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HISTÓRIA DA HOMINIZAÇÃO ÀS
PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES
CAPÍTULO 2 - COMO OS HOMINÍDEOS
CONQUISTARAM O PLANETA?
Fernando Silva de Almeida

INICIAR

Introdução
Neste capítulo, conheceremos diversas características dos primeiros hominídeos que
povoaram nosso planeta. Quais foram essas espécies? Como as populações humanas
mudaram o modo de vida nômade e se tornaram sedentárias? Quais eram as
características principais das primeiras cidades que surgiram no Oriente Antigo?
Esses questionamentos são importantes, pois se referem aos primeiros momentos
da história humana, que compreendem um gigantesco período de mais de 7 milhões
de anos, muito mais difíceis de se compreender – em função das fontes documentais
disponíveis – do que o período posterior à invenção da escrita. Sendo assim,
apresentaremos aqui alguns tópicos que auxiliarão na compreensão de alguns
desses processos.
Abordaremos no primeiro tópico deste capítulo os debates e as evidências dos

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primeiros hominídeos que ocuparam o planeta e que são os antepassados dos seres
humanos modernos. Trataremos no segundo tópico algumas problemáticas sobre a
dispersão dos primeiros hominídeos para fora do continente africano e algumas
intepretações sobre a chegada dessas populações em vários cantos do planeta.
Descreveremos, no terceiro tópico, alguns processos que ocorreram durante os
últimos 10 mil anos, os quais ocasionaram grandes mudanças no modo de vida do
ser humano. Por fim, no quarto tópico, relataremos alguns dos principais processos
históricos ocorridos na Mesopotâmia (do grego meso = no meio de; potânia = rio),
portanto, “[terra] entre rios” (MICHAELIS, 2018) durante a História Antiga.
Acompanhe com atenção e bons estudos!

2.1. Principais debates sobre os


primeiros hominídeos
Neste tópico, abordaremos algumas das principais discussões sobre os primeiros
hominídeos que surgiram ao longo da Pré-História. As espécies citadas aqui possuem
características que as inserem no quadro geral da evolução de nossa espécie e que
demonstram o processo histórico que transformou esses hominídeos com pouca
capacidade cerebral e pequena estatura em espécies mais evoluídas, que ocuparam
diversas partes do globo. Apresentaremos as principais espécies que fazem parte
desse longo período de tempo e desconsideraremos outras que ainda são motivos de
debate entre os especialistas e não se confirmaram ainda como as que fazem parte
da linhagem originária do ser humano moderno.
O livro mais famoso de Charles Darwin, “A origem das espécies”, publicado
inicialmente em 1859, causou um grande impacto na comunidade científica e
religiosa do século XIX ao afirmar que as espécies pertencentes a um mesmo gênero
são sucessoras de outras já extintas. Dessa maneira, o ser humano começou a ser
visto como uma espécie que não era o resultado de uma construção divina, mas sim
de um processo evolutivo. Esse foi um momento histórico muito importante durante
esse período, pois despertou o interesse no estudo de vestígios mais antigos
relacionados à origem do ser humano.

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A ideia apresentada por Darwin (1859) só começou a ser aceita à medida que os
fósseis de hominídeos mais antigos começaram a ser encontrados em vários lugares
da África e da Europa. Entre as primeiras descobertas, podemos citar como exemplo
a calota craniana de um Neandertal, descoberta em 1856, no vale do rio Neander. Em
relação à origem da nossa espécie e ao restante dos hominídeos já conhecidos, a
hipótese mais aceita pela comunidade científica – baseada em evidências sólidas – é
que surgiram na África.

VOCÊ SABIA?
No estudo “Complete Khoisan and Bantu genomes from southern Africa” (SCHUSTER; MILLER; HAYER,
2010), publicado na revista Nature, foi comparado o DNA dos povos caçadores-coletores sul-africanos
do deserto de Kalahari e dos povos Bantu, reforçando a teoria de que os seres humanos modernos
têm sua origem na África. Os resultados indicaram a existência de uma maior diversidade genética
entre esses grupos culturais, confirmando que são a população mais antiga, enquanto europeus e
asiáticos seriam descendentes de uma população que saiu da África há dezenas de milhares de anos.

Atualmente, sabemos que essa antiguidade compreende um período de mais 7


milhões de anos, muito mais recuado do que se imaginava. Como principais
descobertas (FUNARI; NOELLI, 2002), podemos citar a identificação de inúmeros
fósseis, entre eles: Sahelanthropus tchadensis (7 milhões de anos), Orrorin tugenensis
(6 milhões de anos), Ardipithecus ramidus kadabba (5 milhões e meio de anos),
Ardipithecus ramidus ramidus (4 milhões e meio de anos), Australopithecus anamensis
(4 milhões de anos), Australopithecus afarensis (3 milhões e meio de anos),
Australopithecus africanus (3 milhões de anos), Paranthropus aethiopicus (2 milhões e
meio de anos), Paranthropus boisei (2 milhões de anos) e o Paranthropus robustus (1
milhão e 800 mil anos). No fim desse período, há o surgimento das espécies do
gênero Homo, como o Homo rudolfensis (2 milhões de anos), Homo habilis (1 milhão e
800 mil anos), Homo erectus (1 milhão e 800 mil anos), Homo heidelbergensis (500 mil
anos), Homo sapiens (300 mil anos) e o Homo neanderthalensis (150 mil anos).
Veja, na figura a seguir, essa evolução:

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Figura 1 - Quadro cronológico da evolução humana, com a representação das principais espécies de
hominídeos que antecederam o ser humano moderno. Fonte: Elaborada pelo autor, adaptada de
FUNARI; NOELLI, 2002.

O período que se estende de 2 milhões até 10 mil anos atrás é considerado o mais

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importante da evolução humana, pois foi quando houve muitas mudanças


biológicas, as quais transformaram os primeiros hominídeos na espécie que somos
hoje. Vale lembrar que o Homo sapiens não é uma espécie descendente dos macacos,
mas que estes e os seres humanos possuem uma ancestralidade em comum. Ainda
não sabemos qual seria esse ancestral, pois os restos encontrados até hoje são
poucos e não permitem uma associação precisa. Nesse sentido, ao longo deste
tópico, citaremos algumas descobertas importantes na história da evolução de nossa
espécie.

VOCÊ O CONHECE?
Louis Leakey e sua esposa Mary Leakey trabalharam na África e foram responsáveis por algumas das
principais descobertas de hominídeos em tal continente. O casal contribuiu, principalmente, para
comprovar que a espécie humana surgiu na África, e não na Ásia, como se pensava até então. Louis Leakey
foi também o pesquisador responsável pela descoberta dos primeiros fósseis de Homo habilis, enquanto
Mary Leakey desenterrou fósseis de Paranhropus boisei e argumentou que os primeiros hominídeos eram
bípedes há milhões de anos (PASSOS, 1975).

Um dos grupos mais antigos de hominídeos que já existiram é o Australopithecus


(PASSOS, 1975). Eles eram bípedes, possuíam feições de símios, dentes molares
desenvolvidos e habitavam principalmente ambientes abertos. A mais conhecida das
descobertas foi denominada como Lucy, um fóssil de Australopithecus afarensis
encontrado na Etiópia. Entretanto, a maioria dos fósseis encontrados até hoje
pertence à espécie Australopithecus africanus. Evidências indicam que eles possuíam
prognatismo acentuado, mediam aproximadamente 1,50 metro de altura e, apesar
de comerem vegetais, eram predominantemente carnívoros. Além disso, sua
locomoção bípede e a postura ereta possibilitavam a fabricação de instrumentos de
pedra e osso, encontrados com seus fósseis.
No grupo dos Paranthropus, podemos citar como uma das espécies mais conhecidas
os hominídeos Paranthropus robustus,   também conhecidos como Australopithecus
robustus   (PASSOS, 1975). Algumas das suas características principais eram a face

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larga e maciça, o nariz chato, o prognatismo pouco acentuado e o maxilar inferior


forte. Sua arcada dentária indicava uma alimentação composta principalmente por
vegetais e uma pequena porcentagem de consumo de carne. Eles mediam
aproximadamente 1,50 metro de altura, possuíam uma musculatura bem
desenvolvida e um andar mais vagaroso e, ao que tudo indica, não eram grandes
caçadores.
Em relação ao gênero Homo, podemos citar os Homo habilis. Esses hominídeos foram
descobertos na década de 1970 (PASSOS, 1975), na Garganta de Olduvai, na
Tanzânia. Sua denominação derava dos artefatos de pedra lascada, encontrados em
grande quantidade junto aos fósseis, sendo um dos registros mais antigos de
produção de ferramentas. Eles possuíam uma dieta diversificada, composta por
carnes, frutos e vegetais. Alguns pesquisadores acreditam que seriam uma variação
do Australopithecus, por possuírem características morfológicas similares e, por isso,
não seriam avançados ao ponto de serem incluídos no gênero Homo.
Os Homo erectus situam-se entre o Australopithecus e o Homo sapiens. Alguns
pesquisadores, como Passos (1975), acreditam que esses hominídeos seriam uma
espécie que se desenvolveu a partir do Australopithecus, enquanto outros
estudiosos acreditam que foi a partir do Homo habilis. Eles surgiram na África e
também ocuparam a Europa e a Ásia, tendo sobrevivido neste último continente
mais do que em qualquer outro lugar. Possuíam aproximadamente 1,60 metro de
altura, apresentavam uma redução dos molares e caninos menores, e sua estrutura
facial se assemelhava muito mais ao Homo sapiens. A estrutura óssea permitia mais
equilíbrio em pé e caminhadas mais longas. Eles produziam instrumentos em pedra
e caçavam grandes animais.
A calota craniana do primeiro Homo erectus encontrado possuía uma capacidade
entre 775 e 900 cm³, demonstrando uma evolução considerável quando comparada
com fósseis de espécies mais antigas, embora outros dessa espécie apresentassem
capacidade craniana variando entre 900 e 1.200 cm³ (MARCONI; PRESOTTO, 2001). O
Homo erectus pekinensis (Homem de Pequim) foi uma das mais importantes
descobertas na Ásia. Diversos fósseis dessa espécie foram encontrados na caverna de
Zhoukodian, indicando que estiveram nessa região há aproximadamente 700 mil
anos e representaram algumas dezenas de indivíduos, bem como muitos mamíferos
de grande porte, além de claras evidências do uso do fogo e da fabricação de

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instrumentos de pedra, com uma perícia técnica mais apurada do que os


instrumentos produzidos anteriormente.
Os Homo sapiens neanderthalensis surgiram há aproximadamente 150 mil anos, tendo
seu apogeu estimado entre 70 e 40 mil anos atrás (MARCONI; PRESOTTO, 2001).
Foram encontrados em vários lugares da Europa, Ásia e África. Eram hominídeos
pequenos, com aproximadamente 1,50 metro de altura, com cérebro mais volumoso
do que o homem moderno (1.500 cm³, aproximadamente). Sua estrutura facial era
maciça, com o rosto proeminente, nariz largo e comprido, e com o maxilar inferior
largo e afundado. Eles tinham uma grande capacidade muscular, e o esqueleto era
mais volumoso do que o ser humano moderno, com ossos mais espessos e pesados.
As mãos e os pés eram largos, e os dedos eram robustos. Viveram principalmente em
cavernas ou abrigos rochosos, usaram o fogo, praticaram a caça e a coleta e
aperfeiçoaram bastante as técnicas de produção de instrumentos em pedra lascada,
osso e madeira. Foi a primeira espécie a utilizar ossos para produzir instrumentos
musicais, utilizavam peles de animais como vestimenta e enterravam seus mortos.
O problema do desaparecimento do Homem de Neandertal é ainda hoje um
fenômeno sem explicação. Um dos últimos refúgios foi localizado no sul da Espanha,
e as datações indicam que habitaram essa região aproximadamente há 30 mil anos.
Alguns pesquisadores argumentam que esse hominídeo não teria convivido com o
Homo sapiens, enquanto outra teoria propõe que houve processos de miscigenação.
Recentes descobertas na Croácia apontam para uma possível miscigenação entre os
dois grupos, assim como o Menino do Lapedo, encontrado em Portugal (MARCONI;
PRESOTTO, 2001). Essa descoberta se refere a uma criança de quatro ou cinco anos,
morta há́ mais de 25 mil anos, que possuía traços de Neandertais e humanos
modernos.
Em relação ao Homo sapiens primitivos, citamos alguns achados, como o Homem de
Kibish (na Etiópia), o Homem de Vertesszöllös (na Hungria) e o Homem de
Swanscombe (na Inglaterra). A datação mais antiga se refere aos fósseis do sítio
Jebel Irhoud, no Marrocos, com uma datação de aproximadamente 300 mil anos
atrás, e dos fósseis Omo I e Omo II, que habitaram o atual território da atual Etiópia
há 195 mil anos. Esses hominídeos se diferenciavam, pois apresentavam
características de seres humanos modernos, porém com alguns traços de
hominídeos mais antigos. As descobertas associadas a essa subespécie indicam que

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possuíam cérebros grandes: a análise dos crânios de Swanscombe indicava um


volume de aproximadamente 1.300 cm³ (MARCONI; PRESOTTO, 2001), enquanto os
homens de Kibish possuíam uma capacidade craniana de 1.400 cm³ (DAY, 1969),
fabricavam instrumentos de pedra, manipulavam o fogo e, em vários casos, foram
encontrados em associação com animais de grande porte, indicando atividades de
caça especializada.

VOCÊ QUER VER?


O filme A guerra do fogo (BRACH, 1981) aborda um período pré-histórico anterior ao uso da linguagem tal
qual a conhecemos. Ao longo da película, são mostradas interações entre distintos hominídeos e a relação
existente entre eles. Trata-se de um exemplo interessante para quem quer conhecer um pouco mais da
história dos antepassados humanos.

O último grupo de seres humanos conhecidos atrás do estudo de fósseis é


denominado de Cro-Magnon. Acredita-se que estão entre os fósseis de Homo sapiens
mais antigos encontrados na Europa e apresentavam características de seres
humanos modernos (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Viveram entre 35 e 10 mil anos
atrás, habitaram a Europa, Ásia e África, chegando mais tarde à América e Austrália.
Apresentavam caixa craniana de 1.200 a 1.600 cm3, e altura que alcançava até 1,86
metro. O rosto era reto, com nariz desenvolvido e mais fino, e a testa larga. Possuía
forte mandíbula, estrutura robusta e esqueleto bem construído. A tecnologia
material foi a mais avançada entre todas as espécies de hominídeos, e a capacidade
criativa deu origem às extraordinárias pinturas e gravuras rupestres encontradas em
diversos lugares do planeta. Eram hábeis caçadores e coletores e, com o passar do
tempo, desenvolveram outras técnicas baseadas em atividades de forrageio e
horticultura.

2.2. Hipóteses sobre a saída dos


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primeiros hominídeos da África e sua


dispersão pelo mundo
Os hominídeos que fizeram parte do gênero Homo, como o Homo habilis, Homo
erectus e o Homo sapiens, ocuparam outras partes do planeta, diferentemente de
espécies como os Australopithecus e Paranthropus, que habitaram somente o
território africano (SANTOS, 2014). Neste tópico, abordaremos alguns dos processos
associados à migração dessas espécies para fora da África, em direção à Ásia e
Europa. Posteriormente, apresentaremos algumas discussões sobre a chegada do
Homo sapiens sapiens à Austrália e ao continente americano.
A discussão sobre esses fenômenos é um elemento importante no desenvolvimento
deste tópico, pois aqui explicamos o processo de dispersão que levaram os
hominídeos a diferentes ambientes onde, com o passar do tempo, foram
modificados pela ação humana e transformados nas primeiras cidades conhecidas
do mundo antigo.
Para dividir os períodos da Pré-História humana, os instrumentos de pedra lascada
produzidos pelos primeiros hominídeos e encontrados em sítios arqueológicos
foram classificados no início do século XX pelos europeus conforme diferentes
morfologias, técnicas de produção e períodos em que foram produzidos. Dessa
forma, a cronologia da Pré-História foi dividida entre o período Paleolítico (idade da
pedra lascada) e o Neolítico (idade da pedra polida) (FUNARI; NOELLI, 2002). Não há
um consenso e uma definição precisa sobre a cronologia desses momentos, porém,
de uma maneira geral, costuma-se chamar de Paleolítico Inferior o período que vai
de 2 milhões e meio de anos até 300 mil anos atrás, seguido do Paleolítico Superior,
que se estende até 10 mil anos atrás. Já o Neolítico se situa entre 10 mil e 4 mil anos
atrás, aproximadamente, e se refere ao surgimento das primeiras civilizações.
A cultura material associada ao período Paleolítico se baseia, principalmente, na
produção de instrumentos de pedra lascada, o material arqueológico mais comum
de se encontrar nos sítios arqueológicos pré-históricos. O conjunto de diversos
artefatos encontrados em um sítio é chamado de indústria lítica. Esses artefatos
foram fabricados por diferentes hominídeos, como o Australopithecus africanus, Homo
habilis, Homo erectus, Homo sapiens neanderthalensis e Homo sapiens sapiens
(MARCONI; PRESOTTO, 2001). 

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Figura 2 - Instrumento lítico


Acheulense. Fonte: Diego Barucco, Shutterstock, 2018.

A indústria lítica é definida pela utilização de diferentes técnicas de fabricação de


instrumentos com distintas morfologias, incluindo machados, raspadores, pontas de
flecha e de lança, lascas e lâminas de corte, entre outros, que poderiam ter sido
fabricados também em osso e em madeira (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Como
exemplos, citamos a cultura Musteriense, que se refere à produção de distintos
instrumentos de pedra, como pontas, facas e raspadores, que foram fabricados pelo

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Homo sapiens neanderthalensis, e a cultura Solutrense, caracterizada principalmente


pela perícia técnica aplicada às pontas de projétil com morfologia foliácea,
produzidas pelo Homo sapiens. Outras culturas presentes em distintos períodos do
Paleolítico são a Olduvaiense, Acheulense e Magdaleniense.
Com base na leitura deste e-book, podemos afirmar que todas as espécies de
Australopithecus, o gênero Paranthropus e o Homo habilis foram encontrados na
África, assim como algumas das indústrias líticas do Paleolítico Inferior, como a
cultura Olduvaiense (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Por outro lado, hominídeos como
o Homo sapiens neanderthalensis, Homo erectus e o Homo heildelbergensis
desenvolveram artefatos característicos ao habitarem os continentes europeu e
asiático, e muitas dessas culturas podem ter sido precursoras de outras encontradas
em outros continentes. A indústria lítica Acheulense, por exemplo, tem seus
conjuntos mais antigos encontrados na África, porém foi definida a partir de um sítio
arqueológico encontrado na França (Saint-Acheul) e é comum ser encontrada no
continente europeu.
Essas culturas arqueológicas nos trazem evidências da produção dos mesmos
instrumentos em diferentes regiões do planeta e demonstram alguns das primeiras
evidências de migração ocorridas no passado. As indústrias líticas e os fósseis
humanos são as principais evidências que comprovam esses fenômenos e estão
relacionadas à dispersão de diversos hominídeos pelo mundo, como o Homo erectus,
na Ásia. Existem evidências científicas desse hominídeo encontradas no Cáucaso e
em Israel, datadas em aproximadamente 1,6 milhão de anos atrás, e os fósseis e
materiais líticos de Homo erectus que habitaram a China há aproximadamente 2
milhões de anos (MARCONI; PRESOTTO, 2001).
Em relação aos dados existentes sobre a dispersão do Homo sapiens sapiens para fora
da África, sabemos que esse processo migratório deve ter ocorrido há
aproximadamente 60 mil anos. Contudo, há novas evidências que sugerem a
ocorrência de outro processo migratório, que ocorreu por volta de 125 mil anos, com
base nas pesquisas científicas que aconteceram no sítio arqueológico Jebel Faya, nos
Emirados Árabes Unidos (ARMITAGE et al., 2011). Esses dados são significativos, pois
recuam ainda mais o período de entrada do Homo sapiens sapiens em outros
continentes e sugerem que o contato com outros hominídeos ocorreu muito antes do
que se imaginava.

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As principais hipóteses sobre a chegada do Homo sapiens à Austrália indicam que


esse processo migratório ocorreu entre 50 mil e 60 mil anos atrás. Contudo, novas
pesquisas publicadas na conceituada revista científica Nature indicam que homens
modernos já habitavam o continente australiano há 65 mil anos (CLARKSON, 2017).
Essas evidências reforçam ainda mais a ideia de que os processos migratórios para
fora do continente africano poderiam ter ocorrido em períodos mais antigos do que
afirmam as pesquisas, desmistificando a ideia de que somente em períodos mais
recentes o Homo sapiens poderia ter realizado grandes travessias, tanto marítimas
quanto terrestres.
Em relação à presença de outros hominídeos na América, novos dados sempre têm
trazido novas problemáticas e hipóteses: há publicações que afirmam, por exemplo,
que o Homo erectus ocupou a América ou que o Brasil teria sítios arqueológicos de
mais 70 mil anos atrás. Contudo, até o momento, não há dados coerentes e ninguém
da comunidade científica internacional considera a validade dessas teorias. Sendo
assim, os dados presentes até o momento comprovam que o Homo sapiens sapiens
foi o primeiro e único hominídeo a ocupar a América (FUNARI; NOELLI, 2002).
A principal hipótese sobre a chegada do Homo sapiens à América, defendida pela
grande maioria dos pesquisadores que estuda a Pré-História americana, diz respeito
à entrada das primeiras populações pelo Estreito de Behring, uma região localizada
entre a Ásia e América do Norte. Essas populações teriam chegado ao continente em
um dos três últimos períodos de glaciação, que ocorreram em três momentos
distintos: em 40 mil, 25 mil e 14 mil anos atrás, aproximadamente. A cultura
arqueológica mais conhecida e que por muito tempo foi considerada a primeira na
América é a Cultura Clovis, caracterizada pelas pontas de projétil produzidas em
pedra lascada. Esse modelo seria, então, a principal hipótese que explicaria o
povoamento inicial do continente.
Além dessa hipótese, outros dados sugerem que esse processo ocorreu muito antes
do que prevê o modelo da Cultura Clovis e, inclusive, pode ter sido iniciado a partir
de outras rotas migratórias. Desde a década de 1970, por exemplo, a arqueóloga
Niède Guidon foi a responsável pelas pesquisas arqueológicas realizadas no sítio
Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí (GUIDON, 1991). Essa pesquisadora argumentou
sobre a possibilidade dos primeiros seres humanos terem chegado à região há 50 mil
anos e utilizado outras rotas. Entretanto, a maioria dos pesquisadores não aceita um

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período tão antigo, argumentando que as fogueiras antigas e as pedras lascadas


identificadas nessas pesquisas seriam naturais ou até produzidas por macacos-
prego.
Somente a partir dos anos 2000 é que alguns estudos foram retomados, e
pesquisadores têm obtido evidências incontestáveis sobre a chegada das primeiras
populações à América do Sul, que ocorreu em períodos bem mais recuados do que
se imaginava – como é o caso, por exemplo, das datações de mais de 20 mil anos no
Vale da Pedra Furada, no Piauí (BOEDA et al., 2014), e em Santa Elina, no Mato Grosso
(VIALOU; VIALOU, 2009). Esses dados possuem mais validade e cada vez mais têm
sido aceitos pela comunidade científica. Na América do Norte, também foram
encontrados sítios arqueológicos – como o sítio Bluefish Caves, em Yukon, no Canadá
– com datas que alcançam até 24 mil anos.
Outra problemática sobre a arqueologia brasileira é a descoberta de Luzia, um fóssil
de Homo sapiens de 10 mil anos atrás encontrado em Minas Gerais. Uma das
características mais interessantes dessa descoberta é o fato de que seu crânio se
distingue da morfologia craniana das populações indígenas que ocuparam o
continente. Essas diferenças foram exploradas pelo arqueólogo Walter Neves,
responsável pela criação do modelo dos dois componentes biológicos principais
(NEVES; BERNARDO; OKUMURA, 2007), baseado na análise da variabilidade
morfológica dos crânios de populações nativas extintas.

VOCÊ QUER LER?


Pré-História do Brasil, escrito por Pedro Paulo Funari e Francisco Silva Noelli, é um excelente texto didático
que introduz o leitor às principais discussões sobre a Pré-História do continente americano e,
principalmente, do atual brasileiro. Os dados utilizados são coerentes e as discussões apresentadas ainda
são atuais.

Os grupos nativos americanos se dividiram em dois padrões: o primeiro foi o


paleoamericano, com registros arqueológicos distintos e morfologia semelhante às

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encontradas em populações africanas e australianas; já a segunda morfologia,


denominada como mongoloide, caracterizou os grupos que se tornaram dominantes
entre as populações nativas da América (NEVES; BERNARDO; OKUMURA, 2007). O
modelo sugere que teriam ocorrido dois eventos migratórios para o continente,
sendo um associado às populações com traços morfológicos semelhantes à Luzia e
outro com as populações com traços morfológicos semelhantes às populações
indígenas atuais.

2.3. Do nomadismo ao sedentarismo


Neste tópico, apresentaremos algumas discussões sobre o processo que levou os
seres humanos a transformarem o modo de vida que era centrado na caça, na coleta
e na alta mobilidade, em um modo de vida sedentário, que passou para a formação
de assentamentos permanentes e na realização de atividades agrícolas e pastoris em
algumas regiões do Oriente Próximo. Nosso objetivo é introduzir mudanças que
ocorreram na história humana durante os últimos 10 mil anos em ambientes como a
Mesopotâmia.
Enquanto no período Paleolítico apareceram diferentes hominídeos nos continentes
africanos, europeus e asiáticos e surgiram inúmeras culturas arqueológicas
caracterizadas pelos instrumentos de pedra lascada (como vimos nos tópicos
anteriores), no Neolítico houve uma grande transformação no modo de vida das
populações humanas em um “curto” espaço de tempo, considerando que estamos
falando de milhares de anos. A história do Brasil, por exemplo, possui um pouco mais
de 500 anos e, quando comparamos com a Pré-História, percebemos que nossa
história é ainda bem recente.

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Figura 3 - Os
povos nômades pré-históricos tinham sua cultura e sociedade embasada na caça, como podemos ver na
arte rupestre, que representa uma cena típica. Fonte: Dmitry Pichugin, Shutterstock, 2018.

Nos primeiros momentos da história humana, o Homo sapiens foi


predominantemente caçador e coletor. Houve momentos em que os recursos
necessários para a sobrevivência eram obtidos a partir da utilização de outras
estratégias, como o aproveitamento dos restos de alimentos deixados por animais
selvagens ou o canibalismo que, apesar de já ter sido praticado por questões

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simbólicas, pode ter sido exercido em função da própria necessidade de se obter


recursos necessários à sobrevivência. Contudo, na maior parte da Pré-História, as
populações desenvolveram como principais fontes de subsistência as estratégias de
caça e de coleta de alimentos (MARCONI; PRESOTTO, 2001).
Até o surgimento do comércio, a alimentação que os primeiros hominídeos tinham à
disposição se limitava à distribuição natural dos recursos. As populações eram
pequenas e então caçavam e coletavam o que existia no ambiente em que viviam. A
mobilidade desses grupos dependia, muitas vezes, de movimentos sazonais,
orientados para a procura de áreas onde existiam os principais recursos de
subsistência. Ao longo da Pré-História, encontramos exemplos de populações que
consumiam recursos marinhos durante uma época do ano e, em outra, precisavam
se deslocar para áreas onde caçavam pequenos animais; em outros casos, esses
grupos habitavam regiões cuja distribuição de recursos não apresentava variações ao
longo do ano (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Dessa maneira, os seres humanos
possuíam distintas características de mobilidade e territorialidade e puderam manter
a caça e a coleta como um dos principais meios de subsistência.
Por outro lado, alguns sítios arqueológicos que foram ocupados entre o fim do
Paleolítico Superior e o início do Neolítico apresentam algumas evidências da
mudança de um modo de vida baseado na caça e na coleta para a realização de
atividades que indicam os primeiros processos de sedentarização do Homo sapiens.
Esse é o caso dos sítios arqueológicos da cultura Natufiana, encontrados na Palestina
(MARCONI; PRESOTTO, 2001). Esses povos podem ter sido os antepassados daqueles
que formaram os primeiros núcleos urbanos e as primeiras civilizações durante a
história da Mesopotâmia, e em seus sítios foram observados vestígios materiais que
sugerem a realização de distintas atividades culturais, por exemplo: a produção de
instrumentos líticos, sugerindo a realização de atividades ligadas à produção de
alimentos, além de outras evidências arqueológicas que indicam a existência de
práticas inéditas durante o período, como a domesticação de animais e o cultivo de
cereais.

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Figura 4 - As cenas cotidianas dos povos caçadores-coletores eram retratadas em pinturas e, por meio
delas, podemos identificar as mudanças ocorridas nos períodos pré-históricos. Fonte: Jannarong,
Shutterstock, 2018.

O período Neolítico é caracterizado por diferentes mudanças no modo de vida


nômade, entre elas o aparecimento das primeiras evidências da coleta de vegetais, a
permanência de grupos humanos em regiões mais favoráveis à habitação, a
produção de alimentos (que favoreceu a criação de recursos próprios), a invenção da
cerâmica (que propiciou o armazenamento e a cocção de alimentos) e o polimento
da pedra (que proporcionou a fabricação de instrumentos mais eficientes do que
aqueles produzidos pelas técnicas de lascamento). Outros processos que podemos
citar são: domesticação de animais e de plantas, surgimento do pastoreio e
agricultura. Todos esses fenômenos contribuíram e fizeram parte do processo de
sedentarização das populações humanas e da formação das cidades (MARCONI;
PRESOTTO, 2001).
O Neolítico ocorreu na região conhecida como Crescente Fértil (MARCONI;

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PRESOTTO, 2001), que corresponde atualmente aos territórios da Palestina, de Israel,


da Jordânia, do Kuwait, do Líbano e do Chipre, assim como algumas partes da Síria,
do Iraque, do Egito, da Turquia e do Irã. Esse imenso território possuía importantes
redes hidrográficas, como os rios Jordão, Eufrates, Tigre e Nilo. Ao longo dessa rede
fluvial, estabeleceram-se populações de caçadores, coletores e, posteriormente,
agricultores, dando início à formação dos primeiros centros urbanos. Algumas das
atividades identificadas no registro arqueológico e associadas ao período são o
cultivo do trigo, da cevada e do linho, a caça, a pesca, as atividades pastoris, a
criação de ovelhas, cabras, porcos, bois etc.

Figura 5 - A pesca se tornou também uma atividade importante de subsistência entre as populações
humanos ao longo do tempo. Fonte: Ekkachai, Shutterstock, 2018.

O modo de vida sedentário influenciou o grande aumento populacional ocorrido em


diversas áreas no Crescente Fértil e, desta maneira, as aldeias se tornaram cada vez
mais comuns na região. Alguns dos sítios arqueológicos mais conhecidos desse
período e que representam os primeiros momentos de formação de centros urbanos

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são: Jericó, Mallaha, Çatalhüyük, Hacilar, Khirokitia (ou Choirokoitia), Hassuna, entre
outros (MARCONI; PRESOTTO, 2001).
O sítio arqueológico de Khirokitia, descoberto em 1934 no Chipre, por exemplo, foi
listado como um dos patrimônios culturais da humanidade pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2018). Ele é bastante
conhecido pelos arqueólogos, porque apresenta vestígios de um assentamento
coletivo composto por fortificações e é caracterizado pela realização de atividades,
como a criação de ovelhas, cabras e porcos.
A agricultura também foi um processo importante para o surgimento das cidades,
pois proporcionava a produção de alimentos e, consequentemente, a permanência
de muitas pessoas em uma mesma região. Todavia, ao contrário do que se
imaginava, o processo de sedentarização não é resultado somente dessa prática,
mas envolve outros fenômenos, como a arquitetura de monumentos, os primeiros
registros de escrita e comunicação, o comércio ocorrido nas aldeias ou entre aldeias,
as estruturas políticas, entre outros exemplos. Há inúmeros casos de cidades que se
formaram sem a agricultura, como é o caso do sítio arqueológico Çatalhüyük,
localizado na Turquia, cercado por uma extensa planície bem abastecida de água,
tornando a pesca uma atividade atrativa para a população, além da exploração de
plantas e animais. Havia, nesse centro urbano, a elaboração de atividades específicas
– como a produção de implementos de pedra, tecelagem e produtos feitos em metal
e cerâmica (GOUCHER; WALTON, 2016).
Diferentemente de Çatalhüyük, outros aglomerados urbanos eram especializados em
atividades distintas, por exemplo: a vila de Mallaha, na Palestina, foi caracterizada
pela preferência às atividades de caça, pesca e coleta, e não apresentava evidências
de cultivo ou domesticação, com exceção de alguns dados que indicavam a
domesticação de cães (VALLA et al., 2017). Outros exemplos demonstram que alguns
centros urbanos obtiveram êxito e se consolidaram na região, enquanto outros se
formaram por curtos períodos de tempo e acabaram sendo abandonados por
diversos motivos políticos, econômicos, culturais etc.
A continuação das atividades de caça e coleta entre as populações humanas durante
o período Neolítico, mesmo após o surgimento das cidades, foi uma escolha
estratégica realizada pelos grupos humanos que ocuparam o Crescente Fértil. Esse
modo de vida era menos vulnerável às mudanças climáticas extremas ou aos

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fenômenos de cheia que ocorriam na região, que poderiam tanto fornecer os


recursos hídricos necessários para as plantações quanto causar alagamentos e
destruir os assentamentos. Ao longo do tempo, essas populações encontraram
soluções para esses problemas, e as atividades agrícolas e pastoris foram se
intensificando cada vez mais.

2.4. Ocupação do oriente próximo


A história da Mesopotâmia se configura como um dos processos históricos mais
importantes da Antiguidade. Como objetivo deste tópico, mostraremos alguns
aspectos importantes sobre as civilizações que surgiram nessa região, nos sistemas
fluviais dos rios Tigre e Eufrates, que demonstram algumas das mais importantes
invenções que surgiram no período, como os monumentos, a escrita e os códigos de
leis mais antigos que temos conhecimento até hoje.

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Figura 6 - Nesta figura, podemos ver a


pedra na qual foi registrado o Código de Hamurabi, reconhecido historicamente como um dos primeiros
compilados de leis da humanidade. Fonte: jsp, Shutterstock, 2018.

O território compreendido como Mesopotâmia corresponde a uma vasta área onde


se localizam os rios Tigre e Eufrates, e atualmente estão localizados países como o
Iraque, o Kuwait e a Síria. Essa região é conhecida por muitos historiadores como o
berço da civilização, pelo fato de que lá não somente surgiram as primeiras
sociedades da humanidade, mas também ocorreram importantes fenômenos

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culturais: a invenção da escrita, o cultivo de cereais, a invenção da roda, a


agricultura, entre outros (JOÃO, 2013). Durante o período Neolítico, vários povos se
estabeleceram na região, dando início ao processo de sedentarização e de formação
dos primeiros núcleos urbanos, por exemplo as cidades de Ur, Uruk e Akad (PINSKY,
2011).

VOCÊ QUER VER?


O documentário Mesopotâmia: retorno ao Éden (DISCOVERY CHANNEL, 2012) mostra diversas imagens e
fatos sobre a Babilônia, Assíria e Suméria. Se você busca obter mais informações sobre os povos antigos
da Mesopotâmia, o documentário pode ser uma ótima opção.

Existem importantes acontecimentos que merecem destaque na história da


Mesopotâmia, como as obras de irrigação, o desenvolvimento da escrita cuneiforme
pelos sumérios, a formação do primeiro império unificado babilônico e a invenção do
Código de Hamurabi (um dos conjuntos de leis escritas mais bem preservados da
Antiguidade). Além disso, é nessa região que foram erguidos os zigurates, espécie de
templos antigos que foram construídos pelo seu povo (sumérios, assírios e
babilônios). Essas construções tinham o formato de pirâmides e possuíam
finalidades religiosas, com idolatração aos deuses e realização de cerimônias
públicas. O zigurate, de Ur, é um dos mais notáveis, construído há aproximadamente
4 mil anos (GOUCHER; WALTON, 2016).

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Figura 7 - O surgimento da escrita marcou a passagem da pré-história para a história. O Código de


Hamurabi, que vemos em detalhe nesta figura, é um importante registro histórico em escrita cuneiforme.
Fonte: jsp, Shutterstock, 2018.

Durante a Antiguidade, a Mesopotâmia foi marcada pelos regimes de cheias dos rios
Tigre e Eufrates. Esse fenômeno impulsionou a criação de complexos sistemas
hidráulicos, como diques, barragens, reservatórios e canais de irrigação, que
conduziam a água na medida adequada para as plantações e o restante para outros
lugares, impedindo a inundação e o aparecimento de predadores, favorecendo as
atividades agrícolas (GOUCHER; WALTON, 2016). Além disso, esses sistemas
hidráulicos permitiam o armazenamento de água durante todo o ano.

VOCÊ QUER LER?


O texto de Jaime Pinsky, 100 textos de história antiga, é uma aproximação do mundo antigo com a nossa

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atualidade. Nesse livro   (2003), foram reunidos cem documentos antigos que foram traduzidos e
organizados em diversos temas: escravismo, educação, mitos, entre outros.

Nos primeiros momentos da história da Mesopotâmia, não havia ainda uma


unificação política na região. Dessa forma, os núcleos urbanos existentes eram
caracterizados por manifestações de poder, que eram independentes entre si.
Entretanto, a formação de alianças e o surgimento de conflitos entre diversas aldeias
motivaram a expansão de algumas cidades-estado e o predomínio de alguns povos
sobre outros (PINSKY, 2011). Esses processos históricos podem ter sido alguns dos
fatores que influenciaram o surgimento das principais civilizações da época, das
chefias religiosas e das guerras pelo controle do território.
A invenção da escrita, a construção das primeiras arquiteturas monumentais e outras
inovações, como os sistemas de irrigação e a invenção da roda, são atribuídas aos
sumérios, uma das primeiras civilizações conhecidas da Mesopotâmia. A maioria das
informações que conhecemos atualmente sobre a Mesopotâmia deriva dos registros
escritos que foram produzidos na época. A complexidade das relações políticas,
econômicas e culturais existentes no período exigiam informações que precisavam
ser registradas, pois a comunicação era um grande problema entre as primeiras
sociedades. Sendo assim, a escrita se originou a partir do registro de pictogramas
gravados em pedaços de argila, que funcionavam praticamente como símbolos
autoexplicativos, representando ideias, objetos e conceitos, os quais, com o passar
do tempo, se tornaram cada vez mais comuns também em outras civilizações
(PINSKY, 2011).
Os acádios habitaram a Mesopotâmia, enquanto essa região foi dominada pelos
sumérios. O rei Sargão, da Acádia, se tornou um personagem célebre na história
dessa civilização por ter conquistado cidades-estado que pertenciam aos sumérios,
tendo inclusive dominado toda a Mesopotâmia (PINSKY, 2011). Esse rei foi percebido
como uma referência para outros líderes que governaram a Mesopotâmia
posteriormente, pois sua dinastia durou mais de um século, realizando conquistas de
territórios mesopotâmicos por volta de 2370 a.C. (PINSKY, 2011).
Outros povos que se destacam na história da Mesopotâmia são os assírios,

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conhecidos por sua alta capacidade militar e que ocuparam muitos territórios no
Oriente Médio. Faziam parte de seu poderoso exército os famosos carros de guerra e
também as unidades de cavalaria e infantaria. O império assírio era governado por
chefes que eram guerreiros, e o processo expansionista, associado a essa civilização,
permitiu que vários historiadores a considerassem uma das mais organizadas e
eficientes do mundo antigo.
Os babilônios foram os responsáveis pela formação do primeiro império unificado na
Mesopotâmia. Um de seus reis foi Hamurabi, responsável pela ampliação da
hegemonia babilônica por quase todo o território mesopotâmico e pela criação dos
primeiros códigos de controle da sociedade, como as leis de talião (caracterizadas
por punições que eram aplicadas de acordo com a gravidade dos delitos cometidos e
conhecidas pela célebre frase “olho por olho, dente por dente”). Os babilônios
também desenvolveram o primeiro sistema de mensuração do tempo, que era
baseado nas revoluções lunares e permitia, entre outras coisas, conhecer melhor as
cheias dos rios e melhorar as condições agrícolas.

VOCÊ O CONHECE?
Hamurabi foi considerado um dos principais personagens da história. Além de ter criado o código de leis
mais famoso da Antiguidade, foi um grande militar e administrador. Como militar, possuiu conquistas
notáveis em quase toda a Mesopotâmia e, como administrador, realizou pessoalmente a coordenação de
diversas obras que foram construídas durante seu império, como edifícios públicos e canais de irrigação
(PINSKY, 2011).

A Mesopotâmia também é conhecida pelas civilizações que possuíam notáveis


conhecimentos em Astronomia, Matemática e Medicina, além de diferenciarem os
planetas, dividirem o ano em meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos,
efetuarem cálculos matemáticos (como multiplicação, divisão, soma, subtração,
raízes quadradas e cúbicas), entre outros. Nesse período, muitos males eram
explicados por origens sobrenaturais, e a Medicina foi cada vez mais sendo
respeitada por tratar esses males com a utilização de remédios à base de ervas, atos

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cirúrgicos e aplicação de receitas.

VOCÊ SABIA?
Os Jardins Suspensos da Babilônia são considerados uma das sete maravilhas do mundo antigo,
contudo praticamente não existem evidências arqueológicas, tampouco textos antigos que
comprovam que eles tenham existido. Alguns pesquisadores afirmam, inclusive, que podem nunca
ter sido construídos, enquanto outros acreditam que já encontraram a região onde esse local existiu
(FREITAS, s/d). E você, o que acha do assunto?

Existem ainda vários outros acontecimentos notáveis e povos que ocuparam a


Mesopotâmia ao longo do tempo, em um período que se estende desde as origens
dos primeiros assentamentos urbanos (entre 9 mil e 7.500 anos atrás) até a era cristã
(MARCONI; PRESOTTO, 2001). Durante esse período, outros povos conquistaram o
território, como os caldeus (responsáveis pela formação do segundo império
babilônico), partos, romanos, persas, entre outros. O estudo desse período da
Antiguidade é de fundamental importância, pois foi nessa região que ocorreram
diversos acontecimentos importantes para a história da humanidade, como a
invenção das cidades, da agricultura, dos sistemas de irrigação, da escrita, das leis e
da religiosidade do ser humano.
Apesar de sua enorme importância no mundo antigo, é necessário observar que a
história da Mesopotâmia não se configura como uma história universal ou de uma
civilização superior em relação às civilizações que se formaram em outras regiões. A
história do território mesopotâmico é uma parte importante da história do mundo,
porém deve ser entendida em seu próprio contexto e deve ser comparada com a
história de outras regiões do planeta que também passaram por processos históricos
relevantes e, em muitos casos, semelhantes.

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CASO
Em 1932, no Nepal, foram encontrados alguns fósseis de um hominídeo chamado Ramapithecus. Os
pesquisadores que analisaram a arcada dentária desse fóssil afirmaram que as características
observadas eram semelhantes àquelas que encontramos em hominídeos que apareceram
posteriormente. Ele foi datado entre 8 e 9 milhões de anos atrás e representava, então, os primeiros
momentos da história da humanidade.

Alguns hominídeos, como o Sahelanthropus tchadensis e o Australopithecus afarensis, tinham a


capacidade craniana compatíveis com chimpanzés, contudo os outros fósseis analisados indicavam
que eram bípedes e possuíam a capacidade de andar em pé. Essas características foram analisadas
na observação de ossos das pernas e dos joelhos, e dos crânios desses hominídeos. Por outro lado, a
interpretação de que o Ramapithecus era um possível ancestral do ser humano se deu somente a
partir da análise da arcada dentária. Dessa maneira, será que apenas as observações de algumas
características isoladas permitem inserir determinados fósseis dentro da história da humanidade?

A resposta é: não. Com o passar do tempo, as interpretações sobre o Ramapithecus e a descoberta de


novos fósseis da mesma espécie permitiram concluir que essa espécie não era ancestral da espécie
humana, mas sim de um orangotango, que diz respeito muito mais à linhagem evolutiva dos primatas
de uma maneira geral do que ao Homo sapiens sapiens. Foi preciso compreender que, para interpretar
a existência de um antepassado do ser humano, seria necessário encontrar mais evidências do que
apenas a arcada dentária, bem como pesquisar um pouco mais sobre o assunto, e só depois publicar
a descoberta.

Finalizamos retomando um pouco do que aprendemos sobre os principais


acontecimentos relacionados à História da Mesopotâmia. Trata-se de uma discussão
muito importante, pois foi nessa região que os povos pioneiros formaram os
primeiros núcleos urbanos do mundo antigo e foi onde se desenvolveu a escrita
cuneiforme e as primeiras evidências de agricultura.
Assim, concluímos o capítulo, compreendendo como os hominídeos foram deixando
suas marcas pelo mundo que possibilitaram aos historiadores compreender e
sistematizar as origens e a evolução da humanidade. 

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Síntese
Chegamos ao fim do capítulo. Estudamos alguns dos principais fenômenos
relacionados aos primeiros hominídeos que habitaram o planeta e que fazem parte
do processo evolutivo que deu origem ao ser humano moderno. Além disso,
apresentamos também importantes discussões sobre os processos históricos que
levaram o ser humano a mudar o modo de vida e construir os primeiros
assentamentos humanos ao longo do território mesopotâmico.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• conhecer as características dos principais fósseis de hominídeos que fazem
parte da linhagem humana;
• compreender os processos que levaram o ser humano do nomadismo ao
sedentarismo;
• aprender novos conhecimentos sobre a ocupação do território mesopotâmico
e a formação das primeiras civilizações.

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