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HISTÓRIA A 03
Formação, Apogeu e Crise
do Sistema Feudal
CRONOLOGIA A arte medieval foi considerada pelos homens renascentistas
como grosseira e pobre. Rafael Sanzio, pintor do Renascimento
italiano, incorporou esse preconceito utilizando a expressão
Tradicionalmente, a Idade Média é caracterizada como
o período que se estende do século V, mais precisamente “gótica” (originária do termo “godos”, um dos povos
da queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., denominados bárbaros) para se referir à arte do período.
até o final do século XV. Ainda de acordo com essa divisão,
A partir do século XIX, no entanto, a Idade Média
o Período Medieval pode ser separado em Alta Idade Média,
dos séculos V ao IX, e Baixa Idade Média, dos séculos X ao XV. passou a ser revalorizada e revista. Foram os românticos –
No período da Alta Idade Média, ocorreu a formação do que se opunham ao racionalismo moderno – quem
feudalismo, e, ao longo da Baixa Idade Média, assistiu-se à resgataram os medievais, considerando-os formadores das
consolidação e à decadência do mundo feudal. nacionalidades europeias. Um dos ápices do resgate medieval
ocorreu durante as invasões napoleônicas do século XIX,
Para alguns autores, no entanto, esse período não teria
tido o seu fim antes do século XVIII. De acordo com o já que, diante da expansão francesa, as nações oprimidas
historiador Jacques Le Goff, a Idade Média chegou ao fim com exacerbaram o seu discurso nacionalista.
a Revolução Industrial e com a Revolução Francesa, quando
Os historiadores do século XX, por sua vez, passaram
ocorreram a consolidação do capitalismo e a crise do Antigo
Regime. Segundo essa visão, foi somente nesse período a perceber o Período Medieval levando em conta suas
que os valores de origem medieval teriam chegado ao fim. especificidades. Sabe-se hoje que o desenvolvimento
técnico, em áreas como da agricultura, foi significativo
no período. Já na Filosofia, Agostinho de Hipona e Tomás
VISÕES SOBRE A de Aquino são exemplos da sofisticação do pensamento
IDADE MÉDIA medieval. A arte e a arquitetura também são valorizadas e
as catedrais medievais são símbolos da grandeza artística
O mundo medieval foi, durante muito tempo, tratado
do período.
de maneira preconceituosa. O termo “Idade Média”, por
exemplo, é fruto dessa visão, visto que nele subjaz a ideia
de que esse longo período correspondia a um estágio ALTA IDADE MÉDIA
intermediário entre a grandeza da Antiguidade Clássica e
do Mundo Moderno. Essa percepção surgiu durante o início O período compreendido entre a queda do Império Romano
da Idade Moderna, com a crescente valorização dos ideais do Ocidente e uma segunda onda de migrações ocorrida
humanistas no contexto do Renascimento. Para o homem nos séculos IX e X é conhecido como Alta Idade Média.
renascentista, que valorizava a razão, a Idade Média, Naquele momento, ocorreram transformações que levaram
marcada pela intensa religiosidade e pelo predomínio à consolidação do mundo feudal, mundo este marcado pela
da Igreja, foi um período de obscuridade e ignorância.
combinação de instituições de origem romana e dos reinos
A partir desse momento, termos como “Idade das Trevas”
germânicos, chamados de bárbaros pelos romanos.
ou a “Longa Noite dos Mil Anos” foram comuns para
designar tal período. Nesse período, foi registrada uma retração populacional,
De acordo com essa visão, na Idade Média, não teriam que já existia desde a crise romana. Assim, é possível perceber
ocorrido avanços nas áreas da ciência, das artes e da Filosofia, que a presença dos povos germânicos não representou
acreditando-se que o desenvolvimento humano teria sido aumento da população; estima-se que eles constituíam
contido e só seria retomado a partir da Idade Moderna. apenas 5% da população na antiga área do Império.
Concomitantemente a esse processo, o êxodo urbano se Após a morte de Clóvis, as disputas entre os merovíngios
manteve, o que não significa que a vida urbana tenha levaram ao enfraquecimento da dinastia e à ascensão
sido completamente abandonada. É importante ressaltar, dos carolíngios. Essa dinastia se iniciou com Carlos Martel
ainda, que, paradoxalmente, a ruralização europeia (686-741), que conteve a expansão muçulmana em direção à
não acarretou uma prosperidade produtiva, já que a Europa Central ao derrotá-los na Batalha de Poitiers em 732.
Alta Idade Média foi marcada pela expansão da fome e O auge desta dinastia, no entanto, deu-se com Carlos Magno
das epidemias. (742-814) que, durante o período em que esteve no poder,
contando com o apoio da Igreja e com um reinado de grande
Os povos germânicos formaram uma série de reinos na
vigor pessoal, conseguiu manter extensos domínios unificados
Europa Ocidental. O antigo Império havia se fragmentado,
e conquistar novas áreas. Assim, enquanto nos demais reinos
dando origem às chamadas monarquias germânicas, como
predominavam a fragmentação e a instabilidade política,
demonstrado no mapa a seguir: o Império Carolíngio desfrutava de relativa unidade. O mapa
a seguir demonstra a extensão do Império.
Os reinos bárbaros no século VI
Império Carolíngio
N
Jutas
Celtas N
Frisões
Bretões Saxões
Mar do
OCEANO Eslavos
Turíngios Norte
ATLÂNTICO
Paris Hunos
Bretões Lombardos
Gépidas Saxônia
Aachen
Roma Armênios
Australásia
Baviera
Nêustria
Atenas
Caríntia
Cartago OCEANO
Mouros Berberes Mar M ATLÂNTICO Borgonha
editerrâne
o Lombardia
Aquitânia
Alexandria Árabes
0 601 km
Córsega Roma
Reinos anglo-saxônicos Reino dos ostrogodos Demais povos Zona fronteiriça
Reino dos visigodos Reino dos vândalos germânicos espanhola
Territórios herdados
Reino dos francos Império Romano do Oriente por Carlos Magno, 771
Territórios conquistados
Reino dos suevos Reino dos burgúndios por Carlos Magno 0 319 km
Mar Mediterrâneo
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Após a morte de Carlos Magno, vários fatores colaboraram A relativa centralização característica dos impérios outrora
para a desagregação do Império Carolíngio. As disputas existentes daria lugar à pulverização do poder político
entre os netos do imperador – Carlos, o calvo; Luís, em meio à nobreza feudal. A Europa se fechava, dando
o germânico; e Lotário – provocaram a partilha do Império origem ao feudalismo.
pelo Tratado de Verdun em 843. Nessa divisão, aparecia
o primeiro esboço do futuro mapa político europeu. FEUDALISMO
De acordo com Hilário Franco Júnior:
A palavra “feudalismo” tem sua origem em feudum,
O tratado estabeleceu dois grandes blocos territoriais, que em latim significa posse ou domínio. Para alguns autores,
étnicos e linguísticos (dos quais surgiriam as futuras França o feudalismo teve sua origem na França, nos séculos IX e X,
e Alemanha) e uma longa faixa pluralista, composta de e seu desaparecimento deu-se ao longo dos séculos XV e XVI.
uma zona de personalidade definida (Itália do Norte), De acordo com o historiador Marc Bloch, o feudalismo pode
zonas multilinguistas que sofreriam o poder de atração ser resumido em:
daqueles primeiros blocos (futuras Bélgica, Países Baixos,
HISTÓRIA
Um campesinato mantido em sujeição; uso generalizado
Luxemburgo, Suíça), zonas intermediárias, que seriam objeto
do serviço foreiro (isto é, o feudo) em vez de salário [...];
de longas disputas (Alsácia, Lorena, Trieste, Tirol).
FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média: nascimento do
a supremacia de uma classe de guerreiros especializados;
Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001. [Fragmento] vínculos de obediência e proteção que ligam homem a homem
e, dentro da classe guerreira, assumem a forma específica
denominada vassalagem; fragmentação da autoridade [...].
Divisão do Império Carolíngio (843)
BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa:
N Edições 70, 1987.
Mar
do Norte A estrutura feudal clássica predominou na Europa
HIBÉRNIA
Ocidental, principalmente em sua porção central, e deve ser
Hamburgo
BRITÂNIA compreendida em suas diversas manifestações, sejam elas
Fuida
Aix-la-Chapelle FRANÇA políticas, econômicas, culturais ou religiosas.
Verdun ORIENTAL
Ratisbona
OCEANO
ATLÂNTICO
Paris
Estrasburgo
Salzsburgo
Política
FRANÇA
OCIDENTAL
Em geral, a política feudal foi caracterizada pela fragmentação
Lyon
Bordéus Milão do poder, afinal, as constantes guerras e migrações, bem
ESTADOS
Toulouse DA IGREJA como as relações de vassalagem e suserania, colaboraram
Córsega Espoleto para o enfraquecimento do poder real.
ESPANHA
Barcelona Roma
Apesar da isolada ação do Império Carolíngio,
Parte de Carlos, o Calvo Sardenha
Parte de Lotário
a descentralização teve sua origem no declínio do Império
edite rrâneo
Parte de Luís, o Germânico Mar M Sicília Romano, quando, gradativamente, o Estado foi concedendo
0 330 km
atribuições estatais aos grandes proprietários de terra.
A grande extensão do Império levou à implantação dessa
Além dos problemas internos, novas migrações –
situação, mantida após as migrações dos povos germânicos.
dos vikings e magiares ou húngaros – provocaram a
A diversidade desses povos e os constantes conflitos
fragmentação do Império Carolíngio. O trecho a seguir reflete
impediram o retorno à unidade.
a situação no Império a partir dessas migrações:
Desse modo, os reis que comandavam as monarquias
Ve d e s d e s a b a r s o b r e v ó s a c ó l e ra d o S e n h o r. . . medievais viram seus poderes serem divididos em meio
Só há cidades despovoadas, mosteiros em ruínas ou à nobreza proprietária de terras. Ainda assim, a figura do
incendiados, campos reduzidos ao abandono... Por toda rei era revestida de caráter sagrado; a permanência da
a parte o poderoso oprime o fraco e os homens são cerimônia de sagração do monarca pela Igreja era prova
semelhantes aos peixes do mar que indistintamente se disso. Nessa cerimônia, o monarca era ungido por um
devoram uns aos outros. óleo, consagrado anteriormente pela autoridade religiosa,
Depoimento dos bispos da província de Reims em 909. que manifestava o elo divino entre o clero e o governo
monárquico. A crença, reiterada durante considerável
A partir desse evento, a configuração do mapa período, na capacidade de cura dos reis, mediante o simples
europeu se aproximava, então, da realidade feudal. toque deles, também atesta essa visão.
A fragmentação política foi característica da maior parte mundo feudal. Além da produção agrícola, o artesanato e
da Alta Idade Média e só começou a ser superada a partir do a manufatura eram atividades praticadas nesse período.
século XI, momento em que ocorreram os primeiros passos Os artesãos produziam armas, tecidos, móveis e ferramentas
rumo à consolidação dos Estados europeus. destinados ao consumo restrito.
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HISTÓRIA
obrigações ao senhor. Já o manso comunal era formado estimulando-os a romper com o modelo feudal ainda
por pastos e bosques de uso comum, ou seja, sujeito à em curso. É fundamental, assim, o estudo da expansão
exploração tanto dos senhores quanto dos servos. urbano-comercial estimulada pelas Cruzadas, bem como o da
crise do século XIV, para se compreender as transformações
A relação de trabalho predominante nos feudos foi a
que levaram à consolidação de novas formas de organização
servidão, que, como já visto, teve sua origem no colonato,
política no interior da Europa.
ainda no Império Romano. No entanto, o servo estava
vinculado à terra, embora, em muitos casos, esse vínculo
pudesse ser rompido, e devia ao senhor uma série de
Expansão comercial e urbana
obrigações, pagas em forma de trabalho. Entre as várias O crescimento demográfico verificado na Europa
obrigações, podem ser destacadas as principais, como: a partir do século XI provocou a revitalização urbana
e comercial. É importante lembrar que as cidades e o
• Corveia: trabalho não remunerado nas terras comércio nunca desapareceram por completo durante o
do senhor, geralmente três dias por semana, Período Medieval, mas permaneceram como locais das
no cultivo ou em outros serviços, como a construção, sedes administrativas da Igreja, da realização de feiras e
a manutenção e o transporte.
para onde, muitas vezes, prosseguiam grupos de romeiros.
• Censo: uma pequena renda fixa paga em dinheiro
Na medida em que o excedente agrícola era ampliado,
ou em espécie.
realizavam-se trocas cada vez mais frequentes dentro
• Mão-morta: cobrança pela transferência hereditária, dos feudos, dinamização essa que passou a se alimentar
taxa cobrada para permitir que o filho do camponês do espaço urbano, rico em mercado de consumo e com
permanecesse na terra. diversificada oferta de matéria-prima e mercadorias. Nesse
contexto, novas técnicas de produção foram aperfeiçoadas,
• Banalidades: taxas pelo uso do moinho, do forno e
colaborando para que houvesse nítido avanço comercial.
de outras instalações de propriedade do senhor.
Surgiram, dessa forma, os primeiros núcleos urbanos nas
• Talha: parcela paga pela produção no manso servil.
principais rotas comerciais. Entre 1150 e 1330, o mundo
• Champart (de campi pars, “parte da colheita”): devida urbano medieval viveu seu apogeu. De acordo com Jacques
pelo camponês e proporcional ao resultado da colheita Le Goff, historiador que se destaca como referência nas
nas terras servis. pesquisas sobre a Idade Média:
• Dízimo: taxa devida à Igreja. A atividade econômica, cujo centro são as cidades,
Apesar de realizar um trabalho compulsório e, em muitos chega ao seu mais alto nível. Sob a égide de uma Igreja
casos, não poder abandonar a terra, o servo não pode ser [...] uma nova sociedade, marcada pelo cunho urbano,
manifesta-se num relativo equilíbrio entre nobreza, que
considerado como escravo. Esta diferença é relevante,
participa do movimento urbano mais do que se tem afirmado,
pois o servo não era considerado uma propriedade, por mais
burguesia [...] e classes trabalhadoras, das quais uma parte –
que, em alguns casos, tenha sido comprado ou vendido.
urbana – fornece a massa de mão de obra às cidades, e a
Além disso, o servo podia trabalhar para o seu próprio
outra – rural – alimenta a cidade e é penetrada por seu
sustento e deveria ser protegido pelos senhores.
dinamismo. A cultura, a arte e a religião têm uma fisionomia
Por outro lado, o servo também não era um trabalhador eminentemente urbana.
livre, já que estava submetido pelos senhores feudais ao LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval.
São Paulo: Martins Fontes, 1993.
trabalho e ao pagamento em serviços de forma obrigatória.
feudos, inicialmente, colaboraram para sustentar a expansão LOYN, Henry R. (org.). Dicionário da Idade Média.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. [Fragmento]
urbana mediante o abastecimento agrícola.
Nesse contexto, surgiram os chamados forisburgos Nas cidades, a atividade econômica se desenvolveu
(do inglês médio, borough = cidade pequena e cercada de principalmente nos setores do comércio e do artesanato.
Os mercadores, chamados também de burgueses,
muralhas). Os grandes muros eram estratégia de defesa
dominavam as atividades comerciais e, em muitas cidades,
para resguardar mercadorias, comércio e lucros obtidos,
controlavam também o poder político. A revitalização
visando à proteção e à regularização do tráfego, assim como
do uso da moeda acompanhou a expansão comercial.
à organização da cobrança de impostos.
Os produtos do grande comércio eram os grãos, o vinho,
No mundo urbano, os habitantes desfrutavam de o sal, os couros e as peles, os tecidos, os minerais e os
maior liberdade, vendo-se desvinculados de alguns laços metais e, secundariamente, a madeira.
feudais. Era comum, em algumas regiões, que servos
para lá fugissem, tornando-se livres. Caso, após um dado
período, os senhores não conseguissem recuperá-los
e levá-los de volta ao feudo, essa liberdade seria então
definitiva. Com tal estratégia, arrebanhava-se mão de obra
para os centros urbanos em expansão.
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Formação, Apogeu e Crise do Sistema Feudal
Em determinadas cidades, havia outro foco de poder, Nos séculos XII e XIII, as feiras eram os grandes centros
representado pelos artesãos. Reunidos nas corporações de de comércio europeus, sendo que algumas recebiam
ofício, os artesãos estabeleciam as regras para a produção mercadores de todo o continente. As atividades financeiras
artesanal, regulamentando a qualidade, a produção e o e bancárias ganharam espaço, viabilizando as transações
recrutamento para diversos ofícios, com base nos interesses financeiras nesses locais e tornando possíveis empréstimos
do empregador e do artesão qualificado e estabelecido. e notas bancárias, o que facilitou as trocas realizadas entre
pessoas provenientes de diferentes partes da Europa.
As corporações favoreciam os interesses dos artesãos
das diferentes cidades ao dificultar a concorrência, inclusive As feiras proporcionaram a regularidade do comércio
dos produtos vindos de fora. Por isso, uma das medidas europeu na Baixa Idade Média, visto que garantiam o
tomadas era a delimitação estrita das áreas de atuação, encontro frequente entre os mercadores de várias regiões.
de modo a evitar a sobreposição de competências. Na região de Champagne, na França, as feiras recebiam
Procurava-se dificultar, por exemplo, que uma oficina de mercadorias provenientes das regiões de Flandres, Gênova,
conserto tivesse permissão de confeccionar peças novas. Veneza e de regiões da atual Alemanha. A lã inglesa,
as especiarias e os corantes mediterrâneos, as peles e os
Existiam corporações para cada um dos ofícios exercidos e a linhos alemães, os artigos espanhóis de couro eram as
HISTÓRIA
não associação poderia implicar banimento da cidade. Os laços principais mercadorias de troca.
de solidariedade entre os associados eram reforçados, já que,
em alguns casos, as corporações tinham caráter assistencial. Com o incremento do comércio a longa distância, surgiram
agremiações entre os comerciantes de várias cidades,
Os estatutos e a hierarquia eram rígidos e o não cumprimento
chamadas hansas. A mais poderosa entre essas ligas foi a
das regras poderia levar a graves punições:
hanseática, que dominava o comércio no norte da Europa.
Os mercadores dessa região estabeleceram o monopólio
Em Douai, em 1284, um peixeiro é espancado quase até a
morte por seus concorrentes porque vende sua mercadoria comercial no Báltico, transportando mercadorias como
mais barato. peixe, madeira, cereais e peles. Da região de Flandres,
LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval. eram levados tecidos e lã, que eram revendidos por toda
São Paulo: Martins Fontes, 1993. [Fragmento] a Europa. No sul, as cidades mediterrâneas de Gênova e
Veneza passaram a controlar, progressivamente, o comércio
A expansão da atividade comercial reanimou o comércio de especiarias vindas do Oriente, em especial após as
de longa distância. No entrecruzamento das principais Cruzadas. O mapa a seguir demonstra a vitalidade do
rotas comerciais, as feiras medievais se fortaleceram. comércio medieval a partir do século XII.
N Bergen
Estocolmo
PESCADO Novgorod
BETUME
co
Mar PELES
lti
Pskow PELES
Bá
do MADEIRA
Norte ar Riga CEREAIS
M
PESCADO PELES
CARVÃO MEL Moscou
Könisberg CERA
Kiel Stralsund
Hull Rostock Gdansk
Lübeck
Bremen Hamburgo
LÃ Londres Breslau
Bruges Colônia
ESTANHO
Leipzig Kiev ESCRAVOS
Sarai
Bruxelas Cracóvia CEREAIS
TECIDOS
MADEIRA
Paris METAIS
VINHO Viena
Augsburgo
Budapeste
Chalons Tana
Limoges
OCEANO Milão Veneza
ATLÂNTICO Bordeaux Gênova
Belgrado Feodosia
Avignon Pisa Florença
Marselha Ragusa Nish
Montpellier Siena Mar
Roma Neg
Córsega ro
FRUTAS SECAS Constantinopla
E CÍTRICAS Barcelona Nápoles Durazzo
COURO Valência
Sardenha
AZEITE DE
MEL Toledo OLIVA Preveza
Maiorca
Córdoba
Cartago Sicília
Antioquia
Creta
Ma Chipre
r Mediterrân
eo
Damasco
TAPETES Tiro
MARFIM FRUTAS SECAS Trípoli ESPECIARIAS
CORAIS VIDROS
AMÊNDOAS Alexandria
CERÂMICAS
AZEITE DE OLIVA TAPETES
0 400 km
A expansão comercial provocou transformações nas A busca pela Terra Santa era, ainda, uma possibilidade para
estruturas da sociedade europeia, que, mesmo tendo o escoamento do excedente populacional, direcionado para
mantido o seu caráter rural, viu surgir novas forças sociais a composição dessas expedições.
vinculadas às cidades. Novas formas de sociabilidade
Ao todo, foram realizadas cinco grandes Cruzadas em
surgiam no mundo urbano, produzindo efeitos nas estruturas
direção ao Oriente e travadas inúmeras batalhas entre
feudais.
cristãos e muçulmanos. Se, para os cristãos, a guerra
A Igreja, ainda detentora de grande poder, se posicionava era considerada justa, para seus inimigos, os cristãos
contra essas mudanças devido à emergência de uma nova eram selvagens e bárbaros. Apesar dos ataques violentos,
fonte de autoridade na sociedade. Além disso, a vida urbana a conquista definitiva de Jerusalém, o principal objetivo
estimulava laços de solidariedade fora da Igreja, entre religioso do movimento, não ocorreu. A reaproximação
os próprios membros da comuna e seus simpatizantes e com o Império Bizantino foi dificultada devido aos saques
agregados. constantes dos europeus ocidentais nessa região.
A atividade comercial sofria uma forte restrição ao ser Apesar de fracassar quanto aos objetivos religiosos,
combatida pela instituição medieval mais poderosa. Para a é possível afirmar que as Cruzadas provocaram profundas
Igreja, as mercadorias deveriam ser vendidas pelo seu justo alterações na Europa feudal. Do ponto de vista econômico,
preço e não com a intenção de lucro. Os juros eram vistos o contato com os árabes dinamizou as relações entre os
como atividades ilícitas, já que os seus praticantes estariam europeus e o Oriente. As especiarias trazidas do mundo
lucrando sobre o tempo, pertencente a Deus. oriental pelos árabes ou vindas das rotas que passavam
pelo Império Bizantino eram revendidas em toda a Europa
CRUZADAS pelos comerciantes das cidades de Gênova e Veneza.
A propagação das culturas helênica, bizantina e árabe
As Cruzadas foram expedições militares e religiosas que, colaborou, ainda, para o desenvolvimento artístico e
inicialmente, tinham dois objetivos principais: a conquista científico da Europa cristã.
da Terra Santa, em especial da cidade sagrada de Jerusalém,
Em contrapartida, a participação nessas guerras
e a contenção do avanço muçulmano sobre a região do
colaborou para o relativo enfraquecimento da nobreza
Império Bizantino. A expulsão dos muçulmanos era vista
feudal, visto que o envolvimento nas disputas gerava
como forma de expansão do cristianismo, e era incentivada
gastos e que as derrotas agravaram a situação dos nobres.
pela Igreja como uma continuação do movimento de
Em muitos casos, os senhores, ao voltarem das expedições,
Reconquista ibérica, que também se deu com objetivos
se viam obrigados a conceder a liberdade aos servos que,
semelhantes. A luta pela retomada da região das mãos
naquele momento, eram cada vez mais atraídos para a
dos mouros é considerada uma manifestação do espírito
vida nas cidades.
das Cruzadas.
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Formação, Apogeu e Crise do Sistema Feudal
A destruição de áreas florestais foi típica desse período, Na França, os motins receberam o nome de jacqueries,
decorrente da expressão Jacques Bonhomme, que pode
HISTÓRIA
aumentando a área cultivável em várias regiões da
Europa. Esse processo de expansão das áreas produtivas, ser traduzida por “João Ninguém”. Na Inglaterra, as
revoltas de John Ball (1338-1381) e Wat Tyler (1341-1381)
conhecido como arroteamento, acarretou enormes impactos
provocaram temor na nobreza. Foram comuns, durante esses
ambientais. No início do século XIV, portanto, foi registrado
movimentos, a destruição de propriedades e o assassinato
um grave desequilíbrio climático responsável por um período
de vários nobres.
de intensas chuvas entre os anos de 1315 e 1317.
A reação da aristocracia contra as revoltas foi igualmente A visão medieval era marcada por essa religiosidade e a
violenta, no entanto, o tumulto nos campos deixava clara promessa de que os sacrifícios no mundo terreno seriam
a dificuldade da nobreza fundiária em manter o controle compensados após a morte, na vida eterna. Dessa maneira,
diante das profundas transformações na sociedade europeia, a Igreja conseguia garantir a ordem e a estrutura social,
abrindo espaço para o fortalecimento do poder real. alegando que os sofrimentos dos trabalhadores na Terra
terminariam no reino dos céus.
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HISTÓRIA
a Europa Ocidental com o fim do Império Romano do
A primeira delas foi a de Bolonha, na Itália, fundada
em 1088. Ocidente implicou
A despeito dos preconceitos vinculados à Idade Média, A) a imbricação dos poderes seculares e eclesiásticos
atualmente a cultura popular do período vem sendo alvo de nas sociedades europeias.
inúmeros estudos por parte dos historiadores. Sabemos hoje, B) a divisão de terras da Igreja com as nações
por exemplo, que a vida do camponês medieval era marcada recentemente instaladas na Europa.
por uma diversidade de manifestações culturais, como as
festas. Nelas, o camponês conseguia subverter a rígida C) a constituição de um poder político centralizado sobre
hierarquia por um breve período. A Igreja e os senhores eram o conjunto da Europa.
ridicularizados em festas como a do “Asno” ou a dos “Tolos”. D) a elitização progressiva do culto monoteísta em meio
O conhecimento dessas manifestações revela um lado
às populações europeias.
alegre e festivo do mundo feudal e que fugia às convenções
determinadas pela Igreja. O carnaval também tem sua E) a oposição do clero reformista à absorção de crenças
origem na Idade Média e representava um período de pagãs pela Igreja europeia.
transgressão, aceito pela própria Igreja, que antecederia
a quaresma, período de penitência. 02. (Unesp) Os homens da Idade Média estavam persuadidos
A representação a seguir, do século XVI, revela esse de que a terra era o centro do Universo e que Deus tinha
aspecto do cotidiano do camponês europeu. Produzida criado apenas um homem e uma mulher, Adão e Eva,
por Pieter Brueghel, no contexto da Reforma Protestante, e seus descendentes. Não imaginavam que existissem
a imagem ironiza o conflito entre as práticas mundanas e outros espaços habitados. O que viam no céu,
religiosas, simbolizadas, respectivamente, pelo carnaval e
o movimento regular da maioria dos astros, era a
pela quaresma.
imagem do que havia de mais próximo no plano divino
de organização.
DUBY, Georges. Ano 1000, ano 2000: na pista de
nossos medos, 1998 (Adaptação).
03. (Unesp) Nos arredores de Assis, dois leprosários [...] 05. (UFJF-MG) Sobre o contexto de consolidação do poder
hospedavam os homens e mulheres de visão repugnante XOO8
da Igreja na Idade Média, leia as afirmativas seguintes
escorraçados por todos: considerava-se que os leprosos e, em seguida, marque a alternativa correta.
eram assim por castigo de Deus, por causa dos pecados
I. O cristianismo e todas as suas instituições podem ser
cometidos, ou porque tinham sido concebidos em pecado.
considerados elementos unificadores do mundo europeu
Por isso, ao se movimentarem, eram obrigados a bater
certas castanholas, para que os sãos pudessem evitá-los, após a crise do Império Romano e as invasões bárbaras.
04. (USC-SP) Nas sociedades do Antigo Regime, os grupos A) Todas estão corretas.
sociais estavam divididos em três estamentos: clero,
B) Todas estão incorretas.
nobreza e servos. Associe os três estamentos, listados na
coluna A, às características que os identificam, elencadas C) Apenas a I e a II estão corretas.
na coluna B. D) Apenas a I e a III estão corretas.
Coluna A E) Apenas a II e a III estão corretas.
1. Clero
2. Nobreza
3. Servos
EXERCÍCIOS
Coluna B PROPOSTOS
( ) Eram os portadores da tradição cristã e deviam
zelar pela manutenção de seus princípios no seio da
01. (FGV-MG) Caro, o pão faltava nas mesas dos pobres.
comunidade.
Na Inglaterra, após mais de cem anos de estabilidade,
( ) Formavam a maioria da população e eram encarregados
seu valor quintuplicou em 1315. Na França, aumentou
dos trabalhos necessários à subsistência da sociedade.
25 vezes em 1313 e multiplicou-se por 21 em 1316.
( ) Possuíam a direção militar da sociedade, empunhando
A carestia disseminou-se por toda a Europa e perdurou por
suas armas contra os inimigos da fé cristã e os
décadas. [...] Faltava comida não por ausência de braços
agressores externos.
ou de terras. [...] Afinal, se os camponeses – esteio do
( ) Por pertencerem ao único grupo social que tinha
crescimento demográfico verificado desde o ano 1000 –
acesso ao estudo, seus membros exerciam forte
não conseguiam produzir mais, era porque já haviam
controle na sociedade e parte deles ocupava cargos
cultivado toda a terra a que tinham acesso legal. Já os
administrativos importantes nos reinos medievais.
senhores não faziam pura e simplesmente porque não
Assinale a alternativa que preenche corretamente os
queriam. Moeda sonante não era exatamente a base de
parênteses, de cima para baixo.
seu poder e glória.
A) 2, 1, 2, 3 C) 1, 3, 2, 1 E) 3, 3, 2, 1
FLORENTINO, Manolo. Os sem-marmita.
B) 2, 2, 1, 3 D) 1, 2, 3, 2 Folha de S.Paulo, 07 set. 2008. [Fragmento]
34 Coleção 6V
Formação, Apogeu e Crise do Sistema Feudal
HISTÓRIA
no campo e na cidade, que quebraram com a longa
estabilidade do mundo feudal europeu. D) A presença do cristianismo não significou o
desaparecimento de todas as práticas religiosas
E) teve ligação com as estruturas feudais que impediam
consideradas pagãs, pois algumas delas foram toleradas
que a produção crescesse no mesmo ritmo do
pela Igreja, como o sabá e as festas populares.
crescimento da população em certas regiões da Europa.
02. (Unesp) Observemos apenas que o sistema dos feudos, 04. (Unicamp-SP) Estamos acostumados a considerar que
VR1Q
4KID a feudalidade, não é, como se tem dito frequentemente, o sistema centro / periferia, ao menos no Ocidente, é
um fermento de destruição do poder. A feudalidade surge, um eixo essencial da estrutura e do funcionamento no
ao contrário, para responder aos poderes vacantes. Forma espaço das economias, das sociedades, das civilizações.
a unidade de base de uma profunda reorganização dos O historiador Fernand Braudel estimou que tal sistema
sistemas de autoridade […]. só existiu e funcionou plenamente a partir do século XV.
LE GOFF, Jacques. Em busca da Idade Média. 2008. Essa definição não se aplica à Cristandade Medieval sem
[Fragmento]
importantes correções. A noção de centro e a oposição
Segundo o texto, o sistema de feudos centro / periferia são menos decisivas que outros
sistemas de orientação espacial. O principal sistema
A) representa a unificação nacional e assegura a imediata
é o que opõe o baixo ao alto, quer dizer, o Aqui, esse
centralização do poder político.
“mundo” imperfeito e marcado pelo Pecado Original,
B) deriva da falência dos grandes impérios da Antiguidade
ao céu, morada de Deus.
e oferece uma alternativa viável para a destruição dos
LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. Centro / Periferia.
poderes políticos.
In: DICIONÁRIO temático do ocidente medieval. v. 2.
C) impede a manifestação do poder real e elimina os São Paulo: Edusc, 2002. p. 203 (Adaptação).
resquícios autoritários herdados das monarquias
A partir do texto anterior, assinale a alternativa correta.
antigas.
A) Usada nas Ciências Humanas para a compreensão de
D) constitui um novo quadro de alianças e jogos políticos
períodos históricos desde a Antiguidade, a noção de
e assegura a formação de Estados unificados.
centro / periferia perdura até a atualidade e estrutura
E) ocupa o espaço aberto pela ausência de poderes o sistema econômico global contemporâneo.
centralizados e permite a construção de uma nova
B) As noções de baixo e alto têm um sentido histórico
ordem política.
mais preciso para a compreensão da Cristandade
Medieval do que o sistema centro / periferia.
03. (Unicamp-SP) São mais ou menos constantes as queixas
FHSO C) O sistema centro / periferia é aplicável ao estudo da
dos bispos e dos clérigos sobre a manutenção das
práticas pagãs no mínimo até o século X. Um conjunto Cristandade Medieval, já que os feudos constituíam
de práticas pagãs se mantém quase intacto, sem levar o centro da vida econômica e cultural naquele
em conta festas públicas pagãs como a de 1º de janeiro, contexto.
que sobreviveu durante muito tempo. D) O sistema centro / periferia aplicado durante a Era
ROUCHE, Michel. Alta Idade Média Ocidental. In: VEYNE, Medieval espelhava o sistema de orientação baixo
Paul. (org.). História da vida privada: do Império Romano
ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 504 e alto, sendo o baixo o mundo do pecado e o alto o
(Adaptação). mundo da virtude cristã.
05. (FUVEST-SP) A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre mais a um meio
3NVV de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra
o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos,
os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.
Le Goff, Jacques. São Francisco de Assis.
Rio de Janeiro: Record, 2010 (Adaptação).
06. (Unicamp-SP) A ideia de que a demanda de especiarias resultava da necessidade de disfarçar o gosto da carne e do peixe
putrefatos é um dos grandes mitos da história da alimentação. Na Europa medieval, os alimentos frescos eram mais frescos
que os atuais, pois provinham da produção local. Os alimentos em conserva mantinham-se em salga, curtição, dessecação
ou gordura, assim como hoje em dia são enlatados, refrigerados, liofilizados ou embalados a vácuo. De qualquer forma,
os aspectos determinantes do papel desempenhado pelas especiarias na gastronomia eram o gosto e a cultura. A cozinha
muito temperada com especiarias era objeto de desejo por ser cara e por “condimentar” a posição social dos ricos e as
aspirações de quem ambicionava sê-lo. Além disso, a moda gastronômica predominante na baixa Idade Média europeia imitava
as receitas árabes, que exigiam sabores doces e ingredientes fragrantes: leite de amêndoa, extratos de flores aromáticas e
outras iguarias orientais.
ARMESTO-FERNÁNDEZ, Felipe. 1492: o ano em que o mundo começou.
São Paulo: Companhia das Letras, 2017, p.27 (Adaptação).
07. (FUVEST-SP) Assim como o camponês, o mercador está a princípio submetido, na sua atividade profissional,
ao tempo meteorológico, ao ciclo das estações, à imprevisibilidade das intempéries e dos cataclismos naturais.
Como, durante muito tempo, não houve nesse domínio senão necessidade de submissão à ordem da natureza e de Deus,
o mercador só teve como meio de ação as preces e as práticas supersticiosas. Mas, quando se organiza uma rede comercial,
o tempo se torna objeto de medida. A duração de uma viagem por mar ou por terra, ou de um lugar para outro, o problema
dos preços que, no curso de uma mesma operação comercial, mais ainda quando o circuito se complica, sobem ou descem –
tudo isso se impõe cada vez mais à sua atenção. Mudança também importante: o mercador descobre o preço do tempo no
mesmo momento em que ele explora o espaço, pois para ele a duração essencial é aquela de um trajeto.
LE GOFF, Jacques. Para uma outra Idade Média.
Petrópolis: Vozes, 2013 (Adaptação).
36 Coleção 6V
Formação, Apogeu e Crise do Sistema Feudal
HISTÓRIA
vocação caritativa primitiva, mas a fortaleceu.
O surgimento da categoria mencionada no período em
DEMURGER, A. Os cavaleiros de Cristo. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2002 (Adaptação). destaque no texto evidencia o(a)
sociedade.
• 02. A
•
ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F.
Antologia de textos históricos medievais. 02. E
Lisboa: Sá da Costa, 1981.
• 03. C
A antologia apresentada por Aldalberon de Laon foi
produzida durante a Idade Média. Um objetivo de tal
• 04. B
rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que era realizado sobretudo por duas rotas: a Rota da
uma das características da cidade era de ser limitada por Seda e a Rota marítima.
portas e por uma muralha.
DUBY, G. et al. Séculos XIV-XV. In: ARIÈS, P.; DUBY, G.
• 07. B
E) a contenção das epidemias e doenças. Total dos meus acertos: _____ de _____ . ______ %
38 Coleção 6V