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1. A Arábia pré-islâmica
Medina e Meca, situadas em dois oásis, embora modestas no inicio do século VII d.C.,
vão conhecer um desenvolvimento espectacular. Medina no centro de uma pequena
região agrícola e Meca no cruzamento de rotas caravaneiras. Os habitantes de Meca
obtinham grandes lucros exportando para a Síria produtos exóticos provenientes da
Etiópia e do Extremo-Oriente e em troca recebiam cereais e produtos manufacturados
bizantinos.
Capital mercantil, Meca era também a capital religiosa dos árabes. Ainda pagãs, as
tribos árabes, bastantes divididas, cada cidade adorava os seus ídolos, embora tivessem
já a necessidade de se deslocar periodicamente a Meca, pois aí se realizavam grandes
feiras. Contudo, no inicio do século VII d.C. não havia na Arábia nem estado único nem
a religião única. Esta dupla unidade será realizada por Maomé no inicio do século VII
d.C.
As terras onde se podiam praticar a agricultura estavam na posse duma nobreza clánica,
enquanto às tribos nómadas faltava a terra, pois a criação de gado não era suficiente
para sustentar o crescimento dapopulação. Assim, no meio de toda esta diversidade de
interesses e de comunidades, começaram a trava-se guerras entre tribos. Foram-se
estabelecendo laços económicos e políticos entre algumas regiões da Arábia. Neste
movimento de unificação económica e política de todos os árabes, a religião islamica
tornou-se como que “ cimento ideológico”.
Em meados do século VII d.C. toda a Península arábia se encontra unificada religiosa e
politicamente. Contudo, a estabilidade económica não tinha sido conseguida. O
problema da falta e distribuição de terra continuava. Assim, aqueles que não tinham
lugar na arábia, fundamentalmente os nómadas, tornam-se guerreiros profissionais e as
suas actividades guerreiras dirigem-se contra os países vizinhos com a finalidade de
obterem lucros.
3. A expansão muçulmana
Seguindo o conselho de profeta, os árabes lacam-se a conquista e a conversão do mundo
ao islão. Partindo da arábia, embora sendo poucos, vão aumentar os efectivos dos seus
exércitos com guerreiros recrutados entre as populações recém-convertidas. Eram
animados pela ideia de que faziam a guerra santa.
Em cerca de 100 anos, os árabes conquistaram um grande império que estendia a Ásia, a
África e a Europa. A que se deve a este prodigioso sucesso? Em primeiro lugar, os
árabes souberamaproveitas ao máximo as fraquezas dos seus adversários: bizantinos e
persas, esgotados e divididos a uns séculos de guerra ente si, foram incapazes de se
unirem perante um inimigo comum. Sobrecarregados pelos impostos e por vezes
perseguidos pelas suas ideias religiosas, as populações acolheram os invasores árabes
como autênticos libertadores e, como já se disse, enchiam de voluntários os exércitos
muçulmanos.
Mas os ocupantes árabes vão exigir dos berberes os impostos que os muçulmanos não
pagavam. Os impostos eram de capitação e imposto sobre terra. Os abusos cometidos
pelos governadores são frequentes. Começam a surgir conflitos entre árabes e berberes.
A conquista do Egito tinha durado três anos e a da Berberia durara 63 anos. O Egito era
para os árabes um celeiro de onde, além dos impostos, extraiam o trigo.
A partir da África do Norte, o Islão penetrou em África, no seu interior, graças aos
mercadores árabo-berberes. A partir do século VIII d.C., as rotas de Marrocos para o
Sudão conheceram uma grande atividade. Esta rota, conhecida por “ rota dos
noventadias”, ligava os portos deTamedelt do Norte e de Awdaghost no Sul. Uma outra
rota utilizada era chamada a rota dos Garamantes, entre a Fezania e Gao, no Sudao
Central. Também, utilizavam a rota de que ligava a Gadames ao Níger.
Outro fator que ajudou a fortalecer e enriquecer os novos estados do Sudão Ocidental
foi o comércio internacional, principalmente o comércio do ouro desses estados para o
Norte de Africa (depois para Europa) através do saara. Nem todos os estados do Sudão
Ocidental controlam as minas de ouro africano, visto que estes se encontram a Sul, nas
regiões de florestas, mas todos controlam pelo menos o trânsito desse ouro para Norte.
O Império de Gana era muito rico e bastante extenso. Era constituído por províncias,
cujos reis pagavam tributos ao Tunka, forneciam-lhe guerreiros e enviavam os seus
filhos para se educarem na sua corte. O Imperador, que tinha o título de Tunka ou
KayaMaghan (senhor de ouro), vivia na capital, tendo a mais célebre, a KoumbiSaleh,
rodeado de uma corte faustosa.
Esta grande prosperidade de Gana reduziu os Almorávidas, que conduziam então uma
grande seita no Sahel sudanês. Graças ao seu forte exército, Gana resistiu longos anos e
só sucumbiu em 1076 sob os golpes de Abu‐BakrIbn Omar.
Podemos afirmar que Islão está na origem das causas externas da decadência e da
destruição do Gana pelos Almorávidas.
Por outro lado podemos dizer que declínio do Imperio de Gana se deve à falta de
unidade política, à luta interna entre os príncipes pela sucessão ao trono e à rivalidade
entre as numerosas tribos que compunham o império. Finalmente podemos dizer que o
declínio se deve ao desvio das rotas comerciais de Oeste para Leste/
3. O Império de Mali
A história do Império do Mali exige o conhecimento das fontes que fornecem as
informações necessárias sobre a evolução deste grande império. Entre elas temos as
fontes árabes, europeias, a cartografia, a arqueologia e também as fontes tradicionais.
O reino do Sosso e todos os seus reinos vassalos foram confiscados por Sundiata,
Imperador do Mali. Os príncipes mandingas festejaram a vitória de Sundiata e deram-
lhe o título de “Mansa”, que quer dizer rei dos reis, e prometeram‐lhe solenemente
submeterem‐se aos seus descendentes.Todos os clãs mandingas prometeram obediência
a Sundiata.
Assim nasceu o Império do Mali. O seu exército bem organizado e conduzido por
generais corajosos alargaram as suas possessões territoriais do Mali através de
sucessivas conquistas. Em 1255, o Império do Mali estendeu‐se de Gana ao rio Gambia
e das Proximidade do Tekrur ao MédioNiger.
Por ocasião duma nova crise de sucessão, o escravo imperial Sakouré, bom militar e
mestre na guerra, usurpou o poder do Imperio em 1285. Com as qualidades inerentes a
um bom chefe de guerra: coragem, piedade, humanismo, Sakouré manteve as
instituições do Império e respeitou a tradição. Retomou a politica das grandes
conquistas territoriais, anexou o Tekrur e engrandeceu o Império até ao atlântico,
ocupando o Delta Central no Níger, a cidade de Tonbuctu e mesmo o reino de Gao.
KankùMussá, a quem tinha confiado o governo imperial, tornou‐se pelas vias politica o
Mansa do Mali em 1312.
Voltemos à peregrinação de KankúMussá que teve lugar entre 1324 a 1325, e que é o
acontecimento mais importante da sua vida. Preparou esta viagem material e
financeiramente durante vários anos, para se purificar depois de morto acidentalmente a
sua mãe. Pediu ajuda de todos os seus vassalos, que gostavam dele que lhe deram uma
importante contribuição. Recebeu ofertas de toda a espécie.Produtos alimentares,
animais, couros, objectos preciosos, ouro, etc..
Esta viagem, que durou oito meses, teve grande importância pela sua consequências
políticas, económicas, religiosas e culturais.
É sob reinado de Kanku Mussa que o Império do Mali atingiu o seu apogeu. Este grande
território imperial estendia-se então de Takkeda (no Níger) ao Tekrur (no Senegal), no
antro de saara à região florestal meridional. O grande império do Mali era próspero
graças às minas de cobre e sal de Tegazza e graças também ao comércio trans-saariano,
que favoreceu o desenvolvimento de grandes e ricas cidades como Djené, Niani, Walata
e Tombuctu, centros de grandes atividades de trocas de produtos de Sudão interior
(cerais, escravos, ouro, etc.) pelo sal saariano (salgema) e pelos produtos manufatrados
da África do Norte, vindos do Marrocos e do Egito. O Islão é favorecido pelo comércio,
difundindo pelas iniciativas do imperador e encorajado por todos os mansas doo
império. Espalha-se assim por todos os cantos do império. Foram criados grandes focos
culturais onde se discutiam ideias sobre todos os assuntos inteletuais daquele tempo;
estes focos eram sobretudo animados pelos árabo-berberes e a maior delas, era
Tombuctu. Foram construídas numerosas mesquitas e em todas as cidades importantes
É somente com mansa Suleimane, irmão de Kanku Mussa, que reaparece o brilho do
Império do Mali. Mansa Suleimane, foi um grande administrador, administrando o
tesouro do império com muita sabedoria e assegurou também a paz e a justiça em todo o
Império, após o período de perturbação do reinado de MagenI. Foi visitado em1353 por
grande viajante marroquino, Ibn Battuta, que nos deu muitas informações sobre Império
do Mali. Informações que foram completadas por vezes pelos navegadores portugueses.
Após Mansa Suleimane, o Império do Mali foi enfraquecido por numerosas crises de
sucessão. Os príncipes estavam desunidos e guerreavam-se constantemente. Os
inimigos exteriotes, Songhai, Mossi e Tuaregues, conquistaram varias províncias do
Mali. Outras tornaram-se independentes. No século XVI, o grande Império do Mali
estava reduzido às regiões mandingas e às províncias de Bambuk e do Oeste. Tornar-se-
á ainda mais pequeno no século XVIII, reduzindo-se à província de Kangaba, vassalo
dos Bambara de Ségou.
4. Império do Songhai
4.1. Origens de Gao
Ignora-se a origem precisa do povo songhai. Sabe-se que entre os séculos VI e XI,
vários povos estabelecidos desde há muito tempo no vale do Níger, no perímetro
Tillaberi-Dendi, norte de Dosmé, fundaram aldeias de onde nasceu o reino de
Kukya: são os Sorko (pescadores), os Gabili (agricultores) e berberes nómadas.
Kukya era então governada pela dinastia dos Dia. Tornou-se no século XI um
Rapidamente, por razoes económicas, Kukya foi suplantada por Gao, que era o
destino de todas as caravanas que vinham do Norte. O rei muçulmano dedicou-se à
construção de importantes mesquitas e palácios. Conquistou todas as regiões
vizinhas, que deram o Gao uma tal importância estratégia que em breve se tornará o
maior mercado do Níger. Mas esta importância económica devido à situação de Gao
suscita o interesse dos “ mansas” do Mali, que a anexaram no início do século XIV.
O reino de Gao foi libertado por volta de 1337 pelo príncipe Ali Kolon, que esteve
na origem da dinastia dos Sonni ou Chi, mais ou menos vassalos do Mali. Os Sonni
foram os reis enérgicos e tomaram muitas iniciativas que deram progressivamente
ao reino uma vasta extensão territorial, lutando contra os seus vizinhos. Os mais
ilustres da dinastia dos Sonni foram Sonni Mandana, que saqueou o Império do
Mali, Suleimane Daman, o destruidor de Mesma e Sonni Ali Ber, chamado “ O
Grande”, fundador do Império.
Realizou, pelas forças das armas, a unificação política de todas as regiões do vale do
médio Níger e fixou as bases do Estado e das Nação Songhai. Constituiu uma
grande frota sobre Níger, um exército formado duma cavalaria de elite, que estava
na frente das suas conquistas e uma infantaria, recrutada em quase todas as tribos.
Estava pessoalmente à frente do seu exército e condizia as expedições contra os
vizinhos; a Este lutou contra os Baribe de Dendi; a Norte recalcou os Tuaregues e
levou a colonização Songhai até ao Adrar; no Ocidente conquistou Djené, após uma
luta de sete anos e Tombuctu; dizimou os fulas de Macina; a Sul fez várias
expedições contra os Mossi e venceu em 1483 o rei Mossi, Nassare, que vinha de
Watala carregado com um rico espólio. Quando da morte de Sonni Ali em 1492, o
Império Songhai estendia-se de Dendi ao Macina.
Sonni Ali Ber era um grande homem de estado que dotou o Império Songhai duma
boa estrutura administrativa, dividindo o Império em três grandes províncias: o
Dendi, o Kourmina e o Hombori, que colocou sob direcção dos “farba” ou
governadores. Tentou consolidar as bases do seu Império, lutando contra as forças
de desintegração; os marabutos de Tumbuctu, amigos dos Tuaregues, os fulas
individualistas, o Islão militante e destruidor. Promoveu o desenvolvimento da
agricultura, construído diques e abrindo canais e por volta do fim do seu reinado,
No governo central, Askia Mohamed era rodeado por uma corte imperial – a suma,
que compreendia os eunucos, os marabuntos, os príncipes da família imperial e os
ministros responsáveis pelos diferentes serviços do estado: rio, agricultura, tesouro,
exercito, governadores do palácio imperial e justiça.
5. Os reinos mandingas
5.1. As origens dos reinos mandingas da Guiné
Por voltamde meados de século XIII, guerreiros malinké, conduzidos por Tiramakhan
Troaoré, general de Sundiata, Imprerador de Mali, vieram estabelecer-se em Gabú. O
Gabú torna-se assim uma província dirigida por um Farim (governador), escolhido entre
os membros dos Mané e Sané, descendentes de Tiramakham. É do Gabú que, mais
tarde, teriam partido os quelowar, os quais, com MNSA Wali, fundaram no Senegal os
reinos séréres do Sine e mais tarde do Salum.
O Gabú, que era o principal Provincia mandinga, não era contudo o único. No nordeste,
na margem direita do Geba, os mandingas fundaram os reinos de Oio e de Berço. Para
além do território da Guiné, havia também uma série de pequenos reinos mandingas
no Vale de Gambiia (Niumi ou Bara, Badibu, Niani, Wuli, Cantor, etc.), fundados,
segundo se diz a transição, por outros gwnwrais de Sundiata, por exemplo, Wuli
fundado por general Siré Birama Berete
A capital onde residia o Mansa era Kansala. A Império estava dividida em 6 províncias:
Pathiana, Djimara, Sama, Manna, Paquessi e Payinko. Cada província era dirigida por
um governador o qual recebia um boné de comandante dado pelo Mansa. O farim, por
O Mansa era escolhido sucessivamente entre os príncipes, dos clãs Mané e Sané das três
províncias de Pathiana, Djimara e Sama. A sucessão era matrilinear, porque era
transmitida segundo a linha feminina ou seja, segundo a mãe. Somente as filhas das
princesas chamadas Nantio, descendendo, pelos lados das mulheres, da primeira rainha,
podiam tornar-se rainhas. Os governadores, farins e Kanta Mansa eram nomeados entre
os descendentes dos reis, em linha masculina.
Em caso de guerra, o Mansa fazia apelo aos farins, aos quais vinham cada um com o seu
exército. Todos os homens livres eram então mobilizados, formando os nobres a
cavalaria.
Os guerreiros mandingas (sebbe) eram reputados pela sua bravura. Cada capital de
província era protegida por um tata fortificado e numerosas fortalezas protegiam as
fronteiras.
É a formacao do Estado militar do Futa-Djalon, nos fins do século XVIII, que destrói a
potência do Gabú.
A riqueza do Gabú, devida aos seus contatos diretos com os postos europeus, aguçou o
apetite dos Almames do Futa-Djalon empreender a guerra santa. Na verdade, os
mandingas eram já muçulmanos no momento da chegada dos portugueses no século
XV. Mas a religião muçulmana era só praticada corretamente pelos reis e a sua corte e,
pouco a pouco, o rigor da prática desta religião tinha-se enfraquecido e misturava-se
com práticas feiticeiras. Por outro lado, as lutas entre os governadores tinham, desde há
muito tempo, enfraquecido o reino. O governador de Paquessi, convertido ao islamismo,
recusava-se reconhecer a autoridade do Mansa.
Como a maior parte dos povos africanos, os haussa vieram provavelmente de Leste.
Terão emigrado de Air, entre os séculos VII e X em direção ao Norte de atual Nigéria.
Entre o Níger e o seu afluente Benué, os haussa fundaram varias cidades independentes.
Algumas destas cidades eram povoadas na sua maioria por haussas. Estas cidades eram
Daoura, Kano, Gousire, Ziria, Katsena, Biram, Rano. Em algumas outras cidades, entre
Cada uma das 14 cidades haussa constituía um reino. Alguns deles desempenharam um
papel importante na História da Idade Média Africana.
O reino de KAtsena era um centro comercial entre as ricas cidades do Sul e o Mali, o
Songhai, o Air e o Kanem-Bornu. Após a conversão do rei, o reino de Katsena tornou-
se um centro inteletual que os letrados de Tombuctu e do Magreb visitavam
constantemente. Este reino foi vassalo do Bornu no século XV, depois passou, no início
do século XVI, para a dominação do songhai, favoreceu o desenvolvimento do
comércio no reino.
O reino de kano era desde o século XIV um grande foco comercial e era terminal
natural das caravanoas Sahelianas. Os produtos do artesanato haussa eram de notável
originalidade: os tecidos de algodão muticolores, sapatos, entre outros. Os cereais, os
animais e sobretudo os escravos forneciaam a base principal das trocas.
Kano foi vassalo de Bornu e depois de Songhai, no século XVI. Após a luta incessante
contra as cidades vizinhas, o comércio enfraqueceu; numerosos habitantes foram ou
obrigados a emigrar ou reduzidos à escravatura.
O reino de Zaria, antes chamada Zak-Zak, deve a sua importância aos êxitos da rainha
Aminia, a grande conquistadora que se apoderou de todas as regiões do Sul durante a
segnda metade do século XV. Reinou durante 34 anos, construiu numerosas fortalezas e
desenvolveu o comércio. Após o seu reinado, o império enfraqueceu e desmembrou-se.
O Kebi, foi o único reino haussa que nunca foi vencido, permanecendo independente até
ao século XIX. Foi fundado por Kanta, que revoltado contra o soberano de Katsena, se
refugiou no Kebi, formou um poderoso exército através de recrutamento massivo e
obrigatório e se impôs depois a todos os seus vizinhos. As suas vitórias sobre o Askia
As regiões Yoruba, situam-se na zona florestal entre Luemé e o Baixo Níger. Cobrem a
parte Ocidental do Sul do atual Nigéria e uma parte do Daomé Ocidental, atual Benim.
São regiões húmidas e férteis.
Os yoruba acreditavam na vida do além. Tinham vários deuses: entre forças de natureza
e antepassados, contam-se mais de 600 deuses de yorubas. Cada família tinha o seu deus
protetor, muito venerado, um local de oferendas e de sacrifício e um padre. Para o culto
da cidade estava organizado um clero a nível nacional. Em Ifé, a cidade santa, residia o
“Grande-Padre”, o Oni, chefe supremo da religião, sem poder politico mas gozando de
O Reino do Congo é um dos mais célebres estados bantu da África Central. A sua
poderosa centralização política e a sua abertura à Europa foram duas características
importantes. Por volta do século XIV um grupo de emigrantes bacongo, sob a
direcao do príncipe Wene ou Nimia LUkeni, estabeleceu-se sobre o planalto do
Congo e conquistou as aldeias vizinhas. Nimia Lukeni, tornado rei, apoderou-se das
principais províncias da região: Mpoumba, Nbamba, Soyo e mais tarde Mpangu e
Mbata. Os reis de Dembo, de Matamba e de Orango submeteram-se por sua vez ao
rei do Congo.
O rei eleito por um conselho eleitoral composto por doze grandes dignitários. Esta
eleição dava muitas vezes lugar a conflitos entre os diversos pretendentes ao título
real. Mas o rei, uma vez eleito, tinha o poder total e era absolutamente obedecido.
Por outro lado tinha o direito de nomear ou de revogar todos os funcionários ou
agentes do reino. Era considerado como um ser superior, o senhor do mundo. Devia
procurar a prosperidade para o seu reino e devia favorecer, pelas chuvas, a
fertilidade do solo. O rei permanecia num trono e possui um espectro de comando.
Estava permanentemente rodeado por príncipes, grandes dignitários e artesãos.
Governava o reino o país com ajuda de um conselho, constituído pelos governadores
de províncias ou “ mani” e por outros grandes dignitários da corte. O rei que era
eleito por um conselho, que devia obrigação de consultar, para tomar decisões mais
importantes e coerentes à vida politica do reino.
O rei do Congo era um soberano suficientemente rico para se impor e governar com
a sua dignidade, porque a riqueza era uma fonte de respeito e consideração. O rei
recebia, cada ano, os impostos colectados pelos governadores. Entre estes
encontravam-se tecidos de ráfia, marfim e escravos. O rei tinha também a
responsabilidade total de exploração dos cauris da Iha de Luanda; estes cauris
serviam de moeda em toda África Central. O rei, com a chegada dos europeus, os
portugueses, recebia direitos importantes. Com o seu comércio pessoal confiado a
agentes, o rei fez então explorar minas de prata e cobre que trouxeram grandes
benefícios para si mesmo e para o povo.
Fez chegar missionários para convertes o povo e enviou jovens congoleses a Portugal. O
seu filho, D. Henrique, reputado pela sua piedade, foi nomeado bispo do Congo, o que
era um título privilegiado naquela época.
Esta politica, não teve os resultados esperados por causa da oposição dos africanos,
fortemente ligados às suas tradições, por causa de má qualidade dos assistentes
portugueses e do “ imperialismo” do rei de Portugal, desejoso de manter o seu
monopólio e a sua soberania sobre o Congo.
Nos fins do século XVI, o reino foi invadido e saqueado pelos Jaga, guerreiros terríveis
que se lançaram sobre o centro do continente em meados do século XVI. O reino foi
salvo graças a intervenção dos portugueses em 1561, que a partir desta data puseram o
Congo sob a sua tutela e se apoderaram da costa atlântica de Angola.
Como outras regiões de África, a costa oriental, da Somália a Sofala, foi um centro de
uma brilhante civilização urbana.
A partir do século VII o Islão penetrou na região graças aos comerciantes árabes que se
estabeleceram progressivamente sobre a costa, onde fundaram feitorias. Dos séculos
VIII e século XII, um grande desenvolvimento comercial fez aparecer muitas cidades.
Dirigidas por dinastias muçulmanas, independentes uma das outras, estas cidades eram
cidadelas fortificadas, geralmente adornadas por mesquitas com cúpulas gigantescas e
jardins esplêndidos e por monumentos de todas as espécies. Todas estas cidadelas
estavam ligadas à grande civilização islâmica que se estendia da Arábia do Sul à Índia.
A mais importante era Quíloa, na ilha com o mesmo nome, na atual Tanzânia. Célebre
pela sua grande mesquita e pela sua cidadela, era o grande mercado de ouro, de marfim
e do cobre que vinha do monomotapa (na Rodésia, atual Zimbabwe), pelo porto de
Sofala. Realizava neste comércio com Mogadíscio (atual Somália), a maior cidade do
Norte, entreposto das mercadorias do Oceano Índico.
Mombaça (no atual Quénia), cidade povoada naquele tempo por quase vinte mil
habitantes, estava especializada no comércio de marfim e de escravo. Aproveitou-se o
declínio de Quiloa no século XV para tomar por si numerosos mercados. Outros centros
de comércio animavam a Ilha de Zanzibar, ao largo da atual Tanzânia, de Melinde e de
Paté.
b) Relações comerciais
Todas estas cidades da costa oriental eram geralmente entrepostos intermediários entre
o interior de África e os países do Oceano Indico. Graças as monções que eram grandes
ventos periódicos que sopram durante seis meses da Índia em direção a costa africana e
durante outros seis meses no sentido contrário, as relações comerciais eram
estabelecidas entre a costa oriental de África e os países asiáticos, sobretudo o sul
arábico, a Índia, a China e a Malásia. Assim trocavam-se nas cidades costeiras os
produtos africanos com os do Oriente, como os escravos negros (chamados Zendj, o
nome antigo de toda a África Oriental), ouro do Zimbabwe, marfim, especiarias, peles,
carapaças de tartarugas e outros, tecidos de seda, pérolas, especiarias de Índia, armas e
porcelanas de China.
A costa era então frequentada por mercadores não somente árabes mas também
indianos, chineses e malaios. Desde grande contato entre povos diversos e diversas
civilizações iria crescer uma língua mestiça, o Swahili, com o fundo bantu e escrita
árabe. Os escravos negros iam levar para o mundo muçulmano a raça e a cultura negro-
africana.
Sabe-se hoje que o Zimbabwe era a capital de um grande reino bantu, chamado
Monomotapa, devido às deformações portuguesa do nome do rei Mwen Motapa, que
existiu entre os séculos XV aos séculos XVIII. Este reino era poderoso e rico graças à
exploração das minas de ouro, de cobre e de ferro, cujas ruínas são ainda imponentes.
Quando a América foi descoberta, os europeus deparam-se com povos índios, cujo nível
de desenvolvimento cultural e social variava consideravelmente.
Enquanto maioria desses povos, ainda em estado primitivo, viviam das atividades
primárias, isto é, caçando, recolhendo raízes e frutos comestíveis como zagaias armadas
de pontas líticas, pescando ou dedicando-se à agricultura e a criação de animais. Outros
tinham já atingido um alto nível de civilização, formando grandes impérios.
São os casos dos três grandes impérios que iremos estudar: o Asteca, o Maia e o Inca.
1. Os Astecas
Vindos do Norte, os Astecas eram uma tribo de pastores nómadas e de guerreiros, que
se estabeleceram no alto planalto mexicano, no fim do século XIII.
Pouco depois, impõem a sua autoridade à maioria das tribos índias, submetendo assim
todo o México. Formaram desta forma uma confederação a que se chamavam “ Império
Asteca”
Exigiam às tribos conquistadas elevados tributos, ficando com grande parte das suas
terras e faziam inúmeros prisioneiros (estes eram sacrificados aos deuses astecas ou
tornados escravos, quer para trabalhos domésticos, quer para a construção civil ou
agricultura).
Por altura da chegada dos espanhóis no século XVI, estavam no seu apogeu.
Apareceram por volta do século III e atingiram o seu apogeu no século VII. Formara
grandes cidades-estado, como Chichen-Itzá, Uxmal, Mayapan e outras, entre as
quais se travavam guerras durante vários séculos.
3. Os Incas
O Império dos Incas localizava-se na América do Sul, no Andes, área do atual Peru.
Chefiados por Pachacutec, Tupac Yupanqui e Huanna Capac, subjugaram algumas
tribos dessas regiões e formaram um grande império, chefiado pelo Sapa Inca (único
Inca) e com capital em Cuzco que situava a 3400 metros de altitude.
Tal como os Astecas e dos Maias foram dominados pelos espanhóis no século XVI.
Para além das aves de capoeira, do cão e das lamas dos Andes não souberam domesticar
mais nenhum animal, sendo que alguns animais como o carneiro, o boi, o porco e o
cavalo eram mesmo desconhecido. Desconheciam também o ferro, a roda e a tração
animal. Os Astecas, assim como os Incas, dedicavam-se à tecelagem e ao comércio de
tecidos, cordas, plumas, peles, sal, ouro, prata e pedras preciosas.
Mas podemos dizer que a sociedade se dividia em duas classes distintas: a classe alta
que era a elite, composta por nobres, sacerdotes, militares e comerciantes; e a classe
baixa, composta pela massa popular, isto é, lavradores, artesoes, soldados comuns e
escravos (prisioneiros de guerra).
Quanto aos Incas, encontramos o Inca ou Imperador, que por vezes era adorado como
um deus, nos nobres, os sacerdotes e no fim os servos e escravos.
5. O Império Mongol
Cengis Khan e o seu exército lançaram-se sobre o Norte do Império chinês, apoderando-
se de Pequim em 1215 e sobre a Ásia Central, conquistando Turkestao, a Transoxiana, o
Afeganistão e o Irão e em 1222 avançaram até a Rússia Meridional. Gengis Khan morre
em 1227 com 77 anos.
A China do sul é conquistada. Aí derrotaram a dinastia dos Song e fundam uma nova
dinastia, a dos Luan, fundada por Koubilai, que irá reinar na China durante um século,
com o fim da dinastia dos Yuan em 1368.
Na China, um revolta nacional, iniciada a sul, expulsa Yuan dando lugar à dinastia dos
Ming.
Com a capital do Império em Samarcanda, fez dela, uma capital imperial um grande
centro de comércio onde convergiam os produtos chineses e indianos.
Após a morte de Tamerlão esta grande atividade começa a desaparecer, assim como se
verifica a decomposição do Império.
A partir de 1352, uma vasta insurreição iniciada a Sul arruína o Império Mongol. A
dinastia Yuan é substituída pela Ming, fundada por um camponês, chefe dos revoltosos,
que reinará na China até ao século XVII e que domina Pequim, a Norte, como capital do
país. A China desenvolveu-se lentamente sob a dinastia Ming.
Mas por volta de1630 o descontentamento já se tinha espalhado, havendo uma crescente
agitação entre os camponeses.
Os Ming são substituídos em 1667 pelo Manchu, que lideram até 1912.
Durante toda a Idade Média a divisão política da Índia em reinos independentes vai-se
manter, expto por certos períodos de tempo, muito curtos, em que se tenta a unidade e
se fundam impérios.
Esta situação de divisão interna permitiu que a Índia tivesse sido frequentemente
invadida e conquistada por outros povos.
Contudo, podemos dividir a Índia em duas regiões bem diferentes: a Índia do Norte e a
Índia do Sul.
Entre o século IV, decorre um dos curtos períodos de unidade territorial, o período do
reino Gupta.
Durante todo este período da história da Índia, vamos encontrar uma característica
fundamental na sociedade, que á divisão da mesma em causa, segundo a categoria do
individuo. A medida que o tempo passa, esta divisão é cada vez maior, crescendo
também as diferenças entre as diferentes castas.
Entre as castas inferiores, registavam-se uma divisão por ofícios, quer dizer, cada ofício
artesanal comportava-se como uma casta em si – os vaisias (comerciantes, agricultores,
artesãos), os surdas (escravos) e os “ intocáveis” ou parias (uma grande parte da
população que não tinha casta e que se dedicava aos trabalhos mais repugnantes).
A constante desunião do pais e as sua riquezas atraiam com frequência povos invasores
conquistadores, como é o caso dos muçulmanos. A penetração do Islão fez-se
pacificamente por mercadores árabes, a partir do século VIII, do lado da costa oeste da
península e pela conquista militar do século XII; os turcos ocuparam a Índia do Norte,
que ficou sob a sua dominação.
Aí se vão manter os Estados Hindus, sendo o mais importante o Império dos Chola.
8. O Império Otomano
Os Otomanos, aparentados com os Seljucids, eram uma pequena tribo originária das
estepes da Ásia Central, que se dedicavam à pastorícia e à pilhagem.
Os Otomanos vão buscar o seu nome a um dos seus primeiros chefes – Othman. Este,
criador dum principado, criado à volta da cidade Brousse, adotou e fez adotar os seus
súbditos à religião muçulmana.
Começou então a expansão d seu território que é continuada por sucessores: vão
expandindo progressivamente os seus poderes sobre a Ásia Menor e Balcãs
Sucedeu-lhe o seu filho Orkhan, que cria um exército regular composta por uma sólida
infantaria e uma cavalaria muito rígida.
Os turcos são derrotados, mas após a morte do Imperador Mongol, recomeçou a sua
conquista e em 1451, o poder Otomano estende-se novamente da Ásia Menor aos
Balcãs
Na Ásia Menor a sua dominação foi até à confluência dos rios Tigre e Eufrates; em
África, penetraram no Egito e estabeleceu protectorado Otomano na região de Argel.
A frota turca instalou-se nos portos tunisinos e argelinos, controlando assim o comércio
estabelecido no Mediterrâneo, enquanto em terra controlava as grandes rotas comerciais
que ligavam a Europa aos mundos árabe e asiáticos.
Os Otomanos constituíam assim, um império que atinge o seu apogeu com o sultão
Solimeu, o Magnifico, entre 1520 a 1566. O Império Otomano constituía na sua época
um grande império, muito poderoso e com uma sólida organização politico e militar.
O império era governado pelo sultão, senhor absoluto dos seus súbditos, possuidor do
título de califa. Era assistido por um conselho ou “divan” de quatro ministros ou
“vizires”, que ele próprio nomeava, assim como os governadores (os beys) das várias
províncias (sandjaks) do império.
A sua frota era importante. As suas galeras, onde os remadores eram cristãos cativos; e
os seus numerosos canhões eram temidos em todo o mediterrâneo.
Os otomanos davam uma grande liberdade política aos povos submetidos. Muitas vezes,
os senhores e até os príncipes eram mantidos nos mesmos lugares que ocupavam antes
da conquista, com a condição de se manterem fies ao sultão.
O comércio dentro do sistema feudal era uma atividade bastante lucrativa; depois do
século XI cresceu ainda mais de importância. As cruzadas (expedições guerreiro-
religioso com o objetivo de libertar a Jerusalém, a cidade santa dos católicos, das mãos
dos infiéis, mas também com um objetivo económico), ampliaram o horizonte
económico europeu. As cidades europeias animaram-se. As feiras passaram de
encontros locais de mercadores a encontros internacionais. Os senhores feudais e os
reis, tal como os mercadores compreenderam a importância económica das feiras e,
embora por motivos diferentes, dão-lhes a sua proteção. Para o rei é uma forma de
desenvolvimento do país, para os senhores feudais é uma forma de arrecadar impostos
que recaem sobretudo sobre os mercadores e para estes, uma forma de desenvolver a
sua atividade e de ganhar dinheiro. As rotas internacionais têm uma grande importância:
as do Sudão, as do Oriente e as do Extremo-Oriente.
Vimos no ano anterior que, no inicio do feudalismo a economia era fechada, isto é,
produzia-se para auto-consumo.
A manufatura foi a primeira forma de produção não feudal. A produção era ainda
manual, mas baseava-se na divisão do trabalho. O artesão era um trabalhador que
executava uma só operação durante o fabrico de um objeto. Se fosse alfaiate, por
exemplo, cortava o tecido ou cosia depois o tecido ou pregava botões, isto é, um artesão
fazia uma coisa e outro fazia outra e assim sucessivamente até a conclusão do produto.
Esta forma de produção permitiu uma brusca subida de produtividade. Distinguem-se
dois tipos de manufaturas: a centralizada ou oficina manufatureira e a dispersa ou a
industria domiciliaria.
Verificamos assim que, além das novas relações sociais de tipo capitalista, a própria
estrutura social tornava-se mais complexa e além da nobreza tradicional e dos
camponeses, era composta por estas duas classes sociais: o proletariado e a burguesia.
Esta burguesia tinha efetivamente algumas semelhanças com a burguesia mediaval que
estudamos, quer a nível económico quer a nível político. O proletariado era constituído
por camponeses sem terras e por artesãos arruinados e foram estes que não tinham, além
da força do trabalho, que se venderam por um salário à burguesia.
No campo, onde a produção tinha aumentado depois do século XI e pelas razoes então
estudadas, os servos sempre que tinham a possibilidade, fugiam para as cidades, onde
ganhar a vida era mais fácil. O mesmo acontecia com os pequenos camponeses. Para
travar esta fuga, o senhor feudal teve que recorrer a algumas reformas: arredar as terras
aos servos ou aos camponeses livres, recebendo a renda não em produtos, mas em
dinheiro; acabaram com as corveias antes impostas aos camponeses e com outro tipo de
tributos.
A Europa neste século conhecia um período de graves crises causadas, quer por
razoes de ordem interna, a desagregação e a inadequação das estruturas feudais, quer
por motivos da ordem externa, como as pestes. Em 1348, caiu sobre a Europa um
flagelo terrível; a peste negra. Este fenómeno alastrou a toda a Europa. A população
sofreu um baixo alarmante causada pela mortalidade, devido à epidemia. Por outro
lado, os maus anos agrícolas, em consequência das alterações climáticas, as doenças
do gado e a falta de higiene levaram ao aparecimento da fome e consequentemente
as novas mortalidades. A guerra quer interna quer externa, foi outro fator que levou
a uma crise generalizada na Europa.
A população diminuiu, faltava braço para o trabalho, o comércio decaia, tal era o
quadro da Europa do século XIV. Tudo isso foi acompanhado por uma grave
recessão económica. Os impostos subiram, a moeda desvalorizou, os preços
aumentaram, o consumo diminuiu, arruinado os proprietários e os rendeiros das
terras e o ouro e a prata faltaram para a cunhagem da moeda.
Esta crise significou a libertação total do feudalismo e a passagem para uma nova
fase: a do capitalismo.
Em África, a viagem de 1471 foi marcada pela descoberta de S. Tomé, de Ano Bom
e a passagem do Equador.
São por esta catástrofe comerciantes europeus e chefes africanos: os primeiros não
pensaram na consequência das suas ações (apesar da sua religião lhes dizer para verem
os outros homens como irmãos), os segundos não hesitaram em vender os seus
compatriotas para satisfazerem a sua fantasia, pois, é preciso reconhecer que sem a
vontade dos chefes africanos não se realizariam nem compras nem partidas de escravos.
O egoísmo feroz duns e de outros, transformaram em repressão o que podia ser trocas
pacíficas e proveitosas para a África e para o resto do mundo.
Foram precisos 12 anos para submetes efetivamente o Império Inca (1531 - 1543), e não
foi a sua resistência a única causa; é preciso considerar as violentas lutas que opuseram
os conquistadores entre si, principalmente Francisco Pizarro e Diego d`Almagro. A
ocupação da América Espanhola foi rápida a partir de bases mexicanas e indianas, desde
o Rio da Prata onde Pedro Mendonça fundou a primeira Buenos Aires.
A fisionomia da América anglo-saxónica foi muito diferente, aqui não houve nenhuma
mestiçagem de populações. Os indígenas foram desde a origem, repelidos e isolados,
quase destruídos, o seu pequeno número inicial não deixou de decrescer. Quando aos
negros, sabe-se até hoje, como foi feita a segregação.
A escravatura existia nas sociedades africanas, tal como existia ou tinha existido noutras
sociedades, antes da chegada dos europeus. Estes escravos eram pouco numerosos e a
maior parte, servia como domésticos e gozavam de alguns direitos.
1. A evolução do tráfico
Todas as regiões do continente negro foram afetadas pelo tráfico de escravos. Mas nem
todas foram tocadas da mesma maneira: houve regiões que sofreram uma sangria maior
do que outras. As regiões costeiras foram as mas afetada; toda a Costa Ocidental de
África, desde as Ilhas de Cabo Verde até ao Sul de Angola. O comércio de escravos foi
principalmente intenso na Costa da Guiné (situada no Golfo da Guiné); na Costa
Oriental as zonas mais afetadas foram as de Quíloa e Zenzibar até Sofala. A troca fazia-
se nas feitorias. Era aqui que os escravos esperavam os barcos negreiros que depois os
conduziam à América. Para prevenir as revoltas. Bastante frequentes, havia sempre
guarnições militares nas feitorias. Das feitorias mais importantes situadas na África
Ocidental podemos citar Goreia, pequena ilha próxima de Dakar, Ziguinchor, Cacheu,
Elmina e Luanda.
Não se conhece ao certo o número exato de homens que saíram de África durante o
período de tráfico negreiro. Alguns historiadores falam em 50 milhões. Outros falam em
mais de 100 milhões. De qualquer modo a este números, há sempre que juntar o número
daqueles que morreriam na travessia do Atlântico e mesmo daqueles que desapareceram
nas feitorias enquanto aguardavam o barco que os transportava. Há que realçar que eram
levados, eram os mais validos, os mais produtivos. A idade dos escravos estava quase
sempre compreendida entre os 15 e aos 30 anos.
O tráfico negreiro foi para Europa uma fonte de prosperidade geral. O tráfico
enriqueceu a burguesia esclavagista. Os lucros chegaram a atingir mais de 500%. Duma
forma geral, pode dizer-se que o tráfico permitiu à Europa acumular enormes riquezas
que iriam levar ao arranque industrial.
b) Para América
Por fim, os escravos levaram para a América as suas tradições, as suas religiões e os
seus deuses os seus cantos e as suas danças. A música africana, em contato com as
novas realidades da América, produziu o Jazz e os ritmos das canções das Antilhas bem
como do Samba brasileiro.
c) Para África
Em suma, o tráfico de escravos preparou a via para a conquista de África pela Europa
no século XIX.
No século XVII efetivam-se profundas mudanças anunciadas desde 1580 e após 1620, a
economia italiana entram em decadência. Os grandes centros produtivos transferem-se
para as províncias Unidas Inglaterra e Suécia. O Mar do Norte é mais importante do que
o Mediterrâneo.
Durante muito temo os seus recursos foram a pastorícia, que lhes fornecia a manteiga e
o queijo, vendidos no estrangeiro e a pesca da baleia e do bacalhau, na Islândia e do
arranque, sobretudo no Mar do Norte. De futuro basearão a sua riqueza no comércio
marítimo.
Tudo isso, explica o quase monopólio do transporte marítimo exercido pelos holandeses
até cerca de 1670. Nesta época, asseguram ainda ¾ das trocas exteriores da França. São
verdadeiramente, os “ roladores dos mares”.
A indústria depende do grande comércio marítimo, porque o pais não tem matérias-
primas. A mais importante das indústrias era, nesta altura, a construção naval e seus
anexos: fabrico de cordoara, de velas e de instrumento de navegação. Os maiores
estaleiros navais eram os de Roterdão, Zaadem e Amesterdão. Trabalham igualmente
para os países estrangeiros, como a França. As indústrias alimentares constituíam um
grupo ativo e diversificado: conservas de arenque salgado é metido nos barris, produção
de óleo de baleia, refinarias de açúcar de cana, lagares de azeite, destilarias, onde se
fabricam as aguardentes e licores, preparação de cacau e fábricas de cerveja, são disso,
o exemplo. Nos têxteis fabricam-se veludos, que fazem a riqueza de Utrecht, e os
tecidos de lã. As célebres saboarias de Amesterdão são uma criação dos refugiados de
Anvers. As papelarias fornecem um papel de qualidade e são a mais importante
indústria da Europa, no seu ramo. A indústria neerlandesa beneficia de vantagens
consideráveis, entre elas, a existência de uma energia barata fornecida pelos moinhos de
vento. Estes acionam as serão, as mós de moer grão, de azeite e de papel. Graças a
centenas de moinhos, a região de Zaadem , perto de Leyde, é o maior complexo
industrial das Províncias Unidas.
As tentativas feitas para substituir o carvão de madeira pela hulha nos altos-fornos não
tiveram, de início, sucesso. Assim, no início do século XVIII, a Inglaterra é obrigada a
importar o ferro da Suécia e da Rússia.
5. A ascensão da Inglaterra
a) Unificação política da Grã-Bretanha
Criticas aos monopólios industriais: para favorecer a criação de novas industrias, o rei
concedia monopólios de fabrico e os cortesãos usavam a sua influência para atribuírem,
mediante pagamento, estes monopólios a pequenos grupos de fabricantes.
Criticas a política religiosa: Carlos I é o chefe da Igreja Anglicana. É casado com uma
princesa católica, Henriqueta de França, filha de Henrique IV, e recusa-se a aplicar as
leis de exceção contra os católicos. Ora, se um lado, os ingleses são, na sua grande
maioria, adversários encarniçados dos católicos, por outro, muito deles são igualmente
adversários da Igreja Anglicana. A estes dá-se-lhes o nome de “puritanos”. Mas este
termo, enbobre opiniões religiosas muito diferentes. Alguns desejam somente diminuir
a autoridade dos Bispos e simplificar o culto: não admitem a intervenção do soberano
nos assuntos religiosos e a existência dos bispos. Outros, os “ independentes”, não
aceitam a autoridade de nenhuma igreja, nem anglicana nem presbiteriana: cada grupo
de fiéis, numa cidade ou uma aldeia, é independente dos outros grupos.
Em 1640, Land pretendia impor a liturgia anglicana à Inglaterra. Mas, para lutar contra
os insurretos, o rei necessitava de dinheiro e convocou o Parlamento. Juntaram-se todas
as queixas acumuladas contra a monarquia e os deputados, maioritariamente puritanos,
impõem ao rei a prisão e a execução de um dos seus ministros, em 1641. Enquanto
Carlos I tenta, em vão, pprender cinco deputados, a burguesia londrina insurge-se e a
guerra civil começa em1642. Aos simpatizantes do rei chamam-se “cavaleiros” porque
combatem a cavalo. “Cabeca redondas” é o nome dado aos simpatizantes do parlamento
porque, alguns deles, usavam cabelos curtos. Os cavaleiros englobavam os católicos, os
anglicanos do norte e do oeste, uma parte dos Lordes e até mesmos os puritanos
moderados. Os Cabeças redondas agrupam todos os industriais, comerciantes, a maioria
dos puritanos, a qual pertence maioritariamente à pequena nobreza rural. Os Cabeças
redondas vencem graças a superioridade do seu exército, organizado e comandadoo por
Oliver Cromwell (1599 - 1658), um fidalgo rural. Carlos I é condenado à morte e
executado a 6 de Fevereiro de 1649.
b) A República Inglesa
Aquando da morte de Cromwell, é o seu filho Ricardo quem fora o sucessor, depois de
alguns meses, os chefes de exército obrigam-no a abdicar. O período de anarquia que se
segue, depois da abdicação, inspira em todos os inglese o desejo de paz civil. Partidários
e adversários da Revolução põem fim a crise através de um compromisso: restabelecer a
monarquia, favorecendo p filho de Carlos I, Carlos II, mas com a condição de que o rei
reconheça, solenemente, o direito ao Parlamento de fazer as leis, de criar novos
impostos e de proclamar uma amnistia. Carlos II aceita estas condições e entra
triunfante no seu reino em 1660.
A Câmara dos Lordes foi restabelecida e é eleita uma nova Câmara de Comuns. Mas, a
restauração não conduz a Inglaterra à situação de 1640. O novo Parlamento mantém, no
seu conjunto, as leis da República que dizem respeito ao comércio e à indústria.
Entretanto, a vitória da burguesia capitalista não é definitiva. Os capitalistas põem-se de
novo ao rei em três questões: a questão religiosa, os direitos do rei e a política externa.
. a questão religiosa: Carlos II, que se inclinava para o catolicismo, queria suspender as
leis de exceção contra os católicos. O Parlamento defendia que o rei não tem direito de
suspender a aplicação da leis e votam uma lei que proíbe aos católicos o exercício de
funções públicas, civis e militares e excluindo-os mesmo do Parlamento. O irmão d rei,
o duque de York, que é católico deve, assim, demitir-se do seu cargo de almirante.
Como é herdeiro legítimo do seu irmão Carlos II, os deputados pretendem exclui-lo da
sucessão ao trono. Acontece, então, um pacto importante na história inglesa e são
constituídos dois partidos políticos, tendo em vista as eleições: o Partido “Whig”
(liberal) e o Partido dos “Tories” (consevadores). O primeiro era composto pela
burguesia e tornou-se o campeão dos direitos do Parlamento. O segundo, que reagrupa
os eclesiásticos da Igreja Anglicana e a maioria dos proprietários latifundiários, torna-se
o campeão dos direitos do rei. Os “ Whig”os “ Tories” nas eleições.
b) A fuga de Jacques II
Com a morte de Carlos II em 1685, o duque de York, seu irmão, que o sucede, com
o nome de Jacques II. A Inglaterra tem, então, um rei católico. Uma parte dos Tories
une-se aos Whigs para preparar a substituição de Jacques II pela sua filha Maria,
uma protestante, esposa do príncipe neerlandês Guilherme de Orange. Em 1688,
Guilherme de Orange desembarca com um pequeno exército em Inglaterra onde não
encontra resistência. Jacques II refugia-se em França.
A Camara de Comuns, eleita em Janeiro de 1689, tem uma forte maioria Whigs.
Publica a Declaração dos Direitos (“ Bill of Rights), que define, uma vez mais, os
direitos do parlamento e que relembra que o seu poder é superior ao do rei. a
declaração é lida a Guilherme III e a Maria, que juram respeitá-la. São então, em
nome da Nação, proclamados rei e rainha da Inglaterra, respetivamente. Doze anos
mais tarde, o Parlamento tem supremacia sobre a coroa, pela segunda vez. Por um
decreto do Parlamento de 1701, fica decidido que o trono inglês poderá ser ocupado
por um rei católico. Ao Guilherme III deve suceder o príncipe alemão Jorge de
Hanôver.
Em 1768, Richard Arkwright inventa uma máquina de fiar que funcionou graças à
força motriz hidráulica, donde provem o seu nome “ water-fram”, tear hidráulico. O
tear hidráulico revoluciona a produção porque é incompatível com o trabalho feito
em casa. Necessita de importantes capitais +ara o seu fabrico em série e para que
possa ser utilizada é necessário construir um edifício perto dum curso de água.
Aparece então a fábrica, que tem numeroso tear hidráulico, por que a roda hidráulica
é uma poderosa força motriz. As primeiras fábricas empregam entre 100 a 600
empregados.
Durante uma trinta anos, a tecelagem era uma indústria doméstica porque os
tecelões utilizava um tear manual. Por volta de 1800, Cartwright inventa,
finalmente, um tear acionado por uma roda hidráulica ou por uma máquina a vapor:
tear mecânico. Toda a produção têxtil se modifica. Fia-se e tece-se mais
rapidamente e a um custo mais barato.
9. A descoberta do coque
a) A solução do problema do combustível
Por volta de 1735, Abraham Darby, um industrial inglês cujo pai foi o inventor do
coque, constatou que este pode substituir o carvão de madeira. É a descoberta de
importância capital porque a Grã-Bretanha é rica em hulha e ao mesmo tempo em
mineral de ferro. A indústria do ferro desenvolve-se rapidamente, devido a um
conjunto de razões excepcionais: em vários locais carboníferos, encontram-se varias
camadas de mineral de ferro intercaladas com camadas de hulha.
Uma nova categoria social, a das indústrias, a que também chamamos capitalistas,
aparece no seio da burguesia. Pessoas de origem modesta tornam-se ricas e
poderosas devido a Revolução Industrial. Paralelamente, constitui-se a classe
operária que reagrupa os pequenos agricultores expulsos das suas terras pela
Revolução Agrícola, os trabalhadores ao domicílio e os artesãos vitimas do
maquinismo.
A maior parte dos produtos das colónias só podiam ser exportada para Inglaterra e
em navios britânicos. Da mesma maneira, só os produtos manufaturados por
ingleses podiam entrar nas colónias. Era proibido aos colonos dedicarem-se a certas
industrias, de que tinham necessidade e para as quais possuíam matérias-primas.
Os colonos americanos insatisfeitos com este imposto (e com outros, tais como o do
açúcar, do selo, etc.) atacaram, no porto de Boston, alguns barcos ingleses
carregados de chá que lançaram ao mar. (“Festa do Chá de Boston”).
Este incidente conduziu à ruptura. O Parlamento inglês votou leis que os colonos
consideraram intoleráveis e pelas quais o porto de Boston era fechado a todo o
comércio, enquanto não fosse pagos os valores das mercadorias perdidas;
julgamento dos responsáveis em Inglaterra; presença permanente de tropas inglesas
em Boston; concessão de poderes especiais ao governador de Massachusetts para
reprimir a revolta.
2. A guerra da independência
3. A independência
- Poder executivo, exercido pelo presidente eleito por quatro anos (primeiro
presidente George Washington, eleito em 1789);
- Poder judicial, exercido por juízes independentes, cujo órgão máximo, o Supremo
Tribunal, tem poderes para julgar os atos dos dois poderes anteriores.
4. Repercussões de independência
Na América, vão-se registaram também revoluções liberais, que vão dar início à
emancipação das colónias europeias.
Ao longo do século XVIII, crescia de dia para dia e, com maior intensidade, a
oposição da burguesia francesa ao “ Antigo Regime”. Essa oposição foi, sem dúvida, a
causa principal da Revolução, e manifestou-se não só através dos protestos dos
indivíduos e grupos, como também pela ampla aceitação das ideias “ Iluministas. Estas,
assim designadas por pretenderem “ Iluminar” os homens de então, alertado-os contra
certos aspetos básicos da sociedade em que viviam, partiram de filósofos, cientistas e
escritores, como Voltaire, Montesquieu, Dederot, D`Alembert, Lessing (alemão), Hume
(inglês).
Há quem salientar ainda, a grande importância que teve a Independência dos E.U.A.
para esta revolução e as crises agrária económico-financeira com que a França se
debateu desde meados do século.
O clero, ordem influente pela dignidade das suas funções e pela sua riqueza material,
dispunha de um tribunal privativo e contribuía, em matéria de imposto, com um
subsídio votado por uma Assembleia própria. Tinha o direito à dízima (imposto sobre as
colheitas), possuía grandes propriedades feudais (10%), pelas quais recebia rendas e o
rei concedia-lhes pensões.
A nobreza era a classe social que desfrutava de todos os privilégios no seio da sociedade
feudal. Não tinha que pagar impostos e era ela que ocupava quase exclusivamente todos
os cargos dirigentes do exército, da administração pública e da igreja. Muitos nobres
eram sacerdotes e formavam a chamada nobreza eclesiástica ou alto clero, que
constituía um grupo dentro da classe feudal e que ocupava os mais altos cargos dentro
da igreja francesa.
O 3o estado ou povo era formado por dois grupos distintos: a burguesia e o povo
propriamente dito (o camponês e a classe proletária).
A burguesia, dividida em alta, media, burguesia, era a classe mais rica da França.
Por isso aspiravam partilhar o poder político com a nobreza, para poderem realizar as
reformas que lhes permitiriam aumentar as suas atividades e benefícios económicos.
A pequena burguesia, menos rica, era composta na sua maioria, pelos donos de fabricas
artesanais, pequenos comerciantes e pequenos proprietários rurais. Também ela via
impedido e limitado o seu desenvolvimento comercial devido ao sistema feudal. Além
de aspirar a enriquecer e a converter-se em alta burguesia, era uma grande opositora da
monarquia absolutista (o que não sucedia cm os outros dois grupos de burgueses)
A classe operária era formada pela população das cidades que se dedicava às mais
diversas atividades. Sem profissão fixa, quase sempre desempregados, formavam o
grosso dos vendedores e músicos ambulante e mendigos. Precedentes de famílias muito
pobres das cidades e de camponeses arruinados, que abandonavam o campo em busca
de trabalho, vendiam a sua força de trabalho por um mísero ordenado. Trabalhavam 16
horas por dia, em locais escuros, húmidos insalubres (as habitações tinham as mesmas
características, além de que, um pequeno quarto, albergava pais e filhos).
Como o salário que recebia não davam para o sustento da família, mulheres e crianças
eram também obrigadas a trabalhar. Estas, consideradas pouco rentáveis, quer devido ao
sexo, quer devido a idade, recebiam muito menos, mas trabalhavam as mesma horas do
que os homens.
3. A crise agrária
Na segunda metade do século XVIII, a exploração da terra era ainda a grande fonte de
riqueza de França.
Desigualmente dividida, pela nobreza, clero, burguesia e povo, a propriedade era tratada
através de processo tradicionais que não permitiam grande rendimento e que resultava
um grande atraso em relação à agricultura praticada em Inglaterra.
Com base no comércio externo, nas grandes manufacturas e nas atividades coloniais
(por exemplo, a pirataria), foi-se desenvolvendo uma poderosa classe burguesa que foi
enriquecendo progressivamente.
4. A crise financeira
Na França, o absolutismo atinge o seu apogeu durante o século XVII. O rei goza de um
poder absoluto e os Estados Gerais não são convocados desde 1614. O rei fazia chegar a
sua autoridade às regiões mais distantes do pais por intermédio dos seus funcionários,
que faziam executar a sua vontade e que se encarregavam de garantir a cobrança e o
pagamento dos impostos estatais.
Durante o século XVI, a França já se tinha envolvido numa série de guerras, que devido
às elevadíssimas despesas, acabaram por desequilibrar as suas finanças.
Esta reforma não é bem aceite nem pelo rei nem pela nobreza. Foi convocada a
Assembleia dos Notáveis, formada por representantes das ordens privilegiadas, que é
dissolvida.
O problema sõ pode ser resolvido pelos Estados Gerais, que são convocados, após 175
anos (1614 -1789).
5. Ideologia revolucionária
Esta situação de crise repercutiu na forma de pensar dos homens da época. Suguem
novas ideais devido ao avanço científico, sobre a concepção da vida e da sociedade.
Surge, assim, um verdadeiro movimento filosófico que chegou a constituir uma
verdadeira revolução no pensamento e que ficou conhecido como Iluminismo. Este
considerava que o homem podia, através da sua atividade, dominar as forças da
natureza, o que constitui a base fundamental do desenvolvimento da sociedade humana.
6. O processo revolucionário
O rei tenta dissolver a Assembleia, o que leva o povo de Paris, incitados pelos
burgueses mais revolucionários, a pegar em armas e assaltar a velha fortaleza – prisão
de Bastilha – e a libertar os presos.
Era, assim, abolido o antigo regime. Entretanto, a Declaração dos Direitos do Homem
era de inspiração burguesa, por isso, os direitos políticos não foram
igualmentedistribuidos. Somente teriam direito a voto os “ os cidadãos ativos”, isto é os
que possuíam propriedade, os que pagavam empostos. O poder político da nobreza
firmado no sangue e na tradição, era substituído pelo poder político baseado na riqueza
adquirida.
Esta vai acabar um ano depois, assim como a 1 a Assembleia Legislativa, com a tentativa
de fuga de Luís XVI e a sua família (rainha Maria Antonieta e filhos). O rei é preso.
Termina, assim, a monarquia e implantada a República em França.
É criada uma Convenção Nacional com a missão de redigir uma nova Constituição e
implantava-se a República em França. A Convençao estava dividida em dois partidos
políticos: Girondinos (moderados, representando a alta burguesia) e os Jacobinos (mais
radicais, também denomonados montanhences, que representavam a pequena burguesia
e média burguesia).
Luís XVI é condenado à morte e executado a 21 de Janeiro de 1793 fato que leva à
união de quase toda Europa contra a França.
7. Papel desempenhado
Este fato gerou um novo equilíbrio social. Adquirindo grande parte de bens do clero e
da nobreza, a burguesia converteu-se na nova classe dirigente, vivendo nos velhos
castelos nobres (restqaurados) e rodeado de luxo como eles. Passou, portanto, a domi
nar o poder político e o poder eeconomico.
Os direitos feudais das ordens privilegiadas do Antigo Regime (nobreza e clero) foram
abolidos. O clero foi reorganizado e os seus bens nacxionalizados.