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04/04/2022 14:12 Estante de Conteúdo

Anotações e
Capítulo 8 - O mundo árabe-muçulmano e os reinos africa… destaques Detalhes

Capítulo 8

O mundo árabe-muçulmano e
os reinos africanos

Com 1,6 bilhão de seguidores, o islamismo é a segunda maior religião do mundo em


número de fiéis, perdendo apenas para as religiões cristãs, que contam com 2,2 bilhões
de adeptos. Porém, há estimativas de que, até a década de 2070, o número de
praticantes do cristianismo será superado pelo de praticantes do islamismo, o que
transformará essa religião na maior do mundo.

O islamismo é uma religião que surgiu no século VII e suas tradições remontam a
diversas práticas monoteístas que se formaram desde a Antiguidade. Desde o início, o
islamismo disseminou-se com rapidez por diferentes territórios e culturas devido, entre
outras razões, à atividade expansionista de seus seguidores – a exemplo dos cristãos –,
convertendo outros povos por meio de ações pacíficas ou militares.

Para entender esse processo, é fundamental estudar a história dos povos que viviam
na Península Arábica, local onde o islamismo foi criado, bem como a maneira como a
nova religião modificou o modo de vida dos povos locais. Essa crença também chegou ao
continente africano, região onde surgiram diversos reinos entre o final da Antiguidade e
o início da Idade Média. Essas sociedades tiveram um papel muito importante na
organização social da África e de outros povos vizinhos. Neste capítulo, você estudará as
origens do islamismo e conhecerá algumas civilizações africanas e os contatos que elas
tiveram com cristãos e muçulmanos.

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Muçulmano orando em mesquita na África. A expansão do islamismo difundiu hábitos e costumes


da Península Arábica para outras regiões, como o continente africano. Na imagem, além da
posição de oração, percebe-se o uso da túnica típica de povos árabes.

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O mundo árabe antes do islamismo


A Península Arábica esteve, durante a Antiguidade, cercada por grandes impérios,
como o Egito, a Mesopotâmia e a Pérsia. O próprio Império Romano também expandiu
suas fronteiras até as proximidades dessa região, chegando ao que se chama hoje de
Oriente Médio. Porém, o território árabe não foi inteiramente conquistado pelos
impérios formados nas regiões vizinhas. Isso possibilitou o desenvolvimento de
comunidades de povos de origem semita, que povoaram essa região desde períodos
bastante remotos. Ao longo do tempo, esses povos se adaptaram ao clima do lugar,
formado por grandes desertos com oásis isolados que permitiam o desenvolvimento de
pequenas zonas de cultivo.

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Por volta de 1200 a.C., o modo de vida típico dessas comunidades já tinha se
consolidado. Uma parte dos grupos humanos que vivia na península se sedentarizou,
criando povoamentos próximos aos oásis. As pessoas que ali viviam utilizavam as fontes
de água para a agricultura e organizavam feiras, abastecendo as rotas comerciais que
cruzavam a Península Arábica rumo à Ásia, África e às regiões do Mediterrâneo.

Ao longo do tempo, algumas dessas comunidades cresceram e se tornaram


importantes cidades árabes, como Qurayya e Tayma, o que deu origem a pequenas
cidades-Estados com governos e leis próprias. Essas cidades originaram reinos, os quais,
porém, não conseguiram impor sua autoridade sobre toda a Península Arábica na
Antiguidade.

Outros grupos humanos adotaram um modo de vida nômade, criando animais


domésticos, como camelos, carneiros ou cabras. Eles se deslocavam pelo deserto em
busca de fontes de água e alimentos e eram conhecidos como os povos beduínos. Esses
grupos nômades também eram importantes para o comércio, já que dominavam as rotas
que cruzavam o deserto e possibilitavam a ligação de diferentes regiões da península
com outros territórios vizinhos.

Entre os grupos nômades, não existia a organização de um governo fixo e estável, já


que o comando dos grupos dependia da força de chefes e seus seguidores.

Meca e o comércio

Apesar das diferenças entre o modo de vida dos beduínos e o dos povos sedentários,
existiam elementos culturais que os aproximavam, como os dialetos árabes falados por
todos e as crenças religiosas semelhantes, baseadas no respeito às forças da natureza e
na fé no poder de objetos inanimados.

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No decorrer do tempo, surgiram locais de devoção e peregrinação no interior da


península, especialmente ao redor das comunidades sedentárias. Um desses locais foi a
cidade de Meca, que começou a se desenvolver no século VI d.C. Nesse período, conflitos
entre o Império Bizantino e um novo império que se formara na região da Pérsia
arruinaram a Rota da Seda, conjunto de estradas que cruzavam a Ásia rumo à Europa.
Por ela, comerciantes transportavam grande variedade de artigos, muitos deles oriundos
da China, os quais chegavam até o mundo mediterrânico. Os problemas observados no
trajeto, porém, levaram os comerciantes a utilizar caminhos alternativos, entre eles, as
estradas que atravessavam a Península Arábica. Um dos pontos centrais dessas novas
rotas comerciais era justamente a cidade de Meca.

Aos poucos, Meca se tornou um importante centro de comércio e de peregrinação dos


povos árabes, o que possibilitou a construção de um imponente santuário, chamado por
eles de Caaba, onde centenas de divindades diferentes eram cultuadas e respeitadas. O
equilíbrio político dessa região, contudo, se transformou no início do século VII d.C.

Caravana de beduínos no Deserto de Thar, localizado no estado indiano do Rajastão.

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Maomé e o surgimento do islamismo


Em 570 d.C., nasceu Maomé. Membro de um dos inúmeros clãs da tribo coraixita, que
tinha grande influência política na cidade de Meca, ele foi criado para se tornar um
mercador e passou a viajar para regiões vizinhas. Durante essas viagens, Maomé teve
contato com povos que seguiam diversas tradições religiosas, inclusive crenças
monoteístas, como os cristãos e os judeus. Esse contato teve um impacto em suas
crenças religiosas, o que o levou, a partir de 610, a declarar que recebia revelações
divinas que afirmavam que Deus era único e que todos os homens eram iguais.

Segundo as crenças islâmicas, por meio do arcanjo Gabriel, Deus apresentou a


Maomé a palavra divina. O profeta recebeu a incumbência de levar adiante essa palavra,
convertendo os povos árabes àquela que seria, para ele, a única religião verdadeira do
mundo.
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Ilustração persa do início do século XIV retratando o momento da revelação divina feita pelo
arcanjo Gabriel a Maomé.

TOME NOTA

A fuga para Medina ficou conhecida como Hégira (emigração) e marcou o início
do calendário da religião islâmica. Aos poucos, o número de seguidores da nova
religião foi crescendo, os quais passaram a se chamar de muçulmanos ou
islâmicos, termos que têm origem no mesmo radical que a palavra islã
(“submissão”).

Maomé passou a defender a submissão a Deus (Allah, em árabe), propagando os


princípios de uma nova religião, o islã (cujo significado em árabe é “submissão”,
“rendição” ou “retorno” a Deus). Isso, porém, desagradou aos comerciantes e às
autoridades de Meca, já que as peregrinações para a Caaba eram importantes para o
comércio da cidade. Por isso, Maomé foi perseguido e, em 622, obrigado a fugir de Meca
para a cidade de Yatreb, onde conseguiu proteção e conquistou adeptos para sua crença;
Yatreb passou a ser chamada de Medina, que significa “A cidade do profeta”.

O crescimento do número de seguidores do islamismo em Medina transformou essa


cidade na primeira sociedade governada segundo os princípios da nova religião. Maomé
era a principal liderança política e detinha poderes – além de políticos – militares,
religiosos e jurídicos. Isso possibilitou a organização de uma força militar para
conquistar a cidade de Meca e impor a nova crença à principal cidade da região.

Em 630, Maomé atacou e invadiu Meca, rendendo os chefes da cidade. Sua primeira
decisão após a invasão foi ordenar a destruição de todos os símbolos das divindades
cultuadas na Caaba e a transformação desse santuário em um local de culto. A partir de
então, a cidade se tornava o centro de peregrinações dos muçulmanos e o local mais
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sagrado da nova religião.

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A conquista de Meca foi apenas o primeiro passo da expansão islâmica. Até 632,
quando Maomé morreu, os seguidores do islamismo conquistaram grandes regiões da
Península Arábica, promovendo a unificação desse território e a criação de uma
identidade comum entre os árabes, a religião islâmica. Foi assim que começou a ganhar
forma o primeiro Estado unificado da Península Arábica.

Fotografia do interior da Grande Mesquita de Meca. Ao centro, a Caaba, principal destino de


peregrinação do islamismo, guarda a Pedra Negra, uma das relíquias da religião islâmica.

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AGORA É COM VOCÊ

O trecho a seguir é um relato escrito pelo árabe Muhammad ibn Ishaq (704-768),
um dos primeiros historiadores a preparar uma biografia sobre Maomé e a
analisar a origem da religião islâmica. No fragmento, ele registra uma tradição
oral sobre a experiência dos povos árabes antes do advento do islamismo e
sobre o contato deles com comerciantes judeus que se estabeleceram na
Península Arábica no período. Após a leitura, responda ao que se pede.

Nós éramos politeístas adorando ídolos, enquanto eles [os judeus] vinham do
povo do Livro, detentor de um conhecimento que não tínhamos. Havia constante
inimizade entre nós, e quando levávamos a melhor sobre eles e incitávamos seu
ódio, diziam: “O tempo chegou em que será enviado um profeta. Com a ajuda
dele, nós os mataremos, assim como pereceram as tribos de Ad e Iram ”.
Sempre os ouvíamos dizer isso.
IBN ISHAQ, Muhammad apud ARMSTRONG, Karen. Maomé: uma biografia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2002.

Ad e Iram foram duas tribos árabes destruídas no passado.

1. De que modo o historiador diferencia os povos árabes dos judeus? Essa


diferença colocava os árabes em vantagem ou desvantagem, na opinião do
historiador?

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2. Com base na leitura do fragmento, é possível afirmar que as ideias

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monoteístas eram desconhecidas dos povos árabes antes do surgimento do


islamismo?

A expansão do islamismo
Entre os séculos VII e XI, ocorreu uma intensa expansão dos territórios controlados
por líderes muçulmanos. Esse processo foi controlado pelos califas (chefes de Estado
islâmicos), que se tornaram a principal liderança religiosa e militar do mundo islâmico
após a morte de Maomé. A escolha do primeiro califa, Abu Bakr, sogro de Maomé, gerou
disputas entre diferentes grupos de seguidores de Maomé. Posteriormente, durante o
quarto califado, essas diferenças resultaram na formação de dois grupos com visões
religiosas e políticas distintas: os sunitas e os xiitas.

ATLAS de História Mundial, 2001.

Durante o governo de Abu Bakr, que durou até sua morte, em 634, os muçulmanos
conquistaram toda a Península Arábica. A partir de então, a religião começou a se
disseminar por territórios do Império Bizantino, Egito, Síria, Palestina, Mesopotâmia, por
regiões do Cáucaso, Pérsia, África, e partes da Ásia e da Europa, como a Península Ibérica
e a Sicília.

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Até meados do século VIII, todo o território dominado pelos seguidores do islamismo
formava um grande califado unificado e centralizado. Em 756, contudo, os territórios
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muçulmanos da Península Ibérica se separaram, formando um califado independente.

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Posteriormente, novas divisões ocorreram e surgiram pequenos reinos muçulmanos


independentes.

Califado é o território sob o governo de um califa.

A partir do século XI, a expansão do califado começou a perder força. Na Europa, os


cristãos iniciaram o processo de expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica; no
Oriente Médio, também atacaram territórios islâmicos. Esse processo de divisões dentro
do próprio califado se acentuou e teve seu auge no século XIII, quando o império
muçulmano se fragmentou de forma definitiva e foi substituído por diversos impérios e
reinos muçulmanos independentes.

Essa divisão, porém, não significou o fim da expansão da religião muçulmana pelo
mundo, já que novas regiões da Ásia e da África foram convertidas ao islamismo. A
diferença é que não existia mais um grande califado que unificava os povos muçulmanos
de diferentes continentes em torno de um grande império centralizado. Vale destacar
que, no final da Idade Média e início da Idade Moderna, três dos mais poderosos
impérios mundiais eram muçulmanos: o império Otomano, que tinha como centro o
antigo território de Bizâncio; o império Safávida, que tinha como centro o território da
Pérsia; e o império dos Grão-Mughals, na Índia.

WORLD History Atlas, 2009.

A cultura islâmica

A expansão do islamismo possibilitou a formação de uma cultura rica e diversificada


nos territórios muçulmanos. Inicialmente, as tradições árabes eram centrais para a
organização da cultura islâmica; o árabe, inclusive, era o principal idioma de difusão de
textos que preservavam as regras e os hábitos dos muçulmanos. Porém, o contato com
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outros povos fez com que esse idioma se tornasse apenas uma das línguas pela qual a

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cultura islâmica se disseminava; o turco e o persa também se tornaram importantes


nesse processo.

Além dessa diversificação linguística, outras trocas culturais aconteceram. Os


eruditos islâmicos tiveram acesso a obras produzidas por gregos e romanos, bem como a
tratados e obras indianas e de outras regiões da Ásia, da África e mesmo da Europa. Isso
possibilitou importantes avanços nos conhecimentos matemáticos, médicos, físicos,
astronômicos, arquitetônicos, artísticos, náuticos, entre outros. Assim, o mundo islâmico
se transformou em um dos lugares de conhecimento mais avançado do planeta em
meados da Idade Média.

Um dos principais centros intelectuais muçulmanos foi a cidade de Bagdá, no atual


território do Iraque. Lá foram construídas inúmeras bibliotecas e centros de estudo, o
que deu origem à chamada Casa do Saber, um ponto de encontro de intelectuais de todo
o mundo islâmico. Nesse caso, a preservação dos saberes da Antiguidade, bem como a
produção de novos saberes, foi fundamental para que textos e obras gregas e romanas
não se perdessem e se tornassem acessíveis, posteriormente, aos europeus e a outras
sociedades.

Ilustração muçulmana do século XIII representando estudiosos em uma biblioteca de Bagdá.

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A imagem a seguir é um fragmento da obra De materia medica, escrita pelo


médico grego Dioscórides. Ele é considerado o fundador da farmacognosia, ou
seja, o conhecimento, na Antiguidade, de remédios para o tratamento de
doenças. Sua obra se tornou uma das principais referências para a produção de
remédios entre os séculos XVI e XIX, com primeira tradução latina a partir da
versão árabe feita na Espanha, no século XVI. Observe a imagem e responda ao
que se pede.

1. Descreva a imagem e indique que informações podem ser encontradas por


meio de sua análise.

2. Formule uma hipótese para explicar a razão pela qual o documento foi
traduzido do árabe para o latim na Espanha.

3. Esse documento evidencia a importância dos árabes na preservação das


tradições greco-romanas? Justifique.

Reinos da África Subsaariana


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Entre o final da Antiguidade e o início da Idade Média, formaram-se inúmeros reinos e


culturas importantes no continente africano. Para entender o processo de formação
desses reinos durante a Idade Média, é importante lembrar que esse continente pode ser
dividido em duas partes muito distintas.

A região norte da África, chamada de África Setentrional, é marcada pela proximidade


com o Mar Mediterrâneo. Nessa região, ainda na Antiguidade, surgiram grandes
civilizações, como a do Egito ou a de Cartago, estudadas em capítulos anteriores. Os
povos que ali viviam estabeleceram inúmeros contatos com as civilizações
mediterrânicas ao longo do tempo. Posteriormente, com a expansão islâmica, a África
Setentrional acabou dominada pelos árabes, e o islamismo se instalou na região.

Na África Setentrional está localizado o Deserto do Saara, uma grande faixa de terra
desértica de difícil deslocamento, que vai do extremo leste ao extremo oeste do
continente africano. Esse deserto funciona como uma fronteira natural separando a
África Setentrional da região conhecida como África Subsaariana. Esta ocupa a maior
parte do continente africano e foi o local de desenvolvimento de sociedades com
características muito distintas, como povos nômades, pequenas aldeias e cidades, reinos
independentes e mesmo grandes impérios. O comércio transaariano foi muito
importante para promover a difusão das práticas culturais e religiosas dos povos da
África Setentrional entre os povos da África Subsaariana e vice-versa.

Foi na África Subsaariana que se formaram os reinos de Gana e Mali, bem como os
povos de cultura iorubá e banto, estudadas a seguir. Essas sociedades tinham
características sociais distintas, o que ajuda a entender a diversidade cultural e social do
continente africano.

KI-ZERBO, Joseph, 2002; COSTA E SILVA, Alberto da, 2002; ATLAS da História do Mundo, 1999.
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O Reino de Gana

O Reino de Gana começou a se desenvolver por volta do século IV na região da atual


Mauritânia, marcada por uma vegetação agreste que dificulta a agricultura. No passado,
porém, o meio ambiente local era diverso, e esse território era uma zona de transição
entre as regiões com grande abastecimento de água – próprias para a agricultura – e as
zonas desérticas, onde era possível realizar práticas de pastoreio.

Assim, surgiram nessa região muitos vilarejos que viviam da agricultura e do


pastoreio. Com o tempo, esses povoados se uniram e deram origem ao Reino de Gana,
que não possuía um território fixo e delimitado, mas tinha um rei e um povo que vivia
sob as ordens desse governante. Além disso, muitos outros povos vizinhos estabeleciam
relações com o rei de Gana ou com os funcionários da administração do reino, o que
gerava uma espécie de vínculo espiritual com o governante, com o qual se
comprometiam a prestar homenagens e a pagar tributos, além de fornecer homens para
lutar nas guerras e proteger os territórios aliados do monarca.

O Reino de Gana não formava, portanto, um domínio fechado, mas uma rede de
alianças que assegurava o pagamento de tributos diversos e que garantia a formação de
um importante exército na região. Diferentemente de um império tradicional, no qual o
poder do governante se associava à dominação de um grande território, o poder dos reis
de Gana se relacionava ao número de homens que se subordinavam aos vínculos
espirituais com o rei.

A base da economia de Gana era a exploração das minas de ouro da região, que eram
abundantes e que possibilitaram o surgimento de um intenso comércio entre os povos
que viviam sob a autoridade do rei de Gana e outras regiões da África, Ásia e Europa. A
grande quantidade desse metal precioso atraiu muitos mercadores para as aldeias e
cidades de Gana. Muitos comerciantes árabes, por exemplo, se estabeleceram nesse
território com o objetivo de aproveitar a produção local de ouro e enriquecer com o
comércio.

O rei também se beneficiava do comércio na região, já que ele cobrava diversos


tributos das mercadorias que circulavam pelo reino, o que fortaleceu esse sistema de
governo, que atingiu seu auge no século XI. Nesse período, devido a esse sistema, se
formou um poderoso exército ganense, capaz de ameaçar outras forças regionais e
garantir alianças com um número muito variado de povos africanos.

A partir do século XII, contudo, os reis de Gana começaram a se enfraquecer. Isso


ocorreu por diversas razões, como conflitos com outros povos que se fortaleciam no
período, transformações ambientais que provocaram a desertificação da região, e
mesmo o surgimento de novas fontes de ouro no continente africano. Assim, Gana foi
dominada por outros povos; suas cidades, porém, continuaram sendo centros
comerciais importantes até por volta do século XIV.

O Reino do Mali

A origem do Reino do Mali está relacionada à desagregação do Reino de Gana, quando


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diversos povos que haviam estabelecido vínculos de lealdade aos reis de Gana passaram
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a disputar o poder. Nessas disputas, um guerreiro se destacou: Sundiata Keita. Ele


conseguiu estabelecer aliança com diversas comunidades que viviam na região e, em
1235, venceu importante batalha contra líderes de grupos rivais.

Essa vitória fez com que Keita recebesse o título de mansa, um tipo de soberano
tradicionalmente reconhecido pelos povos da região. A partir de então, Keita liderou um
movimento de conquista que conseguiu dominar praticamente toda a região
pertencente ao antigo Reino de Gana, a qual, em pouco tempo, foi unificada em torno do
Reino do Mali. Os filhos de Keita deram continuidade ao processo de conquista,
garantindo o domínio de um imenso território que chegava ao Atlântico (nos atuais
territórios do Senegal e da Gâmbia) e ia até o Rio Níger, no interior da África.

Isso criou uma situação inédita na África, já que uma mesma autoridade política
passou a controlar as minas de ouro do interior do continente, os portos comerciais do
litoral e as rotas comerciais que ligavam esses dois centros econômicos. Isso fortaleceu
os governantes do Mali e possibilitou a criação de grandes centros culturais e urbanos no
interior desse reino.

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Figura equestre elaborada no delta do Rio Níger, no Mali, entre os séculos XIII e XV, representando
um guerreiro da cavalaria do mansa, provavelmente de Sundiata Keita.

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O Reino do Mali respeitava a autonomia dos territórios conquistados. Assim, mais do


que um império que impunha um modelo de governo único, formava uma federação de
povos submetidos à autoridade do mansa. As leis e2costumes de cada região eram
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mantidos, mas todos deviam pagar tributos para sustentar um exército capaz de
proteger esse grande território.

O Reino do Mali se transformou, então, em um reino muçulmano, já que Sundiata


Keita se converteu ao islamismo. Ao longo do tempo, diversos líderes do Mali
estabeleceram contato com os territórios muçulmanos e realizaram peregrinações para
Meca, o que fez com que a cultura do Mali assimilasse traços das culturas árabes. Um dos
maiores exemplos disso é a cidade de Tombuctu, que se tornou um centro da cultura
islâmica na África (veja boxe Ontem e hoje a seguir). Nessa cidade, um dos governantes
do Mali ordenou a construção de uma imponente mesquita e de um palácio real. As
construções de Tombuctu são consideradas pela UNESCO um dos patrimônios da
humanidade, apesar do risco de destruição por conflitos contemporâneos.

Outra importante cidade do Mali foi Djenné, que, entre os séculos XIII e XVI, foi um
dos mais importantes centros nas rotas comerciais vindas do Mediterrâneo e do Oriente
Médio e um dos pontos de difusão do islã para toda a África.

Apesar de toda a riqueza e desenvolvimento, a partir do século XIV o reino começou a


entrar em declínio. Aos poucos, o território se fragmentou e os mansa perderam poder e
influência. Ainda assim, foi apenas no século XVI que a autoridade desses governantes
desapareceu completamente da região.

ONTEM E HOJE

A luta pela preservação da memória

Tombuctu é um centro cultural de grande importância até hoje. No início do


século XXI, mantinha um complexo de 26 bibliotecas que abrigavam mais de 700
mil manuscritos medievais. Porém, conflitos políticos no Mali no início da
década de 2010 fizeram com que a região fosse tomada por grupos de
extremistas religiosos. Durante os combates pelo controle da região, parte do
complexo histórico foi destruído, e cerca de 4 mil manuscritos foram queimados.

Ainda assim, uma parte significativa dos manuscritos foi retirada do local e
protegida. Uma ONG ficou responsável pela preservação e pela digitalização
desses documentos, e, atualmente, cerca de 20% já foi digitalizado.

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Etapa da digitalização de um manuscrito em Bamako, capital do Mali, em 12 de janeiro


de 2016.

PARA REFLETIR

Os patrimônios materiais, como a cidade de Tombuctu e seus milhares de


documentos, são fundamentais para a preservação da cultura humana, bem
como para ajudar a entender os processos históricos que resultaram na
formação da sociedade atual. Discuta com seus colegas formas de preservar
esses patrimônios e evitar que conflitos ou problemas sociais provoquem a
destruição desses importantes registros do passado.

Imagem aérea da Grande Mesquita de Djenné, no Mali, monumento que está na lista da Unesco de
patrimônio mundial em perigo. Construída no começo do século XIII, a Grande Mesquita foi um
dos centros de aprendizagem islâmica no Reino do Mali.

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A civilização iorubá
A civilização iorubá teve origem no sudoeste do atual território da Nigéria. Essa região
foi ocupada desde a Pré-História por grupos humanos que formaram ali inúmeras
comunidades, processo que levou ao surgimento de uma cultura própria e característica,
que daria origem à civilização iorubá.

Os povos iorubás deram origem a diversas sociedades. Algumas fizeram alianças e


formaram reinos unificados; outras formaram comunidades independentes e
autônomas. Porém, todas tinham traços culturais e linguísticos semelhantes e
compartilhavam a crença de que sua origem remontava à cidade de Ilê Ifé.

Segundo a tradição iorubá, essa cidade foi fundada por Oduduwa, um enviado dos
céus pela divindade suprema do povo iorubá, Olorum. Para os iorubás, Ilê Ifé teria sido
responsável pela criação de todas as demais comunidades e sociedades desse povo,
sendo vista como uma espécie de cidade-pai dessa civilização. Apesar das explicações
míticas de sua origem, ela realmente existiu e desempenhou um papel político
importante na organização dos iorubás. Sua origem remonta ao século VI e suas
autoridades tinham grande influência nas sociedades vizinhas.

Um dos principais reinos iorubás foi Oyo, localizado no sudoeste da Nigéria e sudeste
do atual Benim. Essa sociedade criou um forte exército, capaz de intervir e conquistar
povos vizinhos. Seu surgimento ocorreu no século XV e se manteve como uma força
política importante na região até o século XIX.

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Vaso de marfim, datado entre os séculos XVII-XVIII, contendo inscrições que sugerem os poderes
de um governante do reino iorubá de Oyo.

Porém, muitas comunidades iorubás não tiveram o mesmo destino. No século XV, os
europeus começaram a avançar pelo continente africano e exploraram diversos
territórios ocupados pelos iorubás, os quais foram atacados, especialmente a partir de
meados do século XVIII, pelos comerciantes de escravizados, que visavam capturar
pessoas que seriam comercializadas como escravizados na América. Com isso, muitas
cidades e reinos iorubás foram destruídos, e muitos de seus moradores foram levados
para as colônias europeias na América, inclusive a portuguesa.

Por essa razão, muitos elementos da cultura iorubá, trazidos pelos iorubás
escravizados, estão presentes na sociedade brasileira, como hábitos alimentares,
palavras, crenças religiosas e outras tradições.

A cultura banto
O termo banto foi escolhido no século XIX por pesquisadores que estudavam as
línguas faladas por alguns povos africanos para designá-los. Essa palavra está presente
em quase todas as línguas de origem banto e significa “povo”, plural do termo “o
homem”. Por isso, ele foi escolhido para denominar essas línguas de origem comum que
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são faladas por um grande número de povos e sociedades na África.

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Essa língua se originou provavelmente em uma região localizada entre os atuais


territórios de Nigéria e Camarões. Os povos que viviam nessa região dependiam da
pesca, da coleta e da caça, além de praticarem a agricultura. Assim, eles viviam durante
algum tempo em um determinado lugar, mas se mudavam quando as terras perdiam
fertilidade, o que possibilitou um lento deslocamento desses povos para novas regiões.

Ao longo de um extenso período, esse deslocamento provocou a disseminação da


língua e da cultura dos bantos para uma grande parte da África. Por volta do século XIII,
eles já viviam em uma região que correspondia a dois terços da África Subsaariana.
Durante essa expansão, os bantos criaram sociedades muito distintas. Algumas delas
viviam de forma nômade, enquanto outras passaram a viver de forma sedentária. Além
disso, aos poucos, foram surgindo os primeiros reinos e estados centralizados, como os
reinos do Grande Zimbábue e do Manicongo.

Assim como os iorubás, os povos bantos foram trazidos em grande número para a
América como pessoas escravizadas. Por essa razão, há forte presença da cultura banto
no Brasil.

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Machado usado por povo banto do sudeste africano.

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ENQUANTO ISSO...
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A invenção da pena de escrita

Ao longo do tempo, as sociedades humanas inventaram diferentes materiais


para registrar suas ideias em textos. Na Mesopotâmia, por exemplo, foi criado
um complexo sistema de cunhas de madeira ou ossos utilizados para marcar
tábuas de argila com diversos registros. Já os egípcios usavam ossos com tinta
vegetal para escrever em seus papiros. O problema é que esses dois métodos
eram pouco flexíveis e práticos. Os materiais de escrita estragavam com
facilidade, e nem sempre era simples ou barato repor tais instrumentos.

Uma solução encontrada pelas sociedades medievais foi substituir os ossos,


madeiras ou pedras por um material mais simples e econômico: as penas de
pássaros, como gansos, cisnes ou patos. Estes eram suficientemente comuns na
Europa para que suas penas tivessem um custo baixo e pudessem ser utilizadas
para a escrita.

O primeiro registro do uso de penas para escrita foi feito pelo erudito medieval
Santo Isidoro de Sevilha (560-636). Ele escreveu um grande tratado de caráter
enciclopédico chamado Etimologias. Nessa obra, ele cita o uso das penas, as
quais eram retiradas dos animais e submetidas a um processo de limpeza, como
principal instrumento de escrita nas sociedades medievais. Como elas tinham
uma espécie de tubo em seu interior, era fácil preenchê-las de tinta e utilizá-las
para a escrita em papel.

Após a limpeza, bastava fazer um pequeno furo na ponta da pena para que a
tinta escorresse. Com o tempo, a ponta se gastava, mas era possível afiá-la
novamente com instrumentos inventados para esse fim. A praticidade desse
material fez com que ele se transformasse no principal instrumento de escrita
até o século XIX, perdendo esse posto apenas quando o avanço tecnológico
possibilitou a criação das primeiras canetas-tinteiro.

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AGORA É COM VOCÊ

A imagem a seguir é uma parte do chamado Atlas Catalão, produzido no atual


território da Espanha em 1375. Ele era uma representação de todo o mundo
conhecido pelos europeus e trazia informações geográficas, políticas e
econômicas. No detalhe, é possível ver a representação do mansa do Mali que
reinava sobre o território de Gana no período. Com base na análise da imagem,
responda ao que se pede.

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1. De que forma os europeus representaram o mansa do Mali?

2. O mapa destaca algumas das principais informações políticas e econômicas


conhecidas pelos europeus em cada região representada do mundo. Com
base nisso, que hipótese pode ser formulada sobre a escolha dos europeus
em representar o mansa do Mali no Atlas?

3. Qual era a base da economia do Reino do Mali?

LEIA

O islamismo explicado às crianças, de Tahar Ben Jelloun (Editora Unesp). O


livro apresenta em linguagem clara e didática as principais características do
islamismo, bem como aspectos da cultura dos povos que seguem essa religião.

A África explicada aos meus filhos, de Alberto da Costa e Silva (Editora Agir). O
livro é um diálogo com um dos maiores especialistas na história do continente
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africano. Assim, de forma muito clara e direta, o historiador apresenta aspectos

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centrais para compreender a história do continente, da Antiguidade até os dias


atuais.

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ESTE CAPÍTULO ABORDOU

A organização social da Península Arábica antes do islamismo.

O surgimento do islamismo.

O processo de expansão do islamismo.

A formação e a fragmentação do califado islâmico.

A organização do Reino de Gana.

A organização do Reino do Mali.

A cultura iorubá.

A cultura banto.

ATIVIDADES PARA SALA

Questão 01
O desenvolvimento das religiões monoteístas ( judaísmo, cristianismo e islamismo) teve
grandes consequências políticas. Com base nas informações estudadas neste capítulo e
nos anteriores, compare brevemente os principais desdobramentos políticos das três
religiões entre os hebreus, os romanos
Avaliar e os árabes.2

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Texto para as questões 2 e 3.

O redescobrimento dos grandes filósofos gregos provocou dúvidas sobre os dogmas


islâmicos – a criação do mundo, a ressurreição física pós-morte, a onipresença de Deus
–, em contraste com as leis objetivas da natureza. [...] Desenvolveram-se, então, escolas
concorrentes cuja rivalidade produziu consequências em longo prazo. Simplificando,
poderíamos definir, de um lado, a xaria como a escola conservadora – em relação ao
domínio dos aspectos do culto, ela rejeitava em princípio quaisquer dimensões não
controladas pela religião, rigorosamente do modo como era interpretada pela xaria, ou
seja, nos moldes do “serviço a Deus”. Do outro lado, o ponto de partida de sua
concorrente intelectual, a escola progressista, era “conhecer Deus” antes de servi-Lo.
Essa enfatizava o poder do livre pensamento.

DEMANT, Peter. O mundo muçulmano. São Paulo: Contexto, 2004.

Questão 02
De acordo com o autor do texto, a recuperação de obras filosóficas da Antiguidade teve
consequências religiosas. Quais foram elas?

Questão 03
Qual era a oposição entre a xaria e a escola progressista de interpretação dos princípios
religiosos do islamismo?

Texto para as questões 4 e 5.

Candomblé é a religião que cultua os orixás, divindades do povo iorubá, que chegou ao
Brasil como escravo, vindo principalmente da região onde hoje se situa a Nigéria. A
religião dos orixás logo se misturou com o culto aos vodus, do povo fon do Daomé,
também escravizado, dando origem ao Candomblé chamado ketu-jeje ou jeje-nagô. Mas
também a religião dos inkices, de origem banto, recebe o nome de Candomblé, é o
Candomblé de Angola. As origens do Candomblé estão na colonização do Brasil. Mas, ao
contrário da crença comum, o Candomblé não é uma religião africana, mas sim um
conjunto de cultos e religiões nascidos no Brasil a partir de estruturas religiosas
africanas. Mesmo os cultos mais puristas do Candomblé, ou seja, os que ainda mantêm a
língua iorubá original, como é o caso de vários terreiros baianos, nasceram mesmo na
América.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009. p.
39.

Questão 04
A cultura iorubá teve grande influência na formação da cultura brasileira, inclusive na
Avaliar 2
formação de novas religiões no Brasil. É possível afirmar que o candomblé é uma

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reprodução, sem alterações, das práticas religiosas dos povos iorubás no Brasil?
Justifique sua resposta.

Questão 05
No Brasil, religiões de matriz africana ou afro-brasileira são frequentemente vítimas de
preconceito e perseguição. Você conhece ou já presenciou alguma situação como essa?
O que pode ser feito para impedir esse desrespeito à liberdade religiosa?

ATIVIDADES PROPOSTAS

Questão 01
(UFRGS) Considere as seguintes afirmações acerca das relações entre o Oriente e o
Ocidente no mundo medieval.

I. Uma das causas da queda do Império Romano do Ocidente foi a expansão do


islamismo pelo território da Europa ocidental.

II. A cultura árabe legou para as sociedades europeias estudos sobre autores como
Platão e Aristóteles, estabelecendo um elo entre o mundo antigo pagão e o mundo
moderno cristão.

III. A Península Ibérica foi profundamente marcada pela presença muçulmana, que se
estendeu entre os séculos VIII e XV, produzindo reflexos na cultura lusitana e
hispânica.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas I e III.

d) Apenas II e III.

e) I, II e III.

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Questão 02
(PUC-SP)

“[Na Europa, criaram-se] condições favoráveis para o estudo da Medicina [...]. Um fator
decisivo [...] foi a retomada da herança
Avaliar antiga. [...] Em
2 boa parte, o Ocidente tomou
contato com a herança científica clássica graças às culturas bizantina e muçulmana. A
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ç g ç ç
partir do século XII foram feitas inúmeras traduções do grego e do árabe para o latim, um
pouco em Veneza (por seus contatos com Bizâncio), um pouco na Sicília (anteriormente
ocupada por bizantinos e islamitas) e sobretudo na Espanha.”

FRANCO JR, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001. p. 158.

“[...] Ocupei-me então em dominar os vários textos e comentários sobre as ciências


naturais e as metafísicas até se abrirem para mim todas as portas do saber. Em seguida
desejei estudar medicina e empreendi a leitura de todos os livros que tinham sido
escritos sobre esse assunto. A medicina não é uma ciência difícil e naturalmente em
muito pouco tempo me distingui nela, de maneira que físicos qualificados começaram a
ler medicina comigo. [...]”

AVICENA apud ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Livraria Sá da Costa
Editora, 1972. p. 119-120.

A partir dos textos, é possível afirmar que o estudo da Medicina durante a Idade Média
Central (séculos XI-XIII)

a) se desenvolvia na Europa com base em pesquisas empíricas que visavam confirmar as


verdades teológicas

b) se baseava na tradução para o latim de obras antigas chegadas ao Ocidente por


intermédio de bizantinos e muçulmanos, e estudos recentes das mesmas feitos por
muçulmanos, como Avicena.

c) se realizava sob a orientação de mestres bizantinos, que vinham do Oriente ensinar as


teorias clássicas apreendidas das obras de filósofos e cientistas gregos como
Aristóteles e Hipócrates.

d) se destinava a proporcionar aos europeus os conhecimentos necessários para


enfrentar as frequentes epidemias nas cidades e nos campos, que já tinham sido
eliminadas no Oriente.

Questão 03
(MACKENZIE) Leia os textos a seguir.

“De Tarkala à cidade de Gana, gastam-se três meses de marcha num deserto árido. No
país de Gana, o ouro nasce como plantas na areia, do mesmo modo que as cenouras. É
colhido ao nascer do sol”.

IBN AL-FAQIH apud COSTA E SILVA, Alberto da. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo:
Companhia das Letras, 2012. p. 32.

“[Gana] é a terra do ouro. [...] Toda a gente do Magreb sabe, e ninguém disto discrepa,
que o rei de Gana possui em seu palácio um bloco de ouro pesando 30 arratéis (cerca de
14 kg). Esse bloco de ouro foi criado por Deus, sem ter sido fundido ao fogo ou
trabalhado por instrumento. Foi, porém, furado de um lado ao outro, a fim de que nele
pudesse ser amarrado o cavalo do rei. É algo curioso que não se encontra em nenhum
outro lugar do mundo e que ninguém possui a não ser o rei, que disso se vangloria
diante de todos os soberanos do Sudão.
Avaliar 2
AL-IDRISI apud COSTA E SILVA, Alberto da. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo:

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Companhia das Letras, 2012. p. 37.

Os textos foram escritos por viajantes árabes ao observarem aspectos sobre o Reino de
Gana, na África, durante a Idade Média europeia. Pela análise dos excertos, é correto
afirmar que tal reino

a) causava espanto e admiração, tanto pelo desenvolvimento econômico como pelo


poder teocrático politeísta do governante.

b) causava estranhamento em seus visitantes, tanto pela quantidade exagerada de


metais preciosos disponíveis como pelo poder autoritário do governante.

c) provocava perplexidade nos viajantes, pois estes não compreendiam seu


desenvolvimento em meio a um continente marcado pela inexistência de civilizações.

d) se desenvolveu sustentado pela riqueza do ouro e pela crença monoteísta, fator que o
desqualificava perante os viajantes que ali passavam.

e) impressionava seus visitantes, tanto pela opulência trazida pelo ouro como pela sua
complexa organização política e social.

Página 14

Questão 04
(IFSUL) “Maomé retirou-se às montanhas para rezar e meditar, vivendo como eremita.
Em seguida, começou a pregar a existência de um deus único, Alá, e a prática do Islã,
submissão total a deus.”

ORDOÑEZ, Marlene; QUEVEDO, Júlio. História. São Paulo: IBEP, [s.d.]. p. 58.

Em 622, ocorreu a Hégira, que significou, para o mundo islâmico,

a) o nascimento de Maomé e a chegada dos muçulmanos na África.

b) a fuga de Maomé e seus seguidores de Meca para Yatreb.

c) o casamento de Maomé com Khadija e a retomada de Meca.

d) a ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos.

Questão 05
(IFSP) Segundo o historiador Demant, “em princípio, Maomé conseguiu converter à nova
fé a esposa e alguns amigos. Seu primeiro núcleo de ouvintes foi mínimo, mas suficiente
para irritar a elite comercial de Meca, cuja renda do turismo religioso foi ameaçada pela
insistência de Maomé em destruir as imagens dos deuses politeístas. A repressão contra
essa pequena e primeira comunidade muçulmana o levou a fugir com seus seguidores,
no ano de 622 d.C., para outra cidade, mais aberta às suas demandas: Iatreb [ou Yatreb],
desde então nomeada de al-Medina (a Cidade), situada a 300 quilômetros ao norte de
Avaliar 2
Meca”.

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DEMANT, Peter. O mundo muçulmano. São Paulo: Contexto, 2011. p. 26.


Com base na situação descrita sobre a fuga do fundador do islã, o profeta Maomé, é
correto o que se afirma em:

a) Sua fuga é conhecida como a jihad (luta em favor de Deus) e marca o início do
calendário muçulmano.

b) Sua fuga é conhecida como a salat (reza que se faz cinco vezes ao dia) e marca o início
do calendário muçulmano.

c) Sua fuga é conhecida como a hijra (hégira ou migração) e marca o início do calendário
muçulmano.

d) Sua fuga é conhecida como o ramadan (ramadã, mês de jejum, entendido como
purificação e ascese para Deus) e marca o início do calendário muçulmano.

e) Sua fuga é conhecida como a shahada (testemunho; é a confissão que efetua a


conversão) e marca o início do calendário muçulmano.

Questão 06
(FGV) Em muitos reinos sudaneses, sobretudo entre os reis e as elites, o islamismo foi
bem recebido e conseguiu vários adeptos, tendo chegado à região da savana africana,
provavelmente, antes do século XI, trazido pela família árabe-berbere dos Kunta.

[...] O islamismo possuía alguns preceitos atraentes e aceitáveis pelas concepções


religiosas africanas, [...] associava as histórias sagradas às genealogias, acreditava na
revelação divina, na existência de um criador e no destino. [...] O escritor árabe Ibn
Batuta relatou, no século XIV, que o rei do Mali, numa manhã, comemorou a data
islâmica do fim do Ramadã e, à tarde, presenciou um ritual da religião tradicional
realizado por trovadores com máscaras de aves.

MATTOS, Regiane Augusto de. História e cultura afro-brasileira. São Paulo: Contexto, 2011.

Considerando o trecho e os conhecimentos sobre a história da África, é correto afirmar


que

a) a penetração do islamismo nas regiões subsaarianas se mostrou superficial porque


atingiu poucos setores sociais, especialmente aqueles voltados aos negócios
comerciais, além de sofrer forte concorrência do cristianismo.

b) a presença do islamismo no continente africano derivou da impossibilidade dos


árabes de ocupar regiões na Península Ibérica, o que os levou à invasão de territórios
subsaarianos, onde ocorreu violenta imposição religiosa.

c) o desprezo das sociedades africanas pela tradição árabe gerou transações comerciais
marcadas pela desconfiança recíproca, desprezo mudado, posteriormente, com o
abandono das religiões primitivas da África e com a hegemonia do islamismo.

d) o comércio transaariano foi uma das portas de entrada do islamismo na África, e essa
religião, em algumas regiões do continente, ou incorporou-se às religiões tradicionais
ou facilitou uma convivência relativamente harmônica.
Avaliar 2

e) as correntes islâmicas mais moderadas caso dos sunitas influenciaram as principais


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e) as correntes islâmicas mais moderadas, caso dos sunitas, influenciaram as principais

lideranças da África ocidental, possibilitando a formação de novas denominações


religiosas, não islâmicas, desligadas das tradições tribais locais.

Questão 07
(PUC-PR) O islamismo, religião monoteísta fundada por Maomé (c. 570-632), mudou o
cenário religioso e político do Oriente Médio e de toda a bacia do Mediterrâneo. Os
padrões islâmicos de moralidade e as normas que regulam a vida cotidiana são fixados
pelo Alcorão, que os muçulmanos acreditam conter a palavra de Alá, tal qual revelada a
Maomé. Para os muçulmanos, sua religião é a conclusão e o aperfeiçoamento do
judaísmo e do cristianismo. Maomé conseguiu unificar as tribos árabes, envolvidas em
constantes disputas, numa força poderosa dedicada a Alá e à difusão da fé islâmica.
Após a morte de Maomé, no entanto, seus sucessores não conseguiram manter a
unidade, por disputas sucessórias. Essas disputas dividiram o islã em dois grupos
principais, que permanecem até hoje.

É correto afirmar que esses dois grupos rivais são

a) monofisistas e nestorianos.

b) monofisistas e maronitas.

c) sunitas e xiitas.

d) otomanos e assírios.

e) xiitas e politeístas.

Página 15

Questão 08
(UPE) Maomé pertenceu a um ramo menor do clã dos Quraysh (coraixitas), um dos mais
poderosos de Meca. Foi criado como mercador e casou-se aos 25 anos com uma rica
viúva bem mais velha que ele, chamada Khadija. Supõe-se que, nas suas viagens de
negócios, Maomé teria entrado em contato com árabes judaicos e cristãos e sido
influenciado por eles.

DEMANT, Peter. O mundo muçulmano. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2011. p. 25. (adaptado)

Sobre a realidade apresentada no texto, assinale a alternativa correta.

a) A principal influência que Maomé sofreu do judaísmo e do cristianismo foi a crença no


monoteísmo.

b) Maomé não obteve sucesso na tentativa de unificar a Península Arábica em nome do


islã.
Avaliar 2
c) O profeta Maomé não obteve resistência para empreender a conquista de Meca.

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d) O comércio, atividade desenvolvida por Maomé, não era comum entre os povos
árabes do século VII.

e) Os árabes, no século VII, não tinham contato com cristãos, só com judeus.

Questão 09
(ENEM) O Cafundó é um bairro rural situado no município de Salto de Pirapora, a 150 km
de São Paulo. Sua população, predominantemente negra, divide-se em duas parentelas:
a dos Almeida Caetano e a dos Pires Pedroso. Cerca de oitenta pessoas vivem no bairro.
Dessas, apenas nove detêm o título de proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra
que constituem a extensão do Cafundó, que foram doados a dois escravos, ancestrais de
seus habitantes atuais, pelo antigo senhor e fazendeiro, pouco antes da Abolição, em
1888. Nessas terras, seus moradores plantam milho, feijão e mandioca e criam galinhas e
porcos. Tudo em pequena escala. Sua língua materna é o português, em uma variação
regional que, sob muitos aspectos, poderia ser identificada como dialeto caipira. Usam
um léxico de origem banto, quimbundo principalmente, cujo papel social é, sobretudo,
de representá-los como africanos no Brasil.

Disponível em: http://www.revista.iphan.gov.br. Acesso em: 6 abr. 2009. (adaptado)

O bairro de Cafundó integra o patrimônio cultural do Brasil porque

a) possui terras herdadas de famílias antigas da região.

b) preservou o modo de falar de origem banto e quimbundo.

c) tem origem no período anterior à abolição da escravatura.

d) pertence a uma comunidade rural do interior do estado de São Paulo.

e) possui moradores que são africanos do Brasil e perderam o laço com sua origem.

Questão 10
(FGV) Leia o texto.

Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses


viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações
costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos
locais. Os reis de Portugal enviaram numerosas missões diplomáticas a seus homólogos
da África Ocidental. Assim, entre 1481 e 1495, D. João II de Portugal enviou embaixadas
ao rei do Futa, ao koi de Tombuctu e ao mansa do Mali.

Duas missões diplomáticas foram enviadas ao Mali, mostrando a importância que o


soberano português atribuía a esse país. A primeira partiu pela Gâmbia, a segunda partiu
do forte de Elmina. O mansa que as recebeu, Mahmud, era filho do mansa Ule (Wule) e
neto do mansa Musã [...].
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LY-TALL, Madina. O declínio do Império Mali. In: TAMSIR, Djibril (ed.). História geral da África: África do século XII
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04/04/2022 14:12 Estante de Conteúdo
ao XVI. São Paulo: Cortez, 2011. v. 4.

No contexto apresentado, o império português mudou a sua estratégia política, pois

a) encontrou um povo que desconhecia o uso da moeda na prática comercial.

b) descobriu tribos que não passaram pelas etapas do desenvolvimento histórico, como
o feudalismo.

c) reconheceu a presença de um Estado marcado por sólidas estruturas políticas.

d) identificou a tendência africana em refutar todas as influências externas ao


continente.

e) percebeu na África, em geral, a produção voltada apenas para as trocas ritualísticas.

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