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ISCTEM - ESCOLA SUPERIOR DE

ARQUITECTURA E URBANISMO

CONCEPÇÃO E PROJECTO
Atitude e Processo Projectual
IDEIA - CONCEITO - PROJECTO - CONSTRUÇÃO

Maputo, 2013 - ARQUITECTURA 02 a 09


Docente: Maria dos Anjos Rosario,
Lic. Arquitectura e Planeamento Fisico e Diplom.Eng.Construção Civil e Minas
O QUE É ARQUITECTURA :
A arquitectura significa construção, e refere-se à arte ou a técnica de
projectar uma edificação ou um ambiente de uma construção.
A arquitectura é a arte de projectar espaços organizados e criativos
para abrigar os diferentes tipos de actividades humanas.
A arquitectura é a disposição das partes ou dos elementos que
compõem os edifícios ou os espaços urbanos em geral.
A arquitectura é o conjunto dos princípios, normas, técnicas e
materiais utilizados pelo arquitecto, para criar um espaço
arquitectônico.
O arquitecto é o profissional legalmente habilitado para
o exercício da arquitectura.
Arquitectura é o conjunto das obras realizadas em cada país ou
continente, criadas em diversas civilizações e em diversas
épocas.
CONCEPÇÃO E PROJECTO (1)

A ►O CONCEITO

os CENÁRIOS ↔ ►Fundamentação

Escolha ► Referências
Decisão▼

PROJECTO ► Argumentação ►CONSTRUÇÃO
CONCEPÇÃO E PROJECTO (2)
“Não basta termos uma idéia mas proporcionar o
encontro entre a idéia e a construção.” L. Khan.
IDEIA ►CONCEITO (Produto da faculdade de conceber)

CENÁRIOS (variantes usando o conceito )
▼ ▼
FUNDAMENTAÇ ÃO
ESCOLHA e DECISÃO ======== (referências)

PROJECTO ► Argumentação►CONSTRUÇÃO

“NADA provém do NADA”


Pesquisar, Conhecer, Visitar, Ler, Elaborar
A CONCEPÇÃO DO PROJECTO ARQUITECTÓNICO
CONCEPÇÃO é a maneira de conceber ou formular uma ideia
original – um projecto – para posterior realização (Ferreira,1986)

No campo da Arquitectura, em projecto, o termo concepção


designa, indistintamente,
 um estado (a concepção da obra em si)
 e um processo (o encaminhamento de ideias que permite
chegar a solução projectual)
(Pierre Fernandez in Vicente del Rio,1998,p.25)

O processo projectual é um vai-e-vém


entre TÉCNICA (Ciência) e CRIAÇÃO (Arte).
O grande desafio da arte de projectar em arquitectura é
chegar a um consenso entre FORMA e FUNÇÃO
ISCTEM - ESCOLA SUPERIOR DE ARQUITECTURA E URBANISMO

IDEIA ►Conhecimento + Criatividade + Originalidade


exige ▼
↙ ↕ ↘ CONCEITO
Pesquisa → Estudo → Analise e Sintese

Fundamentação
(Referências)

Desenvolvimento de ESBOÇOS/CENÁRIOS
Um exemplo do processo...
EDIFICIO CUMBRIAN YACHT CLUB
REINO UNIDO 2011

MBS - Projecto executado com o


Arquitecto Filipe Freitas.
EDIFICIO CUMBRIAN YACHT
CLUB REINO UNIDO 2011

Usando materiais locais e mao de obra


local, tornando o orçamento da
construção mais economico e sustentavel.
http://www.worldarchitecturenews.com/
CONCEITO
o esforço do arquitecto em compreender, interpretar e transformar os
dados pré-existentes do problema arquitectônico, que se constituem
em fundamento para seu trabalho:
o lugar, o programa, e a construção
uma ideia, um desenho e uma forma significativa
A realização de um projecto de arquitectura, como qualquer outro trabalho, tem
premissas que lhe são próprias:
•há um programa a ser atendido,
•há um lugar em que se implantará o edifício,
•e há um modo de construir a ser determinado.
Esse conjunto de premissas é elaborado graficamente em um desenho
que opera como mediador entre a idéia do projecto e sua realização concreta.
A idéia de um conceito que participe como elemento indutor do processo de projecto
é de modo recorrente compreendida como algo externo a essas premissas,
uma ficção, analogia, metáfora ou discurso filosófico que, servindo como ponto de
partida, daria relevância ao projecto e milagrosamente articularia todos os
condicionantes em uma forma significativa.
(Carlos Alberto Maciel em “Arquitectura, projecto e conceito”
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/633)
LUGAR
A geografia, a topografia e a geometria do terreno, sua
conformação geológica, a paisagem física e cultural, a
estrutura urbana, o sol, os ventos e as chuvas e ainda a
legislação de uso e ocupação do solo são dados pré-existentes
que podem ser extraídos de uma análise cuidadosa do lugar.

A conformação pré-existente do terreno natural, sua


planimetria e altimetria, e ainda a sua relação com a estrutura
urbana, com a paisagem e com os aspectos naturais inerentes
ao sítio, relativos ao clima, permitem a identificação de
directrizes latentes de ordenação do espaço e da forma.

conhecimento do arquitecto e um esforço rigoroso de observação.


compreender as implicações de cada um destes aspectos
nas relações de uso e no processo de construção
é fundamental tanto sob o ponto de vista técnico como conceitual .
PROGRAMA
Os usos e actividades que geralmente dão origem à
demanda por um edifício ou um espaço, em geral
colocados no início do processo de projeccto e
as restrições relativas à economia, um aspecto geralmente
desconsiderado ou subestimado pelos arquitectos
A consideração das questões de economia é uma
premissa que pressupõe a viabilidade da construção.
Vitruvio aponta a economia como um importante definidor da arquitetura,
sendo um pressuposto à utilidade
Ignorar as restrições e limitações de ordem econômica representa acto de
irresponsabilidade em relação ao usuário, no caso de uma relação particular
entre arquitecto e cliente, ou em relação à sociedade, no caso em que o cliente
se trate de uma instituição pública.
Representa ainda um descompromisso do arquitecto com a realização concreta
de sua obra.
DIMENSÕES
A determinação de dimensões dos espaços a fim de acomodar as
diversas actividades propostas para o edifício constitui
parte fundamental da interpretação do programa.
O dimensionamento é fundamental para um domínio das demandas
de espaço a que correspondem as diversas actividades e, em
segunda instância, para a definição de hierarquias e demarcação de
diferenciações claras entre os espaços de naturezas distintas.
“...a noção da dimensão deve ser algo que ultrapassa a abstracção da reprodução
de padrões métricos universalmente aceites, considerando as dimensões e a
escala do homem como referência para a determinação dos espaços” Le Corbusier,

Os conceitos que elaboramos durante a produção de um projecto, não surgem do nada,


mas da reflexão sobre a nossa própria experiência dos espaços e daquilo que nos
fornece a tradição que lhes concerne .(ANTROPOMETRIA –ERGONOMIA – Proxémia )
Elaborar a reflexão sobre nossa experiência desses espaços, sobre a imagem, os
significados e sentidos que a tradição nos transmite e que se depositou como repertório
da cultura
(BRANDÃO, Carlos Antônio Leite.Op. cit., s/p.“Linguagem e arquitetura: o problema do conceito”).
CONSTRUÇÃO
O conhecimento da construção é a única possibilidade de se
viabilizar concretamente a idéia do objecto arquitectônico.
A definição das fundações, da estrutura, das protecções contra as intempéries, das
instalações complementares, dos processos construtivos e dos detalhes, bem como
a eleição dos materiais, são escolhas do arquitecto que visam viabilizar a realização
do espaço imaginado e resultam na forma arquitectônica.
É possível identificar directrizes latentes de ordenação do espaço e da forma em
cada aspecto relacionado à construção. Pensar cada um desses aspectos para além
de suas determinações técnico-funcionais, da viabilização do abrigo, implica em
pensar o elemento da construção como gerador de espaço,
Respeitar as especificidades de cada solução técnica, compreender o
comportamento dos elementos em relação às forças da natureza, em especial a
gravidade, implica em explorar conceitualmente as possibilidades da construção.
J
“há que aprender a imaginar o objecto e ao mesmo tempo
inventar sua construção” Joaquim Guedes em “Geometria Habitada”.
O conhecimento da construção é a única possibilidade de se
viabilizar concretamente a idéia do objecto arquitectônico.

Ignorar a construção é a garantia da falência da arquitectura – e do


arquitecto -, na medida em que deixa para outro a responsabilidade
fundamental das definições que em última instância implicam na
geração da forma visível e tangível do edifício, e na definição da
ambiência e da conformação do espaço interior destinado à vida
humana.
Desconhecer os procedimentos para a construção do objecto é operar
apenas sobre a imagem pretendida para o edifício e seu espaço interior,
é o simulacro da decoração e do ornamento supérfluo.

Se há algum caminho possível para a arquitectura é a sua realização


através da manipulação activa de sua lógica de construção, operando a
partir de seus fundamentos para atingir uma resposta concreta,
fisicamente edificada, que faça repercutir no objecto arquitectônico, de
modo complexo, o conhecimento, a interpretação e a transformação de
todas as restrições e determinações do lugar, do programa e das
próprias possibilidades de construção.
O DESENHO como mediador
Um verdadeiro desenho de arquitectura deve implicar sobretudo o
Conhecimento da construção. MONEO, Rafael. “The solitude of Buidings”.
A representação gráfica é, e por muito tempo continuará sendo, o
modo de mediação entre a idéia e a sua realização concreta, a
construção.
a expressão gráfica (...) não é apenas representação de uma idéia
mas um momento de compreensão e construção dessa idéia. (...)
Dizer que essa relação é dialógica significa dizer que ela se desenvolve a partir do
jogo de perguntas e respostas que são colocadas entre os dois momentos. Esse
jogo se desenvolverá também para estabelecer a relação entre o projeto e a obra e,
depois, entre a obra e o habitante. Cumpre reafirmar, desde já, que a própria
definição do conceito é mediatizada pelas perguntas colocadas pela construção,
pela contextualização e pela fruição da obra. BRANDÃO, Carlos Antônio Leite. Op. cit., s/p. .
“Linguagem e arquitetura: o problema do conceito”.

“Sou avaro em divagações. Concebo como se executasse” - VALÉRY, Paul. Op. cit.
Eupalinos ou O Arquiteto. Tradução Olga Reggiani. São Paulo: Editora 34, 1996,. ., p. 51 .
Paul Valéry não reflecte sobre uma forma arquitectónica específica, um
bailado em particular, um poema, mas sobre os princípios que presidem à
criação de qualquer edifício, dança ou poema."
Memória, conceito e desenho
“A imaginação é a memória que enlouqueceu”. (Mário Quintana)
O que fazemos então, após possuirmos conceitos?
Como explicitar as idéias no desenho? Como aliar razão
e intuição? Prática e criação?
Para John Christopher Jones “a essência do desenho é conciliar os
que parecem ser opostos, resolver as contradições”.
Esse mesmo autor, ao estudar as formas de pensamento e trabalho
de grandes artistas, engenheiros e cientistas conclui que eles
“...encontraram formas de combinar a razão com a imaginação, de
serem tanto criativos quanto práticos, de saber quando é racional
ser irracional e quando é racional trabalhar mediante a
experiência”.

Certamente essa não é uma tarefa fácil, talvez fique a


cargo apenas dos gênios. Nós, meros mortais, podemos
tentar e, quem sabe algumas vezes conseguir....
OS CROQUIS E OS PROCESSOS
DE PROJECTO DE ARQUITECTURA
Os arquitectos por meio de seus croquis/esboços narram
com precisão como pensam, através do desenho

Os croquis/esboços são realizados :


- na fase de concepção (ideias, conceito, programa...) ou
- na fase de apresentação do projecto final

Os esboços são quase sempre realizados por técnicas simples,


normalmente grafite/lápis sobre papel manteiga, ou usando-se
canetas hidrográficas ou de feltro, ou canetas de tinta da China,
e papeis sulfite em formato A4. Técnicas e materiais mais
sofisticados são usados em desenhos mais voltados à
apresentação do projecto final
A LINGUAGEM DE NIEMEYER
O concreto armado era o material que tornava possível a linguagem arquitectônica de
Niemeyer.
Fig 48: Casa de Canoas (1950) Fig 49: Catedral de Brasília (1958) Fig 50: MAC, Niterói
(1993) Fig 51: Aquário de Brasília (2003) FONTE: ARCOWEB
Mais exemplos do processo...
Mais exemplos do processo...

From Eliinbar’s Sketch book 2012 – Zaha hadid and Le Corbusier Playing musical chairs
Le Corbusier wrote in his book “Towards an Architecture” in 1923 :
”Architecture is not making any Longer simple shapes”
And this is a Zaha hadid’s typical floor Twenty seven years later Le Corbusier
plan … Note the morphological similarity designed Notre Dame du Haut chapel.
to le Corbusier’s Notre Dame du Haut A Floor plan that is characterized by
complex shapes ….a style identified
chapel floor plan.
today with Zaha Hadid’s Architecture…..
DA IDEIA . AO CONCEITO . PARA O PROJECTO

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