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Capítulo 2

Capítulo 2

Os humanos dominam a Terra

Temos pessoas em várias partes do globo atualmente, mas como os primeiros seres humanos
povoaram a terra?

Sabe-se que os Homo sapiens surgiram na África há cerca de 200 mil a 300 mil anos, mas
ainda existem grandes mistérios sobre como essa espécie chegou nas Américas.

Da África, os primeiros humanos andaram em direção ao nordeste e chegaram no Oriente


Médio; depois, se dispersaram pela Europa e pela Ásia, povoando boa parte do mundo. As
Américas, no entanto, não têm conexão por terra com a Eurásia. Então, como as primeiras
populações de Homo sapiens apareceram nas Américas?

A teoria mais difundida é que, em um período de glaciação, os povos teriam peregrinado uma
região entre a ponta da atual Rússia e o Alasca, no lugar que hoje é conhecido como estreito de
Bering. Essa passagem da Ásia para a América teria ocorrido há cerca de 20 mil anos. Esses
povos, então, migraram em direção ao sul até chegarem nas terras que agora chamamos de
Brasil.

Pesquisadores da Serra da Capivara, entretanto, acharam registros de fogueiras organizadas


por humanos que datam de 50 mil anos atrás, logo, esses povos devem ter chegado antes dos
imigrantes do estreito de Bering por outra rota. Neste capítulo, você vai explorar a grande
capacidade humana de adaptar a natureza às suas necessidades em vários lugares do mundo, se
reproduzindo e se desenvolvendo em uma grande população cosmopolita.

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Desenhos rupestres de populações pré‑históricas na Serra da Capivara, no Piauí. Este Parque Nacional
possui cerca de 7 mil sítios arqueológicos, dos quais 173 são abertos à visitação.

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Uma espécie em um mosaico


Independente do tipo de cabelo, do porte físico ou da cor de pele, todos os indivíduos do
planeta pertencem a uma única espécie: a humana. Para os biólogos, todos os humanos fazem
parte de uma espécie animal chamada cientificamente de Homo sapiens, ou seja, homem sábio.

Mosaico de imagens que retratam a diversidade física existente entre os membros modernos da espécie
Homo sapiens.

Analisando o DNA do Homo sapiens, os cientistas constataram que, apesar das diferenças
físicas, a diferença genética entre os humanos é baixa, com percentual menor do que 1%. Dessa
maneira, tanto uma pessoa originária da África do Sul como um indígena da Floresta Amazônica,
ou um indivíduo nascido na Suécia ou na Mongólia possuem DNAs semelhantes. As diferentes
características observadas entre essas pessoas são resultado do processo evolutivo pelo qual
passou a espécie humana ao longo de milhares de anos.
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Essa análise do DNA humano, inclusive, ajudou a refutar argumentos racistas que afirmavam
que a espécie humana era formada por diferentes raças e que algumas dessas raças eram
superiores a outras.

Os primeiros humanos
O ser humano, como hoje é conhecido, nem sempre foi o único representante da espécie
humana na Terra, pois diversas espécies humanas já viveram simultaneamente no planeta. Até
agora, os cientistas encontraram fósseis de pelo menos uma dezena dessas espécies, e muitas
outras podem ser descobertas nas escavações que pesquisadores fazem em diversas regiões do
mundo.

Diante dessas descobertas, cabe a pergunta: o que caracteriza os humanos? De acordo com a
Ciência, são considerados humanos todos os animais pertencentes ao gênero Homo, os quais
apresentam algumas características em comum: são mamíferos, têm um cérebro grande em
comparação ao de animais de outras espécies, fabricam ferramentas e andam eretos, sobre duas
pernas.

Os primeiros humanos – ou seja, os primeiros representantes do gênero Homo – surgiram na


África Oriental há aproximadamente 2,5 milhões de anos por meio do desenvolvimento de
animais pertencentes a outro gênero, o Australopithecus . Estes já andavam sobre duas pernas,
porém, diferentemente dos humanos, passavam grande parte do tempo em árvores. Uma das
espécies humanas mais antigas é o Homo habilis , surgida por volta de 2,4 milhões de anos
atrás e existente na África por quase um milhão de anos. Os indivíduos dessa espécie andavam
em grupos, dividiam entre si os alimentos e fabricavam ferramentas de pedra.

Australopithecus significa macaco do Sul.

Homo habilis é o mesmo que homem hábil.

TOME NOTA

Cientistas encontraram em 2013, na Etiópia, parte da mandíbula de uma espécie humana de


aproximadamente 2,8 milhões de anos. A análise desse fóssil, considerado o vestígio
humano mais antigo já descoberto, apresentou uma combinação de traços anatômicos mais
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primitivos de Australopithecus com características mais modernas do gênero Homo.

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Descobertas como essas alteram hipóteses científicas sobre a época do surgimento e sobre
o desenvolvimento dos ancestrais humanos.

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O Homo habilis é contemporâneo de outra espécie humana também originária da África, o


Homo erectus . Surgida há cerca de 1,89 milhão de anos, essa é considerada a primeira espécie
humana a sair do continente africano, tendo se estabelecido na Ásia, nas regiões próximas ao
Oceano Pacífico, como a China e a Indonésia. De acordo com o que os cientistas descobriram até
o momento, nenhuma espécie humana viveu por tanto tempo como essa: cerca de 1,7 milhão de
anos. Isso significa que quando o Homo erectus estava entrando em extinção, espécies arcaicas
de Homo sapiens já viviam no planeta. Os humanos da espécie Homo erectus foram os primeiros
a ter domínio do fogo, há cerca de 800 mil anos, o que lhes possibilitou cozinhar os alimentos, se
proteger do frio e espantar animais selvagens.

Homo erectus significa homem ereto.

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Reprodução hipotética de um Homo erectus.

Na Europa e na Ásia Ocidental, viveu o Homo neanderthalensis , popularmente conhecido


como neandertal, o qual surgiu há aproximadamente 400 mil anos e viveu até por volta de 40
mil anos atrás. Pesquisas arqueológicas revelaram que os neandertais faziam ferramentas e
roupas, eram exímios caçadores e enterravam seus mortos realizando, inclusive, rituais de
caráter simbólico, como colocar flores junto aos corpos.

Homo neanderthalensis era o homem do Vale de Neander, região da Alemanha onde foram
encontrados fósseis dessa espécie.

Na Leitura complementar a seguir, o texto do historiador israelense Yuval Noah Harari


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explica algumas diferenças a respeito das espécies humanas que já existiram no planeta.

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LEITURA COMPLEMENTAR

O gênero Homo

Alguns membros de algumas dessas espécies [humanas] eram gigantes, e outros, diminutos.
Alguns eram caçadores destemidos, e outros, dóceis coletores de plantas. Alguns viviam em
uma única ilha, ao passo que muitos perambulavam por continentes. Mas todos pertenciam
ao gênero Homo. Eram seres humanos.

É uma falácia comum conceber essas espécies como dispostas em uma linha reta de
descendência, com os ergaster dando origem ao erectus, os erectus dando origem aos
neandertais, e os neandertais dando origem a nós. Esse modelo linear dá a impressão
equivocada de que, em determinado momento, apenas um tipo humano habitou a Terra e
de que todas as espécies anteriores foram meros modelos mais antigos de nós mesmos. A
verdade é que, de aproximadamente 2 milhões de anos a 10 mil anos atrás, o mundo foi
habitado por várias espécies humanas ao mesmo tempo. E por que não? Hoje há muitas
espécies de raposas, ursos e porcos. O mundo de 100 mil anos atrás foi habitado por pelo
menos seis espécies humanas diferentes. É nossa exclusividade atual, e não a
multiplicidade de espécies em nosso passado, que é peculiar – e talvez incriminadora.

HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. Porto Alegre: L&PM, 2015. p. 15-16.

O Homo ergaster (homem trabalhador) é considerado por alguns especialistas uma


subespécie primitiva do Homo erectus que viveu apenas na África.

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Representação de um espécime feminino de Homo floresiensis, espécie descoberta em 2003, na Ilha de


Flores – daí o seu nome –, na Indonésia. Vivendo isolados entre 100 mil e 50 mil anos atrás, os
membros dessa espécie humana tinham altura máxima de 1 metro e pesavam aproximadamente 25
quilos.

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Vista parcial da caverna Liang Bua, em Flores, onde foram encontrados fósseis do Homo floresiensis.

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O Homo sapiens
O Homo sapiens apareceu na África entre 300 mil e 200 mil anos atrás, evoluindo a partir de
outra espécie do gênero Homo, mas não se sabe exatamente de qual. Por volta de 70 mil a.C.,
eles saíram da África Oriental, se espalharam pela Península Arábica e de lá seguiram para a
Eurásia, onde já viviam os neandertais. O que aconteceu no encontro entre o Homo sapiens e os
neandertais ainda é desconhecido pela Ciência. Alguns cientistas acreditam que teria ocorrido
uma miscigenação entre eles, outros acreditam que o encontro não teria sido tão pacífico,
podendo ter ocorrido, inclusive, um massacre que culminou na extinção dos neandertais. A
partir de então, grupos de Homo sapiens se espalharam pelos continentes, ao passo em que as
populações nativas entravam em extinção. Nos últimos 10 mil anos, eles se tornaram os únicos
humanos a viver na Terra.

TOME NOTA

Em junho de 2017, foi publicado na Nature, importante revista de divulgação científica, um


artigo sobre a descoberta de fósseis de Homo sapiens no Marrocos datados de 300 mil anos
atrás. Essa evidência altera a data que se acreditava ser a do surgimento do sapiens: há
cerca de 200 mil anos.

Em 2010, depois de quatro anos de trabalho, cientistas concluíram o mapeamento do


genoma dos neandertais. Após compará-lo com o DNA dos humanos, tiveram uma surpresa:
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dados revelaram que cerca de 1% a 4% do DNA das populações modernas do Oriente Médio e da
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Europa é neandertalense. Isso significa que, em algum momento do passado, representantes do


Homo sapiens e do Homo neanderthalensis tiveram relações entre si, gerando descendentes.

Representação hipotética de um neandertal.

SAIBA MAIS

Um conceito ultrapassado

Tradicionalmente, o período que vai do surgimento da espécie humana (há cerca de 2,5
milhões de anos) até a invenção da escrita (há cerca de 4 mil anos) é chamado de Pré-
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História. Esse conceito, surgido no século XIX, vem sendo cada vez mais deixado de lado.
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Naquela época, acreditava-se que somente por meio da escrita era possível estudar a
história dos humanos; hoje, porém, os historiadores consideram que todo vestígio humano
pode ser uma fonte de estudo desse passado – como você viu no capítulo 1. Assim, uma
pintura em uma caverna, uma roupa, um objeto de cerâmica ou uma latinha de refrigerante,
por exemplo, são tão importantes para o historiador quanto o registro escrito.

Os seguidores dessa abordagem tradicional costumam dividir a Pré-História em dois


grandes períodos: o Paleolítico, que começa há 2,5 milhões de anos e se estende até o
surgimento da agricultura, por volta de 10 mil a.C.; e o Neolítico, de 10 mil a.C. até
aproximadamente 4 mil a.C., quando surge a escrita na Mesopotâmia. Essa divisão foi feita a
partir de um ponto de vista europeu, quando pouco se conhecia sobre o passado dos
demais continentes.

PARA REFLETIR

A leitura e a escrita não fazem parte do cotidiano de muitos povos da atualidade. É correto
dizer que eles vivem na Pré-História?

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AGORA É COM VOCÊ

Para responder às perguntas abaixo, observe com atenção as duas imagens a seguir e releia
o texto da seção Leitura complementar da página 18.

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1. Com base na leitura do texto “O gênero Homo”, qual das duas imagens anteriores
melhor representa o surgimento da espécie humana? Justifique sua resposta.

2. Em seu texto, o historiador Yuval Noah Harari afirma que apenas nos últimos 10 mil anos
o Homo sapiens se tornou a única espécie humana a habitar o planeta Terra, sendo essa
exclusividade “peculiar” e “talvez incriminadora”. O que o autor quis dizer com essas
afirmações?

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A conquista do mundo
Os primeiros grupos de Homo sapiens surgidos na África há mais de 200 mil anos eram ainda
espécies arcaicas do ser humano atual. Cientistas acreditam que suas capacidades cognitivas
eram limitadas. Eles produziam basicamente os mesmos utensílios de pedra que os neandertais,
sua habilidade de caça estava restrita a animais de pequeno porte e não praticavam a pesca,
mesmo aqueles instalados em regiões costeiras.

Porém, membros dessa espécie que saíram da África há 70 mil anos e se espalharam pelo
planeta – veja o mapa “Mundo – Rotas de povoamento do planeta pelos Homo sapiens” – tinham
o mesmo grau de inteligência e criatividade dos humanos de hoje. Para os cientistas, essas
mudanças foram decorrentes de mutações genéticas que modificaram as conexões internas do
cérebro desses indivíduos, permitindo-lhes se comunicar de uma maneira inexistente até então:
por meio da fala.

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HARARI, 2015.
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A fala possibilitou aos humanos transmitir informações de forma mais elaborada, criar
lendas, mitos, deuses e religiões. Ela também contribuiu para que eles – que naquela época
ainda andavam em bandos, como caçadores e coletores – formassem grupos maiores e mais
estáveis.

Por quase 60 mil anos, os membros da espécie Homo sapiens levaram uma vida
primordialmente nômade, andando em grupos em busca de raízes, frutos ou da caça de animais
variados, como pequenos roedores ou mesmo grandes mamíferos, como bisões e mamutes.
Viviam em comunidades de até 150 pessoas aproximadamente; quando esse número era
ultrapassado, a comunidade se dividia, dando origem a novos grupos.

Ao contrário do que muitos imaginam, esses grupos nômades não andavam aleatoriamente
em busca de comida. Eles costumavam viajar ao longo de um determinado território, cuja
extensão podia chegar a até uma centena de quilômetros quadrados. Diversos fatores os
levavam a se deslocar: as mudanças de estação, a migração anual dos animais e o próprio ciclo
de crescimento das plantas.

Quando as fontes de alimento eram abundantes, essas pessoas podiam, inclusive, assentar-
se em acampamentos temporários. Nas regiões árticas, por exemplo, grupos humanos
desenvolveram a técnica de secar e defumar alimentos, o que permitia a esses grupos
permanecer instalados por períodos mais longos e com reservas de comida.

Por uma questão de sobrevivência, os caçadores tinham de conhecer os animais e as plantas


que existiam em sua região, pois precisavam saber, por exemplo, quais alimentos eram
nutritivos, quais eram medicinais e quais eram nocivos. Também necessitavam interpretar os
alertas da natureza, identificar os sinais que prenunciavam um período de seca ou de chuva, ou
até saber como transformar um pedaço de sílex, um tipo de rocha dura, em ferramenta.

Os povos caçadores-coletores foram os primeiros a produzir utensílios e armas com objetos


variados, como chifres e ossos de animais, pois, até então, os objetos existentes eram feitos
basicamente de pedras lascadas. Eles inventaram o arpão, o anzol e a agulha de osso, e
costumavam usar os tendões dos animais para costurar suas roupas, feitas também com pele de
animais. Além disso, construíram canoas e desenvolveram técnicas para a caça em grupo de
grandes mamíferos.

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Instrumento de pedra lascada, de aproximadamente 71 mil


anos atrás, encontrado na caverna de Blombos, na África do
Sul.

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Foram os caçadores-coletores os responsáveis pela produção de objetos que hoje são


considerados artísticos, como esculturas em pedra, osso, madeira ou ainda pinturas nas paredes
de cavernas. Algumas das pinturas rupestres mais antigas foram encontradas em uma caverna
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na Ilha 16 em
de Sulawesi, na Indonésia, e apresentadas ao mundo pela comunidade científica

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2014. São 12 estampas de mão datadas de 40 mil anos, além da pintura de um porco, feita há 35
mil anos.

Pintura rupestre com detalhes de mãos e braços encontrada na caverna da Ilha de Sulawesi (ou Célebes),
Indonésia.

Cultivando o próprio alimento


Entre 9500 a.C. e 8500 a.C., aproximadamente, grupos humanos que viviam no sudoeste da
Ásia deram início a uma verdadeira revolução quando dominaram a técnica da agricultura.
Iniciava-se a chamada Revolução Agrícola. Pesquisadores acreditam que os humanos
aprenderam a cultivar a terra ao observar que grãos que caíam no solo germinavam. Entre os
primeiros alimentos cultivados estavam o trigo, a ervilha e a azeitona.

A transição da vida de caçador-coletor para a vida de agricultor, no entanto, foi lenta e não
aconteceu em todos os lugares do planeta ao mesmo tempo. Dentre as primeiras regiões onde
os humanos começaram a cultivar seu próprio alimento podem ser citadas o sudoeste da Ásia (c.
8500 a.C.), China (c. 7500 a.C.), Nova Guiné (c. 7000 a.C), Grécia (c. 6000 a.C.), a região do Sahel,
na África (c. 5000 a.C.), a Mesoamérica, os Andes e a Região Amazônica (c. 3500 a.C.). Uma das
razões para isso é que a prática da agricultura exigia muito mais trabalho do que a caça e a
coleta de alimentos – afinal, era preciso arar o solo, cultivar, colher, impedir a proliferação de
ervas daninhas, entre outros cuidados –, além de a variedade de gêneros alimentícios cultivados
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ser inferior à que se podia obter vivendo da caça e da coleta. A Leitura complementar a seguir
aprofunda essas questões.

LEITURA COMPLEMENTAR

Agricultores e caçadores-coletores

Fomos acostumados a pensar que a transição do estilo de vida do caçador-coletor para a


agricultura nos trouxe saúde, longevidade, segurança, ócio e a arte. Embora a
argumentação dessa visão pareça esmagadora, ela é difícil de provar. [...]

Se a agricultura tivesse sido uma ideia tão boa, era de se esperar que se espalhasse
rapidamente após surgir em alguma região. Na verdade, os registros arqueológicos
demonstram que a agricultura avançou pela Europa a passo de tartaruga: meros 300 metros
por ano! De suas origens no Oriente Próximo, por volta de 8000 a.C., a agricultura pegou o
rumo nordeste e alcançou a Grécia por volta de 6000 a.C., e a Bretanha e a Escandinávia só 2
500 anos depois... Dificilmente se pode dizer que tenha despertado uma onda de
entusiasmo. Ainda no século XIX, os indígenas da Califórnia [...] eram caçadores-coletores,
apesar de conhecerem a agricultura devido ao comércio com os índios agricultores do
Arizona. Será que os indígenas da Califórnia não enxergavam os seus próprios interesses?
Ou eram suficientemente espertos para perceber, por trás da luminosa fachada da
agricultura, os senões que nos enganaram? [...]

Os agricultores se concentram nos alimentos com alto teor de carboidratos, como arroz e
batatas, mas a mistura de plantas silvestres e animais nas dietas dos povos caçadores-
coletores remanescentes lhes proporciona mais proteína e um melhor equilíbrio dos demais
nutrientes [...]. Os caçadores-coletores são saudáveis, têm poucas doenças, sua dieta é
muito diversificada e não passam pelos períodos de fome que acometeram os agricultores
que dependem de poucas colheitas. Para os boxímanes , que ingerem 85 plantas silvestres
comestíveis, é quase inconcebível morrer de fome como ocorreu com um milhão de
agricultores irlandeses e suas famílias nos anos de 1840, quando uma praga atacou as
batatas que eram sua dieta básica.

DIAMOND, Jared. O terceiro chimpanzé: a evolução e o futuro do ser humano. Rio de Janeiro: Record,
2010.

Boxímane é um povo caçador-coletor que vive no deserto do Kalahari, no sul da África.

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AGORA É COM VOCÊ

1. Apesar de haver uma grande variedade de espécies animais no planeta, foram poucas
aquelas que os humanos conseguiram domesticar. O infográfico a seguir mostra
algumas delas.

Com base nas informações apresentadas pelo infográfico, cite as vantagens obtidas
pelos humanos com a domesticação dessas espécies.

2. De acordo com a leitura deste capítulo e do texto “Agricultores e caçadores-coletores”,


por que o avanço da agricultura pelo planeta aconteceu em um ritmo lento?

O povoamento da América
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A América foi o último continente a ser alcançado pelo ser humano. Ainda hoje, os cientistas
não chegaram a um consenso sobre como e quando se deu a chegada dos humanos ao
continente americano, mas existem algumas hipóteses sobre isso. Uma delas – a mais bem
conceituada no meio científico – afirma que os humanos chegaram à América através da Ásia,
cruzando o Estreito de Bering. Essa travessia teria ocorrido durante a última Era do Gelo,
também conhecida como Era Glacial.

Era Glacial é o nome dado a um período geológico de longa duração no qual a temperatura
do planeta diminui significativamente. A última vez que esse fenômeno ocorreu foi há cerca de
20 mil anos, quando a temperatura do planeta baixou muito e enormes camadas de gelo se
expandiram por grande parte da América do Norte, da Ásia e do norte da Europa. O nível do mar
baixou, e, em alguns lugares, a água desapareceu. Esse fenômeno aconteceu, por exemplo, no
Estreito de Bering, região que hoje separa o nordeste da Ásia do noroeste da América (confira no
mapa a seguir).

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Para os cientistas, o desaparecimento das águas na região permitiu que grupos humanos
oriundos da Ásia fizessem a pé o trajeto que ligava os dois continentes, dando início, dessa
maneira, ao povoamento do continente americano. Essas pessoas teriam seguido a migração de
grandes animais, como o mamute, o cavalo, o bisonte e o caribu (rena), mas não existe um
consenso a respeito de quando essa travessia aconteceu exatamente e de quem a realizou.
Alguns cientistas, inclusive, defendem que ela foi feita por dois grupos humanos distintos em
períodos diferentes.

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Segundo esses pesquisadores, a primeira dessas travessias teria sido feita aproximadamente
há 14 mil anos por pessoas que apresentavam traços negroides, ou seja, características que
lembram as atuais populações da África subsaariana ou os povos nativos da Austrália. Entre os
diversos fósseis que reforçam essa teoria, encontram-se o crânio e ossos da coxa e do quadril de
uma mulher de aproximadamente 20 anos que morreu em uma caverna na atual região de Lagoa
Santa, em Minas Gerais. Ela foi batizada pelos cientistas com o nome de Luzia e datada de 11,5
mil anos atrás, o que a torna um dos fósseis humanos mais antigos das Américas. O fóssil estava
abrigado no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, antes do incêndio ocorrido no local, em 2018.

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Reconstituição do rosto de Luzia, que estava exposta no Museu


Nacional.

Ainda conforme esses cientistas, uma segunda onda migratória teria ocorrido há pouco mais
de 11 mil anos, realizada, dessa vez, por grupos humanos com traços mongoloides. Ao longo do
tempo, os povos com traços negroides teriam desaparecido por razões desconhecidas, enquanto
os com traços mongoloides sobreviveram, sendo os ancestrais dos atuais povos indígenas.

SAIBA MAIS

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O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do país e antes do incêndio, ocorrido
em setembro de 2018, ele era considerado o maior museu de história natural do Brasil e seu
acervo, o maior da América Latina, composto por mais de 20 milhões de itens, entre eles
fósseis, objetos indígenas, coleções biológicas e livros raros que foram atingidos pelo
incêndio.

Peças únicas e várias coleções foram perdidas, incluindo materiais que ainda seriam
estudados e que poderiam trazer novas perspectivas para a ciência. No entanto, para ajudar
na recuperação do acervo, o Museu recebeu doações de peças e aos poucos está sendo
desenvolvido um projeto de reconstrução dele e daquilo que pôde ser resgatado do
incêndio, como o fóssil de Luzia, que foi recuperado e será restaurado.

Museu Nacional durante o incêndio ocorrido em 2018.

Para saber mais sobre como aconteceu o resgate das peças do acervo e como o Museu
manteve suas atividades, acesse o documentário Resgates (2019) no link a seguir. Ele foi
produzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição à qual o Museu é
vinculado, e proporciona um panorama da importância do Museu Nacional para a história,
ciência e também para a memória social de um local.

http://qr.portalsas.com.br/1m0j. Acesso em: 10 jun. 2020.

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Antes dos brasileiros


Há cerca de 12 mil anos, a parte sul da América já se encontrava inteiramente ocupada por
uma rica variedade de povos, cada qual com hábitos e costumes próprios. De modo geral, no
Brasil, pesquisadores já encontraram vestígios de grupos de caçadores e coletores, que
fabricavam ferramentas de pedras lascadas e não produziam objetos de cerâmica; de povos que
praticavam a agricultura, fabricavam objetos de cerâmica simples para armazenar seus
alimentos e produziam instrumentos de pedra polida; e, ainda, de povos horticultores, que
também fabricavam instrumentos de pedra polida e objetos de cerâmica, estes, porém,
decorados.

Essas populações humanas construíram diversos tipos de locais para viver, chamados de
assentamentos, que podiam ser fixos ou temporários, de acordo com o tipo de organização
social . Em geral, os assentamentos temporários se constituíam de grupos de caçadores-
coletores e eram erguidos em locais estratégicos, perto de diferentes fontes de alimento. Assim,
de acordo com a época do ano, os grupos se estabeleciam no assentamento próximo de onde
havia comida para ser coletada. Muitas dessas moradias eram feitas com palmeiras e cascas de
árvores.

Havia também os chamados “abrigos sob rocha”, moradias estabelecidas nas reentrâncias
das rochas. Alguns desses abrigos eram pequenos, mas havia também os maiores, de até 400
metros quadrados. Em muitas de suas paredes, foram feitas as chamadas inscrições rupestres,
como você lerá no Saiba mais a seguir.

Página 25

SAIBA MAIS

As inscrições rupestres

As inscrições rupestres são importantes vestígios deixados pelos antigos habitantes do


atual território brasileiro. Feitas em superfícies rochosas, paredes de grutas ou cavernas,
elas são encontradas em todos os estados do país. Essas imagens são muito variadas:
podem ser grafismos (como figuras geométricas ou sinais), cujos significados são
desconhecidos, ou representações de animais, cenas de caça, luta, aspectos do cotidiano,
práticas de rituais etc.

De Avaliar
modo geral, as inscrições foram realizadas por meio de três técnicas distintas: a gravura
16
(também chamada de itaquatiara), a pintura e o desenho. A gravura é um baixo-relevo, feito
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com o auxílio de ferramentas. No Brasil, são famosas, por exemplo, as gravuras existentes
ao longo de um paredão de 46 metros de comprimento no município de Ingá, na Paraíba, a
cerca de 100 quilômetros da capital, João Pessoa. A Pedra do Ingá, como é conhecida, tem
centenas de imagens feitas muito antes da chegada dos portugueses à América e cujos
significados talvez nunca venham a ser conhecidos.

Já a pintura se caracteriza pelo uso de tintas líquidas aplicadas sobre as rochas. Essas tintas
eram feitas a partir de pigmentos minerais reduzidos a pó (como o óxido de ferro e o
manganês) misturados com água, gorduras vegetais e animais. Quando a tinta ficava pronta,
as pessoas utilizavam instrumentos finos de madeira ou espinho para aplicá-la sobre a
pedra. O desenho, por sua vez, consistia em aplicar pigmentos brutos (como o carvão, o
urucum e o jenipapo) diretamente sobre a rocha.

Pedra do Ingá, outubro de 2014.

Os assentamentos permanentes eram, em geral, de grupos que já dominavam a prática da


agricultura, a qual tem seus primeiros vestígios no atual território brasileiro datados de
aproximadamente 4 mil anos atrás. Alguns desses assentamentos podiam ser grandes aldeias,
que chegavam a reunir até 3 mil pessoas; outros, no entanto, abrigavam grupos formados por
poucas dezenas ou centenas de indivíduos.

A diversidade desses povos pode ser observada também pelo tipo de moradia que
construíram. Existiram povos que ergueram suas moradias no alto de grandes amontados de
conchas, os chamados povos dos sambaquis , instalados no litoral brasileiro entre 7 mil e 6 mil
Avaliar 16
anos atrás. Inicialmente, eram grupos de pescadores-coletores seminômades, mais tarde
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substituídos por horticultores e ceramistas. Os povos dos sambaquis desapareceram há cerca de


500 anos.

Sambaquis eram grandes elevações feitas de conchas de moluscos, restos de comida, ossos
de animais e ferramentas, podendo chegar a 20 metros de altura. Foram encontrados ao
longo de quase todo o litoral brasileiro.

Na imagem, ao fundo, amontoado de conchas denominado Sambaqui da Carniça I, em Laguna, Santa


Catarina.

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Outros povos, por sua vez, preferiam construir suas residências abaixo do nível da terra, para
se proteger do frio da região. Esse foi o caso dos kaingang, povo que há mais de 2 mil anos já
ocupava terras hoje pertencentes aos estados da Região Sul do Brasil e também do estado de
São Paulo. Eram casas circulares, de 2 metros a até 13 metros de diâmetro e com cerca de 2
metros a 5 metros de profundidade. Sobre a casa, erguia-se uma cobertura de folhas sustentada
por uma armação de madeira.

TOME NOTA

Ainda hoje existem kaingang vivendo na Região Sul do Brasil. Porém, desde o século XIX,
quando começaram a chegar imigrantes europeus à região, suas residências passaram de
subterrâneas a feitas de alvenaria, madeira, pau-a-pique e cobertas com folhas de amianto
ou de zinco, telhas de barro ou coberturas vegetais. Apesar dessa mudança, os kaingang
Avaliar 16

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mantiveram outros traços culturais herdados de seus antepassados, como a prática de


construir seus assentamentos em planaltos e nas proximidades de rios.

AGORA É COM VOCÊ

1. O que foi a chamada Era Glacial e que relação existe entre esse período e o povoamento
da América?

2. Muitas pessoas acreditam que a Ciência tem resposta para todas as dúvidas. De que
maneira a explicação sobre o povoamento da América serve para contestar esse
pensamento?

3. Os primeiros ocupantes do atual território brasileiro não se constituíam em um grupo


homogêneo, com os mesmos hábitos e costumes. Que exemplos mostram essa
diversidade?

LEIA

Pré-História do Brasil, de Pedro Paulo Funari e Francisco Silva Noelli. Editora Contexto.
Livro sobre os primeiros habitantes do atual território brasileiro.

Avaliar 16

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ESTE CAPÍTULO ABORDOU

Os surgimentos dos primeiros humanos.

Diferenças entre algumas das espécies humanas.

O povoamento do planeta.

Aspectos dos povos caçadores-coletores.

A Revolução Agrícola e a sedentarização dos humanos.

As teorias sobre o povoamento da América.

Avaliar
A diversidade dos primeiros povos a viver no atual território brasileiro. 16

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A arte rupestre.

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ATIVIDADES PARA SALA

Questão 01
No litoral brasileiro, viveram os chamados povos dos sambaquis. Descreva as principais
características desses povos.

Questão 02
Os povos dos sambaquis existiram há pelo menos 7 mil anos. Que tipo de informação a respeito
dos hábitos e costumes desses povos se pode obter analisando um sambaqui? Justifique sua
resposta.

Questão 03
Como você viu no capítulo anterior, as permanências e rupturas históricas são objeto de estudo
dos historiadores. Neste capítulo, é apresentado um exemplo de permanência e outro de ruptura
histórica envolvendo o povo kaingang. Identifique esses exemplos e os descreva.

Imagem para as questões 4 e 5.

Avaliar 16

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Questão 04
Um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil encontra-se na Serra da Capivara, no
Piauí. Ali, foram encontrados desenhos nas paredes das cavernas os quais, segundo alguns
arqueólogos, existem há pelo menos 26 mil anos. A imagem anterior é uma dessas pinturas.
Descreva-a, indicando seus principais elementos.

Questão 05
Que informações essa imagem transmite a respeito do povo que a elaborou?

ATIVIDADES PROPOSTAS
Avaliar 16

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Questão 01
(UPE-Adaptada)

O período mais longo considerado a mais antiga Era da Pré-história é chamado de Paleolítico.
Ele iniciou-se há pelo menos 2,5 milhões de anos, como atestam os instrumentos simples de
pedra encontrados no sítio de Hadar, Etiópia, e se estendeu até 10 000 anos aproximadamente.
O modo de produção de sua população hominídea pode ser descrito como o de carniceiros,
caçadores, coletores e pescadores.

GUGLIELMO, Antonio Roberto. A Pré-História: uma abordagem ecológica. São Paulo: Brasiliense, 1999. p. 35.
(adaptado)

Sobre o período descrito no texto, assinale a alternativa correta.

a) Não havia a domesticação de plantas ou animais, com exceção dos cães e, talvez, cavalos,
que surgiram só mais para o fim do período.

b) Os grupos humanos se organizavam socialmente em tribos, dado o recente processo de


sedentarização.

c) A economia não se limitava às atividades predatórias, considerando uma larga experiência


com a agricultura.

d) O Homo sapiens não pertence a esse período, tendo surgido só no Neolítico.

e) Os instrumentos de pedra confeccionados pelos hominídeos desse período já passavam por


um processo manual de polimento.

Página 28

Questão 02
(ENEM)

Os nossos ancestrais dedicavam-se à caça, à pesca e à coleta de frutas e vegetais, garantindo sua
subsistência, porque ainda não conheciam as práticas de agricultura e pecuária. Uma vez
esgotados os alimentos, viam-se obrigados a transferir o acampamento para outro lugar.

HALL, P. P. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson, 2011. (adaptado)

Avaliar 16
O texto refere-se ao movimento migratório denominado
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01/02/2022 11:39 Estante de Conteúdo
O texto refere se ao movimento migratório denominado

a) sedentarismo.

b) transumância.

c) êxodo rural.

d) nomadismo.

e) pendularismo.

Questão 03
(UFSM) No Período Neolítico, os caçadores e coletores já haviam adquirido razoável experiência
cultural a fim de identificar animais para a caça e plantas para usos diversos. Nesse tempo, por
volta de 10 000 a.C., além de caçar e coletar frutos e sementes, nossos antepassados passaram a
ter condição de interferir ainda mais na natureza, domesticando animais e cultivando plantas.
Pelos registros existentes, isso teria acontecido primeiramente nas regiões atualmente
chamadas de China, América Central, Peru e Oriente Próximo. Essa transformação nas formas de
vida no planeta é chamada de revolução

a) ecológica, por ser o primeiro momento de contato entre os seres humanos e a natureza.

b) urbana, por haver permitido a fixação e a sedentarização dos humanos.

c) suméria, por ter sido realizada pelos sumérios antes de qualquer outro povo.

d) agrícola, por ter permitido maior domínio sobre a natureza e surgimento das aldeias.

e) iluminista, por ter se difundido rapidamente em todo o mundo como uma luz.

Questão 04
(UERN) Leia o texto a seguir, que ressalta o caráter simbólico da arte rupestre.

Avaliar 16
A arte rupestre
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O homem Paleolítico deixou-nos belíssimas representações nas paredes das cavernas e objetos
decorativos com fino senso artístico. O cuidado com os mortos, já comum entre os homens de
Neanderthal, é enriquecido com símbolos, isto é, sinais com significados, que remetem a uma
vida futura. [...] Ele recorre a sinais que não atendem apenas às necessidades básicas, como os
animais. O homem inventa sinais, sons e gestos de um valor simbólico porque remetem a algum
significado. Esses sinais podem ir além das necessidades de sobrevivência (arte, religião). O
elevado nível cultural desse homem já moderno explica seu sucesso e sua difusão por todo o
planeta, com uma ampla variedade de expressões, mas sempre um único ímpeto criativo.

Facchini, Fiorenzo. O Homem. São Paulo: Moderna, 1997. p. 36.

Com base no texto, analise.

I. A arte foi, sem sombra de dúvida, a primeira forma de expressão do homem primitivo.

II. Os grupos humanos criaram símbolos para representar o mundo em que viviam e seu
cotidiano.

III. A ausência de documentos escritos deixados pelos seres humanos da Pré-História nos
impede de levantar hipóteses sobre a forma como viveram.

IV. Embora muitas questões fiquem sem respostas, os vestígios arqueológicos encontrados
têm-nos permitido conhecer parte do cotidiano pré-histórico.

Estão corretas apenas as afirmativas

a) I, II, IV.

b) I, II, III.

c) II, IV.

d) III, IV.

Questão 05
Avaliar
(FUVEST) 16

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Há cerca de 2 000 anos, os sítios superficiais e sem cerâmica dos caçadores antigos foram
substituídos por conjuntos que evidenciam uma forte mudança na tecnologia e nos hábitos. Ao
mesmo tempo que aparecem a cerâmica chamada itararé (no Paraná) ou taquara (no Rio Grande
do Sul) e o consumo de vegetais cultivados, encontram-se novas estruturas de habitações.

PROUS, André. O Brasil antes dos brasileiros: a pré-história do nosso país. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 49.
(adaptado)

O texto associa o desenvolvimento da agricultura com o da cerâmica entre os habitantes do


atual território do Brasil, há 2 000 anos. Isso se deve ao fato de que a agricultura

a) favoreceu a ampliação das trocas comerciais com povos andinos, que dominavam as técnicas
de produção de cerâmica e as transmitiram aos povos guarani.

b) possibilitou que os povos que a praticavam se tornassem sedentários e pudessem armazenar


alimentos, criando a necessidade de fabricação de recipientes para guardá-los.

c) proliferou, sobretudo, entre os povos dos sambaquis, que conciliaram a produção de objetos
de cerâmica com a utilização de conchas e ossos na elaboração de armas e ferramentas.

d) difundiu-se, originalmente, na ilha de Fernando de Noronha, região de caça e coleta restritas,


o que forçava as populações locais a desenvolver o cultivo de alimentos.

e) era praticada, prioritariamente, por grupos que viviam nas áreas litorâneas e que estavam,
portanto, mais sujeitos a influências culturais de povos residentes fora da América.

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Textos para a questão 6.

Uma galinha é cultura também

Além dos seres vivos e da matéria cósmica, existem, também, coisas culturais, muitíssimo
mais complicadas. Chama-se cultura tudo o que é feito pelos homens, ou resulta do trabalho
deles e de seus pensamentos. Por exemplo, uma cadeira está na cara que é cultural porque foi
feita por alguém. Mesmo o banquinho mais vagabundo, que mal se põe em pé, é uma coisa
cultural. Uma galinha é cultura também, porque foi feita pelos homens. Sem a intervenção
Avaliar 16

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01/02/2022 11:39 Estante de Conteúdo

humana, que criou os bichos domésticos, as galinhas, as vacas, os porcos, os cabritos, as cabras
não existiriam. Só haveria animais selvagens.

Uma casa qualquer é claramente um produto cultural, porque é feita pelos homens. A mesma
coisa se pode dizer de um prato de sopa, de um picolé ou de um diário. Mas estas são coisas de
cultura material, que se pode ver, medir, pesar.

Há, também, para complicar, as coisas da cultura imaterial, impropriamente chamadas de


espiritual – muitíssimo mais complicadas. A fala, por exemplo, que se revela quando a gente
conversa, e que existe independentemente de qualquer boca falante, é criação cultural. Aliás, a
mais importante. Sem a fala, os homens seriam uns macacos, porque não poderiam se entender
uns com os outros, para acumular conhecimento e mudar o mundo como temos mudado. A fala
está aí, onde existe gente, para qualquer um aprender.

Além da fala, temos as crenças, as artes, que são criações culturais, porque foram inventadas
pelos homens e transmitidas uns aos outros através das gerações. Elas se tornam visíveis, se
manifestam, através de criações artísticas, ou de ritos e práticas – o batizado, o casamento, a
missa – em que a gente vê os conceitos e as ideias religiosas ou artísticas se realizarem...

RIBEIRO, Darcy. Noções de Coisas. São Paulo: FTD, 1995. (adaptado)

Veja, 8 jun. 2005. (adaptado)


Avaliar 16

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01/02/2022 11:39 Estante de Conteúdo

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Questão 06
(CPS) O texto e a tabela comparativa relacionam, do ponto de vista científico, o homem de
Neandertal e o Homo sapiens, segundo dados de uma pesquisa realizada na Universidade de
Wyoming, liderada pelo cientista Jason Shogren. O Homo sapiens – homem atual – surgiu há
aproximadamente 150 mil anos, possivelmente na África e, desde então, vem evoluindo e
aumentando seu número. Por outro lado, o homem de Neandertal surgiu há aproximadamente
200 mil anos e tinha certas vantagens naturais em relação ao sapiens, pois seu corpo mais
atarracado e forte, com ossos mais robustos e caixa torácica mais larga, tornava-o mais
adaptado aos rigores do frio. No entanto, há aproximadamente 27 mil anos, os homens de
Neandertal entraram em extinção, menos de 10 mil anos depois da chegada do Homo sapiens à
Europa. A proximidade entre as duas datas faz do sapiens o principal suspeito dessa extinção.

De acordo com as informações fornecidas no texto e na tabela, assinale a alternativa correta.

a) Os homens de Neandertal morreram de fome e frio porque utilizavam ferramentas


rudimentares, não conheciam o fogo e não caçavam.

b) Os homens de Neandertal eram melhores do que os homens da espécie sapiens no comércio


e na divisão de trabalho.

c) Os indivíduos da espécie sapiens não apresentavam linguagem inteligível, o que impediu a


divisão de tarefas e a organização dos grupos.

d) Os homens de Neandertal expressavam suas ideias, experiências e sentimentos através de


esculturas e hieróglifos nas paredes das cavernas.

e) Os homens da espécie sapiens, apesar de mais fracos fisicamente, com o passar do tempo,
ultrapassaram os homens de Neandertal na organização dos grupos e na tecnologia.

Questão 07
(ENEM)

Avaliar 16

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01/02/2022 11:39 Estante de Conteúdo

Pintura rupestre da Toca do Pajaú (PI). Disponível em: www.betocelli.com.

A pintura rupestre mostrada na figura anterior, que é um patrimônio cultural brasileiro, expressa

a) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização do


Brasil.

b) a organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus membros.

c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada Pré-História do Brasil.

d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos.

e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o Período


Colonial.

Página 31

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Questão 08
(UFPB) T d i h i i b
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01/02/2022 11:39 Estante de Conteúdo
(UFPB) Tendo em vista os conhecimentos atuais sobre a evolução humana, na chamada Pré-

História, marque verdadeiro (V) ou falso (F) para as caracterizações a seguir.

(    ) Australopithecus: considerado o mais antigo hominídeo, tinha postura ereta e crânio
pequeno, sendo conhecidas, pelo menos, seis de suas espécies.

(    ) Homo neanderthalensis: conviveu com o Homo sapiens, era capaz de criar ferramentas e
armas mais sofisticadas, além de enterrar seus mortos e viver em cavernas.

(    ) Homo sapiens: única espécie de hominídeo sobrevivente, desenvolveu e aprimorou a


linguagem, técnicas como o uso do fogo, instrumentos de trabalho e armamentos, sendo
capaz de se expressar através de linguagem simbólica, como em pinturas no interior das
cavernas.

A sequência correta, de cima para baixo, é

a) V – F – V.

b) F – V – F.

c) F – F – V.

d) V – V – F.

e) V – V – V.

Texto para a questão 9.

Se compararmos a idade do planeta Terra, avaliada em quatro e meio bilhões de anos (4,5 · 109
anos), com a de uma pessoa de 45 anos, então, quando começaram a florescer os primeiros
vegetais, a Terra já teria 42 anos. Ela só conviveu com o homem moderno nas últimas quatro
horas e, há cerca de uma hora, viu-o começar a plantar e a colher. Há menos de um minuto
percebeu o ruído de máquinas e de indústrias e, como denuncia uma ONG de defesa do meio
ambiente, foi nesses últimos sessenta segundos que se produziu todo o lixo do planeta!

Questão 09
(ENEM) O texto permite concluir que a agricultura começou a ser praticada há cerca de
Avaliar 16

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01/02/2022 11:39 Estante de Conteúdo

a) 365 anos.

b) 460 anos.

c) 900 anos.

d) 10 000 anos.

e) 460 000 anos.

Questão 10
(FUVEST) Sobre o surgimento da agricultura – e seu uso intensivo pelo homem –, pode-se
afirmar que

a) foi posterior, no tempo, ao aparecimento do Estado e da escrita.

b) ocorreu no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia) e daí se difundiu para a Ásia (Índia e
China), Europa e, a partir desta para a América.

c) como tantas outras invenções teve origem na China, donde se difundiu até atingir a Europa e,
por último, a América.

d) ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia), na Ásia (Índia e


China) e na América (México e Peru).

e) de todas as invenções fundamentais, como a criação de animais, a metalurgia e o comércio,


foi a que menos contribuiu para o ulterior progresso material do homem.

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