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Arquitetura e Urbanismo

Material Teórico
Arquitetura e Urbanismo: Introdução dos Conceitos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Aline Monteiro Campos Garcia

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Arquitetura e Urbanismo:
Introdução dos Conceitos

• Elementos Característicos da Arquitetura e do Urbanismo;


• Processo Criativo em Arquitetura.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar as nuances da arquitetura e do urbanismo de forma con-
ceitual e quais são os elementos intrínsecos a essa disciplina que a
fazem tão essencial e importante no projeto arquitetônico e no pla-
nejamento das cidades;
· Abordar a interação entre os profissionais envolvidos, especialmente
arquitetos e engenheiros, apontando a universalidade de cada um e
como se dá essa relação;
· Evidenciar o processo de construção do pensamento do ponto de vis-
ta prático, no que tange às decisões de projeto e partido arquitetônico.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Arquitetura e Urbanismo: Introdução dos Conceitos

Elementos Característicos da
Arquitetura e do Urbanismo
Conceituação de Arquitetura
A arquitetura é antes de mais nada uma linguagem, cujo principal objetivo é
transmitir todo o processo criativo para atender às necessidades da população,
melhorando as condições ambientais, sociais e políticas. Por meio do desenho, do
projeto ou até mesmo do croqui, esboçar todo o conhecimento no ambiente cons-
truído, com tecnologias inovadoras, materiais alternativos e técnicas sustentáveis, a
fim de garantir não só a estética do lugar, mas também a funcionalidade do mesmo.

Segundo o renomado arquiteto e urbanista Lúcio Costa (1940), arquitetura é:


[...] ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a de-
terminada intenção. E nesse processo fundamental de ordenar e expressar-se
ela se revela igualmente e não deve se confundir com arte plástica, porquanto
nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquiteto, desde a germi-
nação do projeto, até a conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada caso
específico, certa margem final de opção entre os limites - máximo e mínimo
- determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo
meio, reclamados pela função ou impostos pelo programa, - cabendo então
ao sentimento individual do arquiteto, no que ele tem de artista, portanto,
escolher na escala dos valores contidos entre dois valores extremos, a forma
plástica apropriada a cada pormenor em função da unidade última da obra
idealizada. A intenção plástica que semelhante escolha subentende é precisa-
mente o que distingue a arquitetura da simples construção.

O universo da arquitetura envolve muitas outras disciplinas, ou seja, é uma área


multidisciplinar, pois está relacionada em sua base com: aspectos técnicos – tipos
de materiais diversos e suas tecnologias, técnicas construtivas atreladas ao cálculo
estrutural; aspectos sociais – com premissas na história e na arte da arquitetura, na
sociologia dos povos e na concepção de cada cultura sendo refletida na arquitetura
e no urbanismo; a área de exatas com cálculos afins – pré-dimensionamento es-
trutural, cálculo de resistência dos materiais; e aspectos gráficos de representação
– geometria, domínio de ferramentas de desenhos etc.

Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images

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Explor
Confira alguns conceitos e faça reflexões sobre o tema no site https://goo.gl/7Y3rTh

Com significação etimológica de “origem, princípio” para arché e “ação de


construir” para tékton, a arquitetura é o início de uma obra ou, ainda, o início
de uma construção propriamente dita. Essa definição abarca todos os princí-
pios construtivos do ambiente humano ou organização dos espaços habitados
pelo homem.

Além do mais, essa área do conhecimento não vislumbra somente a parte técni-
ca como já mencionado, mas também a arte. Ou seja, atende às demandas especí-
ficas e objetivas (técnica, materiais, custos, prazos, função, cliente e características
do espaço), mas, enquanto expressão artística, também interage com o meio em
que se insere de maneira ativa.

Você Sabia? Importante!

A história do homem está interligada aos materiais, ou seja, a divisão das eras históricas
tem forte relação com a evolução da utilização dos materiais e das formas construtivas.
Essa ligação é uma soma de todos os materiais que inventamos, descobrimos e ma-
nipulamos, transformando-os em ambientes com formas e funções, dando origem à
arquitetura do lugar.

Conceituação de Urbanismo
Diferentemente do conceito e da longevidade da arquitetura em nossa história,
o urbanismo é um termo, ou ainda um conceito, recente, com gênese na segunda
metade do século XIX.

O urbanismo como faculdade do saber voltado ao planejamento e à racionali-


zação do espaço urbano se refere a um conjunto de ideias voltadas às formas de
ocupação e uso do espaço da cidade pelas pessoas, bem como aos aspectos en-
volvidos na relação homem x cidade. Ademais, o urbanismo tem a preocupação
em sistematizar e promover o desenvolvimento ordenado das cidades, buscando
estruturar um sistema viário eficiente, melhor disposição das construções, propor
um adequado e justo zoneamento.

Com o rápido crescimento das cidades nos séculos XVII e XVIII na Inglaterra
e XIX na França e Alemanha, muitos problemas urbanos se tornaram aparentes,
principalmente com relação a habitação, saneamento e deslocamento (circula-
ção) das grandes massas de trabalhadores que a industrialização levou para a
cidade. Veja na Figura 2 a seguir um plano urbanístico da época – o Plano Cerdá,
em Barcelona.

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UNIDADE Arquitetura e Urbanismo: Introdução dos Conceitos

Figura 2 – Plano Cerdá, em Barcelona


Fonte: Wikimedia Commons

O urbanismo está muito ligado ao desenho e à forma urbana, de modo que as-
sume algumas características fundamentais, bem como diferenciações conceituais
ou tipos propriamente ditos.

São eles:
• a preocupação com a morfologia urbana e sintaxe espacial que cada cidade
apresenta, uma vez que cada cidade ou lugar assume peculiaridades específicas;
• densidade do espaço urbano – que está ligada ao uso e ocupação do solo e de
que forma as aglomerações urbanas se processam espacialmente;
• limites do perímetro urbano;
• estrutura urbana e desenho urbano;
• política urbana e legislação urbana – voltadas ao direito urbanístico, ou seja, às
leis e diretrizes de ordenação do espaço;
• história dos lugares, memória e o patrimônio urbano;
• meio ambiente;
• qualidade de vida das pessoas na cidade.

Assim, o urbanismo nasce como ferramenta para solucionar problemas urba-


nos, cujo objetivo foi trabalhado e estudado por diversos pensadores na época,
a fim de elaborar e/ou imaginar modelos teóricos do que seria a cidade ideal – a
cidade que resolvesse esses problemas.

Esses modelos teóricos foram fortemente demarcados em dois períodos distin-


tos, deixando evidente a formulação do urbanismo enquanto disciplina. Entre os
séculos XVIII e XIX, as concepções iluministas (predominantes na época) sobre a
cidade possuíam duas fortes correntes de ideias:
• os CULTURALISTAS, que defendiam a valorização do passado. Tinham um viés
mais conservador, com abordagem estética, histórica e sociológica da cidade;

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• os PROGRESSISTAS, cujas ideias se pautavam no modelo de cidade ideal para
o homem, determinando o indivíduo “típico”, sua habitação, suas necessidades
e prazeres, bem como forte preocupação sanitarista.

Sobre essas duas vertentes, vejamos alguns exemplos:


• Culturalista: Cidade Jardim  conceito preconizado pelo urbanista inglês
Ebenezer Howard, que concebe o espaço como irregular e assimétrico, com
forte valorização do espaço público, totalmente ligado à natureza (áreas ver-
des preservadas em seu estado natural), dividido em áreas limitadas, de baixa
densidade. No centro, os prédios públicos (imponentes), os jardins e as vias
principais; e na periferia, as habitações (diferentes umas das outras), limitando
o conjunto por áreas verdes. Veja um exemplo na Figura 3 a seguir:
Explor

Desenho urbano de Howard, disponível em: https://goo.gl/9e51Yr

• Progressista: Cidade Linear  modelo de cidade criado pelo urbanista es-


panhol Arturo Soria y Mata como um bairro experimental dos arredores de
Madrid, na Espanha, a partir de 1894. Baseia-se na expansão das cidades
sobre território rural. O processo de “ruralização da vida urbana e urbanização
da vida campestre”. Característica marcante no desenvolvimento em linha,
determinada por uma via central que funciona como estrutura principal em
torno da qual se desenvolvem ramos secundários. Confira na Figura 3 a seguir.

Figura 3 – Cidade Linear de Soria y Mata.


Fonte: Wikimedia Commons

• Progressista: Cidade Racionalista  modelo de cidade cuja ideia era pura-


mente funcional, fruto do CIAM (Congresso internacional de Arquitetura Mo-
derna), que produziu a Carta de Atenas em 1933, segundo o qual as cidades
possuem quatro funções fundamentais: habitar, trabalhar, circular e cultivar o
corpo e o espírito. Esses quatro pilares foram fortemente difundidos pelo re-
nomado arquiteto e urbanista Le Corbusier.

O conceito da cidade racional tinha como propósito a submissão da propriedade


privada do solo urbano aos interesses coletivos; a divisão das cidades e em espe-
cial das zonas residenciais por meio de espaços verdes; ordenamento e separação
das vias; diminuição da densidade e incremento das superfícies livres mediante a

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UNIDADE Arquitetura e Urbanismo: Introdução dos Conceitos

construção de blocos de altura elevada; e a solução efetiva dos problemas de tráfe-


go de automóvel e de estacionamento, por meio da separação coerente do tráfego
de pedestres e automóveis. Veja na Figura a seguir.

Ville Radieuse, 1930. Arquiteto Le Corbusier, disponível em: https://goo.gl/Y3VQhf


Explor

Veja mais sobre a vida e as contribuições de Le Corbusier em: https://goo.gl/kvsh1Q

Elementos Intrínsecos da Arquitetura e do Urbanismo


As atividades em arquitetura e urbanismo pressupõem uma gama de atribuições
que podem ser segmentadas de acordo com a necessidade. Segundo Serra, 2006,
a principal função de um arquiteto e urbanista é adaptar o espaço natural para
atender às necessidades da população.

Do ponto de vista arquitetônico, os elementos intrínsecos a essa competência


visam à criação de espaço e sua otimização, com intuito de abrigar as atividades do
homem, obedecendo aos seguintes critérios: funcionalidade, técnica, ergonomia,
sustentabilidade, custos, conforto e estética.

Já o urbanismo, além de possuir os elementos mencionados anteriormente,


abarca questões econômicas, sociais, políticas e administrativas, que visam ao estu-
do, à regulação e ao desenvolvimento racional e humano das cidades.

Relação Arquiteto e Engenheiro


Tanto o exercício profissional do arquiteto quanto do engenheiro civil são reco-
nhecidos pelo Ministério do Trabalho de acordo com a Lei Federal nº 5194/1966,
e ambas as formações são obtidas por meio de cursos com duração de cinco anos.

Recentemente, mais exatamente no dia 31 de dezembro de 2010, com a Lei


nº 12.378, os arquitetos e urbanistas, antes ligados a um conselho multiprofissio-
nal, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), passaram a estar
ligados a um conselho próprio, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU),
com sua prática profissional regulamentada. Ambas as profissões caminham lado a
lado, ou seja, se complementam e são igualmente importantes em uma obra.

Manual do arquiteto e urbanista, disponível em: https://goo.gl/KnvVem


Explor

Profissionais da Engenharia e Agronomia: o que fazem? Conheça as atribuições, áreas de


atuação e atividades desses profissionais. Resolução Confea nº 1048/2013, disponível em:
https://goo.gl/JegzlC

O arquiteto faz o planejamento da utilização do espaço de forma racional e se


envolve com questões ligadas à estética, à arte.

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ARQUITETO
O que faz: cria o projeto e aprova as plantas na prefeitura. Além disso, fiscaliza a obra,
junto com o engenheiro, para ver se está sendo executada conforme o planejado.
Quando atua: é o primeiro profissional a ser procurado pelo cliente e deve acom-
panhá-lo até o final da obra.

O trabalho do profissional de arquitetura pode ser iniciado com a escolha do ter-


reno para a implantação do projeto, auxiliando na localização, legislações, aspec-
tos ambientais, topográficos, etc. Antes de se iniciarem os estudos, deverá existir
uma etapa de montagem de programa preliminar a ser desenvolvido em conjunto
com o cliente. Na unidade 2 veremos detalhadamente as etapas de um projeto.
Já o engenheiro civil busca soluções técnicas para a implantação do projeto do
arquiteto. Ele trata da execução do projeto arquitetônico e pode ser responsável
por projetos complementares, como: estrutural, hidráulico, elétrico, entre outros.

ENGENHEIRO
O que faz: cuida da execução dos projetos – arquitetônico, elétrico e hidráulico.
Orienta o mestre-de-obras, ou o encarregado, a respeito de questões técnicas e de
acabamentos.
Quando atua: desde as fundações até a conclusão da obra.

Por exemplo, o engenheiro de estrutura desenvolve e trabalha a estrutura da edi-


ficação. Oferece consultorias, aconselha e projeta os variados elementos estruturais
de uma edificação. Ele verifica a viabilidade da execução de determinada obra e
racionaliza os elementos estruturais, tornando-os eficientes e efetivos, de maneira
que se complemente a ideia da arquitetura (Farrelly, 2014, p. 169).
Importante ressaltar que qualquer obra necessita de uma equipe de profissionais
envolvidos, e para que se obtenha êxito no projeto de arquitetura esta equipe deve
trabalhar em sincronia. As informações devem ser comunicadas com clareza entre
todos os membros do grupo, evitando-se erros por falha de comunicação.

Processo Criativo em Arquitetura


A Ideia e o Projeto de Arquitetura
Antes mesmo do advento de uma ideia de projeto (partido arquitetônico), é pre-
ciso deixar claro que toda decisão projetual voltada a uma solução adequada está
intimamente ligada a um conceito. Ou seja, a solução final de um projeto está mais
relacionada ao conceito do que ao partido arquitetônico.

Toda ideia pensada e articulada é base fundamental para elaboração do conceito.


O conceito, por sua vez, é chave para determinar o partido arquitetônico. Assim, é

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UNIDADE Arquitetura e Urbanismo: Introdução dos Conceitos

evidente que o conceito é a parte principal do processo de formação de um bom pro-


jeto. Essa peça chave é definida como a ação de formular uma ideia por meio de pala-
vras, de um pensamento ou uma opinião. Ou seja, o conceito, aplicado na arquitetura
e urbanismo é a sua ideia para o projeto, a sua intenção, é a sensação que você quer
passar com a sua obra. Ele é algo abstrato, que está por trás dos desenhos e maquetes
e orienta as práticas que devem ser tomadas por um arquiteto na hora de projetar.

Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images

Já o partido arquitetônico é um conjunto de diretrizes e parâmetros que são levados


em conta na realização de um projeto arquitetônico e urbanístico. São as técnicas que
você aplicará no projeto para alcançar os objetivos do conceito proposto, ou seja, são
suas decisões de projeto, a forma que ele terá. O partido pode até ser escrito, mas em
geral é um desenho ou maquete que expressará melhor esta síntese (Figura 5).

Figura 5 - Concurso da Capes, croqui de Mario Biselli


Fonte: Divulgação
Explor

Leia mais sobre o partido arquitetônico em: https://goo.gl/WV5WYh

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Os parâmetros sempre estão combinados e nunca um único parâmetro produ-
zirá um partido. Ou seja, quanto maior o número de parâmetros seguidos, me-
lhor caracterizado ficará o partido arquitetônico. Existem 10 parâmetros a serem
seguidos e quanto mais eles estiverem completos, melhor atenderão e satisfarão
o cliente.
• Terreno: deve ser feito um estudo topográfico do terreno para determinar a
área de construção, o acesso a ela, os cuidados com o entorno;
• Finalidade: qual o objetivo do projeto? Residencial? Comercial? O acesso é
público? Tudo isso deve ser levado em conta;
• Implantação: a implantação depende diretamente do estudo do terreno e
precisa levar em conta a iluminação natural, recursos ambientais;
• Programa: leva em conta a finalidade, para determinar o número de cômodos,
espaço entre eles, distribuição dos ambientes, acomodação destes;
• Conceitos: determinação da ideia e da linha de construção que será seguida;
• Legislação: deverá levar em conta os códigos e leis ambientais descritos pelos
órgãos responsáveis por aquela área;
• Elementos Construtivos: estes dependem muito do Programa e do Conceito
e determinarão os materiais utilizados na estruturação do projeto;
• Forma e Volume: também dependem do Programa e do Conceito,
determinando que ambiente dará vista para outro, a ocupação do espaço;
• Flexibilidade: deve ser pensada para que mudanças possam ser feitas a
qualquer momento, mesmo que se necessite de pequenas adaptações;
• Viabilidade: leva-se em consideração o custo total do empreendimento,
as condições de construção de acordo com o clima e a disponibilidade de
equipamentos e técnicas construtivas apropriadas para isso.

Modelagem e Representação
No processo criativo em arquitetura e urbanismo, é muito importante saber
representar o espaço projetado. Dessa forma, a utilização de modelos é essencial
para conferir a relação de volumetria com o entorno imediato. Ademais, a noção
de escala está diretamente ligada ao impacto da edificação (volume) no espaço.

Hoje, muitas ferramentas estão disponíveis para a concepção de modelagem


e representação. Softwares de construção em 3D, como SketchUp, ArchiCad,
Revit, entre outros. Há ainda a modelagem física, por meio de construção de ma-
quetes tanto esquemáticas quanto detalhistas (link a seguir).
Explor

Arquitetura interna renderizada pelo Revit, disponível em: https://goo.gl/gVYJK1

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UNIDADE Arquitetura e Urbanismo: Introdução dos Conceitos

Processo Criativo no Projeto de Arquitetura


Criatividade é formalmente definida como a capacidade de criar, produzir ou
inventar coisas novas. Podemos dizer que é a capacidade de resolver problemas,
ou mesmo criar soluções para eles.

No processo de criação em arquitetura, é importante conhecer as diversas ver-


tentes conceituais de projetos existentes, ou seja, o que cada projeto carrega con-
ceitualmente. A gênese da criatividade nasce das problemáticas encontradas em
nosso meio, no cotidiano e na vivência das situações diversas. Cada problemática
demanda uma manifestação diferente, cujas soluções são variadas, e para tal, o
arquiteto deve possuir um arcabouço vasto e oferecer variadas possibilidades de so-
lução do problema para seu cliente. Assim, deve conhecer diferentes tipos de tec-
nologia, propondo sempre a melhor técnica e os melhores materiais disponíveis,
com o emprego de critérios de qualidade, economia e precisão. Deve se preocupar
muito com elementos sobre a localização, clima (sol, ventos), topografia, programa
de necessidades (relação dos ambientes que farão a composição da edificação),
elementos culturais, sociais, políticos e econômicos dos usuários.

O profissional formado em Arquitetura e Urbanismo é responsável por projetar


e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Casas, edifícios residenciais e
comerciais são alguns dos ambientes com que o arquiteto tem que lidar. Esse pro-
fissional tem boa parte de influência na qualidade de vida das pessoas, não só no
ambiente construído numa escala local, mas também numa intervenção macro, na
escala da cidade, ou seja, na atuação de planos urbanísticos, por meio da estrutu-
ração urbana, e no ordenamento das cidades.

O arquiteto está cada dia mais sendo exigido a buscar soluções criativas para
contribuir nos processos de desenvolvimento e inclusão social, sempre embasados
nos princípios da ética e do desenvolvimento sustentável. As exigências do merca-
do são pautadas em um profissional que, sobretudo, consiga ser competitivo, com
grande capacidade de desenvolver as suas competências e habilidades de maneira
criativa e coerente. Portanto, o curso de arquitetura e urbanismo representa uma
alternativa viável e competitiva não só no setor da Construção Civil, mas também
nos diversos setores onde o arquiteto venha a trabalhar, pois possibilita a forma-
ção de profissionais habilitados para promover a difusão de novos conhecimentos,
procedimentos, práticas arquitetônicas, além de contribuir decisivamente para a
construção de edificações e cidades mais humanizadas, interagindo diretamente no
processo de desenvolvimento sustentável, seja do Estado ou de qualquer outro local
onde ele venha a atuar.
“Costumo dizer aos estudantes de Arquitetura que não basta sair da
escola para ser bom profissional. O sujeito tem de se abrir para o
mundo e não ficar atrás da visão estreita dos especialistas.” (Oscar
Niemeyer, s.d. apud HELM, 2002).

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Conheça um pouco mais o arquiteto da invenção - Oscar Niemeyer. Assista ao vídeo
Explor

disponível no link: https://youtu.be/W9LAObUqTS0

Vale ressaltar, conforme Fuão (2008, p. 1), que “a criatividade não é uma carac-
terística exclusiva da arquitetura e das artes em geral; a criação se faz presente em
todos os domínios”. Você, futuro(a) profissional da engenharia ou da arquitetura
deve sempre romper com os modelos preestabelecidos, e assim executar a enge-
nhosidade.

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UNIDADE Arquitetura e Urbanismo: Introdução dos Conceitos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Primeira lição de urbanismo
SECCHI, B. Primeira lição de urbanismo. 1ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2016.
A análise da arquitetura
UNWIN, Simon. A análise da arquitetura. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
Os três estabelecimentos humanos
LE CORBUSIER. Os três estabelecimentos humanos. São Paulo: Perspectiva,
1976.
O que é arquitetura
LEMOS, C. A. C. O que é arquitetura. São Paulo: Brasiliense, 1986.

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Referências
ARTIGAS, J. B. V. Caminhos da arquitetura. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

COLIN, Silvio. Uma introdução à Arquitetura. São Paulo: UAPÊ, 2013.

COSTA, Lúcio. Considerações sobre arte contemporânea (1940). In: COSTA,


Lúcio. Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995. 608 p. il.

FARRELLY, Lorraine. Fundamentos de arquitetura. Tradução: Alexandre


Salvaterra. 2ª ed. Dados eletrônicos. Porto Alegre: Bookman, 2014. Título do
original: Fundamentals of Architecture.

FUÃO, Fernando Freitas. Arquitetura e criatividade. Arquitetura Revista,


Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, v. 4, n. 1, p. 01-
14, 2008.

HELM, Joana. Oscar Niemeyer: em suas próprias palavras. ArchDaily, 2012.


Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-79661/oscar-niemeyer-
em-suas-proprias-palavras>. Acesso em 01 jun. 2018.

SERRA, Geraldo G. Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo. São Paulo: Edusp, 2006.

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