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Uma História Dos Povos Árabes - Albert Hourani (Aula 6)
Uma História Dos Povos Árabes - Albert Hourani (Aula 6)
Uma História Dos Povos Árabes - Albert Hourani (Aula 6)
O domínio de Alexandre no Irã em 334-33 a.C. fez com que se criassem mais
relações com o Mediterrâneo Oriental, enquanto Mani, um mestre iraniano,
tentou incorporar profetas e mestres em um sistema religioso, o maniqueísmo.
Mais tarde, sob os sassânidas, ganha uma camada filosófica, uma classe de
sacerdotes e um culto formal, definindo o soberano como um agente do bem –
portanto, seus adversários seriam do mal.
Região de alta carga linguística: pálavi (forma escrita da língua persa),
aramaico (língua semita ligada ao hebraico e árabe) sob a forma de siríaco.
Ao sul, dos dois lados do Mar Vermelho, existiam a Etiópia com o cristianismo
copta como religião oficial, e o Iêmen no sudoeste da Arábia como ponto de
trânsito oficial.
“No século VI, um núcleo de cristianismo fora destruído por um rei atraído para
o judaísmo, mas invasões originárias da Etiópia haviam restaurado certa
influência cristã; tanto os bizantinos como os sassânidas envolveram-se nesses
acontecimentos.” (p. 26)
“A maior parte da península Arábica era estepe ou deserto, com oásis isolados
contendo água suficiente para cultivo regular.” (p. 26)
Os habitantes falavam dialetos do árabe, alguns eram nômades criadores de
camelos, carneiros ou cabras – conhecidos como beduínos – enquanto outros
eram agricultores sedentários com safras ou palmeiras em oásis, alguns eram
comerciantes e artesãos em vilas que tinham feiras estabelecidas criando
postos comerciais.
Apesar de ser um grupo minoritário, os nômades dominavam os
lavradores e artesãos
Estrutura Social: tribal (grupos de famílias unificados em torno de uma
ancestralidade comum com um chefe, podendo ser matrilinear ou, nesse caso,
patrilinear), se identificando pelo ethos árabe – coragem, hospitalidade,
lealdade à família e orgulho dos ancestrais. O poder do chefe era estabelecido
pela quantidade de oásis presentes em seu território e mantendo laços com os
mercadores.
Apesar disso, pastores e agricultores não tinham uma religião clara, não
necessariamente pagãos, mas sendo mais animalista que as outras.
Haram: local ou aldeia sagrada isolada dos conflitos entre tribos que
funcionava como centro de peregrinação, sacrifício e arbitragem
supervisionado por uma família protegida por uma tribo. As famílias podiam
obter essa posição agindo como árbitros em disputas e pela força comercial.
Processo de declínio do Império Sassânida e Bizantino no sec. VI e VII
“[...] por muitos anos os pastores árabes nômades do norte e do centro da
península vinham-se mudando para o campo da área hoje chamada de Cres
cente Fértil [...] (e) trouxeram consigo seu ethos cultural.” (p. 27)
“Por via desses estados, do Iêmen, e também dos mercadores que
trafegavam pelas rotas comerciais, começou a entrar na Arábia um certo
conhecimento do mundo externo e de sua cultura, além de alguns colonos de
lá procedentes.” (p. 27)
Dialeto árabe como unidade cultural – surgiu a partir, talvez, de uma união
de diferentes dialetos ou pelo desenvolvimento de sua estrutura, altamente
formal e dotada de poesia. A religiosidade com o uso desses dialetos era
entoada, cantada ou professa com poesia – podia ser escrita mas normalmente
não, as mais antigas escritas em aramaico.
“[...] Mu'al-lagat, ou “poemas suspensos”, um nome de origem e sentido
obscuros; os poetas que os escreveram — Laid, Zuhayr, ImnTl-Qays e meia
dúzia de outros eram tidos como os grandes mestres da arte.” (p. 31)
Diwan: expressão da memória coletiva dos poetas, com marcas da
personalidade de cada um.