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Idade Média: principais características

A Idade Média é conhecida como o período da história da Europa que vai de


meados do século V até meados do século XV. Normalmente, são utilizados
os marcadores temporais dos anos de 476 (Queda do Império Romano) e
1453 (Tomada de Constantinopla e Fim do Império Bizantino) para delimitar
o período.

Mas não houve um acontecimento único que causou uma ruptura tão intensa
que determinasse o início e o fim da Idade Média.

O que caracteriza a passagem do mundo antigo para o medieval e do mundo


medieval para o mundo moderno são diversos fatores combinados ao longo do
tempo, que modificam a lógica de organização política, o trabalho e as formas
de organização social e cultural.

A Idade Média separa a Antiguidade e Renascimento (Foto: depositphotos)

Do mesmo modo, a divisão em Alta Idade Média compreendida entre os


séculos V e X, e Baixa Idade Média, situada entre os séculos XI e XV, não é
consenso entre historiadores, mas segue sendo utilizada por convenção e para
fins didáticos.

Por que a Idade Média é conhecida como a Idade das


Trevas?
O termo Idade Média foi criado por humanistas italianos entre os séculos XV
e XVIII que presumiram viver em uma época nova, que nada tinha a ver com
a sua antecessora. O período recebeu este nome por indicar a “idade do meio”,
o tempo intermediário entre a Antiguidade e o Renascimento.

A conotação negativa que associa a Idade Média a uma Idade das


Trevas também foi definida por pensadores da Idade Moderna, que
pressupunham ter sido uma época de ascensão do sobrenatural, do misticismo
e domínio da Igreja em oposição à racionalidade.

Os acontecimentos desses dez longos séculos parecem ter sido ilustrados


com figuras mitológicas, fantasias, castelos, invasões bárbaras e perseguição
religiosa. Ou seja, de acordo com esses pensadores,
houve retrocessos científicos, culturais, artísticos, políticos e econômicos em
relação à Antiguidade.
Historiadores e intelectuais do século XIX contestaram a imagem negativa do
período, enfatizando o surgimento das primeiras universidades, renascimento
comercial e urbano, a ascensão da arte gótica, a difusão do conhecimento por
meio de monges copistas, a construção de meios para as navegações, entre
muitos outros acontecimentos.

Alta Idade Média

Neste período, evidenciam-se os seguintes processos históricos: Reinos


Bárbaros (destaque para os Germanos, Anglo-Saxões e Francos) , Expansão
do Mundo Árabe, Mundo Bizantino e Feudalismo.

Baixa Idade Média

Neste período, destacam-se como principais processos históricos:


Renascimento comercial e urbano, surgimento das primeiras
universidades, Cruzadas, Inquisição, Peste Negra, Guerra dos Cem Anos,
Crise do sistema feudal e Tomada de Constantinopla.

As principais características da Idade Média


A passagem do mundo antigo para o mundo medieval é marcada
pela fragmentação do poder político, bem como pelo feudalismo, servidão e
cristianização na esfera social e cultural.

A crise do escravismo do Império Romano estabeleceu transformações


gradativas na sociedade, que traçam as principais características da Alta Idade
Média: ruralização, que originou o feudalismo medieval, a rigidez social e a
fragmentação do poder político, que intensificam as relações de dependência
sociais, exercidas posteriormente pelas relações feudo-vassálicas.

Por fim, a cristianização e a consequente exacerbação religiosa que


determinam toda a história da Idade Média. A Alta Idade Média se sintetiza
nesta relação romano-bárbaro-cristianismo por quase toda sua extensão.

Trabalho e formas de organização social e cultural

Com a ascensão do feudalismo, surgiu uma forma de trabalho distinta durante


a Idade Média, que alterou completamente a forma de organização social e
cultural: a servidão. A sociedade feudal foi a resposta à uma necessidade de
manter a estabilidade após uma forte fragmentação de reinos, no qual se
concediam benefícios em forma de feudos.

O resultado foram inúmeros reinos, com seus suseranos, como forma de pacto
de fidelidade, para se manter uma força guerreira estável no período. Os
vassalos se apresentavam como camponeses que mantinham uma condição
servil, trabalhando nas terras do feudo. Obviamente, esta não foi a única
forma de trabalho da Idade Média, mas sim a que se distinguia à escravidão
antiga.

O fim da Idade Média

Vitral com representação das Cruzadas católicas (Foto: depositphotos)

Inúmeras transformações na Europa durante toda a Baixa Idade Média


contribuíram para que o sistema feudal entrasse em crise. O crescimento
demográfico, o surgimento de cidades, o florescimento de comércio e rotas
comerciais, inclusive a circulação de moedas, que foi impulsionado
pelas Cruzadas, entre outros fatores, tornaram o modelo de feudos
insuficiente para as demandas populacionais.

Resumo do conteúdo

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