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UNIVERSIDADE FEDERAL DE

PELOTAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA À DISTÂNCIA

SISTEMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

DISCIPLINA HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA

ABIANE LUÍSA DE OLIVEIRA PEDROSO


ANA CAROLINA RAMOS VIEIRA

PROFª. DRª. NATÁLIA GARCIA PINTO


2022
No texto: A antiguidade tardia, a queda do império romano e o debate sobre o “fim do
mundo antigo”. O autor, Carlos Augusto Ribeiro Machado, dá introdução à obra levantando o
seguinte questionamento: quando de fato terminou o mundo antigo? Em que momento iniciou
a Idade Média? Onde a Antiguidade Tardia se encaixa? E como podemos defini-la e
caracteriza-la?

O fim da Antiguidade e início da Idade Média, assim como muitos outros períodos,
sofrem com o fim gradativo, ou seja, não há uma data exata do seu fim, ou um marco histórico
que consumou seu fim, há alguns historiadores e estudos que afirmam que o fim da Antiguidade
e início da Idade Média culminou da Queda do Império Romano, o que de fato sim foi verdade,
porém essa ideia de imediatismo foi perdendo lugar na concepção dos historiadores, tendo
início em uma das obras de Alois Riegl, onde ele analisa a arte do final da Antiguidade, sendo
comparada com a Arte Moderna do final do século XIX e início do XX, eram movimentos
artísticos repletos de expressões livres e inovadoras, distantes do classicismo denso da época.

Porém foi somente com a obra de Peter Brown, denominada The world of late Antiquity:
from Marcus Aurelius to Muhammad, que a Antiguidade Tardia foi posta em vista, onde ele
definiu o período em que a mesma poderia se encaixar. No texto Machado tem por objetivo
abordar a forma que o período da Antiguidade Ocidental e Idade Média foram tratados durante
anos, em que após a Queda do Império Romano todo o imaginário clássico da Idade Média
tomou conta, a história contada quanto a este momento é de que em 476 d.C., assim que o
império romano caí, anula-se todas as instituições romanas e o Estado desaparece, sendo que
não foi assim.

A história de como findou o Império Romano e iniciou a Idade média, dá a entender que
todo povo que chegava à Roma, os chamados Bárbaros, eram povos sem cultura e estudo, que
conquistavam o que queriam a base de guerra, foi constatado que houve entre os romanos e
outros povos a integração sem a necessidade de ataque, sendo algo de comum acordo, havendo
inclusive alianças entre os reinos.

Conclui-se que, nenhum período da história é algo fechado, algo concluído, pode ocorrer
que em anos, podendo chegar a séculos, surja uma nova teoria, com novas bases, assim como
a Antiguidade Tardia sendo uma teoria bem aceita, porém ainda existem estudiosos que não a
defendem pois acreditam que este período pode nunca ter existido, por diversos motivos.
Mesma questão que o fim da Idade Média, para uns ele se finda com a tomada de
Constantinopla, capital do Império Bizantino, para outros o fim foi quando Cristóvão Colombo
chegou na América, pois defendem que as grandes navegações e a cartografia, concederam a
Europa um avanço de conhecimentos, chegando ao movimento Renascentista que ressurgiu o
todo o sentimento e cultura da Antiguidade Clássica.

Machado escreveu uma obra com o objetivo de analisar e repensar como enxergamos a
história, e como exemplo utilizou a Antiguidade Tardia, a Queda do Império Romano e como
cita no título da obra, o Debate sobre o “fim do mundo antigo”. Vimos que a Antiguidade Tardia
é encontrada após a Antiguidade Clássica e antes da Idade Média, ela não pode ser sentida por
igual em todas as partes do mundo ou da Europa, não foi algo homogêneo, assim como todos
Impérios também não foram, mas ela nos mostra que nem tudo no mundo é algo quadrado como
nos livros didáticos com datas exatas e períodos cravados, a história é algo gradativo.
Antes de pensar em império Carolíngio, é preciso compreender brevemente sobre o
fortalecimento do império através da união com a igreja católica. Com o crescimento do poder
germânico sobre o império Romano, cresce também o poder da igreja. Esta por sua vez se
dedica a conquistar alianças e alcançar espaços juntamente com as migrações germânicas. Com
as grandes conquistas, começam a ocorrer uma mescla entre o cristianismo e as crenças pagãs,
onde a igreja acaba incorporando alguns costumes pagãos.

No século V, o Rei Clóvis, que era pagão, se converte ao cristianismo, o que constitui
uma forte aliança entre os Francos e a igreja, com o intuito de um ajudar o outro em seus
interesses. A igreja cedia mão de obra para a administração da ordem e da justiça e variadas
regiões territoriais que estavam sendo conquistadas pelo reino, e de contrapartida, os francos
protegiam a igreja e tinham o compromisso de converter os pagãos em novos cristãos. E assim
nasceu a parceria entre a igreja e os nobres.

Com a morte do Rei Clóvis, o reino Franco se dividiu entre herdeiros e aí começaram
vários conflitos entre poderes. Porém, somente após a sucessão do Rei Pepino, o Breve, que
seu neto, o rei Carlos Magno assume o poder do reino Franco e com muita astúcia fortalece
novamente a aliança com a igreja católica.

Magno consegue expandir cada vez mais o território e o poderio do reino Franco pois
sabiam que a união com a igreja era uma forma duradoura e certeira de manter esse controle
absoluto. Com isso, ele pede a fidelidade de seus súditos mais nobres, para que se convertam
também em cristãos, e em troca lhes ofertava pedaços de terra e prestígio perante a sociedade,
além de armamentos e proteção.

Tendo conhecimento desses fatos, é possível compreender como se iniciou então os


primeiros traços do feudalismo, que futuramente se manteriam com características políticas e
religiosas bastante semelhantes a esse período. A sociedade também se dividia e a nobreza
continuava a servir o reino com fidelidade em troca de favores e status, e os servos a trabalhar
em troca da proteção dos nobres.
REFERÊNCIAS

FIGUEIRA, Carlos Augusto Ferreira. História medieval. v. 2 – 2 ed./ Paulo André Leira Parente,

João Cerineu Leite de Carvalho, Renata Rozental Sancovsky. - Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ,

2010.

MACHADO, Carlos Augusto Ribeiro. A Antiguidade Tardia, a Queda do Império Romano e o

debate sobre o “Fim do Mundo Antigo”. Rev. Hist., São Paulo, no.173, p. 81-114, July/Dec. 2015.

Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rh/n173/2316-9141-rh-173-00081.pdf. Acesso 08 nov.

2021.

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