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Capítulo 7 - O Império Romano Anotações e destaques Detalhes

Capítulo 7

O Império Romano

O cristianismo é a religião com o maior número de adeptos no mundo; são cerca de 2


bilhões de seguidores, quase um terço da população mundial. Surgida há 2 mil anos,
essa religião nasceu na Palestina, no Oriente Médio, um território, na época, de domínio
romano.

No início, o cristianismo era uma crença combatida pelas autoridades romanas, e


seus seguidores, principalmente escravizados e membros das camadas mais pobres,
podiam ser presos, torturados e mortos. Porém, os valores cristãos passaram a se
disseminar cada vez mais no interior do Império Romano, tornando o cristianismo a
religião oficial de Roma e uma das mais influentes do mundo.

Além de oficializar a religião cristã, o Império Romano provocou outras mudanças


importantes em regiões próximas ao Mediterrâneo, promovendo transformações
significativas em partes da Europa, da África e da Ásia.

Este capítulo aborda as principais características do Império Romano, destacando sua


organização no século I a.C., as transformações pelas quais passou ao longo do tempo, e
o processo que culminou na queda do Império do Ocidente, no século V.

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Ruínas do Coliseu, construído no final do século I d.C., em Roma. Esse monumento, símbolo do
império, foi o maior anfiteatro romano e abrigava espetáculos públicos, como lutas de
gladiadores e execuções de cristãos perseguidos, prática comum na época.

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O primeiro imperador romano


O início do Império Romano data de 27 a.C., ano em que Otávio superou seus
adversários políticos e se tornou a principal autoridade de Roma. Contando com o apoio
do exército, formado na época por mais de 300 mil homens, ele rapidamente se impôs
sobre os demais políticos e obrigou o Senado a lhe conceder uma série de títulos, como
o de primeiro senador, que lhe dava o direito de presidir as sessões do Senado; o de
imperator, chefe do exército; o de tribuno da plebe, que lhe tornava um representante
direto do povo; e o de procônsul, principal autoridade das províncias romanas.

No entanto, o mais importante de todos os títulos foi o de augusto, que tinha origem
religiosa e atribuía a Otávio um caráter divino, um governante escolhido pelos próprios
deuses romanos. O título de augusto significou o fim da república romana, a qual foi
substituída por um governo imperial. A partir de então, o governante de Roma seria
designado como augusto e podia impor sua vontade sobre os demais órgãos de governo.

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Escultura de Otávio denominada Augusto de Prima Porta,


datada do século I d.C., em mármore branco, medindo
2,04 m de altura. A obra pertence ao acervo dos Museus
Vaticanos.

TOME NOTA

Na prática, o imperador romano passou a contar com três poderes


fundamentais: o de imperador, que o transformava no líder supremo do exército
romano; o de supremo tribuno, que tornava todas as suas decisões invioláveis e
capazes de prevalecer sobre o Senado; e o de grande pontífice, principal
autoridade religiosa de Roma. Ainda assim, as instituições políticas romanas
criadas durante a república continuaram existindo no império, porém com
poderes reduzidos e subordinados à autoridade suprema do imperador.

Preocupado em impedir que novos grupos políticos tramassem seu assassinato ou


derrubada, o imperador baniu e exterminou opositores suspeitos de conspiração, e,
visando conquistar a simpatia e o apoio popular, promoveu a distribuição de trigo, base
da alimentação romana, para a população. Também concedeu o perdão de dívidas a
camponeses empobrecidos, criou pequenos tribunais para acelerar a aplicação da
justiça e destituiu senadores acusados de corrupção.

SAIBA MAIS

AAvaliar 36circo
política do pão e

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As tensões sociais durante a república provocaram uma grande crise que não
desapareceu com o início do império. Para aliviá-las, os imperadores e
governantes romanos passaram a adotar medidas visando conquistar o apoio de
setores populares da sociedade. Um exemplo disso foi a chamada política do
pão e circo (panem et circenses), que se baseava na distribuição de alimentos
para as populações mais pobres e na realização de festividades e celebrações
para os habitantes das grandes cidades romanas.

As lutas de gladiadores, por exemplo, desempenhavam um papel importante nas


celebrações. Elas já existiam na república, mas, durante o império, passaram a
ser patrocinadas e organizadas pelo governo. Os gladiadores, em geral, eram
guerreiros aprisionados durante as guerras, e uma de suas obrigações era lutar
com outros gladiadores ou com animais selvagens diante de uma plateia. Na
maior parte das vezes, as lutas eram sangrentas e disputadas até a morte de um
dos combatentes. Com esses espetáculos públicos, esperava-se que a população
urbana se divertisse nos eventos, o que contribuía para aliviar as tensões sociais.

No mosaico romano do século III d.C., vê-se representada uma luta entre gladiadores. O
objeto pertence ao Museu Arqueológico Nacional, na Espanha.

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O Alto Império e a Pax Romana


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Como visto no capítulo anterior, os séculos finais da república foram marcados pelo
processo de expansão territorial romana, o qual objetivava manter as fronteiras longe da
cidade, possibilitando paz e segurança para Roma. Com essa expansão, o império
enriqueceu com a pilhagem praticada contra os povos dominados. No século II d.C., as
fronteiras romanas atingiram sua maior extensão, e Roma se transformou na maior
potência do mundo antigo.

Até as últimas décadas do século III d.C., o império viveu um período de esplendor,
tendo atingido seu mais alto desenvolvimento cultural e social, com muitas de suas
cidades atravessando transformações arquitetônicas e artísticas.

ATLAS de História mundial, 2001.

Esse momento da história romana, chamado de Alto Império, esteve marcado


também pelo desenvolvimento do pensamento filosófico e pela criação de novos
saberes e conhecimentos científicos. Durante o Alto Império, muitos dos governos
imperiais conseguiram manter estabilidade social e política. Nessa época, houve, em
Roma, uma pacificação das disputas internas e uma diminuição das tensões provocadas
pelas desigualdades sociais. Esse período ficou conhecido como Pax Romana (Paz
Romana), iniciada no governo do imperador Otávio, em 28 a.C., e finalizada no governo
do imperador Marco Aurélio, em 180 d.C. (veja a seção Zoom).

Uma importante característica da Pax Romana foi a estabilização das fronteiras


romanas com a proteção militar do território imperial e a diminuição das conquistas
territoriais expansionistas. No entanto, apesar da estabilidade desse período, alguns
imperadores do Alto Império tiveram governos curtos e conturbados, com a ocorrência
de guerras civis e golpes de Estado.

TOME NOTA

Em razão da crise e da decadência do império, os historiadores classificam o


período da história de Roma compreendido entre o início do século III d.C. e o
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século V d.C. como Baixo Império.

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A partir do século III d.C., novos problemas sociais, políticos e econômicos


começaram a ganhar força no território romano e a provocar, aos poucos, o declínio do
império. Mesmo as reformas implementadas pelos imperadores romanos para conter
esse declínio não foram capazes de reprimir a crescente crise que afetou o império, o
que ocasionou o colapso desse sistema político em 476 d.C.

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ZOOM

O Arco do Triunfo de Marco Aurélio em Roma

Marco Aurélio, governador da dinastia Nerva-Antonina (96 d.C.-192 d.C.), foi um


dos principais imperadores do Alto Império. Considerado um dos mais
importantes pensadores romanos, Marco Aurélio governou de 161 a 180. Nesse
período, os romanos obtiveram uma importante vitória contra os povos
germanos e, para celebrar suas conquistas, o imperador inaugurou em 176, na
cidade de Roma, um arco do triunfo, construção de grande porte, geralmente
decorada com esculturas, relevos e dedicatórias, que representava o poder de
um governante. O Arco do Triunfo de Marco Aurélio é composto por doze relevos
com passagens da vida do imperador. Um desses relevos é analisado a seguir.

AGORA É COM VOCÊ

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Imagens para as questões 1, 2 e 3.
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As imagens a seguir mostram um altar romano cuja construção durou de 13 a.C.


a 9 a.C. Esse monumento recebeu o nome de Ara Pacis Augustae, que significa
Altar da Paz Augustina. A imagem 1 mostra uma vista geral do altar, e a 2 mostra
um dos inúmeros detalhes elaborados em suas paredes. A partir dos seus
conhecimentos e da análise das imagens, responda ao que se pede.

1. O que significa a expressão Pax Romana no contexto da construção do Altar


da Paz Augustina?

2. O detalhe do altar (imagem 2) é uma representação da deusa Tellus, também


conhecida como Pax, uma das divindades romanas que representava a paz.
De que modo o detalhe representa o ideal romano de paz?

3. O altar, além de celebrar a glória da paz durante o tempo de Otávio Augusto,


é também uma representação do poder desse imperador. Com base nos
elementos da imagem, justifique essa ideia.

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Sociedade e cultura no auge do


império
A sociedade romana passou por grandes transformações entre o fim da república e as
primeiras décadas do império. A expansão territorial e a conquista de escravizados
possibilitaram o enriquecimento de novos grupos sociais. Além disso, as transformações
políticas e o enfraquecimento do Senado também contribuíram para modificar as
relações entre os diferentes grupos que viviam em Roma. Aos poucos, houve um
enfraquecimento da antiga nobreza, a qual mantinha seu poder e sua riqueza em
decorrência das posições privilegiadas no Senado e em outras instituições políticas de
Roma. No final do século I d.C., esse grupo deixou de ser uma força social importante.

Diversos indivíduos enriqueceram e passaram a controlar grandes propriedades de


terra, formando uma nova aristocracia. Em geral, eram pessoas ligadas ao comércio no
Mediterrâneo, às atividades militares ou que conseguiam se aproximar dos imperadores
e de seus aliados. Porém, uma característica fundamental dessa nova aristocracia era a
sua curta duração no topo da sociedade. Nos primeiros tempos imperiais, os romanos
haviam se transformado em uma sociedade de altos gastos e luxos; era comum que os
donos de grandes riquezas financiassem festas e outros eventos sociais e que doassem
fortunas aos imperadores e líderes religiosos.

Representação do interior de um domus, como eram chamadas as habitações das famílias


romanas mais ricas. Essas residências eram espaçosas, confortáveis e tinham vários ambientes.
Litografia de Auguste Racinet (1825-1893).

Assim, uma família aristocrática não costumava durar mais do que duas gerações,
sendo substituída por outros indivíduos que conseguiam enriquecer rapidamente com
oportunidades de negócio, aventuras militares ou por meio de favores políticos. Nesse
caso, pode-se dizer que o topo da sociedade romana estava em constante
transformação, e que classes médias e outros grupos menos privilegiados, como
artesãos e comerciantes, tinham possibilidades constantes de ascensão social; a base da
sociedade, contudo, não possuía as mesmas oportunidades.

Os trabalhadores pobres das cidades, as populações dos campos, os estrangeiros, os


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escravizados e os ex-escravizados dificilmente conseguiam ascender socialmente. Muitas

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vezes, os imperadores e a aristocracia apropriavam-se de estratégias governamentais,


principalmente da política do pão e circo, com a finalidade de evitar o crescimento de
tensões provocadas pela desigualdade social.

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A economia romana
A agricultura e a pecuária foram a base da economia romana durante o império. As
atividades comerciais também eram intensas. Assim, o território romano era percorrido
por inúmeras rotas comerciais que possibilitavam a circulação de alimentos e de outras
mercadorias oriundas de diferentes regiões da África, da Ásia e da Europa veja mapa a
seguir.

PHILIP’S Atlas of World History, 2002.

Os romanos também souberam aproveitar os recursos minerais do seu império. A


exploração de metais e pedras se tornou uma atividade importante e possibilitou grande
desenvolvimento tecnológico, especialmente para a fabricação de armas, embarcações e
construções urbanas variadas. Também existia um importante comércio de especiarias e
gêneros de luxo vindos de regiões distantes da Ásia ou da África e consumidos pelas
aristocracias romanas.

A vida urbana
A organização da sociedade romana tinha como elemento central a vida nas cidades.
Roma, por exemplo, foi um modelo reproduzido pelos romanos a cada conquista
territorial; assim, as novas cidades seguiam a estrutura urbana da capital do império. As
construções romanas eram feitas de pedra, argila, argamassa e madeira. As grandes
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construções, como fóruns, mercados e templos religiosos, podiam contar com recursos
mais sofisticados, como o mármore e outros materiais.

A utilização de madeira em muitas casas provocava incêndios frequentes. Por isso, as


cidades contavam com um sistema de bombeiros para combater rapidamente o fogo e
evitar danos, mas, muitas vezes, grandes regiões das cidades eram destruídas por
incêndios.

Os romanos desenvolveram ainda um sistema de esgoto e de abastecimento de água,


porém, muitas casas não eram abastecidas por esse sistema. Isso ajudava a criar um
ambiente com sujeira e mau cheiro nas cidades. Outro aspecto importante da vida
urbana dos romanos era a utilização frequente das termas, um local de encontro da
população. Nas termas, os romanos desfrutavam de piscinas com água aquecida e de
serviços voltados não apenas ao corpo, como massagens e depilações, mas também à
mente, como o acesso a concertos musicais e a bibliotecas.

Ruínas da Água Cláudia, um dos aquedutos usados pelos romanos para o abastecimento das
principais cidades do império. Os aquedutos eram grandes estruturas elevadas que serviam como
um canal para o transporte de água.

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LEITURA COMPLEMENTAR

A filosofia romana

Entre o final da república e o início do império, a filosofia romana teve um


desenvolvimento notável. Nesse contexto, é importante lembrar da influência
grega no pensamento romano, já que as principais escolas filosóficas de Roma
tiveram sua origem na Grécia. Os romanos não apenas continuaram a tradição
de pensamento grego, mas também introduziram novos conceitos e
aprofundaram o campo de estudo de suas escolas filosóficas.

Uma das principais contribuições romanas ao pensamento grego foi o


desenvolvimento do neoplatonismo, corrente filosófica surgida no fim do século
II d.C. que conciliava a Filosofia de Platão com o pensamento cristão. As bases
do cristianismo medieval foram construídas a partir das ideias neoplatônicas
romanas, as quais tiveram grande influência para o mundo ocidental.

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Produzido no século I a.C. em Pompeia, esse mosaico representa o filósofo grego Platão
(o terceiro da esquerda para a direita) e seis alunos na Academia, sua escola de Filosofia.
Todos os outros elementos que compõem a imagem, como portais com vasos, árvores e
uma coluna, pertencem à cultura grega.

O surgimento do cristianismo
A religião romana no início do império era marcada pela diversidade de crenças. Os
romanos cultuavam diversos deuses, assimilando facilmente as crenças religiosas de
outros povos dominados. Por isso, o panteão de divindades romanas era bastante vasto,
e o próprio imperador era visto como uma divindade. Porém, nas primeiras décadas do
império, teve início um processo que provocou uma grande transformação nas crenças
religiosas romanas: o surgimento do cristianismo.

Com origem na região da Palestina, um dos territórios dominados pelos romanos, nos
primeiros anos do século I d.C., o cristianismo estava organizado em torno dos
ensinamentos e das palavras de Jesus, um judeu que rapidamente conquistou muitos
seguidores na região por afirmar ser filho de Deus e ter a missão de salvar a humanidade
de seus pecados.

Tal situação começou a desagradar as autoridades judaicas que viviam na Palestina,


as quais não reconheciam o caráter divino de Jesus e consideravam seus ensinamentos
uma afronta aos princípios do judaísmo. As autoridades romanas também não
aprovavam as pregações de Jesus, já que elas atacavam o princípio augusto dos
imperadores romanos, na medida em que ele afirmava que só existia um Deus e que era
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seu único representante na Terra.

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Como Jesus e seus seguidores começaram a ameaçar a ordem romana nos territórios
palestinos, as autoridades locais o condenaram à morte na cruz e seus seguidores foram
perseguidos. Muitos foram assassinados e torturados. Isso, porém, não impediu que eles
continuassem se organizando e divulgando os ensinamentos de Jesus. Nas décadas
seguintes, a religião começou a se disseminar pelos territórios romanos, conquistando
mais adeptos.

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O imperador Adriano, após um levante na região da Palestina entre 132 d.C. e 135
d.C., ordenou a destruição de Jerusalém e de todos os vestígios e locais sagrados dos
cristãos. A Gruta da Natividade, local onde os cristãos consideram ter sido o nascimento
de Jesus, foi transformada em um espaço de culto da divindade Adônis e dedicada aos
ritos sexuais que envolviam essa prática.

Durante o reinado de Alexandre Severo (222 d.C.-235 d.C.), o imperador suprimiu as


leis que proibiam o culto cristão. Ainda assim, outros imperadores tentaram combater
novamente os cristãos, com medidas que baniam do exército e da administração pública
os praticantes dessa religião. Isso só mudou definitivamente no século IV d.C., quando o
imperador Constantino, com o Edito de Milão (313), assegurou a tolerância aos cristãos.
A popularidade dessa religião cresceu e, em 380, o imperador Teodósio, por meio do
Edito de Tessalônica, declarou o cristianismo como a religião oficial do Império Romano.
Com isso, as religiões politeístas foram abandonadas e proibidas, e os romanos se
tornaram uma sociedade monoteísta.

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Epitáfio de Licinia Amias, datado do século III d.C., é uma das mais antigas inscrições cristãs em
solo romano. A mensagem da lápide é escrita em latim e grego, além de possuir dois peixes, um
dos símbolos do cristianismo primitivo.

AGORA É COM VOCÊ

O texto a seguir é um fragmento do Edito de Milão. Leia-o atentamente e, em


seguida, responda ao que se pede.

Nós, Constantino e Licínio, imperadores, encontrando-nos em Milão para


conferenciar a respeito do bem e da segurança do império, decidimos que, entre
tantas coisas benéficas à comunidade, o culto divino deve ser a nossa primeira e
principal preocupação. Pareceu-nos justo que todos, cristãos inclusive, gozem
da liberdade de seguir o culto e a religião de sua preferência. Desta forma o Deus
que mora no céu, ser-nos-á propício a nós e a todos os nossos súditos.
Decretamos, portanto, que, não obstante a existência de instruções anteriores
relativas aos cristãos, os que optarem pela religião de Cristo estão autorizados a
abraçá-la sem estorvo ou empecilho, e que ninguém absolutamente os impeça
ou moleste. Observei, outrossim, que também todos os demais terão garantida a
livre e irrestrita prática de suas respectivas religiões, pois está de acordo com a
estrutura estatal e com a paz vigente que asseguremos a cada cidadão a
liberdade de culto segundo sua consciência e eleição.

BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo: ASTE, 1998. p. 50.

1. De acordo com o documento, qual a importância do culto divino para os


imperadores romanos?

2. O documento menciona aAvaliar 36


“existência de instruções anteriores relativas aos

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cristãos”. Sobre o que tratavam essas instruções não citadas no texto?

3. Com a publicação do documento, quais os direitos que os cristãos e os


praticantes de religiões pagãs em Roma passaram a ter?

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Império Romano em crise


No século II d.C., o Império Romano atingiu sua máxima extensão, mais de 5 milhões
de quilômetros quadrados, dominando territórios na Europa, na África e na Ásia. Essa
grande área, muitas vezes, dificultava a administração, uma vez que o imperador não
tinha controle pleno sobre aquilo que era feito em diferentes regiões do império. A
corrupção e as disputas pelo poder se tornaram cada vez mais fortes, o que provocou o
enfraquecimento da autoridade do imperador e abriu caminho para golpes de Estado e
para a rápida sucessão dos governantes.

No século III d.C., muitos imperadores governaram por breves intervalos de tempo e
generais se transformaram novamente em figuras capazes de desequilibrar o governo de
Roma. Além disso, povos estrangeiros passaram a ameaçar as fronteiras romanas,
especialmente na Europa e na Ásia. Estes eram genericamente chamados pelos romanos
de bárbaros, já que não falavam o latim, a língua oficial de Roma. As investidas desses
povos contra os territórios romanos criaram um clima de instabilidade e insegurança.

Essa combinação de conflitos entre governantes, disputas pelo poder e ameaça dos
povos vizinhos marcaram o início de uma lenta crise do império. A isso tudo, soma-se o
processo de ruralização da sociedade romana. O crescimento das desigualdades e o
empobrecimento de Roma fizeram com que muitos indivíduos abandonassem a vida
urbana e passassem a viver nos campos.

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Detalhe da Coluna de Trajano, monumento inaugurado em 113 a.C., no qual observa-se romanos
colhendo trigo, importante cultivo para Roma. Com a crise do império, houve uma intensificação
da vida rural em detrimento da vida urbana.

Os latifundiários não tinham mais condições de manter as grandes propriedades por


causa da escassez de escravizados, então começaram a lotear suas terras aos
trabalhadores que se mudavam para o campo. Esses trabalhadores se tornavam colonos
e passavam a viver sob a proteção desses grandes proprietários, prestando-lhes serviços.

A ruralização da economia, contudo, acelerou a crise econômica e começou a


enfraquecer o Estado, pois o sistema de colonos (colonato) transferia o poder do Império
para os donos de terra. Entre os séculos III e IV, Roma passou a arrecadar cada vez menos
impostos das atividades econômicas, o que enfraqueceu o exército e agravou a
desordem administrativa. Foi nesse cenário que alguns imperadores tentaram
implementar reformas para recuperar a economia e o equilíbrio político do império.

A divisão territorial
O imperador Diocleciano (284 d.C.-305 d.C.) tentou implementar algumas reformas
políticas e administrativas. A base de suas reformas foi a criação da chamada tetrarquia
(293 d.C.), que consistiu na divisão do Império Romano em quatro partes, cada qual
administrada por um tetrarca.

Inicialmente, o sistema da tetrarquia deu bons resultados, permitindo melhorias


administrativas e controlando levantes. Porém, quando se formou uma segunda
tetrarquia, em 305, as disputas pelo poder recomeçaram e o sistema idealizado por
Diocleciano mostrou seus limites. De 305 a 324, ocorreram diversos problemas
decorrentes de disputas entre líderes que pretendiam controlar as diversas regiões do
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império. Por isso, o imperador Constantino decidiu reunificar a administração de Roma


entre 324 e 337.

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Uma das providências tomadas por Constantino nesse período foi a transferência da
capital do império de Roma para a cidade de Constantinopla (atual Istambul, na
Turquia), pois a parte ocidental foi mais afetada pela crise escravista e econômica do que
a parte oriental. Com isso, ele esperava fortalecer o governo romano e abrir caminho
para a recuperação econômica e política do império.

Porém, isso não ocorreu efetivamente, e em 395 d.C. o imperador Teodósio


restabeleceu o sistema de divisão dos territórios do império. Ele implantou um sistema
duplo: os territórios romanos seriam divididos em um império ocidental, com capital em
Milão, e em um império oriental, com capital em Constantinopla. Na prática, a nova
divisão não impediu que a crise crescesse no Império Romano do Ocidente, mas
conseguiu criar um regime político mais estável no Império Romano do Oriente, que
ficou conhecido como Império Bizantino, cujo território permaneceu unificado até o
século XV.

DUBY, 1992.

TOME NOTA

Após virar capital do império, a cidade de Constantinopla se transformou em um


importante centro cultural responsável pela preservação de obras gregas e
romanas, bem como o ponto de grande desenvolvimento da cultura cristã entre
a Idade Antiga e a Idade Média.

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Os contatos com os povos germanos


e a lenta queda de Roma
Como visto, os romanos chamavam de bárbaros todos os povos que não falavam a
língua latina. Essa forma genérica era utilizada para denominar um conjunto variado de
povos, como saxões, godos, hérulos, visigodos, ostrogodos, burgúndios, alanos,
lombardos, vândalos e francos.

Esses povos falavam uma língua semelhante e eram originários do norte da Europa,
possivelmente das atuais regiões da Escandinávia e da Alemanha, motivo pelo qual são
chamados de germanos. Ao longo do tempo, eles passaram a viver em outras localidades
da Europa, em territórios próximos das fronteiras do Império Romano. Essas fronteiras,
contudo, nunca foram estáveis e plenamente controladas, o que obrigava os romanos a
frequentemente erguer muralhas. Mesmo assim, as investidas germanas eram sucessivas
e se intensificaram durante o Baixo Império, ameaçando a unidade territorial de Roma.

Página 46

SAIBA MAIS

As relações entre romanos e germanos nem sempre foram bélicas e agressivas.


Muitos germanos, por exemplo, acabaram vivendo em terras romanas, já que
aceitavam se submeter ao seu controle para conquistar a cidadania. Nesse
contexto, inúmeros germanos foram incorporados aos exércitos romanos. Esse
contato entre povos diferentes permitiu que ocorressem muitas trocas culturais,
contribuindo para uma germanização da cultura romana.

O inverso também ocorreu. Um exemplo disso foi a difusão do cristianismo entre


os germanos. Em 340, os godos se tornaram cristãos; posteriormente, outros
povos germanos também se converteram.

A partir do século IV, quando a crise política e econômica ganhava força no Império
Romano do Ocidente, os germanos invadiram com mais intensidade os territórios
imperiais. Esse acontecimento está relacionado com o deslocamento dos hunos para
os territórios germanos. Estes, por sua vez, tiveram que procurar novas terras.

Os hunos eram um povo nômade que vivia em territórios da atual China.

Entre o final do século IV e o início do século V, os germanos invadiram a Gália e


posteriormente começaram a se dirigir para territórios da Península Itálica. Alarico, um
chefe militar dos visigodos, invadiu e saqueou Roma com suas tropas em 410,
demonstrando a fraqueza das forças militares imperiais. A partir de então, ocorreu uma
sucessão de ataques germanos aos territórios romanos.
Avaliar 36 Em 452, os hunos também

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saquearam a Península Itálica e causaram grande destruição nos territórios romanos.


Finalmente, em 476, o imperador Rômulo Augusto foi deposto por Odoacro, o rei dos
hérulos. Isso marcou a queda de Roma e o fim do Império Ocidental.

ATLAS DE História mundial, 2001.

Página 47

ENQUANTO ISSO...

No mesmo período em que se formava o Império Romano, surgiu na América


uma das mais importantes aglomerações urbanas do continente: Teotihuacan,
uma grande cidade fundada por povos que viviam na região da Mesoamérica
(que corresponde à parte dos atuais territórios do México, Belize, Guatemala, El
Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica). Entre 150 a.C. e 200 d.C., esses
povos chegaram ao Vale do México, um local próximo à atual Cidade do México, e
fundaram Teotihuacan, a qual atingiu seu auge a partir do século IV d.C.,
chegando a ter mais de 200 mil pessoas.

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Um dos fatores que contribuiu para o crescimento da cidade foi a exploração da


obsidiana, uma rocha utilizada para a fabricação de ferramentas e armas. A
população local passou a se dedicar ao comércio desses objetos e criou uma
importante rede de trocas com diferentes povos da Mesoamérica.

Além do comércio da obsidiana, os habitantes de Teotihuacan exploravam


outros recursos locais, como o cacau, o algodão, penas exóticas e conchas. Outra
atividade importante era a agricultura. A base da alimentação local era o milho,
produzido em grande quantidade e utilizado para os mais diversos pratos. O
povo de Teotihuacan também desenvolveu um sistema de escrita que, mais
tarde, influenciou outras culturas da região, como a dos maias e a dos astecas.

A partir de 600 d.C., a população local começou a declinar rapidamente. As


principais construções foram destruídas e a cidade acabou deixando de existir.
Os pesquisadores não sabem ao certo as causas desse declínio, mas é possível
que tenha sido provocado por uma combinação de fatores, como
transformações ambientais decorrentes da destruição de florestas ou o
surgimento de uma nova potência regional capaz de se impor sobre a população
de Teotihuacan.

O fim da cidade, porém, não significou o fim da cultura local. Muitos outros
povos que viveram na Mesoamérica foram influenciados pela cultura, pelas
crenças e pelas práticas de Teotihuacan. Por isso, a cidade teve um papel central
no desenvolvimento dos grandes impérios que se formaram nessa parte da
América nos séculos seguintes.

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Vista de cima da Pirâmide da Lua mostrando as dimensões de Teotihuacan, com a


Pirâmide do Sol à esquerda.

Página 48

AGORA É COM VOCÊ

O texto a seguir é um fragmento da obra Sobre a Ira, escrita pelo romano Sêneca
(4 a.C.-65 d.C.). Ele foi um dos mais importantes filósofos de Roma e tratou de
diversos temas em suas obras, entre eles os povos germanos, abordados no
fragmento selecionado. A partir da leitura e análise do texto e de seus
conhecimentos, responda ao que se pede.

Depois, de que serve a ira quando a razão oferece o mesmo proveito? Acaso tu
achas que o caçador fica irado com as feras? Ora, tanto ele captura as que lhe
chegam quanto persegue as que lhe fogem, e tudo isso a razão faz sem ira. O que
fez sucumbir tantos milhares de cimbros e teutões espalhados pelos Alpes,
a ponto de não um mensageiro, mas a repercussão desse evento ter levado aos
seus a notícia de tão grande desastre, senão o fato de que tinham ira em lugar de
bravura? Ela, embora às vezes tenha rechaçado e aplanado obstáculos, com mais
frequência, serve também de destruição para si mesma.

Cimbros são um povo germânico originário da atual Dinamarca. Foram


derrotados pelos romanos em 101 a.C.
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Teutões são um povo germânico que vivia no centro e no norte da


Europa, em terras hoje pertencentes à Alemanha e à Dinamarca. Junto
com os cimbros, invadiram a Gália (atual França) em 120 a.C., sendo
expulsos em 102 a.C.

O que há de mais animoso que os germanos? Que povo é mais arrojado no


ataque? Qual mais ávido por armas, para as quais nascem e são criados, as quais
são seu único cuidado, sendo negligentes em tudo o mais? Qual é mais
empedernido perante todo sofrimento, a ponto de, em grande parte de seus
corpos, não se terem provido de nada que os cobrisse, nem de abrigos contra o
perpétuo rigor do clima?

Estes, porém, antes mesmo que possam avistar uma legião, os hispanos e os
gauleses e homens da Ásia e da Síria, fracos na guerra, os massacram,
vulneráveis por nenhuma outra razão além de sua iracúndia. Pois bem, àqueles
corpos, àquelas almas que desconhecem prazeres, luxo, riquezas, dá-lhes
método, dá-lhes disciplina; para não dizer nada além, será necessário
remontarmos pelo menos à antiga conduta romana.
SÊNECA. Sobre a Ira. Sobre a tranquilidade da alma: diálogos. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

1. Sêneca enxerga os povos germanos de forma totalmente negativa? Justifique


sua resposta.

2. No último parágrafo, Sêneca afirma que, se os germanos se tornassem


pessoas disciplinadas, eles seriam capazes de imitar a “antiga conduta
romana“. De que modo é possível interpretar o sentido da expressão
destacada?

3. Com base na leitura do texto, é possível afirmar que Sêneca enxergava o


sentimento de ira como uma virtude importante para a vida dos romanos?
Justifique sua resposta.

ACESSE

Tour Virtual do Museu do Capitólio.

http://qr.portalsas.com.br/1mEP.

Neste site, o Museu do Capitólio oferece uma visita virtual às suas diversas obras,
inclusive ao Relevo do Arco do Triunfo de Marco Aurélio. Assim, é possível
conhecer um pouco mais sobre a história e os costumes dos romanos durante o
império.

ASSISTA
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Gladiador, de Ridley Scott (EUA, 2000).

O filme conta a história de um general romano que foi traído e transformado em


um gladiador. Apesar do caráter ficcional da narrativa, é possível entender
melhor o papel das lutas de gladiadores durante o Império Romano.

ESTE CAPÍTULO ABORDOU

A organização do Império Romano.

A formação da Pax Romana.

A organização da sociedade e da cultura romana durante o auge do império.

O processo de surgimento do cristianismo e o impacto disso na sociedade


romana.

A crise do Império Romano.

As principais reformas políticas e administrativas do Império Romano.

O contato dos romanos com os povos germanos.

A queda do Império Romano.

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ATIVIDADES PARA SALA

Questão 01
Com base nas informações do capítulo anterior e deste, compare o papel dos patrícios e
dos plebeus, a questão da tensão social em Roma e o expansionismo militar durante os
períodos republicano e imperial.

Leia o texto a seguir e responda às questões 2 e 3.

Os druidas cuidam dos sacrifícios públicos e particulares e explicam as doutrinas e


cerimônias. Aprendem um grande número de versos (alguns gastam vinte anos nesse
estudo), mas não se permitem escrevê-lo por duas razões: primeiro, para evitar que sua
doutrina se espalhe pelo vulgo; segundo, para não deixar de cultivar a memória, fiados
nos escritos.

Comentários sobre a Guerra Gálica, de Júlio César, escrita entre 58 a.C. e 49 a.C.

Questão 02
Os druidas eram sacerdotes e faziam parte da sociedade gaulesa, conquistada pelos
romanos durante a expansão territorial. Assim como os germanos, os gauleses também
eram considerados um povo bárbaro. De que modo Júlio César descreve os gauleses no
trecho acima?

Questão 03
Um aspecto muito presente nas narrativas romanas sobre os povos bárbaros é o
julgamento etnocêntrico. Isso significa que comumente os romanos descreviam os
comportamentos e costumes dos povos considerados bárbaros de forma depreciativa e
negativa. É possível afirmar que a análise de Júlio César nesse fragmento é etnocêntrica?
Justifique sua resposta.

Questão 04
A imagem a seguir é uma representação, produzida no século IV d.C., de luta de
gladiadores. Explique de que maneira ela representa esse tipo de atividade e cite a
importância da luta de gladiadores na sociedade romana durante o império.

Avaliar 36

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Questão 05
Em sua opinião, a chamada política do pão e circo é algo exclusivo do passado ou essa
prática sobrevive até os dias de hoje?

Página 50

ATIVIDADES PROPOSTAS

Questão 01
(UEFS) O processo de declínio do Império Romano do Ocidente começou em meados do
século IV d.C., sobretudo em razão da série de problemas que, desde o século III, o
assolava, como as invasões bárbaras, a crise econômica e a disputa dos militares pelo
poder.

A ligação entre a aludida crise econômica e a formação das bases do modo de produção
feudal se encontram na

a) gradual substituição do sistema escravista pelo de colonato, baseado na prestação de


serviços agrícolas em terras dos senhores, em troca de subsistência e proteção.

b) divulgação de uma nova arquitetura, baseada na construção de muralhas em torno


dos castelos dos senhores, decorrente
Avaliar da necessidade
36 de defesa contra as frequentes
rebeliões de escravizados.
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c) expansão do comércio mediterrâneo, controlado pelos mercadores árabes, que


proibiam o comércio dos romanos com o Oriente Médio.

d) organização das corporações de ofício que controlavam a produção e os preços das


mercadorias nos países do norte da África.

e) adoção do cristianismo como religião oficial do império, desde o governo de Otávio


Augusto e de Júlio César.

Questão 02
(UTFPR) No Período Imperial, a cidade de Roma atingiu algo em torno de um milhão de
habitantes, mas boa parte dessa população vivia em condições precárias, já que o
sistema escravista a impedia de arrumar trabalho. Para diminuir as tensões sociais, os
imperadores adotavam a política do pão e circo, que pode ser definida como

a) distribuição de cereais e oferecimento de grandes espetáculos públicos em que


gladiadores lutavam entre si ou com animais ferozes.

b) distribuição de alimentos como pães, frutas e hortaliças, além da realização de jogos


variados.

c) distribuição de alimentos em geral e representações teatrais, mas somente de


comédias, com o objetivo de alegrar a assistência.

d) distribuição de pães e outros alimentos, além da realização de corridas de biga pelas


ruas centrais da cidade.

e) distribuição de alimentos variados e grandes espetáculos de circo, com a presença de


mágicos, palhaços e malabaristas.

Questão 03
(MACKENZIE) Leia o texto a seguir.

Esta refundação efetua-se sob o signo do cristianismo. Trata-se menos de uma conversão
de Constantino do que da vontade de reunificação do Império sob um dogma, cujo
monoteísmo é bastante conveniente à concepção de poder absoluto que o imperador
encarna. Constantinopla é, portanto, ao mesmo tempo a cidade epônima de
Constantino, o berço da dinastia que ele fundou e a sede de sua nova religião.

YERASIMOS, Stefanos. La nouvelle Rome. Disponível em: www.histoire.presse.fr. Acesso em: 12 ago. 2017.

Assinale a alternativa que corresponde, corretamente, ao excerto e ao contexto.

a) A partir de Constantino, a política romana liga-se à religião cristã, atendendo a


interesses de fortalecimento da figura do imperador e a contenção da crise até então
vivida pelo Império.
Avaliar 36
b) A fundação de Constantinopla, com a consequente transferência da capital, atendeu a
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b) u dação de Co sta t opla, co a co seque te t a s e ê c a da cap tal, ate deu a
interesses religiosos de fortalecimento do cristianismo na parte oriental do Império.
c) A transferência da capital do Império para Constantinopla e a perseguição aos
cristãos, promovida pelo imperador Constantino, conseguiram conter as crises vividas
em Roma.

a) O crescimento do monoteísmo, as contestações ao poder do imperador e a conversão


de Constantino ao cristianismo deram força à perseguição a outras religiões e à
transferência da capital.

b) A oficialização do cristianismo e a transferência da capital para Constantinopla,


ambas realizadas por Constantino, atenderam a interesses políticos e religiosos do
governo romano.

Página 51

Questão 04
(UNICAMP)

A imagem a seguir retrata parte do mosaico romano de Nennig, um dos mais bem
conservados que se encontram até o momento no norte da Europa. A composição conta
com mais de 160 m² e apresenta como tema cenas próprias de um anfiteatro romano.

A partir da leitura da imagem e do conhecimento sobre o período em questão, pode-se


afirmar corretamente que a imagem representa
Avaliar 36

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a) uma luta entre três gladiadores, prática popular entre membros da elite romana do

século III d.C., que foi criticada pelos cristãos.

b) a popularidade das atividades circenses entre os romanos, prática de cunho religioso


que envolvia os prisioneiros de guerra.

c) uma das ações da política do pão e circo, estratégia da elite romana que usava
cidadãos romanos na arena para lutarem entre si e, assim, divertir o povo.

d) uma luta entre gladiadores, prática que tinha inúmeras funções naquela sociedade,
como a diversão, a tentativa de controle social e a valorização da guerra.

Questão 05
(FGV) Podendo-se encontrar na crise do mundo romano do século III o início da profunda
perturbação de que sairá o Ocidente medieval, é legítimo considerar as invasões
bárbaras do século V como o acontecimento que precipita as transformações, que lhes
dá um aspecto catastrófico e que lhes modifica profundamente a aparência.

LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. Lisboa: Estampa, 1983. v. 1. p. 29.

A crise do mundo romano e a transição para a Idade Média

a) foram decorrentes do fortalecimento do cristianismo que, a partir do século III,


tornou-se a religião oficial do Império Romano.

b) tiveram entre suas características a diminuição do ingresso de mão de obra escrava e


o processo de ruralização social.

c) foram marcadas pelas catástrofes naturais e pelas epidemias de peste e lepra que
estimularam o deslocamento para as cidades.

d) levaram ao fortalecimento das instituições públicas romanas e ao desenvolvimento


das atividades mercantis no Mediterrâneo.

e) foram particularmente catastróficas na parte Oriental do mundo romano, pela


proximidade geográfica com os povos germanos.

Página 52

Questão 06
(UFSC-Adaptada) Os homens da Igreja e os grandes príncipes do renascimento italiano
costumavam exaltar o esplendor de seus palácios urbanos e de suas casas de campo
com as ruínas da Roma Imperial, que jaziam a seu redor. Retiravam e transportavam dos
locais em que haviam descansado durante 1500 anos as estátuas de deuses e
imperadores, os bustos de antigos heróis e as ninfas de pedra que um dia haviam
dançado nas bordas de antigas fontes.
Avaliar 36
ABRIL. ROMA: ecos da glória imperial. Coleção Civilizações Perdidas. Rio de Janeiro: Abril, 1998. p. 45.

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Sobre o Império Romano, marque V para verdadeiro e F para falso:

(    ) A arquitetura do Período Imperial romano concentrou-se na construção de edifícios


com finalidade religiosa, dedicando pouca atenção às obras de infraestrutura
urbana.

(    ) O governo do imperador Constantino (313 d.C.-337 d.C.) foi marcado pela
perseguição aos cristãos, cujas crenças chocavam-se com o respeito religioso dos
romanos pelos seus imperadores, que eram considerados como deuses.

(    ) A estabilização das fronteiras com a Pax Romana praticamente definiu os limites
geográficos do Império Romano.

(    ) Os germanos eram chamados depreciativamente de bárbaros pelos romanos


porque não falavam o latim e tinham costumes diferentes, em clara referência à
ideia de oposição entre civilização e barbárie.

(    ) Durante o século II d.C., com a conquista de territórios na Ásia, na África e na


Europa, o Império Romano atingiu sua maior extensão, dominando toda a costa
mediterrânea.

(    ) A decadência do Império Romano esteve relacionada ao intenso êxodo rural,


desencadeado pela adoção progressiva do colonato em função da ampliação da
oferta de mão de obra escrava.

Questão 07
(IFSP) Segundo o historiador Marvin Perry, a partir de 27 a.C., “a brilhante habilidade
política de Otávio Augusto deu início à maior era romana. Nos duzentos anos seguintes o
mundo mediterrâneo desfrutou as bênçãos da”

a) ação política do Triunvirato, que elegeu três governantes para o Império.

b) riqueza do Império Romano, viabilizada por meio de guerras e conquistas.

c) Pax Romana, que gerou um longo período de paz.

d) reforma agrária promovida pelos irmãos Tibério e Caio Graco.

e) aprovação do Edito de Milão, que colocou fim às perseguições aos cristãos.

Questão 08
(FGV) Não descreverei catástrofes pessoais de alguns dias infelizes, mas a destruição de
toda a humanidade, pois é com horror que meu espírito segue o quadro das ruínas da
nossa época. Há vinte e poucos anos que, entre Constantinopla e os Alpes Julianos, o
sangue romano vem sendo diariamente vertido. A Cítia, Trácia, Macedônia, Tessália,
Dardânia, Dácia, Épiro, Dalmácia, Panônia são devastadas pelos godos, sármatas,
quedos, alanos [...]; deportam e pilham
Avaliar tudo. 36

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Quantas senhoras, quantas virgens consagradas a Deus, quantos homens livres e nobres
ficaram na mão dessas bestas! Os bispos são capturados, os padres assassinados, todo
tipo de religioso perseguido; as igrejas são demolidas, os cavalos pastam junto aos
antigos altares de Cristo […].

FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Roma: vida pública e vida privada. 2000.

O excerto, de 396, remete a um contexto da história romana marcado pela

a) combinação da cultura romana com o cristianismo, além da desorganização do


Estado romano, em meio às invasões germanas e de outros povos.

b) reorientação radical da economia, porque houve o abandono da relação com os


mercados mediterrâneos e o início de contato com o norte da Europa.

a) expulsão dos povos invasores de origem não germana, seguida da reintrodução dos
organismos representativos da República Romana.

b) crescente restrição à atuação da Igreja nas regiões fronteiriças do Império, porque o


governo romano acusava os cristãos de aliança com os invasores.

c) retomada do paganismo e o consequente retorno da perseguição aos cristãos,


responsabilizados pela grave crise política do Império Romano.

Página 53

Texto para a questão 9.

Finalmente, a bandeira. Tiradentes propôs que fosse adotado o triângulo


representando a Santíssima Trindade, com alusão às cinco chagas de Cristo crucificado,
presente nas armas portuguesas. Já Alvarenga propôs a imagem de um índio quebrando
os grilhões do colonialismo, com a inscrição “Libertas quae sera tamen” (“Liberdade,
ainda que tardia”), do poeta latino Virgílio, e que foi adotada e consagrada.

MOTA, Carlos Guilherme; LOPEZ, Adriana. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: Editora 34, 2015. 4.
ed. p. 261.

Questão 09
(PUCCAMP) O texto, ao se referir ao poeta Virgílio, nos remete a um período da história
da Roma Antiga: o Império Romano. Durante esse período, foram características do
Estado romano:

a) recuperação de antigas práticas do período anterior, como a escravidão em grande


escala, e o imperialismo econômico romano.

b) introdução de novos ideais baseados na economia de mercado, na condenação da


guerra e na valorização da democracia romana.

c) transformação da estrutura administrativa nas cidades, fragmentação dos latifúndios


e expansão dos bárbaros no Império.
Avaliar 36

d) t li ã líti d i i t ti ã d i d tili ã d líti d


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d) centralização político-administrativa nas mãos do imperador, utilização da política do

pão e circo e adoção da Pax Romana.

e) participação de todos os cidadãos romanos nas instituições políticas, uma educação


humanista e conquista do Mediterrâneo.

Questão 10
(UFG) Leia o verbete a seguir.

Vândalo (do latim vandalus). s. m. 1. Membro de um povo germânico de bárbaros que, na


Antiguidade, devastaram o Sul da Europa e o Norte da África. 2. Fig. Aquele que destrói
monumentos ou objetos respeitáveis. 3. Fam. Indivíduo que tudo destrói, quebra,
rebenta.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1999. (adaptado)

O verbete “vândalo” indica que o mesmo termo adquire diferentes significados. O


sentido predominante no dicionário citado, e amplamente empregado na cobertura
midiática de manifestações no Brasil, decorre da prevalência, na cultura ocidental, de
uma

a) visão de mundo dos romanos, que, negando a cultura dos povos germanos,
consolidou a dicotomia entre civilização e barbárie.

b) mentalidade medieval, que, após a queda do Império Romano, se apropriou da


herança cultural dos povos germanos conquistadores, valorizando-a.

c) concepção renascentista, que resgatou os valores cristãos da sociedade romana,


reprimidos desde as invasões dos povos bárbaros.

d) imagem construída por povos dominados pelo Império, que identificaram os


vândalos como símbolo de resistência à expansão romana.

e) percepção resultante dos conflitos internos entre os povos germanos que disseminou
uma imagem negativa em relação aos vândalos.

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