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Capítulo 4

Capítulo 4

Civilizações antigas do Oriente Médio

O alfabeto é uma das grandes invenções da humanidade. Com ele, é possível escrever uma
infinidade de palavras e expressar as mais diversas ideias. Desse modo, o alfabeto está presente
no cotidiano de muitas pessoas, nos usos mais simples, como o envio de mensagens pelo celular
ou a leitura de placas de trânsito, e nos mais complexos, como a produção de conhecimento e de
pesquisa científica, por exemplo.

Porém, o alfabeto não é o único sistema de escrita existente. Como você estudou no capítulo
anterior, os egípcios e os povos da Mesopotâmia possuíam suas próprias escritas. Entretanto,
esses códigos não representavam os sons da fala, e sim pensamentos ou coisas, o que, muitas
vezes, tornava necessário um grande número de símbolos para transmitir as informações
desejadas. Os fenícios, povo que viveu há cerca de 3 mil anos em parte do atual Oriente Médio,
mudaram esse padrão com a criação de um sistema simplificado de registro de ideias composto
por letras que representavam os sons da fala e que, combinadas, possibilitavam a escrita de
qualquer palavra. Assim, a invenção do alfabeto criou condições para o desenvolvimento dos
modos de escrita e de leitura usados atualmente.

Essa permanência histórica é um exemplo da sobrevivência de um legado deixado por uma


civilização do passado. Assim como os fenícios, os hebreus e os persas, duas outras civilizações
da Antiguidade que também viveram no Oriente Médio, desenvolveram ideias que continuam
influenciando as formas de pensar contemporâneas, como se observa nas religiões monoteístas
éticas e no princípio de oposição entre o bem e o mal na organização do pensamento religioso.

Neste capítulo, você conhecerá mais a respeito desses três povos.

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A leitura é uma das principais práticas da tradição religiosa judaica desenvolvida pelos antigos hebreus. Na
imagem, uma pessoa lendo a Torá, livro sagrado do judaísmo, com o auxílio do yad, instrumento utilizado
para o acompanhamento da leitura do texto religioso.

Página 51

Fenícios
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Povo de origem semita , os fenícios viveram no Oriente Médio na região onde hoje se
encontram o Líbano e parte da Síria, tendo chegado à região por volta de 3000 a.C. Na época,
essa estreita faixa de terra era conhecida como Canaã, por isso seus habitantes se denominavam
cananeus.

Semita é um termo que se refere aos povos falantes de línguas derivadas da língua semita,
como os fenícios, árabes e hebreus.

A região de Canaã tinha como limites o Mar Mediterrâneo a oeste e o Monte Líbano a leste,
uma cordilheira montanhosa de difícil passagem que não permitia a exploração da terra, o que
levou os cananeus a erguerem seus aldeamentos às margens do Mediterrâneo. Com o tempo,
esses povoados cresceram e se transformaram em cidades portuárias com intensas atividades
comerciais, dentre as quais destacavam-se Sidon, Tiro, Biblos e Ugarit.

Essa região encontrava-se em uma posição intermediária entre dois grandes impérios do
período, o Egípcio e o Mesopotâmico. Aproveitando-se desse fato, comerciantes cananeus
conseguiram controlar rotas comerciais lucrativas, fazendo suas cidades enriquecerem e se
transformarem em importantes entrepostos comerciais, como você pode ver no mapa da página
53. Além disso, os cananeus tinham grande domínio da tecnologia náutica, construindo navios
mercantes capazes de percorrer longas distâncias ao longo do Mediterrâneo, o que lhes
possibilitava expandir cada vez mais os seus negócios junto a povos mais afastados.

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Representação de um barco fenício.

O território dos cananeus não era propício para a agricultura; uma das principais fontes de
riqueza dessa civilização era a exploração do cedro, árvore que crescia em grande quantidade na
densa floresta existente no Monte Líbano e que era vendida para povos vizinhos. Seu tronco era
utilizado em construções e para fazer embarcações, e a resina feita dessa árvore era utilizada
pelos egípcios como uma das substâncias empregadas na mumificação de seus mortos.

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O cedro, símbolo do Líbano, está presente na bandeira nacional.

Os cananeus também desenvolveram uma técnica de produção de corantes, obtidos de


moluscos marinhos, para tingir tecidos na cor púrpura. Para produzir cerca de 250 ml de tintura,
eram necessários aproximadamente 60 mil moluscos, o que tornava essa tintura um produto
extremamente caro. Apenas reis e rainhas tinham recursos para tingir seus tecidos com essa cor.

TOME NOTA

Os gregos, parceiros comerciais dos fenícios, passaram a chamar a região de Canaã de


Phoenicia (Fenícia), palavra grega para denominar a cor púrpura. Assim, os cananeus
acabaram conhecidos como fenícios.

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Bolinus brandaris, espécie de molusco utilizada pelos fenícios para produzir corantes.

Página 52

As cidades fenícias

As cidades fenícias eram independentes umas das outras, ou seja, tinham seus governos e
leis próprias e possuíam autonomia administrativa para organizar o cotidiano e a vida de seus
habitantes. A rivalidade entre essas cidades era constante, pois disputavam o controle de
importantes rotas comerciais do Mediterrâneo.

TOME NOTA

Os fenícios desenvolveram um sistema político baseado em cidades-Estado. Isso significa


que Biblos, Ugarit, Sidon, Tiro e as demais cidades fenícias não se encontravam unidas em
torno de um reino ou império, sendo cada cidade um Estado autônomo. Uma das causas de
esse sistema político assim ter se desenvolvido é a dificuldade de contato entre regiões
próximas, devido à geografia da região de Canaã. Em muitos trechos, a cordilheira
montanhosa se alongava até quase o litoral, impossibilitando a circulação entre essas
cidades.
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Apesar dessas características, os fenícios compartilhavam o mesmo idioma, tinham práticas


culturais semelhantes e possuíam o modelo de construção de suas cidades parecido: buscavam
povoar zonas costeiras e com fácil acesso ao mar, construíam dois portos diferentes, um na parte
norte da cidade e outro na parte sul, e procuravam criar uma baía que garantisse a segurança de
suas embarcações contra ataques estrangeiros.

Do ponto de vista político, as cidades-Estado fenícias eram monarquias . Porém, os reis


tinham de compartilhar o poder com os ricos e poderosos comerciantes e proprietários de
terras, os quais formavam oligarquias que tinham grande influência na sociedade.

Monarquia é o sistema político no qual o poder é controlado por um rei ou monarca, que
transmite essa autoridade, em geral, de forma hereditária.

Oligarquia é uma forma de organização social na qual um pequeno grupo de pessoas tem
controle sobre o restante da sociedade.

Vista das ruínas do Castelo do Mar e da atual cidade de Sidon, no Líbano, a qual foi uma importante cidade-
Estado portuária da Fenícia.

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No decorrer dos séculos, os primeiros núcleos urbanos dos fenícios se expandiram para
regiões vizinhas. Como viviam do comércio, os fenícios sentiram necessidade de fundar novas
colônias em pontos importantes ao longo do mar Mediterrâneo (ver mapa a seguir). Assim, por
volta do ano 1000 a.C., havia colônias fenícias no norte da África, na Sicília e em outras ilhas do
Mediterrâneo, chegando ainda à Península Ibérica, onde fundaram Cádiz e Málaga, por exemplo.
Com o tempo, essas colônias também ganharam autonomia e se transformaram em importantes
cidades.

Philip’s Atlas of World History, 2007.

Contudo, entre os séculos VII a.C. e IV a.C., as cidades fenícias foram dominadas por outros
povos, como assírios, babilônios, persas, gregos e romanos, o que provocou o fim dessa
civilização.

SAIBA MAIS

Uma das cidades fenícias mais importantes foi Cartago, fundada no século VIII a.C., no atual
território da Tunísia, no norte da África. A colônia teve um enorme crescimento e, no século
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V a.C., Cartago não era apenas a cidade mais rica do Mediterrâneo, mas a maior potência

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comercial e militar da região, na qual viviam cerca de 400 mil pessoas. Seu porto, além de
ter capacidade para abrigar até duzentas embarcações de guerra, era local de um comércio
intenso, onde se compravam e se vendiam ouro, prata, ferro, estanho e marfim vindos de
diferentes regiões da África.

A invenção do alfabeto

Como foi visto, os fenícios eram um povo comerciante. Para organizar essa atividade
econômica, era fundamental desenvolver um sistema de registro de informações, como as
quantidades e os valores empregados na negociação das mercadorias, o total a ser vendido etc.
Esse registro, porém, precisava ser prático e compreensível também por outros povos, com os
quais os fenícios negociavam.

Representação do alfabeto fenício esculpida em baixo-relevo.

Essa necessidade fez com que os fenícios inventassem um sistema de escrita próprio, cuja
grande novidade era sua simplicidade. Diferentemente dos sistemas anteriores – como o dos
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egípcios ou dos mesopotâmicos –, que criavam inúmeros caracteres distintos para representar
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coisas e ideias, os fenícios desenvolveram um método que utilizava um número limitado de


símbolos, apenas 29, inicialmente. Estes não representavam mais as ideias ou os objetos, mas
indicavam os sons – fonemas – das palavras (sobre os fonemas, veja o Tome nota a seguir).

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TOME NOTA

Cada palavra é formada por um conjunto de unidades sonoras mínimas que se combinam,
chamadas de fonemas. Para compreender sua importância, é possível comparar as palavras
faca e vaca. As duas são muito parecidas, mas se distinguem pelo primeiro fonema, /f/ e /v/,
cuja troca permite a expressão de duas ideias muito diferentes.

Os fonemas, muitas vezes, correspondem às letras do alfabeto, mas nem todo fonema
corresponde diretamente a uma única letra. Um exemplo disso é o fonema /s/, que pode ser
representado na escrita pelas letras s (ânsia); ss (osso); ç (aço); c (acetinado); x (próximo);
sc (adolescente); sç (cresça) e xc (exceção).

Posteriormente, o alfabeto fenício foi ainda mais simplificado, permanecendo com apenas 22
símbolos, que representavam os sons consonantais. Como os sons vocálicos são mais limitados,
era possível escrever as palavras sem representá-los e os leitores familiarizados com esse
sistema entenderem as informações registradas. Essa simplificação tornava o registro das
atividades comerciais e o controle das mercadorias e riquezas mais rápidos, além de permitir
que os comerciantes aprendessem a ler e a escrever com mais facilidade, já que era necessário
memorizar muito menos do que nos sistemas desenvolvidos pelos outros povos da Antiguidade.

A praticidade do alfabeto e a expansão comercial dos fenícios possibilitou a rápida difusão


desse sistema entre muitos povos da Antiguidade. Os gregos, por exemplo, adotaram o alfabeto
fenício, mas incluíram símbolos que representavam as vogais. Posteriormente, os romanos
adaptaram o alfabeto grego, dando origem ao alfabeto latino, sistema utilizado para escrever e
ler até hoje nas sociedades ocidentais. Por essa razão, pode-se dizer que os fenícios foram
responsáveis pela invenção de uma das ferramentas mais importantes de organização e
expressão da sociedade.

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PARA REFLETIR
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Muitos pesquisadores afirmam que a internet vem transformando a comunicação entre as


pessoas, pois, além de se tratar de uma escrita simplificada, é possível se comunicar com
imagens, animações, memes, gifs etc. Como essas transformações alteram o modo como as
pessoas escrevem e se relacionam com o alfabeto? Justifique sua opinião.

AGORA É COM VOCÊ

Imagens para a questão 1.

1. As imagens anteriores são referentes aos fenícios. Descreva-as e indique quais aspectos
dessa sociedade podem ser identificados por meio da análise dessas representações.

2. Explique a diferença entre o sistema de escrita fenício e os outros desenvolvidos na


Antiguidade, como a escrita hieroglífica dos egípcios.

3. Produza um texto relacionando o desenvolvimento comercial dos fenícios à geografia


da região onde essa civilização se desenvolveu.

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Persas

A formação do império persa

A civilização persa se desenvolveu na região do planalto iraniano, onde se localiza


atualmente o Irã. Sua origem remonta ao processo de deslocamento de diversos grupos
nômades vindos de outras partes da Ásia que se instalaram nessa região por volta de 2000 a.C.
Esses povos mantinham a independência entre suas vilas e cidades, não estabelecendo um reino
unificado capaz de controlar a vida política dessa região.

Entre os séculos IX a.C. e VII a.C., uma parte do planalto iraniano ficou sob o domínio dos
assírios, povo mesopotâmico que constituiu um império na região. Porém, esse império entrou
em declínio, levando a uma reorganização das forças locais. Por volta do século VII a.C., os
medos e os persas, dois dos povos que viviam nesse planalto, se unificaram cada um em torno
de seu governante, sendo Ciro, o Grande, o rei dos persas. Em meados do século VI a.C., esses
povos entraram em guerra, a qual resultou na derrota e incorporação dos medos aos domínios
da Pérsia.

Durante o reinado de Ciro, os persas conseguiram se expandir pelo planalto iraniano e


também por regiões vizinhas, submetendo outros povos ao seu controle político. O monarca
persa ordenou a construção de uma grande capital para expressar o poder de seu império, a
cidade de Pasárgada. Porém, apesar de seu grande poderio, Ciro governou por pouco tempo,
morrendo em 530 a.C. durante uma das batalhas de expansão territorial.

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ALBUQUERQUE; CARVALHO; REIS, 1977.

A morte do governante, contudo, não impediu o processo de fortalecimento dos persas. Após
um breve intervalo de disputas internas, eles passaram a ser comandados por Dario I, a partir de
522 a.C. O novo monarca conseguiu ampliar as conquistas de Ciro e garantir a formação de um
dos maiores impérios da Antiguidade, que dominou um grande número de povos e controlou
territórios em regiões da Ásia, da Ásia Menor , do Oriente Médio, da África e da Europa (ver
mapa a seguir). Em sua máxima extensão, o Império Persa chegou a 8,5 milhões de km² (uma
área semelhante à do atual território brasileiro), onde viviam cerca de 10 milhões de pessoas.

Ásia Menor é a região do planeta que separa a Europa e a Ásia, onde se localiza atualmente
a Turquia.

Nesse processo de expansão, os persas desejavam dominar as cidades gregas localizadas no


Mar Mediterrâneo com o objetivo de obter o controle sobre as importantes rotas comerciais ali
localizadas. Assim, no século V a.C., persas e gregos travaram as chamadas Guerras Médicas (499
a.C.-449 a.C.). A vitória dos gregos lhes garantiu o controle do comércio no Mediterrâneo,
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enquanto o Império Persa começou a entrar em declínio, chegando ao fim em 331 a.C., 50quando o

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território foi invadido e dominado pelas tropas de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia
(localizada na atual península Balcânica). Esse assunto será abordado no capítulo seguinte.

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Administração do Império Persa

A rápida expansão do território persa exigiu a criação de um sofisticado sistema de


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administração das populações e regiões controladas pelo império. Uma das medidas adotadas

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foi transformar quatro novas cidades em capitais: além de Pasárgada, Babilônia (na
Mesopotâmia), Susa (próxima do rio Tigre e localizada no atual Irã), Ecbátana e Persépolis
(também no Irã) adquiram o status de capital do império.

Nessas novas capitais, foram construídos palácios nos quais os governantes poderiam morar
durante determinadas épocas do ano. Assim, foi criado um sistema de governo itinerante, no
qual o imperador se deslocava de uma região a outra a fim de identificar problemas em seu
território e solucioná-los.

Outra medida do governo foi a divisão do território conquistado em províncias, as satrapias,


governadas pelos sátrapas, que eram nomeados pelo imperador persa. Apesar de eles terem
autonomia para agir de acordo com as necessidades de seu território, todos prestavam
obediência ao imperador e o mantinham informado sobre os problemas.

Existiam ainda funcionários com a função de se deslocar pelo império e garantir que as
ordens do imperador fossem cumpridas. Para a circulação desses funcionários, foi criado um
complexo sistema de comunicação, com a construção de estradas que ligavam as diversas partes
do território persa, e com correios, que permitiam o envio de mensagens com rapidez.

Essa organização possibilitava um grande controle político e administrativo do Império


Persa, mas Dario I e os demais imperadores estabeleceram um governo com relativo respeito às
diferentes culturas que ali viviam. Assim, uma das características dessa sociedade foi o intenso
intercâmbio de culturas e saberes entre os povos.

Com os egípcios, por exemplo, os persas aprenderam como melhorar sua produção agrícola,
enquanto com os indianos adquiriram o hábito de cultivar arroz. Outro exemplo de troca cultural
foi o aprendizado das técnicas hidráulicas dos mesopotâmicos, que permitiam abastecer as
cidades persas de água, mesmo quando distantes de rios e outras fontes de água potável. Os
persas também passaram a utilizar os saberes da Lídia (antigo reino da Ásia Menor) para
produzir suas primeiras moedas e utilizá-las para trocas comerciais.

PARA REFLETIR

O intercâmbio de culturas foi muito importante para o desenvolvimento do Império Persa.


Atualmente, há valorização das trocas culturais entre diferentes sociedades? Como é
possível valorizar esse tipo de troca?

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O zoroastrismo

O intercâmbio cultural promovido pela expansão persa possibilitou a difusão de uma das
mais importantes invenções culturais desse povo, o zoroastrismo, uma religião monoteísta
baseada na oposição entre duas forças distintas: o bem e o mal. Os persas acreditavam na
existência da divindade Ahura Mazda, que simbolizava o bem, a luz e a pureza. Porém, essa
divindade sofria oposição de forças do mal, sendo importante que todos os persas ajudassem
nessa luta. Aqueles que agissem bem e enfrentassem as forças maléficas seriam recompensados
com uma vida feliz e eterna após a morte. A principal base dessa religião era a obra Zend-Avesta,
escrita por Zoroastro, ou Zaratustra, entre 628 a.C. e 551 a.C.

Esse princípio de oposição entre forças do bem e do mal acabou se difundindo para muitas
crenças, dando origem a ideias como a de Juízo Final, ou seja, a existência de um Paraíso e da
salvação eterna daqueles que agissem corretamente durante a vida. As principais religiões
monoteístas que existem até hoje, como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, foram
bastante influenciadas pelos princípios religiosos do zoroastrismo.

Baixo-relevo representando a divindade do bem para o zoroastrismo. O artefato, característico da antiga


arte persa, foi encontrado em Persépolis, no Irã.

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AGORA É COM VOCÊ

Imagem para as questões 1 e 2.

ALLEN, Lindsay. The persian Empire. Chicago: The University of Chicago Press, 2005. p. 110.

1. A imagem anterior foi produzida pelos egípcios durante o reinado de Dario I (522
a.C.-486 a.C.), época em que o território egípcio encontrava-se sob o domínio persa.
Trata-se de uma representação que mostra o rei Dario I (à direita) prestando respeito ao
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deus egípcio Anúbis (no centro) e à deusa Ísis (à esquerda). De que forma o rei foi
representado? Justifique.

2. Apesar de a religião dos persas se basear no zoroastrismo, a imagem mostra o rei dos
persas prestando respeito a deuses de outra religião. O que isso indica sobre a
organização do Império Persa?

Hebreus

Os hebreus foram uma civilização desenvolvida na atual Palestina , no Oriente Médio.


Documentos históricos e descobertas arqueológicas comprovam a presença desse povo na
região a partir do século XIII a.C., quando ali também viviam outros povos. Os hebreus se
dividiam em várias tribos, ou seja, não contavam com um Estado centralizado.

Palestina é uma região do Oriente Médio localizada entre o Deserto da Síria, o atual
território do Líbano e o Mar Mediterrâneo.

Dentro das tribos, a maior autoridade pertencia aos juízes, os quais eram bastante
respeitados e exerciam uma combinação de poder político, religioso e militar. Apesar de haver
uma descentralização política, as tribos dos hebreus contavam com alguns elementos que as
uniam, como um mesmo idioma e crenças religiosas semelhantes.

Dentre essas diversas crenças, uma ganhou importância com o tempo: o culto à divindade
Iavé ou Javé. Ainda que algumas tribos hebraicas cultivassem outros deuses, os juízes passaram
a defender que a única divindade verdadeira era Iavé, com quem o povo hebreu havia feito um
pacto. Segundo essa crença, Iavé teria concedido a região da Palestina aos hebreus desde que
eles respeitassem suas vontades e o cultuassem. Com isso, por volta do século XI a.C., esse povo
abandonou o politeísmo e passou a cultuar um único deus.

Essa crença religiosa possibilitou o fortalecimento do poder dos juízes, já que estes eram
vistos como os intermediadores entre as necessidades dos hebreus e as vontades de Iavé. Além
disso, a crença ajudou a aproximar as diversas tribos hebraicas, que passaram a ver na religião
um fator de identidade cultural. Assim, teve início o processo de centralização das comunidades
50e
Avaliarna Palestina, e, no final do século XI a.C., as tribos hebraicas se unificaram
que viviam

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formaram o Reino de Israel. Esse reino, que teve como primeiro governante o rei Saul, cresceu
durante o reinado de Davi (1006 a.C.-966 a.C.), seu sucessor, o qual conseguiu controlar todo o
território da Palestina após derrotar os filisteus que ali também viviam.

Filisteus são o povo emigrado de Creta ou da Ásia Menor que tentou controlar a Palestina.

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O período do reinado de Salomão (966 a.C.-926 a.C.), sucessor e filho de Davi, é considerado
o momento de maior desenvolvimento da civilização hebraica. Apesar da riqueza e do poder que
marcaram esse reinado, com a morte do rei, Israel enfrentou conflitos internos que
enfraqueceram a monarquia, a qual se dividiu entre o Reino de Israel e o Reino de Judá.

Posteriormente, o território dos hebreus foi invadido por outros povos, o que provocou
grandes deportações das populações locais para outras regiões, como ocorreu no século VIII
a.C., após a invasão assíria. No início do século VI a.C., os babilônicos também invadiram a
região e obrigaram cerca de 10 mil pessoas a se deslocarem para a Mesopotâmia. Finalmente,
em 135 d.C., ocorreu a chamada Diáspora, quando os hebreus foram expulsos de seu território e
obrigados a viver sob a dominação de outras civilizações.

As imagens existentes de Saul e Davi retratam esses personagens no contexto bíblico. Na imagem, escultura
de George Tinworth representando a história bíblica em que Saul arremessa uma lança em Davi.

ONTEM
Avaliar E HOJE 50

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A Bíblia como fonte histórica

Livros do Antigo Testamento da Bíblia contam a história do povo hebreu e de sua relação
com outros povos, como os persas e os mesopotâmicos. Como visto no capítulo 1, os
historiadores podem usar todo tipo de registro humano como fonte histórica. Dessa
maneira, a Bíblia é uma fonte importante para os historiadores que desejam obter
informações sobre os processos históricos, costumes, hábitos e crenças dos hebreus bem
como de outras sociedades nesse período da história.

É importante lembrar, porém, que, como qualquer fonte histórica, a Bíblia pode ser
analisada e interpretada por meio de questionamentos feitos pelos historiadores. Além
disso, ela sozinha não é capaz de fornecer todas as informações sobre essa sociedade.
Assim, é necessário que os estudiosos sobre os hebreus e outros povos da Antiguidade
combinem diferentes tipos de fontes para melhor compreender esses povos, como registros
arqueológicos, evidências fósseis e outros textos e imagens produzidos no período, os
quais, por vezes, trazem informações que contradizem as do livro sagrado.

Por isso, é importante destacar que a análise da Bíblia como uma fonte histórica é diferente
daquela feita por religiosos. Enquanto o historiador busca analisar os processos históricos
do passado, a pessoa religiosa relaciona a leitura à sua fé. Assim, as interpretações nem
sempre coincidem, pois variam de acordo com a perspectiva do leitor.

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Arqueólogos escavando o que suspeitam ser um antigo cemitério filisteu. Israel, 2013.

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O nascimento do judaísmo, primeira religião


monoteísta ética

Um dos grandes legados dos hebreus para a formação da cultura ocidental foi a invenção de
uma religião monoteísta ética que marcou profundamente a história da humanidade: o
judaísmo.

O monoteísmo ético é um tipo de religião organizado em torno da crença em um único Deus,


o qual deve ser respeitado por todos os seus seguidores. Além disso, esse tipo de religião
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ampara-se em um conjunto de regras de comportamento que visam orientar as ações de seus


fiéis do ponto de vista ético, pregando fazer o bem e agir corretamente.

TOME NOTA

O judaísmo não foi a única religião monoteísta ética da Antiguidade. O zoroastrismo


também era uma crença religiosa organizada dessa forma. O judaísmo, contudo, serviu de
base para o avanço do monoteísmo a partir do final da Antiguidade.

As crenças monoteístas se consolidaram entre os hebreus por volta do século VIII a.C. pela
ação dos profetas. Estes eram indivíduos que afirmavam ter uma relação especial com Deus,
sendo capazes de se comunicar com Ele e receber instruções sobre a forma correta de agir diante
de determinados problemas, além de poder prever acontecimentos e interpretar sonhos. Por
isso, os profetas ganharam grande prestígio junto ao povo hebreu, sendo vistos como figuras
respeitáveis e justas.

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Mosaico romano retratando Daniel, um dos principais profetas hebraicos.

Essa posição de prestígio possibilitou aos profetas criticar os costumes dos hebreus, bem
como as desigualdades existentes naquela sociedade. Assim, eles passaram a pregar formas
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corretas e justas de agir, especialmente em relação ao cuidado dos mais pobres, à partilha das
riquezas, ao respeito aos ensinamentos de Deus, entre outros comportamentos.

Foram crenças como essas que fundamentaram o judaísmo, religião que ajudou a construir
uma identidade cultural e manteve os vínculos sociais entre hebreus mesmo após o fim do Reino
de Israel. A base dessa nova forma de religião influenciou outros povos, dando origem ao
cristianismo e ao islamismo, duas das maiores crenças monoteístas éticas do mundo
contemporâneo, o que configura o monoteísmo ético como um importante processo de
permanência histórica.

PARA REFLETIR

O mundo contemporâneo é marcado por vários conflitos religiosos. Além disso, há muitos
exemplos de atitudes intolerantes contra praticantes de determinadas religiões em diversas
partes do planeta, inclusive no Brasil. O que pode ser feito para valorizar o respeito a todas
as religiões e seus praticantes, evitando o conflito e a violência?

Página 60

ENQUANTO ISSO...

A civilização cretense

Creta é uma ilha localizada no Mar Mediterrâneo, próxima da península Balcânica, da Ásia
Menor e do Egito. Nessa região, durante a Antiguidade, se desenvolveu a importante
civilização cretense, também conhecida como civilização minoica. Há evidências de cidades
na região de Creta por volta de 2500 a.C. Essas cidades, como Cnossos, Gortina e Festo,
prosperaram com o desenvolvimento de técnicas de metalurgia e navegação, fazendo com
que os cretenses se tornassem um povo comerciante. Eles estabeleceram grandes rotas
comerciais com os impérios que cresciam na região do Oriente Médio, como a Mesopotâmia,
e da África, como o Egito.

A sociedade cretense estava organizada em uma monarquia que governava ao lado de uma
aristocracia enriquecida graças ao comércio e outras atividades econômicas. A cultura
minoica influenciou outros povos que viviam nas regiões próximas, como os egípcios e os
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gregos. Na Grécia, características do pensamento e dos hábitos minoicos se misturaram com


outras tradições e deram origem à cultura grega que se desenvolveu durante a Antiguidade.

Um dos principais legados desse povo foi a criação de técnicas arquitetônicas bastante
avançadas para o período. Isso permitiu a criação de grandes colunas, utilizadas na
construção de palácios imponentes e luxuosos. Os cretenses também desenvolveram um
sistema de escrita, inicialmente baseado em hieróglifos, mas que posteriormente foi
simplificado e passou a adotar princípios fonéticos de escrita desenvolvidos pelos fenícios.

Por volta do século XV a.C., os cretenses começaram a sofrer ataques dos aqueus, um povo
que vivia na península Balcânica. Aos poucos, esses ataques provocaram o colapso da
civilização cretense e a queda de suas principais cidades.

Ruínas de antigo palácio localizado no maior sítio arqueológico da Ilha de Creta, na cidade de
Cnossos, que foi o grande centro administrativo da civilização cretense.

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AGORA É COM VOCÊ

Texto para as questões 1 e 2.

Cinco anos após sua chegada à Babilônia, quando se encontrava junto do canal Chebar, um
jovem sacerdote chamado Ezequiel teve uma visão aterrorizante. Foi impossível ver alguma
coisa com clareza porque nada nesse tempestuoso redemoinho de fogo e som tumultuoso
se conformava com as categorias humanas comuns, mas Ezequiel soube que se encontrava
na presença da kavod, a “glória” de Jeová, que estava habitualmente entronizada no santo
dos santos do templo. Deus havia deixado Jerusalém e, conduzido pelo que parecia ser um
imenso carro de guerra, viera morar com os exilados na Babilônia. Uma mão estendeu-se
para Ezequiel segurando um rolo que estava inscrito com “lamentações, lamúria e gemidos”.
“Come este rolo”, uma voz divina lhe ordenou, “alimenta-te e fica satisfeito com o rolo que
estou te dando.”. Quando o forçou garganta abaixo, aceitando a dor e a desgraça de seu
exílio, Ezequiel descobriu que “seu gosto era doce como mel”.

ARMSTRONG, Karen. A Bíblia. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

1. O texto anterior narra um episódio da tradição judaica ocorrido no período do chamado


Cativeiro da Babilônia (c. 587 a.C.-c. 538 a.C.), quando os hebreus foram conquistados
pelos babilônicos e levados como escravos. Esse período chegou ao fim quando os
persas conquistaram a região e permitiram aos hebreus retornarem para suas terras na
Palestina. O trecho fala da revelação de Ezequiel, um dos profetas dos hebreus.
Descreva como ocorreu esse episódio.

2. A religião dos hebreus teve grande importância na construção de uma identidade


cultural, especialmente durante os períodos de dominação. Por que o episódio da
revelação de Ezequiel pode ser visto como um exemplo dessa importância? Justifique
sua resposta.

3. Um dos princípios da religião dos hebreus na Antiguidade é a crença de que existia um


pacto entre eles e Deus. Qual era o sentido político desse pacto?

LEIA

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Uma História de Deus, de Karen Armstrong (Companhia das Letras). Livro que analisa a
história do processo de formação das crenças monoteístas segundo o judaísmo, o
cristianismo e o islamismo.

ESTE CAPÍTULO ABORDOU

A organização social dos fenícios.

A invenção e a importância do alfabeto.

O surgimento do Império Persa e sua organização política e administrativa.

O zoroastrismo e a criação da dualidade entre bem e mal.

A formação da civilização hebraica.

O processo de centralização política dos hebreus.


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O nascimento do judaísmo e a importância do monoteísmo ético.

Página 62

ATIVIDADES PARA SALA

Questão 01
Os fenícios, persas e hebreus deixaram legados importantes para a formação da cultura
ocidental. Indique alguns dos principais legados deixados por esses povos para a formação
dessa cultura.

Questão 02
Persas e fenícios adotaram organizações políticas muito distintas. Destaque as principais
características e diferenças entre essas organizações.

Questão 03
Por que é possível dizer que a religião dos hebreus era uma religião monoteísta ética?

Questão 04
Observe a imagem a seguir. Trata-se de uma reprodução feita no século XIX de um friso
encontrado na cidade persa de Persépolis. Ela é uma representação de um princípio importante
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do zoroastrismo. Explique qual é esse princípio e como ele aparece representado na imagem.

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Texto para a questão 5.

Os semitas das grandes civilizações estavam satisfeitos com seus sistemas de escrita. De um
lado, no nordeste da África, predominava o sistema egípcio, e do outro, na Mesopotâmia, o
sistema cuneiforme. Acontece, porém, que entre esses dois polos de civilização viviam povos
que não estavam comprometidos demais com essas culturas, mas que eram grandes
comerciantes no Mediterrâneo. Eles logo perceberam que os silabários cuneiformes eram muito
práticos (com poucos caracteres escrevia-se qualquer palavra) mas que a escrita egípcia tinha
uma forma gráfica mais atraente para ser escrita e lida, útil sobretudo nas necessidades do dia a
dia.

Surgiu, então, uma escrita com caracteres egípcios para línguas do Oriente Médio. Como eram
línguas que estavam sendo escritas pela primeira vez, nada mais conveniente do que unir as
vantagens gráficas dos caracteres egípcios às vantagens funcionais da escrita cuneiforme que,
há muito, já abandonara a maioria dos caracteres ideográficos em favor de um silabário com
poucos caracteres.

No outro extremo do Oriente Médio, os fenícios tinham na escrita um instrumento importante de


sua atividade comercial ao redor do Mediterrâneo. Se, por um lado, quando viajavam valia a
pena seguir a cultura dos ricos egípcios, assírios e babilônicos, em casa a nova escrita era mais
prática e, portanto, mais útil. Ao que tudo indica, a escrita fenícia já estava estabelecida no
século XIII a.C., época dos documentos mais antigos.

CAGLIARI, Luiz Carlos. A origem do alfabeto. Disponível em: http://www.dalete.com.br. Acesso em: 30 maio
2017.

Questão 05
De acordo com o texto, é possível afirmar que o alfabeto fenício foi criado apenas com
elementos de sua própria cultura? Justifique sua resposta.

ATIVIDADES PROPOSTAS
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Questão 01
(UECE) Atente ao seguinte enunciado.

Dividido em várias satrapias, controladas pelo sátrapa – um representante do imperador –,


esperava-se, assim, um maior controle das vastas áreas do império, a adoção de uma moeda
comum, assim como um sistema próprio de pesos e medidas deveria uniformizar o comércio na
região, apoiado por uma vasta malha de estradas que conectavam as principais cidades.

Esse enunciado descreve características do Império

a) Macedônio, que teve seu apogeu no governo de Alexandre, O Grande, e que tinha sua capital
na cidade de Babilônia.

b) Romano, que no governo de Adriano estabeleceu suas fronteiras finais que iam da Jordânia
até a ilha da Bretanha.

c) Han, que controlou a China e expandiu suas terras da Indochina até a península da Coreia.

d) Persa ou Aquemênida, que em seu apogeu, sob o reinado de Dario I, dominou territórios na
Ásia, África e Europa.

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Questão 02
(IFSUL) As extensas florestas de cedro na região serviram como fonte de matéria-prima para a
construção de navios, o que fez os fenícios se tornarem especialistas na construção naval. O
comércio marítimo possibilitou ainda a colonização de vários locais no Mar Mediterrâneo. A
organização da civilização fenícia em cidades autônomas e independentes foi uma característica
que a distinguiu dos demais povos da região, que formaram grandes impérios.

Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/civilizacao-fenicia.htm. Acesso em: 21 jul.


2016.

Uma das principais cidades fundadas pelos fenícios foi

a) Jericó.

b) Antioquia.
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c) Biblos.
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d) Xian.

Questão 03
(PUC-SP) Após chegarem, descarregam as mercadorias, dispondo-as em ordem na praia, e
depois voltam às suas embarcações e fazem sinais de fumaça. Os nativos veem a fumaça e,
aproximando-se do mar, colocam ao lado das mercadorias o ouro que oferecem em troca,
retirando-se a seguir. Os fenícios retornam e examinam o que os nativos deixaram. Se julgarem
que a quantidade do ouro corresponde ao valor das mercadorias, tomam-no e partem, do
contrário regressam aos navios e aguardam.

Heródoto. História. Brasília: UnB, 1988. p. 274. (adaptado)

A partir do texto de Heródoto (século V a.C.) e de seus conhecimentos, é correto afirmar que a
atividade dos fenícios

a) dependia do aparato militar que acompanhava os comerciantes e impedia a realização de


saques e ataques de piratas.

b) consistia prioritariamente no comércio, realizado através dos mares e, especialmente, na


região mediterrânica.

c) permitiu o desenvolvimento de poderosa indústria náutica, depois utilizada para derrotar os


romanos nas Guerras Púnicas.

d) contribuiu decisivamente para a vitória de Esparta na Guerra do Peloponeso, ao garantir o


abastecimento da cidade grega.

Questão 04
(IFSUL) O alfabeto fenício possuía 22 letras, apenas consoantes, e era, portanto, mais
simplificado do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica. Serviu de base para o alfabeto grego, o
qual deu origem ao alfabeto latino, que, por sua vez, gerou o alfabeto atualmente utilizado no
Brasil.
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O que levou os fenícios a criarem o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar
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O que levou os fenícios a criarem o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar

a) o comércio.

b) a indústria.

c) a agricultura.

d) a pecuária.

Questão 05
(UCS) Relacione as civilizações da Antiguidade apresentadas na coluna A a cada localização que
as identificam, elencadas na coluna B.

Coluna A Coluna B

1. Fenícia (    ) Nordeste da África

2. Egípcia (    ) Atual Líbano

3. Mesopotâmica (    ) Atual Irã

4. Persa (    ) Atual Iraque

Expandir

a) 1 – 3 – 2 – 4

b) 1 – 2 – 4 – 3

c) 2 – 1 – 4 – 3

d) 2 – 4 – 1 – 3

e) 3 – 4 – 2 – 1

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Questão 06
(UFSM)

O mapa acima indica os diversos caminhos do povo hebreu na Antiguidade, destacando a


migração de Ur para a Palestina (por volta de 1900 a.C.), a ida ao Egito (1700 a.C.), o Êxodo (1200
a.C.), a deportação para a Babilônia e o regresso à Palestina (século VI a.C.). A partir desses
dados, pode-se inferir:

a) O povo hebreu realizou trocas comerciais e culturais com o Egito e a Mesopotâmia, e essas
trocas influíram na sua formação cultural e religiosa.

b) Como se percebiam como “povo eleito por Deus”, os hebreus recusavam qualquer influência
das culturas e das religiões dos povos do Oriente Médio.

c) A força política e militar dos hebreus se impôs sobre os reinos do Oriente Médio, originando
uma cultura e religião dominantes na região.

d) As migrações dos povos da Antiguidade eram raras, devido às péssimas condições das
estradas e à precariedade dos meios de transporte.

e) As migrações de povos tornaram-se possíveis com as facilidades criadas pelas sociedades


estatais no Egito e Mesopotâmia.
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Questão 07
(PUC-PR) Na Antiguidade muitos povos consideravam que as doenças eram enviadas pelos
deuses. No final do século VIII a.C., quando os assírios sitiaram a cidade de Jerusalém e
ameaçaram invadi-la, uma epidemia virulenta acometeu o acampamento matando muitos
soldados. Nessa ocasião, Ezequias, rei de Judá, considerou essa epidemia uma bênção de Deus.

Nesse contexto, marque a alternativa incorreta sobre a religião dos hebreus.

a) Os hebreus consideravam Deus como soberano absoluto, fonte de todo o Universo e dono de
uma vontade suprema.

b) O Deus hebreu era transcendente, não se identificava com nenhuma força natural; estava
acima da natureza.

c) Os hebreus consideravam Deus bom, que fazia exigências éticas ao seu povo. Ao contrário
dos deuses do Oriente Próximo, Deus não era atraído pela luxúria ou impelido pelo mal.

d) Deus para os hebreus era uno, soberano, transcendente e bom.

e) Para os hebreus o poder de Deus vinha de um poder preexistente, habitava a natureza e fazia
parte dela.

Questão 08
(UFPI) Entre as principais características da civilização hebraica, merecem destaque especial

a) a religião politeísta em que as figuras mitológicas de Abraão, Isaac e Jacó formavam uma
tríade divina.

b) a criação de uma federação de cidades autônomas e independentes (cidades-Estado)


controladas por uma elite mercantil.

c) a criação de um alfabeto (aramaico) que seria incorporado e aperfeiçoado pelos egípcios,


tornando-se conhecido como escrita hieroglífica.

práticas religiosas caracterizadas pela crença na existência de um único deus 50


d) asAvaliar
(monoteísmo) e no messianismo, pois acreditavam na vinda de um messias libertador do
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( o ote s o) e o ess a s o, po s ac ed ta a a da de u ess as l be tado do

povo hebreu.

e) as inovações tecnológicas desenvolvidas na agricultura, possibilitando grande crescimento


da produtividade agrícola na região palestina.

Questão 09
(UTFPR) Os hebreus se constituíram inicialmente em um pequeno grupo de pastores nômades,
organizados em clãs, chefiados por um patriarca. Conduzidos por Abraão, deixaram a cidade de
Ur, na Mesopotâmia, e se fixaram na Palestina (“Canaã”, a Terra Prometida), por volta de 2000
a.C. Todavia, entre os povos da Antiguidade Oriental, os hebreus foram um dos que mais
influenciaram a cultura da civilização ocidental, uma vez que o cristianismo é considerado uma
continuação das tradições religiosas hebraicas.

Sobre esse povo, assinale a alternativa incorreta.

a) As guerras geraram a unidade política dos hebreus. Esta unidade se firmou primeiro em torno
de juízes e, depois, em volta dos reis.

b) A religião foi uma das bases da cultura hebraica e sua principal característica sempre foi a
crença em vários deuses, entre os quais o principal era Jeová, que, segundo a tradição,
morava no Monte Sinai junto a outros deuses e semideuses.

c) Durante o domínio romano na Palestina, o nacionalismo dos hebreus foi sufocado pelos
imperadores romanos, e o auge da repressão aconteceu com a destruição do templo de
Jerusalém, quando os hebreus, então, dispersaram-se por várias regiões do mundo. Esse
episódio ficou conhecido como Diáspora.

d) A Palestina era uma pequena faixa de terra que se estendia pelo vale do Rio Jordão. Limitava-
se ao norte com a Fenícia, ao sul, com as terras de Judá, a leste, com o Deserto da Arábia e, a
oeste, com o Mar Mediterrâneo.

e) Os hebreus eram um povo de origem semita, assim como os árabes.

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Questão 10
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(UTFPR) Dentre os povos da Antiguidade Oriental, um se destacou nas navegações e no


comércio. Eram os fenícios, cuja principal contribuição legada às civilizações posteriores foi o(a)

a) alfabeto fonético.

b) organização estatal centralizada.

c) formação de um exército e de uma marinha de guerra profissionais.

d) religião monoteísta.

e) organização política democrática.

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