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COLLAGE

[Laboratório de Projecto VI, 5.º ano 2022.2023]


“utopia como metáfora e Cidade Collage como prescrição: esses opostos, envolvendo as
garantias tanto da lei quanto da liberdade, devem certamente constituir a dialética do
futuro e não qualquer rendição total às 'certezas' científicas ou aos simples caprichos ad
hoc.”

Colin Rowe
in Collage City, Cambridge, MA: MIT press, 1978, p.181.

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Collage City
in Colin Rowe, Collage City, Cambridge, MA: MIT press, 1978

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Mestrado Integrado em Arquitectura, na área de especialização de Urbanismo
Programa da Unidade Curricular Laboratório de Projecto VI
Docentes: Sérgio Padrão Fernandes + Pablo Villalonga Munar
Créditos: 13 ECTS • Tipo de Aula: teórico-prática / 9 horas semanais • Aulas Previstas: 25 aulas

1. objectivo

A UC de Laboratório de Projecto VI tem como objectivo explorar uma visão crítica sobre a
cidade construída, articulando teoria e prática, leitura e projecto a partir de um grande
exercício de composição – territorial, urbana e arquitectónica – centrado sobre um tema
que permita o aprofundamento e demonstração de conhecimento obtido ao longo do
curso de mestrado integrado.
Estimula-se a capacidade para resolver problemas complexos através da formulação de
uma linha de investigação, pressupondo o reconhecimento da realidade, o
estabelecimento de objetivos estratégicos, programas e processos de acção e propostas
de intervenção alternativas.
Sugere-se o desenvolvimento de uma abordagem experimental e inovadora para o
projecto da cidade, ou mesmo ideal, que aceite as preexistências e que aja sobre elas sem
preconceitos.
A abordagem ao projecto deverá ser realizada de forma integrada, mobilizando todo o
conhecimento adquirido e recorrendo a todas as escalas de resolução, da escala do
território à escala do detalhe arquitectónico.

2. tema: Marvila Collage

A partir da referência histórica da obra de Colin Rowe e Fred Koeter intitulada ‘City
Collage’, publicada em 1978, propõe-se uma reflexão crítica sobre a Cidade, focada na
formulação de visões urbanas experimentais.
O recurso à COLLAGE é aqui adoptado como enquadramento de uma noção teórica de
tecido urbano, entendido como resultado de um processo orgânico de adição e
sobreposições. Mas a collage é também utilizada como ferramenta de projecto que permita
questionar a continuidade histórica da forma da cidade, entre o presente, o passado e o
futuro. A collage, adoptada como processo crítico e como instrumento da imaginação,
permite a interação entre a ficção e a realidade. A sua transferência para a imaginação
urbano-arquitectónica é um meio para organizar, estruturar e revelar a experiência do
mundo, mas também, para explorar o potencial de espaços que possam existir, ser
habitados e explorados por si só.

3. contexto: Lisboa Oriental

Quintas, fábricas, silos, gruas, antigos armazéns, conventos, estradas, caminhos, passagens,
largos... das grandes infraestruturas às moradias isoladas, a mistura de objetos que
compõem a Lisboa Oriental é extremamente heterogénea.

Neste ‘estúdio de projecto’ exploram-se Programas híbridos urbano-arquitectónicos através


de uma relação emotiva-sentimental entre espaço público, o tecido urbano e o território.
Investigam-se também relações sensíveis de integração das propostas com o contexto do

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qual fazem parte, principalmente o porto industrial, o eixo histórico Xabregas – Marvila e a
linha ferroviária, que através de definição de um novo sistema linear de espaços públicos
terá como objetivo estruturar o sector oriental da cidade de Lisboa a partir da desactivação
do eixo ferroviário entre a estação de Santa Apolónia e a estação do Braço de Prata.

4. conteúdos

Os conteúdos programáticos fundamentais da UC incidem sobre:

• métodos de leitura, de análise e interpretação do território urbano, dos seus elementos e


dos processos de formação, bem como dos seus valores culturais, sociais e paisagísticos.
• debate sobre problemáticas actuais nomeadamente sobre a regeneração das cidades, a
reutilização de estruturas abandonados (edifícios, conjuntos e infraestruturas),
renaturalização das áreas urbanas, adaptação de programas de habitação para
necessidades emergentes em tecidos urbanos preexistentes articulada com a salvaguarda
do património e a mobilidade suave e/ou assistida.
• cultura arquitectónica e urbanística contemporânea, como suporte teórico da formulação
de propostas que se baseiem numa atitude crítica e reflexiva sobre o território e a
sociedade.
• instrumentos de projeto aplicados à cidade, à composição do espaço urbano e
arquitectónico, e também, ao ordenamento do território. Explora-se o projecto como
investigação, com recurso a abordagens inovadoras em complementaridade com uma
vertente manual, onde a maqueta, o esquisso e o desenho técnico são sempre as principais
ferramentas e onde se abarcam todas as escalas de resolução, articulando sempre as
estratégias com a materialização de soluções de detalhe.

5. metodologia

Do ponto de vista metodológico a aproximação ao projecto parte sempre da experiência


directa com a realidade, procurando no território as sugestões para a reinvenção dos
lugares onde se celebra a vida.
A abordagem metodológica articula teoria e prática, leitura e projecto. Inicia-se com a
experiência directa com a realidade e cruza a análise morfológica do território e dos tecidos
urbanos com o projeto da cidade e o próprio projecto urbano-arquitectónico.

A metodologia de trabalho aborda três fases essenciais, testadas e ensaiadas com


maquetas de grande dimensão.
1. LEITURA: fase de interpretação do contexto, baseada numa série de itinerários de
reconhecimento do território que são adoptados como primeiro acto de projecto.
2. CONCEITO: fase de definição dos fundamentos teóricos do projecto. Utiliza a collage
como instrumento de projecto e a imagem como base para a construção de narrativa
gráfica-conceptual.
3. PROJECTO: fase de exploração da composição do espaço urbano-arquitectónico,
utilizando o projecto como processo integrado que se desenvolve através da escala
territorial, urbana e arquitectónica.

Os exercícios inserem-se numa área urbana alargada, a partir da qual foram recortados
sistemas e fragmentos que permitem orientar linhas de investigação e projecto distintas, e
que cada aluno pode selecionar e agrupar em função dos seus interesses individuais.
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Assim, motivado pelas características do sítio deverá ser formulada uma ideia de cidade
que convoque os diversos mecanismos conceptuais de projecto para relacionar uma visão
estratégica com as soluções de pormenor, desde o plano de conjunto até ao projecto.

A UC de laboratório de projecto VI organiza-se com uma componente prática e uma


componente teórica. Os conteúdos da UC Laboratório de Projeto VI estão estruturados de
modo a poder ter continuidade no Projecto Final de Mestrado e assim constituir o seu
suporte teórico e conceptual, que no seu desenvolvimento poderá também estar articulado
com os projectos de investigação em curso no laboratório formaurbis LAB
(http://formaurbislab.fa.ulisboa.pt/).

• A componente prática visa desenvolver a abordagem ao projecto, implicando a


elaboração de exercícios de leitura e interpretação, a desenvolver em grupo, que permitam
fomentar o debate em conjunto e a reflexão crítica em torno da compreensão da cidade no
contexto de uma problemática actual.
Os exercícios de composição urbana e arquitectónica serão desenvolvidos individualmente.
Abordam diferentes escalas de resolução do projecto, visando articular a teoria e a análise
com programas e acções de intervenção e de projecto, de diferentes naturezas e com
distintos graus de complexidade.
O percurso do semestre será acompanhado por um caderno “diário de bordo” onde se
registarão apontamentos, desenhos de observação e de projecto, para além de outros
apontamentos extracurriculares relevantes que constituam as referências do universo
gráfico do aluno. Este caderno servirá para exercitar a prática do desenho e consiste num
instrumento auxiliar à prática da reflexão e do projecto.

[ representação + comunicação ]
A natureza de um projecto, tanto urbano como arquitectónico, é inseparável do modo
como é representado e apresentado. É através da maqueta, do desenho e da ilustração,
que se comunica de modo directo o imaginário do projecto, ao mesmo tempo que se
expõe o universo cultural do arquitecto.

[ maqueta ]
A maqueta será o principal meio de trabalho, no processo de projecto e de investigação.
A maqueta convoca as três dimensões do espaço e será, por isso, o meio privilegiado para
ensaiar e desenvolver as soluções de projecto nas suas diferentes escalas de resolução.
Numa reflexão a propósito da maqueta Eric Lapierre refere que “Geralmente relegado ao
simples papel da representação, o modelo é, no meu trabalho, muito mais: é minha
primeira arquitetura.
A economia de meios na exploração da forma garante a economia da minha arquitetura,
pois, em suma, o modelo com suas simplificações necessárias deve ser construído mais ou
menos como tal”
É admissível a utilização de cartão, esferovite, roofmate, gesso, ou outro qualquer material
que se entenda útil para expressar uma ideia de arquitectura e de cidade.

[ desenho técnico ]
Todos os desenhos técnicos – planta, corte, alçado, axonometria – deverão ser a preto e
branco e deverão utilizar apenas linha sobre fundo branco.

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A mancha e a cor podem ser utilizadas apenas como excepção, para assinalar a sombra
própria das formas construídas ou alguma singularidade das formas ou do projecto. As
manchas/texturas utilizadas nos desenhos de linha devem reflectir uma intencionalidade
para criar um ambiente e materialidades próprias do projecto. A representação da
vegetação deve reflectir-se no desenho de modo a expressar os diferentes tipos de plantas
utilizadas.

[ ilustração ]
O recurso à celebre fotomontagem do colectivo Superstudio concebida em 1969 e
intitulada “Monumento Continuo, Grand Hotel Colosseo” deve-se à sua reconhecida
abordagem experimental, radial e provocativa.
A ilustração deve ser entendida como uma montagem/colagem onde se cruzam diferentes
linguagens gráficas (por exemplo a “fotografia + desenho”, “fotografia + maqueta”,
manipulação fotográfica, etc.) e representam uma atmosfera, que deve refletir um ambiente
imaginado e desejado: Vistas Gerais + Vistas de Detalhe; Ambientes Interiores + Ambientes
Exteriores.

[ fotografia ]
Todas as fotografias deverão ser a preto e branco, com luz controlada. Interessa realçar a
forma através da luz. Cada fotografia revela um enquadramento criteriosamente
selecionado em função de uma vontade de comunicar uma ideia de projecto.

• A componente teórica visa consolidar um conjunto de conhecimentos da teoria e da


crítica do urbanismo e da arquitectura. Considera uma bibliografia de referência e tem
como objectivo desenvolver métodos de investigação diretamente associados ao tema do
projecto, de modo a informar e fundamentar as opções de desenho.
A componente teórica tem como objectivo estimular a capacidade de formular a
investigação através do projecto. Recorre ao estudo do tema proposto para reflexão neste
semestre através de textos, autores e projectos de referência, e também, à interpretação
do território seleccionado como caso de estudo, através de métodos próprios de análise
urbana.
Complementarmente, são ainda previstas uma série de aulas com convidados –
conferências e visitas de estudo – que permitem aprofundar alguns conhecimentos
específicos.

[ aulas abertas ]
As aulas abertas têm o formato de conferência/debate com convidados e têm como
objectivo abordar questões associadas tanto ao território caso de estudo, os seus desafios
e oportunidades, como ao tema da reutilização da cidade construída.

[ visitas de estudo ]
As visitas de reconhecimento do sítio – caso de estudo – assumem-se como primeiro acto
de projecto. Será organizada no âmbito da aula e contará com o apoio e acompanhamento
de técnicos dos serviços locais.
Outras visitas de estudo propõem que a arquitectura seja compreendida como actividade
cultural e, neste sentido, estão programadas visitas guiadas a exposições no âmbito dos
conteúdos da UC.

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6. avaliação [ modalidade e critérios ]

A avaliação, enquadrada no RAAE da FAUL, possui dois componentes: A avaliação contínua


que considera o desenvolvimento dos trabalhos, a participação e a presença nas aulas e as
críticas periódicas de fases preliminares. O exame final, realizado perante júri de três
professores, onde é avaliado todo o trabalho do semestre.

7. bibliografia

• AAVV – DPic: Architecture, Art, Image. Utopia500, Porto: Scopio&U.PortoPress, 2019


• AAVV – Roma Interrota, Roma: Johan & Levi, 2014 [1978]
• CHOAY, Françoise – A Alegoria do Património, Lisboa: Edições 70, s/d [1982]
• BUSQUETS, Joan; YANG, Dingliang; KELLER, Michael – Urban Grids, Handbook for
regular city design, GSD Harvard: ORO Editions, 2019
• CRUZ GARCIA and NATALIE FRANKOWSKY – Narrative Architecture. A Kynical
Manifesto, Rotterdam: Nai010publishers, 2019
• DIAS COELHO, C. et alli, O tempo e a Forma, Cadernos de Morfologia Urbana – Estudos
da Cidade Portuguesa, vol. 2, Lisboa: Argumentum, 2014
• FABRIZI, Mariabruna; LUCARELLI, Fosco – Inner Space. Constructing the Imagination,
Lisboa: Lisbon Architecture Triennale, The Poetics of Reason, 2019
• GRACIA, Francisco de – Construir en lo Construido. La arquitectura como modificacion,
s/l: Editorial Nerea, 2001 [1992]
• HARBISON, Robert – Ruins and Fragments. Tales of loss and rediscovery. Great Britain:
Reaktion books, 2015
• HOLL, Steven – Cuestiones de percepción. Fenomenologia de la arquitectura. Barcelona:
GGminima, 2011
• ROSSI, Aldo – A Arquitectura da Cidade, Lisboa: Edições Cosmos, 2001 [1966]
• SCHWARTING, J. M. – Rome: Urban Formation and transformation, s/l: Applied Research
& Design, 2017
• SEIXAS LOPES, Diogo – “Amarcord: analogia e arquitectura”. in Arquivo Seixas Lopes,
Porto: Dafne, 2019
• TOPALOVIC, Mila, et all – Architecture of Territory. Sea Region, Singapore: Tien Wah
Press, 2015
• VOGT, Gunther – Landscape as a cabinet of curiosities. ETH Zurich: Lars Muller, 2015

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Exercícios
[enunciado dos exercício a desenvolver ao longo do semestre]

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E [01] . LEITURA - DECOMPOSIÇÃO

A leitura do sítio aborda o território como unidade e cada uma das áreas que o compõem
como parte de uma realidade complexa.

Tendo como referência a margem ribeirinha oriental da cidade de Lisboa propõe-se que
cada aluno no contexto de um grupo de trabalho questione o limite desta área de
intervenção – caso de estudo – e a própria área de influência da linha de caminho de ferro.

A investigação sobre o caso de estudo – Lisboa Oriental – propõe uma interpretação crítica
do território que recorre à maquete e à fotografia, e utiliza escalas de aproximação diversas
que permitam descodificar a paisagem, compreender a forma urbana e arquitectónica,
assim como, a sua integração no território.

Esta fase de trabalho é desenvolvida em grupo [2 ou 3 alunos], propõe o debate de ideias


em grupo e o desenvolvimento de um trabalho partilhado.

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entrega: 29 de Setembro [ trabalho de grupo ] / duração 2 semana

objectivos:

• reconhecer o território de estudo a partir da decomposição dos seus sistemas

• enquadrar o território de estudo no contexto da Lisboa Oriental e caracterizar as 5 áreas:

_Vila Dias / Fábrica Samaritana


_Convento Grilos
_Convento do Beato / Pátio Marialva
_Palácio Marquês de Abrantes / Armazéns Abel Pereira da Fonseca
_Silos da antiga Refinaria da Galp

• consolidar métodos de representação analítica da forma urbana e arquitectónica

• observar criticamente e interpretar o território

• debater e trabalhar em grupo

elementos a produzir:

• maqueta – de uma área / caso de estudo. escala 1:2000

_a maqueta representa a topografia


_a maqueta representa os edifícios singulares
_a maqueta tem gravada o traçado do caminho de ferro

_a maqueta representa a margem da planta de Lisboa de Silva Pinto (1911) e outros


elementos de oportunidade para o projecto
_a maqueta tem gravada a margem actual

• booklet para pendurar . formato 40cm x 20cm

_ série de fotografias que expliquem o território de estudo


_ texto e/ou citação

• outros registos
_som, vídeo, ‘object trouvés’, etc.

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bibliografia específica:

• AA.VV. – Tabula Plena. Forms of Urban Preservations, Zurich: Lars Muller Publishers, 2016
• CORREA, Felipe – São Paulo. Uma biografia gráfica. Austin: University of Texas Press,
2019
• DIAS COELHO, C. et alli, Os Elementos Urbanos, Cadernos de Morfologia Urbana –
Estudos da Cidade Portuguesa, vol. 1, Lisboa: Argumentum, 2013
• FOSCARI, Julia – Elements of Venice. Zurich: Lars Muller Publishers, 2014
• FERNANDES, Sérgio – Génese e Forma dos Traçados das Cidades Portuguesas,
dissertação de doutoramento, Lisboa: FAUL, 2014
• GANDELSONAS, Mário – X-Urbanism: Architecture and the city, New York: Princeton
Press,1999
• MARTÍ-ARÍS, Carlos - Las Variaciones de la Identidad. Ensayo sobre el tipo en
arquitectura, Barcelona: Ediciones del Serbal, 1993
• PANERAI, Philippe – Análise Urbana, Brasília: UNB, 2006 [1999]
• STRAPPA – «A Arquitectura do Território» in AA.VV. cura editorial Paolo Carlotti – Urban
Morphology and Historical Fabrics. Roma: Gangemi Editore, sd
• TOPALOVIC, Mila – «The Architecture of the Territory», in The Architecture of the City. A
Palimpsest, ed. CARTHA 2016 issue 2 [on line] disponível em disponível em
https://www.carthamagazine.com/wp-content/uploads/2016/10/CARTHA_2016_ISSUE-
2.pdf, p. 63-65

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Tecido Urbano – edificado comum

Tecido Urbano – edificado singular

Roma, análise urbana por Philippe Panerai

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E [02] . CONCEITO - COLLAGE

A fase de CONCEITO tem como objectivo a exploração de uma estratégia de organização


do espaço urbano e arquitectónico, e propõe o recurso à collage como instrumento de
projecto para ensaiar soluções formais para programas híbridos urbano-arquitectónicos,
formulados a partir da desactivação do eixo ferroviário - Santa Apolónia / Braço de Prata e
que possam articular a habitação colectiva com o re-uso das estruturas edificadas
preexistentes em articulação com o desenho do espaço público e/ou colectivo.

Pretende-se combinar uma visão geral e estratégica para a Lisboa Oriental, articulada com
propostas de detalhe exploradas através de protótipos de projecto, enraizados no
reconhecimento crítico do território actual, mas que lancem princípios de composição para
aprofundar na fase de projecto.

Nesta fase propõe-se também a exploração de uma narrativa gráfica do projecto, que
permita a fundamentação teórica e conceptual a partir da selecção de uma série de
imagens organizadas e ordenadas de modo a criar um sentido e um nexo.

Esta fase é desenvolvida em grupo [2 ou 3 alunos], dando sequência à abordagem dos


grupos de trabalho constituídos na fase anterior, e enquadra a fase sequente de projecto, a
desenvolver individualmente.

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entrega: 27 de Outubro [ trabalho de grupo ] / duração 4 semanas

objectivos:

• formular uma narrativa de suporte das propostas

• organizar uma estratégia geral de intervenção

• criar cenários de projecto para um fragmento urbano estratégico

elementos a produzir:

• maqueta
_fragmento urbano. escala 1:1000

• desenho:
_diagramas e cartografia collage. escalas 1:10 000 + 1:5000 + 1:2000
_corte collage

• narrativa gráfica
_selecção de uma série de imagens

• ilustrações
_elaboração de uma série de imagens com cenários especulativos de projecto

bibliografia específica:
• AAVV – DPic: Architecture, Art, Image. Utopia500, Porto: Scopio&U.PortoPress, 2019
• AA.VV. (ed. Rainer Hehl, Ludwing Engel) – Berlin Transfer. Learning from the Global
South, Berlin: Ruby Press, 2015
• AAVV – Roma Interrota, Roma: Johan & Levi, 2014 [1978]
• AA.VV. coord. Xavier Monteys – «ReHabitar el R/C» in ReHabitar en nueve episodios, libro
recopilatorio, Madrid: UPC, 2012
• AA.VV., ed. Marc Angélil & Rainer Hehl – Building Brazil. The proactive urban renewal of
informal settlements, Berlin: Ruby Press, 2011
• CRUZ GARCIA and NATALIE FRANKOWSKY – Narrative Architecture. A Kynical
Manifesto, Rotterdam: Nai010publishers, 2019
• PEREZ DE ARCE, Rodrigo – Urban Transformations, Catálogo da Exposição, London: The
Architectural Association, 1980
• SEIXAS LOPES, Diogo – “Amarcord: analogia e arquitectura”. in Arquivo Seixas Lopes,
Porto: Dafne, 2019
• UNGERS, Oswald Mathias – «Designing and Thinking in images. Metaphors and
Analogies». In Morphologie: City Metaphors, Köln: Walther König, 2011 [1982]
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E [03] . PROJECTO - COMPOSIÇÃO

“O projecto, se entendido como transferência, nunca é uma invenção no vazio, nunca é


uma tabula rasa, mas antes o desenvolvimento aprofundado de princípios e sistemas
existentes já reconhecidos pelas suas qualidades.”

Emanuel Christ + Christoph Gantenbein


in Typology – Hong Kong, Rome, New York, Buenos Aires, Zurich: Park Books, 2012

A fase de PROJECTO INTEGRADO é o momento em que se tornam verdadeiramente


consequentes os conceitos. Nesta fase aprofunda-se e estuda-se a implementação e
materialização das ideias e dos protótipos explorados na fase anterior.

O projecto deve partir de uma ideia de cidade e de arquitectura, formulada a partir de


sistemas e em função de uma narrativa que fundamente as propostas de intervenção, nos
seus diversos graus de resolução:

_a casa, aborda composição da habitação colectiva, explorada a partir de uma abordagem


temática: casa-comum; casa-atelier; casa-mínima; casa-dispersa; casa-recuperação.

_o tecido urbano comum, como reflexo dos sistemas de agregação do edificado e dos
elementos intrínsecos que os compõem, considerando a transição desde o espaço público
ao compartimento mais íntimo da habitação colectiva.

_o traçado urbano, aborda o sistema de espaços públicos e/ou colectivos no âmbito do


programa da habitação colectiva.

Esta fase é desenvolvida individualmente, dando sequência à fase anterior – conceito


collage – desenvolvida pelos grupos de trabalho.

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Entrega: 22 de Dezembro [trabalho individual] / duração 8 semanas

Objectivos:

• definir soluções de projecto para 1 das áreas previstas na estratégia geral de intervenção

• caracterizar a forma do espaço urbano e arquitectónico

• caracterizar ambientes e atmosferas dos espaços propostos

Elementos a produzir:

• maquetas: 1:500 + 1:50 ou 1:200 + 1:20

• desenhos:
_axonometria geral + axonometria de detalhe
_planta + corte. escalas 1:500 + 1:200 + 1:50

• ilustrações dos ambientes

• fotografias das maquetas e fotomontagens

Bibliografia específica:

• AA.VV. curadores Nuno Brandão Costa/Sérgio Mah – Public without rhetotic. Catálogo da
representação portuguesa na 16ª Bienal de Veneza, s/l: Monade/DGartes, 2018
• BLAU, Eve; RUPNIK, Ivan – Project Zagreb. Transition as Condition, Strategy, Practice,
Barcelona: Actar, 2007
• CHRIST, Emanuel and GANTENBEIN, Christoph, “Typology transfer. Towards an urban
architecture” in Typology – Hong Kong, Rome, New York, Buenos Aires, Zurich: Park Books,
2012
• FERNÁNDEZ PER, Aurora; ARPA, Javier – The Public Chance. Nuevos paisajs urbanos /
new urban landscapes. Vitoria-Gasteiz: a+t ediciones, 2008
• OMA; KOOLHAAS, Rem; MAU, Bruce – S,M,L,XL, Rotterdam: 010 Publishers, 1995

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São Francisco, Florence Lipsky Nova Iorque, Mario Gandelsonas
Maquetes, Renato Rizzi

20
Re[habitar], Monteys

Blade Runner, Making off - Filme

Inception, Filme

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