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A CIVILIZAÇÃO UNIVERSAL1
1
Tradução livre: Adeodé Geru Rekheru
1
***
A África é o continente que HEGEL e, a partir dele, os ideólogos
modernos excluíram da história. Mesmo Karl MARX. Friedrich ENGELS
pensava que, se os brancos são mais espertos do que os negros, é apenas
porque, sendo pastores, comiam carne e leite!
De deformação em deformação, o continente, mãe da civilização,
passa hoje por onde o espírito nunca brilhou. Como resultado de muitos
trabalhos recentes, seus filhos, que estavam com amnésia, começaram a
recuperar a memória histórica.
Na verdade, a África é o continente que produz os valores da
civilização por excelência. Em três ocasiões, desde a pré-história até o
início dos tempos modernos, a civilização (ciência, tecnologia, filosofia) se
espalhou da África para a Europa em particular, e o resto do mundo em
geral. São essas três etapas que queremos caracterizar brevemente aqui,
mas permanecendo estritamente no campo do rigor científico. Acima de
tudo, trata-se de evitar cair na armadilha ideológica que tantas vezes
denunciamos.
Hominóides e hominídeos
2
Jerold M. LOWENSTEIN, « La génétique des fossiles », in La Recherche n° 148, octobre
1983, pp. 1266-1270.
3
David PILBEAM, « Des primates à l'homme », in Pour la science, mai 1984, pp.34-44.
4
Jerold M. LOWENSTEIN, op. cit., p. 1269.
5
Composição da equipe: J.W.K. HARRIS, University of Pittsburg na Pensilvânia (Estados
Unidos), J.A.J. COWLETT, University of Oxford (Inglaterra) e D. WALTON, Mac Master
University Hamilton, Ontário (Canadá), B.A. Wood, Middelsex Hospital School, Londres
(Inglaterra).
5
6
Yves COPPENS, F. Clark HOWELL, Glynn LI, ISAAC e Richard E.F. LEAKEY, “O Homem
mais Antigo e o Meio Ambiente na Bacia do Lago Rudolf”, em Arqueologia Pré-Histórica e
Série de Ecologia, Kari W. Butzer e Leslie G. Freeman. Ed., Pp. 19-20.
7
De acordo com a biologia molecular, o ramo negróide tornou-se autônomo há 120.000
anos, enquanto os caucasóides e os mongolóides teriam se separado há 55.000 anos (cf.
RUFFIÉ J., De la biologie d la culture, Paris, Flammarion, p. 398). É o contrário do que
afirmam certos antropólogos preocupados com a ideologia, que remontam à origem dos
negróides ao Neolítico, porque, para eles, o ancestral da humanidade deve ser antes o mais
jovem!
7
Matemática
GEOMETRIA
8
“Descobrimos que, entre 17.000 e 18.500 anos atrás - enquanto o gelo ainda cobria
grande parte da Europa - os povos africanos já estavam cultivando safras de trigo, cevada,
lentilha, grão de bico, alcaparras e tâmaras. Eles estavam fazendo isso nas planícies
aluviais do Nilo, da mesma forma que as pessoas continuariam a fazer por mais 13.000
anos, até que a civilização egípcia clássica surgisse, e assim por diante nos tempos
modernos. Além disso, isso é uma indicação de que o surgimento dessa agricultura
diversificada não levou diretamente ao início da vida na aldeia" [Fred WENDORF, Romuald
SCHILD e Angela E. CLOSE, em Science, novembro de 1982, reimpresso por Ivan Van
SERTIMA, em Blacks in science, abril e novembro de 1983, EUA.]
9
Esse fato não deve ter escapado à sagacidade dos egípcios. Quem
pode fazer mais, pode fazer menos. Portanto, é este conjunto de figuras
que Arquimedes considerou sua descoberta mais importante e mais bela, e
que ele escolheu como seu epitáfio; e é este sinal que autentica a
descoberta do túmulo de Arquimedes, em Siracusa, na Sicília, por CÍCERO.
No entanto, Arquimedes não podia ignorar a anterioridade da descoberta
egípcia do mesmo teorema que muito provavelmente utilizou, arranjou e
apresentou a seu modo9. Suas outras ações com relação à ciência egípcia
provam isso. Para falar apenas de certezas: os egípcios transmitem à
posteridade a fórmula exata da superfície da esfera e a "fórmula" exata do
volume do cilindro, calculada com um valor de π=3,1610. Arquimedes ignora
totalmente esses resultados em seu tratado intitulado Da Esfera do
Cilindro, escrito cerca de dois mil anos depois dos papiros matemáticos
egípcios.
O problema n°50 Papiro de RHIND nos dá a área exata do círculo de
diâmetro 9 com um valor de π = 3,16 de acordo com a fórmula:
8
S = ( 9 𝑑)²
𝑑²
equivalente a S=π 4
ou πR².
Arquimedes permanece em silêncio sobre essa "fórmula" em seu
tratado intitulado Da medida do círculo.
Acontece o mesmo, em particular, no que diz respeito ao cálculo do
valor de π, do qual fornece os limites inferior e superior. Finalmente, em
seu tratado intitulado Sobre o equilíbrio dos planos ou seu centro de
gravidade, Arquimedes em nenhum lugar mostra que os egípcios já haviam
dominado a teoria da alavanca de todos os tipos, bem como a do plano
inclinado, antes dele. A balança com corrediças anulares que permitem
9
V.V. STRUVE, Mathematischer papyrus des staatlichen Museums der Schönen Künste m
Moskau (Quellen und Studien zur Geschichte der Mathematik; Abteilung A. Quellen, Banda
I) Berlim, 1930. A observação de CLEMENTE DE ALEXANDRIA, em Stromata, dá uma
ideia da importância desse empréstimo da Grécia ao Egito faraônico: “Um livro de mil
páginas não seria suficiente para citar os nomes de meus compatriotas que usaram e
abusaram do conhecimento egípcio". Na verdade, o "milagre grego", para ser conclusivo,
teria que preceder os contatos com o Egito. Mas não é. A Grécia dificilmente se abrirá para
a ciência e a filosofia até que seja iniciada pelo Egito. Não há ciência e filosofia gregas
anteriores ao contato com o Egito, no século 6 aEC, data das primeiras viagens de THALES
e dos pré-socráticos em geral.
10
V=πR2h. Veja The Rhind Mathematical Papyrus, editado por T.E. PEET, Problema Nº
41.
10
11
Nota de G. DAVIES, Rekh-Mi-Re, p. 1, Livro IV.
12
Nota de G. DAVIES, The Tomb of two Sculptors at Thebes, p. 28.
13
Arquimedes dedica o seu tratado Sobre o Método ao amigo ERATÓSTENES, e revela-lhe
o seu método mecânico (de pesar figuras geométricas) como a fonte oculta das suas
principais “descobertas”. Paul Ver EECKE, The Complete Works of Archimedes, Albert
Blanchard, Paris, 1960. Introdução, p. XLIV-XLV.
14
P. Ver EECKE, op. cit., p. XIV-XV; STRABON, Geografia, trad. de Amédée Tardieu, vol. III,
liv. XVII, pág. 433; DIODORUS OF SICILY, History, vol. II, livro V, cap. XXXVII, pág. 39.
15
"Die Aufgabe Nr. 10 hat uns aber zusammen mit der Formel für die Kugeloberfläche auch
die Formel für den Kreisumfang gebracht", STRUVE, op. cit., p. 177-178.
11
ℎ
V = 3 (a² + ab + b²)
sendo:
a = lado do quadrado de base,
b = lado do quadrado no topo,
h = altura que separa os planos dos dois quadrados.
ℎ
V = 2 (a² + b²)
ℎ
V = π 2 (S + S')
17
P. Ver EECKE, op. cit., p. XXXI. É por essa razão que um sacerdote egípcio disse a DIODORO DA
SICÍLIA que os gregos se apropriaram de todas as ciências aprendidas no Egito assim que voltaram
para casa.
18
PITÁGORAS e PLATÃO, iniciados no Egito, adotaram esse simbolismo dos números.
19
Richard J. GILLINGS, Mathematics in the Time of the Pharaohs, the MIT Press,
Cambridge Massachusetts and London, England, capítulo 20, p. 208
13
dividir um quadrado duplo inicial pela metade. Não se pode encontrar uma
aplicação mais óbvia do teorema do quadrado da hipotenusa no caso mais
geral sem valor mecânico, e isso pelo menos dois mil anos antes do
nascimento de PITÁGORAS. Também parece que os egípcios conheciam
bem os números irracionais. Esta visão é singularmente confirmada pela
definição igualmente geométrica e não aritmética que os egípcios deram
da raiz quadrada: a expressão consagrada, nos textos, é "fazer o ângulo
(reto) de um número". Por exemplo:
- fazer o ângulo (reto) de 9 = 3
- a 2é a hipotenusa do triângulo retângulo isósceles de lado a, por
exemplo:
- fazer o ângulo (reto) de (2a²)= a 2
- fazer o ângulo (reto) de (20,6 2)² [=(20,6)² x 2] = 20,6 2
QUADRADO DO CÍRCULO
TRIGONOMETRIA
360
cosseno α = = 180 côvados
2
14
250
tg α =
180
Em seguida, o escriba inverte essa proporção para determinar a
cotangente:
180 1 1 1
cotg α = =
250 2
+ + 5 50
Ele multiplica esse resultado por 7 para expressar o resultado final
em palmas, porque um côvado = 7 palmos [palmes]. Então, finalmente
temos:
1 1 1 1
cotg α = 7 (
2
+ + 5 50
) = 5 palmos
25
Para o escriba, esse resultado tem o valor de um ângulo porque
permite afirmar que um deslocamento de 5 palmos ao longo do eixo do
cosseno corresponde a uma elevação de um côvado ao longo do eixo do
seno. Muito mais tarde, o círculo trigonométrico de raio unitário será
inventado pela matemática moderna.
20
BORCHARDT L.: Ägyptischer Zeitung 35, pp. 150-152.
15
SÉRIES MATEMÁTICAS
𝑛
𝑅 −1
S = a 𝑅−1
A = a + (n -1) d
sendo:
A = o último termo
a = o primeiro termo
d = diferença comum: 1/8
21
T.E. PEET, The Rhind Mathematical Papyrus, p.78
16
(1, 2, 3, 4)
Forma da alma: tétrade, tetraktys, números quadrados.
(3, 5, 7)
Gnômons: série de números ímpares.
17
AlGEBRA
𝑋
𝑥+ 7
= 19
b) Os números 28 e 29. O número 28 é o seguinte: se em um
determinado número (qualquer), somamos 2/3 e, dessa soma, subtraímos
1/3, sobraram 10, qual é esse número?
A equação de primeiro grau correspondente é:
22
Ferdinand HOEFER, History of mathematics, Librairie Hachette, Paris, 1985 (4ª ed.),
Pp. 99, 129-130.
23
R.J. GILLINGS, op. cit., T.E. PEET, problemas n°24 a 34 (op. cit.)
18
2𝑋 1 2𝑥
𝑥+ 3
− 3
(𝑥 + 3
) = 10
2 1
( 3
+ 10
)𝑥 = 10
I { 𝑋² + 𝑌² = 100
4𝑋 − 3𝑌 = 0
II { 𝑋² + 𝑌² = 400
4𝑋 − 3𝑌 = 0
3 9
𝑥² + 𝑌² = 100 → 𝑌 = 4
𝑥 → 𝑋² + 16
𝑥² = 100
24
Idem.
19
PONDERAÇÕES DE QUANTIDADES
ARITMÉTICA
1 1 1 1 1
de um talento de dinheiro = 352+ + + +
7 2 17 34 52
dracmas
25
Idem, p.181.
26
Maurice CAVEING, Formation du type mathématique de l'idéalité dans la pensée
grecque, CNRS, Paris.
20
1967, nos Estados Unidos, um computador foi programado para fazer todas
as decomposições possíveis - um total de 22.295 formas. Se o escriba
proceder pela teoria, dentre essas dezenas de milhares de formas, ele
escolherá apenas as 49 formas mais simples e elegantes, caso em que não
será derrotado pela máquina eletrônica do século XX, construída quatro
mil anos depois dele. No entanto, foi esse o caso: “Podemos concluir
alhures que, nesta divisão, o computador não encontrou uma decomposição
superior à dada pelo antigo escriba"27.
O método utilizado envolve todas as leis da aritmética elementar,
cujo estudo não é possível ampliar aqui.
Lembre-se de que, enquanto o estado grego ateniense
tradicionalmente perseguia filósofos e estudiosos, o estado egípcio
sempre favoreceu o desenvolvimento da ciência, da filosofia e das letras.
Tanto que, na Grécia continental, ciência, filosofia e estado
permaneceram antinômicos quase até o final da história das
cidades-estado indo-europeias, já no Egito, ciência e estado eram
inseparáveis.
A maioria dos cientistas que fizeram a reputação científica da Grécia
foram perseguidos e fugiram deste país para buscar refúgio no Egito.
Quase todos eles fizeram uma viagem de formação ao Egito.
ANAXÁGORAS, SÓCRATES, ARISTÓTELES, PLATÃO foram perseguidos ou
então fugiram de Atenas para escapar da perseguição. ARISTÓTELES não
hesita em testemunhar que, se os sacerdotes egípcios chegaram a tal nível
da ciência teórica e especulativa, é porque são imunes às necessidades
materiais. Precisamente graças ao Estado a que estão atrelados.
CALENDÁRIO EGÍPCIO
27
["We can conclude that, in this division as elsewhere, the computer dit not find a
decomposition superior to that given by the ancient scribe"].R.J. GILLINGS, op. cit., p.52.
28
Cheikh Anta DIOP, « La métallurgie du fer sous l'ancien Empire », in Bulletin de l’IFAN,
tome XXXV, série B, n° 3, Dakar, 1973.
21
África29. Por outro lado, agora sabemos que em 4236 AEC, os egípcios já
haviam inventado um calendário baseado na ascensão heliacal de Sothis,
ou Sirius (a estrela mais brilhante do céu), e cuja periodicidade é de 1.460
anos.
Na verdade, os egípcios conheciam os dois anos: 365 dias e 365 dias
mais um quarto. O primeiro é composto por 12 meses de 30 dias = 360,
mais os cinco dias epagômenos reservados para o nascimento dos cinco
deuses egípcios: Osíris, Hórus, Set, Ísis e Néftis. Segundo o LEPSIUS, os
egípcios também inventaram a hora de 60 minutos.
Assim nasceu Osíris, mitologicamente falando, na noite de 25 para
26 de dezembro, como mais tarde Cristo, a quem podemos assemelha-lo
neste caso e em muitos outros. Mas os egípcios sabiam que o ano civil de
365 dias era um quarto de dia mais curto que o ano solar. Portanto, a cada
ano, há uma diferença de um quarto de dia entre esses dois anos e um dia
inteiro a cada quatro anos.
Os egípcios podiam, portanto, a partir do quarto milênio AEC, criar o
ano bissexto. Mas, algo extraordinário, eles preferiram seguir essa
defasagem por 1.460 anos para adicionar um ano inteiro em vez de um dia
a cada quatro anos. Na verdade, este período de 1.460 anos é o tempo que
separa duas elevações heliacais de Sothis sob a latitude de Mênfis. Mênfis
é apenas um marco geográfico moderno que provavelmente distorce
ideias, porque o calendário certamente não foi inventado nesta latitude
onde o dilúvio é quase imperceptível. A ascensão heliacal de Sothis (de
uma estrela) é a ascensão simultânea com o sol. Até NEUGEBAUER, que é
um grande detrator da ciência egípcia, escreve sobre o calendário civil
egípcio como "o mais inteligente que o homem jamais inventou"30, e
GILLINGS acrescentou:
29
Cheikh Anta DIOP, "Rumo a um questionamento da Idade do Ferro na África" [Vers
une remise en question de l'âge du fer en Afrique] , in Notes Africaines IFAN, n°152, outubro
de 1976.
30
“Este calendário”, escreve NEUGEBAUER, “é de fato o único calendário inteligente que já
existiu na história humana”.[«This calendar», writes NEUGEBAUER, «is indeed the only
intelligent calendar which ever existed in human history»] 0. NEUGEBAUER, The Exact
Sciences in Antiquity, Harper New York, 1962, p. 81, citado por GILLINGS, op. cit., p. 235.
31
N.d.T: "is simpler even than the 'perpetual calendar' which, though recommended for
worldwide use by astronomers, seems condemned to remain forever in some official
pigeon-holes in all countries".
22
"Esses dois calendários (de 365 e 365 1/4 dias), existindo lado a lado,
acredita-se, da época do primeiro faraó do alto e do baixo Egito, eram a
organização de calendário mais científica que já foi usada pelo homem."32
"Assim, até aos dias de hoje, com o calendário sideral egípcio, que
muito bem poderia ser revivido, a humanidade, em todo o caso a África, tem
uma escala cronológica absoluta perante a qual a era cristã, a hégira, as
várias referências são bastante relativas".33
32
N.d.T: "These two calendars (of 365 and 365 1/4 days) existing side by side from, it is
thought, the time of the first pharaoh of upper and lower Egypt, was the most scientific
organization of calendar which has yet been used by man".
Nota do Autor: J.W.S. SEWELL, “Os calendários e cronologia”, em The Legacy of Egypt,
S.R.K. Editor de Glanville, Oxford University Press, London, 1963, p.7, citado por
GILLINGS, p.236.
33
Cheikh Anta DIOP, Civilisation ou Barbarie, Présence africaine, Paris, 1981, p.356.
23
"O modelo chamou minha atenção por ser muito parecido com os
modelos de avião que eu costumava fazer há cerca de 20 anos. Foi descoberto
em Saqqara, em 1898, e é feito de madeira Sycomore."36
34
Op. Cit., p.77.
35
Op.cit. p.92-99.
36
N.d.T.: [The model attracted my attention as it was very much like the aeroplane models 1
used to make some 20 years ago. It was discovered in Saqqara, in 1898, and is made of
Sycamore wood].
Nota do Autor: Ivan van SERTIMA, p. 92. Udjat = Olho de Horus.
24
MEDICINA
37
Cf. Cheikh Anta DIOP, Civitisation ou Barbarie, op. cit.,cap.17.
25
38
Charles FINCH, “The African background of Medical Science” em Blacks in Science,
op. cit., p.152
39
Bruce WILLIAMS, Oriental Institute of Chicago.
40
N.d.T.: Maulana Karenga no seu livro THE HUSIA traduz como Diálogo com a Alma.
26
TEMPOS MODERNOS
41
LENORMANT, Les Civilisations de l'Orient, vol. III, p. 100.
27
CONTRIBUIÇÃO ÁRABE
42
AL-KHWARIZMI deu a palavra "algarismo": cálculo.
32
43
De Mérimide: dinastia marroquina.
33
BIBLIOGRAFIA
F. LENORMANT, Histoire ancienne de l'Orient, Livre III, page 100.