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RESUMO:
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Docente do curso de pedagogia na Universidade Federal do Pará – UFPA; E-mail:
victor.ufpa@outlook.com. Orientado pelo Prof. Msc. José de Morais.
INTRODUÇÃO:
1. OS TEMPOS MEDIEVAIS
Diante do exposto poderíamos até nos perguntar o que é mesmo Idade Média?
E em sentido mais amplo, o que é mesmo filosofia Medieval? Em cada época da
história foram criados (pré) conceitos no esforço de dar uma resposta a essas duas
perguntas, entretanto, os resultados obtidos foram por vias gerais repletos de muitos
estereótipos. Assim, quero me referir à tessitura de conceitos a respeito da idade média
próprios para os renascentistas e iluministas, para os românticos e para o século XX.
Aqueles, a quem chamamos de medievais, jamais se consideraram medievais; como é,
pois, que nós os chamamos de medievais? Sabe-se que a expressão media aetas provém
da área das artes e foi aplicada à história geral por Keller (Celarius) em fins do século
XVII (DE BONI, 2005, p. 25.)
(Idem, p. 27).
SANTOS, 1996, p. 2.
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Ver a síntese de Ph. BÖHNER & E. GILSON, História da Filosofia Cristã. Petrópolis, 1991, 142-141.
Para uma abordagem mais específica, cf. J.A. CURLEY, Augustine’s Critique of Skepticism: a study of
Contra Acadêmicos. New York- Bern, 1996.
Do platonismo Agostinho assimilou a concepção de que a verdade como
conhecimento eterno, deveria ser buscada intelectualmente no “mundo das
ideias”. Por isso defendeu a via do autoconhecimento, o caminho da
interioridade, como instrumento legítimo para a busca da verdade. Assim,
somente o íntimo da nossa alma, iluminada por Deus, poderia atingir a
verdade das coisas.
Em termos históricos, no século VIII, Carlos Magno, rei dos francos coroado
imperador do Ocidente em 800 pelo papa Leão III, organizou o ensino e fundou escolas
ligadas às instituições católicas. Com isso, a cultura greco-romana, até então guardada
nos mosteiros, voltou a ser divulgada, passando a ter uma influência mais marcante nas
reflexões da época. Era o período da renascença carolíngia, período este fortemente
voltado para a transmissão da cultura da antiguidade clássica. Assim nos confirmam
LUCKESI, 2005, p.172:
É também neste período que reaparece o nome dos filósofos árabes que de
certa forma contribuíram para a filosofia no período da escolástica. Antes da descoberta
das obras de Aristóteles em grego, os europeus só conheciam uma pequena parcela de
seu pensamento. E o que conheciam vinha de traduções e comentários feitos pelos
filósofos árabes como Avicena (980-1037) e Averróis (1126-1198). Foi por meio deles
que suas obras de física, metafísica e ética chegam à Europa. Os árabes entraram em
contato com o pensamento aristotélico a partir do século VI, quando iniciaram uma série
de guerras religiosas para difundir o islamismo.
Tomás de Aquino procura provar a existência de Deus pela razão. Pela fé,
admite a existência de Deus, uma vez que este é um dado da revelação; mas a
razão deve demostrar a sua existência. Para isso, Tomás de Aquino utiliza-se
das clássicas cinco vias, que são: do Motor Imóvel (aquele que dá origem a
todo o movimento); da Causa Primeira não Causada (Deus é a causa última
de todas as coisas, mas ele mesmo não é causado); da Contingência (As
coisas são finitas e contingentes, por isso, deve existir um ser que é
necessário – Deus – que dá origem a todas as coisas); do Ser Perfeitíssimo
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À medida que os pensadores medievais foram redescobrindo Aristóteles eles também foram adquirindo
pela primeira vez as respectivas traduções latinas de importantes trabalhos dos filósofos judeus, tal qual
Avencebrol (1021-58), Maimônides e filósofos islâmicos como Avicena (980-1037) e Averróis (1126-
98). Alguns dos seus trabalhos foram comentários sobre Aristóteles (Averóis ficou conhecido
simplesmente como “o comentarista”) ao passo que uma parte (Como a metafísica e o tratado sobre A
Alma de Avicena) foram tratados quase independentes apresentando um neoplatonismo aristotelizado. Os
filósofos medievais desse período voltaram-se ansiosamente para estes textos a fim de ajudar na
compreensão do novo Aristóteles, os medievais foram significativamente influenciados por eles. A
interpretação feita por Averróis do tratado sobre A Alma de Aristóteles, por exemplo, incitou enormes
controvérsias sobre a natureza da mente racional, assim a abordagem da metafísica de Avicena contribuiu
para a forma como se desenvolveu vários debates mais tarde na Idade Média sobre a questão dos
universais e a natureza da distinção entre essência e existência (potência e ato). – Tradução Nossa.
(Todas as coisas tem um grau de perfeição, por isso deve existir um ser
perfeito – Deus); Da Inteligência Ordenadora do Universo (O mundo é
ordenado, de tal forma que se manifesta como um cosmo; isso implica uma
inteligência que o ordenou).
Por outro lado, o mundo como criatura de Deus, não é necessário, mas
contingente. Tem o ser como ser finito, cuja existência depende da vontade
infinita de Deus, que, na sua bondade, decidiu criar todas as coisas. Na
essência do existente, pois não está contida a existência. A existência é dada
livremente por Deus. Só na essência do ser infinito está contida a existência.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS