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Arquitetura
e Urbanismo
Material Teórico
Arquitetura Cristã: das Igrejas Bizantinas às Góticas
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Arquitetura Cristã: das Igrejas
Bizantinas às Góticas
• Introdução;
• Idade Média;
• O Império Bizantino;
• Arquitetura Bizantina;
• Arquitetura Medieval;
• Considerações Finais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar as características da arquitetura influenciadas pelo domí-
nio cultural e ideológico cristão.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Arquitetura Cristã: das Igrejas Bizantinas às Góticas
Introdução
Quando pensamos no período da Idade Média, logo nos vem à mente uma ideia
de atraso, período das trevas, escuridão, religiosidade etc. No entanto, o período
medieval nos apresenta uma dinâmica e especial refinamento na arquitetura
influenciada pelo cristianismo.
Desse modo, entre os muros dos mosteiros e dos castelos medievais, a arquite-
tura não sofreu atraso e nem ficou estagnada, ao contrário, foi sendo aprimorada.
Idade Média
A Idade Média (ou Era Medieval) dura cerca de 10 séculos, do séc. V até aproxi-
madamente o séc. XV. É delimitada a partir de eventos políticos importantes: inicia-
-se com a desintegração do Império Romano do Ocidente, com a invasão de Roma
pelos bárbaros germânicos, em 476 d.C., e finaliza com o fim do Império Romano
do Oriente, com a Queda de Constantinopla, tomada pelos turcos em 1453.
É nesse período que ocorrem as célebres Cruzadas, que visavam libertar a Terra
Santa das mãos dos muçulmanos, resultando em batalhas sangrentas e muitas mortes.
As igrejas paleocristãs
A História nos conta que nos anos que se seguiram à morte de Jesus Cristo,
seus discípulos passaram a divulgar seus ensinamentos não apenas na região da
Judeia, que na época fazia parte do Império Romano, como também passaram a
se espalhar por várias outras regiões do Império.
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A primeira grande caça aos cristãos se deu já em 64 d.C., durante o governo de
Nero. Ao longo dos próximos 249 anos, houve mais nove períodos de perseguição,
culminando com a maior e mais violenta delas entre 303 e 305, durante o governo
de Diocleciano.
A igreja passa, portanto, a ser composta por diversas partes: o coro, que é a
região da abside, onde estava inserido o altar-mor, e para onde todos os olhos dos
fiéis se dirigem; a nave, que consiste no corpo central da igreja, onde a congregação
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O Império Bizantino
Com a derrocada do Império Romano a partir do século III, os imperadores
começaram a enfrentar uma grave crise política, marcada por lutas internas pelo
poder, corrupção e gastos excessivos com o luxo dos imperadores, o que acabou
desviando os recursos militares.
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Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
Arquitetura Bizantina
O Imperador Justiniano foi o responsável pela construção da maior parte
das igrejas bizantinas, que se destacavam por serem extremamente luxuosas e
requintadas, pois coincidem com o período em que a Igreja se oficializa e se impõe
como um poder dentro do Império. “A arte bizantina tinha um objetivo: expressar
a autoridade absoluta do imperador, considerado sagrado, representante de Deus e
com poderes temporais e espirituais” (PROENÇA, 2000, p. 47).
O ápice da arquitetura bizantina se nota na igreja Santa Sofia (ou Hagia Sophia,
“divina sabedoria”), encomendada por Justiniano aos arquitetos Artêmio de Trales
e Isidoro de Mileto, e construída entre 532 e 537. “Ela foi, de longe, a maior das
trinta igrejas ou mais que [Justiniano] ergueu em Constantinopla durante seu reinado.
Sua estrutura em cúpula tornou-se a base de grandes catedrais renascentistas, como
as de São Pedro, em Roma, e São Paulo, Londres” (GLANCEY, 2001, p. 38).
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Figura 2 − Vista externa da Igreja de Santa Sofia na atual cidade de Istambul, na Turquia
Fonte: iStock/Getty Images
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Figura 4 − Planta esquemática da Igreja, com a projeção da cúpula sobre o espaço central
Fonte: Wikimedia Commons
A igreja Santa Sofia mostra como a cultura bizantina estava seduzida pela arqui-
tetura luxuosa e sensual do Oriente.
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As plantas das igrejas bizantinas são complexas e variam muito entre si, embora
seja um traço comum a presença de muitas curvas em seus arcos e cúpulas e
principalmente as plantas em forma de cruz grega.
Outra marca da arquitetura bizantina é a rica decoração interna com mosaicos que prestavam
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Figura 6 − Justiniano e sua esposa, Teodósia, levando suas oferendas ao templo, Ravena, Itália
Fonte: Wikimedia Commons
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Além das enormes e requintadas igrejas bizantinas, pouca coisa sobrevive até os
dias de hoje. É de pressupor que os bizantinos também construíam palácios, banhos,
teatros e complexos esportivos a partir dos princípios da arquitetura romana.
Arquitetura Medieval
Agora vamos iniciar os estudos sobre a arquitetura da Idade Média propriamente dita.
A Idade Média costuma ser dividida em dois períodos: os primeiros 500 anos, do
século V ao século X, é denominado de Alta Idade Média, Idade Média Antiga ou,
o que é bastante comum, Idade das Trevas. Essa denominação é devido ao fato de
que pouco sabemos desse período conturbado da história, que marca a transição
do mundo antigo para a configuração geográfica da Europa mais próxima do que
é hoje.
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Arquitetura românica
O estilo românico é chamado dessa maneira porque a robustez de suas edifica-
ções em pedra, suas grossas colunas, e o uso de arcos e abóbadas faz com que se
assemelhe ao estilo construtivo dos romanos.
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Figura 7
Fonte: iStock/Getty Images
Arquitetura gótica
A partir do séc. XII dá-se início a uma economia fundamentada no comércio,
e não mais apenas na agropecuária, o que faz com que o centro da vida social se
desloque do campo para as cidades. Com isso, surge um novo grupo social, que é
ligado ao comércio e que habitava as cidades (os burgos): são os burgueses.
A arquitetura gótica é fruto de uma mudança de concepção estética, cada vez mais
audaciosa, mas também fruto de uma profunda alteração técnica na construção.
Essa nova maneira de construir apareceu pela primeira vez na edificação da abadia
de Saint Denis, na França, por volta de 1140, e durou por cerca de 400 anos.
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O estilo gótico emprega três elementos típicos: o arco ogival, a abóbada sobre
arestas e o uso de arcobotantes. Sobre esses:
• O arco ogival é composto por dois segmentos de arco, conferindo-lhe um
aspecto “pontudo”, mais estreito e alto. A acentuada verticalidade desse arco
possibilita que as tensões que se pousam sobre ele sejam predominantemente
verticais, distribuindo-se diretamente ao chão através das colunas e diminuindo
a força lateral do componente vertical. Com isso, as edificações góticas
conseguem alcançar alturas maiores, suportando uma carga maior;
• A abóbada nervurada sobre arestas é composta por arcos ogivais altos e
estreitos. As nervuras conduzem os empuxos da abóbada para quatro pontos
que devem ser reforçados: as colunas que a sustentam. Essas colunas, espaça-
das regularmente no interior da igreja, dispensam o uso de grossas paredes,
liberando o espaço interno;
• O sistema de construção é escorado por uma série de arcobotantes, que se
trata de um segmento de arco situado no exterior do edifício, assemelhando-se
a pernas de aranhas. Esse elemento nasce do arranque da abóbada e transmite
o empuxo até o contraforte, permitindo uma maior estabilidade nas alturas e
vãos compridos desse novo estilo.
Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images
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Uma das mais importantes catedrais góticas francesas é a célebre Notre Dame de
Paris, que ficou imortalizada na obra de Victor Hugo, O Corcunda de Notre Dame,
de 1831. As construções góticas consistiam nas mais altas estruturas projetadas
pelo homem. O efeito psicológico que esses espaços provocam no observador é
forte, pois a igreja incorpora a manifestação da grandiosidade, da imensidão, do
poder divino. Os vitrais imensos iluminam o interior da catedral, impondo-se como
um dos aspectos mais apreciados pelos visitantes.
Figura 9
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons e iStock/Getty Images
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O gótico teve seu princípio na França, sendo considerado durante a Idade Média
como “estilo francês”, mas logo os países vizinhos também incorporaram o estilo
em suas construções eclesiásticas.
Considerações Finais
Apesar de a Idade Média ser considerada um período de atraso, na arquitetura
esse período foi de grande desenvolvimento, principalmente com as monumentais
catedrais no estilo gótico.
No fim da Idade Média, durante um período crítico que sinaliza a crise que
levaria à Idade Moderna e ao Renascimento, a evolução das formas góticas na
arquitetura é grande e cresce dentro de um repertório cada vez mais requintado e
variado, que vai a subestilos, como o gótico racionalista, gótico radiante, pós-gótico
e gótico flamejante.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
O Enigma das Catedrais Góticas (Dublado) Documentário Completo National Geographic
https://youtu.be/KcgZyRSZoQI
Leitura
Estética e História da Arte – E-book
https://goo.gl/MP1jst
Arte Gótica – E-book
https://goo.gl/d2m5dU
Arte Românica e Bárbara – E-book
https://goo.gl/WjmDML
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Referências
GLANCEY, Jonathan. A História da Arquitetura. São Paulo: Ed. Loyola, 2007.
GOMBRICH, Ernst H. História da Arte. 16. ed. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2008.
ZEVI, Bruno. Saber Ver a Arquitetura. 6. ed. São Paulo: Martins Fonte, 2009.
(Coleção Mundo da Arte)
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