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Contextualização
uma política favorável para com eles. Com o imperador Teodósio I (379-395), o
cristianismo converteu-se na religião oficial do Império Romano, e no final do
século IV, os cristãos já eram a maioria da população do império.
Pioppi (2012) destaca que no século IV a igreja teve que enfrentar uma
forte crise interna: trata-se da questão ariana. Ário, presbítero de Alexandria, no
Egito, defendia teorias heterodoxas, pelas quais negava a divindade do Filho,
que seria, assim, a primeira das criaturas, embora superior às outras. A
divindade do Espírito Santo era também negada pelos arianos.
O arianismo foi condenado pelo Concílio de Niceia, mas a disputa
teológica sobre a divindade de Cristo não terminou e continuou sendo objeto, no
Oriente e no Ocidente, de diferentes orientações doutrinárias. Com o apoio do
imperador Constantino, interessado numa solução política para a unificação da
igreja oriental e ocidental, a decisão de Niceia foi aplicada e o arianismo foi
banido como heresia, e seus adeptos, desacreditados.
A crise doutrinal, com que se encruzilharam frequentemente intervenções
políticas dos imperadores, perturbou a igreja durante mais de 60 anos; foi
resolvida graças aos dois primeiros concílios ecumênicos, o primeiro de Niceia
em 325 e o segundo de Constantinopla em 381, concílio em que se condenou o
arianismo, se proclamou solenemente a divindade do Filho (consubstantialis
Patri, em grego homoousios) e do Espírito Santo, e se compôs o símbolo niceno
constantinopolitano (o Credo).
O arianismo sobreviveu até o século VII, porque os missionários arianos
conseguiram converter a sua crença muitos povos germânicos, que só pouco a
pouco passaram ao catolicismo. Destaca-se ainda que no princípio a igreja
também é vista ou considerada como uma seita do judaísmo, como consta no
Ato dos Apóstolos (At: 24:5; 28:22).
Entretanto, o pesquisador Pioppi (2012) nos lembra que no século V
houve duas heresias cristológicas, que tiveram o efeito positivo de obrigar a
igreja a aprofundar no dogma, para formulá-lo de modo mais preciso.
A primeira heresia é o nestorianismo, doutrina que, na prática, afirma a
existência em Cristo de duas pessoas, além de duas naturezas. Foi condenada
pelo Concílio de Éfeso em 431, que reafirmou a unicidade da pessoa de Cristo.
Dos nestorianos derivam as igrejas siro-orientais e malabares, ainda separadas
de Roma.
O nestorianismo afirmava a existência da natureza humana completa em
Jesus, os teólogos puderam estudar mais detidamente o modo como
humanidade e divindade se relacionaram em Cristo.
Antes, porém, de entrar em particulares, devemos mencionar as duas
principais escolas teológicas da Antiguidade: a Alexandrina e a Antioquena, que
muito influíram na elaboração da Cristologia.
A Escola Alexandrina era herdeira de forte tendência mística; procurava
exaltar o divino e o transcendental nos artigos da fé. Interpretava a Sagrada
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tinham um núcleo de cristãos. A penetração do Norte da Itália foi bem mais lenta
e veio da Dalmácia e regiões ao Leste.
A Espanha, embora romanizada antes da África, foi muito mais lenta em
receber o Evangelho. Cedo, no III século, o cristianismo parece firmemente
estabelecido no Sul, nas cidades costeiras.
O avanço do cristianismo ao Leste além dos limites do Império Romano:
a tradição indica que Tomé foi aos Partos e à Índia; Mateus à Etiópia; Bartolomeu
à Índia e André aos Citos.
Edessa estava localizada nas grandes rotas comerciais que corriam entre
as montanhas da Armênia, ao Norte, e os desertos da Síria, ao Sul. Até o fim do
II século estava fora do Império Romano e dentro da esfera da influência dos
Partos. A sucessão de bispos remonta a fins do II século. Embora centro de
cultura grega, o cristianismo de Edessa era siríaco.
No início do III século, poucas cidades continham mais crentes que
Edessa. Até o fim do século parece que ela estava predominantemente cristã.
Edessa parece ter sido o ponto donde o evangelho penetrou mais na
Mesopotâmia e até aos limites da Pérsia.
As antigas religiões da Babilônia e da Assíria estavam em desintegração
e não ofereceram muita oposição ao cristianismo. A oposição surgiu
principalmente do zoroastrismo, que mais tarde se tornou a religião do estado
persa (meados do III século). Os primeiros convertidos aparecem cerca de 100
a.D. Até o fim do primeiro quartel do III século havia mais de 20 dioceses na
Mesopotâmia.
No Leste, o cristianismo não só não teve os mesmos êxitos que conseguiu
no império, como também eventualmente quase desapareceu. Isto
possivelmente se deva a três razões: a política religiosa dos Sassanidas (dinastia
persa) que favoreceu o zoroastrismo; a forte hierarquia deste com o apoio da
monarquia levantou uma forte resistência ao cristianismo. Também o próprio
êxito do cristianismo no império, após sua adoção por Constantino, o tornou a
religião do inimigo principal dos persas; e por último, a forma herética com que
o cristianismo foi pregado.
O CRISTIANISMO PRIMITIVO
OS CONCÍLIOS
OS PRINCIPAIS CONCÍLIOS
Concílios Medievais:
• Latrão I (1123)
• Latrão II (1139)
• Latrão III (1179)
• Latrão IV (1215)
• Lyon I (1245)
• Lyon II (1274)
• Vienne (1311-1312)
Concílios da Reforma:
• Constança (1414-1418)
• Basileia-Ferrara-Florença-Roma (1431-1445)
• Latrão V (1512-1517)
• Trento (1545-1548/1551-1552/1562-1563)
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O CONCÍLIO DE NICEIA I
O CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA I
O Concílio de Constantinopla I ocorreu de maio a junho de 381 depois de
Cristo, durante o pontificado do Papa Dâmaso I (366-384), naquela época era
imperador Teodósio Magno.
O Segundo Concílio Ecumênico condenou o falso ensino dos
denominados pneumatômacos (“adversários do espírito”), cujo principal
representante foi Macedônio, arcebispo de Constantinopla.
Este considerava o Espírito Santo como um servo de Deus e cumpridor
de Sua vontade, em algo próximo de como se considera os anjos. Daí que esta
heresia não reconhecia o Espírito Santo como uma hipóstase (pessoa) da
Santíssima Trindade. A Santa Igreja exerceu posição firme para proteger a
pureza da doutrina e fé ortodoxa, estabelecendo as verdades básicas da doutrina
cristã preservadas no Credo, que é um guia constante para todos os cristãos
ortodoxos em sua vida espiritual.
A doutrina da divindade do Espírito Santo e a condenação de Macedônio,
patriarca que era contra essa doutrina: “Cremos no Espírito Santo, Senhor e
fonte de vida, que procede do Pai, que é adorado e glorificado com o Pai e o
Filho e que falou pelos profetas”. “Com o Pai e o Filho ele recebe a mesma
adoração e a mesma glória”.
A sede de Constantinopla, ou Bizâncio “segunda Roma”, recebeu uma
preeminência sobre as sedes de Jerusalém, Alexandria e Antioquia. Desses dois
concílios anteriores surge o símbolo (Creio – Profissão de Fé) niceno-
constantinopolitano. O símbolo denominado niceno-constantinopolitano tem sua
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O Concílio de Calcedônia
A partir do século III d.C., uma profunda crise se abateu sobre o Império
Romano, levando-o ao enfraquecimento. O comércio enfraqueceu, a falta de
moedas em circulação fez com que o comércio se tornasse difícil devido às
diferenças econômicas entre as províncias orientais e ocidentais.
As dificuldades em proteger e administrar o vastíssimo império, as
crescentes revoltas populares, a falta de escravos nesse período e o fim das
conquistas impossibilitavam o acúmulo de riquezas, levando Roma a uma
situação insustentável. Diante desse quadro, houve uma reforma política e Roma
passou a ter quatro imperadores por um tempo, formando uma tetrarquia.
O imperador Constantino suspendeu a tetrarquia e reformou o governo,
assinou o Édito de Milão (permissão para os cristãos professarem sua fé) e
transferiu a capital do império de Roma para Bizâncio (antiga colônia grega), a
qual passou a se chamar Constantinopla.
Alguns anos mais tarde, o Imperador Teodósio aboliu o culto aos antigos
deuses romanos e tornou o cristianismo a religião oficial de Roma, através do
Édito de Tessalônica em 380, o que significou o nascimento da Igreja Católica
Apostólica Romana ou Igreja Romana.
A respeito da fundação de Constantinopla, o imperador Constantino
compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à adoração
pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava uma capital sob os
auspícios da nova religião. Na nova capital, a igreja era honrada e considerada,
não havia templos pagãos.
Logo depois da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império. As
fronteiras eram tão grandes que um imperador sozinho não podia defender seu
vastíssimo território. Início da Reforma religiosa.
No ano 395 o império foi definitivamente dividido em dois: Império
Romano do Ocidente, com sede em Roma, e Império Romano do Oriente com
sede em Constantinopla (atual Istambul, Turquia), também conhecido como
Império Bizantino. Roma teria dois imperadores.
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O PODER PAPAL
As Cruzadas
Podem-se definir as Cruzadas como expedições “militares” e religiosas
organizadas na Europa Ocidental com o objetivo de libertar a Terra Santa dos
muçulmanos, objetivo este que tinha o Papa Urbano II. Com as Cruzadas, o papa
esperava conquistar não só Jerusalém e o Santo Sepulcro, onde Jesus teria sido
sepultado, mas também a liderança da cristandade, tanto do Ocidente, quanto
do Oriente, sobre o imperador e a Igreja bizantina que estava afastada da Igreja
de Roma desde o Cisma do Oriente de 1054 (PIOPPI, 2012).
Com outras palavras, as Cruzadas nada mais eram que um grande
movimento da Idade Média, sob a inspiração e mandado da Igreja, que se
iniciaram no fim do século XI. Conforme Pioppi (2012), ocorreram oito cruzadas:
• A Primeira Cruzada foi anunciada pelo Papa Urbano II, que era composta
de 275.000 dos melhores guerreiros, para combater os sarracenos que tinham
invadido Jerusalém. Após grande batalha, Jerusalém foi reconquistada.
• A Segunda Cruzada foi convocada em virtude das invasões dos
sarracenos às províncias adjacentes ao reino de Jerusalém. Sob a influência de
Luiz VII, da França e Conrado III, da Alemanha, um grande exército foi conduzido
para socorrer os lugares reconhecidos como santos. Enfrentara grandes
dificuldades, mas obtiveram vitória.
• A Terceira Cruzada foi dirigida por Ricardo I, " Coração de Leão", da
Inglaterra e outros como Frederico Barbarroxa, Filipe Augusto. Barbarroxa
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REFORMA PROTESTANTE
REFERÊNCIAS