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NATAL
2017
Introdução acerca da dificuldade de demarcar qualquer
tempo histórico intermediário, tendo em vista o quão inapagáveis são as
marcas ideológicas e culturais que esse ato de limitar causa e o que elas revelam
sobre a sociedade em que o historiador está pesquisando;
Desenvolvimentos historiográficos: novos campos
e domínios históricos, emergência de novas relações interdisciplinares, novos
enfoques que mesclam velhas e novas metodologias;
Análise da Antiguidade e mutação no Medievo, que coloca como marco o fim
do Império Romano Ocidental. Acontecimento demarcador não só do
período medieval mas do poder politico-cultural que a Igreja cristã começa a
estabelecer. A observação das semelhanças entre os dois
períodos: transmissão dos valores greco-romanos e do cristianismo,
caracterizados como identitários;
A grande ambiguidade temporal existente entre o fim do Império Romano e
a emersão da Idade Média, que divide a visão historiográfica:
1) Antiguidade tardia" para alguns historiadores da Antiguidade, com base
em Piganiol que costumava dizer que a civilização romana não morreu, mas foi
Assassinada pelo conjunto de acontecimentos ocasionados pelas invasões dos
povos germânicos. Como oposição, Ferdinand Lot que defende a hipótese do
declínio, propõe uma "morte natural do império", pressupondo um
acontecimento-processo, como po exemplo as crises econômicas, políticas e
sociais do século III;
2) "Alta idade Média" para os medievalistas, no qual muitos costumam visualizar
um período de começo, "o início de uma nova era", e incorporam-
no historiograficamente, admitindo as permanências da Antiguidade que se vão
lentamente, contudo com o alvo nas rupturas, procurando características novas
neste período;
3) Dicotomia tradicional do campo dos Antiquistas, que já foi superada
pela historiografia recente. que consideram desde uma queda abrupta
do Imperio Romano a um decaimento gradual.
A possibilidade de visualização segundo a consideração de uma mutação do
império, que posteriormente tornam-se as civilizações medievais: Império
Bizantino e Ocidente Cristão somado aos novos reinos europeus;
Visualização do Império como um sistema complexo,
permitindo analisar seu rápido e gradual desaparecimento a partir
do enfraquecimento gradual das forças que o sustentavam e o caracterizavam;
O desenvolvimento moderno da historiografia, que supera a dicotomia
"assassinato ou morte natural" do império, até então aparentemente inconciliável,
que propõe novas visões e cada vez mais dimensões a serem analisadas, tais
como Economia, Cultura, Mentalidades, Imaginário, Demografia;
Surgimento de novas especialidades na história, no qual permite que um
acontecimento seja beneficiado por diversas cronologias, dependendo
do problema imputado pelo historiador. Como exemplo a análise histórica das
populações que no século XX começou a ser chamada de História Demográfica,
que afasta o estereótipo de "invasões bárbaras" pelo estudo do adentramento dos
povos não latinos nos territórios conquistados pelo Imperio Romano.