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Arquitetura e Interiores
Fundamentos e Função da Fotografia de Arquitetura e Interiores
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Fundamentos e Função da Fotografia
de Arquitetura e Interiores
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Reconhecer os estilos e elementos básicos da arquitetura em exteriores e interiores.
Conhecer as principais funções da fotografia de arquitetura e interiores.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
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ção. Essa arte é composta pelo conjunto dos princípios, normas, técnicas e materiais utiliza-
dos pelo arquiteto, para criar um espaço arquitetônico.
No Período Kofun, no Japão, foi construído o maior e mais impresionante kofun, do impera-
Explor
dor Nintoku, com 486 metros de comprimento, 305 metros de largura e 33 de altura, no
qual trabalharam mais de mil homens desde a manhã até a noite por mais de quatro anos.
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Figura 1 – Túmulo kofun pertencente ao imperador Nintoku
Fonte: Wikimedia Commons
O estilo arquitetônico das culturas antigas dos egípcios, gregos e romanos obe-
deceu aos padrões estabelecidos por Fídias (escultor da Grécia Antiga que viveu
durante os anos de 480 a.C a 430 a.C.), o principal projetista da Acrópole. A ca-
racterística mais evidente do estilo dessas construções antigas baseava-se na sime-
tria e, portanto, no equilíbrio das formas, que, segundo Hurlburt (1986, p. 54), “re-
sultavam em estruturas monolíticas, executadas em pedra e mármore, com portas
centralizadas, que determinavam uma forma baseada num eixo central, com igual
equilíbrio de elementos de ambos os lados”. Esse padrão de arquitetura ocidental
desenvolvido por Fídias teve grande influência nas mais variadas realizações artísti-
cas (escultura, arquitetura, pintura), inclusive orientou a concepção de muitos ma-
nuscritos, que, por sua vez, determinaram o estilo de design gráfico das primeiras
páginas impressas. Observe nesta página impressa abaixo, projetada por um dos
mestres do design tipográfico italiano, Aldo Manúcio (1449-1515), como tanto a
ilustração como a organização do texto na página obedecem a padrões de simetria
quase perfeitos – um exemplo de como as concepções do espaço arquitetônico
pode inspirar a organização e a ordem das formas de arte.
Mas pensar na arquitetura não se deve limitar em pensar apenas sobre as gran-
diosas edificações mais importantes da história, é necessário levar em conta todas
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as demais construções que giram em torno delas, desde as simples casas, as quais
também compreendem a totalidade da arquitetura das cidades. Para compreen-
der a cidade de Barcelona, por exemplo, teríamos de examinar desde os edifícios
públicos, as igrejas, até os abrigos de ônibus e os bicicletários, que são uma parte
integrante dos sistemas de transportes e uma proposta ecológica para melhorar o
ambiente físico das cidades.
A “Grande loja de Donuts” foi construída por Henry J. Goodwin, em 1954, em resposta
à cultura do automóvel e à grande necessidade dos americanos pela padronização da
alimentação fast-food ou alimentação instantânea.
Roth (2017, p. 1) assinala que a arquitetura é a arte inevitável, já que está pre-
sente em nossas vidas o todo tempo; acordados ou não estamos sempre inseridos
ou perto de alguma paisagem elaborada pelo ser humano. De fato, lidamos com a
arquitetura o tempo todo, no entanto mais do que qualquer forma de arte, a arqui-
tetura pode afetar o nosso comportamento e nosso estado psicológico; a cor dos
ambientes pode contribuir para criar sensações de calmaria e de prazer.
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(por isso, podem ser considerados uma representação da natureza em miniatura) e
com o sentido de transmitirem uma sensação de beleza primitiva e simples.
O livro do chá, de Kakuzo Okakura. Tradução de Leiko Gotoda. São Paulo: Estação Liber-
Explor
dade, 2008. Este livro descreve sobre as características estéticas do jardim japonês e a
atmosfera do ambiente calmo em que acontecia a cerimônia do chá, no Japão da virada
do século XX. A obra trata dos pequenos detalhes da decoração, do tipo de iluminação
e dos materiais de construção dos aposentos onde alguns amigos se reuniam durante
algumas horas para tomar chá.
Importante! Importante!
Enquanto o conceito clássico de beleza dos gregos e romanos era baseado no ideal de
simetria na concepção das formas, no Japão desenvolveu-se uma nova forma de valori-
zação da organização espacial, totalmente diversa da ocidental – na visão dos japone-
ses, a idealização das estruturas formais era deliberadamente baseada no conceito de
design assimétrico.
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A Funcionalidade na Arquitetura
A função na arquitetura tem muitos componentes, sendo que o mais básico deles
é a relação entre a atividade e o uso específico que se faz de determinada edificação
e, neste sentido, os edifícios ou ambientes podem ser considerados funcionais ou
não. Da mesma forma que a função utilitária é importante, também o é a função
circulatória - a maneira como as pessoas interagem e se movimentam entre os
espaços ou cômodos de um ambiente. Ao projetar a Ópera de Paris (fundada em
1669), Charles Garnier (1825-1889) primeiramente precisou analisar qual seria de
fato a função da ópera para os parisienses. Garnier percebera que além de assisti-
rem à ópera, as pessoas também queriam ser vistas e mediante esse propósito, o
arquiteto projetou uma planta concebendo o mesmo grau de importância do palco
para demais áreas de circulação do prédio.
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desempenhar. O capitólio nacional do estado de Minnesota, de Cass Gilbert, abai-
xo, possui duas câmaras, uma de cada lado, e no centro há uma alta cúpula feita
com base no modelo da basílica de São Pedro, em Roma. Observe que apesar de
a obra apresentar formas originárias das antigas igrejas, o prédio evoca claramente
a imagem de um edifício governamental, no qual o legislativo exerce seu trabalho.
Existe também a função psicológica, entendida como aquela que desperta maior
satisfação entre todos os tipos de funções comentadas anteriormente. Nesse caso,
a pergunta é o que esperar da configuração de uma sala de emergência de um
hospital ou da sala de espera de um consultório médico, por exemplo. Estando
ciente de se tratar de local onde as pessoas estão ansiosas e angustiadas, o arqui-
teto poderia propor uma atmosfera mais aconchegante e agradável, com janelas e
portas amplas e vistas para a natureza, ao invés de ambientes totalmente fechados
e claustrofóbicos.
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Figura 7 – Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista. Arquiteta: Lina Bo Bardi (1914-1992)
Fonte: Wikimedia Commons
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Nos pressupostos da lei da gestalt, existem algumas categorias conceituais fun-
damentais, que têm por finalidade dar consistência ou embasamento às estratégias
compositivas que contribuem para se alcançar a boa pregnância da forma, ou
mesmo para que se alcance um efetivo nível de qualificação visual. Observe nes-
ta obra de Niemayer como a percepção da harmonia se estabelece pela perfeita
articulação visual das unidades compositivas. O conceito de harmonia é revelado
pelo equilíbrio perfeito obtido através da distribuição equitativa dos pesos visuais,
conferindo à imagem uma qualidade estética de ordem e regularidade.
Figura 8 – Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, inaugurada em 31 de maio de 1970, em Brasília.
A imagem da catedral traduz exatamente a categoria conceitual de harmonia
pela regularidade na ordenação das formas
Fonte: Wikimedia Commons
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Neste quarto estão presentes apenas três unidades principais de objetos: a mesa
com um vaso de flores, a poltrona com estofamento na cor verde e uma parte
mínima de um tapete com franjas. A informação desta composição fotográfica é
transmitida de forma muito simples e com clareza absoluta.
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O Desenvolvimento dos
Estilos Arquitetônicos Através
do Registro Fotográfico
Se pararmos para pensar, só podemos reconhecer as grandes obras-primas da
arquitetura nacional e internacional através da representação fotográfica. Através
da lente de fotógrafos profissionais, temos acesso à arquitetura de Rhone e Iredale,
que projetaram o Edifício da Westcoast Transmission; às obras do grande mestre da
arquitetura moderna, Le Corbusier, e podemos conhecer os mais belos exemplos
das construções gregas, romanas, bizantinas, do movimento art nouveau, além da
diversidade de construções criativas e importantes da atualidade. Cabe, portanto,
entendermos a importância da representação fotográfica na difusão da arquitetura,
tendo ciência, inclusive, de que o mundo tridimensional da imagem arquitetônica é
passado para uma imagem fotográfica, que é plana e bidimensional. E a fotografia
de arquitetura deve reproduzir estas imagens da vida real da forma mais exuberante
possível, contribuindo para o perfeito entendimento da obra arquitetônica.
Antigamente, o acesso a estas obras somente era possível através das enciclo-
pédias, livros didáticos, cartões postais, portfólios dos fotógrafos, mas atualmente,
a internet se tornou um meio poderoso de divulgação e exibição das imagens foto-
gráficas de arquitetura.
Para saber mais sobre estilos arquitetônicos, você pode consultar as seguintes obras: “Di-
Explor
cionário dos estilos arquitetônicos”, de Wilfried Koch, Editora Martins Fontes (2009); “Como
decifrar arquitetura”: um guia visual completo dos estilos, de Carol Davidson Craoge, Edições
de Janeiro (2015) e “História ilustrada da arquitetura”, de Emily Cole, Publifolha (2012).
A seguir, foram eleitas imagens fotográficas para apresentar alguns dos estilos
arquitetônicos, estando cientes de que se trata de um extenso universo de infor-
mações para se consultar e impossível de reproduzir neste material. Para tanto,
optamos por inserir neste capítulo apenas os seguintes estilos arquitetônicos:
renascentista, moderno (primeira metade do século XX) e contemporâneo (se-
gunda metade do século XX). Por estilo arquitetônico compreende-se um sistema
de classificação dos períodos da história da arquitetura, segundo determinadas
características formais, técnicas e materiais. E levando-se em consideração que
além das obras arquitetônicas serem identificadas como pertencentes a determi-
nados períodos da história, o reconhecimento dos estilos arquitetônicos serve
também para referir-se às características individuais do trabalho desenvolvido por
cada artista ou arquiteto.
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Arquitetura Renascentista
A principal característica da arquitetura renascentista desenvolvida no início do
século XIV até o século XVI foi, segundo Proença (2007, p. 93), “[...] a busca de
uma ordem e de disciplina que superasse o ideal de infinitude do espaço das ca-
tedrais góticas”. Neste sentido, a principal preocupação dos construtores foi criar
espaços racionalmente ordenados, que pudessem ser compreendidos por todos os
ângulos visuais e que fossem resultantes de relações matemáticas para alcançarem
as devidas proporções entre todas as partes do edifício. Os círculos e quadrados,
por representarem as relações de proporções ideais, se tornaram, portanto, os
módulos básicos da arquitetura renascentista.
Figura 11 – Visão aérea de Palmanuova – Figura 12 – Hospital dos Inocentes, Florença, Itália. Projetado
cidade italiana planejada e construída por Filippo Brunelleschi, em 1419
mediante o modelo circular ideal Fonte: Wikimedia Commons
Fonte: Wikimedia Commons
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florescia no século XX celebrando a chegada do automóvel, do avião, dos meios
de comunicação, mas, sobretudo, seria o século da máquina e da industrialização.
tração etc. que se caracteriza pelo uso de linhas longas, ondulantes e assimétricas, muitas
vezes apresentando elementos que lembram formas da natureza. Floresceu aproximada-
mente entre 1890 e 1910 e inspirou-se, em parte, na arte japonesa da gravura.
Figura 13 – Casa Tassel, projetada pelo arquiteto Figura 14 – Casa estúdio de Victor Horta:
Victor Horta, em 1893, na Bélgica outra referência do estilo Art Nouveau. Estilo com
Fonte: Wikimedia Commons
excessos ornamentais e formas orgânicas
Fonte: Wikimedia Commons
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Arquitetura Contemporânea
Diz respeito à arquitetura da segunda metade do século XX até os dias atuais.
A arquitetura que vem se desenvolvendo em variadas direções e que possibilita a
compreensão sobre os aspectos da sociedade contemporânea, portanto trata de
refletir sobre o crescimento da população, traduzindo-o na construção de espaços
públicos e locais de trabalho destinados, por exemplo, a promover a cultura e o
lazer (cf. PROENÇA, 2007, p. 378).
Figura 16 – Teatro da Ópera de Sydney ou Opera House, inaugurado em 1973, na cidade de Sidney – Austrália
Fonte: Wikimedia Commons
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A casa da Ópera de Sydney foi projetada pelo arquiteto Jörn Utzon e tornou-
-se um dos símbolos da cidade de Sydney pelo fato de a construção se assemelhar
a um barco a vela, fazendo referência à construção da cidade situada à beira-mar.
Na realidade, a construção contempla um conjunto de dois edifícios - o Teatro da
Ópera e a Sala de concertos, que incluem: cinco estúdios de ensaio, cinco teatros,
quatro restaurantes, salas para as apresentações e uma grande quantidade de lo-
jas, constituindo-se em um dos mais importantes pontos turísticos da Austrália (cf.
PROENÇA, 2007, p. 379).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Como decifrar arquitetura: um guia visual completo dos estilos
CRAOGE, Carol Davidson. Como decifrar arquitetura: um guia visual completo dos
estilos. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2015.
Museografia e arquitetura de museus: fotografia e memória
GUIMARAENS, Cêça. Museografia e arquitetura de museus: fotografia e memória.
Rio de Janeiro: Rio Books, 2015.
Vídeos
Bauhaus; the face of the 20th century (Bauhaus; a face do século XX)
Documentário sobre a Bauhaus
https://youtu.be/_kVCKDWQNhw
Olhar Japonês: arquitetura japonesa traz milênios de experiência
https://goo.gl/GUdcr9
Toyo Ito: arquitetura contemporânea internacional
https://youtu.be/lDXbO267EG0
World’s most famous buildings 2
Vídeo com fotos das construções mais famosas do mundo
https://youtu.be/MLeksz99JIM
Top 1000 exterior building designs. Mega collection part 2. All in one architectural images
https://youtu.be/3WyJInx5sgM
Filmes
A vida é um sopro
Documentário brasileiro que aborda os principais projetos do arquiteto Oscar Niemeyer,
2007.
Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre)
Filme espanhol dirigido por Pedro Almodóvar, 1999.
The Belly of Architect (A barriga do arquiteto)
Longa-metragem dirigido por Peter Greeneway, EUA, 1987.
Leitura
Jimmy Corrigan, o menino mais esperto do mundo.
Graphic Novel de Chris Ware
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Referências
GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 9ª
ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2009.
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