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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA DE MATO GROSSO DO SUL

mantenedora das
FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS LAGOAS

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Introdução a História e Estudo do Direito

Direito Romano

1. Uma Introdução

Roma Antiga foi uma civilização itálica que surgiu no século VIII

a.C. Localizada ao longo do mar Mediterrâneo e centrada na cidade de

Roma, na península Itálica, expandiu-se para se tornar um dos maiores

impérios do mundo antigo, com uma estimativa de 50 a 90 milhões de

habitantes (cerca de 20% da população global na época) e cobrindo 6,5

milhões de quilômetros quadrados no seu auge entre os séculos I e II.

Em seus cerca de doze séculos de existência, a civilização romana

passou de uma monarquia para a república clássica e, em seguida, para um

império cada vez mais autocrático. Através da conquista e da assimilação, ele


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passou a dominar a Europa Ocidental e Meridional, a Ásia Menor, o Norte da

África e partes da Europa Setentrional e Oriental. Roma foi preponderante em

toda a região do Mediterrâneo e foi uma das mais poderosas entidades políticas

do mundo antigo. É muitas vezes agrupada na Antiguidade Clássica,

juntamente com a Grécia Antiga e culturas e sociedades semelhantes, que são

conhecidas como o mundo greco-romano.

A sociedade romana antiga contribuiu para o governo, o direito, a

política, a engenharia, as artes, a literatura, a arquitetura, a tecnologia, a guerra,

as religiões, as línguas e as sociedades modernas. Como uma civilização

altamente desenvolvida, Roma profissionalizou e expandiu suas forças armadas

e criou um sistema de governo chamado res publica, a inspiração para

repúblicas modernas, como os Estados Unidos e a França. Conseguiu feitos

tecnológicos e arquitetônicos impressionantes, tais como a construção de um

amplo sistema de aquedutos e estradas, bem como a construção de grandes

monumentos, palácios e instalações públicas. Até o final da República (27 a.C.),

Roma tinha conquistado as terras em torno do Mediterrâneo e além: seu

domínio se estendia do oceano Atlântico à Arábia e da boca do Reno ao norte

da África. O Império Romano surgiu com o início da ditadura de Augusto que

encerrou o período da República. Os 721 anos de Guerras Romano-Persas

começaram em 92 a.C. com a sua primeira guerra contra o Império Parta. Este

se tornaria o mais longo conflito da história humana e teve grandes efeitos e

consequências duradouros para ambos os impérios. Sob Trajano, o Império

atingiu o seu pico territorial. Os costumes e as tradições republicanas

começaram a diminuir durante o período imperial, com guerras civis tornando-

se um prelúdio comum para o surgimento de um novo imperador.


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Estados dissidentes, como o Império de Palmira, iriam dividir

temporariamente o império durante a crise do terceiro século. Atormentado

pela instabilidade interna e atacado pelas invasões bárbaras, a parte ocidental

do império fragmentou-se no século V, o que é visto como um marco pelos

historiadores, que usam para dividir a Antiguidade Tardia da Idade das Trevas

na Europa. A parte oriental do império permaneceu como uma potência

durante toda a Idade Média, até a sua queda em 1453. Embora os cidadãos do

império não fizessem tal distinção, o Império Oriental é mais comumente

referido como "Império Bizantino" para diferenciá-lo do Estado da Antiguidade

no qual ele nasceu.

A importância de fazer essa introdução é justamente o perceber que

estudar Roma Antiga é entender que essa civilização a qual seu tempo estimado

de duração foi de mil anos, passou por diferentes fases e por esse motivo o

direito dessas fases passam por modificações.


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Dessa forma, podemos dividir a antiguidade romana em 4 diferentes

fases:

- período régio ou realeza;

- período republicano;

- período do principado;

- período da monarquia absoluta.

2. Período Régio ou Realeza

Dos anos de 753 a 509 a.C., estamos nos referindo a um

período com poucos registros históricos, com registros históricos

posteriores. A Sociedade supõe, segundo aquele sociólogo, a ação conjunta e

racional dos indivíduos no seio da ordem jurídica e econômica; nela, “os

homens, a despeito de todos os laços, permanecem separados”.

A principal dificuldade são as fontes relacionadas ao direito desse

período, Boa parte do pouco que sabemos sobre essa época vem de relatos

muito posteriores e bastante questionáveis. Um dos principais historiadores que


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nos fornece informações sobre o período foi o historiador romano Tito Lívio,

que vive posteriormente a esse período, mas que vai fazer um apanhado

histórico baseado em oralidade e justamente, por isso pode ter anacronismos e

muito da época que lhe foi contemporânea (período do principado). Nesse

sentido, temos dele uma obra chamada Ab Urbe Condita (Desde a fundação da

cidade) e ela também não sobreviveu inteira, são cerca 140 livros, mas estima

que apenas 25% dessa obra sobreviveu ao tempo. As narrativas de Tito Lívio

são moralistas, ele vai narrar os reis desse período a partir da sua visão de

contemporâneo.

Havia duas classes bem distintas e opostas entre os habitantes da

cidade de Roma: os patrícios e os plebeus. Os primeiros, homens livres,

descendentes de homens livres, agrupados em clãs familiares patriarcais, que

recebiam o nome de gentes, formavam a classe detentora do poder e

privilegiada. Os plebeus, por sua vez, não faziam parte das gentes, estando, no

entanto, sob a proteção do rei. Até o reinado de Sérvio Túlio, os plebeus não

faziam parte da organização política de Roma.

Durante a Realeza, o Poder Público em Roma era composto por três

elementos: o Rei (rex), o Senado (senatus) e o Povo (populus romanus), este

último, como acima mencionado, constituído apenas por patrícios. Enquanto o

rei, indicado por seu antecessor ou por um senador, era detentor de um poder

absoluto, ou imperium, com atribuições políticas, militares e religiosas, sendo

ao mesmo tempo chefe de governo e de Estado, o Senado era um órgão de

assessoria do rei, com função predominantemente consultiva. Era, pois, o

Senado detentor da auctoritas, sendo ouvido pelo rei nos grandes negócios do

Estado.

O povo romano (somente patrícios, inicialmente) reunia-se em

assembléias, que recebiam o nome de comícios curiatos, com o objetivo de

discutir e votar as propostas de lei, sempre de iniciativa do rei. A unidade de


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voto recebia a denominação de cúria. A lei, assim votada e aprovada, recebia o

nome de leges curiatae. No entanto, com as reformas empreendidas pelo rei

Sérvio Túlio, a plebe foi favorecida, quando a riqueza de cada um, e não mais

apenas as suas origens, passou a ser base para a distinção entre as pessoas. Com

isso, ganhavam o direito de voto os plebeus contribuintes, sendo por estes

entendidos aqueles que dispunham de meios para pagar impostos e que agora

tinham direito de prestar serviço militar. Estes plebeus contribuintes votavam

nos comícios centúrias, sendo a unidade de voto a centúria. Ao mesmo tempo,

adquiriam os plebeus o direito de praticar atividade comercial, o que favorecia,

consequentemente, o contato com outros povos e outras culturas, culturas estas

que mais tarde viriam a ser incorporados pelo Império Romano, ao mesmo

tempo em que ganhava o povo romano poder econômico, passo fundamental

para se alcançar o poder político.

São consideradas como duas as principais fontes do Direito Romano

na Realeza: o costume e a lei. O costume, ou jus non scriptum, uso repetido e

prolongado da norma jurídica tradicional não proclamada pelo Poder

Legislativo, é a principal delas. A lei, de menor importância neste período,

nascia com a proposta do rei ao povo, que, reunido em comícios curiatos ou

centuriatos, aceitavam ou rejeitavam a iniciativa do rei. Se aceita, a regra de

direito, depois de ratificada pelo Senado, tornava-se obrigatória. Vale ainda

ressaltar que as leis, durante este período, eram particulares, e não gerais,

regendo verdadeiros contratos entre patres da cidade.

O Senado é o conselho dos reis, mas também, no começo da

monarquia, o rei não era hereditário, então, também faziam o processo de

escolha escolhiam os reis. Comícios por cúrias eram as pequenas assembleias

formada por população que geralmente estava ligado aos julgamentos e

segundo Tito, no final da realeza o Sérvio Túlio institui os comícios por

centúrias que são assembleias dos guerreiros.


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O direito era muito formal e ligado a rituais religiosos, a celebração

de um negócio jurídico é a celebração religiosa, um exemplo é narrativa de Tito

Livio da guerra entre os romanos e os albanos:

“Cada um dos reis encarregou os três irmãos de combater, por suas

respectivas pátrias. O poder caberia aos vencedores. Eles concordaram e

marcaram a hora e o local do combate. Preliminarmente, romanos e albanos

concluíram um tratado, segundo o - qual a nação a que pertencessem os

vencedores daquele combate exerceria sobre a outra uma autoridade absoluta,

mas moderada.

Todos os tratados têm suas cláusulas particulares, mas todos se

realizam do mesmo modo. Este foi o mais antigo tratado que a tradição nos

conservou. O fecial propôs ao rei Tulo esta pergunta: Rei, tu me ordenas que

conclua um tratado como pater patratus de Alba? Sim, disse o rei. “Rei, eu te

peço a erva sagrada.”. ”Toma a erva pura”, disse o rei. O fecial foi colher na

cidadela a erva pura, após o que dirigiu ao rei esta pergunta: “Rei, tu me

designas como representante real do povo romano dos quirites juntamente com

meus companheiros e meus vasos sagrados?”. “Sim”, respondeu o rei, “sem

prejuízo do meu direito e o do povo romano dos quirites.”

O fecial era Marco Valéria, que tornou Espúrio Fúsio pater patratus

tocando-lhe na cabeça e nos cabelos com seu ramo sagrado. O pater patratus

estava encarregado de perpetrar o juramento, que consistia em santificar o

tratado. Para isso recitou um texto complicado, uma longa fórmula litúrgica que

seria inútil reproduzir. Leu em seguida as cláusulas do tratado e acrescentou:

“Escuta, ó Júpiter, escuta pater patratus d de Alba, escuta também, ó povo

albano. O povo romano não será jamais o primeiro a se afastar destas cláusulas,

tais como foram lidas em voz alta, da primeira à última, de acordo com tábuas

de cera, sem má-fé, e tais como foram hoje claramente entendidas. Se ele for
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primeiro a se afastar por decisão pública ou má-fé, então neste dia, tu, ó Júpiter,

golpeia o povo romano como eu vou golpear este porco, neste lugar e nesse dia,

e que o golpe seja tanto mais violento quanto maiores são tua força e poder”.

Ditas estas palavras, ele esmagou o porco com uma pedrada. Do mesmo modo

os albanos prestaram juramento segundo seus ritos, por intermédio de seu

ditador e de seus sacerdotes. “

*Feciaís constituíam um colégio de vinte membros encarregados da

observância do direito internacional. Tinham por missão sacralizar a declaração

de guerra e o tratado de paz no quadro das decisões tomadas pelos magistrados

e pelo povo.

*Pater Patratus é o chefe da delegação dos feciaís cuja a missão era

bgarantir pela forma corrente, a inviolabilidade do tratado (patrare = sacire =

imitir-se na posse)

3. Período da República

A República Romana tem sua origem no ano de 509 a.C a 27 a.C.,

quando o último rei etrusco é deposto e o Senado assume as funções de

governo.

Após a experiência monárquica, os romanos optam por não

deixar o poder nas mãos de um só indivíduo. Por isso, eliminaram a figura

do rei e todos os cargos deveriam ser exercidos por duas ou mais pessoas.

Assim, não havia a figura de um só governante, mas dois,

chamados cônsules. Estes tinham um mandato de um ano e deviam

controlar-se mutuamente.

Importantes instituições a serem mencionadas:


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Senado – ocupava-se da política internacional e da supervisão das

magistraturas e era convocado pelos cônsules, pretores ou pelo tribuno da

plebe. Chegou a ter 300 membros e cargo era vitalício. Os senadores eram

patrícios que haviam desempenhado alguma magistratura ou tinham feito algo

relevante para a República.

Magistratura – para ser magistrado era preciso ser cidadão romano e

dispor de uma renda de acordo com o cargo desempenhado. Os magistrados

tinham lugares privilegiados em cerimônias públicas e espetáculos, bem como o

uso de cores diferenciadas de acordo com seu cargo.

Cônsul – exercia o comando militar. No caso de guerra ou do

impedimento de um dos cônsules eram substituídos por um ditador. Este tinha

um ano de mandato e poder absoluto sobre os cidadãos romanos.

Pretor – tinha a função de administrar a Justiça.

Edil - responsável por fiscalizar o comércio e conduzir a cidade.

Censor – se encarregava de contar a população, fiscalizar os

candidatos a edil e vigiar a conduta moral do povo romano.

Questor – cobrava impostos e custodiava o patrimônio romano.

a. Relação de Classes

A sociedade romana estava organizada entre patrícios, plebeus,

escravos e clientes. As mulheres não eram consideradas como cidadãs e não

participavam da política.

Vejamos a origem e a função social que cada extrato possuía:

Patrícios – pertenciam às famílias mais antigas de Roma, possuíam

grandes propriedades de terras e eram os mais ricos.


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Plebeus – Inicialmente, todos aqueles que não eram patrícios e não

eram escravos, denominavam-se plebeus. No princípio não possuíam direitos

políticos, mas por conta dos escândalos de corrupção do Senado, pouco a pouco

foram sendo cooptados para as instituições romanas. Como eram a classe mais

poderosa havia grande diversidade entre eles. Basicamente, estavam compostos

por homens que haviam se enriquecido através do comércio, cavaleiros que

tinham feito fortuna com as guerras de conquista, médios e pequenos

proprietários.

Escravizados – a escravidão romana era a base da sociedade, e tanto

patrícios como plebeus possuíam escravizados. Estes eram obtidos através das

guerras de conquistas. Além disso, qualquer homem livre poderia ser

escravizado, pois as dívidas podiam ser pagas com a escravidão temporária.

Não necessariamente eles realizavam sempre os piores trabalhos, pois aqueles

que sabiam ler e escrever eram empregados como escribas, contadores e

administradores.

Clientes – plebeus que para ascender socialmente serviam a uma

família patrícia em troca de proteção e posição social.

b. O Direito na República

Caracterizava-se por ser uma República Aristocrática, onde a

administração se subdividia em várias magistraturas.

O poder consular, ou dos cônsules, substitui o rei, enquanto

detentores do imperium. Encarnavam a suprema magistratura. Estes cônsules

eram eleitos em número de dois para um período de um ano, cada um deles

governando alternadamente um mês cada. Assim, enquanto um governava, o

outro fiscalizava, tendo contra o primeiro o direito de veto, ou intercessio, em


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caso de discordância. No entanto, o grande desenvolvimento da população

romana fez com que as funções consulares se repartissem por outras pessoas.

Foi assim que surgiram cargos como questores (responsáveis pela

administração das finanças), censores (encarregados de promover o

recenseamento e de fiscalizar os costumes), pretores (importantes magistrados

para o Direito. Estavam encarregados da administração da justiça), edis curis

(cuidavam da fiscalização do comércio e do policiamento da cidade),

governadores das províncias, ou procônsules (encarregados de distribuir a

justiça).

Além dos cônsules, a organização política de Roma na República

ainda era composta pelo Senado e pelo povo. O Senado, nesta época, era um

órgão consultivo e legislativo composto por 300 patres, nomeados pelos

cônsules. Os atos oriundos do Senado eram os senatusconsultus.

O povo (populus romanus), por sua vez, agora era composto por

patrícios e plebeus, que reuniam-se em comícios (comícios curiatos, comícios

centuriatos e comícios tributos) para votar. A plebe, cuja maior conquista na

época foi a criação do tribuno da plebe (magistrados plebeus invioláveis e

sagrados, com direito de veto – intercessio – contra decisões a serem tomadas),

também se reunia sozinha no concilia plebis, onde se votavam os plebiscitos.

As fontes do Direito Romano na República são as seguintes: costume,

lei, plebiscito, interpretação dos prudentes e os editos dos magistrados. O

costume, apesar de conservar extrema importância na sociedade romana,

tornava-se, pela incerteza a ele inerente, importante arma de que dispunham os

patrícios contra os direitos da plebe.

A lei, por sua vez, é a segunda fonte de Direito Romano na

República. É redigida, apesar de muita resistência por parte dos patrícios e do

Senado, a Lei das XII Tábuas, cuja importância é incontestável, sendo


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considerada pelos próprios romanos como a fonte de todo o direito público e

privado. O cunho de romanidade presente em suas disposições garantiu-lhe

imediata aceitação por parte de todos, passando a reger as relações jurídicas do

povo romano. Mais tarde, numerosas outras leis surgiram também com o

intuito de reger as relações dos povos de Roma e dos territórios submetidos,

como a leges rogatae e a leges datae.

O plebiscito é aquilo que a plebe deliberava por proposta de um

magistrado plebeu, aplicando-se, a princípio, unicamente à plebe, adquirindo, a

partir da Lei Hortênsia, valor de lei.

Os prudentes, ou jurisprudentes,são jurisconsultos encarregados de

adaptar os textos legais às mudanças do direito vivo, preenchendo, assim, as

lacunas deixadas pelas leis. A interpretação dos prudentes corresponde ao que

atualmente chamamos de doutrina, diferindo, portanto, do que atualmente

entendemos por jurisprudência (decisões repetidas dos tribunais). Tais

pareceres, ou seja, a interpretação dos prudentes, passaram a influir na

formação do direito.

Por fim, são também fontes do direito romano os editos dos

magistrados, conjunto de declarações (edicta) destes, em que expunham aos

administrados os projetos que pretendiam desenvolver. Para o Direito

Republicano Romano, assumem maior relevância os editos dos pretores, e, em

especial, os editos urbanos. O pretor, como magistrado que o era, era detentor

do poder de fazer editos, contribuindo assim para o florescimento, em oposição

ao jus civile (formalista e rigoroso), do jus honorarium, mais humano, pois

com ele se fazia uso da equidade, instrumento através do qual o pretor

adequava a justiça ao caso concreto, abrandando-se a impessoalidade do caso

concreto.

Destaca-se, então, as seguintes legislações:


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 a criação do cargo de tribuno da plebe, que tinha poder de

veto no Senado;

 a Lei das Doze Tábuas (450 a.C.), que compilou o primeiro

código de leis escritas de Roma;

 a Lei Canuleia, que autorizou o casamento de plebeus com

patrícios;

 a Lei Poetélia Papíria, proibindo a escravidão por dívidas.

E apenas para fins de esclarecimento, vemos da Lei das 12 tábuas”:

“TÁBUA PRIMEIRA

Do chamamento a Juízo

1. Se alguém for chamado a Juízo, compareça.

2. Se não comparecer, aquele que o citou tome testemunhas e o

prenda.

3. Se procurar enganar ou fugir, o que o citou poderá lançar mão

sobre (segurar) o citado.

4. Se uma doença ou a velhice o impedir de andar, o que o citou lhe

forneça um cavalo.

5 . Se não aceitá-lo, que forneça um carro, sem a obrigação de dá-lo

coberto.

6. Se se apresentar alguém para defender o citado, que este seja solto.

7 . O rico será fiador do rico; para o pobre qualquer um poderá servir

de fiador.

8. Se as partes entrarem em acordo em caminho, a causa estará

encerrada.

9. Se não entrarem em acordo, que o pretor as ouça no comitium ou

no forum e conheça da causa antes do meio-dia, ambas as partes presentes.


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10. Depois do meio-dia, se apenas uma parte comparecer, o pretor

decida a favor da que está presente.

1 l. O pôr-do-sol será o termo final da audiência.”

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