glaciares no hemisfério norte e redução do nível do
oceano. As oscilações quentes e frias, úmidas e secas têm grande
influência na fauna e na flora. Nas fases temperadas predominam
os cavalos, as florestas caducifólias e os prados extensivos,
enquanto nas estações mais frias a espécie representativa é a rena
e há uma regressão das florestas a favor dos prados. Na Rússia, ao
sul dos Urais: arte rupestre na Gruta Kapova. China: fósseis
humanos da caverna do Veado Vermelho, ainda não classificados
como espécie, muito diferentes de Neanderthal ou H. Sapiens.
América: Wilson Butte Cave, (Idaho, EUA): ferramentas de pedra e
ossos humanos. Em Calico (Califórnia): ferramentas bifaciais.
Grupos esquimós colonizam o Vale do Tanana no Alasca. Novos
restos humanos, agora no estado de Puebla, México, campamentos
de 21

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA


caçadores nômades, ossos de mamute, cavalos, antílopes e outras
espécies menores com vestígios suficientes de terem sido levados
como um matadouro. Dentre as ferramentas associadas estão duas
pontas de lança monofaciais.

14.400- A mudança climática do Dryas Antigo empurrou numerosas


ondas humanas para o rio Nilo, onde se registra uma violenta
disputa pelos recursos naturais, surge a CULTURA QADAN, em
cujos assentamentos foram encontradas abundantes evidências
destes conflitos.

14.200- Rio Nilo, Egito, Cemitério Jebel Sahaba: 61 esqueletos


humanos, a maioria deles com marcas de feridas por flechas e
golpes, no que seria a mais antiga evidência de batalha da história,
talvez tribos disputando algum local de caça.

14.000- OSCILAÇÃO DE BOLLING: período quente e úmido que


marca o fim do período Dryas Antigo, o aumento gradual do nível
dos oceanos é registrado novamente, as terras da Grã-Bretanha,
Japão, Austrália, Nova Zelândia e outras ilhas são separadas de
suas respectivas massas continentais. A África Oriental tem um
clima chuvoso e quente, aumentando o volume de rios e lagos, e
favorecendo a expansão de florestas e savanas até sua densidade e
cobertura actuais. Caverna de Abauntz, Navarra, Espanha: mapa de
pedra indicando montanhas, curvas de rios e áreas de caça, é o
mais antigo mapa conhecido.

Pinturas de bisonte na caverna de Altamira. Também na Espanha,


uma cabeça de pedra de 35 cm, metade homem e metade leão, foi
encontrada na Cueva del Juyo, na Cantábria, talvez um santuário
para rituais mágicos. Rússia, Rio Amur: a cerâmica mais antiga do
país. Grã-Bretanha: morrem os últimos mamutes lanosos da ilha.
Europa: o leão da caverna e o bisonte da estepe extinguem-se.
América do Sul: o clima do continente começa a mudar para um
aumento das temperaturas e da umidade que produz sequelas
imediatas, primeiro uma elevação do nível do mar, depois o
aparecimento de espécies como a bétula e, finalmente, a extinção
de grandes mamíferos como o Glyptodon. O mammuthus columbi
desaparece da Califórnia e só subsiste na Florida e na América
Central, existem vestigios da presença do Homo Sapiens no
Missouri, Idaho e Oregon. Instrumentos líticos muito grosseiros, em
El Muaco e El Jobo, (Venezuela).

Fóssil da Mulher do Rochedo na Cidade do México. Estados Unidos,


Oregon, Paisley Caves: coprolitos e ferramentas de pedra.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS DO HOLOCENO

Durante a Última Glaciação houve cerca de vinte periodos de


calor extremo, chamados eventos Dansgaard-Oeschger,
durante os quais houve fortes aumentos de temperatura em
períodos muito curtos de tempo, de apenas uma dúzia de anos.
Estes eventos foram registados nos isótopos de oxigénio do
gelo da Groenlândia e também em sedimentos carbonatados
em alguns lagos da Europa Central. Os aumentos de
temperatura nos eventos Dansgaard-Oeschger oscilavam entre
5ºC e 8ºC, embora em um recente estudo detalhado do episódio
da DO-19, cerca de 70.000 anos atrás, o estudo isotópico do
nitrogênio aprisionado no gelo indicou um aumento térmico
muito maior, até 16ºC. No final da última glaciação do
Pleistoceno, que também foi o mais severo, começou uma
mudança climática marcada por uma alternância de fases
temperadas e frias: (18.000 a 15.000: período do Primeiro Dryas,
fase fria. 15.000 a 14.000 - Oscilação de Bölling, fase quente. De
14.000 a 13.000- Dryas Antigo: fase fria. De 13.000 a 12.500,
Oscilação Allerod, fase quente, de 12.500 a 11.700, Dryas
recente, fase fria, de 11.700 a 9.000, fase quente (Período
Boreal). De 9000 a 8000, fase fria conhecida como Período
Atlântico. De 8000 a 6000, fase quente, entre 6000 a 5000 fase
fria, entre 5000 a 3200 período quente, de 3200 a 2100 a
Oscilação de Piora, com baixas temperaturas, nevascas
intensas e a Grande Secura que castigou o Oriente Médio,
seguida da fase quente que vai de 2000 a 1200, quando há
registros de mudanças climáticas e uma grande seca que
afetou a Anatólia, a região do Mar Negro e a Ucrânia. Todas
estas 22

RUBEN YGUA

alterações permitiram a extensão das massas florestais na


Eurásia e América do Norte, mas também provocaram a
formação de bandas largas de estepe e/ou semi-deserto ao
redor dos trópicos. Como conseqüência dessas modificações,
os grandes mamíferos que haviam formado a base da dieta do
homem no Paleolítico Superior extinguiram-se ou emigraram: o
mamute lanoso e o rinoceronte lanoso, entre outros, e animais
como a rena e o bisão migraram para o norte. Por outro lado,
animais com costumes menos gregários, mas cuja caça era
mais complexa,

prosperaram: veados, javalis, corços, coelhos, e assim por


diante. Para caçá-los o homem usou cães, o primeiro animal
que ele já tinha domesticado no final do Paleolítico Superior na
Europa Ocidental. A dieta diversificou-se enormemente,
incluindo outros pequenos mamíferos e aves como gansos,
tordos, faisões, pombos, etc. A coleta de frutos e raízes
ampliou-se, e o consumo de caracóis e conchas aumentou
espetacularmente, como mostram os enormes depósitos de
conchas da encosta atlântica européia e as conchas de
caracóis das cavernas pirenaicas. A pesca costeira também
começou a se desenvolver no mar aberto. Foram feitos trenós,
primeiro puxados por homens e depois por cães, e canoas
feitas de peles ou casca de árvore. A indústria lítica mostra uma
clara tendência à fabricação de pequenos utensílios adaptados
a novas situações e usos, muito especializados, as microlites.
Estes eram utilizados para a colheita de moluscos e sua
abertura, pontas de flechas, em arpões, como raspadores,
cinzéis, etc. As armas mais abundantes eram arcos, feitos de
madeira e tendões animais, com setas que incorporavam em
suas pontas microlitos de várias formas geométricas:
triângulos, trapézios, etc. Também eram utilizadas flechas e
arpões feitos inteiramente de osso, corno ou madeira.

13.800- Na África Oriental, o clima torna-se húmido e as florestas de


montanha se expandem, as monções reforçam-se, os níveis dos
lagos e os caudais dos rios aumentam. Na América do Norte: uma
grande explosão de vapor forma uma cratera de 5 km de diâmetro
em Mary Bay, na beira do Lago Yellowstone, que fica no centro da
caldeira de Yellowstone.

13.700- No hemisfério sul começa a Inversão Fria Antártica: as


temperaturas voltam a cair lentamente.

O clima andino voltou às condições frias do último pico glacial junto


com o aumento das chuvas nos lagos dos altiplanos andinos.
Espanha, País Basco: arte rupestre da caverna Armintxe.

13.500- Na Europa, as oscilações climáticas temperadas que


seguiram ao último período frio conhecido como Dryas Antigo
desestabilizaram a cultura magdaleniense, favorecendo a entrada
de novos tipos de Homo Sapiens do Oriente Médio ou do Cáucaso,
antepassados dos atuais povos bascos e fino-úgridos. América do
Sul: os primeiros grupos humanos colonizam a Patagônia atingindo
a ponta sul do continente.

13.400- Mas dÁzil, França: propulsores esculpidos com figuras de


animais, sempre com o motivo de um veado do fundo do qual
emerge uma espécie de ave. Há também arpões de ossos, gravuras
de ossos, esculturas de cabeças de animais, flautas e apitos,
agulhas e discos perfurados. A Gruta de Rouffignac, no Perigord,
apresenta mais de 250 gravuras, pinturas e desenhos que se
estendem por mais de 8 kms, animais, signos abstratos e quatro
figuras humanas. Na Sicília, num enterro no sítio de San Teodoro,
descobriu-se o corpo de uma mulher adulta com uma ponta de
flecha incrustada na pélvis, junto com um enxoval de chifres de
veado e seixos.
13.300- Sibéria, Rússia: lança feita do chifre de um rinoceronte
peludo. O assentamento de caçadores de grandes mamíferos em
Mezhirich, Ucrânia, era ocupado por cerca de 50 pessoas, e entre
as suas choupanas havía uma construção circular de 5 metros de
diâmetro com 385 ossos de mamute, cobertos de peles. No interior
havia fogueiras, despensa e oficinas onde se trabalhava a pedra e
ossos. A arte 23

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

também era cultivada, na forma de escápulas de animais pintadas


com linhas paralelas, contas de âmbar e um elemento incomum,
uma lâmina gravada que parece ser um mapa.

13.000- Em uma grande área do sudoeste da Ásia (Palestina, Israel


e áreas vizinhas) é comum moer sementes silvestres,
especificamente trigo e centeio, além de comer frutas e outros
vegetais. As proteínas são fornecidas por onagros, gazelas, lebres,
raposas e aves, e a conservação dos alimentos ocorre em poços ao
ar livre. Na Síria, a aldeia de Abu Hureyra tem cabanas redondas
semi-subterrâneas com telhados de postes de madeira cobertos de
juncos e arbustos. No Sudão e no Nilo uma nova cultura, a
Sebiliense, apresenta uma indústria microlítica geométrica em
placas com a técnica Levallois. As cheias do Nilo são agora muito
maiores devido às mudanças climáticas na África Subsaariana, e as
cheias atingem um território muito grande. Túmulo de Oberkassel,
Alemanha: esqueleto de um homem, uma mulher e um cão. Kow
Marsh, Austrália: Homo Sapiens fossil. Japão: início do período
cultural JOMON: difusão da cerâmica no país, comumente
associada às primeiras culturas agrícolas, porém, a subsistência dos
habitantes dependerá principalmente da caça, pesca e coleta ainda
por vários milênios. América: Caverna de Piquimachay, Peru:
primeiros sinais da presença humana nos Andes (alguns vestígios
foram datados em 20.000 a.C., causando fortes debates científicos)
Florida, Estados Unidos: osso de mamífero com uma figura de
mamute esculpida.
12.950- Alemanha: grande erupção vulcânica de Laacher See,
Renânia-Palatinado.

12.900- PERIODO DRYAS RECENTE: as temperaturas caem


drasticamente na América do Norte e Sibéria, possivelmente o
impacto do cometa Clovis por esta data no México, originando uma
cratera onde o Lago Cuitzeo formou-se, tenha sido a causa direta do
fenômeno. Há um intenso debate científico, discutindo a relação
desse impacto com a extinção de muitas espécies animais na
América do Norte. Essa pequena Idade do Gelo durou cerca de mil
anos, quase toda a Escócia foi novamente coberta de gelo e há
evidências de que nos Alpes suíços o nível da neve perpétua foi
novamente 300 metros mais baixo que o atual. O resfriamento do
DryasRecente foi muito claro na Europa e há indicações de que
afetou outras regiões e latitudes: desde a Patagônia, na Argentina,
até o Mar de Sulu, nas Filipinas. Substituição das florestas
escandinavas por uma tundra glacial.

12.800- Resfriamento HUELMO-MASCARDI: queda nas


temperaturas que afetou principalmente a América do Sul, e
aparentemente estaria relacionada ao Período Seco do hemisfério
norte e à Inversão Fria Antártica, um processo iniciado mil anos
antes. Na África Oriental, a monção enfraquece iniciando um
periodo de seca, o nível dos lagos diminui. Na Austrália, o aumento
das chuvas forma novos lagos e rios, os desertos recuam. América:
Piedra Museo, Argentina: o mais antigo fóssil Homo Sapiens do
país.

Deserto de Atacama, Chile: assentamento humano de Quebrada


Maní.

12.700 – A mudança climática afeta o Oriente Próximo, começa um


novo período de chuvas abundantes, no Saara formam-se lagos,
pântanos e rios, do Atlântico ao Mar Vermelho, e ao norte na Síria e
Mesopotâmia, criando condições favoráveis para os clãs humanos,
com abundante caça, pesca e colheita de cereais e frutas. Na
Europa, grupos de caçadores se especializam na caça de renas,
que abundam formando enormes rebanhos.
12.600- No sudoeste asiático o clima é mais benigno que no norte,
com uma profusão de pistácios, azinheiras e oleáceas, uma
vegetação muito favorável ao desenvolvimento humano. As áreas
arborizadas estão concentradas no litoral, que, com a queda nos
níveis de água, está situado muito dentro do que é agora o
Mediterrâneo, enquanto o interior é dominado pela estepe. A
mudança climática afeta a América do Sul, começa um período de
altas temperaturas, o aquecimento faz com que as regiões de tundra
e 24

RUBEN YGUA

estepe se tornem florestas, perturbando todo o ecossistema da


megafauna patagônica, que entra em um rápido processo de
extinção.

12.500- Toshké, Vale do Nilo, Egito: CULTURA "G": pedras polidas


para moer grãos e foices de sílex, coleta intensiva de cereais
selvagens e provável atividade agrícola incipiente, beneficiada pela
abundância de caça e vegetais. A CULTURA RAMONIANA surge no
Sinai: caçadores e coletores nômades.

Alemanha: Vênus do Petersfeld. A cultura magdaleniana se estende


pela maior parte da Europa: são numerosos grupos de Homo
Sapiens caçadores de cavalos, renas e mamutes, e pesca de
grandes mamíferos marinhos com lanças e arpões, constroem os
primeiros barcos para a pesca em alto mar. Eram nômades,
habitavam grandes acampamentos de cabanas, onde algumas
sepulturas foram descobertas.

Mesopotâmia: os mais antigos sinais de ocupação humana nas


montanhas Zagro. América: EUA, Oregon, Paisley Caves: fósseis de
Homo Sapiens geneticamente relacionados com as populações
siberianas. El Abra, Colômbia: os traços mais antigos da presença
humana: lascas e ferramentas líticas. Tulum, México: fóssil de Naia,
uma jovem adolescente.
12.300- Presença de caçadores-recolectores na Dinamarca, e um
pouco mais ao sul, em Gonnersdorf, Alemanha, um acampamento é
organizado com cabanas redondas ou ovais cobertas de peles,
bastante grandes, entre 6 e 10 metros de diâmetro. Os pisos são
pavimentados com ardósia, e há numerosos ossos de mamute,
cavalo, bisonte e outros, ferramentas de pedra, gravuras em pedra
de figuras femininas em perfil, agulhas de osso e uma infinidade de
ornamentos. Na França, La Madeleine é um abrigo rochoso também
com múltiplos objetos de osso e chifre, entre eles paus perfurados e
decorados com figuras de animais, especialmente cavalos, além de
ferramentas como compressores, arpões, cinzéis e outros. Na Gruta
Labastide há pequenas esculturas antropomórficas.

12.100- Italia: segunda grande erupção do super-volcão dos


Campos Flegreos, na Campânia, forma-se a caldeira de Pozzuoli.

12.000- Ilha das Flores, Indonésia: últimos fósseis de Homo


Floresiensis, aparentemente extintos por uma erupção vulcânica.
Israel, Baixa Galiléia: túmulo de uma sacerdotisa, junto com restos
de animais e carapaças de tartaruga. Israel, em Ain Mallaha:
sepultamento de um velho acompanhado de um cão.

Petra: os mais antigos sinais de vida sedentária. A indústria de


pequenos raspadores e lâminas se estende pela Mesopotâmia e
Zagro, a caverna de Shanidar do Curdistão volta a ser ocupada
(talvez pela mudança de clima) por um grupo que elabora microlitos,
e nos afluentes do Tigre surge um grande número de
assentamentos. As cavernas Bhinbetka perto de Bhopal na Índia
têm imagens vermelhas e verdes de rinocerontes, tigres e touros,
assim como cenas de caça com arcos. Península Kamchatka,
Sibéria: o sítio de Ushki é um assentamento de cabanas com
fogueiras, com indústria lítica semelhante à de alguns locais de
Alasca. América: A subida do nível do mar sepulta definitivamente
Beringia, interrompendo as comunicações terrestres entre o Alasca
e a Sibéria, a subida do nível do mar forma a ilha de São Paulo no
Alasca, isolando uma colônia de mamutes peludos (Mammuthus
Primigenius) O grande corredor entre as camadas de gelo que corria
do território de Yukon até Montana continua aberto, e no seu
desplazamento na direção sul o Homo Sapiens descobre vastas
planícies de ervas altas. Alguns grandes mamíferos ainda
subsistem, concentrados em certas áreas, como o mamute, o
mastodonte, uma espécie gigante de bisão e o urso, assim como
alguns carnívoros como o leão americano. Essa fauna e seu meio
ambiente são indiretamente responsáveis pelo surgimento da
cultura Clovis, cujos protagonistas estão em um ambiente povoado
por animais que às vezes não conhecem, e se esforçam para
desenvolver uma tecnologia que aumente sua eficácia predatória.
Restos humanos também aparecem em Little Salt Spring, Florida.
Canadá: na Ilha Triquet, costa do Pacífico: assentamento humano,
fogueiras, anzóis, combustível de madeira, ossos de foca e leões-
marinhos. Viscachani: sinais de presença humana na Bolívia. Lagoa
25

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

Santa, Brasil: Fósseis de Homo Sapiens. Em Ancash, Peru:


ferramentas de pedra e flechas, na caverna Allqowin há evidências
do consumo de milho pelos grupos humanos. México: grande
erupção do vulcão Popocatepetl.

11.800- Líbia: em Tadrart Acacus, Saara, pinturas rupestres, são


numerosas representações de plantas e animais.

11.500- Acabam abruptamente o periodo Dryas recente e o


fenômeno Huelmo-Mascardi: as temperaturas tornam-se
agradáveis, o gelo está recuando, o manto fino-escandinavo já
derreteu completamente, enquanto o manto Laurentino, apesar de
ter perdido grande parte de sua espessura, ainda retém seu gelo.
Lentamente, o nível dos oceanos sobe, formando ilhas e invadindo
terras baixas em todos os continentes. No Próximo Oriente, são
criadas condições favoráveis para um aumento da população
humana graças ao período de chuvas abundantes. Jordânia, Wadi
Faynan: cabana circular, possivelmente para fins religiosos, ou
moradia comunitária. Egito: novos grupos de caçadores
seminômades se instalam nas margens do rio Nilo, onde
desenvolvem uma vida de caçadores-coletores e pescadores.
França: presa de mamute esculpida com as figuras de duas renas
nadando. América: México: a Senhora de Naharon. América do
Norte: numerosos restos de caça e ferramentas líticas da CULTURA
CLOVIS. À medida que as temperaturas aumentam, as grandes
geleiras derretem mais rapidamente, as camadas de gelo da
América do Norte continuam a encolher e enormes extensões de
terra virgem emergem, nas quais não há competição pelos recursos
porque a população humana e dos grandes mamíferos ainda é
pequena. Quando uma área é empobrecida, o grupo avança um
pouco mais, dessa forma Clovis se estende por uma boa parte da
América do Norte, do Canadá ao norte do México, e do Atlântico ao
Pacífico. A presa mais cobiçada desses caçadores é o mamute, cuja
carne é frequentemente congelada em tanques. Bisontes, caribus,
veados e outros pequenos mamíferos também são consumidos,
peixes são capturados e vegetais são colhidos. No que diz respeito
ao material, utiliza-se sílex, obsidiana ou a que for oferecida pelo
ambiente, mas sempre com uma clara preocupação pela estética e
funcionalidade. A lâmina Clovis é cortada sob pressão e distingue-
se por um sulco que avança para o meio da peça, no qual a haste
da lança é encaixada para que não saia facilmente. Existem outros
bifaces líticos, por exemplo, objetos em forma de crescente, e
também a indústria óssea, socos e endireitadores que se
assemelham aos asiáticos, mas a ponta de flecha Clovis é
genuinamente norte-americana, desenvolvida após a travesía de
Beringia. No Alasca: restos de aldeias esquimós em Mesa Site.

11.400- O aumento da temperatura faz com que as florestas, o local


preferido pelos seres humanos para se estabelecerem, se instalem
em áreas anteriormente dominadas pela tundra. Na Europa Central
surgiu a cultura FEDERMESSER, de grupos que habitam
acampamentos ao ar livre em ambientes próximos a lagos, rios e
mares. Os acampamentos ocupavam áreas muito grandes, mas não
se encontraram traços das cabanas, então assumimos que eram
fabricadas com materiais perecíveis pouco consistentes. As
ferramentas eram raspadores microlíticos e algumas burinas,
entalhes e denticulados.
Mas os objetos mais peculiares eram as pontas Federmesser:
lâminas pontiagudas de dorso curvo e retoques laterais abruptos,
que respondem ao horizonte das pontas de dorso típico do
epipaleolítico inicial. O capítulo da indústria de ossos é muito pobre
porque apenas usavam algumas pontas lisas ou dentadas na caça
ao veado, além da caça esporádica de cavalos e grandes bovinos.

11.300- Grã-Bretanha: Cultura CRESWELLIENSE: assentamento ao


ar livre de caçadores-recolectores, havia uma série de cabanas
distribuídas sem ordem aparente sobre uma área de cerca de
300m². As cabanas eram capazes de acomodar cerca de 245
pessoas e ainda não há consenso quanto ao caráter da aldeia
(temporário ou permanente). Inúmeros instrumentos líticos foram
encontrados nas cabanas: raspadores, burinas, entalhes,
denticulados, perfuradores e uma ferramenta microlítica nutrida
incluindo 26

RUBEN YGUA

pontas creswellianas: lâminas de ponta longa com retoques


bruscos. Eles também encontraram uma espécie de bolas
perfuradas e uma série de machados e azuelas usados
provavelmente para o trabalho da madeira. Foram encontrados
quase duzentos arpões e pontas dentadas, bem como grandes
enxadas de chifres que poderiam ser usadas para remoção de
terras ou cerimônias. As excelentes condições de conservação da
turfa ofereceram pequenos pedaços de casca de bétula, que outrora
pertenciam às mochilas; um fragmento de uma pá esculpida em
madeira de bétula e os restos de uma espécie de plataforma feita de
tábuas de madeira que foram construídas junto à margem do lago
para vários fins: impermeabilizar o terreno, evitar inundações,
acomodar o acesso ao lago e permitir o trânsito ao longo das
margens. Os locais subsistiam da caça de grandes ungulados como
veados, corços, corços, alces ou javalis mesmo em uro. A presença
de restos de cães aponta para a possibilidade de domesticação. É

surpreendente que os restos de peixes encontrados no local sejam


poucos. Por outro lado, foram detectados restos de 14 plantas
comestíveis. As escavações encontraram grandes concentrações de
carvão que podem ser o resultado de corte e queima para limpar a
terra, melhorando o acesso ao lago e regenerando as pastagens.

11.200- A ponta norte das Ilhas Britânicas está ligada ao norte da


Europa através de uma camada de gelo, mas um pouco mais ao sul,
nas terras que ficaram livres de gelo no que hoje é a Inglaterra e o
que será o Mar do Norte, surge a cultura de Hamburgo, que se
estende até Polônia. A indústria é de lascas, com raspadores e
cinzéis mas sem folhas, arpões de ossos são fabricados e chifres de
rena são preparados e usados para cortar peles. Os assentamentos
são geralmente ao ar livre, com cabanas simples, mantidas por
postes, geralmente perto de lagoas que servem como lixeiras. A
rena é a principal presa, e para caçá-

la é usada -pelo menos em algumas ocasiões- uma técnica


surpreendente, jogando as lanças contra ela desde canoas. Um
assentamento excepcional desta cultura, se encontra nas cavernas
Creswells Crags.

11.100- Impacto de um meteorito na Antártida, em sua composição


foram detectados hidrocarbonetos aromáticos policíclicos,
elementos químicos que podem estar na origem da vida, embora
neste caso sejam provavelmente devidos à contaminação produzida
pelo gelo. Na Austrália, o aumento do nível do mar causado pela
elevação das temperaturas começa a cobrir a comunicação com a
Nova Guiné e a Tasmânia.

O Mar de Arafura e o Estreito de Torres estão intercalados num


processo que se consolidará ao longo dos próximos cinquenta
séculos.

11.000- CULTURA NATUFIANA: surge no espaço entre o rio


Eufrates, o Egipto e os desertos a sul: pequenas aldeias sedentárias
habitadas com cabanas circulares com paredes de juncos ou lama,
ou também em cavernas ou abrigos rochosos, sepulturas individuais
ou colectivas, pontas de flechas, agulhas, arpões de ossos,
instrumentos de madeira e pedra, tigelas de basalto e argamassas
para moer cereais, siclos, silos para armazenar cereais selvagens
recolhidos, colares de conchas, ossos e pedras de gazela,
representações de animais em esculturas de ossos, a sua economia
foi baseada na caça, pesca e recolha de cereais selvagens,
aparentemente a abundância de recursos naturais, principalmente
gazelas, tornou possível a vida sedentária. Os "amantes de Ain
Sajri" (Israel) pertencem à cultura Natufiana: a escultura mais antiga
de um casal praticando sexo. No Zagro, surge a CULTURA
ZARZIANA: consumo intenso de cereais silvestres, caça de ovelhas,
veados e cabras, acampamentos sazonais habitados. Em Tell es-
Sultan, o local do futuro Jericó, foram estabelecidos os primeiros
grupos neolíticos. Na Sibéria: local de Ushki, na bacia do rio
Kamchatka, foram descobertos numerosos artefatos de pedra, tais
como pontas de projéteis bifaciais pedunculadas, ováis e também
triangulares, que lembram achados do mesmo período nas
Américas, concluiu-se que todos eles provêm de uma fonte cultural
comum. América: abundantes vestígios arqueológicos indicando a
presença humana na região amazônica (Caverna da Pedra pintada).
Los Toldos, Argentina: vestígios da presença humana. Peñón de los
Baños, México: restos humanos e objetos líticos. Perto da Cidade
do México: restos humanos brancos, diferentes dos 27

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

descendentes indígenas mongolóides, (discute-se a possibilidade de


uma corrente migratória da Europa.) Neste milênio a cultura dos
povos Clovis se estende por grandes regiões da América do Norte,
nas cavernas subaquáticas de San Actun, Golfo do México,
encontrou-se o esqueleto de Naia e restos de grandes mamíferos.
Primeiros vestígios da presença humana na Gruta do Espírito Santo,
em El Salvador.

Cerro Sota, Chile: restos humanos. Terra do Fogo, Chile: fósseis


humanos na caverna de Fell. Monteverde, Chile: os vestígios mais
antigos do consumo de batatas. Peru, Caverna del Guitarrero: sinais
de presença humana, ferramentas e restos líticos.
10.900- Renânia-Palatinado, Alemanha: grande erupção vulcânica
de Laacher See. Na Dinamarca, nas margens do rio Parnu, eram
caçados cavalos e é possível que os últimos mamutes do
continente. À

medida que o gelo derrete no norte, as florestas colonizam esses


territórios, e as renas e seus predadores chegam com eles. É o que
está acontecendo na península de Kola, onde estão sendo formados
grupos que irão originar futuras culturas. Os primeiros clãs humanos
também chegaram à Estónia.

10.800- Argentina: em Piedra Museo, vestígios da presença


humana, chegaram talvez grupos do Chile, por seus semelhantes
instrumentos líticos e sua especialização na caça de milodontes,
guanacos e outros mamíferos. Situado em uma localização
estratégica, Piedra Museo está perto de um grande bebedouro de
água ao qual chegavam muitos animais, que foram retratados na
rocha através de pinturas rupestres.

10.700- Nas regiões costeiras do Mar do Norte, Cultura


AHRENSBURGIENSE: assentamentos ao ar livre, formando aldeias
ao longo das margens de lagos, rios ou no litoral. Dada a
proximidade com a água, muitos locais acabaram cobertos por turfa,
o que permitiu a preservação de objetos feitos de materiais
orgânicos, como madeira e fibras vegetais. Algumas cavernas
podem ter servido como refúgios de inverno. Eles fabricavam
raspadores microlíticos, entalhes, denticulados e raederas entre
outros. A peça mais espetacular foi a ponta de Ahrensburg: uma
lamela alongada com um truncamento oblíquo de um lado e um
pedúnculo retocado. Em tempos recentes descobriram-se desenhos
geométricos,

especialmente trapézios. Pontas dentadas e arpões eram comuns


na indústria óssea: eixo ósseo e uma fileira perfilada de dentes
engatados e finos e duas fileiras de dentes alternativos por lado,
também chamados de pontas de Bremme. Mas as peças mais
marcantes são aquelas esculpidas em madeira e trançadas com
fibras vegetais. A madeira foi usada no sítio alemão de Stellmor
para compor o arco mais antigo conhecido hoje (10.000 AC), que foi
usado para atirar flechas esculpidas em hastes de pinheiros, de 85-
100 cm de comprimento. Por outro lado, restos de redes e de um
flutuador esculpidos na casca de bétula e de um remo de 9.000
anos de idade foram recuperados perto de Berlim, o que representa
a prova mais clara da perícia desse povo no manuseio de barcos.

10.500- PERIODO DE ALLEROD: elevam-se as temperaturas


globais e o gelo recua, na Ásia Central o aumento das chuvas forma
enormes florestas, na África começa o Período Úmido Africano,
causado pelo fortalecimento das monções, conseqüência da
mudança climática. Várias medições feitas nas calotas de gelo da
Groenlândia revelaram que sua temperatura aumentou
significativamente em um periodo muito curto, não mais de cinco
décadas, sugerindo que a mudança climática afetou a maior parte
do mundo, sabemos que ela também atingiu o Oriente Próximo,
Nasce a CULTURA KHIAMIENSE, caracterizada por novas técnicas
líticas, esculturas femininas e cabanas circulares diferentes das
natufianas. Jordânia: construção do centro religioso de WADI
FAYNAN, um ponto de encontro para clãs de caçadores nômades, é
o lugar de culto religioso mais antigo do mundo. Como parte do
processo deextinção da Megafauna (adaptada ao clima do período
glacial, não conseguiu adaptar-se às novas condições climáticas),
começa a redução da população mundial de mamíferos lanosos,
afetados pela crescente escassez de vegetação nas pradarias,
substituídas por grandes florestas. Em todos os continentes o ser
humano deve se adaptar mudando seus hábitos alimentares e
procurando novas presas de caça. Na Ásia: grupos da China e da
28

RUBEN YGUA

Coréia invadem o Japão em ondas sucessivas, empurrando o Ainu


para as montanhas. São uma mistura de povos mongolóides,
caçadores e coletores que vivem em cabanas, de cuja fusão
emergirá a etnicidade dos japoneses e uma cultura de notável
significado porque parece cerâmica. É o chamado PERÍODO
JOMÓN, que significa "traço de corda", para o tipo de decoração
das peças, e o primeiro recipiente conhecido, na Gruta de Fukui. O
processo cerâmico nasce com a argila, que é seca ao sol, depois
misturada com água, amassada e sempre modelada à mão, depois
decorada (com uma ponta ou cinzel com motivos diferentes, ou por
impressão, através de conchas, moldes ou outros) e finalmente
cozida num forno. Os primeiros fornos são uma cama de brasas,
então os buracos começam a ser cavados no chão cujas paredes
são forradas com pedras, e em um período de tempo relativamente
curto começam a construir fornos autênticos, com câmara de
cozimento separada da fonte de calor. América: No Centro-Oeste
dos Estados Unidos, há uma redução na precipitação anual,
originando áreas desérticas.

10.400- Na Escandinávia, norte da Alemanha e Inglaterra: cultura


MAGLEMOSIENSE, nas margens do antigo Lago Ancyclus, no que
é hoje o Mar Báltico, um pouco mais pequeno só que com uma
costa maior.

Os maglemosianos passariam, pelo menos durante os períodos de


verão, em áreas próximas ao lago, áreas que hoje, em sua maioria,
estão submersas ou pantanosas. Graças a isso, os depósitos
encontrados estão localizados em turfeiras ou submersos, mantidos
em excelentes condições até hoje, incluindo restos de madeira bem
preservada, como a canoa Pesse na Holanda e vários remos. Esta
cultura é caracterizada pela evolução das estruturas econômicas do
Alto Paleolítico (pesca, caça e coleta) para uma especialização ou
diversificação destes, com um aumento na quantidade de microlitros
utilizados na tecnologia, fixados em diferentes ferramentas, mas
especialmente como armadura para flechas, uso de arcos, arpões
de chifre de veado, anzóis, trenós para cães e canoas monoxilas,
vividos em acampamentos temporários em rios e costas, seguindo o
curso migratório de algumas espécies que provavelmente caçaram.
Não há dados dos acampamentos de base, que são assumidos
como estando em áreas agora submersas no fundo do Mar do
Norte. Estes escandinavos pré-históricos experimentaram
temperaturas semelhantes às de hoje nestas áreas, em florestas
que passaram de clareiras de pinheiros e bétulas a densas florestas
de pinheiros e avelãs. Também durante este período os glaciares
que ocupavam as zonas altas da Noruega descongelaram,
enquanto o mar ganhou terreno para a costa. Os Maglemosianos
viviam com cães domesticados. Eles os usariam em caçadas para
perseguir a presa, principalmente. A técnica de caça utilizada foi
investigada através do Prejlerup uro, que não morreu de um golpe
fatal, apesar de ter várias flechas e lanças pregadas. A partir daí,
propõe-se que ele poderia ter sangrado até a morte, ou que a
técnica de caça desta cultura consistia em assediar sua presa com
cães mordendo-a continuamente e humanos atirando-a com flechas
envenenadas com visco, até que o cansaço e a dor das feridas
acabaram por derrubá-la. No entanto, os cães certamente tiveram
muito mais papéis do que apenas a caça, mas são desconhecidos,
assim como o valor que tinham dentro da tribo. Eles caçavam
principalmente mamíferos de médio a grande porte, como veado
vermelho, alce e uro. Esta cultura já usa arcos e flechas, bem como
dardos e lanças. O arco que eles usaram foi encontrado em
perfeitas condições em Holmegård Mose, na Zelândia. Tem uma
altura de um metro e meio, com uma parte central mais estreita que
o resto do arco para segurá-lo, mas sem marcas ou buracos para
prender a corda aos cantos, então eles provavelmente pegaram
outra peça presa a cada canto, onde a corda estava presa. Algumas
das flechas que eles usaram também permaneceram intactas: até
mesmo flechas de madeira com microlitos triangulares de sílex
ligados a um lado com resina, e a ponta de sílex aderiu da mesma
forma. A pesca teve um papel muito importante na vida dos
maglemosianos, que, além de arpões, também usavam redes. As
rolhas das redes, que flutuavam quando jogadas na água, foram
encontradas em Antrea. As redes seriam tecidas de fibras vegetais
trançadas, e teriam quatro rolhas em cada uma espalhadas ao longo
das bordas. Dos outros instrumentos utilizados, o arpão e o gancho,
apenas a ponta, feita de material ósseo, é preservada. Os picos do
chifre de veado vermelho e do alce, e os punhais feitos com presas
de javali, são admiráveis.

29
OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

10.300- O aumento da temperatura transformou o Saara num vale


muito fértil, com chuvas abundantes e vegetação densa. No norte da
Mesopotâmia: primeiras comunidades semi-nômades estabelecidas
em GOBEKLI TEPE. A CULTURA AZILIANA floresce nos Pirineus
franceses: viviam em cavernas próximas ao mar, faziam arpões
ósseos característicos, ferramentas de pedra, pontas azilianas,
arcos e flechas. Período da arte rupestre de Font De Gaume,
França. Niederbieber, Alemanha; grande erupção do vulcão
Laacher, enterrando o futuro sítio arqueológico de Niederbieber.
CULTURA AHRENSBURGIENSE: aldeias mesolíticas de Meiendorf,
Stellmoor e Borneck: raspadores, machados, arpões ósseos e
pontas de flechas. Galiza, caverna de Tricastela: arte parietal e
objetos líticos. Austrália: Murujuga petroglifos. América do Norte: o
derretimento do final do período Dryas forma o grande Lago Agasiz.
Sítio arqueológico de El Abra, Colômbia: ferramentas líticas são a
primeira evidência da presença humana. Tulum, México: fósseis da
Mulher de Las Palmas e do Jovem de Chan Hol. Idaho, EUA: restos
fósseis de um cão.

10.200- Austrália do Sul, em Wyrie Swamp: o boomerang mais


antigo descoberto no mundo. Em La Madeleine, França: enterro de
uma menina entre 2 e 4 anos, com o corpo deitado de costas e a
cabeça rodeada de três pedras. Espalhados por seu corpo pintado
de ocre estão 1500 dentes e conchas perfurados, um enxoval
excessivo para uma criatura tão jovem, o que levou alguns a sugerir
a existência de uma hierarquia hereditária incipiente.

10.100-África do Norte: em Marrocos e na Tunísia, sem ultrapassar


o Atlas, como sucessor do antigo Ateriense, floresce a Cultura
IBERO-MAURITANA, caracterizada pela sua indústria de
ferramentas de lascas e lâminas líticas, o dorso era rebaixado por
retoques abruptos, o que permitia a obtenção de um ponto triédrico.
Estas pontas triédricas aparecem frequentemente nos achados e
são características desta cultura, cujos assentamentos principais
são em Bouskura (Casablanca) Taforal no Rift, com uma necrópole
de 160 indivíduos dos quais 45 têm menos de um ano de idade, e
Muilah, perto da Argélia. Há discussões sobre as datas da ocupação
humana em Taforal e sobre o início da própria cultura, que alguns
afirmam que seja anterior. Eles praticavam a ablação dos incisivos,
e é bem possível que sejam ancestrais dos berberes. Egito: na
região de Kom Ombo há uma aldeia paleolítica muito especializada
em atividades de coleta com abundância de moinhos de mão e
instrumentos de sílex, para a coleta de cereais selvagens.

Na Sibéria: Cultura Sumnagin, originária da bacia média do rio Lena,


aparentemente relacionada com certas culturas de emigrantes
descobertas na América. As margens de todos os lagos siberianos
que ocuparam as depressões geográficas durante o período
lacustre abundam em restos arqueológicos datados da era neolítica.
Inúmeros kurgans ou mamoas, fornos e outros artefatos
testemunham uma população densa. De fato, alguns dos primeiros
artefactos encontrados na Ásia Central provêm da Sibéria e do
Turquestão Ocidental. Durante a grande migração na Ásia de leste
para oeste, muitas populações foram provavelmente empurradas
para a fronteira norte do grande Planalto Central da Sibéria. As
sucessivas vagas de imigração obrigaram-nos a ir ainda mais longe,
em direcção às terras áridas do norte.

10.000- Em geral, os principais grupos raciais já foram delimitados,


com diferenças na pigmentação da pele, textura e cor dos cabelos,
forma do crânio e estrutura óssea da face, diferenças que são
geralmente devidas a condições geográficas e climáticas. No Egito,
é descoberta a mais antiga evidência arqueológica de vítimas de
varíola em grupos humanos. No Oriente Próximo: a colheita de
cevada e trigo silvestre já é seletiva, são realizadas experiências
com eles e consegue-se uma melhor produção, aumentando o
consumo de produtos vegetais e, consequentemente, causando a
exploração e o cuidado das áreas localizadas nas proximidades dos
assentamentos. É assim que os caçadores-recolectores evoluem
para a domesticação não só de alguns vegetais, mas também de
animais. É aventureiro pensar que se estabelecem estratégias de
consumo para uma ou outra espécie, na realidade o que abunda na
área é coletado ou caçado, mas as previsões ou planos são feitos
através da observação, e ao mesmo tempo que 30

RUBEN YGUA

as aldeias crescem e se diversificam, passam de ser algumas


construções agrupadas de alguma forma a um espaço com uma
melhor delimitação dos lugares específicos, silos para armazenar,
áreas de corte, etc.

Um exemplo é no norte do Iraque, em Karim Shair, onde são


colhidos vegetais, caçados e produzidos os primeiros ensaios para a
domesticação de cabras. No Vale do Jordão, Próximo Oriente: Início
do cultivo da figueira. França: pinturas da caverna de Teyjat. China:
primeiro cultivo de RICE no rio Yagzi. África: primeiros
assentamentos humanos em Nabta Playa, agora no deserto núbio.
América: os últimos espécimes de mamute, cavalo, mastodonte,
anta, camelídeos diferentes e outros, juntos 75% da grande fauna,
ainda estão lutando para sobreviver. Neste milênio todo o continente
foi colonizado pelas numerosas correntes migratórias em ondas
sucessivas, através de diferentes estradas durante os últimos
50.000 anos: (1- A ponte terrestre de Beringia, em direção ao Alasca
e ao sul. 2- Navegação ao longo das costas desde Beringia até ao
sul. 3-Navegando no Oceano Pacífico, da Oceania ou da Ásia. 4-
Discute-se a possibilidade de que alguns grupos navegaram pelo
Atlântico Norte, durante o período glacial, chegando à América do
Norte). Santa Elena, Equador: cemitério com mais de 200 túmulos.
A noz pecã, no sul dos Estados Unidos e norte do México, foi um
dos principais alimentos dos índios, arqueólogos têm mostrado que
a maior concentração de acampamentos humanos foi localizado na
área imediata para as concentrações de árvores nativas de noz
pecã. Em Quebrada Maní, Deserto do Atacama, Chile, há vestígios
de assentamentos humanos. Huánaco, Peru: pinturas rupestres,
ferramentas de pedra, fósseis animais e humanos em Laricocha. Em
El Abra, Colômbia: abundantes restos animais e humanos e
instrumentos líticos. Em Chibateros, Peru: instrumentos líticos para
colheita. Los Toldos, Argentina: caça e coleta de restos mortais,
restos humanos e objetos líticos. México: fóssil da mulher de Las
Palmas. Na Lagoa Santa, Brasil: restos fósseis humanos, na Lapa
Vermelha, Brasil: crânio e esqueleto de "Lucia" e na caverna da
Pedra Pintada: pinturas rupestres.

9900- África: os povos caucasianos chegam ao Transvaal, na África


Austral, habitados por bosquímanos negros, e misturam-se com
eles, desta mestiçagem surgirão os Hotentots. Na Europa, à medida
que o gelo derrete no norte, as florestas colonizam estes territórios e
as renas e seus predadores chegam com eles. É

o que está a acontecer na península de Kola, onde formam-se


grupos que conduzirão a culturas futuras. A Estónia é também o lar
de uma população de origem ugrícola, e na Dinamarca, nas
margens do rio Parnu, os cavalos são caçados e é possível que os
últimos mamutes do continente. O Báltico no momento é um lago de
água doce, sem conexão com áreas marinhas. Ásia: possível
chegada de povos proto-austronésicos ao Sri Lanka e Taiwan, estes
últimos possíveis antepassados dos seediq aborígines. A Cultura
Hoa Binh nasce no norte do Vietnã, em algumas partes do sul da
China e em Sumatra, é caracterizada por suas pedras trabalhadas
em uma única face, lâminas em escamas, argamassas de pedra e
espátulas de ossos. Em Itália, a Cueva del Romito (Calábria)
apresenta uma gravura em pedra que representa um touro de 1'20
mts com proporções muito ajustadas, de grande força expressiva.
América Central, Panamá: grande erupção vulcânica do Valle de
Antón. No Noroeste, em Oregon, Washington e Idaho, aparece o
Nez Percé ("nariz trespassado") da família saharaui. Um pouco mais
ao sul, no território conhecido como a Grande Bacia, há também
populações humanas, grupos nômades em lugares com caça e
pesca abundantes, ao redor de lagos e rios. O mesmo acontece nas
florestas orientais e nas grandes planícies, bandos de bisontes e
caçadores de veados que também caçam presas menores, como
coelhos e roedores. No leste persistem os penúltimos grupos da
cultura Clovis, que algumas fontes chamam de Llano.
9800- África e Próximo Oriente: os vestígios mais antigos do uso de
tijolos de barro (lama misturada com palha e outros materiais) Em
Chipre, a aldeia de Aetokremnos, era provavelmente um
assentamento sazonal de caçadores. Itália: começa o terceiro
período de grande atividade do Super Vulcão dos Campos Flégreos,
que permanecerá ativo pelos próximos 5000 anos. América do
Norte: o povo saharaui vive em Idaho e Oregon. Impacto de um
grande asteróide em Cape York, Groenlândia, consequências

31

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

desconhecidas. No México: indústria tosca de trituração e raspagem


em Laguna Chapala. Na península da Califórnia: primeiros
habitantes do vale de Oaxaca. Na América do Sul: em Colômbia
existem fabricantes de machados de pedra e raederas. Bolívia:
ferramentas líticas em Viscachani. No Brasil: Serra Talhada, facas,
raspadores, lascas e núcleos, tudo em quartzo, material disponível
na região. No Uruguai e Chile (San Pedro de Atacama) grupos
nômades e caçadores. Argentina: a transição de um clima seco e
frio para um clima mais quente traz numerosos animais aos
arredores do Rio La Plata, especialmente o guanaco, uma das
peças mais cobiçadas pelos caçadores.

9700- No Zagro: primeiros assentamentos humanos semi-nômades


em Ganj-i Dareh Tepe, a mais antiga evidência da domesticação
da cabra. Europa Oriental: cultura epipaleolítica Swideriana de
caçadores-recolectores. O sítio de Zatoya em Navarra era
provavelmente um refúgio para caçadores, enquanto a Caverna de
Franchti no Egeu tem micro burinas e pequenas folhas com uma
borda rebaixada que parece estar relacionada com certas industrias
do sudoeste asiático. Os territórios virgens da Ásia Central,
Mongólia e Tibete estão sendo povoados por tribos de caçadores e
coletores que desde o sudoeste introduzem uma indústria microlítica
de pedras trabalhadas, transformação do osso em uma grande
variedade de úteis e também novas formas de organização, vida e
exploração do ambiente, o alojamento é em cavernas, mas também
em abrigos rochosos ou ao ar livre. Quanto à Sibéria, as culturas
anteriores persistem, com muito poucas mudanças. Em Gobustan,
no Azerbaijão, os primeiros petroglifos.

9600- Solutré, França: cultura dos clãs de caça de cavalos


selvagens. Polónia: CULTURA SWIDERIENSE

de caçadores paleolíticos. Na Dinamarca: arco de 1,50 m de altura,


feito de madeira de olmo, com cabo separado. China: agricultura do
MILHETE na província de Henan.

9500- Sítio arqueológico de Hajji Firuz Tepe, Montes Zagro, Irão: a


evidência mais antiga do consumo de vinho. Nos oásis de Damasco
é registada a primeira cultura de ervilhas e lentilhas, no Vale do
Jordão a primeira cultura de cevada. Na América do Norte: primeiro
transbordamento do grande lago Agasiz, lançando um enorme fluxo
de água em direção ao Atlântico pelo rio São Lourenço, aumentando
o nível dos oceanos em um metro, inundação de aldeias costeiras
ao redor do mundo. Chile: a seca prolongada desloca os clãs de
caçadores, assentamentos da Laguna Tagua Tagua. Brasil, Serra da
Capivara: fósseis humanos, pinturas rupestres e ferramentas de
pedra. Peru, em Huancavelica: arte rupestre com formas humanas e
geométricas.

9400- Monte Zagro: na gruta Shanidar, o mais antigo colar de cobre


registrado pela arqueologia, antecipando o uso generalizado de
metais em 3000 anos. América: entre a Cordilheira das Cascatas e
as Montanhas Rochosas, é um território topograficamente diverso,
mas com elementos comuns, como a alta porcentagem de árvores e
a fauna de bisões e alces. Os grupos de pescadores e coletores
instalados na área apresentam influências de outros no Ártico Sul,
com estilos de vida arcaicos e organização, indústria de pontas
lanceoladas e dieta de tubérculos e raízes para acompanhar carne e
salmão. No sudoeste predomina o deserto, em partes do Arizona,
Novo México, Sonora e Chihuahua, seus habitantes ainda caçam
com pontos Clovis, apesar do quase total desaparecimento dos
grandes mamíferos. No Brasil: Amazônia Central, próximo ao Rio
Negro, indústria lítica de lascas bifaciais e pontas de projéteis.
9300- No Levante espanhol os grupos humanos produzem pinturas
que revelam uma evolução da arte rupestre para modelos mais
esquemáticos. Nas paredes dos abrigos, estes homens pintaram
cenas complexas de caça, danças e ritos mágicos. As figuras são
feitas com pigmentos pretos ou avermelhados, e são muito
estilizadas. Apesar disso, personagens como feiticeiros ou xamãs
podem ser identificados, graças aos chapéus que cobrem suas
cabeças, às bengalas que usam e aos ornamentos que pendem de
seus joelhos e braços; os homens também são retratados com
plumagens e pulseiras em seus braços e 32

RUBEN YGUA

tornozelos, enquanto as mulheres usam saias longas. Ao contrário


da arte paleolítica, há muito movimento e as lutas entre grupos
aparecem com relativa frequência, sendo que as lutas dos arqueiros
chegam até ao corpo a corpo.

9200- No norte da Mesopotâmia: construção do santuário de


GOBEKLI TEPE, possivelmente por comunidades Zarzianas ou
Natufianas. Os primeiros grupos humanos chegam à Sardenha.
América: Vale de Ñachoc, Andes Peruanos: primeiros vestígios do
cultivo da abóbora. Sudeste dos Estados Unidos: Surge a
CULTURA FOLSOM: caçadores nômades de bisontes. Piedra
Museo, Argentina: sinais de presença humana.

9100- Oriente Próximo: na área do Monte Zagro, no norte do Iraque,


o meio ambiente impõe a existência de alguns campos mais ou
menos permanentes, como Karim Shahir e Zawi Chemi (ao lado de
Shanidar). Neste último, são caçados e consumidos veados
selvagens, cabras e ovelhas, bem como muitos cereais selvagens
para cujo esmagamento são utilizados moinhos. É o maior
assentamento conhecido da época, abrigando cerca de 150
pessoas, que gradualmente se especializaram na coleta enquanto
trabalhavam na domesticação do gado. Na verdade, o cordeiro já
representava 80% da sua dieta. Há também instrumentos
obsidianos provenientes do Lago Van, o que testemunha as
relações com povos da Armênia. E entre as ferramentas há mós
para triturar grãos, morteiros, massas e martelos de pedra e
percutores de osso, juntamente com pérolas e brincos de osso ou
dentes de animais, e pedras coloridas.

Ekaterinburg, Urals: O ídolo de Shigir, com 5 metros de altura, é a


escultura em madeira mais antiga da história. Extinção do cisne
gigante na ilha de Malta. Escandinávia: chegam os primeiros grupos
humanos, caçadores a bordo de barcos, que entram nos corredores
livres de gelo, perseguindo os rebanhos de renas. Iraque: enterro de
uma menina, cujo corpo foi pintado com ocre vermelho, bem como
brincos de pedra polida, ossos e conchas e cones de argila que
poderiam evidenciar as primeiras tentativas de trabalhar este
material. Em Ghar-i Karmarband, foram encontrados restos que
poderiam ter sido usados na fabricação de dardos. Foram
encontrados restos de gazelas persas, touros selvagens e renas.

9000 Ac. A REVOLUÇÃO DO NEOLÍTICO.

Vários milênios se passaram desde o fim da Idade do Gelo,


durante os quais o caçador nômade prosperou, aumentando
consideravelmente em número e colonizando todos os
continentes. A abundância de caça e o clima agradável que
permitiu a coleta de frutos silvestres, sementes e vegetais
beneficiaram o Homem, que obteve alimento facilmente. Mas
tudo mudou em 9000 a.C., quando começou a Pequena Era do
Gelo. Os invernos ficaram mais rigorosos e persistentes, as
estações quentes se reduziram e as temperaturas médias
cairam. Esta mudança climática afetou principalmente a Europa
Central, embora o fenômeno deva ter sido sentido em todo o
hemisfério norte, afetando mais ou menos rigorosamente a vida
animal e vegetal, dependendo da localização geográfica. De
repente o caçador-recolector observa que os frutos e sementes
são escassos, que a erva seca por causa do frio intenso, e que
não há renascimento nas primaveras. As grandes manadas de
herbívoros migraram. Essas rotas migratórias atravessavam as
áreas de caça de diferentes clãs humanos. Quando grupos de
caçadores perseguindo manadas, invadiram
territórios de outras tribos devem ter causado sérios conflitos.
Foi então que a necessidade estimulou a imaginação humana,
como acontecerá tantas vezes na história. O problema
planteado era como deter os rebanhos, impedindo-os de migrar
para territórios de outras tribos. A resposta foi simplesmente
encerrando-os em vales naturais, curvas profundas de rios,
desfiladeiros, etc.

Quando o Homem resolveu esses problemas: capturar,


conduzir e alimentar os rebanhos, estava dando o primeiro
passo para a criação e domesticação de animais. Em alguns
casos, o processo ocorreu através de animais criados em
cativeiro para serem usados como iscas atraindo animais de
suas espécies. Estas iscas foram cuidadas, alimentadas e
finalmente domesticadas através da 33

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

criação em cativeiro. A adoção de animais de estimação,


principalmente por crianças, também contribuiu para a
domesticação de algumas espécies. Algo semelhante deve ter
acontecido com a agricultura: plantas que crescem em
territórios de outras tribos, podem ter sido comercializadas ou
simplesmente tomadas e transplantadas para seu próprio
território e, após muitos fracassos, alguém conseguiu plantar -
e reproduzir - essa espécie. O figo foi o primeiro vegetal
cultivado, mil anos antes da Revolução Neolítica, isso porque
seu plantio é fácil, não requer maiores cuidados, é uma planta
rústica que já no primeiro ano são colhidos frutos.

9000- O indivíduo nômade torna-se sedentário (ou semi-sedentário,


dependendo da espécie animal que domesticou). No Oriente
Próximo começou a agricultura de trigo, cevada e lentilhas; foram
domesticados burros, camelos, cabras e ovelhas, enquanto na
Europa Central patos, porcos e vacas, bem como o cultivo de uvas,
azeitonas, aveia e centeio, mudaram a vida humana. Na Índia e na
Pérsia, começa o cultivo da cebola e as galinhas e pombos são
domesticados. Início da apicultura. É também neste milênio que
aparecem algumas das invenções que mudam o curso da história: a
foice, o arado, a olaria, a cerâmica, a corda, o gancho, a agulha de
costura, a colher, o trançado de vime e fibra, o linho e tecidos de lã,
o moinho de mão para moer cereais, a roda e a vela para
navegação, todos os quais aumentam a eficiência do trabalho
humano melhorando as condições de vida. Ferramentas e armas de
pedra polida começam a substituir a pedra talhada. A civilização
urbana surge quase simultaneamente em várias regiões, como
Egito, Anatólia, Índia e Oriente; no curso médio do Eufrates, o
santuário de NEVALI ÇORI é um centro religioso cercado por uma
aldeia, cabanas retangulares de pedra, colunas decoradas,
depósitos de grãos, canais de drenagem subterrânea, ferramentas
de osso, pedra e madeira, vestígios de sacrifício humano e animal, o
santuário tem características semelhantes às do santuário de
Gobekli Tepe, o que indica alguma relação entre os dois locais.
América: Toda a metade oriental do Canadá ainda tem uma camada
de neve que não desaparece nos verões, são os últimos vestígios
do manto Laurentino. Argentina: primeiros sinais de presença
humana no Pampa. Cultura Toldense na Patagônia: pontas bifaciais,
pontas de lança triangulares e finas, raederas e grandes
raspadores. Nos Andes peruanos, domesticação da lhama e da
vicunha. Em Tacna, Peru: pinturas rupestres de Toquepala. Estados
Unidos: Nevada petroglifos. Brasil, Serra da Capivara: um machado,
restos de cerâmica e lascas de pedra. Rio Columbia, Estado de
Washington, EUA: fóssil do Homem de Kennewick, de raça branca e
não mongolóide, como os índios americanos. (Migração Europeia na
América?)

DO CAÇADOR NÔMADA À ALDEIA DE AGRICULTORES

Aparentemente, a aldeia não foi a primeira etapa do início da


vida sedentária. Muito antes disso, o caçador nômade
paleolítico erigiu complexos santuários de pedra, enormes
colunas e estatuetas votivas. O processo que transformou o
caçador nômade em agricultor e pastor sedentário pode ser
resumido da seguinte forma:
1- CAÇADOR NÔMADA sem território fixo, é o "emigrante
nômade".

2- CAÇADOR TERRITORIALISTA- Vive dentro de um território


que considera propriedade de seu clã, eles têm instalações
onde instalam acampamentos de verão ou inverno, que
abandonam quando a caça se esgota ou quando a temporada
muda, para voltar ao ano seguinte. Esta permanência em uma
determinada região lhes dá um melhor conhecimento da flora e
fauna, do clima e de suas mudanças periódicas. A partir desta
relação com o meio ambiente surgem rituais, costumes e
técnicas de caça e coleta, é o primeiro passo para a religião.

3- CAÇADOR SEDENTÁRIO- Quando há abundância de caça,


pesca e coleta, formam-se aldeias sedentárias, um exemplo é a
civilização natufiana. O número de habitantes aumenta,
ferramentas de pedra são fabricadas para moer grãos, foices de
pedra, depósitos e outras ferramentas que revelam a
importância da coleta de cereais silvestres na dieta.

34

RUBEN YGUA

4- CENTROS RELIGIOSOSOS - Os caçadores-recolectores


constroem centros sagrados onde trocam produtos e
experiências com clãs vizinhos, estes santuários são os
primeiros lugares que fixam o homem ao seu território e se
tornam não só núcleos religiosos, mas também culturais e
comerciais. Nestes centros religiosos os caçadores dos
diferentes clãs da região se reúnem antes da chegada dos
grandes rebanhos migratórios para realizar cerimônias nas
quais os sacerdotes sacrificam animais da mesma espécie que
constituem os rebanhos, propiciando o favor divino para uma
boa caça. Mas como podemos ter exemplares desses animais
antes de chegarem à região? Simplesmente capturar espécimes
jovens durante a caçada, para mantê-los em cativeiro, alimentá-
los e criá-los por um ano, destinados ao abate cerimonial na
próxima temporada: foi dado o primeiro passo para a
domesticação de animais. Outro fator importante para a

domesticação de algumas espécies são as crianças e sua


atração natural por espécimes jovens, que são criados em
cativeiro como animais de estimação.

5- AGRICULTORES E PASTORES - As primeiras aldeias de


agricultores e pastores emergem, geralmente na vizinhança de
centros religiosos, num processo constante e não tão lento
como se poderia supor, já que um único milênio transformou
completamente a vida.
O SURGIMENTO DA AGRICULTURA
Em algum momento da história humana, um momento que
certamente se repetiu muitas vezes. Às vezes, em muitos
lugares diferentes e de forma independente, alguém pensou
que ajudar a cultivar exclusivamente vegetais comestíveis em
um terreno facilmente acessível a ele ou ela, seria uma opção
muito melhor do que ter que viajar grandes áreas da área
circundante para procurar e recolher esse alimento, espalhados
quase aleatoriamente, e misturados com vegetais inúteis ou
mesmo perigosos. A partir dessa ideia simples, mas brilhante, a
agricultura começou a funcionar.

As primeiras dúvidas surgem, obviamente, ao tentar descobrir


quando ocorreu a primeira atividade agrícola. Há uma tendência
a aceitar que o cultivo de plantas comestíveis apareceu
repentinamente no Oriente Médio há cerca de 11.000 anos, e de
lá se espalhou para outras partes.

No entanto, um controverso estudo de 2008 da equipe de Robin


Allaby na Universidade de Warwick, no Reino Unido, baseado
em um novo modelo matemático, sugere que a agricultura
realmente começou muito mais cedo do que se supõe, cerca de
dez milênios atrás, cerca de 21.000

anos atrás. Se as conclusões baseadas em algumas análises e


defendidas por um setor de especialistas são verdadeiras, na
área do sítio arqueológico de Ohalo II na Síria, alguns cereais
selvagens teriam sido cultivados cerca de 10.000 anos antes da
data considerada a mais antiga da história da agricultura, ou
seja, antes mesmo do último pico glacial (entre 18.000 e 15.000
anos atrás).

De acordo com as conclusões deste e de outros estudos, o


desenvolvimento da agricultura teria sido muito mais lento do
que se acreditava, e não teria sido baseado em algumas
espécies específicas sendo "domesticadas", mas em algumas,
com combinações subsequentes deles e outros elementos de
configuração que demonstrariam que o surgimento de espécies
de culturas foi um processo muito mais complexo do que se
acreditava. Outra questão para a qual pode nunca haver uma
resposta completamente confiável é a do que foi o primeiro
vegetal cultivado pelo Ser Humano. Nisso, há hipóteses para
todos os gostos. A equipe Ofer Bar-Yosef da Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos, e E. Kislev e Anat Hartmann da
Universidade Bar-Ilan, em Israel, apostaram nos figos há vários
anos. Estes arqueobotânicos encontraram indicações de que o
início da agricultura pode ter ocorrido com o cultivo de figos no
Oriente Médio. De acordo com suas conclusões, portanto, essa
posição privilegiada do Primeiro Cultivo da Humanidade não
corresponderia a vegetais do tamanho de trigo, cevada e
legumes, que foram considerados candidatos óbvios.

35

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

Historicamente, o arroz tem desempenhado um papel


fundamental como recurso alimentar

essencial em alguns países. É o caso da China. No entanto,


embora o arroz seja normalmente associado à agricultura
chinesa, muitos arqueólogos têm até recentemente acreditado
que o painço era o alimento mais importante ligado ao
desenvolvimento do norte da China. Esta idéia não é mais tão
clara a partir da pesquisa realizada no sítio arqueológico de
Liangchengzhen por especialistas da Universidade de Toronto
no Canadá, do Museu de Campo de Chicago e da Universidade
Chinesa de Shandong. As conclusões da equipe do
antropólogo Gary Crawford, da referida universidade
canadense, indicam que não só era cultivada a mexoeira, como
também o arroz era, aparentemente, a principal fonte de
alimento, e que o trigo também entrou em cena. De acordo com
isso, o rápido crescimento das primeiras cidades do norte da
China, fundadas entre 2400 e 2000 a.C., deveu-se em grande
parte ao sucesso da agricultura com culturas de arroz e trigo.

O milho é outra das culturas mais importantes do planeta.


Embora muitas evidências indiquem que o milho foi
"domesticado" (adaptado de seus ancestrais selvagens)
primeiro no México, o momento e a localização dessa
domesticação inicial, e os eventos que favoreceram sua
dispersão, ainda estão sujeitos a debate. Análises realizadas
nos últimos anos sugerem que o milho foi domesticado no
México já há 10.000 anos. Isso foi determinado pela equipe de
John Jones, do Departamento de Antropologia da Universidade
Estadual de Washington em Pullman, e seus colegas Mary Pohl
e Kevin Pope, que avaliaram múltiplas linhas de evidência,
incluindo restos paleobotânicos, bem como análise genética.

O amendoim e a abóbora têm exemplos muito antigos de


cultivo na América. No caso das encostas dos Andes no norte
do Peru, evidências do cultivo de ambos foram encontradas há
vários anos, apoiando a idéia de que parte do desenvolvimento
inicial da agricultura na América ocorreu em assentamentos
agrícolas nos Andes. A equipe de Tom D. Dillehay da
Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, encontrou
evidências de cultivo de abóbora há cerca de 9.200 anos e de
amendoim há 7.600 anos no Vale de Ñanchoc, nos Estados
Unidos. Os pesquisadores acreditam que o desenvolvimento da
agricultura entre o povo Ñanchoc serviu como catalisador de
mudanças culturais e sociais que eventualmente levaram ao
poder político institucionalizado e ao surgimento de novas
aldeias nas terras altas andinas e ao longo da costa entre 4.000
e 5.500 anos atrás. Novas descobertas indicam que a
agricultura desempenhou um papel mais importante nesta
evolução do que se pensava anteriormente.

Na Europa, a agricultura como modo de vida levou muito tempo


para chegar. Ele o fez, acredita-se, há cerca de 6.000 anos, do
Oriente Médio. Em que áreas foi implementado pela primeira
vez e qual foi a via de propagação através da Europa são
também dois pontos que estão bastante sujeitos a debate. As
dúvidas parecem estar se dissipando graças a um estudo
recente, para o qual foi feita uma análise de DNA com 5.000
anos de idade, retirada dos restos mortais de humanos da
Idade da Pedra desenterrados na Suécia. Tudo aponta agora
para o fato de que a prática da agricultura foi progressivamente
implantada do sul da Europa ao norte do continente, com os
imigrantes do sul sendo os que trouxeram técnicas agrícolas
aos povos do norte. O conhecimento agrícola não foi a única
coisa que os primeiros agricultores europeus introduziram na
região. A julgar pelos dados genéticos, esses agricultores
pioneiros na Europa acabaram por misturar os seus genes com
os dos caçadores-recolectores que aí viviam, uma relação que
conduziu ao genoma europeu moderno.

A equipe de Pontus Skoglund, Mattias Jakobsson e Anders


Gotherstrom, os três da Universidade de Uppsala, na Suécia,
analisou dados genéticos de duas culturas antigas diferentes:
uma de caçadores-recoletores e outra de agricultores. Ambos
existiam ao mesmo tempo, separados por menos de 400
quilômetros (249 milhas). Depois de comparar estes dados com
os das populações europeias modernas, os investigadores
descobriram que os dados genéticos dos caçadores-36

RUBEN YGUA

recolectores da Idade da Pedra não correspondiam aos perfis


genéticos predominantes das populações modernas e, em vez
disso, assemelhavam-se mais aos típicos dos finlandeses. Por
sua vez, a genética que deve ter sido típica dos agricultores, e
que foi analisada pela equipa de investigação, assemelhava-se
muito à das populações mediterrânicas.

No caso europeu, quando estes resultados são colocados no


contexto arqueológico próprio, começa a surgir uma imagem
dessa época, em que os intrépidos pioneiros da agricultura na
Europa migraram de sul para norte através do continente,
instalando-se em regiões mais a norte, e finalmente
misturando-se com populações residentes de caçadores-
coletores.

Consequentemente, esta migração pré-histórica, que primeiro


estendeu a agricultura a todo o continente, forjou os genomas
da maioria dos europeus modernos.

8900- Zawri Chemi, nos Montes Zagro: domesticação de


ovelhas e construção de silos para armazenamento de grãos, a
indústria lítica é do tipo laminar, com grandes folhas retocadas
e microlitos. A descoberta de um cabo de foice e de moinhos
de pedra sugere uma recolha e esmagamento de vegetais,
embora não haja vestígios. Há veados selvagens, ovelhas e
cabras, bem como javalis, bois e gamos. No sul das Ilhas
Britânicas e norte da França: grupos de Lâminas Longas,
("folhas longas") com indústria lítica de ferramentas em sílex e
algum microlitismo, mas especialmente folhas grandes, que
servem de suporte para outras ferramentas. Os sítios de
Suffolk, Berkshire e Somme mostram grupos especializados na
caça do cavalo, Mas também de mamíferos menores. Bélgica e
Holanda: Cultura Tjongeriense, caracterizada pelos suas pontas
líticas em lascas e pelos raspadores curtos. Eles tinham um
importante assentamento em Meer. Na Espanha, destaca-se a
Cueva de Los Azules, na costa cantábrica, com pequenas
pedras pintadas e um túmulo de um indivíduo masculino, com
oferendas. África: no actual deserto de Núbia, a oeste do rio
Nilo, surge no antigo lago da Praia Nabta uma aldeia de
pastores, possivelmente os primeiros criadores de gado do
continente, que constroem cabanas de pedra semi-
subterrâneas. Os hipopótamos e o elefante anão de Chipre são
extintos. O surgimento de outra variedade de tipos humanos na
Austrália, completamente moderna mas com um crânio mais
robusto e pesado, leva a pensar numa nova onda de imigrantes,
embora seja possível que se trate da evolução de alguns
grupos locais.
8880- Dinamarca: os arcos mais antigos numa só peça são os
arcos Holmegaard feitos de madeira de Ulmus, uma árvore
nativa do país.

8850- Na Europa: o Báltico torna-se um mar, depois que o recuo


glacial deixou uma passagem livre permitindo a entrada das
águas do Atlântico. O Mesolítico é uma fase caracterizada pela
diversificação econômica forçada pela mudança climática, uma
especialização de funções para as tarefas de coleta, caça,
marisco, pesca e, claro, a indústria, que agora é microlítica
geométrica com cabos de madeira e osso. Estas mudanças não
pressupõem o desaparecimento das tradições paleolíticas em
todas as áreas, mas é verdade que a remoção do gelo e de
algumas espécies adaptadas ao frio, como a rena, obriga os
grupos humanos a mudar as suas estratégias. O
desenvolvimento da indústria óssea continua, com punções,
picaretas, azuelas e pontas, progresso das técnicas de trabalho
no chifre, um material do qual se obtêm melhores arpões e
flechas, e em algumas zonas da Europa Central e do Norte
surgem os grupos de canetas Federmesser, caracterizados pela
sua forma de caneta (também em facas), bem como raspadores
e um início de microlitismo. Depósitos em Oburg, Rissen e
outros. As Ilhas Britânicas ainda estão ligadas à Europa
continental, em Star Carr existem restos de uma habitação com
mais de 3 metros de largura junto a um lago, feita de madeira
ou outros materiais perecíveis, e associada a objectos de pedra
e âmbar. No Zagro há a aldeia de Karim Sahir: cabanas
circulares com plintos de pedra e depósito de grãos selvagens,
domesticação de cabras. Na América Central: grupos de
caçadores-recolectores na Guatemala, e do Panamá à
Patagónia, surgem as pontas “cauda de peixe”, com variações
de acordo com cada território, usadas na caça de veados,
lhamas, vicunhas, etc.

37

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA


8800- Mesopotâmia: domesticação de ovinos. No Japão, a
cerâmica primitiva começa a desenvolver-se.

China: época do lendário Nüwa (o inventor da agricultura), Fuxi


(primeiro rei mítico, criador de trigramas de adivinhação,
primeiro esboço de um escrito) e Shennong (o divino agricultor,
terceiro rei mítico). Um saco de couro de 20 cm de
comprimento encontrado em Friesack (Alemanha) é o
recipiente para líquidos mais antigo conhecido na Europa.
Junto a ele foram encontradas algumas ferramentas, punhais e
contas de madeira. América: no Pampa, que inclui áreas da
Argentina e Uruguai, pontas de projéteis cauda de peixe
associadas a pedreiras e oficinas para o trabalho de quartzito e
ossos de uma espécie de tatu gigante, em Cerro la China e
Cerro el Sombrero.

8760- No extremo sul do Chile, a primeira ocupação humana da


Caverna Fell.

8700- Irlanda: cultura do Monte Sandel, um assentamento ao ar


livre que serviu de acampamento para caçadores-coletores.
Vestígios de cabanas circulares com numerosos buracos onde
foram preservados os postes de madeira. A justaposição de
buracos sugere uma ocupação prolongada ou uma reocupação
regular do lugar a cada estação. O assentamento tinham uma
cabana central. Os habitantes mantinham uma dieta variada,
baseada na caça de javalis e veados, bem como na pesca de
enguias, trutas e salmões e na colheita de avelãs.

8600- A Europa entra numa fase de clima pré-boreal, de


temperaturas temperadas, com o avanço das florestas de
bétula e coníferas e a continuação do processo de migração
para o norte de algumas espécies de fauna habituadas ao frio.
Os caçadores humanos podem ser divididos em dois ramos, os
nómadas ou semi-nómadas, mais frequentes nas planícies e
geralmente caçadores menos especializados, que percorrem
um território até esgotarem todos os seus recursos, e os que se
encontram numa fase mais avançada do sedentarismo,
geralmente habitantes de latitudes mais elevadas, com
povoações semi-permanentes, acampam em sectores
específicos para exploração mas mantêm uma base de
acampamento onde armazenam produtos. Um exemplo desta
prática pode ser encontrado nas Portas de Ferro do Danúbio,
na fronteira entre a Roménia e a Sérvia. Os territórios
temperados da Europa e Ásia Ocidental são um excelente
cenário para os megaloceros giganteus, o maior cervídeo de
sempre, com uma altura ao garrote de 2 m e chifres que podem
exceder os 3 m. A estepe e os territórios abertos constituem o
seu principal habitat, e embora muitos espécimes permaneçam,
as áreas em que progride estão a diminuir gradualmente. Síria:
em Tell Mureybit, no Eufrates, foi construída uma aldeia de
caçadores e pescadores, com casas redondas de até 6 metros
de diâmetro feitas de argamassa de barro, com um telhado
plano. As ferramentas encontradas no assentamento, enxadas
e foices, mostram a importância que a agricultura já adquiriu.

8500- No Oriente Próximo começam os trabalhos de polido da


pedra, caracterizando o Neolítico, O

clima da região não é uniforme, é formado na parte norte pelos


sistemas montanhosos do Touro e o Zagro, zonas de chuvas
médias elevadas que favorecem a formação de florestas de
carvalhos, pistaches, cedros, abetos e em geral vegetação
abundante. No centro, o território do Sinai através do norte da
Síria e da Jordânia, conhecido como Crescente Fértil, tem
menos chuvas, mas as florestas de carvalhos e pistácios
também crescem ao lado de áreas estepárias, onde abundam
não só cereais e leguminosas selvagens, mas também bois,
ovelhas e cabras pastam. E no sul, uma área desértica que
coincide com a parte sul da Jordânia, o cotovelo do Eufrates e
o território do Iraque, tem pouca precipitação e duras
condições de vida, exceto em oásis. No Monte Zagro: Ganj
Dareh é um assentamento sazonal de caçadores, pastores de
cabras e coletores semi-nômades. Na Provença, França:
CULTURA
VALORGIENNE: caçadores nómadas de cavalos, bovinos,
coelhos e javalis. Europa: extinção do grande Urso das
Cavernas, nas Ilhas Baleares extingue-se a cabra de Maiorca.
América: México, no Vale de 38

RUBEN YGUA

Tehuacán (Puebla), a Fase El Ajuerreado corresponde a


pequenos grupos de caçadores e coletores com assentamento
sazonal em cavernas. Eles caçavam pequenos animais,
coelhos, toupeiras, aves, ratos e tartarugas, e a indústria lítica
era de pontas de projétil, raspadores e outros instrumentos de
corte. No Peru, a coleta de ervas e feijões selvagens começa a
ser praticada, enquanto muito mais ao sul, na Pampa, em
Tandília Oriental, estabelecem-se grupos de caçadores-
recoletores.

8400- CULTURA SAUVETERIANA: indústria microlítica,


provavelmente utilizada para setas (pontas Sauveterianas), com
tendência geométrica (triângulos, trapézios.. ). Existem também
algumas ferramentas ósseas por vezes decoradas com incisões
ou figuras geométricas. Grupos humanos da cultura
Sauveteriana alimentam-se da fauna da floresta temperada:
javali, veado, castor, bem como caracóis (Helix nemoralis),
cujas conchas encontram-se frequentemente em abundância
nos sítios arqueológicos.

Em Ujin, Coréia: primeira evidência de navegação, restos de


uma canoa e um remo.

8350- Aumentam as chuvas em todas as áreas do Oriente Médio


e seus efeitos refletem na vegetação, seja selvagem ou
doméstica, no vale meio do Eufrates, na Jordânia ou no oásis
de Damasco. São todos territórios onde o Neolítico esta
disseminado, com diferenças tecnológicas relevantes mas com
muitas semelhanças. Por exemplo, desaparece o habitat em
cavernas e o campamento sazonal em favor de assentamentos
permanentes com casas de terra, adobe e lama e em alguns
lugares as primeiras construções retangulares aparecem. O
microlitismo também diminui e as foices e objetos relacionados
à agricultura aumentam, juntamente com a técnica de
polimento da pedra que dá nome ao período. surgir o Primeiras
Venus, deusas gerais de fertilidade, modeladas com barro, e os
assentamentos natufianos não desaparecem, mas são
transformados. Fundação da primeira aldeia de Jericho
(pertencente à cultura Natufiana): levantou-se perto de um
oásis e rápidamente tornou-se uma cidade populosa, com 2.000

habitantes, é a primeira cidade murada na história: suas casas


circulares e semi-subterrâneas estavam agrupados em uma
área de 5 hectares, construidas de adobe, com 4 ou 5 metros de
diâmetro, com o piso mais baixo para o lado de fora e uma
porta de acesso com dois degráus para baixo. A cidade estava
protegida por um muro de três metros de largura, com até cinco
metros de altura, ao qual serão adicionados logo após um
fosso e uma torre central de dez metros de diâmetro e oito de
altura. Esta construção revela uma organização social evoluída,
os habitantes cultivavam legumes e cereais e praticavam a caça
de animais silvestres. Jericho não é a única cidade no território,
há outras também com cabanas de pedra circulares, como Ain
Mallaha, caracterizada por motivos e animais esculpidos nas
paredes, e Nahal Oren,. Todas praticam uma agricultura
incipiente, mas ainda caçam aves aquáticas , ouriços e outros
animais, e coletam frutas, figos, pistaches e amêndoas.
Mediterrâneo: o elefante anão da Sicília e o mamute da
Sardenha estão extintos.

8300- Com o recuo do grande glaciar escandinavo, a chegada


de grupos de caçadores nómadas às Ilhas Britânicas aumenta
consideravelmente. No Mediterrâneo, a expansão do pinheiro e
dos primeiros carvalhos, e na Europa Central a Cultura
Tardenoisiense, surge em áreas planas e abertas que vão do
norte de Paris até Luxemburgo, Alemanha e Suíça, com
indústria microlítica e alguns assentamentos em cavernas,
embora a maioria habite ao ar livre. América: no Peru, Cultura
Paijanense, caracterizada por suas aldeias na costa para a
exploração dos recursos do mar. No norte da América se
desenvolve a CULTURA DE FOLSON, de clãs caçadores de
bisões.

8250- No Zagro, surge a aldeia de Ganj-i Dareh Tepe, cabanas


circulares de adobe, que em alguns casos tinham um piso
superior sustentado por vigas de madeira. O inferior, com
pequenas salas, seria dedicado a armazéns e oficinas, e o
superior à habitação. Poços e cavidades circulares cheias de
pedras queimadas e cinzas, além de uma possível casa. Parece
ser um assentamento sazonal de caçadores-recolectores. Os
enterros eram praticados dentro da aldeia, e alguns crânios
apresentaram deformações por causa de 39

OS CAZADORES QUE VIERAM DA AFRICA

bandagens apertadas na vida. A indústria da pedra é


exclusivamente de sílex, e também de recipientes de pedra
polida e recipientes de cerâmica, fichas e figurinos. Pastoreio
de cabras.

8200- Na Cilícia, Anatólia, aldeia neolítica de Asikli Höyük: a


alimentação era principalmente caça e coleta de frutas e
vegetais, embora algumas variedades de trigo, cevada e
vegetais já fossem cultivados, eles também coletavam trigo e
cevada selvagem. Os animais mais consumidos eram os
ovinos, caprinos, suínos e bovinos, mas também eram
utilizados na alimentação cavalos, veados, coelhos e muitas
espécies de aves e peixes. É possível que houvesse animais
como ovelhas e cabras em estado de proto-domesticação,
embora não haja evidências de plena domesticação. As
ferramentas mais utilizadas em Asikli eram feitas de obsidiana,
osso e corno. Análises geoquímicas indicam que a maior parte
do obsidiano veio de Kayırlı e Nenezi, perto do vulcão Mount
Gollu. As casas tinham até três divisões, e os grupos de casas
eram separados por ruas estreitas ou pátios abertos. Não havia
comunicação entre as casas. Não havia portas exteriores, pelo
que o acesso ao interior da casa tinha que ser feito através de
uma espécie de janela alta nas paredes exteriores, o que requer
o uso de escadas. A esperança média de vida era de 25 anos
para as mulheres e até 50 anos para os homens, os mortos
eram enterrados debaixo do chão das suas casas.

8150- O assentamento de Berrobería em Navarra pertence à


cultura Aziliana.

8100- A camada de gelo da Antártida começa a recuar a uma


taxa média de 5 cm por ano, enquanto há movimentos na crosta
continental da Terra que influenciam certas áreas, como o
Báltico, o Árctico e os Grandes Lagos norte-americanos. Com o
fim da Pequena Idade do Gelo, o clima volta a ser mais
temperado, deslocando mais uma vez os grandes rebanhos de
renas para o norte, grupos humanos especializados em caçá-
los os seguirão, colonizando as regiões do norte da Europa.
Quando o clima volta a ser mais agradável, a humanidade se
transforma, controla o meio ambiente para obter maiores
benefícios sem a necessidade de emigrar, e quando são
obrigados a fazê-lo devido a más colheitas, epidemias ou
desastres naturais, já não são pequenos clãs de caçadores,
mas verdadeiras tribos em busca de terras para se assentar.
Síria: osso de animal com duas faces esculpidas. No Monte
Zagro: A aldeia de Ganj Dareh evoluiu para uma povoação
permanente de casas rectangulares de barro, túmulos no
interior da aldeia, vasos e figuras de cerâmica, ferramentas de
pedra polida e cabras domesticadas.

8080- Itália: arte rupestre de Val Camonica. Possível início da


horticultura na Nova Guiné.

8050- Em Tell Mureybit, na Síria, as habitações são já


rectangulares, também feitas de argamassa, por vezes com
paredes interiores pintadas com motivos geométricos. Em
alguns edifícios, talvez santuários (suposição arriscada), há
chifres, crânios e ossos de touros selvagens em pódios ou
embutidos em paredes. Tell Mureybit é um lugar com
características especiais porque não há cabras nem cordeiros,
mas alimentam-se de jumentos selvagens, gazelas, javalis e
lebres. Quanto à agricultura, transportam trigo e cevada de pelo
menos 150 quilómetros para serem plantados à volta da aldeia
e depois deixam-nos crescer selvagens. Em Tell Aswad
(Damasco) as casas são semi-subterrâneas com uma planta
circular, construída de adobe, barro e juncos, e o fato de que
são cultivados cereais que não existem na natureza na área
aponta para uma possível imigração de agricultores em busca
de terra. Os contatos entre grupos são evidentes com o
surgimento de úteis laminados obsidianos da Anatólia no
sudoeste do Irã, ambos territórios distantes um do outro. Nas
áreas costeiras ricas em peixes e mariscos, são estabelecidos
os primeiros grandes assentamentos permanentes. Na África, o
parasita que transmite a malária, plasmodium falciparum, é
transmitido de chimpanzés para humanos.

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RUBEN YGUA

8030- Ásia: emigrantes do continente chegam a Taiwan.


América: em Taperinha, bacia amazônica, fósseis humanos
junto com 400 fragmentos do que parece ser vidros ou
recipientes de cerâmica, feitos com um tipo muito grosso de
areia, sem polimento, pintura nem decoração. Há um intenso
debate sobre a datação desta descoberta, que poderia
antecipar o início da cerâmica americana em vários milênios.

Próximo livro da coleção EVOLUÇÃO

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