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No século VII surgiu no Oriente Médio uma religião também monoteísta que
conquistaria muitos adeptos com o passar do século. O Islamismo foi difundido
através do profeta Maomé e o seu crescimento criaria grandes embates com o
cristianismo. No final do século XI, a religião já havia se tornado grande o suficiente
para clamar por seus lugares sagrados, que, no entanto, eram coincidentes com os
lugares sagrados dos cristãos. A cidade de Jerusalém é o principal local sagrado para
essas duas religiões monoteístas e também para o judaísmo. A ocupação da cidade e
das regiões próximas que compõem a chamada Terra Santa foi motivo de muitos
conflitos entre essas religiões na Idade Média e ainda é uma das causas da
instabilidade no Oriente Médio.
No início do século seguinte, nova Cruzada foi convocada para atacar Constantinopla.
A expedição ocorrida entre 1202 e 1204 tinha fins políticos que não receberam a
aprovação do Papa Inocêncio III. A Quarta Cruzada deixou notáveis consequências
política e religiosas porque enfraqueceu o Império Oriental e agravou o ódio entre a
cristandade grega e latina. Poucos anos depois, em 1208, o mesmo papa convocou
uma Cruzada contra os cátaros no Lanquedoc. O catarismo, doutrina que acreditava
no dualismo, ou seja, na existência de um Deus bom e outro mal, era considerado
uma heresia e seu crescimento incomodava muito a Igreja Católica. Séculos mais
tarde, seus seguidores seriam perseguidos também pela Inquisição.
Um dos eventos mais curiosos envolvendo as Cruzadas certamente foi o de 1212. Na
ocasião, crianças e adolescentes que acreditavam estarem possuídas do poder divino
para reconquistar Jerusalém partiram em direção aos portos para embarcarem rumo à
Palestina. A expedição que ficou conhecida como Cruzada das Crianças vitimou
vários dos jovens ainda durante a viagem e os sobreviventes foram vendidos como
escravos aos muçulmanos quando atracaram no porto de Alexandria. Calcula-se que
50 mil crianças tenham sido colocadas nos barcos da mais desastrosa das expedições
cristãs.
Nova Cruzada oficial ocorreria entre os anos 1217 e 1221. Porém o fracasso não seria
novidade. A quinta expedição não conseguiu nem mesmo superar as enchentes do Rio
Nilo e acabou desistindo de seus objetivos de tomar uma fortaleza muçulmana no
Egito. Poucos anos depois, a Sexta Cruzada, ocorrida entre 1228 e 1229, finalmente
alcançou sucesso através da liderança de Frederico II. Este conseguiu obter a posse
de Jerusalém, de Belém e de Nazaré para os cristãos por dez anos. No entanto, em
1244 os cristãos perderam o domínio dessas localidades novamente para os
muçulmanos.
Entre 1248 e 1254, a Sétima Cruzada foi liderada pelo rei francês Luís IX que
desembarcou para combate no Egito e recebeu a oferta de posse de Jerusalém, a qual
recusou. Na continuidade dos conflitos, o rei foi aprisionado e seu resgate custou 500
mil moedas de ouro. Mas foi o mesmo rei que comandou a Oitava Cruzada em 1270.
Só que ele faleceu devido à peste logo após desembarcar em Túnis, o que encerrou
mais uma expedição. Uma Nona Cruzada ainda é descrita por alguns, embora muitos
argumentem que tenha sido parte integrante da Oitava Cruzada. Após a morte do rei
Luís IX, o príncipe Eduardo da Inglaterra teria comandado seus seguidores até o Acre
(cidade em Israel) para combater os adversários nos dois anos seguintes. Mas,
preparando-se para atacar Jerusalém, recebeu a notícia do falecimento de seu pai e
decidiu retornar à Inglaterra para herdar seu trono de direito, encerrando a expedição
e o turbulento século XIII.
Fontes:
http://www.youtube.com/watch?v=kBol2p_S1F4
MAALOUF, Amin. As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, 2001.
WILLIAMS, Paul. O guia completo das cruzadas. São Paulo: Madras, 2007.